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05/02/16
BIBLIOGRAFIA
CONDIÇÕES DA MATÉRIA
1. Paper;
2. Não envia slides;
3. Só coloca coisas na xerox se não estiver na bibliografia;
4. “Caxias” em relação à conversa e pesca;
CONTATO DO PROFESSOR
E-mail: danielrodrigues72@hotmail.com
AULA 01
Introdução
Direito empresarial se difere do Direito Civil;
Empresa é risco;
A ética é completamente diferente da civilista (que trabalha com “piedade”, ao
contrário do mercado);
Não significa que se está trabalhando com uma “aética”, mas a visão é
necessariamente diferente, devido ao ritmo dessa área;
AULA 02 – 12/02/16l
Pessoas
Sujeito de direito
o A possibilidade de alguém participar de relações jurídicas decorre de uma
qualidade inerente ao ser humano, que o torna titular de direitos e deveres;
o Os sujeitos de direito podem ser pessoas naturais ou físicas, se coincidentes
com o ser humano, e pessoas jurídicas, quando são entidades ou organizações
unitárias de pessoas ou de bens a que o direito atribui aptidão para a
titularidade de relações jurídicas.
Pessoa jurídica
o Conjunto de pessoas (jurídicas ou naturais) ou de bens (fundações), dotado de
personalidade jurídica. Por analogia com as pessoas físicas, a ordem jurídica
disciplina o surgimento desses grupos, reconhecendo-os como sujeitos de
direito. Sua razão de ser está na necessidade ou conveniência de as pessoas
singulares combinarem recursos de ordem pessoal ou material para a
realização de objetivos comuns, que transcendem as possibilidades de cada um
dos interessados por ultrapassarem o limite normal da sua existência ou
exigirem a prática de atividades não-exercitáveis por eles. Organizam-se,
assim, de modo unitário, pessoas e bens, com o reconhecimento do direito
atribui personalidade ao conjunto que passa a participar da vida jurídica.
Conceito de empresário
Art. 966/CC – considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Conceito doutrinário, Prof. Vinícius Gontijo:
o “Empresário é a pessoa natural ou jurídica que desenvolve profissionalmente
atividade econômica de natureza não intelectual, ainda que tenha intelectuais
trabalhando em sua área meio com habitualidade e em nome próprio, mesmo
que com o auxílio de terceiros, dela extraindo as condições necessárias para se
estabelecer e se desenvolver, em forma de organização, cuja produção e ou
circulação de bens e ou serviços é destinada ao mercado”.
Natureza não intelectual: Art. 966, CC/02.
Ex.: Advogados, médicos, atividades artísticas, atividades
literárias devem desenvolver a sua atividade científica pela ética
civil e não empresarial.
o Sociedade simples: é a atividade que não é empresária. Ex.: Escritório de
advocacia.
Diferenças:
A escrituração dos empresários é mais simplificada;
Não se submetem à falência e nem à recuperação de empresas
(insolvência civil – risco de pegar todo o patrimônio);
Observação: uma editora é uma atividade empresária porque
ela comercializa livros e não os escreve;
Observação 2: Um escritor não é um empresário individual. A
UNDB não é uma atividade empresária, mas uma sociedade
simples, pois busca repassar o conhecimento (embora também
queira lucrar – lucrar não é sinônimo de atividade empresarial);
Observação 3: Um químico pode ser atividade fim na escola,
mas em uma empresa como a Bayer, ele será o meio para se
conseguir o produto que se é comercializado.
AULA 03 – 15/02/16
Empresário (sujeito de direito): empresário individual, EIRELI, sociedade
empresária;
Empresa: objeto de direito;
Dissecação do conceito do professor Vinícius Gontijo:
o Profissionalismo: antônimo de “amador” (aquele que faz por amor).
Pessoa natural (empresário individual) ou jurídica (EIRELI, sociedade
empresária);
Exerce a atividade com habitualidade, com constância/rotina
(fundamental para caracterizar profissionalismo);
Em nome próprio: objeto transacionado sai do patrimônio do
empresário e entra no patrimônio do comprador. Ex.: eu customizo
chinelos e ele sai das minhas mãos para ir para as mãos dos clientes (é
necessário que seja uma ligação direta). *Pode ter a colaboração de
auxiliares.
Dinheiro é o foco principal.
o Atividade econômica: animus lucrandi.
Intenção de lucro (ainda que o lucro não ocorra – João Eunápio Borges
e Vinícius Gontijo);
A vontade;
Subjetivamente;
Úteis e escassos (Daniel);
Objetivo/efeito de produção, troca de bens ou serviços;
Ligada à definição da própria Economia.
*Daniel acredita que não precisa ter intuito de lucro, pois há a
atividade de subsistência, a natural etc.
o Organização: reunião sinérgica
Organização do trabalho alheio (Coelho, Campinho, Tavares Borba,
Negrão);
Exploração da mais valia;
O concurso da mão de obra não seria atividade empresária;
Organização dos fatores de produção;
Pode ser com a mão de obra própria ou de terceiros.
Haroldo Malheiros Duclerc Verçosa e Prof. Vinícius:
o Capital, em sentido lato: dinheiro, mercadoria, estoque,
vitrine etc.; trabalho: que pode ser de terceiros ou do
próprio empresário; e a atividade.
o Produção ou circulação de bens ou de serviços, voltada ao mercado
Ascareli: não pode ser voltada para o desfrute do próprio produtor;
Mesmo que voltado para um tomador (aquele que fornece para uma só
pessoa);
Art. 966, parágrafo único:
o Se for de natureza intelectual (gênero), não é empresário (espécies: natureza
científico, literária, artística). Ex.: UNDB, Circo.
o Salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa: atividade
meio.
o As atividades de prestação de serviços de natureza intelectual, científica,
artística ou literária poderão ser classificadas como atividades empresariais “a
medida em que seu titular – o empresário – efetivamente organize o trabalho
de terceiros, numa clara organização dos meios de produção, que nada mais é
do que o elemento de empresa, também chamado de empresarialidade”
(FUZIA). Ex.: Médico que desenvolve uma clínica. Advogado que cria uma
rede de advocacia.
o Se não fosse econômica e organizada, já estaria excluída do Parágrafo Único,
já sendo visualizado no caput;
o É necessário termos em mente que referido artigo está a tratar do empresário
individual e não da sociedade empresária;
o Se a sociedade está ou não organizada é uma situação de fato que não há como
se levar em consideração no momento de sua constituição;
Essa proposta é inspirada no referido artigo do Código Civil Italiano:
2.238 (1942);
o Objeto social próprio (produtos e serviços oferecidos ao mercado) versus
objetivo social (prestação de serviços e produtos, que geram lucro);
o Área fim (objetivo central – comercialização, produção e ofertas de serviços)
versus área meio (atividades de suporte).
o Se a atividade fim é profissão intelectual, não sou empresário, salvo se a
atividade intelectual for atividade meio (a atividade intelectual atrelada à
empresária, no sentido de só ser um suporte ao produto final, não tem
problema). Parte de um todo mais amplo (a intelectual), que é o entendimento
do Gonçalves Neto. Elemento/conjunto que identifica uma empresa.
o Para a doutrina majoritária: UNDB não é empresa e o hospital privado é
empresa (pois o hospital tem duas atividades: a intelectual e a não, que é a de
hospedagem/aluguel de acomodações/venda de produtos, tanto que sem esse
“hotel”, ele vira uma clínica).
Isso diz respeito ao princípio/teoria da unicidade/unidade do ato, que é
uma atividade fim: empresarial + intelectual (só cabe quando a fim for
a empresarial e a intelectual, sendo a empresária englobando a
intelectual).
AULA 04 – 19/02/16
AULA 05 – 22/02/16
Linguagem
“O espírito nunca é dado” – o nossa olhar é sempre datado, condicionado;
o Tudo que eu olho no mundo depende das lentes que eu utilizo para olhar;
A linguagem, porém, não representa a realidade, pois ela somente é uma visualização
simbólica de algo. Ex.: A banana é algo transitório, mas costumamos chama-la do
mesmo jeito em todas as suas fases.
O que se quer dizer com isso é que nunca haverá uma verdade pronta, concreta e fixa.
E a mesma coisa deve ser pensada perante a Empresa. É necessária uma compreensão
da empresa como espaço de Realização do Ser Humano. A empresa, portanto, deve
estar para além da questão do crédito e do dinheiro, mas em prol do ser humano.
o Dialética ternária: Hegel tinha uma preocupação perante o devir. Que as coisas
não sempre as mesmas, mas que estão sempre em modificação.
Parte da tese: da ideia da coisa. Antítese: negação da tese.
A contradição é a própria ideia da realidade: síntese.
A síntese se apresenta como uma nova tese.
AULA 07 – 29/02/16
Aviamento:
o Subjetivo: capacidade da atividade empresária em gerar faturamento e lucro. A
característica pessoal de sacar o mercado, ter o dom de perceber isso;
o Objetivo: modo como organizo e apresento meu estabelecimento comercial
para potencializar o meu negócio;
Qual o limite para ambos?
o Todo o aviamento tem a ver com a psicologia do consumo;
Contratação de estatísticos: identificação do perfil do consumidor;
Não deixar que os clientes saibam que ela faz isso, devido reclamações
de clientes que acharam que a Target, por exemplo, estava sendo
invasiva;
AULA – 15/04/16
AQUI COMEÇA A P2
Estudar esse tema pelo Fábio Ulhôa Coelho
O que é sistema?
o O sistema está envolto de princípios;
Eles não são regras, mas pilares/bases e normas, propriamente ditas;
Norma princípio;
Norma regra;
o Bobbio é uma referência para este aspecto, que pensa o sistema como um
conjunto de elementos que possui uma ordem/sentido/organização;
Ex.: Sistema solar; sistema kelseniano (sistema fechado).
Sistema fechado: Kelsen pega o que é típico/puro do Direito,
trazendo a norma como sendo o único de origem jurídica, que é
a norma;
o Se se tira elementos axiológicos do Direito, sobram as
normas-regras.
o É neste aspecto que se retoma a axiologia como importante para o Direito,
visto que o mesmo não poder ser rígido e fechado.
o Bobbio traz um sistema aberto, com referenciais axiológicos, que permitem a
renovação/oxigenação do ordenamento jurídico através da porosidade do
sistema.
Se adaptam melhor à realidade.
Um sistema composto por normas-regras é duro demais e não é
passível de acompanhar as mudanças sociais.
Regra de Leslow: Aristóteles faz referência a uma régua de
chumbo, capaz de se adaptar aos diversos terrenos.
É importante pautar, porém, que as regras trazem a concretude
do Direito e os princípios, da mesma forma, também não
subsistem sozinhos, para não flexibilizar demais.
o Os princípios não são a construção em si, mas são o referencial para a
construção. Eles não são o Direito, mas são a referência para se produzir o
mesmo.
É neste aspecto que a Lei não se confunde com a norma.
O ordenamento jurídico é o resultado do processo hermenêutico (da
interpretação em si);
A norma, por exemplo, se materializa na aplicação, na sentença,
por exemplo (a norma é fruto dessas possibilidades
interpretativas). A Lei está posta.
o Conceito de “princípio jurídico” para Bandeira de Mello: mandamentos
nucleares de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que
se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de
critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a
lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe
dá sentido harmônico.
o Vigílio Afonso da Silva: Alexy divide as normas jurídicas em duas categorias,
as regras e os princípios. Essa divisão não se baseia em critérios como
generalidade e especialidade da norma, mas em sua estrutura e forma de
aplicação. Regras expressam deveres definitivos e são aplicadas por meio de
subsunção. Princípios expressam deveres prima facie, cujo conteúdo definitivo
somente é fixado após sopesamento com princípios colidentes. Princípios são,
portanto, “normas que obrigam que algo seja realizado na maior medida
possível, de acordo com as possibilidades fáticas e jurídicas”; são, por
conseguinte, mandamentos de otimização.
Tenho referenciais axiológicos para a compreensão do ordenamento
jurídico.
Quando há antinomia de princípios, algum terá de prevalecer. E ter dois
princípios aparentemente contraditório não significa revoga-los
totalmente, pois dependendo do contexto eles podem se perfazer
dinamicamente.
o Os princípios, assim, são fundamentais para a construção do ordenamento
jurídico. O Direito Empresarial, com isso, não pode ficar fora disso. Ele não
está fora do direito posto, mesmo que suas peculiaridades/atributos sejam
típicos. O ordenamento não aceitaria uma área que não se oxigenasse pelos
valores dela própria.
o “Princípios” tradicionais/clássicos (atualmente são conhecidos como
atributos):
Egoísmo: o empresário se importa com o gerenciamento de sua
empresa. Aqui há uma autossatisfação.
Individualismo: ao gerir a empresa, não se preocupa com a
coletividade, mas com sua busca e anseio pelo lucro. Ele se manifesta
na ausência dessa preocupação.
Cosmopolita: sempre tende a expandir sua área de atuação.
A globalização ela já era factível antes da pós-modernidade em
função do Direito Comercial, que já substancializava a
imigração, por exemplo.
O Direito Comercial, inclusive, seduz sistemas como o
Common Law, pela própria ação prática/costumeira.
Onerosidade presumida das obrigações: todas as atividades
desenvolvidas dentro do Direito Comercial presumem lucro.
Ex.: estacionamento do Shopping era de graça e os mesmos não
se responsabilizavam. Começaram a cobrar, portanto, a partir do
momento que deveriam sim se responsabilizar com o que ali
dentro acontecia.
Presunção da solidariedade das obrigações: o que impera é a
subsidiariedade. A tendência é as obrigações serem solidarias, para se
ampliar a margem de solvência.
Ex.: endosso e aval – são institutos típicos, onde o endosso
transfere o título de crédito (de um pagamento futuro); da
mesma forma o avalista, que é o garantidor (aceita o cheque,
por exemplo, se tiver o aval da pessoa confiável).
o Esses princípios vão na contramão do que o ordenamento prega, se chocam
com a Constituição. É nessa medida que a doutrina mais recente entende que
esses princípios não são mais princípios, mas atributos/características típicas,
que devem ser interpretados e compatibilizados com os princípios
constitucionais.
Os Professores Rocco e Ripert falam muito bem sobre esse aspecto.
o Art. 22, I, CF/88: quem pode tratar de Direito Empresarial é a União, por lei
ordinária. É por isso que o comércio deve estar envolto dos princípios
constitucionais.
o Classificação (organização/separação/critérios) dos princípios do Direito
Comercial:
Hierarquia: o que eu posso tentar entender é se o princípio é
constitucional ou infraconstitucional.
Abrangência: quero entender se aquele princípio é geral ou específico;
se diz respeito a todo direito empresarial ou tão somente a um ramo.
Ex.: princípio dos direitos do sócio minoritário – Diz respeito
ao Direito Societário.
Ex.: princípio da liberdade de iniciativa – Diz respeito a todo o
Direito Empresarial.
Positivação: aqui diz respeito se é explícito ou implícito.
Ex.: Princípio da proporcionalidade/razoabilidade do Direito
Penal (diz respeito a aplicação da pena ao caso) – Diz respeito a
uma previsão implícita da Constitucional (dosimetria da pena).
o Princípios do Direito Comercial:
Princípio da Liberdade de Iniciativa (Art. 1º, IV, CF/88; Art. 170,
CF/88):
Resguarda o direito a todo brasileiro residente no Brasil a
explorar a atividade econômica. É um elemento essencial ao
capitalismo.
Contraditório/crises: o capitalismo é fonte de mazelas. Suas
soluções não são mais tão efetivas. Ele é um sistema de crises
periódicas e injustiças permanentes. Ele produz o mais rentável,
não o mais necessário.
Vetores:
o Na ordem do Direito Público, a livre iniciativa defende
que o Estado não deve intervir na atividade econômica.
As liberdades e garantias individuais também são esses
freios, através do movimento constitucionalista.
o No âmbito do Direito Privado, há um freio às práticas
empresariais contrárias à liberdade de mercado. É bem
semelhante ao princípio da livre concorrência. Preocupa-
se com o excesso dos empresários. Ex.: cartel, trânsite,
monopólio, dumping.
Esse princípio não é absoluto, e deve ser equilibrado.
É uma previsão constitucional, geral e explícito.
Desdobramentos:
o A maioria dos meus produtos são produzidos por
empresas, por essa razão é uma imprescindibilidade;
o O lucro vai ser o maior fator de motivação (é o prêmio
do aviamento objetivo) – é a motriz da atividade
econômica, mas não pode ser o único referencial. A
exploração da atividade empresária vem dentro das
matrizes legais;
o A atividade econômica e empresária é o próprio
desenvolvimento do Estado (do país, no caso). Essa
proteção jurídica tem uma matriz, uma natureza jurídica
no estabelecimento empresarial;
o Se reconhece na empresa como um polo gerador de
postos de trabalho e tributos, fomentador de riqueza;
Princípio da Liberdade de Concorrência:
Intimamente ligado à Livre Iniciativa;
O objetivo é garantir ao mercado serviços/produtos com
qualidade crescente e preços decrescentes;
Estabelece que serão “premiados” os empresários que tiverem
adotado as decisões empresariais acertadas e “penalizados” os
que adotaram as equivocadas. Raro é o empresário que ganhe
sempre. Empresa é risco.
o Premiar as melhores medidas (com lucro);
O Direito Comercial não pode poupar os empresários de seus
erros. O prêmio é o lucro, a penalização advém de perdas
ocasionais ou até mesmo a falência;
Interesse individual compatibilizado com os Interesses
Metaindividuais da sociedade.
18/04/16
AULA – 02/05/16
Continuação princípios:
o Princípio da Autonomia Patrimonial da Sociedade Empresária
Engloba o princípio da autonomia da pessoa jurídica;
Não posso confundir a pessoa do sócio com o da pessoa jurídica;
Tenho que ter em mente que o patrimônio de um não se confunde com
o do outro;
Observação: a sociedade anônima sempre será empresária,
como a Estácio de Sá.
Ex.: Samarco S.A.
Pessoa jurídica, com sócios como sendo a Vale AS e BHP.
Estabelecem que o capital social será de 1.000.000 de reais.
Digamos que cada um terá 50% das ações e, portanto,
investiram 500.000 cada uma. A partir daqui o patrimônio será
o patrimônio anterior mais as ações.
Toda dívida cometida pela Samarco será retirada de seu
patrimônio, não da Vale e nem da BHP.
Significa que as dívidas pertencentes à pessoa jurídica são arcadas pelo
patrimônio dessa pessoa jurídica. Exceção: o caso da desconsideração
da personalidade jurídica (rompe com a autonomia para alcançar
patrimônio dos sócios).
É uma técnica de limitação de riscos;
Limitando os riscos eu estimulo a atividade econômica;
Pessoa jurídica é uma ficção técnica (é uma criação do Direito);
Em razão dessa autonomia, os bens, direitos e obrigações não se
confundem com a dos sócios;
Classificação: legal, especial (Direito Societário e EIRELI – que não é
uma espécie de sociedade, mas nova espécie de pessoa jurídica) e
implícito (Art. 50, CC/02).
o Princípio majoritário nas deliberações sociais:
Nada mais justo que, ao investir, eu tenha voz a deliberação;
Meu direito a voz será proporcional ao quanto eu investi;
É natural que o que corre mais risco tenha um voto de maior peso;
As deliberações serão tomadas em função do capital votante
majoritário;
Aqui poderá ter quantos votos o número de ações detém;
Esse princípio facilmente recai em abuso, pois pode se estabelecer
diversas cláusulas que beneficiem tão somente o sócio majoritário. É
nessa medida que entra a proteção do sócio minoritário;
Adotado pela vontade e consentimento dos sócios;
Classificação: legal, especial e explícito (Lei 6.404, das sociedades
anônimas).
o Princípio da proteção do sócio minoritário:
Me permite participação no voto, no lucro, aumento de participação no
capital social;
Cláusulas leoninas: desproporcionais, dando mais direitos a uns e
menos a outros;
Figura do leão no imposto de renda provém daqui.
Essas cláusulas são vedadas no ordenamento jurídico
Quando eu aumentar meu capital, tenho de aumentar,
proporcionalmente, o percentual do meu sócio minoritário;
Classificação: legal, especial (direito societário) e implícito (perceber
nas regras que protegem o direito dos sócios minoritários).
*Estudar esse assunto pelo Fábio Ulhôa Coelho. Foram oito princípios trabalhados.
Pessoa jurídica
A primeira sociedade que existiu era a sociedade de nome coletivo (patriarca que
desenvolvia a atividade econômica que, na medida que os filhos cresciam, se delegava
funções);
Nas mesmas, se encontrava dificuldades práticas, pois, a cada deliberação, era
necessária a assinatura de cada um dos filhos;
É nesta medida que se cria a pessoa jurídica como representante desse empresário, de
forma a facilitar a interação dos sócios, com uma autonomia dentro dessa sociedade;
No Direito brasileiro ainda temos a sociedade de nome coletivo, mas o conceito de
pessoa jurídica ultrapassa tão somente as sociedades;
Diz respeito a vários institutos, previstos no Art. 44, CC/02;
Tenho de levar em consideração todas as hipóteses do Código Civil, mas há várias
noções de pessoas jurídicas:
o Grupo humano, dotado de personalidade jurídica própria, para a realização de
fins comuns – Gagliano a Pamplona;
Não é só um grupo humano, pois há sociedades que seus sócios são
outras sociedades;
A fundação também não é abarcada aqui.
o Agrupamento de pessoas dotado pela lei de aptidão para a titularidade de
direitos e obrigações na ordem civil, tendo, assim, personalidade jurídica
própria, independentemente da de seus membros – Tepedino;
Ainda ignora as fundações.
o Sujeito de direito inanimado personalizado;
o Conjunto de pessoas ou bens, dotado de personalidade jurídica própria e
constituído na forma da lei;
Ainda falta a EIRELI, por exemplo;
o O da Maria Helena Diniz também não versa sobre as de um só sócio;
o Um exemplo que temos de não agrupamento de pessoas, pois só há um sócio, é
a subsidiária integral:
Lei 6.404, Art. 251: é uma sociedade unipessoal, onde seu sentido se
perfaz que uma pessoa jurídica constitua outra para exercer suporte à
atividade daquela.
Ex.: grupo Votorantim. Rede ferroviária integral (acionista:
Estado brasileiro).
o A figura da EIRELI é acrescentada em 2011, onde o CJN entendeu que não é
sociedade por não estar incluída no inciso II;
o Nem sempre a pessoa jurídica, assim, é formada por um conjunto de pessoas,
podendo ser formada, também, por um único patrimônio;
o Natureza jurídica da pessoa jurídica:
Teoria da realidade técnica:
Se percebe que, sempre que há um conjunto de pessoas com
propósito em comum, resulta mais do que a simples força de
seus componentes;
O resultado é mais do que simplesmente a soma das pessoas;
É uma realidade não palpável. É perceptível tecnicamente
(análise técnica);
Segundo a teoria da realidade técnica, é perceptível no mundo
das ideias (do espírito);
Aprecie os diferentes fenômenos, escolhendo quais pessoas
podem receber a personalidade e seus atributos;
o Os entes despersonalizados, por exemplo, possuem
capacidade postulatória, mas não a personalidade;
o Ex.: massa falida, espólio, condomínio não são
personalizados: formam independentemente da vontade
dos seus membros ou em virtude de um ato jurídico que
vincula as pessoas físicas em torno de bens que lhes
suscitam interesse, sem lhes traduzir affectio societatis
(a vontade de se associar).
Affectio societatis é o que justifica o vínculo em
uma sociedade.
o Pressupostos de existência da pessoa jurídica:
Vontade humana criadora: a pessoa jurídica nasce da vontade de se
associar, de constituir ente jurídico, de destinar um patrimônio. É o
elemento anímico. A manifestação é fundamental para o surgimento da
pessoa jurídica, seja da reunião de pessoas ou da dotação patrimonial
afetada a uma finalidade.
Condições legais: quando surge a pessoa jurídica (pelo registro), se
percebe uma natureza constitutiva, ao contrário da pessoa natural (que
surge com o nascimento com vida). O registro da pessoa natural é
meramente declaratório.
Dependem de autorização governamental para o seu
funcionamento.
Objeto tem de ser lícito: além de observar os requisitos legais, é
necessária uma existência legal e válida da pessoa jurídica.
o Morte da pessoa jurídica:
A falência não é uma extinção da pessoa jurídica, pois a lei falimentar
fala isso;
O ciclo da pessoa jurídica completa-se com sua extinção.
Convencional: deliberada pelos próprios sócios. Pode acontecer
por essa deliberação, mas, mais que isso, pode já estar prevista
no contrato social, onde, se chegando no objetivo, a sociedade
se encerra naturalmente.
Administrativa: cassação da autorização de funcionamento. A
autorização é revogada. Pode acontecer, até, pela própria falta
de interesse do Estado.
Judicial: a extinção decorre de uma decisão judicial. Existe
hipótese de falência que resulta nessa extinção, por exemplo.
Sempre que a extinção se der por essa via, haverá uma
determinação de extinção por sentença.
AULA 09/05/16
Observação 2: No seu Art. 34, ainda, a Lei 8.934 apresentará dois princípios envoltos do
nome empresarial e título de estabelecimento, sendo eles a Veracidade e Novidade.
Princípio da Veracidade: pelo princípio da veracidade, os elementos que compõem o
nome empresarial devem corresponder a realidade da atuação da pessoa jurídica.
Desse modo, deve-se extrair a responsabilidade dos sócios, a área de atuação, a
espécie societária.
o Não é um princípio absoluto. Ex.1: Apple vende tecnologia e tem nome de
comida. O importante desse princípio, portanto, é não induzir a erro o
consumidor na relação do mesmo perante a sociedade. Ex.2: Se eu não colocar
“Ltda.” no nome, e eu for sociedade limitada, vou responder ilimitadamente no
contrato que eu tiver esquecido de evocar esse termo.
Princípio da Novidade: o princípio da novidade estabelece que o nome empresarial
deve inovar no registro, ou seja, ao estabelecer seu nome empresarial, o empresário
deve se diferenciar/individualizar das demais pessoas jurídicas.
o Não é um princípio absoluto. Ex.: Panificadora Líder, Aviação Líder,
Imobiliária Líder, Funerária Líder. Bar Dois Irmãos, Café Dois Irmãos. Eles
possuem essa mesma expressão sem ferir a outra pessoa jurídica porque são de
áreas distintas. Essa é uma decisão do STJ.
o Subprincípios do princípio da Novidade:
Especificidade: não posso ter o mesmo nome no mesmo campo
de atuação empresarial (segmento). Se em segmentos distintos,
não há risco de uma concorrência desleal. A proteção do nome
empresarial se dá dentro de um segmento de mercado.
o Palavras de Daniel: O empresário, ao inovar, deve fazê-
lo, especificamente, no seu segmento de atividade. Não
há vedações/problemas de homógrafos e nem
homófonos se as áreas de atuação forem distintas e se
não houver risco de confundir os consumidores.
o Não se aplica a marcas notórias ou de auto renome, pois
a adoção desse nome acresce, injustificadamente, um
valor ao meu produto.
o Diz respeito ao nome empresarial.
Anterioridade: protejo aquele que primeiro registrou (o que
inicialmente adotou o nome).
o Palavras de Daniel: o que o Estado quer proteger é o
criativo, ou seja, quem teve a capacidade de inovar
primeiramente ao estabelecer o seu nome/marca. Aquele
que registra primeiro é o dono e terá a proteção do
Estado. Também tem relação aos homógrafos e
homófonos.
o Diz respeito à marca.
Quando eu protejo o nome empresarial, eu também estou protegendo os casos de
homônimos por homografia ou homofonia). Ex.: Assomate e Açomate (homófonos).
Propriedade intelectual:
o Direito do autor:
o Direito do software;
o Propriedade industrial:
Invento;
Modelo de utilidade;
Desenho industrial;
Marca;
AULA – 13/05/16