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Contradição do PEA

O Ensino e aprendizagem é um processo dialéctico que avança e se desenvolve com contradições


por causa das particularidades organizacionais, metódicas e individuais, especificas dos
intervenientes do processo, por causa de interesses individuais em relação às exigências da
sociedade e do próprio processo de ensino aprendizagem.

A contradição surge na sequência da existência de contrariedades e falta de concordância,


conformismo nas necessidades e interesses, o que conduz a uma tomada de decisões pessoais ou
colectivas contrárias mas que se completam entre si sobretudo no seu conteúdo.

Ex: Observamos uma contradição quando o aluno manifesta o desejo de se tornar autónomo,
porque situa-se na zona de desenvolvimento próximal. Ou por outra, o aluno sente-se capaz de
resolver cálculos matemáticos sem ajuda do professor. Ele julga-se que já sabe mas o professor
exige que os exercícios sejam resolvidos a todos os passos.

O outro aspecto seria: o professor acha ter alcançado os objectivos educacionais preconizados e
em contrapartida o aluno mostra-se insatisfeito dando assim a sua continuidade.

As contradições do ensino aprendizagem ocorrem entre o professor que dirige o ensino através
de regulamentos, normas, programas escolares, e o aluno que tem que assimilar os conteúdos
para seus interesses pessoais assim como sociais.

Podemos dizer qu a contradição no processo de ensino aprendizagem, consiste na condução do


estudo e na auto-actividade do aluno. A Didáctica para LIBÂNEO (1994:91) tem a tarefa de
“ajudar a resolver a contradição entre o ensino e aprendizagem, a detectar as dificuldades
enfrentadas pelos alunos na assimilação activa dos conteúdos e a encontrar os procedimentos
para que eles próprios superem tais dificuldades e progridam no desenvolvimento intelectual”.
A contradição surge na medida em que o professor coloca tarefas que devem ser resolvidas pelo
professor (conteúdos, problemas, exercícios) e o nível de conhecimento dos alunos.
O factor predominante na dinâmica do processo de ensino é a relação contraditória entre
exigências do processo didáctico e o trabalho activo e mental dos alunos.

A força motriz fundamental do processo didáctico é a contradição entre as exigências do domínio


do saber sistematizado e o nível de conhecimentos, experiências, atitudes e características sócio-
culturais e individuais dos alunos.

Para que esta contradição se converta em força desencadeadora da actividade dos alunos são
necessárias certas condições:

1) A primeira é dos alunos tomarem consciência das dificuldades que aparecem quando se
defrontam com um conhecimento novo que não dominam; significa colocar a dificuldade como
um desafio que precisa de ser vencido, a fim de marcar na aprendizagem.

2) A segunda é acessibilidade das tarefas cognoscitivas postas pelo professor; isto quer dizer que
o nível e o volume de conhecimentos, actividades e exercícios devem estar em correspondência
com as contradições prévias dos alunos (capacidades, nível de preparo, etc.).

3) A terceira é que a correspondência entre exigência do ensino e as condições prévias dos


alunos seja prevista na planificação, de modo que o professor saiba qual dificuldade (desafio,
problema) à apresentar e como trabalha-la didacticamente.

1.6.3. Relação Dialéctica Fundamental do PEA


O Ensino é um processo didáctico que mostra uma relação dialéctica específica entre este e
aprendizagem, conforme o esquema.

Ensino↔prendizagem

Qualquer que seja o ensino pressupõe a existência de aprendizagem, logo pressupõe-se a


existência de dois actores professor e aluno, pois, esses formam uma unidade mas cada um com
as suas particularidades descritas em função das suas actividades.
A relação dialéctica entre professor/aluno é da reciprocidade dinâmica do paralelismo
progressivo de acções apesar dos dois apresentarem papéis diferentes. Esta relação dialéctica
também é contraditória por causa dos desafios que ocorrem no processo protagonizado pelo
professor e pelo aluno. São desafios em constante mudança.

Entre vários desafios possíveis de existir importa referenciar dois:


1. Professor: coloca exigências sobre os conteúdos, quando estas exigências são alcançadas pelos
alunos, surgem novas exigências. Assim o processo nunca vai ter fim. Contudo, esta é uma
contradição ou uma relação contraditória entre professor/aluno ou aluno/professor, pois;
 Tem por objectivo orientar o desenvolvimento das habilidades.
 O professor é mediador porque é intermediário entre os conteúdos do património social e a
nova geração.
 Tem o papel dirigente, conduta orientada através de métodos e técnicas de ensino.

2.Aluno: também pode acontecer que as exigências impostas pelo professor não são cumpridas
por vários motivos, dentre eles são: incapacidade mental e por falta de motivos intrínsecos para
aprender. Portanto, aqui nota-se que não haverá reencontro entre professor e aluno. Nota-se
também a existência de divergência entre professor e aluno por que os conteúdos não são
alcançados.
Em suma, o ensino só existe em função da aprendizagem (se não houvesse geração nova, não era
preciso ensinar) e no entanto, o carácter do ensino é determinado pelo carácter da aprendizagem.
Por exemplo, o professor não pode adoptar o mesmo método para alunos da 5˚ classe e da 12.
Dai, o carácter da aprendizagem determina o carácter do ensino.

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