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1. OS OBJECTIVOS E OS CONTEÚDOS DE ENSINO
A educação sendo uma atividade humana realiza-se em função de propósitos e metas.
Assim, no processo pedagógico, a atuação dos professores e dos alunos está voltada para
a consecução de objetivos. Os objetivos antecipam resultados e processos esperados do
trabalho conjunto do professor e dos alunos, expressando conhecimentos, habilidades e
hábitos (conteúdos) a serem assimilados de acordo as exigências metodológicas.
1.1.CONCEITUAÇÃO DOS OBJETIVOS
É o ponto de partida, as premissas gerais do processo pedagógico, são formulações que
descrevem intenções de desenvolvimento (nos âmbitos cognitivos efetivos e
psicomotores).
Segundo Peleti, ( 1997-1965);
´´ Os objectivos é a discrição clara daquilo que se pretende alcançar como
resultado da nossa atividade´ ´portanto, no processo de ensino. Os objectivos dirigem-nos
na colocação das seguintes perguntas: o que pretendemos que os alunos sejam capazes de
fazer? O que é que eles são capazes de pensar?
Os objectivos assim entendidos, são os resultados desejados e previstos para ação
educativa. São os resultados que o professor espera alcançar com as suas atividades
didáticas pedagógicas.
1.2.TIPOS DE OBJECTIVOS
Objectivos gerais: são explicitados em três níveis de abrangência dos mais amplos aos
mais específicos.
Pelo sistema escolar: que expressa as finalidades e educativas de acordo com
ideias e valores dominante na sociedade;
Pela escola: que estabelece princípios e diretrizes de orientação de trabalho
escolar com base um plano pedagógico- didático que represente o conselho do
corpo docente em relação a filosofia de educação e a prática escolar;
Pelo professor: que concretize com ensino da matéria a sua própria visão de
educação e de sociedade.
Objectivos específicos: particularizam a compreensão das relações entre a escola e
sociedade é especialmente o papel da matéria de ensino. Eles expressam, pois, as
expectativas do professor sobre o que deseja obter nos alunos no decorrer do processo de
ensino.
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O professor deve vincular os objectivos específicos aos objectivos gerais, sem perder de
vista a situação concreta (da escola, da matéria, dos alunos) em que serão aplicados.
Seguem as seguintes recomendações.
Especificar, conhecimentos, habilidades, capacidades que sejam fundamentais
para serem assimilados e aplicados em situações futuras na escola e na vida
pratica.
Observar uma sequência lógico, de forma que os conceitos e habilidades estejam
inter-relacionados possibilitando aos alunos uma compreensão.
Expressar os objectivos com clareza, dosar o grau de dificuldade de modo que
sejam compreensíveis aos alunos, expressem desafios, problemas, questões
estimulantes e também viáveis.
Como norma geral, indicar os resultados do trabalho dos alunos (o que devem
compreender, saber memorizar, fazer, etc.)
1.3.IMPORTÂNCIA DOS OBJECTIVOS EDUCACIONAIS.
Toda a prática educativa está orientada necessariamente para alcançar determinados
objectivos através de uma ação intencional e sistemática. Os objectivos expressam, pois,
propósitos definidos explícitos quanto ao desenvolvimento das qualidades humanas que
todos os indivíduos precisam adquirir para se capacitarem para as lutas sociais de
transformação da sociedade.
O professor precisa determinar o que o aluno será capaz no fim do aprendido. Isso
chama-se definir objectivos. O carácter pedagógico da prática educativa está
precisamente em explicitar fins e meios que orientam tarefas da escola e do professor para
aquela direção.
Todo professor consciente ao entrar na sala de aulas sabe perfeitamente o que pretende
conseguir ao iniciar o seu trabalho, ele já tem em mente, mesmo de maneira implícita, os
objectivos a serem atingidos. Um professor que não define os objectivos é comparado a
um barco sem rumo que corre o risco de perder-se no alto mar. Não há prática educativa
sem objetivo.
Por isso, toda a atividade sem nenhuma direção acaba por cair numa falência, numa
vacilação. São os objectivos a base de toda a direção do professor como o aluno e
possibilitam o professor determinar os procedimentos da avaliação do seu trabalho, isto
é a avaliação da atividade do professor e do aluno.
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1.4.OBJETIVOS GERAIS E OBJETIVOS ESPECÍFICOS
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visto como acção recíproca entre a matéria, o ensino e o estudo dos alunos, ou seja, a
matéria a ser transmitida proporciona determinados procedimentos de ensino, que por sua
vez, levam a formas de organização do estudo activo dos alunos.
Os conteúdos de ensino são o conjunto de conhecimentos, habilidades hábitos, modos
valorativos e atitudes de actuação social organizado pedagogicamente e didacticamente;
tendo em vista a assimilação activa e aplicação pelos alunos na sua prática de vida.
Englobam, portanto conceitos, ideias, factos, processos princípios, métodos de
compreensão e aplicação, hábitos de estudo e de convivência social, valores, convicções,
atitudes.
São expresso nos programas oficias, nos livros didácticos, nos planos de ensino e de
aula, nas aulas, nas atitudes e convicções do professor, nos exercícios nos métodos e
formas de organização do ensino. Os conteúdos são organizados em matérias de ensino e
dinamizados pela articulação objectivos-conteúdos-métodos e formas de organização do
ensino, nas condições reais em que ocorre o processo de ensino ( meio social , escola,
aluno , famílias etc).
São de origem, cultural, da ciência, da técnica, da arte e os modos de acção no mundo
expressam os resultados da actividade prática dos homens nas suas relações com
ambiente natural e social.
A escolha dos conteúdos de ensino leva-se em conta não só a herança cultural
manifesta nos conhecimentos e habilidades, mas também a experiencia da pratica social
vivida pelos alunos, isto é , nos problemas e desafios existente no contexto em que
vivemos .Os conteúdos de ensino devem ser elaborados numa perspectiva do futuro,
uma vez que contribuem para a negação das acções sociais vigentes tendo em vista a
construção de uma sociedade verdadeiramente humanizada.
1.5.1. OS ELEMENTOS DOS CONTEÚDOS DE ENSINO
A herança cultural construída pela atividade humana ao longo da história da sociedade é
extremamente rica e complexa, sendo impossível a escola básica abranger todos estes
patrimónios. É tarefa de a Didática destacar o que deve contribuir o objetivo de ensino
nas escolas, selecionando os elementos dos conteúdos a serem assimilados ou apropriados
pelos alunos, em função das exigências sociais e do desenvolvimento de personalidade.
Os conteúdos de ensino se compõem de quatro elementos: conhecimentos
sistematizados, habilidades e hábitos, atitudes e convicções.
Conhecimentos sistematizados:
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É base de instruções e do ensino, os objectivos de assimilação e meio indispensável
para o desenvolvimento global da personalidade. A aquisição e o domínio dos
conhecimentos são condições prévias para os demais elementos, ainda que assimilação
concorra para viabilizar aqueles. Os conhecimentos sistematizados correspondem a
conceitos e termos fundamentais das ciências, factos e fenómenos da ciência e da
atividade quotidiana; leis fundamentais que explicam as propriedades e as relações entre
objetos e fenómenos da realidade, métodos de estudo da ciência e a história da sua
elaboração; e problemas existentes no âmbito da pratica social.
As habilidades:
São qualidades mentais necessárias para a atualidade mental no processo de
assimilação de conhecimentos. Os hábitos são modos de agir relativamente
automatizados que tornam mais eficaz o estudo ativo e independente. Nem sempre é
possível especificar um hábito a ser formado, pois esses hábitos vão sendo consolidados
no transcorrer das atividades e exercícios em que são requeridos. Hábitos podem preceder
habilidades e há habilidades que se transformam em hábitos. Ex: habilidade em leitura
pode transformar-se em hábito de ler e vice-versa.
As atitudes e convicções:
Referem a modos de agir, de sentir e de se posicionar frente a tarefas da vida social.
Orientam, portanto, a tomada de posição e as decisões pessoais frente a situações
concretas. Ex: os alunos desenvolvem valores e atitudes em relação ao estudo e ao
trabalho, á convivência social, á responsabilidade pelos seus actos, á prevenção da
natureza ao civismo etc.
As atitudes e convicções dependem dos conhecimentos e os conhecimentos, por
sua vez influem na formação de atitudes e convicções, assim como ambos depende de
certo nível de desenvolvimento das capacidades mentais.
Os elementos constitutivos dos conteúdos convergem para a formação das capacidades
cognitivas. Estás correspondem a processos psíquicos da actividade mental.
O futuro professor não deve assustar-se com a complexidade da elaboração dos
conteúdos de ensino, pois nenhum desses elementos é considerado isoladamente, mas
reunidos em torno dos conhecimentos sistematizados. O aspecto importante a assimilar,
entretanto, é um sólido conhecimento da matéria e dos métodos de ensino, sem o que será
muito difícil responder as exigências de um ensino de qualidade.
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1.5.2. FACTORES DETERMINANTES NA SELECÇÃO DOS CONTEÚDOS
Devemos partir do princípio de que a escolha e definição dos conteúdos é, em última
instância, tarefa do professor. É ele que tem pela frente determinado alunos, com sua
característica de origem social, vivendo num meio determinado, com certas disposições
e preparo para enfrentar o estudo. O trabalho pedagógico implica preparação desses
alunos para as actividades práticas-profissionais, políticas, culturais – e para isso, o
professor enfrenta duas questões centrais:
_Que conteúdos (conhecimentos, habilidades, valores) os alunos devem adquirir
a fim de que se tornem as exigências objectivas da vida social como a profissão, o
exercício da cidadania, a criação e o usufruto da cultura e da arte, a produção de novos
conhecimentos de acordo com os interesses da classe.
_ Que métodos e procedimentos didácticos – pedagógicos são necessários para
viabilizar o processo de transmissão – assimilação de conteúdos.
São três as fontes que o professor utilizará para seleccionar os conteúdos do plano de
ensino e organizar nas suas aulas:
A programação oficial na qual são fixados os conteúdos de cada matéria
Os próprios conteúdos básicos das ciências transformadas em matérias de ensino.
As exigências teóricas e práticas colocadas pela prática de vida dos alunos, tendo
em conta o mundo trabalho e a participação democrática na sociedade.
1.5.3. CRITÉRIO DE SELECÇÃO DOS CONTEÚDOS (COMO
SELECCIONAR OS CONTEÚDOS).
Os conteúdos de ensino retirados das ciências são objectivos e universais ou reflectem
e interpretações com os interesses de grupos e classes sociais que possuem o poder
política e económico da sociedade. Existe, pois um saber objectivo e universal que
constitui a base dos conteúdos de ensino, mas não se trata de um saber neutro.
A objectividade e universidade dos conteúdos se apoiam no saber científico, que se
constitui no processo de investigação e comprovação de leis objectivas que expressam as
relações internas dos factos e de acontecimentos da natureza e da sociedade.
Dimensão ético-social dos conteúdos é submeter os conteúdos de ensino ao dos
seus determinantes para recuperar o seu núcleo de objectividade, tendo em vista,
possibilitar o conhecimento científico vale dizer, crítico da realidade.
Dimensão ético-social se manifesta em primeiro lugar no tratado científico dos
conteúdos: Nas matérias estudam-se as leis objectivas dos factos, fenómenos da natureza
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e da sociedade, investigando as suas relações internas e buscando a sua essência
constitutiva por de traz da aparência.
Os conteúdos têm um carácter histórico em estreita ligação com o carácter
científico. Os conteúdos escolares não são informações, factos, conceitos, ideias
etc. Que sempre existirão na sua forma actual, registada nos livros didácticos nem
são estáticos e definitivos. Os conteúdos são elaborados e reelaborados conforme
as necessidades práticas de cada época histórica e os interesses sócios vigente em
cada organização social.
Em terceiro lugar a dimensão critica social, implica vinculares os conteúdos de
ensino a exigências teóricas e práticas de formação dos alunos, em função da
actividade de vida pratica.
Em síntese, a dimensão ético-social dos conteúdos correspondem a abordagem
metodológicas dos conteúdos na qual os objectivos de conhecimentos (factos, conceitos,
leis, habilidades, métodos, etc) são aprendidos nas suas propriedades e características
próprias e, ao mesmo tempo, nas suas relações com outros factos e fenómenos da
realidade, incluindo especificamente as ligações nexos sócias que os constituem como
tais ( objectos de conhecimentos ).
O conhecimento é considerado nesta perspectiva, como vinculado a objectivos
socialmente determinados, a interesses concretos a que estão implicadas a tarefas da
educação escolar.
1.6.OS CONTEÚDOS E O LIVRO DIDÁCTICO
Nas considerações anteriores procuramos mostrar que o saber científico expresso nos
conteúdos de ensino é o principal objectivo da mediação escolar. Sua democratização é
uma exigência da humanização, pois ocorre para aumentar o poder do homem sobre a
natureza e sobre o seu próprio destino.
Os livros didácticos se prestam a sistematizar e difundir conhecimentos, mas servem
também para cobrir alguns aspectos da realidade, conforme modelos de descrição e
explicação da realidade consoante com os interesses económicos e sócias dominantes na
sociedade.
Ao seleccionar os conteúdos da série em que irá trabalhar, o professor deve analisar
os textos, verificar como são enfocados os assuntos, para enriquecê-los com sua própria
combinação e a dos alunos, comparando o que se afirma com factos, problemas e
realidades da vivência dos alunos. Ao recorrer ao livro didáctico para escolher os
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conteúdos, elaborar p plano de ensino e de aulas, é necessário ao professor o domínio
seguro da matéria e bastante sensibilidade criticam.
1.7.RELAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNO NA SALA DE AULA
Corroborando com o aspecto sócio emocional, Vasconcellos (1993), diz que a prática
realizada em sala de aula exige do professor o entendimento de como acontece e se
constrói a aprendizagem na vida do ser humano. Para que haja a compreensão deste
processo, é necessário que o professor crie vínculos afetivos com seus alunos, tenha em
mente que o seu aluno é um ser cheio de ideias e experiências próprias, e que precisam
ser escutados para a construção de seu conhecimento.
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O professor não deve ser apenas alguém que aplica conhecimentos pré-produzidos
por terceiros, nem tão somente um agente indicado e manipulado por mecanismos sociais,
mas sim um ator no sentido forte do termo, isto é, um sujeito que assume sua prática a
partir dos significados que ele mesmo dá a realidade, um sujeito que possui
conhecimentos e um saber-fazer provenientes de sua própria atividade e a partir dos quais
ele a estrutura e orienta. Acredita-se ainda que, a sala de aula é o lugar em que há uma
reunião de seres pensantes que compartilham ideias, trocam experiências, contam
histórias, enfrentam desafios, rompem com o velho, buscam o novo, enfim, há pessoas
que trazem e carregam consigo saberes cotidianos que foram internalizados durante sua
trajetória de vida, saberes esses que precisam ser rompidos para dar lugar a novos saberes
(VASCONCELLOS, 1993, p. 35)
O autor enfatiza ainda que o professor para atuar verdadeiramente como tal deve
considerar sempre a realidade da sala de aula, sabendo que é com os alunos que ali estão
que ele terá que trabalhar, mesmo não sendo estes o modelo ideal. O professor deve
provocar o pensar e promover a reflexão crítica e coletiva em sala de aula, propiciar uma
verdadeira atividade de interação que viabilize os processos mentais mais elevados, que
ajudem os alunos a compreenderem a realidade em que estão inseridos.
Todos que vislumbram a carreira de professor devem ter em mente, que somente após
a sua formação inicial a qual recebeu um embasamento teórico, e de ter iniciado o
exercício da prática docente propriamente dita, é que terá a percepção concreta de qual é
de fato a sua postura em sala de aula, “que tipo de professor eu sou, e como o aluno me
vê” O educador precisa estar preocupado tanto com os alunos quanto com o conhecimento
que precisa transmitir, uma vez que, essas inquietações são fundamentais para alcançar
seus propósitos de ensino e aprendizagem e estar convicto de suas responsabilidades
nesse processo. O professor também deve estar disposto a adotar uma prática inovadora
e que dê resultados na aprendizagem de seus alunos, é necessário uma constante reflexão
“do que e como ensinar”, refletindo e percebendo quais os pontos que precisam ser
modificados quais dificuldades podem ser encontradas e como preparar os alunos para
lidar com elas. Sob essa luz comenta (Libâneo, 1994, p. 12) “As dificuldades encontradas
no estudo não podem levar os alunos ao desânimo. O professor deve colocar essas
dificuldades como desafios a vencer.
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CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Libâneo. (1994).
LIBANO, 1. (s.d.).
VASCONCELLOS. (1993).
LIBNEO, José Carlos. Didática. 32. Ed. São Paulo: Cortez, 1994.
LIBNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo:
Salesiana Dom Bosco, 1993.
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