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Introdução

O papel do professor é multifacético, efectivamente ele precisa de reflectir


constantemente sobre a legitimidade dos fins pedagógicos, os objectivos propostos, o
conteúdo apresentado, os métodos utilizados, portanto sobre o sentido social e político
da sua actividade docente educativa. Entrentanto, este trabalho tem como objecto de
reflexão acerca do papel do professor enquanto planificador do ensino. Desta feita,
procuraremos debruçar sucintamente sobre a planificação do ensino na pespectiva de
vários autores.

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O Papel do professor como planificador

Falar do papel do professor enquanto planificador do ensino envolve


necessariamente debruçar sobre a planificação didácta.

A planificação didáctica

A planificação do ensino é a previsão das ações e procedimentos que o


professor vai realizar junto dos seus alunos e, a organização das atividades discentes e
das experiências de aprendizagem, visando atingir os objetivos educacionais
estabelecidos. Nesse sentido, a planificão do ensino é a especificação e
operacionalização do plano curricular (Haydt, 2011).

O professor ao planificar o ensino antecipa, de forma organizada, todas as etapas


do trabalho escolar, cuidadosamente, identifica os objetivos que pretende atingir, indica
os conteúdos que serão desenvolvidos, seleciona os procedimentos que utilizará como
estratégia de ação e prevê quais os instrumentos que empregará para avaliar o progresso
dos alunos.

A planificação, envolve a análise de uma realidade, a reflexão sobre as


condições nela existentes e a previsão de processos de intervenção, visando superar as
dificuldades ou atingir os objetivos ambicionados. O plano tem a conotação de produto
da planificação. Na educação pode-se falar que a planificação é um processo de
racionalização, organização e coordenação de ações, que permitam a concretização de
objetivos que envolvam e articulem a atividade escolar e a problematização do contexto
social. O plano de ensino é um guia organizado em unidades didáticas para um período
de tempo e utilizado para o registro de decisões (LIBÂNEO, 1994).

A planificação didáctica é uma ação de responsabilidade do professor que inclui


a previsão das atividades didáticas, além de planificar as ações docentes, também é um
momento de pesquisa e organização dos aspectos que serão avaliados no decorrer do
ensino. Portanto, a planificação pedagógica na escola prevê o processo de
racionalização, organização e coordenação da ação docente, em articulação à atividade
docente e o contexto social. Vale advertir, que tudo que ocorre no cenário escolar está
recheado de influências econômicas, políticas e culturais, isto quer dizer que os
elementos que constituem a escola são influenciados diretamente pela sociedade.

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Assim, a planificação não se trata apenas de preencher formulários para o
acompanhamento de atividades pelo coordenador pedagógico da escola. A planificação
escolar tem a função de explicitar princípios, diretrizes e procedimentos que assegurem
a conexão entre as atividades da escola e as exigências da sociedade atual, que exige
participação democrática.

O plano é a formalização sistematizada e justificada de um conjunto de decisões


tomadas, relativas à ação, envolvendo desse modo, uma discussão prévia sobre os fins e
objetivos da planificação. Não se apresenta como um documento rígido e absoluto,
variando conforme os diferentes momentos do processo de planificar, envolvendo
naturalmente desafios e contradições.

A planificação deve constituir preocupação permanente do professor. O docente


necessita ver seu objetivo como um momento de chegada e trabalhar as competências
em função dele. Só desse modo o professor deixa de ser um simples executor e
transforma-se em um profissional capaz de atribuir um sentido ao seu trabalho.

A primeira parte da planificação envolve o diagnóstico da realidade. Nesse


momento, o professor tendo por referência o seu envolvimento com o espaço escolar e
comunitário, deve perceber quais são as necessidades dos estudantes, da comunidade e

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do próprio ambiente escolar. Na segunda parte, o professor, atendendo ao diagnóstico,
define os objetivos para que se alcance a aprendizagem pretendida.

Na fase da seleção dos conteúdos o professor deverá relacionar o que ensinar e


quando ensinar. Na posse dos conteúdos anteriormente selecionados e considerando os
objetivos, o professor deverá apresentar os procedimentos pedagógicos a utilizar. No
momento da escolha dos recursos didáticos, o docente seleciona os recursos (vídeo,
computador, data show, etc.) que serão utilizados. Ao estruturar o plano de ensino, o
professor especifica e prevê a sua operacionalização, apresentando as ações e
procedimentos que irá realizar na sala de aula e os materiais que se pretende usar. Na
avaliação, o professor estabelece as diversas formas de como medir o aprendizado dos
estudantes. Isso pode ocorrer por intermédio de provas escritas e orais ou envolver a
experimentação.

O feedback ou retroalimentação pode vir dos estudantes, de outros professores,


da comunidade ou mesmo ser oriundo da sociedade em geral. Quando o professor
realiza uma autoavaliação e percebe que o caminho seguido não alcançou o resultado
pretendido, é fundamental que aconteça o replanejamento. Por seu intermédio se
reinicia o processo, procurando atender às necessidades de aprendizagem dos
estudantes.

Assim, no que se refere ao aspecto didático, planificar é:

 analisar as características dos educandos (aspirações, necessidades e


possibilidades dos alunos);
 refletir sobre os recursos disponíveis;
 definir os objetivos educacionais considerados mais adequados, visando atingir
os objetivos educacionais estabelecidos;
 selecionar e estruturar os conteúdos a serem assimilados, distribuindo-os ao
longo do tempo disponível para seu desenvolvimento;
 prever e organizar os procedimentos do professor, bem como as atividades e
experiências de construção do conhecimento consideradas mais adequadas para
a consecução dos objetivos estabelecidos;
 prever e escolher os recursos de ensino mais adequados para estimular a
participação dos alunos nas atividades de aprendizagem;

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 prever os procedimentos de avaliação mais condizentes com os objetivos
propostos.

Algumas vezes, o professor não faz por escrito o seu plano, isto é, não anota as
conclusões a que chegou, no entanto, ele planifica mentalmente as etapas de sua atuação
na sala de aula, prevendo as suas atividades e as de seus alunos. Quando ele não anota
as suas previsões, pode correr o risco de se perder ao executar o que planificou, pois a
memória pode falhar, fazendo-o esquecer os procedimentos previstos. Por isso, é
aconselhável que se faça o registro por escrito das conclusões da planificação didática.
A forma de registro vai depender de cada professor, mas o que se recomenda é que ele
faça as anotações de modo simples, claro e preciso.

A professora Irene Carvalho diz que "os planos devem ser pessoais. Precisam
retratar a personalidade do professor, suas concepções individuais, sua capacitação
profissional. Planos elaborados por outros, ou mesmo por equipes de educadores,
poderão ser consultados como fontes de ideias, mas nunca deveremos copiá-los. Todo
trabalho didático tem de ser criativo, jamais repetitivo”.

Claudino Piletti, em sua obra “didáctica geral” estabelece três etapas da


planificação:

Apresentação: nesta fase, o professor vai procurar identificar e estimular os


interesses dos alunos, tentando aproveitar seus conhecimentos anteriores e relacioná-los
ao tema da unidade. Dentre as atividades desta etapa podemos relacionar: pré-teste para
sondagem das experiências e conhecimentos anteriores dos alunos; diálogo com a
classe; aula expositiva para introduzir o tema, comunicando aos alunos os objetivos da
unidade; apresentação de material ilustrativo para introdução do assunto (cartazes,
jornais, revistas etc.).

Desenvolvimento: nesta fase, o professor organiza e apresenta situações de


ensino aprendizagem que estimulem a participação ativa dos alunos, tendo em vista
atingir os objetivos específicos propostos (conhecimentos, habilidades e atitudes). Entre
as atividades realizadas nesta etapa podemos indicar: solução de problemas, projetos,
estudo de textos, estudo dirigido, pesquisa, experimentação, trabalho em grupo.

Integração: nesta fase, os alunos farão uma síntese dos conhecimentos


trabalhados durante o desenvolvimento da unidade. Para a realização dessa síntese, são

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sugeridas as seguintes atividades: elaboração de relatórios orais ou escritos que
sintetizem os aspectos mais importantes da unidade; organização de resumos e de
quadros sinóticos.

No que se refere a essa terceira etapa, diz a professora Irene Carvalho


"completado o estudo de todas as subunidades, deverá ser recomposta a unidade no seu
todo. O melhor meio para alcançar esse objetivo é levar os alunos a organizar um
quadro sinótico completo e abrangente, no qual figurem todos os conhecimentos
essenciais da unidade.

De início, os discentes terão de ser cuidadosamente orientados pelo professor,


diminuindo-se essa tutela à medida que eles vão dominando a técnica de condensar e
organizar o pensamento".

Na planificação da aula, o professor especifica e operacionaliza os


procedimentos diários para a concretização dos planos de curso e de unidade. Ao
planificar uma aula o professor:

 prevê os objetivos imediatos a serem alcançados (conhecimentos, habilidades,


atitudes); — especifica os itens e subitens do conteúdo que serão trabalhados
durante a aula;
 define os procedimentos de ensino e organiza as atividades de aprendizagem de
seus alunos (individuais e em grupo);
 indica os recursos (cartazes, mapas, jornais, livros, objetos variados) que vão ser
usados durante a aula para despertar o interesse, facilitar a compreensão e
estimular a participação dos alunos;

Tipos de planificação

A planificação possibilita e permite à escola e ao professor, organizar


antecipadamente a ação didática, possibilitando atender mais facilmente aos objetivos
desejados, superar as dificuldades, evitar a improvisação, aumentar a economia de
tempo e eficiência na ação.

Segundo Fonseca e Sonia (2016), no âmbito da educação é possível encontrar


vários tipos de planificação:

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A planificação do sistema educacional em nível nacional, estadual ou
municipal, vem refletindo a política de educação adotada. Ele deve ser executado por
toda a equipe da instituição de ensino, abarcando a tomada de decisões no que diz
respeito aos objetivos a serem alcançados e a previsão de ações desenvolvidas pela
escola. Está relacionado à previsão por todos aqueles que participam do processo
pedagógico da escola,

A planificação curricular integra o desenvolvimento dos conteúdos


programáticos, previstos nos diversos componentes curriculares a serem desenvolvidos
ao longo do curso. Enquanto que o planejamento didático ou de ensino envolve a
especificação 56 Didática Geral e a operacionalização do plano curricular e prevê as
ações que o professor irá realizar tendo em vista atingir os objetivos educacionais
estabelecidos, envolve a organização das atividades dos estudantes e as suas
experiências de aprendizagem.

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Considerações finais

Após uma abordagem concisa e objectiva, o grupo chegou a conclusão que a


planificação do ensino é a previsão das ações e procedimentos que o professor vai
realizar junto dos seus alunos e, a organização das atividades discentes e das
experiências de aprendizagem, visando atingir os objetivos educacionais estabelecidos,
Nesse sentido, a planificão do ensino é a especificação e operacionalização do plano
curricular.Porisso o professor ao planificar o ensino antecipa, de forma organizada,
todas as etapas do trabalho escolar, cuidadosamente, identifica os objetivos que
pretende atingir, indica os conteúdos que serão desenvolvidos, seleciona os
procedimentos que utilizará como estratégia de ação e prevê quais os instrumentos que
empregará para avaliar o progresso dos alunos. A planificação, envolve a análise de
uma realidade, a reflexão sobre as condições nela existentes e a previsão de processos
de intervenção, visando superar as dificuldades ou atingir os objetivos ambicionados. O
plano tem a conotação de produto da planificação. Na educação pode-se falar que a
planificação é um processo de racionalização, organização e coordenação de ações, que
permitam a concretização de objetivos que envolvam e articulem a atividade escolar e a
problematização do contexto social. O plano de ensino é um guia organizado em
unidades didáticas para um período de tempo e utilizado para o registro de decisões.

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Bibliografia

 PILETTI, Claudino. Didática geral. 8. ed. São Paulo, Ática, 1987.


 IIAYDT, Regina Célia Cazaux. Crise na educação: por quê? Thot —
Revista da Associação Palas Athena, n. 22, São Paulo, dezembro de
1980. _____. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. São Paulo,
Ática, 1988.
 José Libâneo - Didática, velhos e novos tempos [pdf] Disponivel em:
https:// www.passeidireto.com/arquivo/5172850/jose-libaneo---didatica-
velhos-e-novostempos-pdf Acesso em

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