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REPÚBLICA DE ANGOLA

DIRECÇÃO PROVINCIAL DA EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA

TEXTO DE APOIO DE HISTÓRIA

8ª CLASSE

ANO LECTIVO /2017

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TEMA I: A EXPANSÃO EUROPEIA E O COMÉRCIO Á ESCALA MUNDIAL
NOS SÉCULOS XVII E XVIII.

Factores e condições que contribuíram para a expansão no mundo Ibérico.

Introdução

Expansão europeia- é um período em que a os europeus desenvolveram a navegação


saindo das suas fronteiras, para criar feitorias e colónias em África, América e Ásia.

Os objectivos dessas viagens marítimas eram essencialmente o controlo do comércio a


nível mundial.

Os avanços científicos e técnicos transmitidos pelos Genoveses (Itália) Garantiram a


realização dessas viagens.

-FACTORES QUE CONTRIBUIRAM PARA A EXPANSÃO MARITIMA


EUROPEIA.

Os factores que contribuíram para a expansão marítima Europeia foram: factores


económicos e factores técnicos científico.

Os factores económicos estão subdivididos em:

-O monopólio comercial árabe-italiano;

-A necessidade do ouro para o desenvolvimento da actividade mercantil;

-A procura de novas rotas para o oriente.

Os factores técnicos científico estão subdivididos em:

-O desenvolvimento da ciência e da técnica,

-A imprensa;

-Os instrumentos Náuticos: bussola, o astrolábio, o quadrante, o leme, a vela triangular


ou vela latina e ainda tecnologias militares (pólvora)

-A caravela e a Nau;

- Armas de fogo.

1-O MONOPOLIO COMÉRCIAL ÁRABE- ITALIANO

Com o controlo, pelos italianos, do comércio de produtos orientais no mediterrâneo e,


pelos árabes, do comércio no Índico. Os mercadores europeus tinham de pagar preços
muito elevados pelas mercadorias comercias não permitindo grandes lucros dos artigos
que satisfaziam o luxo dos nobres e ricos.

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Tornava-se necessário aos europeus encontrarem uma via que os conduzisse
diretamente a fonte dos produtos orientais.

2-A NECESSIDADE DO OURO PARA O DESENVOLVIMENTO DA


ACTIVIDADE MERCANTIL.

O desenvolvimento do comércio na Europa principalmente no oriente, tornava-o cada


vez mais necessário para a cunhagem das moedas com as quais se comprovam e
vendiam as mercadorias orientais.

3-A PROCURA DE NOVAS ROTAS PARA O ORIENTE.

Com as informações obtidas de marinheiros e comerciantes através das narrativas de


viagem que chegavam ao público com o aperfeiçoamento da imprensa, sabia-se que o
ouro provinha do Oriente da Índia. Para alcançarem o que pretendiam, os europeus
optaram por contornar o continente africano, seguindo a rota atlântica para entrarem no
Índico.

4-O DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA E DA TÉCNICA.

A burguesia promoveu o desenvolvimento científico e técnico, abrindo na Europa


universidades de estudos de Astronomia, Física, Matemática, Geografia e Medicina.

-A Bússola: Introduzida no ocidente pelos árabes que adoptaram dos chineses, permitia
a navegação durante a noite.

-O astrolábio: permitia a medida da latitude.

-O quadrante: permitia determinar a posição dos navios no alto mar.

-A Imprensa: foi aperfeiçoada no século XV pelo Alemão Gutenberg que inventou os


caracteres, móveis em metal, permitia a divulgação de conhecimentos a um público
mais vasto.

- A caravela e a nau: No século XVI, os europeus inventaram naus para viagens de


longo curso que eram navios de maior tonelagem em carga e tripulação que as
caravelas.

-As armas de fogo- os europeus construíram armas como o fúsil e os arcabuzes, nas
quais introduziam pólvoras (inventada pelos chineses) serviam de instrumentos de
defesa e de ataque.

-Condições da expansão europeia;

-A expansão portuguesa e espanhola.

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CONDIÇÕES DA EXPANSÃO EUROPEIA

Os povos ibéricos (portugueses e espanhóis) foram os impulsionadores da expansão


marítima europeia porque reuniam no século XV condições: religiosas, sociais,
políticas, geográficas e técnicas.

Chamamos mundo ibérico aos países como Portugal e Espanha por estarem situados na
península ibérica. EX: - Os portos da Andaluzia e de Portugal situadas nas grandes vias
comerciais dos italianos enriqueceram, acumularam capitais e desenvolveram as suas
indústrias e experiências.

Condição Geográficas - A posição geográfica, bons portos e mares navegáveis quer para
Oeste ou para Sul do Atlântico e a experiência de navegação recebida de marinheiros,
geógrafo, árabes – italianos.

Condições Políticas - A burguesia e a monarquia uniram-se para custiarem a empresa da


expansão. A primeira para desenvolver o comércio e a segunda para fortalecer o seu
poder.

Motivações Religiosas - O combate ao islamismo e a conversão ao cristianismo.

A EXPANSÃO PORTUGUESA

Portugal vai ser o país pioneiro nas viagens de descobertas que desde o início do século
XV alargaram os horizontes do mundo conhecido pela europa ao tentar controlar o
mercado mundial tanto em África como no Índico.

Destacam-se algumas regiões conquistadas por eles.

Ano Descobridores Regiões


1415 D.JoãoI / D.Henruques
Ceuta
1444 Dinis Dias Cabo Verde
1460 Pedro Sintra Serra Leoa
1482 Diogo Cão Foz do Rio Zaire
1487 Bartolomeu Dias Cabo da Boa Esperança
1498 Vasco da Gama Calecute (India)
1500 Pedro Alvares CabralBrasil
1492 Cristóvão Colombo Ás ilhas de cuba e Haíti na
América
A viagem de circum –navegação comandada por Fernão de Magalhães, entre 1519-
1522 pela primeira vez, o homem andava á volta do mundo dando provas da
esfericidade do globo terrestre.

A EXPANSÃO ESPANHOLA

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A conquista da América pelos espanhóis deu-se em 1492, com a chegada de Cristóvão
Colombo: Cuba e Haiti (Espanhola).

O conhecimento do novo mundo (América) acentuou as contradições já existentes entre


Portugal e Espanha cuja a competição começou no século XIV com a disputa das
canárias, mais tarde os espanhóis também queriam participar no comércio com a costa
de África.

-Em 1479 o tratado de Alcáçova estabelecia um primeiro entendimento entre os países


ibéricos: Portugal desistia de quaisquer direito sobre as canárias e Espanha reconhecia
aos portugueses o domínio exclusivo da costa de África e de outros arquipélagos do
atlântico.

- Em 1494 chegaram a um acordo através do tratado de Tordesilhas no qual ficou


estabelecida a divisão do mundo em dois hemisférios por meio de um meridiano traçado
a 370 léguas de Cabo Verde cabendo ao hemisfério ocidental a Espanha e o oriental a
Portugal.

Conclusão: A rota atlântica teve grande importância porque permitiu:

-A possibilidade de contornar o continente africano.

-Uma nova rota marítima para o oriente;

-A existência de um novo continente á América;

-A esfericidade da terra com a viagem de circum-navegação.

O CONTRIBUTO DO MUNDO ÁRABE (FILOSOFIA, ASTRONOMIA,


MATEMÁTICA E NAVEGAÇÃO).

Os árabes, povos de tradição guerreira fizeram da sua religião( islamismo) motivo para
criação de um enorme império.

O império árabe permitiu o encontro de muitos povos, culturas e civilizações.

E o resultado do interesse profundo dos árabes pelo saber.

Os muçulmanos permaneceram cerca de 800 anos na península ibérica, deixando um


legado cultural que permanece até hoje.

-Filosofia: Criaram bibliotecas e fundaram escolas. (Os médicos, cientistas árabes e


filosofos) deu a conhecer Aristóteles ao mundo ocidental.

-Astronomia-Foram feitas pesquizas importantes nos observatórios astronómicos de


Bagdad e Damasco.

Estudavam a posição dos astros e inventaram calendários.

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-Matemática: introduziram o sistema de algarismo árabe no ocidente e aperfeiçoaram a
álgebra.

-Navegação: O mar mediterrâneo, a mais importante via comercial tornou-se o «lago


muçulmano» fazendo deste povo um intermediário entre o oriente e o ocidente a
introdução da bússola mercantil melhorou a navegação.

A EMERGÊNCIA DE NOVOS IMPÉRIOS COLONIAIS EUROPEUS:


HOLANDÊS, FRANCÊS E INGLÊS.

- O IMPÉRIO COLONIAL HOLANDÊS

Introdução

Nos séculos XVII e XVIII, o domínio europeu sobre os outros continentes alargou-se
disputado por novas potências, o centro que comandava a economia mundial deslocou-
se dos países ibéricos para Holanda , França e depois para a Inglaterra. Eram na verdade
estes que reuniam melhores condições para alcançar a supremacia colonial.

O IMPÉRIO COLONIAL HOLANDÊS

Nos meados do século XVII os holandeses ocupavam numerosas feitorias e colónias, os


seus navios cruzavam os mares europeus transportando todas as especiarias de
mercadorias.

A Holanda- conhecida como províncias unidas, tinham alcançado algumas


prosperidades graças a pecuária e a indústria têxtil. A existência de excedentes destes
produtos, a necessidade de importarem cereais e madeiras e sobretudo a experiência do
mar, fizeram desde, cedo dos holandeses grandes mercadores e marinheiros.

A cidade de Amsterdão conseguiu implantar Lisboa e Servilha e o grande entreposto de


Antuérpia.

Nos princípios do século XVII, esta república de mercadores governada, por uma
assembleia, os estados gerais gozavam de todas as condições:

-Uma economia activa; capitais abundantes e uma enorme frota mercantil para se lançar
na conquista dos grandes espaços marítimos.

Por isso os holandeses fundaram grandes companhias de comércio com o apoio do


estado. As principais foram:

-A companhia das índias orientais fundadas em 1602 e as companhias das índias


ocidentais 1621.

O império holandês era fundamentalmente uma Talassocracia, porque os mares eram o


seu campo de acção, o comércio e o negócio as suas fontes de riquezas.

Talassocracia-Palavra de origem grega.

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ThalassaKratía= poder ou domínio dos mares.

Thalassa = Mar

Kratía = Poder

Com as companhias comerciais o capitalismo adquiriu, uma nova dimensão alargando-


se a muito mais gente.

Os territórios que eles ocuparam são: Portugal, Holanda, Inglaterra e França.

Canadá, Antilhas e Senegal.

O IMPÉRIO COLONIAL FRANCÊS

O estado francês promoveu a colonização e adoptando uma política mercantilista os


quais concedeu grandes privilégios:

-A companhia das índias ocidentais;

-A companhia do senegal;

-A companhia das índias orientais.

Os franceses fixaram-se em diversas zonas do Atlântico. Ex:-No Canadá dedicavam-se


ao comércio de madeiras, peles e óleos de animais e plantas tintureiras em S` Domingos
e Martinica etc.

-Nas Antilhas desenvolveram plantações de açúcar.

- No Senegal asseguram o abastecimento de escravos para as suas plantações das


américas.

No entanto, os países ibéricos continuavam a possuir importantes domínios.

A Espanha alargava a sua implantação territorial nas Américas. Portugal embora


perdendo a maior parte dos seus domínios no oriente com a colonização do Brasil
açúcar e tabaco que prosperam graças a mão-de-obra de escravos africanos.

A SUPREMACIA COLONIAL INGLESA EM 1600

Os ingleses fundaram a companhia das índias orientais inglesas.

Os governos em Inglaterra fizeram sempre por todos os meios triunfar os interesses


mercantis e coloniais e o seu país, porque a burguesia inglesa alcançaram um papel
social e político preponderante.

O 1º rival a abater foi Holanda, o seu prestígio começou a declinar quando Cromwell
um governador inglês decretou o acto de navegação em 1651, segundo esta lei nenhum
navio estrangeiro poderia abastecer a Inglaterra com mercadorias que não fossem

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produzidas no seu país de origem a partir daí o comércio inglês, expandiu-se e em 1700
Londres tornou-se o maior entreposto do comércio mundial.

Em meados do século XVII, os conflitos entre a França e a Inglaterra foram


inevitáveis. Estes desenvolveram-se na India e na América do Norte.

Ao Obter uma vitória esmagadora a Inglaterra ganhou pelo Tratado de Paris de 1763, o
Canadá a margem esquerda do Mississípi e o senegal em África.

Conclusão: Tanto na França como na Inglaterra havia condições favoráveis para a


colonização de novos territórios.

1-Tratava-se de países com uma população numerosa;

2-Nestes países ocorreram prolongadas lutas políticas e religiosas que arrastavam muita
gente para a emigração.

CONSEQUÊNCIAS ECONÓMICAS DA EXPANSÃO EUROPEIA.

-UMA ECONOMIA Á ESCALA MUNDIAL.

INTRODUÇÃO

A expansão marítima europeia, veio abrir através dos oceanos uma rede de rotas
comerciais que passam a ligar todas as regiões do mundo, dando lugar no século XVI á
1ª economia á escala mundial.

AS CONSEQUÊNCIAS ECONOMICAS DAS EXPANSÃO EUROPEIA SÃO:

1-Uma economia á escala mundial;

2-As transformações na Europa no século XVI;

3-A acumulação capitalista nos diferentes países da europa.

4-Reflexo do encontro mundial de cultura.

UMA ECONOMIA Á ESCALA MUNDIAL

No século XV o mundo era ainda um mosaico de economias regionais com a


expansão de Portugal e Espanha, a situação altera-se profundamente.

A rota atlântica liga a Europa á África e as Américas e une estes continentes:

-A rota de Cabo, penetra no comércio indiano;

-A rota do extremo oriente atinge a china e o Japão;

-A rota de Manila liga a costa ocidental das Américas às Filipinas e a todos extremos
oriente.

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Nestas rotas passaram a circular grande parte da riqueza mundial.Ex: Metais e produtos
manufacturados da Europa, especiarias e perfumes da India, Ouro e prata da América e
espanhola, escravos e outras mercadorias de África, etc.

Com o desenvolvimento do comércio, a produção passa a dirigir-se a um mercado


mundial através do qual se estabelecem os espaços de acordo com a maior ou menor da
procura de cada produto.

Podemos falar de uma mundialização de economia pois quase todas as regiões do


mundo que começam a estar em contacto entre si e a influenciar á produção e preços em
cada um deles.

- TRANSFORMAÇÕES NA EUROPA NO SÉCULO XVI.

O comércio colonial dava grandes lucros, pois, as mercadorias eram garantidas por
trabalhadores escravos (açúcar, prata e ouro americano), que eram pagos a preços muito
baixos. Outros produtos, provinham do Oriente (especiarias e tecidos). Esses produtos
eram vendidos na Europa, á preços muito altos, proporcionando grandes lucros.

A burguesia Europeia pode assim fazer grandes fortunas. Essas fortunas eram investidas
noutros negócios que davam mas lucros isto é, novo investidos e assim sucessivamente.

O comércio colonial permitiu a acumulação capitalista dando origem a um tipo de


economia a que chamamos capitalismo comercial.

A acumulação capitalista na Europa é ainda facilitada pela evolução dos preços e dos
salários. O século XVI é um período de grande subida de preços a Inflação que é por um
aumento da procura a que não corresponde a um igual aumento da oferta.

O aumento da procura no século XVI deveu-se sobretudo:

-Ao crescimento demográfico, que fez aumentar o número de consumidores;

-A abundância de metais preciosos vindo da América e espanhola.

-Aumento a massa monetária em circulação e estimulando assim o consumo.

A ACUMULAÇÃO CAPITALISTA NOS DIFERENTES PAÍSES DA EUROPA.

A acumulação de capitais não se fez da mesma forma em todos os países da Europa.

Lisboa e Servilha, os grandes centros peninsulares nunca dominaram a distribuição e


venda das mercadorias coloniais na Europa.

A maior parte do século XVI a Antuérpia na Flandres foi o eixo do comércio


internacional, o ponto de encontro de negócios.

O comércio colonial exigia grandes investimentos, por isso Portugal e Espanha tiveram
de recorrer, muitas vezes aos empréstimos dos grandes mercadores e banqueiros. Estes

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factos permitiram aumentar a prosperidade de capitalistas Alemães como os Fugger e os
Welser e Italianos, como os Affataddi entre outros.

A política de Portugal e Espanha, não foi uma política de desenvolvimento, mais sim de
transporte. Porquê os seus principais recursos vinham de comércio com outros países da
Europa, beneficiando aos países exportador.

Os grandes beneficiários da expansão foram algumas zonas da Itália e da Alemanha, a


Inglaterra, a França e os países baixos.

-REFLEXOS DE ENCONTRO MUNDIAL DE CULTURAS. (EUROPA,


ÁFRICA, AMÉRICA E A ÁSIA)

1- Europa: as relações com outros continentes, tiveram na europa várias repercussões:

-Aumento de conhecimentos em muitos domínios, como a geografia, ciências naturais e


medicina.

-houve alterações na alimentação e noutros hábitos do quotidiano. EX: o açúcar, as


especiarias tornavam-se produtos de uso corrente a introdução do milho, mais do feijão
e da batata (planta americana) o uso do tabaco (India) do chá (China) do Café (Etiópia)
e do cacau (México).

2-África:

O tráfico de escravos destinados sobretudo às plantações e minas da América constituiu


para a África uma sangria de milhões de pessoas.

-Introdução de plantas alimentares como milho e a mandioca (plantas americanas)


tornavam-se a base de alimentação da maioria dos africanos.

3-América:

-Os europeus começaram por destruir as antigas civilizações ameríndias (Maia, Azteca,
Inca).

- No especto religioso, a acção dos missionários (Jesuítas Franciscanos e dominicanos)


levou a conversão forçada ou voluntária dos Índios ao catolicismo.

-Os tranços africanos estão presentes na cultura brasileira no caso da música (Semba) de
cultos religiosos (macumba) e da culinária.

4-Ásia:

-Os europeus encontraram civilizações muito desenvolvidas e pouco receptivas a


mudança na sua cultura (no caso da India, China e pérsia) por isso a presença europeia
foi superficial.

-Os europeus levaram animais e plantas de outros continentes e alguns conhecimentos


científicos e técnicas do ocidente.

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CONCLUSÃO

O contacto entre as populações europeias, americanas, africanas e Asiáticas, deu origem


a um complexo processo de aculturação. Entre as quais, a que mais sofreu influência
cultural foi a população Americana

Aculturação: fenómeno resultante do encontro de culturas provocando influências


recíprocas.

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TEMA II: A ERA DO TRÁFICO DE ESCRAVOS NEGROS.

INTRODUÇÃO

Até ao século XV, em África desenvolveram-se várias civilizações ao nível político,


económico, social e cultural. Mas no Século XV, o sentido da História mudou
brutalmente, quando os Europeus se expandiram económica e geograficamente,
intervindo directamente na evolução das sociedades africanas.

Do século XVII á XVIII, a África foi um palco de um dos maiores genocídios que a
História da humanidade registou: Milhões de africanos foram arrancados violentamente
das suas terras em quanto que enriquecia a burguesia mercantil. Este período foi
designado por Era de Tráfico de Escravo.

A ESCRAVATURA EM ÁFRICA

Em África, a escravidão existia desde os tempos remotos, era uma escravatura


doméstica ou patriarcal. Muitos dos grandes trabalhos públicos ou domésticos
eram executados por escravos.

O escravo era considerado um membro da comunidade, vivia integrado na família,


tinha direitos cívicos e de propriedades. No Congo houve escravos possuidores de
outros escravos.

Com o comércio do Atlântico, a escravatura africana mudou de natureza, tornando-


se comercial.

No início apenas os estrangeiros eram vendidos, por isso os chefes africanos


organizavam guerra, muitas vezes com o auxílio dos traficantes europeus. Com o
desenvolvimento do sistema os cativos ou prisionais não eram suficientes e os
próprios membros da comunidade começaram a ser atingidos.

O.B.S:A origem da situação de escravos estava na guerra ou na violação da lei, no


entanto podiam libertar-se pelo trabalho casar com os filhos dos senhores ou
herdar os seus bens.

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Tema II-A Era do Tráfico de Escravos Negro

ORIGEM DO TRÁFICO NEGREIRO

CAUSAS DO TRÁFICO DE ESCRAVOS NEGRO

Introdução

Até ao século XVI, a África produzira civilizações que se destacaram pelo seu
nível de organização económica, politica social e cultural. Foi o caso dos reinos
do Congo, Benim e Songhai, Ghana e Mali.
A partir do século XVI o sentido da história africana mudou brutalmente com a
expansão da Europa, passando a intervir na evolução das sociedades africanas.
Do século XVI ao século XVIII a África foi o teatro de um dos maiores
genocídios que a história da humanidade conheceu: milhões de africanos
foram arrancados violentamente das suas terras e do seu meio social para
enriquecer uma burguesia mercantil sedenta do ouro de outros produtos
preciosos.
É este período que se designa por «era do tráfico» - para a África é «período de
acumulação primitiva de capital» - para a Europa.
Enquanto para os europeus especialmente para as suas classes dominantes o
tráfico significou ouro, marfim, especiarias, açúcar, tabaco, etc… riqueza e
desenvolvimento.
Para os africanos significou extermínios, expulsão e deslocação, perda dos
seus filhos e degradação da economia.

CAUSAS DO TRÁFICO NEGREIRO


1- A mudança do tráfico transariano no século XV, para rota atlântica;
2- A expansão económica e geográfica da Europa;
3- O desenvolvimento do sistema capitalista;
4- A descoberta do continente americano.
O.B.S:A causa principal que esteve na base do tráfico de escravos
negros, foi a necessidade de mão-de-obra para as plantações e minas da
América.

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OS PROTAGONISTAS DO TRÁFICO NEGREIRO
CONDIÇÕES
PRINCIPAIS MÉTODOS DE OBTENÇÃO
CLASSIFICAÇÃO

OS PROTAGONISTAS DO TRÁFICO NEGREIRO


Os protagonistas que participaram durante o tráfico de escravos foram:
Classe dominante europeia, constituída por sacerdotes, comerciantes e
outros chefes;
Classe dominante africana, constituída por reis, sobas, chefes das
tribos.
Inicialmente os escravos eram obtidos pela compra (troca e venda) mais
tarde passou a ser obtida pelas guerras de kuata-kuata que eram
efectuadas nas sanzalas com o objectivo de apanhar maior número de
escravos.
CONDIÇÕES DO TRÁFICO DE ESCRAVOS
1- Nos mercados os escravos eram examinados como gados avaliados, e
vendidos em leilão;
2- Os escravos eram colocados em locais próprios, empilhados em
lugares húmidos e mal iluminados em quanto aguardavam pelo
embarque;
3- Os navios negreiros eram especiais com a capacidade de 500 á 600
escravos amarrados em correntes e em condições péssimas de higiene
e alimentação:
4- Depois de adquirido, o escravo era marcado com um ferro em brasa,
com as iniciais do nome do comprador;
5- Uma parte dos escravos morria durante a viagem.

Nas plantações e nas minas a violência continuava não havendo


qualquer legislação que defendesse e protegesse os trabalhos dos
escravos, pois estes eram considerados como objectos, para tal eram
designados como *peças da Índia ou madeira do ébano*, pois, tal
como a madeira eram abatidos, vendidos, transportados e entregues.

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Principais métodos de obtenção dos escravos
1- Os traficantes mandavam comprar os escravos aos povos mais
afastados, junto das fronteiras do Congo e Angola;
2- Obtinham os escravos através da imposição;

3- Aquisição de escravos através de guerras direitas.

Classificação dos escravos

Os negreiros classificavam os escravos segundo a sua idade, robustez, e


estado de saúde.

Assim existiam as seguintes classificações dos escravos:

Cayor - escravos de guerra e revolta;

Bárbaros - escravos estúpidos;

Costa do ouro (Ghana) - Homens fortes;

Congo – escravos com qualidades;

Peças da Índia – jovens sem qualquer deficiência física;

Microns - escravos sem dentes.

As feitorias
Os primeiros europeus a desembarcarem nas costas africanas,
foram os navegadores portugueses, movidos por interesses lucrativos e
de aventuras.
Os primeiros contactos entre os reis da Europa e de Africa, foram
contactos de igualdade e de aliança, relações diplomáticas ligadas as
relações comerciais.

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Este tipo de relações não durou muito tempo, devido a ganância
do lucro do poder por parte da classe dominante europeia. No fim do séc.
XV o escravo negro tornou-se o elemento essencial das trocas entre a
África e a Europa.
O tráfico negreiro só foi possível com a participação de alguns
chefes tradicionais e soberanos africanos, acelerando o processo de
formação de classes e o reforço do poder em alguns estados africanos.
Para os europeus atingirem os seus Objectivos o tráfico de
escravos processava-se nas seguintes condições: caça, compra, transporte
e venda.

O papel das feitorias


Para fazerem o comércio os europeus fundaram feitorias
(pequenos estabelecimentos comerciais por vezes fortificados)
As feitorias que tiveram um duplo papel:
1- Foram pontos de escala para os navios que se dirigiam a
Índia ou a América.
2- Foram entrepostos e lugares de trocas entre traficantes
europeus e africanos.
Os produtos trocados nas feitorias eram, do lado dos europeus:
tecidos, espelhos, adornos armas de fogo e pacotilhas.
Do lado dos africanos: o ouro a malagueta, o marfim, ferro
trabalhado, carapaças de tartaruga e escravos.
Os grandes núcleos deste comércio eram: À casa mansa (Guine)
São George da Mina (Gana) costa dos Camarões, Foz do Rio Zaire,
região do Cabo e costa oriental.

Início e Desenvolvimento do tráfico.


Os primeiros navegadores portugueses levaram para Lisboa
alguns escravos que designavam por Mouros, capturados através de
assaltos ao acompanhamento Tuaregues em aldeias negras do Senegal.

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Em 1500 é levado para Lisboa o 1º grande carregamento de
escravos, a volta de 263. A partir de 1510 um décimo da população de
Lisboa era composto por escravos negreiros.
Alguns destes escravos eram utilizados como mão-de-obra na
agricultura no Algarve, Madeira e Açores.
No princípio do século XVI, os portugueses instalaram
plantações de cana-de-açúcar nas ilhas de Cabo-Verde e São Tomé.
Para esta cultura recrutaram escravos na Costa do Senegal, Ghana e
Benim.
Depois da conquista da América a mão-de-obra africana era cada
vez mas necessária a medida que a América era explorada nos seus
recursos agrícolas e minerais.
Em 1515, partiu para a Europa o 1º carregamento de açúcar
produzido por escravos nas Antilhas. E em 1518 surgiu o asiento isto é o
direito de comprar escravos em África e vende-los na América mediante
as condições especiais e precisas, estabelecidas pelo rei de Espanha.
Nas Antilhas e no Brasil, desenvolveram-se as culturas do
açúcar, tabaco, algodão e café. A exploração mineira tinha como
objectivo o ouro e a prata necessárias para expansão do capitalismo
europeu.

O comércio triangular

Com a conquista da América o tráfico negreiro não só aumentou como tornou


uma instituição que iria relacionar de forma dramática os três Continente:
Europa, África e América. Durou até ao século XIX e designou-se por grande
circuíto Comercial.

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O comércio triangular permitiu a obtenção de grandes lucros na venda de
produtos europeus em África, os escravos na América e produtos americanos
na Europa.
Havia sete sectores principais do tráfico que abrangia a zona que vai desde
Arguim (Mauritânia) até Angola:
 Senegal
 Serra Leoa
 Costa da Guiné
 Costa do Marfim
 Costa do ouro (Gana)
 Costa dos escravos (Togo, Daomé e Nigéria)
 Angola

Esquema do comércio triangular

EUROPA

AMÉRICA

ÁFRICA

As Companhias Concessionárias

O comércio triangular apesar dos lucros que proporcionava aos comerciantes europeus,
comportava alguns riscos como: Naufrágio, Pirataria, guerras entre potências,
resistência dos povos africanos.

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Assim os europeus organizaram-se em associações ou companhias: eram eles que
organizavam instalação de feitorias, a construção de fortes armazéns de escravos
compravam ou fretavam navios, equipando-os com matérias necessárias.

Estas companhias concessionárias (organizadas mediante, concessão real) ou


Monopolista (tinham o monopólio comercio) beneficiavam de privilégio como
a isenção de certos impostos, em troca os reis exigiam parte dos lucros obtidos
no comércio.

Companhias concessionárias: são associações ou grupo de comerciantes


organizados e tinha o monopólio comercial.

Todos os países colonizados tiveram companhias deste tipo, as mais importantes


foram:

1- Francesas: companhias de Cabo Verde e Senegal, companhias das Índias


Ocidentais.
2- Inglesas: companhias dos aventureiros ruas de África.
3- Holanda: companhia das Índias orientais e das Índias Ocidentais.
4- Portuguesa: companhia de Cacheu e cabo verde, grão Pará e Maranhão.

Com tempo algumas companhias desapareceram devido as rivalidades entre


elas e por deixarem de corresponder as necessidades do capitalismo
europeu na fase da livre concorrência.

A resistência africana
A resistência africana não tardou a organizar-se, os europeus foram vítimas
de técnicas de combate utilizando flechas envenenadas.
Nestes combates 27 portugueses foram mortos incluindo Nuno Tristão.

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Com a morte dos 27, os portugueses foram obrigados a fazer uma reflexão
para uma mudança, a intervenção do Infante D. Henrique, navegador
renunciou á razia e substituída em relações comerciais normais.

No Congo os conflitos entre os portugueses eram frequentes devido aos


abusos. O rei Álvaro ordenou o encerramento do porto de Mpinda e a
expulsão dos traficantes europeus.
Ainda no Congo os missionários actuaram contra as crenças animistas e o rei
ordenou a queima de objectos de culto. Este acontecimento chamou-se “
Revolta da casa dos ídolos” em 1591-92 no reinado de D. Afonso I -
Nzinga Mbemba.
Outra resistência foi a revelação da seita dos Antoninos no Congo, dirigida
por Kimpa-Vita (dona Beatriz), ela pregava contra os portugueses, o Papa, a
santa igreja católica e outras coisas. Foi condenada á morte pelos
portugueses.
A resistência mais forte foi do reino do Ndongo a de muxíma e de
Massangano e Luanda conduzida pelo Ngola Kiluanje entre 1590 á 1600.
Os portugueses compreenderam que o tráfico de escravos estava afectado
para tal enviaram emissários a Ngola Mbandi para negociar a reactivação,
impondo algumas condições:
 Auxilio dos Portugueses ao Ndongo para expulsar Kassanje, chefe
dos Imbangalas;
 A restituição ao Ngola dos súbditos e chefes que tinham sido
aprisionado durante a guerra.

Daí Nzinga Mbandi, restabeleceu com efeito o comércio de escravos em


1656.

O Carácter exclusivo e Racista do tráfico de escravos praticado pelos


europeus a partir do séc. XV.

20
O modelo imposto pelos europeus baseava-se em acções político-
económica, cujo objectivo, era a dominação total e a superioridade branca
sobre as demais raças.
Uma das principais ideias aceites na época era o Racismo que simbolizava a
relação fundamental que une o colonizador e o colonizado, com as
seguintes características:
1- Não colonialismo sem racismo, pois e indispensável para manter a
exploração.
2- O racismo nasceu da exploração capitalista: da escravatura, das relações
senhor - servo e da mão-de-obra barata.

O escravo como mercadoria


O escravo era brutalmente retirados da sua Nação ecológica, dos seus
espíritos e do seu parentesco. O processo do tráfico impunha todos os
dias ao escravo, aprender novas regras, novas línguas e novas religiões.
Para tal combater um homem livre a condição de homem mercadoria e
de homem objecto.
Os corpos dos escravos eram portadores de informações: as tatuagens e
as escarificações, funcionavam como alargar furos segundo as ideias
eurocêntricas para os africanos poderem integrar o espaço branco e
divino deviam ser escravizados e sujeitos a rituais purificadores.
Racismo é um sistema que afirma a superioridade de certo grupo racial
sobre os outros.

Consequências do tráfico de escravos em África.


Em particular o caso de Angola.

21
Consequências do tráfico de escravo em África.
O tráfico interno ou externo provocou consequências desastrosas para a
África de maneira geral e para Angola em particular, nos aspectos:
Demográficos, Económicos e Socio-Políticas.

Consequências demográficas ou sociais


1- Diminuição da população produtora e reprodutora (peças da Índia).
2- Migração forçada de populações apavorados fugindo as guerras e as
razias.
Consequências Culturais
1- Tradição, hábitos e costumes e não acesso a instrução.
2- Surgimento da fome e da epidemia.
Consequências Económicas
1- Enfraquecimento da economia provocado por guerras internas.
2- Retrocesso das forças produtivas.
3- Subdesenvolvimento, pois África viu-se privada da força de
trabalho.
4- O escravo servia de equivalente monetário.
Consequências socio-políticas
1- Enfraquecimento dos reinos e a perda da autoridade de chefes
tradicionais.
2- Desorganização das sociedades africanas.
3- Os grandes reinos antigos declinaram-se acabando por
desaparecer, foi o caso de Shangai, Benim e Congo.
4- Surgimento de quatro estados importante na região do
Benim: o Reino Yoruba, o Reino de Oyo, o Reino de
Daomé e a confederação Achanti.
Em particular o caso de Angola
Em Angola ao longo desses três séculos as regiões do
Congo, Ndongo, Kuando, Planalto central e Benguela
foram devastadas por bombeiros, militares e padres para
capturar escravos ou mercadorias, cobrarem tributos,
imporem leis e práticas estranhas aos respectivos povos.

22
Pode dizer-se que o tráfico negreiro justifica em parte, o fraco
povoamento e subdesenvolvimento actual de Angola, assim
como de todo continente africano.

Consequências do tráfico de escravos na América e nas Caraíbas.


Durante os séculos XVII e XVIII com o desenvolvimento do tráfico
negreiro a mão-de-obra foi indispensável a exploração das riquezas nas
terras descobertas e conquistadas (América e Caraíbas).
A mão-de-obra africana foi utilizada nas plantações de cana-de-açúcar,
tabaco e nos trabalhos de exploração mineira nas colónias das América.
O trabalho de escravo africano «madeira de ébano» não só fazia funcionar
a economia das Américas, também era utilizado para outras actividades
como: o transporte, os trabalhos domésticos construção de estradas e de
edifícios e limpeza das cidades.
A intensificação dos trabalhos acelerou o enfraquecimento a sobrevivência
de um escravo na América era entre 5 e 7anos devido aos trabalhos forçados
e a crueldade que sofriam (portanto para as Américas e Caraíbas
significou razia da população nativa, sofrimento dos escravos e
exploração irracional dos recursos minerais)

.
Consequências para a Europa.
O tráfico de escravos praticados pelos europeus e o comércio ultra marino
em geral tiveram consequências muito positivas. Para a Europa, significou a
acumulação de riqueza e desenvolvimento socio-económico do Continente.

Criação de novos espaços sociais no mundo: Raciais e Culturais.

23
Durante o período do comércio de escravos no Atlântico, foram
transportados para o Brasil, América do Norte e muitas outras colónias
um número considerável de escravos, os quais levaram sua capacidade de
trabalho e também a cultura e as suas qualidades africanas.
O papel das mulheres africanas no Brasil e em outras regiões da América, foi
muito importante porque constituía o Cordão Umbilical que ligava a
população brasileira e americana a África através das danças, canções, da
cozinha e dos escritos.
As influências culturais, manifestaram-se através da região e de práticas
rituais africanas. A Capoeira foi utilizada pelos escravos como forma de
luta para a conquista e defesa da sua liberdade. Hoje encontramos em quase
todo mundo, uma grande influência da raça e cultura africana. Estes traços
estão presentes nas sociedades americanas. Ex: no Brasil no que toca a
cultura (a música e a dança).

24
Formação da Mentalidade na Idade Moderna:
(O renascimento e o Humanismo na Europa)
Nos finais do século XIV e início do século do Século XV desenvolveu-se
na Europa, em particular na Itália, um vasto movimento de renovação
cultural e artístico, o Renascimento que conduziu as profundas
transformações nas artes, nas ciências e nas letras.
Os humanistas do renascimento procuram conhecer melhor o homem
através da antiguidade grego – romana.
Com o renascimento, cria-se uma nova concepção do homem no Mundo.

Descobrir o mundo e descobrir o homem


No século XIV o Homem medieval europeu tinha colocado Deus e a igreja
Católica no centro da sua vida, desde o nascimento até a morte, era marcado
por visão Teocêntrica da realidade.
No século XV, os desenvolvimentos mudaram a face do mundo, o contacto
entre povos e civilização diferentes e a redescoberta da cultura dos antigos
gregos e romano ressurgiu o interesse pelo conhecimento humano.
Sem deixar de ser religioso, o intelectual do século XV passou a colocar o
Homem no centro dos seus interesses, passando a ter uma visão
Antropocêntrica da vida e do mundo.

O Renascimento
O Renascimento: Foi um vasto e profundo movimento de renovação
intelectual e artístico, que teve início na Itália a partir dos finais da
Idade Média e difundiu-se por toda Europa.
É uma época marcada pelo desenvolvimento de uma nova
mentalidade, um espírito crítico e observador atento as realidades do
seu tempo.
O Homem do renascimento era ávido de conhecimentos, surgiu o
ideal do Homem completo.

25
Era necessário desenvolver, todas as capacidades do ser humano, ou
seja, possuir um saber enciclopédico: praticar desenho, pinturas,
música e exercícios físicos, que abrangem todos ramos do saber
Humano.
Ex: Leonardo Da Vinci foi um homem pintor, arquitecto,
engenheiro, matemático músico e inventor (um homem do saber
universal).
Com a crença absoluta do saber universal, surgiu o individualismo
que consiste na afirmação pessoal de cada ser humano e na sua
valorização.
As características do Renascimento são: Humanismo e o
Individualismo.
A Itália o Berço do Renascimento
O Renascimento iniciou na Itália no século XV, embora com raízes
no século anterior (XIV).
Na Itália existia condições favoráveis para o desenvolvimento
cultural, condições económicas sociais e histórica, depois o
movimento renascentista estendeu-se ao resto da Europa sobre tudo a
Flandres, Inglaterra e a França. Ex: de condições económicas:
algumas cidades tornaram-se cativos centros comerciais: Veneza,
Génova, Milão e Florença.
Condições sociais: a burguesia apreciava a arte e o luxo: palácios,
estátuas, quadros e jóias. Os artistas, escritores e filósofos eram
protegidos pelos mecenas (papas, duques, príncipes) condições
históricas por Roma fazem parte da civilização da antiguidade.
No século XV, a Itália torna-se no berço do Renascimento, devido
aos seguintes Factores:
1- As Cidades Autónomas enriquecidas, rivalizando umas com as
outras, querem económica, social e culturalmente.
2- Os senhores e Burgueses, que protegiam os artistas (mecenas),
que encomendavam obras de arte.
3- A abundancia de ruinas e obras, de arte greco-romana.
4- A presença de intelectuais, sábios e artistas bizantinos.

26
Mecenato-é acção de proteger e apoiar a arte, letras, as ciências e
os seus cultores, praticadas pelos Mecenas.

O Humanismo e a sua difusão


Humanismo - Foi um movimento essencialmente literário, integrado
no Renascimento em que valoriza o Homem.
Os intelectuais interessados pela cultura clássica em que colocavam o
Homem no primeiro ser da escala natural como ser pensante e
racional, são chamados Humanistas, que eram letrados profissionais
de origem burguesa eclesiásticos.

Difusão do Humanismo
A difusão do Humanismo, foi feita sobre tudo através dos humanistas
do Renascimento, baseando-se nas escritas antigas em defesa da
grandeza do Homem da sua dignidade e capacidade de criar e
progredir.
O aperfeiçoamento da impressa no século XV contribuiu de certa
maneira para a difusão do humanismo.
Entre alguns humanistas destacam-se as seguintes com as suas obras.
1-Pica della Mirandola: a dignidade do homem.
2-Geovani Bocácio-O decameron, antecipa o espírito crítico.
3-Erasmo de Roterdão-elogio da loucura, apela para uma profunda
reforma moral, religiosa e política da sociedade.
4-Thomas More-utopia, imaginava uma sociedade igual sem injustiça
nem violência.

OBS: Ainda destaca-se os seguintes humanistas portugueses:


António de Gouveia, André de Gouveia, André de Resende.

A arte do renascimento
-Os grandes centro de criação artística.
-Uma nova arquitectura antiga.

27
Os grandes centros de criação artística
O movimento artístico teve inicio em Florença no inicio do
século XV denominado o Quatrocentos.
No início do século XVI Roma tornou-se o principal centro
da cultura do renascimento denominado Cinquecentos.
Nos meados do mesmo século, Veneza tornou-se o ultimo
grande foco da arte, e indicação do Renascimento italiano.
A partir da Itália espalhou-se para outros países da Europa.

Uma nova arquitectura antiga


Diz-se uma nova arquitectura antiga porque os arquitectos
colocaram de parte a arquitectura medieval e inspiraram-se
nas formas da arquitectura grego Romana.
E caracterizada pelo classicismo e pela racionalidade com
que era planeadas executada, uma arquitectura em que
predomina um equilíbrio geométrico e uma simetria de
formas e volumes.
Destaca-se alguns arquitectos:
Brunelleschi que construiu em a catedral de santa Maria das
flores e Miguel Ângelo que planeou e dirigiu a construção da
grande basílica de são Pedro em Roma.

ARTE - é o conjunto de técnicas regras de um ofício.

A pintura e a escultura

A PINTURA
No séc. XV em Florença e em Flandres ocorreram
transformações revolucionárias na arte do pintor.
1-Invencão de novas técnicas de pinturas a óleo.
2-Aplicacão das leis das perspectivas a pintura.

Com a pintura à óleo sobre a madeira e depois sobre a tela, as


cores tornaram-se mais viva, naturais, brilhante e duradouras

28
a perspectiva resulta da aplicação de um conjunto de regras
que permitem produzir sobre uma superfície com duas
dimensões (comprimento e largura) a ilusão da terceira
dimensão (a profundidade).
OS pintores representam a natureza e os objectos com
naturalismo ou seja tal como eram.
Entre os pintores destacam-se:
1- Giotto
2- Leonardo Da Vince
3- Rafael
4- Van Eyer
5- Botticelli
6- Miguel Ângelo
7- Houlbein e outros.

 Leonardo Da Vinci (1452-1529) autor célebre do retrato Gioconda


(ou Mona Lisa).

A escultura
A escultura europeia funcionava como elemento integrante da
arquitectura decorativa na idade média. Com o renascimento a
escultura tornou-se uma arte autónoma e é também em Florença que
encontra o seu desenvolvimento Destacam: Donatello e Miguel
Ângelo que moldavam «David» (O herói bíblico).

Os novos caminhos racional e científico.


 Um novo saber racional

A autoridade dos sábios greco-romanos e admiração até a


antiguidade, não impediram o aparecimento de uma atitude crítica
quanto ao saber herdado. Não se tratava de regular os conhecimentos

29
recebidos da antiguidade mas sim de Os sujeitar a uma atitude
crítica.
A partir do século XV desenvolveu-se um desejo insaciável, em
busca da verdade de satisfazer a curiosidade numa tentativa de
explicaras contradições e insuficiência do saber antigo.
No século XVI, verifica-se uma tentativa rebelião contra o
pensamento tradicional. Defendia-se a ideia de que não se devia dar
créditos os conhecimentos que não fossem confirmados pela razão e
pela experiência «a verdade mestra» segundo português essa
experiência só seria verdadeira valido ocorrido o critério matemático.
Com efeito de século XV surgiu um novo saber racional baseado
na razão ou no conhecimento racional científico.

Novos caminhos do conhecimento científico.


Antes do século XVI acreditava-se que a terra era um ponto fixo no
universo, com os planetas o sol e os outros estrelas a girarem a sua
volta. Era o sistema Geocêntrico exposto por Ptolomeu no século II.

Século antes Aristarco de Samos tinha posto a hipótese de a terra


girar em volta do sol, as suas ideias não foram aceites e rapidamente
esquecidas.
No século XVI o polaco Nicolau Capérnico retomou as ideias de
Aristarco expôs num livro publicado em 1543, um novo sistema do
universo: o sistema heliocêntrico. Segundo esta nova explicação, o
sol era uma estrela fixa a volta do qual giravam os planetas, incluindo
a Terra.

Descobrir a Máquina Humana.


O conhecimento do corpo humano era rudimentar, no começo do
século, XVI Os conhecimentos de Anatomia e Filosofia, viriam a
evoluir de forma significativa durante o renascimento. Os artistas
estudavam a anatomia humana com objectivo de melhorar a

30
representação nas suas obras. Por exemplo Leonardo Da Vinci
deixou inúmeros estudos e desenhos de Anatomia.
Depois dos estudos do médico e anatomista Flamengo «André
Versálio» passou a praticar-se a dissecação dos cadáveres nas
universidades.
Conclusão: No renascimento aparece uma nova atitude perante a
natureza, universo e o homem, uma atitude de duvida e de
interrogação conduziu ao lançamento das bases da ciência moderna.

Os conflitos religiosos europeus: As Reformas Religiosas: Protestantes e


Calvinistas.

A crise do catolicismo e as ideias reformistas.

A Crise Religiosa no século XVI na Europa.

O espírito crítico interrogativo do homem renascentista levou-o a pôr em questão


algumas normas e comportamento impostos pela igreja católica. É assim que no início
do século XVI houve homens na Europa esclarecidos e corajosos, como Erasmo De
Roterdão, e outros humanistas cristãos que denunciaram os abusos eclesiásticos e eram
a favor de uma profunda reforma religiosa.

A Europa dividiu-se em blocos de um lado os que se mantiveram fieis ao cristianismo


tradicional (católico) e do outro, as igrejas cristãs reformadas ou protestantes.

A sua origem

No século XVI a igreja católica vivia uma grave crise que já vinha da idade média, e
teve a sua origem no comportamento dos papas, pois eles viviam em palácios luxuosos,
construídos e decorados pelos artistas mas celebres.

Dentre os factores que contribuíram para a crise destacaram-se os seguintes:

1- A igreja católica estava associada ao poder política há séculos.

31
2- Os papas 0comportavam-se como poderosos príncipes levando uma vida
luxuosa.
3- O clero não pagava impostos e tinha o direito de receber o dízimo.
4- Os cargos eclesiásticos eram cobiçados e comprados.
5- A corrupção e a imoralidade eram frequentes entre os cléricos.
6- Nos cultos utiliza-se o latim, uma língua que o povo já não entendia.
7- A fome, as pestes e as guerras provocaram o medo nas pessoas que
consideravam castigo de Deus.

A reforma protestante

Em 1513 o papa Leão X(décimo /1521) tinha enviado monges por toda a Europa,
pedindo aos fieis que contribuíssem com o dinheiro o pagamento das obras da basílica
de São Pedro em Roma. O papa em troca concedida a estes fiéis uma Bula (carta do
papa com instruções e concessões de beneficio) de indulgências (documento que
lhes perdoava a penitencia dos pecados).

Martinho Lutero (1483-1546) Monge Alemão professor de filosofia na Universidade


de Witemberg, denunciou publicamente a questão das indulgências em 95 teses
contra as indulgências.

Martinho Lutero aprofundou as suas críticas aos aspectos doutrinários. Enquanto a


igreja católica ensinava que o homem só poderia salvar-se e alcançar a vida eterna
através da prática de boas obras e mediação do clero, para Lutero a fundamental era a fé
e acreditar em Cristo e na sua palavra.

Características da igreja protestante ou luterana:

1- A salvação está na fé (confiando profundamente em Deus, com a sua graça


triunfaras das tentativas e serás recto, verdadeiro pacifico e justo, assim
cumpridos os mandamentos).

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2- Direito a interpretar a bíblia livremente.
3- A recusa do culto dos Santos e da virgem Maria.
4- Eliminação do celibato e a aceitação do casamento dos pastores.
5- Qualquer crente podia ser ministro do culto ou pastor.
6- Redução dos sacramentos, mantendo apenas a comunhão e o baptismo.
7- Desaparecimento do clero e da sua hierarquia (papa, cardiais, bispos, etc.)
assim como de prosperidades

Difusão das ideias reformistas

Com o triunfo da reforma protestante em toda Alemanha, as ideias reformistas


estenderam-se rapidamente pela, França, Suíça, Suécia, Holanda, Noruega, polónia e
Dinamarca.

Na Suíça, Calvino (Teólogo francês) defendeu a doutrina de


predestinação, segundo a qual o homem estava antecipadamente
destinado por Deus a salvar a sua alma ou a perde-la ou seja a uns a
vida eterna e os outros a maldição independentemente das obras de
cada um. O Calvinismo, deu origem a igreja calvinista mas rígida e
extremistas que a luterana. E espalhou-se na França e Escócia.

Os adeptos de Calvino (os huguenotes) foram violentamente


perseguidos pelos católicos.
Na Inglaterra em 1534 Henrique VII não conseguindo que o papa
lhe anulasse o seu casamento com Catarina de Aragão, uma das
características do anglicanismo é o fato de o rei se tornar, ele
próprio o chefe supremo da igreja.
O Anglicanismo manteve alguns elementos doutrinários católicos e
outros do Calvinismo.

Sumário: Reacção da igreja católica

33
A reacção da igreja católica foi ao mesmo tempo um movimento de
renovação interna (reforma católica) e de combate as ideias
reformistas (contra reforma).

Reforma Católica
Reunidos em concilio de Trento (reunião económica de bispos)
numa assembleia que se prolongou as propostas de mudanças dos
protestantes, pelo contrário foram reafirmados os Dogmas (que não
carece de prova) da fé católica, valorizando o papel do papa e da
igreja como intermediário para a salvação do homem, mantendo os
sacramentos, reforçando os cultos dos santos e o Celibato.

Contra reforma

A igreja católica iniciou um verdadeiro combate contra o reformismo


protestante, através da pregação e ensinos ministrados, em colégios
abertos por toda Europa para lutar pelo cristianismo católico e a sua
difusão pelo mundo.
Foi criada a companhia de Jesus ou ordem dos Jesuítas, fundada em
1539 pelo nobre espanhol Inácio Layola.
Depois ainda de dois meios: a inquisição (tribunal religioso) e o
Índex (catálogo de livros proibidos).

UNIDADE IV – A ERA INDUSTRIAL.

INTRODUÇÃO

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No século XVIII, Inglaterra, se verificaram grandes mudanças e transformações na
agricultura e um considerável aumento demográfico.

Mas também a indústria se desenvolveu de tal maneira que veio a provocar


significativas alterações econômicas e sociais, devido a introdução de novos processos
de produção a maquino factura. Deste modo, uma nova “era” nasceu: a industrialização
ou “a civilização das máquinas”

Assim, a “Revolução Industrial” foi à profunda transformação econômica, social,


política e ideológica que se seguiu à invenção da máquina a vapor na Inglaterra nos
finais do século XVIII e a sua introdução na produção.

41. A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL INGLESA

No último quartel do século XVIII, vários factores conduziram de facto ao “arranque”

Factores que contribuíram para o surgimento da Revolução Industrial na Inglaterra:

1º- O Triunfo do parlamento – a revolução de 1648 – 1688, pois fim ao Absolutismo e


impôs o Parlamento como órgão dirigente supremo. Dái o acesso ao poder de novos
estratos sociais activos e empreendedores – a burguesia e a média nobreza, interessados
em dinamizar a economia e a investirem a indústria.

2º- Acumulação de capitais - os lucros obtidos na agricultura e no comércio


internacional proporcionaram a Inglaterra uma grande soma de capitais.

3º- A existência de mão-de-obra – o Aumento demográfico e a deslocação de rurais


para os centros urbanos, facultaram à industria uma mão-de-obra barata e abundante.

4º- O vasto mercado consumidor – a existência de um grande mercado interno (devido


ao crescimento da população e á subida dos salários) e de um rico mercado externo
(graças ao domínio colonial britânico) estimularam a produção dos bens industriais

5º- Abundancia de matérias-primas - a Inglaterra dispunha de importantes recursos


necessários à industrialização, como a lã, o algodão (vindo das colônias inglesas na
Índia e na America), o ferro e a Hulha (Carvão de pedra).

6º- Uma vasta rede de Comunicações - o sistema de rios navegáveis, ampliados por
numerosos canais e estradas e a existência de bons portos, permitiram transportar
facilmente.

7º- O Desenvolvimento da tecnologia – os progressos técnicos introduzidos no século


XVIII, vieram incrementar bastante a produção.

Todos estes factores contribuíram para que a Inglaterra fosse o primeiro país a iniciar a
“Revolução Industrial”.

Sectores de arranque:

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A crescente procura de produtos manufaturados levou à necessidade de uma maior
produção. Este fenômeno fez-se sentir em primeiro lugar no sector têxtil e,
posteriormente na indústria metalúrgica.

- Indústria têxtil – devido a existência de matérias-primas (lã e algodão) e a grande


procura dos produtos manufaturados. Surgiu a necessidade do aparecimento de
máquinas que produzissem mais e em menos tempo. A partir de 1770, a fiação e a
tecelagem mecanizaram-se, criando-se posteriormente, grandes fábricas têxteis.

- Indústria metalúrgica – Progrediu lentamente, provocada pelo desenvolvimento das


comunicações (canais e ponte), pelo armamento e produção de máquinas e, facilitada
pela abundancia da hulha e do ferro na Inglaterra. Neste sector industrial, primeiro deu-
se a descoberta do coque (tipo de carvão mineral) e o aperfeiçoamento dos altos –
fornos. A utilização de energia vapor (1769) deu um impulso decisivo à produção
metalúrgica.

As fabricas de fiação e de tecelagem inglesas instalaram-se junto dos recursos de águas


e em zonas de fácil acesso aos portos marítimos; as fundações de ferro, por sua vez,
localizaram-se junto às bacias hulhíferas. Assim, a pouco e pouco, a paisagem inglesa
alterou-se, a Sul e Sudeste, a Inglaterra verde (a da revolução agrícola); a Norte e
Centro, a Inglaterra negra (a da Revolução Industrial).

Progressos técnicos e alterações no regime de produção:

Ao longo do século XVII, a Inglaterra foi o país com maior número de inventos
técnicos. Devido à necessidade de uma maior produção, algumas das invenções
verificaram – se no âmbito da indústria, como podemos observar no seguinte quadro:

Algumas invenções técnicas da 1ª revolução industrial

Ano Inventores Inventos


1705 Newcomen A perfeiçoou a bomba a vapor Água das minas.
1709 Abraham Darby Utilizou o coque na fundição do ferro.
1733 John Kay Inventou a lançadeira volante que permitiu ter com rapidez
1764 J. Hargreaves Criou 1ª Máquina de fiação mecânica – Jenny
1969 James Watt Inventou a máquina a vapor de duplo efeito.
1969 Richard Arkwright Máquina automática de fiação (Water-frame)
1779 Samuel Crompton Máquina de fiação “Mule Jeny”
1785 Edmund Cartwright Tear mecânico
1798 Robert Máquina de fazer papel
1800 Volta Pilha eléctrica
1802 Murdock e Leblane Iluminação a gás.
1803 Fulton 1º Barco a vapor
1810 Girard Máquina de tecer linho
1814 George Stephenson 1ª Locomotiva a vapor para as minas

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As indústrias têxteis e metalúrgicas, como vimos foram as mais importantes da fase de
arranque da Revolução Industrial inglesa. Por isso, verificou-se nestes sectores os
maiores progressos técnicos.

Mas a Revolução Técnica culminaria com o aparecimento da máquina a vapor,


inventada por James Watt, após vários ensaios, cerca de 1769. Esta máquina produzia
energia que possibilitava o movimento de outras maquinas e ferramentas aplicadas à
industria, agricultura e transportes.

Podemos falar que a máquina a vapor foi símbolo da primeira industrialização. Também
nos transportes surgiram inovações, devido aplicação da força energética do vapor nos
barcos e nas locomotivas. Deste modo, os meios de transporte vão se desenvolvendo,
sobretudo entre os séculos XVIII – XIX. Assim, o inglês Georges Stephenson, inventou
a locomotiva, e que inaugurou a 1ª linha de caminho-de-ferro em 1825 entre Stockon
Darlinton. O 1º barco a vapor foi inventado por Fulton em 1807.

Com a mecanização da indústria – maquina factura – as oficinas deram lugar às


fabricas. Para a instalação das maquinas, sobretudo da máquina de vapor, eram
necessários grandes espaços, recurso à concentração de equipamentos e de operário.

Assim, a manufatura foi substituída pela maquino factura e o artesão transformou-se em


operário.

Surgiu a produção em série, com custos mais baixos. As fábricas situavam-se, na sua
maioria, nas zonas periféricas das cidades, transformando a paisagem, com as suas
grandes construções e chaminés fumegantes, contribuindo para o aparecimento de
bairros pobres, onde as pessoas viviam em situações desumanas.

Alterações no regime de produção:

4.2.- A INDUSTRIALIZAÇÃO EUROPEIA E AMERICANA NO SÉCULO XIX.

A Inglaterra foi o "berço" da "Revolução industrial", na 2a metade do século XVII;


beneficiando por isso dessa vantagem. Os seus produtos de consumo e de equipamento,
como tecidos de algodão, lã e linho e as locomotivas, máquinas e carris, encontram
facilidades nos mercados europeus, nos novos Estados da América, nas velhas
civilizações asiáticas e nas colónias africanas.

"Segunda Revolução industrial"

Na 2a metade do século XIX (1870) multiplicam-se os inventos técnicos, que,

Juntamente com a utilização de novas fonte de energia (petróleo e a eletricidade) e a

37
Dinamização de novas indústrias, dá-se a chamada "Segunda Revolução industrial".

As indústrias têxteis e metalúrgicas, como vimos, foram as mais importantes da fase de


arranque da Revolução industrial inglesa. Por isso, verificou-se nestes sectores os
maiores progressos técnicos.

Mas a Revolução técnica culminaria com o aparecimento da máquina a vapor, inventada


por James Watt, após vários ensaios, cerca de 1769. Esta máquina produzia energia que
possibilitava o movimento de outras máquinas e ferramentas aplicadas à indústria,
agricultura e transportes.

Podemos falar que a máquina a vapor foi o símbolo da primeira industrialização.


Também nos transportes surgiram inovações, devido aplicação da força energética do
vapor nos barcos e nas locomotivas. Deste modo, os meios de transporte vão se
desenvolvendo, sobretudo entre os séculos XVIII-XIX. Assim, o inglês Georges
Stephenson, inventou a locomotiva, e que inaugurou a} a linha de caminho-de-ferro em
1825 entre StockonDarlinton. O 10 barco a vapor foi inventado por Fulton em 1807..

Com a mecanização da indústria- maquinofactura- as oficinas deram lugar às fábricas.


Para a instalação das máquinas, sobretudo da máquina de vapor, eram necessários
grandes espaços, o recurso à concentração de equipamentos e de operário.

Assim, a manufactura foi substituída pela maquinofactura e o artesão transformou-se em


operário.

Surgiu a produção em série, com custos mais baixos. As fábricas situavam-se, na sua
maioria, nas zonas periféricas das cidades, transformando a paisagem, com as suas
grandes construções e chaminés fumegantes, contribuindo para o aparecimento de
bairros pobres, onde as pessoas viviam em situações desumanas.

Alterações no regime de produção:

Artesão-operário

Manufactura-maquino factura

Manufactura (modo produção realizado pelas mãos dos artífices - operários).

Maquinofactura (modo de produção realizado pelas máquinas)

Oficina - fábrica

38
Baixa produção - produção elevada

Produção por objecto -produção em série

Os principais sectores de produção industrial foram:

1750-1830- Indústria Têxtil. .


1830-1840- Indústria Metalúrgica.
Finais do século XIX- Indústria Química e a Indústria Eléctrica.

4.2.- A INDUSTRIALIZAÇÃO EUROPEIA E AMERICANA NO SÉCULO XIX.

A Inglaterra foi o "berço" da "Revolução industrial", na 2ª metade do século XVII;


beneficiando por isso dessa vantagem. Os seus produtos de consumo e de equipamento,
como tecidos de algodão, lã e linho e as locomotivas, máquinas e carris, encontram
facilidades nos mercados europeus, nos novos Estados da América, nas velhas
civilizações asiáticas e nas colônias africanas.

"Segunda Revolução industrial"

Na 2ª metade do século XIX (1870) multiplicam-se os Inventes técnicos, que,


juntamente com a utilização de novas fonte de energia (petróleo e a eletricidade) e a
dinamização de novas indústrias, dá-se a chamada "Segunda Revolução industrial".

O seu aparecimento tomou necessário criar novas máquinas. Então surgiram, entre
outras inovações: as turbinas, os dínamos, a lâmpada, o motor de explosão.

Na mesma época, criaram-se novas indústrias: a do aço, da química, do material


eléctrico. O aço tornou-se um material essencial na construção (pontes, torres, túneis,
prédios) e na maquinaria. A indústria química começa a produzir o papel, os explosivos,
a borracha, fertilizantes, medicamentos, perfumes, etc. A indústria de material eléctrico
inicia com a produção de dínamos e telefones.

Ao mesmo tempo, utilizam novos metais o níquel e o alumínio e os antigos cobres,


chumbo, estanho.

39
A utilização de novas fontes de energia, de novas máquinas e materiais modificou o
modo de vida das populações. A pouco e pouco dá-se uma progressiva associação entre
a Ciência e a técnica.

Assim, na 2ª metade do século XIX, a Inglaterra continuava a consolidar o seu processo


de industrialização, alguns países seguiam os passos dos ingleses, caso da França,
Alemanha e os EUA (com meio século de atraso) e, a Suécia, o Japão e a Rússia (com
um século de atraso). Em alguns desses países foi necessário criar as condições básicas,
como o incremento do liberalismo e da liberdade de concorrência.

Os sectores de arranque da industrialização, nesses países dependiam de vários


condicionalismos, principalmente das riquezas naturais e do desenvolvimento da
indústria metalúrgica. Contudo, o seu atraso inicial, permitiu-lhes beneficiar da
experiência inglesa, sobretudo na maquinaria e nos modelos de desenvolvimento.

Assim, na França o desenvolvimento da indústria foi retardado (por volta de 1820-30)


devido a Revolução e as guerras, agravado com a carência de matérias-primas (carvão).
Tal como na Inglaterra, a industrialização, começou no sector têxtil e metalúrgico.
Porém, houve um rápido desenvolvimento na indústria química, vidreira, de espelhos,
porcelanas e papel.

Na Alemanha, começaram com a exploração das minas de carvão e ferro de Ruhr, Saxe
e Silésia - indústria metalúrgica- nos finais do século XIX desenvolve a indústria
química. A partir de 1875, ocupa o 3º lugar na produção mundial de carvão, logo a
seguir a Inglaterra e os EUA.

O EUA dispunha de óptimas condições naturais, matérias-primas, fontes de energia,


meios de comunicação, a que se juntou, sobretudo após a sua independência em 1776,
uma autêntica explosão demográfica, devido a emigração européia, sobretudo. Assim,
no início do século XX, tomou-se na potência industrial do mundo.

Na Rússia, conseguem desenvolver alguns focos de industrialização, no final do século


XIX, com auxílio inglês e francês, mas com algumas dificuldades na agricultura e com
profundos desequilíbrios econômicos.

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O Japão inicia a industrialização nos finais do século XIX, devido a iniciativa do
imperador Mutsu-Hito e com grande ajuda inglesa, desenvolveram a indústria da seda,
do algodão, da construção naval e do armamento. As minas, a siderurgia, a mecânica e a
química só progrediram depois de 1900. No início do século XX, o Japão tomava-se
uma das primeiras potências mundiais.

As novidades da 2ª "revolução industrial" lentamente penetraram na Inglaterra que,


contudo, no final do século XIX, continuava a ser a potência mundial. Entretanto, na
Europa, os países do Sul registavam um grande atraso em relação av3 países
industrializados.

Ano Inventores Invento


1832 Hélice
1835 Morse (EUA) Telégrafo eléctrico
1870 Siemens (Alemanha) Gerador eléctrico
1873 Gramme (Bélgica) Dínamo
1876 BeI1(EUA) Telefone
1879 Edison (EUA) Lâmpada
1880 Siemens (Alemanha 1º Carro eléctrico
1886 Daimlcr e Benz (Alemanha) Motor de explosão
1888 Richmond (EUA) 1º Carro eléctrico
1890 Hertz (Alemanha) Telegrama sem fios
1893 Benz (Alemanha) 1º Automóvel moderno
1895 Irmãos Lumiére Cinema
1897 Diesel (Alemanha) Motor de combustão interna
1900 Alternador e o transformador
"Revolução dos transportes"

O desenvolvimento dos transportes facilitou e acelerou a "Revolução industrial"


(sobretudo a industria do ferro, do aço, do carvão). Com efeito, no decorrer do século
XIX, várias inovações nos transportes e comunicações, na Inglaterra, estenderam-se a
outros países. Assim: abriram-se canais que ligaram rios entre si ou com o mar,
facilitando deslocação de bens e pessoas; estabeleceram-se vias-férreas e redes de
estradas ligando cidades; construíram-se locomotivas e barcos a vapor, pontes e cais
revolucionando as comunicações e criou novos postos de trabalho.

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Concluindo: O desenvolvimento dos transportes, fez crescer a indústria, acelerou e
alargou as trocas intercontinentais, aumentou os postos de trabalho, permitiu a expansão
das cidades, aproximou os homens e promoveu a cultura (as ideias liberais difundiram-
se pelo mundo).

4.3.- A SOCIEDADE INDUSTRIAL: A BURGUESIA E O OPERARIADO

Acumulação de capitais constituiu a base do desenvolvimento do Capitalismo que se


entende como sendo um sistema econômico em que a riqueza mobiliária (dinheiro e
bens móveis e imóveis) se acumula em poder de certas pessoas físicas ou colectivas,
que aplicam para produzir lucros. Pois, o capital é exactamente a riqueza que se
acumula para aplicá-la (investi-la) em qualquer empreendimento lucrativo. Se a riqueza
se guarda sem o propósito dessa aplicação, não é capital, mas sim tesouro.

A 1ª forma do Capitalismo foi o "Capitalismo Comercial" - quando grandes


comerciantes dispondo de muito capital, comparam e venderam para obter lucros e
vastas Quantidades de produtos (mercadorias); a 2ª forma foi o "Capitalismo Financeiro
“quando os banqueiros emprestaram os seus capitais, mediante juros, o que lhes
permitiu exercer pressão ou influência econômica e mesmo política de alguma
importância. Mas, a 38 forma que é o verdadeiro Capitalismo, o "Capitalismo
Industrial" que existe quando o capital toma a forma de meios de produção (terrenos,
edifícios, máquinas, matérias-primas, dinheiro) com que se produzem novos bens,
mediante o trabalho assalariado, ou seja, ) empregando nessa produção a força do
trabalho de pessoas que não possuindo capitais (não I sendo donos dos meios de
produção), vendem ao capitalista (proprietário dos meios de produção e cheios de
privilégios e luxo) a força do seu trabalho (alugam os seus braços, como dizem), esta
definição é originária de Marx, parece hoje, satisfatória independentemente da ideologia
a ela subjacente.

Por isso, com a "Revolução Industrial" implementou-se um novo sistema económico


que alterou as relações de produção, porque com a introdução da máquina, uma minoria
burguesa passa obter os meios de produção e a exercer o controle sobre as matérias

42
primas e os meios de produção os trabalhadores ficam sujeitos a lei da oferta e da
procura no mercado de trabalho.

O operário nada possui e nem controla, apenas fornece o seu trabalho em troca de um
salário e vivendo com grandes dificuldades (alimentação deficiente, más habitações,
trabalho duro, com excessivas de trabalho, sem saneamento as suas habitações e com
uma exploração desumana no trabalho feminino e infantil). Define-se, portanto, como
um assalariado, um proletário.

No sistema de relações de produção capitalista, operário está sujeito ao patrão, o que


equivale a dizer que o trabalho está sujeito ao capital. O operário é, no entanto, um
homem livre, só que, não dispondo de meios de produção e sendo o seu trabalho
desvalorizado pela máquina, vê-se na necessidade de vender a única capacidade que lhe
resta: a força de trabalho. O trabalho passa a ser considerado como uma mercadoria: o
seu preço é o salário, que sobe ou desce, consoante se oferece muitas ou poucas pessoas
para trabalhar. É o próprio homem subordinado à lei de oferta e da procura.

A existência de uma oferta excessiva de mão-de-obra nas novas industrias mantinha


baixos salários. É esta uma das razões porque si torna lucrativo o investimento de
capitais na indústria. Grande parte da produção dependia das máquinas, que eram muito
caras, mas que vendiam lucros durante anos e anos. Quanto ao trabalho do operário,
embora tivesse de ser pago diariamente toma-se barato e podia sempre aumentar-se a
sua rentabilidade,

4.4.- A EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA. A URBANIZAÇÃO, AS MIGRAÇOES, A


FECUNDIDADE E A NATALIDADE

A abordagem deste tema implica necessariamente falar em 10 lugar da população


(crescimento ou explosão demográfica) na Europa, como base do surgimento e
desenvolvimento das cidades:

a) O crescimento populacional, que se verificará já na 2& metade do século XVIII,


atingiu no século XIX um ritmo espantoso. As causas desta explosão demográfica
foram várias e todas elas integradas:

1º Diminuição da mortalidade que baixou de 30 por mil em 1880 para 20 por mil em
1900;

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2º O progresso da Medicina, que lograram vencer doenças e epidemias, como a
varíola e a cólera, e da higiene que possibilitou uma menor difusão das enfermidades;

3º A melhoria da alimentação (aumento da produtividade agrícola), e das condições


de trabalho à medida que se desenvolvia a "Revolução industrial" e a melhoria dos
transportes.

b) A concentração urbana (factores) - A "Revolução industrial" atraiu para as cidades


numerosas vagas de populações camponesas; nas cidades se situava a maioria das
fábricas onde procuravam trabalho seguro e maiores salários.

Ouro factor de atracção da população para os centros urbanos, foi o excesso de


população nos campos, aliado a concentração da propriedade e a consequente
expropriação dos pequenos lavradores herdeiros (êxodo rural). Multidões de
camponeses vão fixar-se nas cidades, onde o continuo crescimento da indústria e dos
mais variados serviços lhes oferece novos postos de trabalho. Este é o fenómeno
característico dos países industrializados.

A Inglaterra era um pais rural com uma única cidade gigantesca, Londres, que no final
do século se aproximava do milhão de habitantes, duplicando os 500.000 que tinha por
volta de 1700. Bristol, a 2ª cidade britânica, tinha apenas no final do século XVII, cerca
de 40.000 habitantes. No fim do século seguinte, a população urbana era já de 35% a 50
% do total. Manchester quintuplicara. Binningham crescera 100% e Liverpool
duplicara.

O caminho-de-ferro foi um factor de aceleração deste processo. Ele traz para cidades,
todos os dias, vagas de pessoas que a fazem crescer.

É muito importante realçar, que o factor de rápido crescimento das cidades origina
graves problemas de alojamento, instalações sanitárias, abastecimento de água corrente,
da energia eléctrica, etc.

No princípio as cidades cresceram desordenadamente, sem qualquer plano. Só nos finais


do século XX os governos actuaram no sentido de um planeamento prévio de
urbanização, com leis regulamentares das construções habitacionais, definição das
zonas industriais, espaços verdes e de recreio, saneamento, água potável, transporte, etc.

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O planeamento urbanístico não conseguiu impedir a proliferação dos "bairros de lata"
nos subúrbios das grandes cidades metrópoles e nem a poluição ambiental, provocada
por toda a espécie de fumo e dos detritos da sociedade de consumo. A vida das grandes
cidades desumanizou os seus habitantes: vivem nos mesmos prédios, trabalham nos
mesmos arranha-céus, mas não se conhecem.

c) As migrações - com a expansão europeia, a "Revolução industrial" e a "revolução dos


transportes”, verificou-se um aumento espantoso de deslocações de pessoas de um
continente para outro, de um país para outro ou de uma região para outra. Interessa-nos
frisar a emigração europeia para o continente americano. Iniciada no século XVI, com o
descobrimento e continuou nos séculos XVII e XVIII, muitas vezes motivada por
perseguições políticas e religiosas ou mesmo a procura de melhores condições de vida.

No século XIX, o movimento migratório para o novo mundo cresceu, calculando-se que
entre 1830 e 1900, mais de 30 milhões de pessoas de pessoas atravessaram o Atlântico
em direcção aos Estados Unidos e Canadá. Motivos económicos e sociais como
desemprego, o aumento de demográfico e a procura de melhor sorte atraiu famílias
inteiras para cidades americanas da costa atlântica, para a Califórnia, para as pradarias
do Canadá, mas também para argentina e para o Brasil. Os ingleses, franceses e
irlandeses forneceram os maiores contingentes, mas os italianos, alemães, polacos,
espanhóis e portugueses. A maioria por lá ficou. Pode dizer-se que foram eles que
construíram a América.

UNIDADE V- AS REVOLUÇÕES LIBERAIS, A CULTURA E IDEOLOGIA


DOS SÉCULOS XVIII E XIX.

5.0 INTRODUÇÃO

45
O século XVIII é considerado como o "século das luzes" e o "século das revoluções",
porque foi neste século que surgiu o movimento do iluminisrno e devido as
transformações que ocorreram nesse século quer a nível económico, quer a nível dos
transportes, quer a nível político-social, e quer a nível ideológico, provocando as
revoluções liberais americana e francesa que conduziram o fim do Antigo Regime e o
triunfo do Liberalismo.

"Século das luzes" ou '.'século da razão", porque surge o movimento do iluminismo

(Filosofia das Luzes), que propunha contribuir para o progresso, bem-estar e felicidade
da humanidade. Procurava "iluminar" os homens, isto é, instruí-los e libertá-los da
ignorância, superstição e das autoridades que os oprimiam, guiando-se pela razão. Essas
ideias Iluministas foram defendidas pelos filósofos John Locke (1632-1704) apresentou
o modelo de Estado liberal Moderno, Montesquieu (1689-1755) que proponha uma
Monarquia moderada e a separação rigorosa dos poderes (legislativo, executivo e
judicial), Rousseau (1712-1778) reclamava por um governo democrático assente na
soberania popular e Voltaire (1694-17789 defendia os direitos do homem, como direito
à liberdade, religiosa, à propriedade e à igualdade perante a lei.

O século XIX é o "século da Ciência", porque registou-se nesse século grandes


progressos nas ciências exactas e experimentais e surge o interesse pelas ciências
humanas.

5.1.- A REVOLUÇÃO LIBERAL AMERICANA E A INDEPENDÊNCIA DOS


EUA.

No final do século XVII, teve lugar na América do Norte, um acontecimento com um


grande significado no mundo: pela primeira vez uma colónia europeia declara a sua
independência, pondo em prática as ideias de liberdade e adopta um regime
democrático, assente na participação dos cidadãos.

5.1.1.- AS 13 COLÓNIAS INGLESAS DA AMÉRICA DO NORTE E A


RUPTURA COM A INGLATERRA

Na 1ª a metade do século XVII, muitos ingleses, escoceses e irlandeses, deixaram a


Grã-Bretanha, devido a perseguições políticas e religiosas e também por necessidades

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econômicas ou para trabalharem nas companhias e emigraram para a costa atlântica da
América do Norte onde fundaram colônias. Com o decorrer do tempo surgiram outros
colonos holandeses, alemães e suecos que, a pouco e pouco se espalharam ao longo do
litoral e avançaram para o interior.

Em meados do século XVIII, na América do Norte existiam 1ª colónias inglesas, como


podemos observar no seguinte mapa abaixo:

Referência bibliográfica

CARREIRA, ANTÓNIO – Notas sobre o Tráfico Português de Escravos, Lisboa,


Universidade Nova de Lisboa, 1983

47
KI-ZERBO - História da África Negra, Paris, Hatier, 2º. Volume, 1972.

MATOSO, ANTÓNIO, G. – Compêdio de Historia Universal, Lisboa, Livraria Sá da


Costa, 1946.

MBOKOLO, ELIKIA - África Negra – História e Civilizações até ao Século XVIII,


Tomo I, 2003

MED (CIPIE) – História Ensino de Base 8ª classe, Luanda C.I.P. 1º. Volume.

MDINA, J. e HENRIQUES, ISABEL C. – A Rota dos Escravos: Angola e a Rede do


Comércio Negro, Lisboa, Cegia.

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