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MATÉRIA DE HISTÓRIA DA 10ª CLASSE

1.1 CONCEITO E OBJECTO DE ESTUDO

Como ciência, a História nasce nos primórdios do século XIX, tornando assim
uma ciência independente, possuindo métodos de investigação, métodos de
análise e síntese, objecto de estudo, etc.

A palavra história tem como origem a cidade da Grécia Antiga, que em grego
historiei, significa investigar.

Entre os vários historiadores da antiga Grécia, vamos destacar Heródoto


Halicarnasso (485 a.C. – 396 a. C) conhecido como o Pai da História, e
posteriormente Tucídides (460 a.C – 700 a. C).

Várias são as definições existentes sobre a História como ciência, não existe
uma definição exacta.

Conceitos de História:

· A História: é a narração científica e cronológica dos acontecimentos ou


dos factos ocorridos no passado, num determinado espaço geográfico e num
dado momento, em que os homens foram actores dominantes para o
desenvolvimento ou retrocesso da humanidade.

· A História: é a ciência que estuda o homem na sua evolução ao longo dos


tempos e num espaço.

· Segundo Marco Túlio Cícero, a «História é o testemunho dos tempos, a


luz da verdade, a mestra da vida, a mensagem dos dias que não voltarão».

1.1.1 OBJECTO DE ESTUDO DA HISTÓRIA

Toda e qualquer ciência possuí um objecto de estudo, a História não foge a


regra, também possui objecto de estudo:

· Em primeiro lugar vamos encontrar o Homem como sendo a autor


principal dos factos históricos;
· O Tempo uns dos elementos primordial na ciência histórica;

· O Espaço o lugar ou o local onde os factos ou os acontecimentos


históricos se realizam;

· A Sociedade, grupo de indivíduos organizados que vivem sobre base de


normas, leis, etc., num determinado espaço geográfico.

Estes vão constituir o objecto de estudo da História, mais não nos esqueçamos
que o Homem é o objecto primordial da História.

1.2 - A FUNÇÃO SOCIAL DA HISTÓRIA

A história cumpre uma função na formação do cidadão. Seu estudo ilumina as


estruturas que impulsionaram o desenvolvimento dos povos e informa sobre
as ideias que esses povos têm sobre seu desenvolvimento histórico. Permite,
portanto, registrar a variedade de artefactos que imaginaram para armazenar,
reter e difundir a memória do passado. A função social da História é de
informar e formar o Homem para que possa evitar erros do passado viver de
forma adequada o presente e projectar uma sociedade sã [1].

1.2.1 – AS CORRENTES DA HISTÓRIA

Antes de mencionarmos as correntes da História, vamos em primeiro lugar


enumerar as fases da evolução histórica:

1. Fase Pré- Científica – inclui toda a história grega, romana, cristã-medieval


e a história do renascimento.

2. Fase de Transição – é um periodo de passagem entre a fase Pré – científica


e a fase Científica.

3. Fase científica – é o periodo da História Moderna em pleno século XX,


inclui toda a história da corrente positivista, o Historicismo e da História Nova.

Não devemos esquecer do Renascimento que foi um movimento pertencente a


fase Pré-científica.

1.2.2 – O renascimento

É um grande movimento de renovação das letras, das ciências e das artes a


que se deu o nome de renascimento e que tinha como principal inspiração o
antigo mundo greco-romano. Este movimento teve início em Itália por
diversas razões, entre as quais porque Itália era constituída por vários estados
independentes como Florença, Roma, Génova e Veneza que tinham um grande
progresso económico por causa das relações com o Oriente e o Norte da
Europa e também porque os dirigentes destes estados (papas, príncipes e
burgueses) eram mecenas (ou seja, protegiam as pessoas ligadas ás artes e ás
letras) e outro motivo é que Itália tinha muitos monumentos e obras literárias
das antigas civilizações que serviam de inspiração aos artistas. O movimento
renascentista espalhou-se por toda a Europa. Alguns dos renascentistas que
mais se destacaram foram Maquiavel e Petrarca (em Itália) Erasmo de
Roterdão (na Holanda), Shakespeare (em Inglaterra) e Camões (em Portugal).
Durante a Idade Média (séc. V a XV) Deus era o principal objecto de reflexão
do homem mas, a partir do século XV (com o renascimento), passou a
debruçar-se mais sobre si próprio. O homem renascentista preocupava-se em
desenvolver o corpo e o espírito e tinha grande interesse em saber um pouco
de tudo (conhecimento enciclopédico). Esta nova corrente de pensamento
chamava-se humanismo e um dos humanistas que mais se destacou foi
Leonardo da Vinci que foi artista, engenheiro e cientista. Já na Antiguidade
clássica, os escritores romanos e gregos refletirão sobre os problemas do
homem.

As correntes da História

As principais correntes da História são:

1. Positivismo:

2. Marxismo

1.3. METODOLOGIA DA ANÁLISE HISTÓRICA

Para se falar da Metodologia da Análise Histórica, em primeiro lugar teremos


que definir as principais terminologias: Metodologia e Análise.

Metodologia: é o conjunto de métodos que viabilizam um determindo


trabalho;

Análise: Separação ou desagregação das diversas partes constituintes de um


todo; decomposição. (Vide Dicionários Aurélio).
Metodologia da Análise Histórica: é o conjunto de métodos que analisam as
diversas partes do conhecimento histórico. (Vide Culo).

Pode-se assim afirmar que, não se pode classificar as fontes históricas sem
que, exista a Metodologia da Análise Histórica, visto que, entre elas existe uma
relação.

Falar da Metodologia da Análise Historia leva-nos a abordar sobre as fontes


históricas, já conhecidas por muitos:

Fontes Históricas: são todos os vestígios que testemunham a presença dos


antigos homens me variados sítios, épocas. Estas fontes classificam-se:

1. Fontes materiais – são todos os artefactos e construções da antiguidade


deixadas pelos nossos antepassados.

Exemplo: utensilio doméstico, armas, esculturas, barcos moedas, etc.

2. Fontes escritas: são todos os documentos escritos deixados pelos nossos


ancestrais em diferentes locais e épocas.

Exemplo: cartas, contratos, livros, leis, listas de impostos, etc.

3. Fontes orais: são narrativas transmitida oralmente de geração em geração,


fazendo parte do modo de vida da comunidade.

Exemplo: as pessoas mais antigas das comunidades e que conhecem a historia


da mesma (os Reis, Sobas, anciões, etc.).

Obs.: a tradição oral é mais usual em África e em localidades onde tomaram


contacto com a escrita muito mais tarde, por isso é considerada a tradição oral
como uma fonte muito importante para o continente africano, visto que ela é
transmitida de geração em geração.

A CRÍTICA HISTÓRICA

É considerado como crítica histórica o método histórico que distingui o


documento verdadeiro do documento falso, é o método que verifica o que
pode existir de falso num documento verdadeiro ou vice-versa.

A História faz-se com documentos e não só. Para o historiador distinguir o


verdadeiro do falso deve seguir três passos importantes:
1. Procurar e classificar as fontes;

2. Verificá-las;

3. Compreendê-las.

A SÍNTESE HISTÓRICA

Pode-se definir a síntese Histórica como sendo o resumo do conteúdo histórico


após o processo de análise. Assim pode-se dizer que, sem a análise não pode
haver a síntese.

Os documentos e testemunhas, são os elementos fundamentais para dar corpo


ao conhecimento histórico, mais estes devem ser submetidos a uma análise e
posteriormente ao resumo ou síntese.

1.4 – A PERIODIZAÇÃO, SEUS CRÍTERIOS E PROBLEMAS

A História é uma ciência que tem como elementos fundamentais: o tempo e o


espaço, para de poder enquadrar os factos históricos.

Periodização: é a maneira de ordenar de forma cronológica os acontecimentos


históricos, isto é, desde a antiguidade até a actualidade. (Vide Culo).

A periodização histórica desempenha uma grande importância no estudo dos


períodos históricos da humanidade. Também permite compreender a
sistematização do estudo do passado da humanidade.

A História Tradicional divide-se nos seguintes períodos cronológicos:

PERIODIZAÇÃO HISTÓRICA GERAL

➢ Idade contemporânea: Da Revolução Francesa até aos nossos dias…

➢ Idade Moderna 1789 com a Revolução Francesa

➢ Idade Média Terminou com a queda de Constantinopla

➢ Idade antiga Séc. V terminou em 476 d.C

➢ Pré- História Aparecimento da Escrita

Um dos grandes problemas que a periodização histórica apresenta é o


eurocentrismo e a regionalização na História Universal.
PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA DE ANGOLA

A periodização da História de Angola goza de um período conturbado,


complexo e de difícil compreensão.

Exemplo: a data de 1482 possui um grande significado histórico para o Congo e


não para o resto do território angolano. O mesmo pode se dizer da data de
1575 que tem um grande significado para Luanda igualmente sem muito
interesse para o resto do território de Angola.

A História de Angola deve-se em 8 períodos como descreve Bengui Pedro;


2008, História 10ª Classe:

1- As civilizações pré-Históricas (desde os primeiros habitantes de Angola –


os Pigmeus e os Khoisan e termina com a migração Bantu.

2- Período dos reinos do território que é hoje Angola (antes e depois da


chegada dos europeus, terminando convencionalmente em 1482.

3- O chamado período do mercantilismo colonial (tem início com a chegada


de Diogo Cão na foz do rio zaire em 1482 e termina em 1885.

4- O capitalismo comercial (vai de 1885-1910);

5- Quinto período (1910-1926);

6- Angola no período entre 1926-1961 (implementação da 2ª República e


termina com o desenvolvimento do nacionalismo africano)

7- Início da luta da luta armada até à Independência Nacional (1961-1975);

8- Periodo pós-Independencia (desde 1975 até aos dias actuais).

Obs.: Estes dois últimos períodos são mais recentes que possuem maior
número de bibliografias, por isso são os períodos mais conhecidos da História
Angolana.
UNIDADE # II – ANGOLA – TERRITÓRIO E AS
POPULAÇÕES MAIS ANTIGAS

2.1 VESTIGIOS ARQUEOLÓGICO DO PALEOLÍTICO, MESOLÍTICO


E DO NEOLÍTICO

Todo esse vasto e longo processo histórico começa desde a Pré-história,


literalmente quer dizer antes da História que só pode ser feita com fontes
escritas, materiais e oral. Com desenvolvimento da Arqueologia e outras
ciências que buscam a reconstituição do passado por meio dos fósseis e
objectos encontrados em escavações, com isso começou-se a utilizar também
as fontes ágrafas (não escrita).

Os arqueólogos ingleses dividem a arqueologia da africa sub-equatorial em


três grandes estádios: Paleolítico, Mesolítico e Neolítico.

De uma forma resumida vamos abordar sobre cada um deles:

2.2 PALEOLÍTICO

O primeiro e mais longo periodo do desenvolvimento humano, que se


estendeu até perto de 10,000 a. C, chama-se Paleolítico ou Idade da Pedra
Lascada.

Do grego podemos definir o Paleolítico da seguinte forma: Paleos = antigo +


Litos = Pedra, por isso chama-se periodo da pedra antiga ou também pedra
lascada.

Além da pedra também utilizavam a madeira, vegetais, pele de animais, ossos


e o marfim, como matéria-prima para confecionar os instrumentos de
trabalho. Vários foram os instrumentos feitos nesta época: seixos, lanças,
bifaces, raspadores, machados, pontas de seta, arpões, anzóis e agulhas.

Neste período o Homem vivia totalmente dependente da natureza, vivia da


colheita de frutos silvestres, escavavam o solo, para arrancarem raízes,
apanhavam insectos e pequenos animais, em outras palavras podemos dizer
que viviam da recolecção.
Neste periodo houve uma das maiores descobertas deste período: o fogo assim
como o seu domínio o que vai permitir-lhe cozer os seus alimentos, iluminar
as cavernas, afugentar os animais ferozes, aquecer-se do frio.

Estes também praticavam a pesca, primeiramente eram feitas nos lagos,


posteriormente nos rios e depois no mar.

Os povos deste período deslocavam-se de um lado ao outro procurando


melhores condições de recolha e de pesca, recebendo assim o nome de
Nómadas.

FASES DO PALEOLÍTICO

Este período é dividido em três fases: o baixo Paleolítico, paleolítico médio e


Paleolítico Superior.

Os instrumentos de trabalho foram evoluindo ao longo dos tempos


desenvolvendo as técnicas de trabalho.

Os homens do Paleolítico deixaram alguns vestígios em Angola, concretamente


nas seguintes províncias: Kwangar e no deserto do Namibe.

2.3 MESOLÍTICO

Pode se definir o Mesolítico como sendo o período intermediário entre o


Paleolítico e o Neolítico ou período de passagem. É o período mais curto, por se
tratar de um periodo de passagem.

Este é um periodo que menos produziu, por isso poucos são os acontecimentos
que se registraram nesta época. Cerca de 10 milénio a. C, neste período a
História registrou uma vasta e profunda modificação no clima, alteração na
fauna e na flora. Algumas espécies de animais acabaram por desaparecer, tal
igual as plantas, e algumas outas espécies se desenvolveram neste no
ambiente.

As regiões que haviam sido ocupadas por gelos dão origem a novas zonas
vegetativas.

Assim como aconteceu com os animais também encontram-se a distribuído a


raça humana: os negróides na região florestal e de savana da África Ocidental.
Os Khoisan vão encontrar-se na África Austral e Oriental, onde deixaram
paredes pintadas. Os instrumentos de trabalho produzidos pela indústria
microlítica eram o arco e a flecha tornando-se como principal instrumento de
trabalho.

Também vamos encontrar os vestígios desse povo em alguns lugares do vasto


território de África: Deserto do Namibe e Namíbia.

Neste periodo o Homem ainda vivia totalmente dependentes da natureza ou


podemos dizer que ainda eram nómadas.

2.4 O NEOLÍTICO

Podemos definir este período como sendo a fase da “Nova Pedra”, também
conhecido como “Revolução Neolítica”. Neste período vamos assistir uma
evolução da humanidade, tanto na sua organização social assim como na
evolução dos seus instrumentos de trabalho.

Nesta fase o Homem deixa de ser nómada e passaram a ser sedentário,


deixando de depender totalmente da natureza e começando a praticar a
criação de animais e a agricultura. Neste período surgem os primeiros
aldeamentos e consecutivamente as novas necessidades de produção que
originaram a nova organização social.

Neste periodo destaca-se a Agricultura e a Domesticação de Animais, sem nos


esquecermos da fundição do ferro.

Graças a agricultura e a criação de animais levou o Homem a deixar o


nomadismo e passou ao sedentarismo, tendo um lugar fixo para poder habitar
e se desenvolver, o que originou os aldeamentos e a organização social.

A agricultura era realizada nos vales dos rios que recebeu o nome de
“crescente fértil”. Ex: regiões localizadas no rio Nilo (Egipto), e os rios Tigre e
Eufrates (Mesopotâmia).

A descoberta dos metais neste periodo revolucionou os instrumentos de


trabalho, a invenção da roda para as carroças vai aumentar assim a produção
agrícola e a economia de produção. As aldeias tornam-se maior e com divisão
de trabalho.
PROGRESSOS TECNICOS DO NEOLÍTICO

· O machado;

· A enxada;

· A faca;

· O martelo;

· O arado;

· A roda

· O triturador;

· A utilização de lã – fibra de linho.

2.2 AS COMUNIDADES HUMANAS DO TERRITORIO: KHOISAN E


OUTROS

Muito antes das migrações Bantu no actual território que constitui hoje
Angola, já existiam alguns povos que constituíam o fundo primitivo de Angola
que eram os Pigmeus e os Khoisan. Nós faremos mais referência aos Khoisan,
um grupo que hoje se encontra em extinção.

Os Khoisan – um grupo reduzido, que encontram – se espalhados na parte sul


de Angola, respectivamente na província da Huíla e do Cunene. Como já
fizemos referência os Khoisan é resto de uma raça de habitou o território que
é hoje Angola, muito antes da chegada dos Bantu. Este grupo engloba os
Hotentotes e os Kunji (Kamussekele, Mukakhala ou Bosquímanos), este último
nome é um pejorativo que eles rejeitavam, pois que tinha como significado "
Homem da Selva ou do Bosque". Estes possuíam uma língua totalmente
deferente dos povos Bantu, mais língua pertencente aos Khoisan. Quanto aos
Khoisan é curioso o caso de que durante todo esse tempo eles nunca chegaram
a formar reinos nem estados.

Eram povos que viviam totalmente dependentes da natureza, alimentando – se


de frutos silvestres, raízes e eram caçadores. Quanto a sua fisionomia eram de
pequena estatura, pele de cor acastanhada ou amarela. Estes foram
considerados como excelentes caçados, e trocavam a carne por outros
produtos.
Para a caça utilizavam pequenos arcos e flechas envenenadas. Além de Angola
vamos encontrar estes povos na vizinha República da Namíbia, África do Sul e
Botswana.

2.3 O PROCESSO DE SEDENTARIZAÇÃO. A ECONOMIA


AGRÍCOLA

Durante muito tempo o Homem passou por um longo processo em que vivia
totalmente dependente da natureza, eram nómada andando de um lado para
outro procurando melhores condições naturais.

Com a descoberta da agricultura o trabalho da terra, exigiu que o Homem se


fixar-se num determinado lugar que possuíam condições para a pratica da
agricultura e da pastorícia, em muitos dos casos estes lugares situavam – se ao
longo dos rios, terminando assim com o nomadismo do Paleolítico e
começando a sedentarização.

Neste período começam a surgir as comunidades agrícolas e pastores nas


zonas férteis das planícies, dando origem as aldeias.

Com o crescimento da produção originou o crescimento da densidade


populacional e consequentemente a multiplicação das aldeias.

2.4 AS MIGRAÇÕES[2] BANTU[3]

É muito difícil estabelecer datas exactas das migrações Bantu devido a falta de
documentos por um lado, por outro lado pelo processo longo que teve as
deslocações pois que nunca tinham um carácter de estadia definitiva.

Um dos factores principais que acelerou as rápidas migrações foi a descoberta


e utilização dos metais durante os 500 anos da nossa era. Com a descoberta
desses metais esses povos tornam-se superior em relação aos outros povos,
pois que estes possuíam armas mais eficazes e instrumentos de trabalho mais
avançados em relação a outros povos.

Desenvolveu-se a agricultura, a caça e o crescimento populacional. Mesmo


com esse desenvolvimento a produção era pouca para toda a comunidade,
razão essa que levou ao surgimento de vários conflito no ceio dos Bantu, este
também foi um dos motivos para o desmembramento dos Bantu na procura de
novas terras férteis pouco habitadas.

Com o domínio da agricultura e da metalurgia os deferentes povos Bantu que


habitavam possivelmente na região do Níger e no Lago Tchad. Estes povos
deslocaram – se em duas direcções: Leste e Sul de África, passando grandes
lagos a baixo do planalto Luba e a bacia do rio Zaire.

Durante este processo migratório fixavam – se periodicamente em vários sítios


onde já eram habitados por povos caçadores e recolectores, povos esses que
viram-se obrigados a abandonarem as suas terras porque não se encontravam
e altura para enfrentar aos Bantu e estes recuaram até a parte sul de África.

Distribuição territorial dos povos de Angola

Os Bantu, possuem uma dezena de variantes, com centenas de subgrupos, a


sua distribuição abrange a totalidade do nosso território.

Basicamente os Bantu em Angola dividem-se em seguintes grupos:

1. Os Bakongo

Ocupam a maior parte do norte de Angola, limitados pelo mar e pelo rio
Kwanza especificamente Cabinda, Zaire e Uíge.

Organização Sócio-económica, política e cultural

Povos agricultores, praticam a escultura concretamente no fabrico de


máscaras coloridas, dentre eles existia subgrupos que eram muito bons no
fabrico da arte sacra e mestres na manufacturas mabula[4], esses povo é
conotado como sendo propensos ao misticismos[5], bons para o lado
comercial[6]. São povos que as terras encontram-se protegidas pelo espírito
dos seus antepassados, Mfumu a Ntota[7].

2. Os Kimbundu

Ocupam também uma grande extensão do território nacional, limitados pelo


mar e pelo rio Kwanza, localizando-se na parte mais a Leste do Norte de
Angola para o Sul médio do Kwanza concretamente nas províncias de Luanda,
Bengo, Kwanza Norte, Malange, e partes de Kwanza Sul.
Organização Sócio-económica, política e cultural

De uma maneira geral são bons agricultores de subsistência, são bons no


domínio dos instrumentos musicais como é o caso do Xilofones[8],
instrumentos construídos de cabaças. Estes também dominam o artesanato, no
ramo da escultura, em algumas regiões existia povos que eram bons
arquitectos de obras fúnebres, como campas feitas de pedras.

Na região costeira como é o caso da Ilha de Luanda o povo dedica-se a


actividade pesqueira ligado a crenças religiosas a Kyanda.[9] Por tanto
também formam bons guerreiros prova disso são os vários Estados que
chegaram a constituir.

3. Os Lunda Tchokwé

Igualmente vão ocupar um grande e vasto território deste país, estes povos
englobam as seguintes províncias Lunda Norte e Sul, Moxico e partes do
Kuando-Kubango.

Organização Sócio-económica, política e cultural

Descendentes de caçadores, são povo com uma inclinação para a escultura,


bons empreendedores na construção de habitações. Estes tinham um modo de
educar um pouco diferente em relação aos outros povos, os rapazes eram
educados na Mukanda e as meninas eram educadas na Cikumbi. Este tipo de
educação ajudava na transmissão dos valores culturais de geração a geração,
caso característico em África. Povo este que conserva acultura na linhagem
matrilinear. Este povo também leva jeito para o lado comercial. Actualmente
estão a desenvolver a agricultura e a exploração dos recursos minerais como é
o caso do Diamante. Têm como actividade principal a pesca artesanal e a caça.

4. Os Ovimbundu

um dos povos com a língua mais faladas em Angola, estes estendem-se pelas
seguintes províncias: Huambo, Bié e parte Norte da Huíla.

Organização Sócio-económica, política e cultural

Estes povos são bons caçadores em savanas, criador de gado, agricultores com
a técnica da charrua puxada pelos bois. Com inclinação na construção de
fornos para a fundição cobre, principalmente em Benguela.
Artisticamente eram bons, pois que possuíam escolas de escultura animalista e
de múltiplas máscaras utilizadas na iniciação masculina – evamba ou
circuncisão. Os Ovimbundu foram também bons construtores de fortes
embalas ou muralhas defensivas.

5. Os Nganguela

Estes encontram-se divididos em dois territórios: na fronteira da bacia do


Zambeze até ao Kubangu, mais a maior parte encontram-se no Kuando
Kubango.

Organização Sócio-económica, política e cultural

Descendentes de caçadores, hoje dedicam-se a agricultura no período chuvoso


assim como a pecuária como base económica. Também praticam a extracção
do mel, pesca fluvial como sustento a sua economia.

Este povo domina a metalurgia com a fundição do ferro, bons na cerâmica


negra. Socialmente também possuem os seus ritos de iniciação para os
homens, sem este rito o Homem não possui o estatuto de Homem.

CONCLUSÃO

Podemos concluir que esta unidade leva-nos a entender o grande significado


que tem a ciência Histórica, suas origens, objecto de estudo, as fontes
históricas assim como a grande função social que a História exerce na
sociedade, bem como nos dá a entender a grande importância que a
periodização tem na organização dos acontecimentos de uma forma
cronológica.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

FREITAS, Gustavo; História, s/d.

MATERIAL de História da 11ª Classe; Ex. IMNE, 2005

PERDRO, Bengui; História 10ª Classe, 2008

Após O Estudo Destas Unidades Responda As Seguintes Questões

1. Sobre as fontes históricas responda:

a) O que entendes por fontes Históricas?


b) Como é que se classificam as fontes históricas?

c) Qual é a diferença entre as fontes históricas com a crítica histórica?

2. Qual é a função social da História?

3. Como se clássica a periodização de Angola?

4. Como se classificam o vestígios arqueológicos de Angola?

5. Defina o Paleolítico e o Neolítico.

6. Mencione os primeiros povos que habitaram Angola.

7. O que são migrações e quais são as suas causas

a) Qual foi o principal motivo da rápida expansão do povo Bantu em África?

8. Porque se diz que Angola é um mosaico territorial? Mencione os seus


grupos étnicos.

[1] Vide John G. A. Pocock

[2] Deslocações feitas por um de uma região para outra, na busca de melhor
condições de vida.

[3] Nome atribuído ao conjunto de povos que utilizam o pré-fixo "ntu" que em
várias línguas nacionais significa Homem.

[4] Tecidos de ráfia executados no tear vertical

[5] Associações profético-messiânicas que assumem o papel de seitas


religiosas.

[6] Zolombo e os Solongo

[7] Donos ou senhor da terra, significado na língua Kikongo.

[8] Instrument musical como é o caso Marimba

[9] Sereia

ÁFRICA NEGRA à(s) 03:38

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