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GEOGRAFIA DE ANGOLA

GEOFRAFIA FÍSICA DE ANGOLA

I - INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA DE ANGOLA

Angola, tratando-se de um país, ocupa um espaço geográfico no continente africano e


mundial onde está presente a manifestação de objectos, elementos, fenómenos físico-
geográficos e ainda a presença de homens em pleno exercício da sua actividade.

Sendo assim, resulta muito importante o estudo da geografia de Angola, quer


desde o ponto de vista físico tal como desde o ponto de vista social, ou seja, a
intervenção do homem sobre a natureza.
Estudar Angola desde o ponto de vista físico é compreender como manifestam os
objectos, elementos e fenómenos físico-geográficos, neste espaço geográfico, tal
como:
- Sua costa marítima.
- Etapas de evolução geológica.
- Principais estruturas geomorfológicas.
- A circulação atmosférica e o clima em Angola.
- A manifestação hidrográfica.
- Os solos, a flora e a fauna angolana.
- A regionalização física- geográfica de Angola

Estes, refira-se, são os principais integrantes dos complexos naturais em Angola,


que devem merecer a atenção de toda gente que se identifica com este país, na
protecção e conservação do meio ambiente.
Sabemos ainda que o estudo da geografia de angola contempla dois campos do
saber ou seja, está formado por um sistema de ciências naturais e sociais, estuda os
complexos naturais, daí a geografia física de Angola que é uma ciência natural e a
geografia económica que é uma ciência social. Esta última, no espaço geográfico de
Angola, preocupa-se em:

- Distribuição espacial da população.


- Na localização espacial dos complexos territoriais da produção.
- Na divisão política administrativa de Angola.

A CADEIRA DE GEOGRAFIA DE ANGOLA NO CICLO UNIVERSITÁRIO

A geografia de Angola no ciclo universitário, trata-se de uma cadeira que


precisa de muito trabalho de investigação e a seu tempo, mobilizará meios e homens

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dotados em ciências geográficas e ciências afins, tais como: Geógrafos, professores


de geografia, geofísicos, cartógrafos, geólogos, biólogos, só para citar alguns.
Esta missão requer homens dinâmicos, corajosos e decididos para dar corpo o
que se pretende saber sobre a geografia de Angola actualmente.
Sabemos de antemão que neste domínio e noutros, Angola é um país que
necessita de investigação, por isso, referencias bibliográficas sobre o tema são
extremamente escassas, pelo que, chamamos a todos a contribuir com o seu saber e
cobrir essa lacuna que se faz sentir.
Para os estudantes, depois de dotados de conhecimentos sobre metodologia de
investigação e disciplinas específicas do curso, desenvolverão trabalhos de
investigação sobre o tema, respeitando, desde já, o princípio do próximo ao afastado
nos polígonos didácticos previamente estabelecidos pela instituição.
Esta cadeira, dada a sua importância e o vazio que se assiste, somos de opinião
que o órgão máximo do ensino superior em Angola, crie condições de trabalho,
mobilize homens e organize grupos de trabalho para atacar o tema.

No estudo da Geografia Física de Angola utilizam-se mapas gerais que


abordam temas sobrepostos no mesmo mapa, tal como mapas específicos que
abordam um único tema como por exemplo o mapa de clima, dos solos, da
hidrografia, população, etc.
Para o estudo com maior precisão, usam-se mapas de maior escala, os mapas
topográficos.
Este manual foi elaborado para apoiar os estudantes do Curso de
Geodemografia da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto.
O conhecimento geográfico pela sua natureza destaca-se sempre em dois
campos ou seja desde o ponto de vista físico e social, constituído deste modo um
sistema de ciências.

GEOGRAFIA COMO SISTEMA DE CIÊNCIAS

Geog. Angola
Natureza Sociedade

Geog. Física de Angola Geog. Econ. de Angola

O que justifica a geografia ser um sistema de ciências?

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PRIMEIRA PARTE

Geografia Física de Angola

Situação físico-geográfica de Angola

Angola situa-se na costa ocidental do continente africano na sua parte austral


entre os paralelos 4º 22' - 18º02' de latitude Sul, e 11º 41'- 24º 05' de longitude Este.

Situando-se assim, Angola apresenta uma amplitude latitudinal de 13º40'e uma


amplitude longitudinal de 12º24'.

LIMITES
Angola, país da África austral, está limitado a Norte pela República Democrática do
Congo e República do Congo; a Sul pela República da Namíbia; A Este pela
República Democrática do Congo e a República da Zâmbia e a Oeste pelo oceano
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Atlântico. Inclui também o enclave de Cabinda através do qual faz fronteira com a
República do Congo.
Recorda-se ainda que a ilha vulcânica de Santa Helena, de bandeira britânica, é a
mais próxima da costa angolana.
A fronteira angolana tem uma extensão de 6487 km, dos quais 4837 são de fronteira
terrestre e 1650 km de fronteira marítima. Por quanto a superfície de Angola é de
1246700 km².

PONTOS EXTREMOS
1 – Norte: A norte da localidade de Caio Bemba, na província de Cabinda, na
fronteira com a República do Congo onde encontramos o ponto extremo norte, sem
nome.
2 – Norte (sem contar com a província de Cabinda): A noroeste da localidade de
Luvo, província do Zaire, encontramos outro ponto extremo norte, sem nome.
3 – Este: A norte da localidade zambiana de sapeta, isto é, na província de Moxico.
4 –Sul: A norte da localidade namibiana de Caprivi, no município do Dirico, na
província do Cuando Cubango.
5 – Oeste (insular) – Ilha da Baía dos Tigres, na província do Namibe.
6 – Oeste (continental) – Península a Oeste do Tômbua, na província do Namibe.

CONFIGURAÇÃO
Se tivermos em conta as coordenadas geográficas extremas da superfície angolana,
sua latitude é de 13° 40' e uma extensão longitudinal é de 12° 24', onde claramente a
amplitude de Norte a Sul é ligeiramente superior que a de Oeste á Este. Isso sustenta
a afirmação que a configuração de Angola se assemelha a um quadrilátero.
Quais são os limites e a configuração de Angola?
Calcule as amplitudes latutidinal e longitudinal de Angola?

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II - PRINCIPAIS ESTRUTURAS GEOLÓGICAS DE ANGOLA

Tal como acontece com o nosso planeta Terra, Angola também tem a sua
história geológica, pois, os factos geológicas que se produziram na Terra ao longo
dos tempos, deixaram seus registos também nas formações geológicas angolanas.
Mas para melhor compreender a história geológica de Angola, é preciso
entender a evolução geológica da Terra, tal como se demonstra no quadro seguinte
dado que costuma dividir-se a História da Formação da Terra, dada a sua grande
amplitude temporal, em diferentes épocas que se denominam eras e cada uma delas
com características próprias:
- Era Arqueozoica ou Pré-Câmbrica
- Era Paleozoica ou Primária
- Era Mesozoica ou Secundária

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- Era Cenozoica Terciária


Cada era, está dividida em unidades de tempo, a que chamamos períodos como
se observa no quadro a seguir:

ERAS E PERIODOS GEOLÓGICOS DA TERRA

Era Períodos Milhões de anos Principais acontecimentos


Arqueozoica Pré- 4600 Origem da Terra. Primeiras rochas
Câmbrico 3900 conhecidas. Origem da Vida. Formação da
3300 atmosfera actual.
Paleozoica Câmbrico 570 Invertebrados aquáticos (protozoários,
Ordovinico 500 celenterados, crustáceos), Criptogâmicas
Silúrico 430 gigantes; primeiros vertebrados aquáticos;
Devónico 595 início de formas de vida terrestre. Insectos.
Carbónico 345 Anfíbios. Répteis herbívoros.
Pérmico 280
Mesozoica Triácico 225 Divisão da Pangeia. Aves e grandes répteis.
Jurácico 190 Dinossauros. Plantas com flor. Primeiros
Cretácico 135 mamíferos.
Cenozoica Terciário 652 Extinção dos dinossauros. Proliferação dos
Quaternário mamíferos. Primeiros hominídeos.

Como podemos concluir na análise desse quadro, Angola faz parte da Terra e
de tal modo passou pelas mesmas eras, períodos e acontecimentos pelas quais a Terra
passou.
Podemos sim destacar aspectos particulares que caracterizam a evolução
geológica em Angola que se resume nas seguintes estruturas geológicas:

1- MACIÇO ANTIGO
Esta grande unidade geológica que se estende no sentido N-S (sublitoral),
aflorando a superfície rochas metamórficas e magmáticas muito antigas e
recentes da era primária nas províncias do Zaire, Uíge, Cuanza Norte,
Malange, Huambo, Bié, Huíla e Namibe. Esta estrutura geológica aflora
ainda nas Lundas e no extremo Este da província do Moxico (Alto
Zambeze). Ela é fundamentalmente caracterizada por rochas intrusivas,
conglomerados, dolomites, quartzitos, quimberlito (nas Lundas) relacionado
com os diamantes, basaltos, gabros, granitos, etc.

2- FORMAÇÃO DE COBERTURA

Em Angola assiste-se um contraste, pois, em zonas baixas como acontece


na província da Lunda Norte, nos vales onde drenam os rios encontramos
rochas antigas, produto dos agentes erosivos, enquanto nas zonas elevadas

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predominam rochas mais recentes. Isso quer dizer, que as rochas mais
recentes cobrem as mais antigas por isso só afloram à superfície, quando os
rios ou outros agentes escavam os terrenos.
As formações de cobertura são as que ocupam maior área do nosso país e
resultam essencialmente da acumulação de sedimentos, resultantes da acção
dos agentes erosivos ou das diversas forças externas, que ao longo dos
tempos foram incidindo na geomorfologia de Angola.
As rochas das formações de cobertura têm idades muito variadas mas a
maior parte delas é do período terciária e quaternária na era Cenozóica.
Nestas formações tanto podemos encontrar areias (dominantes a Leste,
sobretudo a SE) como calcários, xistos, etc.
As formações de cobertura, como já nos referimos, ocupam todo território
angolano a leste do maciço antigo, salvo pequenas áreas, como a do Alto
Zambeze.

3- ORLA SEDIMENTAR LITORAL

É uma outra grande unidade geológica de Angola, que ocupa uma posição
costeira no sentido latitudinal, formada fundamentalmente por rochas
sedimentares de origens diferentes, resultantes da acção dos agentes
erosivos tais como a abração marinha, os ventos, o intemperismo, a acção
dos rios, entre outros, onde a maioria delas têm idades inferiores as rochas
do maciço antigo.
Os sedimentos ou detritos são transportados e depositados em regiões
baixas, sobretudo no fundo do mar e de acordo com a história geológica da
Terra, ao longo do tempo, ocorreram em algumas épocas as transgressões e
regressões marinhas e no caso destas, aquele que era fundo marinho num
determinado momento, devido esta acção, hoje constitui superfície terrestre
destacando-se as rochas sedimentares.

Devido a influência da acção fluvial dos rios Zaire e Cuanza, nestas secções a
orla litoral angolana se faz mais larga que nos outros sectores, constituindo grandes
planícies aluviais.
Na orla litoral angolana podemos encontrar uma grande variedade de rochas
sedimentares como areias, conglomerados, arcoses, grés, calcárias, margas, etc. A
estas rochas sedimentares da nossa orla litoral, estão relacionados importantes
recursos mineiros do nosso país, como o petróleo, os fosfatos, entre outros.
Identifica as principais estruturas geológicas angolanas no mapa que segue?

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III - PRINCIPAIS ESTRUTURAS GEOMORFOLÓGICAS DE ANGOLA

Em Angola, nota-se claramente os desníveis que caracterizam a sua superfície,


como acontece em todo continente africano.
O relevo angolano, sua disposição é longitudinal, pois, se viajarmos do litoral
a Este notamos que está constituído pelas seguintes estruturas:

1- ZONA DE PLANICIE LITORAL

Estende-se ao longo de toda costa angolana, entre o oceano Atlântico e a zona


de transição, sua altitude varia entre zero (tendo em conta o nível médio das
ondas do mar) até 200 metros. Constitui uma planície.

Esta estrutura de relevo apresenta uma largura bastante variável dos 15 a 20km
a sul de Benguela até 200 km na baixa do Rio Cuanza.

Na província de Luanda, a costa é elevada em muitos casos abrupta (ex:


mirador da lua) ao passo que no Porto Amboim, Sumbe, Lobito, Benguela,
Namibe e Baia farta a costa é baixa, propiciando a existência de praias.

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Nesta zona assiste-se a deposição de sedimentos que os rios


Transportam, procedentes do interior do Pais.

2- ZONA DE TRANSIÇÃO OU SUBPLANÁLTICA

Entre a zona de planície litoral e a zona da cadeia marginal de


montanhas, encontramos estendida com orientação N-S uma região não muito
vasta, caracterizado por um relevo disposto, em espécie de escadaria, em que
pequenas superfícies encontram-se escalonadas e separadas em forma de
terraços e que acima destas superfícies localizam-se morros isolados. Sua
altitude varia entre os 200 e 100 m.

3- ZONA DE CADEIA MARGINAL DE MONTANHAS OU MONTANHA


MARGINAL
Esta zona começa quase no centro do Pais, estendendo-se mais a Sul
desde a região Este da Província do Kwanza Sul, passando pela província do
Huambo, Benguela, Huíla até ao NE de Namibe. Esta zona está muito ligada a
zona de transição ou subplanáltica numa faixa longitudinalmente estreita.

Nesta região se localiza uma série de elevações montanhosas com


altitudes superiores a 2000 metros e onde podemos destacar o morro do Moco
(2620m), as serras da Neve, da Chela, etc.

4- ZONA PLANÁLTICA

Trata-se de um relevo antigo onde podemos percorrer centenas de


quilómetros sem variações consideráveis da altitude. Esta zona ocupa grande parte
do território angolano.

A zona planáltica encontra-se, como que, empolada na região central do


pais onde atinge a sua máxima altitude de 1800 metros e daqui desce para
norte, para sul e para leste, porquanto a oeste encontramos a cadeia marginal
de montanhas.

A norte do rio cuanza a zona planáltica tem uma altitude média de


1300m e a sul deste mesmo rio, as altitudes são mais elevadas, podendo atingir
valores de 1600 a 1700 metros.

BAIXA DE CASSANGE

Nesta zona planáltica, localiza-se uma estrutura geomorfológica


chamada baixa de cassange, que é uma vasta depressão com orientação SSE-

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NNW e cuja origem deveu-se, em parte, a um sistema de falhas que


provocaram a formação de uma fossa de abatimento.

MACIÇO DO ALTO ZAMBEZE

Ainda dentro da zona planáltica podemos distinguir também no extremo


leste da província do Moxico, conhecida como região do Alto zembeze,
constituída sobretudo por um maciço montanhoso formado por rochas
magmáticas e metamórficas.

O maciço do Alto Zambeze, está limitado a ocidente por uma escarpa


com orientação SW-NE.

Sobre a zona planáltica do território nacional, também podemos


encontrar morros isolados, quebrando assim, de vez em quando, o domínio da vasta
superfície planáltica, como é o caso do morro do moco com 2 620 metros de altitude
na coordenada (12º 28' – 15º 11' ).

Quais são as principais estruturas geomorfológicas angolanas que pode


observar no mapa a seguir?

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A COSTA OCEÂNICA ANGOLANA

De um modo geral, tal como acontece com as costas africanas, a costa


angolana tem poucas acidente ao longo dos seus 1650km de litoral .

Ela apresenta como principais características, as seguintes:

- Uma plataforma continental estreita, o que significa dizer que muito


próximo da linha da costa encontramos profundidades superiores a 200 metros.

- Apresenta poucas penínsulas (cabos) e golfos (baias), ou seja


reentrâncias do mar para o continente ou saliências do continente para o
oceano ou mar, pois, a costa neste caso, é pouco recortada e mesmo assim, os
poucos acidentes que podemos localizar não são muito notáveis ou melhor, têm
pouca expressividade.
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- Em angola, predomina a costa de arribas e a baixa e arenosa; entende-


se por costa de arribas, uma costa elevada, muitas vezes abrupta ou escarpada;
e uma costa baixa, é geralmente uma zona de deposição de detritos ou
sedimentos, pois, nesta zona as ondas do mar ou oceânicas chegam de forma
suave, ao passo que já nas costas elevadas as ondas batem violentamente,
promovendo o processo de erosão através da conhecida abrasão marinha.

Em angola podemos localizar estes dois tipos de costas nos seguintes


troços:

- No litoral de Cabinda, do extremo setentrional (N) até á faz do rio


Chiluango, a costa é baixa e arenosa.
- Do rio Chiluango ao extremo meridional (S) de Cabinda a costa é
rochosa e elevada (arribas).
- Desde a foz de rio Zaire até um pouco da foz do Cuanza, a costa é de
arribas alternando com espaços da costa baixa e arenosa.
- Desde um pouco a sul de foz do cuanza até a Baia Farta, a costa é
formada por arribas argilosas de pequena altura.
- Da Baia Farta até Namibe que corresponde à zona em que a planície
litoral é estreita, a costa é elevada.
- De Namibe até á foz do rio Cunene, isto é, no extremo sul do país, a
costa torna-se baixa e, por vezes, arenosa e com dunas.
- Na costa angolana só encontramos uma ilha adjacente, a da Santa
Helena, que do ponto de vista político administrativo representa a bandeira da
Grã-Bretanha.
Em resumo caracteriza a costa angolana?

PRINCIPAIS ACIDENTES COSTEIROS

Mesmo não sendo muito notáveis, isto é, pelas pequenas dimensões que
apresentam, na costa angolana destacamos os seguintes acidentes:

Saliências
- Ponte Vermelha, em Cabinda
- Ponte do Padrão, margem sul do rio Zaire
- Ponta do Dande, junto da barra do rio Dande
- Cabo Ledo, a sul do rio Cuanza
- Cabo de S. Brás, perto de Porto Amboim
- Ponta do Morro, sul de Porto Amboim
- Pontas das salinas em Benguela, uma mais a norte e outra mais a sul
- Cabo da Santa Maria, sul de Benguela
- Cabo de Santa Marta, norte do Namibe

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Reentrâncias
- Baía de Cabinda
- Baía de Luanda
- Baía da Corimba
- Baía do Porto Amboim
- Baía do Lobito
- Baía de Benguela
- Baía do Namibe
- Baía do Tômbua
- Baía dos Tigres

Podemos salientar ainda que ao longo da costa angolana foram construídos


importantes portos que têm desempenhado um papel significativo na recepção e
escoamento de matéria-prima e produtos, dando assim um grande contributo na
reconstrução do país, assim sendo destacamos os seguintes:

- Porto de Cabinda
- Porto de Luanda
- Porto de Lobito
- Porto do Namibe
- Porto do Tômbua

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Consultar Atlas Geográfico de Angola vol.1 pág. 12, 14 e localiza os principais acidentes costeiros.

IV - CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA E CLIMA EM ANGOLA

Sabemos no entanto que a atmosfera é uma das três esferas que representam a
matéria na natureza. Pois, na Terra a matéria encontra-se nos três estados físicos, ou
seja, sólido, líquido e gasoso. Estas esferas em conjunto representam a vida
(biosfera).
Interessa-nos aqui, fazer referência da atmosfera que é a parte gasosa,
considerando ser uma unidade bastante dinâmica e qual a influência que exerce
sobre a Terra, sem perder de vista sobretudo o espaço do território angolano.
Neste caso, pretende-se abordar a circulação atmosférica em Angola, para
como conclusão saber, tendo em conta a sua localização físico-geográfica, qual o seu
clima, quais são os elementos e factores que influenciam o seu clima (temperatura,
pressão atmosférica, massa de ar, ventos, corrente oceânica e humidade atmosférica.
A nível da Terra, em termos de clima, Angola encontra-se localizada na região
tropical sul, e só isso significa dizer, que o clima de Angola é quente com duas
estações ao longo do ano: Uma quente e húmida ao mesmo tempo longa (de
Setembro à Maio) isso deve-se a aproximação deste país ao equador e a outra fria e
seca, curta (de Junho à Agosto).
Ao analisar o clima de Angola, devemos ter em conta o comportamento dos
seus elementos e como os seus factores o influenciam. Procedendo assim, notaremos
que certos locais mesmo estando à mesma latitude, seu comportamento será
diferente, ou seja, encontraremos em determinadas zonas do território angolano estes
condicionalismos que de principio propiciam a existência de subclimas.
Assim sendo, em Angola o clima tropical subdivide-se em:
1- Zona de clima tropical húmido
2- Zona de clima tropical seco
3- Zona de clima desértico quente

A variação dos elementos de clima, em Angola que tem como consequência a


existência de diversos climas dentro do território nacional, é causada pela acção de
diferentes factores climática tais como: Latitude, altitude, corrente fria de Benguela e
continentalidade.
Analizando os principais elementos dos climas angolanos como a temperatura,
a pressão atmosférica, a humidade, etc, observaremos como neles se exerce
permanentemente, a acção dos diversos factores climáticos.

Temperatura Atmosférica

As temperaturas diminuem em Angola a medida que a latitude aumenta pois


quanto mais nos afastarmos do equador a intensidade dos raios solares vão
diminuindo. Também sempre que subirmos em altitude a temperatura diminui 0,6ºC
em cada 100 metros, é o que acontece nas montanhas, cordilheiras e zonas elevadas

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no nosso país. Isso podemos observar também na continentalidade, pois a medida


que nos afastamos do litoral em direcção ao interior a temperatura diminui.
Na analise de temperaturas devemos ter em atenção os mapas das isotérmicas
(linhas que unem pontos de igual temperatura).
Os centros meteorológicos espalhados no país produzem dados que permitem
calcular a temperatura média diária, mensal ou anual de um local, província ou país.
Dos quais podemos construir um gráfico de temperaturas e chegaremos a conclusões
sobre temperaturas máximas, mínimas e amplitude térmica.
Ao analizar o comportamento das temperaturas em Angola, devemos também
ter em conta ao movimento da rotação da Terra para as temperaturas diárias e ao
movimento de translação da Terra para as temperaturas mensais, posto que, quando é
Verão no hemisfério Norte, (de Junho à Setembro) nesta mesma altura acontece o
Inverno no hemisfério Sul. E quando sucede o Verão no hemisfério Sul (de Setembro
à Maio) é Inverno no hemisfério Norte.
Angola, por encontrar-se localizada próximo do equador as estações de Outono
e de Primavera claramente não se assistem.
Quanto a variação da temperatura ao longo do ano nos diferentes lugares de
Angola, podemos assinalar o seguinte:
- Geralmente nos climas tropicais, as amplitudes térmicas anuais não são muito
elevadas, não sendo superiores a 10ºC e aumentando com a latitude, 9ºC Menongue e
Mavinga. Ao passo que Huambo, Lwena, Lubango e Cuíto é de 6ºC.
- Os climas desérticos quentes apresentam maiores amplitudes térmicas.

- Em Angola, as latitudes atingidas pela corrente fria de Benguela, dada a


proximidade do mar nas diferentes épocas do ano atribui-se as zonas de variações de
6ºC em Cabinda, 7ºC em Luanda e 9ºC no Namibe.

- Devido a acção moderadora do mar e a baixa altitude a variação diurna da


temperatura é pequena em média 7ºC.

- A continentalidade e a altitude fazem com que as amplitudes térmicas diurnas


sejam mais elevadas atingindo valores de 11ºC no Uíge, 13ºC em Malange, Saurimo,
Lwena, Cuíto, Huambo e Lubango; e de 17ºC em Menongue.
Em Angola, locais à mesma latitude, apresentam temperaturas diferentes
mesmo recebendo igual quantidade de calor e radiação solar. Justifica.

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Pressão Atmosférica, Massas de ar e Ventos

A pressão atmosférica, as massas de ar e os ventos em Angola estão


inteiramente ligados a circulação atmosférica em África tendo em conta ao
movimento do equador térmico que cria uma zona de convergência intertropical.
A zona de convergência intertropical, está motivada pelas temperaturas
recebidas no continente ao longo do ano, pois, em Janeiro, quando é Verão no
hemisfério Sul, neste momento o equador térmico move-se para Sul e Julho quando
acontece o Verão no hemisfério Norte, este move-se para Norte. Pois, é nesta altura
que os raios solares incidem de forma perpendicular na região tropical, quer Norte
como Sul.

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Ao movimento do equador térmico está associado a localização dos centros


báricos, ao movimento das massas de ar em direcção ao equador e aos ventos ao
longo do ano.
Em Angola, isso explica-se nos seguintes da seguinte maneira:
Em Janeiro, quando é Verão no hemisfério Sul, sobre o território nacional
angolano, forma-se um centro de baixas pressões atmosféricas e as massas de ar
quentes e húmidas provenientes do oceano Atlântico invadem a superfície angolana
provocando abundantes precipitações de Setembro à Maio, num momento em que se
fortifica a presença da influência da corrente fria de Benguela.
Nesta altura, na costa angolana sobre o oceano Atlântico formasse um centro
de altas pressões, dada a diferença que existe no aquecimento entre a superfície
continental e as massas aquáticas, estas de forma lenta e aquelas de forma rápida. É
deste centro que partem as massas de ar e os ventos em direcção ao continente,
predominando nessa altura os ventos do Sudoeste.
Em Julho, o Inverno no hemisfério Sul ou a estação de cacimbo em Angola,
caracterizada por um período curto, de Junho à Agosto, o território nacional é
influenciado pelo forte centro bárico de altas pressões tropicais e nesta altura do ano
no oceano Atlântico junto a costa angolana formasse um centro de baixas pressões e
sendo assim os chamados ventos do Sudeste sopram em todo território angolano do
interior em direcção ao oceano Atlântico, transportando massas de ar secas e frias,
promovendo a secura em todo país nesta época do ano.
No litoral angolano, predomina como ventos periódicos as brisas, dado que, as
monções não são características da costa angolana. Por isso, as brisas, diariamente
alteram entre as terrestres e as oceânicas, propiciando em algumas épocas do ano a
ocorrência de chuvas convectivas motivadas pela diferença de temperaturas entre a
superfície terrestre e a superfície oceânica.
Assim, em Angola, as brisas ocorrem da seguinte maneira:
De dia, quando o sol está no horizonte, no litoral os ventos sopram do oceano
Atlântico em direcção ao continente, estes ventos locais chamam-se brisas oceânicas
ou marítimas.
Já de noite, na costa angolana sopram ventos locais do continente em direcção
ao oceano Atlântico, denominados por brisas terrestres.
Em Angola, as brisas não ocorrem só no litoral, elas também se produzem no
percurso dos grandes rios e lagos angolanos no interior.
Porque se produzem os centros de altas e baixas pressões atmosféricas?
Que razões motivam a existência dos ventos em Angola?

Humidade, Nebulosidade e Precipitações Atmosféricas

Todos estes elementos do clima estão directamente ligados a humidade


atmosférica que em climatologia nos dá a noção de conceito de humidade relativa
(HR) que é a quantidade de vapor de água contida na atmosfera, considerando que, a

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uma determinada temperatura da massa de ar, um metro cúbico de ar pode absorver


uma determinada quantidade de vapor de água e, se essa quantidade aumenta o
volume de um metro cúbico de ar ficará saturada de vapor de água e neste caso
começa a condensação, veremos como isso se processa em Angola:

Humidade

No nosso território a humidade tem como procedência na evaporação das águas


do oceano Atlântico (que contribui com cerca de 86,5%), dos rios, lagos,
evapotranspiração e da água retida nos solos.
Na zona do litoral angolano a humidade é elevada e varia pouco durante todo
ano, apresentando 80% em média quando no interior do país registam-se oscilações
nos valores da humidade relativa, que varia entre 75 à 80% na época de verão e 35 a
60% no Inverno, tratando-se de uma estação com massas de ar seca e fria.
No entanto, podemos proceder cálculos da humidade relativa no nosso
território, onde:
Humidade Relativa

Gramas de vapor de H2O existente por m3


HR = x100
Grama de vapor necessário para atingir o ponto de saturação por m3

(Ponto de Saturação)

Ex: Uma massa de ar, que se encontra a uma temperatura de 24 ºC pode aceitar
20gr/m3 de vapor de água, no seu ponto de saturação, mas na realidade esta massa de
ar apenas contém 16gr/m3 de vapor de água, a humidade relativa dessa massa será:
16 gr/m3
HR = x100
3
20 gr/m

1600 gr/m3
HR=
20 gr/m3

HR= 80%
No entanto podemos concluir que em Angola no interior a humidade relativa é
inferior mas com abundantes precipitações ao passo que no litoral a humidade é
elevada mas as precipitações atmosféricas são escassas, demonstrando um grande
contraste, já que, as precipitações dependem da humidade atmosférica, como
veremos o próximo epígrafe a seguir.
Diz que comportamento apresenta a temperatura e os ventos em África ao
longo do ano de acordo com os seguintes mapas?
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Precipitações Atmosféricas

A latitude e a altitude são dois factores que influenciam a distribuição das


precipitações em Angola, pois elas diminuem a medida que estes factores aumentam.
Assim, os valores máximos ao longo do ano verificam-se na zona central da
cadeia marginal de montanhas com aproximadamente 1500 mm, esta, é a zona mais
elevada do território nacional.
Em contra partida, o Sudoeste de Angola, encontram-se os valores mais baixos
de precipitações atmosféricas, isto é, na zona do deserto do Namibe, influenciado
pelos factores latitude e a corrente fria de Benguela, provocando grande secura do ar,
onde as precipitações atmosféricas alcançam os 50mm ao longo do ano.
Todo litoral angolano atingido em maior ou menor grau, pela acção da corrente
fria de Benguela, apresenta valores pouco elevados no que diz respeito a precipitação
anual.
O interior de Cabinda e a região planáltica de Angola as precipitações ao longo
do ano são elevadas.

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Em síntese, as precipitações em Angola distribuem-se essencialmente de três


maneiras:

1. Em quase todo território excepto o litoral a Sul do Nzeto, a época


chuvosa prolonga-se de Setembro ou Outubro até Abril ou Maio com
máximo que pode ocorrer num dos meses de Dezembro a Abril. A época
seca vai de Junho a Agosto nas zonas mais chuvosas e de Maio a
Dezembro nas zonas menos chuvosas.

2. No litoral entre o N´zeto e deserto do Namibe, há duas épocas secas,


sendo uma principal, em que não chove, de Maio ou Junho a Agosto ou
Setembro, e outra secundária, em que chove pouco, em Dezembro e
Janeiro.

3. Na zona do deserto do Namibe, a precipitação é tão escassa que embora


ocorrendo as chuvas de Outubro a Maio, todos os meses se pode
considerar secos.

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Caracteriza o comportamento das precipitações nas diferentes estações


meteorológicas ao longo do ano?

Nebulosidade

No céu angolano, ao longo do ano pairam nuvens como cirros, cúmulos,


nimbos, estratos e cúmulo-nimbos, apresentando-se com grandes variações nas
diversas zonas do território nacional mas no entanto e sobretudo distingue-se o litoral
do interior.
No litoral a nebulosidade é grande durante todo ano dada a sua aproximação ao
oceano Atlântico onde se processa maior parte da evaporação. Em contrapartida, no
interior, durante a estação seca, há poucas nuvens.

Tipo de Clima Predominante em Angola

Depois de termos analisado a conjugação dos elementos e factores climáticos


no nosso território, a isso podemos acrescentar também a sua situação físico –
geográfica, ou seja, Angola encontra-se entre o equador e o trópico de capricórnio,
isso significa dizer, que o país está numa região do mundo onde o clima é quente,
evidenciando-se mais o elemento temperatura em relação aos outros, pois ao longo
do ano elas são elevadas atingindo temperaturas médias de 22ºC.
Neste sentido, podemos afirmar que o clima angolano é quente, caracterizado
nos seguintes termos:

- No sentido geral, Angola apresenta um clima tropical que dada a sua


proximidade ao equador, apresenta duas estações ao longo do ano, sendo uma longa
de nove meses que vai de Setembro a Maio e conhecida como Estação húmida e
quente e a outra curta que vai de Junho a Agosto que dura três meses, conhecida por
estação fria e seca (cacimbo).
- Ao analisarmos a incidência dos factores de clima sobre este clima tropical
em Angola a variação dos elementos do clima se faz de forma diferenciada a nível de
todo território nacional, quer seja no domínio do comportamento de temperatura,
precipitações e mesmo até da vegetação. Isso, permite afirmar que o clima tropical
quente angolano divide-se em três subclimas que a seguir passamos a analisar as suas
principais manifestações:

1- Subclima Tropical Húmido

Esta zona climática ocupa grande parte do território nacional estendendo-se


desde a província de Cabinda até a região sul da província da Huíla prolongando-se a
norte do Cuando Cubango, incluindo ainda a região centro sul da província de
Moxico;

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É uma zona com elevadas temperaturas e precipitações durante o ano


exceptuando o litoral de Cabinda que por causa da baixa altitude as chuvas não são
abundantes, por quanto no interior da mesma província são abundantes.
A região abrangida pelo subclima tropical húmido, a estação quente e húmida é
mais prolongada que a seca e as precipitações atingem 1500mm/ano.
Recorda-se que o comportamento das temperaturas e das precipitações não
ocorre de forma uniforme por toda região abrangida por este clima ao longo do ano.
Pois, nela se evidenciam mais os factores latitude e altitude. Neste caso, as regiões
com baixas latitudes apresentam temperaturas elevadas ao passo que as regiões com
altas latitudes e altitudes registam temperaturas baixas e abundantes precipitações,
quando comparadas com os gráficos termo pluviométricos de outras regiões de clima
tropical húmido.
Podemos concluir que neste tipo de subclima há a manifestação clara do
comportamento anual dos elementos temperatura e precipitações influenciados pelos
factores latitude e altitude.

2- Subclima Tropical Seco

Estende-se desde a província de Luanda, afectando uma estrita faixa do litoral


das províncias do Cuanza Sul e Benguela, afectando ainda o sudoeste da província da
Huíla, exceptuando o Namibe, abrange as províncias do Cunene e Cuando Cubango
até ao extremo centro sul da província de Moxico. Nela a estação seca é mais
prolongada que a das chuvas, manifestando-se como um clima de transição, semi –
árido com predomínio de vegetação herbácea e arbustos isolados.
Se compararmos os gráficos termo-pluviométricos de Luanda e Ondjiva devido
o factor latitude, eles registam temperaturas diferentes nas distribuições das
precipitações ao longo do ano se assemelha pois neste clima evidenciam-se mais os
factores de clima, corrente fria de Benguela que afecta a zona do litoral, latitude,
continentalidade e o centro bárico de altas pressões subtropicais que motiva a
existência do deserto de Calahari quase no centro sul do continente africano.

3- Subclima Desértico Quente

Abrange o sudoeste de Angola, isto é, a província do Namibe, caracterizada


por escassas precipitações, inferiores à 250mm e temperaturas não muito elevadas,
observando-se uma maior amplitude térmica diária, como é característico deste tipo
de clima.
Neta região do país, a forte influencia da corrente fria de Benguela provoca
secura e promove a existência do deserto do Namibe, pois os meses sem
precipitações, estendem-se de Maio a Setembro.

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Depois de analisados os diferentes tipos de clima em Angola concluímos o


seguinte.
- Em Angola, não estão presentes ou não se assistem as 4 estações do ano
devido ao facto deste país localizar-se próximo do equador, ou seja a 4º22´ de latitude
sul.
- No litoral de Angola chove menos devido ao facto de não existirem elevações
junto a costa, por isso, as chuvas que caiem são do tipo convectivas.
- A maior parte do território nacional, as precipitações ao longo do ano são
elevadas e abundantes, dado que, o país apresenta um relevo planáltico e com muitas
elevações, daí que, os valores máximos registam-se na zona central da cadeia de
montanhas, onde se localiza o sítio mais alto de Angola.
- O conhecimento de dados sobre os climas deste país, permite saber o estado
do tempo, a distribuição das zonas naturais, os solos, o regime hidrográfico dos rios
de Angola tal como diversos aspectos ligados a produção material no nosso país.

Observa, com atenção, os seguintes gráficos termopluviométricos. Que


Diferenças observa entre eles, no que diz respeito:
- Variação de valores mensais anuais de temperatura atmosférica.
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- Variação da quantidade anual de precipitação e sua distribuição ao longo do ano.


Explica quais são as razões que sustentam que em todas as estações as temperaturas
são baixas nos meses de Junho, Julho e Agosto?

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V - A Hidrografia de Angola

Distribuição das águas no país

Angola apresenta um potencial hidrológico na região austral, fruto da sua


localização físico-geográfica associada ao relevo planalto com elevações e a sua
condição de país do litoral atlântico; de onde é procedente cerca de 86,5% de vapor
de água, o resto vem da evaporação das águas dos rios, lagos, evapotranspiração das
plantas e da água retida nos solos, que como consequência proporciona abundantes
precipitações no território nacional, constituindo a principal fonte de alimentação da
hidrografia de angolana.
Quanto a sua distribuição, encontramos em Angola águas superficiais e águas
subterrâneas, como se pode observar o seguinte gráfico:

Rios
Continentais
Lagos e lagoas
Águas Superficiais

Distribuição das Oceânicas ou marítimas


Águas em Angola

Águas Subterrâneas

1.1.Águas superficiais continentais angolanas

No nosso território elas estão constituídas pelas águas continentais ou


terrestres (rios, lagos e lagoas) e pelas águas oceânicas ou marítimas. São águas que
circulam na superfície terrestre angolana, apresentando as seguintes características:

1.1.1 - Rios

Eles são abundante dada a situação geográfica de Angola e associada ao tipo


de relevo predominante em Angola e têm como fonte de alimentação as precipitações
em forma de chuva.

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O relevo angolano tem uma forte relação nas características que apresentam
os rios deste país, pois eles nascem em regiões elevadas e correm para as mais baixas
e considerando que o relevo é geralmente planáltico com muitos desníveis bruscos
sobretudo entre a zona litoral e a planáltica interior, os rios, neste caso apresentam ao
longo dos seus cursos numerosas cataratas ou quedas de água, rápidos e leitos
estreitos e profundos dado o processo de erosão que se assiste motivado pela
velocidade das águas. Mas quando os rios atravessam regiões não acidentadas, sejam
elas, planálticas ou de planície, estes apresentam um leito largo por vezes pouco
profundo, o movimento das águas é lento, na época das cheias os rios transbordam
formando deltas.

Ex: de Perfil Longitudinal

Relevo acidentado Relevo de planície

Ex: de Perfil transversal

Leito

Devido os desníveis que apresenta o relevo de Angola, os rios deste país não
são navegáveis.

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Nos planaltos do Uíge, Huambo, Bié, Moxico e Lunda Sul se encontram as


chamadas linhas de quebra-águas em Angola, pois é lá onde nascem os principais
rios, drenando depois para N, S, E, ou W, conforme o declive da região.

Como exemplos:

1 – No quebra-águas do planalto do Uíge, nascem os rios Dande que na


nascente se chama Dange, Loge, Lucala, Lucunga, Zadi, Cuilo, só para destacar os
principais.

2 – Enquanto que no quebra-águas do planalto do Huambo, nascem os rios


Longa, Keve, Cunene, entre outros.

3 – No planalto do Bié, os rios Cubanza, Cuito, entre outros.

4 – No planalto do Moxico e Lunda sul, os rios Cassai, Cuando, Cuango,


Chipaca, Luena entra outros.

O regime dos rios angolanos ao longo do ano varia em função ao


comportamento das precipitações, pois na estação quente e húmida, como chove
bastante, os rios têm maior volume de água chegando mesmo a transbordar, em
alguns casos ou simplesmente apresentar cheias ao passo que já na época fria e seca
diminuem o caudal e por vezes outros secam, sobretudo os intermitentes.

A rede hidrográfica angolana está constituída por rios, lagos, bacias e


vertentes.

Os rios apresentam a circulação das águas superficiais no interior do território,


os lagos, águas superficiais depositadas em zonas de abatimento e sem possibilidade

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de atingir o oceano, porquanto as bacias constituem o conjunto de rios que depositam


a sua água no mesmo rio e as vertentes assinalam os espaços ou locais por onde toda
água que circula no interior do país vai terminar.

Em Angola para além dos rios que desaguam directamente no oceano Atlântico
destacam-se as bacias hidrográficas do Cuanza que é a maior e puramente nacional,
Cunene, Cuango, Cuando Cubango, Cassai, Zambeze e Congo ou Zaire esta última
que recolhe as águas das bacias do Cuango e Cassai.

Por sua vez, toda água recolhida das bacias hidrográficas e dos rios que não
fazem parte destas, é depositada em Angola nas seguintes vertentes:

1 - Vertente Atlântica

Chegam a ela as águas das bacias do Congo, do Cuango e do Cunene e os rios:

- Chiluango – que nasce na RDC e desagua no porto Lândana em forma de


estuário.

- Congo ou Zaire – O 2º maior rio do mundo em termos de caudal, depois do


Amazona na América do Sul, não atravessa Angola, mas estabelece fronteira com a
RDC com 150 Km, isto é, desde a localidade do Nóqui até a foz e também desagua
em forma de estuário.

- Mbridge – desagua em forma de estuário, nasce junto a cidade capital da


província do Zaire e desagua próximo do N´zeto.

- Rio Loge – nasce no planalto do Uíge e tem a sua foz no Ambriz.

- Dande – também conhecido com o nome de Dange, no município do Negage


onde nasce, é sobre este rio que se construiu a barragem hidroeléctrica das Mabubas,
desagua na Barra do Dande em forma de delta.

- Cuanza – é o maior rio de Angola, com cerca de 1000 Km de extensão, uma


bacia hidrográfica que ocupa uma área de 147690 Km2. Nasce no Mumbué, a sul da
província do Bié, desagua a 70 Km a Sul de Luanda. Ele representa a nossa moeda
nacional. Este rio está dividido em troços caracterizados da seguinte maneira:

a) Alto Cuanza – parte da nascente até as cataratas de Condo nas


proximidades de Malange com um principal afluente o rio Luando.

b) Médio Cuanza – que parte desde as cataratas do Condo até as


proximidades do Dongo. E como este troço está integrado na cadeia

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marginal de montanhas, o rio Cuanza apresenta várias quedas e rápida


condição sin-qua-no para a construção de barragens hidroeléctrica, e isso
explica a existência das de Cambambe, Capanda e a de Lauca, cujo
objectivo é abastecer o país e os países vizinhos em fluido eléctrico na
perspectiva do desenvolvimento económico da região.

c) Baixo Cuanza – começa no Dondo e termina na foz da Barra do Cuanza.


Este troço, constitui a parte mais ou menos navegável do rio Cuanza. Neste
troço, como o rio atravessa uma zona de relevo da planície costeira, o
movimento da água faz-se lento, o perfil transversal e largo e pouco
profundo, as águas transbordam na época das cheias promovendo em
algumas localidades a existência de deltas.
O rio Lucala é um afluente de referência obrigatória, dada a existência ao longo
do seu curso as denominadas Quedas de Calandula onde a água precipita numa
altitude de 105m, situado a 80 Km da cidade de Malange e 420 Km de Luanda. Trata-
se de um sítio naturalmente pitoresco que Angola possui no domínio do lazer ou
turístico. Ocupa o 2º lugar em África, depois das quedas Victória com 1,7 km de
comprimento e 108 metros de altura, entre a Zâmbia e o Zimbabué.

Longa – nasce na região do planalto central na provincia do Cuanza Sul e


desagua a dezenas de quilómetros do Porto Amboim.

Rio Keve ou Kuvu – nasce perto da Vila Nova no Huambo, apresenta numerosas
quedas de água e desagua a alguns quilómetros a Sul de Porto Amboim.

Catumbela – tem como principal afluente o rio Cubal. Este rio nasce a norte de
Caconda na Huila e desagua em Catumbela, Sul de Lobito.

Cunene – é um dos maiores rios angolanos, sobretudo na região Sul, mas seu
caudal é bastante variável ao longo do ano pelo facto de atravessar zonas de clima
tropical húmido, tropical quente e desértico ou seja, climas diferentes. Ele nasce perto
de Vila Nova na província do Huambo correndo para Sul até as quedas de Ruacaná
onde também muda de direcção, correndo desta feita para Oeste até a Sul da Baía dos
Tigres, sua foz. Desde as quedas de Ruacaná à foz, este rio estabelece a fronteira de
Angola com a Namíbia. Na localidade do município da Matala, construiu-se uma
barragem hidroeléctrica sobre o rio Cunene. O rio Cunene não é navegável.

Nesta vertente atlântica, a Sul da Catumbela até ao rio Cunene devido a influencia da
corrente fria de Benguela e o clima desértico os rios apresentam ao longo do ano um
regime intermitente, exemplo: O Caporolo, Inamagando, Bentiaba, Bero e Curoca.
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2 - Vertente do Zambeze

Considera-se vertente, posto que o rio Zambeze entra em Angola pela fronteira
Norte da província do Moxico recebe água dos rios angolanos, tais são os casos dos
rios Chifwmage, Lumbala, e Lena. Ainda dentro da província do Moxico o Lungué –
Bungo, Cuando Luanguinga já no seu curso na Zâmbia, nossas águas transportadas
chegam A Moçambique onde desagua o Zambeze no Oceano Índico.

Nesta vertente destaca-se o rio Cuando que nasce na parte ocidental da província
do Moxico, corre na direcção NW – SE, fazendo fronteira com a Zâmbia cerca de
220 Km e indo desaguar, por intermédio do rio Chobe, ao rio Zambeze.

3 - Vertente do Kalahari ou Interior

As águas desta vertente não chegam a alcançar nenhum oceano, daí a


denominação vertente do interior, caracteriza-se essencialmente, por ter rios de
regime intermitente, contudo conta com vários rios importantes, onde se destaca, o
Cubango, que nasce junto da Vila Nova na província do Huambo e percorre 975 Km
em Angola e uma bacia hidrográfica de 153 400Km2, sendo a 2ª maior do país depois
da do Cuanza. No seu curso, primeiro corre em direcção Sul depois do Cuanza
estabelece a direcção para Leste servindo de fronteira entre o nosso país e a Namíbia,
numa extensão de 350Km, depois das localidades de Cuangari, Calai, Dirico, já no
Mucusso muda de direcção e desta feita para o SE, isto é, no Botswana onde as suas
águas perdem-se na zona pantanosa de Okavango, perto do Lago N´gami.

Rrio Cubango é navegável numa extensão de centenas de Km entre Mucusso e


Caicenda.

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1.1.2 - Os lagos angolanos

Em Angola os lagos não são predominantes destacando-se o Dilolua na província


de Moxico no município de Luacano, o maior de Angola. Mas em contra partida as
lagoas predominam no nosso país onde podemos citar algumas: A do Panguila
(Bengo), Kurumbo (L. Norte), a do Fetiço (Uíge), as do Lucola, Luvassa, Iteza e
Ibunzi (Cabinda).

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A principal fonte de alimentação dos lagos e lagoas no nosso país constituem as


precipitações em forma de chuva e em alguns casos determinados rios que desaguam
neles.

Estes lagos ou lagoas têm diferentes origens desde as depressões da superfície


terrestre emersas do tectonismo (fracturas, falhas ou grabbens na superfície terrestre
(emersa) do vulcanismo (antigas crateras), de origem fluvial e outros factores.

Os nossos lagos e lagoas são muito importantes sobretudo para a economia do


país, pois neles se pode desenvolver a actividade piscatória, o turismo, actividades
industriais e agrícolas que se instalam ao seu redor e em alguns casos servem de vias
de comunicação ou fontes de abastecimento de água as cidades e aldeias.

Lago Dilolua

1.2 - Águas oceânicas angolanas O território angolano é banhado pelo oceano


Atlântico numa extensão de 1650 km. Considerando a sua estreita plataforma
continental, como é característico do continente africano, na nossa costa não existem
mares.

Estas águas oceânicas tem grande influencia no clima do país, nos transportes, no
fornecimento de alimento (através da pesca), sal e na renovação do oxigénio do ar.

Salinidade

O cloreto de sódio é o responsável pelo sabor salgado das águas do oceano. Não
só ele, mais outros sais minerais, que também foram transportados pelos rios até ao
oceano, modificando a composição química destas águas . Todos os sais minerais
encontrados no continente também são encontrados dissolvidos no oceano.

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Dado o facto de Angola situar-se na região tropical, no oceano Atlântico


processa-se muita evaporação o que permite a elevar a salinidade que baixa
ligeiramente junto a costa devido a presença das águas dos rios e das chuvas
procedentes do interior do país.

Dependendo da temperatura, das chuvas e dos rios tributários a salinidade pode


variar. Em Angola, em regiões onde a temperatura é alta, existência de poucos rios e
baixo índice de chuvas, a salinidade é maior.

Para além do predomínio dos iões dos sais de Cl- e de NA+, também estão
presentes SO42+-, Mg2+, Ca2+, K+ e HcO3, nas águas do oceano atlântico.

Nestas águas em Angola desenvolvem-se importantes actividades económicas tais


como a piscatória, e o estabelecimento ao longo da costa dos portos de Cabinda,
Luanda, Porto- Amboim, Lobito, Tombwa, e Namibe que muito têm contribuído para
o desenvolvimento do país.

Devido ao congestionamento das ruas da cidade de Luanda foi estabelecido o


transporte de passageiros via marítima através do Catamarã na costa atlântica de
Benfica ao porto de Luanda. Existem ainda probabilidades de estabelecimento de
outro que ligará Luanda a Cabinda dada a sua condição de se encontrar separada
da outra parte do território.

Como preocupação do executivo angolano, houve um investimento para a


melhoria de condições na produção de sal para o consumo tanto alimentar como para
outras indústrias nas quais se tem destacado nos últimos anos as províncias de
Benguela e Namibe, com previsão de abastecer o país e posteriormente exportar,
embora neste momento a quantidade produzida está longe de cobrir as necessidades
do país.

Temperatura

As águas do oceano atlântico dada a latitude da costa angolana apresentam uma


temperatura média de 25,2Cº que vai diminuindo a medida que esta latitude e a
profundidade aumenta e a presença da corrente fria de Benguela se vai tornando
influente.

Cor

Dependendo da quantidade e origem de sedimentos a coloração da água pode


mudar.
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Quando está próximo às costas, apresentam cores esverdeadas, devido a


sedimentos de vegetais e detritos de animais; são azul-escuras quando estão livres de
sedimentos, em alto mar; nas proximidades da foz de grandes rios são avermelhadas
ou amarelo, devido aos sedimentos que chegam a foz.

Movimento das águas oceânicas

As ondas são movimentos das águas oceânicas provocados pela acção do vento.

Os oceanos são imensas massas de água salgada que abrangem grande parte da
superfície terrestre. A enorme quantidade de água contida nos oceanos não
permanece parada, pelo contrário, elas se movimentam o tempo todo. Dentre os
principais movimentos podemos citar: as ondas, as marés e as correntes marítimas.

As ondas são movimentos provocados pelo vento, que sopra sobre a superfície
das águas oceânicas. Quando as ondas se aproximam do litoral, elas se dobram e se
quebram. São movimentos que ocorrem na parte de cima das águas oceânicas. As
principais causas são acção do vento, que agita as águas.

Em Angola há dois tipos de ondas:

- Ondas oscilatórias: são encontradas em alto mar, existe apenas por acção do vento,
um movimento circulatório das moléculas de água.

- Ondas transladativas: Ocorre quando o vento desloca a massa líquida em direcção


ao litoral. O cavado da onda esbarra no fundo e provoca um desequilíbrio entre a
crista (parte superior) e o cavado (parte inferior), fazendo com quem a massa de água
se direccione para frente, formando os rebentamentos.

As marés correspondem ao movimento que as águas realizam diariamente, as quais


avançam e recuam na costa angolana. Esse fenómeno se dá por meio de forças
gravitacionais que o Sol e a Lua exercem sobre a Terra. Existem dois tipos de marés:
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alta ou preamar e baixa ou baixa-mar. Quando as águas oceânicas avançam, dizemos


que a maré é alta e quando recuam, é a maré baixa. Esse fenómeno ocorre em
períodos de cerca de 6 horas ou seja, num dia podemos observar duas altas e duas
marés baixas. A amplitude da maré é a diferença entre o nível da maré baixa e a da
maré alta. As maiores amplitudes ocorrem nas fazes de lua nova e cheia.

As correntes marítimas são massas menores de água que se deslocam por distintas
direcções, mantendo suas características de cor, salinidade e temperatura, isso quer
dizer que elas não se misturam. Esse deslocamento é proveniente da acção dos ventos
e também pelo movimento de rotação da Terra e pelo nível de evaporação que se
processa na região intertropical.

Por causa disso, as correntes marítimas realizam deslocamentos distintos de acordo


com os hemisférios em que se encontram. No hemisfério Norte as correntes seguem
no sentido horário e no hemisfério Sul deslocam no sentido anti-horário.

No mundo existem dois tipos de corrente marítima, são elas: correntes quentes e
correntes frias. As primeiras originam-se na zona tórrida da Terra e se dirigem rumo
às zonas polares. As segundas se formam nas zonas polares e deslocam em direcção à
zona intertropical da Terra que é o caso da corrente fria de Benguela que afecta a
costa angolana, sua influência vai diminuindo a medida que a latitude diminui e
exerce uma grande influência no clima. Exemplo a existência do deserto do Namibe.

2. As águas subterrâneas

No nosso país elas têm origem principalmente, na infiltração da água nas camadas
superficiais da crusta terrestre de parte das águas precipitadas da atmosfera.

Dada a localização físico-geográfica de Angola permite afirmar que estas águas são
abundantes, dando lugar a existência de nascentes perenes ou temporárias.

Em Angola, nas regiões abrangidas pelos climas tropical seco e desértico quente por
escassez de água à superfície terrestre, os homens abrem poços para alcançar o nível
hidrostático e assim recolher a água subterrânea para o consumo quotidiano e podem
ser usadas ainda com fins medicinais.

Embora Angola faça parte do continente africano geologicamente tido como escudo
consolidado e rejuvenescido, em algumas regiões do país chegam a superfície
terrestre águas subterrâneas com elevadas temperaturas.

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Estas águas quentes ou termais resultam da infiltração da água na terra depois


aquecida pelo calor causado pelo gradiente geotérmico ou seja pelo processo do
vulcanismo não dissipado totalmente.

Este facto explica a existência de águas termais no nosso país, tais como: Da Tokota
(Conda - Cuanza Sul), do Alto–Hama (Huambo), do Kutokota (Balombo-Benguela)
águas termais de Chitocota (Kamacupa- Bié); Mutipa, (Bibala-Namibe), Pediva
(Virei-Namibe), Ndolondolo (Camucuio-Namibe); Mavende (Cuvelai-Cunene) só
para citar algumas localidades do país.

Gestão e protecção das águas em Angola

A água é um recurso básico indispensável à vida em qualquer sociedade, pois


sua abundância ou carência reflete-se directamente na vida do homem.

Embora a sua distribuição seja desigual a nível do mundo, Angola possui uma
rede hidrográfica rica e diversificada, caracterizada como potência a nível da
região austral no domínio deste recurso.

O país mesmo com esse grande poderio hídrico ainda debate-se com problemas
de distribuição do líquido por falta de infraestruturas. Por outro lado grande parte
da população consome água sem respeitar os padrões exigidos o que tem
provocado elevada mortalidade em todos grupos etários e com mais destaque a
mortalidade infantil.

No domínio económico nota-se a construção de barragens hidro elétricas


visando o abastecimento de energia electrica das industriais que timidamente se
vão instalando nos últimos anos e para o consumo doméstico.

Devido a falta de industrialização, fraca presença de prática da agricultura


moderna e a não existência de rios navegáveis em Angola, este país não apresenta
coeficientes de poluição de água alarmantes. Mas nas regiões de grande
concentração demográfica, nomeadamente nos centros urbanos, com grande taxa
de crescimento populacional, locais produtores de quantidades crescentes de
detritos sólidos e líquido que poluído e degradado a qualidade da água.

Angola necessita proteger os seus recursos hídricos para melhor os poder


defender e gerir com racionalidade, o meio ambiente reduzindo drasticamente
todas as fontes emissoras de poluentes.

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Os solos angolanos

Factores e Processos que intervém na formação dos solos

Os solos constituem um factor geológico de grande importância desde os


tempos remotos que é considerado como um dos recursos valiosos para a
sociedade, pois tem sido um factor imprescindível para o desenvolvimento
económico e cultural da vida dos povos e Angola não seria excepção.

O solo é uma camada dinâmica da litosfera, na qual se produzem numerosos e


complexos processos físicos, químicos e biológicos que evoluem continuamente.

O solo são partículas minerais e orgânicas que afloram de forma compacta e


massiva nos locais onde as rochas não se encontram expostos à superfície da terra.

Em Angola, o solo é um componente da litosfera muito complexo. Pois, estão


constituídos por substâncias sólidas, líquidas e gasosas onde:

- A parte sólida do solo é composta por substâncias orgânicas e inorgânicas. As


substâncias inorgânicas resultam da desintegração física e da decomposição
química da rocha mãe. As partes inorgânicas ocupam a maior parte do volume e
do peso do solo.

Sólidos orgânicas são materiais vivos ou em decomposição como folhas,


raízes, caules, e outras partes das plantas até aos insectos, rodeadores e outros
animais que habitam no solo, passando pelas substâncias segregadas pelos
organismos vivos.

As partículas sólidas coloidais orgânicas e inorgânicas tem uma importante


função no armazenamento de água e outros nutrientes.

- A parte líquida dos solos é constituída por substâncias variáveis de minerais


dissolvidos na água. Esta água onde está dissolvidas diferentes compostos
químicos é indispensável para todos processos que têm lugar no solo. A presença
da água no solo permite diferentes reações químicas assim como a existência de
vida.

- Dos componentes gasosos que ocupam os poros do solo são fundamentas


para a existência deste, já que é uma forma de abastecimento em oxigénio as
raízes das plantas e para a vida dos microrganismos.

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Características gerais dos solos de Angola

No nosso país, os solos ferralíticos são mais predominantes, considerando ou


tendo em conta que ocupam grande parte do território nacional, estendendo-se
desde as provinciais do Norte até ao Centro da região sul do país na província do
Kuando Kubango, abrangendo o extremo este da Huila, extremo oeste de Moxico
até ao nordeste da província da Lunda Norte.

Na zona de relevo de transição ou subplanáltico estendendo-se no sentido


Norte-Sul, numa franja estreita desde o sudeste do município do N´zeto até a
Huila dominada pelos solos fersialíticos.

Para além destas que destacamos em Angola, ainda temos os não muito
difundidos os solos lavados, os cromopsâmicos (regiões secas), áridos tropicas, os
predominantemente rochosos, hidromorficos, calcários, dunas de deserto, entre
outros.

Os solos mais férteis localizam-se junto dos rios onde se concentram os


aluviões transportados pelos rios, são ricos em substâncias minerais e compostos
orgânicos.

Nas regiões mais secas de Angola, de clima desértico o solo é pouco fértil,
pois, a escassez de chuvas, a elevada temperatura e a desertificação não permitem
uma reconstituição natural do fundo da fertilidade dos solos. Mas aplicando-se os
avanços da ciência e técnica eles podem tornar-se produtivos.

Protecção dos solos

Os solos férteis constituem um valioso recurso natural de qualquer país, dado


que é o mais importante para a prática da agricultura, sector económico de
extrema importância para o desenvolvimento de uma sociedade.

Na formação dos solos intervêm diversos factores, tais como a rocha-mãe, a


topografia, a temperatura e as precipitações. O homem, na sua interação com a
natureza no processo de produção de bens materiais, altera a combinação e a
conjugação harmoniosa destes factores, provocando ao mesmo tempo
desequilíbrios na natureza, alterando deste modo os ecossistemas.

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Em Angola, a prática da agricultura itinerante e o método de queimada que a


ela está associada, tem deixado os solos descobertos de vegetação, promovendo
fortes condições para sua erosão, através dos seus agentes.

Os solos do relevo montanhoso são esqueléticos e de pouca fertilidade devido a


escorrência da água das chuvas que os erosionam, ao mesmo tempo que o relevo
montanhoso estabelece um micro clima no local, diminuindo a temperatura em
função a altitude, tornando quase impossível a prática da agricultura.

A prática da agricultura moderna em Angola ainda não se tornou um facto, daí


que, o impacto negativo sobre os solos não se faz sentir, mas não obstante a isso é
necessário preservar e reduzir a erosão dos nossos solos desenvolvendo as
seguintes medidas:

- Plantação e conservação de sebas a volta dos campos.

- A erosão provocada pelas águas de escorrência nos solos agrícolas é


melhorada através da arborização das encostas, construção de muros, diques e
barragens contra o deslizamento de terras.

- Protecção dos solos contra os resíduos industriais e domésticos.

- Dar tempo à recuperação vegetal nas áreas de criação de gado.

- Combater o alastramento das ravinas e da desertificação.

- Combater o derrube das árvores e práticas de queimada.

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VI - A diversidade da flora e fauna de Angola

O conjunto formado por um meio ambiente e os seus seres vivos que em


relacionamento mútuo normal ocupam esse meio, chama-se ecossistema ou
sistema ecológico.

Em Angola, estas unidades biológicas predominam na sua diversidade. Sendo


assim, existem os seguintes ecossistemas:

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Floresta húmida e densa

Caracteriza-se por apresentar uma mata densa constituída por árvores de


grande porte fechadas na folhagem com lianas e abertas em baixo devido a luta das
encontrarem a radiação solar.

Na região do Alto Maiombe encontramos o tipo de floresta que mais se


aproxima a floresta típica equatorial a conhecida floresta do Maiombe.

Florestas densas húmidas se estendem em todo o interior da província de


Cabinda incluindo algumas regiões do Noroeste.

O gorila e o chimpanzé são animais que em Angola só se encontram na floresta


do Maiombe.

As florestas e as matas tropicais proporcionam condições ideais para o


desenvolvimento e proliferação de insectos e vermes causadoras de muitas doenças
tropicais como a doença do sono, a malária entre outras. Trata-se de um ambiente
repulsivo e improprio para o desenvolvimento da vida humana.

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A savana

Este tipo de ecossistema, em Angola subdivide-se em dois e ocupa a maior


parte do território:

a) Savana associada a matas.


A norte do país encontramos mata densa e húmida ao longo das bacias dos rios,
designadas por floresta-galeria intercalada pela extensa savana predomina nele
em largas áreas a floresta aberta.
Entre outros os animais mais frequentes nessas regiões são: a palanca negra
gigante, (que só existe em Angola), o gulungo, a pacaça, a seixa e o elefante.

b) Savana seca com árvores e /ou arbustos


A existência deste tipo de savana deve ao facto de que em certas áreas do país
existirem solos arenosos e bastante profundos que não retêm água à superfície
devido a sua grande porosidade. Nela abundam plantas que se adaptam a
secura, que se denominam por plantas xerofíticas para além das plantas
herbáceas que são relativamente rasteiras que podem encontrar:
- Em certas áreas de Luanda;
- Na baixa de Cassange;

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- Em certas áreas da fronteira sul,


- Ao longo de quase toda faixa litoral norte.

A Estepe
A estepe faz a transição entre o complexo vegetativo da savana seca e o
deserto e estende-se ainda ao longo da faixa costeira sul do Sumbe. É constituída
geralmente por vegetação xerófita e vegetação rasteira descontinua deixando
espaços descobertos.
Os animais mais frequentes são a cobra de leque, o búfalo, o guelengue do
deserto a impala, entre outros.

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O deserto

O deserto é, pois um outro ecossistema angolano ocupando uma estreita


faixa costeira, no extremo meridional do nosso país.

No deserto, as plantas encontram-se adaptadas a extrema secura possuindo


raízes longas e folhas largas, como a weliwítschia mirabílis ou tomando o aspecto
de recipiente de água como os odres do deserto.

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Espécies e áreas protegidas (motivos do ecoturismo) em Angola.

Angola é um país com imensos recursos que constituem motivos de atracção


do turismo ecológico. Acredita-se mesmo que a nossa informação deve enaltecer
mais a beleza natural do país para que sirva de estímulo ao futuro desenvolvimento
do turismo para além do aproveitamento dos outros recursos naturais.

Não temos a intenção de esgotar aqui o capital ecoturístico de Angola, tão


grande quanto a diversidade da sua fauna e flora, das suas praias , das suas
montanhas, dos seus rios, etc., etc.

Tão somente gostaríamos de prender a vossa atenção para o potencial dos Parques
e Reservas de Angola que, logo que a situação conheça melhoria poderão ser
uma grande aposta para dar mais empregos, gerar divisas e garantir momentos de
lazer, de contemplação e encontro com a natureza tão necessários para todos nós.

Angola possui um total de 37 áreas protegidas que têm o nome de Parque


Nacional, Parque Nacional Regional, Reserva Regional, Reserva Florestal,
Reserva Natural integral, Reserva parcial e Coutada. As áreas que referimos
cobrem 188.650 Km² o que corresponde a 15.1% do território Nacional.

Contudo importa referir que destas só 13 são zonas de protecção integral da


natureza cerca de 82.000 Km², ou seja, 6.6% da superfície de Angola, sendo 6
Parques Nacionais, 1 Parque Natural Regional, 2 Reservas Naturais integrais e 4
Reservas Parciais. Descriminando temos:

I. PARQUES NACIONAIS

1) PARQUE NACIONAL DA QUISSAMA / BENGO


Estabelecido como Reserva de Caça em 16-4-1938 e elevado a condição de Parque
Nacional em 11-4-1957 com uma área de 9600 km2.
Limites geográficos: 9º 09' a 10°23' LS; 13º 09' a 14º 08' LE

Limites Naturais:
Norte: Rio Cuanza desde a sua foz até à Muxima.

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Sul: Rio Longa entre a foz e a estrada Mumbondo Capolo.


Oeste: Pela linha da costa entre a foz dos rios Cuanza e Longa.
Leste: Estrada que vai da Muxima, Demba-Chio, Mumbondo e Capolo até ao rio
Longa.

Fauna de especial importância: Manatim, Palanca Vermelha, Talapoim, Tertarugas


marinhas.

2) PARQUE NACIONAL DE CANGANDALA / MALANGE

Estabelecido como Reserva Natural Integral em 25-5-1963 e elevado a condição de


Parque Nacional em 25-6-1970 com uma área de 600 Km2
Limites Geográficos: 9º 09' a 10º 02' LS; 16º 34' a 16º 52' LE.

Limites Naturais:
Norte e Nordeste: Rios Camifundi, Cuije Caculo
Sul: Rios Maubi, Candua e Camifundi
Leste e Sudueste: Rio Calulo e Cuije; Dumba Kicala; Picada Calamungia; Dumba
Kicala; Maubi Calongo até aos rios Cuque e Lussa.
Fauna de especial importância: Palanca preta gigante.

3) PARQUE NACIONAL DO BICUAR / HUILA


Estabelecido como Reserva de Caça em 16-4-1938
Elevado a condição de Parque Nacional em 26-12-1964
Área: 7900 Km2
Limites Geográficos: 14 º 55' a 15 º 36' de latitude Sul, 14 º 14' a 15 º 19' de
longitude este
Limites Naturais:
Norte: Uma picada que começa na Mulola Lumenha passa por Mulola Chipula,
Mulola do Mucope Pahapa, Mungaia até Mulola Mungarrafa e Mulola Cachila.
Sul: Estrada Chibemba dos Gambos- Mulundo, rio Cunene até Onguenha.
Oeste: Parte norte de Chimbolelo, Ongolola-Cuoco até Mulondo-Chibemba.
Leste: Rio Cunene até a foz da Mulola Lumenha.
Fauna de especial importância: Búfalo negro.

4) PARQUE NACIONAL DO IONA / NAMIBE


Estabelecido como Parque Nacional de caça em 2-10-1937

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Passou a designar-se Parque Nacional em 26-12-1964


Área: 15150 Km2.
Limites Geográficos: 15 º 44' a 17 º 16' de Latitude Sul e 11 º 44' a 13 º 14' de
Longitude Este.

Limites Naturais:
Norte: Rio Curoca.
Sul: Rio Cunene.
Oeste: Rio Cunene e Curoca.
Leste: Rio dos elefantes.

Fauna de especial importãncia: Zebra da montanha, guelenge.

5) PARQUE NACIONAL DA KAMEIA / MOXICO


Estabelecido como reserva de caça em 6-4-1935.
Elevado a condição de Parque Nacional em 11-12-1957.
Área: 14450 Km2.
Limites Geográficos: 11 º 17' a 12 º 30' de Latitude Sul e 20 º 45' a 22 º 36' de
longitude Este.
Limites Naturais:
Norte: Rio Calanga até Cassinga.
Sul: Picada que vai do posto Zootécnico do Cafu ao Evale.
Oeste: Rios Cunene e Calenga.
Leste: Estrada de Evale e Cassinga.
Fauna de especial importância: Girafa, Caama.

6) PARQUE NACIONAL DO LUANDO

Estabelecido como reserva de caça a 16-04-1938.

Reserva natural integral, IV, desde de 11-12-1957.

Está situado na província de Malanje, entre os rios luando, Cuanza e Luasso.

Área: Ocupa 8.280 km².

Limites geográficos: 10 º 14' a 11 º 56' de Latitude Sul e 16 º 26' a 18º 04 de


Longitude Este.

Limites naturais: Limitado a Norte pelo rio Luando, a Sul pelo limite da provínvia de
Malanje entre os rios Cuanza e Luando e a Oeste pelo rio Cuanza até ao rio Luando.
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A pluviosidade média anual é de 1350 mm e a temperatura é de 21,5 C. Existe dois


tipos de vegetação dominante: Floresta abaerta e savana com árvores e arbustros.

Os mamíferos mais abundantes são o puku, lechwe (kobus), palanca negra gigante
(hippotragus niger) e a inhala (kobus ellipsiprymnus-cabra de água). O parque do
Luando é também conhecido como o paraíso das aves.

7) PARQUE NACIONAL DA MUPA

Situado na província do Cunene, para a protecção, em especial, da girafa. Tem cerca


de 660 000 hectares e existem nele também o elefante, avestruz, etc.

II. PARQUE NACIONAL REGIONAL

1) PARQUE NACIONAL REGIONAL DE CIMALA-VERA / BENGUELA


Estabelecido como Reserva Especial em 5-6-1971.
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Elevado a condição de Parque Nacional Regional em 15-4-1974.


Área: 150 Km2
Limites Geográficos:
15 º 44’ a 12 º 16’ de Latitude Sul e 11 º 44’ de Longitude Sul.
Limites Naturais:
Norte: Estrada que vai da Fazenda Santa Teresa passa por picando de
chipupa, rio Marimbondo até à estrada de Canguengue e Chipupa.
Leste: Estrada Canguengue-Chipupa sudoeste de Morro Techima até às
coordenadas 13 º 08 55 E, 13 º 19 54 S.
Sul e Oeste: Linha quebrada de definida pelos lugares de coordenadas 13 º 08 55 E,
13 º 51 54 S, 13 º 08 55 E, 13 º 19 54 S, 13 º 05 44 E, 13 º 50 42 S.
Fauna de especial importância: Cabra de Leque.

III. RESERVAS NATURAIS INTEGRAIS

1) RESERVA NATURAL INTEGRAL DO LUANDO / MALANGE E BIÉ

Estabelecido como reserva de caça em 16-4-1938.


Elevado a condição de Reserva Natural Integral em 11-12-1957.
Área: 8.280 Km2
Limites Geográficos:
10 º 14’ a 11 º 56’ de latitude Sul e 16 º 26’ a 18 º 04’ de longitude Este.

Limites Naturais:
Norte e Leste: Rio Luando até ao limite sul da Província de Malange.
Sul: limite da Província de Malange entre os rios Cuanza e Luando.
Oeste: Rio Cuanza até ao rio Luando.
Fauna de especial importância: Palanca Preta Gigante, Statunga Puko, Songue.

2)RESERVA NATURAL INTEGRAL DO ILHÉU DOS PÁSSAROS / LUANDA

Estabelecido como Reserva Natural Integral em 21-12-1973.


Área: 1,7 Km2.
Limites Geográficos: 8 º 55 45’ a 8 º 56 23’ de latitude Sul e

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13 º 08 01’ a 13 º 08 42’ de longitude Este.


Limites Naturais:
Norte: com a faixa marítima dos 80 metros desde o marco 1 do foral de 1966 até à
ponta do Caluca.
Oeste: Com a faixa marítima desde a ponta de Caluca até à foz do rio Mondo, o seu
curso até à sua intersecção com a estrada E.N. Benguela e Namibe.
Nordeste: Limites do farol de 1966 definido por uma linha por uma quebrada que
mede os marcos farol 5, 4, 3, 2 e 1.
Sul: A berma norte da mesma estrada Km 11.590, marcos 5 do farol de 1966, berma
da estrada E.N.6 Benguela – linha recta que vai daqui ao marco5 do farol de 1966.
Fauna de especial importância: diversas aves migratórias, palmípedes e pernaltas.

IV. RESERVAS PARCIAIS

1) RESERVA PARCIAL DE LUIANA (no Cuando-Cubango) Estabelecido como Reserva


Parcial em17-09-1966.
Área: 8.400 Km2.
Limites Geográficos:
16 11’ a 17 53’ de latitude Sul.
22 10’ a 23 26’ de longitude Este.
Limites Naturais:
Norte: Picada que vai de Bambangando, Simbundo, Chitangua, Cata até marco 17.
Leste: Linha de Fronteira com a Zâmbia do marco 17 até das 3 fronteiras.
Oeste: Linha recta da Bambangando até marco 10.
Sul: Linha da fronteira com a Namíbia do marco 10 até ao marco das 3 fronteiras.

2) Reserva Parcial do Búfalo / Benguela.


Estabelecido como Reserva Parcial em 5-4-1974.
Área: 400 Km2.
Limites Geográficos:
12 42’ a 12 55’ de latitude Sul.
12 37’ a 13 58’ de longitude Este.
Limites Naturais:
Norte: Rio Benguel, Mungua e terrenos demarcados por Carlos da Sila.
Sul: Rio Caibambo, terrenos concedidos provisoriamente a Alberto Manuel,
terrenos demarcados por Palmira Marques, Terrenos concedidos provisoriamente

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Maria Henrique, terrenos vagos e terrenos demarcados provisoriamente por Maria


Adelaide, terrenos concedidos definitivamente a Carlos da Silva, terrenos
demarcados provisoriamente por agrícolas portelas S.A.R .L.
Oeste: Rios Cavado e Catengue.
Fauna de especial importância: Búfalo Preto.

3) Reserva Parcial de Namibe / Namibe

Estabelecimento como Reserva Parcial por período limitado até 31-12-1959, pelo
Diploma Legislativo de 12-06-1957.
Desanexado 290 Km2 arredor da Cidade do Namibe em 23-07-1973.
Área: 4.450 Km2.
Limites Geográficos:
15 09’ a 16 16’ de latitude Sul.
12 01’ a 12 44’ de longitude Este.
Limites Naturais:
Norte: Rios Bero e Cubel até ao rio Muol.
Leste: Rios Atchinque de Fingue até ao rio Curoca.
Oeste: Linha da costa entre a foz dos rios Bero e Curoca.
Fauna de especial importância: Zebra da Montanha, Rinoceronte Preto, Guelengue,
Avestruz.

4) Reserva Parcial de Mavinga / Cuando Cubango

Estabelecido com Reserva Parcial em 17-09-1966


Área: 5.950 Km2.
Limites Geográficos:
15 09’ a 19 57’ de latitude Sul.
20 24’ a 21 30’ de longitude Este.
Limites Naturais:
Norte: Picada Chondela até ao rio Dima.
Leste: Linha da fronteira com Zâmbia de Chondela e Neriquinha.
Fauna de especial importância: Rinoceronte Preto, Palanca Preta Vulgar, Kaku,
Avestruz.

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V. RESERVAS FLORESTAIS.

1) Reserva Folrestal do Kakongo (Maiombe) / Cabinda


Área: 650 Km2.
Localização Geográfica: Junção do meridiano 12 15 com paralelo 4 20.
Limites:
Norte: Fronteira com o Congo.
Leste: Rio Luali.
Oeste: Rio Inhuca.
Sul: Confluência do rio Inhuca com o rio Luali.
Tipos de vegetação: Floresta húmida de nevoeiros , semervirente, proliestrata de
baixa altitude, guineense: julbernardia, Gilbertiodendron Tetraberlinia, Libreviliea,
etc., (floresta muito rica). Floresta húmida semideecidua, poliestrata de baixa
altitude periguineese: Gossweilero Dendron, Oxvstigma, etc.
2) RESERVA FLORESTAL DO BEU / UÍGE
Área: 1400 Km2.
Localização Geográfica: Junto do meridiano 15 30 com o paralelo 600.
Limites:
Norte: Fronteira com o Zaire.
Oeste: Rio Teu.
Sul: Comuna do Beu.
Tipos de vegetação: Mosaico; floresta densa, ribeirinha muxito, periguineense, em
aluvioses, bosques e savan, zambeziaco-guneenses: Marquesia Berlinia, Daniellia,
etc.

3) RESERVA FLORESTAL DE CALULAMA / KUANZA-NORTE.


Área: 800 Km2.
Localização Geográfica: Junção do meridiano 14 10 com o paralelo 900.
Limites:
Norte e Oeste: Rio Zenza.
Leste e Sul: Rio Calucala.
Tipos de Vegetação: Floresta húmida de nevoeiros, semidecudna, poliestrata,
guneense zembeziaca, mnesoplnaltica: floresta Cafeeira, secundariazada: Celtis,
Albizia, Morus, Ficus etc. Mosaico de beleodos e savanas: Annomba, Combretum,
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Piliostigma, Andropogon, Hyparrhenia.

4) RESERVA FLORESTAL DO GOLUNDO-ALTO / CUANZA-NORTE.


Área: 558 Km2.
Localização Geográfica: Junção do meridiano 14 30 com o paralelo 900.
Limites:
Norte e Leste: Rio Zenza.
Oeste: Com a reserva do Calucala.
Sul: Rio Caculama.
Tipo de vegetação: Floresta húmida de nevoeiros semi-decidua, polieteata
guineense zembenziana, mesoplanaltica: floresta cafeeira, secundarizada: Geltis,
Morus, Ficus, Albizia, etc., mosaico floresta seca, predominantemente decuda,
digitada, e savana seca de baixa altitude: bomax, pterocarpus, Optoleopsis,
Adanania, Heteropogon.

5) RESERVA FLORESTAL DO CAMINHO DE FERRO DE MALANGE / MALANGE


Área: 200 Km2.
Localização Geográfica: Junção do meridiano 14 30 com o paralelo 1 15.
Limites:
Norte: Picada Zenza do Itombe ao Cambondo.
Oeste: Zenza do Itomba.
Leste: Picada que sai do Cambondo à estrada do Ndalatando.
Sul: Linha recta que sai do Zenza do Itombe ao encontro da picada do Cambonda
com a estrada de Ndalatando.
Tipos de vegetação: Mosaico de savana zembenziana e floresta cafeeira:
Hiparrhenia, Celtis, Albazia, Morus, Ficus, etc., mosaico de floresta seca,
predominantemente decidua, digitada e savana seca de baixa altitude: Bombax,
Pteleopsis, Ptercarpus, Adanasia, Heteropogon, h.

6) RESERVA FLORESTAL DE SAMBA-LUCALA / MALANGE


Área: 400 Km2.
Localização Geográfica: Junção do meridiano 15 30 com o paralelo 8 55.
Limites:
Norte: Rio Kionga.
Oeste: Rio Kionga.

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Sul e Leste: Rio Camuneia.


Tipo de vegetação: Mosaicos de balcedos e savanas, mesoplanalticas e sublitorais:
Annona, Combretum, Piliostigma, Andropon, Hyparrhenia.

7) RESERVA FLORESTAL DO KIBAXI-PIRI / BENGO.


Área: 200 Km2.
Localização Geográfica: Junção do meridiano 14 30 com o paralelo 8 35.
Limites:
Norte e Leste: Rio Loma.
Sul E Oeste: Rio Ocua.
Tipos de vegetação: Floresta húmida de nevoeiros semi-decidua, poliestrata,
guineense-zembeziaca, mesoplastica: Celtis, Albiza, Morus, Ficus, etc.

8) RESERVA FLORESTAL DE KIBINDA / BENGO


Área: 100 Km2.
Localização geográfica: Junção com o meridiano 14 75 com o paralelo 7 75.
Limites:
Norte: Picada que vai de nova Caipemba ao Kitexe.
Leste: Rio Loge.
Oeste: Rio Vamba.
Sul: Estrada que vai do Kitexe à aldeia vicosa.
Tipos de vegetação: Floresta húmida de nevoeiros, semi-decidua, poliestrata
guineenze-zambeziaca, mesoplanaltica, floresta cafeeira secundarizada, Celtis
Albazia Morus Fiocus, etc. Mosaico de savana zambeziaca: Hyparrhenia.

9) RESERVA FLORESTAL DO KAVONGUE / HUAMBO


Área: 39 Km2.
Localização Geográfica: Junção do meridiano ao Kuito-Bié.
Limites:
Leste: Picada que vai do Kuito-Bié a Gandavira.
Sul e Oeste: Estrada que vai do Huambo a Gandavira.
Tipos de vegetação: Miombo, savanas e Ongate, subnontarios: Julbernardia
paniculata, Berchystyergia Spiciformis e Brachystegia SPP. ( B. Floribunda, B.
Puberula, B. Tamarindoides, etc.

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10) RESERVA FLORESTAL ENTRE O CUBAL E A CATUMBELA / BENGUELA


Área: 600 Km2.
Localização Geográfica: Junção do meridiano 13 50 com o paralelo 14 20.
Limites:
Norte: Kendo e o rio Cavira.
Leste: Rio Jamba.
Oeste: Rio Catumbela.
Sul: Rio Cubal da Hanha.
Tipos de vegetação. Bosques e savanas de árvores baixas e arbustos:
Cochospermum, Terminavia, albizia, Pterocarpus, Combretum, Panicum,
Hyparrhynia. Formações estepoides, sublitorais arbustivas e herbosas: Cacaia,
Camiphora, Colophospermm, Schmidtidia, Setaria.

11) RESERVA FLORESTAL DO CHONGOROI / BENGUELA


Área: 650 Km2.
Localização Geográfica: Junção do meridiano 13 50 com o paralelo 13 30.
Limites:
Norte e Oeste: Tchialaviavi e os rios Morjombue e Hanja.
Leste: Rio Chongoroi e a estrada Chongoroi e Cutembo.
Sul: Linha recta Cutembo até ao rio Hanja.
Tipos de vegetação: Bosque seco, deciduo e mosaico de savana e estepe:
Colosphospermum Mopane, Bosque e savana de árvores baixas, arbustos:
Cocholspermum, Terminala, Albizia, Ptercarpus, Combertum, Hyparrhenia, Panicum.

12) RESERVA FLORESTAL DO CATUPE / MOXICO


Área: 150 Km2.
Localização Geográfica: Junção do meridiano 23 00 com o paralelo 12 50.
Limites:
Norte: Rios Lue e Luce.
Oeste: Rio Lue.
Leste: Rio Condoge.
Sul: Rio Lodoge.
Tipos de vegetação: Miombo mediano ou alto, de 10-25 m com bosque de
Brachvstegia Spiciformis Var-Latiliata, Julbernardia Paniculata e b.x. Jongifolia
(abundante) e por vezes com povoamentos de Guibourtia, Marquesia ou

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Cryptcsepalum.

13) RESERVA FLORESTAL DO LUENA / MOXICO


Área: 1800 Km2.
Localização Geográfica: Junção do meridiano 20 30 com o paralelo 1200.
Limites:
Norte: Rio Luena.
Oeste: Rio Luena.
Leste: Rio Canage.
Sul: Estrada que vai do Luena ao rio Cange.
Tipos de vegetação: Mosaico de savana herbosas ou com arbustos bosques e
floresta densa seca: Brachystegia bakerana, Burkea, Pardo dos planaltos arenosos
com dranagem deficiente: Loudetia.

14) RESERVA FLORESTAL DO LUCUSSE / MOXICO


Área: 2450 Km2.
Localização Geográfica: Junção do meridiano 20 45 com o paralelo 12 40.
Limites:
Norte: Rio Luchibe.
Oeste: Rio Cuelo.
Leste: Rio Mulondoia.
Sul: Rio Lunge-Bumgo.
Tipos de vegetação. Mosaico de savanas herbosas ou com arbustos, bosques e
floresta densa seca: Brachystegia bakerana, eurkea Africana, mosaico de savanas,
com ou sem árvores e arbustos, e bosques seca semi-deriduos: Baikiaea, Gubourtia,
Riconodendron, - Parado dos planaltos arenosos com dranagem dificientes:
coudetela, etc.

15) RESERVA FLORESTAL DO CASSAI / MOXICO


Área: 190 km2.
Localização Geográfica: Junção do meridiano 19 30 com o paralelo 1200.
Limites:
Norte: Rio Cassai.
Oeste: Rio Lue.
Sul e Leste: Rio Munhango.

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Tipos de Vegetação: Miombo mediano ou alto de 10-25 m com bosque de


Brachystegia spiciformis Var Latifoltata, Julbernardia Paniculata e B-X Longifolia
(abundante) e por vezes com povaomento de Guibourita, Marquesia ou
Chyrtosepalum – mosaico de savas herbosas com arbustos, bosques e floresta densa
seca: Brachystegia, burkea Africana.

16) RESERVA FLORESTAL DO MACONDO / MOXICO


Área: 750 Km2. .Localização Geográfica: Junção com meridiano 24 00 com o paralelo
12 15.
Limites:
Norte e Oeste: Rio Mayinga.
Leste: Fronteira com a Zambia e os rios Camulele e Muanamouze.
Sul: Rio Milla.
Tipos de vegetação: Floresta seca densa, sempervirente: Erytosepalum Exfoliatum
Subsp, Pseudotaxus, miombo mediano ou alto de 10-25 m, com bosque de
Brachvstegia Spiciforms Var, Latifoliata, Julbernardia Paniculata e B.X. Longifolia
(abundante) e, por vezes compovoamento de Guibourtia, Marquesia ou
Cryptosepalum, miombo mediano continental: Brachystegia Spiciforms, B.
Floribunda, B. (utilis).

17) RESERVA FLORESTAL DO LUISAVO / MOXICO.


Área: 400 Km2. .Localização Geográfica: Junção com meridiano 23 50 com o paralelo
11 45.
Limites:
Norte: Rio Mudilege.
Leste: Rio Luisavo e fronteira com a Zambia
Sul e Oeste: Rio Lucaia.
Tipos de vegetação: Miombo mediano ou alto de 10-25 m, com bosque de
Brachvstegia B.X. Longifolia (abundante) e, por vezes com miombo mediano do
planalto continental, Brachystegia Spiciforms, B. Floribunda.

18) RESERVA FLORESTAL DO GUELENGUE E DONGO / HUÍLA.

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Área: 1200 Km2.


Localização Geográfica: Junção com meridiano 1500 com o paralelo 14 30.
Limites:
Norte: Rio Chicusse
Leste: Rios Chissanda e Cusso.
Oeste: Rio Cunene
Sul: Rio Cussava.
Tipos de vegetação: Miombo, savanas e engate subountanos, Julbernardia
Paniculata , Brachystegia Spiciforms e Brachvstegia SPP. (B. Floribunda, B. Puberula,
B. Tamarindoides, etc.) Miombo ralo e savana dos dedives mesoplasticos: com
abundância de Brachystegia Cossweileri.

19) RESERVA FLORESTAL DA UMPULO / BIÉ.


Área: 4500 Km2.
Localização Geográfica: Junção com meridiano 18 00 com o paralelo 13 00
Limites:
Norte: Rio Cuine.
Leste: Rio Chimbandianga.
Oeste: Rio Cuanza.
Sul: Rio Chimandianga.
Tipos de vegetação: Miombo mediano ou alto de 10-25 m, com bosques de
Brachystegia Spiciformis Var. Latifoliata, com povoamento de Guibourdia Marquesa
ou Cryptosepalum. Ademais temos a considerar as Coutadas Oficiais de Caça,
criadas com o fim de fomentar o turismo. Com a superfície total de 87.640 Km2 são
os seguintes:

a) Coutada do Ambriz / Bengo.


Área: 3240 Km2.
Criada em 27-08-1958.
Limites:
Norte: Estrada do Ambriz e Bembe, rio Lage até junto do antigo povo da Mulemba.
Leste: Estrada de Ambriz a Nambuangongo, picada que segue para o antigo povo
Uezo, até aos rios Onzeo e Quissama.
Oeste: Limites este e norte da Fazenda Tabi, estrada Luanda ao Ambriz até ao

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65

aerodromo, estradas do Ambriz para Ambrizete e o Bembe.


Sul: Ao rios Onzo e Quissama até ao limite Este da Fazenda Tabi.

b) Coutada pública do Mucosso / Kuando-Kubango


Área: 25.000 Km2.
Criada em 15-07-1959.
Limites:
Norte: Rios Chipuxi, Cucho, Lumunha, Luengue, Luiana até fronteira.
Sul: Picada da fronteira até à foz do Rio Cuito.
Oeste: Rio Cuito até à foz do rio Chipuxi.

c) Coutada pública do Luiana / Kuando-Kubango.


Área: 13.950 Km2.
Criada em 15-07-1959.
Limites:
Norte: Rios Namomo, Cabembe, Cubia até à estrada Mavinga- Luiana.
Leste: Estrada Mavinga-Luiana, rio Cuando até a fronteira.
Sul: Linha de fronteira desde o rio Cuando até ao encontro da picada Luiana-
Mucusso.
Oeste: Picada Mucusso-Luiana, rios Luiana, Utembo, Matundo, Capemde ao rio
Namomo.

d) Coutada pública do Luengue / Kuando-Kubango


Área: 16.700 Km2.
Criada em 15-07-1959.
Limites:
Norte: Linha recta que une os rios Longa e Cuito, nascente do rio Uamenha, rio
Chocueca, linha recta que une esta confluência à nascente do rio Candombe.
Leste: Rio candombe até ao rio Luiana.
Sul: Rios Luengue, Lumuna, Cucho, Chipuxi até à foz.
Oeste: Rios Cuito, Chipuxi até ao rio Longa.

e) Coutada pública de Longa-Mavinga / Kuando-Kubango


Área: 28.750 Km2.
Criada em 06-07-1960.

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Limites:
Norte: Estrada Longa e Cuito Cuanavala, rumo ao sul até aos Cuma, Lomba, estrada
Dina Mavinga, Rios Matundo até ao rio Capembe.
Leste: Rios Matundo, Capembe, Luacundo, Utembo até ao rio Luiana.
Sul: Rios Candombe Luiana Uamenha, Chocue, Longa e Cuito.
Oeste: Rio Longa desde a sua confluência com o rio Cuito até à povoação do Longa.

NECESSIDADE DE COMBATER O EGOTURISMO

Para que se obtenha a harmonia necessária e para que a floresça o ecoturismo é


urgente combatermos no nosso país o já crescente egoturismo.

O egoturismo, ao invés do ecoturismo não tem o objectivo de preservar o


ambiente, mas sim o desejo egoísta da satisfação e recreação estreitas que, não
respeitando as leis da natureza, os princípios do civismo e da convivência, procura
alterar negativamente o meio.

Exemplos tristes de egoturismo acontecem nas praias do país, com particular


relevo para as praias de Luanda: nos Parques e Reservas principalmente os da
Quissama. Iona e Bicuar; nos polígonos florestais como é o caso do da Ilha de
Luanda, nos espaços verdes das cidades, etc.

A maior obra que nós devemos obrigar é a educação ambiental, uma arma
superior a qualquer forma de policiamento em favor do egoturismo. Tal educação
tornará possível que a determinação dos cidadãos comuns proteja o ambiente.

O ambiente tem uma importância tão grande que não pode ser entregue apenas
aos peritos, aos políticos dos governos ou não.

É um assunto de todos e uma responsabilidade e de todos. O desafio é de todos


porque é o nosso futuro comum que está em causa.

Entende-se ser importante melhorar a legislação, a regulamentação, o quadro

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jurídico do ambiente em Angola. Mas, mais do que tudo isso é importante que
desde a base haja iniciativas para criar um ambiente melhor: seja na limpeza das
praias, das bermas das nossas estradas, na construção do jardim da escola, na
criação de mais verde, etc., etc.

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GEOGRAFIA HUMANA DE ANGOLA


A Geografia Humana tem como principal objectivo a realização de um estudo das
relações do homem com o meio físico, levando em conta que ele é um agente
transformador da superfície terrestre angolana.
Essas transformações que acontecem em razão das necessidades sociais atingem a
economia, o fluxo de migração, meio ambiente, indústria, tecnologia, turismo,
agropecuária, conflitos no campo, actividades sociais, políticas e culturais, enfim
todas as relações humanas desenvolvidas no território nacional.

Geografia humana é uma ciência humana que se consagra ao estudo e à descrição


da interacção entre a sociedade e o espaço. Ela ajuda o homem a entender o espaço
geográfico em que vive.
Pode-se compreender o objecto da geografia humana como sendo a leitura crítica
das percepções e transformações humanas sobre o espaço, no transcorrer do
tempo, assim como a incidência do espaço sobre a sociedade, isto é, a relação do
homem com o espaço.

VII - Povoamento e distribuição espacial da população angolana


A grande maioria dos mais de 25.789.024 de habitantes que constituem a população
angolana, dos quais 12.499. 041 do sexo masculino (48) e 13.289.983 (52%) provém dos
povos de origem Bantu e uma minoria de não-bantus que são os Bosquimanos ou
Bochimanes, vivendo 63% na área urbana e 37% na área rural.

Há 3 mil anos ou talvez 4 mil anos atrás, os bantus deixaram a selva equatorial (na região
hoje ocupada pelos Camarões e Nigéria) rumaram em dois movimentos distintos, para o
sul e para o leste, empreendendo assim a maior migração jamais realizada em África. Por
causas desconhecidas esta corrente migratória prolongou-se até ao século XIX.

Caminhando sempre em direcção ao sul, estes jovens povos, vigorosos, armados e


organizados venceram e escravizaram os indefesos pigmeus e Bosquimanos.

A designação Bantu nunca se refere a uma unidade racial. A sua formação e expansão
migratória originaram uma enorme variedade de cruzamentos. Há aproximadamente 500
povos Bantu. Assim não se pode falar de raça Bantu mas de povos Bantu, isto é,

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comunidades culturais com civilização comum e línguas aparentadas.

Depois de tantos séculos em que se realizaram muitas deslocações, cruzamentos,


guerras, foram tão diversas as influências recebidas pelos grupos Bantu, conservam
ainda as raízes de um tronco originário comum.

O termo BANTU aplica-se a uma civilização que conserva a sua unidade e foi
desenvolvida por povos de raça negra. O radical ''ntu'' comum em muitas línguas Bantu
significa, homens, seres humanos.

Os Bantu além do nítido parentesco linguístico conservam um fundo de crenças, mitos e


costumes similares, uma cultura com traços específicos e idênticos que os assemelha e
agrupa independentemente da identidade racial.

Os Bantus Angolanos repartem-se por nove grandes grupos etnolinguísticos: Quicongo,


Quimbundo, Lunda-Quioco, Mbundo, Ganguela, Nhaneca-Humbe, Ambó, Herero, e
Xindonga, que por sua vez se subdividem em cerca de uma centena de subgrupos
tradicionalmente designados por tribos.

Hoje, a população angolana é composta pelos grupos: koisan (os autotones), bantu e
pelos descendentes dos emigrantes europeus, predominantemente portugueses que
chegaram em Angola no século V .

A distribuição espacial da população sendo um dos temas fundamentais nos estudos


geográficos, ao mesmo tempo que constitui um elemento essencial do ordenamento
territorial, da planificação de políticas socioeconómicas regionais e de estudos do
mercados.

Como esta distribuída a população angolana?

R: Ela está distribuída de forma desigual.

A que se deve essa desigual distribuição da população angolana?

R: É devido a vários factores físico-geográficos ou naturais e sócio-económicos, culturais


ou humanos.

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VIII -Evolução da população de Angola

Ano População Taxa de crescimento


1951 4 397 294 N/A %

1952 4 484 543 1.98 %

1953 4 575 536 2.03 %

1954 4 668 331 2.03 %

1955 4 761 542 2.00 %

1956 4 854 354 1.95 %

1957 4 946 517 1.90 %

1958 5 038 303 1.86 %

1959 5 130 414 1.83 %

1960 5 223 753 1.82 %

1961 5 319 066 1.82 %

1962 5 416 596 1.83 %

1963 5 515 857 1.83 %

1964 5 615 755 1.81 %

1965 5 715 363 1.77 %

1966 5 814 297 1.73 %

1967 5 913 200 1.70 %

1968 6 014 463 1.71 %

1969 6 121 899 1.79 %

1970 6 239 336 1.92 %

1971 6 369 307 2.08 %

1972 6 512 646 2.25 %

1973 6 668 931 2.40 %

1974 6 836 982 2.52 %

1975 7 015 542 2.61 %

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1976 7 203 421 2.68 %

1977 7 400 414 2.73 %

1978 7 609 230 2.82 %

1979 7 835 011 2.97 %

1980 8 082 416 3.16 %

1981 8 354 950 3.37 %

1982 8 652 731 3.56 %

1983 8 968 083 3.64 %

1984 9 286 787 3.55 %

1985 9 595 064 3.32 %

1986 9 884 455 3.02 %

1987 10 154 706 2.73 %

1988 10 415 308 2.57 %

1989 10 682 948 2.57 %

1990 10 974 431 2.73 %

1991 11 300 022 2.97 %

1992 11 660 572 3.19 %

1993 12 047 879 3.32 %

1994 12 447 635 3.32 %

1995 12 845 575 3.20 %

1996 13 233 740 3.02 %

1997 13 613 341 2.87 %

1998 13 994 789 2.80 %

1999 14 394 847 2.86 %

2000 14 830 311 3.03 %

2001 15 310 715 3.24 %

2002 15 836 244 3.43 %

2003 16 400 546 3.56 %

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2004 16 993 448 3.62 %

2005 17 604 221 3.59 %

2006 18 227 205 3.54 %

2007 18 862 687 3.49 %

2008 19 513 079 3.45 %

2009 20 181 177 3.42 %

2010 20 870 029 3.41 %

2011 21 581 125 3.41 %

2012 22 313 964 3.40 %

2013 23 066 917 3.37 %

2014 25 789024 3.34 %

2015 25 824 749 3.30 %

2016 26 234 657 3.29 %

Factores que condicionam a distribuição da população angolana

Factores físico-geográficos ou naturais:

- Clima, relevo, solos, hidrografia, etc.

Factores sócio-económicos e culturais ou humanos:

- Industrialização, urbanização, turismo e ócio, actividade terciárias avançadas, etc.

Nos primeiros anos da existência do homem sobre a superfície da Terra, os factores


naturais condicionavam o seu estabelecimento neste ou naquele lugar do planeta, dado
que dependia do que a natureza podia oferecer. Mas quando começa a dominar a
natureza, foi buscando os lugares propícios para estabelecer-se, primeiro,
temporariamente e posteriormente fixar-se de forma indefinida. O surgimento da
agricultura e a domesticação dos animais jogou um papel crucial nesse processo.

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Todos estes factores têm uma grande influência na distribuição espacial da população
angolana, mas o que condicionam ou determinam actualmente a fixação dos grupos
humanos em determinados espaços, são os factores humanos ou sócio-económicos.

A distribuição espacial da população angolana é a forma em que os habitantes se


localizam ou se distribuem sobre o território nacional que cuja divisão política-
administrativa está dada em províncias, municípios, comunas, bairros e aldeias. Uma das
suas medidas básicas é a densidade populacional que é a relação matemática que se
estabelece entre a população do país ou uma parcela dele com a superfície total do país
ou parte dele, como expressa a seguinte formula:

DP = P/S (hab/km2)

Com os seguintes exemplos calcule a densidade populacional de Angola, Luanda e


Bengo.

Exemplo 1: População de Angola em 2014 era de 25.789.024 habitantes.

DP=25.789.024/1 246 700 km2

DP=20,6 hab./km2

Exemplo 2: População da província de Luanda em 2014 era de 6 945 385 habitantes.

DP= 6 945 386hab/ 2 257 km2

DP= 300 hab/km2

Exemplo 3: População da província do Bengo em 2014 era de 356 641 habitantes

DP= 356 641/ 33 016 km2

DP= 10,8 hat/km2

Tendo em conta a densidade populacional, as províncias de Luanda, da Huila, de


Benguela, do Huambo, do Cuanza Sul do Bié e do Uíge, no seu conjunto concentram
72% da população. E, Luanda com 27% representa a província mais populosa enquanto
que em Angola a densidade populacional é de 20,6 hab./km 2. .

IX - Dinâmica demográfica
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75

Densidade populacional: A densidade de população (também chamado formalmente


população relativa, para distingui-la do absoluta) se refere à distribuição do número de
pessoas em todo o território de uma unidade administrativa ou funcional (continente, país,
província, município, distrito, bairro e aldeia).

País 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 1015

Angola 8,64 8,81 8,98 9,73 9,84 10,05 10,27 10,48 10,7 14,48 16,62 20,61 20,55

Taxa de nascimento: Esta entrada dá o número médio anual de nascimentos durante um


ano por 1000 habitantes, também conhecida como taxa bruta de natalidade. A taxa de
natalidade é geralmente o factor decisivo na determinação da taxa de crescimento
populacional. Depende tanto do nível de fertilidade e na estrutura etária da população.

Taxa de nascimento (nascimentos/1.000 habitantes)

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200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 201 201 201 201 201
PAIS
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4
46, 46, 46, 45, 45, 44, 45, 44, 44, 43, 43, 42, 39, 39, 38,
Angola
89 54 18 57 14 64 11 51 09 69 33 91 36 16 97

Taxa de mortalidade: Esta entrada dá o número médio anual de mortes durante um ano
por 1000 habitantes, também conhecida como taxa bruta de mortalidade. A taxa de
mortalidade, apesar de ser apenas um indicador bruto da situação da mortalidade no
país, indica com precisão o impacto da mortalidade actual sobre o crescimento da
população. Este indicador é significativamente afectada pela distribuição etária. A maioria
dos países vai mostrar um aumento da mortalidade, apesar do contínuo declínio da
mortalidade em todas as idades, como uma diminuição nos resultados da fecundidade no
envelhecimento da população.

Taxa de mortalidade (mortes/1.000 habitantes)

FCS/GA-1/CELMA.14/15
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Pais 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Angola 25,01 24,68 24,35 25,83 25,86 25,9 24,2 24,81 24,44 24,08 23,74 23,4 12,06 11,86 11,67

Taxa de mortalidade infantil: Esta entrada dá o número de mortes de crianças menores


de um ano de idade em um determinado ano por 1000 nascidos vivos no mesmo ano. Ele
inclui a taxa de mortalidade total e as mortes por sexo, masculino e feminino. Esta taxa é
frequentemente utilizado como um indicador de saúde de um país.

Taxa de mortalidade infantil (mortes/1.000 nascimentos normais)

A Taxa de mortalidade materna: A taxa de mortalidade materna (TMM) é o número


anual de mortes por 100.000 nascidos vivos por qualquer causa relacionada ou agravada
pela gravidez ou a sua gestão (excluindo causas acidentais ou incidentais). A TMM para o
ano especificado incluem as mortes durante a gravidez, parto ou dentro de 42 dias após o
término da gravidez, independentemente da duração e local de gravidez.

Taxa de mortalidade materna (óbitos / mil nascidos vivos)

FCS/GA-1/CELMA.14/15
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Pais 2008 2010


Angola 610 450

Taxa de crescimento é a variação percentual média anual no número de população,


resultante de um excedente (ou déficit) de nascimentos e óbitos e o saldo de migrantes
que entram e saem de um país. A taxa pode ser positivo ou negativo. A taxa de
crescimento é um factor que determina a magnitude das demandas que um país deve
atender às novas necessidades de seu povo para a infra-estrutura (por exemplo escolas,
hospitais, habitação, estradas), os recursos (por exemplo, alimentos, água, electricidade),
e do emprego. Rápido crescimento da população pode ser visto como uma ameaça pelos
países vizinhos.

Taxa de crescimento: 2,78% (2014 est.)

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200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 201 201 201 201 201
Pais
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4
Angol
2,15 2,15 2,18 1,97 1,93 1,9 2,45 2,18 2,14 2,1 2,06 2,03 2,78 2,78 2,78
a

Definição de População: Esta entrada dá uma estimativa do U.S. Census Bureau com
base em estatísticas dos censos da população, estatísticas vitais sistemas de registos de
nascimento e morte, ou inquéritos por amostragem referentes ao passado recente e em
suposições sobre as tendências futuras. A população total apresenta uma medida global
do impacto potencial do país no mundo e dentro de sua região. Nota: Desde 1993, as
estimativas demográficas em alguns países (principalmente Africanos) explicitamente
levar em conta os efeitos do crescente impacto do HIV / AIDS.

Taxa de migração: Essa entrada inclui a diferença entre o número de pessoas que
entram e saem de um país (emigrantes e imigrantes) durante o ano por 1.000 pessoas.

Um excesso de pessoas que entram no país é referido como a imigração líquida (por
exemplo, 3,56 migrantes/1000 habitantes), um excesso de pessoas deixando o país é
conhecido como uma emigração líquida (por exemplo, -9,26 migrantes / 1000). A taxa de
migração líquida indica a contribuição da migração para o nível geral de mudança da
população.

Altos níveis de migração pode causar problemas como o aumento do desemprego e os


conflitos étnicos em potencial (se as pessoas estão vindo para um país), ou uma redução
na força de trabalho, talvez em sectores chave (se as pessoas estão deixando).

FCS/GA-1/CELMA.14/15
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Pais 2001 2007


Angola 27,5 15,6

Crianças menores de 5 anos abaixo do peso normal: Esta entrada dá o percentual de


crianças menores de cinco anos abaixo do peso considerado normal. Baixo peso para a
idade é de aproximadamente 2 kg abaixo do padrão anos de idade, 3 kg abaixo do
padrão para as idades de dois e três, e 4 kg abaixo do padrão para as idades de quatro e
cinco. Esta estatística é um indicador do estado nutricional de uma comunidade. Crianças
que são raquíticas devido à má alimentação e / ou infecções recorrentes tendem a ter um
maior risco de doença e morte.

Densidade de médicos (médicos / 1.000 habitantes)

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Pais 2004 2009


Angola 0,08 0,17

Densidade de médicos: Esta entrada dá o número de médicos, incluindo generalistas e


médicos especialistas para cada 1.000 habitantes. Médicos são definidos como os
médicos que estudam, diagnosticar, tratar e prevenir doenças, lesões e outros problemas
físicos e mentais de seres humanos através da aplicação da medicina moderna.

Cabe a eles também planear, monitorar e avaliar os planos de cuidados e tratamento dos
outros prestadores de cuidados de saúde. A OMS estima que menos de 23 trabalhadores
da saúde (médicos apenas, enfermeiros e parteiras) por 10.000 seria insuficiente para
satisfazer as necessidades de cobertura de cuidados de saúde primários.

FCS/GA-1/CELMA.14/15
82

Leitos hospitalares per capita (leitos / 1.000 habitantes)

Pais 2005
Angola 0,8

Leitos hospitalares per capita: Esta variável fornece o número de leitos hospitalares
por 1.000 habitantes. Leitos hospitalares incluem camas de internamento em hospitais
públicos, centros de reabilitação privada, gerais e especializados. Na maioria dos casos,
inclui camas para cuidados agudos e crónicos. Como o nível dos serviços hospitalares
necessários para cada país depende de vários factores - incluindo a carga da doença -
não existe um número meta global de leitos hospitalares por país.

Obesidade - taxa de incidência da população adulta: Esta entrada dá a percentagem


de população de um país considerado obeso. A obesidade é definida como um adulto que
tem um Índice de Massa Corporal (IMC) maior ou igual a 30,0. O IMC é calculado com
base no peso de uma pessoa em quilos e dividir pelo quadrado da sua altura em metros.

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Expectativa de vida no nascimento (anos)

Pais 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Angola 38,31 38,59 38,87 36,96 36,79 38,43 38,62 37,63 37,92 38,2 38,48 38,76 54,59 54,95 55,29

Expectativa de vida no nascimento: Esta variável contém o número médio de anos


vividos por um grupo de pessoas nascidas no mesmo ano, se a mortalidade em cada
idade permanece constante no futuro. Admissão inclui a população total, e
componentes do sexo masculino e feminino. Expectativa de vida ao nascer também é
uma medida geral de qualidade de vida em um país e resume a taxa de mortalidade
para todas as idades. Ele também pode ser pensado como indicando o potencial de
retorno sobre o investimento em capital humano e é necessária para o cálculo de
várias medidas.

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Taxa de fertilidade (infantes nascidos/mulher)

Pais 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Angola 6,52 6,48 6,43 6,38 6,33 6,27 6,35 6,27 6,2 6,12 6,05 5,97 5,54 5,49 5,43

Taxa de fertilidade: Esta entrada dá o número médio de crianças que nasceriam por
mulher se todas as mulheres viveram até o fim da idade fértil e deu à luz crianças de
acordo com a taxa de fecundidade média para cada idade. A taxa de fecundidade
total é uma medida mais directa do nível de fertilidade do que a taxa bruta de
natalidade, uma vez que refere-se a nascimentos por mulher.
Este indicador mostra o potencial das mudanças demográficas no país. Uma média
de dois filhos por mulher é considerada a taxa de substituição de uma população,
levando a uma relativa estabilidade em termos de números totais.
Taxas acima de dois filhos indicam populações crescendo em tamanho e cuja idade
média está em declínio.
Taxas mais altas também podem indicar dificuldades para as famílias, em algumas
situações, para alimentar e educar seus filhos e para as mulheres a entrar no
mercado de trabalho.
Taxas inferiores a dois filhos indicam uma diminuição no tamanho da população e a
média de idade mais elevados.
Taxas de fertilidade globais vão geralmente diminuindo e esta tendência é mais
acentuada nos países industrializados, especialmente a Europa Ocidental, onde a
população deverá diminuir drasticamente nos próximos 50 anos.

VIH/SIDA - taxa de incidência da população adulta (%)

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Pais 1999 2001 2003 2007 2009 2012


Angola 2,78 5,5 3,9 2,1 2 2,3

VIH/SIDA - taxa de incidência da população adulta: Esse post dá uma estimativa da


percentagem de adultos (15-49 anos) vivendo com HIV / AIDS. A taxa de incidência da
população adulta é calculado dividindo o número estimado de adultos vivendo com HIV /
AIDS no fim do ano pela população adulta total no final do ano.

VIH/SIDA - habitantes infectados com VIH/SIDA

Pais 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Angola 160.000 160.000 350.000 240.000 240.000 240.000 240.000 240.000 190.000 190.000 200.000 200.000 200.000

Taxa de alfabetização: Essa entrada inclui uma definição de alfabetização e


percentagens do Censo para a população total, meninos, e mulheres. Não existem

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definições universais e padrões de alfabetização. Salvo indicação em contrário, todas as


taxas são baseadas na definição mais comum - a capacidade de ler e escrever em uma
determinada idade. Detalhando as normas que cada país usa para avaliar a capacidade
de ler e escrever.

Informações sobre a alfabetização, enquanto são uma medida perfeita de resultados


educacionais, é provavelmente a medida facilmente disponível e válido para comparações
internacionais.

Baixos níveis de alfabetização e educação em geral, pode impedir o desenvolvimento


económico de um país, especialmente em um mundo em rápida transformação
impulsionada pela tecnologia.

X - Composição da população angolana

A população angolana acusa uma composição bastante complexa. Por grupos etários a
população angolana é jovem, por sexo, grande parte é feminino porquanto cerca de 95%
dos angolanos são africanos bantu, pertencentes a uma diversidade de etnias. Entre
estas, destacam-se a dos Ovimbundu que representa mais de um terço da população,
seguidos dos Ambunducom cerca de um quarto e os Bakongo com mais de 10%.
Menor peso demográfico têm os Lunda - Côkwe, os Ovambo, os Nyaneka-Nkhumbi, os
Ganguela e os Xindonga. Existem ainda pequenos grupos residuais
de Khoisan (ocasionalmente designados como bosquímanos ou hotentotes), habitantes
originais do território da Angola de hoje (e portanto pré-bantu).
O habitat destas etnias, tal como existia no fim da era colonial, continua no essencial
inalterado. No entanto, durante a segunda metade do século XX houve um fluxo
permanente de habitantes das áreas rurais para as cidades.
A seguir à independência, a Guerra Civil Angolana provocou um verdadeiro êxodo rural,
de modo que neste momento (2015) um pouco mais de metade da população total
de Angola vive em áreas urbanas. Neste contexto, muitos Bakongo e Ovimbundu (e
contingentes bem mais limitados de outros grupos) fixaram-se em cidades fora
do habitat tradicional da sua respectiva etnia.
Em consequência deste movimento, existe hoje uma diversidade étnica muito acentuada
em Luanda (inclusive região adjacente), mas também no Lubango, enquanto ela é
relativamente mais limitada exemplo em Benguela e no Huambo.
Ao longo do período colonial constituiu-se em Angola uma população portuguesa que em
1975 contava com 320.000 a 350.00 pessoas. Entre estes, uma parte estava radicada no
país a título permanente, muitas vezes na segunda ou mesmo terceira geração; a outra
parte tinha vindo na fase do "colonialismo tardio" dos anos 1960/70, geralmente a título
temporário. Na sua grande maioria saíram de Angola na altura da independência, mas

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entretanto alguns deste grupo, mas sobretudo outros portugueses, afluíram ao país nas
duas últimas décadas, em busca de empregos ou de possibilidades empresariais.
O número de portugueses que vivem actualmente em Angola foi estimada em
aproximadamente pelo menos de 200.000 pessoas (registos consulares) em 2012, mas é
provavelmente superior. Como ao mesmo tempo houve uma forte imigração de latino-
americanos, especialmente brasileiros e cubanos, a população "caucasiana" voltou a
constituir um grupo seguramente não inferior a 300,000 pessoas.
A longa presença de portugueses em Angola esteve na origem de um número
considerável de mestiços ou seja, de pessoas de ascendência africana e europeia. Tanto
em termos administrativos como em termos sociais, estes foram no tempo colonial
considerados como uma "raça" distinta das "raças" branca e negra. Em ambos os termos,
esta distinção continua a vigorar até ao presente. A proporção dos mestiços na população
total é estimada em cerca de 2%.
Por fim, formou-se a partir dos anos 1990, mas sobretudo a partir do fim da Guerra Civil
em 2002, um novo grupo populacional - o dos chineses, directa ou indirectamente
associados à forte presença económica da China em Angola. Há poucas fontes confiáveis
sobre o seu número, mas as estimativas apontam para uma ordem de grandeza de
259000, em 2012.
No entanto, um estudo apresentado, o que reflecte uma verdadeira explosão
populacional, explicada por um aumento da natalidade, uma diminuição da mortalidade
infantil e uma maior esperança de vida à nascença, ocorridas no essencial nas crescentes
áreas urbanas. [8] Uma consequência importante é o considerável rejuvenescimento da
população: as crianças com menos de 14 anos constituem 46%.
A densidade demográfica é globalmente baixa, com cerca de 20,6 habitantes por
quilómetro quadrado, mas extremamente desigual: As áreas urbanas, em constante
expansão, contrapõem-se grandes extensões pouco habitadas, particularmente nas
províncias situadas a Leste e ao Sul do país. O que demonstra claramente o
subpovoamento do país.

OS PRINCIPAIS FOCOS DE CONCENTRAÇÃO POPULACIONAL EM ANGOLA

Tendo em conta os resultados definitivos do censo de 2014 podemos concluir que os


focos de concentração populacional em Angola são:

- A faixa do litoral representada pelas províncias de Luanda, Cuanza Sul e Benguela.

- A região centro-sul do país integrada pelas províncias do Huambo, da Huila e o do Bié.

- A região do nordeste de Angola representada pela província do Uíge.

Estes focos anunciados representam 72% da concentração da população angolana.

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Embora tenhamos apresentado as regiões que constituem os focos de concentração


humana, Angola constitui um país subpovoado, pois apresenta algumas regiões que
constituem grandes desertos humanos, como:

- O corredor que forma as províncias do Bengo, Cuanza Norte e Zaire na região norte do
país.

- Os extremos sudoeste e sudeste angolano e a região das Lundas.

A maior concentração da população nos espaços cada vez mais reduzidos, tal como
acontece em Luanda, promove muitos problemas ambientais, de habitação, desemprego,
deficit no transporte público, entre outros. Mas pode por outro lado facilitar a distribuição
de determinados serviços e bens, como energia eléctrica, distribuição de alimentos,
canalização de água realização de censos, etc.

A grande dispersão da população como acontece no Cuando Cubango, pode dificultar a


distribuição dos serviços e bens e mesmo até o recenseamento da população. Por tanto,
aqui se deriva a importância do estudo das medias de concentração e dispersão da
população.

POPULAÇÃO ANGOLANA POR PROVINCIA

TOTAL

PROVINCIA TOTAL HOENS MULHERES

Cabinda 716076 355765 360310

Zaire 594428 297728 296700

Uige 1483118 728693 754425

Luanda 6945386 3401996 3543390

Cuanza Norte 443386 217060 226326

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Cuanza Sul 1881873 905809 976064

Malanje 986363 479788 506575

Lunda Norte 862566 44053 418513

Benguela 2231385 1055819 1175566

Huambo 2019555 958140 1061414

Bié 1455255 691623 763632

Moxico 758568 369437 389131

Cuando Cubango 534002 260585 273417

Namibe 495236 240144 255182

Huila 2497422 1186589 1310833

Cunene 990087 462056 528031

Lunda Sul 537587 265806 271782

Bengo 356641 177949 178692

XI - Dinâmica dos espaços rurais e urbanos

O espaço urbano e rural são duas dimensões de um mesmo espaço geográfico, e suas
relações inserem-se no contexto da divisão territorial do trabalho.

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Os espaços urbano e rural inserem-se como diferentes expressões materializadas no


espaço geográfico, compreendidas por suas distintas dinâmicas económicas, culturais,
técnicas e estruturais.

Embora componham meios considerados distintos, suas inter-relações são bastante


complexas. Por isso, muitas vezes é difícil separar ou compreender a especificidade de
cada um desses conceitos.

O conceito de espaço urbano designa a área de elevado adensamento populacional


com formação de habitações justapostas entre si, o que chamamos de cidade. Já
o conceito de espaço rural refere-se ao conjunto de actividades primárias praticadas em
áreas não ocupadas por cidades ou grandes adensamentos populacionais.

No entanto, para além dessa definição simples e introdutória, é interessante perceber que
rural e urbano são, além de tudo, tipos diferentes de práticas quotidianas. Assim, podem
existir práticas rurais no espaço das cidades ou práticas urbanas no espaço do campo.
Por exemplo: um cultivo de hortaliças dentro do espaço de uma cidade (embora isso seja
cada vez mais raro nos grandes centros urbanos) é um caso de prática rural no meio
urbano. Da mesma forma, a existência de um hotel, fazenda ou um resort em uma zona
afastada da cidade é um exemplo de prática urbana no meio rural.

Uma das principais diferenças entre urbano e rural está, assim, nas práticas
socioeconómicas. O espaço rural, como já dissemos, engloba predominantemente
actividades vinculadas ao sector primário (extractivismo, agricultura e pecuária), ao
passo que o espaço urbano costuma reunir actividades vinculadas ao sector
secundário (indústria e produção de energia) e terciário(comércio e serviços).

Outra diferença entre urbano e rural está na amplitude dos respectivos conceitos. Em
termos de escala, a abrangência espacial do meio rural é muito maior, pois ele reúne
tantos as áreas transformadas e cultivadas (espaço agrário) pelo homem quanto o espaço
natural, pouco transformado ou mantido totalmente sem intervenções antrópicas. Por
outro lado, a cidade, embora possua uma maior dinâmica económica, apresenta-se em
espaços mais circunscritos, mesmo com o crescimento desordenado dos espaços
urbanos na maioria dos países periféricos e emergentes.

Em termos de hierarquia económica, podemos dizer que, originalmente, o campo exercia


um papel preponderante sobre as cidades. Afinal, foi o desenvolvimento da agricultura e

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da pecuária que permitiu a formação das primeiras civilizações e o seu posterior


desenvolvimento.

No entanto, com o avanço da Revolução Industrial e as transformações técnicas por ela


produzidas, o meio rural viu-se cada vez mais subordinado ao urbano, uma vez que as
práticas agropecuárias e extractivistas passaram a depender cada vez mais das técnicas,
tecnologias e conhecimentos produzidos nas cidades.

Actualmente, o urbano e o rural formam uma relação socioeconómica e até cultural


bastante ampla, muitas vezes se apresentando de forma não coesa e profundamente
marcada pelo avanço das técnicas e pelas transformações produzidas a partir dessa
conjuntura.

Nessa relação, o espaço geográfico estrutura-se em toda a sua complexidade e


transforma-se em reflexo e condicionante das relações sociais e naturais, denunciando as
marcas deixadas pelas práticas humanas no meio em que se estabelecem.

O que caracteriza a paisagem rural e a urbana angolana?


Em Angola, as paisagens rurais e urbanas possuem características e diferenças visuais
que facilitam a identificação de ambas.
No ambiente rural, por exemplo, predominam áreas verdes, com bastante árvores e
vegetações. A fauna é mais diversificada, incluindo animais silvestres e domesticados.
Em geral, a aglomeração de pessoas é menor, assim como a interferência humana na
paisagem.
Na paisagem urbana, por outro lado, destacam-se os prédios, o trânsito de veículos
automotores e a concentração de pessoas. A poluição, seja visual (outdoors,
propagandas em muros e postes), do ar ou sonora (barulhos de todos os tipos), é
bastante perceptível nas grandes cidades, enquanto no ambiente rural ela existe em
menor grau.

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Nas paisagens rurais, por conter maior número de áreas verdes, as árvores conseguem sequestrar
carbono e liberar maior quantidade de oxigênio na atmosfera.

A falta de planeamento estrutural, sem estudos para prever uma maneira eficiente de
ocupar os centros urbanos, resulta em grande quantidade de habitantes em uma área só,
imensas construções aglomeradas e escassez de árvores e vegetações. Isso faz com que
muitos enxerguem a paisagem urbana como um caos imerso em um cenário cinza.
Apesar desta imagem negativa associada aos centros urbanos, a infra-estrutura
encontrada nas cidades costuma ser melhor do que em ambientes rurais, com sistema de
transporte colectivo, escolas, hospitais e redes eléctricas, entre outros serviços
necessários para atender um número de habitantes maior.

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Nas áreas urbanas, um grande número de árvores foram derrubadas para dar
lugar aos prédios e residências.

Para tornar mais agradáveis os ambientes de convívio das grandes cidades, uma das
propostas é a revitalização, com a criação de espaços públicos , como áreas verdes,
parques e praças. A construção de lagos artificiais também reduzem o impacto
ambiental e melhora a paisagem urbana e a qualidade de vida dos habitantes, pois ajuda
a amenizar a temperatura e diversificar a flora e a fauna, como no campo.

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