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GEOGRAFIA DE ANGOLA
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Geog. Angola
Natureza Sociedade
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PRIMEIRA PARTE
LIMITES
Angola, país da África austral, está limitado a Norte pela República Democrática do
Congo e República do Congo; a Sul pela República da Namíbia; A Este pela
República Democrática do Congo e a República da Zâmbia e a Oeste pelo oceano
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Atlântico. Inclui também o enclave de Cabinda através do qual faz fronteira com a
República do Congo.
Recorda-se ainda que a ilha vulcânica de Santa Helena, de bandeira britânica, é a
mais próxima da costa angolana.
A fronteira angolana tem uma extensão de 6487 km, dos quais 4837 são de fronteira
terrestre e 1650 km de fronteira marítima. Por quanto a superfície de Angola é de
1246700 km².
PONTOS EXTREMOS
1 – Norte: A norte da localidade de Caio Bemba, na província de Cabinda, na
fronteira com a República do Congo onde encontramos o ponto extremo norte, sem
nome.
2 – Norte (sem contar com a província de Cabinda): A noroeste da localidade de
Luvo, província do Zaire, encontramos outro ponto extremo norte, sem nome.
3 – Este: A norte da localidade zambiana de sapeta, isto é, na província de Moxico.
4 –Sul: A norte da localidade namibiana de Caprivi, no município do Dirico, na
província do Cuando Cubango.
5 – Oeste (insular) – Ilha da Baía dos Tigres, na província do Namibe.
6 – Oeste (continental) – Península a Oeste do Tômbua, na província do Namibe.
CONFIGURAÇÃO
Se tivermos em conta as coordenadas geográficas extremas da superfície angolana,
sua latitude é de 13° 40' e uma extensão longitudinal é de 12° 24', onde claramente a
amplitude de Norte a Sul é ligeiramente superior que a de Oeste á Este. Isso sustenta
a afirmação que a configuração de Angola se assemelha a um quadrilátero.
Quais são os limites e a configuração de Angola?
Calcule as amplitudes latutidinal e longitudinal de Angola?
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Tal como acontece com o nosso planeta Terra, Angola também tem a sua
história geológica, pois, os factos geológicas que se produziram na Terra ao longo
dos tempos, deixaram seus registos também nas formações geológicas angolanas.
Mas para melhor compreender a história geológica de Angola, é preciso
entender a evolução geológica da Terra, tal como se demonstra no quadro seguinte
dado que costuma dividir-se a História da Formação da Terra, dada a sua grande
amplitude temporal, em diferentes épocas que se denominam eras e cada uma delas
com características próprias:
- Era Arqueozoica ou Pré-Câmbrica
- Era Paleozoica ou Primária
- Era Mesozoica ou Secundária
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Como podemos concluir na análise desse quadro, Angola faz parte da Terra e
de tal modo passou pelas mesmas eras, períodos e acontecimentos pelas quais a Terra
passou.
Podemos sim destacar aspectos particulares que caracterizam a evolução
geológica em Angola que se resume nas seguintes estruturas geológicas:
1- MACIÇO ANTIGO
Esta grande unidade geológica que se estende no sentido N-S (sublitoral),
aflorando a superfície rochas metamórficas e magmáticas muito antigas e
recentes da era primária nas províncias do Zaire, Uíge, Cuanza Norte,
Malange, Huambo, Bié, Huíla e Namibe. Esta estrutura geológica aflora
ainda nas Lundas e no extremo Este da província do Moxico (Alto
Zambeze). Ela é fundamentalmente caracterizada por rochas intrusivas,
conglomerados, dolomites, quartzitos, quimberlito (nas Lundas) relacionado
com os diamantes, basaltos, gabros, granitos, etc.
2- FORMAÇÃO DE COBERTURA
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predominam rochas mais recentes. Isso quer dizer, que as rochas mais
recentes cobrem as mais antigas por isso só afloram à superfície, quando os
rios ou outros agentes escavam os terrenos.
As formações de cobertura são as que ocupam maior área do nosso país e
resultam essencialmente da acumulação de sedimentos, resultantes da acção
dos agentes erosivos ou das diversas forças externas, que ao longo dos
tempos foram incidindo na geomorfologia de Angola.
As rochas das formações de cobertura têm idades muito variadas mas a
maior parte delas é do período terciária e quaternária na era Cenozóica.
Nestas formações tanto podemos encontrar areias (dominantes a Leste,
sobretudo a SE) como calcários, xistos, etc.
As formações de cobertura, como já nos referimos, ocupam todo território
angolano a leste do maciço antigo, salvo pequenas áreas, como a do Alto
Zambeze.
É uma outra grande unidade geológica de Angola, que ocupa uma posição
costeira no sentido latitudinal, formada fundamentalmente por rochas
sedimentares de origens diferentes, resultantes da acção dos agentes
erosivos tais como a abração marinha, os ventos, o intemperismo, a acção
dos rios, entre outros, onde a maioria delas têm idades inferiores as rochas
do maciço antigo.
Os sedimentos ou detritos são transportados e depositados em regiões
baixas, sobretudo no fundo do mar e de acordo com a história geológica da
Terra, ao longo do tempo, ocorreram em algumas épocas as transgressões e
regressões marinhas e no caso destas, aquele que era fundo marinho num
determinado momento, devido esta acção, hoje constitui superfície terrestre
destacando-se as rochas sedimentares.
Devido a influência da acção fluvial dos rios Zaire e Cuanza, nestas secções a
orla litoral angolana se faz mais larga que nos outros sectores, constituindo grandes
planícies aluviais.
Na orla litoral angolana podemos encontrar uma grande variedade de rochas
sedimentares como areias, conglomerados, arcoses, grés, calcárias, margas, etc. A
estas rochas sedimentares da nossa orla litoral, estão relacionados importantes
recursos mineiros do nosso país, como o petróleo, os fosfatos, entre outros.
Identifica as principais estruturas geológicas angolanas no mapa que segue?
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Esta estrutura de relevo apresenta uma largura bastante variável dos 15 a 20km
a sul de Benguela até 200 km na baixa do Rio Cuanza.
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4- ZONA PLANÁLTICA
BAIXA DE CASSANGE
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Mesmo não sendo muito notáveis, isto é, pelas pequenas dimensões que
apresentam, na costa angolana destacamos os seguintes acidentes:
Saliências
- Ponte Vermelha, em Cabinda
- Ponte do Padrão, margem sul do rio Zaire
- Ponta do Dande, junto da barra do rio Dande
- Cabo Ledo, a sul do rio Cuanza
- Cabo de S. Brás, perto de Porto Amboim
- Ponta do Morro, sul de Porto Amboim
- Pontas das salinas em Benguela, uma mais a norte e outra mais a sul
- Cabo da Santa Maria, sul de Benguela
- Cabo de Santa Marta, norte do Namibe
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Reentrâncias
- Baía de Cabinda
- Baía de Luanda
- Baía da Corimba
- Baía do Porto Amboim
- Baía do Lobito
- Baía de Benguela
- Baía do Namibe
- Baía do Tômbua
- Baía dos Tigres
- Porto de Cabinda
- Porto de Luanda
- Porto de Lobito
- Porto do Namibe
- Porto do Tômbua
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Consultar Atlas Geográfico de Angola vol.1 pág. 12, 14 e localiza os principais acidentes costeiros.
Sabemos no entanto que a atmosfera é uma das três esferas que representam a
matéria na natureza. Pois, na Terra a matéria encontra-se nos três estados físicos, ou
seja, sólido, líquido e gasoso. Estas esferas em conjunto representam a vida
(biosfera).
Interessa-nos aqui, fazer referência da atmosfera que é a parte gasosa,
considerando ser uma unidade bastante dinâmica e qual a influência que exerce
sobre a Terra, sem perder de vista sobretudo o espaço do território angolano.
Neste caso, pretende-se abordar a circulação atmosférica em Angola, para
como conclusão saber, tendo em conta a sua localização físico-geográfica, qual o seu
clima, quais são os elementos e factores que influenciam o seu clima (temperatura,
pressão atmosférica, massa de ar, ventos, corrente oceânica e humidade atmosférica.
A nível da Terra, em termos de clima, Angola encontra-se localizada na região
tropical sul, e só isso significa dizer, que o clima de Angola é quente com duas
estações ao longo do ano: Uma quente e húmida ao mesmo tempo longa (de
Setembro à Maio) isso deve-se a aproximação deste país ao equador e a outra fria e
seca, curta (de Junho à Agosto).
Ao analisar o clima de Angola, devemos ter em conta o comportamento dos
seus elementos e como os seus factores o influenciam. Procedendo assim, notaremos
que certos locais mesmo estando à mesma latitude, seu comportamento será
diferente, ou seja, encontraremos em determinadas zonas do território angolano estes
condicionalismos que de principio propiciam a existência de subclimas.
Assim sendo, em Angola o clima tropical subdivide-se em:
1- Zona de clima tropical húmido
2- Zona de clima tropical seco
3- Zona de clima desértico quente
Temperatura Atmosférica
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Humidade
(Ponto de Saturação)
Ex: Uma massa de ar, que se encontra a uma temperatura de 24 ºC pode aceitar
20gr/m3 de vapor de água, no seu ponto de saturação, mas na realidade esta massa de
ar apenas contém 16gr/m3 de vapor de água, a humidade relativa dessa massa será:
16 gr/m3
HR = x100
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20 gr/m
1600 gr/m3
HR=
20 gr/m3
HR= 80%
No entanto podemos concluir que em Angola no interior a humidade relativa é
inferior mas com abundantes precipitações ao passo que no litoral a humidade é
elevada mas as precipitações atmosféricas são escassas, demonstrando um grande
contraste, já que, as precipitações dependem da humidade atmosférica, como
veremos o próximo epígrafe a seguir.
Diz que comportamento apresenta a temperatura e os ventos em África ao
longo do ano de acordo com os seguintes mapas?
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Precipitações Atmosféricas
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Nebulosidade
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V - A Hidrografia de Angola
Rios
Continentais
Lagos e lagoas
Águas Superficiais
Águas Subterrâneas
1.1.1 - Rios
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O relevo angolano tem uma forte relação nas características que apresentam
os rios deste país, pois eles nascem em regiões elevadas e correm para as mais baixas
e considerando que o relevo é geralmente planáltico com muitos desníveis bruscos
sobretudo entre a zona litoral e a planáltica interior, os rios, neste caso apresentam ao
longo dos seus cursos numerosas cataratas ou quedas de água, rápidos e leitos
estreitos e profundos dado o processo de erosão que se assiste motivado pela
velocidade das águas. Mas quando os rios atravessam regiões não acidentadas, sejam
elas, planálticas ou de planície, estes apresentam um leito largo por vezes pouco
profundo, o movimento das águas é lento, na época das cheias os rios transbordam
formando deltas.
Leito
Devido os desníveis que apresenta o relevo de Angola, os rios deste país não
são navegáveis.
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Como exemplos:
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Em Angola para além dos rios que desaguam directamente no oceano Atlântico
destacam-se as bacias hidrográficas do Cuanza que é a maior e puramente nacional,
Cunene, Cuango, Cuando Cubango, Cassai, Zambeze e Congo ou Zaire esta última
que recolhe as águas das bacias do Cuango e Cassai.
Por sua vez, toda água recolhida das bacias hidrográficas e dos rios que não
fazem parte destas, é depositada em Angola nas seguintes vertentes:
1 - Vertente Atlântica
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Rio Keve ou Kuvu – nasce perto da Vila Nova no Huambo, apresenta numerosas
quedas de água e desagua a alguns quilómetros a Sul de Porto Amboim.
Catumbela – tem como principal afluente o rio Cubal. Este rio nasce a norte de
Caconda na Huila e desagua em Catumbela, Sul de Lobito.
Cunene – é um dos maiores rios angolanos, sobretudo na região Sul, mas seu
caudal é bastante variável ao longo do ano pelo facto de atravessar zonas de clima
tropical húmido, tropical quente e desértico ou seja, climas diferentes. Ele nasce perto
de Vila Nova na província do Huambo correndo para Sul até as quedas de Ruacaná
onde também muda de direcção, correndo desta feita para Oeste até a Sul da Baía dos
Tigres, sua foz. Desde as quedas de Ruacaná à foz, este rio estabelece a fronteira de
Angola com a Namíbia. Na localidade do município da Matala, construiu-se uma
barragem hidroeléctrica sobre o rio Cunene. O rio Cunene não é navegável.
Nesta vertente atlântica, a Sul da Catumbela até ao rio Cunene devido a influencia da
corrente fria de Benguela e o clima desértico os rios apresentam ao longo do ano um
regime intermitente, exemplo: O Caporolo, Inamagando, Bentiaba, Bero e Curoca.
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2 - Vertente do Zambeze
Considera-se vertente, posto que o rio Zambeze entra em Angola pela fronteira
Norte da província do Moxico recebe água dos rios angolanos, tais são os casos dos
rios Chifwmage, Lumbala, e Lena. Ainda dentro da província do Moxico o Lungué –
Bungo, Cuando Luanguinga já no seu curso na Zâmbia, nossas águas transportadas
chegam A Moçambique onde desagua o Zambeze no Oceano Índico.
Nesta vertente destaca-se o rio Cuando que nasce na parte ocidental da província
do Moxico, corre na direcção NW – SE, fazendo fronteira com a Zâmbia cerca de
220 Km e indo desaguar, por intermédio do rio Chobe, ao rio Zambeze.
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Lago Dilolua
Estas águas oceânicas tem grande influencia no clima do país, nos transportes, no
fornecimento de alimento (através da pesca), sal e na renovação do oxigénio do ar.
Salinidade
O cloreto de sódio é o responsável pelo sabor salgado das águas do oceano. Não
só ele, mais outros sais minerais, que também foram transportados pelos rios até ao
oceano, modificando a composição química destas águas . Todos os sais minerais
encontrados no continente também são encontrados dissolvidos no oceano.
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Para além do predomínio dos iões dos sais de Cl- e de NA+, também estão
presentes SO42+-, Mg2+, Ca2+, K+ e HcO3, nas águas do oceano atlântico.
Temperatura
Cor
As ondas são movimentos das águas oceânicas provocados pela acção do vento.
Os oceanos são imensas massas de água salgada que abrangem grande parte da
superfície terrestre. A enorme quantidade de água contida nos oceanos não
permanece parada, pelo contrário, elas se movimentam o tempo todo. Dentre os
principais movimentos podemos citar: as ondas, as marés e as correntes marítimas.
As ondas são movimentos provocados pelo vento, que sopra sobre a superfície
das águas oceânicas. Quando as ondas se aproximam do litoral, elas se dobram e se
quebram. São movimentos que ocorrem na parte de cima das águas oceânicas. As
principais causas são acção do vento, que agita as águas.
- Ondas oscilatórias: são encontradas em alto mar, existe apenas por acção do vento,
um movimento circulatório das moléculas de água.
As correntes marítimas são massas menores de água que se deslocam por distintas
direcções, mantendo suas características de cor, salinidade e temperatura, isso quer
dizer que elas não se misturam. Esse deslocamento é proveniente da acção dos ventos
e também pelo movimento de rotação da Terra e pelo nível de evaporação que se
processa na região intertropical.
No mundo existem dois tipos de corrente marítima, são elas: correntes quentes e
correntes frias. As primeiras originam-se na zona tórrida da Terra e se dirigem rumo
às zonas polares. As segundas se formam nas zonas polares e deslocam em direcção à
zona intertropical da Terra que é o caso da corrente fria de Benguela que afecta a
costa angolana, sua influência vai diminuindo a medida que a latitude diminui e
exerce uma grande influência no clima. Exemplo a existência do deserto do Namibe.
2. As águas subterrâneas
No nosso país elas têm origem principalmente, na infiltração da água nas camadas
superficiais da crusta terrestre de parte das águas precipitadas da atmosfera.
Dada a localização físico-geográfica de Angola permite afirmar que estas águas são
abundantes, dando lugar a existência de nascentes perenes ou temporárias.
Em Angola, nas regiões abrangidas pelos climas tropical seco e desértico quente por
escassez de água à superfície terrestre, os homens abrem poços para alcançar o nível
hidrostático e assim recolher a água subterrânea para o consumo quotidiano e podem
ser usadas ainda com fins medicinais.
Embora Angola faça parte do continente africano geologicamente tido como escudo
consolidado e rejuvenescido, em algumas regiões do país chegam a superfície
terrestre águas subterrâneas com elevadas temperaturas.
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Este facto explica a existência de águas termais no nosso país, tais como: Da Tokota
(Conda - Cuanza Sul), do Alto–Hama (Huambo), do Kutokota (Balombo-Benguela)
águas termais de Chitocota (Kamacupa- Bié); Mutipa, (Bibala-Namibe), Pediva
(Virei-Namibe), Ndolondolo (Camucuio-Namibe); Mavende (Cuvelai-Cunene) só
para citar algumas localidades do país.
Embora a sua distribuição seja desigual a nível do mundo, Angola possui uma
rede hidrográfica rica e diversificada, caracterizada como potência a nível da
região austral no domínio deste recurso.
O país mesmo com esse grande poderio hídrico ainda debate-se com problemas
de distribuição do líquido por falta de infraestruturas. Por outro lado grande parte
da população consome água sem respeitar os padrões exigidos o que tem
provocado elevada mortalidade em todos grupos etários e com mais destaque a
mortalidade infantil.
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Os solos angolanos
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Para além destas que destacamos em Angola, ainda temos os não muito
difundidos os solos lavados, os cromopsâmicos (regiões secas), áridos tropicas, os
predominantemente rochosos, hidromorficos, calcários, dunas de deserto, entre
outros.
Nas regiões mais secas de Angola, de clima desértico o solo é pouco fértil,
pois, a escassez de chuvas, a elevada temperatura e a desertificação não permitem
uma reconstituição natural do fundo da fertilidade dos solos. Mas aplicando-se os
avanços da ciência e técnica eles podem tornar-se produtivos.
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A savana
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A Estepe
A estepe faz a transição entre o complexo vegetativo da savana seca e o
deserto e estende-se ainda ao longo da faixa costeira sul do Sumbe. É constituída
geralmente por vegetação xerófita e vegetação rasteira descontinua deixando
espaços descobertos.
Os animais mais frequentes são a cobra de leque, o búfalo, o guelengue do
deserto a impala, entre outros.
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O deserto
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Tão somente gostaríamos de prender a vossa atenção para o potencial dos Parques
e Reservas de Angola que, logo que a situação conheça melhoria poderão ser
uma grande aposta para dar mais empregos, gerar divisas e garantir momentos de
lazer, de contemplação e encontro com a natureza tão necessários para todos nós.
I. PARQUES NACIONAIS
Limites Naturais:
Norte: Rio Cuanza desde a sua foz até à Muxima.
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Limites Naturais:
Norte e Nordeste: Rios Camifundi, Cuije Caculo
Sul: Rios Maubi, Candua e Camifundi
Leste e Sudueste: Rio Calulo e Cuije; Dumba Kicala; Picada Calamungia; Dumba
Kicala; Maubi Calongo até aos rios Cuque e Lussa.
Fauna de especial importância: Palanca preta gigante.
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Limites Naturais:
Norte: Rio Curoca.
Sul: Rio Cunene.
Oeste: Rio Cunene e Curoca.
Leste: Rio dos elefantes.
Limites naturais: Limitado a Norte pelo rio Luando, a Sul pelo limite da provínvia de
Malanje entre os rios Cuanza e Luando e a Oeste pelo rio Cuanza até ao rio Luando.
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Os mamíferos mais abundantes são o puku, lechwe (kobus), palanca negra gigante
(hippotragus niger) e a inhala (kobus ellipsiprymnus-cabra de água). O parque do
Luando é também conhecido como o paraíso das aves.
Limites Naturais:
Norte e Leste: Rio Luando até ao limite sul da Província de Malange.
Sul: limite da Província de Malange entre os rios Cuanza e Luando.
Oeste: Rio Cuanza até ao rio Luando.
Fauna de especial importância: Palanca Preta Gigante, Statunga Puko, Songue.
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Estabelecimento como Reserva Parcial por período limitado até 31-12-1959, pelo
Diploma Legislativo de 12-06-1957.
Desanexado 290 Km2 arredor da Cidade do Namibe em 23-07-1973.
Área: 4.450 Km2.
Limites Geográficos:
15 09’ a 16 16’ de latitude Sul.
12 01’ a 12 44’ de longitude Este.
Limites Naturais:
Norte: Rios Bero e Cubel até ao rio Muol.
Leste: Rios Atchinque de Fingue até ao rio Curoca.
Oeste: Linha da costa entre a foz dos rios Bero e Curoca.
Fauna de especial importância: Zebra da Montanha, Rinoceronte Preto, Guelengue,
Avestruz.
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V. RESERVAS FLORESTAIS.
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Cryptcsepalum.
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Limites:
Norte: Estrada Longa e Cuito Cuanavala, rumo ao sul até aos Cuma, Lomba, estrada
Dina Mavinga, Rios Matundo até ao rio Capembe.
Leste: Rios Matundo, Capembe, Luacundo, Utembo até ao rio Luiana.
Sul: Rios Candombe Luiana Uamenha, Chocue, Longa e Cuito.
Oeste: Rio Longa desde a sua confluência com o rio Cuito até à povoação do Longa.
A maior obra que nós devemos obrigar é a educação ambiental, uma arma
superior a qualquer forma de policiamento em favor do egoturismo. Tal educação
tornará possível que a determinação dos cidadãos comuns proteja o ambiente.
O ambiente tem uma importância tão grande que não pode ser entregue apenas
aos peritos, aos políticos dos governos ou não.
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jurídico do ambiente em Angola. Mas, mais do que tudo isso é importante que
desde a base haja iniciativas para criar um ambiente melhor: seja na limpeza das
praias, das bermas das nossas estradas, na construção do jardim da escola, na
criação de mais verde, etc., etc.
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Há 3 mil anos ou talvez 4 mil anos atrás, os bantus deixaram a selva equatorial (na região
hoje ocupada pelos Camarões e Nigéria) rumaram em dois movimentos distintos, para o
sul e para o leste, empreendendo assim a maior migração jamais realizada em África. Por
causas desconhecidas esta corrente migratória prolongou-se até ao século XIX.
A designação Bantu nunca se refere a uma unidade racial. A sua formação e expansão
migratória originaram uma enorme variedade de cruzamentos. Há aproximadamente 500
povos Bantu. Assim não se pode falar de raça Bantu mas de povos Bantu, isto é,
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O termo BANTU aplica-se a uma civilização que conserva a sua unidade e foi
desenvolvida por povos de raça negra. O radical ''ntu'' comum em muitas línguas Bantu
significa, homens, seres humanos.
Hoje, a população angolana é composta pelos grupos: koisan (os autotones), bantu e
pelos descendentes dos emigrantes europeus, predominantemente portugueses que
chegaram em Angola no século V .
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Todos estes factores têm uma grande influência na distribuição espacial da população
angolana, mas o que condicionam ou determinam actualmente a fixação dos grupos
humanos em determinados espaços, são os factores humanos ou sócio-económicos.
DP = P/S (hab/km2)
DP=20,6 hab./km2
IX - Dinâmica demográfica
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País 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 1015
Angola 8,64 8,81 8,98 9,73 9,84 10,05 10,27 10,48 10,7 14,48 16,62 20,61 20,55
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200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 201 201 201 201 201
PAIS
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4
46, 46, 46, 45, 45, 44, 45, 44, 44, 43, 43, 42, 39, 39, 38,
Angola
89 54 18 57 14 64 11 51 09 69 33 91 36 16 97
Taxa de mortalidade: Esta entrada dá o número médio anual de mortes durante um ano
por 1000 habitantes, também conhecida como taxa bruta de mortalidade. A taxa de
mortalidade, apesar de ser apenas um indicador bruto da situação da mortalidade no
país, indica com precisão o impacto da mortalidade actual sobre o crescimento da
população. Este indicador é significativamente afectada pela distribuição etária. A maioria
dos países vai mostrar um aumento da mortalidade, apesar do contínuo declínio da
mortalidade em todas as idades, como uma diminuição nos resultados da fecundidade no
envelhecimento da população.
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Pais 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Angola 25,01 24,68 24,35 25,83 25,86 25,9 24,2 24,81 24,44 24,08 23,74 23,4 12,06 11,86 11,67
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200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 201 201 201 201 201
Pais
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4
Angol
2,15 2,15 2,18 1,97 1,93 1,9 2,45 2,18 2,14 2,1 2,06 2,03 2,78 2,78 2,78
a
Definição de População: Esta entrada dá uma estimativa do U.S. Census Bureau com
base em estatísticas dos censos da população, estatísticas vitais sistemas de registos de
nascimento e morte, ou inquéritos por amostragem referentes ao passado recente e em
suposições sobre as tendências futuras. A população total apresenta uma medida global
do impacto potencial do país no mundo e dentro de sua região. Nota: Desde 1993, as
estimativas demográficas em alguns países (principalmente Africanos) explicitamente
levar em conta os efeitos do crescente impacto do HIV / AIDS.
Taxa de migração: Essa entrada inclui a diferença entre o número de pessoas que
entram e saem de um país (emigrantes e imigrantes) durante o ano por 1.000 pessoas.
Um excesso de pessoas que entram no país é referido como a imigração líquida (por
exemplo, 3,56 migrantes/1000 habitantes), um excesso de pessoas deixando o país é
conhecido como uma emigração líquida (por exemplo, -9,26 migrantes / 1000). A taxa de
migração líquida indica a contribuição da migração para o nível geral de mudança da
população.
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Cabe a eles também planear, monitorar e avaliar os planos de cuidados e tratamento dos
outros prestadores de cuidados de saúde. A OMS estima que menos de 23 trabalhadores
da saúde (médicos apenas, enfermeiros e parteiras) por 10.000 seria insuficiente para
satisfazer as necessidades de cobertura de cuidados de saúde primários.
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Pais 2005
Angola 0,8
Leitos hospitalares per capita: Esta variável fornece o número de leitos hospitalares
por 1.000 habitantes. Leitos hospitalares incluem camas de internamento em hospitais
públicos, centros de reabilitação privada, gerais e especializados. Na maioria dos casos,
inclui camas para cuidados agudos e crónicos. Como o nível dos serviços hospitalares
necessários para cada país depende de vários factores - incluindo a carga da doença -
não existe um número meta global de leitos hospitalares por país.
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Pais 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Angola 38,31 38,59 38,87 36,96 36,79 38,43 38,62 37,63 37,92 38,2 38,48 38,76 54,59 54,95 55,29
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Pais 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Angola 6,52 6,48 6,43 6,38 6,33 6,27 6,35 6,27 6,2 6,12 6,05 5,97 5,54 5,49 5,43
Taxa de fertilidade: Esta entrada dá o número médio de crianças que nasceriam por
mulher se todas as mulheres viveram até o fim da idade fértil e deu à luz crianças de
acordo com a taxa de fecundidade média para cada idade. A taxa de fecundidade
total é uma medida mais directa do nível de fertilidade do que a taxa bruta de
natalidade, uma vez que refere-se a nascimentos por mulher.
Este indicador mostra o potencial das mudanças demográficas no país. Uma média
de dois filhos por mulher é considerada a taxa de substituição de uma população,
levando a uma relativa estabilidade em termos de números totais.
Taxas acima de dois filhos indicam populações crescendo em tamanho e cuja idade
média está em declínio.
Taxas mais altas também podem indicar dificuldades para as famílias, em algumas
situações, para alimentar e educar seus filhos e para as mulheres a entrar no
mercado de trabalho.
Taxas inferiores a dois filhos indicam uma diminuição no tamanho da população e a
média de idade mais elevados.
Taxas de fertilidade globais vão geralmente diminuindo e esta tendência é mais
acentuada nos países industrializados, especialmente a Europa Ocidental, onde a
população deverá diminuir drasticamente nos próximos 50 anos.
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Pais 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Angola 160.000 160.000 350.000 240.000 240.000 240.000 240.000 240.000 190.000 190.000 200.000 200.000 200.000
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A população angolana acusa uma composição bastante complexa. Por grupos etários a
população angolana é jovem, por sexo, grande parte é feminino porquanto cerca de 95%
dos angolanos são africanos bantu, pertencentes a uma diversidade de etnias. Entre
estas, destacam-se a dos Ovimbundu que representa mais de um terço da população,
seguidos dos Ambunducom cerca de um quarto e os Bakongo com mais de 10%.
Menor peso demográfico têm os Lunda - Côkwe, os Ovambo, os Nyaneka-Nkhumbi, os
Ganguela e os Xindonga. Existem ainda pequenos grupos residuais
de Khoisan (ocasionalmente designados como bosquímanos ou hotentotes), habitantes
originais do território da Angola de hoje (e portanto pré-bantu).
O habitat destas etnias, tal como existia no fim da era colonial, continua no essencial
inalterado. No entanto, durante a segunda metade do século XX houve um fluxo
permanente de habitantes das áreas rurais para as cidades.
A seguir à independência, a Guerra Civil Angolana provocou um verdadeiro êxodo rural,
de modo que neste momento (2015) um pouco mais de metade da população total
de Angola vive em áreas urbanas. Neste contexto, muitos Bakongo e Ovimbundu (e
contingentes bem mais limitados de outros grupos) fixaram-se em cidades fora
do habitat tradicional da sua respectiva etnia.
Em consequência deste movimento, existe hoje uma diversidade étnica muito acentuada
em Luanda (inclusive região adjacente), mas também no Lubango, enquanto ela é
relativamente mais limitada exemplo em Benguela e no Huambo.
Ao longo do período colonial constituiu-se em Angola uma população portuguesa que em
1975 contava com 320.000 a 350.00 pessoas. Entre estes, uma parte estava radicada no
país a título permanente, muitas vezes na segunda ou mesmo terceira geração; a outra
parte tinha vindo na fase do "colonialismo tardio" dos anos 1960/70, geralmente a título
temporário. Na sua grande maioria saíram de Angola na altura da independência, mas
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entretanto alguns deste grupo, mas sobretudo outros portugueses, afluíram ao país nas
duas últimas décadas, em busca de empregos ou de possibilidades empresariais.
O número de portugueses que vivem actualmente em Angola foi estimada em
aproximadamente pelo menos de 200.000 pessoas (registos consulares) em 2012, mas é
provavelmente superior. Como ao mesmo tempo houve uma forte imigração de latino-
americanos, especialmente brasileiros e cubanos, a população "caucasiana" voltou a
constituir um grupo seguramente não inferior a 300,000 pessoas.
A longa presença de portugueses em Angola esteve na origem de um número
considerável de mestiços ou seja, de pessoas de ascendência africana e europeia. Tanto
em termos administrativos como em termos sociais, estes foram no tempo colonial
considerados como uma "raça" distinta das "raças" branca e negra. Em ambos os termos,
esta distinção continua a vigorar até ao presente. A proporção dos mestiços na população
total é estimada em cerca de 2%.
Por fim, formou-se a partir dos anos 1990, mas sobretudo a partir do fim da Guerra Civil
em 2002, um novo grupo populacional - o dos chineses, directa ou indirectamente
associados à forte presença económica da China em Angola. Há poucas fontes confiáveis
sobre o seu número, mas as estimativas apontam para uma ordem de grandeza de
259000, em 2012.
No entanto, um estudo apresentado, o que reflecte uma verdadeira explosão
populacional, explicada por um aumento da natalidade, uma diminuição da mortalidade
infantil e uma maior esperança de vida à nascença, ocorridas no essencial nas crescentes
áreas urbanas. [8] Uma consequência importante é o considerável rejuvenescimento da
população: as crianças com menos de 14 anos constituem 46%.
A densidade demográfica é globalmente baixa, com cerca de 20,6 habitantes por
quilómetro quadrado, mas extremamente desigual: As áreas urbanas, em constante
expansão, contrapõem-se grandes extensões pouco habitadas, particularmente nas
províncias situadas a Leste e ao Sul do país. O que demonstra claramente o
subpovoamento do país.
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- O corredor que forma as províncias do Bengo, Cuanza Norte e Zaire na região norte do
país.
A maior concentração da população nos espaços cada vez mais reduzidos, tal como
acontece em Luanda, promove muitos problemas ambientais, de habitação, desemprego,
deficit no transporte público, entre outros. Mas pode por outro lado facilitar a distribuição
de determinados serviços e bens, como energia eléctrica, distribuição de alimentos,
canalização de água realização de censos, etc.
TOTAL
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O espaço urbano e rural são duas dimensões de um mesmo espaço geográfico, e suas
relações inserem-se no contexto da divisão territorial do trabalho.
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No entanto, para além dessa definição simples e introdutória, é interessante perceber que
rural e urbano são, além de tudo, tipos diferentes de práticas quotidianas. Assim, podem
existir práticas rurais no espaço das cidades ou práticas urbanas no espaço do campo.
Por exemplo: um cultivo de hortaliças dentro do espaço de uma cidade (embora isso seja
cada vez mais raro nos grandes centros urbanos) é um caso de prática rural no meio
urbano. Da mesma forma, a existência de um hotel, fazenda ou um resort em uma zona
afastada da cidade é um exemplo de prática urbana no meio rural.
Uma das principais diferenças entre urbano e rural está, assim, nas práticas
socioeconómicas. O espaço rural, como já dissemos, engloba predominantemente
actividades vinculadas ao sector primário (extractivismo, agricultura e pecuária), ao
passo que o espaço urbano costuma reunir actividades vinculadas ao sector
secundário (indústria e produção de energia) e terciário(comércio e serviços).
Outra diferença entre urbano e rural está na amplitude dos respectivos conceitos. Em
termos de escala, a abrangência espacial do meio rural é muito maior, pois ele reúne
tantos as áreas transformadas e cultivadas (espaço agrário) pelo homem quanto o espaço
natural, pouco transformado ou mantido totalmente sem intervenções antrópicas. Por
outro lado, a cidade, embora possua uma maior dinâmica económica, apresenta-se em
espaços mais circunscritos, mesmo com o crescimento desordenado dos espaços
urbanos na maioria dos países periféricos e emergentes.
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Nas paisagens rurais, por conter maior número de áreas verdes, as árvores conseguem sequestrar
carbono e liberar maior quantidade de oxigênio na atmosfera.
A falta de planeamento estrutural, sem estudos para prever uma maneira eficiente de
ocupar os centros urbanos, resulta em grande quantidade de habitantes em uma área só,
imensas construções aglomeradas e escassez de árvores e vegetações. Isso faz com que
muitos enxerguem a paisagem urbana como um caos imerso em um cenário cinza.
Apesar desta imagem negativa associada aos centros urbanos, a infra-estrutura
encontrada nas cidades costuma ser melhor do que em ambientes rurais, com sistema de
transporte colectivo, escolas, hospitais e redes eléctricas, entre outros serviços
necessários para atender um número de habitantes maior.
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Nas áreas urbanas, um grande número de árvores foram derrubadas para dar
lugar aos prédios e residências.
Para tornar mais agradáveis os ambientes de convívio das grandes cidades, uma das
propostas é a revitalização, com a criação de espaços públicos , como áreas verdes,
parques e praças. A construção de lagos artificiais também reduzem o impacto
ambiental e melhora a paisagem urbana e a qualidade de vida dos habitantes, pois ajuda
a amenizar a temperatura e diversificar a flora e a fauna, como no campo.
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