módulo 2 A invenção do Brasil: a arte no

Período Colonial

4. Antes do Brasil:
a arte rupestre

No sítio da Pedra Furada,

no Piauí, existem diversas
pinturas rupestres, como
desenhos de animais e de
figuras humanas.

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 ANTES DO BRASIL:
A ARTE RUPESTRE
A história da arqueologia no Brasil começa no século XIX
graças ao trabalho do dinamarquês Peter Wilhelm Lund,
considerado o pai da arqueologia brasileira. Suas pesquisas
se concentraram em cavernas do Vale do Rio das Velhas, em
Minas Gerais, como as grutas de Maquiné e da Lapa Vermelha.
Esse foi o primeiro local de exploração arqueológica do país,
que hoje possui cerca de 20 mil sítios arqueológicos.

Peter Wilhelm Lund (1801-1880)

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 Os primeiros grupos humanos vieram para América através
do Estreito de Bering, a chamada região da Beríngia, em levas
migratórias que ocorreram desde o fim do pleistoceno – período
arqueológico que se encerrou há mais ou menos 10 mil anos.

No Brasil, estudos morfológicos cranianos indicam possíveis

períodos de chegada dos humanos em nosso território. A
morfologia paleoamericana diz que a chegada se deu entre 12 e 8
mil anos atrás e a morfologia craniana mongoloide conclui que foi
entre 8 e 7 mil anos atrás.

Foi no conjunto de grutas de calcário da Lapa Vermelha,

em Pedro Leopoldo (MG), que uma equipe de arqueólogos
brasileiros e franceses encontraram, nos anos 1970, o crânio
de Luzia, considerada “a primeira brasileira” (com cerca de 11
mil anos).

Crânio de Luzia c.11.000 A.P.

Museu Nacional, RJ

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 Grutas de calcário da Lapa Vermelha

Na pré-história brasileira, os grupos humanos eram caçadores

e coletores, como mostram alguns vestígios encontrados
(instrumentos de pedra e pinturas rupestres). A partir desses
vestígios, o arqueólogo francês André Prous dividiu a arte
rupestre brasileira em oito tradições: Meridional, Litorânea
Catarinense, Geométrica, Planalto, Nordeste, Agreste, São
Francisco e Amazônia. Os grafismos da Ilha dos Corais, em
Santa Catarina, por exemplo, pertencem à tradição Litorânea
Catarinense.

No litoral do Brasil, é curioso observar os Sambaquis:

montanhas de conchas que se assemelham à uma pirâmide.
Essas estruturas tinham um valor simbólico, ritualístico e
místico para as populações. Como eram construídos ao longo
do tempo, podem ter sido produzidos por povos que viveram
na costa brasileira entre dois e oito mil anos. O Sambaqui
Figueirinha 1, em Santa Catarina, pode ter a mesma idade das
pirâmides do Egito Quéops, Quéfren e Miquerinos.

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 Grafismos da Ilha dos Corais, Santa Catarina
(Tradição Litorânea Catarinense)

Sambaqui Figueirinha I,
com cerca de 18 metros de altura, Santa Catarina

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 Os baixos-relevos da Pedra Lavada, localizada no Ingá,
na Paraíba, são exemplos da tradição geométrica. Esses
desenhos e inscrições mostram que os homens naquela época
tinham instrumentos perfurocortantes e conseguiam criar
sulcos na pedra.

Baixos-relevos da pedra lavrada

Ingá, Paraíba (Tradição Geométrica)

Pedra lavrada - Ingá, Paraíba

Foto: Cassio Murilo

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 No sítio da Pedra Furada, no Parque Nacional da Serra da
Capivara, no Piauí, encontramos diversos exemplos de pinturas
rupestres, como desenhos de animais e de figuras humanas.
Inclusive, na tradição Nordeste há a representação de cenas
de relações sexuais. Essas pinturas eram feitas com urucum,
sangue de animais e outros tipos de pigmentos vegetais e
animais.

Em 1991, a Organização das Nações Unidas pela Educação,

Ciência e Cultura (Unesco) tornou o Parque Nacional da Serra
da Capivara patrimônio cultural da humanidade.

Podemos encontrar mais pinturas rupestres no sítio da Pedra

Pintada, em Roraima. Trata-se de um exemplar da chamada
tradição Amazônica, caracterizado por grafismos que lembram
formas geométricas, com uma coloração avermelhada
característica. O local onde está a Pedra Furada com seus
grafismos também abriga uma reserva indígena.

Outro sítio arqueológico pré-histórico, dentre os inúmeros

que existem no país, é o parque Arqueológico do Solstício, em
Calçoene, no Amapá. Ele é formado por pedras gigantescas
que são chamadas de megálitos. Ao todo são 127 blocos de
pedras dispostas em um círculo de 30 metros de diâmetro, no
alto de uma colina. Considera-se que esse sítio arqueológico
era um observatório astronômico que também é chamado de
Stonehenge brasileiro.

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 Pinturas rupestres do Sítio da Pedra Furada
Serra da Capivara, Piauí (Tradição Nordeste)

Pinturas rupestres da Pedra Pintada

Roraima (Tradição Amazônica)

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 Pinturas rupestres da Pedra Pintada
Roraima (Tradição Amazônica)

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 Megálitos do Parque Arqueológico do Solstício
Calçoene, Amapá

Megálitos do Parque Arqueológico do Solstício

Calçoene, Amapá

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