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Existem vários sistemas de classificação dos seres vivos, de acordo com os critérios que
presidem ao seu estabelecimento. Pode-se mesmo dizer, como veremos a seguir, que a
necessidade de classificar os seres vivos não é apanágio dos biólogos.
Desde os tempos mais remotos que o Homem faz classificações dos seres vivos, ao distinguir
animais venenosos de animais não venenosos e plantas comestíveis de plantas não
comestíveis.
O sistema de Lineu data de 1735, tendo sido editado num livro denominado Systema Naturae:
Sistemas de classificação artificiais:
As classificações de Aristóteles baseiam-se num número relativamente pequeno de
características (cor do sangue, tipo de ovos, etc.), o que faz com que exista um pequeno
número de grupos. Esses grupos englobam, necessariamente, organismos muito diferentes
uns dos outros, pois diferem em muitas outras características, que não as consideradas.
As classificações artificiais têm por base um número restrito de caracteres (por vezes, só um),
escolhidos, geralmente, devido à sua evidência.
Desta forma, ignoram-se todas as outras características dos organismos, acabando por reunir
no mesmo grupo organismos pouco relacionados entre si.
Este tipo de discrepâncias também acontece, por exemplo, quando se classificam plantas de
acordo com o seu porte (herbáceo, arbustivo e arbóreo).
Sistemas de classificação naturais:
O sistema de Lineu é considerado um sistema natural, uma vez que não é baseado numa única
característica evidenciada pelas plantas, mas em várias, o que leva a uma maior afinidade
entre as plantas incluídas em cada classe.
As classificações naturais têm por base uma organização dos grupos segundo o maior número
de caracteres possível. Os grupos assim formados conseguem reunir organismos com maior
grau de semelhança.
O grau de semelhança entre eles está relacionado com o tempo em que ocorreu a divergência.
• a fenética;
• a filogenética (por vezes, designada filética, evolutiva ou cladística).
Classificação fenética
Os sistemas de classificação fenéticos têm como principal objetivo permitir a identificação
rápida de um ser vivo, sem se preocupar com as relações evolutivas desse organismo com
outros.
Este tipo de classificação baseia-se no grau máximo de semelhança entre organismos, tendo
em conta a presença ou ausência de uma série de caracteres fenotípicos. Independentemente
da relevância dos caracteres considerados, estes devem ser facilmente descritos, mensuráveis
e objetivos.
Uma desvantagem deste tipo de classificações reside no facto de nem todas as características
fenotípicas semelhantes corresponderem a uma proximidade evolutiva. A semelhança pode
dever-se, por exemplo, a uma evolução convergente, que originou estruturas análogas.
Classificação filogenética
Os sistemas de classificação filogenéticos pretendem traduzir com rigor as relações entre os
organismos, tendo em conta a história evolutiva dos seres.
A anagénese (ana = para cima; genesis = origem) compreende processos pelos quais um
caráter surge ou se modifica numa população ao longo do tempo, sendo responsável pelas
"novidades evolutivas". A anagénese resulta da interação entre mutação, permutação e
seleção natural.
A evolução é o processo pelo qual ocorrem as mudanças ou transformações nos seres vivos ao
longo do tempo, dando origem a espécies novas.
• Mutações
• Recombinação génica
• Seleção natural
Taxonomia
• A área da Biologia que estuda a classificação dos seres vivos é denominada taxonomia.
• A taxonomia consiste em classificar cada uma das espécies de seres vivos com um
nome único e exclusivo.
Universalidade da nomenclatura
A classificação científica moderna tem as suas raízes no sistema de Carl von Linée (ou Carolus
Linnaeus) (1707-1778), que agrupou as espécies de acordo com as características morfológicas
por elas partilhadas.
Ele apresentou a obra Systema Naturae em 1735, propondo um sistema de classificação mais
elaborado e coerente, com base científica para uma classificação atual.
Espécie
A unidade mínima de classificação é a espécie.
➔ Híbridos:
Algumas espécies podem cruzar entre si, mas os descendentes são estéreis (híbridos).
Ex.: o cruzamento do jumento (Equus asinus) X égua (Equus caballus) = mula ou o burro
(híbridos).
Ele reunia seres num grupo chamado género. Cães e lobos, por exemplo, são muito parecidos,
assim foram reunidos no género denominado Canis. Cães e lobos eram agrupados no mesmo
género, mas eram considerados de espécies diferentes.
No exemplo do cão e do lobo: o cão doméstico foi denominado Canis familiaris e o lobo foi
denominado Canis lupus.
Ao final, o nome dado por Lineu a uma espécie era composto por duas palavras, por isto,
chamado binomial. O sistema binomial inventado por Lineu e empregado até hoje, tem a
vantagem de mostrar, já no próprio nome do ser vivo, sua semelhança com outros que
pertençam ao mesmo género.
Regras da nomenclatura:
1. Todo nome científico deve ser em latim.
O próprio Lineu, em função disso, passou a usar seu nome na forma latina: Carolous linnaeus.
minúscula.
Classificação e Evolução
Lineu
Após este dilema, Ernest Haeckel (1834-1919), propôs a existência de um terceiro Reino –
Protista. Este reino incluía organismos com características pouco definidas (fungos
unicelulares, protozoários e bactérias).
Mais tarde, Herbert Copeland (1902-1968), propôs que, tendo em conta as diferenças
estruturais entre os seres eucariontes e os procariontes, se incluíssem os últimos num reino à
parte, denominado Monera.
Por fim, Wittaker, propõe um sistema de classificação (1968) em cinco reinos, no qual os
fungos passam a constituir um reino independente – Reino Fungi. Este sistema de classificação
baseia-se nos seguintes critérios básicos:
Mais tarde (1990), o mesmo autor propôs um sistema baseado numa categoria taxonómica
denominada divisão. Os seres vivos estariam, assim, divididos em 26 divisões, incluídos num de
três Domínios: Archaea, Bacteria ou Eukarya.
A classificação anterior não inclui os vírus dada a dificuldade em integrá-los entre os seres
vivos dada a ausência de algumas das características definidoras de vida. Outro sistema agrupa
os seres vivos em Domínios. A categoria domínio é o segundo nível hierárquico de classificação
científica dos seres vivos, depois da categoria suprema que enquadra o universo constituído
por todos os seres vivos, o superdomínio Biota.
Não obstante essas dificuldades, a que acresce que a nomenclatura utilizada é não binomial,
surgiu uma classificação alternativa, criando um quarto domínio Aphanobionta, composto
exclusivamente pelos vírus.