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Taxonomia e

sistemática
filogenétia
bIOLOGIA A - Diversidade biológica

Módulo 1 - 1ºA/B
Profª Jéssica Ferronatto
O QUE É
BIODIVERSIDADE?

O QUE É SISTEMÁTICA?

O QUE É TAXONOMIA?
Taxonomia e
sistemática
🡺 Sistemática: é a ciência dedicada a inventariar e descrever
a biodiversidade e compreender as relações filogenéticas entre os organismos.
🡺 Sistemática inclui a  taxonomia (ciência da descoberta, descrição e
classificação das espécies e grupo de espécies, com suas normas e princípios)
e também a filogenia (relações evolutivas entre os organismos).
🡺 Em biologia, os sistematas são os cientistas que classificam as espécies em
outros táxons a fim de definir o modo como eles se relacionam evolutivamente.
🡺 O primeiro sistema de classificação foi o de Aristóteles que ordenou os
animais pelo tipo de reprodução e por terem ou não sangue vermelho.

🡺 O seu discípulo Teofrasto classificou as plantas por seu uso e forma de


cultivo.

🡺 Nos séculos 17 e 18 os botânicos e zoólogos começaram a delinear o


atual sistema de categorias, ainda baseados em características
anatômicas superficiais.

🡺 No entanto, como a ancestralidade comum pode ser a causa de tais


semelhanças, este sistema demonstrou aproximar-se da natureza, e
continua sendo a base da classificação atual.

Lineu (Carl van Linné) fez o primeiro trabalho extenso de categorização,


em 1758, criando a hierarquia atual.
🡺 A partir de Darwin a evolução passou a ser considerada como
paradigma central da Biologia, e com isso evidências da paleontologia
sobre formas ancestrais, e da embriologia sobre semelhanças nos
primeiros estágios de vida.

🡺 No século XX, a genética e a fisiologia tornaram-se importantes na


classificação, como o uso recente da genética molecular na comparação
de códigos genéticos

🡺 Em fevereiro de 2005 Edward Osborne Wilson, professor aposentado da


Universidade de Harvard, definiu o termo biodiversidade e participou da
fundação da sociobiologia, ao defender um "projeto genoma" da
biodiversidade da Terra. Ele propôs a criação de uma base de dados
digital com fotos detalhadas de todas a espécies vivas e a finalização do
projeto Árvore da vida.
O Sistema de Lineu: Sistema Binomial

➔ Em 1735, o botânico e médico sueco Carl Von Linné estabeleceu a espécie


como unidade básica de classificação.

➔ Lineu reuniu os seres vivos em cinco grupos taxonômicos: reino, filo, classe,
ordem, família, gênero e espécie – e propôs uma hierarquia de semelhança
entre eles.

➔ Lineu propôs também o uso de palavras latinas para denominar os organismos,


unificando mundialmente a linguagem científica e evitando confusões geradas
pela existência de nomes populares diferentes para a mesma espécie.

➔ Estabeleceu ainda a nomenclatura binominal (ou binomial) para a espécie, ou


seja, o nome de uma espécie é formado sempre por duas palavras.
Regras de nomenclatura

🡺 Nomenclatura é a atribuição de nomes (nome científico) a organismos e às categorias


nas quais são classificados.
🡺 O nome científico é aceito em todas as línguas, e cada nome aplica-se apenas a uma
espécie.

🡺 Há duas organizações internacionais que determinam as regras de nomenclatura, uma


para zoologia e outra para botânica.
O sistema atual identifica cada espécie por dois nomes em latim: o primeiro, em
maiúscula, é o gênero, o segundo, em minúscula, é o epíteto específico.

🡺 Os dois nomes juntos formam o nome da espécie. 


🡺 Os nomes científicos podem vir do nome do cientista que descreveu a espécie, de um
nome popular desta, de uma característica que apresente, do lugar onde ocorre, e outros.

🡺 Por convenção internacional, o nome do gênero e da espécie é impresso em itálico,


grifado ou em negrito, o dos outros táxons não.
🡺 Subespécies têm um nome composto por três palavras.
Ex: Canis lupus, Felis catus, Canis lupus familiaris.
1ª - Nomes científicos em latim – língua universal e em desuso, por isso não sofre
alterações.

2ª - Dois nomes (nomenclatura binominal) – o primeiro refere-se ao gênero, o


segundo ao epíteto específico.

3ª - O gênero tem que ser escrito com a inicial maiúscula, o epíteto todo
minúsculo.

4ª - Devem ser grifados no texto (itálico, negrito, sublinhado).

5ª - Depois do nome da espécie pode ser colocado o autor que a descreveu e o


ano da publicação.

Obs:
- terminações usadas para famílias:
- sufixo –idae (para animais) = Felidae, Canidae
- sufxo – aceae (para vegetais) = Cactaceae, Bromeliaceae
Inicial ESPÉCIE
maiúscula Inicial
minúscula

Myiopsitta monachus
Epíteto
Gênero específico

Família = Psittacidae
Conceito de espécie

🡺 O conceito biológico de espécie mais aceito e mais difundido é o


que foi proposto por  Mayr em 1977. Segundo esse conceito:

“Espécies são agrupamentos de populações naturais intercruzantes,


reprodutivamente isoladas de outros grupos semelhantes.”

Ou seja…

🡺 É uma categoria taxonômica em que os seres vivos apresentam


maior semelhança anatômica e fisiológica.
🡺 É a unidade básica de classificação dos seres vivos.
🡺 Seres da mesma espécie tem grande similaridade genética.
🡺 Podem cruzar livremente na natureza, gerando descendentes
férteis (gerar outros descendentes).
Categorias de classificação

🡺 De acordo com a classificação vigente as espécies descritas são


agrupadas em GÊNEROS. 

🡺 Os gêneros são reunidos, se tiverem algumas características em


comum, formando uma FAMÍLIA.

🡺 Famílias, por sua vez, são agrupadas em uma ORDEM.

🡺 Ordens são reunidas em uma CLASSE.

🡺 Classes de seres vivos são reunidas em  FILOS.

🡺 E os filos são, finalmente, componentes de alguns dos cinco REINOS


(Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia).
Raios Fortes Caíram Ontem Fazendo Grandes Estragos
Novo sistema de
classificação – comparação
das sequencias de RNAr = 3
grandes domínios
➔ Em 1977, Carl Woese propôs um modelo baseado em aspectos
evolutivos a partir da comparação de sequências de rRNA.

➔ A partir desses estudos, ficou claro que os eucariontes apresentam


muitas relações entre si e que os procariontes poderiam ser
organizados em dois grupos.

➔ Os seres vivos passaram, então, a ser classificados em três


subdivisões principais, denominadas de domínios, uma categoria
acima de Reino.

➔ Os três domínios existentes são: Archaea, Bacteria e Eukarya.

◆ BACTERIA (eubactérias) – organismos procariontes e unicelulares


– Ex: bactérias e cianobactérias.

◆ ARCHAE (arqueobactérias) – procariontes, unicelulares, em


ambientes extremos (sem possibilidade de vida para outros seres
vivos).

◆ EUKARYA - eucariontes – Ex: protozoários, algas, fungos, plantas


e animais.
sISTEMÁTICA
FILOGENÉTICA
Sistemática fiogenética (cladística)
→ Entomólogo alemão Willi Hennig (1913-1976) - 1950: propôs um método de
classificação dos seres vivos que os agrupava de acordo com sua origem
evolutiva, não se apoiando apenas nas semelhanças físicas (morfológicas) =
sistemática filogenética ou cladística.
→ Novidades evolutivas são quaisquer novas características, sejam
morfológicas, cromossômicas, bioquímicas (moleculares), comportamentais ou
ecológicas, que diferenciam um grupo do seu ancestral.
→ As novidades evolutivas são também chamadas características derivadas ou
caracteres derivados, enquanto as características que já estavam presentes no
ancestral são características primitivas ou caracteres primitivos.
→ A hipótese de relações de parentesco (ou genealógicas) entre grupos recebe o
nome de filogenia ou hipótese filogenética, daí o nome sistemática filogenética,
ou seja, a organização dos seres vivos baseada nos graus de parentesco
evolutivo.
Árvores filogenéticas

🡺 Com a compreensão de "como" a evolução biológica ocorre, os


biólogos passaram a sugerir hipóteses para explicar a possível
relação de parentesco entre os diversos grupos de seres vivos.

🡺 Diagramas em forma de árvore - elaborados com dados de


anatomia e embriologia comparadas, além de informações derivadas
do estudo de fósseis - mostraram a hipotética origem de grupos a
partir de supostos ancestrais.

🡺 Essas supostas "árvores genealógicas" ou "filogenéticas" (do


grego, phylon = raça, tribo + génesis = fonte, origem, início)
simbolizavam a história evolutiva dos grupos que eram comparados,
além de sugerir uma provável época de origem para cada um deles.
🡺 Órgãos homólogos:

- são os que apresentam a mesma


origem embrionária, podendo ou não
apresentar a mesma função: a asa do
morcego e a asa da ave.

- o braço do homem, a pata do cavalo, a


asa do morcego e a nadadeira da
baleia são estruturas homólogas entre
si, pois todas têm a mesma origem
embriológica.
🡺 Órgãos análogos:
- são os que apresentam a mesma função, mas têm origem
embrionária diferente.
- Ex: a asa de inseto (nervuras de sustentação), asa da ave e asa do
morcego (estruturas ósseas).

- derivados da evolução convergente (convergência evolutiva)


- convergência evolutiva: mudanças genéticas ocorridas ao longo do
tempo podem fazer com que indivíduos diferentes, explorando ambientes
muito semelhantes, tenham características parecidas.
- Ex: o formato do corpo do golfinho (mamífero), do tubarão (peixe
cartilaginoso), do pinguim (ave) e do ictiossauro (réptil fossilizado) é muito
parecido e foi desenvolvido como um meio de adaptação ao ambiente.
se comparar I P A com RAM sempre ANÁLOGO

I PARAM
se comparar I P A se comparar R A M
sempre homólogo sempre homólogo
I: invertebrado P:peixes A: anfíbio R:réptil A:ave M:mamífero
🡺 O esquema representa uma provável "história evolutiva" dos vertebrados.

🡺 Estão representados os grupos atuais - no topo do esquema - bem como os


prováveis ancestrais.

🡺 O grupo das lampreias (considerados "peixes" sem mandíbula) é bem antigo


(mais de 500 milhões de anos).

🡺 Já cerca de 150 milhões de anos, provavelmente a partir de um grupo de


dinossauros ancestrais.

🡺 O parentesco existe entre aves e répteis é maior do que existe entre mamífero
e répteis, e que os três grupos foram originados de um ancestral comum.

🡺 Atualmente com um maior número de informações sobre os grupos


taxonômicos passaram-se a utilizar computadores para se gerar as árvores
filogenéticas e os cladogramas para estabelecer as inúmeras relações entre
os seres vivos.
Cladogramas Caderno de estudos 2 - p.163

Influenciados pelo trabalho de Wili Hennig


- um cientista alemão, especialista em
insetos - passaram a apresentar as
características em cladogramas.
Neste tipo de diagrama, utiliza-se uma
linha, cujo ponto de origem - a raiz-
simboliza um provável grupo (ou espécie)
ancestral. De cada nó surge um ramo,
que conduz a um ou a vários grupos
terminais.
Com os cladogramas pode-se
estabelecer uma comparação entre as
características primitivas - que
existiam em grupos ancestrais - e as
derivadas - compartilhadas por grupos
que os sucederam.
Caráter ancestral e caráter derivado
→ Um caráter derivado (ou vários deles) pode
definir uma nova linhagem quando ele é
diferente do caráter ancestral.

→ Nesse caso, o novo caráter é denominado


apomorfia.

→ Já quando a característica é mantida pela


nova linhagem sem modificações, ou seja, é a
característica que já existia no ancestral, ela é
denominada plesiomorfia.

→ Ex: nos tetrápodes, os membros anteriores


em forma de pata são uma condição
plesiomórfica, enquanto as asas das aves são
a condição derivada desses membros, ou
seja, a apomorfia.
Grupos monofiléticos, parafiléticos e polifiléticos

- Grupo monofilético: é aquele que inclui o ancestral comum mais recente do grupo e
todos os descendentes desse ancestral.

- Grupo parafilético: inclui o ancestral comum mais recente do grupo e alguns, mas não
todos, os descendentes desse ancestral.

- Grupo polifilético: não inclui ancestral recente mais comum a todos os membros do
grupo; esta condição impõe ao grupo em questão pelo menos duas origens evolutivas
distintas, normalmente pela posse de caracteres similares adquiridos evolutivamente de
maneira independente.
Diferentes formas de
representar o mesmo
cladograma - p.166

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