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A CLASSIFICAÇÃO DOS SERES

VIVOS
SISTEMÁTICA E TAXONOMIA

Ramo da Biologia que estuda a diversidade dos


seres vivos.
▪ Em todo o mundo já foram identificadas cerca de 2,0
milhões de espécies

▪ Atualmente cerca de 15.000 novas espécies são descritas


por ano.

▪ Como muitas regiões ainda não foram estudadas,


acredita-se que possa existir ao todo no planeta cerca de 30
milhões ou mais de espécies diferentes.
CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS

Visando facilitar o estudo da biodiversidade, os


biólogos dão nome as espécies descobertas e as
organizam em grupos segundo alguns critérios.

A sistemática é o ramo da biologia que busca


classificar os seres vivos em grupos de acordo com o
parentesco evolutivo.
SISTEMÁTICA

I. Agrupar os organismos conforme suas


características estruturais importantes e de acordo
com sua história evolutiva.
II. Batizar as espécies com nomes científicos.
III. Entender os processos responsáveis pela
diversidade biológica.
HISTÓRICO

I. Aristóteles IV a.C.

✔ Divisão dos seres vivos em aquáticos, terrestres e


aéreos.

✔ Tipo de critério adotado: habitat em que eles viviam.


HISTÓRICO

II. Santo Agostinho IV d.C.

✔ Divisão dos seres vivos em úteis, nocivos e indiferentes.

✔ Critério utilizado: utilidade à humanidade.


HISTÓRICO

III. Karl von Linnée (1707-1778) - Lineu


✔ Considerado o pai da classificação natural dos seres vivos.
✔ Elaborou uma metodologia que permitiu agrupar os seres
vivos de acordo com suas semelhanças anatômicas.
As categorias taxonômicas de Lineu

Característica
Espécie Conjunto de indivíduos que compartilham estruturas típicas
ausentes em outras espécies.
Gênero Conjunto de espécies semelhantes
Família Conjunto de gêneros semelhantes
Ordem Conjunto de famílias semelhantes
Classe Conjunto de ordens semelhantes
Filo Conjunto de classes semelhantes
Reino Conjunto de filos semelhantes
(Regras de nomenclatura)

▪ Os nomes utilizados são em latim ou numa


versão latinizada da palavra ou palavras que
se pretende utilizar.
▪ Nomenclatura de espécie: binominal
✔ Primeira letra refere-se ao nome do gênero (inicial
maiúscula)
✔ Segunda letra refere-se ao nome específico
(inicial minúscula)
✔ Deve ser escrito em itálico e/ou sublinhado.
(Regras de nomenclatura)
▪ Táxons acima de espécie: nomenclatura uninominal
▪ Inicial maiúscula em latim.
▪ Não é necessário itálico ou grifo.

Família Felidae (gatos), Canidae (cães), Fabaceae


(Leguminosas), Rosaceae (rosas).
Ordem Carnivora (cão, gato, urso), Primata (homem,
chimpanzé, gorila), Fabales (vagem, feijão, soja),
Asterales (girassol)
Classe Mammalia (mamíferos), Reptile (répteis), Amphibia
(anfíbios).
Filo Chordata (cordados), Pteridophyta (samambaias),
Mollusca (moluscos), Arthropoda (artrópodes).
Reino Animmalia (animais), Plantae (plantas), Fungi
(fungos)
A Sistemática Moderna (Séc. XIX)
▪ Em 1859 Charles Darwin divulga sua teoria evolutiva.
▪ Segundo Darwin, a diversidade de seres vivos do
planeta era resultado da evolução biológica das
espécies.
▪ A partir disso, a Sistemática passa a se preocupar não
só com a classificação e ordenação dos seres vivos,
como também, se propõe a explicar os processos
responsáveis pela diversidade da vida.
A SISTEMÁTICA MODERNA (SÉC.
XIX)
✔ Idéias de Darwin e o conceito de “Filogenia”.
I.Segundo Darwin, as semelhanças e diferenças
entre os organismos resultam de sua história
evolutiva.
A SISTEMÁTICA MODERNA (SÉC.
XIX)
▪ Idéias de Darwin e o conceito de “Filogenia”.
II. Para Darwin, duas espécies que possuem um
ancestral mais recente devem apresentar maior
semelhança entre si do que se comparado a
outras espécies cujo ancestral comum seja
mais antigo.
Gorila Chimpanzé Humano

Ancestral

Ancestral

Árvore Filogenética
ÁRVORES FILOGENÉTICAS
(CLADOGRAMAS)
✔ São diagramas que representam as relações
de parentesco evolutivo entre as espécies.
ÁRVORES FILOGENÉTICAS
(CLADOGRAMAS)
CLASSIFICAÇÃO DOS SERES
VIVOS
Os reinos de seres vivos

▪ Sistema de Cinco reinos (tradicional)

I Monera Bactérias
II Protista Algas e Protozoários
III Fungi Fungos
IV Plantae (Metaphyta) Plantas
V Animmalia (Metazoa) Animais
CLASSIFICAÇÃO DOS SERES
VIVOS
▪ Sistema de Seis Reinos

I Bacteria Bactérias verdadeiras


II Archaea Bactérias primitivas
III Protista Algas e Protozoários
IV Fungi Fungos
V Plantae (Metaphyta) Plantas
VI Animmalia (Metazoa) Animais
CLASSIFICAÇÃO DOS SERES
VIVOS
▪ Sistema de Três Domínios

I Domínio Bactéria Bactérias verdadeiras


II Domínio Archaea Bactérias primitivas
III Domínio Eukarya Seres Eucariontes
CLASSIFICAÇÃO DOS SERES
VIVOS
TAXONOMIA

Conceito de espécie

1. Biológico (Mayr, 1953) → Grupo natural de


populações ativa ou potencialmente
entrecruzantes e reprodutivamente isolado
de todos os demais grupos similares.
TAXONOMIA
O procedimento biológico classificatório de um
indivíduo dentro de uma espécie obedece aos
seguintes parâmetros:

1. Observações empíricas: indivíduos apresentam


parentesco em seus caracteres morfológicos;

2. Observações biológicas: indivíduos de uma


mesma espécie capaz se reproduzir – com
sucessivas gerações férteis;

3. Observações genéticas: indivíduos da mesma


espécie apresentam igual n⁰ de cromossomos.
A TAXONOMIA

Conceito de Tipo
* Nos tempos de Linné as espécies eram constituídas com
base em determinado espécime “tipo” (a
classificação dava-se segundo coincidências).

Com George Cuvier a classificação evoluiu para a


análise de um “padrão anatômico” (respeitando-se,
assim, as variações individuais).

Nos dias de hoje, entende-se que a diversidade de


seres vivos é resultante de processos evolutivos e
que esses processos podem ocorrer basicamente por
anagênese e cladogênese.
Anagênese: processo pelo qual um
caráter surge ou se modifica numa
população ao longo do tempo, sendo
responsável pelas novidades evolutivas.

Cladogênese: processo responsável pela


ruptura da coesão inicial numa população,
gerando duas ou mais populações que não
mais se comunicam.
CONCEITO TIPO
Com os trabalhos de Cuvier, o coneito
de tipo evoluiu, passando a ser um
padrão anatômico básico

O “tipo” na moderna taxonomia:


Holótipo – indivíduo único utilizado para
identificar uma nova espécie;

Parátipo - indivíduo(s) complementares na


identificação de uma nova espécie;

Depositário – número de catálogo do indivíduo


representante da nova espécie.
■ NOMENCLATURA ZOOLÓGICA

* Até o séc. XVIII os manuscritos e livros


impressos eram obrigatoriamente escritos
em latim.

* O surgimento do nacionalismo, nas diversas


regiões da Europa, levou a necessidade de se
criar nomes técnicos internacionais para
os animais.
NOMENCLATURA ZOOLÓGICA

* 1758 (Obra Sistema Naturae) → Linné lançou as


bases da moderna nomenclatura zoológica.

* 1898 (1º Congresso Internacional de Zoologia) →


Criação do Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica.

* 1901 → Entraram em vigor as normas do Código


Internacional de Nomenclatura Zoológica.
■ CÓDIGO INTERNACIONAL DE NOMENCLATURA
ZOOLOGICA - ICZN
* Sistema de regras e recomendações acerca da
maneira correta de compor e aplicar os nomes
zoológicos

* Objetivo código é promover a estabilidade e


universalidade dos nomes científicos dos
animais, e garantir que o nome seja único e
distinto

• O ICZN não tem força de lei nacional


• O Código foi aprovado pela Comissão
Internacional de Nomenclatura Zoológica e foi
ratificado pelo Comitê Executivo da União
Internacional de Ciências Biológicas (IUBS)
■ SITE - ICZN
■ REGRAS DE NOMENCLATURA ZOOLÓGICA

♦ Algumas das principais regras de nomenclatura


zoológica:

Os nomes científicos devem ser escritos com raízes gregas


ou latinas (ou, na falta delas, com palavras latinizadas).

* Anthropoidea (gr.: anthropus→ homem)


* Marsupialia (lat.: marsupium → bolsa)
* Homo (lat.: homo → homem)
■ REGRAS DE NOMENCLATURA ZOOLÓGICA

Nomes geográficos são nomes próprios e,


portanto, não aceitam traduções, devendo
ser latinizados na declinação neutra (“us” ou
“is”).

* Mesosaurus brasiliensis – réptil marinho


* Australopithecus africanus – hominídeo extinto
■ REGRAS DE NOMENCLATURA ZOOLÓGICA

A nomenclatura estrutura-se a partir do nome da


espécie, formado pelo nome “genérico” e
“específico”.

* Homo habilis – espécie de hominídeo

Numa publicação científica, deve-se acrescentar


o nome do autor, uma vírgula e o ano da
publicação.

• Phyllocaulis soleiformis (D'orbigny, 1835)


■ REGRAS DE NOMENCLATURA ZOOLÓGICA

Os nomes empregados para denominar as


categorias taxonômicas de gênero para cima são
sempre uninominais (escritas com inicial
maiúscula).

* Gorilla
* Arthropoda
* Canidae
* Mollusca
■ REGRAS DE NOMENCLATURA ZOOLÓGICA

Lei da Tautonomia → Os nomes específico,


genérico, (na composição do nome) podem
ser repetidos.

* Gorilla gorilla

* Rattus rattus (ratazanas)


■ REGRAS DE NOMENCLATURA ZOOLÓGICA

Alguns nomes devem ser escritos com


terminações fixas:

* Familia → idea (Hominidae)


• Subfamília → inae (Homininae)
• Superfamília → oidea (Hominoidea)
• Tribo → ini (Hominini)
* Subordem → ina/dina (Hominina)
■ LEI DA PRIORIDADE

Exemplo:

• Em 1758, Lineu classificou uma espécie de formiga


sauva como Formica sexdens. Em 1804, Fabricius
transferiu-a para o gênero Atta.

* A citação deve ser assim:

* Atta sexdens (Linnaeus, 1758) Fabriicius, 1804


■ LEI DA PRIORIDADE

Nomina nuda (nome nulo) → Nome não está em


concordância com o Cód. Intern. de Nomencl. Zool.

Quando um nome proposto não está em concordância


com o Código, torna-se inválido, devendo ser
substituído por outro nome proposto pelo próprio
autor ou por qualquer outra pessoa que constate a
invalidade.
■ LEI DA PRIORIDADE

Homonímia

Se um nome é proposto e, posteriormente, constatado


que já havia sido usado para denominar outro táxon, o
segundo nome proposto perde sua validade, devendo ser
substituído por nova denominação proposta pelo próprio
autor ou por outra pessoa que constate a duplicidade.

Ex. Johansen, em 1927 descreveu um novo gênero de


molusca e deu o nome de Tritone. Anos depois em 1932,
Steven descreveu um novo gênero de peixes e, por
coincidência, também deu o nome de Tritone.
■ LEI DA PRIORIDADE

Sinonímia → Um mesmo animal recebe duas


denominações distintas.

Quando um mesmo e único tipo animal, tenha recebido


duas denominações distintas, propostas por dois
pesquisadores diferentes, a segunda denominação perde
sua validade, permanecendo válida a primeira, sendo a
segunda, então, citada como uma sinonímia da válida.

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