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DISCIPLINA DE EVOLUÇÃO E BIOGEOGRAFIA

Licenciatura em Ciências Biológicas - PVII


09 - Taxonomia x Cladística - Sistemática Filogenética.
Prof. Marcelo Loer Bellini Monjardim Barboza
Taxonomia - Histórico e necessidade
➢ Aristóteles (384 - 322 a.C.) dividia as plantas e os animais em:
○ aqüícolas - habitantes das águas;
○ terrícolas - habitantes da terra;
○ aerícolas - habitantes do ar.
➢ Teofrasto (372 - 287 a.C.), voltado para a Botânica, dividia as plantas em:
○ ervas - com caules pequenos e moles;
○ arbustos - com vários caules lenhosos e porte mediano;
○ árvores - com um único tronco lenhoso.
➢ Santo Agostinho (354 - 430) propôs uma classificação mais detalhada para os
animais:
○ úteis;
○ nocivos;
○ indiferentes.
Taxonomia - Histórico e necessidade
➢ Karl von Linné - Systema naturae (1735)
○ Três reinos: Animalia (com movimento próprio), Vegetalia
(com movimento designado - fototropismo) e Mineralia;
○ 10ª edição do Systema Naturae de Linnaeus, 1758 iniciou a
aplicação geral da nomenclatura binomial zoológica;
○ 1ª edição apenas 10 páginas, a 13ª edição, em 1770, tinha
3000 páginas.
➢ Ernst Haeckel - criação do Reino Protista (1866);
➢ Herbert Faulkner Copeland - criação do Reino Monera (1938);
➢ Robert Whittaker - criação do Reino Fungi (1938);
➢ Carl Woese (et al.) - divisão do Reino Monera em Eubacteria e
Archaebacteria (1977);
➢ Thomas Cavalier-Smith - Oito Reinos (1993);
➢ Thomas Cavalier-Smith - Seis Reinos (1998).
Os Reinos vivos
Linnaeus Haeckel Copeland Whittaker Woese et al. Cavalier-Smith Cavalier-Smith
(1735) (1866) (1938) (1969) (1977) (1993) (1998)

2 Reinos 3 Reinos 4 Reinos 5 Reinos 6 Reinos 8 Reinos 6 Reinos

Eubacteria Eubacteria
Monera Monera Bacteria
Archaebacteria Archaebacteria

Mineralia Protista Archezoa


Protozoa
Protoctista Protista Protista Protozoa

Chromista Chromista

Plantae Plantae Plantae Plantae


Vegetalia Plantae Plantae
Fungi Fungi Fungi Fungi

Animalia Animalia Animalia Animalia Animalia Animalia Animalia


Classificação biológica
➢ Taxonomia (taxis = ordem; nomo = lei) - É a parte da Biologia que identifica,
nomeia e classifica os seres vivos de acordo com o seu grau de parentesco;
○ Nomenclatura binominal (alfabeto latino);
○ O nome deve ser único (não pode ter um homônimo);
○ A descrição deve basear-se em pelo menos um Espécie-tipo;
○ Deve incluir referências e atributos que tornem o táxon único;
○ Estes quatro primeiros requisitos devem ser publicados em uma obra em
que haja um grande número de cópias idênticas, como um registro científico
permanente;
○ Segundo o princípio de prioridade, o nome mais antigo validamente
publicado prevalece no caso de sinônimos taxonômicos;
○ Código Internacional de Nomenclatura para Algas, Fungos e Plantas (ICBN);
○ Código Internacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN);
○ Código Internacional de Nomenclatura de Procariotos (ICNP).
C
L
A
E S
X S
E I
M F
P I
L C
O A
Ç
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O
Sistemática
➢ A sistemática é a área da Biologia que se preocupa principalmente em
compreender a filogenia: história evolutiva das espécies de seres vivos.
➢ Sistemática evolutiva X sistemática filogenética: diferem nos critérios para se
definir os táxons: a filogenética (ou cladística) usa apenas as novidades
evolutivas para formar grupos e há um método para se testar hipóteses de
parentesco, enquanto a sistemática evolutiva (ou classificação darwiniana) usa
uma combinação de relação filogenética, relação progenitor-descendente e grau
de mudança evolutiva.

O entomologista alemão Emil Hans Willi Hennig (pai da filogenética) propôs em 1950
que as classificações biológicas deveriam ser entendidas no contexto da ancestralidade
comum, refletindo as relações de parentesco entre os organismos e incorporando o
princípio fundamental da evolução.
Sistemática filogenética (cladística)
➢ Entende-se que a diversidade de seres vivos é resultante de processos evolutivos
e que esses processos ocorrem por anagênese e por cladogênese;
➢ As relações evolutivas entre os seres vivos são representadas por diagramas
denominados cladogramas (clado = ramo), em que se destacam os pontos onde
ocorreram os eventos cladogenéticos e se considera a anagênese como processo
que origina as novidades evolutivas.

Anagênese: processo pelo qual um caráter surge ou


se modifica numa população ao longo do tempo,
sendo responsável pelas novidades evolutivas.

Cladogênese: processo responsável pela ruptura da


coesão inicial numa população, gerando duas ou
mais populações que não mais se comunicam.
Bases da classificação cladística
➢ Homologia – Órgãos com mesma origem embrionária

➢ Plesiomorfia – carácter ancestral


➢ Apomorfia – nova característica
➢ Autapomorfia – nova característica exclusiva
➢ Sinapomorfia – Apomorfia compartilhada (monofilo)
➢ Homoplasia (analogia)
○ Convergência
○ Paralelismo
○ Regressão
Bases da classificação cladística
➢ Grupo monofilético

➢ Grupo parafilético
➢ Grupo polifilético
Explicando cladogramas
Vamos trabalhar apenas com uma das formas de cladogramas: o enraizado.
➢ Definir a raiz (onde o cladograma se inicia). Pode ser feito de várias formas:
○ analisando a ontogenia
○ comparando os organismos que se pretende estudar (grupos internos) com
outros grupos evolutivamente próximos, cuja cladogênese tenha sido
anterior (grupos externos);
➢ Para cada caráter é destacada qual a condição ancestral (ou primitiva) e qual a
condição derivada que surgiu a partir desta condição primitiva;
➢ Somente as condições derivadas são usadas para definir os agrupamentos;
➢ Somente são aceitos grupos monofiléticos: formados por organismos que
compartilham a mesma condição derivada de um ou mais caracteres e que
descendem de um ancestral comum exclusivo.
Explicando cladogramas
➢ Partes que compõem um cladograma: raiz, ramos, nós e terminais;
➢ Os grupos de seres vivos compõem os terminais nos cladogramas;
➢ Os ramos são as linhas do cladograma;
➢ Nó: ponto de onde partem as ramificações. Representa o ancestral comum
hipotético para todos os grupos acima dele. Os grupos acima de cada nó são
monofiléticos. Cada nó simboliza um evento cladogenético.
Explicando cladogramas
Princípio da parcimônia
➢ Marcar o menor número possível de passos no cladograma: características que
ocorrem em um número maior de organismos são as primeiras a serem
colocadas no cladograma a partir da raiz e assim sucessivamente;
➢ O princípio da parcimônia sugere que uma determinada característica derivada
deve ter surgido uma única vez na evolução. Por isso deve ser apontada no
cladograma uma única vez.
Montando cladogramas
Montando cladogramas
Montando cladogramas
Allosaurus Stegosaurus Parasaurolophus Pachycephalosaurus Triceratops

Chifre

Crânio

Dente

Púbis

Quadril
Conceitos de espécie
➢ Conceito biológico: organismos similares capazes de se reproduzir e dar origem a
descendentes férteis.

➢ Conceito filogenético: população ou grupo de populações definidas por uma ou


mais condições derivadas.
Construção de cladogramas - softwares
➢ https://docplayer.com.br/57524417-I-parte-construcao-de-cladogramas.html
● MEGA http://megasoftware.net/
● Mesquite (mesmos autores do MacClade; Windows, Mac, Linux)
http://mesquiteproject.org/mesquite/features.html
● TNT (Windows e Linux; MacOS versão antiga) http://www.zmuc.dk/public/phylogeny/tnt/
● Pebble (Windows, Mac, Linux) http://www.cebl.auckland.ac.nz/software2.php
● PAUP* (MacOS 9-10.3, Windows) http://paup.csit.fsu.edu/
● TOPALi (Windows, MacOS, Linux, Solaris) http://www.topali.org/
● MrBayes (Windows, MacOS) http://mrbayes.sourceforge.net/index.php
● Lista de softwares de Felsenstein
● http://evolution.genetics.washington.edu/phylip/software.html (execução local)
● http://evolution.genetics.washington.edu/phylip/software.serv.html (servidores)
https://www.youtube.com/watch?v=2KptAx9Y4eY
https://www.youtube.com/watch?v=P1m2VvtrIP4

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