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PROFESSOR: RENATO VASCONCELOS

DISCIPLINA: BIOLOGIA

TAXONOMIA
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS

A classificação biológica é um sistema utilizado para organizar os seres vivos por meio de critérios
preestabelecidos. A taxonomia é a área da biologia responsável por identificar, nomear e classificar os
seres vivos. A sistemática é uma área que também auxilia nesse processo, já que estuda as relações evolutivas
entre os organismos, sendo cada vez mais utilizada nesse processo, assim como a biologia molecular.
A classificação biológica ou taxonomia é um sistema que organiza os seres vivos em categorias,
agrupando-os de acordo com suas características comuns, bem como por suas relações de parentesco
evolutivo.
É usada a nomenclatura científica que facilita a identificação dos organismos em qualquer parte do
mundo. Através desse sistema, os biólogos buscam conhecer a biodiversidade, descrevendo e nomeando as
diferentes espécies e organizando-as de acordo com os critérios que definem.

Sistemática
A Sistemática é uma área da Biologia que estuda a biodiversidade através de um sistema sintético de
classificação, chamado taxonomia. Ele utiliza hierarquias para agrupar os organismos formando grupos e
subgrupos.
Dessa forma, por exemplo, dentro do grupo das plantas há o subgrupo das plantas com frutos e outro
das plantas sem frutos.
Os objetivos da sistemática são:
• Conhecer melhor os seres vivos e, para tal, são agrupados em categorias taxonômicas ou táxons. Já
foram identificadas mais de 1,5 milhão de espécies e acredita-se que ainda haja muitas desconhecidas;
• Usar a taxonomia para identificar, descrever, nomear e catalogar as espécies;
• Identificar os processos determinantes da biodiversidade ou diversidade biológica;
• Investigar as relações de parentesco evolutivo entre as espécies atuais e seus antepassados, usando
conhecimentos de outras áreas da biologia como genética e biologia molecular.

Histórico da classificação biológica


• Aristóteles
A classificação dos seres vivos é um processo antigo, e diversos sistemas de classificação foram elaborados
ao longo do tempo. O filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), ao qual se remetem os primeiros registros
sobre classificação biológica, considerava que as espécies não sofriam mudanças, sendo assim unidades
fixas, e que poderiam ser organizadas em uma escala com ordem crescente de complexidade, posteriormente
denominada de scala naturae (escala da vida).
Aristóteles foi o primeiro a agrupar os animais em invertebrados e vertebrados, além de descrever cerca
de 500 espécies e classificá-las em diferentes categorias, como mamíferos e aves. Como suas observações
ocorriam apenas a nível macroscópico, os seres vivos eram classificados em dois grandes grupos: animais
(seres que se moviam) ou plantas (seres que não se moviam), e essa classificação perdurou por muito tempo
até que, com o avanço da tecnologia, permitiu-se descobrir os seres microscópicos.

• Carolus Linnaeus
O físico e botânico sueco Carolus Linnaeus (1707-1778), considerado o pai da taxonomia moderna,
desenvolveu o sistema de nomenclatura binomial, no qual os organismos são designados de acordo com
gênero e espécie.
Nesse sistema, o nome deve ser escrito em latim, sendo que o primeiro nome, escrito com letra maiúscula,
representa o gênero, e o segundo nome, escrito com letra minúscula, o epíteto específico. Esse sistema de
nomenclatura ainda é utilizado na atualidade. Além disso, Linnaeus estabeleceu um sistema hierárquico de
táxons: Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie, os quais detalharemos mais adiante.

Carolus Linnaeus, o pai da taxonomia moderna, desenvolveu o sistema de nomenclatura binomial e um sistema hierárquico de
táxons.

Como funcionava esse tipo de sistema?


Para começar, o nome da espécie deveria ser sempre escrito em latim. Por ser uma língua morta, o
latim não abre espaço para atualizações ou correções, e por isso se torna universal e um facilitador para todo
e qualquer estudioso que quiser estudar os seres vivos. O nome também deve ser escrito, de preferência, em
itálico.
A primeira letra do nome deve sempre ser maiúscula. E como é uma nomenclatura binária, será
constituída de dois nomes. O primeiro nome será sempre um epíteto genérico ou servirá para definir o gênero
da espécie. O segundo nome deve conter um epíteto específico. Só se tem uma espécie se ambos os epítetos
ocorram na nomenclatura.
Para ilustrar tudo o que foi falado até agora, o nome de uma espécie deverá ficar sempre assim ou
próximo disso: Homo sapiens. Note que o nome da espécie está em itálico e é constituída por dois epítetos,
sendo Homo o epíteto genérico e Sapiens, o epíteto específico.
Novas Classificações:
Em seguida, o avanço da tecnologia permitiu a descoberta de novos organismos, e, diante dessas novas
descobertas, em 1866, o alemão Ernst Haeckel (1834-1919) propôs a existência de três grupos de seres vivos:
os animais, as plantas e os protistas. Em 1936, o norte-americano Herbert Faulkner Copeland incluiu um
quarto grupo, o dos moneras, no qual estariam os organismos procariontes, antes incluídos em protistas.
O norte-americano Robert Harding Whittaker (1920–1980) foi o responsável pela elaboração do
sistema de classificação em cinco reinos, ainda presente em muitos livros didáticos. Nesse sistema os seres
vivos estão classificados em Reino Monera, Protista, Fungi, Animalia e Plantae, como veremos em detalhes
mais adiante.
Com o avanço da biologia molecular e da sistemática filogenética, novas formas de classificação
surgiram, dentre elas podemos destacar a proposta, no ano de 1977, pelo microbiologista norte-americano Carl
Richard Woese (1928-2012). Por meio de seus estudos filogenéticos, ele concluiu que os seres vivos poderiam
ser agrupados em três grupos, aos quais chamou de Domínio, uma categoria acima de Reino. Além disso,
Woese propôs uma nova classificação em reinos, desta vez apresentando seis reinos, que também serão
explicados mais adiante.

Categorias taxonômicas
Como mencionado, Linneu estabeleceu um sistema hierárquico de táxons, também chamado de categorias
hierárquicas, são elas:
• Reino: a maior das categorias, é constituída por um conjunto de filos;
• Filo: constituído por um conjunto de classes;
• Classe: constituída por um conjunto de ordens;
• Ordem: constituída por um conjunto de famílias;
• Família: constituída por um conjunto de gêneros;
• Gênero: constituído por um conjunto de espécies;
• Espécie: grupo de organismos capazes de reproduzir-se e originar descendentes férteis.

Classificação biológica da espécie “Vulpes vulpes”, também conhecida como raposa-vermelha.


Ao usar o ser humano como exemplo, veja uma classificação taxonômica completa:
Reino: Animalia (o homem é um animal, e nesse grupo estão todos os animais).
Filo: Chordata (possui notocorda - formação da coluna vertebral - no seu desenvolvimento embrionário, e
aqui estão todos os vertebrados).
Classe: Mammalia (seus filhos mamam, e nessa classe estão todos os mamíferos) Infraclasse: Placentalia (é
um mamífero cuja fêmea possui placenta - mamíferos que não possuem placenta pertencem a outra infraclasse)
Ordem: Primata.
Família: Hominidae (dentro desse grupo estão as subfamílias Gorilla (gorilas), Pan (chimpanzés),
Ardipithecus (extinto), Australopithecus (extinto) , Pierolapithecus (extinto), Sahelanthropus (extinto),
Paranthropus (extinto), Kenyanthropus (extinto), Orrorin (extinto), Homininae (seres humanos).
Subfamília: Homininae
Gênero: Homo. Na verdade, o gênero Homo contém diversas espécies, porém, com exceção do sapiens, todas
estão extintas. São elas : Homo antecessor, Homo rhodesiensis, Homo rudolfensis, Homo habilis, Homo
cepranensis, Homo ergaster, Homo erectus, Homo floresiensis, Homo georgicus, Homo heidelbergensis,
Homo neanderthalensis, Homo sapiens.
Espécie: Homo sapiens.

Não esqueça do:

Classificação em cinco reinos


A classificação em cinco reinos proposta por Whittaker, embora seja considerada ultrapassada, ainda
persiste em muitos materiais didáticos de Ensino Fundamental e Médio. Nesse sistema os organismos são
classificados em cinco reinos:
• Reino Monera: organismos procariontes unicelulares. Exemplos: bactérias e cianobactérias.
• Reino Protista: organismos eucariontes, unicelulares, autotróficos ou heterotróficos. Exemplos:
protozoários e algas.
• Reino Fungi: organismos eucariontes, unicelulares ou multicelulares, heterotróficos. Exemplos:
cogumelos e leveduras.
• Reino Plantae: organismos eucariontes, multicelulares e autotróficos (fotossintetizantes). Exemplos:
algas multicelulares e vegetais inferiores e superiores (apesar de alguns autores classificarem algas
como protistas, classificações recentes incluem algas multicelulares no Reino Plantae).
• Reino Animalia: organismos eucariontes, multicelulares e heterotróficos. Exemplos: animais
invertebrados e animais vertebrados.
Classificação em três domínios
A classificação em três domínios foi também proposta por Woese e é a mais aceita na atualidade.
• Domínio Bacteria: constituído por organismos unicelulares procariontes, tendo como representantes
as bactérias.
• Domínio Archea: constituído por organismos unicelulares procariontes, também conhecidos como
arqueobactérias, encontrados em ambientes considerados extremos, apresentando, por exemplo,
temperaturas muito elevadas e altas concentrações de metano ou enxofre.
• Domínio Eukarya: constituído por todos os organismos eucariontes.

Relações Filogenéticas
O naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882), contribuiu com o desenvolvimento da classificação
dos seres vivos através da sua teoria evolutiva e da noção de ancestral comum que originou as espécies atuais.
Ele criou "genealogias de seres vivos", diagramas representando as relações de parentesco evolutivo entre as
espécies, que hoje são chamadas de árvores filogenéticas.
A forma de classificar os organismos se modificou muito nas últimas décadas devido ao
desenvolvimento de áreas como a genética e a biologia molecular. As relações de parentesco são definidas
não somente pelas características externas, mas também por semelhanças genéticas e bioquímicas.
Atualmente, alguns cientistas tem utilizado a cladística para determinar as relações filogenéticas entre
as espécies. Desse modo, é investigada a história evolutiva dos organismos para classificá-los.
Os cladogramas são semelhantes às árvores filogenéticas, que apresentam as relações de parentesco.
Grupos de espécies que descendem de ancestral comum único são chamadas monofiléticas e grupos que
possuem diferentes ancestrais na sua origem são polifiléticos.

Filogenia e Cladística
A filogenia é a história genealógica de uma espécie e de suas hipotéticas relações de ancestrais e
descendentes. Baseia-se em estudos morfológicos, comportamentais e moleculares.
A cladística ou filogenética é o ramo da sistemática que reconstrói a filogenia. A sistemática é a área
da Biologia que se preocupa principalmente em compreender a filogenia, ou seja, a história evolutiva das
espécies.
Para estudos de sistemática, a descrição da espécie é fundamental. Assim, as características genéticas,
ecológicas, fisiológicas, evolutivas, entre outras, proporcionam melhores resultados.
Cladogramas
O cladograma é um diagrama no qual são representadas as relações evolutivas entre os seres vivos.
Um cladograma é composto pela raiz, ramos, nós e terminais.

Cladograma

A raiz representa um provável grupo ou espécie ancestral.


O nó é o ponto de onde partem as ramificações, os ramos. Cada nó indica um evento cladogenético.
Os ramos são as linhas do cladograma e conduzem a um ou mais grupos terminais. Os grupos de seres
vivos compõem os terminais nos cladogramas.

Exemplo:
RESUMIDAMENTE:

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