Valor Genético e DEP. Objetivos Com o Texto - by Natália Albieri Koritiaki - Medium

25/01/2024, 10:48 Valor Genético e DEP.
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Valor Genético e DEP

Natália Albieri Koritiaki · Follow
9 min read · May 25, 2020
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Objetivos com o Texto:
Compreender o que é o valor genético
Aprender o que são os ajustes para efeitos de ambiente
Aprender o que são os grupos de contemporâneos
Compreender o que é a diferença esperada na progênie (DEP)
Entender na prática utilização da DEP nos programas de melhoramento animal
Tópicos:
Valor Genético
Efeitos de Ambiente
Grupos de Contemporâneos
Valor Genético Esperado
Diferença Esperada na Progênie (DEP)
Modelos Mistos
No último texto conversamos sobre a principal ferramenta do melhoramento

animal a seleção, conversamos também sobre ganho genético pós seleção. Hoje
vamos discutir sobre valor genético, que é um parâmetro importante que irá
direcionar o processo seletivo.
https://nadispersa.medium.com/valor-genético-e-dep-2c3fcac0ae00#:~:text=Os valores genéticos são expressos,DEP%2C diferença esperada … 1/18

25/01/2024, 10:48 Valor Genético e DEP. Objetivos com o Texto: | by Natália Albieri Koritiaki | Medium
o melhoramento animal tem como objetivo aumentar a frequência dos genes

favoráveis para expressão de uma característica, por meio da seleção de indivíduos
com valores genéticos superiores, de forma a obter descendentes com valores
genéticos também superiores.
O problema é que normalmente não temos informações especificas sobre os genes

dos animais, temos apenas informações fenotípicas sobre o próprio individuo e/ou
seus parentes.
Assim sendo, para obtermos as informações sobre os genes utilizamos o fenótipo (P)
do indivíduo que é o resultado do seu genótipo (G) mais as influências ambientais
(E) a que ele está sujeito e a interação entre o genótipo e o ambiente (GxE).
Para as características quantitativas o genótipo é o resultado da ação combinada dos

genes em muitos loci, cada um com pequeno efeito e, ainda, temos os efeitos de
ambiente que inclui as diversas influências não genéticas sobre as características.
Efeitos de Ambiente:
Os componentes ambientais do fenótipo não são passados dos pais para a progênie
e, portanto, é necessário separá-los do valor genético do animal.
As influências ambientais podem ser sistemáticas, como:
Ano de nascimento,
Idade do indivíduo,
Sexo, etc.
Essas influências podem normalmente ser levadas em conta por métodos

estatísticos adequados, utilizando fatores de correção ou inclusão no modelo de
análise, assim removemos uma boa parte da variabilidade ambiental.
Se os efeitos fixos não forem levados em conta, as decisões de seleção poderão ser
tendenciosas em favor dos animais que passaram por condições ambientais mais

favoráveis.
Vamos ver um exemplo de correção para peso ao desmame de cordeiros, por padrão
a idade de desmame de uma determinada propriedade é 70 dias de idade, porém na
prática todos os animais foram desmamados no mesmo dia e esses mesmos animais
nasceram durante uma estação de parição de aproximadamente três meses, assim
no dia do desmame os cordeiros têm diferentes idades. Para poder comparar seus
pesos ao desmame foi necessário ajustar os pesos a uma idade padrão de 70 dias de
idade da seguinte maneira:
Em que:
Pa = peso ajustado para idade padrão;

Pd = peso ao desmame;
Pn = peso ao nascimento;
Id = idade ao desmame;
Ia = idade padrão.
Por exemplo, um dos cordeiros teve o peso ao nascer igual à 3,22 kg, foi desmamado
ao 73 dias de idade e teve o peso ao desmame igual à 15,60 kg, o ajuste do peso desse
animal para 70 dias de idade será o seguinte:
A tabela a seguir mostra o peso ajustado ao 70 dias de cinco cordeiros:

Temos também as influências ambientais de natureza intangível ou aleatória,

influências que não podemos eliminar, porque não entendemos suas causas (ex.:
variabilidade entre gêmeos monozigóticos submetidos às mesmas condições
ambientais) ou porque essas influências mudam constantemente (ex.: clima ou
aparição de doença) ou, ainda, porque são probabilísticos por natureza (ex.: quando
se pesa um animal que não fica parado na balança).
O melhor método para minimizar os efeitos ambientais não conhecidos é comparar

animais dentro de um grupo de contemporâneos que estão sujeitos aos mesmos
manejos e ambiente. Os grupos de contemporâneos são definidos como um grupo
de animais manejado de forma uniforme com composição genética, idades e sexos
semelhantes.
Algumas das formas mais utilizadas para o agrupamento de animais

contemporâneos nas avaliações de bovinos de corte:
Ano e mês de nascimento;
Ano, estação de nascimento e ano de reprodução;
Ano, mês de nascimento e ano de reprodução;
Rebanho, ano de reprodução, estação de monta e grupo de manejo;
Sexo, ano de nascimento e grupo de manejo;
Sexo, mês de nascimento e grupo de manejo;
Ano, mês de nascimento, sexo e ordem de parto;
Rebanho, ano, mês de nascimento, grupo de manejo e pastagem;
Ano, estação de nascimento e sexo da cria;

Sexo, estação, criador, rebanho e código alimentar;
Rebanho, grupo de manejo ao nascimento, grupo de manejo ao desmame e

grupo de manejo ao sobreano;
Ano, grupo de manejo, rebanho de nascimento e/ou do desmame.
Agora vamos ver um exemplo pode ser o agrupamento de ovinos pelo sexo e estação
de nascimento, nesse caso temos quatro grupos contemporâneos:
1. Fêmea nascida em Estação Chuvosa;
2. Fêmea nascida em Estação Seca;
3. Macho nascido em Estação Chuvosa;
4. Macho nascido em Estação Seca;

Os valores genéticos estimados devem somente ser usadas para comparar animais
dentro de um grupo de contemporâneos, porque a média do valor genético de
animais contidos em grupos de contemporâneos diferentes provavelmente serão
diferentes. A comparação entre grupos de contemporâneos pode levar a seleções
indevidas que podem retardar e, em alguns casos, prejudicar o progresso genético.
O conceito de grupo de contemporâneo e os ajustes para efeitos não genéticos são

extremamente importantes para a estimação dos valores genéticos dos animais.
Sabendo de tudo isso, dizemos que o fenótipo do indivíduo funciona como um

indicador do seu valor genético e a precisão desse indicador vai depender das
informações que temos sobre o ambiente no qual o indivíduo está exposto.

Nesse contexto, os registros do fenótipo se tornam fundamentais para determinação

do valor genético, a melhor forma de realizar a seleção é por meio da estimação do
valor genético através de um conjunto de registros detalhados e acurados dos
animais.
A maioria das características consideradas economicamente importantes para a

seleção podem ser mensuradas pelos produtores e melhoristas, que devem fazer o
registro das informações relativas aos objetivos de seleção, determinadas no início
do programa de melhoramento genético, atrelados a identificação correta dos
animais.
Os registros do sistema devem permitir a determinação do parentesco de cada

animal, pois, auxiliam na obtenção de valores genéticos acurados e,
consequentemente, no progresso genético por meio de seleção. Quanto maior o
número de registros de parentes (pais, irmãos, meio-irmãos, avós, filhos e etc.)
melhor a acurácia das estimativas dos valores genéticos.
Valor Genético Estimado

Um reprodutor não transmite à descendência o seu genótipo completo, mas apenas
a metade dos seus genes. O valor genotípico de uma característica só se expressa na
sua plenitude no próprio indivíduo, esse valor será influenciado por interações
dentro e entre pares de alelos específico que o indivíduo possui.
No processo de transmissão do material genético, os descendentes recebem apenas

um dos alelos de cada locus de cada um dos pais, em vez do par de alelos. Assim, o
valor genético considerado depende do efeito individual de cada alelo e não do
efeito de um par de alelos em um locus. O valor genético (VG), então, está
relacionado ao efeito genético aditivo que um indivíduo transmite à sua progênie.
As predições dos valores genéticos podem ser conhecidos como valores genéticos
estimados (VGE) e resultam da aplicação de teorias genéticas e estatísticas para
registros de desempenho. Os diversos métodos para calcular os valores genéticos
esperados dependem das informações disponíveis, eles utilizam os desvios
individuais em relação a seus respectivos grupos e multiplicam esse desvio por um
fator de ponderação.
Por exemplo, um caso simples, onde somente um registro do animal é avaliado

podemos estimar o valor genético da seguinte maneira:

Em que:
b = fator de ponderação (herdabilidade);
P = Registro do fenótipo individual;
P barra = Média dos registros do fenótipo do grupo.
Suponhamos que um carneiro ‘A’ tem um peso de velo (lã) de 8,16 kg, seu grupo de
contemporâneo tenha uma média para peso de velo de 5,44 kg e nesse grupo a
herdabilidade para essa característica seja de 0,4. Com essas informações podemos
estimar o valor genético da seguinte maneira 0,4(8,16–5,44) = 1,09 kg, podemos dizer
então que esse carneiro é 1,09 kg superior a seu grupo contemporâneo para
característica peso do velo.
Quando temos mais informações disponíveis de um individuo e seus parentes o

calculo do valor genético esperado pode ser estendido para incluir essas
informações adicionais.
A herdabilidade da característica é muito importante na estimação do valor

genético, para características com alta herdabilidades, o desempenho do próprio
animal é um bom estimador do valor genético para essas características, porém,
quando a herdabilidade de um característica é baixa, o desempenho individual não
é um bom estimador do valor genético.
Os valores genéticos são expressos em relação a uma média geral e é igual a duas
vezes o desvio médio da progênie de um animal em relação à média populacional,
esse desvio é o que chamamos de DEP, diferença esperada na progênie.
A DEP serve como atributo de comparação dentro de uma população avaliada,

voltando ao exemplo do peso do velo a DEP do carneiro ‘A’ é metade do seu valor que
é 0,545 kg (1,09/2), comparando com a DEP de outro carneiro o ‘B’, que é de -0,088,
podemos dizer a diferença entre as DEP’s é 0,633 kg (0,545-(-0,088)). Então, podemos
dizer que os filhos do ‘A’ devem ser superiores em 0,633 kg aos filhos do ‘B’.
Modelos Mistos
Atualmente os valores genéticos são calculados utilizando os modelos mistos, que

que trabalham simultaneamente com efeitos fixos e aleatórios (valores genéticos).
Nesse caso, resumidamente o peso dos índices ou fatores de ponderação é obtido
por meio de regressão. Um exemplo de modelo misto é conhecido por BLUP (Best
Linear Unbiased Prediction — melhor predição linear não viesada).
As avaliações genéticas conduzidas pela metodologia dos modelos mistos

geralmente utilizando-se do modelo touro e modelo animal.
Modelo de Touro
No modelo de touro os dados das progênies são incluídos, no sistema de equações,
de uma forma agregada, para cada um dos seus respectivos pais. Nesse modelo só
temos soluções para touros, portanto só são produzidas DEP´s para touros.
Modelo Animal
O modelo animal, ao invés de se usar informações apenas das progênies, nas
equações, utilizam-se todas as informações disponíveis dos animais (touros,
matrizes e produtos), além das relações de parentesco entre eles, conhecida como
matriz de parentesco. Em função disto, os resultados são muito mais acurados e,
obviamente, a demanda de recursos computacionais para a solução do modelo
animal é muito maior do que para o modelo touro, pois o número de equações
aumenta muito.
Além da maior precisão proveniente de uma modelagem mais adequada dos efeitos
genéticos e da inclusão da matriz de parentesco, o modelo animal proporciona
grandes vantagens:
A produção de DEPs para todos os indivíduos, mesmo para aqueles que não têm
dados próprios, a partir de informações de seus parentes colaterais, ascendentes
ou descendentes.
Considera adequadamente o processo seletivo documentado nos dados,

permitindo uma comparação de animais nascidos em épocas diferentes.
Identificação do mérito genético médio por ano mostrando a tendência

genética.
Conclusão
Então hoje vimos que o valor genético não pode ser mensurado diretamente, mas
deve ser estimado a partir do fenótipo, ou seja, observações de desempenho dos

animais. A acurácia da estimação do valor genético irá depender:
Identificação correta do animal, de seus ancestrais e de seus descendentes;
Registro das mensurações das características com importância econômica;
Utilização de modelos corretos.
No próximo texto vamos conversar sobre as correlações existentes entre os

indivíduos aparentados e as diversas características, utilizadas como critérios de
seleção.
Melhoramento Animal Dep Veterinária Zootecni Valor Genético
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Written by Natália Albieri Koritiaki

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Rebanho, ano, mês de nascimento, grupo de manejo e pastagem;

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