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Formação Técnica

Curso Técnico EaD Senar

MATERIAL
COMPLEMENTAR

Melhoramento
Genético Animal

SENAR - Brasília, 2023


Sumário
Introdução ��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3

Organização de um programa de melhoramento genético ��������������������������������� 3

Manejo e coleta de dados ���������������������������������������������������������������������������������������� 6

Controle leiteiro ������������������������������������������������������������������������������������������������������� 11

Sistema de avaliação linear (Holandesa) ������������������������������������������������������������ 12

Epmuras �������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 21

Encerramento ������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 22

Referências ����������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 23
Introdução
Com o objetivo de complementar o conteúdo da Unidade Curricular Melhoramento
Genético Animal, apresentaremos como são organizados os programas de melhora-
mento e quais são as exigências básicas para o seu sucesso.

Além disso, vamos nos aprofundar sobre os controles leiteiros e como são medidas as
características utilizadas nas avaliações lineares em bovinos leiteiros e o visual de
tipo em bovinos de corte (EPMURAS).

Boa leitura!

Organização de um programa de melhoramento genético

Fonte: Getty Images.

Como você já viu na apostila, para o alcance do melhoramento genético são conside-
rados fatores de hereditariedade (parâmetros genéticos) e as relações dos animais
com o ambiente (ambiência). Além disso, para que o processo ocorra de forma coesa
e eficiente, é necessário preparar um programa de melhoramento genético. Para que
você tenha uma visão geral dessa tarefa, organizamos sete pontos fundamentais des-
tinados à realização do programa.

Gestão das Operações da Cadeia Pecuária


Melhoramento Genético Animal 3
1) Definição do sistema produtivo 2) Definição do objetivo e critérios de
seleção
No primeiro passo para iniciar a rea-
lização do programa, devemos saber Os objetivos são as metas, o que se quer
onde estamos, quais são os diferentes alcançar (produção de leite, composição do
tipos de sistemas de criação e os ani- leite, GMD, acabamento de gordura na car-
mais criados. caça e precocidade), já os critérios são os
caminhos que vão levar o programa até o
objetivo.

3) Coleta de informações

Os fenótipos são a base das informações para iniciarmos um programa de melhora-


mento genético que, juntamente com as informações do ambiente de produção e das
oportunidades dos animais, refletem a expressão dos genes que os animais têm.

Atenção
Para saber quais desses animais conseguem transmitir esses
genes, é primordial termos o conhecimento da genealogia deles
(no mínimo pai e mãe). Com isso, iniciamos um programa de
melhoramento genético.

Adicionalmente ao fenótipo e à genealogia, alguns programas


de melhoramento genético usam a informação dos marcadores
do polimorfismo de nucleotídeo simples (SNPs) para a seleção
genômica.

4) Predição do mérito genético

Em programas de bovinos de corte, o mérito genético é expresso na forma de Dife-


rença Esperada na Progênie (DEP) e em programas de bovinos leiteiros é expressa
na Capacidade Prevista de Transmissão (PTA).

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5) Seleção dos animais

As DEPs ou PTAs são as informações


que os programas de melhoramen-
to genético usam para a seleção dos
pais da próxima geração. Conforme
o objetivo de seleção e com base no
mérito genético dos animais, deve-
-se definir o tipo de acasalamento
que proporcione maior ganho gené-
tico em menor tempo.

Fonte: Getty Images.

6) Disseminação do material genético

Este fator está relacionado à intensidade de seleção: quanto maior for a intensida-
de, maior será o ganho genético. Caso a intenção seja utilizar apenas os 5% melhores
reprodutores em um programa de inseminação artificial, esperar uma nova geração é
melhor do que utilizar 25% dos melhores reprodutores.

7) Avaliação do progresso genético

Para avaliar o progresso do programa, utilizamos as tendências genéticas, em que


de uma forma gráfica serve para verificar como as características (que foram esco-
lhidas como critério de seleção) estão se comportando geração após geração. Veja o
exemplo a seguir.

0,5

0,4

0,3
DEP

0,2

0,1

0
0/2018 1/2019 2/2020 3/2021 4/2022 5/2023
Geração

Figura 1. Tendência genética positiva.


Fonte: Elaborado pelo autor (2023).

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Melhoramento Genético Animal 5
Comentários do autor
Note que a Figura 1 mostra um progresso genético positivo, ou
seja, com base nessa tendência genética, podemos dizer que a
característica está sendo melhorada a uma velocidade de ganho
genético de 0,2 por geração (lembre-se que a DEP representa o
dobro do valor genético, ou seja, nessa tendência genética esta-
mos obtendo uma diferença esperada na progênie numa média
de 0,1 por geração).

Manejo e coleta de dados

Fonte: Shutterstock.

A coleta de informações e a formação do banco de dados deve ser realizada de maneira


idônea e comprometida, pois erros nessa etapa podem comprometer toda a avaliação
do programa de melhoramento genético.

Um erro comum é o de digitação, por exemplo: a produção de leite diária, que seria
de 35 kg/dia, foi digitada como sendo 85 kg/dia. Esse é um erro grosseiro e mais fa-
cilmente visualizado; nesse caso, o registro será eliminado na análise de consistência
dos dados.

No entanto, erros menores, que não são detectados na análise de consistência podem
influenciar a classificação dos animais. Vamos imaginar o exemplo em tourinhos
filhos de um mesmo touro, da mesma idade, no mesmo grupo de contemporâneo,
tendo de diferente apenas a mãe.

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Na pesagem ao sobreano do Tourinho A, o peso registrado foi
de 295 kg e para o Tourinho B foi de 283 kg. Dessa forma,
o Tourinho A foi classificado como superior, se comparado ao
Tourinho B. No entanto, o peso do Tourinho B foi erroneamente
registrado no caderno de coleta de dados, pois o peso correto
dele era de 328 kg. Assim, verificamos que, na verdade, o Tou-
rinho B era superior ao Tourinho A.

É primordial uma adequada identificação dos animais participantes do programa, sen-


do essa identificação única, de forma permanente, insubstituível e intransferível, de
preferência já realizada nos primeiros dias de vida do animal.

Atenção
O elevado grau de exigência para esse quesito decorre das más
práticas realizadas, em que muitas vezes um animal morre e,
para reaproveitar os brincos ou botons, ou até mesmo para
manter a sequência da numeração permanente (tatuagem), o
produtor repete a identificação em outro animal. Isso causa um
problema no cruzamento das informações e pode causar erros
no momento de registrar a genealogia. Em resumo, se hou-
ver problema na identificação dos animais do programa, haverá
problema em todo o programa de melhoramento genético.

Outro ponto de grande importância é o controle da reprodução. É necessário fazer


o acompanhamento de toda a estação de reprodutiva, que vai do início da estação de
acasalamentos até o diagnóstico de gestação. Quanto mais detalhados forem os regis-
tros, mais informações teremos para complementar a análise de consistência.

Um exemplo clássico é a conferência da idade do animal, não só pela data de nasci-


mento, mas também pela data da cobertura da mãe. Imagine que a data de cobertura
foi uma, mas a diferença entre a data de cobertura e a do nascimento de um bovino
foi de 11 meses.

A primeira suspeita é que essa vaca


não concebeu na estação reprodu-
tiva e emprenhou fora desse perío-
do. Logo, o pai desse bezerro pode
não ser o mesmo que foi informado.
Nesse caso, a melhor coisa a fazer é
eliminar os registros desse animal.

Fonte: Getty Images.

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Na maioria dos programas, o controle dos nascimentos contém obrigatoriamente a
informação da data exata do nascimento. Em outros, considera-se a quinzena de
nascimento.

Dica
Quanto maior for o controle do momento dos nascimentos, mais
seguras serão as informações, evitando que eventuais proble-
mas de registro e/ou digitação não sejam percebidos na análise
de consistência dos dados.

O conhecimento da exata data do nascimento permite o cálculo da idade, que pode ser
considerado como um efeito a ser ajustado nas avaliações genéticas. Para entender
melhor, vejamos o exemplo a seguir.

O bezerro A surge como o mais pe-


sado ao desmame, tendo nascido no
dia 1 da estação de nascimento. Já
o bezerro B, com peso intermediário
no desmame, nasceu no dia 15 da
estação. Se corrigirmos para a idade
ao desmame, é possível que sejam
obtidos pesos iguais, quando ajus-
tados pela idade dos animais.

Fonte: Getty Images.

Como já vimos na apostila, a forma de identificação dos efeitos do ambiente na ex-


pressão do fenótipo dos animais é com a correta identificação dos grupos de manejo.

Comentários do autor
É fundamental relembrar que os grupos de manejo são caracte-
rizados por um conjunto de indivíduos manejados nas mesmas
oportunidades, tanto nutricionais e sanitárias quanto de ambi-
ência etc. Em outras palavras, os animais pertencentes a um
mesmo grupo devem ser manejados em conjunto, entrando
e saindo de um determinado pasto/potreiro no mesmo dia.

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Os grupos de manejo devem ser formados no nascimento e se estenderem no mínimo
até o desmame. No entanto, quando é necessário fazer algum ajuste de lotação de
acordo com as necessidades das vacas, a prioridade deve ser alocar as que pariram
dentro de um intervalo de poucos dias e/ou conforme o sexo dos bezerros.

O tamanho ideal dos grupos de manejo é o maior possível, pois quanto maior ele for,
maior será o grupo de contemporâneo.

Atenção
Grupo de contemporâneo se refere a um grupo de animais do
mesmo sexo e pertencentes a um mesmo grupo de mane-
jo. O número mínimo de animais de um grupo de contemporâ-
neo é cinco, filhos de mais de um reprodutor.

Se em um grupo houver filhos de um mesmo reprodutor, é pre-


ferível que não sejam meios-irmãos. Caso isso ocorra, o grupo
todo não deve ser composto apenas de filhos de um mesmo
reprodutor. Além disso, não pode haver mais de dois meios-ir-
mãos (irmãos completos estão totalmente fora de cogitação).

O número mínimo e a obrigatoriedade de ter mais de um pai dentro de um Grupo de


Contemporâneo é para manter a conexão entre os grupos dentro de uma mesma ava-
liação genética. Um exemplo pode ser visualizado na figura abaixo.

GC2

GC1 GC3
Rep C

Rep B
Rep A

Figura 2. Reprodutores (Rep) que conectam os Grupos de Contemporâneos (GC).


Fonte: Elaborado pelo autor (2023).

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Melhoramento Genético Animal 9
Para refletir
Na figura 2 podemos notar que os Grupos de Contemporâneos
GC 1 e GC 2 estão conectados pelo Reprodutor Rep B. Logo, o
GC 2 ficou desconectado, pois apresenta apenas os filhos do
Rep A. Dessa forma, não poderemos verificar qual é a influência
desse grupo no desempenho dos filhos do Rep A (vale lembrar
que quando falamos de desempenho estamos nos referindo à
classificação dos animais e não a um desempenho absoluto).

Quanto maior for o número de animais, maior será a amostragem por reprodutor
nesse ambiente e mais acertada será a quantificação da influência no desempenho
dos animais. Assim, quanto maior for o tamanho do grupo, maior será a acurácia das
predições das DEPs e/ou PTAs. Portanto, com mais informações de qualidade, maior é
confiabilidade das avaliações genéticas e, consequentemente, maior será o progresso
genético do programa.

O responsável pela correta identi-


ficação dos grupos de manejo é o
próprio criador, que conhece a roti-
na da propriedade e deve informar
qualquer modificação ou anormali-
dade entre os animais dentro de um
grupo.

Fonte: Getty Images.

Por fim, dependendo do programa, há necessidade da visita técnica para a coleta dos
fenótipos. Nos próximos tópicos serão mostradas informações sobre o controle leiteiro
para a raça Girolando e o sistema de avaliação linear para a raça Holandesa, em que
há necessidade de um técnico treinado e credenciado para tais serviços.

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Controle leiteiro

Fonte: Getty Images.

O controle leiteiro é uma prática para mensurar a produção de leite das vacas leitei-
ras dentro de 24 horas. Os procedimentos são padrões, tendo como finalidade aplicar
a metodologia de forma que se possa estimar por lactação a produção leiteira, bem
como os componentes físico-químicos, com fins de comparação entre indivíduos.

O objetivo do controle
leiteiro, dentro do âmbito
do melhoramento genético, é
identificar os animais com maiores
produções. Assim, é possível
selecionar os indivíduos que
serão pais da próxima geração.

A periodicidade do método de controle leiteiro admitida é: diária, mensal, mensal


alternada e bimestral, porém as mais utilizadas são a mensal e a bimestral.

Aplica-se a sistemas de duas ou três ordenhas diárias, em que


Mensal
se admite um intervalo de 15 a 45 dias entre os controles.

Aplica-se a sistemas de duas ou três ordenhas diárias, em que


Bimestral
se admite um intervalo de 45 a 75 dias entre os controles.

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Seja qual for o método de controle, as mensurações devem ser realizadas em todas
as vacas do rebanho que se apresentam em lactação, dentro das 24 horas, em
regime de duas ou três ordenhas.

Admite-se a aplicação de apenas um método de controle por rebanho, no entanto, a


exceção é quando há transição entre os métodos. Dentro disso, o controle deve ser
efetuado sempre no mesmo horário em que ocorre a ordenha rotineira na propriedade.
A exceção dá-se nas propriedades que realizam uma ordenha diária; nesse caso, no
dia do controle é necessário adotar duas ordenhas.

Sistema de avaliação linear (Holandesa)

Fonte: Shutterstock.

Vamos entender como são avaliadas as características de True Type, utilizando o ma-
terial publicado no Manual de Classificação Morfológica editado pela Associação
Portuguesa de Criadores de Raça Frísia (APCRF).

A seguir, serão apresentados os tipos de medições, seu padrões e suas características.

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a) Estatura: é medida dos ílios até o solo, expressa em centímetros.

Baixa Vaca média Alta

Nota 1 2 3 4 5 6 7 8 9
cm ≤ 130 133 136 139 142 145 148 151 ≥154

Figura 3. Estatura: A) Escore 1 - baixa;


B) Escore 5 – média e; C) Escore 9 - alta (desejável).
Fonte: Adaptado de APCRF (2023).

b) Profundidade corporal: é a distância mensurada na altura da última costela en-


tre a linha dorsal do animal e a parte mais baixa de seu ventre.

Pouco profunda Intermédia Muito profunda

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Figura 4. Profundidade Corporal: A) Escore 1 – pouco profunda;


B) Escore 5 -intermediária e; C) Escore 7 – muito profunda (desejável).
Fonte: Adaptado de APCRF (2023).

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Melhoramento Genético Animal 13
c) Angulosidade: é uma medida de força leiteira que avalia a qualidade óssea, bem
como o arqueamento, espaçamento e comprimento das costelas.

pouco angulosa muito angulosa

1 5 9

Figura 5. Forma Leiteira: A) Escore 1 – pouco angulosa;


B) Escore 5 – intermediária e; C) Escore 8 - muito angulosa (desejável).
Fonte: Adaptado de APCRF (2023).

d) Largura do peito: atribui-se escores conforme a distância entre os membros


anteriores.

estreita intermédia larga

Nota 1 2 3 4 5 6 7 8 9
cm ≤13 15 17 19 21 23 25 27 ≥ 29

Figura 6. Largura do peito: A) Escore 1 – estreita;


B) Escore 5 – intermediária e; C) Escore 9 – larga (desejável).
Fonte: Adaptado de APCRF (2023).

14 CURSO TÉCNICO EAD SENAR


e) Largura da garupa: distância da ponta direita até a ponta esquerda do ísquio,
expressa em centímetros.

estreita intermédia larga

Nota 1 2 3 4 5 6 7 8 9
cm ≤10 12 14 16 18 20 22 24 ≥26

Figura 7. Largura da garupa: A) Escore 1 - estreita;


B) Escore 5 - intermediária (desejável) e; C) Escore 9 – larga.
Fonte: Adaptado de APCRF (2023).

f) Ângulo da garupa: diferença da altura entre o ílio e o ísquio.

Isquíones altos Isquíones baixos

Nota 1 2 3 4 5 6 7 8 9
cm ≤4 2 0 2 4 6 8 10 ≥12

Figura 8. Largura da garupa: A) Escore 1 - estreita;


B) Escore 5 - intermediária (desejável) e; C) Escore 9 – larga.
Fonte: Adaptado de APCRF (2023).

Gestão das Operações da Cadeia Pecuária


Melhoramento Genético Animal 15
g) Aprumo dos membros posteriores (vista lateral): avalia-se o ângulo da cur-
vatura da perna por um escore, olhando-se a lateral.

Retos Curvos

1 5 9

Figura 9. Aprumos membros posteriores vista Lateral: A) Escore 1 - retos;


B) Escore 5 - intermediárias (desejável) e; C) Escore 9 - curvos.
Fonte: Adaptado de APCRF (2023).

h) Aprumo dos membros posteriores (vista de trás): avalia-se via escore o po-
sicionamento dos membros posteriores.

Fechados Abertos

1 5 9

Figura 10. Membros posteriores vistas por trás: A) Escore 1 - fechados;


B) Escore 5 - intermediárias (desejável) e; C) Escore 9 – paralelas (abertos).
Fonte: Adaptado de APCRF (2023).

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i) Ângulo e regularidade de cascos: avaliados por escore.

fechado aberto

1 2 3 4 5 6 7 8 9

15º 45º 65º

Figura 11. Ângulo e Regularidade de Cascos. A) Escore 1 - fechados;


B) Escore 5 – intermediário (desejável) e; C) Escore 9 - aberto.
Fonte: Adaptado de APCRF (2023).

j) Profundidade do úbere: mede-se a distância do solo até uma linha imaginária


traçada ao nível dos jarretes, expressa em centímetros.

Nota 1 2 3 4 5 6 7 8 9
cm ≤3 0 3 6 9 12 15 18 21

Figura 12. Profundidade do úbere: A) Escore 1 - profundo;


B) Escore 5 - tendendo a raso (desejável) e; C) Escore 9 - raso.
Fonte: Adaptado de APCRF (2023).

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Melhoramento Genético Animal 17
k) Inserção anterior do úbere: via escore, avalia-se a qualidade de sustentação e
da inserção do úbere anterior.

débil forte

1 5 9

Figura 13. Inserção Anterior do Úbere: A) Escore 1 - Débil;


B) Escore 5 - intermediária e; C) Escore 9 - forte (desejável).
Fonte: Adaptado de APCRF (2023).

l) Altura posterior do úbere: distância da inserção do úbere posterior até a base


da vulva, expressa em centímetros.
<19cm
27cm
>35cm

baixo alto

Nota 1 2 3 4 5 6 7 8 9
cm ≥ 35 33 31 29 27 25 23 21 ≤19

Figura 14. Altura Posterior do Úbere: A) Escore 1 - baixo;


B) Escore 5 - intermediário e; C) Escore 9 - alto (desejável).
Fonte: Adaptado de APCRF (2023).

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m) Ligamento suspensório médio: atribui-se um escore conforme a qualidade e a
sustentação do ligamento central.

sem ligamento forte

Nota 1 2 3 4 5 6 7 8 9
cm -1 2 6
(convexidade)

Figura 15. Ligamento suspensório médio: A) Escore 1 – sem ligamento;


B) Escore 5 - intermediário e; C) Escore 9 - forte (desejável).
Fonte: Adaptado de APCRF (2023).

n) Comprimento de tetos: comprimento dos tetos anteriores, expresso em


centímetros.

curtos longos

Nota 1 2 3 4 5 6 7 8 9
cm ≤1 2 3 4 5 6 7 8 ≥9

Figura 16. Comprimento de Tetos: A) Escore 1 - curtos;


B) Escore 5 - medianos (desejável) e; C) Escore 9 - longos.
Fonte: Adaptado de APCRF (2023).

Gestão das Operações da Cadeia Pecuária


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o) Colocação de tetos anteriores: o posicionamento dos tetos anteriores é avalia-
do via escore.

1cm 2cm 6cm

separados juntos

1 5 9

Figura 17. Colocação de tetos anteriores: A) Escore 1 - separados;


B) Escore 5 - centralizados (desejável) e; C) Escore 9 - juntos.
Fonte: Adaptado de APCRF (2023).

p) Colocação de tetos posteriores: o posicionamento dos tetos posteriores é ava-


liado via escore.

fora do quarto desejável dentro do quarto

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Figura 18. Colocação de tetos posteriores: A) Escore 1 – fora do quarto;


B) Escore 5 - centralizados (desejável) e; C) Escore 9 – dentro do quarto.
Fonte: Adaptado de APCRF (2023).

20 CURSO TÉCNICO EAD SENAR


Epmuras
Por fim, vamos entender o que é a avaliação visual de tipo em bovinos de corte cha-
mada de Epmuras. Antes de mais nada, é importante destacar que essa avaliação
dos bovinos de corte permite determinar a qualidade dos animais para a produção de
carne. Os objetivos principais da avaliação são:

• selecionar animais com o tipo produtor de carne conforme o sistema de produção;

• ser uma avaliação complementar às provas zootécnicas;

• possibilitar mais ferramentas para o produtor poder direcionar seus acasalamentos


do ponto de vista funcional e racial; e

• estudar as correlações genéticas entre o Epmuras e as demais características


zootécnicas.

Para entender melhor como funciona essa avaliação em bovinos de corte, veja o es-
quema de medições a seguir.

E P
E

M
P

Fonte: adaptado de COMPRERURAL (2020).

Para realizar a avaliação visual de tipo, ou Epmuras, são consideradas as seguintes


características do animal:

Gestão das Operações da Cadeia Pecuária


Melhoramento Genético Animal 21
É avaliada a área que o animal consegue preencher, como se
E – Estrutura olhasse de lado dentro de um retângulo, em que quanto maior for
a combinação entre o maior comprimento corporal e maior altura,
corporal maior será o escore. Os escores variam de 1 (menor E) a 6 (maior
E). O animal com o escore zero é desclassificado.

É avaliada a proporção entre o comprimento das costelas e a altura


dos membros, que é um indicador de maior precocidade na depo-
P – Precocidade
sição de gordura subcutânea. Os escores variam de 1 (menor P) a
6 (maior P). O animal com o escore zero é desclassificado.

M– É avaliada a distribuição das massas musculares. Os escores va-


riam de 1 (menor M) a 6 (maior M). O animal com o escore zero é
Musculosidade desclassificado.

É avaliado o tamanho e posicionamento do umbigo (umbigo, bai-


nha e prepúcio). Os escores variam de 1 (menor U) a 6 (maior U).
U – Umbigo
O animal com o escore zero é desclassificado e os escores adequa-
dos são 2 e 3.

R– É avaliada a característica do animal que se está avaliando em re-


Caracterização lação ao padrão da sua raça. Os escores variam de 1 (menor R) a
Racial 4 (maior R).

São validados os membros anteriores e posteriores segundo suas


A – Aprumos proporções, direções, angulações e articulações. Os escores va-
riam de 1 (piores A) a 4 (melhores A).

São validados os genitais externos, que devem ser órgãos funcio-


nais e desenvolvidos. Também é pesquisada a presença de carac-
S – Sexualidade teres sexuais secundários, em que os machos devem apresentar
masculinidade e as fêmeas feminilidade. Os escores variam de 1
(pior S) a 4 (melhor S).

Encerramento
Chegamos ao fim desse material complementar, onde apresentamos a forma como
um programa de melhoramento deve estar organizado e a importância das coletas de
dados. Além disso, você conheceu mais detalhes sobre o controle leiteiro, bem como
foi apresentado às características de classificação linear.

Seu aprendizado não se encerra por aqui! Utilize todas as ferramentas que disponibili-
zamos e mantenha seu processo de formação continuada.

22 CURSO TÉCNICO EAD SENAR


Referências
Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. Normas técnicas para a execução do
serviço de controle leiteiro da raça Girolando. 2011, 13p.

Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ). Regulamento da Avaliação vi-


sual do tipo – Epmuras. Disponível em: https://www.abcz.org.br/pmgz/pmgz-
corte/epmuras . Acesso em: 26 abr. 2023.

Associação Portuguesa de Criadores de Raça Frísia (APCRF). Manual de Classificação


Morfológica. Disponível em: https://www.apcrf.pt/fotos/editor2/manual_i.pdf.
Acesso em: 5 abr. 2023.

COMPRERURAL. Epmuras: conheça a técnica de avaliação visual do gado. Dispo-


nível em: https://www.comprerural.com/epmuras-conheca-tecninca-de-
avaliacao-visual-do-gado/. Acesso em: 18 maio 2023.

SILVA, M. V. G. B. et al. Programa de melhoramento genético da raça Girolando: Su-


mário de Touros - Resultado do Teste de Progênie (Avaliação Genética/ Genômica).
Documentos 266, Embrapa Gado de Leite, Juiz de Fora, MG. 2022, 128 p.

Gestão das Operações da Cadeia Pecuária


Melhoramento Genético Animal 23
SGAN 601 MÓDULO K - EDIFÍCIO ANTÔNIO
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