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Comparação da Atividade Metanogênica

Específica na Digestão Anaeróbia


Mesofílica e Termofílica de Esgoto

Aluna:
Vera Lúcia de Oliveira

Orientadora:
Prof. Dra. Cristina Rossi Nakayama

Curso:
Especialização em Microbiologia
Ambiental e Industrial
Digestão Anaeróbia

O lodo proveniente do tratamento de esgoto


necessita de estabilização química antes de
seu desaguamento e disposição final.
A digestão anaeróbia é uma forma de
estabilização que utiliza um processo
biológico anaeróbio onde a matéria orgânica
é metabolizada principalmente por arquéias
metanogênicas e transformada em biogás,
reduzindo o volume do lodo e a
concentração de matéria orgânica.
Arquéia
Justificativa

 Monitorar a Atividade Metanogênica dentro


do Digestor Anaeróbio, seu comportamento,
organismos envolvidos e produção de biogás
e metano a fim de buscar soluções para
problemas operacionais.
Objetivo Geral

 Comparar a atividade metanogênica


específica na digestão anaeróbia mesofílica
(35ºC) e termofílica (50ºC) de lodo de esgoto
Objetivos Específicos

 Comparar a digestão anaeróbia submetida a duas


temperaturas (35ºC) mesofílica e (50ºC) termofílica
nos seguintes aspectos:
 Produção de Biogás
 % de Metano no Biogás
 Organismos envolvidos no processo
 Cálculo da Atividade Metanogênica Especifíca
Metodologia

 Amostragem
 Amostra de Lodo afluente aos Digestores da Estação de
Tratamento de Esgotos de Barueri operada pela SABESP
(25/09/13)
 Separação de Alíquotas para os Ensaios
 Sólidos Voláteis conforme APHA (2005)
 DQO (Demanda Química de Oxigênio conforme APHA (2005)
 Contagem de Células Totais conforme Abreu et al (2010)
 Preparo de Meio de Cultura e demais nutrientes conforme
(Abreu et al, 2010).
Metodologia

 Preparo dos reatores


 Grupo de 9 reatores para incubação (35ºC)
 Grupo de 9 reatores para incubação (50ºC)
 Cada grupo de 9 reatores contém 3 reatores controle (sem
substrato), 3 reatores com substrato acetato e 3 reatores com
substrato formiato.
 Adição de Inóculo (Lodo) com volume calculado conforme (Abreu
et al, 2010).
 Adição do Meio de Cultura, Substrato, Vitaminas e Metais Traço.
 Volume final do frasco 100 mL, restando 10 mL de “headspace”
 Troca da atmosfera do “headspace” dos reatores por Nitrogênio
para impor o ambiente anaeróbio.
Metodologia - Alíquotas
Metodologia - Reatores
Metodologia

 Monitoramento da Produção de Biogás

 O monitoramento da produção de biogás foi realizado nos


primeiros 6 dias, 2 vezes ao dia (manhã e tarde) e em dias
alternados nos próximos 11 dias, perfazendo um total de 17 dias
de monitoramento.
 O volume de biogás foi medido com seringa esmerilhada e
anotado. Em seguida foi coletado alíquota de 2 a 3 mL para
determinação do percentual metano no cromatógrafo gasoso.
 Após cada monitoramento, os reatores foram homogeneizados e
armazenados na incubadora.
Metodologia

 Contagem de Células Totais

 Fixação da amostra conforme Abreu et al (2010).


 A separação das células do lodo foi realizada com o auxílio de
ultrassom e banho de gelo.
 As células foram coradas com DAPI em contadas em Microscópio
de Fluorescência.
Resultados

Produção de Biogás
Tabela 1. Produção acumulada de biogás e metano após 16,8 dias de incubação.

Reatores Biogás (mL) DP(%) % Metano DP(%)


Controle 35ºC 64,50 12,47 8,67 2,87
Acetato 35ºC 157,60 8,58 17,58 6,64
Formiato 35ºC 28,70 10,94 14,63 2,31
Controle 50ºC 52,35 15,71 8,29 2,48
Acetato 50ºC 188,00 24,68 14,61 6,00
Formiato 50ºC 34,40 12,95 22,50 2,45

*DP: Desvio Padrão


Resultados

Atividade Metanogênica Específica


Tabela 2. Atividade Metanogênica Específica

AME (mL
AME (mL CH4/g AME (mL CH4/g AME (gDQO-
Reator a* CH4/109 células
-1 SV.d-1) DQO.d-1) CH4/g SV.d-1)
totais.d )
Controle 35ºC 0,297 3,961 15,796 10,128 0,0401
Acetato 35ºC 3,543 47,236 188,358 120,774 0,4781
Formiato 35ºC 1,394 18,589 74,127 47,530 0,1881
Controle 50ºC 0,327 4,353 17,359 11,131 0,0441
Acetato 50ºC 0,362 4,820 19,220 12,324 0,0488
Formiato 50ºC 6,394 85,257 339,972 217,988 0,8629
*a: trecho de inclinação máxima no gráfico de produção acumulada de metano ao longo do tempo
Conclusões

 Maior produção de biogás nos reatores que


receberam acetato em ambas temperaturas.

 Maior percentual de metano no biogás nos


reatores que receberam acetato na temperatura
de 35ºC e Formiato na temperatura de 50ºC.
Conclusões

 Maior Atividade Metanogênica Específica nos


reatores com substrato acetato a 35ºC e
Formiato a 50ºC.

 Rendimento na produção de metano é 81%


maior nos reatores com substrato formiato
submetidos a 50ºC (temperatura termofílica).
Conclusões

 Os resultados sugerem que a metanogênese


acetotrófica predomina sob condições
mesofílicas (35ºC), enquanto a metanogênese
hidrogenotrófica domina a digestão anaeróbia
em condições termofílicas (50ºC).
Considerações Finais

 É necessário adaptar os procedimentos de AME


para cada tipo de lodo, pois podem apresentar
diferentes condições de cultivo, devido a
variabilidade da microbiota e da constituição do
lodo.
Sugestões de Trabalhos Futuros

 Repetir os experimentos com um tempo maior


de incubação, pois não foi possível detectar a
fase estacionária na incubação a 50ºC.
 Com exceção de organismos que toleram
ambas as temperaturas (35ºC e 50ºC) os
organismos termofílicos restritos, necessitam de
uma fase de adaptação maior para estabilizar a
população, portanto no período de incubação
será necessário uma estabilização inicial com
tempo a ser determinado, seguida da incubação
para crescimento.
Sugestões de Trabalhos Futuros

 Outra forma de incubação pode ser a de


duplo estágio (Metcalf & Eddy, 2003), onde o
mesmo lodo passa por condições
mesofílicas seguidas por condições
termofílicas, podendo-se obter as melhores
condições de cultivo e máximo rendimento.
 Acrescentar ao trabalho o ensaio
biomolecular FISH para contagem de
Arquéias.

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