Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Reatores anaeróbios
3.4.1 Preliminares
Nos últimos anos. com o desenvolvimento dos processos anaeróbios de alta taxa,
& com o aumento do conhecimento da microbiologia e bioquímica do processo, tem-
se observado uma utilização crescente da digestão anaeróbia pára o tratamento de
uma diversidade de efluentes líquidos. No entanto, o sucesso de qualquer processo
anaeróbio, especialmente os de alta taxa, depende fundamentalmente da manuten-
cão, dentro dos reatores, de uma biomassa adaptada, com elevada atividade microbi-
ológica, e resistente a choques. Para que essa biomassa possa ser preservada e
moni-
torada, tornou-se imperativo o desenvolvimento de técnicas para a avaliação da ati-
vidade microbiana de reatores anaeróbios, notadamente das bactérias metanogêni-
cas.
Nesse sentido, foram propostos diversos métodos para avaliar a atividade micro-
biana anaeróbia, a partir da caracterização da atividade metanogênica específica
Uma análise preliminar dos trabalhos já desenvolvidos na área indica que alguns
métodos utilizados para a avaliação da AME são grosseiros ou imprecisos, enquanto
outros são caros ou sofisticados em demasia. O método simplificado desenvolvido
por James et al. (1990), a partir de uma adaptação de funcionamento do respirôme-
tro Warburg, foi sem dúvida uma contribuição valiosa, mas como os próprios auto-
res atestaram, um sucesso maior dependia da automação do sistema de medição de
gases e da otimização do sistema'de monitoramento do teste como um todo. Nesse
sentido, o trabalho desenvolvido por Monteggia (1991), incorporando manômetros.
com sensores elétricos para o monitoramento contínuo da produção de biogás, cons-
tituiu-se num aprimoramento importante para o teste de AME.
rejeitos industriais;
para determinar a carga orgânica máxima que pode ser aplicada a um determinado
frascos de reação;
36 Reatores anaeróbios
1
! Concentraçã
: KH,PO, 1500 mg/L Tampão
1 KHPO, 1500 mg/L
/ NH,Cl 500 mg/L | Macronutriente
Na,S.7H,0 50 mg/L
FeCl,.6H,0 2000 mg/L
ZnCl, 50 mg/L
j CuCl,.4H,0 30 mg/L
, 2 MnCl,.2H,0 500 mg/L Micronutriente
(NHg)s.M0;0,,4H,0 50 mg/L
AICls ' 50 mg/L
CoCl,.6H,0 2000 mg/L
HCI (concentrado) tmL
Nota: No momento de zação das soluções, adicionar Iml. da solução 2 por litro da
solução 1, perfa-
zendo uma solução única que deverá ser adicionada ao frasco de reação.
'
Biogás
Frasco de
Reação
Proveta
Graduada
88
Exemplo 3.2
(20% de head-space);
Solução:
* Determinação do volume de lodo a ser adicionado em cada frasco, a fim
Reatores anaeróbios
no é máxima.
º Determinação do percentual de substrato convertido em metano:
bem como para avaliação e reprodução, na tela do vídeo, das curvas de evolução
- frasco 1: Vems = 75 mL
- frasco 2: Vens = 10 mL :
1 Frasco de controle
2 Frasco de reação
4 Controlador de
temperatura
6 Transdutor diferencial de
pressão
7 Válvulas solenóides
8 Recipiente de coleta de
biogás
9 Interface de controle
10 Microcomputador
92 Reatores anaeróbios
V = apl (3.1)
onde:
Embora o teste se constitua num instrumento bastante útil, seus resultados de-
vem ser utilizados ainda com reservas, uma vez que inexiste uma padronização in-
ternacionalmente aceita para o mesmo. Dessa forma, as diferentes metodologias e
condições de experimentação podem conduzir a resultados de AME também dife-
rentes, difíceis de serem comparados entre si. Nesse sentido, entende-se que os re-
sultados obtidos com o teste representam muito mais as atividades metanogênicas
específicas relativas, e não as absolutas. Todavia, ainda que os resultados sejam
rela-
tivos, para determinadas condições de teste, estes são muito importantes para o
acom-
panhamento e avaliação dos reatores anaeróbios.
BIBLIOGRAFIA
ANDERSON G.K., CAMPOS CM.M., CHERNICHARO C.A.L. & SMITH, L.C. (1991).
Evaluation of the inhibitory effects of lithium when used as tracer for anacrobic
digesters.
Water Research, 25, pp. 755-760.
CAMPOS C.M.M. & CHERNICHARO C.A.L (1990). The use of the SMA-test for measu-
ring toxicity in anaerobic sludge. In: Proc. IAWPRC International Seminar on
Industrial
Residuals Management, Salvador, Brasil, pp. 191-199.
Biomassa nos sistemas anaeróbios 93
COHEN A (1991). Effects of some industrial chemicals on methanogenic activity
measured
by sequential automated methanometry (SAM). In: Proc. VI International Symposium on
Anaerobic Digestion, São Paulo, Brasil, pp. 11-20.
CHERNICHARO C.A.L. & CAMPOS CM.M. (1990). A new methodology to evaluate the
behaviour of anaerobic sludge exposed to potentially inhibitory compounds. In:
Proc.
JAWPRC International Seminar on Industrial Residuais Management, Salvador, Brasil,
pp. 79-88.
CHERNICHARO C.A.L. & CAMPOS, C.M.M. (1991). O uso do respirômetro Warburg para
a avaliação da atividade metanogênica específica de lodos anaeróbios. In: Anais do
16º
Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Vol 2, Tomo I, pp. 272-
285.
CHERNICHARO, C.A.L., BORGES A.M., MESQUITA L.C.P. & DIASA.M.A. (1997). "De-
senvolvimento de um Respirômetro Automatizado para Avaliação da Atividade Microbi-
ana Anaeróbia. Revista Engenharia Sanitária, no prelo.
CHRISTENSEN D.R., GERICK J.A. & EBLEN J.E. (1984). Design and operation of an
upflow anaerobic sludge blanket reactor. J. Water Pollution Control Federation, 56,
pp.
1059-1062.
DOLFING J. & MULDER J.W. (1985). Comparison of methane production rate and coenzy-
me Fo content of methanogenic consortia in anacrobic granular sludge. Applied Envi-
rorynental Microbiology, 49, pp. 1142-1145,
GORRIS L.6., DE KOKT.M., KROON B.M., VAN DER DRIFT C. &VOGELS, G.D. (1988).
Relationship between methanogenic cofactor content and maximum specific methanoge-
nic activity of anaerobic granular sludges. Applied Environmental Microbiology, 54,
pp.
1126-1130.
GUIOT S.R., PAUSS A. & COSTERTON J.W. (1992). A structured model of the anaerobic
granule consortium. Water Science and Technology, 25, 7, pp. 1-10.
HAMODA M.F & VAN DEN BERG L. (1984). Effect of settling on performance of the
upflow anaerobic sludge bed reactors. Water Research, 18, pp. 1561-1567.
HULSHOFF POL L.W., DOLFING J.. VAN STRATE K., DEZEEUW W.J. & LETTINGA
G. (1984). Pelletization of anaerobic sludge in upflow anaerobic sludge bed
reactors on
sucrose-containing substrate. In: Proc. 3“ International Symposium on Microbial
Ecolo-
gy American Society of Microbiology. pp. 636-642.
JAMES A., CHERNICHARO CAL. & CAMPOS CM.M. (1990). The development of a
new methodology for the assessment of specific methanogenic activity. Water
Research,
24, pp. 813-825.
94 Reatores anaeróbios
LETTINGA G., VAN VELSEN A.RM, DE ZEEUW W. & HOBMA S.W. (1979). Feasibility
of the upflow anaerobic sludge blanket (UASB) process. In: Proc. Nat. Conf.
Environ-
mental Engineering, ASCE, pp. 35-45.
LETTINGA G., VAN VELSEN A.EM., HOBMA S.W., DE ZEEUW W. & KLAPWIJC
A.(1980). Use of upflow sludge blanket (USB) reactor concept for biological
wastewater
treatment, especially for anacrobic treatment. Biotechnology and Bioengineering,
22, pp.
699-734.
LETTINGA G.. ROERSMA R. & GRIN P (1983). Anaerobic treatment of raw domestic
sewage at ambient temperatures using a granular bed UASB reactor. Biotechnology and
Bicengineering, 25, pp. 1701-1723.
LEPTINGA G., HULSHOFF POL L.W., KOSTER I.W., WIEGANT W.M., DE ZEEUW
Wl., RINZEMA A.. GRIN PC., ROERSMA RE. & HOBMA S.W. (1984). High-rate
anaerobic waste-water treatment using the UASB reactor under a wide range of
tempera-
ture conditions. Biotechnology and Genetic Engineering Reviews, 2, pp. 253-284.
MONTEGGIA, L.O. (1991). The use of specific methanogenic activity for controlling
anae-
robic reactors. Ph.D. Thesis, University of Newcastle upon Tyne, UK.
STRONACH S.M., RUDD T. & LESTER J.N. (1986). Anaerobic Digestion Processes in
Industrial Wastewater Treatment, Springer-Verlag, Berlin.
UMBREIT W.W., BURRIS R.H. & STAYFFER, J.F. (1964). Manometric Techniques, 4%
edition, Burgess, Berks.
YOUNG J.€. & MCCARTY PL (1969). Anaerobic filter for waste treatment. J. Water
Pollu-
tion Control Federation, 41, R160-R173.