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CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL


Disciplina: HIDROLOGIA
PROVA ESCRITA DA 1ª UNIDADE TEMÁTICA

QUESTÕES:

1. O texto, a seguir, faz parte de uma matéria ('Rio voador', o fenômeno que ajuda a explicar as
tempestades de verão no Brasil. Encontro entre corredor de umidade, que flui de norte para
sul do país, e frentes frias causa chuvas fortes nesta época do ano), publicada na Folha de São
Paulo (online), em 1º de fevereiro de 2022, às 8h46 (por Rafael Barifouse). Ler o texto com atenção!
BBC NEWS BRASIL. As tempestades que vêm causando uma sequência de tragédias no Brasil
desde o final do ano passado têm em comum um mesmo fenômeno. (a) Assim como a água corre
em terra, também há fluxos massivos de água nos céus. Na América do Sul, um desses
enormes corredores de umidade atmosférica vai da região amazônica até o centro-sul do país.
Esse "rio voador" carrega parte da água que evapora no norte para outras partes do território
nacional. "É uma região muito úmida e tropical, onde tem um aquecimento constante. A Floresta
Amazônica por si só já despeja uma quantidade enorme de água na atmosfera pela evaporação",
explica Estael Sias, da Metsul Meteorologia. (b) "O relevo da América do Sul, a cordilheira
dos Andes, não deixa essa umidade escapar do continente, obrigando esse rio voador a
descer." Se esse corredor de umidade se encontra com uma frente fria vinda do sul, as
nuvens carregadas tendem a ficar concentradas por alguns dias em uma determinada
região. Um fenômeno potencializa o outro, formando um terceiro - a chamada zona de
convergência do Atlântico Sul, que é recorrente durante o verão nesta região do planeta e
provoca fortes chuvas.
Foi o que aconteceu primeiro no sul da Bahia no final do ano passado e, depois, em Minas Gerais,
no início do mês. Agora, foi a vez das chuvas torrenciais atingirem São Paulo, provocando mais
inundações, deslizamentos e mortes. (c) Sias explica que o rio voador da América do Sul corre
a uma altitude entre 5 e 10 km do solo e fica ativo durante o ano todo. Seu curso e alcance
são influenciados pela dinâmica dos ventos na região e pela passagem de outros fenômenos
pelo continente.
(d) "No inverno, um sistema de alta pressão atmosférica não deixa a maioria das frentes
frias subirem até o Sudeste ou o Centro-Oeste, por isso é um período muito seco nessa parte do
país, e o rio atmosférico consegue ir até mais ao sul", afirma a especialista. "No verão, esse
bloqueio vai para o oceano, se afastando do continente, e as frentes frias conseguem subir.
Quando sobe uma frente fria, ela se conecta à umidade amazônica, e elas vão andando juntas até
parar em cima do Sudeste ou do Nordeste do Brasil e se transformar em chuvas e temporais."
Sias afirma que, na semana passada, o rio voador estava mais disperso, mas que, nesta semana,
uma massa de ar frio e seco chegou ao sul do país e criou uma barreira que não deixou o corredor
de umidade avançar. As nuvens ficaram então paradas sobre a região metropolitana de São Paulo e
foram potencializadas pela frente fria, provocando fortes chuvas.
(e) O resultado foi que choveu em poucos dias a média histórica para o mês inteiro, e isso foi
fatal em uma região que já vinha sofrendo com tempestades.
No entanto, apesar de muita gente pensar que chuvas assim são excepcionais, Francisco de Assis,
do Instituto Nacional de Meteorologia, explica que as zonas de convergência são algo
característico da América do Sul no verão. "Dependendo do ano, ocorrem mais para o sul ou
mais para o norte", afirma Assis. Nesta época do ano, o corredor de umidade que vem da
Amazônia ganha força. "Há uma alta liberação de calor e umidade da Amazônia devido às
temperaturas elevadas,", afirma Assis. Também há uma maior evaporação de água dos oceanos
Pacífico e Atlântico, intensificando esses fenômenos meteorológicos, explica o especialista.
Josélia Pegorim, meteorologista da Climatempo, reforça que as zonas de convergência
acontecem todos os anos, com maior ou menor intensidade. "Se pegarmos outros eventos de
desastres naturais e de chuvas catastróficas, no Sudeste em particular, quase todos, ou a maior
parte, estiveram associados à formação de zonas de convergência", diz Pegorim.
(f) A especialista avalia que as tragédias ocorrem não pela intensidade das chuvas ou porque
elas sejam imprevisíveis - na verdade, foi o contrário, dizem os meteorologistas ouvidos pela
reportagem, e alertas foram emitidos com antecedência. O problema é a falta de preparo e de
reação das autoridades aos avisos.
"A culpa é da chuva até certo ponto. Não se pode dizer que é por causa das mudanças climáticas
ou que nunca choveu assim, porque já teve chuvas até piores. Não teve surpresa", diz Pegorim. Ao
mesmo tempo, afirma a meteorologista, a canalização do ar úmido da região Norte em direção ao
Centro-Oeste e ao Sudeste e a formação das zonas de convergência no encontro com frentes frias,
formando tempestades, tem uma função importante. "Esse sistema é fundamental para que
consigamos recompor as reservas de água para os reservatórios de geração de energia e de
abastecimento da população."

Seguindo as indicações da numeração, mas considerando também a totalidade da


reportagem e com base no conteúdo das aulas de Hidrologia, responder às
seguintes questões:

a. (1,00) Quais são, em sua opinião (deve ser uma opinião bem pensada, bem
construída), as forças e fenômenos atuantes na formação desses fluxos massivos
de água nos céus? Qual a razão da analogia entre os movimentos da água na terra
e nos céus?
b. (1,00) Explicar, resumida e esquematicamente (você pode fazer uma
representação gráfica), a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul. A
propósito, o Oceano Atlântico tem algo a ver com isso?
c. (1,00) Considerando as dimensões do território brasileiro, como você presume que
devem ser as dimensões do “rio voador” objeto da matéria publicada?
d. (1,00) O que, na sua opinião, determina o comportamento diversificado das frentes
frias nas estações do inverno e do verão? A propósito, o que é esse tal “sistema de
alta pressão atmosférica referido na reportagem”?
e. (1,00) Explicar o significado da frase grafada em negrito.
f. (1,00) Diante da previsibilidade dos fenômenos descritos na matéria jornalística,
como deveriam agir as autoridades? A propósito, quais são essas autoridades?

2. (a) (1,00) O que significa dizer que a maioria dos dados hidrológicos é de natureza
histórica? Então, como lidar (o que é necessário fazer) com tal tipo de dados para a
realização de estudos hidrológicos? (b) (1,00) Explicar porque condições
superadiabáticas da atmosfera têm melhor desempenho, por exemplo, na
dispersão de poluentes. A propósito, o que são condições superadiabáticas?

3. (a) (1,00) Discutir sobre o significado e a importância de um pluviograma. (b) (1,00)


Explicar porque a Organização Meteorológica Mundial estabeleceu que as médias
normais de altura de precipitação anual sejam estimadas para períodos de 30 anos.

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