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DISCIPLINA DE ÉTICA, CIDADANIA E SUSTENTABILIDADE

MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO BRASIL

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Olá queridos alunos, sejam muito bem-vindos à nossa aula!

Na aula de hoje vamos discutir um pouco a respeito das mudanças climáticas no


Brasil e seus impactos nas vidas da população brasileira, veremos também quais os
condicionantes dessas mudanças e suas consequências, saberemos juntos ainda qual o
nosso papel enquanto cidadãos nesse dilema, e o que podemos fazer para tentar minimizar
esses impactos. Vamos à aula?

VAMOS NOS SITUAR?

Mudanças Climáticas

Aumento das temperaturas e mudanças no regime das chuvas terão diferentes


impactos em cada região do país, basta percebermos que a cada ano as questões de muitas
chuvas fora de estações ou ausência de chuvas no período que se esperava estão cada vez
mais comuns. Isso gera uma série de impactos nos diversos setores de nossa sociedade
(econômico, ambiental, social e cultural).

Em algumas regiões do país como o sertão nordestino, as chuvas escassas estão


prejudicando a agricultura, ameaçando o fornecimento de energia elétrica e fazendo com
que o debate sobre as mudanças climáticas volte com força total, contribuindo também
para que se intensifique o processo de mobilidade da população dessas áreas.

De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas Globais


(IPCC), o aquecimento global é inequívoco. O fenômeno é causado por fatores naturais,

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mas é intensificado significativamente pela ação humana: o IPCC avaliou 577 trabalhos
científicos, descrevendo cerca de 80 mil séries de dados, para chegar a essa conclusão. E
as consequências já podem ser sentidas na pele.

A temperatura média do planeta subiu 0,7ºC ao longo do século XX. E não é só: esse
aquecimento vem ocorrendo de maneira mais rápida nos últimos 25 anos. Em geral, espera-
se uma elevação em torno de 4ºC até o fim do século. Isso está desencadeando várias
alterações em todo o planeta, como mudança no regime das chuvas; elevação do nível
do mar (que deverá subir em média entre 18 e 59 cm até o final do século, consumindo
regiões costeiras e até ilhas inteiras); e aumento na frequência de eventos climáticos
extremos, como enchentes, tempestades, furacões e secas; além de interferir na agricultura
e contribuir para o processo de desertificação.

Disponível em https://images.app.goo.gl/b8JFdzzJcW7B6KPk9, acesso em 09/12/2020

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No Brasil, o clima ficará mais quente (com aumento gradativo e variável da temperatura
média em todas as regiões do país entre 1ºC e 6ºC até 2100) e o regime de chuvas também
vai mudar: as precipitações diminuirão significativamente em grande parte das regiões
central, Norte e Nordeste do país; e aumentarão nas regiões Sul e Sudeste. Isso é o que
aponta o primeiro Relatório de Avaliação Nacional
(RAN1), lançado em 2013 pelo Painel Brasileiro de
Mudanças Climáticas (PBMC).

“Estes estudos mostram que, no Brasil, a temperatura


média aumentou aproximadamente 0,75°C até o final
do século XX (considerando a média anual entre 1961-
90 de 24,9°C), sendo 1998 o ano mais quente”, afirmou
o pesquisador José Marengo, do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe), durante a 1ª Conferência
Nacional de Mudanças Climáticas Globais (Conclima),
CLIQUE AQUI E
ACESSE O RAN1 que lançou o sumário executivo do relatório.

Regiões Diferentes, Mudanças Diferentes

O relatório aponta que, como o Brasil é um país de dimensões continentais, as


mudanças climáticas não afetarão da mesma forma todas as regiões. “De modo geral, é
possível perceber um aumento nas temperaturas em todo o país, porém com intensidades
diferentes em cada região. Já o regime de chuvas será diferente, com regiões tendo
diminuição no volume de precipitações e outras tendo aumento”, explica o meteorologista
Tercio Ambrizzi, professor de Instituto de Astronomia Geofísica e Ciências Atmosféricas da
USP e um dos coordenadores do Grupo de Trabalho 1 do RAN1.

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Na região Norte, a temperatura deverá aumentar de 1ºC a 6ºC até 2100, com
diminuição de 40% a 45% no volume de chuvas. No entanto, os pesquisadores sugerem que
o desmatamento da Amazônia é uma questão mais urgente, tanto para proteger o bioma
quanto para evitar o agravamento das mudanças climáticas. Caso o desmatamento alcance
40% na região no futuro, haverá uma mudança drástica no padrão do ciclo hidrológico,
com redução de 40% na chuva durante os meses de julho a novembro – o que prolongaria
a duração da estação seca e provocaria o aquecimento superficial do bioma em até 4ºC, de
acordo com o relatório.

As temperaturas terão um aumento relativamente baixo, e em ritmo mais lento, na


região Nordeste: entre 0,5ºC e 4ºC até 2100, sendo que o maior aquecimento acontecerá no
final do século. As chuvas também diminuirão, ficando em torno de 10% a 35% no período.

Já as regiões Sul e Sudeste seguem uma tendência diferente, com aumento relativamente
baixo das temperaturas e crescimento do número de chuvas. De acordo com o relatório,
essas regiões ficarão entre 0,5ºC e 3ºC mais quentes até 2100, e entre 25% e 30% mais
chuvosas. A região Centro-Oeste deve seguir a mesma tendência, com projeção da elevação
das temperaturas entre 3ºC
e 6ºC no período e aumento
no volume de chuvas. Muitas
dessas mudanças já podem
ser sentidas. Em São Paulo,
por exemplo, a temperatura
mínima (durante a
madrugada) aumentou
nos últimos anos, ou seja,
estamos tendo madrugadas
mais quentes.
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Impacto

Essas mudanças no clima trarão uma série de impactos em diversos setores, como
nos recursos hídricos, na geração e distribuição de energia, e na agricultura. Não apenas a
quantidade, mas também a qualidade dos recursos hídricos está comprometida. Entre os
problemas a serem enfrentados, está o risco de colapso no abastecimento de água em várias
regiões urbanas, devido a estiagens mais prolongadas; maior risco de inundações; elevação
do nível do mar e entrada de água salina nos lençóis subterrâneos que abastecem grande
parte das cidades litorâneas e intensificação dos efeitos da poluição nos corpos hídricos,
reduzindo ainda mais a disponibilidade e a qualidade hídrica. “Mesmo nas áreas em que
houver aumento de vazão, prevê-se uma diminuição da qualidade, tanto pelo aumento da
temperatura como pela elevação da carga poluente proveniente do escoamento superficial
e da superação da capacidade das estações de tratamento e dos sistemas de esgotamento
sanitário”, apontou o engenheiro agrônomo Eneas Salati, diretor-técnico da Fundação
Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, durante o 1º Conclima.

A energia também é um ponto preocupante. Como as hidrelétricas são responsáveis


por 85% da geração de eletricidade no Brasil, a redução do volume das chuvas em grande
parte do país acarretará perdas significativas. Até mesmo o biocombustível sentirá o
impacto, já que a elevação das temperaturas e a diminuição das chuvas inviabilizarão
culturas como mamona e soja, sobretudo no Nordeste e no Centro-Oeste, fazendo com
que essas culturas migrem mais para o Sul.

A agricultura também será afetada, com muitas culturas tendo que se deslocar devido
às temperaturas elevadas e à estiagem. Culturas como feijão, soja, trigo e milho serão
especialmente atingidas, sofrendo grandes reduções de área de plantio e deslocamento
para regiões mais frias. “Com as mudanças climáticas, as zonas agrícolas do país deverão
ser repensadas”, afirma Ambrizzi.

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Ainda há Tempo

Mas os pesquisadores apontam que ainda há tempo de mudar esse cenário. Existe
uma série de ações que podem ser tomadas para mitigar o impacto das mudanças
climáticas e minimizar suas consequências. O primeiro passo é reduzir as emissões
de gases de efeito estufa (GEE). Caso os níveis desses gases continuem a aumentar na
atmosfera, as alterações climáticas serão ainda mais severas. “O problema é que esses
gases permanecem na atmosfera por cerca de 50 a 100 anos. Então os gases já emitidos
demorarão a ser dissipados. Por isso, a redução das emissões é de extrema importância”,
declara Ambrizzi.

Para contribuir com a diminuição da emissão de gases de efeito estufa, governo e


sociedade precisam pensar em fontes de energia limpa, além de novos modelos para a
indústria e o transporte. Outra ação importante consistirá em brecar o desmatamento e a
exploração ilegal de madeira, já que esses fatores contribuem mais para as emissões globais
do que o setor dos transportes. “Temos que continuar tentando diminuir as emissões para
que seja possível manter o nível de elevação da temperatura o mais baixo possível para
daqui a 100 anos ou mais. A discussão agora é tentar não passar de um limiar aceitável e
tentar nos adaptar a essas mudanças”, acredita Ambrizzi.

Conforme apresenta em sua página a ONG brasileira WWF-Brasil, os impactos das


mudanças climáticas no Brasil segundo o 4º relatório do IPCC, são os seguintes:

• No nordeste do Brasil as áreas semiáridas e áridas vão sofrer uma redução dos
recursos hídricos por causa das mudanças climáticas. A vegetação semiárida
provavelmente será substituída por uma vegetação típica da região árida. Nas
florestas tropicais, é provável a ocorrência de extinção de espécies.

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• A recarga estimada dos lençóis freáticos irá diminuir dramaticamente em mais de


70% no nordeste brasileiro (comparado aos índices de 1961-1990 e da década de
2050).

• As chuvas irão aumentar no Sudeste com impacto direto na agricultura e no aumento


da frequência e da intensidade das inundações nas grandes cidades como Rio de
Janeiro e São Paulo.

• No futuro, o nível do mar, a variabilidade climática e os desastres provocados pelas


mudanças climáticas devem ter impactos nos mangues.

• De 38 a 45% das plantas cerrado correm risco de extinção se a temperatura


aumentar em 1.7°C em relação aos níveis da era pré-industrial.

• Hoje, o planeta já está 0,7ºC mais quente que na época.

• Amazônia

Disponível em https://images.app.goo.gl/GhBYJrmkPX6Q7VG68 acesso em 14/12/2020

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• Eventos climáticos extremos altamente inusitados já relados como a seca de 2005.

• Potencial aumento da seca foi quantitativamente projetado durante a fase crítica de


crescimento da vegetação, por causa da elevação da temperatura e da diminuição
das chuvas no verão.

• Nas áreas não fragmentadas da floresta amazônica os efeitos diretos do CO2 na


fotossíntese, bem como uma regeneração florestal mais rápida, podem ter causado
um aumento substancial na densidade de lianas – espécie de trepadeiras lenhosas
– nas duas últimas décadas.

• A conversão de florestas em lavouras afeta o clima porque altera o albedo regional


e o fluxo de calor latente, causando o aumento de temperatura adicional no verão
em regiões importantes na Amazônia.

• Grandes perdas de biodiversidade ocorrerão com um aquecimento de 2.0°C a 3.0°C


acima dos níveis pré-industriais.

• O aumento na temperatura e a diminuição de água no solo irão levar à savanização


na região leste.

Disponível em https://images.app.goo.gl/dkH4skpuFAyjqkBH7 acesso em 14/12/2020

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Pare,
leia e Reflita !
A ONG brasileira WWF-Brasil, está fazendo uma série de ações interventivas e
preventivas para proteger o país das mudanças climáticas
Mudanças na quantidade, qualidade da água estão dominando as discussões sobre
os efeitos mais devastadores do aquecimento global. A Amazônia não ficará imune a
isso. As questões mais importantes a serem debatidas nesse processo são como manter
a biodiversidade, os ecossistemas e os serviços ambientais na Amazônia enquanto
as mudanças climáticas afetam a disponibilidade de água doce. O WWF-Brasil está
desenvolvendo projetos para investigar o que acontecerá em todo o Brasil e como lidar
com os novos desafios. Alguns deles são:
• Apresentação do estudo Agenda Elétrica Sustentável 2020 que propõe um cenário
elétrico para o país onde a eficiência energética e as fontes de energia renováveis
não convencionais são largamente utilizadas, gerando empregos, diminuição na
demanda de energia e economizando investimentos em grandes obras;
• Ação na internet para que o governo que reconsidere a decisão de incluir cada vez
mais termelétricas a gás de petróleo e usinas de carvão para gerar energia elétrica,
afastando a queima de combustíveis fósseis da matriz energética do país;
• Promoção do desenvolvimento sustentável, da redução e neutralização das
emissões de gases causadores do aquecimento global por meio, por exemplo, da
certificação Gold Standard para projetos do Protocolo de Quioto para reduzir a
poluição em países em desenvolvimento, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
(MDL);
• Uso do conhecimento das populações tradicionais sobre a natureza para melhor
adaptar as comunidades às novas condições climáticas;
• Identificação de pessoas que já vêm sofrendo as consequências das mudanças
climáticas na Boca do Acre, Amazonas.

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RECURSOS ADICIONAIS
Assista ao vídeo “Mudanças do clima,
mudanças de vidas”, e veja como o
aquecimento global já causa impactos no
Brasil e no mundo.
Greenpeace Brasil

CLIQUE PARA VER

FÓRUM
Diante das leituras e discussões apresentadas nos textos, propomos para atividade desta aula você
assistir o vídeo disponibilizado baixo e em seguida fazer um relato colocando suas impressões
sobre esse dilema, respondendo as seguintes questões no fórum:
1. Qual a importância de ficarmos atentos a esse problema?
2. Que posturas a sociedade precisa adotar para mudar esse paradigma?
3. Como você poderia contribuir para minimizar esses impactos?

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