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República de Angola

Ministério da Educação
Instituto Politécnico de Cacuaco Nº4072

Trabalho de F.A.I

Tema:

Aquecimento Global

Docente

Luanda,2023/2024

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Republica de Angola
Ministério da Educação
Instituto Politécnico de Cacuaco Nº4072

Trabalho de F.A.I

Tema:

Aquecimento Global

Docente

Luanda,2023/2024

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Integrantes do grupo

N Classificação
º
25 João S. António
26 Joaquim Nelson Simão Sola
27 José Capipa
28 José Clementino Y. André
29 José Portugal
30 José Alexandre
31 Leonel Baquel Ambrósio

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Índice

Introdução 1
Aquecimento global 2
Terminologia 4
História do clima 5
O efeito estufa e o aquecimento global 6
Causas 7
Efeitos 8
Modelos climáticos 9
Aquecimento das águas e elevação do nível do mar 10
Saúde 11
Conclusão 12
Referências 13

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Introdução

Aquecimento global é o processo de aumento da temperatura média dos oceanos e da


atmosfera da Terra causado por massivas emissões de gases que intensificam o efeito
estufa, originados de uma série de atividades humanas, especialmente a queima de
combustíveis fósseis e mudanças no uso da terra, como o desmatamento, bem como de
várias outras fontes secundárias. Essas causas são um produto direto da explosão
populacional, do crescimento econômico, do uso de tecnologias e fontes de energia
poluidoras e de um estilo de vida insustentável, em que a natureza é vista como matéria-
prima para exploração. Os principais gases do efeito estufa emitidos pelo homem são o
dióxido de carbono (ou gás carbônico, CO2) e o metano (CH4). Esses e outros gases atuam
obstruindo a dissipação do calor terrestre para o espaço. O aumento de temperatura vem
ocorrendo desde meados do século XIX e deverá continuar enquanto as emissões
continuarem elevadas.

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Aquecimento global

O aumento nas temperaturas globais e a nova composição da atmosfera desencadeiam


alterações importantes em virtualmente todos os sistemas e ciclos naturais da Terra. Afetam
os mares, provocando a elevação do seu nível e mudanças nas correntes marinhas e na
composição química da água, verificando-se acidificação, dessalinização e desoxigenação.
Interferem no ritmo das estações e nos ciclos da água, do carbono, do nitrogênio e outros
compostos. Causam o degelo das calotas polares, do solo congelado das regiões frias
(permafrost) e dos glaciares de montanha, modificando ecossistemas e reduzindo a
disponibilidade de água potável. Tornam irregulares o regime de chuvas e o padrão dos
ventos, produzem uma tendência à desertificação das regiões florestadas tropicais,
enchentes e secas mais graves e frequentes, e tendem a aumentar a frequência e a
intensidade de tempestades e outros eventos climáticos extremos, como as ondas de calor e
de frio. As mudanças produzidas pelo aquecimento global nos sistemas biológicos,
químicos e físicos do planeta são vastas, algumas são de longa duração e outras são
irreversíveis, e provocam uma grande redistribuição geográfica da biodiversidade, o
declínio populacional de grande número de espécies, modificam e desestruturam
ecossistemas em larga escala, e geram por consequência problemas sérios para a produção
de alimentos, o suprimento de água e a produção de bens diversos para a humanidade,
benefícios que dependem da estabilidade do clima e da integridade da biodiversidade. Esses
efeitos são intimamente inter-relacionados, influem uns sobre os outros amplificando seus
impactos negativos e produzindo novos fatores para a intensificação do aquecimento
global. O aquecimento e as suas consequências serão diferentes de região para região, e o
Ártico é a região que está aquecendo mais rápido. A natureza e o alcance dessas variações
regionais ainda são difíceis de prever de maneira exata, mas sabe-se que nenhuma região do
mundo será poupada de mudanças. Muitas serão penalizadas pesadamente, especialmente
as mais pobres e com menos recursos para adaptação. Mesmo que as emissões de gases
estufa cessem imediatamente, a temperatura continuará a subir por mais algumas décadas,
pois o efeito dos gases emitidos não se manifesta de imediato e eles permanecem ativos por
muito tempo. É evidente que uma redução drástica das emissões não acontecerá logo, por
isso haverá necessidade de adaptação às consequências inevitáveis do aquecimento. Uma
vez que as consequências serão tão mais graves quanto maiores as emissões de gases
estufa, é importante que se inicie a diminuição destas emissões o mais rápido possível, a
fim de minimizar os impactos sobre esta e as futuras gerações.
A Organização das Nações Unidas publica um relatório periódico sintetizando os estudos
feitos sobre o aquecimento global em todo o mundo, através do Painel Intergovernamental
de Mudanças Climáticas (IPCC). Estes estudos têm, por motivos práticos, um alcance de
tempo até o ano de 2100. Todavia, já se sabe que o aquecimento e suas consequências
deverão continuar por séculos adiante, e algumas das consequências mais graves, como a
elevação dos mares e o declínio da biodiversidade, serão irreversíveis dentro dos horizontes

6
da atual civilização. Os governos do mundo em geral trabalham hoje para evitar uma
elevação da temperatura média acima de 1,5 °C, considerada o máximo tolerável antes de
se produzirem efeitos globais em escala catastrófica. Num cenário de elevação de 3,5 °C a
União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) prevê
a extinção provável de até 70% de todas as espécies hoje existentes. Se a elevação superar
os 4 °C, uma possibilidade que não está descartada e que a cada dia parece se tornar mais
plausível, pode-se prever sem dúvidas mudanças ambientais em todo o planeta em escala
tal que comprometerão irremediavelmente a maior parte de toda a vida na Terra. Num
cenário de altas emissões continuadas, superpopulação humana e exploração desenfreada
da natureza, semelhante ao que hoje está em curso, prevê-se para um futuro não muito
distante o inevitável esgotamento em larga escala dos recursos naturais e uma rápida
escalada nos índices de fome, epidemias e conflitos violentos, a ponto de desestruturar
todos os sistemas produtivos e sociais e tornar as nações ingovernáveis, levando ao colapso
da civilização como hoje a conhecemos. Se considerarmos o futuro para além do limite de
2100, admitindo a queima de todas as reservas conhecidas de combustíveis fósseis, projeta-
se um aquecimento dos continentes de até 20 °C, eliminando a produção de grãos em quase
todas as regiões agrícolas do mundo e criando um planeta praticamente inabitável.
A imprensa ainda dá espaço para controvérsias mal informadas, tendenciosas ou distorcidas
sobre a realidade e a gravidade do aquecimento e seus efeitos, e influentes grupos de
pressão política e econômica financiam campanhas de negacionismo climático, opondo-se
ao consenso científico virtualmente unânime dos climatologistas. Este consenso afirma que
o aquecimento global está acontecendo inequivocamente e precisa ser contido com medidas
vigorosas sem nenhuma demora, pois os riscos da inação, sob todos os ângulos, são altos
demais. De todas as ameaças ambientais contemporâneas, o aquecimento global é a maior e
a mais grave, em vista dos seus efeitos múltiplos e duradouros e do seu impacto
generalizado sobre todo o mundo. O Protocolo de Quioto e outras políticas e ações
nacionais e internacionais visam a redução das emissões. Todavia, as negociações
intergovernamentais não têm sido muito frutíferas, os avanços nas ações de mitigação e
adaptação têm sido muito lentos e pobres, e a sociedade em geral resiste irracionalmente
em acatar as conclusões da ciência e mudar seu estilo de vida. O resultado é que as
emissões de gases têm crescido sem cessar, não havendo sinais de que se reduzirão
substancialmente no futuro próximo. Ao mesmo tempo, as evidências concretas do
aquecimento global e das suas consequências têm se avolumado ano a ano. Os meios
necessários para evitar a materialização das previsões mais pessimistas já existem, como
por exemplo o uso de energia limpa, redução nos níveis de consumo, reflorestamento,
reciclagem de materiais e tratamento de resíduos, e devem ser implementados imediata e
agressivamente em ampla escala, caso contrário essas previsões se materializarão de
maneira inevitável.

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Terminologia

O termo "aquecimento global" é um tipo específico de mudança climática à escala global.


No uso comum, o termo se refere ao aquecimento ocorrido nas décadas recentes devido à
influência humana. O termo "alteração climática antrópica" equivale às mudanças no clima
causadas pelo homem. O termo "antrópico" parece ser mais adequado do que
"antropogênico", um cognato do inglês "anthropogenic", bastante usado neste assunto,
inclusive em textos em português. Porém, segundo os dicionários Priberam, Aulete e
Michaelis, em português "antropogênico" refere-se especificamente à antropogênese, a
geração e reprodução humanas e às origens e desenvolvimento do homem como espécie
(do grego ánthropos, homem + gênesis, origem, criação, geração).
Já "antrópico" é referente àquilo que diz respeito ou procede do ser humano e suas ações,
de maneira mais genérica (do grego anthropikos, humano). O dicionário Michaelis define
como "pertencente ou relativo ao homem ou ao período de existência do homem na Terra".
O dicionário Houaiss traz até mesmo, em uma de suas definições deste verbete, como
"relativo às modificações provocadas pelo homem no meio ambiente" — daí a preferência
pelo termo "antrópico", neste artigo, para designar as mudanças causadas pela influência
humana.

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História do clima

Estimativas da variação da temperatura na

Terra nos últimos 2000 anos Variação da


temperatura média global de 1880 até 2013

A Terra, em sua longa história, já sofreu muitas mudanças climáticas globais de grande
amplitude. Isso é demonstrado por uma série de evidências físicas e por reconstruções
teóricas. Já houve épocas em que o clima era muito mais quente do que o de hoje, com
vários graus acima da temperatura média atual, tão quente que em certos períodos o planeta
deve ter ficado completamente livre de gelo. Entretanto, isso aconteceu há milhões de anos,
e suas causas foram naturais. Também ocorreram vários ciclos de resfriamento importante,
conduzindo às glaciações, igualmente por causas naturais. Entre essas causas, tanto para
aquecimentos como para resfriamentos, podem ser citadas mudanças na atividade
vulcânica, na circulação marítima, na atividade solar, no posicionamento dos polos e na
órbita planetária. A mudança significativa mais recente foi a última glaciação, que terminou
em torno de 10 mil anos atrás, e projeta-se que outra não aconteça antes de 30 mil anos.[10]

9
O efeito estufa e o aquecimento global

Por efeito estufa entende-se a retenção de calor pela atmosfera, impedindo-o de se dissipar
no espaço. A origem primária deste calor é o Sol, que continuamente emite imensas
quantidades de radiação em vários comprimentos de onda, incluindo a luz visível e a
radiação térmica (calor), mas também em comprimentos não observáveis pelo ser humano
sem a ajuda de instrumentos, como o ultravioleta. Cerca de um terço da radiação que a
Terra recebe do Sol é refletida pela atmosfera de volta para o espaço, mas dois terços dela
chegam à superfície, sendo absorvida pelos continentes e oceanos, fazendo com que
aqueçam. A atmosfera, por sua vez, é aquecida em parte pela radiação direta do Sol, mas
principalmente pelo calor refletido pela superfície da Terra, mas por virtude do efeito
estufa, ali fica retido e não se dissipa para o espaço.

O efeito estufa é um mecanismo natural fundamental para a preservação da vida no mundo


e para a regulação e suavização do clima global, que oscilaria entre extremos diariamente,
caso ele não existisse. O efeito estufa funciona como um amortecedor de extremos. Sem
ele, a Terra seria cerca de 30 °C mais fria do que é hoje. Provavelmente ainda poderia
abrigar vida, mas ela seria muito diferente da que conhecemos e o planeta seria um lugar
bastante hostil para a espécie humana viver. Porém, mudanças na composição atmosférica
podem desequilibrá-lo. O que ocorre hoje, em vista da mudança na composição atmosférica
provocada pela emissão continuada e massiva de diversos gases, é sua intensificação,
fazendo com que passe a abafar demais o planeta.

Vários gases obstruem a perda de calor da atmosfera, chamados em conjunto gases do


efeito estufa ou, abreviadamente, gases estufa. Eles têm a propriedade de serem
transparentes à radiação na faixa da luz visível, mas são retentores de radiação térmica. Os
mais importantes são o vapor d'água, o gás carbônico (dióxido de carbono ou CO2), o
metano (CH4), o óxido nitroso (NO2) e o ozônio (O3). Apesar de em proporções absolutas
o vapor d'água e o gás carbônico serem os mais efetivos, por existirem em maiores
quantidades, a potência desses gases, comparada individualmente, é muito distinta. O
metano, por exemplo, é de 20 a 30 vezes mais potente que o gás carbônico. Não só os gases
estufa vêm aumentando. O crescimento das concentrações de poluentes aerossóis, que
bloqueiam parte da radiação solar antes que atinja a superfície, e tendem a provocar um
resfriamento, contribuiu para retardar o processo de aquecimento global.

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Causas

Geração de energia

A geração de eletricidade e calor pela queima de combustíveis fósseis é responsável por


uma boa parcela das emissões globais. A maior parte da eletricidade ainda é gerada pela
queima de carvão, petróleo ou gás, o que produz dióxido de carbono e óxido nitroso,
poderosos gases de efeito estufa que recobrem o planeta e retêm o calor do sol. No mundo
todo, apenas cerca de um quarto da eletricidade é gerada por vento, sol e outros recursos
renováveis que, ao contrário dos combustíveis fósseis, emitem pouco ou nenhum gás de
efeito estufa ou poluentes do ar.

Fabricação de produtos

A manufatura e a indústria produzem emissões, principalmente pela queima de


combustíveis fósseis para gerar energia para fabricar cimento, ferro, aço, eletrônicos,
plástico, roupas e outros produtos. A mineração e outros processos industriais também
liberam gases, assim como a indústria da construção civil. Máquinas usadas no processo de
fabricação muitas vezes funcionam com carvão, petróleo ou gás, e alguns materiais, como
plástico, são fabricados com produtos químicos extraídos dos combustíveis fósseis. A
indústria de manufatura é uma das maiores contribuintes para as emissões de gases do
efeito estufa no mundo.

Desmatamento florestal

O desmatamento de florestas para criar fazendas ou pastos, ou por outros motivos, gera
emissões. Isso acontece porque, ao serem cortadas, as árvores liberam o carbono que
estavam armazenando. Cerca de 12 milhões de hectares de florestas são destruídos por ano.
Como as florestas absorvem o dióxido de carbono, a destruição delas também limita a
capacidade da natureza em manter as emissões fora da atmosfera. O desmatamento, assim
como a agricultura e outras mudanças no uso da terra, é responsável por cerca de um quarto
das emissões globais de gases do efeito estufa.

Produção de alimentos

A produção de alimentos gera emissões de dióxido de carbono, metano e outros gases do


efeito estufa de várias maneiras, inclusive pelo desmatamento e limpeza de terras para
agricultura e pastagem, consumo por gado e ovelhas, produção e uso de fertilizantes e

11
esterco para a agricultura e uso de energia para o funcionamento de equipamentos agrícolas
ou barcos de pesca, geralmente com combustíveis fósseis. Tudo isso torna a produção de
alimentos um dos principais contribuintes para as mudanças climáticas. E as emissões de
gases do efeito estufa também ocorrem na embalagem e distribuição dos alimentos.

Efeitos

O aumento das temperaturas ao longo do tempo está mudando os padrões climáticos e


perturbando o equilíbrio da natureza. Isso representa muitos riscos para os seres humanos e
todas as outras formas de vida na terra.
Temperaturas mais altas
À medida que a concentração dos gases de efeito estufa aumenta, o mesmo acontece com a
temperatura da superfície global. A última década (2011-2020) é a mais quente já
registrada. Desde os anos 1980, cada década tem sido mais quente do que a anterior. Quase
todas as áreas têm tido mais dias quentes e ondas de calor. Temperaturas mais elevadas
aumentam o número de doenças relacionadas ao calor e dificultam o trabalho ao ar livre.
Incêndios começam com mais facilidade e se espalham mais rapidamente quando as
condições estão mais quentes. As temperaturas no Ártico aumentaram pelo menos duas
vezes mais rápido do que a média global.
Tempestades mais severas
Tempestades destrutivas têm se tornado mais intensas e frequentes em muitas regiões.
Conforme as temperaturas aumentam, mais umidade evapora, agravando chuvas e
inundações extremas e causando tempestades mais destrutivas. A frequência e a dimensão
das tempestades tropicais também são afetadas pelo aquecimento do oceano. Ciclones,
furacões e tufões se alimentam da água quente na superfície do oceano. Com frequência,
essas tempestades destroem casas e comunidades, causando mortes e enormes perdas
econômicas.
Aumento da seca
As mudanças climáticas afetam a disponibilidade de água, tornando-a mais escassa em
mais regiões. O aquecimento global agrava os períodos de seca em regiões onde a falta de
água já é comum e leva a um risco maior de secas agrícolas, afetando plantações, e secas
ecológicas, aumentando a vulnerabilidade dos ecossistemas. Os períodos de seca também
podem causar destrutivas tempestades de areia e poeira, que podem mover bilhões de
toneladas de areia entre continentes. Os desertos estão crescendo, reduzindo a área
cultivável. Muitas pessoas agora enfrentam a ameaça de não ter água suficiente
regularmente.
Pobreza e deslocamento

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As mudanças climáticas aumentam os fatores que levam as pessoas à pobreza e as mantêm
nessa situação. Inundações podem assolar favelas urbanas, destruindo casas e meios de
subsistência. O calor pode dificultar o trabalho ao ar livre. A escassez de água pode afetar a
agricultura. Na última década (2010–2019), eventos relacionados ao clima provocaram o
deslocamento estimado de, em média, 23,1 milhões de pessoas por ano, deixando muitos
mais vulneráveis à pobreza.
Modelos climáticos

Um modelo climático é uma representação matemática de cinco componentes do sistema


climático: atmosfera, hidrosfera (águas), criosfera (ambientes gelados), superfície
continental e biosfera (seres vivos). Estes modelos se baseiam em princípios físicos que
incluem dinâmica de fluidos, termodinâmica e transporte radiativo. Podem incluir
componentes que representam os padrões de ventos, temperatura do ar, densidade e
comportamento de nuvens, e outras propriedades atmosféricas; temperatura oceânica,
salinidade e circulação marinha; cobertura de gelo continental e oceânica; transferência de
calor e umidade do solo e vegetação para a atmosfera; processos químicos e biológicos,
entre outros. Porém, o comportamento natural destes elementos não foi suficiente para
explicar as mudanças climáticas recentes. Apenas quando os modelos incluem influências
humanas, como o aumento da concentração de gases estufa ou a mudança no uso da terra, é
que eles conseguem reproduzir adequadamente o aquecimento recente. É significativo que
nenhum dos modelos que excluem os fatores humanos pôde reproduzir os registros
objetivos com fidelidade.
Para provar sua confiabilidade os modelos que estabelecem previsões futuras precisam
reproduzir as observações reais registradas historicamente. Os modelos mais usados são
globais, notoriamente imprecisos no que diz respeito a detalhamentos localizados, e
certamente têm limitações e margens de erro, mas eles reproduzem com grande
aproximação as mudanças do clima em escala global observadas no passado e atestadas por
registros de vários tipos. Se a checagem com as séries históricas se confirma, pode-se usar
o mesmo modelo de maneira reversa para prever o futuro com bom grau de confiabilidade.
Mas, pelas suas limitações, os modelos não podem chegar ao nível do detalhe regional
microscópico, e também porque não se pode saber antecipadamente como a sociedade
responderá no futuro próximo ao desafio de continuar florescendo sem destruir o meio
ambiente. Essa resposta, ainda incerta, introduzirá novos fatores na equação, podendo
mudar os cenários de longo prazo radicalmente para melhor ou para pior. De qualquer
modo, para minimizar as incertezas, os modelos vêm sendo constantemente aperfeiçoados.

13
Aquecimento das águas e elevação do nível do mar

O aquecimento global provoca subida dos mares através de dois fatores principais: o
primeiro é a expansão térmica das águas, um mecanismo pelo qual as águas se expandem
ao aquecer, ocupando maior volume. Os oceanos absorvem cerca de 90% do calor gerado
pelo efeito estufa, e por isso aquecem e se expandem. Segundo informa o IPCC, calcula-se
que a expansão térmica contribua atualmente com pelo menos 0,4 (±0,1) mm de elevação
anual. A expansão térmica da água tem sido responsável até agora por cerca de 50% da
elevação total, mas essa proporção poderá mudar futuramente com a variação da
contribuição do derretimento dos gelos. Um estudo de 2012 de Levitus et al. encontrou que
se todo o calor armazenado nos oceanos desde 1995 fosse liberado de uma só vez para a
atmosfera inferior (10 km), esta camada teria sua temperatura elevada em 36 °C. Isso não
vai ocorrer desta maneira, mas dá uma medida do grande papel dos mares na dinâmica da
temperatura mundial, e evidencia o quanto eles têm retardado o aumento do aquecimento
atmosférico geral. Porém, este importante armazenamento de calor tem gerado efeitos
negativos de grande amplitude para a vida marinha. O aquecimento tem sido observado de
forma consistente em todas as bacias oceânicas do mundo, mesmo levando em conta a
variabilidade regional ou multidecadal que ocorre naturalmente, como o fenômeno do El
Niño e a Oscilação do Atlântico Norte.
O segundo fator importante é o derretimento das calotas polares e dos glaciares de
montanha, que acrescenta água líquida aos mares. As perdas totais de gelo mundial entre
2005 e 2009 foram calculadas pelo 5º Relatório do IPCC em 301 gigatoneladas por ano em
média. As perdas vão continuar grandes no futuro próximo mesmo se as temperaturas se
estabilizarem imediatamente. Não há garantia de que a tendência será reversível. Dados da
NASA revelam que o gelo perdido nas geleiras e calotas polares entre 2003 e 2010
totalizou cerca de 4,3 trilhões de toneladas, adicionando cerca de 12 milímetros ao nível do
mar.

14
Saúde

O mosquito transmissor de malária tem sua multiplicação


e dispersão favorecidas pelo aumento de temperatura

É esperado o aumento na incidência e mudanças na distribuição geográfica de várias


doenças, especialmente as cardiorrespiratórias, as infecciosas e as ligadas à má nutrição,
elevando significativamente os custos com a assistência médica e social. [76][132] O
aquecimento deve provocar também a redistribuição geográfica de todas as doenças que de
alguma forma são influenciadas pelo clima e pelas condições do tempo. Doenças como a
malária e a dengue, que são veiculadas por mosquitos, ocorrem em regiões quentes, onde o
desenvolvimento do mosquito é favorecido. Com a elevação das temperaturas globais,
regiões mais frias, antes imunes a essas doenças, estão se tornando novos focos epidêmicos,
e onde elas já existiam, estão se agravando. Segundo Barcellos et al., a malária é um dos
principais problemas de saúde pública na África, ao sul do deserto do Saara, no sudeste
asiático e nos países amazônicos da América do Sul, e a dengue é a principal doença
reemergente nos países tropicais e subtropicais. Várias outras moléstias influenciadas pelo
clima, como a leishmaniose, febre amarela, filariose, febre do oeste do Nilo, doença de
Lyme, ebola e várias arboviroses, provavelmente seguirão neste caminho. Outras
perturbações nos ecossistemas ou nos sistemas produtivos, que favoreçam a proliferação de
vetores dessas doenças ou diminuam a resistência humana às infecções, como a
subnutrição, a água potável de baixa qualidade, problemas de saneamento como ocorre nas
inundações, tendem a aumentar a gravidade e a incidência das epidemias. Alterações de
temperatura, umidade e chuva podem amplificar os efeitos das doenças respiratórias, assim
como alterar as condições de exposição aos poluentes atmosféricos.

Outras doenças que estão tendo condições mais favoráveis de difusão em virtude do
aquecimento são as zoonoses, aquelas que são típicas de animais mas podem contaminar o
homem. A degradação ambiental generalizada que ocorre hoje força migrações de
populações selvagens e muitas vezes elas invadem áreas habitadas pelo homem em busca

15
de novos locais de abrigo e alimento, facilitando as infecções. Outros fatores colaboram
ativamente neste processo, como o crescente comércio de espécies selvagens exóticas e
mudanças no uso da terra. Epidemias recentes de gripe aviária, Vírus Ebola e síndrome
respiratória aguda grave, que custaram muitas vidas e enormes recursos financeiros, são
exemplo dramáticos de zoonoses que provavelmente se tornarão mais frequentes, e sob
certas circunstâncias podem degenerar em perigosas pandemias.

Conclusão

"O aquecimento global refere-se ao aumento elevado da temperatura média da Terra.


Apesar de ser um assunto que não é um consenso na comunidade científica, muitos
estudiosos acreditam que esse fenômeno se agravou em razão das atividades humanas. A
poluição do ar por meio de queimadas, do intenso uso de transportes e do aumento da
produção no setor industrial também é associado ao aquecimento global. As principais
consequências desse fenômeno são o derretimento das calotas polares, o aumento do nível
dos oceanos, a diminuição dos recursos hídricos e diversas anomalias climáticas, como El
Niño e furacões."

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Referências

 United States Environmental Protection Agency. "Climate Change: Basic

Information", 14/06/2016

 "Antropogênico". Dicionário Priberam. Consulta 20/08/2013.

 "Antropogénese". Dicionário Priberam. Consulta 01/09/2013.

 "Antropogênese". Dicionário Michaelis. Editora Melhoramentos, 1998-2009.

 "Antropogênese"[ligação inativa]. Dicionário Aulete, consulta 01/09/2013.

 "Genesis". Online Etymology Dictionary, Douglas Harper, 2001-2013.

 "Antrópico". Dicionário Priberam. Consulta 20/08/2013.

 "Anthropic". Online Etymology Dictionary, Douglas Harper, 2001-2013.

 "Antrópico". Dicionário Michaelis. Editora Melhoramentos, 1998-2009

 IPCC (2007a). Climate Change 2007: The Physical Science Basis. Contribution of

Working Group I to the Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel

on Climate Change [Solomon, S., D. Qin, M. Manning, Z. Chen, M. Marquis, K.B.

Averyt, M. Tignor and H.L. Miller (eds.). Cambridge University Press, 2007, pp.

449–454

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