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A interferência humana nas mudanças

climáticas

O papel dos cientistas é apresentar os fatos, as perspectivas e as


consequências, mas a decisão sobre o que fazer com eles envolve a todos

"Estima-se que o planeta Terra tem aproximadamente 4 bilhões de anos.


Durante esse período, ele passou por diferentes transformações que
foram divididas em eras geológicas. Essas eras correspondem a grandes
intervalos de tempo que foram divididos, ainda, em períodos. Evidências
demonstram que em todos esses períodos houve alguma extinção em
massa, isto é, o decréscimo da biodiversidade devido à extinção de vários
grupos de seres vivos ao mesmo tempo. As causas dessas extinções
podem variar, mas são fortes as evidências que indicam que elas não
sejam resultado de um fato isolado, mas da combinação de vários
fenômenos. Entre os principais acontecimentos podem ser citados
choques de asteroides, erupções vulcânicas e alterações climáticas.

A história do clima da Terra nos mostra que as eras do gelo vêm e vão e
são causadas por mecanismos naturais que a humanidade é incapaz de
controlar. E que, ao longo da história, a extinção de espécies e mudanças
climáticas são comuns. A raiz de muitos problemas ambientais, se não
todos, nos coloca diante do problema do tamanho da população humana.
Erroneamente, diz-se que a população global tem crescido
exponencialmente. No entanto, em uma população que cresce
exponencialmente, a taxa de aumento por indivíduo é constante. Mas a
população humana cresce a uma taxa em aceleração.

A mudança climática é um problema global


com graves implicacações
Mais pessoas significam aumento por demanda de energia e maior
consumo de recursos não renováveis, como combustíveis fósseis,
petróleo, carvão e gás natural. Esses combustíveis se originaram a partir
de restos de seres vivos que foram se depositando ao longo de milhões
de anos em camadas muito profundas da crosta terrestre, transformados
pela ação da temperatura e pressão. Em curto prazo de tempo, o homem
os explora e os queima, liberando para a atmosfera grandes quantidades
de carbono, quantidades estas que foram acumuladas há cerca de 65
milhões de anos.

Sem dúvida nenhuma, o uso de combustíveis fósseis tem fornecido


energia para transformar grande parte do nosso planeta por meio do
desenvolvimento industrial, da agricultura intensiva e da urbanização.
Entretanto, é evidente a interferência das ações humanas sobre uma
diversidade de problemas ambientais, entre os quais estão as mudanças
climáticas. A compreensão das mudanças climáticas envolve muitos fatos;
a evidência é bastante clara a partir de observações e análises, mas os
fatos não são suficientes. O papel dos cientistas é apresentar os fatos, as
perspectivas e as consequências, mas a deciĺsão sobre o que fazer com
eles envolve a todos.
Assim, os valores, a equidade entre nações e gerações, os interesses, o
princípio da precaução, a ideologia e muitos outros fatores entram em
jogo para decidir se não devemos fazer nada e sofrer as consequências,
ou se devemos agir. O fato é que a mudança climática é um problema
global com graves implicações – ambientais, sociais, econômicas, políticas
– e representa um dos principais desafios com que a humanidade se
depara nos dias atuais e, certamente, enfrentará em um futuro não muito
distante. Os cientistas têm dois desafios urgentes: avançar no
conhecimento científico e envolvê-lo integralmente nas políticas locais,
nacionais e globais.

Aquecimento global é causado pela


atividade humana

Relatório do Painel da ONU sobre Mudança Climática confirma influência


humana como a causa dominante do aumento da temperatura do
planeta; concentração de gases como o CO2 é a maior em 800 mil anos

Comentário Akatu: Como confirma o novo levantamento do Ipcc, órgão


criado pelo Pnuma-ONU para estudar as mudanças climáticas, a atividade
humana é uma das principais responsáveis pelo crescente aquecimento
global. Mas não é somente a poluição industrial que gera esse tipo de
alteração climática: desmatamento, exploração pecuária em larga escala,
utilização de meios de transportes movidos a combustíveis fósseis e
energias geradas de forma poluente também entram nessa lista. Se os
consumidores são parte da origem do problema, também são parte de
sua solução. Por meio de mudanças em suas práticas cotidianas, os
consumidores se percebem como cidadãos e se empoderam, forçando as
empresas a produzirem de forma mais limpa. Este novo comportamento
e esta nova consciência são primordiais para reduzir o aquecimento
global e suas consequências ruins ao clima do planeta.

O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, Ipcc, confirmou


no último dia 27 de setembro que a influência humana é a causa
dominante do aquecimento global observado desde 1950.

As atividades humanas contribuem com 95% a 100% do aumento da


temperatura do planeta. Da cidade de Xian, na China, o professor e
membro do IPCC, Filipe Duarte Santos, explicou à Rádio ONU quais são
essas ações.

“As atividades são essencialmente duas. A utilização dos combustíveis


fósseis, do carvão, do petróleo e do gás natural. Esses combustíveis
fósseis representam cerca de 80% das fontes primárias de energia a nível
global, 80% é um valor muito elevado. E a outra causa das emissões de
dióxido de carbono na atmosfera são as alterações do uso dos solos e em
particular, o desmatamento.”

O professor Filipe Duarte Santos ressalta que a agricultura e a pecuária


também causam o aquecimento global. Segundo ele, a produção de
arroz, por exemplo, lança na atmosfera grandes quantidades do gás
metano.

Níveis Históricos

O relatório do Ipcc informa ainda que a concentração na atmosfera de


gases como metano, dióxido de carbono, CO2, e óxido nitroso, é a maior
já observada em 800 mil anos. Só as concentrações de CO2 aumentaram
40% desde os níveis da era pré-industrial. O oceano absorve 30% desses
gases, o que causa a acidificação dos mares.

O Ipcc destaca que a mudança climática é sem precedentes, com


aquecimento da atmosfera e dos oceanos; diminuição da neve e do gelo;
aumento do nível do mar e maior concentração de gases que causam o
efeito estufa.

A previsão do painel é que a temperatura média global irá aumentar


entre 0,3° C e 0,7° C no período 2016-2035. Com a mudança do clima, a
população enfrenta menos dias frios e mais dias e noites quentes. Outra
estimativa do Ipcc é de que até 2100, o volume glacial pode ser entre 35%
e 85% menor.

O painel recomenda uma redução sustentada e substancial das emissões


dos gases que causam o efeito estufa, como maneira para limitar a
mudança climática. Mas o Ipcc acredita que os efeitos irão persistir por
“muitos séculos, mesmo se houvesse um fim das emissões de dióxido de
carbono”.
Potencialização do efeito estufa
O EFEITO ESTUFA é um fenômeno natural que ocorre no planeta
garantindo assim a manutenção da temperatura na superfície terrestre;
esse fenômeno tem início com a radiação solar que chega até a superfície
do planeta aquecendo-o e depois essa radiação solar é refletida para o
espaço, sendo esse ciclo constante. Entretanto com as novas demandas
de consumo/produção a emissão de certos gases na atmosfera tem
alterado o Efeito Estufa potencializando seus efeitos sobre a superfície
terrestre, os gases mencionados são GÁS CARBÔNICO, DIÓXIDO DE
ENXOFRE e o METANO, os chamados gases de efeito estufa, esses gases
em concentrações pequenas em condições normais da atmosfera são
"reciclados" sem causar danos ao ambiente, más quando emitidos em
grandes quantidades eles se acumulam na atmosfera formando uma
espécie de barreira agindo diretamente sobre o funcionamento da
manutenção do calor no planeta; isso porque a radiação solar continua
atingindo a superfície terrestre porém não consegue ser refletida para o
espaço, onde o calor fica aprisionado sobre a Terra, elevando as
temperaturas nos mais diversos ambientes, sejam terrestres ou
aquáticos.

Essa variação de temperatura por mais imperceptível que seja atinge


amplamente as mais diversas formas de vida, causando-lhes modificações
nos ciclos reprodutivos, alterações nas cadeias alimentares, alteração
geográficas em seus hábitats e o fato mais grave, a extinção de dezenas
de espécies animais e vegetais.
Os dois infográficos acima demonstram bem a natureza do efeito estufa e
as alterações causadas pelo homem em seu funcionamento

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