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LIVRO: Mudanças climáticas: do global ao local

CAPITULO - Aquecimento Global e seus efeitos para a saúde na Cidade de São Paulo.

O homem vítima e vilão das Mudanças Climáticas.

As mudanças climáticas podem ser fruto das atividades humanas e, paradoxalmente, ter o próprio
homem como um dos alvos preferenciais dos impactos dos desequilíbrios ambientais por elas
causados. Enredados na trama de vilões e vítimas, os homens, notadamente aqueles que vivem nas
cidades, sofrerão as consequências das inundações, dos deslizamentos de terra, do recrudescimento
de doenças veiculadas por insetos, da carência de água e alimentos e dos deslocamentos de grande
número de pessoas.

A vulnerabilidade ambiental dos grandes centros urbanos é mais acentuada nas megacidades dos
países em desenvolvimento, que experimentaram crescimento muitas vezes caótico, criando
cinturões de pobreza onde a qualidade dos serviços ambientais é precária. Ilhas de calor, moradias
situadas em áreas críticas com declividade acentuada ou de enchentes, transporte e saneamento
básico precários são a regra, magnificando os problemas dos mais desfavorecidos às mudanças
climáticas e criando as bases da desigualdade sócio-­‐econômica e ambiental.

A dimensão e a intensidade dos impactos à saúde humana possivelmente decorrentes das mudanças
climáticas tornam imperativas medidas de mitigação e adaptação. Essas medidas envolvem
investimentos de monta e mudanças significativas do comportamento humano em relação aos seus
hábitos de consumo. Este é um cenário paradoxal, dado que os investimentos necessários para
proteger a saúde humana frente às mudanças climáticas deverão, em muitas situações, ser feitos em
cidades de países que não possuem condições financeiras para fazê-­‐lo. Mais ainda, os habitantes
dessas mesmas cidades serão solicitados a reduzirem as suas expectativas de consumo antes mesmo
de terem atingido o patamar dos países desenvolvidos, o que dificulta o processo de adoção de
hábitos sustentáveis.

Mantido o atual padrão de consumo energético, excessivo e insustentável, incorrer-­‐se-­‐á em riscos


importantes para a saúde humana. O acúmulo de poluentes primários emitidos a partir de
termoelétricas e escapamentos de veículos aumentará a taxa de mortalidade por câncer e por
doenças dos sistemas cardiovasculares e respiratório. O aumento do ozônio troposférico causará
danos aos pulmões. Maior dose de radiação ultravioleta elevará o risco para tumores de pele. A
escassez de recursos hídricos e a desertificação de algumas áreas do planeta poderão trazer fome e
migrações de grande vulto. O consumo de água de pior qualidade elevará a taxa de doenças de
veiculação hídrica, como a diarréia ou a intoxicação por metais pesados. Os mosquitos
transmissores de doenças infecciosas, como a malária e a dengue, proliferarão mais rapidamente e
invadirão áreas hoje de clima temperado, aumentando o número de vítimas. Desastres naturais
causados por eventos climáticos extremos, como inundações e furacões, cobrarão um pedágio
doloroso. Evitar este conjunto de situações é um dever e o momento de fazê-­‐lo é agora, enquanto
vivenciamos estes impactos, temos a consciência da gravidade do problema e ainda nos resta tempo
para resolvê-lo.

Os impactos à saúde humana promovidos pelas mudanças climáticas têm sido objeto de várias
análises, como a série intitulada Saúde e Mudança Climática veiculada pela revista Lancet (THE
LANCET, 2009)1. Menos conhecidos são os benefícios locais para a saúde que podem ocorrer da
implementação de políticas de redução de gases de efeito estufa, com abrangência global. (INTER
ACADEMY MEDICAL PANEL, 2010)2. O conjunto de evidências indica claramente que os
profissionais de saúde têm um papel fundamental na construção de uma economia de baixo
carbono, especialmente devido às evidências dos benefícios para a saúde pública das medidas de
mitigação e adaptação aos gases de efeito estufa. (MCMICHAEL, 2009)3.

Cronologia do Conhecimento sobre as Alterações do Clima Promovidas pelo Homem

A noção de que a ação humana poderia causar aquecimento da atmosfera não é nova. No final do
século XIX, o cientista sueco Svante Arrehenius argumentava que a geração de dióxido de carbono
promovida pela atividade humana poderia afetar o clima pela indução do aquecimento da
atmosfera4. Contudo, em 1954, o jovem químico Charles David Keeling começou a trabalhar no
Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos EUA e no seu estudo teórico buscava saber se a pressão
de um gás seria a mesma na água e no ar. Keeling começou a armazenar medias de concentração do
dióxido de carbono, diariamente e em lugares cada vez mais remotos5. Os resultados mostraram que
em qualquer lugar que fosse medido, a concentração do dióxido de carbono no ar atmosférico, os
valores oscilavam em torno de 315 partes por milhão (ppm), observou também que existia uma
flutuação diaria, com valor mínimo pouco depois do meio-dia e valor máximo na madrugada. Tal
variação poderia ser explicada devido ao comportamento das plantas verdes, que equilibrava estas
concentrações entre a respiração e a fotossítese.
Ao participar das comemorações do Ano Geofísico Internacional em 1957, Keeling foi envolvido
em um projeto para verificar se as concentrações de dioxido de carbono estava aumentando, pois
dois climatologistas mostraram resultados importantes sobre a incapacidade do oceano de absorver
todo o dióxido de carbono produzido pelas ações humanas e, como consequencia, a hipótese era que
as concentrações desse gás tendenriam a aumentar na atmosfera. Como parte do esforço para
verificar esta hipótese, foi montada uma base de pesquisa na ilha vulcânica de Mauna Loa, no
Havaí, em pleno Pacífico tropical e Keeling começou as medições em 19585,6. Quando faleceu em
2005, o cientista deixou 47 anos de medições diárias deste gás e uma surpreendente descoberta: A
ação antrópica aumentou execessivamente os níveis deste gás no planeta e, a velocidade deste
aumento demonstrou que é a primeira vez que a ação humana pode provomer mudanças no clima
semelhante a forçantes geológicas.
Foi diante das observações deixadas por keeling, que a comunidade científica despertou para o
grave problema do quecimento global e suas possíveis consequencias para a humanidade7. Em
1979, a primeira Conferência Mundial sobre o Clima, organizada pela Organização Meteorológica
Mundial (OMM), expressou que “a expansão continuada das atividades humanas na Terra pode
causar significativas mudanças no clima, com extensão regional e mesmo global”. Tal alerta
apontava para a necessidade de uma cooperação global no sentido de considerar a mudança no
clima no planejamento do desenvolvimento futuro da sociedade humana. Em 1985, uma
conferência conjunta (MMO/PNUMA/Conselho Internacional para a Ciência - ISCU) ocorrida na
Áustria concluiu que como consequencia do aumento dos gases de efeito estufa, um aumento da
temperatura média global poderia ser maior do que em qualquer época da história da Humanidade.
Apesar de muitos pesquisadores observarem estas evidencias ainda não se tinha um trabalho
coordenado para estuda este fenômeno. Isso só veio ocorrer em 1987, no 10º Congresso da OMM,
onde foi reconhecida a necessidade de uma avaliação científica coordenada internacionalmente, que
fosse também objetiva e balanceada, para a compreensão dos efeitos do aumento das concentrações
de Gases de Efeito Estufa (GEE)i no clima da Terra e a forma como estas mudanças poderiam
afetar os padrões socioeconômicos. Diante desta necessidade o Conselho Executivo da OMM
juntamente com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) estabeleceram o
Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas e em novembro de 19888, o IPCC realizou
sua primeira Sessão de Plenário estabelecendo três grupos de trabalho que poderiam preparar
relatórios de avaliação, os quais seriam:
• Grupo de Trabalho I – voltado para a avaliação científica de uma ampla gama de tópicos,
incluindo GEE e aerossóis, forçamento radiativo, processos e modelagem, observação das variações
climáticas e suas mudanças, e detecção de GEE mediante observações9
• Grupo de Trabalho II – voltado para avaliação resumida da compreensão científica acerca dos
impactos das mudanças do clima na agricultura e florestas, ecossistemas naturais terrestres,
hidrologia e recursos hídricos, assentamentos humanos, zonas costeiras e oceânicas e também áreas
cobertas sazonalmente por neve, gelo e “permafrost” 10.
• Grupo de Trabalho III – voltado para as respostas estratégicas, foram estabelecidos subgrupos para
as opções de respostas de mitigação e adaptação nas áreas de energia e indústria, agricultura e
silvicultura e outras atividades humanas, inclusive impactos na saúde humana11.
Até hoje, foram publicados quatro relatórios de avaliação do IPCC (1990, 1995, 2001 e 2007). No
entanto, no seu último relatório em 2007, o IPCC foi categórico em a afirmar que o clima do planeta
está mudando por causa da ação humana. Esta informação foi assustadora e colocou o homem como
vilão e vítima do aquecimento global. Resultados preliminares do próximo relatório proposto para
sair em 2011, aponta que, o se agravou problema e que as incertezas acerca das consequencia do
aquecimento global ainda são imprevisíveis8.

Consequencias do aquecimento global

Quando se quer estudar a atmosfera a melhor ferramenta são os modelos matemáticos que simulam
o tempo meteorológico, o clima e seus cenários de alterações climáticas. Estes modelos são
programas computacionais que representa aproximações numéricas de equações matemáticas
representativas das leis físicas que regem os movimentos da atmosfera. Sua utilização se dá por ser
inviável simular as interações da atmosfera e biosfera dentro de um laboratório, com todas as
variáveis de contorno controladas como é costume na área de saúde. Na atmosfera impera a lei do
caos, em que as interações entre as várias escalas temporais e espaciais interagem e as condições de
contorno são incontroláveis na realidade, diante destas dificuldades a única forma de estudar a
atmosfera e através das simulações matemáticas e por sua vez, muitas vieses ocorrem neste
processo. Isso explica a necessidade das previsões serem probabilísticas e nunca determinísticas12.
Em particular, para se projetar cenários prováveis de alterações climáticas para o futuro são estes
modelos matemáticos do sistema climático global (MCG), que simulam numericamente (de forma
quantitativa) o comportamento dos compartimentos climáticos e de suas interações. Dentro (dos
MCG os compartimentos são a atmosfera, solo, oceanos, criosfera, vegetação, ciclos
biogeoquímicos, química da atmosfera, etc. A cada dia novos estudos são feitos no sentido de
aprimorar estes compartimentos e suas inter-relações 8,13. A partir destes modelos torna-se possível
a simulação de cenários futuros de evolução do clima a partir de vários cenários de emissões dos
Gases de Efeito Estufa (GEE). Contudo, apesar dos avanços científicos na área de modelagem
climática, há duas grandes fontes de incertezas ao utilizar estes modelos apontadas por Nobre, 2004.
A primeira, é que não temos como precisar a trajetória futura das emissões dos GEE e de aerossóis
atmosféricos, pois estas emissões depende de decisões humanas sobre mitigação efetivamente
implementada. A segunda fonte de incerteza consiste no fato que os modelos matemáticos são
representações imperfeitas da natureza. Como resultados disso, os modelos climáticos diferem
substancialmente entre eles em suas projeções para o clima do futuro, dado o mesmo cenário de
evolução das concentrações de GEE e de aerossóis na atmosfera. A maneira de abordar essas duas
incertezas é utilizar vários cenários de emissões de GEE e diferentes modelos climáticos14.
Um outro problema, é a resolução espacial dos modelos climáticos que variam na escala espacial de
200 a 400 km de latitude/longitude, ou seja, baixa resolução espacial. Todavia, mais uma vez,
recorre-se a matemática, utilizando uma técnica de “downscaling” para tentar refinar a relativa
baixa resolução espacial dos MCG para escalas com mais alta resolução sobre a área de interesse.
Com o objetivo de produzir cenários de mudança climática numa escala espacial mais alta (50 km)
para América do Sul, o projeto “Caracterização do Clima Atual e Definição das Alterações
Climáticas para o Território Brasileiro ao Longo do Século 21”13, foram utilizados três modelos
regionais (ETA/CPTECInpe, RegCM3 e HadRM3P) para elaborar cenários de mudança climática.
Os resultados desta análise mostra que as mudanças para o Brasil13,14,16 serão mais intensas na
região tropical, especificamente Amazônia e Nordeste do Brasil. Estas duas regiões constituem o
que poderia ser chamado de “hot spots” de mudanças climáticas e representam as regiões mais
vulneráveis do Brasil às mudanças climáticas, tanto na componente socioeconômica como em
termos da biodiversidade15. Além disso, uma mudança nestas regiões altera todo o regime climático
das outras regiões brasileiras, principalmente no que diz respeito ao regime de chuvas das demais
regiões do Brasil. Fato preocupante, uma vez que nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste se
concentram praticamente toda atividade agrária e de produção de alimentos do País.
Mesmo levando em conta as incertezas dos MCG, uma das projeções importantes é a que diz
respeito à maior ocorrência de extremos climáticos e de eventos intensos, como secas, veranicos,
13, 15,16
vendavais, tempestades severas, inundações, etc., num planeta mais aquecido . De certa
forma, já estamos vivendo isso, pois as graves catástrofes ambientais ocorridas no Brasil nos
últimos anos ilustram bem que o País é vulnerável as mudanças climáticas, principalmente os
grandes centros urbanos onde o aglomerado humano é maior e é de se esperar que os impactos
também sejam ampliados, principalmente no que diz respeito a vida humana e seu bem estar.

Variáveis atmosféricas e seu impacto na saúde humana

Temos vivenciado nos últimos anos, as conseqüências das mudanças climáticas por meio do
aumento na freqüência de eventos extremos meteorológicos e surgimento de novos eventos até
então nunca registrados, como é o caso dos furacões que estão se formando no Oceano Atlântico
Sul. Todos estes acontecimentos agravam-se quando ocorrem em países pobres, onde a
vulnerabilidade da população é maior. Seja por moradias em áreas de risco, seja pela capacidade de
reconstrução e adaptabilidade a novos cenários climáticos. Os eventos extremos têm provocado
sérios danos à saúde. Seja por acidentes e mortes devido a catástrofes ocorridas pelo clima
(tempestades, inundações, furacões, deslizamento, etc) ou pela mudança (por meio de
desmatamento, queimadas, poluição, asfaltamento, etc) no microclima de uma região, favorecendo
a o aparecimento ou a agravamento de quem sofre de doenças crônicas.
Nos últimos anos muitas pesquisas realizadas comprovam a influência do tempo, clima e poluição
do ar na saúde dos seres humanos. Em particular, há evidências estatísticas de que os fenômenos
17,18. 19,20
meteorológicos têm uma correlação direta com a saúde do homem . Contudo, além das
doenças de ordem crônica e aguda que são influenciadas por agentes poluidores e condições de
tempo extremas, existem também as enfermidades provocadas por vetores. Estas são as arboviroses,
termo derivado do idioma inglês como abreviatura da expressão “arthropod borne virus”, que
designa um grupo de microorganismos que compartilham a característica comum de serem
transmitidos a hospedeiros vertebrados por artrópodes. Estima-se em 100 o número de arbovirus
que causam doença em humanos e em 40 o número dos que causam doenças em animais
domésticos. A grande parte das arboviroses são zoonoses, doenças causadas por vírus cujo
hospedeiro natural é algum vertebrado, em particular aves e mamíferos. Os vetores mais
importantes são mosquitos de vários gêneros, seguidos de carrapatos, flebotomídeos, e alguns tipos
de moscas hematófagas. As enfermidades causadas por vetores têm grande destaque na parte
tropical do planeta, onde as condições climáticas dos trópicos favorecem ao desenvolvimento de
insetos, que são os hospedeiros de várias doenças. Nesta parte do globo doenças causadas por
vetores ganham destaques, pois, geralmente elas ocorrem provocando epidemias, causando grandes
prejuízos humanos e financeiros 3, 22, 23,24.
Utilizando o sistema Geodésico de referencia dividimos o planeta em linhas imaginárias latitudinais
e longitudinais. Esta metodologia nos auxilia em dividir a terra em duas grandes regiões: Região
tropical que a porção do planeta compreendida entre 23,7°Norte (trópico de cancer) e 23,7°Sul
(trópico de capricornio) e Região extratropical que compreende as demais regiões do planeta. A
região tropical possui características específicas por receber mais radiação solar que as outras áreas
do globo e, por isso, tem muita energia potencial disponível (na atmosfera e nos Oceanos) e é a
região onde há formação de furacões e fortes tempestades. Nesta faixa, principalmente regiões de
latitudes mais próxima do Equador, as variações de tempertatura e pressão são pequenas e os
sistemas meteorológicos não provocam declínio acentuado de temperatura. Logo, é de se esperar
que doenças vetorias é um fator de risco constante, principalmente o dengue25. Já na região
extratropical, outros sistemas meteorológicos atuam mudando as condições meteorológicas e
favorecendo as variações bruscas de temperatura, pressão atmosférica, ventos e umidade relativa.
Nestas áreas, as doenças não vetorias, como asma, bronquites e cardiopatias apresentam uma
relação importante com as variações meteorológicas19.

São Paulo, uma Cidade Castigada pelo Clima.

A cidade de São Paulo, devido a sua localização geográfica localiza-se numa zona limite entre
região tropical e extratropical, e por sua vez, recebe influencias de sistemas meteorológicos também
de características tropicais e extratropicais. Dentre os sistemas meteorológicos de várias escalas de
tempo e espaço que atingem a região, podemos citar as Frentes Frias, Complexos Convectivos de
Meso-escala (CCM), Linhas de instabilidades (LI), Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS)
e Massas de ar frias e quentes. Deve-se salientar que alguns destes sistemas só atuam em
determinadas estações do ano, por causa do aquecimento diferencial do sol. Além disso, a
topografia e a proximidade com o Oceano Atlântico ajudam na singularidade climática da região.
27
Os verões em São Paulo são quentes e chuvosos e os invernos secos . As estações de transição,
primavera e outono, possuem grande variabilidade de temperatura, umidade e precipitação. No
Hemisfério Sul, a primavera ocorre após a segunda quinzena do mês de setembro, geralmente no
dia 22. Iniciam-se as primeiras chuvas que precederão o verão, pois a atmosfera começa a aquecer e
a ficar úmida devido a mudança na posição da circulação dos ventos, que transportam umidade da
Amazônia. Nesta estação também ocorrem altas temperaturas. Com isso, é nesta época do ano que
geralmente são medidos as maiores concentrações de ozônio troposférico. Com a chegada do verão
(22 de dezembro), a atmosfera atinge o máximo de umidade e começa a chover com regularidade,
quase todas as tardes e ocorrem precipitações com volume variados nos bairros da cidade. Os
poluentes de forma geral são removidos por deposição úmida, ou seja, a chuva “lava a atmosfera”.
Nota-se também que os níveis de ozônio diminuem por causa do excesso de nebulosidade, a qual
28, 29,30
inibe o processo fotoquímico de formação do ozônio . No inicio do outono (21 de março)
ainda se observam chuvas e calor. A partir de meados desta estação, a circulação atmosférica
começa a mudar (se preparado para o inverno). No outono, as temperaturas começam a cair e a
atmosfera fica com menor teor de vapor d´gua, pois os ventos começam a mudar de direção e não
transportam mais umidade da Amazônia e, por isso, as chuvas diminuem. Nesta estação ocorrerem
os primeiros dias de inversão térmica e a concentração de poluentes começa a aumentar (piorando
no período de inverno). No inverno predomina o sistema meteorológico conhecido como Alta
Subtropical da América do Sul (ASAS). Com a atuação deste sistema, as frentes frias não
conseguem chegar na região por causa da configuração dos ventos influenciados pela ASAS. Os
ventos de sul e sudeste diminuem sua freqüência e, por sua vez, diminui a penetração da brisa
marítima, prejudicando o processo de dispersão dos poluentes34. Em resumo podemos dizer que
“São Paulo se afoga no verão e se intoxica no inverno”.
Além da vulnerabilidade aos sistemas meteorológicos de várias escalas temporais e espaciais, a
cidade de São Paulo é uma das maiores cidades do mundo, com mais de 18 milhões de habitantes
na região metropolitana e possui 21% da frota nacional de veículos. Só o município de São Paulo
possui uma frota de 6 milhões de veículos, fazendo com que as fontes móveis representem a
principal contribuição à poluição do ar. Possui uma rede viária de 15,6 mil quilômetros, junto às
áreas construídas, formam um ambiente fortemente propício ao desenvolvimento de ilha de calor.
Diferenças de temperatura de aproximadamente 5º C a 10º C entre as áreas centrais e a periferia da
mancha urbana31, já foram registradas. Estudo de Tarifa e Armani (2001) definiram quatro macro-
unidades climáticas urbanas para cidade de São Paulo. I Unidade Climática Urbana Central; II
Unidade Climática Urbana da Periferia; III Unidade Climática do Urbano Fragmentado e IV
Unidade Climática Não-Urbana32. Em resumo, São Paulo criou seu próprio “microclima” com
padrões meteorológicos específicos da cidade, onde a poluição do ar tem um papel de destaque em
qualquer estudo feito para cidade.

Circulações Locais que influenciam o ar de São Paulo.

As brisas marítimas, lacustres e/ou terrestres, circulações vale/montanha e as ilhas de calor urbanas
são alguns exemplos de circulações locais. Outro fenômeno bastante importante são as inversões
térmicas que também influenciam nas condições insalubres do ar paulistano, principalmente nos
meses mais frios. Como conseqüência destas alterações microclimáticas, fenômenos como a garoa,
quase não existe e as tempestades de verão estão se formando com maior freqüência nas regiões
centrais da cidade causando impacto ainda mais grave 33. Diante deste cenário, uma questão ainda
não respondida: Os eventos extremos meteorológicos ocorridos nos últimos anos na cidade de São
Paulo são devido à mudança climática? ou microclimática? ou a sinergia de ambas? Seja qual for à
resposta, o certo é que quem mora nesta cidade sofre os impactos destas alterações atmosféricas e
ambientais na própria saúde, principalmente pessoas mais vulneráveis.
Em São Paulo a poluição do ar é considerada um problema de saúde pública e as emissões
contínuas destes compostos poluidores têm minado a saúde das pessoas em doses lentas21. Além de
influenciar no desconforto térmico e na diminuição da qualidade de vida26. Quando se estuda os
grandes centros urbanos, não se deve separar a influencia das variáveis meteorológicas e da
poluição do ar, pois existe uma sinergia entre elas e, por isso, nos referimos a tais variáveis como
“variáveis atmosféricas”, pois o ser humano está exposto ao conjunto de variáveis atmosféricas e
não apenas através de um elemento meteorológico, ou a um único poluente19. Jendritzky indicam
três fatores importantes que, freqüentemente atuam conjuntamente: a troca de calor entre o ser
humano e a atmosfera, de modo a manter o equilíbrio térmico; os fluxos de radiação em ondas
curtas e longas; e a poluição do ar. Os principais fatores estressantes para os seres humanos
relacionados ao ambiente atmosférico são: Excessivo calor e frio; Poluição do ar; Intensa Radiação
UV-B; Pressão atmosférica com pouco oxigênio; Mudanças bruscas nas condições de tempo;
viagem para locais de clima muito diferente17. Segundo Jendritzky as pessoas saudáveis têm grande
capacidade de adaptação às mudanças extremas nas variações atmosféricas. Contudo, existem
também pessoas que tem maior dificuldade em se adaptarem, principalmente indivíduos mais
sensíveis, como idosos, doentes crônicos, mulheres grávidas e crianças18.
Estudo feito para cidade de São Paulo mostra que as variáveis meteorológicas, índices de conforto
térmico e os poluentes, explicam 72,3% das internações por Afecções das Vias Aéreas Superiores,
63.4% das internações por Afecções das Vias Aéreas Inferiores e 67% das internações por
Pneumonia e Gripe, em crianças na cidade de São Paulo48. Estes resultados confirmam a
importância de estudar as variáveis atmosféricas quando se analisam os desfechos das doenças
respiratórias.

Chuvas intensas no verão

Utilizando dados meteorológicos de 1950 a 2000, Dufek e Ambrissi (2007) constataram que as
precipitações acima de 20 mm por dia estão ficando mais frequentes no verão16. Segundo o INMET
as maiores chuvas ocorridas em 24 horas começaram na década de 8037.
Utilizando uma longa série de dados diários de precipitação (1948-2009) do INMET, verificou-se
que o tempo de retorno de chuvas intensas diminuiu, isso significa que chuvas mais intensas estão
ocorrendo com mais frequencia nesta década (Tabela 1). Contudo, mesmo com chuvas de menor
volume a impermeabilização do solo favorece o agravo das enchentes. Por outro lado, segundo
relatório climático da estação do IAG, a quantidade de dias sem chuva está aumentando35. Desta
forma podemos interpretar que o padrão de chuva na cidade está emprocesso de alteração e, isso
sugere uma influencia da mudança climática no regime de chuvas da cidade36.

Tabela 1 – Calculo do Tempo de Retorno de chuva para cidade de São Paulo


Precipitação(mm) 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tempo de retorno (anos) 0,04 0,05 0,06 0,11 0,21 0,43 0,91 1,95 4,21 9,14

Além do caos urbano, perdas de produtividade, prejuízos econômicos provocados pelas enchentes
de verão em São Paulo, estudo feito por Coelho-Zanotti & Massad (2010), mostra que depois de 14
dias de exposição a água contaminada de uma enchente, os moradores de São Paulo tem risco de
adoecer por leptospirose (Figura 1), ou seja, para uma chuva de 100mm depois de 14 dias da
ocorrencia da enchente é possível que ocorra um acréscimo de aproximadamente 150% nas
internações por Leptospirose. O estudo mostrou que os meses de primavera e verão são os mais
relacionados com a leptospirose e o mês de fevreiro se mostrou com maior número de internações20.
Outros vetores também dependem das chuvas e altas temperaturas para se proliferarem e
provocarem doenças, com por xemplo, o Aedes aegypti.

Figura 1 – Acréscimo de internações por Leptospirose na cidade de São Paulo a partir da


precipitação.

Poluição, frio e seca no inverno

Na época do inverno, a cidade de São Paulo se torna um lugar perigoso para se respirar. A falta de
chuva característica desta época do ano seria um problema menor se não fosse o excesso de
poluentes no ar da cidade. Mais uma vez, a cidade de São Paulo tem um ar peculiar e estudar as
condições atmosféricas nesta cidade não é trivial, tanto na ótica de saúde como no entendimento
das interações de escala dos fenômenos meteorológicos que ocorrem da cidade.
No Brasil, vários estudos têm sido feitos, principalmente em São Paulo a maior metrópole do país.
Grande parte destes estudos foi iniciada e continuam sendo feitos pela Faculdade de Medicina da
USP, por meio do Laboratório de Poluição Atmosférica e Experimental (LPAE). Diante das
inúmeras pesquisas feitas sobre a influencia da poluição na saúde humana, ficou claro que a
38,39,40,41,42,43,44
poluição em São Paulo é um problema de Saúde Pública . Muitos destes estudos
usaram as variáveis meteorológicas como variáveis de controle, pois o interesse era filtrar apenas o
impacto dos poluentes. Contudo, com os recentes eventos extremos ocorridos na cidade, despertou-
se para o entendimento de como a meteorológica interferiria na saúde da população, pois estes
eventos extremos meteorológicos fugiram do padrão sazonal levando os pesquisadores a observar a
meteorologia não só como variáveis de controle, e sim, como um potencial causador de desfecho de
saúde.

Um evento de baixa umidade relativa do ar ocorrido em agosto de 2010 (Figura 2) chamou atenção
pela quantidade de dias em que a umidade relativa do ar ficou abaixo de 30% que foi de 11 dias. E
evento semelhante só ocorreu antes em 1999, desde que se tem registro da série histórica que é de
1943 até agora (Boletim Mensal - INMET, 2010). Podemos concluir que agosto de 2010 foi um mês
atípico, marcado por evento meteorológico extremo da cidade de São Paulo, ou seja, este evento
fugiu da sazonalidade esperada para o inverno. Ao analisar os dados de Autopsia do SVOC,
verificou-se que este evento pode ter influenciado a morte de idosos por doenças cardiovasculares
na cidade. Utilizando análise estatística, verificou-se que houve acréscimo de internação de 0,26%
to 0,64% quando a umidade diminui de 100% to 10%, independentes da influência dos poluentes45.

Figura 2 – Número de dias com umidade relativa abaixo de 30% em 2009 e 2010.

Coelho-Zanotti & Saldiva 2011, utilizaram uma técnica estatística multivariada, a fim de obter um
índice que reflita a sinergia entre as variáveis meteorológica e os poluentes para cidade de São
Paulo, denominado “Ìndice de Ar Urbano”. Este índice pondera a influencia de cada variável do ar
paulistano, produzindo um índice que reflita com mais realidade o ar que respiramos. Estudos
iniciais indicam que para doenças cardiovasculares o índice de ar urbano é formado por PM10, SO2,
CO, O3, temperatura máxima e baixa umidade relativa do ar. Para doenças respiratórias, este índice
é composto por PM10, SO2, CO, O3, temperatura mínima, baixa umidade relativa e alta pressão
atmosférica46. Espera-se que o uso deste índice possa trazer resultados mais acurados dos riscos a
saúde. A análise inicial feita para doenças respiratórias utilizando o índice de Ar Urbano, aponta
que o impacto dos poluentes sobre a saúde ocorre nos primeiros 2 dias de exposição. Enquanto que
o impacto do frio, a partir do terceiro de exposição se estendendo até o sexto dia, ou seja, uma
determinada semana em São Paulo poderá ser letal.

Gonçalves & Coelho-Zanotti (2010), analisaram a série histórica das temperaturas medidas na
estação Meteorológica do IAG-USP da cidade de São Paulo no período de 1930 a 2009. As análises
mostraram que o mês de abril está ficando mais quente (taxa de aumento de 0,042). Já para o mês
de maio, o aquecimento é mais suave (taxa de aumento de 0,025). Então, quando as primeiras
massas polares chegam a São Paulo, geralmente no mês de maio, provocam uma mudança brusca
de temperatura. Antes das alterações climáticas na cidade, este contraste de temperatura era mais
suave, visto que o mês de abril não estava tão “quente” como atualmente. Este fato mostra
claramente a alteração do padrão da temperatura da cidade e, isso é um impacto das mudanças
climáticas na cidade. Como conseqüência, observou-se um pico de internação por AVAS em maio,
possivelmente devido ao problema de termo-regulação em indivíduos adaptados ao clima/tempo
mais ameno de abril, antes da mudança no clima47.

Ribeiro Sobral (2005), obteve temperaturas máximas e mínimas diárias de 3 estações


meteorológicas situadas em diferentes pontos da cidade em relação à ilha de calor, para os anos de
1993 e 1994: Mirante Santana e EAG/USP (Parque do Estado). Em contraste, foi selecionada a
estação Parque D. Pedro, localizada no centro da cidade, para verificar se a estação registrava efeito
constante de ilha de calor, quando comparada às outras e às áreas verdes urbanas. Os dados diários
de temperaturas máximas e mínimas foram comparados com dados diários de mortalidade por
doenças cardiovasculares e respiratórias afetando as pessoas que residiam nos distritos ao redor das
3 estações meteorológicas. Os dados de mortalidade foram os do Programa de Aprimoramento de
Informações sobre Mortalidade – Proaim, endereços de residência e idades. Os resultados
mostraram que o parque D. Pedro, no centro da cidade, registrou temperaturas máximas de 2º C a 4º
C mais elevadas que as outras 2 estações. Em alguns períodos, as diferenças para mais foram de 6º
C a 10º C. A mesma tendência foi observada para as temperaturas mínimas, mas com intensidade
maior. O estudo das amplitudes térmicas diárias, nas 3 áreas, revelou que elas variaram de 1 a 22º
C. A comparação de dados de distribuição espacial da ilha de calor e mortalidade indicou que havia
relação entre maior risco de morte por doenças cardiovasculares e respiratórias em áreas onde a ilha
de calor era mais intensa. As taxas anuais de mortalidade por estas causas foram mais altas no
centro (distritos de Sé e Brás, ao redor do Parque D. Pedro) - 31mortes/10.000 habitantes -, do que
nos dois outros distritos estudados (Santana 24 mortes/10.000 habitantes e Jabaquara 21
mortes/10.000). Além disso, o risco para idosos no centro era ainda maior: a porcentagem de mortes
por doenças cardiovasculares e respiratórias foi de 68% para a população em geral e 75,3% para
aqueles com mais de 55 anos. Entretanto, a distribuição de mortes e de admissões hospitalares ao
longo do ano e das temperaturas não mostrou uma correlação positiva entre altas temperaturas e
efeitos à saúde, indicando que o calor sozinho não era um fator etiológico significativo, uma vez
que os números mais baixos de mortes e de internações ocorriam no verão49.

Considerações finais

As grandes cidades possuem enorme responsabilidade para a causa do aquecimento global. As


metrópoles consomem 75% de toda energia produzida no mundo e emitem 70% de CO250. Com
base nessa realidade, foi formado em outubro de 2005 o C40, Grupo de Liderança das Grandes
Cidades pelo Clima, que reúne as 40 maiores metrópoles do planeta (São Paulo e Rio de Janeiro são
as duas cidades brasileiras participantes), lideradas por Londres e Nova York, para discutir e unir
forças no combate à neutralização do aquecimento global. É a quarta vez que os prefeitos das
maiores cidades do mundo se reúnem, através da Rede C40, no São Paulo C40 Large Cities
Climate Summit para discutir medidas de combate às mudanças climáticas . A edição de 2011 é um
marco, por dois motivos: o primeiro é a primeira oportunidade na qual a reunião de líderes acontece
na América do Sul. O segundo é a decisão do Comitê Gestor Internacional de acatar a sugestão de
São Paulo de incorporar de forma incisiva o tema da Saúde Humana na pauta do evento. Após a
participação no evento de 2007, a Prefeitura do Município de São Paulo aceitou o desafio e
estruturou de forma pioneira no Brasil sua Política Municipal sobre Mudança do Clima51.

A magnitude e peculiaridades da cidade de São Paulo necessitam de ações de mitigação específicas


e muitas vezes com prioridades diferentes das ações escolhidas para o País, ou seja, enquanto o foco
do Brasil para o corte de emissões de CO2 é o diminuir o desmatamento, para cidade de São Paulo
as atenções se voltam para a frota de veículos, maior fonte de emissão. Por estas razões, o prefeito
de São Paulo, Gilberto Kassab estabeleceu de acordo com a Lei nº 14.933/09 a Política Municipal
de Mudança do Clima no Município de São Paulo54. Dentre alguns compromissos da Lei,
podemos listar:
• Redução de 30% das emissões de GEEs até 2012.
• Redução progressiva do uso de combustíveis fósseis, adotando meta de redução de pelo
menos 10% a cada ano, a partir de 2008, e a utilização, em 2017, de combustível renovável
não-fóssil por todos os ônibus do sistema de transporte público.
• Apresenta diretrizes na área de construção, geração de energia, gerenciamento de resíduos,
licitação, saúde e transporte, entre outras, as quais aqui serão especialmente tratadas àquelas
que se relacionam direta ou indiretamente com o benefício da saúde da população.
• Continuidade do Programa de Inspeção Ambiental Veicular.
• Na área de resíduos, estabelece para o poder público municipal o prazo de dois anos para
estabelecer programa obrigatório de coleta seletiva de resíduos e promover a instalação de
ecopontos em todos os distritos da cidade, bem como tratamento e disposição final de
resíduos, preservando as condições sanitárias.
• Na área da construção, estabelece que novas construções devam obedecer a critérios de
eficiência energética, sustentabilidade ambiental e eficiência de materiais. Define ainda que
obras e serviços contratados pelo município deverão comprovar, obrigatoriamente, madeira
de origem legal, incorporando, deste modo, critérios de sustentabilidade às licitações da
Prefeitura. A proposta estabelece também à recuperação de áreas de preservação
permanente, em especial as de várzea, minimizando os riscos de enchentes, a recuperação de
áreas degradadas em áreas de proteção aos mananciais e a arborização das vias públicas.
• Em relação à saúde, o Poder Executivo deverá investigar e monitorar os fatores de risco à
vida e à saúde decorrentes da mudança do clima e implementar as medidas necessárias de
prevenção e tratamento, de modo a evitar ou minimizar seus impactos sobre a saúde pública.

i
Sabe-se que além do dióxido de carbono, vários compostos atuam como gás estufa, tais como o
metano (CH4), óxido nitroso (N2O), vapor de água (H2O) e o ozônio (O3). Contudo o CO2 contribui
com 60% do efeito estufa do planeta e, isso explica a preocupação com sua concentração. Esse gás
compõe por volta de 0,038% da atmosfera, ou seja, pequenas variações nas concentrações deste gás
na atmosfera podem promover grandes mudanças climáticas.

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r=30&amp;depto=0&amp;descr_tipo=LEI (acesso 30/07/2010)

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