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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
CIÊNCIAS E APLICAÇÕES GEOESPACIAIS (CAGE)
SÃO PAULO
2019
3
RESUMO
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO E OBJETIVO................................................................................. 12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 14
2.1 O Sol ................................................................................................................... 14
2.1.1 Observação do Sol em diversos comprimentos de onda ................................. 15
2.1.2 Atividade solar .................................................................................................. 16
2.1.3 Vento solar ....................................................................................................... 21
2.1.4 Explosões solares ............................................................................................ 24
2.1.5 Ejeção de massa coronal ................................................................................. 26
2.1.6 SEP – Solar Energetic Particles ....................................................................... 28
2.1.7 Emissões associadas a fenômenos solares ..................................................... 29
2.2 A Terra ................................................................................................................ 31
2.2.1 Magnetosfera ................................................................................................... 31
2.2.2 Atmosfera ......................................................................................................... 32
2.2.3 Ionosfera .......................................................................................................... 34
2.3 Clima Espacial..................................................................................................... 35
2.3.1 Tempestade geomagnética .............................................................................. 37
2.3.2 Outros efeitos ................................................................................................... 41
2.4 Técnicas e instrumentos de medição .................................................................. 42
2.4.1 Magnetômetros ................................................................................................ 42
2.4.2 VLF ................................................................................................................... 42
2.4.3 Riômetro ........................................................................................................... 42
2.4.4 Ionossonda ....................................................................................................... 43
2.4.5 GPS .................................................................................................................. 44
2.4.6 Coronógrafo ..................................................................................................... 44
2.4.7 Monitores de nêutrons ...................................................................................... 45
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 46
3.1 Instrumentos........................................................................................................ 48
4 ANÁLISE DA EXPLOSÃO, CME E EFEITOS IONOSFÉRICOS........................... 51
4.1 Tipos de emissão ................................................................................................ 51
4.1.1 Raios X ............................................................................................................. 51
4.1.2 Rádio ................................................................................................................ 54
4.2 Características da CME associada ..................................................................... 58
5
LISTA DE ACRÔNIMOS
LISTA DE FIGURAS
Figura 2-1: Representação do interior solar com os respectivos valores para raio,
temperatura e densidade. (Priest, 2014) ................................................................... 14
Figura 2-2 – Observação solar nos diversos comprimentos de onda/frequências
(Tegnell, 2016) .......................................................................................................... 15
Figura 2-3 – Fenômenos de clima espacial (NOAA, 2019) ....................................... 16
Figura 2-4 – Exemplo de região ativa no Sol sob dois pontos de vista. (Scharmer &
Löfdahl, 2002), à esqueda, e (NASA/SDO, 2014), à direita. ..................................... 19
Figura 2-5 – Modelo de Babcock (Lang, 2009) ......................................................... 20
Figura 2-6 – Classificação de manchas solares segundo o sistema Zürich-McIntosh
.................................................................................................................................. 21
Figura 2-7 – Lâminas de corrente seguindo o campo magnético do Sol (Smith,
2001). ........................................................................................................................ 22
Figura 2-8 – Efeito ’bailarina’ do campo magnético do Sol (Jokipii) .......................... 23
Figura 2-9 – Distribuição de velocidades do vento solar em mínimo (esquerda) e
máximo (direita) de atividade solar (Lang, 2009) ...................................................... 23
Figura 2-10 – Relação entre a estrutura magnética da cromosfera e o vento solar em
um máximo de atividade solar (SOHO, 2005) ........................................................... 24
Figura 2-11 – Fluxos de partículas de escape descendentes, SEPs e ejeção de
massa coronal associadas a uma explosão solar (Liu, Petrosian, Dennis, & Jiang,
2008) ......................................................................................................................... 25
Figura 2-12 – Formação de uma ejeção de massa coronal na reconexão das linhas
de campo magnético de uma região ativa (Masson, Antiochos, & DeVore, 2013) .... 26
Figura 2-13 - Interação entre o vento solar e a CME (Vallée, 1998). ........................ 27
Figura 2-14 – CME normal e seus componentes. (U.S. Naval Research Laboratory,
s.d.) – com legendas dos autores ............................................................................. 28
Figura 2-15 – Emissões radiativas e linhas de campo magnético em uma região ativa
com CME associada (Youngblood, et al., 2019) ....................................................... 31
Figura 2-16 – A Magnetosfera terrestre (Space Weather Prediction Center) ............ 31
Figura 2-17 – Elementos da Magnetosfera terrestre. (Crochot, 2014) ...................... 32
Figura 2-18 – Alturas (km), temperaturas (K e °C), pressão (hPa) e densidade
(kg/m3) das camadas da atmosfera terrestre (Scott, 2016) ....................................... 33
Figura 2-19 – Camadas da atmosfera terrestre e a ionosfera (NASA, 2013) ............ 34
9
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO E OBJETIVO
O Sol, estrela ao redor da qual a Terra orbita, é de classe G2V, cuja fonte de
energia é a síntese de He a partir de H. Essa energia é emitida constantemente, na
forma de radiação em todo o espectro eletromagnético. O Sol também emite matéria.
Além de uma emissão de radiação de nível de base, emissões rápidas e intensas de
radiação e matéria podem ocorrer de forma esporádica em eventos de atividade solar,
como explosões solares e ejeção de massa coronal (CME). Em condições específicas,
isso pode atingir o nosso planeta e ter efeitos eletromagnéticos sobre ele, por exemplo
interferência em telecomunicações, erros na informação de posicionamento de
sistemas GNSS e arrasto extra sobre os satélites.
A Terra possui um campo magnético que é gerado no núcleo planetário e tem
linhas de campo que circulam do polo Sul ao polo Norte, de forma semelhante ao que
ocorre em um ímã. Isso nos oferece proteção adicional contra clima espacial,
especialmente no tocante a fenômenos relacionados com a atividade solar. que
constantemente nos envia partículas de alta energia. Em alguns casos, contudo,
podem ser provocadas variações abruptas da intensidade desse campo, como
tempestades geomagnéticas.
As tempestades geomagnéticas são causadas pela interação com reconexão
dos campos magnéticos provenientes do vento solar, da chegada de uma ICME,
nuvens magnéticas ou CIR´s (regiões de interação corrotantes, devidas aos ventos
solares provenientes de buracos coronais). A partir dessas reconexões, o campo
magnético é reduzido, elétrons do vento solar espiralam pelas linhas de campo
magnético e produzem correntes de anel e auroras nos polos. Há uma forte
precipitação de partículas energéticas na ionosfera, podendo adicionar energia na
forma de calor, aumentar e mudar a distribuição de densidade na atmosfera superior
e criar perigosas correntes induzidas geomagnéticas (GIC, Geomagnetically Induced
Currents) na rede de energia e gasodutos. Conhecer as tempestades geomagnéticas
desde sua causa no Sol até seus efeitos na Terra tem, portanto, grande relevância.
Este trabalho é uma revisão e complementação do trabalho “Análise do
evento solar de classe X9.3 e CME associada do dia 6 de setembro de 2017 devido à
região ativa 12673 (S09W34)”, por Geisa Ponte, Josué Gabriel Anca CCopa e
Raphael Malagoli, a fim de compor um estudo mais detalhado dessa região ativa, com
ênfase na tempestade geomagnética ocorrida em 8 de setembro de 2017 e outros
13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O Sol
O Sol pode ser entendido como uma esfera de plasma ionizado, formado
principalmente por hidrogênio e hélio (99,9% em número de átomos). (Priest, 2014)
Assim como todas as estrelas situadas na sequência principal, o Sol possui sua
estrutura globalmente estável ao longo de escalas de tempo da ordem de bilhões de
anos. O interior do Sol pode ser estudado através da heliossismologia e, com isso,
demonstrou-se a existência de três principais regiões: (1) O Núcleo, responsável por
toda a produção de energia do Sol através de reações de fusão nuclear e que, através
da pressão de radiação emitida por estas reações, contrabalanceia a força
gravitacional, mantendo a estrela em equilíbrio hidrostático; (2) a Zona Radiativa, por
onde toda a radiação emitida pelo núcleo é absorvida e reemitida incalculáveis vezes;
e (3) a Zona Convectiva, onde a transferência de energia se caracteriza por
mecanismos de convecção do plasma. A Figura 2-1 ilustra a estrutura do Sol.
Figura 2-1: Representação do interior solar com os respectivos valores para raio, temperatura e densidade.
(Priest, 2014)
às outras duas partes, emite a maior parte da radiação solar. A Cromosfera, região
compreendida entre a Fotosfera e a Coroa, é opticamente fina para o ultravioleta
próximo, visível e infravermelho próximo, apresenta densidade menor que a Fotosfera
e temperaturas da mesma ordem de grandeza. E, por fim, a Coroa solar, que se
estende da região de transição com a Cromosfera até os limites do vento solar. Possui
densidades inferiores às outras duas regiões, porém sua temperatura pode variar até
milhões de Kelvin, quando aquecida pela alta atividade magnética do sol.
Essa atividade magnética tem origem no dínamo solar, que pode operar na
Zona Convectiva e em uma fina camada em sua base, chamada Tacoclina, que faz a
interface com a Zona Radiativa. A Seção “O campo magnético solar e a Tacoclina”
descreve sucintamente a explicação mais aceita para a geração do magnetismo solar.
Figura 2-2 – Observação solar nos diversos comprimentos de onda/frequências (Tegnell, 2016)
16
tem impacto sobre uma tecnologia diferente. Os componentes do lado terrestre são
descritos no item 2.3 em diante e a atividade solar é descrita a seguir.
Atividade solar
No lado solar, observamos a atividade na atmosfera, a parte que nos é visível.
A energia associada a ela vem do campo magnético e é bem menor do que a energia
nuclear gerada no interior do Sol. Observa-se a existência de diferentes escalas de
tempo:
• 22 anos – ciclo do campo magnético global do Sol
• 11 anos – ciclo do número de manchas solares
• Semanas – vida das manchas solares
• Segundos a horas – duração de explosões
Figura 2-4 – Exemplo de região ativa no Sol sob dois pontos de vista. (Scharmer & Löfdahl, 2002), à esqueda, e
(NASA/SDO, 2014), à direita.
À medida que a mancha solar amadurece (torna-se mais intensa), uma área
menos escura e periférica de estrutura bem definida semelhantes a fibras se
desenvolvem ao redor da umbra - chamada penumbra. As manchas solares podem
crescer de um ponto unipolar individual para grupos de pontos bipolares mais
organizados; ou até mesmo evoluir para grupos de manchas solares imensas e muito
complexas com polaridades magnéticas mistas em todo o grupo. Os maiores grupos
de manchas solares podem cobrir grandes áreas da superfície do Sol e ter muitas
vezes o tamanho da Terra.
Observa-se que existe um ciclo solar de surgimento e desaparecimento
destas manchas em um período médio de 11 anos. As manchas solares podem mudar
continuamente e podem durar apenas algumas horas a dias ou até meses para os
grupos maiores. O pico da atividade das manchas solares é conhecido como máximo
solar e a período calmo é conhecido como mínimo solar. Os ciclos solares começaram
a receber números consecutivos desde 1755 e neste momento (em 2019) estamos na
transição entre os ciclos 24, que começou em dezembro de 2008, e 25, com as
primeiras manchas já tendo aparecido próximas às regiões de 30-35 graus de latitude.
Sabemos que as novas manchas são do ciclo seguinte por conta da inversão da
polaridade magnética (regra de polaridade de Hale).
20
buracos coronais persistentes, de modo que altas latitudes são preenchidas com
ventos solares rápidos. No plano equatorial, onde a Terra e os outros planetas orbitam,
o estado mais comum do vento solar é o vento de baixa velocidade, com cerca de 400
km/s. Esta porção do vento solar forma a "lâmina de corrente equatorial" (Figura 2-7).
A Tabela 2-3 resume as propriedades deles.
Durante períodos de calma, a lâmina de corrente pode ser quase plana. À
medida que a atividade solar aumenta, a superfície solar se enche de regiões ativas,
buracos coronais e outras estruturas complexas, que modificam o vento solar e a
lâmina de corrente. Como o Sol gira, em média, a cada 27 dias, o vento solar torna-
se uma espiral complexa de altas e baixas velocidades e altas e baixas densidades
que se parece com a saia de uma bailarina girando (Figura 2-8). Quando o vento solar
de alta velocidade ultrapassa o vento de baixa velocidade, cria-se algo conhecido
como uma região de interação corrotante. Estas regiões de interação consistem em
vento solar com densidades muito altas e campos magnéticos fortes.
Acima da lâmina de corrente, o vento solar de velocidade mais alta
normalmente tem uma polaridade magnética dominante em uma direção e abaixo da
lâmina de corrente, a polaridade está na direção oposta. À medida que a Terra se
move através dessa saia de bailarina, por vezes entra dentro da lâmina de corrente
heliosférica, por vezes passa acima dela e por vezes abaixo dela. Quando o campo
magnético do vento solar muda de polaridade, é uma forte indicação de que a Terra
cruzou a lâmina. A localização da Terra em relação à lâmina de corrente é importante
porque os impactos do clima espacial são altamente dependentes da velocidade do
vento solar, da densidade do vento solar e da direção do campo magnético embutido
no vento solar.
Figura 2-7 – Lâminas de corrente seguindo o campo magnético do Sol (Smith, 2001).
23
Tabela 2-3 – Parâmetros médios do vento solar medidos nos satélites Helios 1 e 2 entre dezembro de 1974 e
dezembro de 1976 normalizados para a distância da órbita terrestre (1 UA) (Lang, 2009).
Figura 2-9 – Distribuição de velocidades do vento solar em mínimo (esquerda) e máximo (direita) de atividade
solar (Lang, 2009)
24
Figura 2-10 – Relação entre a estrutura magnética da cromosfera e o vento solar em um máximo de atividade
solar (SOHO, 2005)
Figura 2-11 – Fluxos de partículas de escape descendentes, SEPs e ejeção de massa coronal associadas a uma
explosão solar (Liu, Petrosian, Dennis, & Jiang, 2008)
Figura 2-12 – Formação de uma ejeção de massa coronal na reconexão das linhas de campo magnético de uma
região ativa (Masson, Antiochos, & DeVore, 2013)
Arco Frontal
Núcleo
N
Cavidade
escura
Figura 2-14 – CME normal e seus componentes. (U.S. Naval Research Laboratory, s.d.) – com legendas dos
autores
Se a CME for do tipo jato, será estreita e não terá esses componentes.
Segundo a literatura, a largura angular de uma CME varia de 2° a 360°, e quando uma
CME atinge uma largura de 360° é conhecida Full Halo. Dentro dessa análise ainda
pode ser classificada em: halo I (da < 90°), halo II (90° < da < 180°), halo III (180° <
da < 270°), e halo IV (270° < da < 360°).
A partir do momento que se deslocam pelo espaço interplanetário, passam a
ser denominadas ICME (Interplanetary CME) e ainda apresentam uma estrutura
magnética que pode acelerar as partículas que carrega consigo, bem como em sua
frente de choque, que ao colidir com as partículas do meio interplanetário podem gerar
energia e radiação. Se essa estrutura chegar e interagir com o campo magnético
terrestre, será responsável pela formação da tempestade geomagnética.
Emissões Características
Tipo I Fontes de emissão rádio de longa duração (horas a dias) com temperaturas de
brilho de 10 milhões a um bilhão (107–109) de Kelvin. Embora essas tempestades
de ruído sejam o tipo mais comum de atividade observada no Sol em
comprimentos de onda métricos, elas não estão associadas a explosões solares.
Tempestades de ruído são atribuídas aos elétrons acelerados até energias
modestas de poucos keV dentro de laços magnéticos de grande escala que
conectam regiões ativas a áreas mais distantes do Sol.
Tipo II Explosões Tipo II de comprimentos de onda métricos foram observadas em
frequências entre 0,1 e 100 MHz. Um deslocamento lento para frequências
menores a uma taxa de aproximadamente 1 MHz/s sugere um movimento de
afastamento a aproximadamente 1.000 km/s, que tem sido atribuído a ondas de
choque.
Tipo III Explosões rádio mais comuns associadas a explosões solares em comprimentos
de onda métricos, observadas de 0,1 a 1.000 MHz. Explosões do Tipo III são
caracterizadas por um deslocamento rápido de alta para baixa frequência, a uma
taxa de 100 MHz/s. Elas são atribuídas a feixes de elétrons projetados pelo Sol
com energias cinéticas de 10–100 keV e velocidades de até metade da
velocidade da luz, ou seja, até 150.000 km/s. As emissões tipo U são uma
variante destas emissões, que primeiro diminuem em frequência e depois
aumentam novamente, indicando o movimento ao longo de linhas de campo
magnético fechadas.
Tipo IV Radiação contínua de banda larga que dura até 1 h após a ocorrência de uma
explosão solar. A radiação de uma emissão Tipo IV tem polarização circular
parcial e foi atribuída à emissão sincrotron de elétrons energéticos aprisionados
em nuvens magnéticas que viajam para o espaço com velocidades de várias
centenas a 1.000 km/s.
Centimétricas Radiação contínua impulsiva nos comprimentos de onda centimétricos que
duram apenas poucos minutos depois na ocorrência de uma explosão solar.
Essas emissões em micro-ondas são atribuídas à radiação giro-síncrotron dos
elétrons de alta velocidade, acelerados a energias de 100–1.000 keV. O local da
aceleração fica acima dos topos dos laços coronais.
Milissegundos Explosões rádio observadas a 200 a 1.400 MHz podem incluir literalmente
milhares de picos, cada um com duração de milissegundos, sugerindo tamanhos
menores do que 1.000 km e temperaturas de brilho de até 1015 Kelvin, o que
exige um mecanismo de radiação coerente.
31
Figura 2-15 – Emissões radiativas e linhas de campo magnético em uma região ativa com CME associada
(Youngblood, et al., 2019)
2.2 A Terra
2.2.1 Magnetosfera
A Magnetosfera é a região do espaço que envolve a Terra em que há
predominância do efeito do campo magnético terrestre e não do campo magnético
interplanetário. Ela é formada pela interação entre o vento solar e o campo magnético
terrestre. A Figura 2-16 mostra o campo magnético terrestre, que está em constante
mudança devido à ação do vento solar.
2.2.2 Atmosfera
Trata-se da camada de gases que envolve a Terra e é retida pela força da
gravidade, sendo composta principalmente de nitrogênio, oxigênio e argônio. Os
gases restantes são muitas vezes referidos como gases traços, entre os quais estão
incluídos os gases do efeito estufa, como vapor de água, o dióxido de carbono,
metano, óxido nitroso e o ozônio. O vapor d'água na atmosfera encontra-se
principalmente nas camadas mais baixas da atmosfera (75% do total está abaixo dos
4000 m de altitude) e exerce o importante papel de regulador da ação do Sol sobre a
superfície terrestre. (Wikipedia, s.d.)
A temperatura da atmosfera terrestre varia entre camadas em altitudes
diferentes. Portanto, a relação matemática entre temperatura e altitude também varia,
sendo uma das bases da divisão da atmosfera em cinco diferentes camadas
(Troposfera, Estratosfera, Mesosfera, Termosfera, Exosfera) e respectivas interfaces.
A Figura 2-18 mostra as camadas e respectivas pausas, bem como o perfil de
33
Figura 2-18 – Alturas (km), temperaturas (K e °C), pressão (hPa) e densidade (kg/m3) das camadas da atmosfera
terrestre (Scott, 2016)
2.2.3 Ionosfera
Figura 2-20 – Observações de eventos solares e possíveis alertas (Redmon, Seaton, Steenburgh, He, &
Rodriguez, 2018)
regiões ativas que, por sua vez, está relacionado à quantidade de fluxo magnético.
Uma comparação feita em mais de um ciclo de 11 anos de atividade solar mostra que
existe, de fato uma correlação linear entre o Fluxo Solar em 10,7 cm e o fluxo
magnético total na fotosfera nas regiões ativas (NOAA, s.d.).
O Fluxo Solar em 10,7 cm, ou seja, a densidade de fluxo solar nesse
comprimento de onda, é medido usando dois radiotelescópios totalmente
automatizados (chamados de Monitores de Fluxo), localizados no Observatório Rádio
Astrofísico de Dominion (British Columbia, Canadá). Os dois instrumentos fazem
registros diariamente, enquanto o Sol está acima do horizonte. Além disso, os
instrumentos interrompem o monitoramento contínuo todos os dias para fazer três
medidas precisas da densidade de fluxo solar. Essas medidas constituem o Índice de
Fluxo Solar de 10.7cm e são transferidas imediatamente para uma lista mundial de
usuários. Os dados atuais e passados estão disponíveis nas páginas do portal Natural
Resources Canada (Government of Canada, 2019).
Também estão disponíveis na internet os registros diários da saída do
receptor, conhecidos como arquivos CR ou Chart Record (Registro Gráfico). Eles
representam médias de 5 segundos da saída do receptor para cada dia de observação
e são interrompidos ocasionalmente para manutenção e testes do sistema.
Atividade geomagnética – DST, Kp e auroral
As tempestades também resultam em correntes intensas na magnetosfera,
mudanças nos cinturões de radiação e mudanças na ionosfera, incluindo o
aquecimento da região da ionosfera e da atmosfera superior (Termosfera). Em
altitudes ainda mais elevadas, pode se formar um anel de corrente em sentido oeste
em torno da Terra, produzindo distúrbios magnéticos no até o solo. Uma medida dessa
corrente, o índice do tempo de tempestade (DST), tem sido usado historicamente
para caracterizar o tamanho de uma tempestade geomagnética. O índice DST é
calculado a partir da variação na componente Bˆz do campo magnético B
interplanetário em determinadas estações de monitoramento, e ajuda a especificar a
intensidade de um distúrbio geomagnético de acordo em medias e baixas latitudes e
também é usado para inferir a intensidade do evento através do seu valor mínimo.
Para eventos com DST≤50 nT (nano Tesla), as tempestades são classificadas como
moderadas. Para valores inferiores a -100 nT elas são ditas como tempestades
intensas (Gonzalez, et al., 1994).
39
Figura 2-21 – À esquerda, aurora austral em setembro de 2005 (NASA, National Aeronautics and Space
Administration, 2006). À direita, aurora boreal em abril de 2016 vista da ISS (Northern Lights Photos: The
Amazing Auroras of 2016, 2016)
41
Figura 2-22 – Representação esquemática da linha de campo “mangueira de jardim” conectando o Sol e a Terra
(Ground Level Enhancements, 1997)
42
Crochê magnético
Um crochê magnético surge a partir da maior ionização nas camadas D e E
da ionosfera causada por um grande aumento da incidência de raios X gerada por
uma explosão solar. Essa ionização muda as propriedades (especialmente a
condutividade) dessas camadas ionosféricas, permitindo que as correntes elétricas
fluam mais facilmente. O efeito magnético dessas correntes produz o salto no valor
do campo magnético da Terra. À medida que a intensidade da explosão diminui, as
camadas ionosféricas rapidamente retornam ao seu estado anterior, as correntes
elétricas nas camadas retornam ao normal e a mudança no campo magnético
desaparece.
Crochês magnéticos são muito raros, porque são observados somente
durante explosões grandes que atingem seu pico muito rapidamente. Além disso, são
observados em sua maioria nos locais próximos ao ponto em que o sol está a pino.
2.4.1 Magnetômetros
Magnetômetros são amplamente usados no monitoramento de clima espacial,
tanto em satélites (para medição do campo magnético interplanetário) quanto em
superfície (para medir as componentes X, Y e Z do campo magnético terrestre). O
campo magnético terrestre é monitorado por estações distribuídas pelo planeta e
agrupadas conforme sua latitude. As medições feitas por esses equipamentos
permitem a obtenção dos índices AE, Kp e Dst (consulte no item 2.3 as descrições
detalhadas desses índices).
2.4.2 VLF
São receptores rádio que operam em frequências muito baixas (VLF – Very
Low Frequency), na faixa de 3 a 30 kHz. Nesta frequência as ondas eletromagnéticas
se propagam a longas distâncias por reflexões na base da ionosfera, durante o dia na
camada D (entre 80 e 90 km) e à noite na camada E (90 a 120 km). Variações na
amplitude e fase do sinal trazem informações do meio.
2.4.3 Riômetro
Do inglês Relative Ionospheric Opacity Meter (RIOMeter). Mede a absorção
de ondas eletromagnéticas pela ionosfera (opacidade) originadas do ruído de rádio
cósmico na faixa dos megahertz (entre 20 a 40 MHz). Monitora a região D, a 80-90
43
2.4.4 Ionossonda
São um tipo de radar com duas antenas verticais, direcionais e próximas,
sintonizadas na frequência de transmissão. Emite pulsos com frequência entre 0,5 e
23 MHz e o receptor avalia o tempo de retorno (que fornece a distância do ponto de
reflexão) e sua potência. Monitoram as camadas E e F. O equipamento gera um
gráfico chamado Ionograma (Figura 2-24).
Figura 2-24 – Ionograma (Reinisch, Galkin, Khmyrov, Kozlov, & Kitrosser, 2004)
44
2.4.5 GPS
De Global Positioning System, é o sistema de posicionamento global por
satélite (GNSS) pertencente aos EUA. Composto por uma constelação de 24 satélites
orbitando a Terra a cerca de 20.000 km, usa duas de suas frequências de operação
(L1, 1.57542 GHz, e L2, 1.2276 GHz) para transmitir os sinais de geolocalização e
sincronização de tempo. Por se propagarem através da ionosfera em tempos
diferentes devido às frequências, essa diferença é aplicada a modelos matemáticos
para se calcular o TEC (Total Electron Content), o número total de elétrons dentro de
um cilindro de atmosfera com 1 m2 de área de base. Este é um importante indicador
da ionosfera como um todo e bastante afetado pela atividade solar (Kaplan, 1996).
2.4.6 Coronógrafo
Trata-se de um dispositivo inventado por Bernard Lyot em 1931, que se pode
acoplar a um telescópio para bloquear a luz de um objeto central, permitindo observar
outros objetos fracamente iluminados ao redor de uma estrela. Originalmente, o
coronógrafo foi desenvolvido para estudar a atmosfera solar, suas estruturas de
plasma e o campo magnético.
Satélites como o SOHO utilizam esse tipo de equipamento. Outras missões
anteriores, como o Skylab, também estudaram o Sol com a ajuda de um coronógrafo
(Wikipedia, s.d.).
45
Figura 2-25 – Observação de raios cósmicos com detectores de partículas de superfície (Bieber, 2010)
3 METODOLOGIA
X9.3 11:53
C6.9 13:26
X2.2 08:57
C2.2 12:30
X2.2 08:57
C5.4 10:13
C1.5 20:00
M3.2 04:33
M2.3 17:37
M1.0 03:42
C4.6 17:11
M4.2 01:03
C3.7 16:14
C9.8 00:30
Tabela 3-2. Na classificação Hale, de origem magnética, Figura 2-6 a mancha foi
classificada como βγδ. Já na classificação Mcintosh, a classificação foi Dkc.
Figura 3-1 – Evolução temporal da região 12673 no espectro visível, de dois dias antes do pico (04/09) até um
dia após o pico (07/09). (Dublin Institute for Advanced Studies & Northumbria University Newcastle, s.d.)
Figura 3-2 – Magnetograma da região ativa 12673. (Solar Terrestrial Activity Report, s.d.) e (NASA, s.d.).
3.1 Instrumentos
Figura 3-3 – Tipo de emissão em rádio de acordo com o índice espectral. (Dulk, 1985)
4.1.1 Raios X
CMEs e explosões do tipo X estão usualmente relacionados, não através de
uma relação de causa e efeito, mas ambas como diferentes aspectos do mesmo
processo eruptivo (Priest, 2014). As primeiras detecções de explosões são feitas em
raios X moles, que são as primeiras emissões região ativa. Já as CMEs acontecem
na coroa e são estudadas por coronógrafos de luz branca.
Para a visualização da região ativa em raios X foram utilizados dados de
alguns equipamentos que possuem imageadores como o HINODE XRE e o SWAP
174. A Figura 4-1 apresenta duas imagens da região ativa 12673. No painel esquerdo,
são mostradas regiões ativas pelo SWAP 174 Å no comprimento de onda do ferro IX.
A nossa região de interesse se encontra no quadrante direito inferior do Sol. No painel
direito, a região de interesse é vista ampliada através do HINODE XRT.
Na Figura 4-2 é possível ver a variação do fluxo juntamente com a mudança
das classificações de blackout de rádio causado pela explosão solar, conforme a
Tabela 2-6.
Para o estudo do fluxo em raios-X foram utilizados dados do GOES-13.
Figura 4-1 – Região ativa 12673, em 6 de setembro de 2017, em 174 Å e raios X (Dublin Institute for Advanced
Studies & Northumbria University Newcastle, s.d.)
4.1.2 Rádio
Componente S (componente lentamente variável)
Sabe-se que o Sol quase nunca fica calmo e, como resultado disso, as
emissões de rádio podem ser observadas simultaneamente nas bandas centimétricas
e decimétricas, sendo essas as emissões do sol quiescente e dos pontos brilhantes
(Figura 4-4), também conhecidas como condensações de rádio, que são as posições
de origem dessas emissões e que coincidem com as regiões ativas (no local onde as
manchas e as fáculas são encontradas). Geralmente, essas emissões têm uma
variação de emissão lenta e, em alguns casos, elas podem permanecer constantes
por vários dias; a quantidade de fluxo de radiação que elas emitem depende do
tamanho das manchas: quanto maior o tamanho, maior o fluxo. Tudo isso parece
indicar que o componente lentamente variável é de origem térmica e tem origem em
regiões muito densas.
Figura 4-4 – Imagem da fotosfera superior do Sol mostrando as estruturas magnéticas escuras e brilhantes
responsáveis pelas variações na radiação solar total. (Foukal)
Figura 4-5 – Parte superior: fluxo de diferentes frequências em relação ao tempo de emissão. Parte inferior:
evolução da área das manchas. Nota-se uma relação entre o aumento do fluxo e o aumento da área das
manchas. (Elaborada pelos autores)
Figura 4-6 – Fluxo solar em diferentes frequências, em função do horário da emissão. (Elaborada pelos autores)
Índice Espectral
Ainda com os dados do RSTN é possível calcular o índice espectral
(inclinação da reta do espectro de frequências) para determinados instantes da
explosão e, comparando o índice obtido com os da Figura 3-3, é possível estimar o
processo de emissão rádio.
Na Figura 4-6, o índice espectral para o primeiro instante da (a) da parte
opticamente espessa o é α = 1.521, para frequências de 410 MHz, 1415 MHz,
2695 MHz e 4995 MHz. Com este índice espectral só podemos dizer que pode ser
uma emissão térmica. Para o caso da região opticamente fina, obtivemos um índice
espectral de α = −0.038, que pode corresponder a uma emissão bremsstrahlung, para
frequências de 4995 MHz, 8800 MHz, e 15400 MHz. O índice espectral para o
primeiro instante da figura (b) da parte opticamente espessa é α = 1.346, para
frequências de 410 MHz, 1415 MHz e 2695 MHz, com este índice espectral podemos
dizer que pode ser uma emissão térmica, para o caso da região opticamente fina,
57
Figura 4-7 – Espectro de frequências para diferentes momentos da explosão da região AR12673. (Elaborada
pelos autores)
Com relação às figuras (c) e (d) o tipo de radiação não pode ser definido
porque não foi possível determinar o índice espectral, pois os pontos não podem ser
ajustados por uma reta de forma satisfatória. Para ter uma ideia melhor sobre o tipo
de radiação, é necessário ter espectros de mais frequências de rádio. As emissões
rádio da explosão foram classificadas como tipo IV (Dulk, 1985): Pode durar de horas
a dias, sendo o plasma o mecanismo de radiação; começa em altas frequências
aproximadamente por 10 minutos e depois cai para frequências mais baixas durante
horas. Está associado a ejeção de massa coronal e tempestade de radiação solar.
58
As emissões rádio da CME foram classificadas como tipo II (Dulk, 1985): Pode
durar até 10 minutos, indicam ondas de choque vindas para fora da coroa do Sol e
são bons indicadores de ejeção de massa coronal. Pode estar associado com a
segunda fase de aceleração de partículas de alta energia, aproximadamente 1 GeV
para prótons e 10 MeV para elétrons.
Tabela 4-1 – As características da CME da nossa análise (Robbrecht, Bourgoignie, & ESA, s.d.)
Figura 4-8 – CME associada à explosão solar em estudo (Robbrecht, Bourgoignie, & ESA, s.d.)
59
4.3.1 Partículas
O aumento da densidade de partículas em direção ao meio interplanetário
pode ser medido através de equipamentos do GOES. A Figura 3.9 demonstra o
aumento da densidade de prótons e elétrons devido à explosão que ocorreu no dia 4
de setembro; no caso dos prótons, o nível de energia era maior que 10 MeV e menor
que 50 MeV. A explosão do dia 6 de setembro produziu um aumento significativo de
prótons com energias maiores que 50 MeV.
Figura 4-9 - Contagem de prótons e elétrons no meio interplanetário verificado pelo GOES-13. Lado esquerdo:
prótons. lado direito: elétrons. (SWPC, s.d.)
Figura 4-10 – Variação do campo magnético do meio interplanetário devido a passagem da CME da nossa
análise. O gráfico foi gerado diretamente na base de dados dos magnetômetros da Wind Magnetic Field
Investigation (MFI). (NASA, s.d.)
61
Figura 4-11 – Parâmetros da onda de choque causada pela propagação da CME analisada. (Harvard-
Smithsonian Center for Astrophysics, s.d.)
62
Figura 4-12 - Índices geomagnéticos, DST, AE, Kp, as linhas coloridas indicam os tempos onde ocorrem as
mudanças mais importantes do campo magnético. (Elaborada pelos autores.)
4.4.1 Índice Kp
De acordo com os dados da OMNIWEB, obtivemos um índice máximo de Kp
de 8, caracterizando uma tempestade geomagnética severa ou forte (G4) de acordo
com a classificação da NOAA. Isto não necessariamente significa que o componente
horizontal do campo magnético terrestre sofreu grandes flutuações como resultado da
CME que chegou aproximadamente em 8 de setembro, tendo um valor máximo às
64
01:00 UT, após o qual temos um outro máximo correspondente à chegada da segunda
parte da CME às 14:00 UT no mesmo dia.
4.4.3 Índice AE
Para este índice, também com dados do OMNIWeb, podemos ver como a
atividade magnética varia na zona auroral em relação a um dia quieto devido às
intensas correntes ionosféricas produzidas pelo evento solar deste estudo. Às
12:00 UT do dia 6, em consequência da tempestade de radiação solar, podemos ver
um ligeiro aumento de intensidade do campo magnético. Em seguida, devido à
chegada da CME associada à mesma explosão, ocorre um aumento maior da
intensidade do campo magnético, com AE = 1050 nT após da compressão máxima da
magnetosfera. Também há um aumento de AE até 1150 nT após a entrada das
partículas da CME. Por fim, ocorre a variação máxima da atividade magnética, em
consequência da chegada da segunda parte da CME, com AE = 1400 nT.
65
Figura 4-13 – Outros índices para análise da tempestade geomagnética. (Elaborada pelos autores)
Figura 4-14 – Variação das camadas da atmosfera devido à tempestade de radiação (EMBRACE, s.d.)
67
Figura 4-17 – Dados da ionossonda digital de Cachoeira Paulosta referentes á tempestade geomagnética de 8
de setembro de 2017 (EMBRACE, s.d.)
Figura 4-18 – Dados da ionossonda digital de Campo Grande, para o dia 8 de setembro de 2017. (EMBRACE,
s.d.)
Figura 4-19 – Dados da ionossonda digital de Fortaleza, para o dia 8 de setembro de 2017. (EMBRACE, s.d.)
4.6.1 Reversão do drift da bolha de plasma equatorial (de Paula, et al., 2019)
Na ionosfera, após o pôr do sol, o elevado gradiente da densidade de elétrons
na base da camada F da ionosfera pode causar o desenvolvimento de uma
irregularidade de plasma devido ao processo de instabilidade de Rayleigh-Taylor.
Nesse processo, o plasma de baixa densidade das alturas mais baixas sobe até a
parte superior da camada F, gerando estruturas rarefeitas alinhadas com o campo,
chamadas bolhas equatoriais, que se estendem de dezenas a centenas de
quilômetros.
Normalmente, as bolhas de plasma equatoriais se deslocam para leste ao
anoitecer, antes da meia-noite, durante períodos magneticamente quietos. No
entanto, sob o efeito das intensas perturbações geomagnéticas causadas pela região
ativa do nosso estudo, a bolha de plasma apresentou comportamento anômalo:
usando dados de VHF, digissonda e receptores de GPS, de Paula et.al. constataram
que a bolha de plasma se deslocou para oeste, em vez de se deslocar para leste,
devido à tempestade geomagnética ocorrida de 6 a 10 de setembro de 2017.
Figura 4-21 – Mudança de fase do sinal de rádio recebido no Observatório de Mikhnevo de três transmissores
VLF: ICV, JXN e GBZ.
A Figura 4-22 mostra os dados do GLE 72. Ele foi relativamente baixo, com
aumento de 6 a 7% aproximadamente (Kurt, Belov, Kudela, & Yushkov, 2018) e não
surtiu efeitos na ionosfera. No entanto, considera-se que é de especial interesse por
ter ocorrido em uma época de mínimo de atividade solar.
76
Créditos das imagens: esquerda: Thomas Kast; superior direita: Alan O'Donnell; inferior direita: Paul Baralos
77
5 CONCLUSÃO
•
79
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