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Gabriela António Nicoroa

Radiação solar e terrestre


(Licenciatura em Ensino de geografia)

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2022
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Gabriela António Nicoroa

Radiação solar e terrestre


(Licenciatura em Ensino de geografia)

Trabalho da cadeira de Climatologia a ser


entregue ao Departamento de Geociências,
sob orientação do docente: Boavida Jorge
Machili para fins avaliativos

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2022
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Índice
1. Introdução.....................................................................................................................................3
1.1. Objectivos..................................................................................................................................3
1.1.1. Geral....................................................................................................................................3
1.1.2. Específicos..........................................................................................................................3
1.2. Metodologias.........................................................................................................................3
2. Radiação solar e terrestre..............................................................................................................4
2.1. Espectro eletromagnético da radiação solar...........................................................................4
2.2. A atmosfera e a radiação solar...............................................................................................7
2.3. Mecanismos de radiação solar...............................................................................................7
2.4. Radiação terrestre..................................................................................................................8
2.5. Leis da radiação...................................................................................................................10
3. Conclusão................................................................................................................................12
4. Bibliografia.................................................................................................................................13
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1. Introdução

O presente trabalho da cadeira de Climatologia tem como tema central radiação solar e terrestre.
A superfície da Terra se diferencia significativamente de um lugar para outro. A formação e a
existência dessas paisagens singularizadas e diferenciadas se devem, em grande parte, à
combinação resultando da atuação conjunta de múltiplos agentes naturais, tais como a estrutura
geológica, o relevo, o clima, o solo, os rios, a vegetação, a fauna.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral

Compreender a radiação solar e terrestre;

1.1.2. Específicos
 Explicar o fenómeno de radiação terrestre e solar;
 Caracterizar os processos da radiação solar e da radiação terrestre;
 Distinguir a radiação solar da radiação terrestre.

1.2. Metodologias

O presente trabalho de pesquisa foi realizado através da consulta bibliográfica.


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2. Radiação solar e terrestre

Para Soares e Batista apud Torres & Machado (2004), “radiação é uma forma de energia que
emana, sob forma de ondas eletromagnéticas, de todos os corpos com temperaturas superiores ao
zero absoluto (-273 ºC)”.
Para Almeida (2016), radiação solar é a designação dada à energia radiante emitida pelo Sol, em
particular, aquela que é transmitida sob a forma de radiação eletromagnética. Cerca de metade
desta energia é emitida como luz visível na parte de frequência mais alta do espectro
eletromagnético e o restante na banda do infravermelho próximo e como radiação ultravioleta.
O Sol é a estrela que fica mais próxima da Terra, cujo diâmetro é de 1,4 milhões de km (109
vezes maior que o da Terra) e a massa específica de 1,41 g.cm -3. O Sol é uma das 200 bilhões de
estrelas na galáxia da Via Láctea, tem uma massa muito grande (333 mil vezes maior que a da
Terra) e um intenso campo gravitacional ao seu redor, razão pela qual é o astro central do sistema
solar. (DE ALMEIDA, 2016)
O Sol é composto por 92,1% de hidrogênio, 7,8% de Hélio e 0,1% de outros elementos. A idade
estimada é da ordem de 4,6 bilhões de anos e deve brilhar por mais cinco bilhões de anos. No
núcleo e na superfície, as temperaturas são, respetivamente, de 15 milhões de graus Kelvin (K) e
de 5.770 K. A energia emitida pelo Sol é de 68 milhões de watts por metro quadrado (W/m 2) e
equivale a 12,4 milhões de vezes a potência da usina de Itaipu. O planeta Mercúrio, que se
encontra três vezes mais próximo do Sol que a Terra tem temperatura média da ordem de 500 °C
enquanto que a temperatura média do nosso planeta fica em torno de 15,0 °C. (DE ALMEIDA,
2016).
A densidade de fluxo de radiação ou irradiância é a quantidade de energia que chega por
unidades de tempo e área, perpendicular à direção considerada, integrada para todo o espectro.
No Sistema Internacional de Unidade (SI), a unidade de medida utilizada é watt por m 2 (W.m-2).
Outras unidades são também utilizadas, tais como: calorias (cal) por cm2 por minuto (cal.cm-
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.min-1) e langley (ly) por minuto (ly/min). Um ly equivale a 1cal por cm2, 1cal= 4,18 Joule e
1watt=1Joule/s. Fazendo-se essas transformações, temos que 1cal.cm -2.min-1 =696,7 W.m-2. (DE
ALMEIDA, 2016).

2.1. Espectro eletromagnético da radiação solar


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Para De Almeida (2016). O espectro eletromagnético é o conjunto de radiações eletromagnéticas


ordenadas de acordo com as suas frequências e seus respectivos comprimentos de ondas. O
espectro eletromagnético de todas as das radiações são mostrados na figura abaixo e o da
radiação solar (visível).

Figura1: fonte (DE ALMEIDA, 2016)

Figura 2: fonte (DE ALMEIDA, 2016)

O espectro eletromagnético é subdividido em três faixas: ultravioleta, visível e infravermelho.


Assim, os extremos dessas faixas espectrais (ultravioleta e infravermelha) equivalem aos
comprimentos de onda menor que 360 nm ou maior que 760 nm, respectivamente. Já a faixa
visível (intermediária), por ser detectada pelo olho humano, equivale ao comprimento de onda
entre 360 e 760 nm. Em média, algo em torno de 4% da energia solar que chega à superfície é nas
faixas espectrais do ultravioleta, 44% na faixa visível e 52% infravermelho. (DE ALMEIDA,
2016)
A irradiância infravermelha é o raio solar mais presente, mas nem por isso inofensivo. No
entanto, é a que provoca a sensação de calor, chega até a hipoderme, à fatia mais profunda da
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pele, e está associada, sobretudo, à degradação e à diminuição da produção de colágeno. Na faixa


espectral do visível, o olho humano consegue diferenciar as seguintes cores: violeta (360-420
nm); azul (420-490 nm); verde (490-540 nm); amarelo (540-590 nm); laranja (590-650 nm) e
vermelho (650-760 nm). Estes intervalos não são exatos, porque não há limites nítidos entre as
cores. A transição entre cores vizinhas se dá de maneira gradual, como pode ser vista num arco-
íris. (DE ALMEIDA, 2016)
A radiação ultravioleta do tipo A (UVA), que corresponde ao comprimento de onda entre 320 e
360 nm, equivale a maior parte da radiação UV do Sol, além de não ser absorvida pela camada de
ozônio. A UVA possui intensidade constante durante todo o ano, atingindo a pele praticamente
da mesma forma durante o inverno ou verão. A sua intensidade também não varia muito ao longo
do dia, sendo um pouco maior entre 10 e 16 horas que nos outros horários. Ressalta-se, ainda, que
a UVA penetra profundamente na pele, sendo a principal responsável pelo fator envelhecimento e
erupções cutâneas.
A radiação ultravioleta B (UVB), comprimento de onda entre 290 e 320 nm, é parcialmente
absorvida pela camada de ozônio. Ao nível do solo, é mais intensa entre 10 e 14h. Essa radiação
penetra superficialmente e causa queimadura solar, além de ser a principal responsável pelas
alterações celulares que predispõem ao câncer da pele.A incidência do UVB está associada à
imensa maioria dos cânceres cutâneos, além de atingir, sobretudo o DNA dos queratinócitos, que
são células diferenciadas do tecido epitelial (pele) e invaginações da epiderme para a derme
(cabelos e unhas) de animais terrestres responsáveis pela síntese da queratina. . (DE ALMEIDA,
2016)
A máxima concentração do ozônio ocorre a uma altitude entre 25 e 35 km. O ozônio nessa faixa
de altitude absorve a radiação ultravioleta, do tipo B, que é prejudicial à vida humana, animal e
vegetal. O ozônio é o único constituinte atmosférico que tem a função de absorver a radiação
UVB. Os filtros contra os raios UVA e UVB conseguem bloquear até 95 % desses feixes. (DE
ALMEIDA, 2016)
Os raios ultravioletas do tipo C (UVC), comprimento de onda entre 100 e 290 nm, são os de
maior energia e os mais perigosos para a saúde, embora sejam absorvidos pela camada de ozônio
e praticamente não alcançam a superfície terrestre.
O fator que tem a maior importância na determinação da intensidade da radiação UV terrestre é a
altura do Sol no céu, a qual depende da hora do dia, da estação e da latitude. A altitude e a
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cobertura de nuvens são fatores modificadores de menor importância. A radiação UV é também


emitida de forma artificial por alguns tipos de lâmpadas, inclusive, as fluorescentes, e/ou por
equipamentos de solda. (DE ALMEIDA, 2016)
O Índice de Radiação Ultravioleta (IUV) é uma medida da intensidade da radiação ultravioleta,
incidente sobre a superfície da Terra, sendo variável em função da hora do dia, da estação,
cobertura de nuvens e relevante aos efeitos sobre a pele humana. O IUV é agrupado em função da
sua intensidade e o tempo de exposição ao Sol. Com relação aos fatores geográficos, podem ser
citados os centros urbanos e turísticos localizados em regiões próximas à linha do Equador, onde
a camada de ozônio já é mais delgada e a radiação solar é mais intensa. (DE ALMEIDA, 2016)

2.2. A atmosfera e a radiação solar


Apenas 47% do total da radiação solar que chega ao limite superior da atmosfera consegue atingir
a superfície do globo. O restante é absorvido, difundido ou refletido através das nuvens e da
superfície da Terra. A atmosfera funciona, então, como um filtro protetor da Terra, sem o qual a
vida seria impossível. O limite inferior da atmosfera corresponde ao nível médio das águas do
mar, superfície da Terra e o seu limite superior, apesar de difícil de determinar, oscila entre os
800 km e os 1000 km de altitude.

2.3. Mecanismos de radiação solar


O sol emite permanentemente a mesma quantidade de energia. É a atmosfera que funcionando
como um filtro impede que toda a energia solar atinja a superfície, contribuindo, assim, para a
existência de vida na Terra. (MINISTERIO DA EDUCACAO, s/d)
Só 30 a 40% da energia solar atinge directamente a superfície que é designada radiação solar
directa. Grande parte da radiação solar é alterada pela acção da atmosfera e do solo pelos
seguintes processos:
 Absorção: a atmosfera retém determinada radiação solar recebida transformando-a em
calor. Neste processo, salienta-se o papel do vapor de água, dióxido de carbono, partículas
sólidas e líquidas em suspensão e o ozono. A absorção é mais intensa para as radiações de
grande comprimento, por exemplo os infravermelhos.
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 Reflexão: vejamos, quando a radiação solar ao incidir em qualquer corpo ou substância,


parte dela sofre uma mudança de direcção podendo ser reenviada para o espaço. Cerca de
10% da energia incidente à superfície do Globo é reenviada para a atmosfera.
À fracção de energia reflectida por um corpo em relação à energia nele incidente dá-se o nome de
albedo e exprime-se em percentagem. O albedo depende da natureza e estado físico dos corpos e
da inclinação dos raios solares. Quanto maior for a inclinação dos raios solares maior será o
albedo. Por exemplo, o albedo das nuvens é elevado, cerca de 55%, o da neve está entre 50 e
85%, mas da areia é menor variando entre 15 e 25% e das florestas menor ainda entre 5 e 10%.
Difusão é o processo provocado por moléculas de gases e minúsculas partículas em suspensão na
atmosfera que ao intersectarem a radiação solar, esta sofre uma infinidade de reflexões. Assim, a
luz solar transmite-se em todas as direcções, iluminando a atmosfera mesmo quando o sol está
encoberto ou abaixo do horizonte (crepúsculo).
A difusão depende do tamanho das partículas existentes na atmosfera e do comprimento de onda.
Por exemplo, a cor azul do céu que você vê deve-se ao fenómeno de difusão de radiações de
pequeno comprimento de onda, predominantemente azuis e violetas, provocadas por minúsculas
moléculas numa atmosfera límpida. A luz solar pode-nos chegar avermelhada, visível ao “nascer”
e “pôr” do Sol porque a espessura da atmosfera atravessada é maior, sendo as radiações amarelas
e vermelhas mais afectadas na dispersão

2.4. Radiação terrestre


O globo Terrestre absorve energia solar que é consumida no seu aquecimento até atingir a
temperatura média de cerca de 14ºC e todo o excedente de calor é libertado para a atmosfera e
desta para o espaço. (MINISTERIO DA EDUCAÇÃO, s/d)
A radiação terrestre é a radiação emitida pela Terra e processa-se em grande comprimento de
onda (radiação infravermelha), ao contrário da radiação solar que é, essencialmente, de curto
comprimento de onda. Este facto é importante porque alguns gases atmosféricos, como o vapor
de água e o dióxido de carbono, apesar de refletirem a radiação solar, de curto comprimento de
onda, absorvem uma boa parte da radiação terrestre, de grande comprimento de onda.
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Figura3: fonte (UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, s/d)

Figura: fonte (MINISTEERIO DA EDUCACAO s/d)

2.5. Leis da radiação


Para De Almeida (2016), A compreensão do regime radioativo de uma superfície requer o
conhecimento das leis fundamentais da radiação que são Stefan-Boltzmann e Wien. A Lei de
Stefan-Boltzmann ou de Stefan estabelece que todos os corpos com temperatura acima de zero
grau Kelvin (0 K) emitem ou refletem energia radiante (E, em w.m-2) proporcional à quarta
potência da sua temperatura absoluta (em K), sendo expressa pela equação simplificada:

Onde:

e= poder emissivo do corpo (para maioria dos objetos naturais varia de 0,95 a 1,0);
σ= constante de Stefan-Boltzmann (=5,67x 10-8 w.m-2. K-4)
T= temperatura do ar (K).
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A lei de Wien ou do deslocamento afirma que existe uma relação inversa entre o comprimento de
onda máximo e a
sua temperatura absoluta. Esta lei é necessária para se entender o balanço de energia solar e da
Terra e, algebricamente, representa o produto do comprimento de máxima emissão energética
(lmax, em nm) pela temperatura absoluta (K), sendo expressa pela equação:

Onde:

λmax= comprimento de onda máximo

Para efeito de análise e admitindo-se a temperatura média dos corpos na superfície da Terra de
(27º C=300 K) e do Sol de 6000 K e aplicando-se a expressão de Wien, tem-se:
a) a energia emitida pelos corpos terrestre (T≅ 300 K)

b) a energia emitida pelo Sol (T≅ 6000 K)

Esses comprimentos de ondas correspondem aos respectivos espectros de radiação nas faixas
espectrais do infravermelho e do visível.
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3. Conclusão
Conclui-se que radiação é uma forma de energia que se se manifesta através de ondas
eletromagnéticas de corpos com temperatura acima de -273º C. radiação solar é à energia radiante
emitida pelo Sol, em particular, aquela que é transmitida sob a forma de radiação
eletromagnética. O espectro eletromagnético da radiação solar é subdividido em três faixas:
ultravioleta, visível e infravermelho. A radiação terrestre é a radiação emitida pela Terra e
processa-se em grande comprimento de onda da radiação infravermelha, ao contrário da radiação
solar que é, essencialmente, de curto comprimento de onda.
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4. Bibliografia
DE ALMEIDA, Hermes Alves, Climatologia aplicada a Geografia, sd, Editora filiada a ABEU,
Brasil, 2016.
TORRES, Filipe Tamiozzo Pereira & MACHADO, Pedro José de Oliveira, Introdução à
Climatologia, sd, Geographica, Brasil, 2008.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO-Instituto de Educação Aberta e a Distancia (IEDA), Ambiente
Bioclimático módulo 2 de Geografia, s/d.
Universidade Federal de Campina Grande Centro de Tecnologia e Recursos NaturaisCentro de
tecnologia e recursos naturais, unidade acadêmica de ciências atmosféricas programa de pós-
graduação em meteorologia, Radiação solar e terrestre, sd¸s/d

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