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Curso de
TRABALHO DE CAMPO
Curso de
Cadeira de
Alimentação e Nutrição na Gravidez
Índice
1. Introdução...............................................................................................................................................3
1.1. Objectivo geral....................................................................................................................................3
1.1.1. Objectivos específicos....................................................................................................................3
1.2. Metodologia do trabalho.....................................................................................................................3
2. Nutrição na gravidez...............................................................................................................................4
2.1. Necessidades energéticas e nutricionais na gravidez..........................................................................5
2.1.1. Energia............................................................................................................................................5
2.1.2. Proteína...........................................................................................................................................5
2.1.3. Hidratos de Carbono.......................................................................................................................5
2.1.3.1. Fontes alimentares de hidratos de carbono.................................................................................6
2.1.4. Gordura...........................................................................................................................................6
2.1.5. Ácido fólico....................................................................................................................................6
2.1.5.1. Fontes alimentares de acido fólico.............................................................................................7
2.1.6. Vitamina C......................................................................................................................................7
2.1.7. Vitamina D......................................................................................................................................7
2.1.8. Cálcio..............................................................................................................................................7
2.1.8.1. Fontes alimentares rico em cálcio...............................................................................................8
2.1.9. Ferro................................................................................................................................................8
2.1.9.1. Fontes alimentares ricos em ferro...............................................................................................8
2.1.10. Magnésio.........................................................................................................................................9
2.1.11. Iodo.................................................................................................................................................9
2.1.11.1. Fontes alimentares de iodo.........................................................................................................9
2.1.12. Zinco.............................................................................................................................................10
2.1.12.1. Fontes alimentares de Zinco.....................................................................................................10
2.1.13. Cobre.............................................................................................................................................10
2.1.13.1. Fontes alimentares de cobre......................................................................................................10
2.1.14. Selénio..........................................................................................................................................10
2.1.14.1. Fontes alimentares de selénio...................................................................................................11
2.1.15. Sódio.............................................................................................................................................11
2.1.16. Hidratação.....................................................................................................................................11
2.2. Factores de riscos...........................................................................................................................12
3. Conclusão...........................................................................................................................................13
4. Referências bibliográficas..................................................................................................................14
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1. Introdução
A elaboração deste trabalho surge no contexto de identificar e descrever a alimentação e
nutrição na gravidez;
Compreendendo que o ciclo vital abrange o nascer, crescer, reproduzir e morrer, a mulher
surge como aquela que possui a capacidade de gerar uma nova vida em seu ventre, ocorrendo,
pela acção de diversos mecanismos intrínsecos, reflectindo assim em uma série de modificações
físicas, fisiológicas e psicológicas que regulam as funções orgânicas da mãe para garantir o
desenvolvimento do concepto;
No entanto, para que esse momento suceda normalmente, é necessário que a alimentação
materna seja rica em nutrientes durante a gestação, considerando que esta será a única fonte
nutricional para o feto;
No período gestacional inteiro, a mãe e o feto passam por uma fase de rápida transformação,
com expressivas alterações fisiológicas, anatómicas e metabólicas, tornando esse período de
maior vulnerabilidade a alterações da dieta. Prever situações de maior risco a deficiências
nutricionais e corrigi-las oportunamente pode trazer importantes benefícios para a saúde materna
e do filho, em curto e longo prazos, incluindo saúde materna ideal, bem como saúde,
desenvolvimento e crescimento fetal ideais, redução dos riscos de defeitos congénitos e, ainda,
redução de riscos de problemas crónicos de saúde para a mãe e seu filho;
O trabalho apresenta abaixo objectivo geral e específicos; bem como a metodologia aplicada
na elaboração do mesmo.
1.1. Objectivo geral
Conhecer o tipo de alimentação e nutrição na gravidez.
1.1.1. Objectivos específicos
Identificar os alimentos e o tipo de nutrição na gravidez;
Descrever os alimentos e o tipo de nutrição na gravidez.
1.2. Metodologia do trabalho
Como forma de elaborar o trabalho, recorreu-se:
2. Nutrição na gravidez
O estado nutricional da mulher antes e durante a gestação é um factor fortemente associado à
ocorrência de complicações gestacionais como diabetes, pré-eclâmpsia, hipertensão, insuficiência
cardíaca, prematuridade, retardo de crescimento uterino, defeito do tubo neural e morte neonatal
(NOCHIERI, 2008);
Haja vista a existência de peculiaridades no mundo feminino, sobretudo na fase da
gravidez, o consumo de diferentes tipos de alimentos e os modos de se alimentar são
influenciados por questões fisiológicas e emocionais, pela cultura, pela situação socioeconómica
e nem sempre estão de acordo com o que afirma a ciência em relação à alimentação saudável
(BAIÃO; DESLANDES, 2008);
Durante a gravidez, ocorrem alterações metabólicas e fisiológicas na gestante, que
asseguram o crescimento e o desenvolvimento do feto, e que justificam o aumento das
necessidades energéticas e nutricionais e, consequentemente, das suas recomendações neste
período específico;
Um inadequado estado nutricional da mulher nesta fase pode potenciar a ocorrência de
complicações maternas, fetais e/ou neonatais, com evidência cada vez mais robusta que indica
que os efeitos nos recém-nascidos se podem manter até à idade adulta, com possíveis
consequências inter-geracionais;
Durante o segundo e terceiro trimestres da gravidez, ocorre a reserva de nutrientes no feto
para utilização nos primeiros anos de vida, onde há um crescimento acelerado;
Saliente-se que apesar da gestante/lactante necessitar de um maior aporte energético, mais
importante será a prática de uma alimentação nutricionalmente adequada. O aumento das
necessidades de proteína e de vários micronutrientes chega a ser superior ao aumento das
necessidades energéticas, nestas fases;
Os hábitos alimentares da mãe durante a gravidez têm ainda um papel fundamental no
estabelecimento das preferências alimentares do seu filho. Estudos revelam que as preferências
alimentares da futura criança começam a ser estabelecidas dentro do útero, estando o feto
precocemente capacitado, pela inalação ou deglutição do líquido amniótico, para reconhecer
compostos voláteis da alimentação materna; Esta capacidade de reconhecimento precoce destes
sabores traduz-se numa aceitação facilitada dos mesmos durante a diversificação alimentar;
Assim, importa reforçar junto da mãe que a influência da alimentação materna na alimentação
dos filhos é muito precoce, pelo que se deve garantir uma alimentação saudável durante a
gravidez.
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2.1.2. Proteína
A proteína é composta por aminoácidos, que são “os blocos de construção” das células do
seu corpo e do seu filho. Os aminoácidos essenciais são aqueles que o corpo não pode produzir
por si mesmo e, portanto, são obtidos pelos alimentos;
No segundo e terceiro trimestres as necessidades proteicas estão aumentadas; No entanto,
a sua “dieta habitual” consegue suprir esse aumento. O aumento das necessidades deve-se ao
contributo proteico para a formação da placenta, crescimento do útero e desenvolvimento e
crescimento do feto;
Para garantir um consumo adequado de proteína, a mulher gravida deve:
Incluir os lacticínios (leite, queijo, iogurte) ao pequeno-almoço e merendas;
Alternar entre a ingestão de carne de aves, peixe, leguminosas (feijão, grão de bico, favas,
ervilhas, lentilhas) ou ovos;
Optar pela inclusão de carne preferencialmente branca – coelho, frango, peru;
Consumir 2 a 3 vezes por semana pescado.
carbonos que a mãe ingere, obtém-se glicose que é a principal fonte de energia, e fundamental
para o desenvolvimento do feto, e fibra, importante para regular o seu trânsito intestinal.
2.1.4. Gordura
A gordura de origem alimentar tem funções importantes no organismo enquanto
grande fornecedora de energia, transporte de algumas vitaminas (A, D, E, K), protecção contra o
frio, desenvolvimento do cérebro e visão. Não existem recomendações específicas relativamente
à ingestão de gordura para a grávida, no entanto, estas apresentam necessidades aumentadas de
ácidos gordos essenciais, nomeadamente ómega-6 e ómega-3;
O uso de suplementos de ómega-3 pode ser considerado, de acordo com as
recomendações do profissional de saúde que a acompanha.
Para garantir uma ingestão adequada de gordura, a mulher gestante deve:
Temperar os alimentos usando o azeite, de uma forma moderada;
Incluir pelo menos uma pequena porção (20 g) de frutos oleaginosos (nozes, amendoim
ou amêndoas), 4 vezes/semana;
Consumir 2-3 porções (233-250g) de pescado por semana, tendo em conta as
espécies de pescado que devem ser privilegiadas e/ou limitadas durante a gravidez.
2.1.6. Vitamina C
Níveis plasmáticos baixos desta vitamina estão associados a parto prematuro,
possivelmente relacionado com a função antioxidante da vitamina C, o seu papel na síntese de
colagénio e na promoção da absorção de ferro;
A vitamina C tem um papel fulcral pela sua actividade antioxidante e promove a absorção
de ferro. Na gravidez as necessidades estão aumentadas, pelo que deve incluir no seu dia
alimentar frutas cítricas, papaia, hortícolas como pimento verde e vermelho, couve roxa ou os de
folha verde escura.
2.1.7. Vitamina D
É uma vitamina lipossolúvel que controla os níveis plasmáticos de cálcio e fósforo,
necessários para o funcionamento geral das células, e, especialmente para a saúde óssea; esta
vitamina parece também participar no metabolismo glicídico, angiogénese, inflamação, função
imunitária, regulação da transcrição e expressão genética e nidação adequada;
A vitamina D é particularmente importante para o crescimento e desenvolvimento
dos ossos do seu filho e também ajuda a manter a saúde dos seus ossos; A vitamina D é sobretudo
produzida pela exposição ao sol. Assim é recomendada a exposição solar diária moderada, tendo
em conta as recomendações para a prevenção do cancro da pele.
2.1.8. Cálcio
O cálcio é essencial, pelo seu papel na mineralização óssea, mas também por estar ainda
envolvido em muitos processos metabólicos, incluindo a coagulação sanguínea, proteólise
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2.1.9. Ferro
O ferro é especialmente importante durante a gestação, dado a sua função como cofactor
na síntese de hemoglobina e mioglobina, no transporte de oxigénio, na regulação genética, no
desenvolvimento neuronal, no metabolismo de neurotransmissores e no correcto funcionamento
de diferentes enzimas que dependem deste;
O ferro em combinação com outros nutrientes e água, ajuda a aumentar o volume de
sangue e prevenir a anemia durante a gravidez, importante para garantir o fornecimento de
oxigénio e nutrientes necessários ao crescimento do feto;
Uma ingestão inadequada deste mineral pode aumentar o risco de baixo peso ao
nascimento, prematuridade, aborto e perturbações no neuro desenvolvimento do feto;
A ingestão diária de 16 mg é ideal durante a gravidez, sendo por vezes necessária a toma
de suplementos deste mineral;
2.1.9.1. Fontes alimentares ricos em ferro
A sardinha de conserva, as carnes magras (coelho, frango, peru), carne vermelha (carne de
vaca), e ovo são boas fontes de ferro de origem animal;
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2.1.10. Magnésio
O magnésio apresenta função de cofactor e activador de várias reacções enzimáticas,
sendo fundamental para o metabolismo de macro e micronutrientes, crescimento celular, e ainda
para a garantia da estrutura e permeabilidade das membranas celulares, da resposta do sistema
imunitário e prevenção de inflamação;
A ingestão adequada de magnésio durante a gravidez está associada à diminuição do risco
de doença materna (pré-eclampsia), de nascimentos prematuros e atraso no crescimento no útero
do seu filho;
Os cereais integrais são das principais fontes alimentares de magnésio, pelo que, a
gestante deve optar por estes em pelo menos metade dos cereais e derivados que consome ao
longo do dia.
2.1.11. Iodo
O iodo faz parte da molécula tiroxina, que desempenha um papel determinante no
metabolismo, na mielinização neuronal do feto e na expressão de genes;
Durante a gravidez a síntese de hormonas da tiróide aumenta 50% o que explica também o
aumento nas necessidades de iodo nesta fase;
A deficiência severa neste mineral está associada a hipotiroidismo pós-parto, mortalidade
perinatal, malformações congénitas, hipotiroidismo neonatal e comprometimento do
desenvolvimento neuro-cognitivo fetal;
A deficiência de iodo durante a gravidez compromete o desenvolvimento cognitivo do seu
filho;
As mulheres que pretendem engravidar, grávidas ou a amamentar, devem tomar
diariamente um suplemento de iodo sob a forma de iodeto de potássio – 150 a 200 μg/dia, que
deverá ser prescrito pelo seu médico assistente;
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2.1.12. Zinco
O zinco é um importante componente de mais de 200 enzimas, nucleótidos, proteínas e
hormonas, participando na síntese proteica, metabolismo de ácidos nucleicos, divisão celular,
expressão genética, defesa antioxidante, na função imunológica, neurológica e na visão;
O zinco é um mineral que participa no rápido crescimento das células que ocorre durante
a gravidez, reforça o seu sistema imunitário, e é determinante para o desenvolvimento cognitivo
da criança;
Uma ingestão inadequada pode resultar em diferentes efeitos adversos no crescimento e
neuro desenvolvimento do bebe;
2.1.12.1. Fontes alimentares de Zinco
São boas fontes de zinco a carne (de vaca, polvo, lombo de porco), o queijo, frutos
oleaginosos e sementes (por exemplo, pinhão e sementes de abóbora), cereais integrais e pão
integral.
2.1.13. Cobre
A alimentação das mulheres grávidas é com frequência relativamente pobre em cobre, e
as necessidades aumentam ligeiramente, cerca de 0,2 mg por dia; A deficiência em cobre altera o
desenvolvimento embrionário e pode ser teratogénica;
2.1.13.1. Fontes alimentares de cobre
O cobre é muito importante e fundamental para diversas funções do nosso organismo;
A grávida tem as necessidades ligeiramente aumentadas, pelo que deverá procurar incluir
as sementes e frutos oleaginosos (nozes, avelãs, amêndoas, amendoins ou cajus) diariamente na
sua alimentação.
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2.1.14. Selénio
O selénio distingue-se pela sua actividade antioxidante, com papel relevante na
fertilidade; Níveis diminuídos de selénio associam-se a abortos recorrentes, pré-eclampsia,
restrição do crescimento intra-uterino, intolerância à glicose, alterações no perfil lipídico e
comprometimento do desenvolvimento cognitivo e psicomotor;
O selénio é necessário para o normal funcionamento do sistema imunitário e para ajudar a
proteger as células do seu corpo. Uma ingestão inadequada pode resultar em diferentes efeitos
adversos no crescimento e neuro desenvolvimento do bebe;
2.1.15. Sódio
O ambiente hormonal da gravidez afecta o metabolismo do sódio. O volume sanguíneo
aumentado na gravidez leva ao aumento da taxa de filtração glomerular de sódio, havendo
mecanismos compensatórios que mantêm o balanço hidroeletrolítico;
As necessidades de sódio não se alteram durante o período da gravidez;
Assim, a mulher gravida deve utilizar pouco sal para cozinhar (até 5 g por dia) e evite o
sal adicionado ao prato. Em alternativa utilize as ervas aromáticas, como os orégãos, a salsa, o
coentro, o cebolinho, o tomilho, o manjericão, e tantas outras para temperar.
2.1.16. Hidratação
Durante a gravidez, as mudanças fisiológicas fazem com que as necessidades hídricas
diárias aumentem em comparação com as mulheres em idade fértil;
A água é necessária para produzir o fluido que envolve o filho na placenta e para ajudar a
aumentar o volume de sangue. Se apresenta enjoos matinais, estará a perder líquido extra, por
isso é importante tentar beber mais para compensar isso. A sede é a forma pela qual o seu corpo
diz que precisa de beber e, quando a sede começar, já está um pouco desidratada, por isso deve
sempre responder à sua sede;
Outra forma de monitorizar a sua hidratação é verificar a cor da urina; deve ser de uma
cor clara e se for mais escura, provavelmente precisará de beber mais;
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3. Conclusão
Na recta final da elaboração deste trabalho, houve a necessidade de sumarizar aquilo que são
aspectos fundamentais relacionados com a alimentação e nutrição na gravidez, sendo que:
Ter uma alimentação saudável durante a gravidez é essencial para o crescimento saudável do
feto e para o bem-estar da mãe. Uma alimentação saudável durante a gravidez, para além de
beneficiar a saúde da sua criança, pode contribuir para que ela tenha bons hábitos alimentares no
futuro. As recomendações alimentares para o período da gravidez não são muito diferentes das
recomendações alimentares para a população em geral;
Mas a grávida tem necessidades aumentadas de energia e de nutrientes, sendo este aumento
dependente do trimestre em que se encontra. Mas não significa que deverá comer “por dois”, mas
sim para dois;
A deficiência proteica durante a gravidez tem consequências adversas, incluindo crescimento
fetal inadequado;
Um padrão alimentar equilibrado entre fontes proteicas de origem animal com melhor perfil
lipídico, exemplo (pescado, carnes magras), complementada com boas fontes proteicas de origem
vegetal como leguminosas, cereais integrais e frutos oleaginosos é adequado para suprir as
necessidades proteicas durante a gravidez;
Na gravidez as necessidades energéticas e nutricionais encontram-se aumentadas para alguns
nutrientes, o que implica uma adaptação da alimentação. Assim sendo, é possível verificar os
grupos de alimentos que devem ser reforçados ao longo dos diferentes trimestres da gravidez e
respectivas quantidades.
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4. Referências bibliográficas
9. VIEGAS, S.J., Segurança Alimentar - Guia de boas práticas do consumido, ed. I. Instituto
Nacional de Saúde, Doutor Ricardo Jorge. 2014: Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo
Jorge, IP;