SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

PREFEITURA MUNICIPAL DE IBIRITÉ

PROTOCOLO DE MEDICAMENTOS
QUE PODEM SER PRESCRITOS
PELO ENFERMEIRO

IBIRITÉ
2022

Comissão de Farmácia e Terapêutica

Coordenação de Assistência Farmacêutica
Rua Pantana, 25, Parque Antônio Amábile, Ibirité, MG, Fone: 3599 7218
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PREFEITURA MUNICIPAL DE IBIRITÉ

PROTOCOLO DE MEDICAMENTOS QUE PODEM SER PRESCRITOS

PELO ENFERMEIRO

PREFEITO MUNICIPAL
William Parreira Duarte

VICE-PREFEITO
Paulo Telles da Silva

SECRETÁRIA MUNICIPAL DE SAÚDE

Carina Bitarães

DIRETORA DE ATENÇÃO À SAÚDE

Ana Carolina Lima

COORDENADORA DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

Jaísa Maria Silva de Lemos

ELABORAÇÃO/ATUALIZAÇÃO:

Comissão de Farmácia e Terapêutica

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INTRODUÇÃO

A equipe de enfermagem compõe a Estratégia de Saúde da Família (ESF) com um

grande quantitativo de profissionais e desempenha papel decisivo no que se refere à
identificação das necessidades do território, coordenação do cuidado e vigilância em
saúde. Além de realizar ações de promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos,
diagnóstico de enfermagem, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde. A
enfermagem tem a atribuição de realizar o acolhimento a partir da escuta qualificada e
prestar cuidado de forma humanizada, integral e longitudinal, garantindo uma assistência
de qualidade para o usuário, família e comunidade.
Compete ao enfermeiro realizar consulta de enfermagem, procedimentos,
atividades em grupo e conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas
pelo gestor federal, estadual, ou municipal, observadas as disposições legais da profissão,
solicitar exames complementares, prescrever medicações e encaminhar, quando
necessário, usuários a outros serviços. A prescrição de medicamentos pelo enfermeiro
está prevista na lei do exercício profissional com base na Lei do Exercício Profissional de
Enfermagem n° 7.498 de 25 de junho de 1986, regulamentada pelo Decreto n° 94.406 de
08 de junho de 1987. O Enfermeiro exerce privativamente a Consulta de Enfermagem e
como integrante da equipe de saúde realiza prescrição de medicamentos previamente
estabelecidos em programas de saúde e em rotina aprovada pela instituição de saúde. A
prescrição dos medicamentos deverá ser registrada no prontuário do paciente, como os
demais serviços realizados pelo profissional da enfermagem.
O Processo de Enfermagem ou Consulta de Enfermagem constitui-se na dinâmica
das ações sistematizadas e inter-relacionadas, seguindo metodologia orientadora do
cuidado e do registro desta prática profissional. A Consulta de Enfermagem deve estar
baseada em suporte teórico que oriente e ampare cada uma das etapas do processo, dentre
eles a Coleta de dados de Enfermagem, o Diagnóstico de Enfermagem, o

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Planejamento de Enfermagem, a Implementação e a Avaliação de Enfermagem. Neste

contexto ressalta-se que a prescrição de medicamentos pode ser desenvolvida durante o
processo, de acordo com a necessidade, desde que incluídas na assistência integral a saúde
do indivíduo e respeitando o Art. 11, parágrafo II da lei 7.498/86, que determina a
“prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina
aprovada pela instituição de saúde”.
Além disso, a Política Nacional de Atenção Básica, aprovada pela portaria 2488
de 21 de outubro de 2011, que estabelece a revisão de diretrizes e normas para a
organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa
de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), descreve como atribuição específica do
enfermeiro, a realização de consulta de enfermagem, procedimentos, atividades em grupo
e conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal,
estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão,
a solicitação de exames complementares, prescrição de medicações e o encaminhamento,
quando necessário, dos usuários a outros serviços. Nesse sentido, tal protocolo tem como
propósito normatizar a Prescrição pelo Enfermeiro dos medicamentos estabelecidos na
Relação Municipal de Medicamentos - REMUME e orientando os profissionais
envolvidos neste processo, com base em legislações vigentes e dados bibliográficos para
uma prática de enfermagem mais integral e resolutiva formalizam-se através deste
documento recomendações para prescrição de medicamentos.
Os medicamentos que constam nesse protocolo, foram definidos pela Comissão
de Farmácia e Terapêutica do município, que estabeleceu critérios para essa seleção,
como medicamento isento de prescrição médica, com ampla referência bibliográfica e de
uso para patologias agudas. A prescrição de medicamentos pelo enfermeiro não é prática
obrigatória, deve ser desenvolvida pelo profissional que se sentir seguro e apto a
desenvolver essa atividade.

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Medicamentos passiveis de prescrição pelo enfermeiro na consulta de enfermagem

Sinais/sintomas Medicação Dose Via de administração/

e outras risco na gravidez e
condições lactação.
Adultos: 500 a 1000mg/dose.
Crianças: 10 a 25 mg/kg/dose.
Lactente: 10mg/kg/dia 4 vezes ao dia.
Pré-escolar: 15mg/kg/dose 4 vezes ao
dia.
Escolar: 25mg/kg/dose 4 vezes ao dia
Cálculo da dose em gotas por idade ou Via oral.
peso:
 3 a 11 meses (5 a 8 Kg): 3 a 6 Não usar na gravidez
gotas 4 vezes ao dia; Amamentação.
 1 a 3 anos (9 a 15 kg): 7 a 12
gotas 4 vezes ao dia; Não amamentar até 48 h
 4 a 6 anos (16 a 23 kg):13 a 16 após o uso.
Dor e febre Dipirona sódica
gotas 4 vezes ao dia;
500 mg/mL
 7 a 9 anos (24 a 30 kg): 18 a 21
solução oral
gotas 4 vezes ao dia;
gotas
 10 a 12 anos (31 a 45 kg): 22 a 30
gotas 4 vezes ao dia;
 13 a 14 anos (46 a 53kg): 30 a 37
gotas 4 vezes ao dia.
Obs: Fabricantes sugerem não usar em
menores de 03 meses ou menores de 05
kg por risco de disfunção renal.

Paracetamol Adultos e crianças maiores de 12 anos: 500 Via oral.

500 mg a 1000 mg/dose 3 a 4 vezes ao dia (não
comprimido ingerir mais de 4g/dia). Gravidez: (FDA) Risco B.
Dor e febre
Paracetamol Crianças até 12 anos: 10 mg/kg/dose Amamentação: o uso em
200 mg/mL (máximo de 230 mg/dose) 3 a 4 x ao dia. doses terapêuticas
solução oral recomendadas não representa
gotas Obs: não usar por mais de 10 dias em risco ao lactente.
adultos e mais de 05 dias em crianças.

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Adultos e crianças acima de 12 anos ou com

peso corporal acima de 30 kg: um
comprimido de loratadina (10 mg) uma vez
por dia. Segurança e eficácia em
Tosse com Loratadina 10 mg crianças abaixo de 2 anos
ausência dos comprimido Crianças de 2 a 12 anos: Peso corporal ainda ao foram estabelecidas.
sinais e sintomas abaixo de 30 kg: 5 ml (5 mg) de loratadina
descritos: Loratadina uma vez por dia. Não administrar mais de 5 Gravidez: (FDA) Risco B.
Presença de 1mg/mL xarope ml em 24 horas.
Febre, história Uso indicado acima de 2
pregressa de Peso corporal acima de 30 kg: 10 ml (10 anos.
asma ou mg) de loratadina uma vez por dia. Não
“bronquite”, administrar mais de 10 ml em 24 horas.
frequência
respiratória Em crianças de 6 a 11 meses de idade: 2
elevada. mL (1 mg) de desloratadina uma vez por Este medicamento não deve
Desloratadina 0,5 dia. ser utilizado por mulheres
mg/mL xarope Grávidas.
Em crianças de 1 a 5 anos de idade: 2,5 mL
(1,25 mg) de desloratadina uma vez por A eficácia e a segurança da
dia. desloratadina em crianças
menores de 6 meses de
Crianças de 6 a 11 anos de idade: 5 mL (2,5 idade não foram
mg) de desloratadina uma vez por dia. estabelecidas.

Adultos e adolescentes (maior ou igual a 12 Uso indicado de 6 meses a 2

anos de idade): 10 mL (5 mg) de anos.
desloratadina uma vez por dia.

Crianças de 6 a 24 meses: suplementação

preventiva com ferro (1 a 2 mg de ferro Via oral
elementar/kg/dia) por via oral.
Preferível tomar com
< De 5 anos: 2mg/kg de ferro elementar a cada estômago vazio,1 h antes
Sulfato ferroso 40 24 horas. Dose máxima diária 30 mg de ferro ou 2h após as refeições,
mg comprimido elementar. tomar com água ou com
Prevenção de sucos cítricos para
anemia Sulfato ferroso 25 > de 5 anos: 30 mg de ferro elementar, por melhorar absorção.
mg solução oral via oral, a cada 24 horas.
gotas Tomar junto com leite,
Suplementação de ferro a partir da 20ª semana cereais, café, chá prejudica a
gravidez até o terceiro mês após o parto: 1 absorção.
drágea de sulfato ferroso/dia (40mg de ferro
elementar). Recomenda-se ingerir 30 minutos
antes da refeição, de preferência com suco de
frutas cítricas.

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Crianças: 75mL/kg em pequenos volumes Via oral:

em um período de 4 horas.
Orientar paciente a preparar a
Oferecer 200mL após cada episódio de solução apenas com água
Diarreia/ vômito Soro de diarreia. filtrada.
Reidratação Oral
Adultos: 200 a 400 mL (de acordo com a Não ferver a solução depois de
perda de líquidos) por via oral após cada pronta.
episódio de diarréia.
Gravidez e amamentação:Não há
problemas documentados

Apresentações podem ou não

conter o expediente cloreto de
benzalcônio. As fórmulas
livres de cloreto de
Para limpeza e Soro Apresentação em gotas ou spray nasal. benzalcônio, não tem
Hidratação da fisiológico Quantidade a ser usada vai variar de acordo contraindicação.
mucosa nasal 0,9% solução com a necessidade de limpeza e hidratação.
nasal. As formulações com esse
expediente, reportam que
raramente pode ocorrer rinite
medicamentosa, mas não há
contraindicação de uso na bula.

Pediculose (piolho) em adultos e crianças

maiores de 02 anos:
Uso Tópico.
A cabeça deve estar previamente limpa (com
Permetrina 50 xampu ou sabão comum, e seca). Com os Gravidez: (FDA) Risco B
mg/mL tópico cabelos já secos, aplicar quantidade suficiente
capilar para molhar bem os cabelos e couro cabeludo. Amamentação: Não há estudos
Deixe agir por 10 min e enxaguar. sobre excreção no leite.

Reaplicar após 5 a 7 dias se for necessário.

Pediculose
Via oral.

Gravidez e lactação: o uso

Pediculose (piolho): deste medicamento deve ser
Ivermectina 6 mg evitado durante a gravidez,
comprimido Adultos e crianças com mais de 15 Kg dose uma vez que a segurança
única de 200 mcg por quilo de peso. nesses casos ainda não foi
estabelecida.

A ivermectina é eliminada no
leite materno em pequenas
concentrações e não deve ser
administrado
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durante o período de
lactação.

Não foram estabelecidas a

segurança e a eficácia em
crianças com menos de 15 kg
ou menores de 5 anos.
Em caso de vômitos até 2
horas após a ingestão, a dose
poderá ser repetida. Orientar
paciente a usar no máximo até
72 horas após relação
desprotegida para manter a
eficácia da medicação.
Ingerir com alimento ou leite
para evitar desconforto
gástrico.

Alertar sobre possibilidadede

adiantamento ou atraso da
Recomendado para mulheres maiores de 16
próxima menstruação.
anos.
Alertar sobre necessidade de
Pode ser tomado como dose única de 1,5 mg
notificar dor em baixo ventre,
até 72 horas após relação desprotegida.
que pode ser sinal de gravidez
Levonorgestrel ectópica.
apresentação: 02 Ou tomar 01 comprimido imediatamente e 1
Anticoncepcional comprimidos de após 12 horas. Usar até 72 horas após relação
de emergência 0,75mg desprotegida.
Alertar a não adotar a
contracepção de emergência
como método regular de
controle de natalidade.

Alertar que esse método não

protege contra DST/ IST´s.

Gravidez uso contraindicado.

Amamentação estudos
mostram que a quantidade de
medicação, passada para o
leite, é baixa. Recomenda- se,
no entanto, que seu uso ocorra
apenas 06 meses após o parto.

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Para gestantes> prevenção de

defeito no tubo neural.

Cuidado com pacientes em

Ácido fólico 0,2 0,4mg a cada 24 horas, das 4 semanas que uso de anticonvulsivantes:
mg/mL solução antecedem a gravidez até a 12ª semana de Pode reduzir o efeito do
oral gotas gestação. anticonvulsivante.
Gravidez: (FDA) Risco A
Amamentação: problemas
não foram relatados com uso
das doses recomendadas.
Saúde da mulher

Miconazol nitrato, Aplicação via vaginal, à noite ao deitar-se,

20 mg/g, creme por 7 dias. Os parceiros sexuais dos
vaginal portadores de candidíase não
precisam ser tratados, exceto
os sintomáticos.

Não há contra-indicação para

Candidíase genital grávidas e lactantes.

Durante o tratamento, as
relações sexuais devem ser
interrompidas.
Nistatina Aplicação via vaginal, à noite ao deitar-se, por
25.000 Ui/g, 14 dias.
creme vaginal

É contra-indicada a ingestão
de álcool durante o
tratamento com imidazólicos,
devido efeito antabuse.

Gestantes mesmo
Vaginose bacteriana Metronidazol 100 Aplicação via vaginal. À noite ao deitar-se. assintomáticas devem receber
mg/g, gel vaginal Por 07 a 10 dias. tratamento por via oral; não é
indicado o uso de gel vaginal.

Os parceiros sexuais não

precisam ser tratados.

Durante o tratamento, as
relações sexuais devem ser
interrompidas.

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É contra-indicada a ingestão
de álcool durante o
tratamento com imidazólicos,
devido efeito antabuse.

Visto que o Metronidazol é

Aplicação via vaginal. À noite ao deitar-se. excretado no leite materno, a
Tricomoníase Metronidazol 100 Por 07 a 10 dias. exposição desnecessária ao
mg/g, gel vaginal medicamento deve ser
evitada.

O tratamento do parceiro é
obrigatório.

Durante o tratamento, as
relações sexuais devem ser
interrompidas.

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Referencias

BRASIL. Decreto no. 94.406, de 08 de junho de 1987. Regulamenta a Lei no 7.498, de 25

de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da enfermagem, e dá outras providências.
Presidência da República, Brasília,DF, 21 de setembro de 2009. Disponível
em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/D94406.htm. Acessado em
20/09/2019;

BRASIL. Lei no. 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do

exercício da enfermagem,e dá outras providências. Presidência da República, Brasília,
DF, 21 de setembro de 2009. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7498.htm. Acessado em 21/09/2019

BRASIL. Lei no. 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do

exercício da enfermagem,e dá outras providências. Presidência da República, Brasília,
DF, 21 set. 2009. Disponível em: <http://www.cofen.gov.br/lei-n-749886-de-25-de-
junho-de-1986_4161.htmL> Acesso em: 21/09/2019.

Consulta de enfermagem, prescrição de medicamentos e solicitação de exames:

CORREA, C.R.P.; CARDOSO JUNIOR, M.M.C. Análise e classificação dos fatores
humanosnos acidentes industriais. Production, São Paulo, v. 17, n. 1, p. 186-198,
Apr. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.Acessado em 21/09/2019;

FONSECA, A.L. Guia de Medicamentos. 1. ed. Belo Horizonte: Fundação Ezequiel Dias
– Secretaria de Saúde de Minas Gerais. 2009. Disponível em:
http://www.funed.mg.gov.br/publicacoes-e-manuais/guia-de-medicamentos-2009/.
Acessado em 21/09/2019.

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