Defesas Celulares
Células NK
Alguns microrganismos necessitam estar dentro das células para se multiplicarem.
Por exemplo, os vírus que necessariamente utilizam o metabolismo de outra célula.
Consequentemente, as defesas do hospedeiro devem eliminar estes agentes antes que eles
possam se reproduzir dentro das células que eles infectaram. Os leucócitos responsáveis
pela morte intracelular destes microrganismos são as células natural killer. As células
NK são um tipo de linfócito cuja atividade é aumentada pela exposição aos interferons
e citocinas. Embora o mecanismo exato de reconhecimento não seja conhecido, acredita-
se que as células NK reconheçam glicoproteínas específicas na superfície da célula
infectada pelo vírus. Tal reconhecimento leva a célula NK a secretar proteínas citotóxicas
que deflagram a morte da célula infectada.
Inflamação
É uma resposta de defesa do corpo para tecidos devido à injúrias mecânicas (cortes
e abrasões), calor e eletricidade (queimaduras), luz UV, substâncias químicas e alergias
e infecção microbiana. Ela é caracterizada pelos sintomas: calor, rubor, edema e dor no
local lesado.
Quando as células são danificadas, a substância química histamina é liberada
pelos basófilos e mastócitos. A histamina se difunde pelos capilares da região,
provocando a vasodilatação e tornando-os mais permeáveis. A dilatação aumenta a
quantidade de fluxo sanguíneo para a área lesada, fazendo com que a pele torne-se
vermelha e quente ao toque. Devido a maior permeabilidade dos vasos, fluidos deixam o
sangue e se acumulam ao redor das células lesadas, causando edema. O sangue transporta
fatores de coagulação, nutrientes e outras substâncias para a área lesada e remove os
detritos. Transporta também macrófagos que liberam citocinas. Algumas citocinas atraem
outros fagócitos, uma citocina denominada fator alfa de necrose tumoral (TNF-α)
também causa vasodilatação e edema. A dor associada com a lesão é devida a liberação
de bradicinina que tem seu efeito regulado pelas prostaglandinas. Ambas as substâncias
são alvos para alguns anti-inflamatórios.
Após pouco tempo do início do processo inflamatório, os fagócitos começam a
chegar ao local do tecido infectado. Por exemplo, os neutrófilos saem da corrente
sanguínea espremendo-se entre as células endoteliais que revestem as paredes dos vasos.
Este processo, denominado diapedese, permite que os neutrófilos se concentrem nos
fluidos dos tecidos na região da lesão.
Quando um antígeno é reconhecido pelos macrófagos residentes no tecido, estas
células liberam citocinas. Duas delas, TNF e interleucina-1 (IL-1) agem no endotélio
dos capilares no local da infecção. Estas citocinas estimulam as células endoteliais para
que expressem duas moléculas de adesão chamadas de E-selectina e P-selectina. Os
neutrófilos e monócitos circulantes expressam carboidratos de superfície que se ligam
fracamente às selectinas. Os neutrófilos ligam-se ao endotélio, o fluxo de sangue destrói
essa ligação e a ligação forma-se novamente mais adiante e assim sucessivamente,
resultando no rolamento dos leucócitos na superfície endotelial. Os leucócitos expressam
outro conjunto de moléculas de adesão, chamadas de integrinas. As integrinas estão
presentes em um estado de baixa afinidade nos leucócitos que não foram ativados.
Conforme essas células rolam pelo endotélio, os macrófagos teciduais, que se
encontraram com o patógeno, e as células endoteliais, em resposta ao TNF e IL-1,
produzem citocinas chamadas de quimiocinas. As quimiocinas ligam-se à superfície
luminal das células endoteliais sendo apresentadas em altas concentrações aos leucócitos
que estão rolando pelo endotélio. Essas quimiocinas estimulam um rápido aumento na
afinidade das integrinas dos leucócitos pelos ligantes presentes no endotélio. Ao mesmo
tempo, o TNF e IL-1 estimulam o endotélio a expressar ligantes para as integrinas. A
forte ligação das integrinas aos seus ligantes interrompe o rolamento dos leucócitos. O
citoesqueleto dos leucócitos é reconhecido e as células se espalham na superfície
endotelial. As quimiocinas também estimulam a motilidade dos leucócitos. Com isso, os
leucócitos começam a migrar através da parede do vaso, seguindo o gradiente de
concentração da quimiocina até o local da infecção.
Febre
A febre é um aumento sistêmico da temperatura do corpo que frequentemente
acompanha a inflamação. A temperatura do corpo é mantida dentro de uma estreita faixa
pelo centro regulador de temperatura no hipotálamo. A febre ocorre quando a temperatura
estabelecida por este mecanismo é reajustada e elevada a uma temperatura maior. A febre
pode ser causada por muitos patógenos, por certos processos imunológicos, por quase
todos os tipos de lesão de tecido e até mesmo por ataque cardíaco. Na maioria das vezes,
a febre é causada por uma substância chamada pirogênio. Os pirogênios exógenos
incluem toxinas dos agentes infecciosos. Estas toxinas causam febre por estimularem a
liberação de pirogênios endógenos dos macrófagos. O pirogênio endógeno é interleucina-
1 que circulando pelo sangue, atinge o hipotálamo. Este por sua vez induz a produção de
prostglandinas que reajustam a temperatura através do hipotálamo.
Benefícios da febre: 1- Eleva a temperatura do corpo acima da temperatura ótima
para o crescimento de muitos patógenos. 2- Algumas enzimas e toxinas microbianas
podem ser inativadas. 3- A febre pode elevar o nível das respostas imunológicas
aumentando a velocidade de reações químicas do corpo. 4- faz o paciente sentir-se mal,
procurando repouso, permitindo que a energia seja usada no combate a infecção.