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Henrique e Carolina

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Imunidade específica e não específica

O QUE É A IMUNIDADE:

Imunidade é a capacidade que nosso organismo apresenta de reconhecer substâncias


estranhas (antígenos) e garantir a defesa contra elas. O sistema imunológico é o sistema
responsável por provocar esse processo de defesa e manter, assim, o equilíbrio e bom
funcionamento do organismo. Desencadeada pelo sistema imune, atua pela ação de células de
defesa e pela produção de anticorpos (proteínas produzidas em resposta à presença de
antígenos), que agirão contra determinados antígenos.

TIPOS DE IMUNIDADE:

De um modo geral, inclui vários processos fisiológicos que os organismos podem utilizar para
reconhecer corpos estranhos, neutralizá-los e eliminá-los. O sistema imunológico desenvolve
dois tipos de mecanismos de defesa: imunidade inata e imunidade adaptativa.

• Imunidade inata (ou não específica): tem como função impedir a entrada de agentes
patogénicos no organismo, não desencadeando respostas personalizadas aos mesmos.
Encontra-se presente em todos os animais e plantas com flor

• Imunidade adaptativa (ou específica): caracteriza-se por desencadear respostas


personalizadas e mecanismos de defesa específicos para cada tipo de agente patogênico). Está
presente em vertebrados com mandíbulas.

CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA IMUNITÁRIO:

➔ Órgãos Linfóides

Primários: local onde são produzidos e maturados os leucócitos (timo e medula óssea)

Secundários: órgãos envolvidos na captura e destruição de agentes agressores


externos (amigdalas, gânglios linfáticos, baço, apêndice)

➔ Células Efetoras - Leucócitos

Granulócitos:

Neutrófilos - realizam a fagocitose e são os primeiros a chegar aos tecidos infectados


atraídos por quimiotaxia

Basófilos - quando ativados libertam substâncias, como a histamina, que intervêm na


resposta imunitária e podem realizar a fagocitose

Eosinófilos - atividade fagocítica limitada; reduzem a reação inflamatória pela


produção de enzimas

Agranulócitos:

Monócitos - circulam no sangue poucas horas e vão para os tecidos; transformam-se


em macrófagos

Linfócitos T - destroem agentes patogénicos / Linfócitos B - transformam-se em


plasmócitos (produzem anticorpos) e células de memória
Henrique e Carolina
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IMUNIDADE INATA (OU NÃO ESPECÍFICA)

Consiste num conjunto de processos que confere proteção contra agentes patogénicos
impedindo a entrada dos agressores e/ou destruindo-os se já se encontrarem no interior do
organismo.

Nos animais, a entrada de agentes pode ser impedida por barreiras físicas ou por secreções e
enzimas: a pele, as mucosas, os pelos das narinas, a flora vegetal interna, o suor, as lágrimas, a
saliva, o suco gástrico e o muco vaginal. A segunda linha de defesa dá-se caso os agentes
patogénicos já estejam no interior do organismo. Pode ser local (fagocitose) ou sistémica
(febre e interferões):

• Fagocitose: capacidade de algumas células envolverem substâncias com extensões da


membrana plasmática e as digerirem já no seu interior. As células com capacidade fagocitária
(fagócitos) podem ser de três tipos:

▪ eosinófilos: com fraca capacidade fagocitária

▪ neutrófilos: são os primeiros a fagocitar

▪ macrófagos: são células de grandes dimensões que se diferenciam a partir de


monócitos. Por regenerarem os seus lisossomas (vesículas cheias de enzimas) têm uma
maior longevidade e uma grande capacidade fagocitária.

Resposta Inflamatória Local: Se um dedo, por exemplo, for picado por um alfinete que está
infetado com agentes patogénicos. As células que foram rompidas, bem como estes agentes
patogénicos, que são normalmente bactérias, ao dividirem-se produzem substâncias químicas
e assim sendo os leucócitos sabem que terão de atuar. A este processo de atração dá-se o
nome de quimiotaxia.

Quando um tecido é atingido pelos agentes patogénicos, algumas células, os mastócitos, bem
como alguns basófilos, produzem histamina e outros mediadores químicos que provocam a
dilatação dos vasos sanguíneos e aumentam a sua permeabilidade, aumentando o fluxo de
sangue no local, o que explica o aparecimento de inchaços, vermelhidão, dor e calor
característicos de uma inflamação. A histamina e outras substâncias ao entrarem na circulação
sanguínea vão atrair os fagócitos para o local da inflamação, que conseguem atravessar as
paredes dos capilares modificando a sua forma – diapedese. Os primeiros a chegar são os
neutrófilos seguidos dos macrófagos

Respostas Sistêmicas: Corresponde ao conjunto de reações que podem envolver


todo oorganismo quando invadido por agentes patogénicos. Os agentes patogénicos e os
leucócitos,ao fazerem, respetivamente o ataque e a defesa, libertam substâncias
químicas. Estas substâncias, quando detetadas pelo hipotálamo desencadeiam um aumento
de temperatura, causando febre, que vai resultar no aumento da fagocitose,
diminuindo também a multiplicação dos microorganismos.

Interferões: Glicoproteínas que ajudam a limitar a propagação de determinadas infeções


virais,no caso dos vírus serem multirresistentes. Quando o vírus afeta uma dada célula, passa a
estar ativo o seu gene que codifica a produção de interferões. Estes são então
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produzidos e liberados e vão posteriormente ligar-se à membrana das células vizinhas,


enviando sinais para o núcleo destas. A célula é estimulada a produzir proteínas antivirais que
vão bloquear a replicação do vírus.

IMUNIDADE ADQUIRIDA (OU ESPECÍFICA)

A imunidade específica, ao contrário da não específica, atua de forma diferente consoante o


agente patogénico e tem um efeito de memória, ou seja, o organismo memoriza o agente
patogénico numa primeira infeção e em infeções posteriores a resposta imunitária é mais
rápida e poderosa.

Este tipo de imunidade é desencadeado sempre que o sistema imunitário reconhece um


antigénio – qualquer molécula que reage de forma específica com um anticorpo ou com um
recetor de um linfócito T, desencadeando respostas imunitárias específicas. A resposta
imunitária específica está intimamente associada aos linfócitos (tipos B e T).

IMUNIDADE HUMORAL:

Quando é detetado um antigénio ou corpo estranho, os linfócitos B produzem e libertam


proteínas denominadas anticorpos ou Imunoglobulinas (Ig), que se fixam aos antigénios ou aos
determinantes antigénios (proteínas mais específicas presentes na membrana dos antigénios
do próprio agente invasor) do agente invasor, fazendo com que este seja mais facilmente
fagocitado por macrófagos.

Para evitar respostas erradas a antigénios não perigosos, o linfócito B ativado é sujeito a uma
confirmação de reconhecimento por um linfócito T, que se for positiva ordena a multiplicação
mitótica do linfócito B – multiplicação clonal. A diferenciação dos linfócitos B inicia-se depois
da multiplicação, transformando as células originais em plasmócitos e em células B de
memória. Os plasmócitos são células efetoras com grande capacidade de síntese proteica,
produzindo grandes quantidades de proteínas – anticorpos.

As células B memória são células diferenciadas, mas não efetoras, com uma grande
longevidade, que acionam uma resposta imunitária rápida e potente numa segunda infeção –
memória imunitária.

Os anticorpos são proteínas globulares – imunoglobulinas (Ig) – que se ligam a epítopos


específicos. Apesar da forte especificidade das Ig, estas moléculas partilham algumas
características:

• são constituídas por quatro cadeias polipeptídicas: duas longas ou pesadas e duas curtas ou
leves

• estrutura em Y devido às ligações entre as cadeias longas

• possuem uma região constante comum a todos os anticorpos da mesma classe, que permite
serem identificadas por outros componentes do sistema imunitário

• possuem uma região variável que lhes confere especificidade

• ligam-se aos antigénios em dois locais, os determinantes antigênicos, localizados na região


variável
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IMUNIDADE CELULAR:

A imunidade celular está associada aos linfócitos T, produzidos na medula mas, ao contrário
dos B, estes são maturados no timo. A resposta imunitária é ativada quando uma célula
apresentadora que podem ser macrófagos, linfócitos B ou agentes virais, apresenta um
antigénio a um linfócito T.

Depois de ativados, os linfócitos T diferenciam-se em linfocitos Th ou linfócitos auxiliares (uma


vez activados, libertam (citoquinas) que mediadores químicos estimulam fagocitose, a
produção de interferão e a produção de anticorpos pelos linfocitos B), linfocitos Tc ou
citotóxicos (que desencadeiam uma reação de lise celular) e em células memória.

De seguida, os linfócitos T citotóxicos ligam-se às células estranhas ou infectadas e libertam a


perforina, uma proteína que forma poros na citoplasmática, provocando a lise celular. Os
linfócitos T de memória desencadeiam uma resposta mais rápida e vigorosa num segundo
contacto com o mesmo antigénio.

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