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IMUNIDADE INATA
É a defesa não-adaptativa, que forma a primeira barreira para infecções. Alguns
mecanismos da imunidade inata começam a agir imediatamente no encontro com agentes
infecciosos, outros são ativados e amplificados na presença de infecções e em seguida voltam
aos seus níveis basais após o término da infecção. Os mecanismos que atuam na imunidade
inata, porém, não criam uma memória imunológica para uma proteção de longo prazo.
A defesa da imunidade inata depende de receptores codificados na linhagem
germinativa para reconhecer as características comuns dos patógenos. Essa habilidade de
distinguir o próprio do não-próprio, e o reconhecimento de uma vasta classe de patógenos,
contribuem para a indução de uma resposta imune adaptativa.
fluxo sanguíneo mais lento e as moléculas de adesão que permitem a adesão de leucócitos ao
endotélio e a sua posterior migração para dentro do tecido é chamado de extravasamento.
Após o inicio da inflamação, as primeiras células atraídas para o local são os neutrófilos e os
mastócitos.
A terceira mudança nos vasos é o aumento da permeabilidade vascular. As células que
revestem os vasos sanguíneos se tornam separadas, levando à saída do fluido e de proteínas do
sangue para o tecido, e assim causando edema.
A quarta mudança é a coagulação em microvasos no local da infecção, impedindo assim a
difusão do patógeno para a corrente sanguínea.
Outra maneira que induz uma resposta inflamatória é por meio da ativação da cascata de
complemento.
As três vias do complemento são iniciadas de maneiras distintas. A via lectina é iniciada por
proteínas solúveis que se ligam a carboidratos nas superfícies microbianas, a partir disso as
proteases associadas a essas proteínas de reconhecimento ativam a clivagem de proteínas do
complemento e ativam a via. A via clássica é iniciada quando C1, que é constituído por uma
proteína de reconhecimento (C1q) associada a proteases (C1r e C1s), reconhece a superfície
microbiana ou se liga a anticorpos já ligados ao patógeno. A via alternativa pode ser iniciada pela
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C4b2a cliva muitas moléculas C3 em C3a e C3b. Os fragmentos de C3b ligados ao patógeno e o
C3a liberado iniciam a resposta inflamatória local.
Pessoas com deficiência da MBL ou MASP-2 sofrem mais infecções respiratórias por
bactérias durante a infância, indicando a necessidade da via lecitina para a defesa do
hospedeiro.
1.6) Deposição de fragmentos de C3b pela convertase C3, e atividade da convertase C5:
A formação da convertase C3 é o ponto para o qual as três vias da ativação do complemento
convergem. A convertase das vias clássica e da lecitina, a C4b2a, e a convertase da via
alternativa, a C3bBb, iniciam os mesmos eventos subsequentes. Elas clivam o C3 em C3b e C3a.
o C3b se liga covalentemente por meio de sua ligação tioéster às moléculas adjacentes na
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superfície do patógeno, caso contrário ele é inativado por hidrólise. O principal efeito da
ativação do complemento é depositar grandes quantidades de C3b na superfície do patógeno
infectante, onde ele forma uma cobertura covalentemente ligada que pode sinalizar a
destruição final do patógeno pelos fagócitos.
O próximo passo na cascata do complemento é a produção da convertase C5. O C5 não
forma ponte tioéster ativa durante sua síntese, mas é clivada por proteases específicas em
fragmentos C5a e C5b. Nas vias clássica e da lecitina, a convertase C5 é formada pela ligação de
C3b com C4b2a, produzindo C4b2a3b. A convertase C5 da via alternativa é formada pela união
do C3b à convertase C3bBb para formar C3b₂Bb. A C5 é capturada por esses complexos de
convertase C5 por meio de ligação ao sítio aceptor do C3b, e logo fica suscetível à clivagem pela
atividade da serina-protease C2a ou Bb. Essa reação, que gera C5a e C5b, é mais limitada que a
clivagem de C3, já que o C5 só pode ser clivado quando se liga ao C3b, que se liga ao C4b2a ou
C3bBb, para formar o complexo C5 ativo.