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RESUMOS DE IMUNOLOGIA
Imunologia e Cancro
Resposta imune – conjunto de reações celulares e moleculares desenvolvidas pelo sistema imune
na resposta a presença de um agente externo, ou de um agente interno que é considerado
anómalo ou potencialmente perigoso.
Doenças autoimunes – doenças onde o sistema imune atua contra as células do próprio
hospedeiro.
Rejeição a transplantes – quando o sistema imunitário encontra células ou tecidos
estranhos desenvolve uma forte resposta contra os compostos transplantados para
proteger o hospedeiro, neste caso o doente é sujeito a uma quantidade elevada de
imunossupressores para impedir uma resposta de rejeição ao transplante.
Imunodeficiência – quando um dos componentes da imunidade inata ou adaptativa está
em défice devido a anomalias genéticas que podem ser provocadas por agentes
químicos, físicos ou biológicos.
Resposta inata - é uma resposta rápida e não especifica reagindo a todos os patogénios de igual
forma, é a nossa primeira linha de defesa contra microorganismos. Apresenta alguma
especificidade quando se trata de marcadores moleculares.
Imunidade adaptativa – é uma resposta mais lenta e especifica reconhecendo cada patogénio de
forma especifica, sendo considerada uma resposta mais potente. Para além disto apresenta uma
característica muito importante que é a memória, que significa que quando o sistema imune
entra em contacto com o patogénio a imunidade adaptativa tem a capacidade de memorizar e
da próxima vez que o sistema imune tiver contacto com esse organismo específico o corpo já
sabe como se defender.
A primeira barreira de defesa contra qualquer agente estranho é a pele, bem como, mucosa
ocular, mucosa do trato respiratório, mucosas do trato intestinal. Nestas zonas acontece a
primeira travagem a agentes estranhos, sendo esta uma resposta inata. As células presentes
nestas regiões produzem muco que é secretado e que juntamente com as vilosidades da mucosa
vai criar uma forma de retenção de poeiras, microrganismos e agentes patogénios. Outros são
imediatamente reconhecidos por recetores específicos das células dendriticas - como TLR (tool
like receptor quando ocorre a ligação de uma molécula com este recetor vai desencadear-se um
recrutamento de proteínas adaptadoras), quando são ativados estes vão fazer com que as nossas
células do epitélio da mucosa libertem sinais químicos, nomeadamente interleucinas e estas vão
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recrutar para o local células imunes. Este recrutamento pode ser mais ou menos forte
dependendo da concentração do agente.
O reconhecimento de patogénios por parte das células B e T ocorre devido ao recetor que estas
células apresentam (BCR ou TCR), que são recetores que reconhecem patogénios específicos
estando relacionados com a imunidade adaptativa.
Na apoptose, formam-se corpos apoptóticos e antes de morrer a própria célula tenta aproveitar
ao máximo toda a energia, quando a célula morre verdadeiramente não ocorre a descarga dos
autolisossomas nem dos fagolisossomas para o meio extracelular e por essa razão não é
desencadeada a resposta imune.
Hematopoiese
Processo pelo qual as células do sangue e do sistema imune são formadas. O nosso sistema
embrionário dá início à formação do sistema imune, com as células progenitoras da
hematopoiese a surgir no fígado fetal. Só numa fase mais avançada no desenvolvimento
embrionário é que passam do fígado para a medula óssea. Dá origem a uma linhagem linfoide
(células B e T, células NK, células linfoides inatas e células dendríticas) e uma linhagem mieloide
(macrófagos, neutrófilos, eosinófilos, basófilos, mastócitos e células dendríticas).
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Mastócitos –Existem alguns que são residentes em determinados tecidos (pele, baço e fígado,
caso exista algum ataque nesses tecidos os mastócitos encontram-se logo prontos para poder
reagir) ou em circulação na medula óssea.
São formados por vários grânulos que transportam heparina e histamina, que ao serem libertados
provocam vasodilatação que provoca um aumento da porosidade do endotélio, aumento do fluxo
sanguíneo e podem inibir as células T reg. Mastócitos facilitam o atravessamento de vasos
sanguíneos (diapedese) de outras células ao tecido danificado.
Os neutrófilos são as primeiras células chamadas ao local, são bastante abundantes, tem a
capacidade de comunicar entre eles através de redes moleculares e tem a capacidade de chamar
outras células ao local, como, eosinófilos, natural killer e monócitos e têm a capacidade de fazer
fagocitose. Caso não sejam recrutados para o local de infeção ou após algumas horas de
funcionamento morrem porque são compostos por grânulos extremamente tóxicos.
Nets – armadilhas formadas por fibras de cromatina do neutrófilo que entra em morte celular e
de várias protéases, à volta da cromatina há nucleação de protéases formando uma rede. Esta
rede de cromatina com protéases pode ser expelida permitindo captura e aprisionamento do alvo
e as protéases contribuem para a destruição do mesmo.
Quando o neutrófilo entra em morte celular vai formar estas redes de cromatina que permitem
o aprisionamento e destruição dos agentes patogénios e com a morte do neutrófilo morre
também os patogénios que se encontram à sua volta.
Neutrófilo na Forma não lítica – neutrófilo perde a cromatina mas a célula não explode, ou seja,
perde a rede de cromatina com algumas protéases mas o resto do corpo celular mantem-se mais
ou menos intacto e pode fazer a sua função de fagocitose.
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Diferenciação monocítica/macrofágica
Visão clássica – há uma célula hematopoiética progenitora, esta célula vai ser recrutada e vai
produzir células de linhagem monocítica, quando o monócito é recrutado ao tecido ele
diferencia-se em macrófago e passamos a ter macrófagos nos tecidos.
Visão moderna - para além dos macrófagos que são recrutados para os tecidos, há alguns
macrófagos residuais do próprio tecido e que são remanescentes do nosso desenvolvimento
embrionário, ou seja, durante o desenvolvimento embrionário há o desenvolvimento do fígado
fetal e este mantém um conjunto de células que vão assegurar a presença de macrófagos
residentes nos tecidos.
Contudo as células dendríticas estão também envolvidas na função tumorogénica, que consiste
na regulação do silenciamento da resposta imune evitando situações de inflamação excessiva.
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Interleucina 1 beta – pode ser libertada em resposta a alterações do estroma, surge muitas vezes
em resposta a agentes internos, acidificações do ph, a presença de hipoxia ou lesões provocadas
por rutura de um vaso. É uma molécula pró-inflamatória (promove a inflamação) que atua de
forma autócrina (atua na célula produtora) e desencadeia a resposta imune.
Se por outro lado, os monócitos chamados aos tecidos estão perante um ambiente mais
rico em IL-10 ou TGF- β, estes monócitos diferenciam-se em macrófagos do tipo M2,
estes têm uma sinalização imunossupressora ou anti-inflamatória.
A medida que o tumor vai arranjado mecanismos de escape imunológico, o próprio tumor vai
criar a sua volta um ambiente que permite a libertação de moléculas que facilitam o escape
imunológico e ao fazer isso vai libertar IL-10, TGF-β que vai deslocar a diferenciação de
macrofágica do sentido pró-inflamatório para anti-inflamatória. Quando isto acontece os
macrófagos perdem a capacidade de recrutar células com funções pró-inflamatórias e passam a
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recrutar populações com resposta imunossupressora (células Th2), como, células T reguladoras
e com células mieloides que vão chegar ao local e produzem moléculas anti-inflamatórias para
controlar a resposta imune e assim, não ocorre a eliminação do tumor. São populações anti-
inflamatórias e pró-tumoral.
Para além disto estas moléculas produzem grandes quantidades de BEGF, que é uma molécula
importante na angiogénese, o que favorece a chegada de nutrientes e oxigénio ao tumor.
Células dendríticas
Derivam também da medula óssea ou de monócitos já diferenciados no sangue e podem ser
recrutadas para qualquer região do nosso organismo, em particular para a mucosa digestiva, os
pulmões e a pele. São células especializadas na ingestão e degradação dos antigénios e na
apresentação dos seus fragmentos de antigénios às células T e as células B, estabelecendo por
isso a ligação entre o sistema imune inato e o adaptativo.
Os antígenos vão ser captados pela células APC na periferia (através do PRR que tem na sua
superficie), quando isto acontece a células dendrítica fica ativada (captou, processou e é capaz
de expor os péptidos antigénicos na sua superficie). A célula dendrítica ativada sai do tecido
periférico e migra para os orgãos linfáticos onde tem de ser capaz de apresentar o antigénio. Isto
não significa que não ocorre apresentação antigénica na periferia, existe mas a maioria das
apresentações antigénicas ocorre nos nódulos linfáticos.
Nos nódulos linfáticos existem imensos clones de células T (que tem em comum a presença do
TCR) no entanto, apenas são ativadas as especificas para o antigénio. Quando o péptido é
apresentado na superficie da célula dendrítica pelo complexo MHC da classe I vai ligar-se as
células T CD8+, quando a apresentação do péptido é feita pelo complexo MHC classe II liga-se as
células T CD4+. Quando a célula dendrítica apresenta o péptido antigénico à célula T especifica,
esta deixa de ser célula T naive e passa a ser célula T ativada.
NOTA: As moléculas MHC classe I são características apenas de células epiteliais, enquanto as
moléculas MHC classe II estão presentes em todas as células imunes.
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A célula T ativada vai proliferar dando origem a células filhas capazes de reconhecer o antigénio
exposto na superficie da célula dendrítica. Por sua vez, estas células T vão ser recrutadas por
quimiotaxia para os tecidos periféricos onde desempenham dois tipos de ações: células T CD8,
que podem provocar a destruição do antigénio e as células T CD4 efectoras ou células T helper,
recrutam células imunes ao local, como células T, natural killer e células B que podem transmitir
esta informação molecular as células B criando memoria e levando à formação de anticorpos.
A célula dendrítica inativada vai de alguma forma ativar-se e atua diretamente nas células alvo
libertando moléculas como, perforina que abrem os poros da membrana das células alvo e causa
a lise da célula ou pode fazer a apresentação dos antigénios processados as células T. Por outro
lado, a célula dendrítica pode induzir a libertação de IFN-gama que promove a angiogénese e
proliferação do tumor.
Apesar de terem um nome semelhante, têm origem e características fenotípicas diferentes, bem
como funções efectoras distintas das células T Natural Killer (NKTs). Frequentemente, as NKT
promovem a função das células NKs através da secreção do IFN-gama. Estas não expressão o
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recetor característico das células T (TCR), marcador CD3 nem as imunoglobulinas. Expressam um
recetor de superfície específico (FCγRIII, designado de CD16 em humanos e NK1.1 ou NK1.2 em
murganhos). Foram designadas por “natural killer” pela ideia inicial errada de que não
necessitariam de ativação para induzir a morte das células-alvo.
A célula NK apresenta na sua superficie recetores com funções inibitórias, estimuladoras e co-
estimuladoras (são consideradas moléculas de adesão que maximizam a ligação de duas células
mas não têm funções verdadeiramente ativadoras ou inibidoras).
(A) Uma célula alvo que apresente um antigénio, quando este antigénio não é específico para
a ativação da célula NK, não temos ativação nem resposta.
(B) Se a célula alvo não tiver antigénio que induza resposta ativadora nem resposta inibidora,
a célula NK não é ativada e não vai haver resposta.
(C) Se tivermos um sinal ativador, ou seja, uma molécula expressa pela célula de forma anómala
que é reconhecida pela célula NK como não sendo da casa. Isto vai ativar NK, e vai induzir a
libertação de moléculas ‘’morte’’ (IFN-g ou proteases) que são internalizadas para a célula
alvo e que vai levar à morte das células alvo.
(D) Quando a célula apresenta recetores inibitórios e ativadores, vai existir um equilíbrio
dinâmico e a eliminação das células vai depender do ambiente.
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Células T
Origem a partir do mesmo progenitor linfoide do que as células NK e células B, mas distinto deles
pela expressão de um recetor específico na sua superficie – TCR.
As células T CD4, também denominadas por células T helper pois auxiliam outras células,
incluindo a maturação das células B e ativação de células T CD8 e macrófagos. Expressam a
glicoproteína CD4 na sua superficie.
São ativadas pela ligação do péptido antigénico apresentados por moléculas MHC classe II
expresso na superfície de células apresentadores de antigénios, ao seu TCR. Dependendo dos
estimulos, as células T CD4 ativadas podem diferenciar-se em subtipos distintos, e cada um deles
expressa um reportório específico de citocinas, desenvolvendo diferentes respostas do sistema
imune.
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Em doenças autoimunes, existem essencialmente células Th17 e não células Treg, contudo no
caso do cancro existem células Treg que estão a tentar desligar a resposta imune que
normalmente deveria estar a ser exercida. O que o tumor aproveita é a capacidade normal do
organismo de ter sistemas de ligar e desligar a resposta imune.
As células T CD8, também denominadas células T citotóxicas (CTLs), uma vez que são responsáveis
pela morte direta de células infetadas, danificadas, anormais ou células tumorais. São
denominadas desta forma devido a presença de uma glicoproteína especifica na sua superficie
que é caracterizada pela produção de IFN-g.
Após o contacto a célula dendrítica que transporta o antigénio para o qual as células T CD8 são
especificas, estas ficam ativas e expressam XCL1 que recruta mais células dendríticas para o local
e provoca a expansão de células T citolíticas - CTLs.
NOTA: as CTLs também produzem citocinas anti-inflamatórias, como a IL-10 no pico da infeção
para evitar danos adicionais.
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Quando as células T CD8+ estão perante um ambiente rico em IL-2, IFN-gama e IL-12
diferenciam-se em Tc1 produtoras de IFN-g e TNF-alfa e perforina que provoca a abertura
de poros na membrana da célula alvo, onde é injetado granzima que são moléculas que
levam a morte da célula alvo. As células alvo podem morrer por apoptose ou por necrose,
as que morrem por necrose despoletam mais resposta inflamatória. Ativam a resposta
imune.
Quando as células T CD8+ estão perante um ambiente rico em IL-4 diferenciam-se em
Tc2 que libertam IL-4, IL-5 e IL-10 sendo que esta última é imunossupressora que vai
travar a respostas inflamatória.
Quando as células T CD8+ estão perante um ambiente rico em TGF-beta, IL-6 e IL-23
dando origem a células Tc17 que produzem IL-17 e estão envolvidas na autoimunidade,
estão localizados na mucosa e vão despoletar a resposta inflamatória. Produzem
defensinas que vão defender a célula contra ataques bacterianos, vão produzir também
moléculas de reconhecimento de patogénios. Ao libertarem IL-17 recrutam ao local
outras células com função agressiva ou citotóxica.
A molécula MHC classe 2 vai expressar o péptido antigénico na superficie das células
apresentadoras de antigénios e apresentar o péptido ao TCR dos linfócitos T, ativando assim a
célula T – sinapse imunológica. Para além desta ligação é necessário mais uma ligação CD80-
CD28, são molécula co-estimuladoras e permitem a maximização da adesão entre a célula
apresentadora de antigénio e a célula T, ou seja, o CD80 ou CD86 da célula APC liga-se ao CD28
da célula T, as células aproximam-se e ocorre a sinapse imunológica.
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A ativação da célula T acontece devido a ligação ligando-recetor, o TCR muda a sua conformação
e domínios internos passam a ser fosforilados, e recrutam outras moléculas iniciando uma cascata
que conduz a ativação da P3 kinase, que é uma molécula muito importante para a ativação de
vias de sobrevida e de proliferação de mais células T com ligação especifica para o antigénio e
que vão atacar o tumor.
A apresentação antigénico pode ser aproveitada do ponto de vista clínico, porque o que
queremos é educar as células imunes a reconhecer as células tumorais, ou seja, o que
queremos promover no tumor é a apresentação antigénica para que ocorra a resposta pró-
inflamatória.
NOTA: O CTLA-4 existe normalmente nas células T contudo em menor quantidade e pode não
estar sempre na superficie.
PD-1 e PD-L1
Neste caso a ligação consiste no PD-L1 ou PD-L2 (que se encontra no tumor) e PD-1 (na célula T),
ao ocorrer esta ligação vai desencadear-se uma resposta inibitória da ativação do sistema imune
independentemente de ter havido ou não ativação da célula T e formação da sinapse
imunológica.
Existe uma sinapse imunológica que vai ser inibida pela ligação PD-L1 ao PD-1.
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NOTA: As células tumorais não só expressam PD-L1, PD-L2, como também PD-1, as células T só
expressão recetor (PD-1) e as células apresentadoras de antigénios expressam PD-L1 e PD-L2.
Desta forma as células tumorais podem ligar a molécula PD-L1 ao PD-1 das células T e a molécula
PD-1 das células tumorais ao PD-L1 das células dendríticas.
Complexo MHC
O recetor TCR pode reconhecer antigénios apenas na forma de um péptido e ligados a uma
molécula de MHC, estas moléculas são essenciais para a autodiscriminação, processamento e
apresentação de antigénios. As moléculas de MHC são glicoproteínas transmembranares da
superfamília das imunoglobulinas, que se dividem em duas classes: MHC classe I, são
especializadas na apresentação de péptidos derivados de antigénios intracelulares ao recetor TCR
levando à proliferação de células T CD8+ ou com função citotóxica e as moléculas de MHC da
classe II são especializadas na apresentação de antigénios extracelulares ao TCR das células T
levando à proliferação de células T CD4+ ou helper.
MHC classe I - Composta por uma cadeia polipeptídica e a apresentação as célula T é feita apenas
com cadeia alfa que se encontra ligada a uma proteína codificada fora do MHC que é a beta-2-
microglobulina e compostas por um único domínio transmembranar.
Via citosólica feita pelas moléculas MHC Classe I – Em primeiro ocorre a degradação proteolítica
de proteínas antigénicas intracelulares pelo proteossoma, que produz proteases que são capazes
de degradar o antigénio. Como os péptidos antigénicos para a classe I são produzidos no citosol,
mas as moléculas de MHC são sintetizadas no reticulo endoplasmático, tem de existir um
mecanismo de transporte do péptido para o RE – TAP (molécula ancorada na membrana do RE
rugoso). No RE os péptidos são maturados e carregados nas moléculas MHC com o auxílio da
tapasin, complexo péptido-MHC move-se através do aparelho de Golgi e são transportados para
a superficie da célula por vesiculas exociticas.
As células tumorais também apresentam antigénios na sua superficie mas não têm a capacidade
de os processar, por isso em vez de expressarem péptidos antigénios expressam pequenas
moléculas que também são reconhecidas pelas nossas moléculas MHC da classe I e que vão
apresentar estas pequenas moléculas as células T CD8+, sendo reconhecidos como não normais.
As células T CD8 produzem perforinas que perfuram a células, introduzem granzima dentro da
célula provocando a destruição da célula alvo.
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MHC classe II - Compostas por duas cadeias polipeptídicas, alfa e beta, que se associam e formam
a fenda que vai incorporar e apresentar os péptidos as células T e apresentam dois domínios
transmembranares.
Via endocítica feita pelas moléculas MHC classe II – os antigénios vão ser endocitados por
vesiculas endocíticas por parte da célula apresentadora de antigénio (única que tem capacidade
de expor antigénios extracelulares), os antigénios acabam por ser degradados devido à fusão da
vesicula endocítica com o lisossoma formando um fagolisossoma, o que faz com que os antigénios
sejam processados por enzimas degradadoras. A biossíntese das moléculas de MHC ocorre no RE
e esta molécula é transportada para os fagolisossomas com uma proteína associada – CLIP, que
impede que outra molécula qualquer se ligue ao MHC, quando chega ao fagolisossoma o clip
dissocia-se e o péptido antigénico pode ancorar na molécula MHC. Por fim, MHC dirige-se através
da vesicula até a membrana citoplasmática.
Células B
Tornam-se ativadas pela ligação do antigénio-BCR, o que promove a proliferação de dois grupos
de células: células B efetoras, que são desiganadas de plasmocitos e que são responsáveis pela
produção de anticorpos e as células de memória, que estão prontas a atuar caso haja uma
reinfeção com o mesmo patogénio. Estas células expressam IgGs na sua superficie mas também
moleculas especificas como CD19 e CD79A (que por serem tão especificos são usados como
marcadores de identificação destas células) e têm a capacidade de reorganizar os genes das
imunoglobulinas.
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necessário que ocorra a interação com células do estroma e a recombinação dos genes das
imunoglobulinas sendo que o resultado final é uma célula B com capacidade de produzir
imunoglobulinas.
Quando o antigénio entra nos folículos linfoides promove a estimulação das células B e ao mesmo
tempo as células dendríticas que se encontram nos folículos captam, processam e apresentam o
antigénio na sua superfície às células T, estimulando-as. Nas zonas interfoliculares as células B e
T começam a coestimular-se.
As células B expressam na superfície moléculas anticorpo e moléculas MHC classe II, CD40 e
moléculas da família B7, as células T têm o TCR que reconhece o antigénio apresentado pelas
moléculas MHC classe II (células B) e a molécula CD28 das células T liga-se à molécula B7 das
células B induzindo a estimulação das células T, as células T por sua vez, induzem a estimulação
das células B através da ligação CD40-CD40L.
A ativação das células B dependente das células T suporta a geração continua de células B
plasmocitos e células B de memória. Este processo requer estruturas microanatomicas
especificas em orgãos linfoides secundáros – os centros germinativos, onde ocorre a troca de
classes e hipermutação somática.
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Como é que células tumorais são reconhecidas e eliminadas pelo sistema imune?
Células CD8+
Célula CD8 é a principal reconhecedora de alterações nas células tumorais e nas células que se
encontram no microambiente tumoral.
Células CD4+
Células CD4+ precisam de apresentação de antigénio pelas APCs, e perante os macrófagos do tipo
M2 (anti-inflamatórios) presentes no microambiente tumoral, converte-os em macrófagos M1
(pró-inflamatórios), de modo a que estes ataquem o tumor. Produzem ainda IL-4 que leva a que
os fibroblastos presentes no microambiente tumoral passem a bloquear a angiogénese.
Apresentam também a capacidade de atuar diretamente o tumor pela produção de perforina e
granzimas, contudo ao contrário das célula CD8+ têm de sofrer ativação para conseguirem
produzir estas moléculas.
Células dendríticas
Células NK
São ativadas através do contacto direto com uma APC, atacando a célula tumoral. As NK induzem
sinais de recetores ativadores de morte das células tumorais mas também podem induzir sinais
de recetores inibitórios, inibindo a eliminação das células tumorais pelas NK.
O cancro existe porque apesar de haver mutações nas células, o sistema de reparação génica
destas não as conseguiu detetar e eliminar. Assim as células dividem, geram progenia que resulta
na origem de um tumor. Este tumor devia ser reconhecido e eliminado por ação do sistema
imune. Porém, as células tumorais e o microambiente tumoral produzem moléculas que induzem
um mecanismos de escapa imunológico.
Mediadores imunológicos
Fatores libertados por células imunes, células tumorais e por células do microambiente tumoral,
que têm como função amplificar a resposta imune, recrutando células imunes ao local.
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Gradiente de citocinas leva à migração de certas células imunes para certos órgãos, regulando a
homeostasia e a hematopoiese, etc.
Existem várias famílias de citocinas, em função das suas características moleculares e dos
seus recetores:
Hematopoietinas;
Quimiocinas;
Interferões;
Fator de necrose tumoral (TNFs).
Fator estimulador de colónias (CSF)
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Tipos de citocinas:
(saber como algumas funcionam)
O primeiro agente a reconhecer e eliminar estas mutações são os sistemas de reparação do DNA,
quando este sistema não consegue reparar os erros génicos, a célula deveria sofrer apoptose.
Porem, as vezes as mutações ocorrem em genes que controlam os checkpoints, não funcionando
e permanecendo a célula mutada (formação de neoplasia). Células não só são capazes de
sobreviver e proliferar, como podem passar a ser capazes de migrar e degradar a matriz, sendo
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Eliminação:
Consiste no reconhecimento e eliminação das células tumorais pelas células do sistema imune
inato e adaptativo (neutrófilos, NK, macrófagos, células dendriticas). As células T CD4 e CD8
reconhecem antigénios específicos do tumor no contexto das moléculas de MHC e
as células B produzem anticorpos capazes de reconhecer antigénios localizados na
superfície das células tumorais. O reconhecimento pelo sistema imune leva à morte direta das
células tumorais, bem como à produção de quimiocinas e outras citocinas que facilitam
esta morte.
Caso as células tumorais não sejam mortas nesta fase, desenvolve-se um segundo processo
designado de Equilíbrio.
Equilíbrio:
Esta fase ocorre porque esta eliminação não foi totalmente conseguida pelo sistema imune.
Atinge-se assim um equilíbrio entre sistema imune e células tumorais, designado de estado de
dormência, onde o número de células que morrem pelo ataque do sistema imune é igual ao
número de células que proliferam. Ao fim de algum tempo, o controlo do sistema imune deixa de
acontecer, o equilíbrio quebra-se e o tumor escapa ao sistema imune.
Escape:
Como o tumor tem vários clones com caraterísticas diferentes, os que são mais
reativos e mais imunogénicos são os que são atacados e eliminados pelo sistema imune,
no entanto, os clones de células menos imunogénicos resistem ao ataque do sistema
imune e têm a capacidade de proliferam dando origem a uma recidiva.
Que mecanismos são utilizados pelas células tumorais para escapar ao sistema imune?
Diminuição da expressão de MHC classe I – vai influenciar o reconhecimento
imunológico, resultando na diminuição da apresentação de antigénios tumorais e
consequentemente provoca a diminuição das célula T CD8+.
Silenciamento da resposta imune - As células tumorais liberam no microambiente uma
variedade de moléculas imunomoduladoras que inibem o sistema imunológico, como IL-
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OUTPASSING THE IMMUNE RESPONSE: a função do sistema imune é saturada, deixando de ser
eficiente para a toda a progressão tumoral a ocorrer.
Não imunogénicos, compostos na maioria por células tumorais e muito poucas células
imunes presentes.
Tumores imuno-excluídos, compostos por uma barreira fibrótica à volta do tumor, ou
seja, as células tumorais e o microambiente, nomeadamente os fibroblastos, depositam
matriz à volta do tumor que cria uma barreira mais ou menos impermeável à passagem
das células imunes. Neste tipo de tumores observa-se células imunes à volta do tumor
mas não conseguem chegar ao centro deste.
Tumores imunogénicos, compostos por células imunes infiltradas no interior do tumor.
Tumores imuno-excluídos:
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Tumores imunogénicos:
Tumores inflamados com capacidade de recrutar células imunes, como, células T reg,
células B que expressão o PD-L1, o que não quer dizer que as células imunes recrutadas
sejam as corretas. Estas células imunes acabam por ser subvertidas pelo tumor e em vez
de serem pró-inflamatórias são imunossupressoras.
Apresentam várias células que dão benefícios ao tumor, como, células mieloides
supressoras, células T reguladoras, células T não ativadas porque sofreram alterações no
recetor TCR e células do tumor, que produzem citocinas que contribuem para a
imunossupressão do tumor.
NOTA: O facto de se tratar de um tumor inflamado, não significa que seja bom sinal. Depende
sempre do perfil de células imunes que se encontram infiltradas no interior do tumor.
No caso de tumores imunogénicos que está cheio de células imunes mas o tumor continua a
proliferar (as células imunes não estão com o perfil correto), a melhor terapia passa pela
reeducação das células imunes através do método KART-cells ou através de inibidores de
checkpoints imunológicos. Como o tumor apresenta elevadas quantidades de PD-L1, PD-1 e CTLA-
4, a melhor forma de reeducar as células imunes é através de anticorpos que vão possibilitar a
regulação dos checkpoints imunológicos tentando inibir o adormecimento das células imunes e
para isso têm de bloquear o PD-L1, PD-1 e o CTLA-4. Quando ocorre o silenciamento destas
moléculas as células imunes voltam a ser capazes de fazer a apresentação de antigénios de forma
eficiente.
NOTA: As KART-cells é a indução nas células T a presença de um recetor quimérico, ou seja, uma
alteração genética, que recrutar as células T para uma região pouco imunogénica ou para uma
região imunogénica onde as células T que lá chegam estão numa forma inativa.
No tumor não imunogénico como não temos antigénios nem células imunes é necessário chamar
as células imunes ao local através da vacinação. Faz-se uma pré-indução com antigénios tumorais,
que permitem fazer a chamada de células imunes ao local onde se encontrar o tumor, não com
o intuito de destruir o tumor mas sim para matar as novas células que vão aparecendo no meio.
Os tumores imuno-excluídos, apresentam uma grande vantagem em relação aos outros uma vez
que se encontram encapsulados. O fato de estares encapsulados não significa que sejam menos
agressivos mas tem uma solução terapêutica muito eficiente que é a cirurgia, caso as margens
estejam limpas.
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RESUMOS DE IMUNOLOGIA
Células imunes que compõem o microambiente, são todas as células que não são
necessariamente células tumorais mas que partilham o mesmo espaço com as células tumorais,
estas células podem ser células endoteliais, fibroblastos, adipócitos, mas essencialmente células
imunes.
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Estudo:
Recorreu-se a ratinhos nos quais se deletaram as células progenitoras da medula óssea, através
da radiação forte. Estes ratinhos foram posteriormente transplantados com células da medula
óssea de outro ratinho que tinham sido previamente marcadas com fluorescência.
Ou seja, em estudos foram usados ratinhos com células progenitoras da medula óssea marcadas
a fluorescente. Nestes ratinhos foram injetadas células tumorais de cancro da mama e verificou-
se que antes das células tumorais chegarem ao pulmão (local onde ocorre metastização em
doentes com cancro da mama) aparecia neste mesmo órgão células derivadas da medula óssea,
nomeadamente macrófagos.
Podemos concluir que o tumor primário, liberta fatores de comunicação que permitem
recrutamento de células derivadas da medula óssea para o local onde vai ocorrer a metastização.
Estes fatores de comunicação são fatores solúveis e são mediados por vesiculas extracelulares.
Este conhecimento pode ser muito vantajoso para perceber o padrão de metastização que
ocorre em doentes oncológicos.
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Num doente oncológico podemos analisar a presença ou não destas moléculas em circulação, o
que permite uma monitorização muito precoce.
Numa outra perspetiva podemos identificar as moléculas que levam a criação do nicho
metastático e bloquear a sua ação, impedindo o processo de metastização.
Em circulação não temos macrófagos apenas monócitos, e estes monócitos são recrutados e em
função do estímulo a que é sujeito no tecido podem diferenciar-se em macrófagos pró-
inflamatórios ou anti-inflamatórios. Se encontrarem um ambiente rico em componentes
bacterianos, interferão gama, morte celular estes monócitos diferenciam-se num perfil pró-
inflamatório que liberta citocinas como, TNF e IL-6 que provocam o recrutamento de células
imunes que vão ser essencialmente pró-inflamatórias como células dendríticas ativadas, células
CD4+ e CD8+ (que são células pró-inflamatórias e anti-tumorais) que levam à eliminação do
tumor.
Mas o monócito pode ser recrutado para um tecido que tenha um ambiente anti-inflamatório,
ou estimulos como o enriquecimento no local de moléculas como IL-10, TGF-beta. Estes
macrófagos vão produzir moléculas anti-inflamatórias e vão continuar a produzir IL-10, TGF beta
sustentando o ambiente imunossupressor e vão levar a expressão de bloqueadores do
checkpoint imunológico, são por isso células que recrutam populações de células
imunodeprimidas diferentes. Estas células vão ajudar o tumor a escapar ao controlo imunológico
e como produzem VEGF têm a capacidade de induzir a angiogénese permitindo a continuidade
do tumor.
As células tumorais precisam de um estímulo para invadirem os novo tecidos e quando colocadas
estas células em cultura com macrófagos ou monócitos verifica-se que a capacidade invasiva das
células tumorais aumentava e era potenciada quanto mais diferenciados estivessem os
macrófagos.
Quando silenciamos as moléculas GAB1, EGFR e PLG gama (que são moléculas que se encontram
na via de sinalização de EGFR) verifica-se que os macrófagos não têm a capacidade de induzir a
invasão das células, ou seja, são moléculas importantes para que os macrófagos induzam as
células tumorais.
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Objetivo de outro trabalho: converter as células imunes que se encontram no interior do tumor
de forma a convertê-las/ modelá-las tornando-as capazes de combater o tumor.
Usando nanopartículas com quitosano e ácido poligluten, ambas estas moléculas são pró-
inflamatórias e como uma tem carga positiva e outra carga negativa facilmente formam
nanopartículas. São moléculas de tamanho pequeno o que facilita a fagocitose destas por parte
dos macrófagos e células dendríticas.
Nas citocinas verifica-se uma redução das IL-6, IL-4 e IL-10 de forma sistémica.
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