Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
44
Epigenética
Início da epigenética
Cromatina constituitiva -
transcripcionalmente inerte, ou seja,
encontra-se permanentemente silenciado
e expressa altos níveis de HP1
(Heterochromatin protein 1) nos
centrómeros e telómeros.
Para a metilação temos 3 grandes famílias: a) Cromatina facultativa - dependendo da
DNMTs, que vão promover e catalisar a fase que se encontra pode estar ou não
metilação do DNA; b) MBDs, que funcionam expressa, por exemplo, existem genes que
como interpretadores da existência da são expressos durante o desenvolvimento
metilação; c) TETs, que fazem o contrário das e diferenciação e que mais tarde são
DNMTs. silenciados por complexos polycomb.
Cromatina Mecanismos Epigenéticos
No interior do núcleo temos porções de São importantes para a compactação da
cromatina diferencialmente condensada: cromatina, imprinting genómico (genes
sujeitos a imprinting estão expressos
Heterocromatina ou Falsa cromatina –
monoalélicamente e a sua expressão esta
cromatina mais condensada e não é
relacionada com a sua origem parental, ou
passível de ser transcrita;
seja, existem genes que nas células adultas só
Eucromatina ou Verdadeira cromatina –
são expressos se tiverem origem materna e
menos condensada e é passível de ser
outros só são expressos se tiverem origem
transcrita.
paterna), silenciamento de sequências
Eucromatina repetitivas (por exemplo, sequencias ALU são
sequencias que existem em grande
Encontra-se ligeiramente relaxada.
quantidade e são reconhecidas pela enzima
Ocorre em zonas ricas em genes.
ALU) e a inativação do cromossoma X (ocorre
Esta localizada nos braços dos
no sexo feminino, serve para evitar excessos
cromossomas, exceto nos telómeros e
de doses dos genes associados ao
centrómeros.
cromossoma X).
E esta associada a uma transcrição ativa.
1
Rita Fialho l IPO
Remodeladores da cromatina
Metilação do DNA
3
Rita Fialho l IPO
Composição de um gene
4
Rita Fialho l IPO
5
Rita Fialho l IPO
6
Rita Fialho l IPO
7
Rita Fialho l IPO
Cerca de 50% dos genes que causam Desregulação da atividade das DNMTs.
cancros hereditários passam por Alterações nas modificações pós-
silenciamento associado à metilação nos trasducionais das histonas.
genes, como, MLH1, BRCA1 e APC. Efeito do ambiente, o ambiente causa
alterações da disponibilidade de grupos
A presença de mutações ou de alterações metil.
genéticas que levam à perda de função são
RNAs não codificantes.
mutuamente exclusivas porque em termos Incapacidade de corrigir danos no DNA,
biológicos, se a metilação leva à perda da há um aumento da hipometilação se
expressão devido à regulação negativa da
houver desregulação de enzimas
transcrição, não é necessário que haja
importante para corrigir a existência de
mutações nesses mesmo genes. citocinas noutras formas que não na
Excetuando mutações que não sejam forma convencional.
patogénicas, pois aí termos em linha de A hipometilação ocorre em 4% dos 2 a 3% de
conta os polimorfismos.
todas as citocinas.
Onde é mais passível acontecer a falha do
Em cancro, a hipometilação encontra-se
fenómeno eraser na desmetilação ativa ou
concentrada em blocos extensos do genoma
passiva? (até 10 megabases).
Desmetilação passiva pois pode não ocorrer Efeitos da hipometilação
a metilação dos dinucléotidos específicos.
Por exemplo, mutações MLH1 resultam da Permitir a mobilidade dos elementos
transmissão de mutações maternas. transposáveis (Alu, LINE e LTR) → ativação de
oncogenes, desregulação de RNA não
Hipometilação
codificantes, instabilidade genómica
Os efeitos da hipometilação e hipermetilação alterações ao nível da transcrição.
são muito sobreponíveis, ambas as situações
levam ao desenvolvimento da tumorigénese.
Em locis específicos ocorre a hipermetilação
do promotor e noutras regiões ocorre a
hipometilação.
9
Rita Fialho l IPO
Perda de Imprinting
NOTA: Os elementos transposáveis também
podem ter impacto nos cromossomas, Leva a que haja uma sobredosagem de
nomeadamente nos rearranjos determinados genes que deviam ser
cromossómicos, deleções, duplicação silenciados em função da sua origem
estando associados a várias neoplasias. parental.
Tudo isto resulta de alterações do meio Exemplos: Insulin-like growth factor 2 (IGF2),
ambiente, nomeadamente stress celular, que está silenciado a forma materna e este
inflamação crónica, exposição a radiações, silenciamento é feito à custa de metilação no
etc. seu promotor e de modificações pós-
transducionais das histonas.
Muitas vezes, estas alterações estão na
génese das alterações citogenéticas que são A perda de imprinting neste fator de
características dos tumores. crescimento está associado a uma
frequência muito elevada de cancro
Cancro colorretal colorretal.
Concomitantemente com a metilação H19, que é um RNA não codificante que está
especifica de alguns genes, temos as silenciado no genoma que é herdado via
alterações da metilação nas vias de paterna.
tumorigénese.
Tumor de Wilms ou Nefroglastoma, tumor
Metiloma – perfil de metilação aberrante pediátrico que resulta de duas situações
para cada modelo tumoral. distintas:
12
Rita Fialho l IPO
13
Rita Fialho l IPO
14
Rita Fialho l IPO
Modificações das histonas: afinar elementos No caso dos grandes blocos de repressão,
genómicos temos dimetilação e trimetilação da lisina 9,
temos as regiões LADs e LOOCKs e metilação
do DNA.
Polycomb
Principais readers
17
Rita Fialho l IPO
18
Rita Fialho l IPO
19
Rita Fialho l IPO
Recrutamento de DNMTs.
Aumento da compactação da
cromatina.
20
Rita Fialho l IPO
21
Rita Fialho l IPO
22
Rita Fialho l IPO
Exemplos:
23
Rita Fialho l IPO
Transcritos Anti-sense
snoRNAs
24
Rita Fialho l IPO
microRNA (miRNAs)
26
Rita Fialho l IPO
27
Rita Fialho l IPO
Ex: Enoxacina.
Carcinoma da próstata
28
Rita Fialho l IPO
29
Rita Fialho l IPO
Quantitative Methylation Specific PCR (QMSP) Observa-se que a quantidade do input (2) é
Permite a quantificação dos níveis de reduzida, mas o rácio é grande porque temos
metilação em relação a um controlo, numa metade da referência endógena. Quando
única amostra. temos o dobro da referência endógena o
rácio vai ser menor.
Modificação bissulfito.
Quantificação relativa pelo método da Isto é importante para os cálculos de
curva padrão TaqMan PCR em tempo metilação.
real. Retas de calibração
Primers específicos para o gene alvo:
Controlo interno – desprovido de CpGs
pois queremos ter um controlo do DNA.
Alvo – os primers e as sondas hibridam
com M DNA.
Usada para normalizar os resultados Este declive deve estar entre -3.1 e -3.4 o que
experimentais, para normalizar diferenças na corresponde a uma eficiência de 100%.
quantidade de DNA total adicionado a uma Os pontos representam os controlos positivos,
reação (CpGmetilação alvo/Referência) x 1000, ou seja, DNA completamente metilado e
serve também para compensar os diferentes diluído que permite o desenho da reta. É com
níveis de inibição de PCR, e as diferentes base nestes pontos que são calculados os
eficiências de PCR. valores das amostras em estudo.
Referência passiva:
Referencia ativa:
32
Rita Fialho l IPO
Vantagens QMSP
Sensível.
Com boa precisão ou acuidade.
Permite realizar muitas amostras (384
poços de cada vez).
metilação a enzima de restrição corta, ao É composto por dois tipos principais: cross-
haver o corte do local não há amplificação. linking ChIP (X-ChIP) e native ChIP (N-
ChIP).
Análise ChIP
ChIP-PCR:
ChIP on chip:
ChIP-seq:
35
Rita Fialho l IPO
prognóstico do cancro
promotor, sendo muito fácil identificar o status Após passar os testes de diagnóstico in vitro é
de um gene. que pode ser aplicado na clínica.
Menos invasivo.
Morbilidade reduzida.
Fornece medições em diferentes pontos
no tempo.
Pode refletir melhor o perfil molecular de
todos os subclones do tumor.
Não pode ser diretamente correlacionado
com a histologia e características do
tumor.
38
Rita Fialho l IPO
Biomarcadores epigenéticos em
oncologia
O gene Glutationa-S-transferase P1
(GSTP1) codifica para uma enzima de
desintoxicação de fase II (GST-π),
envolvido na proteção do DNA,
nomeadamente em danos devido à
exposição a agentes cancerígenos e
espécies que reagem ao oxigênio.
Cancro da Próstata A perda frequente da expressão GSTP1 foi
É o segundo cancro mais comum nos amplamente documentado no cancro da
homens (15% de todos os novos casos). próstata.
70% ocorre em regiões desenvolvidas. A metilação GSTP1 do era mais
E é a quinta causa principal de informativa do que as biópsias e do que o
mortalidade relacionada com o cancro. PSA, contudo a sensibilidade não
A maioria do cancro da próstata ultrapassava os 91% e a especificidade
encontra-se confinado no órgão e era de 100%. Quando era positivo tinha
tratamento ideal para esses pacientes mesmo tumor.
permanece um desafio.
Parâmetros clinico-patológicos sozinhos
não conseguem diferenciar com precisão
o cancro da próstata indolente do
agressivo.
42
Rita Fialho l IPO
fármacos Epigenéticas
Terapia Epigénica
4ª vaga
Azanucleosides:
44
Rita Fialho l IPO
45
Rita Fialho l IPO
46
Rita Fialho l IPO
que receberam pelo menos duas terapias estabilidade do composto e efeitos colaterais
anteriormente e é usado em combinação limitantes da dose.
com bortezomibe e dezametasona.
Regulação positiva da expressão génica
Péptidos cíclicos
Depsipeptide/Romidepsin – apresenta
atividade contra a HDACs classe I, foi
aprovado em 2009 pela FDA para Em conjunto com DNMTi funcionam como
pacientes com Linfoma cutâneo de inibidores do checkpoint imunológico
células T como segunda linha de
tratamento. A 3ª onde de descobertas de drogas
epigenéticas
Benzamidas
Inibidores de histonas metiltransferases.
Entinostat – atuam contra as HDACs classe Inibidores das desmetilase de lisina.
I, ensaios de fase III em conjunto com Inibidores de Bromodomains.
quimioterapia para cancro da mama.
Chidamide/Epidaza – inibe HDACs 1, 2, 3 e Inibidores de histonas metiltransferases
10 da classe II, aprovado para o
tratamento de recidivas de Linfoma
periférico de células T
47
Rita Fialho l IPO
Inibidores de Bromodomains
Terapia epigenética
Sensilizador de
quimioterapia
Superação da
resistência
Ressensibilizar
células tumorais
49
Rita Fialho l IPO
Imunidade e Epigenética
O que distingue a imunidade inata é uma TAP1 e TAP2 são importantes para que a
resposta rápida e inespecífica as células apresentação antigénica possa acontecer
tumorais e estimula o desenvolvimento da no contexto de MCH classe I.
resposta adaptativa, consiste numa resposta
mais lenta que requer uma apresentação Localização espacial destes processos
antigénica às células naive, seguida de uma
expansão clonal e só após 7 dias é que temos
células efetoras.
50
Rita Fialho l IPO
IFN-γ
H3K27me3 – repressiva
H3K4me3 – permissiva
Recentemente descobriu-se que ao usar
inibidores das DNMTs consegue-se aumentar
a imunogenicidade de células tumorais
através de ERVs (retrovírus endógeno) (são
inseridos no nosso genoma, mas encontram
silenciados por hipermetilação). Ao tratar as
células tumorais com DNMTs → os ERVs
passam a ser expressos → a células tumoral
passa a reconhecer como vírus os ERVs, ou
seja, a células tumoral acha que esta a ser
infetada por um vírus → passando a expressar
IFN-1 → Aumenta a concentração de células
imunes (CD8 e NK) e aumentar os níveis
endógenos de MHC classe I e a produção de
antigénios.
55