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Respostas de

Todos os Exercícios

Capítulo 1 a‑globina reflitam o grau de relação filogenética,


o ser humano e a vaca são os organismos mais pró‑
1.1 Mendel formulou a hipótese dos fatores transmis‑
ximos entre os mencionados. A seguir, o “parente”
síveis – genes – para explicar a herança das carac‑
mais próximo dos seres humanos é a carpa, e o
terísticas. Ele descobriu que os genes existem em
mais distante é o tubarão.
diferentes formas, que agora chamamos de alelos.
Cada organismo tem duas cópias de cada gene. Du‑ 1.11 As duas formas mutantes do gene da b‑globina
rante a reprodução, uma das cópias é incorporada são denominadas alelos. Como nenhum dos alelos
aleatoriamente a cada gameta. Quando os gametas mutantes pode especificar um polipeptídio “nor‑
masculino e feminino se unem na fertilização, o mal”, um indivíduo com as duas formas mutantes
número de cópias do gene volta a ser dois. Dife‑ provavelmente teria anemia.
rentes alelos podem coexistir em um organismo.
1.12 O gene do fator da coagulação humano poderia
Durante a produção de gametas eles se separam
ser isolado do genoma humano e transferido para
sem que tenham sido alterados pela coexistência.
bactérias, que então seriam cultivadas em tanques
1.2 Cada nucleotídio é composto de um açúcar, uma para produzir grande quantidade da proteína que
base nitrogenada e um fosfato. é o produto do gene. Esse produto seria isolado
das bactérias, purificado e injetado nos pacientes
1.3 As bases presentes no DNA são adenina, timina,
para tratar a hemofilia. Outro procedimento seria
guanina e citosina; as bases presentes no RNA são
transferir uma cópia normal do gene do fator da
adenina, uracila, guanina e citosina. O açúcar do
coagulação para as células de hemofílicos. Se ex‑
DNA é a desoxirribose; o açúcar do RNA é a ribose.
presso corretamente, o gene normal transferido
1.4 Genoma é o conjunto de todas as moléculas de seria capaz de compensar o alelo mutante natural‑
DNA características de um organismo. Cada molé‑ mente presente nessas pessoas. O êxito dessa con‑
cula de DNA forma um cromossomo em uma célu‑ duta exigiria a transferência do gene normal do
la do organismo. fator da coagulação para as células produtoras de
1.5 TAACGGCAG. fator da coagulação ou para suas precursoras.

1.6 Existem 3  141 = 423 nucleotídios na sequência Capítulo 2


codificadora do gene. O produto polipeptídico
contém 141 aminoácidos. 2.1 Os açúcares combinam‑se para formar carboidra‑
tos; os aminoácidos combinam‑se para formar pro‑
1.7 GAACGGUCT. teínas.
1.8 Transcrição é a produção de uma cadeia de RNA
2.2 As membranas celulares são constituídas de lipí‑
que usa uma cadeia de DNA como molde. Tradu‑
dios e proteínas; sua estrutura é fluida. As paredes
ção é a produção de uma cadeia de aminoácidos
celulares são constituídas de materiais mais rígi‑
– ou seja, um polipeptídio – que usa uma cadeia de
dos, como a celulose.
RNA como molde.
2.3 Em uma célula eucariótica os muitos cromosso‑
1.9 Às vezes, o DNA é sintetizado a partir do RNA em
mos estão contidos em uma estrutura limitada
um processo denominado transcrição reversa.
por membrana denominada núcleo; os cromos‑
Esse processo tem um papel importante nos ciclos
somos das células procarióticas não estão conti‑
vitais de alguns vírus.
dos em um compartimento subcelular especial.
1.10 As a‑globinas humana e da vaca são as mais seme‑ As células eucarióticas geralmente têm um siste‑
lhantes; portanto, supondo‑se que as diferenças de ma interno de membranas bem‑desenvolvido, e
2 Fundamentos de Genética

também têm organelas subcelulares delimitadas cromátides. A célula de Drosophila na metáfase II


por membranas, como mitocôndrias e cloroplas‑ da meiose tem oito cromátides.
tos; as células procarió­ticas geralmente não têm
2.13 O crossing over ocorre depois da duplicação dos cro‑
sistema de membranas internas (embora algumas
mossomos nas células em meiose.
tenham) nem organelas delimitadas por mem‑
branas. 2.14 Os quiasmas, que são visíveis no fim da prófase I
da meiose, indicam que houve crossing over dos cro‑
2.4 No estado haploide, cada cromossomo é represen‑
mossomos.
tado uma vez; no estado diploide, cada cromosso‑
mo é representado duas vezes. Nos eucariotos mul‑ 2.15 A disjunção cromossômica ocorre durante a anáfa‑
ticelulares, os gametas são haploides e as células se I. A disjunção das cromátides ocorre durante a
somáticas são diploides. anáfase II.
2.5 Os cromossomos procarió­ ticos geralmente são 2.16 O tecido da folha é diploide. O gametófito femi‑
menores que os cromossomos eucarió­ticos; além nino contém oito núcleos haploides idênticos. O
disso, os cromossomos procarió­ticos são circula‑ gametófito masculino contém três núcleos haploi‑
res, enquanto os eucarió­ticos são lineares. Por des idênticos.
exemplo, o cromossomo circular de E. coli, um
2.17 Em eucariotos, aparentemente não há nítida rela‑
procarioto, tem cerca de 1,4 mm de circunferên‑
ção entre o tamanho do genoma e o número de
cia. Em contraposição, um cromossomo humano
genes. Por exemplo, os seres humanos, com 3,2
linear pode ter de 10 a 30 cm de comprimento.
bilhões de pares de bases de DNA genômico, têm
Os cromossomos procarió­ticos também têm uma
cerca de 20.500 genes, e as plantas Arabidopsis, com
composição comparativamente simples: DNA, al‑ cerca de 150 milhões de pares de bases de DNA
guma quantidade de RNA e alguma quantidade de genômico, têm quase o mesmo número de genes
proteí­na. Os cromossomos eucarió­ticos são mais que os seres humanos. No entanto, em procariotos
complexos: DNA, alguma quantidade de RNA e há correlação estreita entre o número de genes e
grande quantidade de proteí­na. o tamanho do genoma, provavelmente porque a
2.6 Durante a intérfase, há duplicação dos cromosso‑ quantidade de DNA não gênico é muito pequena.
mos. Durante a fase M (mitose), os cromossomos 2.18 Sim.
duplicados, cada um deles constituído de duas
cromátides‑irmãs idênticas, condensam‑se (uma 2.19 É um tanto surpreendente o fato de que os cro‑
característica da prófase), migram para o plano mossomos de levedura sejam, em média, menores
equatorial da célula (uma característica da metáfa‑ que os cromossomos de E. coli, porque, em regra,
se) e dividem‑se de maneira que as cromátides‑ir‑ os cromossomos eucarió­ticos são maiores que os
mãs constituintes são separadas em células‑filhas cromossomos procarió­ticos. A levedura é uma ex‑
diferentes (uma característica da anáfase); esse ceção porque seu genoma – que tem quase o triplo
último processo é denominado disjunção de cro‑ do tamanho do genoma de E. coli – é distribuí­do
mátides‑irmãs. em 16 cromossomos.
2.7 A intérfase geralmente é mais demorada que a fase 2.20 Não, o número ímpar de cromossomos não está
M. Durante a intérfase, é preciso que haja síntese associado a nenhuma vantagem. Os cromossomos
de DNA para replicação de todos os cromossomos. em número par são capazes de fazer sinapses du‑
Também é necessário que haja síntese de outros rante a prófase I e se separar durante a anáfase I
materiais no preparo para a divisão celular que para distribuir corretamente o material genético
está por vir. entre as duas células‑filhas.
2.8 Nas células animais, os centros organizadores de 2.21 Um dos núcleos do grão de pólen funde‑se ao nú‑
microtúbulos têm centrossomos distintos, mas nas cleo da oosfera no gametófito feminino e forma o
células vegetais, não. zigoto, que dá origem a um embrião e, por fim, a
um esporófito. O outro núcleo do grão de pólen
2.9 (1) Anáfase: (f), (h); (2) metáfase: (e), (i); (3) pró‑
geneticamente funcional funde‑se a dois núcleos
fase: (b), (c), (d); (4) telófase: (a), (g).
no gametófito feminino e forma um núcleo tri‑
2.10 (c), (f), (a), (e), (b), (d). ploide, que dá origem a um tecido triploide, o en‑
dosperma; esse tecido nutre o embrião do vegetal
2.11 Não é esperado o pareamento dos cromossomos
em desenvolvimento.
11 e 16 durante a meiose; esses cromossomos são
heterólogos, não homólogos. 2.22 (a) 5,8  109 pares de nucleotídios (np); (b) 2,9 
109 np; (c) 5,8  109 np; (d) 11,6  109 np; (e) 5,8
2.12 A espermatogônia de Drosophila prestes a entrar
 109 np; (f) 5,8  109 np.
na meiose tem oito cromossomos. A espermatogô‑
nia de Drosophila na metáfase I da meiose tem 16 2.23 (a) 5, (b) 5, (c) 15, (d) 10.
Respostas de Todos os Exercícios 3

Capítulo 3 (d) (1/2)  (1/2)  (1/2)  (1/2)  (1/4) 


(1/2) = 1/128; (e) (3/4)  (1/2)  (1/2) 
3.1 (a) Todas altas; (b) 3/4 altas, 1/4 anã; (c) todas
(1/2)  (1/4)  (1/2) = 3/256.
altas; (d) 1/2 alta, 1/2 anã.
3.11 (a) 1, rejeição; (b) 2, rejeição; (c) 3, aceitação; (d)
3.2 Lisa (WW)  Rugosa (ww) S F1 lisa (Ww); F1 auto‑
3, aceitação.
fertilizada S F2 3/4 lisas (2 WW; 1 Ww), 1/4 rugosa
(ww). Os resultados esperados na F2 são 5.493 lisas 3.12 De acordo com a hipótese, o número espera‑
e 1.831 rugosas. Para comparar os resultados ob‑ do em cada classe é de 27,5; x2 com três graus
servados e esperados, calcule x2 com um grau de li‑ de liberdade é calculado da seguinte maneira:
berdade: (5.474 – 5.493)2/5.493 = (1.850 – 1.831)2/ (31 – 27,5)2/27,5 + (26 – 27,5)2/27,5 + (27 –
1.831 = 0,263, que não é significante no nível de 27,5)2/27,5 + (26 – 27,5)2/27,5 = 0,618, que não
5%. Portanto, os resultados são compatíveis com o é significante no nível de 5%. Portanto, os re‑
Princípio da Segregação. sultados são compatíveis com a hipótese de dois
3.3 Os dados sugerem que a cor da pelagem é contro‑ genes com distribuição independente, cada um
lada por um único gene com dois alelos, C (cinza) deles com dois alelos.
e c (albino), e que C é dominante em relação a 3.13 x2 = (30 – 25)2/25 + (20 – 25)2/25 = 2, que é me‑
c. Com base nessa hipótese, os cruzamentos são: nor que 3,84, o valor de 5% crítico para a estatís‑
cinza (CC)  albino (cc) S F1 cinza (Cc); F1  tica de qui-quadrado com um grau de liberdade;
F1 S 3/4 cinza (2 CC: 1 Cc), 1/4 albino (cc). Os consequentemente, a proporção de segregação
resultados esperados na F2 são 203 cinza e 67 al‑ observada está de acordo com a proporção espe‑
binos. Para comparar os resultados observados e rada de 1:1.
esperados, calcule x2 com um grau de liberdade:
(198 – 203)2/203 + (67 – 72)2/72 = 0,496, que não 3.14 Se o formato da cápsula for determinado por um
é relevante no nível de 5%. Portanto, os resultados único gene com dois alelos, a segregação das plan‑
estão de acordo com a hipótese. tas F2 deverá ocorrer em uma proporção de 3:1.
Para avaliar a concordância entre os dados de se‑
3.4 (a) Genótipo da mulher, Pp; genótipo do pai, Pp; gregação observados e a proporção esperada, cal‑
genótipo da mãe, pp; (b) 1/2. cule o número esperado de plantas com cápsulas
3.5 (a) Quadriculada, vermelha (CC BB)  lisa, cas‑ de semente triangulares ou ovais: (3/4)  80 = 60
tanha (cc bb) S F1 toda quadriculada, vermelha triangulares e (1/4)  80 = 20 ovais; depois calcule
(Cc Bb); (b) Prole F2: 9/16 quadriculada, verme‑ o dado estatístico x2 com um grau de liberdade:
lha (C- B-), 3/16 lisa, vermelha (cc B-), 3/16 qua- x2 = (72 – 60)2/60 + (8 – 20)2/20 = 9,6, que ultra‑
driculada, castanha (C- bb), 1/16 lisa, castanha passa o valor crítico de 3,84. Assim sendo, os dados
(cc bb). são compatíveis com a hipótese de que o formato
da cápsula é determinado por um único gene com
3.6 (a) coloridos normais (CC Vv)  brancos normais dois alelos.
(cc Vv); (b) coloridos normais (Cc Vv)  coloridos
normais (Cc Vv); (c) coloridos normais (Cc Vv)  3.15 Metade dos filhos de casamentos Aa  aa teria al‑
brancos que “dançam valsa” (cc vv). binismo. Em uma família com três filhos, a chance
de que um não seja afetado e dois sejam afetados é
3.7 Na prole F2 com pelagem longa e preta, a propor‑ 3  (1/2)1  (1/2)2 = 3/8.
ção genotípica é 1 BB RR: 2 BB Rr: 2 Bb RR: 4 Bb Rr;
assim, 1/9 dos coelhos com pelagem longa e preta 3.16 (a) (3/4)4 = 81/256; (b) 4  (3/4)3  (1/4)1 =
é homozigoto para os dois genes. 108/256; (c) 6  (3/4)2  (1/4)2 = 54/256; (d) 4
 (3/4)1  (1/4)3 = 12/256.
3.8 (a) todos vermelhos; (b) 1/2 vermelhos, 1/2 ruãos;
(c) todos ruãos; (d) 1/4 vermelhos, 1/2 ruãos, 1/4 3.17 Homem (Cc ff)  mulher (cc Ff). (a) cc ff, (1/2) 
brancos. (1/2) = 1/4; (b) Cc ff, (1/2)  (1/2) = 1/4; (c) cc Ff,
(1/2)  (1/2) = 1/4; (d) Cc Ff, (1/2)  (1/2) = 1/4.
3.9
Gametas da F1 Genótipos da F2 Fenótipos da F2 3.18 9!/(7! 2!)  (1/2)7  (1/2)2 = 0,07
(a) 2 3 2 3.19 (1/2)3 = 1/8.
(b) 2  2 = 4 33=9 22=4 3.20 (a) 4  (1/2)2  (1/2)2 = 4/16; (b) (1/2)4 = 1/16;
(c) 2  2  2 = 8 3  3  3 = 27 222=8 (c) dois meninos, duas meninas; (d) 1 – probabili‑
(d) 2n 3n 2n, em que n é o dade de que os quatro sejam meninos = 1 – (1/2)4
número de genes = 15/16.
3.21 (20/64) + (15/64) + (6/64) + (1/64) = 42/64.
3.10 (a) 2  2  1  2  2  2 = 32; (b) 3  2  2 
2  3  2 = 144; (c) 2  2  2  2  2  2 = 64; 3.22 (a) zero; (b) 1/2
4 Fundamentos de Genética

3.23 (a) (1/2)  (1/4) = 1/8; (b) (1/2)  (1/2)  Nessas famílias, tanto o pai quanto a mãe são he‑
(1/4) = 1/16; (c) (2/3)  (1/4) = 1/6; (d) (2/3) terozigotos para o alelo mutante causador do al‑
 (1/2)  (1/2)  (1/4) = 1/24. binismo. Entretanto, outros casais na população
também podem ser heterozigotos para esse alelo,
3.24 (a) Recessivo; (b) dominante.
mas, por puro acaso, não tiveram filhos com albi‑
3.25 No casamento III-1  III-2, a chance de ter um fi‑ nismo. Se um homem e uma mulher são portado‑
lho afetado é de 1/2. No casamento IV-2  IV-3, a res heterozigotos do alelo mutante, a chance de que
chance é igual a zero. um filho não tenha albinismo é de 3/4. Portanto, a
chance de que quatro filhos não tenham albinismo
3.26 (a) (1/4)3 = 1/64; (b) (1/2)3 = 1/8; (c) 3  (1/2)1
é (3/4)4 = 0,316. Em toda a população de famílias
 (1/2)2 = 3/8; (d) 1 – probabilidade de que a
nas quais pai e mãe heterozigotos tiveram um total
prole não seja homozigota para o alelo recessivo
de nenhum gene = 1 – (3/4)3 = 37/64. de quatro filhos, o número médio de crianças afeta‑
das é 1. Entre as famílias nas quais pai e mãe hetero‑
3.27 1/2. zigotos tiveram pelo menos uma criança afetada em
3.28 (a) Os números observados, os números espera‑ um total de quatro filhos, a média tem de ser maior
dos e o cálculo do qui-quadrado são esquematiza‑ que 1. Para calcularmos essa média condicional, indi‑
dos nesta tabela: quemos como x o número de filhos com albinismo
e como P(x) a probabilidade de que exatamente
(Obs. – Esp.)2/ x dos quatro filhos tenham albinismo. Portanto, o
Observados Esperados Esp. número médio de filhos afetados nas famílias em
Homozigotos 29 62  1/3 3,33 que pelo menos um dos quatro filhos é afetado –
dominantes = 20,7 ou seja, a média condicional – é xP(x)/[1 – P(0)],
(SS) no qual a soma começa com x = 1 e termina com x
Heterozigotos 33 1,67 = 4. Iniciamos a soma com x = 1 porque é preciso
62  2/3
(Ss) excluir os casos em que nenhum dos quatro filhos
= 41,3
é afetado. O divisor [1 – P(0)] é a probabilidade
Total 62 62 5,00
de que o casal tenha pelo menos um filho afetado
O valor total do qui-quadrado é maior que o valor entre os quatro. Agora P(0) = 0,316 e xP(x) = 1.
crítico do qui-quadrado com um grau de liberdade Portanto, a média que procuramos é simplesmente
(3,84). Portanto, rejeitamos a hipótese de que as 1/(1 – 0,316) = 1,46. Se, no subgrupo de famílias
proporções esperadas sejam 1/3 e 2/3. com pelo menos um filho afetado, o número mé‑
dio de filhos afetados for 1,46, então o número
(b) O problema do método de classificação do ge‑
médio de filhos não afetados será 4 – 1,46 = 2,54.
neticista é que possibilita a classificação errônea de
Assim, a razão esperada de filhos não afetados e
um heterozigoto como homozigoto se nenhuma
afetados nessas famílias é de 2,54:1,46 ou 1,74:1,
das três plantas tiver fenótipo recessivo (baixa). A
que foi o observado pelo pesquisador.
probabilidade desse evento é de 1/2 para qualquer
planta da prole, portanto é de (1/2)3 = 1/8 para as
três plantas. Capítulo 4

(c) As frequências previstas têm de levar em con‑ 4.1 M e MN.


ta a probabilidade da classificação errada de um 4.2 (a) Todos do tipo selvagem; (b) 3/4 do tipo sel‑
heterozigoto como homozigoto. A frequência de vagem, 1/4 albino; (c) 3/4 do tipo selvagem, 1/4
heterozigotos esperada a priori (2/3) tem de ser di‑ chinchila; (d) 1/2 chinchila, 1/2 albino; (e) 3/4
minuída pela probabilidade de classificação errada do tipo selvagem, 1/4 himalaia; (f) 1/2 himalaia,
(1/8); assim, a frequência prevista de heterozigotos 1/2 albino.
é de 62  (2/3)  (1 – 1/8) = 62  (7/12) = 36,2.
A frequência prevista de homozigotos é obtida por 4.3
subtração: 62 – 36,2 = 25,8. Pais Prole
(d) O cálculo do qui-quadrado é (29 – 25,8) /25,8
2
(a) amarelo  amarelo 2 amarelos: 1 ventre claro
+ (33 – 36,2)2/36,2 = 0,68, que é muito menor que (b) amarelo  ventre 2 amarelos: 1 ventre claro:
o valor crítico do qui-quadrado com um grau de claro 1 preto e castanho-amarelado
liberdade. Portanto, aceitamos provisoriamente a (c) preto e castanho‑ 2 amarelos: 1 preto e
ideia de que o ajuste para a probabilidade de erro amarelado  amarelo castanho‑amarelado: 1 preto
na classificação explica os dados observados. (d) ventre claro  Todos com ventre claro
3.29 Aparentemente, o pesquisador obteve uma razão ventre claro
não mendeliana porque estudou somente famílias (e) ventre claro  1 amarelo: 1 ventre claro
que têm pelo menos uma criança com albinismo. amarelo
Respostas de Todos os Exercícios 5

Pais Prole (c) 3/8 com crista noz, 3/8 com crista rosa,
(f) agouti  preto e 1 agouti: 1 preto e 1/8 com crista ervilha, 1/8 com crista simples; (d)
castanho-amarelado castanho‑amarelado 1/2 com crista rosa, 1/2 com crista simples.
(g) preto e castanho‑ama‑ 1 preto e castanho‑ 4.18 Rr pp  Rr Pp.
relado  preto amarelado: 1 preto
4.19 12/16 com fruto branco, 3/16 com fruto amarelo,
(h) amarelo  agouti 1 amarelo: 1 ventre claro
1/16 com fruto verde.
(i) amarelo  amarelo 2 amarelos: 1 ventre claro
4.20 13/16 com penas brancas, 3/16 com penas coloridas.
4.4 (a) S S , S S , S S ; (b) S S , S S , S S , S S ; (c) S
1 2 1 3 2 3 1 3 1 4 2 3 2 4 4
4.21 9/16 com olhos vermelho-escuros (tipo selvagem),
S5; (d) S3 S5, S3 S6, S4 S5, S4 S6. 3/16 com olhos roxo-acastanhados, 3/16 com olhos
4.5 (a) todos AB; (b) 1 A: 1 B; (c) 1 A: 1 B: 1 AB: 1 0; vermelho-brilhantes, 1/16 com olhos brancos.
(d) 1 A: 1 0. 4.22 9 pretos: 3 cinza: 52 brancos.
4.6 Não. A mulher é obrigatoriamente ii; caso o par‑ 4.23 9 com pelagem preta: 39 com pelagem cinza:
ceiro seja IA IB, o filho não poderá ser ii. 16 com pelagem branca.
4.7 Não. A mulher é IAIB. Um homem poderia ser IAIA 4.24 (a) A explicação mais simples para a herança do
ou IAi; o outro poderia ser IBIB ou IBi. Ante a incer‑ traço é a epistasia recessiva combinada à dominân‑
teza acerca do genótipo de cada homem, qualquer cia incompleta, resumida na tabela a seguir:
um deles poderia ser o pai da criança.
Genótipo Fenótipo Frequência na F2
4.8 Um gene com quatro alelos. (a) roxa: cp cp, cp cb;
AA B- Círculo 3/16
cp ct, cp cw; (b) azul: cb cb, cb ct, cb cw; (c) azul-turquesa:
ct ct, ct cw; (d) azul-clara: ct cw; (e) branca: cw cw. Aa B- Escudo 6/16
aa B- Triângulo 3/16
4.9 A mulher é ii LMLM; o homem é IAIB LMLN; os tipos A- bb Sem cor 3/16
sanguí­neos das crianças serão A e M, A e MN, B e
aa bb Sem cor 1/16
M, e B e MN, todos em igual probabilidade.
(b) Genótipo paterno: Aa bb; genótipo materno:
4.10 Cruzamento de homozigoto waltzing com homo‑ Aa BB
zigoto tango. Se as mutações forem alelos, toda a
prole apresentará marcha descoordenada; se não Círculo Escudo Triângulo
forem alelos, toda a prole será do tipo selvagem. Se Genótipos da prole: AA Bb Aa Bb aa Bb
as duas mutações forem alelos, podem ser designa‑
das pelos símbolos v (waltzing) e vt (tango). 4.25 (a) roxa  vermelha; (b) proporção com semen‑
tes brancas (aa) = 1/4; (c) proporção de prole
4.11 Os in­di­ví­duos III-4 e III-5 são necessariamente ho‑ vermelha (A- B- C- dd) = (3/4)(3/4)(3/4)(1/2) =
mozigotos para mutações recessivas em diferentes 27/128, proporção de prole branca (aa) = 1/4 =
genes; ou seja, um é aa BB e o outro é AA bb; ne‑ 32/128, proporção de prole azul (A- B- cc Dd) =
nhum dos filhos é surdo porque todos são hetero‑ (3/4)(3/4)(1/4)(1/2) = 9/128.
zigotos para os dois genes (Aa Bb).
4.26 (a) Como a segregação da F2 é aproximadamente
4.12 9/16 com olhos vermelho-escuros e 7/16 com 9 pretos: 3 chocolate: 4 amarelos, a cor da pelagem
olhos roxo-acastanhados. é determinada por epistasia entre dois genes de dis‑
4.13 Não. O teste de alelismo não pode ser feito com tribuição independente: preta = B- E-; chocolate =
mutações dominantes. bb E-; amarela = B- ee ou bb ee. (b) pigmento amare‑
lo –ES pigmento marrom –BS pigmento preto.
4.14 O alelo para pelagem amarela é letal homozigoto.
4.27 (a) Como a segregação da F2 é de aproximada‑
4.15 A mãe é Bb e o pai é bb. A chance de que uma filha mente 9 vermelhas: 7 brancas, a cor das flores se
seja Bb é 1/2. (a) A chance de que a filha tenha um deve à epistasia entre dois genes de distribuição
filho calvo é (1/2)  (1/2) = 1/4. (b) A chance de independente: vermelho = A- B- e branco = aa B-,
que a filha tenha uma filha calva é igual a zero. A- bb ou aa bb. (b) Precursor incolor –AS produto
incolor –BS pigmento vermelho.
4.16 Dominante. O distúrbio aparece em todas as ge‑
rações e quase todos os indivíduos afetados têm o 4.28 (a) proporção de flores vermelhas = (3/4)3 × (1/4)
pai ou a mãe afetado. A exceção, IV-2, tem um pai = 27/256; (b) proporção de flores rosa = (3/4)4 +
portador do alelo para ataxia, mas não manifestou [(3/4)2 × (1/4)] = 117/256; (c) proporção de flo‑
o traço – um exemplo de penetrância incompleta. res brancas = 1 – 144/256 = 112/256.
4.17 (a) 3/4 com crista noz, 1/4 com crista rosa; 4.29 FA = (1/2)5 = 1/32; FB = 2  (1/2)6 = 1/32; FC = 2 
(b) 1/2 com crista noz, 1/2 com crista ervilha; (1/2)7 = 1/64.
6 Fundamentos de Genética

4.30 A partir do heredograma a seguir, o coeficiente de da prole. Se o fenótipo de cerdas chamuscadas for
endogamia é (1/2)3 (1 + FC) + (1/2)4 (1 + FB) = 3/8 causado por uma mutação ligada ao X, aproxima‑
porque FB = FC = 1. damente metade dos machos da F2, mas nenhuma
fêmea da F2, terá esse fenótipo.
A A C
5.3 Todas as fêmeas terão corpo verde, e todos os ma‑
chos terão corpo rosado.
5.4 O cruzamento é fêmea go/go +/+ × macho +/Y bw/
bw S F1: fêmeas go/+ bw/+ (olhos e corpo de tipo
AB BC selvagem) e machos go/Y bw/+ (corpo dourado,
olhos de tipo selvagem). Um intercruzamento da
prole F1 produz os seguintes fenótipos da F2 em
(A  B)  C ambos os sexos.
Corpo Olhos Genótipo Proporção
Dourado Castanho go/go ou Y bw/bw (1/2)  (1/4) = 1/8
4.31 O heredograma é o seguinte:
Dourado Selvagem go/go ou Y +/bw ou + (1/2)  (3/4) = 3/8
Selvagem Castanho +/go ou Y bw/bw (1/2)  (1/4) = 1/8
Selvagem Selvagem +/go ou Y +/bw ou + (1/2)  (3/4) = 3/8
Frank Mabel Tina Tim
5.5 XX é fêmea, XY é macho, XXY é fêmea, XXX é
fêmea (mas dificilmente viá­vel), XO é macho (mas
estéril).
5.6
(a) (b)

G/Y G/g
O coeficiente de relação entre a prole dos dois ca‑
sais é obtido pelo cálculo do coeficiente de endo‑
gamia do filho imaginário de um casamento desses (c) (d) (e)
filhos e multiplicação desse número por 2: [(1/2)5
 2]  2 = 1/8. Esse é o mesmo grau de relação de g/Y g/G G/G
primos em primeiro grau.
(f) (i) 6
4.32 F1 = (1/2)3 (1 + FC) = 0,25; portanto, FC = 1. (h)
G/g
(g)
4.33 O comprimento médio da espiga do milho ob‑
tido por cruzamento aleatório é de 24 cm, e o g/Y G/Y G/Y
do milho de uma geração de autofertilização é (a) X Y; (b) X X ; (c) X Y; (d) XGXg; (e) XGXG;
G G g g

de 20 cm. O coeficiente de endogamia da pro‑ (f) XGXg; (g) XgY; (h) XGY; (i) XGY
le de uma geração de autofertilização é 1/2, e o
coeficiente de endogamia da prole de duas gera‑ 5.7 Não. A discromatopsia é causada por uma muta‑
ções de autofertilização é (1/2)(1 + 1/2) = 3/4. ção ligada ao X. O cromossomo X do filho é oriun‑
Há previsão de declínio linear do comprimento do da mãe, não do pai.
médio da espiga (Y) de acordo com a equação 5.8 O risco para o filho é P (mulher transmite o alelo
Y = 24 – b F1, em que b é o coeficiente angular da mutante) × P (a criança é do sexo masculino) =
reta. Pode-se calcular o valor de b a partir dos dois (1/2)  (1/2) = 1/4.
valores de Y dados. A diferença entre esses dois
valores (4 cm) corresponde a um aumento de F 5.9 O risco para a criança é P (mãe C/c)  P (mãe
de 0 para 1/2. Assim, b = 4/(1/2) = 8 cm, e para transmitir c)  P (criança de sexo masculi­no) =
F = 3/4, o comprimento médio da espiga previsto (1/2)  (1/2)  (1/2) = 1/8; se o casal já teve
é Y = 24 – 8  (3/4) = 18 cm. um filho com discromatopsia, P (mãe C/c) = 1, e o
risco de cada filho subsequente é 1/4.
Capítulo 5 5.10 (a) O homem é XcY ii; a mulher é X+ Xc IA IB. (b)
Probabilidade de discromatopsia = 1/2; probabili‑
5.1 O espermatozoide determinante do sexo masculi­no
dade de sangue tipo B = 1/2; probabilidade com‑
tem um cromossomo Y; o espermatozoide determi‑
binada = (1/2) × (1/2) = 1/4. (c) Probabilidade
nante do sexo feminino tem um cromossomo X.
de discromatopsia = 1/2; probabilidade de sangue
5.2 Cruze o macho com cerdas chamuscadas com fême‑ tipo A = 1/2; probabilidade combinada (1/2) 
as do tipo selvagem, depois faça o intercruzamento (1/2) = 1/4. (d) 0.
Respostas de Todos os Exercícios 7

5.11 Cada uma das filhas com olhos vermelhão foi pro‑ cromossomo Y maior, X1 e X2 emparelham-se no
duzida necessariamente pela união de um ovócito centrômero de Y durante a metáfase. Então, du‑
X(v) X(v) com um espermatozoide que tem Y. Os rante a anáfase, os dois cromossomos X sofrem
ovócitos duplo-X originaram-se obrigatoriamente disjunção e separam-se do cromossomo Y.
da não disjunção do cromossomo X durante a ovo‑
Metáfase Anáfase
citogênese na mãe. Entretanto, não podemos de‑
terminar se a não disjunção ocorreu na primeira
ou na segunda divisão meió­tica. Y

5.12 P (macho) = 1/2 ; P (o macho transmite primeiro


o autossomo de tipo selvagem) = 1/2; P (o macho
transmite outro autossomo de tipo selvagem) = X1 X2
1/2; portanto, proporção combinada, P (macho
de tipo selvagem) = 1/8 5.24 A cor é determinada por um gene autossômico
(alelos A e a) e um gene ligado ao sexo (alelos
5.13 Cada uma das raras filhas com olhos brancos B e b) no cromossomo Z (as fêmeas são ZW e os
foi produzida necessariamente pela união de machos são ZZ), e os alelos recessivos são mutua‑
um ovócito X(w) X(w) com um espermatozoide mente epistáticos – ou seja, aves aa, bb ou bW têm
que tem Y. Os raros ovócitos duplo-X origina‑ olhos vermelhos, e aves A- B- ou A- BW têm olhos
ram-se obrigatoriamente da não disjunção do castanhos.
cromossomo X durante a segunda divisão meió­
tica na mãe. Cruzamento 1
5.14 3/8 de tipo selvagem (vermelho), 5/8 marrons na P Macho de olhos  Fêmea de olhos
prole de machos e fêmeas da F2. vermelhos da vermelhos da
5.15 Feminino. linhagem A linhagem B
aa BB AA bW
5.16 Três quartos terão fenótipo feminino (genótipo F1 Machos Aa Bb de  Fêmeas Aa BW de
ar/AR, AR/AR, ou ar/Y). Entre as fêmeas, 2/3 olhos castanhos olhos castanhos
(ar/AR e AR/AR) serão férteis; as fêmeas ar/Y se‑
F2 Machos A- Bb de Fêmeas A- BW de olhos
rão estéreis.
olhos castanhos (6/16) castanhos (3/16)
5.17 Homem. Machos aa Bb de olhos Fêmeas A- bW de olhos
5.18 (a) 1/2 fêmeas Xbb Xbb com cerdas bobbed, 1/2 ma‑ vermelhos (2/16) vermelhos (4/16)
chos Xbb Y+ de tipo selvagem; (b) 1/2 fêmeas X+ Xbb Fêmeas aa BW de
de tipo selvagem, 1/2 machos Xbb Ybb com cerdas olhos vermelhos (1/16)
bobbed; (c) 1/4 fêmeas X+ X+ de tipo selvagem, 1/4 Cruzamento 2
fêmeas X+ Xbb de tipo selvagem, 1/4 machos X+ Ybb P Fêmea de olhos  Macho de olhos
de tipo selvagem, 1/4 machos Xbb Ybb com cerdas bob- vermelhos vermelhos da
bed; (d) 1/4 fêmeas X+ Xbb do tipo selvagem, 1/4 fê‑ linhagem A linhagem B
meas Xbb Xbb com cerdas bobbed, 1/4 machos X+ Y+ do aa BW AA bb
tipo selvagem, 1/4 machos Xbb Y+ do tipo selvagem. F1 Machos Aa Bb de  Fêmeas Aa bW de olhos
5.19 (a) Feminino; (b) intersexo; (c) intersexo; (d) mas- olhos castanhos vermelhos
culi­no; (e) feminino; (f) masculi­no. F2 Machos A- Bb de olhos Fêmeas A- bW de olhos
castanhos (3/16) castanhos (3/16)
5.20 Sim. O gene para o desenho das penas está no
cromossomo Z. Se designarmos o alelo para penas Machos A- bb de olhos Fêmea A- bW de olhos
barradas de B e o alelo para penas não barradas vermelhos (3/16) vermelhos (3/16)
de b, os cruzamentos são: macho B/B (barrado)  Machos aa b- de olhos Fêmeas aa -W de olhos
fêmea b/W (não barrada) S F1 machos B/b (barra‑ vermelhos (2/16) vermelhos (2/16)
dos) e fêmeas B/W (barradas). O intercruzamento 5.25 A cor dos olhos de canários é determinada por um
da F1 produz machos B/B (barrados), machos B/b gene no cromossomo Z, que está presente em duas
(barrados), fêmeas B/W (barradas) e fêmeas b/W cópias nos machos e uma cópia nas fêmeas. O alelo
(não barradas), todas em iguais proporções. para cor rosa ao nascer (p) é recessivo em relação
5.21 A Drosophila não obtém compensação de dose por ao alelo para cor preta ao nascer (P). Não há gene
inativação de um dos cromossomos X em fêmeas. para cor dos olhos no outro cromossomo sexual
(W), presente em uma cópia nas fêmeas e ausente
5.22 (a) zero; (b) um; (c) um; (d) dois; (e) três; (f) zero.
nos machos. As aves parentais têm genótipo p/W
5.23 Como o centrômero está na extremidade de (fêmeas canela) e P/P (machos verdes). Os machos
cada pequeno cromossomo X, mas no meio do da F1 tinham genótipo p/P (com olhos pretos ao
8 Fundamentos de Genética

nascer). Quando os machos da F1 foram cruzados pela perda do cromossomo X que tinha o alelo sel‑
com fêmeas verdes (genótipo P/W), produziram vagem, provavelmente durante uma das divisões
prole F2 dividida em três categorias: machos com iniciais da clivagem embrionária.
olhos pretos ao nascer (P/-, metade da prole), fê‑
6.10 Aproximadamente metade da prole seria dissômi‑
meas com olhos pretos ao nascer (P/W, um quarto
ca ey/+ e metade, monossômica ey/O. A prole dis‑
da prole), e fêmeas com olhos rosa ao nascer (p/W,
sômica seria do tipo selvagem, e a monossômica
um quarto da prole). Quando os machos da F1 fo‑
seria eyeless (sem olhos).
ram cruzados com fêmeas canela (genótipo p/W),
produziram prole F2 dividida em quatro categorias 6.11 A não disjunção ocorreu obrigatoriamente na mãe.
de fre­quências iguais: machos com olhos pretos A mulher com discromatopsia e síndrome de Tur‑
ao nascer (genótipo P/p), machos com olhos ner foi produzida pela união de um espermatozoi‑
rosa ao nascer (genótipo p/p), fêmeas com olhos de com X, que tinha o alelo mutante para discro‑
pretos ao nascer (genótipo P/W) e fêmeas com matopsia, e um ovócito nulo-X.
olhos rosa ao nascer (genótipo p/W). 6.12 A filha com síndromes de Turner e Hunter na fa‑
mília A recebeu obrigatoriamente seu único cro‑
Capítulo 6 mossomo X da mãe, que é heterozigota para a
6.1 Uso de uma das técnicas de bandeamento. mutação causadora da síndrome de Hunter. A filha
não recebeu um cromossomo sexual do pai porque
6.2 46, XX, del(22)(q) ou 46, XY, del(22)(q), depen‑ a não disjunção dos cromossomos sexuais ocorreu
dendo da constituição dos cromossomos sexuais. obrigatoriamente durante a meiose da linhagem
6.3 Em alotetraploides, pode haver pareamento de germinativa. O filho com síndrome de Klinefelter
cada membro dos diferentes conjuntos de cro‑ na família B tem cariótipo XXY, e seus dois cromos‑
mossomos com um homólogo durante a prófase I, somos X têm o alelo mutante para síndrome de
seguido por disjunção durante a anáfase I. Em tri‑ Hunter. Esse indivíduo recebeu obrigatoriamente
ploides, a disjunção é irregular porque os cromos‑ dois cromossomos X mutantes da mãe heterozigo‑
ta devido à não disjunção do cromossomo X du‑
somos homólogos associam-se durante a prófase I
rante a segunda divisão meiótica na sua linhagem
formando bivalentes e univalentes ou formando
germinativa. A filha com síndrome de Hunter na
trivalentes.
família C tem cariótipo XX, e seus dois cromosso‑
6.4 (a) A espécie A é um alotetraploide com um geno‑ mos X têm o alelo mutante para síndrome de Hun‑
ma da espécie C e outro da espécie D; (b) nenhum ter. Ela recebeu os dois cromossomos X mutantes da
bivalente e 15 univalentes; (c) nenhum bivalente e mãe heterozigota devido à não disjunção durante a
15 univalentes. segunda divisão meiótica da linhagem germinativa
materna. Além disso, como a filha não recebeu um
6.5 O vegetal fértil é um alotetraploide com 7 pares de
cromossomo sexual do pai, a não disjunção dos
cromossomos da espécie A e 9 pares de cromosso‑
cromossomos sexuais também ocorreu durante a
mos da espécie B; o número total de cromossomos
meiose da linhagem germinativa deste.
é (2  7) + (2  9) = 32.
6.6 O híbrido da F1 tinha 5 cromossomos da espécie 6.13 Homens XYY teriam mais filhos com anormalida‑
X e 7 da espécie Y, com um total de 12. O retro‑ des dos cromossomos sexuais em razão da disjun‑
cruzamento desse híbrido com a espécie Y produ‑ ção irregular de seus três cromossomos sexuais
ziu poucas plantas que tinham 5 + 7 = 12 cromos‑ durante a meiose. Essa disjunção irregular produz
somos do híbrido e 7 da espécie Y, com um total uma variedade de gametas aneuploides, que inclui
de 19. Portanto, o híbrido era triploide. A auto‑ as constituições cromossômicas XY, YY, XYY e au‑
fertilização produziu algumas plantas F2, cada sência de cromossomo sexual.
uma delas com 24 cromossomos. Provavelmen‑ 6.14 O animal é heterozigoto para uma inversão:
te os cromossomos nessas plantas eram 2  5 = 5
10 da espécie X e 2  7 = 14 da espécie Y. Por‑
tanto, essas plantas vigorosas e férteis da F2 eram
alotetraploides. 5

6.7 XX é feminino, XY é masculi­no, XO é feminino


(mas estéril), XXX é feminino, XXY é masculi­no 6 6 4 4
(mas estéril), XYY é masculi­no.
6.8 1/2.
2 3 7 8
6.9 A mosca é um ginandromorfo, ou seja, um mosai‑ 1
co sexual. O tecido amarelo é X(y)/O e o tecido
2 3 7 8
cinza é X(y)/X(+). Esse mosaicismo foi causado 1
Respostas de Todos os Exercícios 9

6.15 (a) Deleção: de dois pares diferentes de cromossomos. Esses


3 4 segmentos fundem-se nos centrômeros ou perto
deles, geralmente com perda dos braços curtos de
1 2 5 6 7 8 cada cromossomo participante.
6.21 Todas as filhas terão corpo amarelo, e todos os fi‑
1 2 5 6 7 8
lhos terão olhos brancos.
(b) Duplicação:
6.22 Os zigotos produzidos por esse casal serão trissômi‑
4
cos ou monossômicos para o cromossomo 21. Assim,
100% dos filhos viáveis terão síndrome de Down.
1 2 3 4 5 6 7 8
6.23 As três populações estão relacionadas por uma sé‑
1 2 3 4 5 6 7 8
rie de inversões.
(c) Inversão terminal: P1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
7
6
7 P2 1 2 3 9 8 7 6 5 4 10
1 2 3 4 5 6 8 8

1 2 3 4 5 P3 1 2 3 9 8 5 6 7 4 10

6.16 Em heterozigotos por translocação, apenas a se‑ 6.24 O arranjo (a) produziu (c) por inversão do seg‑
gregação alternada produz gametas euploides, e a mento 2345; (c) produziu (f) por duplicação da
frequência de segregação alternada geralmente é banda 2; (f) produziu (d) por deleção da banda 5;
de cerca de 5%. (d) produziu (e) por inversão do segmento 43226;
(e) produziu (b) por inversão do segmento 622.
6.17
6.25 A mãe é heterozigota para uma translocação re‑
F F cíproca entre os braços longos dos cromossomos
E E grande e pequeno; um trecho do braço longo do
D D
cromossomo grande foi quebrado e fixado ao braço
A B C O N M longo do cromossomo pequeno. A criança herdou
o cromossomo grande com rearranjo e o cromos‑
somo pequeno normal da mãe. Portanto, como o
A B C O N M cromossomo grande com rearranjo tem deficiên­cia
P P de alguns genes, a criança é hipoploide.
Q Q 6.26 O fenótipo na prole feminina é mosaico porque um
dos cromossomos X é inativado em cada uma das
R R
suas células. Caso haja inativação do X translocado,
6.18 O macho excepcional, cujo genótipo é bw/+ st/+, é o autossomo fixado a ele também poderá ser parcial‑
heterozigoto para uma translocação entre os cromos‑ mente inativado por uma dispersão do processo de
somos 2 e 3. Não é possível verificar se a translocação inativação através do ponto de quebra da transloca‑
ocorre entre os dois cromossomos mutantes ou entre ção. Portanto, essa dispersão poderia inativar o gene
os dois cromossomos selvagens, ou seja, se é T(bw; st) determinante da cor no autossomo translocado e
ou T(+; +); no entanto, é óbvio que não ocorre entre produzir áreas de tecido com fenótipo mutante.
um cromossomo mutante e um cromossomo de tipo
6.27 Os filhos terão olhos vermelho-brilhantes porque
selvagem, ou seja, T(bw; +) ou T(+; st). Se assim fos‑
herdarão do pai o cromossomo Y com o alelo bw+.
se, a prole teria olhos castanhos ou escarlate, não do
As filhas terão olhos brancos porque herdarão um
tipo selvagem ou brancos.
cromossomo X do pai.
6.19 O menino tem uma translocação entre o cromos‑ 6.28 Uma translocação recíproca entre os cromossomos
somo 21 e outro cromossomo, por exemplo, o cro‑ 2 e 3. Um cromossomo translocado tem os alelos
mossomo 14. Ele também tem um cromossomo 21 selvagens de vg e h nos cromossomos 2 e 3, respec‑
normal e um cromossomo 14 normal. A irmã do tivamente, e o outro tem os alelos mutantes recessi‑
menino tem a translocação, um cromossomo 14 vos desses genes. O cromossomo que leva o gene ey
normal e duas cópias normais do cromossomo 21. (cromossomo 4) não participa do rearranjo.
6.20 Um cromossomo composto é formado de segmen‑ 6.29 Os zigotos XX darão origem a homens porque um
tos do mesmo par de cromossomos, como quando de seus cromossomos X tem o gene SRY translocado
dois cromossomos X se fixam um ao outro. Uma do cromossomo Y. Os zigotos XY darão origem a mu‑
translocação robertsoniana é a fusão de segmentos lheres porque o cromossomo Y perdeu o gene SRY.
10 Fundamentos de Genética

Capítulo 7 Resumo dos fenótipos:


7.1 Se Mendel soubesse da existência dos cromosso‑ a+ e b+ 51% a e b+ 24%
mos, teria percebido que o número de fatores de a+ e b 24% aeb 1%
que determinam as características é maior que o
7.9 Heterozigotos em acoplamento a+ b +/a b pro‑
número de cromossomos e concluí­do que alguns
duziriam os seguintes gametas: 30%, a + b +; 30%,
fatores têm de estar ligados no mesmo cromosso‑
a b; 20%, a + b; 20%, a b +; heterozigotos em repul-
mo. Portanto, ele teria reformulado o princípio da
são a+ b/a b+ produziriam os seguintes gametas:
distribuição independente e afirmaria que a heran‑
30%, a+ b; 30%, a b +; 20%, a + b +; 20%, a b. Em
ça de fatores em diferentes cromossomos (ou dis‑
cada caso, as fre­quências da prole do cruzamen‑
tantes no mesmo cromossomo) é independente.
to-teste corresponderiam às fre­ quências dos
7.2 A classe representada pela prole de 351 indivíduos gametas.
indica que há ligação entre pelo menos dois dos
três genes. 7.10 Não. A distribuição das características de cor da
folha e sementes no pendão é independente.
7.3 Não. Os genes a e d podem estar muito distantes
no mesmo cromossomo – tão distantes que se re‑ 7.11 Sim. Fre­quência de recombinação = (24 + 26)/
combinam livremente, ou seja, 50% das vezes. (126 + 24 + 26 + 124) = 0,167. Cruzamento:
7.4 1/19.
b vg fêmea  b vg macho
7.5 Sim, se eles estiverem muito distantes. b+ vg+ b vg
7.6 20%.
7.7 (a) Cruzamento: a+ b+/a+ b+  a b/a b. Game‑
b vg b vg b vg b vg
tas: a+ b+ de um genitor, a b do outro. F1: a+ b+/a
b+ vg+ b vg b+ vg b vg+
b. (b) 40%, a+ b+; 40%, a b; 10%, a+ b; 10%, a b+.
126 124 24 26
(c) F2 do cruzamento-teste: 40%, a+ b+/a b; 40%,
a b/a b; 10%, a+ b/a b; 10%, a b+/a b. (d) Fase de li‑
7.12 Sim. Frequência de recombinação = (23 + 26)/(23
gação de acoplamento. (e) F2 do intercruzamento:
+ 127 +124 +26) = 0,163. Cruzamento:
Espermatozoides
40% a+ b+ 40% a b 10% a+ b 10% a b+ b+ vg fêmea  b vg macho
+ +
40% a b 16% 16% 4% 4% b vg+ b vg
a+ b+a+ b+ a+ b+a b a+ b+a+ b a+ b+a b+
40% a b 16% 16% 4% 4%
Ovócitos a ba+ b+ a ba b a ba+ b a ba b+ b vg b vg b vg b vg
+
10% a b 4% 4% 1% 1% b+ vg+ b vg b+ vg b vg+
a+ ba+ b+ a+ ba b a+ ba+ b a+ ba b+ 23 26 127 124
+
10% a b 4% 4% 1% 1%
a b+a+ b+ a b+a b a b+a+ b a b+a b+ 7.13 Sim. A fre­quência de recombinação é estimada
pela fre­quência de prole preta entre a prole colo‑
Resumo dos fenótipos: rida: 34/(66 + 34) = 0,34. Cruzamento:
a+ e b+ 66% a e b+ 9%
a+ e b 9% aeb 16% Cb  cB
Cb cB
7.8 (a) Cruzamento: a+ b/a+ b  a b+/a b+. Gametas:
a+ b de um dos pais, a b+ do outro. F1: a+ b/a b+. (b) Cb  cb
40% a+ b, 40% a b+, 10% a+ b+, 10% a b. (c) F2 do cB cb
cruzamento-teste: 40% a+ b/a b, 40% a b+/a b, 10%
a+ b+/a b, 10% a b/a b. (d) Fase de ligação de repul‑
são. (e) F2 do intercruzamento: Cb cB cb CB
c b cb cb c b
Espermatozoides
castanha albina albina preta
40% a+ b 40% a b+ 10% a+ b+ 10% a b
e

40% a+ b 16% 16% 4% 4% 66 100 34


a+ ba+ b a+ ba b+ a+ ba+ b+ a+ ba b
40% a b+ 16% 16% 4% 4% 7.14 A planta I tem o genótipo D P/d p e, quando cruza‑
Ovócitos a b+a+ b a b+a b+ a b+a+ b+ a b+a b da com uma planta d p/d p, produz quatro classes
+ +
10% a b 4% 4% 1% 1% de prole:
a+ b+a+ b a+ b+a b+ a+ b+a+ b+ a+ b+a b
10% a b 4% 4% 1% 1%
DP dp Dp dP
dp dp dp dp
a ba+ b a ba b+ a ba+ b+ a ba b
81 79 22 17
Respostas de Todos os Exercícios 11

A planta II tem o genótipo D p/d P e, quando cru‑ (e, portanto, da prole do retrocruzamento) pode
zada com uma planta d p/d p, produz quatro clas‑ ser calculada a partir deste quadro:
ses de prole: Cromossomo 3 em gametas
Dp dP DP dp
cd c+ d+ c d+ c+ d
dp dp dp dp 0,425 0,425 0,075 0,075
21 18 5 4
ab abcd a b c+ d+ a b c d+ a b c+ d
Se houver cruzamento das duas plantas (D P/d p  0,40 0,17 0,17 0,03 0,03
D p/d P), é possível prever os fenótipos da prole a
partir do seguinte quadro: Cromos‑ a+ b+ a+ b+ c d a+ b+ c+ d+ a+ b+ c d+ a+ b+ c+ d
somo 2 em 0,40 0,17 0,17 0,03 0,03
Gametas da planta I gametas
a+ b a+ b c d a+ b c+ d+ a+ b c d+ a+ b c+ d
DP dp Dp dP 0,10 0,0425 0,0425 0,0075 0,0075
0,40 0,40 0,10 0,10
a b+ a b+ c d a b+ c+ d+ a b+ c d+ a b+ c+ d
Dp D p/D P D p/d p D p/D p D p/d P
0,10 0,0425 0,0425 0,0075 0,0075
0,40 0,16 0,16 0,04 0,04
Gametas da dP d P/D P d P/d p d P/D p d P/d P
planta II 0,40 0,16 0,16 0,04 0,04 7.17 (a) As fêmeas da F1, que são cn vg+/cn+ vg, produ‑
DP D P/D P D P/d p D P/D p D P/d P zem quatro tipos de gametas: 45%, cn vg+; 45%,
0,10 0,04 0,04 0,01 0,01 cn+ vg; 5%, cn+ vg+; 5%, cn vg. (b) 45%, olhos ci‑
dp d p/D P d p/d p d p/D p d p/d P nabre, asas normais; 45%, olhos castanho-aver‑
0,10 0,04 0,04 0,01 0,01
melhados, asas vestigiais; 5%, olhos castanho-
Resumo dos fenótipos: avermelhados, asas normais; 5%, olhos cinabre,
Alta, fruto esférico 0,54 asas vestigiais.
Alta, fruto piriforme 0,21
Anã, fruto esférico 0,21 7.18 Na enumeração adiante, as classes 1 e 2 são ti‑
Anã, fruto piriforme 0,04 pos parentais, as classes 3 e 4 são resultado de um
único crossing over entre st e ss, as classes 5 e 6 são
7.15 (a) As fêmeas da F1, que são sr e+/sr+ e, produzem
resultado de um único crossing over entre ss e e, e
quatro tipos de gametas: 46%, sr e+; 46%, sr+ e; 4%,
as classes 7 e 8 são resultado de um crossing over
sr e; 4%, sr+ e+. (b) Os machos da F1, que têm o mes‑
duplo, com uma das permutas entre st e ss e a ou‑
mo genótipo que as fêmeas da F1, produzem dois
tra entre ss e e.
tipos de gametas: 50%, sr e+; 50%, sr+ e; lembre-se
de que não há crossing over em machos de Droso- (b) Fre­
phila. (c) 46%, listrados e com corpo cinza; 46%, (a) Fre­ quência
sem listras e com corpo ébano; 4%, listrados e com quência com inter­
corpo ébano; 4%, sem listras e com corpo cinza. sem inter­ ferência
(d) A prole do intercruzamento é obtida a partir Classe Fenótipos ferência completa
da seguinte tabela.
1 Olhos escarlate, 0,3784 0,37
Espermatozoides ausência de cerdas
+ 2 Corpo ébano 0,3784 0,37
sr e sr+ e
0,50 0,50 3 Olhos escarlate, corpo 0,0616 0,07
sr e+ sr e+/sr e+ sr e+/sr+ e ébano
0,46 0,23 0,23 4 Ausência de cerdas 0,0616 0,07
+ + + + +
Ovócitos sr e sr e/sr e sr e/sr e 5 Olhos escarlate, ausência 0,0516 0,06
0,46 0,23 0,23 de cerdas, corpo ébano
sr e sr e/sr e+ sr e/sr+ e 6 Tipo selvagem 0,0516 0,06
0,04 0,002 0,002 7 Olhos escarlate 0,0084 0
sr+ e+ sr+ e+/sr e+ sr+ e+/sr+ e
8 Ausência de cerdas, 0,0084 0
0,04 0,002 0,002 corpo ébano

Resumo dos fenótipos: 7.19 Na enumeração adiante, as classes 1 e 2 são tipos


Listrados, corpo cinza 0,25 parentais, as classes 3 e 4 são resultado de um úni‑
Sem listras, corpo cinza 0,50 co crossing over entre Pl e Sm, as classes 5 e 6 são
Listrados, corpo ébano 0 resultado de um único crossing over entre Sm e Py,
Sem listras, corpo ébano 0,25
e as classes 7 e 8 são resultado de um crossing over
7.16 Como a distribuição dos dois cromossomos é in‑ duplo, com uma das permutas entre Pl e Sm e a
dependente, a constituição genética dos gametas outra entre Sm e Py.
12 Fundamentos de Genética

(b) Fre­ 7.24 A fêmea produzirá quatro tipos de gametas: 30%


(a) Fre­ quência w +, 30% + dor, 20% w dor, e 20% + +; assim, 80% da
quência com inter­ prole será mutante (olhos brancos ou laranja-escu‑
sem inter­ ferência ros) e 50% será pigmentada (olhos vermelhos ou
Classe Fenótipos ferência completa laranja-escuros).
1 roxo, salmão, pigmeu 0,405 0,40 7.25 As fêmeas da F1 têm genótipo pn +/+ g. Entre os
2 verde, amarelo, normal 0,405 0,40 filhos machos, 40% serão recombinantes para os
3 roxo, amarelo, normal 0,045 0,05 dois genes ligados ao X, e metade dos recombi‑
4 verde, salmão, pigmeu 0,045 0,05 nantes terá os alelos selvagens desses genes. Assim,
5 roxo, salmão, normal 0,045 0,05 a fre­quência de filhos machos com olhos verme‑
6 verde, amarelo, pigmeu 0,045 0,05 lho-escuros será de 1/2  40% = 20%.
7 roxo, amarelo, pigmeu 0,005 0 7.26 Ignore a prole feminina e construa o mapa com
8 verde, salmão, normal 0,005 0 base na prole masculina. Os tipos parentais são + +
7.20 Na enumeração a seguir, as classes 1 e 2 são tipos z e x y +. As duas classes ausentes (+ y + e x + z) re‑
presentam crossing overs duplos; portanto, a ordem
parentais, as classes 3 e 4 são produzidas pelo cros-
dos genes é y—x—z. A distância entre y e x é (32 +
sing over entre Tu e j2, e as classes 5 e 6 resultam do
27)/1.000 = 5,9 cM e entre x e z é (31 + 39)/1.000 =
crossing over entre j2 e Gl3; apenas o cromossomo
7,0 cM. Portanto, o mapa é y—5,9 cM—x—7,0
da planta triplamente heterozigota F1 é mostrado.
cM—z. O coeficiente de coincidência é zero.
Como a interferência é completa, não há prole do
crossing over duplo. 7.27 (P/2)2.
7.28 Cinco.
Classe Genótipo Frequência
1 tu j2 gl3 0,445 7.29 Das classes parentais, + + c e a b +, as fêmeas he‑
terozigotas tinham, obrigatoriamente, o genótipo
2 Tu J2 Gl3 0,445
+ + c/a b +. As classes ausentes, + b + e a + c, que
3 tu J2 Gl3 0,025
representariam crossing overs duplos, determinam
4 Tu j2 gl3 0,025 que a ordem dos genes é b–a–c. A distância entre
5 tu j2 Gl3 0,030 b e a é (96 + 110)/1.000 = 20,6 cM, e entre a e c é
6 Tu J2 gl3 0,030 (65 + 75)/1.000 = 14,0 cM. Assim, o mapa genético
é b–20,6 cM–a–14,0 cM–c.
7.21 As classes de crossing over duplo, que são as duas
não observadas, determinam que a ordem do gene 7.30 A mutação letal está na banda 7.
é y – w – ec. Assim, as fêmeas da F1 tinham o genó‑ 7.31 II-1 tem o genótipo C h/c H; ou seja, ela é heterozi‑
tipo y w ec/+ + +. A distância entre y e w é estimada gota em repulsão para os alelos para discromatop‑
pela fre­quência de recombinação entre esses dois sia (c) e hemofilia (h). Nenhum dos seus filhos é
genes: (8 + 7)/1.000 = 0,015; da mesma maneira, recombinante para esses alelos.
a distância entre w e ec é (18 + 23)/1.000 = 0,041. 7.32 II-1 é (a) C h/c H ou (b) c h/C H. Os quatro filhos
Assim, o mapa genético desse segmento do cro‑ têm os genótipos c h (1), C h (2), c H (3) e C H (4).
mossomo X é y–1,5 cM–w–4,1 cM–ec. Se II-1 tiver o genótipo C h/c H, os filhos 1 e 4 são
7.22 As duas últimas classes, constituídas de moscas recombinantes e os filhos 2 e 3 são não recombi‑
com corpo amarelo e olhos em barra e moscas nantes. Se II-1 tiver o genótipo c h/C H, os filhos 2
e 3 são recombinantes e os filhos 1 e 4 são não re‑
com olhos vermelhão, com uma prole total de 50
combinantes. De qualquer maneira, a frequência
moscas, foi resultado de crossing overs duplos. Por‑
de recombinação é 0,5.
tanto, a ordem dos genes é y—v—B, e as fêmeas da
F1 tiveram o genótipo y v B/+ + +. A distância entre 7.33 A mulher é um heterozigoto em repulsão para os
y e v é o número médio de crossing overs entre eles. alelos para discromatopsia e hemofilia – ou seja, ela
(244 + 50)/1.000 = 29,4 cM; do mesmo modo, a é C h/c H. Se tiver um menino, a chance de que ele
distância entre v e B é (160 + 50)/1.000 = 21,0 cM. tenha hemofilia é de 0,5 e a chance de que tenha
Assim, o mapa genético é y--29,4 cM--v--21,0 cM--B. discromatopsia é de 0,5. Se especificarmos que o
menino tem apenas um desses distúrbios, a chance
7.23 (a) Duas classes (os tipos parentais) são muito de que tenha discromatopsia é de 0,45. A explicação
mais numerosas que as outras seis classes (tipos re‑ é que a probabilidade de que o menino herde um
combinantes); (b) st + +/+ ss e; (c) st–ss–e; (d) [(145 cromossomo X não recombinante é de 0,9, e meta‑
+ 122)  1 + (18)  2]/1.000 = 30,3 cM; (e) (122 + de dos cromossomos X não recombinantes terá o
18)/1.000 = 14,0 cM; (f) (0,018)/(0,163  0,140) = alelo mutante para discromatopsia e a outra metade
0,789. (g) fêmeas st + +/+ ss e  machos st ss e/st ss terá o alelo mutante para hemofilia. A chance de
e S 2 classes parentais e 6 classes recombinantes. que o menino tenha os dois distúrbios é de 0,05, e
Respostas de Todos os Exercícios 13

a chance de que não tenha nenhum dos dois é de fenótipos de crescimento podem ser usados para
0,05. A explicação é que a probabilidade de que o mapear genes em bactérias.
menino herde um cromossomo X recombinante é 8.7 As mutações a, b e c estão próximas e na ordem
de 0,1, e metade dos cromossomos X recombinan‑ b–a–c no cromossomo.
tes terá os dois alelos mutantes e a outra metade
não terá nenhum alelo mutante. 8.8 Há duas explicações possíveis. Uma possibilidade é
que uma mutação espontânea tenha causado rever‑
7.34 M2 tem uma inversão que inibe a recombinação são da linhagem auxotrófica para a condição proto‑
no cromossomo. trófica. Como isso requer apenas uma mutação em
7.35 Um crossing over duplo bifilamentar dentro da in‑ uma célula, raramente ocorre. Outra possibilidade,
versão; os pontos de permuta do crossing over duplo mais provável, é que a conjugação tenha ocorrido
têm de estar entre os marcadores genéticos e os entre as cepas auxotróficas parentais de E. coli. Du‑
pontos de quebra da inversão. rante a conjugação, genes das linhagens parentais
recombinaram-se. Como cada pai tinha uma cópia
do gene de tipo selvagem para timina ou leucina, a
Capítulo 8
prole recombinante contendo a cópia de tipo selva‑
8.1 Os vírus reproduzem-se e transmitem os seus ge‑ gem de cada gene seria capaz de sintetizar ambos os
nes para a prole. Usam a energia das células hospe‑ nutrientes e crescer em meio mínimo.
deiras e respondem a sinais ambientais e celulares
8.9 Faça dois experimentos: (1) verifique se o processo
da mesma forma que outros organismos vivos. Os
é sensível à DNase, e (2) verifique se há necessidade
vírus, porém, são parasitos obrigatórios; eles só se
de contato celular para que ocorra o processo. A
reproduzem em células hospedeiras apropriadas.
necessidade de contato celular pode ser testada por
8.2 Os bacteriófagos reproduzem-se em bactérias; os um experimento com tubo em U (Figura 8.9). Se o
outros vírus reproduzem-se em protistas, vegetais processo for sensível à DNase, é semelhante à trans‑
e animais. formação. Caso haja necessidade de contato celu‑
lar, é semelhante à conjugação. Se não for sensível
8.3 O bacterió­fago T4 é um fago virulento. Ao infec‑
à DNase nem exigir contato celular, é semelhante à
tar uma célula hospedeira, ele se reproduz e des‑
transdução.
trói a célula durante esse processo. O bacterió­fago
lambda pode se reproduzir e destruir a bactéria 8.10 (a) Células F–, ausência de fator F; células F+, fa‑
hospedeira – resposta lítica – da mesma maneira tor F autônomo; células Hfr, fator integrado (ver
que o fago T4, ou pode inserir seu cromossomo no Figura 8.14). (b) As células F+ e Hfr têm pili F; as
cromossomo da célula hospedeira e permanecer células F–, não. (c) As células F– são convertidas em
aí em estado latente – resposta lisogênica. células F+ pela transferência conjugativa de fatores
F das células F+. As células Hfr formam-se quando
8.4 O cromossomo lambda maduro (acondicionado) fatores F nas células F+ são integrados aos cromos‑
e o prófago lambda são permutações circulares somos dessas células. As células Hfr tornam-se cé‑
um do outro (ver Figura 8.5). lulas F+ quando os fatores F integrados saem do
8.5 A inserção do cromossomo do fago l no cromos‑ cromossomo e tornam-se elementos genéticos au‑
somo da célula hospedeira é um processo de re‑ tônomos (autorreplicantes).
combinação sítio-específico catalisado por uma 8.11 (a) Os fatores F são úteis nas análises genéticas
enzima que reconhece se­quências específicas nos em que são necessárias duas cópias de um gene
cromossomos de l e da E. coli. O crossing over entre na mesma célula, por exemplo, para determinar
cromossomos homólogos não é específico para se­ relações de dominância. (b) Os fatores F são
quências. Pode ocorrer em muitos sítios ao longo formados por excisão anormal de fatores F dos
dos dois cromossomos. cromossomos de células Hfr (Figura 8.21). (c)
8.6 Três tipos principais de mutantes bacterianos Transferência conjugativa de um fator F de uma
foram usados para mapear genes em bactérias: célula doadora para uma célula receptora (F–).
mutantes incapazes de usar açúcares específicos 8.12 Transdução generalizada: (1) geralmente as partícu‑
como fonte de energia (como a lactose); mutantes las transdutoras contêm apenas DNA do hospedei‑
incapazes de sintetizar metabólitos essenciais (de‑ ro; (2) as partículas transdutoras podem transportar
nominados auxótrofos); e mutantes resistentes a qualquer segmento do cromossomo do hospedeiro.
fármacos e antibióticos. Enquanto as bactérias de Portanto, há transdução de todos os genes do hos‑
tipo selvagem usam quase todos os açúcares como pedeiro. Transdução especializada: (1) as partículas
fonte de energia, crescem em meios mínimos e são transdutoras transportam um cromossomo recombi‑
destruídas por antibióticos, as bactérias com muta‑ nante, que contém DNA do fago e do hospedeiro;
ções de genes que controlam esses processos têm (2) há transdução apenas dos genes do hospedeiro
diferentes características de crescimento. Esses adjacentes ao sítio de integração do fago.
14 Fundamentos de Genética

8.13 Os elementos IS (se­quências de inserção) são se­ Capítulo 9


quências de DNA curtas (800 a 1.400 pares de
9.1 (a) Os experimentos in vivo de Griffith mostra‑
nucleo­tí­dios) transponíveis, ou seja, capazes de se
ram a transformação em pneumococos. Não
deslocar de uma posição para outra em um cro‑
indicaram a base molecular do fenômeno de
mossomo ou de um cromossomo para outro. Os
transformação. Avery e colaboradores fizeram ex‑
elementos IS medeiam a recombinação entre mo‑
perimentos in vitro, empregando análises bioquí­
léculas de DNA não homólogas – por exemplo, en‑
micas para mostrar que a transformação era me‑
tre fatores F e cromossomos bacterianos.
diada por DNA. (b) Griffith mostrou que existia
8.14 Por interrupção da conjugação em vários momen‑ uma substância transformadora; Avery et al. de‑
tos depois da mistura das células doadoras e recep‑ finiram que era o DNA. (c) Os experimentos
toras (usando um agitador ou outro mecanismo de de Griffith não incluí­ram nenhuma tentativa de
agitação), é possível determinar o tempo necessário caracterizar a substância responsável pela trans‑
para a transferência de determinado marcador ge‑ formação. Avery et al. isolaram o DNA na forma
nético de uma célula Hfr para uma célula F–. “pura” e mostraram que poderia mediar a trans‑
8.15 Cotransdução é a transdução simultânea de dois formação.
marcadores genéticos diferentes para uma única cé‑ 9.2 (a) Nenhum efeito; (b) nenhum efeito; (c) a DNase
lula receptora. Já que as partículas de bacterió­fagos destruirá a capacidade do extrato de transformar
só comportam 1/100 a 1/50 do cromossomo bacte‑ células tipo IIR em tipo IIIS por degradação do
riano total, só podem ser cotransduzidos os marcado‑ DNA no extrato. A protease e a RNase degradarão
res que estão relativamente próximos. A fre­quência as proteínas e o RNA, respectivamente, no extrato.
de cotransdução de dois marcadores quaisquer é Elas não terão efeito, já que as proteínas e o RNA
inversamente proporcional à distância entre eles no não participam da transformação.
cromossomo. Assim, essa fre­quência pode ser usada
para estimar a distância de ligação gênica. É preciso 9.3 Demonstrou‑se que o DNA purificado do tipo III
preparar relações de ligação–cotransdução específi‑ era suficiente para transformar células tipo II. Isso
cas para cada sistema fago–hospedeiro estudado. ocorreu na ausência de células tipo III mortas.
8.16 lacY—lacZ—proC. 9.4 Cerca de 1/2 proteína e 1/2 DNA. Uma molécula
única e longa de DNA está contida em uma “cáp‑
8.17
Z sula” complexa constituída de muitas proteínas.
T H
9.5 (a) O objetivo era determinar se o material ge‑
I E nético era DNA ou proteí­na. (b) Marcando o fós‑
foro, um constituinte do DNA, e o enxofre, um
R
constituinte da proteí­na, em um vírus, foi possí‑
W
vel demonstrar que apenas o fósforo marcado era
O S introduzido na célula hospedeira durante o ciclo
K reprodutivo do vírus. O DNA era suficiente para
8.18 anth—A34—A223—A46. produzir novos fagos. (c) Portanto, o DNA, e não
a proteí­na, é o material genético.
8.19 pro–pur–his.
9.6 Quando as folhas de tabaco foram infectadas por
8.20 anth—A487—A223—A58. partículas virais reconstituídas que continham
8.21 RNA de vírus tipo A e proteína de vírus tipo B, os
C E vírus produzidos foram do tipo A, mostrando que
thr
lac o RNA, e não a proteína, contém as informações
rha genéticas no TMV.
0/100
8
88 gal 9.7 (a) O padrão em escada era conhecido a partir
17 dos estudos de difração por raios X. Análises quí­
micas mostraram a existência de uma relação 1:1
Min B entre as bases orgânicas adenina e timina e entre
70
citosina e guanina. Eles também dispunham de da‑
arg dos físicos acerca do comprimento de cada espiral
63 36
e do empilhamento de bases. (b) Watson e Crick
59 44 man
ser desenvolveram o modelo de uma dupla-hélice, com
D cys os filamentos rígidos de açúcar e fósforo formando
his
espirais ao redor de um eixo, e ligações de hidrogê‑
A
nio unindo as bases complementares em pares de
8.22 amA453—nrd11—nd28—amM69—amN54. nucleo­tí­dios.
Respostas de Todos os Exercícios 15

9.8 (a) Os padrões de difração de raios X sugeriram uma hélice dextrogira com 11 pares de bases por
uma estrutura helicoidal multifilamentar. A hélice volta. É uma hélice dupla mais espessa e mais
bifilamentar com pareamento de bases específicas curta com diâmetro de 0,23 nm e tem um sulco
ajusta‑se bem à estequiometria 1:1 observada em maior profundo e estreito e um sulco menor lar‑
A:T e G:C no DNA. (b) O uso do potencial de li‑ go e superficial. O A‑DNA forma‑se in vitro quan‑
gação de hidrogênio conhecido das bases propor‑ do há altas concentrações de sal ou desidratação
cionou um método para manter a configuração parcial.
estável dos dois filamentos complementares nessa
hélice dupla. 9.17 O valor de Tm aumenta com o conteú­do de GC
porque os pares de bases GC, unidos por três
9.9 (a) 400.000; (b) 20.000; (c) 400.000; (d) 68.000 nm. ligações de hidrogênio, são mais fortes que os
9.10 O DNA tem um átomo de oxigênio a menos que pares de bases AT, unidos por duas ligações de
o RNA na parte açúcar da molécula; o açúcar do hidrogênio.
DNA é a 2‑desoxirribose, enquanto o açúcar do 9.18 (a) 3,2  1010 pb
RNA é a ribose. No DNA, a timina substitui a uraci‑ (b) 3,2  1010 pb
la presente no RNA. (Determinados bacteriófagos (c) 1,6  1010 pb
têm DNA contendo uracila.) Na maioria das vezes (d) 0,8  1010 pb
o DNA é bifilamentar, mas bacteriófagos como o
fX174 contêm DNA unifilamentar. Na maioria 9.19 Durante a intérfase, o DNA ainda não está or‑
das vezes o RNA é unifilamentar. Alguns vírus, ganizado em cromossomos in­ di­
vi­
duais. Em vez
como os Reovírus, porém, contêm cromossomos disso, ele consiste em uma série de “contas em
de RNA bifilamentar. um cordão” elipsoide que formam uma fibra de
11 nm. Nessa etapa, 146 pb de DNA são enrola‑
9.11 Não. O RNA do TMV é unifilamentar. Assim, não
dos 1,65 vez em volta do cerne do nucleossomo
é válida a relação estequiométrica existente nos pa‑
de oito histonas. Entretanto, durante a metáfase
res de bases do DNA.
da meiose e da mitose, o DNA organiza-se em cro‑
9.12 Sim. Como o DNA nas bactérias é bifilamentar, mossomos. A fibra de 11 nm é dobrada e sofre su‑
aplica‑se a estequiometria 1:1 de pares de bases. per-helicoidização a fim de produzir uma fibra de
Portanto, se 37% das bases são citosinas, 37% são cromatina de 30 nm, a unidade estrutural básica
guaninas. Isso significa que os 26% restantes das do cromossomo metafásico. Um terceiro e último
bases são adenina e timina. Portanto, 26%/2 = nível de acondicionamento envolve as proteí­nas
13% das bases são adeninas. cromossômicas não histônicas, que formam um
9.13 3‑C A G T A C T G‑5. esqueleto para condensar as fibras de 30 nm em
cromossomos metafásicos altamente acondiciona‑
9.14 (a) Falsa dos, o mais alto nível de condensação de DNA já
(b) Falsa observado.
(c) Verdadeira
(d) Verdadeira 9.20 No núcleo diploide de D. melanogaster, haveria 1,65
(e) Verdadeira  106 nucleossomos; eles conteriam 3,3  106 mo‑
(f) Verdadeira léculas de cada histona, H2a, H2b, H3 e H4.
(g) Falsa 9.21 (a) 89,5°C. (b) Aproximadamente 39%.
(h) Verdadeira
9.22 Indica que a maioria das sequências de DNA al‑
(i) Verdadeira
tamente repetitivo não contém genes estruturais
(j) Falsa
especificadores de RNA e produtos gênicos poli‑
(k) Verdadeira
peptídicos.
(l) Falsa
(m) Verdadeira 9.23 A renaturação dos fragmentos de DNA satélite
seria muito mais rápida que a dos fragmentos de
9.15 (a) DNA bifilamentar; (b) DNA unifilamentar; (c) DNA da banda principal. Nos DNA satélites de
RNA unifilamentar. D. virilis, todos os três têm se­quências de pares
9.16 A forma B da hélice de DNA é aquela proposta repetidos de heptanucleo­ tí­
dios. Assim, prati‑
por Watson e Crick e é a conformação do DNA camente todo fragmento unifilamentar com
em condições fisiológicas. É uma hélice dupla 40 nucleo­tí­dios (médio) de um filamento terá
dextrogira com 10 bases por volta da hélice e uma se­quência complementar (em parte) a cada
diâmetro de 1,9 nm. Tem um sulco maior e um fragmento unifilamentar do filamento com‑
menor. O Z‑DNA é levógiro, tem 12 bases por plementar. Muitas das se­quências de pares de
volta, um único sulco profundo e 1,8 nm de diâ‑ nucleo­tí­dios no DNA da banda principal serão
metro. A estrutura de açúcar‑fosfato tem forma‑ se­quências únicas (presentes apenas uma vez no
to de zigue‑zague e é rica em G:C. O A‑DNA é genoma).
16 Fundamentos de Genética

9.24 (a) (1) Os centrômeros atuam como locais de fixa‑ espécie – compatível com o papel das histonas no
ção à fibra do fuso nos cromossomos; eles são ne‑ empacotamento de DNA em nucleossomos. As
cessários para a separação de cromossomos homó‑ proteí­nas cromossômicas não histônicas abrangem
logos para polos opostos do fuso durante a anáfase proteí­nas que regulam a expressão gênica. Como
I da meiose e para a separação de cromátides‑irmãs os diferentes conjuntos de genes são transcritos
durante a anáfase da mitose e anáfase II da meio‑ em diferentes tipos celulares, seria de se esperar
se. (2) Os telômeros têm pelo menos três funções a heterogeneidade em algumas das proteí­nas cro‑
importantes: (i) prevenção da degradação exonu‑ mossômicas não histônicas de diferentes tecidos.
cleolítica das extremidades das moléculas de DNA
lineares em cromossomos eucarióticos, (ii) preven‑ 9.28 (a) Um mg de DNA humano contém, em média,
ção da fusão das extremidades das moléculas de 3,04  105 cópias do genoma. Usando um peso mo‑
DNA de diferentes cromossomos e (iii) garantia de lecular médio por par de nucleotídio de 660, o peso
um mecanismo para a replicação das extremidades molecular de todo o genoma humano é 1,98  1012
distais de moléculas de DNA lineares em cromos‑ (3  109  660). Assim, 1,98  1012 gramas (1 “mol”
somos eucarióticos. (b) Sim. A maioria dos telôme‑ = número de gramas equivalente ao peso “molecu‑
ros estudados até hoje contém unidades repetidas lar”) de DNA humano contêm, em média, 6,02 
da sequência de DNA (por exemplo, TTAGGG em 1023 moléculas (número de Avogadro = número de
cromossomos humanos), e, ao menos em algumas moléculas [aqui, cópias do genoma] presentes em
espécies, os telômeros terminam com projeções 39 um “mol” de uma substância.) Um grama contém
unifilamentares que formam estruturas em “gram‑ em média (3,04  1011)(6,02  1023/1,98  1012)
po”. As bases nesses grampos apresentam padrões cópias do genoma; assim, 1 mg contém, em média,
únicos de metilação que provavelmente contri‑ 3,04  105 cópias do genoma humano.
buem para a estrutura e a estabilidade dos telôme‑ (b) Uma cópia do genoma humano pesa aproxima‑
ros. (c) A telomerase acrescenta as sequências de damente (3,3  10–12 g)(1,98  1012 g por “mol”/6,02
DNA terminais, telômeros, aos cromossomos linea‑  1023 moléculas por “mol”) ou 3,3  10–6 mg.
res em eucariotos. (d) As extremidades quebradas (c) Por cálculos análogos, 1 g de DNA de A. thaliana
por exposição à radiação não contêm telômeros; contém, em média, 1,18  107 cópias do genoma.
logo, aparentemente, as extremidades livres das (d) Do mesmo modo, uma cópia do genoma de A.
moléculas de DNA estão sujeitas às atividades de thaliana pesa aproximadamente 8,4  10–8 mg.
enzimas como exonucleases, ligases e semelhantes, (e) Ao fazer análises moleculares das estruturas
que modificam as extremidades. Elas recuperam a dos genomas, os geneticistas frequentemente pre‑
estabilidade por união às extremidades quebradas cisam saber quantas cópias de um genoma con‑
de outras moléculas de DNA que contêm sequên‑ tém, em média, determinada quantidade de DNA.
cias teloméricas terminais.
Capítulo 10
9.25 Intérfase. Os cromossomos são, em sua maior par‑
te, metabolicamente inativos (apresentam baixa 10.1 (a) Atividades de exonuclease, tanto 3 S 5 quanto
transcrição) durante os vários estágios da conden‑ 5 S 3. (b) A exonuclease 3 S 5 “revisa” o filamen‑
sação na mitose e na meiose. to nascente de DNA durante a síntese. Se houver um
erro de pareamento de bases na extremidade 3-OH
9.26 Proteínas cromossômicas não histônicas. As estru‑ do iniciador, a exonuclease 3 S 5 retira o nucleo­
turas do “esqueleto” de cromossomos em metáfase tí­dio terminal incorreto antes que seja retomada a
são observadas por microscopia óptica depois da polimerização. A exonuclease 5 S 3 é responsável
retirada das histonas por procedimentos de extra‑ pela remoção de iniciadores de RNA durante a repli‑
ção diferencial. cação do DNA e ­atua em vias participantes do reparo
9.27 (a) As histonas foram altamente conservadas du‑ do DNA lesado (Capítulo 13). (c) Sim, as duas ativi‑
rante toda a evolução dos eucariotos. Uma impor‑ dades de exonuclease parecem ser muito importan‑
tante função das histonas é empacotar o DNA em tes. Sem a atividade de revisão 3 S 5 durante a re‑
plicação, a fre­quência de mutações seria intolerável.
nucleossomos e fibras de cromatina. Como o DNA
A atividade de exonuclease 5 S 3 é essencial para a
é constituí­do dos mesmos quatro nucleo­tí­dios e
sobrevivência da célula. Mutações condicionais que
tem a mesma estrutura básica em todos os euca‑
modificam a atividade de exonuclease 5 S 3 da
riotos, seria de se esperar que as proteí­nas que
DNA polimerase I são letais para a célula se houver
desempenham um papel estrutural no empacota‑
inatividade da exonuclease.
mento desse DNA fossem conservadas da mesma
maneira. (b) As proteí­nas cromossômicas não his‑ 10.2 (a) (i) Metade das moléculas de DNA com 15N nos
tônicas apresentam a maior heterogeneidade na dois filamentos e a outra metade com 14N nos dois
cromatina de diferentes tecidos e tipos celulares filamentos; (ii) todas as moléculas de DNA com
de um organismo. A composição histônica é basi‑ um filamento contendo 15N e o filamento com‑
camente igual em todos os tipos celulares de uma plementar contendo 14N; (iii) todas as moléculas
Respostas de Todos os Exercícios 17

de DNA com os dois filamentos contendo quan‑ 10.8


tidades aproximadamente iguais de 15N e 14N. (b)
(i) 1/4 das moléculas de DNA com 15N nos dois Duas Mais duas Nos cromossomos
grandes e
filamentos e 3/4 com 14N nos dois filamentos; (ii) pequenos
metade das moléculas de DNA com um filamento
contendo 15N e o filamento complementar conten‑
do 14N e a outra metade com 14N nos dois filamen‑
tos; (iii) todas as moléculas de DNA com ambos os
filamentos contendo 1/4 de 15N e 3/4 de 14N.
10.3 O 15N contém oito nêutrons em vez dos sete nêu‑ 10.9 Esse tipo de autorradiografia indicaria replicação
trons existentes no isótopo normal do nitrogênio, unidirecional do DNA. À medida que há diluição
14
N. Portanto, a massa atômica aproximada de 15N gra­dual da 3H-timidina intracelular depois da
é 15, enquanto a massa aproximada de 14N é 14. transferência para meio não radioativo, é cada
Essa diferença significa que as purinas e pirimidi‑ vez menor a quantidade de 3H-timidina incorpo‑
nas com 15N têm maior densidade (massa por uni‑ rada ao DNA em cada forquilha de replicação.
dade de volume) que aquelas com 14N. A centri‑ Isso produz autorradiografias com densidade
fugação de equilíbrio por gradiente de densidade decrescente dos grãos nas caudas em cada ponto
em CsCl 6M separa o DNA ou outras macromolé‑ de crescimento. Como essas caudas só aparecem
culas de acordo com a densidade, e o DNA de E. em uma extremidade de cada linha, a replicação
coli, por exemplo, que contém 15N tem densidade é obrigatoriamente unidirecional. A replicação
de 1,724 g/cm3, enquanto o DNA de E. coli que bidirecional produziria essas caudas nas duas ex‑
contém 14N tem densidade de 1,710 g/cm3. tremidades da linha na autorradiografia (Figu‑
ra 10.31).
10.4 (a)
10.10 A sequência de ação correta é 4, 5, 3, 2, 1.
3 P —TGCGAATTAGCGACAT—
.. ... ...... .. .. .. .. P 5
5 P —ATCGGTACGACGCTTAATCGCTGTAOH 3 10.11 As evidências atuais sugerem que as polimerases a,
Observe que não haverá síntese de DNA na extre‑ d e/ou « são necessárias para a replicação do DNA
midade esquerda já que a terminação 3 do possí‑ nu­clear. Acredita-se que a polimerase « catalise a
vel filamento iniciador está bloqueada por um gru‑ síntese con­tí­nua do filamento líder, e que as po‑
po fosfato – todas as DNA polimerases necessitam limerases a e d catalisem a replicação do filamen‑
de uma terminação 3-OH livre. to atrasado. A polimerase a forma um complexo
com a primase e inicia a síntese dos fragmentos
(b) A primeira etapa será a remoção do C incom‑
de Okazaki durante a replicação descontínua do
patível (que sai como dCMP) da terminação inicia‑
filamento atrasado. Essa polimerase catalisa a in‑
dora 3-OH pela atividade de exonuclease 3 S 5
corporação dos aproximadamente 30 nucleotídios
(“de revisão”).
em cada fragmento de Okazaki antes de ser subs‑
10.5 Se o DNA nascente fosse marcado por exposição tituída pela polimerase d, que completa a síntese
à 3H-timidina por perío­dos muito curtos, na repli‑ dos fragmentos. A polimerase g catalisa a replica‑
cação con­tí­nua o marcador seria incorporado a ção dos cromossomos organelares. As polimerases
moléculas de DNA do tamanho do cromossomo, b, k, z, h, , k, l, m, s,  e Rev1 ­atuam em várias
enquanto na replicação descon­tí­nua o marcador vias de reparo do DNA (Capítulo 13).
apareceria primeiro em pequenos trechos do DNA
10.12 (a) Dada a replicação bidirecional de um único
nascente (antes da ligação covalente, catalisada
réplicon, cada forquilha de replicação precisa
por DNA ligase).
atravessar 2 × 106 pares de nucleotídios na E. coli e
10.6 A DNA polimerase III é a verdadeira replicase. A 3 × 107 pares de nucleotídios no maior cromosso‑
DNA polimerase I retira os iniciadores de RNA e mo de Drosophila. Se as velocidades fossem iguais
os substitui por DNA. As outras DNA polimerases nas duas espécies, a replicação do cromossomo de
têm papéis importantes nas vias de reparo do DNA Drosophila demoraria 15 vezes mais (3 × 107 / 2 ×
(ver Capítulo 13). 106) ou 10 horas (40 minutos × 15 = 600 minutos).
(b) Se as forquilhas de replicação na E. coli se mo‑
10.7
vessem 20 vezes mais rápido que a forquilhas de
Dois Mais dois replicação em Drosophila (100.000 pares de nucle‑
Nos cromossomos otídios por minuto/5.000 pares de nucleotídios
grandes e
pequenos por minuto), um ciclo completo de replicação do
maior cromossomo de Drosophila levaria 8,3 dias
(10 horas × 20 = 200 horas). (c) Cada cromossomo
de Drosophila tem de conter muitos réplicons para
completar a replicação em menos de dez minutos.
18 Fundamentos de Genética

10.13 Não haverá DNA na posição “leve”; 12,5% (2 das eliminam a atividade de exonuclease 3 S 5 da
16 moléculas de DNA) terão densidade “híbrida”; DNA polimerase I terão taxa incomumente alta de
e 87,5% (14 das 16 moléculas de DNA) estarão na mutação.
posição “pesada”.
10.20 Como os pares de bases AT são mantidos unidos
10.14 (a) e (b) por apenas duas ligações de hidrogênio em vez das
três ligações de hidrogênio presentes nos pares de
bases CG, os dois filamentos das regiões ricas em
AT das hélices duplas são separados com mais faci‑
lidade, o que garante as regiões molde unifilamen‑
tares necessárias para a replicação de DNA.
10.21 A replicação por círculo rolante começa quando
uma endonuclease cliva um filamento de uma du‑
pla-hélice de DNA circular. Essa clivagem produz um
grupo 3-OH livre em uma extremidade do filamen‑
to cortado, possibilitando que este atue como um ini‑
ciador. A síntese descon­tí­nua do filamento atrasado
requer a nova iniciação de cada fragmento de Oka‑
zaki, o que exige atividade da DNA primase.
10.22 A DNA polimerase III não tem uma atividade de
exonuclease 5 S 3 que atue sobre ácidos nu‑
cleicos bifilamentares. Portanto, não é capaz de
ou excisar filamentos iniciadores de RNA das molé‑
culas de DNA em replicação. A DNA polimerase I
está presente nas células em concentrações muito
maiores e atua como um monômero. Portanto, a
DNA polimerase I é capaz de catalisar a retirada
10.15 (a) DNA girase; (b) primase; (c) atividade de exo‑ dos iniciadores de RNA do vasto número de frag‑
nuclease 5 S 3 da DNA polimerase I; (d) ativi‑ mentos de Okazaki formados durante a replicação
dade de polimerase 5 S 3 da DNA polimerase descontínua do filamento atrasado.
III; (e) atividade de exonuclease 3 S 5 da DNA
polimerase III. 10.23 A DNA helicase desenrola a dupla-hélice de DNA,
e a proteí­na de ligação ao DNA unifilamentar reco‑
10.16 (a) (34 nm/100 pb) (2 × 1010 pb) = 6,8 × 109 = 6,8 bre os filamentos desenrolados, mantendo-os esten‑
metros. didos. A DNA girase catalisa a super-helicoidização
(b) 2 × 1010/10 cromossomos = 2 × 109 pb; 4 × 104 negativa no DNA de E. coli, e acredita-se que essa
pb/min (bidirecional); 2 × 109/4 × 104 = 5 × 104 super-helicoidização negativa atrás das forquilhas
min = 50.000 min. de replicação guie o processo de desenrolamento
(c) (50.000 min)(1 ori) = (300 min)(X ori); X = porque a tensão super-helicoidal é reduzida pelo
50.000/300 = 167 ori. desenrolamento dos filamentos complementares.
(d) (2 × 109 pb/crom.)/(167 ori/crom.) = 1,2 ×
107 pb/ori. 10.24 A DNA polimerase I é um polipeptídio único
com massa molecular igual a 109.000, enquanto a
10.17 Em eucariotos, a taxa de síntese de DNA em cada for‑ DNA polimerase III é uma proteína multimérica
quilha de replicação é de aproximadamente 2.500 complexa. A holoenzima DNA polimerase III tem
a 3.000 pares de nucleo­tí­dios por minuto. Com fre­ massa molecular de aproximadamente 900.000
quência, grandes cromossomos eucarió­ ticos con‑ dáltons e é constituída de pelo menos 20 poli‑
têm de 107 a 108 pares de nucleo­tí­dios. Uma única peptídios diferentes. O produto do gene dnaN, a
forquilha de replicação não seria capaz de replicar subunidade b da DNA polimerase III, forma uma
o DNA gigante em um desses cromossomos grandes pinça dimérica que circunda a molécula de DNA
com velocidade suficiente para possibilitar os tem‑
e impede a dissociação da enzima do DNA molde
pos de geração celular observados.
durante a replicação.
10.18 A atividade de exonuclease 5 S 3 da DNA poli‑
10.25 A proteí­na DnaA inicia a formação da bolha de re‑
merase I é essencial para a sobrevivência da bacté‑
plicação por ligação às repetições de 9 pb de OriC.
ria, enquanto a atividade de polimerase 5 S 3 da
Sabe-se que a proteí­na DnaA é necessária para o
enzima não é essencial.
processo de iniciação porque bactérias com muta‑
10.19 Não, a velocidade da síntese de DNA não será alte‑ ções termossensíveis no gene dnaA não iniciam a
rada. Linhagens de E. coli com mutações polA que replicação de DNA em temperaturas restritivas.
Respostas de Todos os Exercícios 19

10.26 Primossomo é um complexo proteico que inicia a telômeros causa instabilidade cromossômica e há
síntese de fragmentos de Okazaki durante a síntese morte celular em razão da deleção de genes essen‑
do filamento descontínuo (atrasado). Os principais ciais perto das extremidades dos cromossomos.
componentes do primossomo do DNA de E. coli
10.32 Sem telomerase, a extremidade 5 do filamento re‑
são DNA primase e DNA helicase. Os geneticistas
cém-replicado não teria algumas bases. O número
mostraram que tanto a DNA primase quanto a DNA
exato de bases faltantes não é importante:
helicase são necessárias para a replicação de DNA
pela demonstração de que mutações nos genes co‑ 5-(sequência do centrômero)-gattccccgggaagct
dificadores dessas enzimas causam a interrupção da tggggggcccatcttcgtacgtctttgca-3
síntese de DNA em células mutantes em condições 3-(sequência do centrômero)-ctaaggggcccttcga
nas quais as proteínas alteradas estão inativas. accccccgcgggtagaagcatg-5
10.27 Os nucleossomos e replissomos são grandes estru‑ 5-(sequência do centrômero)-gattccccgggaagct
turas macromoleculares, e o empacotamento do tggggggcccatcttcgtacgtctttgca-3
DNA eucarió­tico em nucleossomos suscita a dúvi‑
da sobre o mecanismo pelo qual um replissomo 3-(sequência do centrômero)-ctaaggggcccttc-5
pode ultrapassar o nucleossomo e replicar o DNA
do nucleossomo durante esse processo. A solução Capítulo 11
mais óbvia para esse problema seria a desmonta‑ 11.1 (a) O RNA contém o açúcar ribose, que tem um
gem total ou parcial do nucleossomo para pos‑ grupo hidroxila (OH) no carbono 2; o DNA con‑
sibilitar a passagem do replissomo. Então, o nu‑ tém o açúcar 2‑desoxirribose, que tem apenas áto‑
cleossomo seria remontado depois da passagem mos de hidrogênio no carbono 2. O RNA geralmen‑
do replissomo. Um modelo popular é de desmon‑ te tem a base uracila nas posições onde há timina
tagem parcial do nucleossomo, possibilitando a no DNA. Algumas moléculas de DNA, porém, con‑
passagem do replissomo (Figura 10.32 B). têm uracila, e algumas de RNA contêm timina. Na
10.28 O produto do primeiro gene é necessário para ex‑ maioria das vezes, o DNA é uma dupla-hélice (molé‑
tensão da cadeia de DNA, enquanto o produto do cula bifilamentar); o RNA é, com maior fre­quência,
segundo gene só é necessário para o início da sín‑ uma molécula unifilamentar; mas alguns DNA são
tese de DNA. unifilamentares e alguns RNA são bifilamentares.
10.29 (1) A replicação de DNA geralmente é con­tí­nua (b) A principal função do DNA é armazenar infor‑
nas células de procariotos, mas é restrita à fase S do mações genéticas e transmitir essas informações de
ciclo celular em eucariotos. (2) A maioria dos cro‑ uma célula para outra e de uma geração para outra.
mossomos eucarió­ticos contém múltiplas origens O RNA armazena e transmite as informações gené‑
de replicação, enquanto a maioria dos cromosso‑ ticas em alguns vírus que não contêm DNA. Nas cé‑
mos procarió­ticos contém uma única origem de re‑ lulas que têm DNA e RNA: (1) o mRNA ­atua como
plicação. (3) Os procariotos usam dois complexos in­ter­me­diá­rio na síntese de proteí­nas, levando as
catalíticos que contêm a mesma DNA polimerase informações do DNA nos cromossomos para os
para replicar o filamento líder e atrasado, ao passo ribossomos (locais de síntese de proteí­nas); (2) os
que os eucariotos usam duas ou três DNA polimera‑ tRNA levam aminoá­cidos até os ribossomos e a­ tuam
ses diferentes para a síntese dos filamentos líder e no reconhecimento do códon durante a síntese de
atrasado. (4) A replicação de cromossomos eucarió­ polipeptídios; (3) as moléculas de rRNA são com‑
ticos requer a desmontagem parcial e remontagem ponentes essenciais dos ribossomos; (4) os snRNA
dos nucleossomos à medida que os replissomos se são importantes componentes dos espliceossomos;
movem ao longo das moléculas de DNA parentais. e (5) os miRNA têm papéi­s essenciais na regula‑
Em procariotos, a replicação provavelmente inclui ção da expressão gênica (Capítulo 18). (c) O DNA
uma desmontagem/remontagem parcial seme‑ está localizado principalmente nos cromossomos,
lhante de estruturas similares ao nucleossomo. (5) encontrados no núcleo das células eucarióticas; o
A maioria dos cromossomos procarió­ticos é circular DNA também pode ser encontrado nas organelas
e, portanto, não tem extremidades. A maioria dos citoplasmáticas, como mitocôndrias e cloroplastos.
cromossomos eucarió­ticos é linear e tem termina‑ O RNA está em toda a célula.
ções especiais chamadas telômeros, acrescentadas 11.2 3‑ACGUCUGU‑5
às moléculas de DNA em replicação pela telomera‑ 11.3 3-GACTA-5.
se, uma enzima específica que contém RNA.
11.4 As informações genéticas celulares são armazena‑
10.30 (a) 2.000 a 4.000 fragmentos de Okazaki. das no DNA, que está localizado principalmente nos
(b) 300.000 a 600.000 fragmentos de Okazaki. cromossomos. Os produtos gênicos (polipeptídios)
10.31 Os cromossomos de células haploides de levedu‑ são sintetizados basicamente nos ribossomos no ci‑
ra com a mutação est1 tornam-se mais curtos a toplasma. Portanto, é preciso que algum intermediá-
cada divisão celular. Por fim, a perda completa de rio leve as informações genéticas dos cromossomos
20 Fundamentos de Genética

até os ribossomos. Experimentos de pulse‑labeling funcionais maduras. No caso de genes nucleares co‑
(marcação por pulso) e pulse‑chase (pulso e busca) dificadores de proteínas de eucariotos superiores,
combinados com autorradiografia demonstraram os íntrons são excisados por estruturas macromole‑
que essa função é desempenhada por moléculas de culares complexas denominadas espliceossomos.
RNA (mRNA). Em seguida, mostrou‑se que a en‑
11.9 A “autorrecomposição” de precursores de RNA
zima RNA polimerase catalisa a síntese de mRNA
mostra que as moléculas de RNA também podem
usando o DNA cromossômico como molde. Por
conter sítios catalíticos; essa propriedade não é
fim, demonstrou‑se que as moléculas de mRNA sin‑
restrita às proteí­nas.
tetizadas pela RNA polimerase orientaram a síntese
fiel de polipeptídios específicos quando usadas em 11.10 Os espliceossomos excisam sequências de íntrons
sistemas de síntese de proteínas in vitro. dos transcritos de genes nucleares para produzir
as moléculas de mRNA maduro que são traduzidas
11.5 A síntese proteica ocorre nos ribossomos. Nos eu‑
em ribossomos no citoplasma. Os espliceossomos
cariotos, a maior parte dos ribossomos está no cito‑
são estruturas macromoleculares complexas cons‑
plasma e fixada à extensa malha membranácea de
tituídas de moléculas de snRNA e proteínas (ver
retículo endoplasmático. Também há alguma sín‑
Figura 11.21).
tese proteica em organelas citoplasmáticas como
cloroplastos e mitocôndrias. 11.11 Os íntrons de genes nu­ cleares codificadores de
11.6 (1) Os eucariotos têm um cap 5 em seus mRNA; proteí­
nas de eucariotos superiores quase sem‑
os procariotos, não. (2) Os RNA mensageiros de pre começam (5) com GT e terminam (3) com
eucariotos geralmente têm uma cauda poli(A); AG. Além disso, a A subterminal 3 na “se­quência
os mRNA procarióticos, não. (3) A formação do TACTAAC” é totalmente conservada; essa A participa
RNA mensageiro em eucariotos implica a retirada da formação de ligação durante a excisão do íntron.
de íntrons (quando presentes) e a recomposição 11.12 (a) 7; (b) 5; (c) 10; (d) 3; (e) 11; (f) 1; (g) 12; (h)
de éxons. Os genes procarióticos (com raríssimas 6; (i) 2; (j) 8; (k) 13; (l) 4; (m) 9.
exceções) não têm íntrons.
11.13 (a) Se­quência 5. Ela contém as se­quências de íntrons
11.7 Tanto organismos procarió­ ticos quanto eucarió­ conservadas: GU 5, AG 3 e se­quência interna UA‑
ticos têm RNA mensageiro, RNA transportador e CUAAC que oferece um possível sítio de ligação para
RNA ribossômico. Além disso, os eucariotos con‑ excisão do íntron. A se­quência 4 tem GU 5 e AG
têm pequeno RNA nu­clear (snRNA) e microRNA. 3, mas não tem A interna para o sítio de ligação du‑
As moléculas de RNA mensageiro levam informa‑ rante a excisão do íntron. (b) 5‑UAGUCUCAA‑3; o
ções genéticas dos cromossomos (onde são arma‑ suposto íntron de GU 5 a AG 3 foi removido.
zenadas) até os ribossomos no citoplasma (onde as 11.14 Para esta pergunta ainda não há uma resposta con‑
informações são expressas durante a síntese protei‑ creta! Há muita especulação, mas poucas evidências
ca). A se­quência linear de códons de trinucleo­tí­dios fortes. Uma hipótese popular é a de que os íntrons
em uma molécula de mRNA especifica a se­quência promovem o embaralhamento de éxons por aumen‑
linear de aminoá­cidos nos polipeptídios produzi‑ to dos eventos de recombinação entre sequências
dos durante a tradução desse mRNA. As molécu‑ codificadoras de domínios adjacentes de um poli‑
las de RNA transportador são pequenas (cerca de peptídio. Além disso, em um gene mitocondrial de
80 nucleo­tí­dios de comprimento) moléculas que levedura, os íntrons contêm matrizes abertas de lei‑
transportam aminoá­cidos para os ribossomos e res‑ tura codificadoras de “maturases”, que retiram esses
ponsáveis pela especificidade de reconhecimento íntrons – um bom controle por feedback negativo. Ou‑
do códon durante a tradução. As moléculas de RNA tros íntrons podem ser meros resíduos da evolução.
ribossômico garantem parte da estrutura e função
11.15
dos ribossomos; elas representam uma parte im‑
portante do aparelho necessário para a síntese de DNA unfilamentar deslocado (“alça R”)

polipeptídios. Pequenos RNA nu­cleares são compo‑


nentes estruturais dos espliceossomos, que excisam Transcrito primário
se­quências de íntrons não codificadores de trans‑ Éx
on
1 on
4

DNA de λ
Íntr Éx DNA
critos de genes nu­cleares. Os microRNA participam on1
Éxon2 Íntron2 Éxon3 Íntron
3
de λ
A.
da regulação da expressão gênica.
11.8 As sequências completas de pares de nucleotídios – DNA de éxon unifilamentar deslocado (“alças R”)
inclusive os íntrons – dos genes são transcritas por
mRNA
RNA polimerase para produzir transcritos primá‑ Éxon1
Éxon2 Éxon3
rios que ainda contêm as sequências de íntrons. As DNA Éxon4

sequências de íntrons são então excisadas dos trans‑ de λ DNA


Íntron1 Íntron2 Íntron3 de λ
critos primários para produzir moléculas de RNA B.
Respostas de Todos os Exercícios 21

11.16 Se houver um promotor localizado na região informações genéticas do RNA para as proteínas.
5 desse segmento de DNA, a sequência nucle‑ Em eucariotos, a transcrição ocorre no núcleo e a
otídica dessa parte do transcrito de RNA será tradução ocorre no citoplasma em estruturas ma‑
5‑UACGAUGACGAUAAGCGACAUAGC‑3. Se não cromoleculares complexas denominadas ribosso‑
houver promotor na região 5, esse segmento de mos. Em procariotos, muitas vezes a transcrição e a
DNA não será transcrito. tradução são acopladas a moléculas de mRNA, com
11.17 Supondo‑se que haja uma se­quência –35 na região 5 frequência traduzidas por ribossomos enquanto
em relação à se­quência de consenso –10 da molécula ainda são sintetizadas durante a transcrição.
de DNA, a se­quência nucleotídica do transcrito será 11.25 Os transcritos primários de eucariotos sofrem
5‑ACCCGACAUAGCUACGAUGACGAUAAGC maior processamento pós‑transcrição que os de
GACAUAGC‑3. procariotos. Portanto, a maior diferença entre
11.18 Dadas as sequências de consenso –35 e –10 nes‑ mRNA e transcritos primários ocorre em euca‑
se segmento de DNA e o fato de que os transcri‑ riotos. Em geral, o processamento do transcrito é
tos quase sempre começam com uma purina, a restrito à excisão de se­quências terminais nos pro‑
sequência nucleotídica prevista do transcrito é cariotos. Já os transcritos eucarió­ticos geralmente
5‑ACCCGACAUAGCUACGAUGACGAUA‑3. são modificados por (1) excisão de se­quências de
íntron; (2) acréscimo de caps de 7‑metilguanosina
11.19 Supondo‑se que haja uma se­quência CAAT na re‑ às terminações 5; (3) acréscimo de caudas poli(A)
gião 5 em relação à se­quência TATA nesse segmento às terminações 3. Além disso, as se­quências de al‑
de DNA, a se­quência nucleotídica do transcrito será guns transcritos eucarió­ticos são modificadas por
5‑ACCCGACAUAGCUACGAUGACGAUA‑3. edição do RNA.
11.20 Considerando‑se a enorme quantidade de infor‑ 11.26 Os cinco tipos de moléculas de RNA participan‑
mações armazenadas em um pequeno chip de tes da expressão gênica são mRNA, rRNA, tRNA,
computador por um código binário, está claro que microRNA e snRNA. As moléculas de mRNA le‑
é possível armazenar grande quantidade de infor‑ vam informações genéticas dos genes até os locais
mações genéticas nos genomas dos organismos de síntese proteica e especificam as sequências
com o alfabeto de quatro letras do código genéti‑ de aminoácidos dos polipeptídios. Os rRNAs são
co. importantes componentes estruturais dos ribosso‑
11.21 Segundo o dogma central, as informações gené‑ mos e desempenham as funções necessárias para
ticas são armazenadas no DNA e transferidas do a tradução. As moléculas de tRNA são os adapta‑
DNA para o RNA e do RNA para as proteí­nas du‑ dores responsáveis pela especificidade aminoáci‑
rante a expressão gênica. Os vírus tumorais de RNA do‑códon durante a tradução; cada tRNA é ativa‑
do por um aminoácido específico e contém uma
armazenam as informações genéticas em RNA, e
sequência anticódon complementar ou parcial‑
essas informações são copiadas para o DNA pela
mente complementar a um, dois ou três códons
enzima transcriptase reversa depois que o vírus in‑
no mRNA. Os microRNA participam da expressão
fecta a célula hospedeira. Portanto, a descoberta
gênica reguladora (ver Capítulo 18). Os snRNA
dos vírus tumorais de RNA ou retrovírus – “retro”
são componentes estruturais dos espliceossomos,
por causa da direção retrógrada do fluxo das infor‑
que excisam os íntrons dos transcritos gênicos em
mações genéticas – criou uma exceção ao dogma eucariotos. Os snRNA executam suas funções de
central. recomposição no núcleo. Os mRNA levam infor‑
11.22 Caso sejam necessárias seis enzimas diferentes mações do núcleo para o citoplasma, portanto,
para a via, é preciso que haja no mínimo seis genes atuam nos dois compartimentos da célula. No en‑
para controle genético da via. No entanto, como tanto, sua função mais proeminente é orientar a
a expressão dessas enzimas pode depender do síntese de polipeptídios durante a tradução, que
produto de outros genes, tais como os fatores de ocorre no citoplasma. Os rRNA e tRNA executam
transcrição, mais de seis genes podem participar suas funções durante a tradução no citoplasma. Os
do controle genético dessa via. microRNA são incorporados a complexos de ribo‑
nucleoproteínas no citoplasma.
11.23 A síntese de DNA, RNA e proteí­nas requer a sín‑
tese de longas cadeias de subuni­dades repetidas. 11.27 Em eucariotos, as informações genéticas são arma‑
Os três processos podem ser divididos em três está‑ zenadas no DNA nu­clear, ao passo que as proteí­
gios: iniciação da cadeia, alongamento da cadeia e nas são sintetizadas em ribossomos no citoplasma.
Como os genes, que estão separados dos sítios de
finalização da cadeia.
síntese proteica por uma membrana dupla – o en‑
11.24 Os dois estágios da expressão gênica são: (1) trans‑ voltório nu­clear – poderiam dirigir a síntese de poli‑
crição – transferência de informações genéticas do peptídios sem algum tipo de in­ter­me­diá­rio que le‑
DNA para o RNA; (2) tradução – transferência de vasse do núcleo até o citoplasma as especificações
22 Fundamentos de Genética

para os polipeptídios? A princípio, os pesquisado‑ fator de transcrição basal que interage com o pro‑
res usaram precursores de RNA e proteí­nas marca‑ motor. A se­quência CAAT promove a eficiên­cia da
dos e autorradiografia para demonstrar que a sín‑ iniciação da transcrição.
tese de RNA ocorria no núcleo e a síntese proteica,
11.34 (1) As sequências de íntrons são excisadas dos trans‑
no citoplasma.
critos gênicos e fornecem sequências codificadoras
11.28 Como a transcrição resulta em um transcrito pri‑ contíguas para a tradução. (2) Os caps de 7‑metil‑
mário do molde de DNA, a sequência de DNA guanosina acrescentados às terminações 5 da maio‑
para o gene com um único éxon é a mais curta e, ria dos mRNA eucarióticos ajudam a protegê‑los da
portanto, é transcrita em menos tempo. No entan‑ degradação por nucleases e são reconhecidos por
to, como os dois polipeptídios têm o mesmo com‑ proteínas participantes do início da tradução. (3)
primento, os mRNA maduros para os dois genes As caudas poli(A) nas terminações 3 dos mRNA
terão o mesmo comprimento e serão traduzidos têm papel importante no seu transporte do núcleo
no mesmo tempo. ao citoplasma e promovem a estabilidade.
11.29 Um experimento simples de pulse‑labeling (mar‑ 11.35 Às vezes a edição de RNA leva à síntese de dois ou
cação por pulso) e pulse‑chase (pulso e busca) de‑ mais polipeptídios diferentes a partir de um único
monstra que o RNA é sintetizado no núcleo e, mRNA.
depois, transportado para o citoplasma. Esse expe‑
rimento é dividido em duas partes: (1) marcação 11.36 Os íntrons de precursores de tRNA, precursores
de células eucarió­ticas por cultura em 3H‑uridina de rRNA de Tetrahymena e pré‑mRNA nucleares
durante alguns minutos e localização da radioativi‑ são excisados por mecanismos totalmente dife‑
dade incorporada por autorradiografia; (2) repeti‑ rentes. (1) Os íntrons de tRNA são excisados por
ção do experimento, mas dessa vez com acréscimo eventos de clivagem e união catalisados, respec‑
de excesso de uridina não radioativa ao meio de tivamente, por nucleases e ligases de recomposi‑
cultura das células depois do perío­do de marca‑ ção. (2) Os íntrons de precursores de rRNA de
ção, aguardando o crescimento em meio não ra‑ Tetrahymena sofrem excisão autocatalítica. (3) Os
dioativo por aproximadamente uma hora. Depois, íntrons de pré‑mRNA nucleares são excisados por
localização da radioatividade incorporada por espliceossomos. Os snRNA participam da recom‑
meio da autorradiografia. posição do pré‑mRNA nuclear como componentes
estruturais do espliceossomo. Além disso, o snRNA
11.30 Os dúplex de RNA–DNA são formados quando se
U1 é necessário para os eventos de clivagem nas
usa o filamento‑molde, mas não quando se usa o
terminações 5 de íntrons; acredita‑se que U1 faça
filamento não molde. (Entretanto, caso se observe
par com uma sequência de consenso parcialmente
alguma hibridização com o filamento não molde,
complementar nessa posição nos pré‑mRNA.
é porque foi usado RNA total e é inespecífico para
o gene da timidinoquinase.) Apenas um filamen‑ 11.37 Esse zigoto provavelmente será inviá­vel, porque o
to – o filamento‑molde – da maioria dos genes é produto gênico é essencial e é quase certo que a
transcrito. Assim, o RNA conterá sequências nucle‑ eliminação do sítio de recomposição 5 leve à sín‑
otídicas complementares ao filamento‑molde, mas tese de produto gênico inativo.
não ao filamento não molde.
11.38 No primeiro experimento, sim, espera‑se alguma
11.31 A primeira preparação de RNA polimerase prova‑ hibridização, porque nem todo o RNA na prepara‑
velmente não tem a subuni­dade sigma e, por isso, ção foi completamente processado e ainda contém
inicia a síntese de cadeias de RNA em sítios aleató‑ a sequência do íntron. No entanto, se for usado
rios ao longo de ambos os filamentos do DNA de apenas o RNA citoplasmático no experimento de
argH. A segunda preparação provavelmente con‑ hibridização, todo o mRNA na preparação terá
tém a subuni­dade sigma e só inicia as cadeias de sido processado (porque o processamento ocorre
RNA no sítio usado in vivo, que é determinado pela no núcleo) e não se observará hibridização.
posição das se­quências –10 e –35 do promotor.
11.32 Em eucariotos, a transcrição ocorre no núcleo e Capítulo 12
a tradução, no citoplasma. Como esses processos
12.1 As proteí­nas são moléculas longas, semelhantes a
ocorrem em diferentes compartimentos da célula,
cadeias, constituí­das de aminoá­cidos unidos por
não são acoplados como em procariotos.
ligações peptídicas. As proteí­nas são compostos de
11.33 Se­quências TATA e CAAT. As se­quências TATA e carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio e geral‑
CAAT geralmente estão centralizadas nas posições mente enxofre. Elas são responsáveis pela ativida‑
–30 e –80, respectivamente, em relação ao ponto de enzimática e por grande parte da estrutura de
de início (+1) da transcrição. A se­quência TATA é organismos vivos. O DNA é constituí­do de fosfato,
responsável pelo posicionamento do ponto de iní‑ o açúcar pentose 2-desoxirribose e quatro bases or‑
cio da transcrição; é o local de ligação do primeiro gânicas nitrogenadas (adenina, citosina, guanina e
Respostas de Todos os Exercícios 23

timina). O DNA armazena e transmite as informa‑ sequências de bases repetidas conhecidas. Por
ções genéticas na maioria dos organismos vivos. A fim, sistemas in vitro nos quais se demonstrou a
síntese proteica tem interesse especial para os ge‑ ligação de aminoacil-tRNA específicos a ribosso‑
neticistas porque as proteí­nas são os produtos gê‑ mos ativados com mini-mRNA específicos, que
nicos primários – os in­ter­me­diá­rios essenciais por eram trinucleotídios com sequência de base co‑
meio dos quais os genes controlam os fenótipos de nhecida, foram desenvolvidos e usados na identi‑
organismos vivos. ficação de códons.
12.2 A síntese proteica ocorre nos ribossomos. Nos eu‑ 12.7 (a) O código genético é degenerado porque to‑
cariotos, a maior parte dos ribossomos está no ci‑ dos os 20 aminoá­cidos, exceto 2, são especificados
toplasma e fixada à extensa rede membranácea do por dois ou mais códons. Alguns aminoá­cidos são
retículo endoplasmático. Também há alguma sín‑ especificados por seis códons diferentes. A dege‑
tese proteica em organelas citoplasmáticas como neração ocorre principalmente na terceira base
cloroplastos e mitocôndrias. ou base 3 dos códons. A “degeneração parcial”
12.3 Isso depende da definição de alelos. Se toda varia‑ ocorre quando a terceira base do códon pode ser
ção da se­quência nucleotídica for considerada um uma das duas purinas ou uma das duas pirimidi‑
alelo diferente, ainda que não haja modificação nas e o códon ainda especifica o mesmo aminoá­
do produto gênico e do fenótipo do organismo cido. A “degeneração completa” ocorre quando a
mutante, o número de alelos estará diretamente terceira base do códon pode ser qualquer uma das
relacionado com o tamanho do gene. Mas se for quatro bases e o códon ainda especifica o mesmo
necessário que a modificação da se­ quência nu‑ aminoá­cido. (b) O código é dito ordenado por‑
cleotídica altere o produto gênico ou o fenótipo que códons semelhantes (códons que têm apenas
para que seja considerada um alelo distinto, have‑ uma base diferente) especificam aminoá­cidos qui‑
rá uma correlação positiva, mas não uma relação micamente semelhantes. Por exemplo, os códons
direta, entre o número de alelos de um gene e CUU, AUU e GUU especificam os aminoá­cidos de
seu tamanho em pares de nucleo­tí­dios. A relação estrutura semelhante, leucina, isoleucina e valina,
é mais provável em procariotos, nos quais a maio‑ respectivamente. (c) O código parece ser quase to‑
ria dos genes não tem íntrons. Nos genes eucarió­ talmente universal. As exceções conhecidas à uni‑
ticos, as modificações da se­quência nucleotídica versalidade são linhagens com mutações supresso‑
nos íntrons geralmente são neutras; ou seja, não ras que alteram a leitura de determinados códons
afetam a atividade do produto gênico nem o fe‑ (com baixa eficiên­cia na maioria dos casos) e o
nótipo do organismo. Portanto, no caso de genes uso de UGA como um códon de triptofano em mi‑
eucarió­ticos com íntrons, pode não haver correla‑ tocôndrias de leveduras e seres humanos.
ção entre o tamanho do gene e o número de alelos 12.8 (a) Met S Val. Essa substituição é consequência
que modificam o fenótipo. de uma transição. Todas as outras substituições de
12.4 Demonstrou-se que várias enzimas continham dois aminoácidos citadas exigiriam transversões.
ou mais polipeptídios diferentes, e às vezes esses po‑ 12.9 Espera-se uma frequência maior de substituições
lipeptídios eram controlados por genes mapeados
His S Arg. His S Arg é resultado de uma transi‑
em diferentes cromossomos. Assim, ficou claro que
ção; His S Pro exigiria uma transversão (não in‑
as mutações não estavam no mesmo gene.
duzida por 5-bromouracila).
12.5 (a) Os códigos simples e duplo criam um máximo
12.10 Em vista da oscilação (wobble) (Tabela 12.2), um
de 4 e (4)2 ou 16 códons, respectivamente. Por‑
tRNA é capaz de reconhecer os códons UUA e
tanto, nenhum código seria capaz de especificar
UUG para leucina, mas são necessários mais dois
todos os 20 aminoá­cidos. (b) 20. (c) (20)146.
tRNA para reconhecer CUU, CUC, CUA e CUG.
12.6 Prepararam-se moléculas sintéticas de RNA (mo‑ Portanto, são necessários no mínimo três tRNA
léculas de ácido poliuridílico) que continham para reconhecer os seis códons para leucina.
apenas a base uracila. Quando essas moléculas
12.11 Os ribossomos têm diâ­me­tro de 10 a 20 nm. Estão
sintéticas foram usadas para ativar sistemas de sín‑
localizados principalmente no citoplasma celular.
tese proteica in vitro, houve síntese de pequenos
Nas bactérias, estão basicamente livres no cito‑
polipeptídios que continham apenas o aminoáci‑
plasma. Nos eucariotos, muitos ribossomos estão
do fenilalanina (moléculas de polifenilalanina).
ligados ao retículo endoplasmático. Os ribossomos
Assim, demonstrou-se que os códons constituídos
são estruturas complexas constituí­das de mais de
apenas de uracila especificam fenilalanina. Expe‑
50 polipeptídios diferentes e três a cinco molécu‑
rimentos semelhantes usaram moléculas sintéti‑
las diferentes de RNA.
cas de RNA com diferentes composições de ba‑
ses. Mais tarde, desenvolveram-se sistemas in vitro 12.12 (a) No núcleo, especificamente nos nucléolos. (b)
ativados por moléculas sintéticas de RNA com No citoplasma.
24 Fundamentos de Genética

12.13 As moléculas de RNA mensageiro levam infor‑ pares de bases com dois ou três códons de mRNA
mações genéticas dos cromossomos (onde são diferentes. Crick propôs que o pareamento de ba‑
armazenadas) até os ribossomos no citoplasma ses entre a base 5 do anticódon no tRNA e a base
(onde as informações são expressas durante a sín‑ 3 do códon no mRNA era menos rigoroso que o
tese proteica). A se­quência linear de códons de normal e, portanto, possibilitava alguma “oscila‑
trinucleo­tí­
dios em uma molécula de mRNA es‑ ção” nesse local. Logo, um único tRNA geralmen‑
pecifica a se­quência linear de aminoá­cidos no(s) te reconhece dois ou três dos códons semelhantes
polipeptídio(s) produzido(s) durante a tradução especificadores de determinado aminoá­cido (ver
desse mRNA. As moléculas de RNA transportador Tabela 12.2).
(tRNA) são pequenas (cerca de 80 nucleo­tí­dios)
12.18 No mínimo 813 nucleotídios. [= (270 aa × 3) + 3
moléculas que transportam aminoá­cidos para os
nucleotídios no códon de término].
ribossomos e responsáveis pela especificidade de
reconhecimento de códon durante a tradução. As 12.19 (a) Inosina. (b) Dois.
moléculas de RNA ribossômico (rRNA) garantem
12.20 (a) Dois nucleotídios em todas as combinações de
parte da estrutura e função dos ribossomos; elas
quatro (24) produziriam 16 códons. Portanto, o
representam uma parte importante do mecanismo
número mínimo de nucleotídios constituintes do
necessário para a síntese de polipeptídios.
código genético marciano é quatro. (b) Dezesseis
12.14 (a) Os polissomos são formados quando dois ou códons produziriam elementos do código para 14
mais ribossomos traduzem simultaneamente a mes‑ aminoácidos, um códon de iniciação e um códon
ma molécula de mRNA. A distância entre os ribos‑ de término da tradução. O código genético mar‑
somos em uma molécula de mRNA geralmente é ciano não seria degenerado.
de 90 nucleotídios. Assim, o tamanho do polissomo
é determinado pelo tamanho do mRNA. (b) Um 12.21 A tradução ocorre por mecanismos muito seme‑
ribossomo, que contém moléculas de rRNA, é capaz lhantes em procariotos e eucariotos; no entanto,
de participar da síntese de qualquer polipeptídio há algumas diferenças. (1) Em procariotos, a ini‑
especificado pelo mRNA associado ao ribossomo. ciação da tradução inclui pareamento de bases
Nesse sentido, o rRNA é inespecífico. Já os RNA men‑ entre uma se­quência conservada (AGGAGG) – a
sageiros e os tRNA são específicos na orientação da se­quência de Shine-Dalgarno – no mRNA e uma
síntese de determinado polipeptídio ou conjunto se­quência complementar próxima da extremida‑
de polipeptídios (mRNA) ou na fixação a deter‑ de 3 do rRNA 16S. Em eucariotos, o complexo de
minado aminoácido (tRNA). (c) As moléculas de iniciação forma-se na extremidade 5 do transcrito
RNA transportador são muito menores (cerca de quando uma proteí­na de ligação ao cap interage
80 nucleotídios) que as de DNA ou mRNA. Elas com a 7-metilguanosina no mRNA. Então, o com‑
são moléculas unifilamentares, mas têm estruturas plexo faz o exame processivo do mRNA e inicia
secundárias complexas em razão do pareamento de a tradução (com algumas exceções) na se­quência
bases entre diferentes segmentos das moléculas. AUG mais próxima da terminação 5. (2) Em pro‑
cariotos, o grupo amino do iniciador metionil-
12.15 Uma aminoacil-tRNA sintetase específica catalisa tRNAfMet é formilado; em eucariotos, o grupo ami‑
a formação de um complexo aminoá­cido-AMP a no de metionil-tRNAiMet não é formilado. (3) Em
partir do aminoá­cido apropriado e ATP (com libe‑ procariotos, são necessários dois fatores de libera‑
ração de pirofosfato). A mesma enzima então cata‑ ção (RF), que são proteí­nas solúveis, para a finali‑
lisa a formação do complexo aminoacil-tRNA, com zação da cadeia. RF-1 finaliza os polipeptídios em
liberação de AMP. As ligações aminoá­cido-AMP e resposta aos códons UAA e UAG; RF-2 finaliza as
aminoacil-tRNA são ligações fosfato de alta energia. cadeias em resposta aos códons UAA e UGA. Em
12.16 (a) A tradução é iniciada por uma reação com‑ eucariotos, um fator de liberação responde aos
plexa com a participação de mRNA, ribossomos, três códons de término.
fatores de iniciação (IF-1, IF-2 e IF-3), GTP, o có‑ 12.22 (a) Ligação de um aminoácido ao tRNA correto.
don iniciador AUG e um tRNA iniciador especial (b) Reconhecimento de códons de término UAA
(rRNAfMet). Também parece abranger uma intera‑ e UAG e liberação do polipeptídio nascente do
ção de pareamento de bases entre uma sequência tRNA no sítio P do ribossomo. (c) Formação de
de bases perto da extremidade 39 do rRNA 16S e uma ligação peptídica entre o grupo amino do
uma sequência de bases na “sequência líder” do aminoacil-tRNA no sítio A e o grupo carboxila da
mRNA. (b) A tradução é interrompida por reco‑ cadeia polipeptídica em crescimento ligada ao
nhecimento de um ou mais dos códons de térmi‑ tRNA no sítio P. (d) Formação do complexo de ini‑
no de cadeia (UAG, UAA e UGA) pelo fator de ciação necessário para a tradução; todas as etapas
liberação de proteína apropriado (RF-1 ou RF-2). levam à formação da ligação peptídica. (e) Trans‑
12.17 A hipótese da oscilação de Crick explica como o locação do peptidil-tRNA do sítio A no ribossomo
anticódon de determinado tRNA pode formar para o sítio P.
Respostas de Todos os Exercícios 25

12.23 Supondo-se 0,34 nm por par de nucleo­ tí­


dios no 12.30 NH2-Met-Ala-Ile-Cys-Leu-Phe-Gln-Ser-Leu-Ala-Ala-
B-DNA, um gene de 68 nm de comprimento conteria Gln-Asp-Arg-Pro-Gly-COOH.
200 pares de nucleo­tí­dios. Em vista do código triplo, 12.31 Met-Ser-Ile-Cys-Leu-Phe-Gln-Ser-Leu-Ala-Ala-Gln-
esse gene conteria 200/3 = 66,7 trinucleo­tí­dios, e um Asp-Arg-Pro-Gly.
deles especificaria obrigatoriamente a finalização da
cadeia. Desprezando-se o trinucleo­tí­dio parcial, esse 12.32 (a) 5-GAAUGUCAGAACUGCCAUGCUUCAUA
gene codificaria no máximo 65 aminoá­cidos. UGAAUAGACCUCUAG-3
12.24 (a) Uma mutação sem sentido substitui um códon (b) NH2-fMet-Ser-Glu-Leu-Pro-Cys-Phe-Ile-COOH.
que especifica um aminoácido por um códon de
(c) NH2-fMet-Ser-Glu-Leu-Pro-Cys-Phe-Ile-Arg-Ile-
término de cadeia, enquanto uma mutação de sen‑ Asp-Leu-COOH.
tido trocado substitui um códon que especifica um
aminoácido por um códon que especifica outro 12.33 (UAG). Esse é o único códon sem sentido relaciona‑
aminoácido. (b) As mutações de sentido trocado do com os códons de triptofano, serina, tirosina, leu‑
são mais frequentes. (c) Dos 64 códons, apenas três cina, ácido glutâmico, glutamina e lisina pela substi‑
especificam o término da cadeia. Assim, o número tuição de apenas um par de bases em cada caso.
de possíveis mutações de sentido trocado é muito 12.34 (a) 5-CAAUCAUGGACUGCCAUGCUUCAUAUGA
maior que o número de possíveis mutações sem AUAGUUGACAU-3
sentido. Além disso, as mutações sem sentido quase (b) NH2-fMet-Asp-Cys-His-Ala-Ser-Tyr-Glu-COOH
sempre geram produtos gênicos inativos. Por con‑ (c)NH 2-fMet-Asp-Cys-Met-Leu-His-Met-Asn-Ser-
seguinte, as mutações sem sentido em genes essen‑ COOH
ciais geralmente são letais no estado homozigoto.
12.25 426 nucleo­tí­dios – 3  141 = 423 aminoá­cidos es‑ Capítulo 13
pecificadores mais três (um códon) especificando
a finalização da cadeia. 13.1 (a) Transição, (b) transição, (c) transversão, (d) trans-
versão, (e) mudança de matriz de leitura, (f) tran‑
12.26 O aminoacil-tRNA que chega entra no sítio A do sição.
ribossomo, o polipeptídio-tRNA nascente ocupa o
sítio P, e o tRNA que sai sem carga ocupa o sítio E. 13.2 6:1. Transições de UGG: UGA (sem sentido), UAG
12.27 (a) Códons semelhantes frequentemente especi‑ (sem sentido), CGG (Arg). Transversões de UGG:
ficam aminoá­cidos iguais ou muito semelhantes. UGC (Cys), UGU (Cys), UCG (Ser), UUG (Leu),
Assim, as substituições de apenas um par de bases AGG (Arg), GGG (Gly).
frequentemente resultam na síntese de proteí­nas 13.3 (a) Método ClB, (b) método ligado ao X (ver Ca‑
idênticas (degeneração) ou proteí­nas com substi‑ pítulo 6).
tuições por aminoá­cidos muito semelhantes. (b)
Leucina e valina têm estruturas e propriedades 13.4 As mutações letais recessivas induzidas por radia‑
quí­micas muito semelhantes; ambas têm grupos la‑ ção que Muller estabeleceu em seus experimen‑
terais apolares e dobram-se basicamente nas mes‑ tos estavam, provavelmente, espalhadas por todo
o cromossomo X. Desse modo, provavelmente
mas estruturas tridimensionais quando presentes
afetavam diversos genes. Entretanto, Muller não
em polipeptídios. Portanto, substituições de valina
pôde debruçar-se sobre essa questão, uma vez
por leucina ou de leucina por valina raramente al‑
que não conseguiu rea­ li­
zar um teste comple‑
teram a função de uma proteí­na.
mentar a fim de determinar se havia mutações
12.28 (a) A sequência de Shine-Dalgarno é uma sequên‑ letais que eram alelos do mesmo gene. A rea­li­
cia de polipurinas conservada, consenso AGGAGG, zação de tal teste complementar demandaria
localizada cerca de sete nucleotídios upstream em que Muller cruzasse machos portadores de uma
relação ao códon de iniciação AUG nos mRNA mutação letal diferente com fêmeas portadoras
de procariotos. É complementar a uma sequência de uma determinada mutação letal equilibrada
próxima da terminação 59 do RNA ribossômico com o cromossomo ClB. Como tais machos não
16S e acredita-se que faça pareamento de bases são viá­veis, o cruzamento necessário não pode
com ela. (b) Os mRNA procarióticos com deleção ser rea­li­zado.
da sequência de Shine-Dalgarno não são traduzi‑
dos ou são traduzidos de maneira ineficiente. 13.5 Provavelmente não. O ser humano é maior que
uma bactéria, tem mais células e vida mais longa.
12.29 (a) Ribossomos e espliceossomos têm papéi­s es‑
Se as fre­quências de mutação forem calculadas em
senciais na expressão gênica e são ambos estrutu‑
termos de gerações celulares, as taxas em células
ras macromoleculares complexas constituí­das de
humanas e bacterianas seriam semelhantes.
moléculas de RNA e proteí­nas. (b) Os ribossomos
estão no citoplasma; os espliceossomos, no núcleo. 13.6 Provavelmente houve uma mutação dominante
Os ribossomos são maiores e mais complexos que na mulher na qual o distúrbio foi detectado pri‑
os espliceossomos. meiro.
26 Fundamentos de Genética

13.7 O gene ligado ao X é transmitido pelas mães, e me‑ 13.14 No cruzamento de fêmeas Df(1)wr J1/ClB × machos
tade dos filhos de sexo masculi­no tem a doen­ça. É +/Y  w+ (tipo selvagem), a prole feminina será tan‑
difícil acompanhar essa doen­ça em estudos de he‑ to Df(1)wr J1/+ (fenótipo de tipo selvagem) quanto
redograma porque o gene é de natureza recessiva, ClB/+ (olhos em barra); esses dois tipos de fême‑
a expressão tende a saltar gerações em uma linha‑ as ocorrerão em proporções iguais. A prole mas‑
gem familiar e os homens portadores do gene mor‑ culina do cruzamento será tanto Df(1)wr J1/ Y  w+
rem. Uma explicação para a ocorrência esporádica (viá­vel e com fenótipo selvagem, pois o pequeno pe‑
da doen­ça e a tendência de persistência do gene é daço do cromossomo X translocado para o cromos‑
que, por mutação, há acréscimo constante de novos somo Y contém os genes que faltam na deficiên­cia
genes defeituosos aos já existentes na população. Df(1)wr J1) quanto ClB/Y  w +. Esse último genótipo
será viá­vel se a mutação letal no cromosso ClB estiver
13.8 As plantas podem ter propagação vegetativa, mas na região definida pela deficiên­cia Df(1)wr J1. Nesse
esses métodos não estão disponíveis para uso em caso, machos com olhos em barra apareceriam e se‑
larga escala nos animais. riam tão frequentes quanto os machos de tipo selva‑
13.9 O carneiro de pernas curtas pode ser cruzado gem. Se a mutação letal no cromossomo ClB estiver
com animais de pernas longas sem parentesco. Se fora da região definida por Df(1)wr J1, então não apa‑
a característica for expressa na primeira geração, recerão machos com olhos em barra na prole.
pode‑se presumir que é hereditária e determinada Se os machos no cruzamento carreiam a muta‑
por um gene dominante. Por outro lado, se não ção letal induzida por radiação (ril) na região de‑
aparecer na primeira geração, pode‑se fazer o re‑ finida por Df(1)wr J1 – ou seja, se o cruzamento é
trocruzamento dos carneiros da F1 com o genitor de fêmeas Df(1)wr J1/ClB × machos ril/Y  w + (viá­
de pernas curtas. Se a característica for expressa veis porque o pequeno pedaço do cromossomo
em metade da prole do retrocruzamento, prova‑ X carreado pelo cromossomo Y inclui o alelo de
velmente a herança é recessiva simples. Se forem tipo selvagem ril) –, não haverá nenhuma fêmea
obtidos dois carneiros de pernas curtas de sexos de tipo selvagem na prole (genótipo Df(1)wr J1/ril).
diferentes, eles podem ser cruzados repetidas ve‑ Entretanto, fêmeas com olhos em barra (com genó‑
zes para testar a hipótese de dominância. No caso tipo ClB/ril) deveriam aparecer, exceto se a muta‑
em que a característica não for transmitida à prole ção letal do cromossomo ClB é alélica a ril.
desses cruzamentos, pode ser considerada ambien‑ Seria possível testar se uma mutação letal induzida
tal ou dependente de algum mecanismo genético localizada na região definida por Df(1)wr J1 é com‑
complexo que o teste simples usado nos experi‑ plementar a outra mutação letal. Denomine-se a pri‑
mentos não é capaz de identificar. meira mutação letal-1 e a segunda, letal-2. O cruza‑
mento necessário para o teste de complementação é
13.10 As enzimas podem discriminar os diferentes nucle‑ entre fêmeas ClB/letal-1 × machos letal-2/Y  w +. Esse
otídios incorporados. Enzimas mutacionais podem cruzamento é possível porque o pequeno pedaço
usar maior proporção de nucleotídios errados, en‑ do cromossomo X carreado pelo cromossomo Y 
quanto as enzimas antimutacionais podem escolher w + contém o alelo de tipo selvagem de letal-2; assim,
menos bases erradas na replicação de DNA. No os machos letal-2/Y  w + são viá­veis. Procuraremos
caso da DNA polimerase do fago T4, as eficiências por fêmeas com genótipo letal-1/letal-2 na prole, as
relativas de polimerização e revisão pela atividade quais, em virtude da ausência do cromossomo ClB
de exonuclease da polimerase 3 S 5 têm papéis terão olhos normais (não em barra). Se essas fêmeas
essenciais na determinação da taxa de mutação. aparecem, sabemos que letal-1 e letal-2 são comple‑
mentares; ou seja, são mutações em genes diferen‑
13.11 Se genes mutacionais e antimutacionais operarem
tes. Se não aparecem, podemos concluir que letal-1
no mesmo sistema vivo, a seleção natural pode es‑
e letal-2 são alelos do mesmo gene.
tabelecer uma taxa de mutação ­ideal para um orga‑
nismo específico em determinado ambiente. 13.15
13.12 Dt é um gene mutacional que induz mutações so‑ Aminoácido mRNA DNA
máticas nos grãos em desenvolvimento.
Ácido glutâmico —GAA S... .. .. S
—GAA
13.13 O cruzamento é de fêmeas Df(1)wrJ1/ClB × machos dCTT— d Filamento transcrito
T Mutação
+/Y (de tipo selvagem). Os genótipos das fêmeas —GUA S —GTA
Valina ... .. .. S
da prole são Df(1)wrJ1/+ (fenótipo de tipo selva‑ dCAT—
Mutação
gem) e ClB/+ (olhos em barra). Essas duas clas‑ Lisina —AAAS —A.. A.. AS
..
ses de fêmeas ocorrerão em igual proporção. Os dTTT—
machos da prole herdam um cromossomo Y e um
cromossomo X que pode ser ou Df(1)wrJ1 ou ClB, 13.16 A expectativa é de que cerca de metade das muta‑
ambos agindo como cromossomos letais recessi‑ ções induzidas sofram retromutação para o genóti‑
vos. Assim sendo, não haverá machos na progênie. po de tipo selvagem.
Respostas de Todos os Exercícios 27

13.17 Mutações: transições, transversões e mudanças de que é o inverso do que produziu a mutação. Já as
matriz de leitura. mutações espontâneas abrangem a transversão, a
13.18 Irradiação da linhagem não resistente e plaque‑ mudança de matriz de leitura, a deleção e outros
amento dos organismos irradiados em meio com tipos de mutação, inclusive a transição. Apenas as
estreptomicina. Os organismos que sobrevivem e transições espontâneas têm reversão aumentada
produzem colônias são resistentes. Em seguida, depois do tratamento com 5‑BU.
pode-se transferi-los para um meio sem estrepto‑ 13.30 As mutações induzidas por acridina são basicamen‑
micina. Aqueles que sobrevivem são do primeiro te inserções ou deleções de um par de bases. Essas
tipo; aqueles que vivem com estreptomicina, mas mutações alteram a matriz de leitura (as trincas em
não sem ela, são do segundo tipo. fase especificadoras de códons de mRNA) para essa
13.19 3%; 4%; 6%. porção do gene distal à mutação (em relação ao
sentido de transcrição e tradução) (ver Figura 13.7
13.20 Cada quantum de energia dos raios X absorvido por
B). O esperado seria que isso modificasse totalmen‑
uma célula tem determinada probabilidade de atin‑
te as sequências de aminoácidos dos polipeptídios
gir e quebrar um cromossomo. Portanto, quanto
em posição distal ao sítio de mutação e produzisse
maior é o número de quanta de energia ou a dose,
polipeptídios inativos. Além disso, essas mutações
maior é a probabilidade de quebra. A velocidade de
por mudança de matriz de leitura frequentemente
administração dessa dose não modifica a probabili‑
produzem códons de término na matriz de leitura
dade de cada quantum induzir uma quebra.
(in-frame) que resultam em proteí­nas mais curtas.
13.21 O iodo radioativo é concentrado nos organismos
vivos e nas cadeias alimentares. 13.31 (a) Mudança de matriz de leitura por inserção de
C no 9o, 10o e 11o nucleo­tí­dios a partir da extremi‑
13.22 Espera-se que a pessoa que recebeu 100 r tenha
dade 5. (b) Normal: 5‑AUGCCGUACUGCCAG
duas vezes mais mutações que a que recebeu 50 r. CUAACUGCUAAAGAACAAUUA‑3. Mutante: 5‑
13.23 (x+ m+ z) (x+ m+ z+) (x m+ z) (x m z+) ou equivalente. AUGCCCGUACUGCCAGCUAACUGCUAAAGA
13.24 O ácido nitroso causa a substituição de um grupo ACAAUUA‑3. (c) Normal: NH2‑Met‑Pro‑Tyr‑Cys‑
NH2 por um grupo OH nas bases (A, C e G) que Gln‑Leu‑Thr‑Ala‑Lys‑Glu‑Gln‑Leu. Mutante: NH2‑
têm grupos laterais NH2. Desse modo, a adenina é Met‑Pro‑Val‑Leu‑Pro‑Ala‑Asn‑Cys.
convertida em hipoxantina, que faz par com a ci‑ 13.32 Prolina e serina.
tosina, e a citosina é convertida em uracila, que faz
par com a adenina. Os efeitos finais são substitui‑ 13.33 Não. A substituição leucina S prolina seria mais
ções de pares de bases GC 4 AT (ver Figura 13.16). frequente. A substituição Leu (CUA) – 5‑BU S
Pro (CCA) ocorre por transição de um único par
13.25 Transições.
de bases, enquanto Leu (CUA) – 5‑BU Ser (UCA)
13.26 Pesticida no 1 – Causa mutação por transição. En‑ requer transição de dois pares de bases. Lembre‑se
zimas hepáticas convertem-no em não mutágeno. de que a 5‑bromouracila (5‑BU) induz apenas
Não causa mutações por mudança de matriz de transições (ver Figura 13.15).
leitura. Pesticida no 2 – Não causa mutações por
13.34 Não. A 5-bromouracila só é mutagênica para os
transição. Enzimas hepáticas convertem-no em mu‑
ácidos nucleicos em replicação.
tágeno por mudança da matriz de leitura. Pesticida
no 3 – Causa mutações por transição. As enzimas he‑ 13.35 Sim:
páticas não têm efeito sobre a mutagenicidade. Não DNA: dGGX— dGGX—
... ... .. .. ... ..
causa mutações por mudança de matriz de leitura. —CCXS
HNO2
—UCXS
T T
13.27 O ácido nitroso a­ tua como mutágeno, esteja o DNA mRNA: GGX AGX
em replicação ou não, e produz transições de A para T T
Polipeptídio: Gly Ser ou Arg
G ou de C para T, ao passo que a 5‑bromouracila não (dependente de X)
afeta o DNA em replicação, mas a­ tua durante a repli‑ ou
cação, causando transições GC 4 AT. É preciso que DNA: dGGX—
... ... ..
dGGX—
.. ... ..
HNO2
a 5‑bromouracila seja incorporada ao DNA durante —CCXS —CUXS
T T
o processo de replicação para induzir erro de parea‑ mRNA: GGX GAX
mento de bases e, portanto, mutações. T T
Polipeptídio: Gly Asp ou Glu
13.28 A matriz de leitura será alternada entre as duas (dependente de X)
ou
mutações por mudança de matriz de leitura. Essa
DNA: dGGX— dGGX—
mudança na matriz de leitura não lê o códon sem ... ... ..
HNO2
.. ... ..
—CCXS —UUXS
sentido normal, e não há interrupção. T T
13.29 A 5‑BU causa transições GC 4 AT. Portanto, a 5‑BU mRNA: GGX AAX
T T
pode reverter quase todas as mutações que induz Polipeptídio: Gly Asn ou Lys
por meio de estímulo do processo de transição, (dependente de X)
28 Fundamentos de Genética


Observação: O X na terceira posição em cada có‑ Portanto, as mutações white e vermilion estão em
don de mRNA e em cada trinca de pares de bases no genes diferentes, como ilustra o diagrama a seguir:
DNA indica que há degeneração completa na tercei‑
Heterozigoto trans
ra base do códon de glicina. Qualquer que seja a base
presente no códon, ele ainda especificará a glicina. v+ w Produto gênico v+
Cromossomo X
13.36 Não. O códon de glicina é GGX, em que X pode do genitor
ser qualquer uma das quatro bases. Em vista dessa
degeneração completa da terceira posição do có‑ Cromossomo X
don de glicina, a substituição de X por qualquer do genitor
v w+ Produto gênico w+
outra base não tem efeito (i. e., o códon ainda
especifica a glicina). O ácido nitroso desamina a A complementação produz fenótipo selvagem; os produtos
guanina (G) em xantina, mas a xantina ainda faz + +
gênicos v e w são produzidos no heterozigoto trans.
par com a citosina. Portanto, a guanina não é um
alvo da mutagênese pelo ácido nitroso. A prole feminina do cruzamento de uma fêmea de
olhos brancos e um macho de olhos branco‑cereja
13.37 Substituições Tyr S Cys; a substituição de Tyr por
tem olhos cereja‑claros (fenótipo mutante), e não
Cys requer uma transição, que é induzida pelo áci‑
olhos vermelhos de tipo selvagem como no pri‑
do nitroso. A substituição de Tyr por Ser exigiria
meiro cruzamento. Como o heterozigoto trans tem
uma transversão, e o ácido nitroso não induz trans‑
fenótipo mutante, as duas mutações, white e white
versão.
cherry, estão no mesmo gene.
13.38 (b) Met S Thr. A 5-bromouracila induz transições,
não transversões. Todas as outras substituições cita‑ Heterozigoto trans
das exigem transversões. w
Cromossomo X
13.39 5‑UGG‑UGG‑UGG‑AUG‑CGA(ou AGA)‑GAA(ou do genitor
Não há produto
GAG)‑UGG‑AUG‑3. +
gênico ativo (w )
13.40 5-AUGCCCUUUGGGGAAAGGUUUCCCUAA-3 Cromossomo X
do genitor
13.41 Dois genes; as mutações 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 8 estão em wch
um gene; a mutação 7 está em outro gene. +
Não há produto gênico w ; portanto, o fenótipo é mutante.
13.42 Quatro genes; mutações 1 e 2 em um gene; mu‑
tações 3 e 4 em um segundo gene; mutações 5 e 13.44 As mutações 1, 2 e 4 não se complementam e, por‑
6 em um terceiro gene; e mutações 7 e 8 em um tanto, parecem estar localizadas no mesmo gene,
quarto gene. assim como as mutações 3 e 5. A anomalia é que a
13.43 O teste de complementação para alelismo requer mutação 7 não complementa as mutações 3, 5 e 6,
que se insiram pares de mutações em um proto‑ embora a mutação 6 complemente as mutações 3 e
plasma comum na configuração trans e se determi‑ 5. (a) Existem três explicações simples para o com‑
ne se os heterozigotos trans produzidos têm fenó‑ portamento aparentemente anômalo de comple‑
tipo selvagem ou mutante. Se estiverem em genes mentação da mutação 7. (1) É uma deleção que
diferentes, as duas mutações se complementarão, abrange total ou parcialmente os dois genes. (2) É
porque as cópias selvagens de cada gene especifi‑ uma mutação dupla com defeitos nos dois genes.
cam produtos gênicos ativos (ver Figura 13.21 A). (3) É uma mutação polar – mutação sem sentido
No entanto, se as duas mutações estiverem no mes‑ que interfere na expressão de genes em direção
mo gene, as duas cópias do gene no heterozigoto 39 – no gene proximal promotor de uma unida‑
trans especificarão produtos gênicos anômalos, de de transcrição multigênica. (b) Três operações
resultando em fenótipo mutante (ver Figura 13.21 genéticas simples distinguem essas três possibili‑
B). Quando há complementação, o heterozigoto dades. (1) Reversão. Plaqueamento de um gran‑
trans tem fenótipo selvagem. O teste de comple‑ de número do fago mutante 7 da linhagem Z de
mentação ou trans pode ser usado para verificar E. coli e procura de revertantes de tipo selvagem.
se duas mutações recessivas estão localizadas no (2) Retrocruzamento do mutante 7 com o fago
mesmo gene ou em dois genes diferentes. Como as de tipo selvagem e teste da prole mutante para
mutações de interesse estão ligadas ao sexo, toda a verificar a capacidade de complementar as muta‑
prole masculina terá fenótipo igual ao da mãe. Eles ções 3 e 6. (3) Introdução de F contendo genes
são hemizigotos, com um cromossomo X herdado supressores de mutação sem sentido de tRNA na
da mãe. Já a prole feminina é constituí­da de hete‑ linhagem Z de E. coli, verificando se algum deles
rozigotos trans. A prole feminina do cruzamento inibe a mutação loz7. (c) Se a mutação 7 for uma
de fêmeas de olhos brancos e machos de olhos ver‑ deleção, não haverá reversão e, se for uma muta‑
melhão tem olhos vermelhos, o fenótipo selvagem. ção dupla, a taxa de reversão provavelmente estará
Respostas de Todos os Exercícios 29

abaixo do nível de detecção em seu experimento. interesse e procedam à sua caracterização estrutural
Por outro lado, se for uma mutação sem sentido e funcional. É possível obter grande quantidade de
polar, haverá produção de revertantes loz+. Se a determinado gene na forma pura, o que torna pos‑
mutação 7 for uma deleção, não serão produzidos sível identificar sua se­quência de pares de nucleo­tí­
novos genótipos no retrocruzamento com o tipo dios (“sequenciar o gene” no jargão de laboratório).
selvagem. Entretanto, se for uma mutação dupla, A partir da se­quência nucleotídica de um gene e do
o retrocruzamento com o tipo selvagem produzirá nosso conhecimento do código genético, os gene‑
alguns descendentes recombinantes com uma mu‑ ticistas conseguem prever a se­quência de aminoá­
tação, e essas mutações isoladas complementarão a cidos do polipeptídio codificada pelo gene. Com o
mutação 3 ou 6. Se a mutação 7 for uma mutação auxílio de um subclone apropriado do gene como
sem sentido polar, deverá ser suprimida por um ou sonda de hibridização em análises por Northern blot,
mais dos genes supressores de tRNA introduzidos os geneticistas são capazes de identificar os tecidos
na linhagem Z de E. coli. em que o gene é expresso. Com base na se­quência
de aminoá­cidos prevista de um polipeptídio codifi‑
Capítulo 14 cado por um gene, os geneticistas podem sintetizar
oligopeptídios e usá-los para produzir anticorpos
14.1 (a) Ambas introduzem nova variabilidade genética que, por sua vez, podem ser usados para identificar
na célula. Nos dois casos, apenas um gene ou um o verdadeiro produto do gene e localizá‑lo em célu‑
pequeno segmento de DNA representando uma las ou tecidos do organismo. Assim, as tecnologias
pequena fração do genoma total é modificado ou de recombinação do DNA e clonagem gênica são
acrescentado ao genoma. A vasta maioria dos ge‑ métodos muito eficientes para o estudo do contro‑
nes do organismo con­ti­nua idêntica. (b) É mais le genético de quase todos os processos biológicos.
provável que a introdução de moléculas de DNA Esses métodos tiveram papéi­s importantes no ex‑
recombinantes, se originadas de uma espécie mui‑ plosivo progresso ocorrido no campo da biologia
to diferente, resulte em um novo produto gênico durante as três últimas décadas.
funcional na célula, se for possível a expressão
do gene (ou genes) introduzido no protoplasmo 14.6 A sequência de pares de nucleotídios. A endonucle‑
estranho. A introdução de moléculas de DNA re‑ ase de restrição reconhece uma sequência específi‑
combinantes é mais semelhante à mutação por du‑ ca de pares de nucleotídios no DNA seja qual for a
plicação (ver Capítulo 6) que aos outros tipos de origem do DNA. Na maioria dos casos, essa sequên‑
mutações. cia tem quatro ou seis pares de nucleotídios; em al‑
guns casos, a sequência de reconhecimento é mais
14.2 As endonucleases de restrição clivam palíndromos longa (p. ex., oito pares de nucleotídios). A maioria
no DNA bifilamentar. Há um palíndromo (indica‑ das enzimas de restrição cliva os dois filamentos do
do por letras em negrito) em todas as sequências DNA em posição específica (entre os mesmos dois
bifilamentares, exceto em d. Portanto, a sequência nucleotídios adjacentes em cada filamento) dentro
d não seria clivada por uma endonuclease de res‑ da sequência de reconhecimento. Algumas enzimas
trição, enquanto a, b e c poderiam ser clivadas pela de restrição ligam-se a sequências de reconheci‑
enzima apropriada. mento específicas, mas cortam o DNA em um sítio
(a) ACTCCAGAATTCACTCCG próximo fora das sequências de reconhecimento.
TGCGGTCTTAAGTGAGGC Algumas endonucleases de restrição cortam os dois
filamentos entre os mesmos dois pares de nucleo‑
(b) GCCTCATTCGAAGCCTGA tídios (cortadores de “pontas cegas”), enquanto
CGGAGTAAGCTTCGGACT outras cortam os dois filamentos em posições dife‑
(c) CTCGCCAATTGACTCGTC rentes e produzem extremidades unifilamentares
GAGCGGTTAACTGAGCCAG complementares (cortadores de “pontas coesivas
ou em bisel”). Ver exemplos na Tabela 14.1.
(d) ACTCCACTCCCGACTCCA
TGAGGAGAGGGCTGAGGT 14.7 Acredita-se que as endonucleases de restrição
atuem como um tipo de sistema imune primitivo
14.3 (a) (1/4)4 = 1/256; (b) (1/4)6 = 1/4.096.
nos mi­cror­ga­nis­mos que as produzem – protegen‑
14.4 As endonucleases de restrição reconhecem e cor‑ do seu material genético contra a “invasão” por
tam sequências nucleotídicas específicas no DNA. DNA estranho de vírus ou outros patógenos ou
A maioria das outras endonucleases não é específi‑ por DNA do ambiente que poderia ser absorvido
ca para uma sequência; muitas cortam sequências pelo mi­ cror­
ga­nis­mo. É claro que esses mi­ cror­
de DNA aleatórias. ga­nis­mos não têm um sistema imune sofisticado
como os dos animais superiores (ver Capítulo 22).
14.5 As técnicas de recombinação do DNA e clonagem
gênica possibilitam que os geneticistas isolem pra‑ 14.8 Os microrganismos que produzem endonuclea‑
ticamente qualquer gene ou se­quência de DNA de ses de restrição também produzem enzimas que
30 Fundamentos de Genética

modificam uma ou mais bases na sequência de re‑ contêm aproximadamente 3 × 109 pares de nucle‑
conhecimento para essa endonuclease, de modo otídios. Assim, a tentativa de identificar determina‑
que ela não cliva mais o DNA naquele local. Na do gene com apenas uma cópia em uma biblioteca
maioria dos casos, a enzima modificadora é uma de clones é, como diz o provérbio, “procurar uma
metilase que fixa um grupo metila a uma ou mais agulha no palheiro”. Para fazer isso, é necessária
bases da sequência de reconhecimento. Por exem‑ uma sonda de hibridização de ácido nucleico es‑
plo, linhagens de E. coli que produzem a endonu‑ pecífica para o gene ou uma sonda de anticorpo
clease de restrição EcoRI também produzem EcoRI específica para o produto gênico. Tendo um tipo
metilase, enzima que transfere um grupo metil da celular ou tecidual específico que produz o mRNA
S-adenosilmetionina para o segundo resíduo ade‑ e/ou a proteína em grande quantidade, foi relati‑
nina (a maioria 3) em cada filamento da sequência vamente fácil obter mRNA puro ou proteína pura
de reconhecimento (5-GAATCC-3), produzindo para usar, respectivamente, na produção de uma
N6-metiladeninas nessas posições. EcoRI não cliva o sonda de hibridização ou anticorpo e pesquisar
DNA que contém N6-metiladenina nessas posições um gene ou cDNA de interesse em uma biblio‑
mesmo que a sequência de reconhecimento EcoRI teca. Essas técnicas são muito mais difíceis com a
esteja presente nesse DNA (ver Figura 14.1). As‑ maioria dos genes codificadores de produtos que
sim, caso se deseje digerir o DNA com EcoRI, esse representam apenas uma pequena parcela do total
DNA não pode ser isolado de uma linhagem de E. de produtos gênicos em determinado tipo celular.
coli que esteja produzindo EcoRI metilase.
14.13 O gene gln2 do milho contém muitos íntrons, e
14.9 Um DNA estranho clonado com auxílio de uma um dos íntrons contém um sítio de clivagem para
enzima que produz extremidades complementa‑ HindIII. As se­quências de íntrons (e, portanto, o
res monofilamentares sempre pode ser excisado sítio de clivagem para HindIII) estão ausentes em
do vetor de clonagem por clivagem pela mesma se­quências de mRNA e, portanto, também estão
enzima de restrição originalmente usada para ausentes em clones de se­ quência completa de
cloná-lo. Por exemplo, o fragmento de HindIII cDNA de gln2.
contendo seu gene favorito pode ser excisado
por DNA Bluescript por clivagem com endonu‑ 14.14 (a) 1; (b) 2; (c) 2.
clease de restrição HindIII. O fragmento humano 14.15 (a) Os métodos de Southern, Northern e Western blot
HindIII será ladeado no clone do DNA do plasmí‑ têm uma etapa em comum, a transferência de ma‑
dio recombinante por sítios de clivagem HindIII. cromoléculas (DNA, RNA e proteí­nas, respectiva‑
14.10 1a etapa: digerir o DNA genômico isolado do or‑ mente) separadas por eletroforese em gel para um
ganismo de pesquisa com EcoRI. 2a etapa: tratar o suporte sólido – geralmente uma membrana de
DNA pBluescript II com EcoRI. 3a etapa: misturar nitrocelulose ou nái­lon – para análise complemen‑
o DNA genômico digerido por EcoRI e o DNA do tar. (b) A principal diferença entre essas técnicas
vetor em condições de anelamento e incubar com é a classe de macromolécula separada durante a
DNA ligase. 4a etapa: transformar células de E. coli etapa de eletroforese: DNA em Southern blots, RNA
amp5 que tenham o gene lacZM15 com os produtos em Northern blots e proteí­na em Western blots.
resultantes da ligação. 5a etapa: plaquear as células 14.16 A sensibilidade da técnica de PCR é muito maior
transformadas em meio nutriente ágar com Xgal que a de qualquer outro método disponível para
e ampicilina. Somente as células transformadas análise de ácidos nucleicos. Assim, os procedimen‑
produzirão colônias na presença de ampicilina. tos com PCR tornam possível analisar a estrutura
6a etapa: preparar a biblioteca de DNA genômico do ácido nucleico com quantidades mínimas de
usando bactérias das colônias brancas; essas bacté‑ material inicial. É possível amplificar e analisar a
rias conterão o DNA pBluescript II com insertos estrutura de sequências de DNA a partir de quan‑
de DNA genômico. As bactérias que abrigarem tidades muito pequenas de tecidos, como sangue
plasmídios Bluescript II sem inserto produzirão ou sêmen em casos de agressão sexual e estupro.
colônias azuis (ver Figura 14.4). Além disso, com os métodos de PCR os pesquisa‑
14.11 A maioria dos genes de vegetais e animais supe‑ dores podem detectar a presença de transcritos
riores contém se­quências de íntrons não codifica‑ gênicos raros (p. ex., em tipos específicos de célu‑
doras. Essas se­quências de íntrons estão presen‑ las) que não seriam detectados por procedimentos
tes nos clones genômicos, mas não em clones de menos sensíveis, como Northern blot ou estudos de
cDNA, porque os cDNA são sintetizados a partir hibridização in situ.
de moldes de mRNA e as se­quências de íntrons são 14.17 Todos os vetores de clonagem modernos contêm
removidas durante o processamento dos transcri‑ um “sítio de policlonagem” ou “sítio de clonagem
tos primários para produzir mRNA maduros. múltipla” (MCS) – um grupo de sítios de clivagem
14.12 Eucariotos superiores têm genomas muito gran‑ simples para várias endonucleases de restrição di‑
des; por exemplo, os genomas dos mamíferos ferentes em uma região não essencial do vetor na
Respostas de Todos os Exercícios 31

qual se pode inserir o DNA estranho. Em geral, seja homozigoto para o alelo mutante D508 e te‑
quanto maior é a complexidade do MCS – ou seja, nha sintomas de FC, enquanto três quartos sejam
quanto mais sítios de clivagem para endonuclease normais (não tenham FC). No entanto, a expec‑
de restrição estão presentes – maior é a utilidade tativa é de que dois terços dessas crianças normais
do vetor para clonagem de uma grande varieda‑ sejam heterozigotos e transmitam o alelo para seus
de de diferentes fragmentos de restrição. Ver, por filhos. Apenas um quarto das crianças dessa família
exemplo, o MCS presente no plasmídio Bluescript seria homozigoto para o alelo normal de CF e não
II mostrado na Figura 14.3. correria o risco de transmitir o gene CF mutante
para a prole. Observe que o método de rastreamen‑
14.18 (a) 7.000 pb + 7.000 pb; (b) 14.000 pb; (c) 7.000
to descrito aqui pode ser usado para determinar
pb + 7.000 pb; (d) 4.000 pb + 2.000 pb + 5.000 pb;
quais das crianças normais são portadoras do alelo
(e) 4.000 pb + 7.000 pb.
CF D508: ou seja, o gene mutante pode ser detecta‑
14.19 Como se conhecem as se­ quências de pares de do em heterozigotos e homozigotos.
nucleo­ tí­
dios tanto do gene CF normal quanto
14.20 Você poderia tentar isolar um clone de cDNA de
do gene CFD508 mutante, é possível sintetizar
di-hidropicolinato sintase (DHPS) ou um clone
oligonucleo­tí­dios marcados e usá-los como sondas
genômico de DHPS. Depois de isolado, um des‑
de hibridização para detectar a presença de cada
ses clones de DHPS pode ser usado como sonda
alelo (normal e D508). Em condições de hibridi‑
de hibridização para isolar o outro (genômico ou
zação muito rigorosas, cada sonda hibridiza-se so‑ cDNA) por pesquisa em biblioteca apropriada por
mente com o alelo de CF com o qual tem perfeita hibridização in situ da colônia. Há quatro métodos
complementaridade. Como as se­quências do gene efetivos de isolamento de outras sequências codifi‑
CF que ladeiam o sítio D508 são conhecidas, é pos‑ cadoras eucarióticas de interesse:
sível sintetizar iniciadores de PCR oligonucleotídi‑
cos e usá-los para amplificar por PCR esse segmen‑ (1) Você poderia obter um clone do gene de DHPS
to do DNA obtido a partir de pequenos explantes de um eucarioto inferior (um clone do gene de
te­
ci­
duais de supostos pacientes com FC e seus DHPS de Saccaromyces cerevisae está disponível), ou
parentes. Em seguida, o DNA amplificado pode mesmo de um procarioto, e usá-lo como sonda de
ser separado por eletroforese em gel de agarose, hibridização heteróloga para pesquisa em biblio‑
transferido para membranas de nái­lon e hibridi‑ teca de cDNA do milho em condições de baixa es‑
zado com as respectivas sondas oligonucleotídicas tringência. Algumas vezes esse método tem êxito;
marcadas, com detecção de cada alelo de CF pre‑ outras, não. O sucesso do método depende da se‑
sente por autorradiografia. Veja uma demonstra‑ melhança das sequências codificadoras do gene de
ção da utilidade desse procedimento em Em foco | interesse específico nas duas espécies.
Detecção de um gene mutante causador de fibrose (2) Você poderia purificar a enzima DHPS do mi‑
cística. No procedimento descrito, empregaram-se lho e usar a proteína purificada para produzir um
duas sondas oligonucleotídicas sintéticas – oligo-N anticorpo contra a DHPS. Esse anticorpo especí‑
= 3-CTTTTATAGTAGAAACCAC-5 e oligo-DF = fico contra a DHPS seria usado para pesquisa em
3-TTCTTTTATAGTA–ACCACAA-5 (o travessão uma biblioteca de expressão de cDNA do milho
indica os nucleo­tí­dios deletados no alelo mutante por um protocolo análogo ao procedimento de
CFD508) – para analisar o DNA de pacientes com Western blot. (Uma biblioteca de expressão contém
FC e seus genitores. Nas famílias com FC confirma‑ as sequências codificadoras de cDNA fundidas a
da, os resultados dessas hibridizações por Southern sinais apropriados de transcrição e tradução de
blot com as sondas oligo-N (normal) e oligo-DF modo que sejam expressos em E. coli ou em outras
(CFD508) marcadas geralmente foram: células hospedeiras nas quais seja preparada a bi‑
blioteca de cDNA.)
(3) Você poderia purificar a enzima DHPS do mi‑
lho e identificar a sequência de aminoácidos de sua
terminação NH2 por técnicas de microssequencia‑
Sonda oligo-N:
mento. A partir da sequência de aminoácidos e do
código genético conhecido, você preveria as pos‑
Sonda oligo-F:
síveis sequências nucleotídicas codificadoras desse
segmento da proteína. Em razão da degeneração
no código, haveria um conjunto de sequên­cias nu‑
Pai e mãe eram heterozigotos para o alelo normal cleotídicas que especificariam a mesma sequência
de CF e o alelo CFD508 mutante, como é esperado de aminoácidos e você não saberia qual delas estava
em um traço recessivo raro, e o paciente com FC presente no gene de DHPS do milho. No entanto,
era homozigoto para o alelo CF D508. Nessas famí‑ atualmente a síntese de oligonucleotídios faz parte
lias, a expectativa é de que um quarto das crianças da rotina e tem baixo custo. Assim, você poderia
32 Fundamentos de Genética

sintetizar uma mistura de oligonucleotídios con‑ 14.23


tendo todas as sequências codificadoras possíveis e H H
6,0 2,0 7,4 3,5 1,0 2,9
usar essa mistura como um conjunto de sondas de
hibridização para pesquisar em uma biblioteca ade‑ E E E
quada por hibridização in situ da colônia. 14.24
H
(4) Por fim, você poderia tentar um método ge‑
nético simples e muito rápido com base na capa‑ B
1
cidade de cDNA em uma biblioteca de expressão
de encontrar mutantes DHPS de E. coli ou outra 2
espécie que possam ser transformados em altas 5
E
frequências. Obteria um mutante de E. coli com
deficiência de DHPS (encontrado no E. coli Ge‑
4
netics Stock Center, da Yale University), transfor‑
maria o mutante com sua biblioteca de expressão E
de cDNA e plaquearia as células transformadas B
em meio sem ácido diaminopimélico (o produto 14.25 Há dois mapas de restrição possíveis para esses da‑
da DHPS). Mutantes de E. coli com deficiência de dos, mostrados adiante:
DHPS não crescem na ausência de ácido diamino‑
E E
pimélico; portanto, qualquer colônia que cresça B B
H H
em suas placas de seleção devem ser resultado do 0,6 0,6
0,5 0,5
resgate das bactérias com mutação de DHPS pela 4,0 4,0
2,7 2,0
DHPS do milho codificada por cDNA na bibliote‑
0,7 H
ca. Todo esse procedimento de pesquisa leva 3 ou 0,7
4 dias; portanto, é muito mais simples que os méto‑ 2,0 B 2,7 B
H H
dos anteriores. Na verdade, David A. Frisch isolou H
pela primeira vez um cDNA de DHPS do milho Os sítios de clivagem para as enzimas de restrição
por esse método genético simples, mas eficiente. BamHI, EcoRI e HindIII são indicados pelas letras
Entretanto, esse método só teria resultado no caso B, E e H, respectivamente. Os números indicam as
de enzimas ativas como monômeros ou homomul‑ distâncias em quilopares de bases.
tímeros; não é aplicável quando a forma ativa da
enzima é um heteromultímero. 14.26 Filamento nascente: 5-AGTTCTAGAGCGGCCGCC
ACCGCGTGGAGCTCCAGCTTTTGTTCCCTTT-3
14.21 A seleção genética é a técnica mais eficiente de
Filamento-molde: 3-TCAAGATCTCGCCGGCGGT
clonagem de genes desse tipo. Prepare uma biblio‑
GGCGCACCTCGAGGTCGAAAACAAGGGAAA-5
teca genômica em um vetor de expressão como o
Bluescript (ver Figura 14.3) usando DNA da linha‑ 14.27
gem de Shigella dysenteriae resistente à canamicina.
Então, pesquise o gene de resistência à canamici‑
na na biblioteca transformando células de E. coli
sensíveis à canamicina com os clones na biblioteca
e plaqueando as células transformadas em meio
contendo canamicina. Somente as células trans‑
Nucleotídio: 1 10
formadas pelo gene de resistência à canamicina
produzem colônias na presença de canamicina. Capítulo 15
14.22 Não. O genoma da espécie em questão pode con‑ 15.1 As distâncias de mapa genético são determinadas
ter uma, duas ou três cópias do gene (ou família por fre­quências de crossing over. Os mapas citoge‑
de genes intimamente relacionados) codificador néticos são fundamentados na morfologia do cro‑
dessa proteína. As possibilidades são: mossomo ou nas características físicas dos cromos‑
(1) Uma cópia do gene com dois sítios de clivagem somos. Os mapas físicos são ba­sea­dos em distâncias
EcoRI localizados nas sequências de íntrons. físicas reais – o número de pares de nucleo­tí­dios
(0,34 nm por pb) – que separam os marcadores
(2) Duas cópias do gene com dois sítios de cliva‑ genéticos. Se um gene ou outra se­quência de DNA
gem EcoRI localizados em uma sequência de ín‑ de interesse está perto de um gene mutante, uma
tron de uma das cópias. banda específica em um cromossomo ou um frag‑
(3) Três cópias do gene sem sítio de clivagem de mento de restrição de DNA específico, pode-se
EcoRI em qualquer uma das cópias, ou seja, cada usar esse marcador genético ou físico (mutação,
cópia presente em um único fragmento de restri‑ banda ou fragmento de restrição) para iniciar uma
ção de EcoRI. caminhada no cromossomo até o gene de interesse.
Respostas de Todos os Exercícios 33

15.2 (a) Para assegurar que o pesquisador “caminhe” (b) 3,3  109 pb/3,3  103 cM = 1  106 pb/cM. O
no mesmo sentido pelo cromossomo até o locus comprimento de mapa total é 65 cM, que é igual a
desejado, é necessário verificar, a cada etapa do aproximadamente 65  106 ou 65 milhões de pb.
processo, em geral por hibridização por blot com (c) O gene do câncer (C) e STS4 são separados por
subclones, qual das terminações do clone usado 1 cM ou cerca de um milhão de pares de bases.
como sonda se superpõe ao clone recuperado se‑
guinte. (b) Uma sequência longa repetitiva pode‑ 15.6 As STR são repetições em série polimórficas de
ria representar um problema na caminhada cro‑ sequências que têm apenas dois a cinco pares de
mossômica, pois, se a sequência for usada como nucleotídios de comprimento. Elas são denomina‑
sonda para isolar um novo clone, hibridizará com das microssatélites porque são curtas e são compo‑
fragmentos de restrição provenientes de todo o nentes dos DNA satélites altamente repetitivos de
genoma e, desse modo, frustrará os esforços para eucariotos (ver Capítulo 9).
caminhar sistematicamente em um sentido em 15.7 Em um clone do gene disponível, a hibridização
um único cromossomo. Para superar esse pro‑ in situ com fluorescência (FISH) pode ser usada
blema, o pesquisador precisa “saltar” o elemento para identificar o cromossomo humano que tem
repetitivo e usar um pedaço de DNA único sub‑ o gene e para localizar o gene no cromossomo. As
sequente ao elemento como sonda na próxima cópias unifilamentares dos clones são acopladas a
etapa do procedimento de caminhada. uma sonda fluorescente e hibridizadas com o DNA
15.3 Contig (clones contíguos) é um mapa físico de um desnaturado em cromossomos dispersos sobre
cromossomo ou de parte de um cromossomo pre‑ uma lâmina. Depois da hibridização, a sonda livre
parado a partir de um conjunto de clones de DNA é removida por lavagem, e a localização da sonda
genômicos coincidentes. RFLP (polimorfismo de fluorescente é determinada por fotografia usan‑
comprimento de fragmento de restrição) é uma va‑ do microscopia de fluorescência (ver Em foco |
riação no comprimento de um fragmento de restri‑ Hibridização in situ).
ção específico excisado de um cromossomo por di‑ 15.8 Uma EST tem de ser posta no mapa físico de um
gestão por uma ou mais endonucleases de restrição. cromossomo antes que possa ser denominada STS.
VNTR (repetição em série em número va­riá­vel) é Se também for posicionada no mapa genético do
uma se­quência curta de DNA presente no genoma cromossomo, será denominada marcador de anco‑
como repetições consecutivas e em número muito
ragem.
va­riá­vel. STS (sítio marcado por se­quência) é uma
se­quência exclusiva de DNA mapeada em um sítio 15.9 As repetições em série em número va­riá­vel (VNTR)
específico de um cromossomo. EST (etiqueta de se­ são constituí­das de se­quências repetidas com 10 a
quência expressa) é uma se­quência de cDNA – uma 80 pares de nucleo­tí­dios, e as repetições curtas em
se­quência genômica que é transcrita. Os mapas de série (STR) são constituí­das de se­quências repeti‑
contig possibilitam que pesquisadores obtenham das com 2 a 10 pares de nucleo­tí­dios.
clones com genes de interesse diretamente dos cen‑
15.10 A resolução do mapa genético em seres humanos
tros de estoque de DNA – “clonagem por telefone”.
é muito baixa – na faixa de um a dez milhões de
Os RFLP são usados para construir os mapas genéti‑
pares de bases. O mapeamento de híbridos por ra‑
cos de alta densidade necessários para clonagem po‑
diação tem maior resolução – até cerca de 50 kb.
sicional. As VNTR são RFLP par­ticular­mente úteis
No entanto, mesmo com resolução de 50 kb pode‑
empregadas na identificação de múltiplos sítios em
ria haver vários genes separando o RFLP, inclusive
genomas. Os STS e as EST são sondas moleculares
a mutação responsável pelo albinismo.
que podem ser usadas para iniciar caminhadas no
cromossomo até genes vizinhos de interesse. 15.11 Os resultados dessa análise revelam que o sítio de
clivagem de EcoRI no clone BamHI original de 6 kb
15.4 (a) a1, a2, a3, a4, b1, b2 e b3. (b) A banda a1 repre‑
é polimórfico – ou seja, existe em alguns cromos‑
senta um locus cujo DNA é homólogo ao cDNA1.
Como o marcador não é polimórfico nos vegetais somos 9, mas não em outros. Podemos representar
parentais usados, não é possível mapeá-lo nesse cru‑ esses dois tipos de cromossomo 9 como BEB (com
zamento. (c) A sonda de cDNA1 detecta um locus o sítio de EcoRI entre sítios flanqueadores BamHI)
de RFLP com alelos visualizados como banda a4 e e B-B (sem o sítio de EcoRI). As três primeiras amos‑
bandas a2/a3. O cDNA2 detecta um segundo locus tras eram provenientes de in­di­ví­duos homozigotos
de RFLP com alelos visualizados como banda b3 e para a versão BEB do cromossomo 9; as três amostras
bandas b1/b2. Os dois loci são ligados com observa‑ seguintes, de in­di­ví­duos homozigotos para a versão
ção de recombinação de 20% nesse cruzamento. B-B; e as quatro últimas, de in­di­ví­duos heterozigo‑
tos para as duas versões – ou seja, com genótipo
15.5 (a) BEB/B-B. Na população humana da amostra, o sítio
10 cM 25 cM 15 cM 1 cM 14 cM EcoRI é, portanto, a base para o polimorfismo de
STS1 STS5 STS3 C STS4 STS2 comprimento de fragmento de restrição (RFLP).
34 Fundamentos de Genética

15.12 Você pode iniciar uma caminhada no cromosso‑ densidade gênica – cerca de um gene por 100 kb.
mo usando a sonda de hibridização que detecta Na espécie mencionada nesta pergunta, há uma
o RFLP. No entanto, se já houver um mapa físico correlação surpreendente entre o tamanho do ge‑
dessa região do cromossomo (ver Figura 15.5), a noma e a complexidade do desenvolvimento. Com
caminhada no cromossomo pode ser desneces‑ algumas exceções, entre elas as espécies com ge‑
sária. Podem-se usar cDNA para localizar genes nomas poliploides, parece haver uma correlação
candidatos na região coberta pela caminhada no aproximada entre o tamanho do genoma e a com‑
cromossomo, e as sequências de genes em indiví‑ plexidade do desenvolvimento.
duos com esse tipo de surdez hereditária podem 15.17 (a) Segmento 5; (b) segmento 4; (c) segmento 1, 6
ser comparadas às sequências de genes homólogos ou 10.
de indivíduos com audição normal, procurando
alterações que deveriam causar uma perda da fun‑ 15.18 Os marcadores D e E de EST parecem estar estrei‑
ção gênica. A Figura 15.6 ilustra todo o processo. tamente ligados. Os oito híbridos de ser humano
e hamster chinês produzidos por radiação contêm
15.13 Os objetivos do Projeto Genoma Humano eram os marcadores D e E ou não contêm marcador.
preparar mapas genéticos e físicos que mostras‑ Seria necessário testar mais híbridos por radiação
sem as localizações de todos os genes no genoma para avaliar a presença dessas EST e obter evidên‑
humano e determinar as se­quências nucleotídi‑ cias convincentes dessa ligação.
cas dos 24 cromossomos no genoma humano.
Esses mapas e as se­ quências nucleotídicas dos 15.19 A principal vantagem dos chips gênicos como ins‑
cromossomos humanos ajudaram os cientistas a trumento de hibridização por microarranjo é que
identificar genes mutantes causadores de doen­ um único chip gênico pode ser usado para a quan‑
ças hereditárias. Espera-se que a identificação tificação simultânea de milhares de se­ quências
desses genes mutantes causadores de doen­ ça nucleotídicas. A tecnologia do chip gênico possi‑
leve ao tratamento eficaz, entre eles a terapia gê‑ bilita que os pesquisadores investiguem os níveis
nica, de pelo menos algumas dessas doen­ças no de expressão de grande quantidade de genes com
futuro. Os possíveis usos indevidos desses dados maior eficiên­cia do que era possível usando proce‑
incluem invasão de privacidade pelo governo e dimentos de microarranjo anteriores.
por empresas – sobretudo agências de emprego e 15.20 A proteína fluorescente verde (GFP) pode ser usa‑
seguradoras. Não se podem negar oportunidades da para estudar a localização e o movimento de
educacionais, emprego ou seguro às pessoas em proteínas nas células vivas com o passar do tempo.
razão de doen­ças hereditárias ou mutações gêni‑ A maioria dos outros procedimentos de estudo
cas que predisponham a anormalidades mentais da localização de proteínas requer que as células
ou físicas. sejam permeabilizadas e/ou fixadas e expostas a
anticorpos ligados a substâncias radioativas ou flu‑
15.14  O DNA repetitivo pode dificultar a reunião de lon‑ orescentes antes da visualização. Logo, esses pro‑
gos retalhos de se­quências de DNA provenientes cedimentos só fornecem informações sobre a lo‑
das se­quências de fragmentos de DNA que con‑ calização de uma proteína em um momento. Por
têm essas se­quências. Isso se dá porque, na análise outro lado, as proteínas marcadas com GFP podem
computacional, uma se­quência repetitiva em um ser usadas para estudar a síntese e o movimento de
fragmento de DNA se combinará com a mesma se­ proteínas em células vivas com o passar do tempo
quência repetitiva em outro fragmento de DNA, (horas a dias).
mesmo se os dois fragmentos não forem contí‑
guos no genoma. O esforço para determinar que 15.21 As se­quências de DNA em bibliotecas de cDNA
fragmentos curtos de DNA são realmente vizinhos específicas de cromossomo humano podem ser
(contíguos um ao outro) pode, portanto, ser des‑ acopladas a corantes fluorescentes e hibridizadas
perdiçado em virtude dessas combinações falsas. in situ com os cromossomos de outros primatas.
Os padrões de hibridização podem ser usados
15.15 É mais provável que haja uma EST do que um para detectar alterações na estrutura genômica
RFLP em gene humano causador de doen­ça. As ocorridas durante a evolução das várias espécies
EST correspondem às se­ quências expressas em de primatas a partir de ancestrais comuns (ver Fi‑
um genoma. Os RFLP ocorrem em todo o geno‑ gura 6.4). Essas comparações são par­ticular­mente
ma, tanto em se­quências expressas quanto não ex‑ eficazes na detecção de novas relações de ligação
pressas. Como menos de 2% do genoma humano decorrentes de translocações e fusões cêntricas.
codifica proteí­nas, a maioria dos RFLP ocorre no
DNA não codificador. 15.22 A presença de duas cópias de cada bloco de genes no
genoma do milho indica que o milho evoluiu a partir
15.16 O genoma do bacteriófago X174 tem a maior de um ancestral tetraploide. A presença de um con‑
densidade gênica – um gene por 490 pares de junto de genes principalmente nos cromossomos
nucleotídios. O genoma humano tem a menor grandes e do segundo conjunto principalmente
Respostas de Todos os Exercícios 35

nos cromossomos pequenos sugere que o milho se Capítulo 16


desenvolveu a partir de um alotetraploide (ver Ca‑
16.1 As ilhas de CpG são aglomerados de citosinas e
pítulo 6) produzido por combinação dos genomas
guaninas, com fre­quência localizadas em direção
diploides de duas espécies de gramíneas cereais
5 logo ao lado das re­giões codificadoras de genes
ancestrais.
humanos. Sua presença em se­quências nucleotí‑
15.23 (a) Ordem dos sítios STS: 2-5-1-4-3-6. dicas pode oferecer pistas sobre a localização de
genes em cromossomos humanos.
(b) Marcadores STS: 2 5 1 4 3 6
A
Clones 16.2 O nome huntingtin deve‑se à doença causada pela
B C
de YAC anormalidade desse gene, que provavelmente será
D E renomeado depois que se identificar a função de
seu produto gênico.
15.24 Os mtDNA de Homo neanderthalensis e H. sapiens
são muito semelhantes, tanto no tamanho quan‑ 16.3 O gene CF foi identificado por clonagem com ba­
to na sequência de nucleotídios. O mtDNA de se na posição no mapa, e as se­quências nucleotí‑
Homo neanderthalensis contém 16.565 pares de dicas de cDNA de CF foram usadas para prever a
nucleotídios, enquanto o mtDNA de H. sapiens se­quência de aminoá­cidos do produto do gene CF.
contém 16.569 pares de nucleotídios, e os dois Uma busca em computador nos bancos de dados
DNA apresentam 99% de identidade de se- de proteí­nas mostrou que o produto do gene CF
quências. Há menor diversidade de sequências era semelhante a várias proteí­nas de canal iônico.
nos mtDNA do homem de Neandertal que nos Esse resultado voltou a atenção dos cientistas es‑
mtDNA de seres humanos, o que é compatível tudiosos da fibrose cística para as proteí­nas par‑
com o menor tamanho das populações de Ne‑ ticipantes do transporte de sais entre as células e
andertal que das populações de seres humanos. levou à descoberta de que o produto do gene CF
O mtDNA do homem de Neandertal tem 37 era um regulador da condutância transmembrana
genes; 13 codificam proteínas e 24 especificam – agora denominado proteí­na CFTR.
RNA estruturais (tRNA e rRNA). O genoma mi‑ 16.4 Depois de identificada a função do produto gênico
tocondrial do homem de Neandertal não con‑ de CF, os cientistas devem ser capazes de desenvol‑
tém pseudogenes. ver procedimentos para introduzir cópias de tipo
selvagem do gene CF nas células apropriadas de
15.25 Todas as se­quências identificadas pela busca me‑
pacientes com fibrose cística e aliviar os efeitos de‑
gablast codificam proteí­ nas histonas H2a. A se­
vastadores do gene mutante. Um importante obs‑
quência consultada é idêntica à se­quência codi‑
táculo ao tratamento da fibrose cística por terapia
ficadora do gene H2aV de Drosophila melanogaster
gênica de células somáticas é o tamanho do gene
(membro da família de genes codificadores das
CF – cerca de 250 kb, grande demais para os veto‑
proteí­nas histonas H2a). A se­quência consultada
res convencionais de transferência de gene. Talvez
codifica um polipeptídio histona H2a de Drosophi-
se possa usar uma versão reduzida do gene cons‑
la designado variante V. As mesmas se­quências do
truída a partir do cDNA do CF – cerca de 6,5 kb
banco de dados são identificadas quando se usa
– em vez do gene de tipo selvagem. Um segundo
metade ou um quarto da se­quência nucleotídica
obstáculo importante é a inserção do transgene
dada na busca megablast. Se­quências de apenas
em número suficiente de células‑alvo do pacien‑
15 a 20 nucleo­tí­dios podem ser usadas para iden‑
te com fibrose cística para aliviar os sintomas da
tificar o gene de Drosophila codificador da variante
doença. Um terceiro desafio é criar um vetor de
de histona H2a. No entanto, os resultados variam
expressão contendo o gene que resulte na expres‑
dependendo da se­quência nucleotídica específica
são a longo prazo do gene introduzido em células
usada na consulta.
transgênicas. Outra preocupação é como evitar
15.26 A sequência pesquisada é uma porção de histona possíveis efeitos colaterais causados pela superex‑
H1.2 do camundongo (Mus musculus). Essa porção pressão ou expressão imprópria do transgene em
do polipeptídio histona H1.2 de camundongo di‑ pacientes com fibrose cística. Apesar desses obstá‑
fere em um aminoácido da parte correspondente culos, muitos cientistas estão otimistas em relação
da histona H1 humana. ao tratamento efetivo da fibrose cística por terapia
gênica de células somáticas no futuro.
15.27 A matriz de leitura 5 S 3 número 1 tem uma
grande matriz aberta de leitura com um códon de 16.5 Iniciadores oligonucleotídicos complementares
metionina perto da extremidade 5. Pode-se verifi‑ às se­quências de DNA nos dois lados (5 e 3) da
car que essa é a matriz de leitura correta pelo uso região da repetição CAG no gene MD podem ser
do produto da tradução previsto para consulta em sintetizados e usados para amplificar a região de
um dos bancos de dados de proteí­nas (ver Ques‑ repetição por PCR. Um iniciador tem de ser com‑
tão 15.26). plementar a uma região 5 do filamento molde,
36 Fundamentos de Genética

e o outro iniciador tem de ser complementar a marcador selecionável dominante (p. ex., 35S/NP‑
uma região 3 do filamento não molde. Após am‑ TII/nos, que confere às células hospedeiras resistên‑
plificação, podem‑se determinar os tamanhos das cia à canamicina) e introduzido nas células de Agro-
re­giões de repetição CAG por eletroforese em bacterium tumefaciens por transformação. Explantes
gel (Figura 16.2). A medida do comprimento da teciduais de vegetais Arabidopsis seriam cocultivados
repetição trinucleotídica pode ser feita pela in‑ com células de A. tumefaciens que abrigassem o plas‑
clusão no gel de re­giões de repetições cujos com‑ mídio Ti recombinante, e as células vegetais com
primentos são conhecidos. Se houver menos de T‑DNA inseridos em seus cromossomos seriam se‑
30 cópias da repetição trinucleotídica em cada lecionadas por cultura em meio contendo o agente
cromossomo, o recém‑nascido, feto ou pré‑em‑ seletivo apropriado (p. ex., canamicina). Então, as
brião é homozigoto para um alelo MD tipo sel‑ plantas transgênicas seriam regeneradas a partir das
vagem ou heterozigoto para dois alelos MD tipo células transformadas e submetidas a teste de avalia‑
selvagem diferentes. Se houver mais de 50 cópias ção da resistência ao glifosato.
da repetição em cada cromossomo homólogo, o
16.9 Onze, com variação, em múltiplos de três, de 15 a
in­di­ví­duo, feto ou célula é homozigoto para um
45 nucleo­tí­dios de comprimento.
alelo MD mutante dominante ou heterozigoto
para dois alelos mutantes diferentes. Se um cro‑ 16.10 A mulher poderia ser mãe das duas crianças, tendo
mossomo tiver menos de 30 cópias da repetição transmitido os alelos A 8 e B 5 para a criança 1 e
CAG e o cromossomo homólogo tiver mais de A 8 e B 3 para a criança 2. O homem 3 poderia ser
50 cópias, o recém‑nascido, feto ou pré‑embrião o pai da criança 1. Nesse caso, ele teria contribuí‑
é heterozigoto, com um alelo MD selvagem e um do com os alelos A 7 e B 7.
alelo MD mutante. 16.11 Os perfis de DNA são os padrões específicos (1)
16.6 Sim. Um procedimento de terapia gênica de célu‑ de picos presentes em eletroferogramas de STR
las somáticas semelhante ao usado na SCID ligada ou VNTR cromossômicos amplificados por PCR
ao X (ver Figura 16.17) poderia ser efetivo no trata‑ usando iniciadores marcados com corantes flu‑
mento da deficiência de purina nucleosídio fosfo‑ orescentes e separados por eletroforese capilar
rilase (PNP). Leucócitos poderiam ser isolados do em gel (ver Figuras 16.11 e 16.12) ou (2) de ban‑
paciente, transfectados com um vetor contendo o das em Southern blots de DNA genômico digerido
gene PNP de tipo selvagem, cultivados e analisados por enzimas de restrição específicas e hibridiza‑
para verificar se há expressão do transgene PNP e, do com se­ quências STR ou VNTR apropriadas
então, infundidos de volta no paciente depois da (Figura 16.10). Os perfis de DNA, assim como as
verificação da expressão do transgene. impressões digitais epidérmicas, são usados como
provas de identidade ou de exclusão de identidade
16.7 Os sinais de início e término da transcrição e de em processos judiciais. Os geneticistas manifesta‑
início da tradução em eucariotos e em procario‑ ram suas preocupações sobre os usos estatísticos
tos como a E. coli são diferentes. Portanto, para dos dados do perfil de DNA. Eles questionaram,
produzir uma proteí­na humana em E. coli, é pre‑ em especial, alguns métodos usados para calcular
ciso juntar a se­quência codificadora do gene hu‑ a probabilidade de que o DNA de outra pessoa,
mano a sinais reguladores apropriados de E. coli além do suspeito, pudesse ter produzido o perfil
– se­quências promotora, finalizadora da trans‑ observado. Essas preocupações fundamentam‑se,
crição e iniciadora da tradução. Além disso, se em parte, na ausência de bancos de dados ade‑
o gene contiver íntrons, é preciso removê‑los ou quados para várias subpopulações humanas e na
usar a se­quência codificadora de cDNA, porque ausência de informações precisas sobre o grau
a E. coli não tem os espliceossomos necessários de variabilidade de perfis de DNA em in­di­ví­duos
para a excisão de íntrons dos transcritos de genes de diferentes etnias. Uma maneira de enfrentar
nu­cleares. Além disso, muitas proteí­nas eucarió­ esse problema foi a aquisição de dados sobre as
ticas passam por eventos de processamento após fre­quências de perfis em diferentes populações e
a tradução que não ocorrem nas células procarió­ grupos étnicos do mundo todo.
ticas. Essas proteí­nas são produzidas com mais fa‑ 16.12 Nem P1 nem P2 poderiam ser pais biológicos da
cilidade em células eucarió­ticas transgênicas em menina; apenas P3 poderia ser o pai.
cultura.
16.13 A contaminação das amostras de sangue intro‑
16.8 Primeiro, você construiria um gene quimérico duziria maior variabilidade nos perfis de DNA. A
contendo seu gene sintético fundido a um promo‑ conse­quência seria a ausência de correspondência
tor vegetal, como o promotor 35S do vírus mosaico alélica dos perfis obtidos das amostras de sangue e
de couve‑flor, e um sinal de poliadenilação e tér‑ do réu­. Os erros por mistura causariam a absolvição
mino da transcrição vegetal, como o do gene nos de um culpado, mas não a condenação de um ino‑
do plasmídio Ti. Esse gene quimérico seria inse‑ cente. Somente a identificação errada das amostras
rido no T‑DNA de um plasmídio Ti com um gene poderia incriminar uma pessoa inocente.
Respostas de Todos os Exercícios 37

16.14 O T no T‑DNA é abreviação de “transferido”. A re‑ para secreção, seguida por introdução do gene qui‑
gião T‑DNA do plasmídio Ti é o segmento transfe‑ mérico em ovócitos fertilizados que foram implan‑
rido do plasmídio Ti da bactéria para os cromos‑ tados e deram origem a animais transgênicos. Em
somos das células vegetais durante transformação princípio, essa técnica poderia ser usada para pro‑
mediada por Agrobacterium tumefaciens. duzir qualquer proteí­na de interesse.
16.15 A sondagem de Southern blots de DNA digerido por 16.20 Você pode subclonar as regiões não codificadoras
enzima de restrição dos vegetais transgênicos com 39 (sequências entre os códons de término da tra‑
transgene marcado com 32P pode comprovar as dução e as terminações 39 dos transcritos) dos ge‑
múltiplas inserções, mas não revelaria a localiza‑ nes da actina e usar essas sequências como sondas
ção genômica dos insertos. A hibridização in situ de hibridização gene‑específicas, depois de verifi‑
com fluorescência (FISH) é um procedimento efi‑ car sua especificidade (ausência de hibridização
ciente para determinar a localização genômica dos cruzada com outros genes dessa família gênica).
insertos gênicos. A FISH é usada para observar a Esse procedimento funcionou esplendidamen‑
localização de transgenes em cromossomos. te com os 15 genes da tubulina e os 10 genes da
actina de Arabidopsis, porque as sequências do
16.16 Os retrovírus desarmados não têm genes essenciais transcrito são muito divergentes nas regiões não
para a reprodução nas células hospedeiras, mas codificadoras 59 e 39. É claro que não se podem
ainda integram‑se ao DNA da célula hospedeira no usar sequências de íntrons porque elas são exci‑
estado pró‑viral. Os genomas dos retrovírus são pe‑ sadas durante o processamento do pré‑mRNA.
quenos o suficiente para que sejam manipulados Essas sondas de hibridização não codificadoras 39
com facilidade in vitro e ainda aceitam insertos de gene‑específicas são usadas para medir os níveis de
DNA exógeno com tamanho médio do gene. Os transcritos gênicos individuais em vários órgãos e
retrovírus contêm promotores fortes em suas repe‑ tecidos de vegetais em desenvolvimento, seja por
tições terminais longas que podem ser usados para Northern blot, seja por hibridização in situ. Também
estimular altos níveis de transcrição do inserto de se podem usar as regiões não codificadoras 59 e
gene exógeno. 39 para criar iniciadores de PCR gene‑específicos,
16.17 Camundongos transgênicos geralmente são pro‑ e a PCR com transcrição reversa (RT‑PCR) pode
duzidos pela microinjeção dos genes de interes‑ ser usada para medir níveis de transcritos gênicos
se em pronúcleos de ovos fertilizados ou pela específicos em órgãos e tecidos. Na verdade, Mea‑
infecção de embriões pré‑implantação por veto‑ gher e colegas já usaram esse método para docu‑
res retrovirais contendo os genes de interesse. mentar os surpreendentes padrões temporais e
Os camundongos transgênicos são instrumentos tecido‑específicos da expressão do gene da actina
muito úteis para estudar a expressão gênica, o de‑ em Arabidopsis.
senvolvimento dos mamíferos e o sistema imune
16.21 O vetor descrito contém o gene HGH, mas não
dos mamíferos. Os camundongos transgênicos são
contém um promotor de HGH de mamíferos que
muito importantes na medicina; eles constituem
controle a expressão do transgene nos tecidos
o sistema‑modelo mais estreitamente relacionado
apropriados. A construção de vetores que con‑
com os seres humanos. Eles foram e, sem dúvida,
tenham uma se­ quência promotora de HGH de
con­ti­
nuarão sendo valiosos no desenvolvimento
mamífero em posição correta deve resultar em
dos métodos e da tecnologia que serão usados em
camundongos transgênicos nos quais a síntese de
terapia gênica humana no futuro.
HGH seja restrita à hipófise.
16.18 Os resultados não solucionam o caso de paterni‑
16.22 Os métodos genéticos clássicos usam a dissecção
dade. Joyce recebeu o alelo 8 do locus TPOX da
de mutações para explorar as funções dos genes.
mãe. Considerando‑se que Joyce seja heterozigota
Alelos mutantes que produzem fenótipos alte‑
para os alelos 8 e 11 nesse locus, ela tem de rece‑
rados são identificados e usados para investigar
ber o alelo 11 do pai. No entanto, os dois supostos
as funções dos alelos selvagens. Às vezes, os pes‑
pais têm o alelo 11 e poderiam tê‑lo transmitido a
quisadores identificam a função precisa de cada
Joyce.
gene por análises moleculares comparativas de
16.19 As proteí­nas modificadas após a tradução podem organismos mutantes e selvagens. As técnicas de
ser produzidas em células eucarió­ticas transgênicas genética reversa usam as sequências nucleotídicas
em cultura ou em vegetais e animais transgênicos. conhecidas dos genes para criar procedimentos de
Na verdade, produziram‑se ovelhas transgênicas isolamento de mutações nulas nos genes ou ini‑
que secretam no leite o fator da coa­gulação sanguí­ bir sua expressão. Os protocolos de interferência
nea IX e a1‑antitripsina humanos. Essas ovelhas fo‑ por RNA são usados para bloquear a expressão de
ram produzidas pela fusão das se­quências codifica‑ genes específicos. Os protocolos de inserção de
doras dos respectivos genes com uma se­quência de T‑DNA e transpóson são usados para produzir mu‑
DNA que codifica o peptídio sinalizador necessário tações nulas (que causam knockout da função) de
38 Fundamentos de Genética

genes específicos. Basicamente, em genética clás‑ por transformação mediada por A. tumefaciens e estu‑
sica, começa‑se com alelos mutantes na esperança dar seu(s) efeito(s) sobre a expressão do gene e o fe‑
de descobrir a função do gene de tipo selvagem; nótipo de vegetais transgênicos. O transcrito formará
na genética reversa, começa‑se com o gene de tipo um grampo com pareamento parcial de bases que
selvagem para gerar alelos mutantes. entrará na via de silenciamento RISC e bloqueará a
expressão do gene (ver Figura 16.23 B).
16.23 A RNAi é o uso de RNA bifilamentar, no qual um
filamento é complementar ao mRNA e o outro fi‑ 16.28 Uma busca no site do Salk Institute’s Genome
lamento é equivalente ao mRNA, para silenciar a Analysis Laboratory (SIGnAL) revela que há
expressão de genes específicos. A RNAi emprega muitas inserções de T‑DNA (inserções de T‑DNA
o complexo de silenciamento induzido por RNA Salk e várias outras) na região promotora des‑
(RISC) para bloquear a expressão gênica (ver Fi‑ se gene. Além disso, há duas linhas de inserção
gura 16.23). (FLAG_177C02 e FLAG_216D01) na coleção do
Institute of Agronomic Research em Versailles,
16.24 As condutas de mutagênese insercional produzem
França, com insertos na região codificadora desse
alelos mutantes – geralmente alelos nulos ou knock-
gene. Todas essas linhas de inserção dessas cole‑
outs – pela inserção de DNA exógeno nos genes.
ções estão à disposição dos pesquisadores, median‑
Outras técnicas de genética reversa, como a inter‑
te solicitação. Portanto, é possível estudar a função
ferência por RNA, inibem a expressão dos genes,
desse gene por meio dessas linhas de inserção.
mas preservam sua integridade estrutural.
16.29 É importante que o arranjo CRISPR no genoma
16.25 Os vegetais têm uma vantagem em relação aos
de S. pyogenes não contenha PAM 59-NGG-39, pois,
animais porque, uma vez induzidas, as mutações
se tivesse, os crRNA gerados a partir desse arranjo
por inserção podem ser armazenadas por longos
poderiam guiar a endonuclease Cas9 para o arran‑
perío­
dos e distribuí­
das para os pesquisadores
jo e clivá-la, resultando na quebra do cromossomo
como sementes latentes.
de S. pyogenes.
16.26 Os vetores usados na terapia gênica de células so‑
16.30 Pode-se buscar pela se­quência de 20 nucleo­tí­dios
máticas não podem se inserir preferencialmente
na ferramenta BLAST e rastrear a porção sequen‑
em genes importantes, sobretudo nos proto‑on‑
ciada do genoma de Drosophila a fim de saber se
cogenes. O ideal é que os vetores se insiram em
toda a se­quência-alvo, ou parte dela, está presen‑
regiões não essenciais do genoma humano. No
te em mais algum ponto do genoma. Caso esteja,
entanto, talvez esse tipo de vetor não exista. No
então pode-se pesquisar se PAM 59-NGG-39 está
mínimo, porém, devem‑se usar vetores que se in‑
imediatamente downstream à se­quência. Se estiver,
siram em sítios aleatórios do genoma, de modo
a endonuclease Cas9 será clivada tanto nesse local
que a chance de inserção em um gene regulador
como no sítio-alvo pretendido.
importante, como um proto‑oncogene, seja muito
baixa. É provável que a terapia gênica nunca seja 16.31 Crie dois sgRNA, um para direcionar uma se­
totalmente livre de riscos, porque sempre haverá quência em um autossomo específico e o outro
eventos de inserção anômala com alguma baixa para direcionar uma se­quência em um autossomo
frequência. Nenhum processo biológico tem acu‑ diferente. Depois, introduza esses sgRNA e a endo‑
rácia de 100%. No entanto, é preciso que os possí‑ nuclease Cas9 na cultura celular a fim de induzir
veis benefícios da terapia gênica superem os possí‑ a quebra nos dois sítios-alvo. As moléculas quebra‑
veis riscos para que o procedimento seja aceito no das de DNA podem ser reparadas pela via NHEJ e,
tratamento de doenças hereditárias. se forem, os pedaços de diferentes autossomos po‑
deriam ser unidos covalentemente, criando uma
16.27 (a) Primeiro seria preciso consultar o site do Salk
translocação recíproca.
Institute’s Genome Analysis Laboratory para veri‑
ficar se já foi identificada a inserção de um T‑DNA
ou transpóson nesse gene (ver Questão 16.28). Em Capítulo 17
caso afirmativo, basta solicitar sementes da linhagem 17.1 Por meio do estudo da síntese ou ausência de síntese
transgênica ao Arabidopsis Biological Resource Cen‑ da enzima em células cultivadas em meios de com‑
ter, da Ohio State University. Se não houver inserção posição quí­mica definida. Se a enzima for sintetiza‑
disponível no gene, pode‑se verificar onde está ma‑ da apenas na presença de determinado metabólito
peada no genoma e usar transpósons que saltam pre‑ ou de um grupo específico de metabólitos, prova‑
ferencialmente para sítios vizinhos para identificar velmente é induzível. Se for sintetizada na ausência,
uma nova mutação por inserção (ver http://www.
mas não na presença de determinado metabólito ou
arabidopsis.org/abrc/ima.jsp). (b) Pode‑se cons‑
grupo de metabólitos, provavelmente é repressível.
truir um gene que tenha se­quências sense e antisense
transcritas em uma única molécula de mRNA (ver 17.2 A repressão ocorre no processo de transcrição du‑
Figura 16.23 B), introduzi‑lo em vegetais Arabidopsis rante a síntese da enzima. O produto final, ou um
Respostas de Todos os Exercícios 39

derivado do produto final, de um sistema repres‑ (c) Constitutiva, igual a (b).


sível atua como molécula efetora que geralmente, (d) Induzível, I+ é dominante em relação a I–.
se não sempre, combina-se ao produto de um ou (e) Constitutiva, não há síntese de repressor ativo
mais genes reguladores para bloquear a síntese das nessa bactéria.
enzimas na via de biossíntese. A inibição por feed- 17.9 (a)
back ocorre na atividade da enzima; geralmente da
I+OcZ+Y–
primeira enzima da via de biossíntese. Assim, a ini‑
I+O+Z+Y+
bição por feedback causa a interrupção imediata da
biossíntese do produto final. Juntas, inibição por (b)
feedback e repressão bloqueiam de maneira rápida IsOcA+Y–
e eficiente a síntese celular de enzimas e produtos IsO+Z+Y+
que não são mais necessários.
17.10 (a) 1, 5
17.3 (b) 2, 5
Gene ou elemento regulador Função (c) 5
(d) 1, 2, 5
(a) Gene regulador Codifica o repressor
(e) 3, 4
(b) Operador Sítio de ligação do
repressor 17.11 (a) As mutações Oc ocupam posição no mapa mui‑
(c) Promotor Sítio de ligação da RNA to perto do gene estrutural Z; as mutações I– ocu‑
polimerase e do comple‑ pam posição no mapa um pouco mais distante do
xo CAP–cAMP gene estrutural (mas ainda muito próximas dele;
(d) Gene estrutural Z Codifica a b-galactosidase ver Figura 17.5). (b) Um diploide parcial I+O+Z+Y+/
I+OcZ+Y+ apresentaria síntese constitutiva de b-ga‑
(e) Gene estrutural Y Codifica a b-galactosídio
lactosidase e b-galactosídio permease, enquanto
permease
um diploide parcial I+O+Z+Y+/I–O+Z+Y+ seria induzí‑
vel para síntese dessas enzimas. (c) A mutação Oc é
17.4 (a) Síntese constitutiva das enzimas lac. cis-dominante; a mutação I– é trans-recessiva.
(b) Síntese constitutiva das enzimas lac.
(c) Não induzibilidade das enzimas lac. 17.12 O sistema poderia ter se desenvolvido a partir
(d) Ausência de atividade da b-galactosidase. de uma série de duplicações consecutivas de um
(e) Ausência de atividade de b-galactosídio per‑ único gene ancestral. Alterações produzidas por
mease. mutação que tornaram o sistema mais eficiente
e, portanto, favorecido pela seleção natural pode‑
17.5 (a) 1, 2, 3 e 5. O genótipo 1 é de tipo selvagem riam ter levado o sistema ao seu nível atual de efi‑
e induzível, enquanto os genótipos 2, 3 e 5 são ciência.
constitutivos; todos, com exceção do genótipo 4,
produzem b-galactosidase e b-galactosídio perme‑ 17.13 A repressão catabólica evoluiu para garantir o uso
ase em presença de lactose. Entretanto, o genótipo de glicose como fonte de carbono, quando esse
4 tem uma mutação super-repressora (Is) e não é carboidrato estiver disponível, em lugar de fontes
induzível com níveis normais de lactose. (b) 2, 3 e menos eficientes de energia.
5. Nos genótipos 2 e 3, o repressor não se liga a Oc 17.14 Possivelmente por inibição direta ou indireta da
e, no genótipo 5, nenhum repressor é produzido; enzima adenilciclase, que catalisa a síntese de AMP
ambas as situações tornam o óperon constitutivo. cíclico a partir do ATP.
17.6 (a) A b-galactosidase só será produzida quando 17.15 Regulação positiva; o complexo CAP–cAMP tem
houver lactose. Não haverá produção de permea‑ efeito positivo sobre a expressão do óperon lac.
se. (b) Dominância cis. Ele ativa a transcrição dos genes estruturais no
17.7 O mutante Oc impede a ligação do repressor ao óperon.
operador. O mutante Is não pode se ligar a O c. A 17.16 Sim, no gene codificador de CAP. Algumas mu‑
proteí­na mutante Is tem um defeito no sítio alos‑ tações nesse gene poderiam produzir um CAP
térico de ligação da alolactose, mas tem um sítio que se liga ao promotor na ausência de cAMP.
normal de ligação do operador. Portanto, como o Também mutações no(s) gene(s) codificador(es)
mutante único O c teria o mesmo fenótipo do mu‑ da(s) proteína(s) que regulam o nível de cAMP
tante duplo O c Is, a mutação O c é, por definição, em função da concentração de glicose.
epistática a Is.
17.17 Mecanismos reguladores negativos, como os que in‑
17.8 (a) Induzível, são o genótipo e o fenótipo selvagens. cluem o repressor no óperon de lactose, bloqueiam
(b) Constitutiva, a mutação Oc produz um opera‑ a transcrição dos genes estruturais do óperon, en‑
dor que não é reconhecido pelo repressor lac. quanto mecanismos positivos, como o complexo
40 Fundamentos de Genética

CAP–cAMP no óperon lac, promovem a transcrição regulação temporal e espacial, com fre­quência por
dos genes estruturais do óperon. intricados processos de sinalização intracelular.
17.18 0,1; 100; 25,1; 200. 18.2 O acoplamento da transcrição e tradução não é
possível em eucariotos porque esses dois processos
17.19 A repressão/desrepressão do óperon trp ocorre
ocorrem em diferentes compartimentos celulares
no início da transcrição, modulando a fre­quência
– transcrição no núcleo e tradução no citoplasma.
com que a RNA polimerase inicia a transcrição a
partir dos promotores do óperon trp. A ate­nua­ção 18.3 A atividade do gene dystrophin poderia ser avaliada
modula os níveis de transcrito de trp por alteração por blotting do RNA extraí­do dos diferentes tipos
da fre­quência de término da transcrição na região de células e hibridização com uma sonda do gene
líder do óperon trp (trpL). (Northern blotting); outra opção seria a transcrição
reversa do RNA em cDNA usando um ou mais ini‑
17.20 A deleção da região trpL causaria aumento de cer‑ ciadores específicos para o gene dystrophin, seguida
ca de dez vezes nos níveis das enzimas de biossínte‑ por amplificação do cDNA resultante por reação
se de triptofano em células cultivadas na presença em cadeia da polimerase (RT‑PCR). Outra técnica
de triptofano, porque não haveria mais atenuação seria a hibridização in situ – ou seja, nas próprias
se essa região estivesse ausente. células – do RNA de dystrophin com uma sonda do
17.21 Primeiro, é preciso lembrar que a transcrição gene. Também seria possível verificar a produção
e a tradução estão acopladas em procariotos. da proteí­na distrofina por cada tipo celular com
Quando há triptofano nas células, é produzido uso de anticorpos antidistrofina para analisar
tRNATrp carregado com triptofano. Isso possibi‑ proteí­nas dos diferentes tipos celulares em Western
lita a tradução da se­quência líder trp ao longo blots ou analisar as proteí­nas nas próprias células –
dos dois códons Trp UGG até o códon de térmi‑ ou seja, in situ.
no UGA da se­quência líder trp. Essa tradução da 18.4 Os hormônios esteroides são pequenas moléculas
região líder trp impede o pareamento de bases lipossolúveis que têm pouca dificuldade para atra‑
entre as se­quências líderes de mRNA parcial‑ vessar a membrana celular. Os hormônios peptídi‑
mente complementares 75-83 e 110-121 (ver Fi‑ cos geralmente são grandes demais para atravessar
gura 17.14 B), o que, por sua vez, possibilita a livremente a membrana celular; em vez disso, sua
formação do “grampo” de término da transcrição influência é mediada por um sistema sinalizador
com as se­quências líderes 110-121 e 126-134 (ver que começa com uma proteína receptora ligada à
Figura 17.14 C). membrana que se une ao hormônio.
17.22 Não. A atenuação do óperon trp seria controlada 18.5 Um procedimento seria fornecer às larvas UTP
pela presença ou ausência de Gly-tRNAGly. um elemento constitutivo de RNA, marcado radio‑
17.23 Tanto a ate­nua­ção de trp quanto o riborregulador ativamente em diferentes condições – com e sem
de lisina desativam a expressão gênica por término choque térmico. Depois, preparar amostras de
da transcrição em direção 5 a partir das re­giões células politênicas dessas larvas para autorradio‑
codificadoras dos genes regulados. Em ambos há grafia. Se os pufes induzidos por choque térmico
formação de estruturas secundárias de mRNA al‑ contiverem genes transcritos intensamente, o sinal
ternativas – com alternância entre a formação de radioativo neles deve ser abundante.
grampos antiterminador e terminador da transcri‑ 18.6 Um acentuador pode estar localizado na região 5,
ção – em resposta à presença ou ausência de um na região 3 ou dentro de um gene e tem ação in‑
metabólito específico (compare a Figura 17.14 e dependente de seu sentido. Um promotor quase
a Figura 2 no texto Em foco | Riborregulador [ri- sempre está localizado em posição imediatamente
boswitch] de lisina). 5 em relação a um gene e tem ação em apenas um
17.24 Não. Como não há acoplamento da transcrição sentido em relação ao gene.
(núcleo) e da tradução (citoplasma) em eucario‑ 18.7 Por recomposição alternativa do transcrito.
tos, a atenuação do tipo que ocorre em procario‑
tos não seria possível. 18.8 Por análise por Southern blot do DNA genômico di‑
gerido com uma enzima de restrição apropriada, se‑
guido por hibridização do blot com uma sonda que
Capítulo 18
contenha o DNA codificador dos segmentos A e B,
18.1 Em eucariotos multicelulares, o ambiente celular ou B e C, ou pelo menos partes desses segmentos
é relativamente estável. Não é necessário respon‑ adjacentes. Se for detectado um fragmento de DNA
der com rapidez a mudanças do ambiente exter‑ no blot, os dois polipeptídios são codificados por um
no. Além disso, o desenvolvimento de um orga‑ único gene cujo RNA passa por recomposição alter‑
nismo multicelular exige hierarquias reguladoras nativa para produzir dois mRNA. Se forem detecta‑
complexas constituí­das de centenas de genes dife‑ dos dois fragmentos de DNA, os dois polipeptídios
rentes. A expressão desses genes está submetida à são codificados por dois genes diferentes.
Respostas de Todos os Exercícios 41

18.9 Análise por Northern blot do RNA extraí­do de plan‑ grupos acetila dessas lisinas; (c) as HMT, histona
tas cultivadas com e sem luz, ou amplificação por metiltransferases, transferem grupos metila para
PCR de cDNA produzido por transcrição reversa lisina, arginina e histidina em histonas.
desses mesmos extratos de RNA.
18.21 Sim. A aparência difusa e inflada indica transcri‑
18.10 Os íntrons tornam possível que os genes codifi‑ ção intensa dos genes nesse cromossomo – a cro‑
quem polipeptídios diferentes – mas relacionados matina está “aberta para negócios”.
– por recomposição alternativa de seus transcritos
18.22 A LCR regula a expressão de todos os genes ligados
de RNA.
a ela. A deleção da LCR eliminaria ou comprome‑
18.11 Os acen­tuadores são capazes de agir em qualquer teria a expressão do gene globina de um dos dois
sentido. cromossomos 11. Com a produção de menos b‑glo‑
bina, o indivíduo provavelmente teria anemia.
18.12 A proteína fluorescente verde será produzida de‑
pois do choque térmico das moscas. 18.23 Os RNA de interferência curtos têm como alvo
moléculas de RNA mensageiro, que não têm ín‑
18.13 Provavelmente não, a menos que o promotor do
trons. Assim, o siRNA sintetizado a partir de RNA
gene gfp seja reconhecido e transcrito pela RNA
bifilamentar derivado de um íntron seria ineficaz
polimerase de Drosophila de modo independente
contra um alvo de mRNA.
dos elementos de resposta ao choque térmico.
18.24 Os produtos dos genes aubergine e piwi medeiam
18.14 Quando as quantidades dos polipeptídios A e B
a resposta de RNAi. A diminuição da quantida‑
são iguais, os homodímeros AA devem constituir
de de proteína aubergine ou piwi provavelmente
1/4 dos dímeros totais formados, os homodímeros
comprometeria a aptidão do organismo de produ‑
BB devem constituir 1/4 do total e os heterodíme‑
zir uma resposta de RNAi e, sem uma capacidade
ros AB devem constituir 1/2 do total. Portanto, a
vigorosa de RNAi, seria mais provável que os ele‑
razão esperada de homodímeros e heterodímeros
mentos transponíveis se deslocassem no genoma.
é (1/4 + 1/4):(1/2) = 1:1.
Esse movimento provavelmente causaria mutações
18.15 É provável que a mutação seja letal na condição porque os transpósons poderiam se inserir nos
homozigota porque o fator de transcrição controla genes e inativá‑los. Assim, moscas Drosophila hete‑
muitos genes diferentes e é quase certo que uma rozigotas para mutações em aubergine ou piwi po‑
mutação por mudança de matriz de leitura na se­ deriam apresentar maiores taxas de mutação que
quência codificadora anule a função do fator de Drosophila sem essas mutações.
transcrição.
18.25 O alelo de origem paterna (b) será expresso na
18.16 Tanto animais XX quanto XY desenvolvem‑se como prole F1.
intersexos porque nenhum dos tipos da proteína
18.26 Eis duas observações que mostram reversão ou re‑
doublesex é capaz de bloquear o desenvolvimento
definição de um estado epigenético: (1) Nos genes
sexual. Nesses animais, ocorrem as duas vias de de‑
imprinted de mamíferos, o estado epigenético pode
senvolvimento, levando à formação de tecidos com
ser redefinido quando o gene passa pela linhagem
características masculinas e femininas.
germinativa do sexo oposto. (2) Os genes no cro‑
18.17 O éxon 3 contém um códon de término na matriz mossomo X inativo de mamíferos são reativados
de leitura (in‑frame). Assim, a proteí­na traduzida na linhagem germinativa feminina.
do mRNA Sxl em machos será mais curta que a
18.27 O RNA poderia ser isolado dos tecidos hepático e
proteí­na traduzida do mRNA Sxl mais curto em
encefálico. As técnicas de Northern blot ou RT‑PCR
fêmeas.
com esse RNA poderiam determinar qual dos genes
18.18 Sim. Os acentuadores são capazes de agir em dife‑ (A ou B) é transcrito em que tecido. No Northern
rentes posições em um gene e ao seu redor. blot, as amostras de RNA seriam fracionadas em gel
desnaturante e transferidas para uma membrana,
18.19 O íntron poderia ser introduzido em um vetor
depois o RNA na membrana seria hibridizado com
de expressão GUS, que seria inserido em plantas
sondas gene‑específicas, primeiro para um gene,
Arabidopsis. Se o íntron tiver um acen­tuador que
depois para o outro (ou o pesquisador poderia pre‑
estimula a expressão gênica nas extremidades da
parar dois blots e hibridizar cada um com uma sonda
raiz, as plantas transgênicas devem ter expressão
diferente). Na RT‑PCR, haveria transcrição reversa
de GUS nas extremidades da raiz. Ver um exemplo
das amostras de RNA em cDNA usando iniciadores
desse tipo de análise no Problema resolvido do Ca‑
específicos para cada gene; depois, as moléculas de
pítulo 18.
cDNA seriam amplificadas por PCR padrão, e os
18.20 (a) As HAT, histona acetiltransferases, transferem produtos das amplificações seriam fracionados por
grupos acetila para o aminoácido lisina em histo‑ eletroforese em gel para identificar qual RNA gêni‑
nas; (b) as HDAC, histona desacetilases, removem co estava presente nas amostras originais.
42 Fundamentos de Genética

18.28 A amostra de cromatina do tecido encefálico deve‑ 19.5 Como 8/2.012 é aproximadamente 1/256 =
ria mostrar maior sinal em um Southern blot hibri‑ (1/4)4, aparentemente quatro genes determinantes
dizado com uma sonda específica para o gene A. de tamanho eram segregados nos cruzamentos.
A explicação é que esse gene não é tão bem-trans‑
19.6 A média é de 51,9 cm. (b) A variância é de 14,73 cm2.
crito nas células encefálicas; consequentemente, é
(c) O desvio padrão é 3,84 cm.
mais resistente à digestão por DNase I na cromati‑
na derivada de células encefálicas que na croma‑ 19.7 Porque (Xi – média) = 0.
tina derivada de células hepáticas nos quais ele é 19.8 Na F1, Vg = 0 porque todos são geneticamente idên‑
ativamente transcrito (e, portanto, mais sensível à ticos e heterozigotos; na F2, Vg > 0 porque as dife‑
digestão por DNaseI). renças genéticas são consequência da segregação e
18.29 O gene msl é inativo em fêmeas. da distribuição independente de genes. Assim, na
F2, a variância fenotípica tem acentuado compo‑
18.30 O cromossomo X que contém o locus XIST intacto nente genético.
será silenciado em todos os casos, porque esse lo-
cus está no centro de inativação X (XIC) e ajuda a 19.9 3,17/6,08 = 0,52.
silenciar o X inativo. 19.10 A herdabilidade em sentido amplo esperada em
18.31 HP1, a proteí­na codificada pelo alelo selvagem do uma linhagem altamente endogâmica é zero, por‑
gene supressor, participa da organização da cro‑ que não há variabilidade genética.
matina. Talvez essa proteí­na heterocromática se 19.11 Ve é estimada pela média das variâncias das popu‑
disperse da região perto do ponto de quebra da lações endogâmicas: 9,4 cm2. Vg é estimada pela
inversão no cromossomo que tem o alelo white mot- diferença entre as variâncias da população polini‑
tled e cause a “heterocromatização” do locus white. zada aleatoriamente e as populações endogâmicas:
Se houvesse depleção de HP1 por desativação de (26,4 – 9,4) = 17,0 cm2. A herdabilidade em senti‑
uma cópia do gene que a codifica – ou seja, por do amplo é H2 = Vg/VT = 17,0/26,4 = 0,64.
mutação supressora do genótipo da mosca, a “he‑
terocromatização” do locus white seria menos pro‑ 19.12 Como os tempos de maturação das plantas da F1
vável e talvez não ocorresse. Então, o locus white são intermediários entre os das linhagens paren‑
seria totalmente ativo em todas as células do olho, tais, a dominância para esse traço parece ser pe‑
produzindo uma cor vermelha uniforme do olho. quena ou nula.

18.32 Colete amostra de células de Dolly e verifique se 19.13 A herdabilidade em sentido amplo tem de ser
os produtos de ambos os alelos do gene ligado ao maior que a herdabilidade em sentido restrito por‑
X estão presentes nelas. Caso estejam, Dolly é um que H2 = Vg/VT > Va/VT = h2.
mosaico genético para a atividade do cromossomo 19.14 (125 – 100)(0,4) + 100 = 110 unidades.
X. Assim, durante seu desenvolvimento, o padrão de
19.15 (15 – 12)(0,3) + 12 = 12,9 cerdas.
inativação X existente na célula do úbere do qual ela
se originou foi redefinido. Se for detectado apenas 19.16 (90 – 100)(0,2) + 100 = 98 dias
um dos produtos do gene – e se a amostra de células 19.17 h2 = R/S = (12,5 – 10)/(15 – 10) = 0,5; a seleção
for representativa de todas as células de Dolly – en‑ para aumento da velocidade de crescimento deve
tão, Dolly manteve o padrão de inativação X existen‑ ser eficaz.
te na célula do úbere do qual ela se originou.
19.18 (98 – 100)(0,4) + 100 = 99,2
Capítulo 19 19.19 Os meios-irmãos têm 25% dos genes em comum.
Portanto, o valor máximo de h2 é de 0,14/0,25 = 0,56.
19.1 Alguns genes implicados na cardiopatia são apre‑
sentados na Tabela 19.2. Os fatores ambientais 19.20 A resposta à seleção em uma geração é R = h2 S =
incluem alimentação, prática de exercício físico e (0,3)(40 mg) = 12 mg. Portanto, o efeito acumulati‑
tabagismo. vo em 10 gerações é 10 × 12 mg = 120 mg. Assim, o
peso médio da pupa deve ser 2.120 mg.
19.2 1/16 vermelhos; 4/16 = 1/4 rosa-escuros; 6/16
rosa; 4/16 = 1/4 rosa-claros; 1/16 brancos. 19.21 As correlações para MZJ não são muito diferentes
das correlações para MZS. Evidentemente, para
19.3 A concordância em gêmeos monozigóticos é quase essas características de personalidade, a ambienta‑
o dobro da concordância em gêmeos dizigóticos. lidade (C 2 na Tabela 19.3) é desprezível.
Gêmeos monozigóticos têm duas vezes mais genes
19.22 Poderíamos representar o valor de um traço quan‑
em comum que os gêmeos dizigóticos. Os dados
titativo, T, como m + g + e + eg, em que m é a média
são uma forte indicação de que o alcoolismo tem
da população, g é o desvio por fatores genéticos,
base genética.
e é o desvio por fatores ambientais e eg é o desvio
19.4 (a) 4; (b) aproximadamente 7,6 cm; (c) frequên‑ por fatores epigenéticos decorrentes da interação
cia de 1/4. de fatores genéticos e ambientais.
Respostas de Todos os Exercícios 43

Capítulo 20 0,60 = 0,18. A soma dessas frequências – 0,2025 –


é a frequência de indivíduos com sangue tipo A.
20.1 Fre­quência de LM na população da América Cen‑
Portanto, a frequência de homozigotos IAIA en‑
tral: p = (2  53 + 29)/(2  86) = 0,78; q = 0,22.
tre todos os indivíduos com sangue tipo A é de
Fre­quência de LM na população da América do
0,0225/0,2025 = 0,1111.
Norte: p = (2  78 + 61)/(2  278) = 0,39; q = 0,61.
20.13 Supondo que a população esteja em equilíbrio de
20.2 2pq = 2(0,2)(0,8) = 0,32
Hardy-Weinberg, a fre­quência do alelo para cor
20.3 q2 = 0,0004; q = 0,02. clara é a raiz quadrada da fre­quência de homozi‑
20.4 gotos recessivos. Assim, q =   = 0,7, e a fre­
0,49
Fenótipo Frequência de Hardy-Weinberg quência do alelo para cor escura é 1 – q = p = 0,3.
De p2 = 0,09, estimamos que 0,09  100 = 9 das ma‑
M (0,78)2 = 0,61
riposas escuras na amostra são homozigotas para o
MN 2(0,78)(0,22) = 0,34
alelo dominante.
N (0,22)2 = 0,05
20.14 (a) P1 = 0,6 e P2 = 0,4. (b) Preveja as proporções
20.5 Fre­quência de pessoas que sentem o sabor (genóti‑
H-W multiplicando as frequências genotípicas es‑
pos TT e Tt): (0,4)2 + 2(0,4)(0,6) = 0,64. Fre­quência
peradas pela população e compare esses valores
de pessoas TT que sentem o sabor entre todos os que
com as frequências genotípicas observadas com
são sensíveis ao sabor: (0,4)2/(0,64) = 0,25.
um qui-quadrado:
20.6 Frequência combinada de heterozigotos = 2[(0,6)
(0,3) + (0,3)(0,1) + (0,6)(0,1)] = 0,54 Genótipo Frequência H-W Número previsto
P1P1 0,62 = 0,36 0,36 × 100 = 36
20.7 (0,00025)2 = 6,25  10–8. P1P2 2(0,6)(0,4) = 0,48 0,28 × 100 = 48
20.8 (a) Metade dos machos terá olhos rubi e 5% (0,50 P2P2 0,42 = 0,16 0,16 × 100 = 16
 0,10  100%) das fêmeas terão olhos rubi. (b) x2 = (30 – 36)2/36 + (60 – 48)2/48 + (10 – 16)2/16 =
Entre os machos, a frequência do alelo recessivo 6,25, df = 1; 6,25 é maior que 3,841, portanto, os ge‑
será de 0,5, que era sua frequência entre fêmeas nótipos observados não estão de acordo com H-W.
na geração anterior; entre as fêmeas, a frequência
do alelo recessivo será de (0,5 + 0,1)/2 = 0,3, que 20.15 A fre­quência final de GG é 0,2; a fre­quência final
é a média das frequências desse alelo em machos e de gg é 0,8.
fêmeas na geração anterior. 20.16 2pq(1 – F) = 2(0,6)(0,4)(1 – 0,5) = 0,24.
20.9 Em mulheres, a fre­quência do fenótipo dominante
20.17 (a) A fre­quência de A na população unificada é 0,5
é 0,36. A fre­quência do fenótipo recessivo é 0,64 =
e a fre­quência de a também é 0,5; (b) 0,25 (AA),
q2; assim, q = 0,8 e p = 0,2. Portanto, a fre­quência do 0,50 (Aa) e 0,25 (aa); (c) persistirão as fre­quências
fenótipo dominante em homens é p = 0,2. em (b).
20.10 A probabilidade de que o filho não afetado do ca‑
20.18 Por fim, todos os membros da população serão TT
sal seja portador do alelo mutante para fibrose cís‑
ou tt, 50% cada.
tica é 2/3. A probabilidade de que o cônjuge des‑
se indivíduo seja portador pode ser determinada 20.19 As aptidões relativas podem ser calculadas por divi‑
usando-se a incidência da doença na população. A são de cada probabilidade de sobrevida pela maior
frequência do alelo mutante é a raiz quadrada da probabilidade (0,92). Assim, as aptidões relativas
incidência – 0,045 – e a frequência de heterozigo‑ são 1 para GG, 0,98 = 1 – 0,02 para Gg, e 0,61 =
tos sob a premissa de atividade sexual aleatória é 2 1 – 0,39 para gg. Os coeficientes de seleção são s1 =
 0,045  (1 – 0,045) = 0,086. Se os dois indivíduos 0,02 para Gg e s2 = 0,39 para gg.
forem portadores, a chance de que tenham um fi‑
20.20 A frequência de a é q = 0,4; (a) portanto p = 1 – q =
lho com a doença será de 1/4. Reunindo toda essa
0,6. (b) Use o seguinte esquema:
análise, o risco de que a criança tenha fibrose cística
é, portanto, de 2/3  0,086  1/4 = 0,014, que é Genótipo AA Aa aa
sete vezes a incidência na população em geral. Frequência de Hardy-Weinberg 0,36 0,48 0,16
20.11 A fre­quência de heterozigotos = H = 2pq = 2p(1 – Aptidão relativa 1 1 0,95
p). Usando o cálculo, determine a derivada de H e
Contribuição relativa para a 0,36 0,48 0,152
iguale o resultado a zero para determinar o valor
próxima geração
de p que maximiza H: dH/dp = 2 – 4p = 0 significa
que p = 2/4 = 0,5. Contribuição proporcional para 0,363 0,484 0,153
a próxima geração
20.12 Em uma população de Hardy-Weinberg a frequên‑
cia de homozigotos IAIA é de (0,15)2 = 0,0335 e a Assim, a frequência do alelo A na próxima geração
frequência de heterozigotos IAi é de 2  0,15  será (0,363 + 0,484/2) = 0,605.
44 Fundamentos de Genética

20.21 (a) Use o seguinte esquema: 21.5 Na primeira cepa, o fator F integrou-se ao cromos‑
Genótipo CC Cc cc
somo por recombinação com o elemento IS entre
os genes C e D. Na segunda cepa, integrou‑se por
Fre­quência de (0,98) = 2
2(0,98)(0,02) (0,02)2 =
recombinação com o elemento IS entre os genes
Hardy-Weinberg 0,9604 = 0,0392 0,0004
D e E. As duas cepas transferem seus genes em or‑
Aptidão relativa 1 1 0
dens diferentes porque os dois elementos IS cro‑
Contribuição (0,9604)  1 (0,0392)  1 0
mossômicos estão em sentidos opostos.
relativa para a
próxima geração 21.6 Deve ser possível excisar os dois elementos IS50
Contribuição 0,9604/0,9996 0,0392/0,9996 0 do transpóson e inseri-los em outra parte do cro‑
proporcional = 0,9608 = 0,0392 mossomo, porque, embora IS50L não produza sua
própria transposase, IS50R constitui uma fonte
A nova fre­quência do alelo para fibrose cística é
dessa enzima.
(0,5)(0,0392) = 0,0196; assim, a incidência da
doen­ ça será (0,0196)2 = 0,00038, que é apenas 21.7 Não. IS1 e IS2 são mobilizados por diferentes
ligeiramente menor que a incidência na geração transposases.
anterior. (b) A incidência de fibrose cística não 21.8 Inserção de IS50L de cada lado do agrupamento
se modifica muito porque a seleção só pode atuar de genes de resistência a antibióticos.
contra o alelo recessivo quando está em homozigo‑
tos, que são raros na população. 21.9 Mutação tnpA: não; mutação tnpR: sim.
20.22 Caso 1: a seleção opera contra um alelo recessivo 21.10 Duas enzimas, transposase e resolvase, são necessá‑
prejudicial. Caso 2: a seleção opera contra um ale‑ rias para a transposição replicativa. Essas enzimas
lo dominante prejudicial. Caso 3: a seleção opera são codificadas por genes de Tn3. A transposase ca‑
contra um alelo prejudicial que tem alguma ex‑ talisa a formação de um cointegrado entre os plas‑
pressão em heterozigotos, ou seja, é parcialmente mídios doador e receptor. Durante esse processo,
dominante. Caso 4: a seleção opera contra ambos Tn3 é replicado de modo que haja uma cópia dele
os alelos em condição homozigota; esse é um caso em cada junção no cointegrado. A resolvase cata‑
de seleção balanceadora. lisa a recombinação sítio-específica entre os dois
elementos Tn3 e, portanto, resolve o cointegrado,
20.23 q2 = 4  10–5; assim q = 6,3  10–3 e 2pq = 0,0126. gerando duas moléculas, cada uma delas com uma
20.24 A frequência de heterozigotos diminuiria 1/(2N) cópia do transpóson. A resolvase também reprime
= 1/100 = 0,01 por geração. a síntese das enzimas transposase e resolvase.
20.25 A probabilidade de fixação de A2 é 0,5; a probabi‑ 21.11 Muitos transpósons bacterianos têm genes de re‑
lidade de perda de A3 é 1 – 0,3 = 0,7. sistência a anti­bió­ticos, e é relativamente simples
20.26 0,25. o deslocamento desses genes de uma molécula de
DNA para outra. As moléculas de DNA que adqui‑
20.27 p = 0,2; em equilíbrio, p = t/(s + t). Como s = 1, rem genes de resistência podem ser passadas para
podemos calcular t; t = 0,25. outras células em uma população de bactérias, tanto
22.28 As aptidões relativas dos genótipos HH, Hh e hh são, de modo vertical (por descendência) quanto hori‑
respectivamente, 0,5, 1 e 0,5. Em equilíbrio, a fre‑ zontal (por transferência conjugativa). Com o passar
quência de h será s/(t + s) = (0,5)/(0,5 + 0,5) = 0,5. do tempo, a exposição con­tí­nua a um anti­bió­tico se‑
leciona as células que adquiriram um gene para resis‑
20.29 No equilíbrio mutação-seleção, q =  =
u/s tência a esse anti­bió­tico. Portanto, o anti­bió­tico não
  = 0,001.
10–6/1 será mais útil no combate a essas bactérias.
20.30 q =  = 
u/s 10–6/(0,2) = 2,2  10 .
–3
21.12 O elemento Ac é constituído de 4.563 pares de nu‑
cleotídios limitados por repetições invertidas com
Capítulo 21 11 pares de nucleotídios de comprimento. O ele‑
mento Ac é ladeado por repetições diretas com 8
21.1 O par na opção (d) é de repetições invertidas e,
pares de nucleotídios; entretanto, essas repetições
portanto, poderia ser qualificado.
são criadas no momento em que o elemento é in‑
21.2 O par na opção (a) é de repetições diretas e, por‑ serido no cromossomo (duplicações de sítio-alvo)
tanto, poderia ser classificado assim. e, portanto, não são consideradas partes integran‑
tes do elemento propriamente dito. Os elementos
21.3 A resistência ao segundo anti­bió­tico foi adquirida
Ds têm as mesmas repetições invertidas terminais
por transferência gênica conjugativa entre os dois
que Ac, mas suas sequências internas variam. Pode
tipos de células.
haver algum resíduo da sequência Ac ou presença
21.4 Os elementos Tn3 têm um gene que não é essen‑ de sequências não Ac; às vezes um elemento Ds está
cial para transposição. contido em outro elemento Ds.
Respostas de Todos os Exercícios 45

21.13 A mutação cm é causada por uma inserção de Ds ou 21.25 TART e HeT-A restauram as extremidades dos cro‑
de Ac. mossomos de Drosophila.
21.14 O elemento Ac está estreitamente ligado ao alelo O2. 21.26 A taxa de transposição em seres humanos pode ser
muito menor que em Drosophila.
21.15 O alelo Bz de herança paterna foi inativado por
inserção de um elemento transponível. 21.27 O elemento Sleeping Beauty poderia ser usado como
vetor de transformação em vertebrados de modo
21.16 A transposase P para catalisar a excisão e a ausên‑
muito semelhante ao uso do elemento P em Droso-
cia de piRNA P-específicos que reprimiriam a exci‑
phila. O gene gfp poderia ser inserido entre as extre‑
são.
midades do elemento Sleeping Beauty e injetado em
21.17 Cruzamento de machos disgênicos (extremamen‑ ovócitos ou embriões junto com um elemento Sleep-
te mutáveis) com um cromossomo X selvagem e fê‑ ing Beauty intacto capaz de codificar a transposase
meas homozigotas para um cromossomo X balan‑ do elemento. Se a transposase produzida no ovócito
ceador; depois, cruzamento in­di­vi­dual das filhas ou embrião injetado atuar sobre o elemento con‑
heterozigotas da F1 com seus irmãos e pesquisa de tendo o gene gfp, pode causar a inserção desse gene
machos da F2 que não tenham o cromossomo ba‑ no DNA genômico. Então, se o ovócito ou embrião
lanceador para fenótipos mutantes, inclusive inca‑ der origem a um adulto, pode-se cruzá-lo para ve‑
pacidade de sobreviver (letalidade). As mutações rificar se há transmissão de um transgene Sleeping
identificadas nessa pesquisa provavelmente são Beauty/gfp para a geração seguinte. Desse modo, se‑
causadas por inserções de elemento P em genes ria possível obter cepas de camundongos ou peixes-
ligados ao X. zebras que expressassem o gene gfp.
21.18 21.28 Os pseudogenes processados contêm, na melhor
das hipóteses, sequências do sítio de início da trans‑
DNA com elemento P crição até a cauda poli-A do transcrito (se houver);
entretanto, não contêm o promotor do gene nem
nenhum de seus íntrons. Como esses pseudoge‑
nes não têm um promotor, não vão fundar novas
famílias de retrotranspósons. Sem um promotor,
eles não são transcritos; portanto, não produzem
DNA do gene white RNA para transcrição reversa em DNA e inserção
em outros sítios no genoma. É mais provável que o
(Deve-se ver uma alça de DNA unifilamentar cor‑ número de cópias de cada um desses pseudogenes
respondente à inserção.) processados não aumente como o número de ele‑
21.19 A transposição requer fatores produzidos pelo ge‑ mentos Alu. O elemento Alu contém um promo‑
noma da mosca; outros insetos aparentemente são tor “interno” reconhecido pela RNA polimerase
incapazes de produzir esses fatores. III. Cada inserção do elemento Alu contém esse
promotor e, portanto, pode ser transcrita em RNA
21.20 (a) Os elementos semelhantes a retrovírus têm es‑ que, em seguida, pode ser transcrito de maneira
trutura geral e comportamento similares aos dos reversa em DNA. O elemento L1 também contém
retrovírus integrados. (b) Os exemplos incluem o um promotor “interno”, mas esse promotor é re‑
elemento Ty1 em leveduras e o elemento copia em conhecido pela RNA polimerase II. A maioria dos
Drosophila. (c) Os elementos semelhantes a retro‑ genes codificadores de proteínas contém um pro‑
vírus fazem a transposição usando um intermediá‑ motor “externo” – ou seja, que não é transcrito –
rio de RNA. Há transcrição do DNA do elemento reconhecido pela RNA polimerase II.
em RNA unifilamentar e transcrição reversa deste
em DNA bifilamentar (cDNA). Então, o cDNA bi‑
Capítulo 22
filamentar é inserido em um sítio no genoma. (d)
Não. No entanto, as LTR poderiam formar pares e 22.1 A divisão desigual do citoplasma durante as divi‑
recombinar-se para cortar todas as LTR, exceto uma. sões meió­ticas; o transporte de substâncias de cé‑
lulas adjacentes, como as células nutridoras, para
21.21 Por crossing over entre os LTR de um elemento Ty1.
o ovócito em Drosophila.
21.22 Não. As sequências de íntrons seriam removidas
22.2 A mosca será estéril porque as células do polo pos‑
por processamento do RNA antes da transcrição
terior formam a linhagem germinativa em adultos
reversa em DNA.
de ambos os sexos.
21.23 Hibridização in situ com cromossomos politênicos
22.3 Coleção de mutações com fenótipos diagnósticos;
usando uma sonda TART.
mapeamento das mutações e teste de alelismo
21.24 Mesmo sentido: deleção; sentidos opostos: inversão. entre elas; testes de epistasia com mutações em
46 Fundamentos de Genética

diferentes genes; clonagem de genes in­di­vi­duais e genes têm necessariamente homologia funcional
análise de sua função em nível molecular. e estrutural. Portanto, devem‑se esperar olhos adi‑
cionais ou primórdios o ­ culares no camundongo
22.4 A divisão mitótica é tão rápida que não há tempo
com expressão de eyeless.
para a formação de membranas entre as células.
22.16 Talvez esses organismos não tenham homólogos
22.5 Discos imaginais.
dos genes BX‑C e ANT‑C porque não têm corpos
22.6 (a) Tipo selvagem; (b) letal embrionária; (c) letal segmentados com simetria bilateral como o da
embrionária; (d) tipo selvagem; (e) tipo selvagem. Drosophila. Para verificar se há homólogos desses
22.7 Na condição homozigota, a mutação causadora de genes, use o DNA de BX‑C e ANT‑C de Drosophila
fenilcetonúria tem efeito materno. As mulheres como sonda para hibridização com o DNA genô‑
homozigotas para essa mutação influenciam o de‑ mico da estrela‑do‑mar ou do ouriço‑do‑mar em
senvolvimento intrauterino dos filhos. Southern blot. As condições de hibridização devem
possibilitar a formação de dúplex por DNA sem
22.8 Algumas estruturas não se desenvolvem na porção equivalência perfeita – ou seja, em condições de
posterior do embrião. baixa estringência. De modo geral, hibridizações
22.9 Esterilidade feminina. As fêmeas afetadas por essas desse tipo são feitas em temperaturas menores
mutações põem ovos anormais que não se trans‑ que as hibridizações Southern típicas. Se as sondas
formam em embriões viá­veis. aderirem ao DNA no blot, haverá demonstração
dos homólogos aos genes BX‑C e ANT‑C no DNA
22.10 Deve pesquisar mutações letais que impeçam o de‑ genômico. Os experimentos de acompanhamento
senvolvimento normal de regiões do embrião. poderiam tentar clonar esse DNA e, por fim, se‑
22.11 As células somáticas que circundam um ovócito de quenciá‑lo para verificar a semelhança com o DNA
Drosophila em desenvolvimento no ovário determi‑ de Drosophila usado como sonda.
nam onde será clivada a proteí­na spätzle, que é o 22.17 Por teste Northern blot de RNA extraí­do dos tecidos
ligante da proteí­na receptora Toll. Por fim, essa em diferentes perío­dos durante o desenvolvimen‑
clivagem ocorrerá na face ventral do embrião em to. Hibridiza‑se o blot com sondas gene‑específicas.
desenvolvimento.
22.18 A clonagem terapêutica é a criação de um embrião
22.12 O mRNA hunchback só é traduzido em proteína na por implantação do núcleo de uma célula somática
região anterior do embrião em desenvolvimento. em um ovócito enucleado e estimulação da sua divi‑
Esse RNA é levado ao ovócito pelas células nutri‑ são. Células‑tronco são retiradas do embrião para se
doras e também é sintetizado após a fertilização diferenciarem em tecidos específicos no indivíduo
por transcrição do gene hunchback. Essa transcri‑ doador da célula somática. Esses tecidos serão gene‑
ção zigótica é estimulada por um fator de transcri‑ ticamente idênticos aos outros tecidos do indivíduo
ção codificado por mRNA bicoid de origem mater‑ – portanto, é improvável que sejam rejeitados pelo
na, localizado na parte anterior do ovócito. Assim, sistema imune. A clonagem reprodutiva é a criação
o mRNA hunchback está concentrado na parte an‑ de um embrião por implantação do núcleo de uma
terior do embrião. Além disso, o mRNA hunchback célula somática em um ovócito enucleado para dar
localizado na região posterior do embrião é ligado origem a um indivíduo.
a proteína nanos e decomposto. A proteína nanos
é concentrada na região posterior do embrião por‑ 22.19 A clonagem reprodutiva de mamíferos como car‑
que essa é a localização preferencial dos mRNA na- neiros, camundongos e gatos indica que os núcle‑
nos de origem materna. os de células somáticas têm todas as informações
genéticas para guiar o desenvolvimento de um or‑
22.13 Diferenciação ey S boss S sev S R7 ganismo viá­vel completo. Também mostra que mo‑
22.14 Se a proteína SEV for ativada – pelo ligante BOSS dificações epigenéticas da cromatina, como a inati‑
ou por uma mutação com ganho de função no gene vação do cromossomo X, podem ser redefinidas.
sev, uma proteína efetora anômala poderá impedir 22.20 A metilação do DNA, a acetilação de histonas e o
que induza a diferenciação da célula R7. Provavel‑ empacotamento de DNA em cromatina por alguns
mente a proteína SOS é um efetor downstream na via tipos de proteínas dificultam tanto a clonagem te‑
de diferenciação de R7 porque, quando é depletada rapêutica quanto a clonagem reprodutiva. Seria
por mutação de uma cópia do gene sos, as moscas preciso “reprogramar” no ovócito essas modifica‑
que têm uma proteína SEV parcialmente ativa apre‑ ções epigenéticas do DNA de células somáticas,
sentam fenótipo mutante – ou seja, há enfraqueci‑ caso contrário elas poderiam afetar o desenvolvi‑
mento da transmissão do sinal de desenvolvimento mento das células‑tronco derivadas do ovócito.
por SEV e suas proteínas efetoras downstream.
22.21 Se cada anticorpo é constituí­do de um tipo de
22.15 Como o gene Pax6 produziu o mesmo fenótipo nas cadeia leve e um tipo de cadeia pesada, e se
moscas que a hiperexpressão do gene eyeless, esses as cadeias leves e pesadas podem se combinar
Respostas de Todos os Exercícios 47

livremente, a possibilidade de produzir 100 mi‑ Além disso, alguns íntrons contêm sequências de‑
lhões de anticorpos diferentes implica a existên‑ nominadas silenciadores, que regulam negativa‑
cia de 10.000 genes de cadeia leve e 10.000 genes mente a transcrição. A retirada dessas sequências
de cadeia pesada (10.000  10.000 = 100 mi‑ poderia levar à transcrição, que não ocorreria nor‑
lhões). Se cada cadeia leve tem 220 aminoá­ malmente.
cidos, cada gene de cadeia leve contém neces‑
23.7 Os produtos desses genes têm papéi­s importantes
sariamente 3  220 = 660 nucleo­tí­dios, porque
nas atividades celulares.
cada aminoá­cido é especificado por uma trinca
de nucleo­tí­dios; do mesmo modo, cada gene de 23.8 Mutações nesses códons causam alterações nos
cadeia pesada tem 3  450 = 1.350 nucleo­tí­dios. aminoácidos que ativam a proteína Ras.
Portanto, o genoma tem de conter 10.000  660
23.9 As células NIH 3T3 cultivadas provavelmente têm
= 6,6 milhões de nucleo­tí­dios dedicados à pro‑
outras mutações que predispõem ao câncer; a
dução da cadeia leve e 10.000  1.350 = 13,5 mi‑
transfecção dessas células com um oncogene c-H-ras
lhões de nucleo­tí­dios dedicados à produção da
mutante pode ser a última etapa no processo de
cadeia pesada. Ao todo, então, o genoma tem de
transformação em células cancerosas. As células
conter 19,5 milhões de nucleo­tí­dios dedicados à
embrionárias cultivadas provavelmente não têm as
codificação dos aminoá­cidos das várias cadeias
mutações predisponentes necessárias para que se
de anticorpos.
tornem cancerosas; portanto, con­ti­nuam a se divi‑
22.22 Não, porque a sequência codificadora Vk precisa dir normalmente quando são transfectadas com o
estar ligada à sequência codificadora da região oncogene c-H-ras mutante.
constante para codificar uma cadeia leve kappa
23.10 A proteína Ras é um ativador da divisão celular,
completa.
enquanto a proteína RB é um inibidor da divisão
celular.
Capítulo 23
23.11 O retinoblastoma é resultado da condição homo‑
23.1 O câncer foi denominado doen­ça genética porque zigota para um alelo com perda de função (reces‑
é causado por mutações de genes que controlam
sivo). A ocorrência esporádica de retinoblastoma
o crescimento e a divisão celulares. As formas não
requer duas mutações desse gene na mesma célula
hereditárias de câncer são causadas por mutações
ou linhagem celular. Portanto, o retinoblastoma
das células somáticas. Essas mutações, porém, po‑
é raro em in­di­ví­duos que, no momento da con‑
dem ser induzidas por fatores ambientais, entre eles
cepção, são homozigotos para o alelo selvagem do
fumaça do tabaco, poluentes quí­micos, radiação io‑
gene RB. Nesses in­di­ví­duos, espera-se que a fre­
nizante e luz UV. As formas hereditárias de câncer
quência de tumores nos dois olhos seja igual ao
também incluem frequentemente a ocorrência de
quadrado da fre­quência de tumores em um olho.
mutações somáticas induzidas pelo ambiente.
Indivíduos heterozigotos para um alelo RB mutan‑
23.2 As células cancerosas não apresentam inibição por te necessitam de apenas uma mutação somática
contato – elas se acumulam umas sobre as outras –, para desenvolver retinoblastoma. Como existem
enquanto as células embrionárias propagam-se em milhões de células em cada retina, é alta a proba‑
lâminas. Células cancerosas são, com frequência, bilidade de que essa mutação somática ocorra em
aneuploides; células embrionárias são euploides. pelo menos uma célula em cada olho, levando ao
surgimento de tumores nos dois olhos.
23.3 A aneuploidia poderia incluir a perda de cópias
funcionais de genes supressores tumorais ou a du‑ 23.12 A probabilidade de que um portador não tenha
plicação imprópria de proto-oncogenes. A perda retinoblastoma é de 0,05, igual à probabilidade de
de genes supressores tumorais eliminaria os freios que o alelo RB de tipo selvagem não seja inativado
naturais da divisão celular, e a duplicação de pro‑ por mutação durante as divisões celulares que for‑
to-oncogenes aumentaria a abundância de fatores mam a retina. Se a taxa de inativação mutacional
que promovem a divisão celular. é u = 10–6 por divisão celular, e n é o número de
divisões celulares, então 0,05 = (1 – u)n. Se calcu‑
23.4 Não. Um vírus que tivesse uma cópia processada
larmos os logaritmos nos dois lados, log (0,05) =
de um gene supressor tumoral não induziria a for‑
n log (1 – u), que, com boa aproximação, é igual
mação de tumor, porque o produto do gene su‑
a n log (u). Depois de substituir u por 10–6, verifica‑
pressor tumoral ajudaria a restringir o crescimen‑
mos que n = 1,3  106.
to e a divisão celulares.
23.13 Em nível celular, as mutações com perda de fun‑
23.5 Eles têm íntrons.
ção do gene RB são recessivas; uma célula hetero‑
23.6 A ausência de íntrons poderia acelerar a expres‑ zigota para essa mutação divide-se normalmente.
são da proteína produzida pelo gene, porque não Entretanto, quando há uma segunda mutação, essa
haveria necessidade de recomposição (splicing). célula torna-se cancerosa. Se a primeira mutação de
48 Fundamentos de Genética

RB foi hereditária, existe uma alta probabilidade de 23.20 Mutações com perda de função no domínio de
que o portador dessa mutação desenvolva retinoblas‑ ligação ao DNA de p53 extinguem a capacidade
toma porque uma segunda mutação pode ocorrer dessa proteína de ativar a transcrição de genes-
a qualquer momento durante a formação da retina alvo cujos produtos participam da restrição da
nos dois olhos. Assim, o in­di­ví­duo está predisposto divisão celular ou da promoção da morte celular
a desenvolver retinoblastoma, e é essa predisposição programada. Sem restrição da divisão celular ou
que tem um padrão de herança dominante. promoção da morte celular programada, as células
acumulam danos no DNA e tornam-se cancerosas.
23.14 É recomendável que II-1 faça o teste para a mutação
BRCA1 que, ao que tudo indica, está associada ao 23.21 Se uma célula fosse heterozigota para uma muta‑
câncer ovariano da mãe e da irmã. Caso ela tenha ção que causou a união firme e constitutiva de p53
essa mutação, pode-se recomendar uma ooforecto‑ ao DNA de seus genes-alvo, seu crescimento e sua
mia profilática para diminuir a chance de câncer. divisão poderiam ser retardados ou poderia haver
Caso ela não tenha a mutação presente na mãe e na indução de apoptose. Essa célula seria mais sensí‑
irmã, sua probabilidade de ter câncer ovariano não vel aos efeitos da radiação ionizante porque a ra‑
é maior que nas mulheres da população em geral. diação aumenta a expressão de p53 e, nesse caso,
p53 estaria predisposta a ativar seus genes-alvo,
23.15 Por ligação aos fatores de transcrição E2F, pRB im‑
causando resposta celular vigorosa à radiação.
pede que esses fatores de transcrição ativem seus
genes-alvo, que codificam proteí­nas que partici‑ 23.22 Camundongos homozigotos para knockout do gene
pam do progresso do ciclo celular; portanto, pRB TPR3 seriam menos sensíveis aos efeitos extermina‑
é um regulador negativo de fatores de transcrição dores da radiação ionizante, porque p53 seria inca‑
que estimulam a divisão celular. paz de mediar a resposta apoptótica à radiação.
23.16 A 25°C, a divisão celular deve ser normal – igual 23.23 Provavelmente, elas diminuí­ram a capacidade de
à ocorrida nas células homozigotas para um alelo ligação de pAPC à b-catenina.
selvagem do gene E2F. A 35°C, é provável que haja
comprometimento da divisão, seja por causa da li‑ 23.24 Todos os três genes (RB, p130 e p107) são essen‑
gação improdutiva da proteína E2F à sequência em ciais para o desenvolvimento embrionário, embora
seu gene-alvo, seja por causa da dimerização de um sozinhos p130 e p107 sejam dispensáveis, possivel‑
polipeptídio E2F mutante com um polipeptídio mente em razão da atividade redundante de seus
E2F de tipo selvagem e consequente supressão da produtos. (É necessário que ambos os produtos gê‑
função ativadora do polipeptídio selvagem. nicos sejam inativados para que se observe algum
efeito deletério.) Em adultos, apenas pRB parece
23.17 As células homozigotas para uma mutação com participar da inibição da formação de tumores.
perda de função no gene p16 podem se dividir de
maneira descontrolada porque a proteí­na p16 não 23.25 A maior irritação do epitélio intestinal causada
seria capaz de inibir a atividade de ciclina-CDK por uma dieta pobre em fibras e rica em gordura
durante o ciclo celular. Portanto, o gene p16 seria aumentaria a necessidade de divisão celular nesse
classificado como gene supressor tumoral. tecido (para substituir as células perdidas em virtu‑
de da irritação), com aumento correspondente da
23.18 As células heterozigotas para uma mutação ativa‑ oportunidade de ocorrência de mutações causado‑
dora dominante no gene BCL-2 seriam incapazes ras de câncer.
de executar a via de morte celular programada em
resposta à lesão do DNA induzida por radiação. 23.26 O gene KAI1 é um gene supressor do tumor da
Essas células continuariam a se dividir e a acumu‑ próstata. A inativação funcional desse gene possi‑
lar mutações; por fim, haveria uma boa chance bilita o surgimento de tumores da próstata.
de que se tornassem cancerosas. Portanto, o gene 23.27 Não. Aparentemente, há outra via, não mediada
BCL-2 seria classificado como proto-oncogene. por p53, que leva à ativação do gene p21.
23.19 As células homozigotas para uma mutação com
perda de função no gene BAX seriam incapazes Capítulo 24
de evitar a repressão da via de morte celular pro‑ 24.1 Entre outras coisas, Darwin observou nas ilhas espé‑
gramada pelo produto gênico BCL-2. Consequen‑ cies diferentes entre si e das espécies continentais,
temente, essas células seriam incapazes de execu‑ mas que ainda eram suficientemente semelhantes
tar essa via em resposta à lesão do DNA induzida para indicar um parentesco. Ele também observou
por tratamento com radiação. Essas células con­ti­ variação nas espécies, sobretudo em raças domes‑
nuariam a se dividir e a acumu­lar mutações; por ticadas, e viu como as características de um orga‑
fim, haveria uma boa chance de que se tornassem nismo poderiam ser modificadas por cruzamento
cancerosas. O gene BAX seria classificado como seletivo. As observações de organismos fossilizados
gene supressor tumoral. indicaram que algumas espécies foram extintas.
Respostas de Todos os Exercícios 49

24.2 Darwin não compreendia o mecanismo de heran‑ um carboidrato complexo obtido de dois organis‑
ça; ele não conhecia os princípios de Mendel. mos diferentes é pequena ou nula. Além disso, os
carboidratos complexos não são parte do mecanis‑
24.3 A fre­quência do alelo a é 0,06 na população da
mo genético; sua formação é, em última análise, es‑
África do Sul e 0,42 na população da Inglaterra.
pecificada pela ação de enzimas, que são produtos
As fre­quências genotípicas previstas consideran‑
gênicos, mas eles próprios não são material genético
do-se que haja cruzamento aleatório são:
nem produtos do material genético.
Genótipo África do Sul Inglaterra 24.10 A árvore à esquerda necessitaria de nove mutações.
aa (0,06)2 = 0,004 (0,42)2 = 0,18 Essas mutações são uma deleção no ramo que leva
ab 2(0,06)(0,94) = 2(0,42)(0,58) = ao ancestral comum das sequências 1, 2 e 3; a inser‑
0,11 0,49 ção de um TE na ramificação que leva ao ancestral
bb (0,94)2 = 0,88 (0,58)2 = 0,33 comum das sequências 1 e 2; e sete alterações de
pares de bases: uma que leva à sequência 1, outra
24.4 A frequência do padrão de bandeamento ST di‑ que leva à sequência 2, duas que levam à sequên‑
minui à medida que aumenta a altitude. Portanto, cia 3 e três que levam à sequência 4. A árvore do
os dados indicam que esse polimorfismo cromos‑ meio também necessitaria de nove mutações. Nessa
sômico apresenta declínio altitudinal. árvore, consideramos que a descontinuidade é an‑
cestral – o que significa que a sequência 4 adquiriu
24.5 Na amostra, a fre­quência do F é (2  32 + 46)/(2 uma “inserção” na posição da descontinuidade. As
 100) = 0,55 e a fre­quência do alelo S é 1 – 0,55 = outras mutações são a inserção de um TE no ramo
0,45. As fre­quências genotípicas previstas e obser‑ que leva ao ancestral comum das sequências 1 e
vadas são: 2, além de sete alterações de pares de bases: uma
que leva à sequência 1, outra que leva à sequência
Genótipo Observado Previsão de Hardy-Weinberg
2, duas que levam à sequência 3 e três que levam à
FF 32 100  (0,55)2 = 30,25 sequência 4. A árvore à direita também necessita‑
FS 46 100  2(0,55)(0,45) = 49,5 ria de nove mutações. Mais uma vez, consideramos
SS 22 100  (0,45)2 = 20,25 que a descontinuidade é ancestral; evidentemente,
houve uma “inserção” na posição da descontinuida‑
Para verificar o consenso entre os valores obser‑ de no ramo que leva à sequência 4. A inserção do
vado e previsto, calculamos uma estatística de TE também pode ser considerada ancestral, com
qui‑quadrado com um grau de liberdade: x2 = perda no ramo que leva ao ancestral comum das
(obs. – prev.)2/prev. = 0,50, que não é significati‑ sequências 3 e 4. Também há sete alterações de pa‑
va no nível de 5%. Assim, a população parece estar res de bases nessa árvore: uma que leva à sequência
em equilíbrio de Hardy-Weinberg para o locus da 1, outra que leva à sequência 2, duas que levam à
ál­cool desidrogenase. sequência 3 e três que levam à sequência 4. Essas in‑
terpretações dos dados pressupõem que inserções
24.6 Há quatro alelos. e deleções (descontinuidades) sejam reversíveis e
24.7 Na terceira posição de alguns dos códons. Por causa que não haja como saber qual foi o modo de evolu‑
da degeneração do código genético, diferentes có‑ ção da sequência – ou seja, por inserção ou deleção.
dons podem especificar o mesmo aminoá­cido. A de‑ Entretanto, se soubermos, por exemplo, que o TE é
generação é mais acen­tuada na terceira posição de um retrotranspóson incapaz de excisão, então serão
muitos códons, onde pode haver diferentes nucleo­tí­ necessárias mais de nove mutações para explicar à
dios sem modificação do aminoá­cido especificado. árvore à direita. As inserções de TE ocorreram de
maneira independente nos ramos que levam às se‑
24.8 Íntrons não codificam aminoácidos; a maioria dos quências 1 e 2, e não é necessário supor a excisão
éxons, sim. Muitos nucleotídios – talvez a maioria do TE no ramo que leva ao ancestral comum das
– de um íntron podem ser modificados sem pre‑ sequências 3 e 4. Desse modo, com base na suposi‑
judicar a expressão do gene ou a integridade de ção de que o TE não seja excisável, são necessárias
seu produto polipeptídico. Por outro lado, muitos dez mutações para explicar a árvore à direita. Feita
nucleotídios nos éxons – sobretudo a primeira e a essa ressalva, as árvores da esquerda e do meio são
segunda posições dos códons – são funcionalmen‑ as explicações mais parcimoniosas para a evolução
te limitados pelos aminoácidos especificados. das quatro sequências.
24.9 Os carboidratos complexos não são “documentos 24.11 As histidinas são rigorosamente conservadas por‑
da história evolutiva” porque, embora sejam polí‑ que têm uma importante função – ancoragem do
meros, são tipicamente constituí­dos de uma subuni­ grupo heme na hemoglobina. Como esses aminoá­
dade incorporada repetidas vezes em uma cadeia. cidos são fortemente restringidos pela seleção na‑
Esse polímero tem pequeno ou nenhum “conteú­do tural, não evoluem por mutação e deriva genética
de informações”. Assim, a oportunidade de distinguir aleatória.
50 Fundamentos de Genética

24.12 O tempo evolutivo total decorrido é 0,800/0,9 = Graças ao embaralhamento de éxons, é possível
880 milhões de anos, que devem ser distribuídos aumentar o número de genes de um genoma sem
igualmente entre as linhagens dos genes a e b por necessidade de que os genes evoluam “a partir do
divisão por dois; assim, estima-se que o tempo de‑ zero”. No entanto, os projetos de sequenciamento
corrido desde a duplicação seja de 440 milhões de do genoma indicam que o número de genes em
anos. vertebrados multicelulares complexos não é muito
diferente do número de genes em invertebrados
24.13 Estime o número médio de substituições por sítio
multicelulares simples ou em vegetais. Se, a julgar
na molécula de ribonuclease por –ln(S), em que S =
por seus fenótipos, os vertebrados multicelulares
(124 – 40)/124 = 0,68, a proporção de aminoá­cidos
necessitam de mais produtos gênicos que os inver‑
iguais nas moléculas de rato e de boi. Portanto, o
tebrados de fenótipo mais simples, como C. elegans,
número médio de substituições por sítio desde que
a recomposição alternativa poderia prover alguns
as linhagens de boi e rato divergiram de um ances‑
tral comum é 0,39. A taxa evolutiva nas linhagens desses produtos gênicos sem aumentar o número
de boi e rato é de 0,39/(2  80 milhões de anos) = de genes.
2,4 substituições por sítio a cada bilhão de anos. 24.21 Cruzamento de D. mauritiana com D. simulans para
verificar se essas duas espécies estão isoladas repro‑
24.14 Se n alelos têm frequências iguais, a frequência
dutivamente. Por exemplo, elas produzem descen‑
de qualquer alelo é 1/n. No caso de cruzamento
dentes? Em caso afirmativo, a prole é fértil?
aleatório, a frequência de homozigotos para deter‑
minado alelo é (1/n)2. Portanto, a frequência de 24.22 A especiação alopátrica é a divergência genética
todos os homozigotos é (1/n)2 = n(1/n)2 = 1/n. de populações separadas geograficamente. A espe‑
ciação simpátrica é a divergência genética de po‑
24.15 O inverso da taxa, ou seja, 1/K. pulações que habitam o mesmo território.
24.16 A fração de sítios polimórficos entre os nucleotídios 24.23 A interação Kpn-pn é um exemplo do tipo de epis‑
silenciosos é 13/192 = 0,068. Se houvesse o mes‑ tasia negativa que poderia impedir que popula‑
mo nível de polimorfismos entre os nucleotídios ções evoluí­ das separadamente se fundissem em
não silenciosos, o número de polimorfismos de uma população pan-mítica. A mutação Kpn teria
aminoácidos seria 225  0,067 = 17,2. Na verda‑ evoluí­do em uma população e uma mutação pn
de, Kreitman observou apenas um polimorfis- em outra população geograficamente separada.
mo de aminoácido – indicação de que as modifica‑ Quando as populações se juntam, as duas muta‑
ções de aminoácidos na álcool desidrogenase são ções podem ser reunidas na mesma mosca por in‑
prejudiciais. tercruzamento. Se a combinação dessas mutações
24.17 A proteí­na com a maior taxa evolutiva não é tão for letal, as populações previamente separadas não
restringida pela seleção natural como a proteí­na serão capazes de trocar genes; ou seja, elas estarão
com a menor taxa evolutiva. reprodutivamente isoladas.

24.18 A diferença nas razões NS:S sugere que, em pelo 24.24 A maior diversidade de haplótipos refere-se ao
menos uma linhagem, a seleção positiva vem ope‑ número de diferentes haplótipos encontrados em
rando para modificar nucleotídios no gene. uma população. Se as populações humanas africa‑
nas têm a maior diversidade de haplótipos, aparen‑
24.19 As se­quências repetitivas próximas podem mediar temente essas populações tiveram mais tempo para
o pareamento deslocado durante a meiose. A tro‑ acumular haplótipos diferentes – ou seja, são mais
ca com a participação das se­quências deslocadas antigas que as outras populações. Portanto, a maior
pode duplicar a região entre elas. diversidade de haplótipos em populações humanas
24.20 O embaralhamento de éxons é uma maneira de africanas é uma indicação de que elas estão na raiz
criar genes que têm partes de diferentes origens. da árvore evolutiva do ser humano moderno.

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