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Núcleo Celular

Eduardo Gonçalves Pereira – Biomedicina UMESP 2018

Definição: A existência do núcleo é a principal característica que distingue a célula eucarionte do


procarionte. A maior parte da informação genética da célula está contida no DNA do núcleo, havendo
apenas uma pequena porção fora dele, nas mitocôndrias e cloroplastos.
Função: Núcleo controla o metabolismo celular pela transcrição do DNA nos diferentes tipos de RNA, que
são traduzidos em proteínas, os efetores finais da informação genética.

Onde é encontrado e características:

 Células eucariontes (animal e vegetal);


 Geralmente no centro da célula, em células vegetais é periférico devido ao grande vacúolo que
ocupa quase todo espaço intracelular;
 Acompanha o formato da célula;
 Tamanho depende do metabolismo;
 A maioria das células apresenta um único núcleo, apesar de existirem células com dois ou mais
núcleos. São exemplos algumas células hepáticas que são binucleadas e a fibra muscular estriada
esquelética, que contem várias dezenas de núcleos

O núcleo é composto por:


1. Envoltório nuclear (lamina nuclear ou carioteca)

 O envoltório nuclear é constituído por duas membranas (5 – 6nm) perfuradas por um número
variável de poros que controlam o trânsito de moléculas;
 Face nucleo-plasmática da membrana interna associa-se uma rede de filamentos que constitui a
lâmina nuclear, a lâmina é constituída pelas proteínas laminas que pertencem a uma classe de
filamentos intermediários nucleares. Mantém a forma e dá suporte estrutural. A membrana
externa contém ribossomos aderidos à sua superfície citoplasmática e apresenta continuidade com
o retículo endoplasmático rugoso;
 Responsável pela manutenção do núcleo como um compartimento distinto e permitindo que a
célula controle o acesso ao seu material genético;
 Visível apenas ao microscópio eletrônico;
 As membranas do envoltório são lipoproteicas, contendo em torno de 30% de lipídios e 70% de
proteínas, dentre as quais algumas são glicoproteínas. Cerca de 90% dos lipídios são fosfolipídios e
os 10% restantes são triglicerídeos, colesterol e ésteres de colesterol. Dentre as proteínas
transmembranas, temos:
Nesprinas: responsável pela ancoramento e posição do núcleo na célula (interage com
citoesqueleto);
Emerina: receptor para filamentos de lâminina;
LAPI1 e LAPI2: associada a polipeptídeo.

1.1. O envoltório nuclear é perfurado pelos complexos de poros


 O envoltório nuclear não é continuo como as demais membranas biológicas. Em alguns pontos, a
membrana externa funde-se com a interna, formando os poros nucleares;
 Esses poros são parcialmente preenchidos por agregados proteicos, os complexos de poro, que
permitem e regulam o trânsito de macromoléculas entre o núcleo e o citoplasma;
 Estima-se que os complexos de poro sejam constituídos por mais de 100 moléculas proteicas,
coletivamente denominadas nucleoporinas (Nup). Cada complexo contém cerca de 30 tipos
diferentes de nucleoporinas;
 O trânsito de moléculas através dos complexos de poro pode ocorrer tanto por transporte passivo
quanto por ativo. Água, íons e pequenas moléculas de até 9 nm de diâmetro atravessam
rapidamente o complexo de poro nos dois sentidos;
 As proteínas marcadas para destino nuclear atravessam os complexos de poro por um mecanismo
que consome energia fornecida pelo GTP. Os sinais de destinação nuclear são reconhecidos pelos
receptores de importação, que são proteínas citoplasmáticas da família das importinas;
 A exportação de RNA do núcleo para o citoplasma é semelhante à importação de proteínas, mas
atua em direção oposta. Esse processo também é mediado por receptores de exportação
específicos, ou seja, uma família de proteínas denominadas exportinas;
 A molécula Ran – related nuclear protein: Controla o sentido/direção do transporte de moléculas
entre o núcleo e o citoplasma; Quebra /hidrolisa o GTP – fornecer energia para passagens de
moléculas para o citoplasma ou para o núcleo; Depois da passagem a Ran fica livre para novo
transporte.

2. Nucleoplasma: Solução H2O, proteínas, RNAs, nucleosídeos e nucleotídeos e íons. Sua função é
preencher o núcleo celular que contém os filamentos de cromatina e o nucléolo. É um local onde ocorrem
reações e sua composição química é variada. Uma das reações é a duplicação do DNA e a síntese do RNA.

2.1 O material genético está́ na forma de cromatina

 No núcleo interfásico, a cromatina se apresenta compactada e/ou descompactada. No núcleo


em divisão (mitose ou meiose), a cromatina está altamente compactada, constituindo os
cromossomos;
 A disposição da cromatina no interior do núcleo e o seu grau de condensação variam de um tipo
celular para outro e são característicos de cada tipo celular;
 As proteínas que se associam ao DNA para formar a cromatina são classificadas em histônicas e
não histônicas;
 As histonas são proteínas básicas que têm alta porção de: LISINA e ARGININA, bastante
estáveis, não sendo renovadas constantemente, como a maioria das proteínas celulares. Elas se
ligam ao DNA graças à interação de seus radicais amino com os radicais fosfato do DNA;
 Há cinco tipos principais de histonas, classificadas de acordo com seu teor em lisina e/ou
arginina: H1(existem 6 subtipos; contem cerca de 220 AA), H2A, H2B, H3 e H4 (contém cerca de
103 a 135 AA; são chamadas de histonas nucleossomas – unidades básicas de enrolamento
cromatínico)
 As proteínas não histônicas do núcleo podem estar ligadas ao DNA ou dispersas no
nucleoplasma. De acordo com suas atividades funcionais, é possível distinguir os seguintes
grupos: Proteínas que participam da estrutura dos cromossomos. Proteínas relacionadas com os
processos de replicação e reparo do DNA, como as DNA polimerases, helicases, topoisomerases
etc. Proteínas que participam do processo de ativação e repressão gênica.
2.2 Estrutura molecular da cromatina

 A unidade estrutural básica da cromatina foi denominada de nucleossomo. O nucleossomo é


uma partícula com forma cilíndrica achatada, com 10 nm de diâmetro e 6 nm de altura. Cada
nucleossomo é constituído por 200 pares de bases (pb) de DNA associados a um octâmero de
histonas (2 H2a – 2 H2b – 2 H3- 2 H4).
2.3 Cromatina e expressão da informação genética

 GENE: uma sequência de nucleotídeos do DNA que é expresso em um produto funcional: uma
molécula de RNA ou em uma cadeia polipeptídica. O genoma das células eucariontes apresenta
uma grande quantidade de sequências de DNA que não são convertidas em produtos
funcionais, que não são codificadora. Esses genes apresentam segmentos codificadores,
chamados éxons, separados por segmentos não codificadores, ou íntrons
 Nucleotídeos: conjunto formado pela associação de 3 moléculas – uma base nitrogenada, um
grupamento fosfato e um açúcar do grupo das pentoses.

O processamento das moléculas de RNA ocorre no núcleo e envolve o splicing, que consiste na remoção e
digestão dos íntrons e na posterior junção dos éxons.

3. Nucléolos

 O nucléolo é o local de síntese do RNA ribossômico e de montagem das subunidades


ribossômicas
 Morfologia: Formações intranucleares arredondadas, basófilas
Existe uma porção da heterocromatina presa ao nucléolo = cromatina associada ao nucléolo

M.Eletrônico: há 3 porções do nucléolo

REGIÃO GRANULAR
REGIÃO FIBRILAR
REGIÕES CROMOSSÔMICAS ORGANIZADORAS DO NUCLÉOLO

 Composição química: RNA RIBOSSOMAL + PROTEÍNAS


REFERÊNCIAS: CARNEIRO, Junqueira. Biologia Celular e Molecular 9ºe

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