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O NÚCLEO E AS DIVISÕES CELULARES

NÚCLEO CELULAR
Importância do Núcleo
No final do século XIX, Balbiani executou com amebas
um processo conhecido por merotomia. Ao microscópio,
seccionava mecanicamente esses organismos unicelulares
em dois fragmentos, um nucleado e outro anucleado. O
fragmento anucleado tornava-se esférico, parava de se Como as proteínas têm papel catalítico ou estrutural,
locomover e de se alimentar, morrendo cerca de 20 dias o DNA nuclear controla o metabolismo e mantém a arqui-
depois. O fragmento nucleado vivia normalmente. Caso tetura celular.
dentro das primeiras horas após a merotomia o fragmen-
to anucleado recebesse o núcleo transplantado de uma Estrutura do Núcleo Interfásico

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outra ameba, voltava a locomover-se e alimentar-se nor-
malmente e podia se reproduzir. Uma típica característica do núcleo é a variação que
sofre durante a vida celular. Quando não está em divisão,
é chamado núcleo interfásico. A divisão celular (mitose e
meiose) envolve profundas modificações nucleares, po-
dendo o núcleo ser caracterizado de mitótico, meiótico ou
interfásico.
núcleo
envelope
nuclear

A)
Essas observações sugeriam o papel do núcleo como
controlador da atividade celular.
Núcleos interfásicos isolados degradam glicose, sinte-
tizam ATP e proteínas. No nível do DNA nuclear, depositá- cromatina
rio de caracteres hereditários e controlador de atividade
nucléolo
celular, estão as informações genéticas da célula.
nucleoplasma
O núcleo tem atividade autossintética. Cada uma de
suas moléculas de DNA pode originar uma cópia idênti-
ca de si mesma, em um processo chamado replicação. As
informações do DNA são passadas para o citoplasma por poros
moléculas de RNA mensageiro, cuja produção é a trans- B)
envelope
crição, que emprega as moléculas de DNA como “molde”. nuclear
O RNA mensageiro dirige-se ao citoplasma, onde a sua
leitura pelos ribossomos determina a produção de prote- Esquema de uma célula eucariótica
ínas, na tradução. (A) e esquema do núcleo em destaque (B).

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Nos eucariotos, o núcleo interfásico apresenta os se-


guintes elementos:
• Envoltório nuclear: também chamado cario-
teca, membrana nuclear ou cariomembrana. É
formada por uma dupla membrana lipoproteica
porosa. Apresenta continuidade com o retículo cromatina condensada du-
rante a fase de divisão celular
endoplasmático o qual pode estar aderido a ri-
bossomos.
• Cariolinfa: também chamada nucleoplasma,
suco nuclear ou matriz nuclear. Refere-se ao co-
loide que preenche o interior do núcleo formado
por proteínas, RNA, fosfolipídeos, DNA, água e
sais minerais.
• Nucléolo: também conhecido como plasmosso-
cromatina descondensada
mo, é um corpúsculo intranuclear onde se for- durante a fase de intérfase
mam os ribossomos. Cada nucléolo é rico em
RNAr e proteínas, além de possuir um fragmento
de DNA responsável pela transcrição do RNAr. É
a união deste RNAr e proteínas que formam os
ribossomos.
• Cromatina: O complexo de DNA e de proteínas
histonas é denominado cromatina. O DNA carre- Micrografia de células da raiz de uma planta,
ga a informação genética; as proteínas organizam vistas ao microscópio óptico, evidenciando célula em
divisão celular e células com núcleo interfásico
fisicamente o cromossomo e regulam a atividade (aumento aproximado de 750 vezes e colorido artificial).
do DNA. A cromatina troca dramaticamente de
forma durante a mitose e a meiose. Durante a
interfase, a cromatina está desespiralizada e tão
“embolada” entre si e com as outras cromatinas dupla-hélice
que não pode ser vista no núcleo por microscó- do DNA
pio ótico. Durante a mitose e a meiose, as cro-
matinas começam a se espiralizar, passando a
ser chamadas de cromossomos. Mas durante a
maior parte da mitose e da meiose, a cromatina
está altamente compactada e os cromossomos
aparecem como objetos densos e volumosos.
Essas formas que se alternam estão relacionadas
à função da cromatina durante as diferentes fa- histona
ses do ciclo celular. Antes de cada mitose, o ma-
terial genético é replicado. Na mitose, o material
genético replicado é separado em dois novos
núcleos. Essa separação é fácil de ser alcançada
se o DNA estiver nitidamente arranjado em uni-
dades compactas e não todo emaranhado como
um “prato de espaguete”. Durante a interfase,
entretanto, o DNA deve dirigir as atividades da
célula. Tais funções necessitam que partes do
DNA estejam desenroladas e expostas para que 1400 nm
possam interagir com enzimas.
cromossomo
Quando observamos o núcleo interfásico, notamos
dois tipos de cromatina: a heterocromatina, com Representação do DNA de células eucarióticas associado
os filamentos condensados, e a eucromatina, com às proteínas histonas na organização da cromatina.
Os cromossomos, estado condensado da cromatina,
filamento menos condensados e com genes ativos.
só podem ser visualizados no núcleo da célula quando
Quando as cromatinas encontram-se no máximo esta se encontra em processo de divisão.
de condensação é chamado de cromossomo.

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mado por uma molécula fita dupla de DNA e proteínas)


enquanto que, na fase G2, a cromatina possui dois fila-
mentos unidos por uma constrição chamada centrômero.
heterocromatina Cada um destes filamentos que compõem a cromatina de-
nomina-se cromátide. Os dois filamentos de uma mesma
nucléolo cromatina dupla são cromátides-irmãs.
Fica subentendido, portanto, que é na fase S da intér-
eucromatina fase que ocorre o processo de duplicação das cromatinas,
o que envolve a síntese de uma nova molécula de DNA, e
citoplasma
portanto, na fase G1 são produzidos RNA e proteínas.
Micrografia de corte do núcleo interfásico, mostrando heterocromatina
e eucromatina (microscopia eletrônica de transmissão; aumento
aproximado de 2 130 vezes e colorido artificial).

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A B C D E

Esquema dos graus de compactação da cromatina, do menos compactado
(A) para o mais compactado (E). No núcleo interfásico, a cromatina que Cromossomos
apresenta maior grau de compactação é chamada de heterocromatina Como já foi visto, durante a intérfase, o DNA associa-
e encontra-se inativa; já a cromatina com menor grau de compactação do à proteínas encontra-se desespiralizado, recebendo o
recebe o nome de eucromatina e encontra-se em intensa atividade gênica.
nome de cromatina. Este formato se altera durante a mi-
A intérfase é subdivida em três fases: G1, S e G2. Na tose e a meiose, fases em que as cromatinas começam a
fase G1, a cromatina apresenta um único filamento (for- se compactar, passando a ser chamadas de cromossomos.
DNA fita dupla

Conjunto de oito
moléculas de histonas 2 nm
Uma molécula de DNA ligada com
histonas, formando um vasto número
DNA Histona H1 de nucleossomos.

Os nucleossomos
formam “contas”
na “fita” de DNA.

Os nucleossomos se empacotam em uma


espiral que gira em outra espiral maior, e
assim por diante, produzindo fibras de
cromatina superenroladas e condensadas.

30 nm As espirais se do-
bram para formar
alças.

As alças se espiralam ainda


mais, formando um cro- O DNA se empacota no
300 nm mossomo.
cromossomo mitótico. O
Cromossomos nucleossomo, formado
em metáfase pelo DNA e pelas histonas,
é a parte essencial desta
700 nm estrutura altamente
1.400 nm compactada.

Extensivo 196
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Classificação dos Cromossomos


Todo cromossomo apresenta uma região especial, centrômero, em geral localizada em um estrangulamento do cro-
mossomo condensado. É por meio dessa região que os cromossomos duplicados se prendem aos microtúbulos encarre-
gados de separar as cromátides durante as divisões celulares.
O centrômero divide o cromossomo em duas partes, que os cito-
logistas denominam braços cromossômicos. A posição do centrômero
(e, consequentemente, o tamanho relativo dos braços cromossômicos)

Braço
serve de critério para classificar os cromossomos em quatro tipos:
• (figura A) metacêntrico: o centrômero está no meio e os dois

Centrômero
braços têm, aproximadamente, o mesmo tamanho;
• (figura B) submetacêntrico: o centrômero é um pouco desloca-
do da região mediana e os braços têm tamanho desigual;

Braço
• (figura C) acrocêntrico: o centrômero localiza-se perto de uma
das extremidades e um dos braços é bem maior que o outro;
• (figura D) telocêntrico: o centrômero localiza-se junto a uma
das extremidades do cromossomo e há praticamente um só
A. B. C. D.
braço.
Disponível em: http://2.bp.blogspot.com

Na espécie humana, cada célula apresenta 46 cromossomos, dos quais 44 são autossomos e os outros dois são os sexuais.
Autossomos são os tipos de cromossomos presentes tanto em células masculinas quanto em células feminina.
Cromossomos sexuais são os que variam entre os sexos e caracteriza células masculinas (um cromossomo X e um Y)
e femininas (dois cromossomos X).
Ao invés de dizer que cada célula humana tem 44 cromossomos autossomos, pode-se dizer que existem 22 partes de
cromossomos autossomos. Apesar de matematicamente as duas falas se referirem à mesma coisa, a segunda maneira
de se expressar implica que existem pares de cromossomos idênticos: cromossomos homólogos.
Assim, mulheres apresentam 22 pares de cromossomos autossômicos e um par de cromossomos X. Já os homens
apresentam 22 pares de cromossomos autossômicos, além de um cromossomo X e outro Y. Células deste tipo, com du-
plas de homólogos, são chamadas de diploides ou 2n (do grego diplos, duplo, dois). Em contrapartida, gametas como o
espermatozoide e o ovócito apresentam apenas um representante de cada par de cromossomos, sendo chamadas de
haploides ou n (do grego haplos, simples).

46 cromossomos XY
paternos (2n)

XX
46 cromossomos (23 de
Espermatozoide (n) origem paterna e 23 de
(23 cromossomos) origem materna)

Os genes de espécie humana distribuem-se em


24 tipos de cromossomos. Cada pessoa herda
XX dois conjuntos de 23 desses cromossomos, um
46 cromossomos Óvulo (n)
maternos (2n) proveniente da mãe e outro proveniente do pai.
(23 cromossomos)

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Cariótipo ocorre ao acaso e em uma fase do desenvolvimento na qual


O cariótipo representa o conjunto diploide (2n) de cro- o número de células é relativamente pequeno, é de se es-
perar que metade das células de uma mulher tenha ativo o
mossomos das células somáticas de um organismo.
X de origem paterna, enquanto que a outra metade tenha
Um cariótipo pode ser representado por meio de ima- o X de origem materna em funcionamento. Por isso, diz-se
gem dos cromossomos (cariograma) ou pela ordenação que as mulheres são “mosaicos”, pois quanto aos cromos-
de acordo com o tamanho dos cromossomos em esquema somos sexuais, apresentam dois tipos de células.
fotográfico (idiograma).
A determinação do sexo nuclear (presença do corpús-
culo de Barr) tem sido utilizada em jogos olímpicos, quan-
do há dúvidas quanto ao sexo do indivíduo.
XX

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Disponível em: http://www.brasilescola.com/upload/e/cariotipo.jpg
Imagem de células femininas.
Na espécie humana, as células somáticas possuem As setas apontam para a cromatina sexual.
46 cromossomos (2n = 46), agrupados em 23 pares, sendo
22 pares autossômicos e um par sexual, diferenciando o DIVISÃO CELULAR
gênero de um organismo em masculino e feminino.
Divisão Celular por Mitose
Cariótipo normal masculino → 46, XY ou 44A + XY (fi-
gura anterior); Uma célula só entra em divisão celular após duplicação
de seus DNAs e dos centríolos (centro celular), o que ocor-
Cariótipo normal feminino → 46, XX ou 44A + XX.
re na fase S da intérfase.
Mecanismo de Compensação de Dose Em seguida, iniciam-se as fases da mitose ou da meio-
se: prófase, metáfase, anáfase e telófase.
Em 1949, o pesquisador inglês Murray Barr descobriu A separação final em duas células resultantes é chama-
que há uma diferença entre os núcleos interfásicos das da citocinese.
células masculinas e femininas: na periferia dos núcleos • prófase: fragmentação da carioteca e do nucléolo,
das células femininas dos mamíferos existe uma massa de migração dos centríolos para lados opostos da cé-
cromatina que não existe nas células masculinas. Essa cro- lula com formação dos fusos mitóticos e condensa-
matina possibilita identificar o sexo celular dos indivíduos ção dos cromossomos;
pelo simples exame dos núcleos interfásicos: a ela dá-se o • metáfase: nesta fase, já houve a desagregação da
nome de cromatina sexual ou corpúsculo de Barr. carioteca, o que libera os cromossomos, neste mo-
A partir da década de 1960, evidências permitiram que mento já altamente condensados. Os centríolos já
a pesquisadora inglesa Mary Lyon levantasse a hipótese se encontram em lados opostos da célula e, por
de que cada corpúsculo de Barr fosse um cromossomo X meio de seus fusos, organizam os cromossomos
que, na célula interfásica, se espirala e se torna inativo. alinhados no equador da célula (placa equatorial
Dessa forma, esse corpúsculo cora-se mais intensamente ou placa metafásica);
que todos os demais cromossomos, que se encontram ati- • anáfase: encurtamento dos fusos mitóticos levam
vos e na forma desespiralada de fios de cromatina. à separação das cromátides-irmãs, sendo puxadas
Segundo a hipótese de Lyon, a inativação atinge ao para lados opostos da célula;
acaso qualquer um dos dois cromossomos X da mulher, • telófase: reconstituição da célula para voltar para
seja o proveniente do espermatozoide ou do óvulo dos a G1 da intérfase, o que envolve a reorganização
progenitores. Alguns autores acreditam que a inativação da carioteca e do nucléolo e descondensação dos
de um cromossomo X da mulher seria uma forma de igua- cromossomos. Termina na citocinese, separação
lar a quantidade de genes nos dois sexos. A esse mecanis- do citoplasma, o que resulta na separação de duas
mo chamam de compensação de dose. Como a inativação células-filhas.

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Fibras do fuso
em formação
Centro celular

Carioteca

PRÓFASE Cromossomos
Nucléolo em duplicados em
desaparecimento condensação

Fragmentos da Cromátides-irmãs
carioteca
Fuso mitótico

METÁFASE
Fibras
cromossômicas
Cromossomos condensados
alinhados no equador
(placa metafásica)

ANÁFASE
Encurtamento das fibras
cromossômicas Cromossomos-irmãos
migrando para pólos
opostos

Reaparecimento Reorganização Cromossomos


dos núcléolos da carioteca simples em
descondensação

TELÓFASE

Divisão
citoplasmática
(citocinese)

De cima para baixo, sequência das fases da mitose. Os esquemas coloridos, à direita, são representações de fenômenos que puderam ser
descobertos apenas com o emprego da microscopia eletrônica e de técnicas especiais de coloração. À esquerda estão reproduzidos os desenhos
publicados em 1882, pelo citologista alemão Walter Flemming (1843-1905), considerado o descobridor da mitose.

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A mitose é representada pelo símbolo E!, sendo E a mossomos homólogos é chamado quiasma. Estes
inicial do termo equacional, que significa igualdade. Isso cromossomos trocam fragmentos de DNA, proces-
porque se a célula é diploide, ao sofrer mitose, origina so chamado crossing-over (permutação ou recom-
duas diploides. Se é haploide, a célula que sofre mitose, binação).
originará duas outra também haploides. • metáfase I: a linha equatorial é formada no entan-
Divisão Celular por Meiose e to com pareamento de homólogos, o que não ocor-
reu na metáfase da mitose.
Anomalias Cromossômicas • anáfase I: o encurtamento dos fusos dos centríolos se-
Diferente da mitose, a meiose é representada pela le- param os cromossomos de seus pares de homólogos.
tra R!, sendo R a inicial do termo reducional. Isso porque, • telófase I: há reorganização da célula, como ocorre na
no final da meiose (a qual repete o ciclo duas vezes), as telófase da mitose. No entanto, os dois núcleos for-
quatro células filhas formadas apresentam a metade da mados apresentam metade dos números de cromos-
ploidia da célula-mãe. Assim, uma célula diploide formará somos presentes no núcleo original. Cada cromosso-
quatro haploides após ter completado a meiose. Isso im- mo, diferentemente da mitose, ainda está constituído
possibilita que a meiose ocorra em células-mãe haploides. por duas cromátides unidas pelo centrômero.
Os fenômenos ocorridos na prófase, metáfase, anáfase Após a citocinese, cada uma das duas células-filhas en-
e telófase da mitose se repetem na meiose, destacando-se tra na meiose II, na qual as fases prófase II, metáfase II,
diferenças na: anáfase II e telófase II não apresentam diferenças daque-
• prófase I: Na profáse I da meiose ocorre empare- las ocorridas durante a mitose.
lhamento dos cromossomos homólogos, os quais, Como a meiose I começa com células diploides e ter-
formando duplas pareadas, são chamados de té- mina com duas haploides, pode-se dizer que se trata de

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trades ou bivalentes. Cromátides de um cromosso- uma meiose reducional. Já a meiose II começa com duas
mo encosta na cromátide do outro cromossomo; células haploides e termina com quatro também haploi-
este ponto de encontro entre cromátides de cro- des, e, por isso trata-se de uma meiose equacional.

Profase I

Metafase I

Anafase I

Profase II

Anafase II

Telofase II

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Quadro Comparativo entre Mitose e Meiose


Mitose (E!) Meiose (R!)
n → n n
Ocorrência e ploidia 2n → n n n n


2n → 2n 2n




Duplicação do DNA Uma vez, durante a intérfase Uma vez, durante a intérfase
Divisão celular Uma Duas
Emparelhamento de cromossomos homólogos Não Sim
Permutação Não Sim
Separação dos cromossomos homólogos Não Sim
Divisão do centrômero e separação das cromáti-
Ocorre durante a anáfase Ocorre durante a anáfase II
des irmãs
Número de células-filhas Duas Quatro
Variabilidade genética Não promove Promove
Reprodução de unicelulares eucario- Produção de gametas, esporos e de
Ocorrência
tos e crescimento de pluricelulares organismos haploides

Gametogênese Gametogênese Feminina (Ovogênese)


Gametogênese é o processo de formação e desenvol- Diferentemente do sexo masculino, a maturação do
vimento de células geradoras especializadas denominadas gameta feminino inicia-se ainda no período pré-natal e
gametas ou células germinativas. Durante a gametogêne- termina depois do fim da maturação sexual (puberdade).
se, o número de cromossomos é reduzido à metade e a • Maturação pré-natal
forma da célula é modificada.
No início da vida fetal, as ovogônias proliferam por di-
Essa redução se dá durante a meiose, um tipo de divi- visão mitótica e, ainda antes do nascimento, todas cres-
são celular que ocorre durante a gametogênese. Esse pro-
cem, formando os ovócitos primários, e iniciam a primeira
cesso de maturação é chamado de espermatogênese, nos
divisão meiótica. As células permanecem em prófase sus-
homens, e dá origem ao gameta masculino, denominado
espermatozoide. Nas mulheres, é chamado ovogênese e pensa da primeira divisão meiótica (dictióteno) até o início
dá origem ao gameta feminino, ou ovócito. dos períodos reprodutivos, na puberdade.
• Maturação pós-natal
Gametogênese Masculina (Espermatogênese)
Na puberdade, a cada período reprodutivo, vários ovó-
A espermatogênese compreende o processo pelo qual citos reiniciam a divisão meiótica, porém apenas um vai
as espermatogônias são transformadas em espermatozoi- ser eliminado a cada mês na ovulação.
des. Esse processo tem início com a puberdade.
O ovócito primário aumenta de tamanho e termina
As espermatogônias tipo A se dividem também por mi-
a primeira divisão meiótica pouco antes da ovulação (48
tose, mantendo assim a população de espermatogônias.
As espermatogônias do tipo B se dividem por meiose, a 72 horas antes), porém a divisão gera duas células de
originando os gametas. O processo da espermatogênese tamanhos desiguais: o ovócito secundário fica com quase
no homem é contínuo, não obedecendo a nenhum ciclo todo o citoplasma e a maioria das organelas, a outra cé-
específico, e continua até a velhice. lula, bem menor, é chamada de corpúsculo polar e logo
Etapas da espermatogênese: degenera. Durante o processo de ovulação (eliminação
do ovócito do ovário), o ovócito inicia a segunda divisão
1. Espermatogônias crescem e suas cromatinas se
meiótica, porém esta é novamente suspensa, desta vez na
condensam, transformando-se nos espermatóci-
tos primários. metáfase, e só será completada no momento da fecun-
dação, com a entrada do espermatozoide no interior da
2. Os espermatócitos primários sofrem, então, uma
célula. Ocorrendo a fecundação, antes da fusão dos dois
divisão reducional, a primeira divisão meiótica, ge-
pró-núcleos, o masculino e o feminino, o ovócito secundá-
rando dois espermatócitos secundários.
rio termina a segunda divisão meiótica, novamente elimi-
3. Cada espermatócito secundário passa pela segunda nando outro corpúsculo polar.
divisão meiótica, originando duas espermátides.
• Ovulação ou ovocitação
4. Cada espermátide transforma-se gradualmente em
um espermatozoide por meio de um processo de- É o processo de liberação do ovócito II do ovário em
nominado espermiogênese. direção à tuba uterina.

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Biologia

Principais Diferenças entre os Processos da interrompido na andropausa, enquanto que a


Gametogênese Masculina e Feminina produção de gametas femininos cessa com a me-
1. A espermatogênese é um processo contínuo, en- nopausa.
quanto a ovogênese está relacionada ao ciclo re- 4. O espermatozoide é uma célula pequena e móvel,
produtivo da mulher; enquanto que o ovócito é uma célula grande e sem
2. Na espermatogênese, cada espermatogônia pro- mobilidade.
duz quatro espermatozoides. Na ovogênese, cada
5. Quanto à constituição cromossômica, existem dois
ovogônia dá origem a apenas um ovócito e células
tipo de espermatozoides: 23,X ou 23,Y. A mulher só
inviáveis denominadas corpúsculos polares.
produz um tipo de gameta quanto à constituição
3. A produção de gametas masculinos é um pro-
cromossômica: 23,X.
cesso que continua até a velhice, podendo ser

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Anomalias Cromossômicas alinhar aleatoriamente na metáfase I, justamente como
Um par de cromossomos homólogos pode ser defi- cromossomos durante a mitose, e existe 50% de chance
ciente na separação durante a meiose I, ou as cromáti- de que ambos irão para o mesmo pólo.
des-irmãs podem deixar de se separar durante a meiose Se, por exemplo, o par de cromossomos 21 deixar de
II ou durante a mitose. Esse fenômeno é chamado de se separar durante a formação do óvulo humano (e en-
não disjunção e resulta na produção de células aneu- tão ambos os membros do par forem para o mesmo pólo
ploides. durante a anáfase I), o ovócito resultante irá conter dois
A aneuploidia é uma condição em que um ou mais cromossomos 21 ou nenhum. Se o óvulo com os dois cro-
cromossomos ou pedaços de cromossomos encontram-se mossomos é fertilizado por um espermatozoide normal, o
ausentes ou presentes em excesso. zigoto resultante irá possuir três cópias do cromossomo:
Uma razão para a não disjunção pode ser a ausência ele será trissômico para o cromossomo 21. Uma criança
do quiasma. Relembre que essa estrutura, formada du- com um cromossomo 21 extra manifesta a síndrome de
rante a prófase I, mantém os dois cromossomos homólo- Down: inteligência prejudicada, anormalidades caracte-
gos juntos na metáfase I. Isso assegura que um homólogo rísticas das mãos, da língua e da linha dos olhos e uma
ficará de frente para um pólo e o outro homólogo para suscetibilidade aumentada a doenças cardíacas e doenças
o outro pólo. Sem essa “cola”, os dois homólogos podem como a leucemia.

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Biologia

Incidência de Síndrome de Down em


Somente um par de A não disjunção ocorre se,
cromossomos homólogos durante a anáfase da meiose I, Fetos e Nativivos em Relação à Idade Materna
está representado. Em ambos os homólogos vão para o
humanos, há um total de mesmo pólo. Idade materna Na 16ª semana de Ao nascimento
22 outros pares.
(anos) gestação
15-19 — 1/1250
20-24 — 1/1400
Depois da meiose ... enquanto estes
possuem um cro-
33 1/420 1/625
II, estes gametas
perderam um mossomo extra. 37 1/150 1/225
cromossomo...
39 1/90 1/140
42 1/40 1/65
45 ou mais 1/20 1/25
THOMPSON & THOMPSON. Genética médica. 7 ed. Rio de Janeiro:
Elsevier. (Adaptado)

A diferença de incidência da síndrome de Down obser-


vada, com relação às mesmas idades maternas, na 16ª se-
mana de gestação e ao nascimento, se deve àqueles fetos
com esta síndrome que morrem durante este período.
Existe um procedimento, chamado amnioncentese, que
se realiza durante a gestação, permitindo saber se o neném
possui alguma anomalia como a síndrome de Down. A amnio-
centese é um método de diagnóstico pré-natal que consiste
na aspiração transabdominal duma pequena quantidade de
A fertilização com um gameta
um contendo um número
A fertilização com um ga- fluido amniótico da bolsa amniótica, que envolve o feto.
meta contendo um número
normal de cromossomos (23) normal de cromossomos (23) Este procedimento pode ser realizado logo que exis-
resulta em um indivíduo com
um cromossomo a menos
resulta em um indivíduo com ta quantidade suficiente de fluido (líquido amniótico) em
um cromossomo extra.
(monossomia) volta do feto, para que possa ser recolhida uma amostra
com segurança – em alguns casos chega a fazer-se a cerca
Não disjunção gera aneuploidias. de 13 semanas de gestação, embora o período mais co-
A não disjunção ocorre se cromossomos homólogos mum seja entre as 15 e 20 semanas. As amostras demo-
deixam de separar durante a meiose I. ram geralmente duas semanas a produzir resultados. Este
O resultado é aneuploidia: um ou mais cromossomos método implica alguns riscos e a recolha de líquido amni-
estão faltando ou presentes em excesso.
ótico deverá ser feita apenas por técnicos especializados.

Fluído amniótico com


células do feto
Agulha da seringa

São retirados mais ou


menos 20 mL de líquido

Líquido amniótico

Células
do feto

Células
As células são sepa-
O DNA radas do fluído por
é analisado pa- centrifugação
ra verificar
mutações As células crescem em
meio de cultura
Faz-se o cariótipo para
verificação de anomalias
cromossômicas As células são analisadas para
verificar problemas metabólicos

Amnioncentese.

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Biologia

Atenção:
Síndromes cromossômicas não são doenças genéticas,
logo, não apresentam caráter hereditário. São prove-
nientes de erros da segregação cromossômica durante
a meiose.
A representação do cariótipo de uma menina com sín-
drome de Down é: 45A + XX (21) ou 47, XX (21).
Existem outras anomalias cromossômicas:

Síndrome de Turner (44A + X0). Sempre mulheres.


Imagem destaca o pescoço alado e ausência de cromatina
Síndrome de Edwards ou trissomia do 18 (45A + XY sexual mesmo sendo do sexo feminino.

BIOATP - O NÚCLEO E DIVISÕES CELULARES


(18)), como na imagem. Quando for uma menina (45A +
Existem também a síndrome do triplo X ou síndrome
XX (18)). Imagem destaca que o crânio é muito alongado
da super fêmea (44A + XXX) e síndrome do duplo Y ou sín-
na região occipital.
drome do super macho (44A + XYY).

1. O núcleo celular foi descoberto pelo pesquisador es-


cocês Robert Brown, que o reconheceu como com-
ponente fundamental das células. O nome escolhido
Síndrome de Patau ou trissomia do 13 (45A + XY (13)), para essa organela expressa bem essa ideia: a palavra
como na imagem. Quando for uma menina (45A + XX). “núcleo”, de acordo com o dicionário brasileiro, signi-
Imagem destaca o lábio leporino e a fenda palatina. fica centro ou parte central. A respeito da constitui-
ção e função do núcleo celular, julgue as afirmativas,
como falsas ou verdadeiras:
I. O núcleo só é encontrado em células eucariontes,
portanto as bactérias não apresentam essa organela.
I. Existem células eucariontes com um único nú-
cleo, células com vários núcleos e outras células
anucleadas.
III. O núcleo abriga o material genético das células,
uma vez que dentro dele se encontram os cro-
mossomos que contêm a informação genética.
IV. A carioteca é o envoltório nuclear, que impede a
troca de qualquer tipo de material entre o núcleo
e o restante da célula.
(A) V–V–F–F (D) V – V – V – F
Síndrome de Klinefelter (44A + XXY). Sempre homens.
Imagem destaca a ginecomastia. E a presença de cromati- (B) F–F–F–V (E) V – F – V – V
na sexual mesmo sendo do sexo masculino (C) V–F–V–F

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Biologia

2. Analise a figura 5. Quando afirmamos que o metabolismo da célula é


controlado pelo núcleo celular, isso significa que
(A) todas as reações metabólicas são catalisadas por
moléculas e componentes nucleares.
(B) o núcleo produz moléculas que, no citoplasma,
promovem a síntese de enzimas catalisadoras das
reações metabólicas.
(C) o núcleo produz e envia, para todas as partes da célu-
la, moléculas que catalisam as reações metabólicas.
A figura representa um cromossomo em metáfase mi-
(D) dentro do núcleo, moléculas sintetizam enzimas
tótica. Portanto, os números I e II correspondem a
catalisadoras das reações metabólicas.
(A) cromossomos emparelhados na meiose, cada um (E) o conteúdo do núcleo passa para o citoplasma e
com uma molécula diferente de DNA. atua diretamente nas funções celulares, catali-
(B) cromátides não-irmãs, cada uma com uma molé- sando as reações metabólicas.
cula idêntica de DNA.
6. O núcleo de uma célula é formado por cromossomos
(C) cromátides-irmãs, cada uma com duas moléculas
de diversas formas e tamanhos, podendo, às vezes,
diferentes de DNA.
apresentar um ou mais cromossomos de cada tipo. A
(D) cromátides-irmãs, com duas moléculas idênticas ploidia de um ser vivo cuja célula é 2n = 2 está repre-
de DNA. sentada em:
(E) cromossomos duplicados, com duas moléculas
(A) (C)
diferentes de DNA.
3. Com relação às várias estruturas presentes no núcleo
das células eucariotas, afirma-se:
I. O nucléolo é constituído, principalmente, de áci-
do desoxirribonucleico (DNA).
(B) (D)
II. A carioteca apresenta duas membranas lipopro-
teicas.
III. Na fase G1 são produzidos RNA e proteínas.
IV. A cromatina e os cromossomos ocorrem, simulta-
neamente, na fase G1 da intérfase.
São corretas apenas as afirmativas 7. A ilustração representa o cariótipo humano que permi-
te determinar o número e a forma dos cromossomos.
(A) I e III. (C) II e III.
(B) I e IV. (D) II e IV.
4. Em relação ao núcleo das células e seus constituintes,
é correto afirmar que
(A) no núcleo eucariótico, o conjunto haploide de
cromossomos é denominado cariótipo, enquanto
o número, a forma e o tamanho dos cromosso-
mos são denominados de genoma.
(B) o núcleo interfásico de células vegetais apresenta
uma carioteca, cuja estrutura não permite a co-
municação com o citoplasma.
(C) o nucléolo é uma estrutura intranuclear.
(D) em células procariontes, existem proteínas res- Analisando-se a figura, é correto concluir que se refe-
ponsáveis pela condensação das fitas de DNA, re a um indivíduo portador da síndrome de
denominadas histonas.
(A) Klinefelter. (C) Turner.
(E) a cromatina é uma estrutura presente, tanto no ci-
toplasma, como no núcleo de células eucarióticas. (B) Patau. (D) Down.

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Biologia

8. Um cientista, examinando ao microscópio células so- Estão corretas


máticas de um organismo diploide 2n = 14, observa (A) I, II, III, IV e V. (D) apenas II, III, IV e V.
nos núcleos que se encontram na fase G1 da intérfase
um emaranhado de fios, a cromatina. Se fosse pos- (B) apenas I, II, III e IV. (E) apenas II, III e IV.
sível desemaranhar os fios de um desses núcleos, o (C) apenas I, II, III e V.
cientista encontraria quantas moléculas de DNA?
11. Os cromossomos das células somáticas de um dado ani-
(A) 14. (C) 1. (E) 2.
mal foram esquematizados como mostra a figura a seguir:
(B) 7. (D) 28.
A partir desse esquema, foram feitas as seguintes de-
9. Analisando o desenho esquemático que representa o duções sobre esse animal:
núcleo de uma célula animal qualquer, podemos iden-
tificar que o componente responsável pela síntese de
RNA que forma o ribossomo é assinalado pelo número:

(A) 1.

(B) 2.

(C) 3.
(D) 4. I. Suas células diploides possuem 2n = 16 cromos-
somos.
(E) 5.
II. Suas células haploides apresentam n = 8 cromos-
10. A ilustração procura representar experimentos reali- somos.
zados em amebas e que demonstram a importância III. Seu cariótipo é formado por quato cromossomos
do núcleo no controle das atividades celulares. metacêntricos, dois cromossomos submetacên-
tricos e dois cromossomos acrocêntricos.
Dessas afirmações,
(A) apenas I é verdadeira.
(B) apenas II é verdadeira.
(C) apenas III é verdadeira.
(D) apenas I e II são verdadeiras.
(E) I, II e III são verdadeiras.
12. A análise citogenética realizada em várias células de
um mamífero permitiu elaborar o seguinte esquema:
Ele representa

Analise as afirmativas:
I. Uma ameba, com núcleo transplantado, é incapaz
de se dividir.
II. O transplante do núcleo para o fragmento de uma
ameba anucleada regenera as funções vitais da
ameba.
III. A porção nucleada da ameba cresce e vive nor- (A) o fenótipo do organismo.
malmente. (B) o genoma de uma célula haploide.
IV. A porção nucleada da ameba é capaz de se dividir (C) o genoma de uma célula diploide.
normalmente.
V. A porção anucleada de uma ameba seccionada (D) os cromossomos de uma célula haploide.
degenera. (E) os cromossomos de uma célula diploide.

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Biologia

13. Assinale o gráfico que representa corretamente a 15.


quantidade de DNA no núcleo de uma célula de ma-
mífero durante as fases da meiose. Considere MI = 1ª
divisão e MII = 2ª divisão.

Quantidade de DNA
(A) (D)

por célula

Fases do ciclo celular

A imagem representa a variação da quantidade de DNA


ao longo do ciclo celular de uma célula eucariótica.
Em relação aos eventos que caracterizam as mudan-
(B) (E) ças observadas na imagem, pode-se afirmar:
(A) A duplicação do DNA ocorre a partir da etapa G1,
finalizando na G2.
(B) A redução do número cromossômico é concreti-
zada pela separação dos cromossomos homólo-
gos na etapa M.
(C) A divisão equacional da etapa M é justificada a partir
dos eventos de replicação que ocorrem na etapa S.
(C) (D) A condensação do material genético é essencial
para que o processo de replicação seja plenamen-
te completado na etapa M.
(E) A expressão da informação genética é garantida
a partir dos eventos realizados exclusivamente
na etapa S.
16. O processo de mitose é essencial para o desenvolvimen-
to e o crescimento de todos os organismos eucariotos.
14. Observe a figura que ilustra uma célula em determi-
nada etapa de um processo de divisão celular.

(KLUG, Willian et al. Conceitos de Genética. 9. ed. Porto Alegre: Artemed, 2010. p. 24.)

Com base na figura e nos conhecimentos sobre o ciclo


celular, é correto afirmar:
Sendo 2n o número diploide de cromossomos, é cor- (A) O período durante o qual ocorre a síntese do DNA
reto afirmar que tal célula encontra-se em anáfase da é maior que o período em que não ocorre síntese
alguma de DNA.
mitose de uma célula-mãe
(B) Ao final de um ciclo celular, a quantidade de ma-
(A) 2n = 8, ou anáfase I da meiose de uma célula-mãe terial genético, nos núcleos de cada célula-filha,
2n = 8. equivale ao dobro da célula parental.
(B) 2n = 16, ou anáfase II da meiose de uma célula- (C) O tempo gasto para o pareamento cromossômico
-mãe 2n = 8. na placa equatorial equivale ao tempo gasto para
(C) 2n = 4, ou anáfase I da meiose de uma célula-mãe síntese de DNA.
2n = 8. (D) Em mais da metade do tempo da mitose, as cro-
mátides estão duplicadas, separadas longitudinal-
(D) 2n = 8, ou anáfase II da meiose de uma célula- mente, exceto no centrômero.
-mãe 2n = 16.
(E) Durante a fase mais longa da mitose, as cromá-
(E) 2n = 4, ou anáfase II da meiose de uma célula- tides-irmãs se separam uma da outra e migram
-mãe 2n = 8. para as extremidades opostas da célula.

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Biologia

17. Um pesquisador analisou células em divisão das gôna- 19. Considere os eventos abaixo, que podem ocorrer na
das e do trato digestório de um macho de uma nova mitose ou na meiose:
espécie de mosca. A partir de suas observações, fez as I. Emparelhamento dos cromossomos homólogos
seguintes anotações: duplicados.
Nas células do tecido I, em uma das fases da divisão II. Alinhamento dos cromossomos no plano equato-
celular, veem-se oito cromossomos, cada um deles rial da célula.
com uma única cromátide, quatro deles migrando
III. Permutação de segmentos entre cromossomos
para um dos polos da célula e os outros quatro mi-
homólogos.
grando para o pólo oposto.
IV. Divisão dos centrômeros, resultando na separa-
Nas células do tecido II, em uma das fases da divisão
ção das cromátides irmãs.
celular, veem-se quatro cromossomos, cada um deles
com duas cromátides, dois deles migrando para um No processo de multiplicação celular para reparação
dos pólos da célula e os outros dois migrando para o de tecidos, os eventos relacionados à distribuição
pólo oposto. equitativa do material genético entre as células resul-
tantes estão indicados em
Pode-se afirmar que as células do tecido I e as células
(A) I e III, apenas. (D) I e IV, apenas.
do tecido II são, respectivamente,
(B) II e IV, apenas. (E) I, II, III e IV.
(A) da gônada e do trato digestório. Essa nova espé-
(C) II e III, apenas.
cie de mosca tem 2n = 2.
(B) da gônada e do trato digestório. Essa nova espé- 20. Os gráficos a seguir representam processos de divisão
cie de mosca tem 2n = 4. celular, em que X é o número haploide de material
genético.
(C) do trato digestório e da gônada. Essa nova espé-
cie de mosca tem 2n = 8.
(D) do trato digestório e da gônada. Essa nova espé-
cie de mosca tem 2n = 2.
(E) do trato digestório e da gônada. Essa nova espé-
cie de mosca tem 2n = 4. É incorreto afirmar que o processo
(A) I permite o crescimento de plantas.
18. Após uma aula sobre divisão celular, em células euca-
(B) II ocorre nos testículos e ovários.
riontes, o professor projeta a imagem de uma célula
2n = 4, que representa uma das etapas estudadas, e (C) I pode ocorrer em hemácias maduras.
pergunta a seus alunos qual fase e divisão celular es- (D) II está ligado à variabilidade genética.
tão sendo representadas.
21. Responder à questão com base no cariótipo (conjunto
Observe a imagem da representação projetada e assi- de cromossomos) humano representado abaixo.
nale, das alternativas abaixo, qual a resposta correta
para a questão proposta pelo professor.

O cariótipo é de um indivíduo do sexo ___________


com síndrome de __________.
(A) Metáfase da Mitose.
(A) feminino - Klinefelter
(B) Anáfase da Mitose.
(B) masculino - Klinefelter
(C) Anáfase I da Meiose.
(C) masculino - Down
(D) Metáfase II da Meiose. (D) feminino - Turner
(E) Anáfase II da Meiose. (E) masculino - Turner

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22. Abaixo estão representados cinco núcleos de células (D) A redução no número de cromossomos ocorre
somáticas e cada ponto escuro corresponde à croma- durante a etapa 3.
tina sexual. Qual destes núcleos poderia, com mais
(E) A separação das cromátides-irmãs ocorre durante
probabilidade, ser encontrado em um indivíduo por- a etapa 1.
tador da Síndrome de Turner?
25. O trecho a seguir foi extraído do artigo Desencontros
sexuais, de Drauzio Varella, publicado na “Folha de S.
Paulo”, em 25 de agosto de 2005.
Nas mulheres, em obediência a uma ordem que parte
de uma área cerebral chamada hipotálamo, a hipófise
libera o hormônio FSH (hormônio folículo estimulan-
(A) I te), que agirá sobre os folículos ovarianos, estimulan-
do-os a produzir estrogênios, encarregados de ama-
(B) II durecer um óvulo a cada mês.
(C) III FSH e estrogênios dominam os primeiros 15 dias do
ciclo menstrual com a finalidade de tornar a mulher
(D) IV fértil, isto é, de preparar para a fecundação uma das
350 mil células germinativas com as quais nasceu.
(E) C
O trecho faz referência a um grupo de células que a
mulher apresenta ao nascer. Essas células são
23. Durante a ovulogênese na espécie humana, nem sem-
pre se observa a fase de óvulo. Quando observado, (A) ovogônias em início de meiose, presentes no
este tipo celular será encontrado interior dos folículos ovarianos e apresentam
23 cromossomos.
(A) no ovário de uma recém-nascida.
(B) ovócitos em início de meiose, presentes no inte-
(B) na tuba uterina. rior dos folículos ovarianos e apresentam 46 cro-
mossomos.
(C) no ovário após a segunda divisão meiótica.
(C) ovócitos em fase final de meiose, presentes no
(D) na mucosa uterina. interior de folículos ovarianos e apresentam
23 cromossomos.
24. O esquema a seguir representa etapas do processo de (D) óvulos originados por meiose, presentes na tuba
gametogênese no homem. uterina e apresentam 23 cromossomos.
(E) ovogônias em início de meiose, presentes na tuba
uterina e apresentam 46 cromossomos.

1. D 8. A 15. C 22. A

2. D 9. C 16. D 23. B
Sobre esse processo, assinale a alternativa correta.
3. C 10. D 17. E 24. A
(A) A célula A é diploide e as células B, C e D são ha-
ploides. 4. C 11. C 18. C 25. B

(B) A separação dos homólogos ocorre durante a eta- 5. B 12. E 19. B


pa 2.
6. B 13. B 20. C
(C) As células A e B são diploides e as células C e D são
haploides. 7. D 14. E 21. B

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Biologia

Considere as afirmativas abaixo:


I. A célula 4 apresentará as características genéticas
da célula 5.
II. Pode-se concluir que, por serem anucleadas, as
hemácias são células que vivem pouco tempo.
1. Para se descobrir a função das estruturas celulares, III. Entre outras funções, o núcleo é responsável pela
uma via experimental usada pelos cientistas é a remo- reprodução.
ção da estrutura celular que se quer estudar e a poste-
Assinale
rior verificação do que acontece à célula na ausência
da estrutura. O uso de organismos mutantes é uma al- (A) se todas as afirmativas estiverem corretas.
ternativa para a obtenção dessas células modificadas.
(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
Embriões de sapos compostos de células sem nucléo-
los (anucleoladas) foram comparados a embriões nor- (C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
mais. O desenvolvimento a partir do zigoto acontece de (D) se somente a afirmativa III estiver correta.
forma semelhante nos dois casos, mas, no momento
da eclosão do girino, os mutantes anucleolados mor- (E) se somente a afirmativa II estiver correta.
rem. Paralelamente a isso, a principal alteração obser-
vada nas células de indivíduos normais foi um aumento 3. Uma célula em crescimento passa por um ciclo celu-
significativo na concentração de ribossomos no cito- lar que compreende essencialmente dois períodos: a
plasma, o que não ocorreu nos mutantes anucleolados. intérfase e a divisão. Por muitos anos, os citologis-
Com base nessas informações e nos conhecimentos de tas preocuparam-se primordialmente com o período
Biologia Celular, considere as seguintes afirmativas: de divisão, durante o qual profundas alterações cro-
1. Nos indivíduos mutantes anucleolados, a eclosão mossômicas eram vistas ao microscópio óptico, en-
do girino não acontece, por falta de alimentação quanto a intérfase era considerada como uma fase
adequada do embrião, o que leva à sua morte. de “repouso”. Observou-se, entretanto, que as célu-
2. O nucléolo é o responsável pela produção dos ri- las passam a maior parte de sua vida em intérfase,
bossomos, por sua vez responsáveis pela síntese que é um período de atividade biossintética intensa,
das proteínas necessárias ao processo de eclosão durante o qual a célula dobra de tamanho e duplica
dos girinos. o seu complemento cromossômico.
3. A eclosão do girino só acontece na presença de
uma grande quantidade de energia, na forma de
ATP, que é obtida por meio dos ribossomos.
4. Os indivíduos mutantes anucleolados sobrevive-
ram à fase embrionária por já contarem com ri-
bossomos prontos, presentes no óvulo.
Assinale a alternativa correta.
(A) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
(B) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
(C) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
(D) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. Observando o gráfico acima, que representa a varia-
(E) Somente a afirmativa 3 é verdadeira. ção da quantidade de DNA no núcleo de uma célula
em função do tempo durante a intérfase, podemos
2. O esquema abaixo representa um experimento reali- afirmar que
zado em amebas.
(A) se trata seguramente de uma célula em mitose.
(B) A, B e C representam todas as etapas do ciclo celular.
(C) ao sofrer mitose, a quantidade de DNA nas célu-
las-filhas será igual à metade da quantidade pre-
sente inicialmente.
(D) no período representado em B surgem as cromá-
tides-irmãs.
(E) o período A é conhecido como intérfase.

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Biologia

4. O esquema a seguir apresenta um experimento reali- por X e Y. Sendo assim, uma célula somática do corpo
zado com uma alga unicelular. de uma mulher apresenta
(A) 22 autossomos + Y.
(B) 22 autossomos + XX.
(C) 22 autossomos + XY.
(D) 44 autossomos + X.
(E) 44 autossomos + XX.

6. Observe os cromossomos a seguir esquematizados.

(Adaptado de LOPES, Sônia. Bio 1. São Paulo: Saraiva, 1997. p. 200)

Esse e outros experimentos semelhantes levaram à


conclusão de que o núcleo comanda e coordena todas
as funções nas células, sendo indispensável à manu-
tenção da vida.
A partir dessa conclusão, pode-se inferir que o resul-
tado do experimento foi o seguinte:
(A) I regenerou uma porção igual a ela, o mesmo
acontecendo com II, formando-se duas algas dife-
rentes. As figuras que representam, respectivamente, um
(B) I regenerou a porção II, formando-se uma alga conjunto diploide e o conjunto haploide correspon-
igual à que foi cortada, e II morreu. dente são
(C) II regenerou a porção I, formando-se uma alga (A) I e III.

igual à que foi cortada, e I morreu.
(B) I e IV.
(D) I e II regeneraram as porções perdidas, formando-

-se duas algas iguais à que foi cortada. (C) II e III.
(E) I e II morreram. (D) II e IV.
5. (E) V e I.

7. Os gatos possuem 38 cromossomos, com o sistema
XX/XY de determinação sexual. No desenvolvimento
embrionário de fêmeas, um dos cromossomos X é
inativado aleatoriamente em todas as células do orga-
nismo. Em gatos domésticos, a pelagem de cor preta
(dominante) e amarela (recessiva) são determinadas
9 por alelos de um gene localizado no cromossomo X.
8 10 11 12
7 Fêmeas heterozigóticas para cor da pelagem são man-
3 6
4 5 chadas de amarelo e preto. Um geneticista colocou
1
2 um anúncio oferecendo recompensa por gatos ma-
chos manchados de amarelo e preto. A constituição
cromossômica desses gatos é
Y (A) 37, YO.
19 20 21 22

16 17 18 (B) 37, XO.
15

13 14 X
(C) 38, XX.
A figura anterior representa os diferentes tipos de cro- (D) 39, XXY.
mossomos humanos. Os autossomos estão numera-
dos de 1 a 22, e os cromossomos sexuais, designados (E) 39, XXX.

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Biologia

8. Notícia de algum jornal do futuro... 9. Considerando que a ilustração a seguir, referente à


divisão de uma célula somática hipotética, apresenta
Iniciada a campanha nacional de vacinação contra um erro, assinale a alternativa que apresenta a situa-
sarampo e tuberculose ção que tornaria o desenho correto.
O destaque da campanha de vacinação, neste ano, é a
utilização de cerejas coloridas, sem sementes. Segundo
a bióloga Josefa da Silva, responsável pela equipe que
desenvolveu os novos frutos, técnicas especiais de
cruzamento foram aplicadas em dois tipos de cerejei-
ras transgênicas, resultando na obtenção de plantas
triploides (3n = 72), incapazes de produzir sementes.
Apesar de passar por todas as etapas do ciclo reprodu-
tivo, não há a formação de endosperma, e o processo
cessa nas primeiras divisões celulares do zigoto. As no-
vas cores (amarela, verde, roxa e branca) haviam sido
obtidas, anteriormente, por mutação no gene respon-
sável pela produção de pigmento na casca do fruto. As
formas mutantes para esse loco, diz a pesquisadora,
não interferem na eficiência das plantas transgênicas
como produtoras de vacinas. Elas continuam apresen- (A) A célula-mãe deveria ter apenas 2 cromossomos e
tando, nos frutos, as substâncias que, depois de libera- as células-filhas deveriam ter 4 cromossomos, pois
das pela digestão, ligam-se à membrana plasmática dos têm origem após a duplicação dos cromossomos.
linfócitos e sofrem endocitose, determinando o desen- (B) A célula-mãe deveria ter 4 cromossomos e as
volvimento da resposta imunológica. células-filhas deveriam ter 2 cromossomos, pois
Outra inovação dessas cerejas é a resistência às mos- foram originadas por mitose.
cas Anastrepha fraterculus que, nos últimos anos, (C) A célula-mãe deveria ter 4 cromossomos e as célu-
estabeleceram-se como pragas importantes do cul- las-filhas deveriam ser 4 e ter cada uma 2 cromos-
tivo de cerejas-vacina. Da mesma forma, as plantas somos, pois seriam o resultado de uma meiose.
apresentam resistência aos nematoides que atacavam (D) A célula-mãe deveria ter 4 cromossomos e cada
a raiz principal do sistema axial desses vegetais. Com célula-filha 4 cromossomos, pois seriam o resul-
o cultivo das novas variedades de cerejas resistentes, tado de uma mitose.
espera-se que essas pragas mantenham-se afastadas (E) A célula-mãe deveria ter 2 cromossomos e as cé-
dos pomares de vacinas, por algum tempo. lulas-filhas 2 cromossomos, pois seriam o resulta-
do de uma meiose.
Se as plantas desenvolvidas para serem produtoras de
vacina são triploides (3n = 72), então 10. Bioquímicos, médicos, biólogos, químicos, entre ou-
tros, podem trabalhar em pesquisa e descobrir subs-
(A) o número cromossômico das células gaméticas
tâncias que podem interferir em algum mecanismo
dessas plantas será sempre igual a 24. celular e, com isso, auxiliar na saúde humana. Entre
(B) as células somáticas, durante a mitose, formarão elas, está a vinblastina, alcaloide que impede a forma-
36 pares de cromossomos homólogos. ção das proteínas chamadas microtúbulos, presentes
(C) as células somáticas terão três grupos ou conjun- nas fibras do fuso. Ela pode
tos de cromossomos homólogos, cada um com 24 (A) inibir divisões mitóticas, impedindo, assim, o
cromossomos. crescimento de um tumor.
(D) na metáfase da meiose II, será possível observar (B) inibir divisões meióticas, impedindo, assim, a for-
18 grupos de cromossomos, cada um formado mação de células somáticas.
por quatro cromossomos homólogos. (C) reduzir a digestão lipídica, favorecendo a perda
de massa corpórea.
(E) durante a anáfase da mitose, os cromossomos
(D) facilitar a perda de proteínas durante a digestão,
serão divididos de modo desigual, e as células-
favorecendo o emagrecimento.
-filhas terão números cromossômicos diferentes
(E) estimular a divisão citoplasmática do final da mi-
do original.
tose, estimulando o crescimento.

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Biologia

11. Câncer é o termo genérico para descrever uma co- (C) mitose e tem participação dos centríolos.
leção de cerca de 150 doenças diferentes, caracte- (D) cromossômico e origina duas células diploides.
rizadas por uma rápida e anormal divisão celular do
(E) mitose celular e origina células haploides.
tecido e pela migração de células cancerígenas para
partes do corpo distantes da origem. Com a rápida e 13. Leia a placa informativa presente em uma churrascaria.
desnecessária divisão celular, logo se forma um exces-
so de tecido, conhecido como tumor.
Adaptado de http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb

A primeira observação de que alguns medicamentos ou


produtos químicos poderiam atuar em tumores acon-
teceu na Segunda Guerra Mundial. Após vazamento de
gás mostarda, pessoas com tumores que ficaram ex-
postas ao gás, tiveram redução nesses tumores. Sendo
assim, a quimioterapia é um tratamento que utiliza Porcos e javalis são subespécies de uma mesma es-
medicações específicas, as quais têm propriedade de pécie, Sus scrofa. A referência ao número de cromos-
atuar “inativando” ou “destruindo” as células tumorais. somos justifica-se pelo fato de que são considerados
Disponível em: http://www.saudenainternet.co.br javalis puros apenas os indivíduos com 36 cromosso-
mos. Os porcos domésticos possuem 38 cromosso-
O agente quimioterápico ideal mataria as células can- mos e podem cruzar com javalis.
cerígenas e seria inofensivo às células sadias. Nenhum
Desse modo, é correto afirmar que
agente quimioterápico, por enquanto, atende a estes
critérios, e os efetivos são também os mais tóxicos para (A) os animais com 37 cromossomos serão filhos de
os humanos e, portanto, precisam ser cuidadosamente um leitão ou de uma leitoa, mas não de um casal
controlados quando ministrados aos pacientes. de javalis.
Disponível em: http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb (B) um híbrido de porco e javali, conhecido como ja-
vaporco, terá 74 cromossomos, tendo herdado o
Uma pessoa com câncer foi submetida a um trata- material genético de ambas as subespécies.
mento quimioterápico, após o qual não houve forma-
ção de novas células tumorais. (C) do cruzamento de uma leitoa com um javali de-
vem resultar híbridos fêmeas com 38 cromosso-
A partir das informações contidas nos textos apresen- mos e híbridos machos com 36 cromossomos.
tados, é possível considerar que os agentes quimiote-
rápicos atuam sobre (D) os animais não puros terão o mesmo número de
cromossomos do porco doméstico, mas não o nú-
(A) a membrana plasmática, criando o encapsula-
mero cromossômico do javali.
mento do tumor.
(B) a circulação sanguínea, impedindo o tráfego da (E) os animais puros, aos quais o restaurante se re-
doença. fere, são filhos de casais em que pelo menos um
dos animais paternos tem 36 cromossomos.
(C) os peroxíssomos, bloqueando a produção de ca-
talase. 14. Uma maneira de se obter um clone de ovelha é trans-
(D) algumas mitocôndrias, impedindo a respiração ferir o núcleo de uma célula somática de uma ovelha
aeróbica. adulta A para um óvulo de uma outra ovelha B do qual
(E) algum ponto do ciclo celular, fazendo cessar as foi previamente eliminado o núcleo. O embrião resul-
mitoses. tante é implantado no útero de uma terceira ovelha C,
onde origina um novo indivíduo. Acerca do material
12. Quando ocorre a divisão celular descontrolada das cé- genético desse novo indivíduo, pode-se afirmar que
lulas de determinada região do organismo, pode ocor-
(A) o DNA nuclear e o mitocondrial são iguais aos da
rer a formação de um tumor. Nos tumores benignos,
as células permanecem no local, prejudicando apenas ovelha A.
o órgão onde se originou o tumor ou os tecidos vizi- (B) o DNA nuclear e o mitocondrial são iguais aos da
nhos. O câncer é um tumor maligno prejudicial que se ovelha B.
espalha para outras regiões do corpo. (C) o DNA nuclear é igual ao da ovelha B, mas o DNA
O processo celular envolvido nessa desobediência ge- mitocondrial é igual ao da ovelha A.
nética é chamado de (D) o DNA nuclear é igual ao da ovelha A, mas o DNA
(A) meiose e origina células haploides. mitocondrial é igual ao da ovelha B.
(B) fissão e ocorre nas células eucarióticas dos ani- (E) o DNA nuclear é igual ao da ovelha A, mas o DNA
mais evoluídos. mitocondrial é igual ao da ovelha C.

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Biologia

15. O número dos cromossomos nas células do cavalo (C) o número de cromossomos encontrados no ga-
(Equus caballus) é 64 e no trigo (Triticum aestivum) é 42. meta seja 23.
Quando esses organismos passam pelos processos de (D) um cromossomo de cada par seja direcionado
mitose e meiose, respectivamente, como serão os nú- para uma célula-filha.
meros cromossômicos de: (E) um gameta raramente terá o número correto de
cromossomos da espécie.
(I) Cavalo
(II) Trigo 18. Sob condições experimentais adequadas, é possível
fazer com que certos tipos celulares se dividam por
(A) (I) 32 e 64, (II) 42 e 21. mitose. Para isso, tais células são colocadas em fras-
cos contendo meio de cultura e outras drogas neces-
(B) (I) 128 e 32, (II) 84 e 21.
sárias à indução da divisão celular.
(C) (I) 64 e 32, (II) 42 e 21. Com o objetivo de obter células para observar a mito-
(D) (I) 32 e 16, (II) 42 e 21. se, um laboratorista adotou o seguinte procedimento:
colocou uma amostra de sangue humano tratado com
(E) O número de cromossomos não sofre modifica- anticoagulante em um tubo de ensaio e, em seguida,
ções. centrifugou o tubo para precipitar os elementos mais
16. O ciclo de vida dos animais é caracterizado pelo cresci- pesados. Ao final do processo, observou-se o conteú-
mento, reprodução e morte dos indivíduos. Sabendo do do tubo e verificou-se a existência de três frações
que o crescimento ocorre a partir de sucessivas divi- bem distintas. As hemácias, mais pesadas, ocupavam
sões celulares e a reprodução, pela formação dos ga- a fração 1 do tubo. Acima destas, uma fina camada de
metas e consequente fecundação com um gameta de linfócitos formava a fração 2. A fração 3 era constituí-
outro indivíduo da mesma espécie, qual das alternati- da pelo plasma sanguíneo.
vas abaixo indica, respectivamente, o tipo de divisão Para observar células em divisão, o laboratorista de-
celular envolvido nos processos de crescimento do verá adicionar aos frascos de cultura
organismo e formação dos gametas?
(A) apenas a fração 1.
(A) Fissão binária e meiose. (B) apenas a fração 2.
(B) Meiose e mitose. (C) apenas a fração 3.
(C) Mitose e fissão binária. (D) a fração 1 mais a fração 3.
(D) Mitose e meiose. (E) qualquer uma das três frações.
(E) Fissão binária e mitose.
19. A síndrome de Down ocorre quando o indivíduo pos-
17. Quando adquirimos frutas no comércio, observamos sui no núcleo de suas células três cópias do cromosso-
com mais frequência frutas sem ou com poucas se- mo 21 em vez de duas. É uma anomalia cromossômica
mentes. Essas frutas têm grande apelo comercial e com prevalência de 1 em cada 691 nascimentos. No
são preferidas por uma parcela cada vez maior da po- Brasil, há pelo menos 300 mil pessoas com síndrome
pulação. Em plantas que normalmente são diploides, de Down. Pela análise dos cromossomos, é possível
isto é, apresentam dois cromossomos de cada par, detectar a anomalia que caracteriza a síndrome de
uma das maneiras de produzir frutas sem sementes Down. O esquema a seguir apresenta quatro eventos
é gerar plantas com uma ploidia diferente de dois, da divisão celular.
geralmente triploide. Uma das técnicas de produção Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/bioconexoes/
dessas plantas triploides é a geração de uma planta normal-e-ser-diferente

tetraploide (com quatro conjuntos de cromossomos),


que produz gametas diploides e promove a reprodu-
ção dessa planta com uma planta diploide normal.
A planta triploide oriunda desse cruzamento apresen-
tará uma grande dificuldade de gerar gametas viáveis,
pois, como a segregação dos cromossomos homólogos
na meiose I é aleatória e independente, espera-se que
(A) os gametas gerados sejam diploides.
(B) as cromátides-irmãs sejam separadas ao final
desse evento.

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Biologia

Os eventos possíveis da meiose que levam à síndrome


de Down são os de número
(A) 1 e 4.

(B) 1 e 3.

(C) 2 e 3.
(D) 2 e 4.
(E) 3 e 4.

20. Com relação ao início do período reprodutivo, as mu-


lheres são, de forma geral, mais “precoces” que os ho-
mens. Isso ocorre porque a produção dos hormônios
gonadotróficos hipofisários começa um pouco mais
cedo no sexo feminino. Com relação à gametogênese,
tal fato também é verificado, porém com uma preco-
cidade ainda maior, pois
(A) a formação meiótica dos gametas se inicia logo
após o nascimento, sendo maturados e liberados
a partir da puberdade.
(B) por volta dos sete anos de idade se iniciam as
meioses que formarão os folículos ovarianos.
(C) cerca de três anos antes da puberdade as mulhe-
res iniciam a meiose em células ovarianas para
que ocorram as ovulações mensais.
(D) as mulheres já nascem com os gametas prontos
para serem fecundados, bastando serem libera-
dos na ovulação a partir da puberdade.
(E) ainda no útero materno células ovarianas precur-
soras dos gametas iniciam, porém não finalizam,
a divisão meiótica.

1. C 11. E
2. A 12. C
3. D 13. A
4. C 14. D
5. E 15. C
6. B 16. D
7. D 17. E
8. C 18. B
9. D 19. C
10. A 20. E

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PLANTAS

O REINO VEGETAL fértil e produtiva. Além disso, funcionam como “guarda-


-chuvas” dos solos, uma vez que os protegem das fortes
Por Que Estudar as Plantas? chuvas, evitando lixiviação, erosão e até assoreamentos.
Como todo organismo autótrofo, as plantas consti-
O estudo das plantas é importante não apenas pelo
tuem a base da cadeia alimentar, de forma que sua extin-
seu fascínio. Trata-se de um grupo de seres vivos funda-
mental para a manutenção de toda a biodiversidade. ção levaria à morte dos herbívoros e, logo em seguida, dos
carnívoros devido à falta de alimentação.
Podemos começar a explicação de o porquê estudar as
plantas citando uma de suas maiores importâncias para É possível revelar ainda importâncias de interesses hu-
o ecossistema: a produção de O2. A fotossíntese realiza- manos do reino metáfita. O homem utiliza as plantas na
da pelos vegetais contribui para o equilíbrio do ciclo do sua alimentação diretamente, como arroz, feijão, batata
oxigênio ao liberar esse gás para a atmosfera, permitindo, entre tantos outros, ou indiretamente por meio de pro-
assim, que todos os organismos aeróbios tenham condi- dutos que resultam da sua transformação, como os que
ções de sobreviver e de se perpetuarem. Vale ressaltar, no precisam do trigo para sua fabricação.
entanto, que o verdadeiro pulmão do mundo (metáfora Elas também constituem uma fonte de diferentes ma-
utilizada para se referir ao maior liberador de O2 para a at- térias-primas que são utilizadas em diversas indústrias.
mosfera) não é a floresta e, sim, o fitoplâncton constituído Muitas plantas produzem fibras utilizadas na indústria têx-
pelas algas. til, como é o caso do algodão, produzido pelo algodoeiro.
A mesma fotossíntese que produz O2 também absorve As madeiras extraídas de algumas árvores, por exemplo,
CO2, retirando-o da atmosfera e incorporando-o na biomas- os carvalhos e os pinheiros, têm particular importância na
sa. Dessa forma, pode-se dizer que os vegetais também indústria do mobiliário e na construção civil. A madeira de
possuem grandiosa participação no ciclo do carbono,uma eucalipto, rica em celulose, é utilizada no fabrico de papel.
vez que a fotossíntese é o único processo que retira CO2
No nosso país, o que também têm grande importância
atmosférico enquanto inúmeros outros processos liberam
industrial é a cortiça, extraída do caule do sobreiro, e a
esse gás. Observe a figura a seguir, que demonstra que a
resina, extraída do pinheiro, que é usada nas indústrias de
retenção de CO2 através da fotossíntese é o único proces-
colas e tintas.
so existente que contrabalanceia a emissão desse gás por
meio da combustão, respiração e decomposição.

BIOATP - PLANTAS

Ainda pensando nas importâncias ecológicas dos vege-


tais, pode-se exaltar sua influência no clima, uma vez que
realizam evapotranspiração, aumentando a umidade do ar.
As plantas também enriquecem os solos com suas fo- Imagem do sobreiro (árvore da qual se extrai a cortiça), extração da
lhas e ramos que caem, decompõem e tornam a terra mais cortiça e rolhas de cortiça respectivamente.

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Biologia

Além destas aplicações há, ainda, plantas que produ- guaraná diminuía a proliferação celular e induzia a mor-
zem essências que são utilizadas na indústria de perfuma- te das células tumorais.
ria e outras substâncias medicinais, utilizadas como medi-
camentos, conforme demonstra a reportagem do “Ciência
Hoje”.

Guaraná retarda avanço do câncer


Células de mama cancerosas proliferam mais lenta-
mente em camundongos alimentados com a planta.
Por: Fabíola Bezerra
Publicado em 14/08/2007 | Atualizado em 19/10/2009

Estudo feito em camundongos com tumor de


Ehrlich mostrou que o animal tratado com guaraná (à
direita) teve seu volume abdominal reduzido em rela-
ção ao do que não recebeu tratamento (à esquerda),
o que significa menor desenvolvimento tumoral (foto:
Ilustração botânica do Heidge Fukumasu).
guaraná (Paullinia cupana).
Imagem: Koehler’s
Em sua pesquisa de doutorado, Fukumasu investigou
Medicinal-Plants. os efeitos do guaraná sobre a progressão de tumores de
Ehrlich, um tipo de tumor de mama de camundongos.
As sementes de guaraná, planta originária da Os resultados comprovam que o processo de prolifera-
Amazônia, podem impedir a proliferação de célu- ção das células cancerosas é desacelerado quando os ca-
las cancerosas e o desenvolvimento de tumores, de mundongos são alimentados com guaraná por sete dias
acordo com pesquisa da Universidade de São Paulo antes de terem o câncer induzido pelos cientistas e mais
(USP). Camundongos alimentados com essa planta 14 dias após o estabelecimento da doença.
tiveram diminuição de 54% na quantidade de células Depois de quantificar as células cancerosas dos ani-
cancerosas associadas a um tipo de câncer de mama mais nutridos com guaraná e do grupo controle, que
chamado tumor de Ehrlich, o que retardou a progres- consumia apenas água, a equipe constatou também a
são da doença e aumentou significativamente a so- diminuição do volume abdominal desses camundongos,
brevida dos animais.
o que está associado ao menor crescimento tumoral.
Os efeitos quimiopreventivos e terapêuticos do gua-
Parte do inchaço nessa área do corpo deve-se ao
raná começaram a ser estudados em 2001 pelo veteri-
intenso processo inflamatório e à consequente dila-
nário Heidge Fukumasu, no Laboratório de Oncologia
tação e danificação dos vasos sanguíneos provocados
Experimental e Comparada da Faculdade de Medicina
pelo crescimento do tumor. O pesquisador pretende
Veterinária e Zootecnia da USP, durante sua graduação.
dar continuidade ao estudo a fim de conhecer a que
Sua orientadora, Maria Lúcia Zaidan Dagli, estudava os
substância do guaraná esse efeito preventivo é atribuí-
benefícios de plantas, entre elas, o chá verde, no com-
do e como ela atua nas células. Ele planeja uma parce-
bate ao câncer. “Como os níveis de cafeína e os com-
ria com outros institutos para realizar testes em seres
postos polifenólicos presentes no chá verde poderiam
humanos no futuro. “Por enquanto, observamos esses
ser os responsáveis por seu efeito anticancerígeno,
procuramos uma planta brasileira que tivesse níveis se- efeitos em animais. Há um longo caminho para enten-
melhantes dessas substâncias e chegamos ao guaraná”, der como isso se dá na complexidade do metabolismo
conta Fukumasu. humano e em outras espécies”, conclui.
BEZERRA, Fabíola. Ciência Hoje Online 14/08/2007.
As primeiras pesquisas do veterinário mostraram
que, depois de seis meses alimentados com guaraná, A relação das plantas com os animais é uma relação
camundongos com tumor de fígado apresentavam me- tão íntima que, na natureza, há inúmeros casos de prote-
nos células cancerosas do que os que não haviam in- ção animal dada aos vegetais. Incoerentemente, falta ao
gerido a planta. Posteriormente, ao realizar um novo homem, o único racional entre todos os animais, se con-
experimento em camundongos com melanoma (um vencer da necessidade dos vegetais e demonstrar respeito
tipo de tumor de pele), o pesquisador percebeu que o a partir de atitudes conservacionistas.

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Biologia

Leitura Complementar: Para testar se as abelhas eram mesmo capazes de


reduzir a atividade das lagartas, os cientistas monta-
Zumbido protetor
ram duas tendas de mesmo tamanho próximas uma da
Som produzido por abelhas previne destruição das outra. Em cada tenda foram plantadas dez árvores de
folhas das plantas por lagartas. pimentão (Capsicum annuum) com seis a 15 folhas por
Além de polinizar planta e, em outro experimento, dez plantas de soja
as flores, as abelhas (Glycine max) com 11 a 30 folhas cada uma. O pimen-
protegem as plan- tão foi testado com e sem frutos.
tas do ataque de la- No início dos experimentos, dez lagartas da espé-
gartas (foto: Helga R. cie Spodoptera exigua foram colocadas em cada planta.
Heilmann/ BEEgroup). Essa espécie foi escolhida porque se alimenta de cerca
Muita gente perde de 50 plantas diferentes, tem pêlos sensoriais capazes
de detectar a vibração do ar e exibe respostas de defesa
o apetite quando sofre
contra vespas quando estimulada pela vibração de ar
alguma perturbação. Com as lagartas não é diferente.
gerada pelo bater de asas.
Um estudo alemão mostrou que elas comem menos
folhas das plantas que infestam quando são constan- Uma das tendas estava conectada a uma colmeia e
tinha recipientes com soluções açucaradas semelhan-
temente expostas ao zumbido de abelhas. Os resulta-
tes ao néctar, que atraíam as abelhas. Depois de 13 a 18
dos, publicados esta semana na revista Current Biology,
dias, quando a maior parte das lagartas havia comple-
revelam que as abelhas têm outra importante função
tado seu ciclo de crescimento e iniciado a fase de pupa,
para as plantas além da polinização: protegê-las do ata- as plantas foram removidas das tendas e as folhas des-
que de pragas. tacadas para avaliação.
Em estudos anteriores, o pesquisador Jurgen Tautz, da Destruição menor de folhas
Universidade de Wurzburg (Alemanha), já havia descober-
Após 18 dias de exposição a lagartas, as folhas de soja
to que muitas lagartas possuem finos pêlos sensoriais que
da tenda que recebeu a vi-
lhes permitem detectar vibrações no ar, como o som do
sita de abelhas (à esquer-
bater de asas de vespas predadoras. Como estratégia de
da) sofreram dano muito
defesa para tentar garantir sua sobrevivência, as lagartas –
menor que o das folhas de
que comem quase sem parar – ficam imóveis ou se soltam
soja da tenda sem conexão
da planta ao perceber a aproximação das vespas.
com a colmeia (à direita).
Agora, uma equipe liderada por Tautz descobriu que Fotos: Current Biology.
o mesmo acontece quando abelhas inofensivas se apro-
Nos experimentos com árvores sem frutos, as lagar-
ximam. “O sistema nervoso e o equipamento sensorial
tas destruíram de 60% a 70% menos folhas na tenda
das lagartas é muito simples e não consegue diferenciar que tinha sido visitada por abelhas em comparação com
vespas e abelhas, já que elas têm tamanho e frequência as plantas da tenda às quais esses insetos não tiveram
de batimento de asas iguais”, diz o pesquisador à CH On- acesso. Uma diferença menor nos danos às folhas foi
line. Se a exposição ao zumbido de abelhas for constan- observada nos testes com plantas com frutos, porque
te, como acontece em árvores frutíferas muito carrega- as lagartas se deslocaram para dentro dos pimentões.
das de flores, as lagartas se alimentarão bem menos, o “Nossos resultados indicam pela primeira vez que
que resultará em plantas mais saudáveis. a visita de abelhas dá às plantas uma vantagem total-
Pimentão, soja, abelhas e lagartas mente inesperada: as abelhas que voam ao redor das
plantas inibem a intensidade da alimentação de lagartas
herbívoras, resultando em uma clara redução do dano BIOATP - PLANTAS
às folhas”, dizem os pesquisadores no artigo. A equipe
pretende agora testar o sistema em uma área maior.
Tautz acredita que a descoberta pode ser usada no
desenvolvimento de um método de controle biológico
de pragas totalmente novo e ter aplicações na agricul-
tura sustentável. “A habilidade das abelhas pode per-
mitir a redução do uso de inseticidas em certos locais
As lagartas têm um sistema de defesa que faz com e por certos períodos, se os cultivos forem combinados
que fiquem imóveis ou se soltem das plantas ao per- com o plantio de flores que atraiam a visita desses in-
ceberem a aproximação de um possível predador, o setos”, afirma. “Consequentemente, isso pode diminuir
que resulta em um dano menor às folhas (foto: Helga um pouco a poluição ambiental.”
R. Heilmann/ BEEgroup). FERNANDES, Thaís. Ciência Hoje Online 22/12/2008.

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Diversidade Vegetal Protista no módulo anterior, vamos considerar somente as
plantas como integrantes do Reino Vegetal.
O Reino Vegetal é, sem dúvida, espetacular! As plan-
tas nos impressionam e fascinam em vários aspectos. A Este reino por sua vez, também chamado de
capacidade de sobreviver por tanto tempo é um destes Reino Plantae, é dividido em quatro grupos: Briófitas,
aspectos surpreendentes. Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas, e vamos
estudá-los adiante.
A mais antiga planta conhecida é um pinheiro, Pinus
aristata, que está vivendo há mais de 4.900 anos – quase Evolução das Plantas
50 séculos! Em comparação, há dúvida se algum animal
tenha vivido por cerca de dois séculos. As idades extremas Origem das Plantas
alcançadas por algumas árvores provam que as plantas As primeiras plantas terrestres se originaram das algas
podem adaptar-se com êxito aos seus ambientes. verdes, também chamadas clorofíceas ou clorófitas. Entre
Fascinante também é entender como a água e os sais as evidências que levaram os biólogos a essa conclusão,
minerais (seiva bruta) conseguem subir através do xilema estão a presença das clorofilas a e b, o armazenamento de
da raiz em direção à folha, vencendo a força da gravidade, amido, a presença da parede celulósica, e ainda um ciclo
sem existir um órgão propulsor para impulsionar esse lí- haplodiplobiôntico, presente tanto nestas algas, que são
quido para cima. aquáticas, como nos vegetais terrestres.
E as plantas carnívoras? Adaptadas a solos pobres em A passagem do meio aquático para o terrestre foi pro-
nitrogênio, conseguem detectar o exato momento da pre- porcionada por uma série de adaptações morfológicas nas
sença do inseto e, como uma armadilha perfeita, suas fo- algas, que permitiram a sua sobrevivência nesse novo meio.
lhas aprisionam e digerem o animal retirando dele todo As algas retiravam da água os gases e nutrientes que ne-
o nitrogênio necessário à sua sobrevivência. É impressio- cessitavam. Ao mesmo tempo, a água é um eficiente meio
nante não é mesmo? de sustentação do corpo. A reprodução é facilitada pela
Mas é quando nos aprofundamos na complexa vida confecção de gametas e esporos móveis, que têm na água
vegetal que mais nos surpreendemos. Pense: se você é um eficiente meio de locomoção.
atacado, o que faz? É natural que peça ajuda. Pois saiba Assim, a colonização do ambiente terrestre pelos ve-
que as plantas também agem assim. Quando as lagartas getais só foi possível graças a adaptações que surgiram
começam a mastigar as folhas de milho, de algodão ou de gradativamente por meio de mutações, permitindo su-
outras espécies, as plantas sintetizam sinais químicos na perar os dois grandes obstáculos enfrentados por quem
atmosfera. Essas substâncias atraem outros insetos que sai do ambiente aquático: a falta d’água e a capacidade
se alimentam de lagartas. Assim, as plantas se livram dos de sustentação corporal.
seus “inimigos” graças ao seu “grito de socorro”.
Comprovando que realmente as plantas comunicam- As Adaptações que Permitiram a
-se, um estudo feito por especialistas em vida selvagem Conquista do Meio Terrestre
da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que Entre as diversas adaptações ao meio terrestre, pode-
teve o apoio de uma equipe da Universidade de Kyoto, no mos destacar:
Japão, revelou que as plantas podem alertar umas às ou-
• O aparecimento dos tecidos de condução. Estes
tras quando algum perigo se aproxima.
permitiram uma eficiência maior nos transportes
Segundo a pesquisa, uma planta que esteja sendo da água e dos nutrientes minerais.
agredida por algum herbívoro pode avisar às vizinhas
• Um eficiente mecanismo de absorção de água e
enviando “mensagens químicas” pelo ar. Quando a
nutrientes através das raízes.
outra planta “lê” a mensagem, reage, aumentando
suas defesas naturais contra gafanhotos, lagartas e • A impermeabilização das superfícies expostas ao ar
outros invasores. Essas defesas envolvem a produção para evitar a perda excessiva de água, como a cutí-
de substâncias com sabores desagradáveis ou maior cula nas folhas.
produção de cera nas folhas. • Estruturas que facilitam as trocas gasosas chama-
Resumindo: por mais inacreditável que seja, as plantas das de estômatos.
“conversam”! • A presença de um tecido rígido para a sustentação
Esses incríveis organismos do reino vegetal são euca- por meio da substância lignina.
riontes, pluricelulares e autótrofos. Possuem parede celu- • A independência da água para a reprodução.
lar de celulose e o amido é o carboidrato de reserva. • O aparecimento das sementes.
Existem vários sistemas de classificação das plan- • Finalmente, o surgimento dos frutos que são exclu-
tas. Como já estudamos todas as algas dentro do Reino sivos nas angiospermas.

217
História Evolutiva das Plantas O gametófito masculino, por meio de anterídios, pro-
Estudos mostram que as primeiras plantas surgiram duz gametas móveis, com flagelos, chamados de antero-
por volta de 750 milhões de anos. A partir daí, por meio de zóides. Já o feminino, por meio de arquegônios, produz
mutações e da seleção natural, surgiram os quatro grupos gametas imóveis, chamados de oosferas. Levados pelas
de vegetais atuais que conhecemos. gotas de água, os anterozoides alcançam a planta femini-
na e nadam em direção à oosfera.
Observe o esquema que demonstra a evolução dos
grupos vegetais: Da união de um anterozoide com uma oosfera, surge
o zigoto, que, sobre a planta feminina cresce e forma um
embrião, que se desenvolve originando a fase assexuada
chamada de esporófito, isto é, fase produtora de esporos.
O esporófito possui uma haste e uma cápsula, no inte-
rior da qual se formam os esporos. Quando maduros, os
Briófitas Pteridófitas Gimnospermas Angiospermas esporos são liberados e podem germinar no solo úmido.
Cada esporo, então, pode formar uma espécie de “broto”
chamado de protonema. Cada protonema, por sua vez, de-
Plantas
com senvolve-se e origina um novo musgo verde (gametófito).
fruto Todo este ciclo reprodutivo está apresentado no es-
quema a seguir:
Primeiras
plantas com Ciclo Reprodutor de um Musgo
sementes
Cápsula (2n)
Primeiras com caliptra
plantas R! Cápsula sem
vasculares caliptra
Clorofíceas
E (2n)

Anterozoide
Anterídio
As algas verdes (clorofíceas) originaram as briófitas
(musgos, hepáticas) e as plantas vasculares. Esporos (n)
G (n)

Arquegônio Proto- Planta


Briófitas nema
Oosfera
Briófitas (do grego bryon: musgo; e phyton: planta)
tem como principais representantes os musgos e as hepá- Planta
ticas, plantas que vivem em locais úmidos e sombreados,
afinal são desprovidas de cutícula – estrutura que impede Biologia – César e Sezar. Ed. Saraiva.
a perda excessiva de água – ou quando a possui, encontra-
-se bastante delgada. Na figura, as letras E e G representam o esporófito (indi-
São plantas pequenas, geralmente com alguns poucos víduo que produz esporos) e gametófito (indivíduo que pro-
centímetros de altura. Esse fato se justifica por uma das duz gametas), respectivamente. Anterídio é o local onde se
características mais marcantes das briófitas: elas não pos- produz o gameta masculino – anterozoide – e arquegônio o
suem vasos para a condução de nutrientes, são atraque- local onde se produz o gameta feminino – oosfera.
ófitas. Estes são transportados de célula a célula por todo Observe que briófitas são criptógamas (não possuem

BIOATP - PLANTAS
o vegetal através de difusão. Assim, o transporte de água flores), não espermatófitas (não possuem sementes) e
e de nutrientes célula a célula é muito lento e, caso estes também assifonógamas (não possuem tubo polínico).
vegetais fossem grandes, as células mais distantes daque-
Pteridófitas
la fotossintética morreriam por falta de alimento.
Justamente por se tratar de vegetais bem pequenos e Na evolução das plantas, as pteridófitas foram as pri-
simples, seu corpo é formado basicamente de três partes meiras traqueófitas, ou seja, a apresentar um sistema de
ou estruturas: rizoide (ao invés de raiz verdadeira), cau- vasos para conduzir nutrientes, chamados de vasos condu-
loide (ao invés de caule verdadeiro) e filoide (ao invés de tores de seiva e classificados em xilema e floema.
folha verdadeira). O xilema é o vaso responsável por conduzir a seiva bru-
Quanto à reprodução das briófitas, existem duas fa- ta (constituída de água e sais minerais) que entra pela raiz
ses: uma assexuada e outra sexuada. Os musgos que po- e sobe até as folhas do vegetal. Já o floema conduz seiva
demos ver num muro úmido são plantas sexuadas, que elaborada (constituída de água e açúcar) que foi produzida
representam a fase chamada de gametófito, isto é, fase nas folhas através da fotossíntese e é distribuída por todo
produtora de gametas. vegetal, até a raiz.

218
Soro aberto Quando adulta, esta planta forma soros, iniciando novo ci-
liberando esporos clo de reprodução, como apresentado no esquema a seguir.
Ciclo Reprodutor de uma Samambaia

Meiose
(R!)

Folíolo Esporângio
Soro
Soros
Folha Esporo
E (2n) Protalo
Esporófito
jovem Arquegônio
Báculo G (2n)
(samambaia
jovem)
Protalo
Rizoma (calule Oosfera (gametófito)
subterrâneo) Rizoides

Com esse sistema eficiente de distribuição de substância


pelo corpo vegetal, as pteridófitas podem assumir grande por- Anterozoide
Anterídeo
pluriflagelado
te. Além disso, elas possuem raiz, caule e folha verdadeiros. SOLO

As samambaias e avencas são exemplos mais expressi- Biologia – César e Sezar. Ed. Saraiva.
vos desse grupo de vegetais e, apesar de possuírem cutí-
Observe que as pteridófitas, assim como as briófitas,
cula espessa (o que impede que o vegetal desidrate), ha-
são criptógamas (não possuem flores), não espermató-
bitam, predominantemente, lugares úmidos e sombrios.
fitas (não possuem sementes) e também assifonógamas
Se as pteridófitas possuem cutícula espessa e, portan- (não possuem tubo polínico).
to, não perdem água para atmosfera, o que impede estes
vegetais de colonizar ambientes mais secos? Gimnospermas
A resposta está na reprodução. Essas plantas, assim As gimnospermas (do grego
como as briófitas, também dependem da água para que Gymnos: ‘nu’; e sperma: ‘semente’)
ocorra a fecundação (encontro do gameta masculino – an- são plantas terrestres que vivem,
terozoide – com o gameta feminino – oosfera). preferencialmente, em ambientes
de clima frio ou temperado. Nesse
Em certas épocas, na superfície inferior das folhas da
grupo incluem-se plantas como pi-
samambaia, formam-se pontos escuros chamados de so-
nheiros, sequoias e ciprestes.
ros, onde se produzem os esporos.
Observe a figura de um pinhei-
ro-do-paraná (Araucária angustifo-
lia) e tente descobrir as característi-
cas das Gimnospermas.
Facilmente se percebe que gimnospermas são vege-
tais de grande porte e, portanto, possuem raízes, caule
e folhas verdadeiras. A partir dessa informação, pode-se
deduzir que estes vegetais possuem vasos condutores de
seiva, afinal, plantas de grande porte não sobrevivem sem
uma eficiente distribuição de nutrientes proporcionada
Protalo monoico. por estes vasos.
Quando analisamos o local onde se encontram os pinhei-
Quando os esporos amadurecem, os soros abrem-se, ros, concluímos que são adaptados a ambientes secos, logo,
deixando-os cair no solo úmido; cada esporo, então, pode há cutícula espessa impedindo a morte por desidratação.
germinar e originar um protalo, uma plantinha bem pe-
quena em forma de coração. O protalo é uma planta sexu-
ada, produtora de gametas; por isso, ele representa a fase
chamada de gametófito. Welwitschia mirabilis:
No protalo, formam-se os anterozoides e as oosferas. gimnosperma
encontrada apenas no
Os anterozoides, deslocando-se em água, nadam em dire- deserto da Namíbia.
ção à oosfera, fecundando-a. Surge, então, o zigoto, que se Suas folhas crescem por
desenvolve, transformando-se em uma nova samambaia. toda a vida da planta.

219
A grande diferença entre as Pteridófitas e Contudo, as gimnospermas não produzem frutos.
Gimnospermas (grupo anteriormente estudado) diz res- Suas sementes são “nuas”, ou seja, não ficam encerra-
peito à reprodução. As Gimnospermas possuem ramos das em frutos. O único grupo vegetal com fruto são as
reprodutivos com folhas modificadas chamadas estróbilos Angiospermas, plantas que estudaremos a seguir.
(órgão reprodutor evidente), portanto são fanerógamas.
Em muitas gimnospermas, como os pinheiros e as se- Angiospermas
quoias, os estróbilos são bem desenvolvidos e conhecidos Neste grupo vegetal, estão presentes todas as carac-
como cones – o que lhes confere a classificação no grupo terísticas existentes em gimnospermas. O que difere as
das coníferas. Angiospermas do último grupo estudado é a aquisição
de flores com atrativos (cores vivas, néctar e odor), o que
permite que a polinização se dê por animais (aves, insetos,
Estróbilo ou cone (inflorescência) de
um pinheiro-do-paraná. Cada flor, morcegos) além da polinização pelo vento como já ocorria
que é representada por uma única nas Gimnospermas.
folha estaminal ou carpelar, chama-se No entanto, a grande novidade evolutiva das
esporófilo. Trata-se de uma flor sem
atrativos e portanto a polinização é feita
Angiospermas é a presença do fruto, que protege e auxilia
somente através do vento. na dispersão das sementes. Foi essa aquisição evolutiva
que deu o nome desse grupo vegetal: angios – “urna” e
sperma – “semente”.
Existe estróbilo masculino, o qual produz o grão-de-
Existem flores masculinas, flores femininas e ainda flo-
-polen, e o estróbilo feminino, no qual existe óvulo envol-
res monóclinas, ou seja, com parte feminina e masculina
vendo o gameta feminino – oosfera.
simultaneamente.
Quando o grão-de-pólen é levado pelo vento até o es-
tróbilo feminino, nasce a partir dessa estrutura um tubo – Não diferente do que ocorre nas Gimnospermas, a
Tubo Polínico – que produz e conduz o gameta masculino parte masculina da flor produz o grão-de-pólen. No entan-
até a oosfera. to, na parte feminina, existe o ovário (novidade evolutiva
exclusividade das angiospermas), além do óvulo e o game-
O gameta masculino em Gimnospermas é diferente da-
ta feminino (também existentes nas gimnospermas).
quele visto em Pteridófitas. Neste caso, o gameta, chamado
de Núcleo Espermático, é imóvel e independe da água para Quando o grão-de-pólen é transportado até a parte fe-
alcançar a oosfera porque foi conduzido pelo tubo polínico. minina da flor, surge o Tubo Polínico, que produz e conduz
Portanto, tubo polínico foi a aquisição evolutiva que tornou o núcleo espermático (gameta masculino) até a oosfera
gimnospermas independentes da água para fecundação. (gameta feminino).
Plantas com tubo polínico são chamadas de sifonógamas. Logo após a fecundação, o óvulo se desenvolve, dando
Outra novidade evolutiva refere-se à produção de se- origem à semente, enquanto o ovário origina o fruto, es-
mentes: elas se originam nos estróbilos femininos e se res- trutura importante na disseminação da semente. Dentro
ponsabilizam por proteger o embrião que se encontra no seu da semente existe um endosperma triploide e secundário
interior. As sementes também nutrem o embrião através de – produzido após a fecundação do gameta feminino com o
um tecido haploide que surgem antes mesmo da fecunda- masculino. Analise a figura a seguir:
ção: o endosperma primário. Quando a semente cai no solo,
mediante condições favoráveis, ela germina dando origem a Ciclo Reprodutor da Angiosperma
Antera
uma nova árvore. Plantas com sementes são chamadas de (em corte) Meiose
R!
espermatófitas. Observe o ciclo reprodutivo de um pinheiro.
E Pólen (n)

BIOATP - PLANTAS
(2n)
Gin
ece
u
Estigma
Tubo
polínico
Oosfera Estilete
(n)
Ovário Óvulo
Semente Núcleos
polares
(n)
Fruto
Embrião G (n) (saco
embrionário)

Biologia – César e Sezar. Ed. Saraiva.

As partes que constituem a flor (órgãos reprodutores)


Esquema simplificado do ciclo reprodutivo do pinheiro-do-paraná.
Os símbolos significam, respectivamente, masculino e feminino. das angiospermas serão estudadas posteriormente.

220
Classificação das Angiospermas: ORGANOLOGIA VEGETAL
Monocotiledônea X Eudicotitedônea
Dentro do grupo das Angiospermas observa-se a divisão
Semente
dessas plantas em Monocotiledônea e Eudicotitedônea. É o óvulo maduro e já fecundado das plantas gimnos-
Estas subdivisões se diferenciam em várias características, permas ou angiospermas, sendo formada por:
como podemos observar na tabela abaixo: • Tegumento ou casca;
Órgão Monocotiledônea Eudicotiledônea • Embrião;
Tipo de raiz. • Endosperma.
Sua importância está relacionada à propagação ou
dispersão da espécie vegetal para novas regiões, além
de permitir a sobrevivência do embrião em ambientes
desfavoráveis.

Axial ou pivotante (possui Semente das Angiospermas


raiz com eixo principal.
Fasciculada ou cabeleira Após a dupla fecundação, iniciam-se várias modifica-
(não possui raiz com eixo ções coordenadas que levam ao desenvolvimento da se-
principal).
mente (embrião, endosperma e tegumentos) e do fruto:
Disposição dos o núcleo 3n (originado dos dois núcleos polares + um nú-
feixes libero-
-lenhosos (con- cleo espermático) sofre mitoses e origina o endosperma,
junto de xilema o zigoto se desenvolve em embrião por mitose, os tegu-
e floema) no
caule.
mentos do óvulo se desenvolvem numa capa protetora da
semente e o ovário se desenvolve em fruto.
A semente madura apresenta:
Tegumento ou casca: O tegumento ou casca reves-
Difusos.
te a semente e geralmente se divide em testa e tegma.
Concêntricos Constituem os envoltórios da semente, sendo a testa o
Disposição das externo e o tegma o interno. O tegumento sofre redução
nervuras (con- em espessura e de desorganização parcial para revestir e
junto de xilema
e floema) na proteger a semente.
folha. Amêndoa: É o conteúdo da semente, corresponde ao
Paralelinérvia (nervuras pa- embrião e cotilédones (diploides) e endosperma (triploide
ralelas).
Peninérvia (nervuras reticu- nas angiospermas).
lares).
Embrião: O zigoto (2n) divide-se por mitose – uma cé-
Quantidade de lula-filha origina o embrião e a outra origina o suspensor
pétalas na flor.
(estrutura que suporta e empurra o embrião para dentro do
endosperma permitindo comunicação entre nutrientes e
embrião). O alongamento do embrião origina o eixo central
que apresenta um meristema apical na extremidade supe-
Trímeras (formadas por três Tetrâmetras ou pentâmeras rior (plúmula) e um meristema na extremidade inferior (ra-
pétalas ou seus múltiplos). (formadas por 4 ou 5 pétalas, dícula). A plúmula origina as primeiras folhas (cotilédones).
os seus múltiplos).
Durante a germinação da semente, a plúmula desenvolve-
Quantidade de
cotilédones (fo-
-se origina o caule, a radícula dá origem a raiz primária.
cotilédones
lha que nutre Cotilédone e Endosperma: Cotilédones são as primei-
o embrião) na
semente. ras folhas que surgem dos embriões das espermatófitas
(plantas com sementes). São estruturalmente diferentes
feijão das outras folhas, uma vez que cumprem uma função es-
pecial para a subsistência deste ser vivo, contribuindo com
Um cotilédone. Dois cotilédones. suas reservas de nutrientes para alimentar a plântula em
Representantes Milho, bambu, cana-de-acú- Feijão, amendoim, café, gi- desenvolvimento, enquanto esta não pode ainda pro-
car, alho, arroz, palmeira, rassol, laranja, mamão, aba- duzir a quantidade suficiente de nutrientes a partir da
grama, cebola, etc. cate, seringueira, etc.
fotossíntese. As sementes das angiospermas monocotile-

221
dôneas possuem apenas um cotilédone, enquanto as di- Na dispersão por animais, os frutos
cotiledôneas possuem dois. Nas gimnospermas, o número são normalmente suculentos, coloridos
de cotilédones é variável. e exalam odor agradável. Nesse caso,
O endosperma é um tecido vegetal, de natureza tri- como ocorre com as goiabas, um ani-
ploide (3n), nas angiospermas, e haploide (n) nas gimnos- mal pode ingerir o fruto e eliminar as
permas. Refere-se a um tecido que muitas vezes acumula sementes com as fezes, longe da plan-
reservas nutritivas, utilizadas pelo embrião durante seu ta-mãe. Mas nem sempre as sementes
desenvolvimento. disseminadas por animais estão conti-
Amêndoa das em frutos carnosos. É o caso dos
embrião carrapichos: dotados de ganchos fixa-
endosperma dores, eles aderem aos pêlos ou penas
cotilédones de alguns animais e são assim dissemi- Carrapicho.
ápice caule nados. Observe a foto ao lado.
(plúmula)
Raiz
ápice raiz (radícula) plúmula
A raiz é normalmente um órgão subterrâneo, acloro-
suspensor semente filado, com ramificações, que absorve água e sais do solo
casca da semente e transporta as seivas. Desenvolve-se a partir de uma
radícula
a) b) radícula, visível na germinação da semente. A raiz pode
crescer como um longo eixo, a raiz pivotante ou axial, de
onde saem as ramificações secundárias (dicotiledôneas),
a) Estruturas de uma semente de angiosperma dicotiledônea. ou como um feixe de raízes finas e longas, partindo todas
b) Germinação de uma semente mostrando a radícula e a plúmula. de um mesmo ponto. Estas são as raízes fasciculadas, ou
Nos últimos estágios de desenvolvimento embrioná- em cabeleira, das monocotiledôneas.
rio, a semente perde água. Nesse estado de desidratação, a) b)


o embrião é incapaz de se desenvolver. Ele permanece em
estado de dormência até que condições ambientais ade-
quadas a ele permitam germinar.
A dormência de uma semente envolve:
• Exclusão de água e oxigênio (casca impermeável);
• Casca da semente dura (barreira mecânica);
• Inibição química (hormônios).
A quebra da dormência envolve:
O sistema pivotante da beterraba (a) contrasta com o sistema
• Desgaste ou quebra da casca (contato com solo ou fasciculado de uma gramínea (b).
água, trato digestivo de animais, microorganismo e
fogo, que permitem chegada da água ao embrião); Na estrutura típica de uma raiz são reconhecidas, da
• Estímulos químicos (hormônios); ponta para a base, as seguintes regiões:
• Coifa ou caliptra: região terminal na qual as célu-

BIOATP - PLANTAS
• Luz e temperatura.
las, sofrendo um contínuo processo de descama-
A Dispersão de Sementes
ção e substituição, protegem a região de cresci-
Como você sabe, o fruto contribui para a dispersão de
mento da raiz.
sementes na natureza, favorecendo a conquista de novos
territórios pelas angiospermas. Essa • Zona meristemática (zona de divisões) – um me-
dispersão é realizada sobretudo pelo ristema primário, protegido pela coifa.
vento e por animais diversos. • Zona lisa ou de alongamento – região de cresci-
A dispersão pelo vento ocorre ge- mento, onde as células se distendem, proporcio-
ralmente com sementes leves (exem- nando um crescimento longitudinal.
plo: orquídeas), às vezes dotadas de • Zona pilífera – região dos pêlos absorventes,
muitos pêlos disseminadores. As se- unicelulares e que pelo grande número consti-
mentes de dente-de-leão, por exem-
tuem uma extensa área de absorção de soluções
plo, têm pêlos e lembram um pára-
do solo.
-quedas. Veja. Dente-de-leão.

222
• Zona de ramificações – dessa região saem as ra-
mificações que se originam do periciclo, um me-
ristema localizado sob a endoderme, no cilindro
central.

raiz lateral
Raízes sugadoras
(erva-de-passarinho)
raiz lateral
incipiente

pêlos absorventes Raízes (sumaúma)

mucilagem
zona de divisão Raízes respiratórias

caliptra Caule
O caule é geralmente um órgão aéreo, que tem a fun-
ção de sustentação do corpo da planta e da condução da
Partes da raiz.
seiva. É um órgão vegetal portador de folhas e de suas
Tipos de Raízes possíveis modificações, inclusive estruturas reprodutivas.
As duas principais funções são suportar as folhas, flo-
Aéreas: expostas ao ar. Comum em epífitas (orquídeas
res e frutos e condução (seiva elaborada e seiva bruta). No
e bromeliáceas).
entanto pode exercer ainda outras funções:
Aquáticas: lodosas (em vege- • Reserva;
tais que se fixam em pântanos e
• Propagação vegetativa;
no fundo de rios e lagos) e natan-
tes (vegetais que flutuam). • Síntese de substâncias;
Terrestres: presentes em ve- • Proteção (altas e baixas temperaturas, fogo).
getais que vivem em solo firme. Maioria dos vegetais – caule aéreo, no entanto existem
caules subterrâneos e aquáticos.
Adaptações: sugadoras ou
haustórios (vegetais parasitas: Morfologia Externa do Caule
erva-de-passarinho e cipó- Gemas: Regiões meristemáticas (alto índice mitótico)
-chumbo), grampiformes (tre- protegidas por primórdios foliares ou por escamas locali-
padeiras), suporte ou escoras zadas em diversos pontos do caule.
(existentes em plantas de man-
Raízes aquáticas Gemas terminais – ápice caulinar
gues e pântanos), pneumatófo-
ras (em solos alagados, mangues e pântanos), assimilado- Gemas laterais – axila das folhas
ras (orquídeas – realizam a fotossíntese além de, algumas, Nós: regiões do caule onde ocorre a inserção das folhas.
armazenarem água), tubérculos (hipertrofia devido ao Entrenós: regiões localizadas entre dois nós consecutivos.
acúmulo de nutrientes), tabulares e estranguladoras. gema apical

folha jovem

gema lateral

entrenós

Raiz tuberosa (beterraba) Raízes-escoras de


plantas de mangue Partes do caule.

223
As angiospermas podem se reproduzir assexuadamen- pelo acúmulo de reservas – batata-inglesa e cará);
te por propagação vegetativa, que consiste na formação bulbo (cebola, lírio, açafrão); formam-se em plan-
de novos indivíduos a partir de partes destacadas do cor- tas de caatinga e cerrado, regiões sujeitas a secas
po vegetal, como pedaços de caule ou de folhas. prolongadas, queimadas ou derrubadas; possuem
grande resistência e são capazes de regenerar as
Caules e ramos contêm gemas laterais portadoras de
partes aéreas da planta.
células capazes de se multiplicar intensamente. Em cer-
tas condições, tais células podem gerar uma nova planta.
Assim, cortando-se em vários pedaços uma cana-de-açú-
car ou uma batata comum, por exemplo, cada porção po-
derá originar uma nova planta, desde que contenha uma
gema lateral e esteja em condições adequadas.
A propagação vegetativa tem notável aplicação prática
para o ser humano. Na agricultura, é muito frequente a Tronco (Jacarandá) Estipes (coqueiros)

reprodução de plantas – como cana-de-açúcar, mandioca,


batata, eucalipto, roseira e bananeira – por meio de peda-
ços de caule, que são utilizados como “mudas”.
Cana-de-açúcar
Caule rastejante
plantas em desenvolvimento
(abobrinha)
Colmo (cana-de-açúcar)

Pedaços de caule contendo gema.

Propagação vegetativa em cana-de-açúcar.


Tubérculo (batata comum).
Haste (salsa) Os populares “olhos da
Tipos de Caule batata” são gemas laterais.
A presença dessas gemas
Quanto à consistência: herbáceos (tenros, carnosos, identifica a batata como
um caule – e não como
suculentos) em que predominam o colênquima; lenhosos raiz, ao contrário do que
(rígidos ou flexíveis e bastante consistentes) em que pre- algumas pessoas pensam.
dominam o esclerênquima.
Quanto à localização no ambiente:
Caule trepador (uva)
• Aéreos erguidos: haste (herbáceos e geralmente
verdes); tronco (lenhoso e ramificado); colmo (com
nós e entrenós bem evidentes e largos – bambu);

BIOATP - PLANTAS
estipe (com entrenós curtos – palmeiras); cladó-
dios (clorofilados, áfilos ou com folhas rudimenta-
res ou ainda transformadas em espinhos). Bulbo (cebola)
• Aéreos rasteiros: estolão (paralelos ao solo e emi- Rizoma (gengibre)
tem raízes adventícias – morangueiro); prostrados
(paralelos ao solo, mas não emitem raízes – melan-
cia).
Folhas
• Aéreos trepadores: volúveis (enrolam-se em algum As folhas são apêndices laterais do caule. São órgãos
suporte); sarmentosos (possuem gavinhas – mara- vegetativos, geralmente laminares, com simetria bilateral,
cujá e uva); cipós ou lianas. clorofilados e de crescimento limitado. As folhas apresen-
tam como função a fotossíntese para nutrição da planta,
• Subterrâneos: rizoma (paralelo a superfície – ba- respiração e transpiração, além de condução e distribui-
naneira; samambaia); tubérculo (hipertrofiado ção da seiva.

224
Regiões das Folhas • Reserva: folhas das crassuláceas (plantas carono-
sas) armazenam água; os catáfilos da cebola arma-
zenam nutrientes.
• Reprodução: estames e carpelos – folhas modifica-
das para a reprodução sexuada.

Antúrio, folhas modificadas


em brácteas.

Nephentes, folhas
modificadas que
Limbo: é a parte laminar da folha, os vasos condutores Cacto, folhas modificadas capturam insetos e
se ramificam no limbo e, em conjunto, constituem as ner- em espinhos. outros seres pequenos.
vuras. Em geral, tanto em sua superfície superior quanto Para você saber:
na inferior existem milhares de estômatos.
Plantas Insetívoras (carnívoras)
Cada estômato é formado por duas células epidér-
micas modificadas, entre elas há um pequeno poro – o Essas curiosas plantas desenvolveram diferentes
ostíolo, que permite a comunicação entre o interior da tipos de folhas modificadas, que são verdadeiras arma-
folha e o ambiente externo. Assim, através dos estôma- dilhas para a captura de insetos. Na maioria das espé-
tos, as folhas realizam trocas gasosas entre a planta e o cies, essas folhas não passam de alguns centímetros.
meio externo. Nos gêneros Nepenthes e Sarracenia, o limbo for-
Pecíolo: eixo de sustentação do limbo. ma urnas ou tubos que secretam enzimas digestivas
acumuladas no fundo, onde são digeridos os insetos
Bainha: é uma dilatação da base da folha que envolve
captados. Essa captura é passiva, pois os insetos, atraí-
o caule, servindo para sua melhor fixação.
dos por odores fortes, acabam caindo nas urnas.
Principais adaptações das folhas:
Em Drosera, o limbo é coberto por pêlos secretos
• Proteção: pétalas e sépalas das flores para prote- de enzimas, que se curvam sobre o inseto, aprisionan-
ger os órgãos reprodutores. do-o e digerindo-o.
• Estípula: apêndice localizado na base da folha para Em Dionaea, o limbo é articulado, e o inseto, pas-
proteger a gema. sando sobre ele, gera um estímulo que o faz dobrar-se
• Bráctea: folhas modificadas que protegem os bo- encerando o pequeno animal numa espécie de gaiola,
tões florais e também atraem agentes polinizado- onde será digerido.
res. Todas essas plantas são fotossintetizantes e, por-
• Espinhos: contribuem para evitar a perda excessiva tanto, autótrofas, mas dependem de uma dieta extra
de água: proteção. de nutrientes nitrogenados.
• Gavinhas: sustentação; podem ser formadas por
modificações do limbo ou pelo prolongamento do
Flor
pecíolo. A flor é o órgão de reprodução sexuada das espermató-
fitas. Nas angiospermas, a flor apresentava vários verticilos,
• Folhas rosuladas: armazenam água e a absorvem que são conjuntos de folhas modificadas, geralmente , em
pela epiderme (bromeliáceas). flores completas, esses verticilos estão dispostos em círcu-
• Ascídias: folhas modificadas em forma de jarra de los: sépalas, pétalas, estames e carpelos.
certas plantas carnívoras, próprias para capturar e Se a flor estiver organizada com três folhas por verti-
digerir insetos. cilo, fala-se em trimeria, característica das monocotiledô-

225
neas. Se o número básico for 2, 4, 5 ou múltiplos deles, cias de reserva) o endocarpo (porção interna que ro-
fala-se, respectivamente, em flores dímeras, tetrâmeras e deia e protege as sementes).
pentâmeras, encontradas nas eudicotiledôneas. Pericarpo
As flores se originam de pequenos botões localizados
Epicarpo
nas axilas das folhas ou, mais raramente, em toda a super- Endocarpo
fície do caule, em regiões já sem folhas (caulifloria), o que Mesocarpo (pétro)
é característico de jabuticabeiras, jaqueiras e cacaueiros. (fibroso)
Os verticilos são quatro:
1º) Cálice: é formado pelas sépalas, geralmente ver-
des, de função protetora. Apresentam-se isoladas ou liga-
das entre si.
2º) Corola: é o conjunto de pétalas e tem função atra-
tiva. Podem estar isoladas ou unidas, formando um tubo.
Os dois primeiros verticilos são acessórios e correspon-
dem ao perianto. Se as sépalas e pétalas são semelhantes O coco-da-baía,
um fruto com
em forma, tamanho e cor, fala-se em tépalas (lírio, íris). Água
(endosperma Endosperma endocarpo
3º) Androceu: é o conjunto de estames, livres ou li- líquido) pétreo, duro,
gados. Estame é uma folha modificada, constituído de Embrião envolvendo uma
um filete com a extremidade bilobada, a antera. A antera única semente.
Semente
apresenta duas metades, ou tecas, cada uma com dois sa-
cos polínicos, e têm diferentes tipos de aberturas (deis-
cências), que permitem a saída dos grãos de pólen.
4º) Gineceu (pistilo): é formado por uma ou mais fo-
lhas modificadas (carpelares) e apresenta ovários, estilete
e estigma, que é onde serão depositados os grãos de pó-
len para a fecundação. Os carpelos geralmente se unem,
formando um ovário simples, e seu número acompanha o
das demais peças florais. Eles podem ser mono, bi, tricar-
pelares, etc.

Estigma
Estilete Gineceu ou
Antera pistilo
Estame Ovário
Filete

Pétala

Óvulo

BIOATP - PLANTAS
Sépala
Receptáculo Pedicelo

Representação de uma flor completa.

Fruto Tipos de Frutos


Os frutos que apresentam o pericarpo relativamente
O fruto é um órgão exclusivo das angiospermas, ori-
macio e suculento são chamados frutos carnosos. Os fru-
gina-se do desenvolvimento do ovário e, portanto, das
tos que têm pericarpo seco são chamados frutos secos.
folhas carpelares. No fruto já formado, elas compõem
o pericarpo. Os frutos protegem as sementes, podem Frutos carnosos: Em geral comestíveis, os frutos car-
servir de alimento para as próprias sementes e auxiliam nosos são ricos em substâncias nutritivas.
a dispersão delas. Quando observado de fora para den- São muitos os exemplos de frutos carnosos que o ser
tro, apresenta o epicarpo (revestimento externo – pa- humano utiliza como alimento. Entre eles, citamos laranja,
rede do carpelo), o mesocarpo (porção intermediária, limão, goiaba, mamão, melancia, tomate, abóbora, berinjela,
geralmente se torna carnoso, suculento, com substân- pepino, azeitona, manga, ameixa, pêssego, abacate e cereja.

226
Os frutos carnosos podem ser classificados em: Em certas plantas, não é o ovário da flor e, sim, outras
• bagas – têm uma ou várias sementes “livres”, sol- partes dela que se desenvolvem depois da fecundação,
tas, não envolvidas por “caroço”; entre os frutos originando estruturas carnosas e suculentas que lembram
relacionados acima, temos os seguintes exemplos: frutos verdadeiros – mas não são. Por isso eles são chama-
laranja, limão, goiaba, mamão, melancia, tomate, dos falsos frutos ou pseudofrutos.
abóbora, berinjela e pepino; No caju, por exemplo, o ovário desenvolve-se e origina
• drupas – têm endocarpo duro, formando um “caro- a castanha, que abriga a semente. Portanto, a castanha é o
ço” dentro do qual há uma semente; entre os fru- fruto verdadeiro do cajueiro; a porção suculenta e comes-
tos exemplificados acima, temos azeitona, manga, tível do caju corresponde ao pedúnculo da flor que se de-
ameixas, pêssego, abacate e cereja. senvolveu. Assim, sua porção suculenta é um falso fruto.
Frutos secos: São os que apresentam pericarpo seco. Outro exemplo é a maçã: o verdadeiro fruto é a parte
Entre os muitos exemplos conhecidos, destacamos as va- interna, uma espécie de bolsa que envolve as sementes.
gens das leguminosas (feijão, soja, ervilha) que são deis- A parte carnosa e comestível corresponde ao receptáculo
centes (abrem-se espontaneamente) e os grãos de milho, da flor que se desenvolveu; então, essa parte da maçã é
trigo, arroz e de outras gramíneas que são indeiscentes um falso fruto.
(não se abrem espontaneamente).
E o morango? Seus verdadeiros frutos são os peque-
Observe:
nos pontos escuros espalhados por toda a parte vermelha;
a parte carnosa e comestível do morango corresponde ao
pericarpo receptáculo floral desenvolvido e, portanto, é também um
seco
falso fruto.
semente
Outros exemplos de falsos frutos: pêra – sua parte co-
mestível é o receptáculo floral; figo – os frutos verdadeiros
são as estruturas internas parecidas com sementes, sendo
a parte comestível o receptáculo da flor; abacaxi – os fru-
Vagem de ervilha, um Grão de milho, exemplo
tos verdadeiros situam-se na “casca”; a parte comestível é
exemplo de fruto seco. Seu de fruto seco. Seu o receptáculo floral mais o pendúculo floral, que forma um
pericarpo é seco e envolve pericarpo é seco e envolve eixo um pouco mais duro no centro do abacaxi, e também
várias sementes. uma única semente. pode ser comido.
Os Falsos Frutos Partenocarpia
Você sabe que o fruto resulta do desenvolvimento do A partenocarpia é o desenvolvimento do ovário em
ovário da flor e que ele pode ser carnoso ou seco. Agora, fruto sem que haja fecundação, ou seja, sem a formação
pense: por que será que as estruturas mostradas abaixo de sementes. O exemplo mais comum é a banana.
são consideradas falsos frutos?
Caju Maçã HISTOLOGIA VEGETAL
semente Os tecidos vegetais representam grupos de células
que têm a mesma especialização e, por isso, geralmente
pendúculo fruto
froral realizam as mesmas funções. Os tecidos encontrados nos
vegetais são divididos em dois grupos:
receptáculo • Meristemas ou tecidos embrionários;
froral
• Tecidos adultos ou permanentes.
castanha
(fruto
verdadeiro)
Os meristemas
Características:
Morango • Apresentam grande capacidade de divisão celular
(mitose – crescimento);
receptáculo
froral • Vacúolos (controlam a entrada de água na célula
vegetal), quando presentes, são pequenos e nume-
rosos;
frutos
• Apresentam parede celular (membrana celulósica)
delgada;
Exemplos de falsos frutos. • O citoplasma é abundante e o núcleo é central.

227
Biologia

Tipos de Meristemas Meristemas Secundários (M.S.)


Origem: Esses meristemas têm origem a partir de
Meristemas Primários (M.P.)
células de certos tecidos que sofrem desdiferenciação
Origem: Os meristemas primários se originam do em- (é a capacidade que o tecido adulto possui de voltar a
brião da semente. se dividir).
Localização na planta: Localiza-se nas partes jovens da Localização: Esses meristemas localizam-se nas partes
planta. mais velhas da planta.
Função: São responsáveis pelo crescimento em altura.
Função: Os M.S. são responsáveis pelo crescimento
Tipos de meristemas primários: em espessura da planta.
• Dermatogênio ou Protoderme: Esse meristema
Tipos de meristemas secundários:
primário origina o primeiro tecido de revestimento
da planta, a epiderme; • Felogênio: O felogênio, quando entra em ativida-
de, dá origem a dois tecidos: súber e feloderma;
• Periblema: Esse meristema primário origina a cas-
ca ou o córtex (parte mais externa) da planta; Obs.: Felogênio + Súber + Feloderma = Periderme;
• Pleroma ou Procâmbio: Esse meristema primário • Câmbio: É um meristema secundário responsável
origina o cilindro central e os primeiros tecidos de pela origem dos tecidos de condução de seiva: o
condução de seivas (floema e xilema). floema ou líber e o xilema ou lenho.

Os tecidos meristemáticos e suas respectivas derivações estão esquematizados abaixo:

BIOATP - PLANTAS

228
Os Tecidos Permanentes Tecido de Síntese e Reserva
Os tecidos adultos ou permanentes são resultantes Esses tecidos são representados pelos parênquimas.
da diferenciação dos meristemas. Existem vários tipos de parênquimas, dentre eles se des-
tacam os parênquimas de preenchimento, clorofiliano e
Tecidos de Revestimento e Proteção de reserva.
Os parênquimas de preenchimento ocupam espaços
Os tecidos de revestimento servem para proteger o entre outros tecidos e formam boa parte da medula (pa-
vegetal dos agentes nocivos do meio externo, além de rênquima medular) e do córtex (parênquima cortical)
controlar e regular as trocas de nutrientes entre os meios dos caules e raízes.
interno e externo. Esses tecidos são divididos em epider- Os parênquimas clorofilianos (clorênquimas) são ricos
me e súber. em cloroplastos, sendo, portanto, responsáveis pela fotos-
A epiderme é um tecido vivo, constituído por uma úni- síntese nas folhas e em outros órgãos verdes.
ca camada de células vivas e firmemente unidas, conferin- Os parênquimas de reserva são tecidos predomi-
do à planta uma grande proteção mecânica. nantes em certos órgãos suculentos (frutos), tuberosos
(caules, raízes) e nas sementes. Suas grandes células ar-
Especializações da Epiderme mazenam água (parênquima aquífero), proteínas, óleos,
sacarose e especialmente amido (parênquima amilífero).
Cutícula: Encontrada em cactos, a cutícula é uma pelí-
cula de cutina que tem por objetivo evitar a perda de água Tecido de Sustentação
por transpiração;
São tecidos com células com paredes celulares espes-
Pêlos ou tricomas: São projeções formadas por uma sadas por celulose e pectina, gerando rigidez e sustenta-
ou mais células com a função de regular a transpiração ção para a planta. Existem duas variedades – colênquima
excessiva da planta; e esclerênquima.
Acúleos: Os acúleos são saliências pontiagudas forma- Colênquima: células vivas, clorofilados, paredes es-
das por células epidérmicas que servem como uma estru- pessas por celulose. Localiza-se em caules jovens, no pecí-
tura de proteção ao vegetal; olo das folhas, caules herbáceas, ou seja, gera flexibilidade
Estômatos: É a mais importante variação da epiderme, e resistência.
pois regula as trocas gasosas entre o vegetal e o meio ex- Esclerênquima: células mortas, paredes espessas por
terno. Eles são formados por céulas-guarda ou estomáti- lignina, localizam-se nos órgãos mais velhos e ao redor dos
cas, que delimitam entre elas um poro regulável chamado vasos do xilema.
ostíolo, onde ocorrem as trocas de gases e a eliminação Tecido de Condução
de vapor de água. Ao lado das células-guarda existem as
células anexas ou companheiras. Composto por células alongadas, especializadas no
transporte de líquidos. Dividem-se em xilema (ou lenho) e
floema (ou líber).
Xilema: O xilema, ou lenho, transporta a seiva bruta
(ou seiva inorgânica, por ser composta de nutrientes re-
tirados do solo pela planta, água e sais minerais) e está
localizado na camada mais interna do caule. Transporta a
seiva das raízes até as folhas, onde farão fotossíntese. É
formado por células mortas e ocas, reforçadas com ligni-
na, que tem função de evitar a deformação causada pela
Eletromicrografia ao microscópio de varredura de pressão da seiva.
uma abertura estomática entre duas células-guarda. Floema: O floema, ou líber, transporta seiva elabo-
rada (ou orgânica, produto da fotossíntese, onde os nu-
O súber, ao contrário da epiderme, é formado por
trientes são convertidos em glicose) e está localizado na
células mortas com paredes celulares repletas de camada mais externa do caule, abaixo do tecido da casca.
suberina (lipídio impermeabilizante), cheias de ar e Transporta seiva elaborada das partes clorofiladas, onde
justapostas. As células do súber formam as diversas ocorreu a fotossíntese, para as partes vivas da planta,
camadas da casca de uma árvore protegendo o caule onde a glicose será quebrada e convertida em energia. É
contra choques mecânicos. formada por células vivas, alongadas e anucleadas.

229
Biologia

(a) Desenvolvendo a raiz lateral Endoderme Periciclo

Epiderme
Endoderme

(c) Raiz de
eudicotiledôneas
Endoderme Floema Xilema

Medula

Endoderme

(b) Pêlos da raiz (d) Raiz de monocotiledônea

Meristema apical
Coifa
Anatomia da raiz. O desenho à esquerda mostra a estrutura geral da raiz lateral. As células no periciclo dividem-se e o produto diferencia-se,
formando os tecidos de uma raiz lateral. (b) Eletromicrografia de pêlos da raiz, vistos ao microscópio de varredura. (c, d) Os tecidos primários de raiz
de uma eudicotiledônea e de uma monocotiledônea. A monocotiledônea tem uma região medular central, ausente na eudicotiledônea.

Tecido de Secreção FISIOLOGIA VEGETAL


Estão presentes em vários órgãos produzindo uma Absorção de Água e Sais Minerais
gama de substâncias, com as mais diferentes funções.
Os nutrientes minerais presentes no solo são absorvi-
O néctar, uma substância doce e perfumada produzida dos pelas plantas em solução aquosa, por meio de pêlos
nas flores, serve para atrair os insetos e as aves responsá- absorventes presentes na zona pilífera da raiz. Esses pêlos
veis pelo transporte do grão do pólen, realizando a polini- estendem-se em grande área de solo junto à planta. Feita
zação e fecundação. a absorção pela epiderme da raiz, as soluções com os so-
Esta substância é produzida pelos nectários. lutos minerais seguem até o lenho. Esse caminho corres-
ponde ao chamado transporte horizontal e, uma vez atin-
O látex, que ao coagular protege o órgão ferido e facili- gido o lenho, inicia-se o deslocamento vertical da solução
ta sua regeneração é produzido nos tubos lactíferos. absorvida. A concentração de sais no solo, o oxigênio, o
Os canais resiníferos produzem resina de ação bacte- gás carbônico e a temperatura são alguns dos fatores que
riana e anti-séptica (coníferas). influenciam na absorção.
O Caminho das Seivas
O principal tipo de célula responsável pela condução
de seiva bruta nas plantas vasculares são os traqueídes.
Somente no grupo dos Angiospermas os elementos de
vasos são as principais células de transporte, apesar de
possuírem também os traqueídes.
Os vasos lenhosos transportam a solução mineral ab-
sorvida do solo e que, na planta, constitui a seiva bruta, BIOATP - PLANTAS
Látex retirado da seringueira para a fabricação da borracha. normalmente ascendente. Os vasos liberianos transpor-
tam uma solução orgânica, a seiva elaborada, contendo
especialmente os produtos da fotossíntese e do metabo-
lismo da planta. É uma seiva normalmente descendente.
A demonstração experimental mais simples do cami-
nho por onde circulam as seivas é a retirada de um anel
cortical (externo) do caule de uma planta lenhosa, dico-
tiledônea. Esse anel de Malpighi removido apresenta
uma camada suberificada, parênquima e vasos liberianos.
Depois de algumas semanas, a seiva elaborada que des-
ce pelo líber (periférico), não podendo mais passar para
as raízes, acumula-se parcialmente no borda superior do
Resina em Pinus. corte em cicatrização, tornando-o mais grosso. A seiva

230
bruta continua subindo normalmente pela região central coesão entre as moléculas de água, obstruindo a ascensão
do caule (lenho). Se o anel de Malpighi for feito no caule da coluna de água através do xilema.
principal, as raízes morrem por falta de compostos orgâni-
seiva bruta
cos e, em seguida, morre a planta toda.
célula
Transpiração

estômato
Fotossíntese água

Tensão ar
Folha (evapotranspiração)

parede
adesão do
xilema xilema

Gradiente de potencial hídrico


Seiva
Condução

elaborada
(floema)

Seiva coesão por


bruta Coesão e
(xilema) Acúmulo pontes H
de seiva adesão
elaborada
Remoção de anel Interrupção da fluxo Morte das
da casca de seiva elaborada raízes e da
Raiz árvore
Absorção água
Caminhos das seivas na planta Demonstração do experimento do
(transporte vertical). anel de Malpighi pêlo
radicular
partícula
Transporte de Seiva Bruta: Teoria de Dixon ou do solo
Teoria da Tensão – Coesão – Adesão solução
Absorção na raiz do solo
O transporte da seiva bruta ou inorgânica é realizada
em duas etapas, apresentando um transporte horizontal
(do solo para a raiz) e um transporte vertical de ascen-
são de seiva (da raiz até as folhas). O transporte vertical Gutação ou Sudação
de seiva ocorre desde os pêlos absorventes da epiderme,
É outra teoria que explica o transporte de seiva bru-
até o vasos de xilema. A ascensão da seiva ocorre até as
folhas, onde ocorrem os fenômenos da fotossíntese e da ta no vegetal. Porém, só ocorre em plantas jovens, com
transpiração. A melhor explicação para a ascensão de sei- crescimento exuberante e em plantas herbáceas. Só muito
va bruta nos vegetais é a teoria da tensão-coesão-adesão raramente em árvores e arbustos.
ou teoria de Dixon, que está baseada no fato de as folhas A gutação consiste eliminação de água líquida através
exerceram uma força de sucção que garante a ascensão dos hidatóides. Para ocorrer a gutação, o ar deve estar sa-
de uma coluna de água pelo corpo do vegetal, conforme turado de vapor de água, o que inibe a perda de água por
ocorre a transpiração. Nos vasos condutores de xilema, transpiração. O solo deve ser rico em nutrientes, com bom
existe uma coluna contínua de água, formada por molécu- suprimento de água e poroso.
las de água, fortemente coesas, interagidas por ligação de Plantas em crescimento absorvem continuamente sais
hidrogênio. Além da força de coesão entre as moléculas minerais por transporte ativo.
de água, estas estão fortemente aderidas às paredes dos
vasos de xilema. Conforme ocorre a saída de água na for- O bombeamento dos
ma de vapor através das folhas, existe um movimento da sais minerais para o interior
coluna de água através dos vasos, desde as raízes até as da raiz cria elevadas pres-
folhas, pois estão coesas e submetidas a uma força de ten- sões osmóticas no interior
são que movimenta a coluna de água através do xilema. do xilema, o que provoca en-
À medida que a água é perdida pela transpiração ou usa- trada de água por osmose.
da na fotossíntese, ela é removida do caule e retirada da A água presente no xile- A pressão da raiz é responsável
raiz, sendo absorvida pelo solo. Para este movimento de ma gera uma pressão posi- pela eliminação de água por
aberturas desta folha
água no corpo do vegetal é imprescindível a força de suc- tiva na raiz. de morangueiro.
ção exercida pelas folhas. Para ocorrer a ascensão da seiva
bruta nos vasos de xilema, não deve ocorrer a formação de A seiva bruta é levada até as folhas e o excesso é libe-
bolhas de ar nos vasos condutores, pois estas romperiam a rado através dos hidatódios.

231
Biologia

Transpiração Transporte de Seiva Elaborada (Translocação):


À perda de água pela planta, sob a forma de vapor de Teoria de Munch
água, através das partes aéreas do vegetal, dá-se o nome A seiva elaborada ou orgânica formada nas folhas por
de transpiração, ou evaporatranspiração. meio da fotossíntese é distribuída por todo o corpo do vege-
tal através dos vasos de floema ou líber, que estão localizados
Temperatura, umidade, luminosidade, ventilação, ta-
próximo à casca dos vegetais. Apesar de a força da gravidade
manho da folha, umidade do solo, exposição da folha, ser favorável a este transporte, existe um fluxo sob pressão
abertura e fechamento dos estômatos, entre outros, in- das folhas em direção às raízes conforme o modelo físico de
fluenciam a transpiração vegetal. Munch. No vegetal, deve ser mantida a diferença de concen-
Os mecanismos de abertura e fechamando dos estô- tração de açúcar entre o órgão produtor, que são as folhas
matos podem ser classificados como: onde ocorre a fotossíntese, e o restante do corpo do vegetal.
Mantido este gradiente de concentração entre folhas e o res-
Mecanismo hidroativo: a água é o principal agente re- to do corpo do vegetal, ocorrerá o fluxo sob pressão de seiva
gulador da abertura e do fechamento dos estômatos, pois elaborada através do floema, pois essa seiva tenderá a ir para
quando a célula recebe água, a pressão de turgescência regiões de menor concentração de açúcar.
aumenta e permite a abertura do ostíolo, e quando a cé- Munch usou um modelo físico para explicar a sua
lula elimina água, o ostíolo se fecha. Podemos dizer que a teoria: usou dois recipientes, A e B, de membrana perme-
intensidade do processo de absorção e evapotranspiração ável à água e impermeável à sacarose. O recipiente A é
é controlada pelo grau de abertura e fechamento dos es- cheio com solução concentrada de sacarose e o recipien-
tômatos. te B com água. Os recipientes são ligados por um tubo e
Mecanismo fotoativo: duas hipóteses procuram expli- mergulhados numa tina com água. O que se verifica é que
car a abertura e o fechamento dos estômatos na depen- a entrada de água para o recipiente A, com a solução hi-
pertônica, causa um aumento tal de pressão que a solução
dência da luz solar.
se desloca no tubo até o recipiente B, arrastando consigo
Mecanismo fotoativo enzimático: no escuro, as mito- a sacarose. No recipiente B, a água sai novamente para a
côndrias liberam mais CO2 no suco celular do que os clo- tina. Este fluxo para quando as concentrações se igualam
roplastos são capazes de absorver: o suco torna-se ácido nos recipientes A e B, mas se for adicionada sacarose ao
(H2CO3). Nessas condições, as enzimas fosforilases polime- recipiente A, este fluxo nunca para. As bolinhas azuis re-
rizam as glicoses (solúveis em água), convertendo-as em presentam a sacarose e as vermelhas água.
amido (insolúvel). A concentração na célula estomática di-
minui e ela perde água para as células vizinhas, tornando-se
murcha e, consequentemente, o ostíolo se fecha.
Mecanismo do transporte ativo de potássio (K+):
quando as células estomáticas ficam expostas à luz solar,
ocorre transporte ativo de potássio, que se transfere das
células vizinhas para o interior daquelas células. As células
estomáticas ficam, então, hipertônicas e passam a absor-
ver água (túrgidas), fazendo com que os ostíolos se abram.
No escuro, ocorre o inverso.

Hormônios Vegetais

BIOATP - PLANTAS
Auxina ou AIA Giberelina ou ácido Citocininas ou
Etileno (gasoso) Ácido abscísico
(ácido indolacético) giberélico cinetinas
Meristemas apicais do caule, da Maior concentração nos me- Ocorre em sementes e frutos Só não foi observado nas se- Ocorre em todos os órgãos
raiz, folhas jovens e sementes ristemas apicais, nas semen- em desenvolvimento mentes dos vegetais
tes e nas folhas jovens
• Crescimento do caule e da raiz: • Crescimento em varieda- • Promoção da divisão celular • Amadurecimento dos frutos • Senescência foliar
alongamento celular des anãs ou mitose Induz a floração em al- • Dificulta a germinação
• Dominância apical • Indução da floração em al- • Desenvolvimento dos frutos gumas espécies, como o das sementes
• Controla os tropismos gumas espécies • Quebra da dormênca e ge- abacaxi • Inibe o crescimento das
• Enraizamento (formação de raí- • Quebra da dormência em mas • Abscisão das folhas gemas, permitindo, as-
zes adventícias) sementes • Inibe o crescimento em sim, a interrupção de
• Formação de frutos • Formação de frutos caules, raízes e folhas várias atividades do ve-
• Estimula a partenocarpia • Aumenta a taxa de senes- getal e possibilitando
• Ação herbicida cência foliar sua sobrevivência em
condições adversas, por
exemplo, no inverno
• Inibe a abertura dos es-
tômatos

232
Biologia

Movimentos Vegetais um fototropismo positivo, enquanto que a raiz apresenta


Os movimentos dos vegetais respondem à ação de fototropismo negativo.
hormônios ou de fatores ambientais como substâncias Geotropismo
químicas, luz solar ou choques mecânicos. Estes movi- Movimento orientado pela força da gravidade. O caule
mentos podem ser do tipo crescimento e curvatura e do responde com geotropismo negativo e a raiz com geotro-
tipo locomoção. pismo positivo, dependendo da concentração de auxina
nestes órgãos.
Movimentos de Crescimento e Curvatura
Quimiotropismo
Estes movimentos podem ser do tipo tropismos. Os
tropismos são movimentos orientados em relação à fonte Movimento orientado em relação a substância quími-
de estímulo. Estão relacionados com a ação das auxinas. ca do meio.
Fototropismo Tigmotropismo
Movimento orientado pela direção da luz. Existe uma Movimento orientado por um choque mecânico ou
curvatura do vegetal em relação à luz, podendo ser em suporte mecânico, como acontece com as gavinhas de
direção ou contrária a ela, dependendo do órgão vegetal chuchu e maracujá que se enrolam quando entram em
e da concentração do hormônio auxina. O caule apresenta contado com algum suporte mecânico.

Elementos Minerais Exigidos por Plantas


Elemento Forma absorvida Funções principais
Macronutrientes
Nitrogênio (N) NO−3 e NH+4 Em proteínas, ácidos nucleicos, etc.

Fósforo (P) H2PO-4 e HPO-4 2 Em ácidos nucleicos, ATP, fosfolipídios, etc.

Potássio (K) K+ Ativação enzimática; equilíbrio hídrico, equilíbrio iônico; abertura estomática
Enxofre (S) SO-4 2 Em proteínas e coenzimas

Cálcio (Ca) Ca+2 Afeta o citoesqueleto, membranas e muitas enzimas; segundo mensageiro
Magnésio (Mg) Mg +2
Na clorofila: exigido por muitas enzimas; estabiliza ribossomos
Micronutrientes
Ferro (Fe) Fe+2 Em sítio ativo de muitas enzimas redox e transportadores de elétrons; síntese de clorofila
Cloro (Cl) Cl– Fotossíntese; equilíbrio iônico
Manganês (Mn) Mn +2
Ativação de muitas enzimas
Boro (B) B (OH)3 Possivelmente transporte de carboidratos (função pouco conhecida)
Zinco (Zn) Zn+2 Ativação enzimática; síntese de auxina
Cobre (Cu) Cu +2
Em sítio ativo de muitas enzimas redox e de transportadores de elétrons
Níquel (Ni) Ni +2
Ativação de uma enzima
Molibdênio (Mo) MoO -2 Fixação de nitrogênio; redução de nitrato
4

Algumas Deficiências Minerais em Plantas


Decificiência Sintomas
Cálcio Dessecamento progressivo de pontos de crescimento; folhas jovens são amarelas e enrugas
Ferro Folhas jovens são brancas ou amarelas, com nervuras verdes
Magnésio Folhas mais velhas têm listras amarelas entre as nervuras
Manganês Folhas mais jovens são pálidas, com listras de manchas mortas
Nitrogênio Folhas mais velhas tornam-se amarelas e morrem prematuramente; a planta fica atrofiada
Fósforo A planta é verde-escura, com nervuras púrpuras, e fica atrofiada
Potássio Folhas mais velhas têm margens mortas
Enxofre Folhas jovens são amarelas e brancas, com nervuras amarelas
Zinco Folhas jovens são anormalmente pequenas; folhas mais velhas têm muitas manchas mortas

233
Observe os experimentos e tire suas conclusões. Experimento
Pergunta: Um ingrediente específico de um meio de
Experimento cultura é um nutriente vegetal essencial?
Pergunta: Solutos orgânicos são transportados no xile- Método: Cultivar plântulas num meio que carece do
ma ou no floema? elemento em questão (nesse caso, o nitrogênio)
Controle Experimento
Método Resultado

Plântula crescen- Plântula crescen-


-do num meio de -do num meio
cultura completo carente de
nitrogênio

Resultados

Tempo
Casca

Lenho
O crescimento
é normal. O crescimento
Conclusão: é anormal.

Conclusão:

Experimento
Experimento
Pergunta: Um hormônio de crescimento pode ser isola-
do da extremidade do coleóptilo? Pergunta: Como a auxina afeta a abscisão foliar?
Método Resultados
Método Resultado

Pecíolo

Lâmina

A lâmina A auxina não O pecíolo


foliar é asbscide.
removida. é adicionada.

BIOATP - PLANTAS
Experimento Auxina em
lanolina

Coleóptilo
de aveia

A lâmina A auxina O pecíolo


foliar é é adicio- permanece
removida. nada. ligado à planta.
Conclusão:
Conclusão:

234
Biologia

4. A figura seguinte corresponde a duas plantas com


partes de suas estruturas morfológicas e reprodutivas
indicadas por I, II, III e IV.

III
II
I
1. Algas e musgos possuem diversas características em
comum. Uma característica comum a todos os tipos
de algas e musgos é a inexistência de
IV
(A) nutrição autotrófica.
(B) estruturas pluricelulares.
(C) vasos condutores de seiva.
(D) reprodução do tipo sexuado.

2. Instrução: Responda à questão preenchendo com V Observe a representação e assinale a afirmativa correta.
(verdadeiro) ou F (falso) os parênteses corresponden- (A) III corresponde a soros 2n que produzem os espo-
tes às afirmativas sobre os musgos. ros nas pteridótifas.
( ) Pertencem ao grupo das briófitas. (B) A estrutura indicada por I é diploide e correspon-
( ) São seres vivos heterotróficos. de ao prótalo.
(C) II indica os anterozoides haploides produzidos
( ) São desprovidos de células do xilema. pelo esporângio.
( ) Preferem solos secos e frios. (D) As duas plantas são vascularizadas e apresentam
( ) São parentes das hepáticas. folha clorofiladas.
(E) As estruturas indicadas por IV são gametófitos ha-
A sequência correta, resultante do preenchimento ploides.
dos parênteses, de cima para baixo, é
5. No ciclo de vida de uma Pteridófita ocorre metagêne-
(A) F – F – V – V – V. se (alternância de gerações), como mostra a figura a
(B) F – V – F – V – F. seguir.
(C) V – F – V – F – V.
(D) V – V – V – F – F.
Esporângio
3. A figura seguinte mostra um musgo. X Fase assexuada
Esporos
1 II
Esporófito 2
adulto Gametófito
Sobre ela, fizeram-se as seguintes afirma- Prótalo
ções:
I. X resultou do zigoto e vive à custa de Y. I Soros

II. Y é o gametófito feminino e, nos Y II


musgos, o gametófito representa a
fase duradoura do ciclo de vida.
Arquegônio encer-
III. X e Y são, respectivamente, haploide rando a oosfera
Esporófito
e diploide. jovem Anterídio
libertanto os
anterozoides
É correto o que se afirma, apenas, em
IV
(A) I. Fase

sexuada
(B) II.

(C) III. Indique a etapa onde ocorre a meiose.
(D) I e II. (A) II. (C) III. (E) V.


(E) II e III. (B) I. (D) IV.

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Biologia

6. São características do grupo das pteridófitas: 10. No curso da evolução dos vegetais, a presença de va-
(A) ausência de vasos condutores – flores – gametófi- sos condutores de seiva foi inicialmente observada
to como fase dominante – corpo com raiz, caule, em
folha e fruto. (A) coníferas. (D) angiospermas.


(B) vasos condutores – ausência de flores – esporófi- (B) briófitas. (E) gimnospermas.


to como fase dominante – corpo com raiz, caule e (C) pteridófitas.
folha.
(C) vasos condutores – flores vestigiais – sem game- 11. Analise as seguintes características apresentadas pe-
tófito – corpo com rizoide e folhas. las plantas:
(D) ausência de vasos condutores – ausência de flo- I. As folhas, ricas em cloroplastos, garantem a reali-
res – gametófito e esporófito sem dominância – zação da fotossíntese.
corpos sem frutos. II. A ocorrência de meiose para a produção de espo-
(E) vasos condutores – flores – sem órgãos de repro- ros garante a variabilidade genética dos futuros
dução – corpo sem semente. gametófitos, dos gametas originados por essa ge-
ração haploide e dos futuros esporófitos.
7. Considere os seguintes grupos vegetais: III. O sistema vascular, composto por xilema e flo-
ema, garante a distribuição de substâncias por
I. algas IV. gimnospermas
todo o corpo da planta.

II. angiospermas V. pteridófitas
Associando um pinheiro (gimnosperma) e uma sa-

III. briófitas mambaia (pteridófita) às características é correto afir-
mar que
Possuem gametas masculinos flagelados, que necessi-
tam de água para se locomover em direção aos game- (A) um pinheiro apresenta apenas as características I e II.
tas femininos, todos os indivíduos dos grupos (B) uma samambaia apresenta apenas as característi-
(A) I, II e III. (D) II, III e IV. cas II e III.

(B) I, III e IV. (E) II, IV e V. (C) um pinheiro e uma samambaia apresentam as ca-

racterísticas I, II e III.
(C) I, III e V.
(D) um pinheiro e uma samambaia apresentam ape-
8. Ao compararmos o ciclo reprodutivo de briófitas e nas as características I e III.
pteridófitas, podemos concluir que (E) um pinheiro apresenta apenas a característica III,
(A) em ambas, a fase gametofítica é a predominante. enquanto uma samambaia apresenta apenas a
(B) a fase predominante nas briófitas corresponde à característica II.
da geração gametofítica e, nas pteridófitas, a fase 12. China tem fóssil só encontrado no Hemisfério Sul.
predominante é a da geração esporofítica.
Uma equipe dirigida por Nick Fraser, do Museu de
(C) em ambas, a geração haploide corresponde à fase Ciências Naturais da Escócia, descobriu na província
esporofítica. de Liaoning, no norte da China, o fóssil de uma planta
(D) em ambas, a geração esporofítica é haploide, e a que era encontrada apenas no Hemisfério Sul.
gametofítica é diploide. Os cientistas sempre acreditaram que havia uma clara
(E) tanto briófitas quanto pteridófitas só apresentam distinção entre os tipos de vegetação presentes nos
reprodução sexuada. continentes dos dois hemisférios, mas essa descober-
ta contesta essa teoria.
9. O fato de as pteridófitas apresentarem sistema vascu- “Descobrimos um grupo de sementes nuas que se en-
lar e as briófitas não, significa que contram frequentemente associadas a um dos fósseis
(A) as pteridófitas são plantas aquáticas. de planta predominante no Hemisfério Sul”, explica
(B) as briófitas apresentam muitos metros de altura. Fraser, em um comunicado da instituição escocesa.
“Em certo sentido, isto não deveria surpreender to-
(C) as pteridófitas estão mais adaptadas ao ambiente
talmente, porque no período triássico (de 200 a
terrestre.
250 milhões de anos atrás), todos os continentes esta-
(D) as briófitas possuem um sistema de condução vam unidos e formavam um único continente chama-
complexo. do Pangea”, acrescenta o cientista.
(E) as duas pertencem à mesma divisão taxonômica. (Adaptado de noticias.terra.com.br. Acessado em 15.09.2009)

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Biologia

14. Analise as afirmativas quanto à polinização e à repro-


dução nas plantas gimnospermas.
I. Os morcegos, as abelhas e os pássaros são os
principais agentes polinizadores.
II. As flores apresentam autofecundação, e o vento
contribui para autofecundação, transportando
as oosferas.
III. Sementes de gimnospernas não estão localizadas
no interior de um fruto.
IV. O grão de pólen possui sacos aéreos que, durante
o dia, ao se manterem aquecidos, são carregados
pelo vento; à noite, quando a temperatura é re-
duzida, eles caem sobre as flores femininas.
De acordo com a notícia e com a árvore filogenética
apresentadas, pode-se afirmar que a planta fóssil per- Assinale a alternativa correta.
tence a um grupo vegetal que surgiu há
(A) Somente a afirmativa I é verdadeira.
(A) mais de 750 maa. (D) 400 maa.
(B) Somente a afirmativa II é verdadeira.
(B) exatamente 750 maa. (E) 360 maa.
(C) Somente a afirmativa III é verdadeira.
(C) 480 maa.
(D) Somente a afirmativa IV é verdadeira.
13. O vento soprava fraco, dobrando levemente as hastes
(E) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
de uma planta dominante, que mal superava a altura
do tornozelo, mas nem sempre era assim. Na maior
15. Os possíveis ancestrais das plantas com flor descen-
parte das vezes, o deslocamento de ar era intenso e se
dem de um grupo de algas verdes.
transformava num jato de uivos poderosos, durante
as tempestades de verão. Açoitadas pelo deslocamen- Considerando-se essa informação, é incorreto afirmar
to de ar, as hastes se dobravam e se agitavam para que os DOIS grupos mencionados têm EM COMUM
liberar o conteúdo das copas, arredondadas como an- (A) a clorofila como pigmento fotossintetizante.
tigas lâmpadas incandescentes. (B) a parede celular com celulose.
Então as sementes partiam. Cada uma pousaria num
(C) o glicogênio como fonte de energia.
ponto distinto, determinadas a perpetuar a espécie,
adaptando-se com a disposição de migrantes que de- (D) os pigmentos acessórios de diversas cores.
sembarcam numa terra estranha. O futuro está ali,
não lá, de onde partiram. 16. Os organismos I, II, III, IV e V apresentam característi-
(CAPOZZOLI, Ulisses. Memória da Terra. Scientific American Brasil, cas descritas na tabela a seguir:
janeiro 2010. Adaptado.)

O texto retrata uma cena na Terra há alguns milhões I II III IV V


Características
de anos. Vascular + – + – +
Pode-se dizer que o texto tem por protagonista as _____
Raíz, caule e folha ou estruturas semelhantes + – + + +
e descreve um processo que lhes permitiu _____.
Os espaços em branco poderiam ser corretamente Clorofila + + + + +
preenchidos por Flor – – + – –

(A) briófitas … manterem-se como uma mesma espé- Semente – – + – +


cie até os dias atuais Fruto – – + – –

(B) pteridófitas … manterem-se como uma mesma Legenda: + = presença


espécie até os dias atuais – = ausência
(C) pteridófitas … diversificarem-se em várias espé-
A ordem crescente de complexidade desses organis-
cies, algumas delas até os dias atuais
mos é
(D) gimnospermas … manterem-se como uma mes-
(A) II, IV, I, III e V. (D) IV, II, I, V e III.
ma espécie até os dias atuais
(B) IV, I, V, II e III. (E) II, IV, I, V e III.
(E) gimnospermas … diversificarem-se em várias es-
pécies, algumas delas até os dias atuais. (C) II, IV, V, I e III.

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Biologia

17. A evolução do processo esquematizado a seguir foi 20. Plantas traqueófitas, isto é, possuidoras de vasos con-
responsável pelo aparecimento do (a) (s) dutores de seiva são
(A) as algas, os fungos e as briófitas.
A Dobramento
Óvulos (B) as algas, as pteridófitas e as angiospermas.
(C) as briófitas, as pteridófitas e as angiospermas.
(D) as briófitas, as gimnospermas e as angiospermas.
B
(E) as pteridófitas, as gimnospermas e as angios-
permas.

Megasporófilo 21. Abaixo a estrutura e função de planta pertencente


(folha carpelar) ao grupo das fanerógamas. Correlacione a estrutura
C
com sua função correspondente e assinale a alterna-
Ovário
tiva correta:
linha de solda- Estrutura
dura do carpelo Óvulo
I. Parênquima paliçádico
II. Floema


(A) monocotiledôneas. III. Pêlos radiculares
(B) dicotiledôneas. IV. Xilema

(C) semente. Função
(D) fruto. 1. Transporte de Seiva inorgânica
(E) flores. 2. Absorção de água
3. Fotossíntese
18. Na evolução das plantas terrestres surgiram adap-
tações para a vida fora d’água e ocorreu um pro- 4. Transporte de seiva orgânica
cesso de redução gradativa de uma das fases do ci- (A) I-3, II-1, III-2, IV-4.

clo de vida, redução essa que culminou no ciclo das (B) I-3, II-4, III-2, IV-1.
Angiospermas. Indique a alternativa que apresenta,

(C) I-2, II-4, III-3, IV-1.
respectivamente, a fase do ciclo de vida que sofreu
o processo de redução e uma adaptação reprodutiva (D) I-2, II-3, III-4, IV-1.
para a vida fora d’água. (E) I-1, II-3, III-4, IV-2.
(A) Fase gametofítica; presença de vasos condutores 22. A avenca, o pinheiro-do-paraná e a jabuticabeira perten-
de seiva. cem, respectivamente, aos seguintes grupos vegetais:
(B) Fase esporofítica; presença de cutícula espessa. (A) briófitas – gimnospermas – angiospermas.
(C) Fase gametofítica; presença de cutícula delgada. (B) gimnospermas – pteridófitas – angiospermas.
(D) Fase esporofítica; presença de vasos condutores (C) pteridófitas – angiospermas – gimnospermas.
de seiva.
(D) gimnospermas – angiospermas – pteridófitas.
(E) Fase gametofítica; presença de tubo polínico.
(E) pteridófitas – gimnospermas – angiospermas.
19. A presença de semente é uma adaptação importan-
te de certos grupos vegetais ao ambiente terrestre. 23. As angiospermas se diferenciam das gimnospermas
Caracterizam-se por apresentar sementes: por
(A) apresentar raízes, caules e folhas.
(A) pinheiros e leguminosas.
(B) apresentar frutos.
(B) gramíneas e avencas.
(C) apresentar alternância de gerações.
(C) samambaias e pinheiros.
(D) apresentar sementes.
(D) musgos e samambaias.
(E) apresentar traqueídeos como tecido de con-
(E) gramíneas e musgos.
dução.

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Biologia

24. Considere alimentação como o processo pelo qual 26. Na figura abaixo, estão esquematizadas uma semente
um organismo obtém energia para sua sobrevivência. e uma folha.
Usando esta definição, atente para o fato de que ela
vale para todos os organismos, inclusive os vegetais.
Entre as plantas, as chamadas “carnívoras” atraem,
prendem e digerem pequenos animais em suas folhas.
Elas vivem em terrenos pobres e utilizam o nitrogênio
dos tecidos desses animais em seu metabolismo. Com
esses pressupostos, assinale a alternativa que contém
a afirmação correta.
(A) As plantas carnívoras não dependem do nitrogê- Embrião
nio dos animais que capturam para se alimentar.
Assim, mesmo sem capturar, são capazes de so- Sementes e folhas com essas características são en-
breviver havendo temperatura, umidade e lumi- contradas em
nosidade adequadas. (A) monocotiledôneas.
(B) O nitrogênio é importante para a alimentação de (B) dicotiledôneas.
vegetais em geral, sendo absorvido pelas raízes


(C) gimnospermas.
ou folhas. Plantas carnívoras que não capturam
animais morrerão por falta desse alimento. (D) pteridófitas.
(C) Havendo acréscimo de nitrogênio ao solo, as plan- (E) briófitas.
tas carnívoras são capazes de absorvê-lo pelas ra- 27. A ocorrência de frutos que contêm apenas sementes
ízes. Com esse nitrogênio, produzirão o alimento rudimentares, como a banana, pode ser explicada a
de que precisam, sem a necessidade de capturas. partir de flores que
(D) O nitrogênio integra a estrutura de proteínas e li- (A) eram unissexuadas masculinas.
pídeos que servirão de alimento para as plantas.
Daí a importância de as carnívoras efetivamente (B) sofreram uma autopolinização.
capturarem os animais. (C) apresentavam apenas o perianto.
(E) O nitrogênio é usado pelas plantas carnívoras e (D) foram fecundadas por pólen de outra flor.
demais plantas como complemento alimentar. (E) desenvolveram o ovário sem serem fecundadas.
Existem outros nutrientes mais importantes,
como o fósforo e o potássio, que são essenciais e 28. Um pesquisador pretende comparar o número de es-
não podem faltar aos vegetais. tômatos abertos nas folhas de plantas do Cerrado em
diferentes épocas do ano. Nessa região, o inverno cor-
25. Algumas características de angiospermas estão lista- responde ao período de menor pluviosidade e menor
das a seguir.
temperatura. Pode-se afirmar corretamente que ele
a − axial encontrará maior número de plantas com estômatos
I. Raiz 
b − fasciculada abertos
(A) no inverno, pois os dias mais curtos induzem a
a − reticulínea
II. Folha  abertura estomática para que haja maior capta-
b − paralelinérvea ção de luz.
a − trímera (B) no inverno, pois as altas temperaturas do verão
III. Flor  induzem o fechamento dos estômatos, evitando
b − pentâmera
a perda d´água.
Com base nas mesmas, é possível selecionar as mono- (C) no inverno, pois a menor quantidade de água dis-
cotiledôneas de um lote de angiospermas escolhendo ponível no solo induz a abertura dos estômatos
as que apresentam as características para captação da umidade atmosférica.
(A) Ia, IIa e IIIa. (D) no verão, pois temperaturas mais altas e maior
(B) Ib, IIa e IIIa. quantidade de água disponível aumentam a
eficiência fotossintética.
(C) Ib, IIb e IIIa.
(E) no verão, pois a planta absorve água em excesso
(D) Ia, IIb e IIIb.
e todo o excedente deve ser perdido, para evitar
(E) Ib, IIb e IIIb. acúmulo de água no parênquima.

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Biologia

29. A capilaridade e a transpiração, segundo a teoria da (B) parênquima de reserva; vasos lenhosos; tecido
coesão-tensão, são dois fenômenos responsáveis suberoso; tecido secretor.
pelo(a) (C) tecido secretor; parênquima de reserva; vasos le-
(A) transporte da seiva elaborada apenas. nhosos; tecido suberoso.
(B) entrada de água nas raízes. (D) parênquima de reserva; tecido suberoso; vasos
(C) transporte da seiva bruta apenas. lenhosos; tecido secretor.
(D) processo de gutação. (E) tecido suberoso; vasos lenhosos; tecido secretor;
(E) transporte da seiva bruta e elaborada. parênquima de reserva.

30. Para matar árvores, algumas pessoas descascam seu 33. Observe o esquema de um vegetal superior.
tronco. 1
Nesse caso, a morte é ocasionada principalmente por 2
interferência no processo de
(A) acúmulo de sais. (D) respiração. 3
(B) fotossíntese. (E) transporte.
(C) produção de hormônio.
31. As plantas terrestres desenvolveram durante a evolu-
ção mecanismos eficientes de proteção contra a perda 4
de água, adquirindo a cutícula impermeável à água e
os estômatos. Estes, através de um mecanismo rápido 5
de fechamento, também são capazes de economizar
água. Mas uma planta não pode ficar com seus estô- O processo de mitose e o processo de meiose ocor-
matos permanentemente fechados. Todas as razões -rem nas estruturas indicadas, respectivamente, pelos
abaixo procuram explicar por que uma planta deve números
abrir seus estômatos, exceto (A) 1 e 2. (C) 2 e 3. (E) 4 e 5.
(A) facilitar a transpiração. (B) 1 e 3. (D) 2 e 4.
(B) permitir o fluxo de água no xilema.
(C) facilitar a absorção de dióxido de carbono.
(D) facilitar a absorção e a eliminação de oxigênio.
(E) permitir a eliminação de água no estado líquido.

32. Durante uma aula de Botânica, à fim de destacar a


importância econômica de vários produtos de origem
vegetal, um professor de Biologia ressaltou que 1. C 12. E 23. B
• Da raiz tuberosa da mandioca se retiram vários 2. C 13. E 24. A
produtos importantes para a alimentação, ricos
principalmente, em amido; 3. D 14. E 25. C
• Dos caules de árvores, como mogno, cedro, pe-
roba, jacarandá, pinho, imbuia, ipê, etc., se retira 4. A 15. C 26. B
uma grande variedade de madeiras; 5. A 16. E 27. E
• Do caule do sobreiro é extraída a grossa camada
externa, conhecida como cortiça; 6. B 17. D 28. D
• Do caule da seringueira brasileira é extraído o lá-
tex, que fornece a preciosa borracha. 7. C 18. E 29. C

Os produtos citados pelo professor e destacados no 8. B 19. A 30. E


texto – amido, madeiras, cortiça e látex – se relacio-
nam a diferentes tipos de tecidos vegetais, respec- 9. C 20. E 31. E
tivamente,
10. C 21. B 32. B
(A) tecido de sustentação, parênquima de reserva;
vasos lenhosos; tecido suberoso. 11. C 22. E 33. A

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Biologia

4. As Fanerógamas representam cerca de 90% a 95% da


cobertura vegetal do Planeta Terra. Isto se deveu a al-
guns fatores relacionados à sua estrutura e fisiologia,
tais como:
I. Surgimento de um mecanismo de veiculação dos
gametas masculinos, através da formação de um
sifão, que as tornou independentes da água para
1. A conquista definitiva da terra pelas plantas só foi a fecundação;
possível quando estas adquiriram verdadeiros tecidos II. Capacidade de manter protegido e inativo o espo-
condutores. Do ponto de vista geocronológico, as pri- rófito imaturo, dentro de uma semente;
meiras plantas com esses tecidos foram as III. Independência com relação aos animais, para a
(A) briófitas. sua reprodução e disseminação, devido à forma-

(B) pteridófitas. ção de flores e frutos.

(C) algas. Considerando as três afirmativas, pode-se dizer que
(D) gimnospermas. (A) apenas II e III são corretas.
(E) angiospermas. (B) apenas I e II são corretas.
(C) apenas III é correta.
2. Caso os cientistas descobrissem alguma substância
que impedisse a reprodução de todos os insetos, cer- (D) apenas I é correta.
tamente nos livraríamos de várias doenças em que (E) apenas I e III são corretas.
esses animais são vetores. Em compensação teríamos
5. Considere, no esquema a seguir, as características de
grandes problemas como a diminuição drástica de
determinados grupos vegetais.
plantas que dependem dos insetos para polinização,
que é o caso das 1 2 3 4

(A) algas.
(B) briófitas, como os musgos. fruto
tempo
sementes (milhões
(C) pteridófitas, como as samambaias. vasos condutores
de anos)

(D) gimnospermas, como os pinheiros. embrião

(E) angiospermas, como as árvores frutíferas.


Com base no esquema, que representa a evolução
3 “Nas plantas, a transição da vida aquática para a ter- vegetal ao longo de milhões de anos, assinale a alter-
restre só foi possível devido a uma série de adapta- nativa que apresenta os grupos vegetais que corres-
ções, muitas das quais apareceram inicialmente nas pondem, respectivamente, aos números 1, 2, 3 e 4.
briófitas e atingiram o máximo de especialização nas
angiospermas”. Com relação à evolução das plantas, é (A) Briófitas, angiospermas, gimnospermas e pteri-
correto afirmar que: dófitas.
(B) Briófitas, pteridófitas, angiospermas e gimnos-
(A) Só nas pteridófitas e espermatófitas desenvolveu-
permas.
-se um sistema vascular para transporte de seiva,
o que permitiu um aumento do porte vegetal. (C) Pteridófitas, briófitas, gimnospermas e angios-
permas.
(B) A água continua sendo o principal meio de disper-
(D) Briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angios-
são dos gametas em todas as plantas terrestres
permas.
atuais.
(E) Pteridófitas, briófitas, angiospermas e gimnosper-
(C) A alternância de fases no biociclo das plantas ter- mas.
restres ocorre porque o gametófito é aquático, e
o esporófito, terrestre. 6. O trecho faz parte do artigo Dor, Forma, Beleza, publi-
cado na seção Tendências e Debates da “Folha de S.
(D) Como o ar tem menor densidade que a água, so-
Paulo”, 30.08.05. (Os números 1, 2 e 3 foram coloca-
mente as plantas que possuíam grão-de-pólen
dos para destacar três frases desse trecho.)
puderam ocupar o ambiente terrestre com êxito.
“Alimentação e abrigo são necessidades de uma plan-
(E) Com o aparecimento do tubo polínico, os vegetais ta (1); acresça-se sexo e estaremos no reino animal
puderam realizar trocas gasosas, necessárias tan- (2); um pouco mais de afeto e estaremos no espaço
to para a fotossíntese como para a respiração. dos bichos de estimação (3).”

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Biologia

Embora o artigo não tivesse por objetivo ensinar ou Com relação a esses grupos de plantas e suas caracte-
discutir biologia, pode-se dizer que, em um contexto rísticas, podemos afirmar que:
biológico, I. O passo evolutivo (2) representa o surgimento dos
(A) a frase 1 está errada porque, além de as plantas não vasos condutores ou feixes vasculares, sendo que
necessitarem de abrigo, também não necessitam de as briófitas podem ser denominadas plantas não
substratos do meio para subsistir: produzem glicose vasculares, e as pteridófitas, gimnospermas e an-
alimento por meio da fotossíntese. giospermas podem ser denominadas traqueófitas.
(B) a frase 2 está errada, porque há reprodução sexu- II. O passo evolutivo (3) representa o surgimento
ada entre os vegetais e reprodução assexuada no das sementes, sendo que briófitas e pteridófitas
reino animal. são conhecidas como plantas sem sementes, e as
plantas com sementes são conhecidas como es-
(C) a frase 2 está correta, pois a reprodução sexuada
permatófitas.
só está presente nos animais.
III. Todos os membros do grupo definido pelo passo
(D) as frases 1 e 2 estão corretas e se complementam: evolutivo (1), que é o surgimento de órgãos ver-
plantas e animais necessitam de alimento e abri- dadeiros, podem ser conhecidos como cormófitas
go, mas só os animais apresentam reprodução se- ou embriófitas.
xuada.
(E) a frase 3 está correta porque, ao longo da evolu- Marque a alternativa que apresenta somente
ção animal, apenas os animais domésticos desen- afirmativa(s) correta(s).
volveram sentimentos como o afeto. (A) II e III. (D) Apenas III.
(B) I e III. (E) Apenas I.
7. As Angiospermas constituem o grupo de plantas
que obtiveram maior sucesso na conquista de dife- (C) I e II.
rentes ambientes. Considere os itens seguintes, que 9. O desenho ao lado representa
sugerem possíveis explicações para o sucesso das um tipo de planta que ao longo
Angiospermas. do processo evolutivo sofreu a
I. Sementes protegidas por frutos. transformação das suas folhas em
espinhos, tendo em vista condi-
II. Mecanismos que impedem a fecundação cruzada.
ções ambientais e relacionamen-
III. Estruturas que atraem polinizadores. to com outros seres à sua volta.
Essa modificação atendeu fun-
Quais estão corretos?
damentalmente às necessidades
(A) Apenas I. decorrentes dos fenômenos de
(B) Apenas I e II. (A) circulação e parasitismo.
(C) Apenas I e III. (B) absorção e inquilinismo.
(D) Apenas II e III. (C) fixação e comensalismo.
(E) I, II e III. (D) excreção e mutualismo.
(E) evaporação e predatismo
8. O esquema seguinte representa diferentes grupos de
plantas com algumas mudanças evolutivas represen- 10. Há algumas centenas de milhões de anos, um grupo
tadas pelos passos 1 a 4. de plantas terrestres apresentou uma importante ino-
Angiospermas
vação evolutiva: desenvolveu estruturas eficientes na
distribuição de água e alimento pelo corpo do indiví-
Gimnospermas duo. Esse grupo de plantas foi o ancestral de todas
4
as plantas chamadas traqueófitas. Como exemplo de
Pteritófitas plantas traqueófitas, podemos citar:
3
(A) samambaia, abacateiro, orquídea.
Briófitas
2
(B) musgo, cogumelo, alga.
1 (C) cogumelo, orquídea, hepática.
(D) alga, avenca, cana-de-açúcar.
(E) abacateiro, musgo, orquídea.

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Biologia

11. Os frutos são exclusivos das angiospermas, e a disper- (D) redução do calibre dos vasos que conduzem a
são das sementes dessas plantas é muito importante água e os sais minerais da raiz aos centros produ-
para garantir seu sucesso reprodutivo, pois permite tores do vegetal, para evitar perdas.
a conquista de novos territórios. A dispersão é favo- (E) crescimento sob a copa de árvores frondosas, que
recida por certas características dos frutos (ex.: cores impede o ressecamento e consequente perda de
fortes e vibrantes, gosto e odor agradáveis, polpa su- água.
culenta) e das sementes (ex.: presença de ganchos e
outras estruturas fixadoras que se aderem às penas 13. De um ramo de uma macieira em flor, retirou-se um
e pêlos de animais, tamanho reduzido, leveza e pre- anel da casca (anel de Malpighi). Espera-se que os fru-
sença de expansões semelhantes a asas). Nas matas tos desse ramo, em relação aos restantes, sejam
brasileiras, os animais da fauna silvestre têm uma (A) mais doces, porque a condução da seiva bruta da
importante contribuição na dispersão de sementes e, árvore não foi interrompida pelo anel de Malpighi
portanto, na manutenção da diversidade da flora. e pode acumular-se nos frutos.
CHIARADIA, A. Mini-manual de pesquisa: Biologia. Jun. 2004 (adaptado). (B) mais doces, porque toda a seiva elaborada, pro-
Das características de frutos e sementes apresenta- duzida nesse ramo, é impedida de chegar às ou-
das, quais estão diretamente associadas a um meca- tras partes da árvore e se acumula nos frutos.
nismo de atração de aves e mamíferos? (C) mais ácidos, porque eles recebem seiva bruta e
não a elaborada, visto que a condução dessa últi-
(A) Ganchos que permitem a adesão aos pêlos e penas.
ma foi interrompida pelo anel de Malpighi.
(B) Expansões semelhantes a asas que favorecem a
flutuação. (D) mais ácidos, porque o anel de Malpighi interrom-
pe o processo da fotossíntese no ramo, não ha-
(C) Estruturas fixadoras que se aderem às asas das aves.
vendo produção suficiente de açúcar.
(D) Frutos com polpa suculenta que fornecem ener-
(E) igualmente doces, porque o anel de Malpighi não
gia aos dispersores.
interfere na distribuição de açúcares pelo floema
(E) Leveza e tamanho reduzido das sementes, que fa-
da planta.
vorecem a flutuação
14. O gráfico mostra a transpiração e a absorção de uma
12. Alunos de uma escola no Rio de Janeiro são convida-
planta, ao longo de 24 horas.
dos a participar de uma excursão ao Parque Nacional
de Jurubatiba. Antes do passeio, eles leem o trecho de
Massa de água, em cada 2 horas (gramas)

40
uma reportagem publicada em uma revista: Transpiração
Absorção
Jurubatiba será o primeiro parque nacional em área
de restinga, num braço de areia com 31 quilômetros 30

de extensão, formado entre o mar e dezoito lagoas.


Numa área de 14.000 hectares, ali vivem jacarés, ca- 20
pivaras, lontras, tamanduás-mirins, além de milhares
de aves e de peixes de água doce e salgada. Os peixes 10
de água salgada, na época das cheias, passam para
as lagoas, onde encontram abrigo, voltando ao mar
na cheia seguinte. Nos terrenos mais baixos, próximos 0 8 10 12 14 16 18 20 22 24 2 4 6 Hora
aos lençóis freáticos, as plantas têm água suficiente









para aguentar longas secas. Já nas áreas planas, os A análise do gráfico permite concluir que
cactos são um dos poucos vegetais que proliferam, (A) quando a transpiração é mais intensa, é mais rápi-
pintando o areal com um verde pálido. da a subida da seiva bruta.
Depois de ler o texto, os alunos podem supor que, em (B) quando a transpiração é mais intensa, os estôma-
Jurubatiba, os vegetais que sobrevivem nas áreas pla- tos encontram-se totalmente fechados.
nas têm características tais como (C) das 22 às 6 horas, o lenho, sob tensão, deverá fi-
(A) quantidade considerável de folhas, para aumen- car esticado como se fosse um elástico, reduzindo
tar a área de contato com a umidade do ar nos o diâmetro do caule.
dias chuvosos. (D) não existe qualquer relação entre transpiração e ab-
(B) redução na velocidade da fotossíntese e realização sorção, e um processo nada tem a ver com o outro.
ininterrupta desse processo, durante as 24 horas. (E) das 12 às 16 horas, quando se observa maior
(C) caules e folhas cobertos por espessas cutículas transpiração, é pequena a força de tensão e coe-
que impedem o ressecamento e a consequente são das moléculas de água no interior dos vasos
perda de água. lenhosos.

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Biologia

15. A porção terminal das raízes das angiospermas (A) Condição


apresenta as partes representadas no esquema Horas do dia
climática
abaixo.
8h 10h 12h 14h 16h 17h
Zona suberosa Chuvoso 2 2 2 0 2 2
Zona pilífera Seca 1 1 0 0 1 1
Zona lisa
Seca intensa 1 1 0 0 0 0
Coifa
(B) Condição
Horas do dia
Com a finalidade de realizar um experimento de ab- climática
sorção, um professor usou três tubos com solução 8h 10h 12h 14h 16h 17h
nutritiva para mergulhar raízes não destacadas das Chuvoso 1 1 1 1 1 1
respectivas plantas, conforme os esquemas a seguir.
Seca 1 1 0 0 1 1
Seca intensa 0 0 0 0 0 0

(C) Condição
Horas do dia
climática
I II III 8h 10h 12h 14h 16h 17h


(A) As plantas dos três tubos sobreviveram. Chuvoso 1 1 0 0 0 0
(B) As plantas dos três tubos morreram. Seca 1 1 0 0 0 0

(C) Somente as plantas dos tubos I e III sobreviveram. (D)


Condição
Horas do dia
(D) Somente as plantas dos tubos I e III morreram. climática
(E) Somente as plantas dos tubos I e II sobreviveram. 8h 10h 12h 14h 16h 17h
Seca 1 1 0 0 0 0
16. Na transpiração, as plantas perdem água na forma de
Seca intensa 0 0 0 0 0 0
vapor através dos estômatos. Quando os estômatos
estão fechados, a transpiração torna-se desprezível. (E) Condição
Por essa razão, a abertura dos estômatos pode fun- Horas do dia
climática
cionar como indicador do tipo de ecossistema e da es-
8h 10h 12h 14h 16h 17h
tação do ano em que as plantas estão sendo observa-
das. A tabela a seguir mostra como se comportam os Chuvoso 2 2 2 0 2 2
estômatos de uma planta da caatinga em diferentes Seca 2 2 2 2 2 2
condições climáticas e horas do dia.
17. Um botânico, com o objetivo de pesquisar as trocas
Condição climática Horas do dia gasosas que ocorrem em uma planta, calculou o quo-
ciente entre as quantidades de CO2 produzido e con-
8h 10h 12h 14h 16h 17h
sumido por essa planta, durante um mesmo intervalo
Chuvoso 2 2 2 0 2 2 de tempo e sob diferentes condições de iluminação.
Seca 1 1 0 0 0 0 O gráfico representa os dados obtidos pelo botânico.
Seca intensa 0 0 0 0 0 0
1,75
CO2 = produzido / CO2 consumido

P1
Legenda: 1,50
0 = estômatos completamente fechados 1,25
P2
1 = estômatos parcialmente abertos 1,00

2 = estômatos completamente abertos 0,75 P3


0,50
Considerando a mesma legenda dessa tabela, assinale
0,25
a opção que melhor representa o comportamento dos
estômatos de uma planta típica da Mata Atlântica. 0,00 1 2 3 4
Taxa de iluminação (unidade arbitrárias)

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Biologia

Sabendo que a taxa respiratória manteve-se constan- 20.


te nas diversas condições de iluminação, pode-se di-
zer que
(A) o quociente (O2 produzido) / (CO2 produzido) foi me-
nor em P1.
(B) o consumo de O2 foi maior em P3.
(C) o peso da planta aumentou em P1 e P2.
Em um experimento, um pesquisador retira um anel
(D) em P3, o peso da planta diminuiu.
da casca de um ramo, como pode ser visto na figura. A
(E) o quociente (O2 consumido) / (CO2 consumido) foi área operada é protegida com lanolina para evitar res-
maior em P2. secamento local. Após alguns dias, ao ser comparado
com o controle (um ramo intacto), verifica-se que a
18. A figura 1 representa um pulgão sugando, em um relação peso/área das folhas do ramo experimental é
caule herbáceo de uma angiosperma, um líquido que- (A) maior, devido ao acúmulo de matéria orgânica.
contém glicose, e a figura 2, o interior do mesmo cau-
(B) maior, devido ao acúmulo de água nos tecidos fo-
le em corte transversal. liares.
Figura 1 Figura 2 (C) menor, devido à desidratação dos tecidos foliares.
(D) menor, devido ao consumo de amido pelos teci-
I
II dos foliares.
III
(E) maior, devido ao acúmulo de sais minerais nos
IV
tecidos foliares.

V 21. O gráfico a seguir mostra o ponto de compensação


para duas espécies vegetais (1 e 2) que se encontram
no mesmo ambiente:

Examinando as estruturas indicadas na figura 2, é cor-


Taxa de fotossíntese

espécie 2
(CO2 absorvido)

reto afirmar que o inseto obtém o líquido apenas em espécie 1

(A) I.
(B) III. respiração
(CO2 liberado)
(C) III e IV.
(D) IV. Intensidade luminosa

(E) II e V Foram feitas as seguintes afirmações com relação à


análise desse gráfico:
19. Quando se quer tingir flores brancas, o procedimento I. O ponto de compensação varia de uma espécie
mais indicado é colocar para outra.
(A) hastes cortadas em solução colorida, em ambiente II. A espécie 1 pode ser uma planta de sombra (um-
saturado de umidade. brófila) e a espécie 2, uma planta de sol (heliófi-
(B) hastes cortadas em solução colorida, em ambiente la).
seco. III. A taxa de fotossíntese é a mesma para as espécies
(C) plantas infectadas em solução colorida, em ambiente 1 e 2.
saturado de umidade. Pode-se considerar
(D) plantas intactas em solução colorida, em ambiente (A) apenas I correta. (D) I e III corretas.
seco. (B) apenas II correta. (E) II e III corretas.
(E) planta intacta em solo regado com solução colorida. (C) I e II corretas.

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Biologia

22. O ponto vegetativo apical de um grupo de plantas foi O fato de a planta do experimento crescer na direção
retirado e substituído por uma pasta de lanolina mis- horizontal, e não na vertical, pode ser explicado pelo
turada com um hormônio. Para verificar se é esse hor- argumento de que o giro faz com que a auxina se
mônio que inibe o desenvolvimento das gemas laterais, (A) distribua uniformemente nas faces do caule, estimu-
o procedimento adequado é usar um outro grupo de lando o crescimento de todas elas de forma igual.
plantas como controle e nesse grupo, após o corte,
(B) acumule na face inferior do caule e, por isso, de-
(A) colocar uma pasta de Agar misturada com o hor- termine um crescimento maior dessa parte.
mônio.
(C) concentre na extremidade do caule e, por isso,
(B) aspergir uma solução nutritiva na região cortada. iniba o crescimento nessa parte.
(C) colocar apenas lanolina na região cortada. (D) distribua uniformemente nas faces do caule e,
(D) retirar também as gemas laterais. por isso, iniba o crescimento de todas elas.
(E) colocar a mesma pasta utilizada no grupo experimen- (E) concentre na face inferior do caule e, por isso, ini-
tal, mantendo as plantas no escuro. ba a atividade das gemas laterais.
25. Os adubos inorgânicos industrializados, conhecidos
23. Analise o gráfico abaixo em que AIA significa ácido
pela sigla NPK, contêm sais de três elementos quími-
indolil-acético (auxina).
cos: nitrogênio, fósforo e potássio. Qual das alterna-
Efeito do tivas indica as principais razões pelas quais esses ele-
AIA sobre o
crescimento mentos são indispensáveis à vida de uma planta?
Caule
100

% de Nitrogênio Fósforo Potássio


indução
Raiz (A) É constituinte de É constituinte de É constituinte
0 ácidos nucleicos ácidos nucleicos de ácidos nu-
e proteínas. e proteínas. cleicos, glicídios
% de e proteínas.
inibição
100 (B) Atua no equilí- É constituinte de Atua no equilí-
Concentração de AIA brio osmótico e ácidos nuclei- brio osmótico e
na permeabilida- cos. na permeabili-
de celular. dade celular.
Com base nos dados nele representados, é possível
afirmar que (C) É constituinte de É constituinte de Atua no equilí-
ácidos nucleicos ácidos nuclei- brio osmótico e
(A) quanto maior for a concentração de AIA, maior e proteínas. cos. na permeabili-
dade celular.
será o crescimento da raiz e do caule.
(D) É constituinte de Atua no equilí- É constituinte
(B) a raiz e o caule são igualmente sensíveis ao AIA. ácidos nuclei- brio osmótico e de proteínas.
(C) o AIA, por ser um hormônio, sempre estimula o cos, glicídios e na permeabili-
proteínas. dade celular.
crescimento.
(E) É constituinte de É constituinte de Atua no equilí-
(D) as concentrações de AIA que estimulam o cresci- glicídios. ácidos nucleicos brio osmótico e
mento do caule têm efeito inibidor na raiz. e proteína. na permeabili-
dade celular.
(E) não há relação entre concentração de AIA e cres-
cimento da raiz e do caule.

24. A produção de hormô-


nios vegetais (como a
auxina, ligada ao cres-
cimento vegetal) e sua planta vaso
distribuição pelo orga- sentido
do giro 1. B 8. C 15. D 22. C
sistema
nismo são fortemente de relógio
2. E 9. E 16. E 23. D
influenciadas por fatores
3. A 10. A 17. A 24. A
ambientais. Diversos são
os estudos que buscam
suporte 4. B 11. D 18. B 25. C
compreender melhor 5. D 12. C 19. B
essas influências. O experimento demonstrado integra 6. B 13. B 20. A
um desses estudos. 7. E 14. A 21. C

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OS ANIMAIS

Diversidade Animal • Aos folhetos embrionários. “Diblástico são animais


cujos embriões apresentam apenas dois folhetos
O reino Animalia é definido segundo características co- embrionários, a ectoderme e endoderme. Somente
muns a todos os animais: organismos eucariontes, plurice- os cnidários são diblásticos. Triblásticos são animais
lulares e heterótrofos. São desprovidos de parede celular cujos embriões apresentam três tecidos embrio-
e usam o glicogênio como material de reserva energética. nários: ectoderme, endoderme e a mesoderme.
Os animais evoluíram a partir de ancestrais protistas fla- Somente estes animais com mesoderme podem
gelados coloniais, como resultado das divisões de trabalho apresentar o celoma, afinal esta é uma cavidade to-
entre suas células agregadas. Dentro dessas colônias celu- talmente revestida pela mesoderme. É válido ressal-
lares ancestrais algumas células se tornaram especializadas tar que os poríferos não entram nesta classificação
para o movimento, outras para a nutrição, e outras ainda se por não apresentarem diferenciação das suas célu-
diferenciaram em gametas. Esses grupos coordenados de las embrionárias em folhetos.”
células evoluíram, originando organismos maiores e mais • Ao Celoma. Celoma é a cavidade revestida pela
complexos, que hoje chamamos de animais. mesoderme. Aqueles que a possui são chamados
de celomados, quem não possui é acelomado e
Toda a diversidade animal é classificada em nove filos: aqueles que apresentam uma cavidade revestida
porífero, cnidário, platelminto, asquelminto, anelídeo, internamente pela endoderme e externamente
artrópode, molusco, equinodermo e cordado. pela mesoderme são os pseudocelomados (ou
Os Filos do Reino Animal podem ser classificados quanto: blastocelomados).
Esquema de cortes transversais
de um triblástico acelomado
A ectoderme B C (A), pseudocelomado (B)
ectoderme





ectoderme
plenária mesoderme mesoderme e celomado (C). Celoma
lombriga minhoca
mesoderme é a cavidade totalmente
pseudoceloma
celoma revestida pela mosoderme;
endoderme
o Pseudoceloma é uma
cavidade revestida apenas na
endoderme
tubo digestório
endoderme tubo digestório sua face mais periférica pela
tubo digestório mesoderme. Observe que sua
face interna é revestida
pela endoderme.

• Ao desenvolvimento do Blastóporo. Blas-


tóporo é uma abertura que serve de comuni-
cação na fase embrionária, pondo em contato
a cavidade digestiva com o meio externo. Na
maioria dos animais, o blastóporo dá origem à

BIOATP - ANIMAIS
boca (protostômios – origina primeiro a boca.
Protos, primeiro; stoma, boca). Nos equinoder-
mos e nos cordados o blastóporo dá origem ao
ânus (deuterostômios – origina o ânus primei-
ro e a boca por segundo. Deuteros, segundo;
stoma, boca).
De todos os nove filos, somente dentro do gru-
po cordado encontramos animais com vértebras e,
portanto, os outros oito filos constituem os inver-
tebrados.

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Biologia

Invertebrados 1 A água, carregando 2 A água flui através do corpo da


alimento, entra esponja e sai por uma abertura
através de muitos grande, o ósculo.
Poríferos poros pequenos.
Poro
Darwin, hoje conhecido como o maior evolucionista, já
dizia que, se pudéssemos voltar no passado, testemunha-
ríamos o nascimento do primeiro animal na Terra.
Ósculo
No princípio, não havia seres no planeta. Então, cer- Espículas
ca de 3,5 bilhões de anos atrás, apareceu algo totalmente
novo: a vida. Pelos 2,5 bilhões de anos seguintes, os seres
unicelulares reinaram. Eram criaturas minúsculas envoltas
numa membrana frágil, os quais ainda não compreendiam
Coanócito Espículas
os animais. De algum modo, as células criaram uma “lin-
guagem” para trabalharem juntas e essa foi a grande vira- A parede do corpo é
cheia de céluas de ali-
da para a vida no planeta. O primeiro animal começava a mentação especializadas
se formar. Mas que criatura foi essa? chamadas coanócitos.

Esse animal deve ter sido bastante simples. Não de-


via ter cabeça, cérebro, boca, nem nenhum órgão inter-
no, nem mesmo esqueleto. Seria um ser formado de um
amontoado de células, as quais deviam funcionar em coo-
peração para o bem do animal como um todo.
Qual seria a aparência desse animal? E mais importan-
te: era parecido com algum animal atual?
Incrivelmente, esses animais existem ainda hoje e são O Plano Corporal da Esponja – O fluxo de água através da esponja é
conhecidos como Esponjas, integrantes do filo Porífero. mostrado pelas setas azuis. A parede do corpo é coberta com coanócito,
Possuem diversidade expressiva e habitam os mais varia- um tipo especializado de células de alimentação que pode ser um elo
entre os animais e os protistas.
dos tipos de ambientes aquáticos, apesar de predominan-
temente marinhos. Cada coanócito possui um longo flagelo. O batimento
Poríferos são animais que não possuem tecidos defi- dos flagelos promove um contínuo fluxo de água do am-
nidos e não apresentam órgãos e nem sistemas. Essa pe- biente para o átrio do animal. A essa água estão mistu-
rados restos orgânicos e micro-organismos, que são cap-
quena diferenciação celular confere a esses seres grande
turados e digeridos pelos coanócitos. Como a digestão
capacidade de regeneração. De forma impressionante, é
ocorre apenas no interior de células, diz-se que os porífe-
possível separar as células desses animais por meio de
ros apresentam digestão exclusivamente intracelular.
uma peneira e, de alguma maneira, continuam reconhe-
O esqueleto das esponjas é formado principalmente
cendo umas às outras. Em questão de horas, começam a
por espícolas de calcário ou de sílica, com formas variadas,
se aproximar, formando novos indivíduos.
e uma rede de proteína chamada espongina. Esponjas des-
O corpo de um porífero possui células que apresen- providas de espícolas e contendo apenas a macia rede de
tam certa divisão de trabalho. Algumas dessas células são espongina podem ser utilizadas como buchas de banho.
organizadas de tal maneira que formam pequenos orifí-
cios, denominados poros, em todo o corpo do animal. É
por isso que esses seres recebem o nome de poríferos (do
latim porus: ‘poro’; ferre: ‘portador’).
Observe no esquema a seguir como a água penetra
no corpo do animal através dos vários poros existentes
em seu corpo. Ela alcança então uma cavidade cen-
tral denominada átrio. Observe também que a parede
o corpo é revestida externamente por células acha-
tadas que formam a epiderme. Já internamente,
a parede do corpo é revestida por células denomina-
As Esponjas diferem em tamanho e forma. A esponja vulcânica
das coanócitos. marrom é comum dentre as esponjas marinhas simples.

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Biologia

Se reproduzem sexuadamente, com gametas originadas ros”, “intestino”) referindo à característica de serem os
de gonócitos, que são células derivadas dos amebócitos. primeiros animais a apresentarem sistema digestivo, ape-
Fazem, também, reprodução assexuada por brotamento, sar de ser incompleto, ou seja, não possuem ânus, apenas
fragmentação e gemulação. uma boca que também se livra dos resíduos. Apresentam
sistemas respiratório, excretor e circulatório ausentes.
Cnidários ou Celenterados
É também o primeiro filo a apresentar sistema ner-
À primeira vista, alguns cnidários nem parecem ani- voso (difuso), além da presença de células musculares. A
mais. Observe a figura abaixo: partir daí, ganharam a capacidade de se movimentar: eles
podem se flexionar ou estender, buscando a melhor posi-
ção para se alimentar.
Parece simples, mas toda criatura que rasteja, voa ou
nada, hoje, depende de músculos e nervos para isso, o le-
gado dos Cnidários.
Podem se apresentar na forma de pólipo (bentônica)
ou medusa (planctônica).
As medusas são a forma de vida dominante
dos cifozoários e são conhecidas por nós
como mães-d´água.
A larva plânula
é um produto
Disponível em: http://sistemas.vitoria.es.gov.br/ecbh/arquivos/ da reprodução
Anemona_claudio.jpg sexuada.
Medusa
adulta
O filo Cnidaria (do grego knidos, irritante, e do latim
aria, sufixo plural) são os animais aquáticos de que fazem Fase Sexuada
parte hidras, medusas, águas-vivas, anêmonas, carave-
las e corais. Tal denominação refere-se à principal célu-
la: cnidoblasto, que libera substância urticante capaz de
paralisar suas presas. Apresentam simetria radial e são
protostômios.
Os cnidários cheios de tentáculos vivendo presos ao Pólido
fundo do mar não parecem muito diferentes das algas à Éfira jovem
Medusa
sua volta. Esses organismos intrigam pesquisadores há sé- jovem Fase Polipoide
(assexuada)
culos. Os primeiros indagavam se eram plantas, animais
ou estariam numa categoria intermediária.
Há milhares de anos, antes de os animais nadarem
nos oceanos ou correrem pelo fundo do mar, só existia As medusas liberam
um grupo animal: as esponjas, as quais, como já foram pólipos por divisão
transversal.
previamente estudadas, eram praticamente um amonto- Os pólidos
em seguida
ado de células.

BIOATP - ANIMAIS
produzem
medusas.
Desde então, surgiram seres bem mais complexos, Estrobilização Broto
que mudaram o mundo para sempre: os Cnidários.
Aparentemente pode não parecer, mas esses seres As medusas domina os ciclos de vida dos cifozoários – As medusas dos
protagonizaram uma virada importante no compor- cifozoários são as populares mães-d´água das águas costeiras.
Os pequenos pólipos sésseis rapidamente produzem medusas.
tamento dos animais. Foram os primeiros seres a de-
senvolver tentáculos sensíveis. Foram eles também os Num dado momento, os pólipos começam a se dividir.
primeiros a apresentar boca, seguida de uma cavidade É como se formassem camadas, uma por cima da outra.
digestiva. Essa inovação brilhante logo se disseminaria
Cada camada vai se tornar um indivíduo separado
no reino animal.
ou éfira. Éfira é a medusa em sua fase juvenil e cada
Devido a essa novidade evolutiva que o filo em questão uma delas se solta do caule do pólipo e, em seguida,
também foi denominado Coelenterata (das palavas gregas transforma-se no indivíduo adulto, como pode ser visto
“coela”, o mesmo que “cela” ou “espaço vazio” e “ente- no esquema a seguir:

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Biologia

Ciclo de vida da água-viva O sistema nervoso já não é mais difuso como nos cnidá-
rios. Ele apresenta gânglios nervosos e por isso se diz: siste-
Medusa
Larva
ma nervoso ganglionar. Tal sistema, mesmo sendo simples
plânula (formado por gânglio cerebral e cordões nervosos unidos
por comissuras como mostrado no esquema a seguir), foi
capaz de conferir a esses animais a capacidade de monito-
Éfira
Pólido
ramento da luz para orientação, detecção de sombras (pre-
dadores e presas) e determinação do fotoperíodo.
Florescência de pólido I II


gânglio
cerebroide
Os cnidários podem ser classificados em:
• Hydrozoa: forma predominante de pólipo.
Exemplos: hidras, obélias, etc.
cordão
• Cifozoa: forma predominante de medusas. nervoso
Exemplos: águas-vivas e caravelas. célula
nervoso
longitudinal

• Antozoa: forma exclusiva de pólipo. Exemplos: co-


rais e anêmonas.
Dentre tantos represen-

  
tantes de cnidários, é relevan- Comparação dos sistemas nervosos de cnidário e platelminto.
I representa uma hidra (cnidário), cujo sistema nervoso é difuso e
te destacar os corais, os quais II representa uma planária (platelminto), cujo sistema nervoso é ganglionar.
são responsáveis pela forma-
ção de grandes recifes, poden- Com relação ao sistema digestório, se diz incomple-
do ser visualizados até mesmo to, ou seja, possui boca, mas não tem ânus. A boca serve
por satélites, como apresenta- Imagem por satélite da barreira para ingestão e egestão de substâncias. No caso da classe
do na figura ao lado: de coral na Austrália. Cestoda, grupo que inclui a tênia ou solitária, o sistema
Platelmintos digestivo é ausente.
Os platelmintos são vermes achatados, semelhante a
uma folha, os quais apresentam simetria bilateral e são
acelomados e protostômios. Têm como habitat ambientes Faringe
Boca
muito úmidos, a água doce e o mar, enquanto várias espé- Ocelos
cies parasitam outros animais.
São os primeiros animais com sistema excretor, repre-
sentado por células-flama ou protonefrídeo. Observe o
esquema a seguir: Intestino
ramificado Faringe
Abertura
da faringe
Poros
excretores

Boca
Ocelos

Demonstração dos ocelos e do sistema digestório de uma


planária com sua faringe estendida apreendendo alimento.
Célula flama
Os platelmintos realizam trocas gasosas por difusão
Flagelos
Túbulo coletor simples, afinal são desprovidos de sistema respiratório
e circulatório.
Um curioso representante de platelmintos é a planá-
Representação da estrutura excretora dos platelmintos. ria. Este verme é de vida livre, aquático (marinho/límnico)
e com tamanho variando entre poucos milímitros a 60 cm.
A célula-flama tem a função de coletar a excreção lí-
quida das células circundantes. Após a coleta de excretas, Planárias apresentam impressionante capacidade de
os cílios vibram e dirigem o líquido coletado para os duc- regeneração: cortadas em uma ou mais partes, podem se
tos excretores, por onde serão eliminados para o meio. regenerar gerando novos indivíduos.

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Biologia

O tempo de regeneração depende da região do corpo cor- É possível prevenir-se da doença evitando contato com
tada: próximo à cabeça (6 dias), distante da cabeça (18 dias). as águas que tenham caramujos contaminados, construin-
Partes regeneradas do redes de saneamento básico para evitar a contamina-
ção do ambiente, avisando às autoridades sanitárias so-
bre a existência de caramujos e exigindo tratamento de
esgoto. O uso de moluscocidas é a forma mais rápida de
controle, desde que sejam levados em conta os efeitos da-
nosos sobre o equilíbrio ecológico da região.
• Teníase
A teníase pode ser causada por duas espécies de ver-
Regeneração de uma planária.
mes, ambos monoicos (hermafroditas): Taenia solium
A regeneração é um exemplo de reprodução assexua- e Taenia saginata. Estes vermes, que popularmente são
da. Porém a maioria dos platelmintos realiza reprodução conhecidos como solitárias, apresentam diferenças mor-
seuxada, sendo monóicos ou dióicos. fológicas entre si, no entanto, é quanto aos seus respecti-
Verminoses vos hospedeiros que o destaque é maior. A Taenia solium
• Esquistossomose ou Xistose apresenta o homem e os suínos como hospedeiros, en-
Nessa doença, o homem contaminado abriga o quanto a Taenia saginata prefere o homem e os bovinos.
Schistosoma mansoni na sua forma adulta em vasos san-
guíneos do Fígado – sistema porta-hepático. Os vermes se A doença é adquirida quando se ingere carne mal-pas-
reproduzem sexuadamente e produzem ovos, os quais, ao sada, de porco ou de boi, que contenha a larva cisticerco.
caírem no intestino, são liberados nas fezes. Quando as carnes contêm essas larvas, é comum o uso
Caso as fezes sejam depositadas em lagos e/ou lagoas, os popular da nomenclatura “canjiquinha”. Observe a figura
ovos ali presentes eclodem e dão origem à larva Miracídeo. com carne contendo “canjiquinha”:
Essa larva tem capacidade de penetrar em caramujos, geral-
mente do gênero Biomphalaria. Caso isso ocorra, o caramujo
passará a liberar um segundo tipo de larva – Cercária.
A cercária, caso encontre alguma pessoa nesse am-
biente aquático contaminado, perfura sua pele, cai na
corrente sanguínea se aloja no sistema porta-hepático,
fechando, assim, o ciclo de vida do Schistosoma mansoni.
Observe o esquema desse ciclo de vida:

Verme adulto (macho e


fêmea) que se alojam no
sistema porta-hepático À esquerda, tênia adulta e, à direita, carne contendo cisticercos.
Ovos do verme que
Cercária são liberados pelo
Ao ingerir a carne contaminada, o cisticerco passa pelo
penetra na homem contaminado tubo digestivo da pessoa e alcança o intestino já na forma
pele de por meio das fezes.
homens e adulta. É nesse local que o verme se reproduz, podendo

BIOATP - ANIMAIS
torna-se
adulta
fazer autofecundação, e produz ovos que serão liberados
no ambiente por meio de suas fezes.
Caramujo Caso estas fezes humanas forem depositadas em locais
libera larva
cercária Larva inadequados, os ovos poderão contaminar os alimentos
miracídeo dos suínos e bovinos, os quais passarão a obter o cisticer-
eclode
do ovo co em seus músculos ou carnes.
Miracídeo
infecta caramujo Conhecendo o ciclo de vida da Taenia, facilmente iden-
Biomphalaria
tificamos as profilaxias: não comer carne mal-passada e
saneamento básico, além do tratamento dos doentes.
• Cisticercose
A cisticercose também é causada pela Taenia, no en-
Ciclo de vida do Schistosoma mansoni. tanto, somente a Taenia solium.

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Biologia

Nesse caso, ao invés do homem comer a carne com cis- As larvas atravessam a parede
intestinal, caem na corrente san-
ticerco, haverá a ingestão de água ou de alimento conta- guínea, migram por vários órgãos
e retornam ao intestino, no qual
minado com ovos do verme. Assim, o ovo ingerido, ao pas- completam seu desenvolvimento.

sar pelo tubo digestivo, eclode e libera a larva cisticerco. Vermes adultos no
instestino delgado
Essa larva perfura a parede do sistema digestivo e cai
na corrente sanguínea, podendo se alojar em diversos lo-

Ingestão de água e alimentos contaminados


cais, como os músculos e até mesmo o encéfalo.
Como a forma de contaminação da cisticercose é dife-
rente da existente na teníase, as profilaxias também se di-
ferem. Deve ser ingerida somente água mineral ou previa- Ovos liberados
nas fezes
mente fervida e lavar bem os alimentos. Já o saneamento
básico é uma prevenção em comum entre as duas doen-
ças em questão, assim como o tratamento dos doentes.

Asquelmintos ou Nematelmintos
Asquelminto é um grupo que reúne representantes
Ovo com larva
alongados e frequentemente cilíndricos, não segmentados,
de tamanho reduzido e corpo revestido por uma cutícula. Ciclo de vida do Ascaris lumbricoides.
Os asquelmintos são animais que possuem sistema di-
• Ancilostomose ou Amarelão ou doença do Jeca Tatu
gestivo completo, mas os sistemas circulatório e respiratório
são ausentes; sistema nervoso continua ganglionar. A excre- As histórias de Monteiro Lobato vão além de divertir e
ção se dá pelos tubos em H. Geralmente, sexos separados. entreter o público infantil. Com muitas delas, ele trouxe à
tona os problemas de saúde pública existentes no Brasil.
Entre os asquelmintos, o grupo mais numeroso e de Jeca – Tatu é uma das personagens que serviu como fer-
maior importância para o homem é a classe Nematoda, ramenta de campanha em favor do saneamento, além de
a qual muitos autores atribuem a categoria de filo (filo esclarecer e educar a população sobre uma doença tropi-
Nematelminthes). cal que, na época, vitimava milhões de brasileiros e era tão
São pseudocelomados e protostômios. negligenciada: o amarelão.
Verminoses Observe a peça publicitária do Laboratório Fontoura.
Adaptado em história em quadrinhos ou na forma de fo-
• Ascaridíase lheto, ou ainda fazendo parte de almanaques, teve até os
Ascaridíase é uma verminose causada pelo Ascaris anos 60 uma tiragem de cerca de 18 milhões de exempla-
lumbricoides, popularmente conhecido como lombriga, res. Há testemunhos de que sua leitura transformou a vida
que vive no intestino humano. de muita gente.
As lombrigas se alimentam das substancias nutritivas
que encontram no intestino humano, onde as fêmeas fe-
cundadas liberam milhares de ovos por dia. Esses ovos são Pergunta Monteiro – Não é preguiça “seu” Lobato. É uma
eliminados juntamente com as fezes e podem contaminar Lobato, o autor de
Urupés, a Jéca Tatu.
dôr na cacunda, palpitação, uma can-
ceira que não acaba nunca! ...
água e alimentos diversos. – Sim, eu sei, Jéca Tatu amigo,
Soffres de AMARELÃO (ou opila-
Quando uma pessoa engole ovos deste verme junta- ção). Tens no sangue e nas tripas
um jardim zoológico da peor es-
mente com frutas e verduras cruas e mal-lavadas ou água pécie. É essa bicharia que te faz
contaminada, esses ovos alcançam o intestino, onde se papudo, feio, molengo e inerte.
Só tens um remédio, o verdadeiro
rompem e liberam larvas. As larvas atravessam a parede específico do amarellão:

intestinal, caem na corrente sanguínea e migram sucessi-


vamente para os pulmões, os brônquios, a traqueia, a la-
ringe e a faringe. São então engolidas e retornam ao intes-
tino, onde se desenvolvem e se transformam em vermes Publicidade do Laboratório Fontoura.

adultos, fechando o ciclo. Almanaque do Biotônico, 1935, p. 4 (ilustração de J. U. Campos).


Percebe-se, portanto, que saneamento básico, hi-
A ancilostomose, também conhecida por amarelão, é
gienização dos alimentos, além da ingestão de apenas uma doença causada por vermes (espécie: Necator ame-
água previamente fervida ou mineral consistem nas ricanus e Ancylostoma duodenale) parasitas exclusivos do
profilaxias da Ascaridíase. ser humano. As formas adultas desses parasitas se insta-

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Biologia

lam no aparelho digestivo das pes- • Educação da comunidade, bem como o tratamento
soas, onde ficam fixadas na porção das pessoas doentes.
que compreende o intestino delgado, • Filariose ou Elefantíase
nutrindo-se de sangue do hospedeiro Filariose é uma doença causada por filárias –
e causando anemia. A hematofagia é Wuchereria bancrofti, que são vermes que se alojam em
possível devido aos pares de dentes e vasos linfáticos.
um par de lâminas cortantes que per- Os vasos linfáticos coletam e transportam a linfa, um
Cápsula bucal do
furam a mucosa intestinal. líquido retirado dos espaços intercelulares dos tecidos, no
Ancilóstomo.
Essa doença é transmitida por meio interior dos órgãos.
da penetração ativa de pequenas larvas na pele de um indiví- As filárias obstruem os vasos linfáticos e dificultam o esco-
duo em contato com ambientes propensos, principalmente o amento da linfa. Com isso, a perna de uma pessoa, por exem-
solo, contendo fezes contaminadas por ovos que eclodem e plo, fica muito inchada, lembrando a perna de um elefante.
desenvolvem as larvas. Uma pessoa adquire elefantíase quando é picada por
Após passarem pela epiderme, as larvas atingem a cor- mosquitos do gênero Culex, conhecidos como muriçocas.
rente sanguínea, seguindo em direção aos pulmões. Por
Ao sugarem o sangue de uma pessoa, os mosquitos
meio das vias respiratórias, as larvas se deslocam pela tra-
contaminados inoculam as larvas do parasita no organis-
queia até a faringe, onde são deglutidas, passando pelo esô-
fago, estômago e alcançando a parede do intestino. Neste mo humano que completarão seu desenvolvimento nos
local se reproduzem, eliminando ovos juntamente às fezes. vasos linfáticos.
Assim, essa doença é evitada basicamente com o com-
Larva filarioide penetra bate controlado do inseto e dificultando seu acesso às mo-
através da pele
radias, colocando, por exemplo, telas em janelas.
Larvas
filarioides
1

2
Larvas
rabdotoides
Adultos no intestino delgado

Ciclo de vida do
Ancylostoma
Ovos
duodelane. 4
nas fezes
3
Essa doença pode ser controlada mediante as seguin-
tes medidas profiláticas:
• Utilização de calçados, evitando o contato direto

BIOATP - ANIMAIS
com o solo contaminado;
• Fornecimento de infraestrutura básica para a po- 1 – Verme Wuchereria bancrofti, 2 – Inseto transmissor Culex fatigans,
pulação, proporcionando saneamento básico e 3 – Saco escrotal hipertrofiado e 4 – Perna hipertrofiada.
condições adequadas de higienização;
• Ter o máximo de cuidado quanto ao local destinado ao Outras verminoses causada por Nematelmintos po-
lazer das crianças, pois acabam brincando com terra; dem ser visualizadas na tabela a seguir:

Doença Agente etiológico Forma de contágio Características Profilaxia


Por meio da penetração das Marcas na pele por onde a
Bicho Ancylostoma Evitar contato com fezes de animais,
larvas (presentes nas fezes de larva passa, coceira e
geográfico brasiliensis principalmente cães e gatos
gato e cachorro) na pele irritação no local
Ingestão de ovos junto aos Roupa de cama bem lavada; unhas corta-
Oxiuríase Enterobius Prurido anal (geralmente
alimentos; autoinfecção (levam os das rentes; higiene pessoal; tratamento
ou oxiurose vermicularis à noite)
ovos da região perianal à boca) de todas as pessoas infectadas na família

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Biologia

Anelídeos froditas, são necessárias duas minhocas para a repro-


Anelídeos (Annelida – do latim annelus, pequeno dução. Elas se unem, através do clitelo, possibilitando,
anel + ida, sufixo plural) são vermes segmentados – assim, a troca de gametas.
com o corpo formado por anéis ou metâmeros, que são
repetições iguais ao longo do corpo recoberto por uma
cutícula de quitina. Os hirudíneos (sanguessugas) são
exceção à metamerização homônoma.
Existem mais de 15.000 espécies destes animais em
praticamente todos os ecossistemas, terrestres, marinhos
e de água doce. Encontram-se anelídeos com tamanhos
desde menos de um milímetro até mais de três metros.
O sistema digestivo é completo e bastante especiali-
zado, apresentando papo e moela, além de boca, faringe, As minhocas (Lumbricus terrestris) são exemplos de
esôfago, intestino e ânus. Por isso, apresentam uma gran- seres hermafroditas com fecundação cruzada.
de variedade de dietas. Muitas espécies são predadoras,
São animais celomados, grupo em que essa caracterís-
outras detritívoras, outras se alimentam por filtração, ou-
tras ainda ingerem sedimentos, dos quais o intestino tem tica ocorre pela primeira vez. Neles a boca é formada pri-
de separar a parte nutritiva; finalmente, as sanguessugas meiro que o ânus e, por isso, são também protostómios.
alimentam-se de sangue de outros animais, por sucção. Sua classificação se dá de acordo com a quantidade de
O sistema nervoso é ganglionar e apresentam tam- cerdas, podendo ser oligoguetas (poucas cerdas); polique-
bém sistema sensorial com células fotorreceptoras e qui- tos (muitas cerdas) ou aquetos (sem cerdas).
miorreceptoras.
Anelídeos são os primeiros animais a apresentar sistema Artrópodes
circulatório fechado – sistema cujo “sangue” percorre em va- Os Artrópodes (do grego arthros: articulado e podos:
sos sanguíneos. O sangue apresenta pigmentos respiratórios,
pés, patas, apêndices) são caracterizados por possuírem
que, no caso das minhocas, chamam-se hemoglobinas.
apêndices rígidos e articulados, como patas, antenas, pe-
Nas minhocas e em alguns sanguessugas, a respiração
dipalpos, pinças e peças bucais, sendo os únicos inverte-
é cutânea, mas existem representantes com brânquias.
brados a possuí-las. São esses apêndices que permitiram o
O sistema excretor é formado por rins primitivos cha-
grande sucesso evolutivo desse grupo, o qual está presen-
mados de nefrídios ou metanefrídios. Observe o esquema
comparativo entre protonefrídio e metanefrídio. te nos mais variados ambientes.
É o maior grupo de animais existentes, representados
Nefridióporo
pelos insetos, aracnídeos, crustáceos, quilópodes e dipló-
Nefróstoma podes, somam mais de 4/5 das espécies existentes.
ciliado
Os artrópodes têm estreitas relações de parentesco
evolutivo com os anelídeos. Uma grande evidência dessa
relação se refere à segmentação bastante evidente nas
Nefroduto fases embrionárias dos artrópodes além do revestimen-
Protonefrídio to de quitina, ambas características também existentes
Parede nos anelídeos.
Metanefrídio corporal
Sistema digestivo completo, sistema nervoso ganglio-
Comparação entre um Protonefrídio e Metanefrídio. nar e sistema circulatório aberto são algumas de suas ca-
As setas representam o fluxo do excreta.
Protonefrídeo: Sistema exretor de platelmintos. racterísticas. É válido ressaltar que a hemolinfa (sangue)
Metanefrídeo: Sistema de anelídeo e molusco. não possui pigmentos respiratórios na maioria dos artró-
A forma de reprodução dos anelídeos varia de es- podes. Além disso são celomados e protostômios.
pécie para espécie, podendo ser tanto assexuada como Observe a tabela na qual mais características são
sexuada. Embora as minhocas sejam animais herma- detalhadas por classe:

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Biologia

Insetos Aracnídeos Crustáceos Quilópodes Diplópodes


Cabeça, tórax Cefalotórax e Cabeça, tórax e Cabeça, tórax Cabeça, tórax e
Segmentação
e abdome abdome abdome e abdome abdome
Nº de pares 1 par por 2 pares por
3 4 5 ou mais
de patas segmento segmento
Nº de pares
1 par (díceros) Ausentes (áceros) 2 pares (tetráceros) 1 par (díceros) 1 par (díceros)
de antenas
Túbulos de
Túbulos de
Túbulos de Malpghi (ver Glândulas verdes ou Malpighi (ver
Excreção Glândulas coxais Malpighi (ver na
na figura a seguir) antenais na figura a
figura a seguir)
seguir)
Traqueal (ver
Traqueal (ver na figura a Branquial (aquáticos) Traqueal (ver na
Respiração Filotraqueal na figura a
seguir) Traqueal (terrestres) figura a seguir)
seguir)
Barata, Borboleta, Ácaro, Aranha, Car- Camarão, Lagosta, Siri, Centopeia ou Piolho-de-cobra
Representantes
Formiga, Pernilongo, Pulga rapato, Escorpião Tatuzinho-de-jardim lacraia ou embuá
Homeostase

Túbulo de Túbulos de Malpighi


Malpighi dos insetos. Os
túbulos de Malpighi
Intestino localizam-se na junção
Espiráculo do instestino médio e
Traqueia do posterior (reto). Os
Células solutos presentes na
epiteliais
Tubo hemolinfa circundante
traqueal O2 do artrópodo,
principalmente o
Traquéola Espiráculo Solutos potássio, são secretados
int água ativamente para o
CO2 est excretas
ino interior dos túbulos,

dio seguidos pela água e
pelos excretas. Os fluídos
Solutos reto
Água
são drenados para o
água
Músculo excretas solutos reto, onde a água e os
ex solutos são reabsorvidos
cre
Glândula ta ativamente, deixando
s
retal os escretas para serem
Esquema da respiração traqueal de um inseto. Esse mesmo tipo de
eliminados.
respiração ocorre em outros artrópodes, de acordo com a tabela
anterior. Observe que a oxigenação das células não depende do sangue.

Imagens de representantes

Insetos Aracnídeos BIOATP - ANIMAIS

Crustáceos Quilópodes

Piolho -de-cobra

Diplópodes
       
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Biologia

É característico dos artrópodes apresentarem um exo-


esqueleto – esqueleto externo – de quitina – um carboidra-
to rígido. Ele é resistente e limita o crescimento do animal. Zangão
Assim, o exoesqueleto “velho” é periodicamente trocado (Apis melifera).
por um “novo” e “folgado”, que permite a continuidade do
crescimento do animal. Essa troca de exoesqueleto, que
pode ocorrer várias vezes durante a vida do animal, é cha-
mada de muda ou ecdise. Observe o gráfico e a ilustração:
Rainha de abelha
manduri (Melipona
marginata)

Curva I ilustra o crescimento de animais em geral, exceto artrópodes.


Curva II ilustra crescimento dos artrópodes.

Cigarra

exúvia Cigarra
Moluscos
abandonando
seu exoesqueleto Os moluscos (do latim molluscus, mole) constituem um
(exúvia). grande filo de animais invertebrados marinhos, de água
doce ou terrestres, que compreende seres vivos como os
Apesar da maioria dos artrópodes se reproduzir de
caramujos, as ostras e as lulas.
forma sexuada, existe um caso particular de reprodução
realizado por alguns insetos, como abelhas, formigas e Por ser animais de corpo mole, apresentam revesti-
cupins chamado partenogênese. Essa é uma reprodução mento (total ou parcial) denominado manto. É esse re-
assexuada que também pode ocorrer em alguns vermes vestimento responsável pela formação da concha, quase
e alguns lagartos. sempre presente que lhes oferece proteção.
Neste tipo de reprodução, há desenvolvimento de Os moluscos podem apresentar uma única concha ex-
óvulos, formando novos indivíduos, sem que estes game- terna, como os caracóis, duas conchas externas, como as
tas tenham sido fecundados. Todos os descendentes, por ostras, concha interna como as lulas e ainda existem aque-
meio de partenogênese, carregam apenas o material ge- les sem conchas, como as lesmas e os polvos.
nético materno, uma vez que não houve fecundação. São Dentro da concha pode estar presente as vísceras do
todos indivíduos haploides, sem recombinação gênética. animal, cujo conjunto é chamado de massa visceral.
A reprodução partenogenética pode resultar exclusiva- A concha externa é considerada um exoesqueleto cal-
mente em fêmeas, em machos, ou, em alguns animais, em cário. Observe a figura:
indivíduos de ambos os sexos. conha
No caso das abelhas (gênero Apis), a partenogênese ori- fígado
pulmão
gina exclusivamente machos. A abelha rainha põe ovos e ânus
poro respiratório olho
óvulos. Os ovos desenvolvem-se em zigotos diploides, que estômago
rim
vão originar somente fêmeas – a rainha fértil e as operárias manto
estéreis. A diferenciação das fêmeas em férteis ou estéreis é coração glândula cerebral
determinada pelo tipo de alimentação. Se as larvas fêmeas ducto
deferente
canal salivar
boca
forem alimentadas com pólen e mel, se transformarão em pé

operárias; entretanto, se uma larva fêmea for alimentada papo


glândula viscosa pênis glândula salivar
com geleia real, ela se transformará em rainha. oviducto vagina poro genital
Já os óvulos, via partenogênese, desenvolvem-se em zi- bolsa reprodutiva

gotos haploides que vão originar somente machos, os zan-


Diagrama da estrutura interna de um gastrópode típico.
gões (n), os quais produzem gametas (n) por mitose e podem,
então, fecundar a rainha, originando novas fêmeas diploides. São celomados e protostômios.

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Biologia

Possuem um sistema digestivo completo (da boca ao Eles têm um sistema ner- Placa
Canal
madrepórica
ânus) podendo apresentar uma estrutura chamada rádula, voso radial simples composto circular

formada por dentículos quitinosos que raspam o alimento. por anéis nervosos com (ner-
vos radiais em volta da boca
se estendendo por cada bra-
ço). Os ramos desses nervos Canal
coordenam o movimento do radial

animal. Os equinodermos
não têm cérebro, embora al- Pés
guns possam ter gânglios. ambulacrários
Estruturas de uma estrela-do-mar.
Corte transversal da cavidade bucal, visualizando a rádula. Os equinodermos tipi-
camente possuem um sistema hidrovascular ou siste-
Podem ser hemafroditas ou dióicos. ma aquífero (também denominado sistema ambula-
Sistema nervoso ganglionar, associado a um sistema cral), que funciona na locomoção destes animais.
sensorial responsável pela formação de tentáculo e olhos A placa madrepórica (é uma espécie de segunda boca)
em algumas espécies. que conecta o meio externo ao canal circular. Dali partem
Apresentam sistema respiratório representado por cinco canais laterais. Eles vão para os braços da estrela.
brânquias ou pulmões. O oxigênio atmosférico que entra Estes originam canais menores, os canais radiais. Eles se
no organismo é distribuído através do sistema circulató- ligam às ampolas (saquinhos) que terminam nos pés am-
bulacrais (aos pares) que, através da água que entra pela
rio, que é do tipo aberto, com exceção dos cefalópodes, placa madrepórica, movimentam o animal.
como os polvos, que é fechado.
Por fim, o sistema excretor é formado por rins primiti-
vos chamados de nefrídios ou metanefrídios.

(a) Oxycomantlus bentelli (b) Oxycomantlus bentelli


(a) Tonicella lineata Diversidades de Equinodermos –
(a) Os braços flexíveis deste crinoide
são claramente visíveis. (b) Os ouriços-
do-mar púrpura são importantes
pastadores de algas na zona intertídal
da costa do Pacífico da América do
Norte. (c) Este pepino-do-mar vive
em substratos rochosos nos mares
(c) Bohadschia argus próximos a Papua Nova Guiné.
(c) Hypsclodoris sp. (b) Tridacna gigas.

Diversidade entre os moluscos. (a) Os quítons são comuns nas zonas Os equinodermos possuem sistema digestório comple-
intertidais da costa da América do Norte. (b) A concha gigante da to. O sistema circulatório é ausente ou rudimentar. Não há
Indonésia é um dos maiores moluscos bivalves. (c) As lesmas são sistema excretor, sendo as excreções lançadas diretamente
gastrópodes terrestres e marinhos que perderam as conchas; esta no sistema hidrovascular. Não há, também, sistema respi-
lesma-do-mar sem concha é muito colorida. ratório, já que a respiração ocorre por difusão entre o meio
e o líquido no interior do sistema ambulacral. Existem, em
A reprodução é sexuada, com fecundação interna e alguns representantes, filamentos simples que podem ser
cruzada, em sua maioria. chamados de brânquias. São dioicos, com reprodução sexuada
e fecundação externa ou assexuada, com regeneração.
Equinodermos BIOATP - ANIMAIS
Os equinodermos são os seres do filo Echinodermata OS CORDADOS
(do grego echinos, espinho + derma, pele) caracterizados
por animais marinhos. Como exemplo podem ser citados: Os cordados constituem um filo composto por 45 a
estrela-do-mar, pepino-do-mar e ouriço-do-mar. Estes 50 mil espécies, agrupadas em dois subfilos: os protocor-
animais se aproximam muito dos cordados por serem dados e os vertebrados. Os protocordados são animais
pequenos, simples e exclusivamente marinhos. Os verte-
deuterostômios, ou seja, o orifício embrionário conheci- brados, subfilo predominante e com grande biodiversida-
do como blastóporo origina o ânus dos indivíduos. Todos de, são representados por várias classes, desde os mais
os demais filos são chamados de protostômios, ou seja, o primitivos, ainda sem mandíbulas (lampreias), aos mandi-
blastóporo origina a boca quando estes filos a possui. São bulados (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos).
também celomados. Os cordados são animais de simetria bilateral, seg-
Possuem esqueleto formado por placas calcárias e es- mentados, triblásticos, celomados e deuterostômios. De
pinhos, que formam um rígido suporte que contém em si forma simplificada, podemos classificar esses dois grupos
os tecidos do organismo. (Protocordados e Vertebrados) do seguinte modo:

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Biologia

Subfilo Classe Características


Larvas com notocorda apenas na cauda, que é desenvolvida. Adultos fixos,
Urocordados
sem notocorda e sem cauda. Ascídia.
F
I Corpo alongado, semelhante ao de um peixe. A notocorda vai da cabeça à
Cefalocordados
L cauda. Anfioxo.
O Protocordados
Classes Características
Agnatos
Corpo alongado, boca sugadora, com dentes córneos, raspadores. Alguns são
(sem Ciclóstomos
parasitas de peixes. Lampreias e feiticeiras.
C mandíbula)
O P Esqueleto cartilaginoso. Pele com escamas placoides. Cinco a sete pares de
E Condríctios
R I fendas branquiais. Tubarões.
X
D E Esqueleto ósseo. Pele com escamas cicloides e ctenoides. Quatro pares de
A S Osteíctios
fendas branquiais, recobertas por um opérculo. Sardinha.
D
T
O Gnatostômios E Anfíbios Pele mucosa, com finíssima camada córnea. Sapos, rãs e pererecas.
T
S (com R Pele seca, impermeável. Camada córnea espessa, com escamas ou placas.
Vertebrados mandíbula) Á Répteis
P Cobras, lagartos, jacarés e tartarugas.
O
D
O Pele seca, recoberta por penas. Asas e regulação da temperatura corporal (ho-
Aves
S meotermia). Gavião.
Glândulas mamárias, pele recoberta por pêlos. A maioria com placenta; ho-
Mamíferos
meotermia. Homem.

Leitura Complementar ancestral desconhecido, que teria originado os urocor-


dados e os equinodermos. Os primeiros vertebrados e
Origem Evolutiva dos Cordados o anfioxo teriam surgido das larvas das ascídias primiti-
vas, que se tornaram sexualmente maduras. Contudo,
Os filos dos equi- ainda faltam mais evidências para apoiar essa origem.
nodermos, corda- Tromba
Ânus Fonte de consulta: RUPPERT, E.E. & BARNES, R. D. Invertebrate zoology.
dos e hemicordados 6.ed.Fort Worth: Saunders College, 1994, p.908-13.
apresentam algumas
características em co- Fendas Boca A seguir está representada a árvore filogenética dos
mum que não são en- branquiais
cordados:
contradas em outros Colar

filos, o que indica que


eles devem ter tido o
mesmo ancestral. Balanoglossus

Os hemicordados são animais marinhos, em forma


de verme, medindo cerca de dois centímetros, poden-
do chegar a mais de um metro. Vivem enterrados na
areia ou sob as pedras. Possuem uma probóscide ou
tromba, com a qual escavam a areia; apresentam fen-
das na faringe e são enterocelomados, como os cor-
dados. Sua larva, chamada tornária, é semelhante à
larva bipinária dos equinodermos.
O nome do filo Hemichordata (hemi = meio)
deve-se à hipótese de que um cordão de células perto
da boca dos hemicordados constituia uma notocorda,
característica dos cordados. Posteriormente, desco-
briu-se que esse cordão não era equivalente à notocor-
da, mas o nome do filo não foi modificado.
Ainda se discute a origem dos cordados. Alguns
acreditam que eles podem ter surgido a partir de um

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Biologia

Pare e pense Tanto as lampreias quanto as feiticeiras são aquáticas;


Observe a figura a seguir: com o corpo cilíndrico; pele sem escamas; nadadeiras ím-
pares; fendas branquiais externas (não são protegidas por
Peixes amandibulados
(agnatas) opérculos, estruturas exclusivas dos peixes ósseos); esque-
Fendas branquiais
leto é cartilaginoso e a notocorda persistente no adulto.

Arcos branquiais
são compostos
por cartilagem.

Peixes mandibulados primitivos


(placodermes)

Boca circular e com Parasitismo em lampreia.


Fendas branquiais dentes da lampreia.

Os Peixes
Os peixes constituem o maior grupo de vertebrados,
Alguns arcos branquais
anteriores se modificam, com cerca de 21 mil espécies, mais da metade das espé-
formando as mandíbulas.
cies marinhas. Exibem grande diversidade de formas, ta-
Peixes mandibulados atuais (peixes cartilaginosos e peixes ósseos)
manhos e modo de vida.
São divididos em dois grupos: condríctes (peixes cartilagi-
nosos – tubarão, raias e quimeras) e osteíctes (peixes ósseos).
A notável adaptação à vida aquática é o que mais marca o
grupo. A respiração se dá por brânquias (membranas que per-
mitem a troca gasosa entre água e sangue), que em alguns pei-
Arcos branquiais adiconais foram xes – (os osteíctios e quimeras) são protegidas por opérculos.
incorporados, formando mandíbulas mais
pesadas e mais eficientes. Para a locomoção na água, esses grandes nadadores
têm gasto energético, em parte reduzido por causa das
O que representou, em termos evolutivos, o apareci- adaptações relacionadas à forma hidrodinâmica do cor-
mento da mandíbula nos vertebrados? po e às glândulas mucosas da pele, que lhes permitem
vencer melhor a resistência da água. As nadadeiras dão
Os Vertebrados boa impulsão, enquanto a bexiga natatória (presente nos
Os vertebrados constituem o maior grupo de corda- osteíctios) e o acúmulo de óleos de baixa densidade no fí-
dos, com cerca de 45 mil espécies, correspondentes a uma gado (presente nos condríctios) facilitam a flutuabilidade.
pequena parcela do total de espécies já extintas, milhares
Além disso, eles desenvolveram exclusivos e eficientes
delas preservadas como fósseis.
órgãos sensoriais, que lhes permitem uma boa exploração
Os vertebrados mostram excepcional biodiversidade, do meio aquático. A linha lateral, os órgãos olfativos e as
especialmente quanto ao tamanho, forma, comportamen- ampolas de Lorenzini são bons exemplos desses órgãos. A
to, metabolismo e reprodução. Assim, muitos animais que linha lateral detecta a direção e a velocidade das correntes
aparentemente nada têm em comum exibem várias ca- aquáticas, as ondas sonoras e a pressão da água. As ampo-
racterísticas, algumas bem evidentes, outras não, que os las de Lorenzini são eletrorreceptores que detectam varia-
incluem nesse grande e bem-sucedido grupo. ções no potencial elétrico da água que circunda o animal.
Esse grupo é caracterizado pela presença de coluna ver-
tebral segmentada e de crânio, que lhes protege o cérebro. Anatomia Barbatana

BIOATP - ANIMAIS
dorsal Barbatana
dorsal mole
Outra característica adicional é a presença de um tubo ner- externa espinhosa Barbatana
caudal
voso dorsal. Todos os cordados também apresentam, em de peixe Narinas
Opérculo
pelo menos alguma fase de sua vida, notocorda-tubo de Olhos
sustentação corporal, cauda e fendas branquiais.
Todos possuem sistema digestivo completo e com glân-
dulas. O sistema circulatório é fechado e, por fim, o sistema Pedúnculo
Boca
excretor é formado por pares de rins localizados no abdômem. Barbatanas Linha lateral
Escamas Ânus
peitorais
Os Ciclóstomos Barbatanas
pélvicas
Barbatana
anal

A classe ciclostomata engloba os vertebrados mais


primitivos, representada pelas lampreias e mixines (fei- Os peixes são incapazes de produzir calor por meio do
ticeiras). O nome ciclóstomo significa boca circular, pois próprio metabolismo com intuito de manter a tempera-
apresentam amplo funil bucal com o qual se prendem aos tura corporal constante, por isso são classificados como
animais que parasitam, especialmente peixes. ectotérmicos.

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Biologia

Os Condríctios Os Osteíctios
• Esqueleto cartilaginoso; mandibulados; nadadeiras • Esqueleto ósseo; mandibulados; pele com glân-
(pares e pélvicas), além das ímpares (dorsal, caudal, dulas mucosas e, geralmente, com escamas acha-
anal) e heterocercas (o lobo dorsal é mais desenvol- tadas de origem dérmica; nadadeiras (pares e ím-
vido); pele com glândulas mucosas e escamas pla- pares) flexíveis, homocercas ou dificercas; sistema
coides (origem dermo-epidérmica) com projeções digestivo completo e presença de ânus em vez de
semelhantes a um dente; sistema digestivo completo cloaca; não possuem vávula espiral; sistema res-
(presença da válvula espiral, que atua aumentando a piratório branquial (as brânquias são protegidas
superfície de absorção do alimento digerido; presen- por uma estrutura óssea chamada opérculo); pre-
ça de cloaca); sistema respiratório branquial com as sença de bexiga natatória como órgão flutuador e
fendas branquiais externas; sistema excretor com também como órgão respiratório (“pulmão” nos
rins mesonefros que excretam ureia; ausência de peixes dipnoicos ou pulmonados); sistema excre-
bexiga natatória; sistema circulatório fechado, circu- tor é semelhante ao dos peixes cartilaginosos, mas
lação venosa e coração com apenas duas cavidades excretam amônia; sistema circulatório, sensorial e
– um átrio e um ventículo – circulação simples. nervoso semelhantes aos dos condríctes.
• Sistema sensorial: os tubarões possuem olhos que • A reprodução ocorre por fecundação interna ou
formam imagem, mas não distingue cores; as nari- externa, podendo-se formar uma espécie de lar-
nas não se comunicam com a cavidade bucal e têm va chamada alevinos, que na realidade é a forma
jovem do animal. Muitas espécies são ovíparas e
apenas função olfativa; possuem um ouvido inter-
outras ovovivíparas.
no, sensível às vibrações; possuem a linha lateral
formada por células chamadas neuromastos, que Anatomia de um osteíctio
captam as vibrações provocadas por correntes de Dentrículos

água, movimentos de outros animais e sons de bai-


xa frequência. Outro meio de detecção de animais
(presas em potencial) são as ampolas de Lorenzini,
localizadas na cabeça do animal, que se comuni-
Escamas (à esquerda)
cam com a água e com as células sensoriais, detec- cicloide e ctenoide
(à direita)
tando a presa pelo seu potencial elétrico. Nadadeiras
• Reprodução: são animais dioicos, com fecunda- dorsais

ção interna e desenvolvimento direto, o qual pode Linha


lateral
ocorrer no interior da fêmea (ovoviviparidade) ou Narinas

no meio externo (oviparidade). Nadadeira


caudal
homocerca
Anatomia de um condríctio
Coração Nadadeira
Fígado Bexiga anal
natatória Ânus
Cecos
pilóricos Gônada
Nadadeira
pélvica Cecos
Nadadeira cau- pilóricos
Detalhe de fendas dal heterocerca
branquias Esôfago
Escama placóide,
em corte
Esmalte
Polpa
Escama com Dentina Estômago
dentículo Epiderme Arco branquial
Intestino aberto, Derme Intestino
mostrando prega espiral
Opérculo removido

Leitura Complementar
Mesmo vivendo em
O Problema da osmorregulação
ambiente aquático,
algumas espécies, Os invertebrados aquáticos geralmente se encon-
como o tubarão- tram em equilíbrio osmótico, ou isotonia, com o am-
tigre (Galeocerdo
cuvier), também biente. Nos vertebrados, no entanto, a concentração
realiza fecundação de sais no sangue se mantém constante, independen-
interna. temente da água do meio.

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Biologia

O nome anfíbio refere-se à vida dupla (anfi =”ambos”,


Os peixes ósseos marinhos, por exemplo, bebem
“dois” + bio = “vida”), indicando a transição do meio aquá-
água com 3,5% de sais e eliminam o excesso desses
tico para o terrestre.
sais pela atividade de células especiais das brânquias,
através de um transporte ativo. Sua urina é reduzida e Os anfíbios são representados pelos anuros (sapos,
concentrada, pois os rins ainda contribuem para expul- rãs e pererecas), tetrápodos e sem cauda; pelos urodelos
sar os sais. (salamandras e tritões), tetrápodos e com cauda longa; e
pelos gimnofionos (cecílias, cobras-cegas).
Nos peixes ósseos dulcícolas, ao contrário, a con-
centração do sangue é mais alta do que a do meio, pois
eles conseguem absorver sais pelas brânquias, através
de transporte ativo. Seus rins têm boa capacidade de
filtração e eliminam um urina abundante e diluída. Não
bebem água, pois ela en-
Regulação osmótica em peixes
tra constantemente, por ósseos marinhos e dulcícolas
osmose, através das mu- Excreção de sais
Marinho
Perereca (anuro) Salamandra (urodelo)
cosas que estão em con- Água
Água
tato permenente com a
água do meio.
Os peixes cartilagino-
sos mantêm-se quase em Urina reduzida, concentrada
isotonia com a água do Dulcícola Cobra-cega (gimnofiono)
Água
mar, pois conseguem su- A pele dos anfíbios é permeável, úmida, sem escamas e
portar alta taxa de ureia bem irrigada por vasos sanguíneos, permitindo uma boa troca
no sangue (de 2 a 2,5%), de gases respiratórios. Além das glândulas mucosas, existem
que é a chamada uremia Urina abundante, diluída também pequenas glândulas de veneno dispersas na pele.
Absorção de sais
fisiológica. O veneno só pode ser expelido por pressões externas,
Répteis e aves marinhas que não têm acesso à servindo de proteção contra predadores. Anfíbios veneno-
agua doce bebem água do mar e eliminam o excesso sos geralmente se apresentam com cores bastante vivas.
de sais pelas glândulas de sal, localizadas na cabeça, Este fenômeno se chama aposematismo e é considerado
junto aos olhos. um mecanismo de defesa contra predadores.
O sistema digestivo apresenta glândulas anexas (pân-
Pare e Pense creas e fígado) e o intestino termina na cloaca, onde de-
sembocam os canais genitais e urinários. Apresentam uma
Cite quatro características que distinguem os peixes
boca larga e sem dentes, porém, a língua é bem desenvol-
cartilaginosos dos ósseos. vida, podendo ser retrátil.
Os Anfíbios A respiração nas larvas (girino) é branquial, e nos adul-
Os anfíbios foram os primeiros vertebrados a iniciar tos, pulmonar e cutânea. A respiração cutânea é responsável
a conquista do meio terrestre, o que fica evidente pelo pela maior parte do oxigênio absorvido pelo animal, o qual,
aparecimento de algumas características, como os dois em função disso, deve manter a pele com abundante secre-
pares de extremidades locomotoras (tetrápodos), a respi- ção mucosa e permanecer em ambientes bem úmidos.
ração pulmonar e a epiderme dotada de uma fina camada O sistema circulatório é fechado e o coração possui
córnea. Acredita-se que os anfíbios constituem uma classe
muito provavelmente originada de peixes pulmonados.
três cavidades (duas aurículas ou átrio e um único ventrí-
culo). A circulação é dupla, pois o sangue circula duas ve- BIOATP - ANIMAIS
zes pelo coração, e incompleta, pois há mistura do sangue
arterial com o sangue venoso.
A excreção é realizada por rins do tipo mesonefro, sen-
do que os canais ureteres desembocam na cloaca, onde
há uma bexiga urinária. Nas larvas e nos adultos aquáti-
cos, o produto excretado é a amônia enquanto os adultos
terrestres eliminam ureia.
Os anfíbios apresentam epitélios olfativos nas narinas
Representação e botões gustativos na boca; olhos desenvolvidos, que
da transição formam imagens (a visão é capaz de perceber objetos em
dos peixes para movimento, como os insetos durante o voo) e presença
anfíbios.
de pálpebras e glândulas lacrimais. As espécies aquáticas

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Biologia

de urodelos não possuem pálpebras. As cecílias ou cobras- A maior parte dos anfíbios tem fecundação externa
-cegas têm olhos atrofiados e recobertos por pele; ouvido (nos sapos, geralmente, os óvulos são fecundados durante
interno, presente também nos peixes, e o ouvido médio. o abraço sexual).

Reprodução em anuros

9 A rã respira pelos
pulmões; sua cauda
é reabsorvida.

Adulto

1 Os adultos
fazem a
postura dos
ovos na água. 8 Aparecem
os membros
anteriors.

Espermatozoides

7 O girino respira
Óvulos por brânquias Para dentro e para fora da água –
internas; aparecem A maioria dos estágios do ciclo de
2 O óvulo fertilizado os membros
desenvolve-se posteriores. vida das rãs de zonas temperadas
na água. ocorre na água. O girino aquático se
6 A larva (girino)
respira por brânquias transforma em um adulto terrestre
3 O embrião
desenvolve-se. externas. por meio da metamorfose.
Forma-se
4 uma cauda. 5 O ovo eclode.

Em muitos anfíbios existem algumas variações na re- Pare e Pense


produção, como é o caso da neotonia. A neotenia é um Apesar de haver cópula, sapos e rãs têm fecundação
tipo especial de reprodução observada em alguns anfíbios externa.
cujas larvas não terminam a metamorfose, mas ficam ma-
Qual é então a importância biológica da cópula nesses
duras sexualmente, perpetuando a espécie. Existem duas
modalidades de neotenia: a facultativa e a obrigatória. anfíbios se ela não existe em outros animais de fecunda-
ção externa?
A neotenia facultativa ocorre, por exemplo, na salaman-
dra Ambystoma mexicanun, cuja larva, a axolotle, não termi- Os Répteis
na a metamorfose por fatores puramente ambientais: (1) a Essa classe engloba cerca de 6 mil espécies, sendo que
falta de iodo nas águas da região onde habitam. A ausência mais de 90% delas pertencem aos lagartos e às cobras.
de iodo impede a produção do hormônio tiroxina, essencial Atualmente, os répteis (repere, rastejar) estão represen-
para completar a metamorfose (acredita-se que a falta de tados por apenas quatro grupos, das dezesseis ordens já
cálcio, sódio e magnésio também sejam determinantes para existentes – rincocéfalos (com apenas uma espécie atual
a finalização da metamorfose); (2) as temperaturas baixas re- – Sphenodon punctatum – endêmico da Nova Zelândia);
duzem o metabolismo (os anfíbios são animais pecilotermos) os crocodilianos (jacarés, crocodilos, aligatores); os quelô-
e a baixa produção dos hormônios não é suficiente para de-
nios (jabutis, tartarugas e cágados); escamados ou esqua-
sencadear o término da metamoforse.
matas (lagartos ou lacertílios e cobras ou ofídios).
A neotenia obrigatória ocorre devido a um gene recessivo
Os répteis representam o primeiro grupo de verte-
que impede a continuação da metamorfose, ocorrendo no tri-
brados bem-sucedidos na conquista efetiva do meio
tão cavernícola Proteus, na salamandra Necturus entre outras.
terrestre, o que se deveu a várias e importantes adapta-
ções. A pele é seca, sem glândulas e completamente im-
permeável, com a camada externa de escamas ou placas
córneas formada por uma proteína, a queratina. A respi-
Axolote, larva
ração é exclusivamente pulmonar, mesmo nas espécies
de salamandra aquáticas, e os pulmões são muito mais eficiente do que
que amadurece os dos anfíbios, pois apresentam alvéolos complexos, com
sexualmente. grande superfície para a troca de gases.

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Biologia

Compare, na figura abaixo, a respiração pulmonar de Uma importante adaptação bioquímica à vida terres-
anfíbio, réptil e mamífero. tre é a eliminação de ácido úrico (uricotelismo), como
Anfíbio Réptil (ofídio) Mamífero principal excreta nitrogenada, sob a forma de uma pasta
branco-amarelada. O ácido úrico, insolúvel em água, re-
quer mínima quantidade de água para ser eliminado, ao
contrário da ureia, muito solúvel, que é excretada dissol-
vida em grande volume de líquido. Isso proporciona uma
vantajosa economia de água para os animais terrestres,
sempre sujeitos à desidratação.
Além disso, os répteis, na grande maioria, são ovíparos, Apresentam como no-
produzindo o chamado ovo terrestre, pois sua reprodução vidade no sistema digesti-
não depende mais do meio aquático. Tais ovos têm uma vo, em relação aos anfíbios,
casca membranosa resistente, que pode estar calcificada. dentes, que podem estar
Armazenam no seu interior água e grande quantidade de firmemente implantados em
substâncias nutritivas, que garantem o desenvolvimento dos alvéolos e, nas cobras, ser
embriões, bem protegidos de fatores ambientais. Os embri- especializados na inoculação
ões, que dependem do meio unicamente para a troca de ga- de veneno. Todas as espécies
possuem cloaca. Cobra-de-duas-cabeças
ses respiratórios através da casca porosa dos ovos, desenvol-
(escamados).
vem anexos: o âmnio, o córion e a A circulação é dupla,
alantoide. Os répteis são, portanto, incompleta, como nos anfíbios, pois o coração tem dois
os primeiros amniotas, ao contrário átrios e apenas um ventrículo. Nos crocodilianos já exis-
dos anfíbios, anâmnios. No interior tem dois ventrículos, e não ocorre a mistura de sangue
do ovo, está armazenado alimento arterial e venoso no interior do coração, mas apenas fora
(vitelo), que fica em um saco vitelí- dele, no cruzamento das duas grandes artérias que saem
nico, permitindo o desenvolvimen- Sphenodon (rincocéfalo). uma de cada ventrículo. Nesse caso, a circulação é dupla,
to embrionário. completa. Todos os répteis, mesmo aqueles com circula-
Conforme o modo como se dá o desenvolvimento do ção completa, são ectotérmicos.
embrião, as fêmeas dos animais podem ser classificadas Os rins são do tipo metanefro, pois suas unidades ex-
em ovulíparas, ovíparas, ovovivíparas e vivíparas. cretoras filtram o plasma sanguíneo, removendo dele, e
As fêmeas ovulíparas, como, as de alguns peixes e an- não do celoma, as substâncias tóxicas.
fíbios, lançam seus óvulos no meio aquático, onde vivem, Como sistema sensorial, esse grupo apresenta olhos,
para serem fertilizados pelos espermatozóides dos ma- epitélio olfativo nas fossas nasais; nas cobras e nos lagar-
chos, também lançados nesse meio. tos, existem os órgãos de Jacobson (função olfativa), que se
As fêmeas ovíparas botam ovos – fertilizados ou não –, abrem no fundo da cavidade bucal (no palato). Percebe-se
e o desenvolvimento do embrião ocorre fora do seu cor- a presença das fossetas loreais em serpentes peçonhentas,
po. Por exemplo, podemos citar as fêmeas de aves e de que têm como função a captação de calor que permitem a
répteis, além de mamíferos monotremados, como o orni- percepção das presas (pequenos roedores).
torrinco e a équidna. Na sua grande maioria, os répteis são animais de sexos
separados e ovíparos. Algumas espécies são ovovivíparas;
nessas, o ovo, por ocasião da postura, já contém um filho-
As fêmeas das
te praticamente formado, que logo o abandona, tornado-
tartarugas, como -se independente. É o caso de muitas cobras peçonhentas.
as da espécie Muitas cobras e lagartos são vivíparos, dando à luz filhotes
Chelydra serpentina,
são ovíparas.
prontos. A fecundação é sempre interna, e os órgãos co-
puladores dos machos são cecos que ficam protegidos no
BIOATP - ANIMAIS
interior da bolsa cloacal.
As fêmeas ovovivíparas retêm os ovos dentro do seu
Entre os répteis, existe uma forma de reprodução
corpo até sua eclosão, quando, então, os filhotes são ex-
pulsos para o exterior. São exemplos as fêmeas dos lebis- bastante curiosa. Em certas localidades ao longo do Rio
Amazonas, são encontradas populações de determinada
tes, peixes comuns em água doce, e algumas serpentes.
espécie de lagarto que se reproduzem por partenogênese.
Essas populações são consti-
tuídas, exclusivamente, por
As fêmeas de fêmeas que se procriam sem
algumas serpentes machos, gerando apenas fê-
são ovovivíparas. meas. Isso se deve a muta-
Na foto, uma cascavel
(Crotalus duríssus)
ções que ocorrem ao acaso
dando à luz. nas populações bissexuais.

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Biologia

Em muitos lagartos As serpentes aglifodontes têm todos os dentes


que se reproduzem por iguais e voltados para trás.
partenogênese, como o
filho de dragão-de-komodo Está presente na jiboia, sucuri ou anaconda, boipe-
(Varanus komodoensis), o va, cobras-d’água, jararacuçu-do-brejo.
que determina o sexo dos
indivíduos é a temperatura • Dentição opistóglifa (posterior): Um par de dentes
do ambiente onde se inoculadores fixos, contendo um sulco por onde
desenvolvem os ovos. escorre o veneno. Estão localizados na região pos-
terior da boca, um de cada lado da cabeça.
Principais adaptações dos répteis à vida terrestre

Escamas

Epiderme
Pelo em
corte

Derme
As serpentes opistoglifodontes são as falsas-corais,
muçuranas e cobras-cipó. Não oferecem perigo ao
homem, pois, ao mordê-lo, as presas não atingem
Anexos embrionários sua pele, devido à sua posição.
Ácido úrico
Embrião • Dentição proteróglifa (dianteiro): Dentes inocula-
Ovo com CO2 O2
casca Alantoide dores fixos, localizados na região anterior da boca.
Cório
Câmara de ar
Casca
do ovo
Albumina
Pulmão
alveolar Saco vitelino

As serpentes proteroglifodontes têm presas com


Esse grupo já foi representado pelos dinossauros e
um sulco profundo por meio do qual o veneno
hoje abriga os jacarés, crocodilos, tartarugas, camaleões,
penetra no local atingido pela mordida do animal.
lagartos e cobras. Estas últimas podem ser peçonhentas
Ocorre em corais-verdadeiras e najas (Índia, China
(capaz de inocular o veneno na presa) ou não peçonhentas
e África).
(incapazes de inocular o veneno mesmo que o produza).
• Dentição solenóglifa (tubo): Os dentes inoculado-
Ofidismo res de veneno estão presentes e localizam-se na
Há um grande número de espécies de cobras peço- região anterior da boca. Esses dentes são móveis e
nhentas distribuídas por todo o mundo. O termo indica grandes, com um canal por onde o veneno penetra
no local atingido pela mordida do animal.
a capacidade de inoculação de
veneno, enquanto que venenoso
é o animal que apenas produz a
substância tóxica, sendo incapaz
ou não de inoculá-la. Os venenos
são produzidos e armazenados
em glândulas salivares modifica- As serpentes solenoglifodontes têm as presas ino-
culadoras retráteis e ocas (com um canal interno
das, que se localizam na região
semelhante a uma agulha de injeção). Atrás delas
dorsal posterior da cavidade bu-
ficam outros pares menores, que podem substituí-
cal e se ligam por canais aos den-
-las em caso de perda. Ocorre em urutu, cascavel,
tes inoculadores.
jararaca, surucucu.
Veja a seguir os diferentes tamanhos e posições das
É relativamente fácil distinguir as cobras peçonhentas
presas de serpentes.
das inofensivas, não só por traços morfológicos, mas, tam-
• Dentição áglifa (sem sulco): Não existem dentes ino- bém, pelo comportamento. Na tabela a seguir, estão algu-
culadores e nem glândulas secretoras de veneno. mas das características diferenciais.
Vale ressaltar que existem exceções para essas caracterís-
ticas. Aquela mais confiável é a presença da fosseta loreal: pe-
çonhentas possuem e não peçonhentas não a possui. Mas
para essa regra também tem exceção: coral verdadeira é
peçonhenta, no entanto, não possui a fosseta loreal.

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Biologia

Características Peçonhentas Não peconhentas


Mais ou menos triangular Mais ou menos ovalada

Forma

Cabeça Pupilas Em fenda vertical Circulares


Escamas Pequenas, com carenas (saliências) Grandes, lisas
Fossetas Presentes Ausentes
Dentes Dente com canal inoculador de veneno (solenóglifas) Sem dentes inocularores (áglifas)

Pequenas, com carenas e sobrepostas Grandes, lisas e justapostas

Corpo Escamas

Curta, afina bruscamente


Longa e fina

Cauda

Pode haver guizo (cascavéis)


Hábito Noturno Diurno
Comportamento Lentas; se atacadas, enrolam-se Ágeis; se atacadas, fogem

Pare e Pense tram uma grande variedade de bicos, que revelam adap-
Quais características permitem às cobras engolirem ali- tação a determinados tipos de alimentação.
mentos de diâmetro muitas vezes superior ao de seus corpos?

As Aves
As aves atuais pertencem a dois grupos, as ratitas, não
voadoras, e as carinatas, voadoras. O termo carinata refere-
-se a uma grande quilha ou carena do osso esterno, onde
se fixam os fortes músculos peitorais que movimentam as
asas. O esqueleto é relativamente leve, mas bem resistente. Colhereiros possuem bicos
achatados que usam para criar
Os ossos longos são ocos (ossos pneumáticos) e suas cavi- correntes que suspendem a
dades são ligadas aos pulmões por canalículos que permi- presa na coluna d´água, onde
tem uma boa circulação do ar. As asas têm dupla função ae- podem capturá-las.
rodinâmica: atuam na propulsão do animal e fazem o papel O Beija-Flor tem bico fino
de aerofólios móveis e flexíveis, que dão eficiência ao voo. e longo, adaptado a sugar
néctar.
As penas das asas, são para propulsão; as da cauda, são

BIOATP - ANIMAIS
para direcionamento do voo e as menores, cobrem todo
o corpo. São estas últimas que impedem uma excessiva
perda de calor, participando assim da termorregulação.
As aves são capazes de produzir calor matabólico (endo-
térmicos) e são animais homeotermos, com temperatura
corporal constante girando em torno de 40 oC. Para perder
calor, elas liberam vapor de água na expiração.
A pele das aves é seca, sem glândulas e impermeável, o
que dificulta a perda de água. Nas espécies que frequentam O bico do Pica-Pau escava Tucano com bico útil para quebrar
as águas, há na região caudal duas glândulas uropigianas buracos em árvores mortas sementes, apanhar frutos em
cuja secreção oleosa é esparramada sobre as penas, para e, então, usa sua longa língua locais difíceis e também jogar frutos
para investigar as galerias. A nos outros, durante o ritual de
evitar que elas se encharquem (impermeabilização). ponta da língua tem espinhos acasalamento.
Os anexos epidérmicos além das penas, são as esca- que espetam os insetos
mas córneas nas patas, o bico e as garras. As aves mos- encontrados.

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Biologia

O sistema digestivo é completo, a língua é reduzida e, Adaptações das aves para o voo
após a cavidade bucal, seguem-se a faringe e o esôfago, Sacos
onde fica o papo, que armazena e amolece o alimento. aéreos
Cerebelo
Segue-se um estômago químico, secretor de enzimas di- desenvolvidos
gestivas e a moela, um grande estômago mecânico, mus-
cular, que tritura os alimentos com a ajuda de pedrinhas Membrana
nictante Penas
e outros materiais duros que as aves engolem. Ao sair da
moela, o alimento é uma espécie de farelo amarelado, em
Asa
parte já digerido. Completada a digestão no intestino, pela
ação dos sucos pancreático, intestinal e a bile, os restos são
eliminados pela cloaca, junto com o ácido úrico excretados
pelos rins do tipo metanefro. Não existe bexiga urinária.
Sistema digestivo das aves Eterno com Ossos pneumáticos
quilha Músculo
peitoral
Língua Faringe
As aves com frequência mostram um marcante dimor-
Cecos
Esôfago Reto fismo sexual, sendo os machos mais vistosos do que as fê-
Papo meas, além de entoarem cantos de atração para o acasala-
Cloaca
Proventrículo
Intestino
mento. Após a cópula, os óvulos fecundados descem pelo
Fígado Pâncreas oviduto, onde vão recebendo camadas de albumina (clara)
Moela e chegam ao útero. Aí, em algumas horas, completa-se a
formação da casca, e o ovo, já pronto, é posto no ninho.
Este ovo possui os mesmos anexos embrionários encontra-
do nos répteis: saco vitelínico, alantoide, âmnion e córion.
O sistema respiratório é constituído de uma longa
traqueia, e no ponto de bifurcação dos dois brônquios
Os Mamíferos
há um complexo órgão relacionado ao canto, a sirin- Os mamíferos são vertebrados muito bem-sucedidos,
ge. Os dois pulmões são relativamente pequenos, mas pois há cerca de 4 500 espécies existentes, na maioria pla-
centárias, mostram uma grande irradiação adaptativa,
têm uma extensa rede de cana- Traquéia ocupando os mais diversos ambientes. A grande diversi-
lículos, os parabrônquios, que
Siringe dade de formas, o comportamento e adaptações muito
garantem uma ótima circulação especiais lhes garantiram vantagens na competição com
interna do ar. São, portanto, di- outros grupos. Algumas dessas adaptações são os pêlos
ferentes dos pulmões alveolares Pulmão e as glândulas sudoríparas, que atuam no mecanismo de
dos demais vertebrados. Dos termorregulação (homeotermia); as glândulas mamárias,
pulmões das aves surgem sacos cujo leite garante a nutrição das crias; um cérebro e or-
Saco
aéreos, os quais diminuem a aéreo gãos sensoriais bem desenvolvidos; capacidade de masti-
densidade corporal, favorecen- gação, com rápida digestão; altas taxas de metabolismo.
do o voo.
O sistema circulatório apresenta uma novidade: o
coração tem dois átrios e dois ventrículos, completa- A localização das glândulas
mamárias é variável: elas
mente separados. É uma circulação dupla e comple-
são peitorais na espécie
ta, pois não há mistura dos sangues venoso e arterial humana, nos macacos e
dentro do coração. Uma única aorta sai do ventrículo nos elefantes, por exemplo;
inguinais ou pélvicas na
esquerdo e curva-se para a direita, levando o sangue
vaca, égua, cabra, ovelha
arterial para o corpo. e baleia; e abdominais,
O sistema nervoso das aves é bem desenvolvido, em na porca, nas fêmeas de
carnívoros e de roedores,
especial o cerebelo, onde ficam os centros nervosos coor- que se deitam de lado
denadores dos movimentos de voo e equilíbrio. Os olhos enquanto os filhotes
são grandes, e sob as duas pálpebras há uma fina e quase mamam. Evidentemente,
as glândulas situam-se em
transparente membrana nictante, que se fecha durante o locais de mais fácil acesso
vôo, protegendo-os. aos filhotes.

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Biologia

A pele dos mamíferos tem estrutura bem mais comple- seja, constituída pela união do saco vitelínico com
xa do que a dos demais vertebrados. Além dos pêlos e das a parede do útero.
glânduas sudoríparas que se relacionam ao controle da A placenta é transitória, durando até o nascimento
temperatura, há ainda glândulas sebáceas, que lubrificam do embrião.
a pele, além de garras, cascos, unhas, espinhos, cornos e
placas córneas, de queratina, com diferentes funções. Eutérios
No sistema digestório, são de grande importância os • Representantes: os eutérios compreendem a
dentes, que podem ter diferentes formas, adaptados à maioria dos mamíferos, todos placentários e com
preensão, laceração, trituração, perfuração. cerca de 3 800 espécies.
A respiração é exclusivamente pulmonar, mesmo nas • Características: são animais vivíparos que possuem
espécies aquáticas. Os pulmões têm câmaras alveolares placenta desenvolvida e duradoura.
complexas, com grande superfície para troca de gases res- Há um útero e uma vagina.
piratórios. Os mamíferos são os únicos vertebrados com
um músculo membranoso, o diafragma, que separa as ca- Reprodução
vidades torácica e abdominal e permite os movimentos Os mamíferos têm sempre fecundação interna e são
respiratórios de inspiração e expiração. todos amniotas. São vivíparos, com exceção dos monotre-
O coração tem quatro cavidades, e a circulação é mados (prototérios). Nestes, o ovo fecundado é mantido
portanto dupla, completa. A aorta é voltada para o no interior do corpo da fêmea durante algumas semanas,
lado esquerdo do corpo, e as hemácias são anucleadas, onde completa seu crescimento. Em seguida, são acres-
discoides, enquanto nos demais vertebrados elas são centadas as camadas externas, a casca, e o ovo é expulso.
ovais, nucleadas. Depois da eclosão, os jovens se alimentam de leite mater-
Existe bexiga urinária, os rins são metanefros, e o pro- no. Nos monotremados, a reprodução é, portanto, uma
duto final de excreção é a ureia (são ureotélicos). combinação da reprodução de répteis e de mamíferos.
O encéfalo dos mamíferos é bastante desenvolvido; Nos marsupiais, há algumas novidades. O embrião se
nos mais complexos, os numerosos dobramentos super- desenvolve no útero em três a quatro semanas. Quando
ficiais (ou circunvoluções) determinam uma grande su- nesce, tem tamanho muito reduzido. Um filhote de cangu-
perfície de córtex (substância cinzenta), com um número ru, ao deixar a cavidade uterina, pesa cerca de um grama.
excepcional de neutrônios. Muitas espécies veem cores. Isso é compreensível, já que, não havendo uma placenta
São dotados de orelha interna, média e externa. (que fornece nutrientes) nos marsupiais, o embrião não
pode crescer muito. Ao nascer, o jovem, ainda muito in-
Classificação completo, arrasta-se até o marsúpio (bolsa) da mãe, fixa-
-se a um de seus mamilos e aí se desenvolve.
Prototérios Um recém-nascido humano pesa cerca de três quilo-
• Representantes: ornitorrinco (bico de pato) e gramas. Comparado a um bebê de canguru, ele é gigan-
équidna (corpo coberto por espinhos), encontra- tesco. Por que isso ocorre? A resposta, obviamente, está
dos na Austrália e Nova Guiné. na presença da placenta, anexo embrionário exclusivo dos
• Características: a única ordem sobrevivente dos mamíferos placentários, que fornece ao embrião alimento
mamíferos prototérios foi a dos monotremados e, e oxigênio, retirando gás carbônico e excretas nitrogena-
ainda, mantém algumas características dos répteis, das. Dessa forma, todo o desenvolvimento pode ocorrer
como a postura de ovos (ovíparos) e a presença de
cloaca. Seus representantes possuem pêlos e glân-
com segurança no interior do corpo materno.
BIOATP - ANIMAIS
dulas mamárias (o leite transuda da pele, como o
suor), mas não possuem útero típico (dilatação da
trompa), vagina ou placenta; nos machos, o pênis
não tem uretra. Os ornitorrincos possuem um úni-
co oviduto ou trompa funcional.

Metatérios
• Representantes: canguru, coalas (autralianos) e
gambás (América do Sul), etc.
Ornithorhyncus anatinus
• Características: a ordem dos marsupiais apresenta
animais vivíparos, mas de placenta rudimentar, ou Monotremados – O ornitorrinco é a terceira espécie
de monotremados existentes.

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Biologia

1. Uma esponja-viva é um animal multicelular com pe-


quena diferenciação celular. Suas células podem ser
mecanicamente desagregadas, passando-se a esponja
numa peneira. Se a suspensão celular é agitada por
umas poucas horas, as células se reagregam para for-
mar uma nova esponja. É o processo de adesão celu-
lar. Sobre esse assunto, é incorreto afirmar:
(a) Macropus rufus
(A) A agregação celular depende do reconhecimen-
to que se estabelece entre as células e deve ser
espécie-específica.
(B) A simplicidade celular das esponjas se deve ao fato
de elas não apresentarem reprodução sexuada.
(C) Se duas diferentes espécies de esponjas são de-
sagregadas juntas, as células de cada espécie se
reagregam isoladamente.
(b) Calumorys phicander (D) O alto grau de regeneração celular observado nas
esponjas se deve ao pequeno grau de diferencia-
ção celular do animal.
2. Esta é a turma do Bob Esponja:

(c) Sarcophilus harrissi

Marsupiais – (a) O canguru australiano é dito como o marsupial típico,


mas a evolução dos marsupiais também deu origem a
(b) espécies arborícolas como este opossum da América do Sul e Bob Esponja Patric
(c) carnívoros, como este diabo-da-tasmánia.

(a) Corollia perspicillapa

Lula Molusco Sr. Siriguejo


Lula Molusco é supostamente uma lula; Patric, uma
estrela-do-mar; o Sr. Siriguejo, um caranguejo; e Bob
é supostamente uma esponja-do-mar. Cada um, por-
tanto, pertence a um grupo animal diferente. De acor-
do com seus conhecimentos a respeito desses grupos
de animais, marque a opção correta:
(b) Tursiops Truncatus (A) Bob Esponja não poderia ter boca, pois poríferos
não apresentam sistema digestivo.
Diversidades de Eutérios – (a) os morcegos das zonas temperadas
são todos insetívoros, mas muitos morcegos tropicais como este se (B) Sr. Siriguejo é entre os integrantes da turma do
alimentam de frutas. (b) Os golfinhos representam uma linhagem de Bob Esponja aquele de maior grau de parentesco
eutérios que retornou ao ambiente marinho. com os humanos.

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Biologia

(C) Lula Molusco e Sr. Siriguejo pertencem ao mesmo 4. As planárias são vermes acelomados, pequenos e
filo do reio Animal, ambos são Moluscos. achatados dorso-ventralmente; apresentam um tubo
(D) De acordo com a evolução dos animais, pode-se digestório com inúmeras ramificações.
dizer que o Bob Esponja é o personagem mais O tamanho e a forma das planárias estão diretamente
novo da turma. relacionados
(E) Patric representa um grupo que faz parte do fito- (A) à capacidade regenerativa de seu mesênquima.
plâncton e, portanto é capaz de realizar fotossíntese.
(B) ao sistema nervoso ganglionar ventral.
3. (C) à presença de células flama.
Deu branco no coral
(D) aos ocelos acima dos gânglios cerebroides.
Os corais estão ficando descorados. Habitantes
das águas quentes dos trópicos, eles são as vítimas (E) à ausência de um sistema circulatório.
mais visíveis do Efeito Estufa. A ONU vem estudando
o fenômeno e agora o Brasil mergulha nessa pesquisa. 5. Com relação ao Reino Animal, leia as alternativas
Imagine um termômetro capaz de indicar, mudan- abaixo:
do sutilmente de coloração, pequenas alterações na I. Formado por animais sésseis e geralmente herma-
temperatura do mar. Agora imagine que não exista um, froditas, a maioria das espécies do filo Poríferos
mas milhões desses termômetros. São os corais. Eles são aquáticas, apesar de existirem algumas espé-
proliferam na região tropical, onde se formam ecossis- cies terrestres.
temas extremamente complexos. Mas, de repente, um
alerta: eles estão ficando brancos. O seu embranque- II. A lombriga e a solitária (tênia), parasitas do intes-
cimento progressivo, constatado pela primeira vez em tino humano, pertencem aos filos Platelmintos e
1987, indica que o aquecimento provocado pelo Efeito Nematelmintos, respectivamente.
Estufa está causando sérios danos ao mar. III. Animais cujo corpo é formado por numerosos
Em 1993, o Comitê Oceanográfico Internacional anéis repetidos (metâmeros) pertencem ao filo
da ONU iniciou um projeto ambicioso: usar os co- Anelídeos, do qual a minhoca é o representante
rais como termômetros vivos da saúde marítima em mais conhecido.
dezessete países. Pesquisadores de várias partes do IV. O filo Cnidários é formado, basicamente, por dois
mundo verificaram que eles trazem não só sua idade tipos morfológicos de indivíduos, que são: póli-
registrada no esqueleto, mas também as marcas das pos, cujo principal representante é a água-viva, e
agressões ambientais sofridas. medusas, representadas pelos corais.
O branqueamento é resultado da quebra da estrei- V. No filo Moluscos existem indivíduos com concha
ta relação entre corais e algas microscópicas (zooxante- externa, como é o caso das ostras e mexilhões, e
las) que vivem “aprisionadas” em células da sua epider- também indivíduos sem ela, como é o caso da lula
me. As zooxantelas são responsáveis pela variedade de e do polvo.
cores exibida pelos corais. Quando a alga vai embora,
VII. De todo o reino animal, o filo Artrópodes é o que
ele embranquece. E a debandada delas está crescendo.
“O que se pensava ser um fenômeno isolado é hoje vis- apresenta o maior número de espécies.
to em escala global”, afirma o biólogo Clóvis Barreira e VIII. No filo Cordados, somente a classe Mamíferos
Castro, do Museu Nacional do Rio de Janeiro. apresenta circulação dupla e completa.
Super Interessante, mai.2005.
São corretas as alternativas
(Texto adaptado para fins didáticos.)
Sobre os recifes de corais, é correto afirmar que: (A) I, II, VII
(B) III, V e VI
(A) os principais animais formadores dos recifes são os
corais, os quais são considerados termômetro devido (C) I, III, V
sua grande tolerância a variações de temperatura. (D) II, IV, V
(B) os recifes de corais ocorrem em águas com tem- (E) III, VI, VII
peraturas relativamente altas durante todo ano,
6.
sofrendo, portanto, pouca influência do aqueci-
Minhocultura cresce em todo o mundo
mento global.
As minhocas há muito tempo são utilizadas como
(C) os pólipos de corais formadores dos recifes, em- aliadas do ser humano. Sua criação (minhocultura) é,
bora sejam heterótrofos, dependem da luz, afinal entre nós, uma atividade recente e desconhecida do
seu alimento é produzido pelas zooxantelas. grande público.
(D) o branqueamento dos pólipos deve-se a perda da O comércio de minhocas vivas, como isca para a pesca
capacidade de secretar pigmentos devido ao au- esportiva, tem sido o grande responsável pelo desen-
mento da temperatura da água do mar. volvimento da minhocultura em muitos países.

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Biologia

Nos EUA, estima-se que os 100 milhões de pescado- nereis


res ali existentes movimentam centenas de milhões
de dólares anuais com o comércio de minhocas para
finalidades esportivas.
No Brasil, os baixos investimentos exigidos na sua cria-
ção têm levado muitas pessoas a se interessarem em
explorar a minhocultura como uma fonte de carne
(proteína) barata, para a alimentação de pequenos ani- centopéia
mais, como rãs, peixes, aves, camarão-de-água-doce.
As minhocas proporcionam também outras vanta- Assinale a alternativa correta.
gens, exceto: (A) O nereis é um anelídeo, a centopéia é um artró-
(A) as galerias subterrâneas construídas pelas minho- pode e ambos apresentam circulação aberta.
cas aumentam a aeração do solo favorecendo a (B) O nereis é um artrópode, a centopéia é um anelí-
atividade microbiana. deo e ambos apresentam circulação fechada.
(B) túneis na terra construídos pelas minhocas faci- (C) O nereis é um asquelminto, a centopéia é um platel-
litam a drenagem da água diminuindo riscos de minto e ambos não apresentam sistema circulatório.
lixiviação.
(D) O nereis é um anelídeo, a centopéia é um artró-
(C) a produção de húmus fertiliza o solo tornando-o
pode e ambos apresentam exoesqueleto.
favorável para fins de jardinagem, florístico, de
paisagismo. (E) O nereis é um anelídeo, a centopéia é um artró-
pode, mas apenas a centopéia apresenta exoes-
(D) minhocas são base da cadeia alimentar e portan-
queleto.
to permite o equilíbrio entre os microorganismo
do solo. 10. Observe o esquema.
(E) minhocas enterram folhas e depositam fezes na
Pássaro
terra, contribuindo para adubação do solo e favo-
rendo a agricultura. habitat poucas presença de
terrestre cerdas nifrídeos
7. Dentre os grupos de doenças citados abaixo, marque 1 2 3
a alternativa na qual todas elas sejam causadas por sangue com aparelho papo e
hemoglobina circulatório moela
vermes. 4 ausente 5 6
(A) Filariose, giardíase, ascaridíase, leishmaniose. respiração respiração aparelhos
branquial cutânea circulatório
(B) Filariose, triquinose, ancilostomose, leishmaniose. 7 8 fechado 9

(C) Teníase, giardíase, ancilostomose, esquistossomose. simetria celomado


bilateral 11
(D) Cisticercose, tricocefalíase, ancilostomose, es- 10
quistossomose. Minhoca

(E) Hidatidose, amarelão, balantidiose, oxiurose. Suponha que o pássaro, se quiser comer a minhoca,
tenha que passar por seis retângulos que contenham
8. Organismos que apresentam corpo dividido em pro-
pistas (informações) com características deste anelí-
glotes, com escólex na parte anterior e sem tubo di-
deo, não podendo pular nenhum retângulo. Um cami-
gestivo, podem parasitar o homem através de:
nho correto a ser percorrido é
(A) Contato com água contaminada;
(A) 2, 3, 6, 9, 8 e 11. (D) 2, 3, 6, 5, 8 e 10.
(B) Ingestão de carne malcozida;

(B) 2, 3, 6, 5, 8 e 11. (E) 3, 2, 1, 4, 7 e 10.
(C) Pés descalços;

(C) 1, 4, 7, 8, 9 e 11.
(D) Picada de inseto;
(E) Transfusão de sangue. 11. A estação ecológica de Tripuí, em Ouro Preto, foi cria-
da em 1978 para a preservação do Peripatus acacioi
9. As figuras a seguir representam dois animais inverte- (veja figura a seguir), um invertebrado raro, membro
brados, o nereis, um poliqueto marinho e a centopéia, do filo Onychophora. Os onicóforos despertam gran-
um quilópode terrestre. Apesar de apresentarem al- de interesse dos zoólogos porque compartilham ca-
gumas características comuns, tais como, apêndices racterísticas com os membros do filo Anelida e com o
locomotores e segmentação do corpo, estes animais filo Arthropoda, sendo considerados um “elo evoluti-
pertencem a filos diferentes. vo” entre os dois últimos filos.

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Biologia

A seguir estão relacionadas algumas das característi- 14. Analise este esquema de parte de uma árvore evoluti-
cas dos onicóforos. va de invertebrados, em que I, II, III e IV representam
I. Presença de quitina na superfície corporal. grupos de organismos com as características destaca-
II. Corpo segmentado. das nos quadros a que cada um deles se relaciona.
III. Um par de nefrídios por segmento.
IV. Respiração por sistema traqueal.
V. Sistema circulatório aberto.
Assinale a alternativa que atribui corretamente ca-
racterísticas encontradas em representantes dos filos
Anelida e Arthropoda, dentre as listadas acima.

Características morfofuncionais
Filho Anelida Filo Arthropoda

(A) I, II e III I, II, IV e V
Considerando as informações do esquema a seguir e

(B) I, III e IV II, III e V outros conhecimentos sobre o assunto, assinale a al-

(C) II e III I, III, IV e V ternativa em que o animal mostrado não representa o

(D) III e IV I, III grupo indicado.

12. No gráfico, as curvas representam o padrão de cresci- (A) IV
mento de dois grupos distintos de organismos.

(B)
I

(C)
II

(D)
As curvas A e B representam, respectivamente, o cres- III
cimento de
(A) anelídeos e moluscos. (D) artrópodes e anfíbios.
15. O animal A é hermafrodita e tem respiração cutânea,
(B) mamíferos e anfíbios. (E) mamíferos e anelídeos.
enquanto o animal B é dióico (tem sexos separados)
(C) moluscos e artrópodes. e excreção por túbulos de Malpighi; já o animal C
13. Os ácaros domésticos são animais microscópicos, nor- apresenta simetria pentarradial e sistema ambulacral.
malmente parasitas da epiderme humana. Vivem no Os animais A, B e C podem ser, respectivamente,
pó acumulado em tapetes, carpetes, cortinas e rou- (A) minhoca, gafanhoto e estrela-do-mar.
pas de cama onde, normalmente, se alimentam de
descamações epidérmicas humanas e de outros ani- (B) minhoca, planária e estrela-do-mar.
mais domésticos, sendo capazes de provocar alergia. (C) barata, planária e ouriço-do-mar.
Alguns deles podem mesmo provocar lesões na pele (D) barata, gafanhoto e hidra.
humana como a sarna e o cravo de pele. A respeito
desses animais, é correto afirmar, exceto: (E) gafanhoto, barata e hidra.
(A) São insetos microscópicos.
16. Os moluscos bivalves (ostras e mexilhões) são orga-
(B) Apresentam exoesqueleto quitinoso. nismos economicamente importantes como fonte
(C) São heterótrofos e realizam respiração celular. de alimento para o homem, por possuírem alto valor
(D) Possuem quatro pares de patas e não apresentam nutritivo. Eles conseguem filtrar grandes volumes de
antenas. água em poucas horas, daí serem comumente chama-

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Biologia

dos “organismos filtradores”, mas, em consequência, Equipe 2:


podem acumular no seu trato digestivo, altas concen- • animais com endoesqueleto calcáreo e espinhos
trações de microorganismos e compostos químicos = Filo Platyhelminthes;
tóxicos, eventualmente presentes na água onde vi- • animais com formato de pólipo e tentáculos = Filo
vem, assim pondo em risco a saúde pública e exercen- Coelenterata;
• animais invertebrados com patas articuladas =
do grande impacto social e econômico nas áreas de Filo Arthropoda.
sua criação. Equipe 3:
Assinale a afirmação correta. • animais com cabeça, pé muscular e massa visce-
ral = Filo Mollusca;
(A) Os moluscos não possuem sistema digestivo.
• animais com vértebras e crânio calcáreos = Filo
(B) Os moluscos não possuem sistema nervoso gan- Chordata;
glionar. • animais com corpo dorso-ventralmente achata-
(C) Os mexilhões possuem concha com apenas uma dos = Filo Platyhelminthes.
valva. Assinale a alternativa correta:
(D) Nos mexilhões, as brânquias têm função respira- (A) apenas as equipes 2 e 3 classificaram os animais
tória e importante papel na nutrição. corretamente.
(B) apenas a equipe 3 classificou os animais correta-
(E) Os moluscos são sempre hermafroditas. mente.
17. Observe estas figuras: (C) apenas a equipe 2 classificou os animais correta-
mente.
(D) apenas as equipes 1 e 3 classificaram os animais
corretamente.
(E) apenas a equipe 1 classificou os animais correta-
mente.
19. O filo dos invertebrados mais relacionado ao homem
é aquele que inclui as estrelas-do-mar, ou seja, os
equinodermas. A justificativa para essa conclusão
surpreendente foi baseada principalmente no estudo
Mexilhão adulto Crescimento de mexilhões no comparativo:
filtro autolimpante de uma usina.
(A) do desenvolvimento embrionário.
O mexilhão dourado de água doce, molusco originário
do sudoeste da Ásia, é uma espécie invasora do siste- (B) da simetria dos organismos.
ma hídrico brasileiro, que provoca sérios problemas (C) do documentário fóssil.
em estações de água, indústrias e hidrelétricas.
(D) da fisiologia.
Entre as características que facilitam a disseminação e
o aumento da população desse molusco, não se inclui (E) do genoma.

(A) o notável controle de sua população por inimigos 20. “Um pequenino grão de areia
naturais. que era um pobre sonhador
(B) a intensa disseminação de suas larvas. olhando o céu viu uma estrela
(C) a sua rápida maturação sexual. e imaginou coisas de amor
(D) a sua considerável capacidade adaptativa a dife- (...)
rentes ambientes. (...) o que há de verdade
é que depois, muito depois
18. Após várias aulas teóricas de zoologia, o professor apareceu a estrela do mar”
propõe a seguinte prática, muito comum em diversos (Herivelto Martins)
colégios: no laboratório, são distribuídos vários ani- As estrelas do mar são:
mais (alguns vivos, outros conservados) nas equipes (A) equinodermos com revestimento calcário, sem
ou bancadas e é solicitado aos alunos que os classifi- espinhos e tecido muscular
quem em seus respectivos grupos. (B) equinodermos com epiderme recobrindo os es-
A seguir estão os resultados de algumas equipes: pinhos calcários articulados às placas do endoes-
Equipe 1: queleto
(C) equinodermos com epiderme queratinizada nos
• animais com concha e moles = Filo Mollusca;
pés ambulacrais e superfície corporal lisa
• animais segmentados e com exoesqueleto quiti- (D) poríferos com epiderme recobrindo os espinhos
noso = Filo Arthropoda; calcários articulados às placas do esqueleto
• animais com poros e espículas no esqueleto = Filo (E) poríferos com epiderme queratinizada nos pés
Porifera. ambulacrais

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Biologia

21. A figura esquematiza um aquário contendo um peixe Assinale a alternativa que contém apenas as afirmati-
mergulhado em uma solução básica de azul de bro- vas corretas
motimol, que é azul em pH > 7, verde em pH = 7 e (A) I e II
amarela em pH < 7.


(B) II e III


Solução básica de azul de (C) II e IV
bromotimol
(D) III e IV
(E) I, III e IV
24. Os répteis se adaptam com facilidade à vida em regi-
ões desérticas. Por excretarem o nitrogênio pela uri-
na incorporado em uma substância pouco solúvel em
água, seu volume de urina diário é pequeno e, conse-
quentemente, sua ingestão de água é menor. Esse não
Marque a alternativa correta , relativa à situação ante- é o caso do homem, que excreta o nitrogênio através
rior, considerando o produto da respiração. de um produto muito solúvel em água.

(A) O pH sobe e a solução continua azul. Os gráficos abaixo representam a excreção urinária de
(B) O pH e a cor da solução permanecem inalterados. produtos nitrogenados. Em cada um deles, no eixo da
abscissa, estão indicados os produtos eliminados e,
(C) O pH baixa e a solução fica amarela.
no eixo da ordenada, as respectivas quantidades ex-
(D) O pH sobe e a solução fica amarela. cretadas em 24 horas.
(E) O pH baixa e a solução fica verde.
1 2 3 4

22. Entre os peixes e os primeiros anfíbios, foram ne-


cessários 40 milhões de anos de lenta e constante
evolução.
Todas as afirmativas contêm adaptações surgidas du-
ácido úrico

uréia

alantoína

amônia

ácido úrico

uréia

alantoína

amônia
rante essa evolução, exceto:

ácido úrico

uréia

alantoína

amônia

ácido úrico

uréia

alantoína

amônia
(A) manutenção da pele úmida.
(B) membros articulados.
Os gráficos que correspondem, respectivamente, aos
(C) respiração pulmonar. seres humanos e aos répteis são os de números:
(D) termorregulação. (A) 1 e 3

23. O esquema a seguir representa as fases de desenvol- (B) 1 e 4

vimento de um anfíbio anuro. (C) 3 e 2
(D) 4 e 2
25. Qual das alternativas é a melhor explicação para
a expansão e o domínio dos répteis durante a Era
Mesozóica, incluindo o aparecimento dos dinossauros
e sua ampla distribuição em diversos nichos do am-
biente terrestre?
Sobre esse processo, analise as seguintes afirmativas: (A) Prolongado cuidado com a prole, garantindo pro-
I. Na fase larval, a respiração é cutânea e na fase teção contra os predadores naturais.
adulta, é branquial. (B) Aparecimento de ovo com casca, capaz de evitar
II. Na fase larval, o principal excreta nitrogenado é a o dessecamento.
amônia e na adulta, é a uréia. (C) Vantagens sobre os anfíbios na competição pelo
III. Os ovos possuem casca impermeável para evitar alimento.
a dessecação. (D) Extinção dos predadores naturais e consequente
IV. Na cadeia alimentar, o girino geralmente é consi- exploração populacional.
derado consumidor primário e o adulto é consu- (E) Abundância de alimento nos ambientes aquáticos
midor secundário. abandonados pelos anfíbios.

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Biologia

26. Assinale a alternativa correta a respeito do processo – O instituto que emite os certificados de qualidade
respiratório. ISO 9002, tem qualidade certificada por quem?
(A) Nos indivíduos terrestres, a troca de gases com – Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?”.
o meio ocorre por difusão simples, enquanto nos
animais aquáticos essa troca é feita por transpor- Um internauta respondeu a última pergunta e ganhou
te ativo. o prêmio. Sabendo que a galinha é uma ave, do pon-
to de vista biológico e evolutivo, a alternativa correta
(B) Os pigmentos respiratórios são proteínas exclusi-
para responder a essa questão que foi escrita pelo in-
vas de animais vertebrados, capazes de aumentar
ternauta foi:
a eficiência do transporte de gases e permitir que
esses animais sejam homotermos. (A) o ovo, pois as aves são todas ovíparas e alguns
répteis também.
(C) A respiração cutânea ocorre em animais aquáti-
cos e em alguns animais terrestres como os arac- (B) o ovo, pois as aves descendem dos répteis, que
nídeos. também põem ovos.
(D) Em insetos, não há um órgão específico que rea- (C) a galinha, pois o ovo surgiu nas aves posterior-
lize as trocas gasosas. Sendo assim, o O2 é levado mente ao seu surgimento.
diretamente a cada célula do corpo. (D) o ovo, que deu origem às aves e depois aos rép-
(E) A superfície de troca de uma brânquia é pequena, teis nessa ordem evolutiva.
sendo pouco eficiente na absorção de O2 . (E) a galinha, pois os répteis que originaram as aves
não punham ovos.
27. Os animais a seguir representados são bastante dife-
rentes na sua aparência, mas apresentam várias ca- 29. As aves não possuem glândulas sudoríparas e man-
racterísticas comuns. têm a temperatura do corpo constante.
A estratégia adaptativa utilizada por esses animais,
quando a temperatura ambiente está muito alta, é o
aumento de
(A) perda de água na expiração.
(B) metabolismo de carboidratos.
(C) quantidade de gás carbônico no sangue.
(D) consumo de oxigênio.

Entre essas características não se inclui: 30. Analise esta figura, em que está representada a
PROVÁVEL filogenia dos vertebrados:
(A) fecundação interna.
(B) homeotermia. Anfíbios
Ancestral
(C) oviparidade. Répteis

(D) respiração pulmonar.


Aves

28. Um determinado site oferecia prêmios para internau-


tas que soubessem a resposta para uma das pergun- Mamíferos

tas cujo título era: Perguntas sem respostas.


A partir dessa análise, é correto afirmar que o ances-
Algumas das perguntas estão descritas abaixo: tral desses quatro grupos apresentava:
– Por que os Flint Stones comemoravam o Natal se (A) membros locomotores e pulmões.
eles viviam numa época antes de Cristo?
(B) coração com quatro cavidade e brânquias.
– Por que os filmes de batalhas espaciais tem explo-
sões tão barulhentas, se o som não se propaga no (C) pêlos no corpo e glândulas mamárias.
vácuo? (D) homeotermia e placenta.

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Biologia

31. Este gráfico refere-se à taxa metabólica de cinco ani- (B) menores, porque insetos e peixes podem viver
mais de diferentes pesos corporais em um determina- em ambientes diferentes.
do intervalo de tempo. (C) menores, porque insetos e peixes apresentam sis-
temas respiratórios diferentes.
Camundongo
(D) maiores, porque as aves surgiram há mais tempo
Taxa metabólica

Rato

Coelho do que os homens.


Homem
(E) maiores, porque aves e homens vivem em am-
Cavalo
bientes completamente diferentes.
Peso corporal 34. Na tabela abaixo, o sinal (+) indica a presença da carac-
terística, enquanto o sinal (–) indica a ausência dessa
Com base no gráfico e em seus conhecimentos é cor-
característica. Observe atentamente a tabela e assinale
reto afirmar que
a alternativa que se aplica aos nematelmintos.
(A) A digestão é mais eficiente no cavalo do que no
coelho. Sistema Sistema cir- Sistema res- Sistema Sistema
(B) A taxa de consumo de oxigênio é maior no coelho digestivo culatório piratório excretor nervoso
do que no rato. (A) + – – + +
(C) A taxa metabólica depende da relação entre a su- (B) – + – – +
perfície e o volume corpóreo.
(C) – + – + –
(D) A taxa metabólica é diretamente proporcional ao
(D) – – + – +
peso corporal.
(E) + + + + +
32. Observe esta figura, em que está representada a lon-
gevidade média de vários animais:
Hipopótamo
Leão
Raposa
Gato-do-mato
Camundongo

Tempo anos

1. B 13. A 25. B

2. A 14. C 26. D

3. C 15. A 27. B
Os animais de vida curta diferem dos de vida longa
4. E 16. D 28. B
por todas as seguintes características, exceto
(A) maior número de indivíduos nas populações. 5. B 17. A 29. A
(B) menor número de células.
6. D 18. E 30. A
(C) menor taxa metabólica.
(D) menor tempo de gestação. 7. D 19. A 31. C
33. Na classificação dos seres vivos, as diferenças entre
8. B 20. B 32. C
os grupos Monera e Protista são bem maiores do que
aquelas existentes, por exemplo, entre Briófitas e 9. E 21. C 33. A
Pteridófitas. Baseados nessa afirmação, podemos en-
tão assegurar que as diferenças entre uma ave e um 10. A 22. D 34. A
homem, quando comparadas às que existem entre
um inseto e um peixe, são: 11. A 23. C
(A) menores, porque ave e homem são classificados
como cordados. 12. C 24. A

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Biologia

(D) Não foram expostos a nenhum tipo de pressão


ambiental.
(E) Não apresentaram muita variabilidade genética.
3.
Planta ou animal?
À primeira vista, ele parece uma lindíssima e rara


1. Leia a tira a seguir, que ilustra os dilemas alimentares flor, o que não se distância muito da verdade; esta
na vida de uma esponja. bela criatura é da classe Anthozoa, que em grego sig-
A água do mar passa
nifica flor-animal (Anthos = flor + Zoon = animal).
Olá!
Eu sou uma
esponja!
constantemente
através de mim. O delgado cerianto vive solitariamente no fundo


do mar, onde habita um escuro buraco cavado verti-
Os bichos Fred Wagner

calmente na areia, revestido por um muco secretado


por seu corpo.
Ninguém pode dizer


É assim que me
alimento.
É claro que eu
preferia um hambúrger
que o cerianto não é es-
com fritas. perto: ao menor sinal de
ataque de um inimigo, ele
se contrai todo e “enterra-
-se” em seu tubo, prote-
gendo-se até que desapa-
Adaptado de: “Zero Hora”, 26 jul. 2003. reça o perigo.
Com relação aos poríferos marque a correta: Apesar de ter a aparência frágil de uma flor, os

ceriantos são bastante resistentes e podem viver vá-
(A) Na evolução dos animais as esponjas represen-
rios anos em cativeiro. Existem registros de ceriantos
tam o grupo mais primitivo e, portanto o menos
com mais de 50 anos de idade em aquários.
adaptados ao ambiente marinho.
Com relação à dúvida apresentada no título do texto,
(B) A fala expressa no segundo quadro pode ser ve- é correto afirmar que os ceriantos são
rídica porque as esponjas apresentam inúmeros
poros em seu corpo que permite o fluxo da água. (A) plantas, afinal vivem solitariamente enquanto
animais vivem em sociedade.
(C) A fala expressa no terceiro quadro demonstra que
as esponjas se alimentam de água marinha que (B) plantas, pois apresentam pétalas, estruturas ex-
passa constantemente dentro de seu corpo. clusivas de vegetais.
(D) Esponjas apresentam tecidos bastante especia- (C) animais, afinal plantas não são capazes de se con-
lizados sendo os coanócitos as células responsá- trair protegendo-se do perigo.
veis pelo fluxo da água em seu corpo. (D) animais, pois vegetais não alcançam 50 anos de
(E) O desejo da esponja, expresso no último quadro, idade, morrendo antes disso.
não pode se realizar pois estes animais apresen- (E) animais, afinal plantas não habitam escuros bura-
tam cavidade digestiva muito simples. cos, pois necessitam da luz.
2. As esponjas constituem o filo Porifera do reino Animal, 4. Um professor realizou uma excursão para coletar in-
sendo indivíduos de organização corporal simples, con- vertebrados macroscópicos num manguezal. Seus
siderados um ramo primitivo na evolução dos metazo- alunos estudaram o material coletado, verificando as
ários. Os poríferos são usados pelos pintores para obter seguintes características antes de identificá-los:
certos efeitos especiais na técnica de aquarela; antiga- I. Corpo dividido em cefalotórax e abdome; região
mente, eram usados também como esponjas de banho. cefálica com 2 pares de antenas; região torácica
Assinale a alternativa que menciona, corretamente, o com 5 pares de apêndices articulados; brânquias
que pode significar, sob o ponto de vista evolutivo, o como órgãos respiratórios.
fato de animais com características primitivas, como
II. Corpo dividido em cabeça, tórax e abdome; ca-
as esponjas, terem sido um dos primeiros a se formar
beça com um par de antenas; tórax com 3 pares
e serem abundantes até hoje.
de patas articuladas e 2 pares de asas; traquéias
(A) Sua estratégia evolutiva não foi bem sucedida. como órgãos respiratórios.
(B) A seleção natural não atuou sobre as esponjas. III. Corpo único, indiviso, alojado no interior de duas
(C) As esponjas mostraram adaptação às pressões valvas calcárias articuladas; presença de um único
ambientais. pé musculoso; brânquias como órgãos respiratórios.

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Biologia

Os alunos identificaram corretamente os animais I, II e (A) promove a maior ocupação de diferentes nichos
III, respectivamente, como sendo um ecológicos pela espécie.
(A) molusco, um inseto e um crustáceo. (B) favorece o sucesso reprodutivo individual de am-
(B) inseto, um molusco e um crustáceo. bos os parentais.
(C) crustáceo, um inseto e um molusco. (C) impossibilita a transmissão de genes do macho
para a prole.
(D) crustáceo, um molusco e um inseto.
(D) impede a sobrevivência e reprodução futura do
(E) inseto, um crustáceo e um molusco. macho.
5. Uma empresa dedetizadora expôs o seguinte anúncio: (E) reduz a variabilidade genética da população.

7. A invasão de espécies exóticas é uma grande amea-


ça à integridade dos ecossistemas aquáticos. O uso
de “água de lastro” nos grandes navios, para obter
Estamos preparados para livrar a sua casa de
maior estabilidade, tem sido um eficiente meio de
todos os tipos de insetos: ratos, baratas, traças,
aranhas, carrapatos, ácaros, formigas e escorpiões. dispersão de organismos, marinhos e de água doce,
para outros ecossistemas. A navegação é um sis-
tema de transporte importante, capaz de integrar
as economias dos cinco países da Bacia do Prata
(Brasil, Bolívia, Argentina, Paraguai e Uruguai), mas
Analisando-se a propaganda da empresa, pode-se ela trouxe o mexilhão-dourado, Limnoperna fortu-
afirmar: nei (Bivalvia, Mollusca), observado desde 1991 na
I. O anúncio contém informações incorretas por- Argentina. É um bivalve pequeno (cerca de 3 cm),
que, além de insetos, estão citados quelicerados originário dos rios asiáticos. Em 1998 foi observado
e vertebrados. no pantanal mato-grossense, seguindo a rota da na-
II. Carrapatos, ácaros e escorpiões não são insetos, vegação.
(Extraído de: http: www.ambientebrasil.com.br)
e sim quelicerados pertencentes ao grupo dos
Arachnida. Considere as afirmativas a seguir, relacionadas com o
III. Os insetos citados no anúncio são as baratas, as texto apresentado:
traças e as formigas. I. A ausência de predadores e parasitas para espé-
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s): cies exóticas pode ser a causa de seu sucesso nos
ambientes invadidos.
(A) I, II e III

II. O mexilhão-dourado é uma espécie de água
(B) apenas I e II
doce, mas chegou à Argentina pelo estuário
(C) apenas II e III do Rio da Prata, que apresenta água salobra.
(D) apenas I e III Conclui-se daí que a alta tolerância às condições
(E) apenas III ambientais é um fator que favorece o sucesso de
espécies exóticas.
6. As fêmeas de algumas espécies de aranhas, escor- III. Como o texto afirma que a espécie foi introduzida
piões e de outros invertebrados predam os machos pela água de lastro, deduz-se que foi transporta-
após a cópula e inseminação. Como exemplo, fême- da na forma de larvas.
as canibais do inseto conhecido como louva-a-deus, IV. Sendo bivalves, os mexilhões-dourados não de-
Tenodera aridofolia, possuem até 63% da sua die- vem apresentar dificuldade de se alimentar no
ta composta por machos parceiros. Para as fêmeas, novo ambiente, pois são filtradores.
o canibalismo sexual pode assegurar a obtenção de
nutrientes importantes na reprodução. Com esse in- Assinale a alternativa correta.
cremento na dieta, elas geralmente produzem maior
quantidade de ovos. (A) Somente a afirmativa II é verdadeira.
BORGES, J. C. Jogo mortal. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br. (B) Somente a afirmativa III é verdadeira.
Acesso em: 1 mar. 2012 (adaptado).
(C) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
Apesar de ser um comportamento aparentemente
(D) As afirmativas I, II, III e IV são verdadeiras.
desvantajoso para os machos, o canibalismo sexual
evoluiu nesses táxons animais porque (E) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.

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Biologia

8. “A Baía de Guanabara mantém uma relação de inter- III. As espécies migradoras sobem o rio em levas con-
dependência com vários ecossistemas a que se inte- secutivas que podem ser constituídas por peixes
gra. A qualidade das águas não poderia deixar de ser de vários tamanhos.
influenciada pela carga poluidora lançada nos rios de
IV. Os peixes nadam contra a correnteza e, por essa
seu entorno e no espelho d’água”.
razão, há uma alta produção de ácido lático em
Os mexilhões podem ser utilizados como bioindicado-
res para o monitoramento da poluição em ambientes seus músculos.
marinhos devido à sua capacidade de V. Ocorre a fabricação de um hormônio provocada
(A) fixação ao substrato (D) filtração pela estimulação do ácido lático. Esse hormônio
(B) oxigenação (E) adaptação é o responsável pela maturação das células repro-
dutoras dos peixes.

(C) decomposição
9. As estrelas do mar comem ostras, o que resulta em Com base nessas informações, aponte a alternativa
efeitos econômicos negativos para criadores e pesca- que classifica de maneira correta as razões que levam
dores. Por isso, ao se depararem com esses predado- à ocorrência da piracema.
res em suas dragas, costumavam pegar as estrelas-do-
-mar, parti-las ao meio e atirá-las de novo à água. Mas Fatores Produção de Reações
o resultado disso não era a eliminação das estrelas- abióticos substância químicas
(do ambiente química pelo em cadeia
-do-mar, e sim o aumento do seu número.
físico) peixe (feedback)
DONAVEL, D. A bela é uma fera. Super Interessante.
Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 abr. 2010 (adap- (A) I V III
tado). (B) I IV V
A partir do texto e do seu conhecimento a respeito (C) III I II
desses organismos, a explicação para o aumento da III IV II
(D)
população de estrelas-do-mar baseia-se no fato de
elas possuírem (E) V II

(A) papilas respiratórias que facilitaram sua reprodu-


11. Em uma área observa-se o seguinte regime pluviomé-
ção e respiração por mais tempo no ambiente.
trico:
(B) pés ambulacrários que facilitaram a reprodução
e a locomoção do equinodermo pelo ambiente 350

aquático. 300
250
(C) espinhos na superfície do corpo que facilitaram
200
sua proteção e reprodução, contribuindo para a 150
sua sobrevivência. 100
(D) um sistema de canais que contribuíram na distri- 50

buição de água pelo seu corpo e ajudaram bas- 0


jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
tante em sua reprodução. Meses do ano
(E) alta capacidade regenerativa e reprodutiva, sen-
do cada parte seccionada capaz de dar origem a Os anfíbios são seres que podem ocupar tanto am-
um novo indivíduo. bientes aquáticos quanto terrestres. Entretanto, há
10. Todos os anos, algumas espécies de peixes sobem até espécies de anfíbios que passam todo o tempo na ter-
as cabeceiras dos rios, nadando contra a correnteza para ra ou então na água. Apesar disso, a maioria das espé-
realizar a reprodução. É a piracema, fenômeno conside- cies terrestres depende de água para se reproduzir e
rado essencial para a preservação da piscosidade (abun- o faz quando essa existe em abundância.
dância de peixes) das águas de muitos rios e lagoas. Os meses do ano em que nessa área, esses anfíbios
A seguir são dadas algumas informações sobre a pira- terrestres poderiam se reproduzir mais eficientemen-
cema: te são de
I. As primeiras piracemas costumam acontecer por
volta de outubro quando, devido às chuvas, ocor- (A) setembro a dezembro.
re uma série de enchentes. (B) novembro a fevereiro.
II. As chuvas e as enchentes estimulam a ovulação (C) janeiro a abril.
nas fêmeas e fazem com que os peixes formem
um cardume em um determinado trecho do rio, (D) março a julho.
para realizar a reprodução. (E) maio a agosto.

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Biologia

12. O gráfico a seguir apresenta medidas da excreção de (B) espécie A, pois é a espécie de maior grau de pa-
substâncias nitrogenadas durante a metamorfose de rentesco com Phyllobates terribilis, logo, prova-
certa espécie de sapos. velmente o ancestral comum dessas duas espé-
Amônia Uréia
cies possui venenos.
100 0 (C) espécie B, pois a presença de veneno é uma ca-
racterística que provavelmente tenha surgido no
80 20 ancestral comum mais próximo de E. tricolor, es-
Porcentagem de excretas

pécie B e P. terribilis.
60 40
(D) espécie B, pois entre as espécies R. palmipes,
E. tricolos e P. terribilis da árvore filogenética, a
40 60
espécie B demonstra maior grau de parentesco
20
com E. tricolor, a qual produz alcalóide.
80
(E) espécie A e espécie B, afinal todas as espécies
0 100 representadas na árvore filogenética apresentam
40 50 60 70 80 90 100 110
Idade (em dias) ancestral comum, assim, provavelmente todos os
descendentes produzem.
Os dados mostram que a excreção de:
14. Em certas localidades ao longo do rio Amazonas, são
(A) amônia só ocorre nos primeiros dias de vida. encontradas populações de determinada espécie de
(B) uréia começa a ocorrer por volta do centésimo dia. lagarto que se reproduzem por partenogênese. Essas
(C) amônia predomina sobre a de uréia em todo o populações são constituídas, exclusivamente, por fê-
período considerado. meas que procriam sem machos, gerando apenas fê-
(D) uréia aumenta significativamente por volta do oc- meas. Isso se deve a mutações que ocorrem ao acaso
togésimo dia. nas populações bissexuais. Avalie as afirmações se-
(E) amônia e de uréia faz-se em grande quantidade guintes, relativas a esse processo de reprodução.
na fase larvária. I. Na partenogênese de lagartos, as fêmeas dão ori-
13. Alguns anfíbios possuem venenos que têm por base gem apenas a fêmeas, enquanto, nas populações
compostos químicos alcalóides. Os alcalóides obtidos bissexuais, cerca de 50% dos filhotes são fêmeas.
a partir dessas espécies vêm sendo utilizados em pes- II. Se uma população bissexuada se mistura com
quisas biomédicas, por causa de suas propriedades uma que se reproduz por partenogênese, esta úl-
farmacológicas. Os cientistas acreditam que o conhe- tima desaparece.
cimento das relações evolutivas (filogenéticas) dos III. Na partenogênese de lagartos, um número x de
anfíbios pode auxiliar na escolha das espécies a serem fêmeas é capaz de produzir o dobro do número
estudadas na busca de novos alcalóides. A figura a se- de descendentes de uma população bissexuada
guir mostra as relações entre cinco espécies de anfí- de lagartos de x indivíduos, uma vez que, nesta,
bios. As espécies Phyllobates terribilis e Epipedobates só a fêmea põe ovos.
tricolor apresentam alcalóides, enquanto a espécie
Rana palmipes não possui este tipo de substância. É correto o que se afirma
Espécie A (A) apenas em I (D) apenas em II e III
(B) apenas em II (E) em I, II e III
(C) apenas em I e III
Rana palmipes
15. A figura a seguir se refere à determinação do sexo em
algumas espécies de tartarugas e lagartos.
Epipedobates tricolor Com base nessa figura pode-se afirmar que

Espécie B 1,0
Proporção de fêmeas

Legenda
Phyllobates terribilis
tartarugas
0,5
A espécie que deveria ser estudada primeiro pelos cientis-
lagartos
tas na busca por alcalóides de interesse farmacológico é a
(A) espécie A, pois é a espécie mais antiga e portanto, 0,0
a espécie submetida a maior tempo de adaptação
24 26 28 30 32 34
à proteção contra predadores através da produ-
Temperatura de incubação (oC)
ção de veneno.

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Biologia

(A) a determinação do sexo nesses animais é inde- III. A migração de várias espécies reduz a competição
pendente da localização dos ovos no ninho e da na época da reprodução, quando a demanda por
época da postura. alimento é maior.
(B) a determinação do sexo, sob controle de tempe- Qual alternativa correta?
ratura, pode ser útil em condições de manejo de
(A) apenas I (D) apenas II e III
espécies em extinção.


(B) apenas II (E) todas estão corretas
(C) indivíduos de sexo indeterminado, em tartarugas,


são produzidos em temperaturas abaixo de 28°C. (C) apenas III
(D) temperaturas maiores que 28°C produzem fême- 18. A maior parte dos mamíferos – especialmente os
as tanto em tartarugas quanto em lagartos. grandes – não pode viver sem água doce. Para os ma-
(E) machos são produzidos em baixas temperaturas míferos marinhos, água doce é ainda mais difícil de
tanto para tartarugas quanto para lagartos. ser obtida. Focas e leões-marinhos captam água dos
peixes que consomem e alguns comem neve para
16. O grupo dos répteis notabilizou-se por abrigar repre- obtê-la. Os peixes-boi procuram regularmente água
sentantes que, ao longo da evolução, constituíram o doce nos rios. As baleias e outros cetáceos obtêm
primeiro grupo de vertebrados a conquistar efetiva- água de seu alimento e de goladas de água do mar.
mente o ambiente terrestre. Para tanto, surgiram inú- Para tanto, os cetáceos desenvolveram um sistema
meras adaptações, como as relacionadas a seguir: capaz de lidar com o excesso de sal associado à inges-
I. presença de ovo com casca tão de água marinha.
II. pele seca e rica em queratina Wong. K, Os mamíferos que conquistaram os oceanos.
III. exotermia In. Scientific American Brasil. Edição Especial nº5: Dinossauros e Outros
Monstros. (adaptado).
IV. ocorrência de sexos separados
V. órgãos respiratórios internos
A grande quantidade de sal na água do mar
São adaptações que permitiram a conquista do am-
(A) torna impossível a vida de animais vertebrados
biente terrestre pelos répteis as citadas apenas em
nos oceanos.
(A) I, II e V (D) I, II, IV e V
(B) faz com que a diversidade biológica no ambiente

(B) I, III e V (E) II, III, IV e V marinho seja muito reduzida.

(C) I, II, III e IV
(C) faz com que apenas os mamíferos adaptados à inges-
17. O I.V. é um indicador da variedade de formas e tama- tão direta de água salgada possam viver nos oceanos.
nhos dos bicos de grupos de espécies de aves. Quanto (D) faz com que seja inapropriado seu consumo dire-
maior o I.V. de um grupo de espécies, maior a varie- to como fonte de água doce por mamíferos mari-
dade dos bicos. O gráfico a seguir relaciona o I.V. das nhos, por exemplo, as baleias.
espécies de aves de duas regiões (A e B) à porcenta- (E) exige de mamíferos que habitam o ambiente
gem de espécies de cada região que migra para ou- marinho adaptações fisiológicas, morfológicas
tros locais do planeta durante a época de reprodução ou comportamentais que lhes permitem obter
e criação dos filhotes. água doce.
100
Porcentagem das espécies que migram

90
A
80
70
60
50
40
30 1. B 7. D 13. C
B
20
10
2. C 8. D 14. C
0
0,22 0,35
Índice de variação (I.V.) 3. E 9. E 15. B
Analisando esse gráfico e baseado em conhecimentos
prévios, um estudante fez as seguintes afirmações: 4. C 10. B 16. A
I. provavelmente há maior competição intra-especí-
fica por alimentos na espécie A que na espécie B. 5. A 11. B 17. E
II. a espécie B tem maior variedade de bicos, o que po-
deria explicar a menor porcentagem de migração. 6. B 12. D 18. E

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A QUÍMICA DA VIDA

Composição da Matéria Viva em moléculas de gás carbônico (CO2) e de água (H2O), pro-
cesso que libera energia.
O Que é Vida? A organização de um ser vivo é dinâmica: seus átomos
e moléculas constituintes estão em contínua reciclagem,
Vida é uma dessas coisas que é mais fácil identificar do mas sua organização se mantém. Você continua sendo a
que definir. mesma pessoa que era há um ano?
No final do século XVIII, o avanço dos conhecimentos Se pensarmos em termos de átomos e moléculas, seu
sobre a natureza mostrou que vegetais e animais compar- corpo foi quase que totalmente reconstruído. É esse tipo
tilhavam características únicas, que os distinguiam defini- de organização dinâmica que caracteriza a vida.
tivamente dos minerais.
O que é vida, afinal? O que temos em comum com os Principais Elementos Químicos
outros seres vivos? O que nos diferencia das rochas, do dos Seres Vivos
aço e de outros materiais inanimados? Quando se analisa a matéria que constitui os seres vi-
No dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, vida pos- vos, encontra-se principalmente os seguintes elementos:
sui dezoito definições, sendo a primeira delas: “Conjunto carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N),
de propriedades e qualidades graças às quais animais e fósforo (P) e enxofre (S). Apenas esses seis elementos
plantas, ao contrário dos organismos mortos ou da maté- constituem cerca de 98% da massa corporal da maioria
ria bruta, se mantêm em contínua atividade, manifestada dos seres vivos, o que da ideia de sua abundância na ma-
em funções orgânicas tais como o metabolismo, o cresci- téria viva. Por isso, para facilitar a memorização desse fato,
mento, a reação a estímulos, a adaptação ao meio, a re- alguns biólogos costumam usar o acrônimo “CHONPS”.
produção, e outras.” Desses seis elementos, os quatro primeiros (CHON) são
E o que é metabolismo? realmente mais abundantes na matéria viva. Diversos
As células estão continuamente trocando seus áto- outros elementos químicos, entretanto, são necessários

BIOATP - A QUÍMICA DA VIDA


mos e moléculas componentes. A maioria das substâncias ao funcionamento dos organismos vivos, apesar de suas
celulares é constantemente degradada e substituída por quantidades variarem entre as espécies.
substâncias recém-fabricadas. Essa atividade intensa de Dezenas, centenas e até milhões de átomos desses
montagem e desmontagem de substâncias requer ener- elementos unem-se por meio de ligações químicas, for-
gia, que a célula obtém pela degradação de certos tipos mando as moléculas constituintes dos seres vivos.
de moléculas orgânicas, genericamente chamadas de nu-
trientes orgânicos. Além de fornecer a energia necessária
à manutenção da vida, os nutrientes orgânicos fornecem Principais Moléculas
matéria-prima para a célula fabricar novas moléculas.
dos Seres Vivos
Toda essa atividade de transformação química que ocorre
no interior da célula constitui o metabolismo, palavra de A matéria que constitui os seres vivos revela abun-
origem grega (metabole) que significa mudança ou trans- dância de água. Basta dizer que de 70% a 75% da mas-
formação. sa dos seres vivos é constituída por essa substância.
O metabolismo é geralmente dividido em anabolismo Em humanos, essa porcentagem é um pouco menor. O
e catabolismo. Anabolismo refere-se a todos os proces- resto distribui-se entre proteínas (10% a 15%), lipídios
sos em que há produção de novas substâncias a partir de (2% a 3%), glicídios (1%) e ácidos nucleicos (1%), além
substância mais simples (reações de síntese). A fabricação de 1% de sais minerais diversos. Se secássemos com-
de proteínas a partir da união de aminoácidos, por exem- pletamente uma pessoa de 60 kg, ela ficaria reduzida a
plo, faz parte do anabolismo. Catabolismo refere-se ao cerca de 12 kg de substâncias orgânicas, sendo aproxi-
processo inverso, ou seja, às reações em que há degra- madamente 8,5 kg de proteínas, 1,8 kg de lipídios, 0,5
dação de substâncias complexas em outras mais simples, kg de ácido nucleico, 0,5 kg de substâncias e minerais
como a quebra de moléculas do açúcar glicose (C6H12O6) diversos.

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Biologia

Propriedades e Funções da Água


• Dipolaridade
Observe a figura:

Cristal de cloreto
de sódio (NaCI)

Íon Na+ Íon CI-

NaCI
(soluto)
Íon Na+
Íon CI-

Moléculas
de água
(Solvente)

Dissolução de sal de cozinha em água. As regiões eletricamente


negativas das moléculas de água são atraídas pelos íons positivos
de sódio (Na+), associando-se a eles. Ao mesmo tempo, as regiões
Gráficos que representam as porcentagens, em massa, das principais eletricamente positivas das moléculas de água são atraídas pelos íons
substâncias presentes na matéria viva, incluindo a água (A) negativos de cloro (CI-), o que causa separação dos íons Na+ dos íons CI-.
e excluindo-a (B) Com isso, o cristal de sal dissolve-se na água.

Na dissolução do cloreto de sódio, a dupla polaridade


Água das moléculas de água explica sua versatilidade como sol-
Estrutura Molecular vente. Por serem dipolares, as moléculas de água podem
associar-se tanto a moléculas de carga elétrica positiva
Uma molécula de água (H2O) é formada por um áto- quanto a moléculas de carga negativa, caracterizando-a
mo de oxigênio (O) unido covalentemente a dois átomos como solvente universal.
de hidrogênio (H), os quais formam entre si um ângulo • Solvente universal
de 104,5o (cento e quatro graus e meio). Como a força de A água é um excelente solvente, ou seja, é capaz de
atração dos oitos prótons do núcleo do oxigênio é maior dissolver grande variedade de substâncias químicas e, por
que a do único próton dos núcleos dos hidrogênios (o oxi- isso, é chamada de “solvente universal”.
gênio é mais eletronegativo), a molécula de água é pola- As principais substâncias dissolvidas em soluções
rizada, isto é, apesar de carga elétrica total igual a zero, aquosas como o citosol e o plasma sanguíneo são glicídios,
possui carga elétrica parcial negativa( ) na região do sais, aminoácidos e proteínas, entre outras. Estas molécu-
oxigênio e carga elétrica parcial positiva( δ ⊕ ) na região de las com afinidade à água são chamadas de hidrofílicas.
cada hidrogênio.
Gorduras e outras substâncias cujas moléculas não
têm cargas elétricas, ou seja, são apolares, não se dissol-
vem na água e são chamadas de hidrofóbicas.
Existem ainda moléculas com parte polar e parte apo-
lar, logo, parte hidrofílica e outra hidrofóbica, e estas rece-
bem o nome de anfifílicas ou anfipáticas.
• Transporte de substâncias
A água tem a propriedade de transportar líquidos e
partículas de substâncias. Essa capacidade de transportar
substâncias é vital nos seres vivos, pois o sangue, feito apro-
ximadamente de 60% de água, transporta para diferentes
A molécula de água é polarizada; o átomo de oxigênio tem carga
elétrica negativa parcial, representada por δ− , e os átomos de partes do corpo gases (como oxigênio, gás carbônico),
hidrogênio têm carga elétrica positiva parcial, simbolizada por δ + . hormônios, nutrientes e produtos da excreção.

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Biologia

• Participação em reações químicas • Capilaridade: coesão e adesão


Existem reações cuja união entre moléculas só ocorre Assim é chamada a tendência que a água apresenta de
quando há perda de molécula de água, a qual faz parte subir pelas paredes de tubos finos ou de se deslocar por
do produto da reação. Esse tipo de reação é chamado de espaços estreitos existentes em materiais porosos, como
síntese por desidratação. tecidos de algodão ou esponjas.
O contrário, a quebra de uma molécula em que a água A capilaridade ocorre devido à grande força de coesão,
participa como reagente é denominada reação de hidrólise. interação entre as moléculas de água, e à grande força de
adesão, interação entre as moléculas de água e substra-
tos. Nas plantas, a capilaridade atua no deslocamento da
seiva bruta, desde as raízes, onde ela é absorvida do solo,
até o topo das árvores.

Nível da água

Nível da água

A elevação da coluna de água em tubos capilares é inversamente


proporcional ao diâmetro do tubo: quanto mais fino, mais água
sobe no capilar.

Variação da Taxa Hídrica


A quantidade de água pode variar de acordo com três
fatores principalmente:
– Taxa metabólica: Normalmente, quanto maior a
atividade metabólica de um tecido, maior é a taxa

BIOATP - A QUÍMICA DA VIDA


de água que nele se encontra. Veja a tabela:
Órgão Porcentagem de água
Encéfalo de embrião 92,0%
Músculos 83,0%
Exemplos de uma reação de síntese por desidratação, (a), e de uma Pulmões 70,0%
reação de quebra por hidrólise, (b).
Rins 60,8%
• Controle da temperatura Ossos 48,2%
A maioria dos seres vivos só pode existir em uma es-
Dentina 12,0%
treita faixa de temperatura e, nesse contexto, a água é
essencial à manutenção da vida, pois ajuda a evitar varia- – Idade: Geralmente, a taxa de água decresce com o au-
ções bruscas na temperatura dos organismos. mento da idade. Assim, um feto humano de três meses
Essa capacidade de controle da temperatura se deve, tem 94% de água e um recém-nascido tem aproxima-
principalmente, a duas propriedades: alto calor específico damente 69%, enquanto um adulto tem cerca de 65%.
e alto calor de vaporização. – Espécie: No homem, a água representa 65% do
Um grama de água exige grande quantidade de ener- peso do corpo; em certos fungos, 83% do peso é de
gia térmica para aumentar sua temperatura em 1 °C, logo, água; já nas medusas (águas-vivas) encontramos
a água tem alto calor específico. 98% de água. Os organismos mais “desidratados”
Um grama de água também exige grande quantidade são as sementes e os esporos de vegetais (10 a 20%
de energia térmica para evaporar, logo, a água tem alto de água). Sabemos, no entanto, que eles estão em
calor de vaporização. Essa propriedade é explorada por estado de vida latente, somente voltando à ativida-
alguns animais durante a sudorese. de se a disponibilidade de água aumentar.

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Biologia

Sais Minerais De acordo com a Organização Mundial de Saúde


(OMS), no mundo, 13% a 18% das mulheres e 3% a 6% dos
Relação dos Principais Íons Essenciais homens, acima de 50 anos, sofrem com a osteoporose.
Nosso corpo necessita de dezenas de elementos químicos Para lutar contra a estimativa de 1 milhão de brasilei-
diferentes, que ingerimos na forma de íons constituintes de ros com fraturas osteoporóticas a cada ano, o Ministério
sais minerais, os quais, quando necessários em grandes quan- da Saúde aposta nas ações de prevenção ainda na infân-
tidades, são chamados de macronutrientes. Já aqueles cuja cia, já que é nesta fase que o indivíduo ganha estatura,
necessidade é relativamente baixa, micronutrientes. fortifica seu esqueleto e adquire o máximo de massa ós-
sea possível. É preciso aumentar, na dieta das crianças, o
Alguns minerais e suas funções no organismo humano
consumo de leite e derivados, que possuem alto índice de
Íon Função Fontes cálcio e diminuir o de refrigerantes. Outras fontes poten-
Componente importante ciais de cálcio são os vegetais de cor verde escuro, os pei-
dos ossos e dos dentes. xes e os alimentos oleaginosos, como castanhas e nozes.
Essencial à coagulação do Vegetais verdes,
Cálcio Outra recomendação do Ministério da Saúde é a prá-
sangue; necessário para o leite e laticínios.
funcionamento normal de tica de atividade física regular, pois, assim como os mús-
nervos e músculos. culos, os ossos se tornam mais fortes com os exercícios.
Componente de muitas A exposição ao sol, de 15 a 20 minutos, em horário corre-
Enxofre proteínas. Essencial para a Carnes e legumes. to, também é um hábito importante para a prevenção da
atividade metabólica normal.
osteoporose, já que a luz do sol é fonte de vitamina D, que
Componente da hemoglobina, ajuda na fixação do cálcio nos ossos e diminui o risco de
Fígado, carnes, gema
mioglobina e enzimas
Ferro
respiratórias. Fundamental
de ovo, legumes e osteoporose na fase adulta. Deve-se motivar a criança a
vegetais verdes. sair da frente do computador e da televisão e brincar ao
para a respiração celular.
Componente importante dos ar livre.
ossos e dos dentes. Essencial A recomendação de cálcio é de 1.200 mg/dia para
para o armazenamento e adultos e de 1.500 mg/dia para mulheres no período pós-
Leite e laticínios,
Fósforo a transferência de energia
no interior das células
carnes e cereais. -menopausa. Segue abaixo uma tabela com os principais
(componente do ATP); alimentos ricos em cálcio, bem como a quantidade desse
componente do DNA e do RNA. mineral na porção recomendada:
Componente dos hormônios Frutos do mar, sal
Iodo da tireoide, que estimulam o de cozinha iodado e
Alimentos Quantidade Cálcio(mg)
metabolismo. laticínios.
Componente de muitas Leite integral não
1 copo - 200 ml 228
coenzimas. Necessário para suplementado
Cereais integrais,
Magnésio o funcionamento normal Leite desnatado não
vegetais verdes. 1 copo - 200 ml 246
de nervos e músculos. suplementado
Componente da Clorofila.
Principal íon positivo no Leite de soja 1 copo - 200 ml 80
Carnes, leite e
interior das células. Influência Leite de cabra 1 copo - 200 ml 380
Potássio muitos tipos de
a contração muscular e a
frutas.
atividade dos nervos. Queijo minas fresco 1 fatia – 30 g 205
Principal íon positivo Queijo prato 1 fatia fina – 15 g 126
no líquido extracelular.
Sal de cozinha e
Importante no balanço de Queijo parmesão 1 colher de sob. – 10 mg 114
Sódio muitos tipos de
líquidos do corpo; essencial
alimentos. Requeijão 1 porção – 20 g 113
para a condução do impulso
nervoso. Iogurte 1 pote – 200 ml 240
Disfunções Causadas por Espinafre 2 colheres de sopa – 60 g 47
Deficiência de Sais Minerais Couve-manteiga 3 colheres de sopa – 36 g 73
Osteoporose Escarola 3 colheres de sopa – 36 g 29
A osteoporose faz parte do processo natural de enve-
Agrião 1 prato de sob. – 20 g 24
lhecimento e caracteriza-se pela diminuição substancial
da massa óssea, que provoca ossos ocos, finos e de extre- Brócolis 3 colheres de sopa – 36 g 37
ma sensibilidade, mais sujeitos a fraturas. É uma doença Sardinha 1 porção – 30 g 86
silenciosa e que causa muito sofrimento, já que, geral-
mente, é descoberta em idosos, após fratura provocada Ostras 1 porção – 240 g 235
por uma queda e até escorregão.

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Biologia

Anemia ferropriva Por isto, o sal é indicado como efetivo agente veiculador
de iodo, primeiro por ser consumido continuamente e em
pequenas quantidades, e depois o iodo pode ser introdu-
zido ao sal, aplicando tecnologia simples.
Qualquer relaxamento no consumo de iodo pode acar-
retar o retorno das doenças causadas por sua deficiência.
As manifestações mais evidentes em regiões de carên-
Conjuntiva Conjuntiva cia importante de iodo são o bócio e o cretinismo. Nas
normal pálida = anemia regiões onde estas disfunções ocorrem, percebe-se tam-
bém a prevalência de alterações mais sutis como, baixo
Disponível em: http://www.mdsaude.com/wp-content/
uploads/2012/05/anemia.jpg
rendimento escolar, aumento da mortalidade perinatal e
infantil e estagnação socioeconômica.
Anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) como a condição na qual o conteúdo de hemoglo-
bina no sangue está abaixo do normal como resultado da
carência de um ou mais nutrientes essenciais, seja qual for
a causa dessa deficiência. As anemias podem ser causa-
das por deficiência de vários nutrientes como Ferro, Zinco,
Vitamina B12 e proteínas. Porém, a Anemia causada por
deficiência de Ferro, denominada Anemia Ferropriva, é
muito mais comum que as demais (estima-se que 90% das
anemias sejam causadas por carência de Ferro).
A anemia ferropriva traz os seguintes efeitos adver-
sos ou consequências: diminuição da produtividade no
trabalho, diminuição da capacidade de aprendizado, re-
tardamento do crescimento, apatia (morbidez), perda
significativa de habilidade cognitiva, baixo peso ao nascer
e mortalidade perinatal. Além disso, pode ser a causa pri-
mária de uma entre cinco mortes de mulheres em traba-
lho de parto ou estar associada a até 50% das mortes.
O Ferro pode ser fornecido ao organismo por alimen-

BIOATP - A QUÍMICA DA VIDA


tos de origem animal e vegetal. O ferro de origem animal
é melhor aproveitado pelo organismo. São melhores fon- Bócio endêmico caracterizado pela hipertrofia da tireoide ocasionada
por falta de iodo na alimentação.
tes de ferro as carnes vermelhas, principalmente fígado
de qualquer animal e outras vísceras (miúdos), como rim Disponível em: http://25.media.tumblr.com/
tumblr_lxnkq27yak1qeo1dvo1_500.jpg
e coração; carnes de aves, peixes e mariscos crus. Ao con-
trário do que muitas pessoas pensam, o leite e o ovo não
são fontes importantes de Ferro. Contudo, no mercado já
existem os leites enriquecidos com Ferro. Entre os alimen-
Carboidrato
tos de origem vegetal, destacam-se como fonte de ferro os
Também chamados de glicídios, glucídios, oses, açúca-
folhosos verde-escuros (exceto espinafre), como agrião,
res ou ainda hidratos de carbono, são moléculas orgânicas
couve, cheiro-verde, taioba; as leguminosas (feijões, fava,
constituídas fundamentalmente por carbono, hidrogênio
grão-de-bico, ervilha, lentilha); grãos integrais ou enri-
e oxigênio.
quecidos; nozes e castanhas, melado de cana, rapadura,
açúcar mascavo. Também existem disponíveis no mercado
Classificação
alimentos enriquecidos com ferro como farinhas de trigo e
milho, cereais matinais, entre outros.
Monossacarídeos
Bócio Endêmico Monossacarídeos são os carboidratos simples que não
O organismo necessita de uma colher de chá de podem ser hidrolisados em carboidratos menores. A fór-
iodo durante toda a vida, porém como o iodo não mula química geral de um monossacarídeo é CnH2nOn, no
pode ser estocado pelo organismo, ele deve ser oferta- qual o valor de n varia de 3 a 7. Assim, surgem os nomes
do em pequenas quantidades e de forma continuada. triose, tetrose, pentose, hexose e heptose.

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Biologia

deficiência na síntese de uma das enzimas (GALT, GALE e/


ou GALE) responsáveis por essa conversão. O resultado
imediato é o acúmulo de metabólitos da galactose no or-
ganismo, que passa a ter níveis circulantes elevados e tó-
xicos, principalmente para o fígado, o cérebro e os olhos.
O tratamento para a galactosemia se dá pela restrição
de galactose e lactose na dieta, açúcares do leite, principal
alimento do bebê, daí a necessidade do diagnóstico pre-
coce, o qual é feito pelo teste do pezinho.

Fórmulas de alguns monossacarídios. Nesses compostos, os átomos Imagem representando o teste do pezinho.
de carbono unem-se formando anéis em forma de pentágonos e de
hexágonos. As fórmulas acima estão simplificadas e não mostram os Disponível em: http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/
átomos de carbono que estão nos vértices do anéis. Image/saude%20da%20crianca/pe.jpg

Os principais são:
Dissacarídeos
Pentose Função
Participa da produção do ácido
A união entre dois monossacarídeos resulta em um
Ribose ribonucleico (RNA), atuando dissacarídeo, formação ocorrida por uma reação do tipo
como matéria-prima. síntese por desidratação chamada de ligação glicosídica.
Participa da produção do ácido
Desoxirribose desoxirribonucleico (DNA)
atuando como matéria-prima.

Hexose Função
É a principal fonte de
energia para os seres vivos, mais
usada na obtenção de energia.
Glicose É fabricada pelos vegetais na
fotossíntese e utilizada por
todos os outros seres vivos na
alimentação.
Frutose Possui função energética
Possui função energética.
Participa da composição de
Galactose
dissacarídeos da lactose, junto
com a glicose.
A galactose tem função energética indireta, ou seja, no
fígado ela é convertida em glicose e, esta sim, ao ser de-
gradada, gera energia para o metabolismo do organismo. Fórmulas dos dissacarídios sacarose e lactose. Quando essas moléculas
Existe, no entanto, uma disfunção que envolve a ina- são hidrolisadas, como ocorre no processo de digestão em nosso
intestino delgado, formam-se glicose frutose (a partir da sacarose)
bilidade de converter a galactose em glicose chamada ga- e glicose galactose (a partir da lactose). Muitas pessoas deixam de
lactosemia. Trata-se de erro inato do metabolismo (de ca- produzir, na fase adulta, a enzima (lactase) responsável pela digestão da
racterística autossômica recessiva) no qual o paciente tem lactose, apresentando certa intolerância ao leite.

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Biologia

Monossacarídeos
Dissacarídeo Função
constituintes

Apresenta função
energética. Está
Sacarose Glicose + frutose presente nos vegetais,
principalmente na cana-
de-açúcar.

Apresenta função LactaseEnzime®: suplementação destinada a pessoas


Lactose Glicose + galactose energética e é o açúcar com intolerância à lactose.
presente no leite. Disponível em: http://vitazen.com.br/wp-content/uploads/2012/04/lactase-
enzyme-Vitazen-Produtos-Naturais.jpg
Apresenta função Polissacarídeos
Maltose Glicose + glicose energética e é encontrada A união de centenas ou mesmo milhares de monos-
em vegetais sacarídeos resulta em um polissacarídeo, sendo, por isso,
chamado de macromolécula.
Os dissacarídeos não são absorvidos pelo organismo,
necessitando primeiro hidrolisá-los, o que é catalisado por Polissacarídeo Função
enzimas como a sacarase, a lactase e a maltase, presentes Participa da composição da parede celular dos
no duodeno. Celulose vegetais e de algumas algas. É o carboidrato mais
Existe, no entanto, uma disfunção que envolve a au- abundante na natureza.
sência ou deficiência de lactase chamada intolerância a Está presente na parede celular de fungos e
lactose. O problema pode ser congênito ou surgir com o Quitina no exoesqueleto dos artrópodes. Possuem
processo de envelhecimento, chegando a atingir 70% dos grupos amina (NH2) em sua cadeia.
adultos brasileiros. Apresenta função de reserva energética das algas
Um simples copo de leite ou um pedaço de queijo pode e plantas. É encontrado principalmente em raízes
Amido
e caules que recebem o nome de tubérculos e
fazer mal para quem tem intolerância à lactose. A pessoa sen- também em sementes.
te náusea, gases, inchaço, diarreia e assadura na região anal.
É o carboidrato de reserva dos animais e dos
Não há tratamento para aumentar a capacidade de Glicogênio fungos. É armazenado nos músculos e no fígado
produzir lactase, mas os sintomas podem ser controlados dos animais.
por meio de dieta e medicamentos.

BIOATP - A QUÍMICA DA VIDA

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Biologia

As camadas de fibras de celulose vistas Marcados em roxo nessa micrografia, de- Coloridos em rosa nessa micrografia de
nessa micrografia eletrônica dão às pare- pósitos de amido têm uma forma granular células hepáticas humanas, os depósitos
des celulares vegetais grande força. no interior das células. de glicogênio têm uma forma granular
pequena.

Polissacarídeos representativos. A celulose, o amido e o glicogênio demonstram níveis diferentes


de ramificação e compactação em polissacarídeos.

Os polissacarídeos, assim como os dissacarídeos, ne- Assim, a celulose, também conhecida por fibra alimen-
cessitam ser digeridos para ser absorvidos. Dos polissaca- tar, passa pelo tubo digestivo até chegar ao intestino gros-
rídeos estudados, o amido é o mais frequente na nossa so, onde participa da constituição das fezes. A presença
alimentação e este é hidrolisado pelas enzimas amilase sa- desta fibra alimentar nas fezes previne a prisão de ventre
livar e amilase pancreática. A celulose por sua vez, apesar e seus problemas decorrentes como doença hemorroida
de também fazer parte da nossa dieta, não é digerida, pois e diverticulite.
não temos a capacidade de produzir a enzima celulase.

Divertículo

Alimentos ricos em fibra alimentar. Lúmen intestinal com um divertículo, que caso sofra inflamação
desencadeia a diverticulite.
Disponível em: http://www.vivaviver.com.br/_resources/files/_modules/article/
article_1021_460x220.jpg Disponível em: https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT__36h
RvitkFjSW9I8REVnqMKOJymp6TZCs_WLNJEu6BKUAGg7

Lipídio
Os lipídios são um grupo diverso quimicamente de hidrocarbonetos. A propriedade que todos compartilham está na
insolubilidade em água, que é devido à presença de muitas ligações covalentes apolares.
Constituição
A maioria dos lipídios é constituída por ácidos graxos e álcool. Portanto, os lipídios são ésteres formados pela união
de seus monômeros. O triglicerídeo, lipídio mais abundante no corpo humano, é constituído por um glicerol (molécula
de álcool) e três ácidos graxos.

Síntese de um Triglicerídeo. Em organismos vivos, a reação que forma triglicerídeo é mais complexa, mas o resultado final está demonstrado aqui.

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Biologia

Classificação
Há uma enorme classe de lipídios entre os quais se en-
contram os carotenoides, pigmentos laranja ou amarelo ab-
sorventes de luz encontrados nas plantas (para realização
da fotossíntese) e nos animais (para síntese de vitamina A).
Por sinal, alguns lipídios são vitaminas, como as vitaminas
A, D, K e E.

Lipídios Simples
São constituídos exclusivamente por ácidos graxos e
alcoóis.

O nome provém do glicerol, álcool de cadeia curta que,


unido a ácidos graxos, forma o glicerídeo, sendo o triglice-
rídeo o principal exemplo.
Quando são sólidos em temperatura ambiente
(20 °C), os triglicerídeos são chamados de gorduras; já
quando são líquidos nas mesmas condições, são chama-
dos de óleos.
As gorduras geralmente são constituídas de ácidos
graxos longos e saturados, ou seja, todas as ligações Ácidos Graxos Saturados e Insaturados.
entre os átomos são simples. Essas moléculas de áci-
dos graxos são relativamente rígidas e lineares, e inte- a) Em ácidos graxos saturados, a cadeia linear permite à molécula
ragem fortemente entre si, o que confere baixa fluidez interagir fortemente entre outras moléculas similares. (b) Em ácidos
e, por isso, são sólidas. graxos insaturados, dobras na cadeia previnem um
Já os óleos são geralmente constituídos de ácidos gra- empacotamento próximo.
xos curtos (menos de oito carbonos) ou insaturados, ou
seja, a cadeia hidrocarbonada contém uma ou mais liga-

BIOATP - A QUÍMICA DA VIDA


ções duplas. Essas insaturações promovem uma dobra na São importantes na reserva energética de animais e
molécula, o que prejudica a interação entre os lipídios, au- vegetais. As gorduras, nas aves e nos mamíferos, funcio-
mentando sua fluidez, e por isso, são líquidos. nam ainda como isolante térmico e na proteção contra
choques mecânicos.
Um caso peculiar são os lipídios cujos ácidos gra-
xos possuem uma ligação dupla, mas na isomeria trans.
Quando isso ocorre, mesmo na presença da ligação dupla,
as moléculas se apresentam lineares com interações for-
tes entre si, logo, sólidas na temperatura ambiente. Estas
são chamadas de gordura trans.
Óleos são de origem vegetal, gorduras de origem ani-
mal, mas, quanto à gordura trans, a sua origem principal
é de um processo chamado hidrogenação incompleta
realizado nas indústrias alimentícias e, por isso, pode
também ser chamada de gordura hidrogenada ou até
mesmo gordura vegetal. Esta é hoje considerada uma
das maiores vilãs da saúde humana por aumentar o mau
colesterol e diminuir o bom colesterol, reforçando a
necessidade de análise dos rótulos de alimentos antes
da compra.

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Biologia

Quando em excesso no sangue, o LDL passa a se de-


As ceras são os exemplares de cerídeos, as quais são positar na parede dos vasos sanguíneos, ocasionando a
formadas por uma ligação éster entre um ácido graxo satu- aterosclerose. Por isso, o colesterol associado à LDL é cha-
rado de cadeia longa e um álcool também de cadeia longa. mado “colesterol ruim”.
O resultado é uma molécula muito longa, com 40 a 60 gru- A HDL capta parte do excesso de colesterol do sangue,
pos CH2. Analise a estrutura da cera dos favos de mel das transportando-o até o fígado, que o excreta na bile. Essas
abelhas: lipoproteínas ajudam, portanto, a eliminar o colesterol do
sangue e, por isso, são chamadas de “colesterol bom”.
Lipídios Esteroides
Os esteroides são uma família de compostos orgânicos
cujos anéis múltiplos compartilham carbonos. O esteroide
colesterol é um importante constituinte das membranas.
A estrutura altamente apolar contribui para a imper- Outros esteroides funcionam como hormônios, sinais quí-
meabilidade da cera à água, tendo, portanto, atuação micos que transportam mensagem de uma parte do corpo
importante nas penas das aves e nas folhas de algumas para outra. A testosterona e os estrogênios são hormô-
árvores. nios esteroides que regulam o desenvolvimento sexual
em vertebrados. O cortisol e os hormônios relacionados
Lipídios Compostos ou Conjugados desempenham muitos papéis regulatórios na digestão de
São constituídos por ácido graxo e álcool, além de um carboidratos e proteínas, na manutenção do balanço de
composto de caráter não lipídico que pode ser, por exem- sal e água e no desenvolvimento sexual.
plo, um radical fosfato, formando, assim, um fosfolipídio, O colesterol é sintetizado no fígado e é o material inicial
principal componente das membranas celulares. A molé- para a produção de testosterona e de outros hormônios
cula de fosfolipídio lembra um palito de fósforo, com uma esteroides, bem como sais bileares que ajudam a emulsi-
“cabeça hidrofílica” formada pelo radical fosfato eletrica- ficar gorduras da dieta, o que permite que possam ser di-
mente carregado e uma “cauda hidrofóbica” formada por geridas. O colesterol é absorvido a partir de alimentos tais
duas cadeias de ácidos graxos sem cargas elétricas. como leite, manteiga e gorduras animais. Um excesso de
colesterol no sangue pode conduzir a sua deposição (junto
com outras substâncias) nas artérias, uma condição que
pode conduzir a arteriosclerose e ataque cardíaco.

Fosfolipídeos formam uma bicamada.

Em um ambiente aquoso, interações hidrofóbicas mantêm as “caudas”


de fósfolipídeos juntas no interior de uma bicamada de fosfolipídeo. As
“cabeças” hidrofílicas estão voltadas para fora em ambos os lados da
bicamada, onde elas interagem com as moléculas de água ao redor.

Esfingolipídio é outro exemplo de lipídio composto


que compõe a bainha de mielina dos neurônios, auxilian-
do na transmissão dos impulsos nervosos.
Lipoproteínas são exemplos ainda mais famosos. Você
certamente já ouviu falar de “mau colesterol” e “bom co-
lesterol”. Essas expressões não se referem à molécula de
colesterol em si, que é sempre a mesma, mas às proteínas
sanguíneas encarregadas do transporte de diversos lipí-
dios, inclusive do colesterol. Essas proteínas associam-se Todos os esteroides possuem a mesma estrutura cíclica.
a lipídios, fomando lipoproteínas, que são conhecidas pe-
las siglas LDL (do inglês Low Density Lipoprotein, lipopro- Os esteroides mostrados na figura acima, muito importantes em
vertebrados, são compostos por uma estrutura de carbono e hidrogênio
teína de baixa densidade) e HDL (do inglês High Density e são altamente hidrofóbicos. No entanto, pequenas variações
Lipoprotein, lipoproteína de alta densidade). químicas, como a presença ou a ausência de grupos metila ou hidroxila,
podem produzir enormes diferenças funcionais.

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Biologia

Vitaminas
Vitamina não é uma classe particular de substâncias, mas a designação de qualquer substância orgânica necessária
em pequeníssima quantidade e que o organismo não consegue produzir.
Muitas vitaminas atuam na ativação de enzimas, assim, na sua ausência, não se forma a enzima ativa corresponden-
te, o que altera o metabolismo.
As fontes naturais das vitaminas são os alimentos e a sua falta resulta em doenças denominadas avitaminoses.

Principais Vitaminas e Sintomas de sua Deficiência

Vitaminas Principal uso no corpo Sintomas de deficiência Principais fontes

Auxilia na oxidação dos carboidratos. Cereais na forma integral e pães,


Estimula o apetite. Mantém o tônus Perda de apetite, fadiga muscular, feijão, fígado, carne de porco,
B1 (Tiamina)
muscular e o bom funcionamento do nervosismo, beribéri. ovos, fermento de padaria,
sistema nervoso. Previne o beribéri. vegetais de folha.

Mantém o tônus nervoso e muscular e o Inércia e falta de energia,


B3 (Niacina ou ácido Levedo de cerveja, carnes
bom funcionamento do sistema digestório. nervosismo extremo, distúrbios
nicotínico) magras, ovos, fígado, leite.
Previne a pelagra. digestivos, pelagra.

Anemia; esterilidade masculina;


Importante na síntese das bases Vegetais verdes, frutas, cereais
na gravidez, predispõe a uma
B9 (Ácido fólico) nitrogenadas e, portanto, da síntese de DNA integrais e bactérias da flora
malformação do feto conhecida
e multiplicação celular. intestinal.
como espinha bífida.

É essencial para a manutenção das Anemia perniciosa; distúrbios Carne, ovos, leite e seus
B12 (Cianocobalamia)
hemácias e para a síntese de nucleotídeos. nervosos. derivados.

Inércia em adultos, insônia


Frutas cítricas (limão, lima,
Mantém a integridade dos vasos sanguíneos e nervosismo em crianças,
laranja), tomate, couve, repolho,
C (Ácido ascórbico) e a saúde dos dentes. Previne infecções e o sangramento das gengivas, dores
outros vegetais de folha,
escorbuto. nas juntas, dentes alterados,
pimentão.
escorbuto.

BIOATP - A QUÍMICA DA VIDA


Necessária para o crescimento normal
Vegetais amarelos (cenoura,
e para o bom funcionamento dos olhos.
Cegueira noturna e xeroftalmia abóbora, batata-doce, milho),
A (Retinol) Participa da proteção da pele e das
(olhos secos). pêssego, nectarina, abricó, gema
mucosas. Previne resfriados e várias
de ovo, manteiga, fígado.
infecções. Evita a “cegueira noturna”.

Atua no metabolismo do cálcio e do fósforo. Problemas nos dentes, ossos


Óleo de fígado de bacalhau,
D (Calciferol) Mantém os ossos e os dentes em bom fracos, contribui para os sintomas
fígado, gema de ovo.*
estado. Previne o raquitismo. da artrite, raquitismo.

Promove a fertilidade. Previne o aborto.


Óleo de germe de trigo, carnes
Atua no sistema nervoso involuntário,
E (Tocoferol) Esterilidade masculina, aborto. magras, laticínios, alface, óleo
no sistema muscular e nos músculos
de amendoim.
involuntários.

Vegetais verdes, tomate,


castanha. É principalmente
Atua na coagulação do sangue. Previne
K (Filoquinona) Hemorragias. produzida pela microbiota,
hemorragias.
bactéria presente no intestino
grosso.

* A vitamina D não é encontrada pronta na maioria dos alimentos; estes contêm, em geral, um precursor que se transforma em vitamina D quando
exposto aos raios ultravioleta da radiação solar.
Quadros em rosa representam as vitaminas hidrossolúveis e aqueles em verde representam as vitaminas lipossolúveis.

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Biologia

Pelagra caracterizada pela despigmentação causada


por falta de vitamina B3.
Raquitismo causado por falta de vitamina D.
Disponível em: https://www.google.com.br/
Disponível em: http://4.bp.blogspot.com/

Ácidos Nucleicos
Tipos de Ácidos Nucleicos
Presentes no núcleo dos eucariotos e dispersos no
hialoplasma dos procariotos, os ácidos nucleicos podem
ser de dois tipos: ácido desoxirribonucleico (DNA) e ácido
ribonucleico (RNA), ambos relacionados ao mecanismo de
Escorbuto causado por falta de vitamina C. controle metabólico celular (funcionamento da célula) e
Disponível em: http://img151.imageshack.us/img151/8049/escorbuto.jpg transmissão hereditária das características.

Composição Molecular dos Ácidos Nucleicos


Ácidos nucleicos são macromoléculas formadas por milhares de moléculas de nucleotídeos, formando a maior das
macromoléculas.
Nucleotídeos
Cada nucleotídeo é formado por grupamento fosfórico (fosfato), glicídio (monossacarídeo/pentose) e uma base
nitrogenada, compondo o material genético contido nas células de todos os seres vivos.
Enquanto o radical fosfato tem uma única constituição (PO4-3), a pentose pode ser de dois tipos (ribose ou desoxirri-
bose) e a base nitrogenada pode ser de cinco tipos (adenina, guanina, citosina, timina ou uracila).

Componentes dos ácidos nucleicos. O açúcar desoxirribose e a base nitrogenada timina ocorrem exclusivamente no DNA. O açúcar ribose e a base
uracila, por sua vez, são exclusivos do RNA. Os demais componentes são comuns ao DNA e ao RNA.

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Biologia

União entre Nucleotídeos


Quando os nucleotídeos se polimerizam, o carbono 5’ da
pentose de um nucleotídeo reage com o grupo fosfato de
outro, realizando uma reação chamada ligação fosfodiéster.

Dupla fita da molécula de DNA. Repare que as fitas se


apresentam em sentidos opostos. Por isso, se diz que a
molécula de DNA encontra-se antiparalela.

Diferenças entre o DNA e o RNA Proteínas


Além do peso molecular, relativa à quantidade de nu- As proteínas constituem 10 a 15% da constituição dos
cleotídeos (tamanho da molécula), existem outras dife-
renças estruturais, como: seres vivos, só perdendo para a água em quantidade. Dos
• a pentose, que no DNA é a desoxirribose e, no RNA, compostos orgânicos, equivalem a cerca de 72% da bio-
a ribose. massa sendo, disparada, a substância mais prevalente.
• a diferença das bases nitrogenadas: púricas (bases

BIOATP - A QUÍMICA DA VIDA


com dois anéis de nitrogênios e carbonos) e pirimídi- Composição Molecular das Proteínas
cas (bases com um anel de nitrogênios e carbonos): Proteínas são macromoléculas formadas por dezenas,
centenas ou milhares de moléculas de aminoácidos.
(timina e citosina);
Aminoácidos
(uracila e citosina). São 20 aminoácidos comumente encontrados nas pro-
• a duplicidade complementar (fita dupla) observada
no DNA diferenciada da unicidade (fita única/sim- teínas que apresentam um esqueleto comum: um carbo-
ples) do RNA. no central chamado carbono-alfa associado a um grupo
amina (NH2), a um átomo de hidrogênio e a um grupo car-
Pareamento de Bases Nitrogenadas
boxila (COOH); a quarta ligação do carbono central é feita
Quando pareadas, as bases nitrogenadas apresentam
especificidade, sendo que guanina e citosina formam pa- com um radical (R), que varia nos diferentes aminoácidos,
res seja no DNA ou no RNA. A sua união se dá por três caracterizando-os.
ligações de hidrogênio. A adenina está pareada à timina
quando referente à molécula de DNA, mas à uracila, quan-
do referente à molécula de RNA. Desta vez, a união se dá
por apenas duas ligações de hidrogênio.
Pelo fato do DNA ser moléculas com dupla fita, a quan-
tidade de adeninas é a mesma de timinas, assim como a
quantidade de guaninas é a mesma de citosinas. Exemplo:
se uma moléula de DNA tem 10% de A, pode-se dizer que
haverão 10% de T. Os demais 80% das bases nitrogenadas
serão igualmente distribuídas entre G e C. Logo haverão
40% de G e 40% de C.

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Biologia

União entre os Aminoácidos Estruturas das Proteínas


Quando os aminoácidos se polimerizam, o grupo car-
boxila de um aminoácido reage com o grupo amina de ou- Existem quatro níveis da estrutura de proteínas, cha-
tro, sofrendo uma reação de condensação que forma uma madas primária, secundária, terciária e quaternária.
ligação covalente chamada ligação peptídica.
A estrutura primária é a sequência precisa e única de
aminoácidos em um polipeptídeo. As estruturas secundá-
rias de muitas proteínas diferentes podem ser bastante
similares, podendo se apresentar na forma de
ou , ambas formas sustentadas por li-
gações de hidrogênio.
A estrutura terciária de uma proteína é formada pela
sua curvatura e dobramento em pontos específicos, en-
quanto que a estrutura quaternária consiste de subunida-
des de cadeias polipeptídicas.
Em geral, as proteínas na estrutura primária evoluem
para a secundária e, em seguida, para a terciária. Apenas
algumas avançam ainda para a quaternária. São nestes
dois últimos estágios que a proteína ganha capacidade
funcional.
Formação das Ligações Peptídicas. Em organismos vivos, a reação conduzindo
a uma ligação peptídica tem muitos passos intermediários, mas os reagentes e
os produtos são os mesmos, como demonstrado nesse diagrama simplificado.

Estrutura primária
Os monômeros de aminoácidos estão
associados pelo “esqueleto” de ligações
peptídicas, formando cadeias polipeptídicas.

Ligação peptídica

a)
Estrutura secundária
Cedeias polipeptídicas podem formar ... ou folhas
- hélices... pregueadas.

b) - hélices c) folhas pregueadas


Estrutura quaternária
Estrutura terciária
Polipeptídeos dobram, produzindo Dois ou mais polipeptídeos reúnem-se para formar moléculas
formas específicas. As dobras são protéticas maiores. A molécula hipotética aqui é um tetrâmero,
estabelecidas por ligações, incluindo constituído de quatro subunidades polipeptídicas.
pontes de hidrogênio e dissulfeto. Subunidade 1 Subunidade 2

Pontes de hidrogênio
Pontes dissulfeto

d)
e) Subunidade 3 Subunidade 4

Os Quatro Níveis de Estrutura das Proteínas. As estruturas secundária, terciária e quaternária surgem a partir da estrutura primária da proteína.

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Biologia

Desnaturação Enzimas
As estruturas terciárias e quaternárias de uma pro- De particular importância são as proteínas chamadas
teína são sustentadas por ligações dissulfeto, interações enzimas, que aumentam as velocidades das reações quí-
hidrofóbicas e/ou interações iônicas, sendo estas duas úl- micas nas células, uma função conhecia com catálise. Em
timas relativamente fracas. geral, cada reação exige uma enzima diferente, porque as
Assim, aumento da temperatura, alteração do pH do proteínas demonstram grande especificidade pelos seus
meio e da concentração de sais, além de adição de solven- substratos com que interagem. Outras duas propriedades
tes orgânicos podem romper estas ligações, fazendo com das enzimas são a existência de um sítio ativo ou centro
que suas moléculas se desenrolem e percam a configura- ativo (região que se liga ao substrato), sua capacidade de
ção original. ser reaproveitável e também inibida.
A alteração da estrutura espacial de uma proteína é
chamada de desnaturação e é acompanhada da perda da
função proteica.

Muitas doenças humanas são decorrentes da incapaci-


dade inata de uma pessoa produzir determinada enzima.
A fenilcetonúria, por exemplo, é uma doença em que a
pessoa afetada não produz a enzima necessária à trans-
formação do aminoácido fenilalanina em tirosina. Nessa
situação, a fenilalanina acumulada leva a danos cerebrais,
principalmente na infância. Os piores efeitos da fenilce-
tonúria podem ser evitados se a doença for diagnostica-
da prematuramente, o que pode ser feito pelo teste do

BIOATP - A QUÍMICA DA VIDA


pezinho, e se o portador for submetido a uma dieta com
quantidades mínimas de fenilalanina.

Desnutrição
Proteico-Calórica

A desnutrição proteico-calórica é causada por uma in-


gestão inadequada de calorias, resultando em uma defici-
ência de proteínas e micronutrientes (nutrientes necessá-
rios em quantidades pequenas, como vitaminas e alguns
Curvas de atividade de diferentes enzimas em condições de
temperatura (gráfico A) e pH diversos (gráfico B). Note que cada enzima minerais).
tem uma temperatura e um grau de acidez (pH) ótimos, em que sua Há três tipos de desnutrição proteico-calórica: seca (a
atividade é máxima. pessoa está magra e desidratada), molhada (a pessoa está
inchada por causa de retenção de líquidos) e ainda um
Funções tipo intermediário.
O tipo seco, chamado marasmo, é resultante da fome
As proteínas estão envolvidas no suporte estrutural, quase total. A criança que tem marasmo ingere muito
na proteção, na catálise, no transporte, na defesa, na re- pouca comida, frequentemente porque a mãe não pode
gulação e no movimento. Somente as funções de armaze- amamentar e é extremamente magra devido à perda de
namento de energia e a hereditariedade não são normal- músculo e gordura corporal. Quase invariavelmente, de-
mente realizadas pelas proteínas. senvolve alguma infecção.

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Biologia

Até 40% das crianças que têm desnutrição proteico-


-calórica morrem. A morte durante os primeiros dias de
tratamento normalmente é causada por um desequilíbrio
eletrolítico, uma infecção, hipotermia ou parada cardíaca.
A recuperação é mais rápida no kwashiorkor do que
no marasmo.
Os efeitos da desnutrição em longo prazo na infância
são desconhecidos. Quando as crianças são tratadas ade-
quadamente, o fígado e o sistema imunológico se recu-
peram completamente. Porém, em algumas crianças, a
absorção intestinal de nutrientes permanece comprome-
tida. O grau de prejuízo mental está relacionado a quan-
to tempo uma criança ficou subnutrida, quão severa foi a
Criança com marasmo. desnutrição e com que idade começou.
Disponível em: http://f.i.uol.com.br/folha/mundo/images/11248277.jpeg
A Química dos Alimentos
O tipo molhado é chamado kwashiorkor, uma palavra
africana que significa “primeira criança-segunda criança”.
e a Obesidade
Vem da observação de que a primeira criança desenvolve Carboidratos, lipídios ou proteínas: qual deles é cul-
kwashiorkor quando a segunda criança nasce e substitui a pado pela epidemia da obesidade? Qual tipo de alimento
primeira criança no peito da mãe. A primeira criança, des- deve-se evitar na prevenção da obesidade?
mamada, passa a ser alimentada com uma sopa de aveia
que tem baixa qualidade nutricional comparada com o lei-
te da mãe, assim a criança não se desenvolve. A deficiên-
cia de proteína no kwashiorkor é normalmente mais signi-
ficativa que a deficiência calórica, resultando em retenção
fluida (edema), doença de pele, e descoloração do cabelo.
Como as crianças desenvolvem kwashiorkor depois que
são desmamadas, elas são geralmente mais velhas do que
as que tem marasmo.
A deficiência de proteína prejudica o crescimento do Disponível em: http://www.liberoalimentos.com.br/wp-content/
corpo, a imunidade, a cicatrização e a produção de enzimas uploads/2013/01/gordura.jpg
e hormônios. Tanto no marasmo quanto no kwashiorkor,
Até o início da década de 90, a sociedade encarava a
a diarreia é comum.
obesidade apenas como um distúrbio comportamental:
O desenvolvimento comportamental pode ser extre- pessoas com sobrepeso não tinham força de vontade e
mamente atrasado na criança severamente subnutrida autocontrole. Desde então, a visão mudou, pelo menos,
e pode acontecer retardamento mental. Normalmente, na comunidade científica.
uma criança que tem marasmo é mais severamente afe-
Cientistas descobriram que humanos secretam lep-
tada do que uma criança mais velha que tem kwashiorkor.
tina, hormônio produzido pelas células adiposas, após a
refeição para suprimir o apetite e evitar excessos. No en-
tanto, existe um defeito genético em alguns obesos que
resulta na deficiência na produção de leptina ou na capa-
cidade de responder à leptina, resultando em um apetite
insaciável, logo à obesidade.
Entretanto, considerar a obesidade um distúrbio hor-
monal é um raciocínio simplista, mesmo porque um nú-
mero pequeno de obesos exibe deficiência genética de
hormônios relacionados ao apetite, como a leptina e a
insulina, substância cada vez mais em ênfase quando o
assunto é obesidade.
Criança com kwashiorkor. A insulina é produzida em resposta à glicose. Quando a
Disponível em: http://1.bp.blogspot.com/-DjhsDXT4cPQ/ULjnY5bIJwI/
quantidade deste glicídio aumenta no sangue, como ocor-
AAAAAAAAAPg/yn1P-hx6AZ4/s320/malnutrition.jpg re depois de uma refeição rica em carboidratos, o pâncre-

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Biologia

as produz mais insulina, que funciona para impedir que


o nível de glicose no sangue fique perigosamente alto. A
insulina instrui os músculos, órgãos e até os adipócitos, a
absorver e utilizar a glicose como combustível. A insulina
também induz células adiposas a armazenar gordura, in-
clusive a da refeição, para utilização posterior. Enquanto
os níveis de insulina permanecem elevados, os adipócitos
1. Algumas reações fragmentam moléculas orgânicas
retêm gordura e as outras células preferem queimar glico-
complexas e ricas em energia originando moléculas
se (e não gordura) para obter energia. mais simples e pobres em energia como dióxido de
carbono, água e amônia. O conjunto dessas reações
caracteriza
(A) o anabolismo como o processo básico.
(B) o catabolismo como o processo básico.
(C) o catabolismo como síntese de moléculas variadas.
(D) a homeostase como o processo de fragmentação
de moléculas.
(E) a homeostase como o processo de síntese de mo-
léculas simples.
2. A importância da água para os seres vivos relaciona-se
às suas propriedades físicas e químicas que permitem
o bom funcionamento dos organismos. Não se pode
atribuir à água a função de
Desequilíbrio Hormonal
(A) servir como meio para as reações químicas
A hipótese alternativa se concentra na complexa regulagem fisiológica celulares.
de células de gordura (adiposas). O consumo de carboidratos aumenta (B) absorver calor dos organismos, agindo como
os níveis de açúcar (glicose) no sangue, que ativa a liberação do
hormônio insulina. As células adiposas reagem à insulina ao manter
regulador térmico.
seus depósitos de gorduras e até adicionarem mais gorduras a eles. O (C) evitar variações bruscas de temperatura do corpo
ganho de peso ocorre quando os níveis de insulina, estimulados pela dos seres vivos.
ingestão de carboidratos, permanecem elevados por longos períodos.
(D) formar os envoltórios rígidos das células vegetais
com a função estrutural.
As principais fontes alimentares de glicose são amidos,
grãos e açúcares. Quanto mais fácil de digerir forem os 3. A água apresenta inúmeras propriedades que são
carboidratos, maior e mais rápida é a elevação da quan-

BIOATP - A QUÍMICA DA VIDA


fundamentais para os seres vivos. Qual, dentre as ca-
tidade de glicose no sangue. Desse modo, uma dieta com racterísticas a seguir relacionadas, é uma propriedade
grande quantidade desses alimentos provocará uma pro- da água de importância fundamental para os sistemas
dução maior de insulina, o que determina acúmulo de gor- biológicos?
dura nos adipócitos em vez de ser utilizada como energia (A) Possui baixo calor específico, pois sua temperatu-
para o corpo, podendo levar à obesidade. ra varia com muita facilidade.
(B) Suas moléculas são formadas por hidrogênios de
Com intuito de impedir esse processo, devem-se evitar disposição espacial linear.
os doces e as massas que aumentam os níveis de insulina.
(C) Seu ponto de ebulição é entre 0 e 100 °C.
Outra dica é ingestão de fibras e lipídios (neste caso, dan-
(D) É um solvente limitado, pois não é capaz de se
do preferência aos insaturados), que retardam o processo misturar com muitas substâncias.
de absorção de glicose.
(E) Possui alta capacidade térmica e é solvente de
Toda esta relação de hormônios com a obesidade é muitas substâncias.
chamada de hipótese hormonal e implica afirmar que as
atuais epidemias globais de obesidade e diabetes tipo 2 4. Recentes descobertas sobre Marte, feitas pela NASA,
sugerem que o Planeta Vermelho pode ter tido vida
são impulsionadas, em boa parte, pelos grãos e açúcares
no passado. Esta hipótese está baseada em indícios
em nossas dietas, tirando a culpa das refeições supercaló-
(A) da existência de esporos no subsolo marciano.
ricas como bacon e queijos gordos.
(B) da presença de uma grande quantidade de oxigê-
Como ainda é uma hipótese, aconselha-se seguir a re- nio em sua atmosfera.
gra mais famosa: comer de três em três horas, variar o
(C) de marcas deixadas na areia por seres vivos.
máximo em cada refeição (refeição colorida), realizar exer-
cícios físicos regulamente, tudo isso acompanhado de boa (D) da existência de água líquida no passado.
qualidade de vida. É melhor não arriscar! (E) de sinais de rádio oriundos do planeta.

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Biologia

5. Um ser humano adulto tem de 40 a 60% de sua massa 8. Uma indicação médica para um paciente que apresen-
corpórea constituída por água. A maior parte dessa ta anemia ferropriva, ou seja, deficiência de ferro, é o
água encontra-se localizada consumo diário de carnes e verduras verde-escuras na
(A) no meio intracelular. alimentação.
(B) no líquido linfático. Sobre a função dos macronutrientes, é correto
afirmar que
(C) nas secreções glandulares e intestinais.
(A) o ferro é essencial para o correto funcionamento
(D) na saliva. do transporte de CO2 em organismos humanos
(E) no plasma sanguíneo. por fazer parte da molécula de hemoglobina.
(B) o ferro é um macronutriente essencial ao desen-
6. Além de fazer parte da constituição dos organismos volvimento das plantas por fazer parte da molé-
vivos, a água apresenta outras características impor- cula de clorofila.
tantes, que são vitais à manutenção dos ecossistemas (C) há presença de ferro na carne branca; portanto,
do planeta. a carne de frango também é indicada para suprir
Com relação às características da água, assinale a al- necessidades de ferro.
ternativa correta. (D) o ferro é o responsável pela coloração vermelho-
(A) Na Terra, a água pode ser encontrada somente -escura da carne bovina, sendo esta a única carne
em dois estados físicos: líquido (água salgada e capaz de suprir as necessidades de ferro.
doce) e sólido (geleiras, neve e icebergs). 9. Os sais minerais, encontrados nos mais variados ali-
(B) Ao resfriar, a partir de 4 °C, a água diminui sua mentos, desempenham função importante na saúde
densidade, solidificando, por exemplo, em lagos e do homem, podendo estar dissolvidos na forma de
mares, apenas na superfície. Isso contribui para a íons nos líquidos corporais, formando cristais encon-
manutenção da vida em regiões de alta latitude. trados no esqueleto, ou ainda combinados com molé-
(C) A temperatura da água do mar não varia com a culas orgânicas.
profundidade e a latitude, o que garante a forma- A alternativa que relaciona corretamente o sal mine-
ção de corais. ral com sua função no organismo é:
(D) Na formação das geleiras, a molécula de água ga- (A) K - participa dos hormônios da tireoide.
nha mais um átomo de hidrogênio. (B) F - constitui, juntamente com o Ca, o tecido ósseo
(E) Devido principalmente à sublimação, a água ar- e os dentes.
mazena e libera energia para o ambiente, influen- (C) P - participa da constituição da hemoglobina,
ciando no clima da região em que se encontra. proteína encontrada nas hemácias.
(D) C - fortalece os ossos e os dentes e previne
7. Os sais minerais são essenciais em uma alimentação as cáries.
saudável, pois exercem várias funções reguladoras no (E) Ca - auxilia na coagulação sanguínea.
corpo humano. Sobre esse assunto, faça a correspon- 10. Observe esta figura, em que está representada uma
dência entre as colunas apresentadas abaixo. cultura hidropônica:
1. Ferro
2. Sódio
3. Cálcio
4. Fósforo
5. Potássio
( ) Equilíbrio osmótico celular.
( ) Essencial à coagulação sanguínea.
( ) Transferência energética durante reações meta-
bólicas celulares.
( ) Componente da mioglobina e enzimas respiratórias. Considerando-se as informações fornecidas por essa
( ) Contração muscular e condução de impulsos ner- figura e outros conhecimentos sobre o assunto, é
vosos. CORRETO afirmar que a solução nutritiva presente em
I deve conter
A sequência correta é: (A) ácidos graxos, que serão utilizados na composição
(A) 2, 3, 4, 1, 5. de membranas celulares.
(B) 3, 2, 4, 5, 1. (B) glicose, que será utilizada como fonte de energia.
(C) nitratos, que serão utilizados na síntese de ami-
(C) 5, 1, 3, 2, 4. noácidos.
(D) 1, 4, 3, 5, 2. (D) proteínas, que serão utilizadas na síntese da clo-
(E) 2, 4, 3, 5, 1. rofila.

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Biologia

11. Na composição química das células, os íons são tão Com o passar do tempo, cada família produzia a sua
importantes que pequenas variações na sua porcen- própria bebida. A expansão da produção se deu com o
tagem modificam profundamente a dinâmica celular. Império Romano. E foram os gauleses que cunharam
Associa-se corretamente, o íon à sua respectiva fun- o nome atualmente usado, denominando essa bebida
ção em: de cevada de “cerevisia”, ou “cervisia”, em homena-
(A) potássio respiração celular. gem a Ceres, deusa da agricultura e da fertilidade. Na
Idade Média, os conventos assumiram a fabricação da
(B) magnésio condução nervosa.
cerveja, e os monges reproduziram em manuscritos a
(C) ferro processo fotossintético. técnica de fabricação. Artesãos, pequenas fábricas e,
(D) fosfato transferência de energia. por fim, grandes indústrias trouxeram, de então, esse
nobre líquido aos dias atuais.
12. Bebidas de diversas marcas chamadas de energético
Elaborado com base em informações obtidas em
possuem substâncias estimulantes como a taurina e http:// www.brejas.com.br.
a cafeína. A cafeína também está presente em vários
refrigerantes, como, por exemplo, os de cola. O qua- Na fabricação da cerveja, a fermentação transforma
dro abaixo mostra alguns valores da concentração de o açúcar do cereal em álcool. O mesmo processo é
algumas substâncias presentes em duas marcas de usado no preparo da massa de bolos e pães, na qual
energéticos e em dois refrigerantes de cola. Os valo- onde os fermentos consomem o açúcar da farinha e
res em gramas, referentes a porções de 200 ml, são liberam o gás carbônico, que aumenta o volume da
todos hipotéticos, assim como as bebidas. massa. Esse açúcar é ______ que deriva do amido,
um ______, sintetizado por ______ como reserva
Bebida Carboidrato Sódio Cafeína energética.
Energético 1 18,4 100 500
(A) a glicose – polissacarídeo – vegetais
Energético 2 20 60 350
(B) a glicose – polipeptídeo – fungos e plantas
Refrigerante de cola 21 28 3
(C) o glicogênio – polissacarídeo – fungos e plantas
Refrigerante de cola dietético 0 100 3
(D) o glicogênio – polipeptídeo – fungos e plantas
Se colocarmos as bebidas em ordem da que confere (E) o glicogênio – polissacarídeo – vegetais
mais energia para a que confere menos energia, tere-
mos 14. A composição do leite de cada espécie de mamífero
(A) refrigerante de cola, energético 2, energético 1, é adequada às necessidades do respectivo filhote. O
refrigerante de cola dietético. gráfico a seguir apresenta a composição do leite hu-
mano e do leite de uma espécie de macaco.
(B) energético 1, energético 2, refrigerante de cola,
refrigerante de cola dietético.
(C) energético 2, energético 1, refrigerante de cola,
refrigerante de cola dietético.
(D) refrigerante de cola dietético, refrigerante de
cola, energético 2, energético 1.

13. Há evidências de que a prática da cervejaria originou-


-se há mais de 5 mil anos na região da Mesopotâmia,
onde a cevada cresce em estado selvagem. Gravuras,
Considere dois filhotes de macaco: um alimentado
inscrições, poemas e registros arqueológicos des-
com leite de macaco e o outro com o mesmo volume
te período sugerem o uso da cerveja. Outros docu-
de leite humano.
mentos históricos mostram, em 2100 a.C., sumérios
alegrando-se com uma bebida fermentada, obtida de A partir da análise do gráfico, pode-se dizer que o fi-
cereais. Mais tarde, a cerveja passou a ser produzida lhote de macaco que for alimentado com o mesmo
por padeiros, devido à natureza dos ingredientes que volume de leite humano provavelmente apresentará
utilizavam: leveduras e grãos de cereais. A cevada era
(A) deformidades ósseas.
deixada de molho até germinar e, então, moída e mol-
dada em bolos, aos quais se adicionava a levedura. Os (B) carência energética.
bolos, após parcialmente assados e desfeitos, eram (C) menor crescimento.
colocados em jarras com água e deixados fermentar. (D) diarreias frequentes.

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Biologia

15. Durante a caminhada dos escoteiros, o gasto energéti- 20. O uso de óleos vegetais na preparação de alimentos
co foi grande. Estavam avisados de que o passeio seria é recomendado para ajudar a manter baixo o nível de
cansativo, por isso muitos levaram barrinhas de cere- colesterol no sangue. Isso ocorre porque esses óleos
ais, mas alguns não tinham levado nada e precisaram (A) têm pouca quantidade de glicerol.
utilizar suas próprias reservas de energia. Essa reserva
estava armazenada em seu organismo, na forma de (B) são pouco absorvidos no intestino.
(C) são pobres em ácidos graxos saturados.
(D) têm baixa solubilidade no líquido extracelular.
(C) esteroide.
21. Os seres humanos são animais e, portanto, heterotró-
16. A restrição excessiva de ingestão de colesterol pode ficos. Ou seja, sua fonte de energia vem da alimenta-
levar a uma redução da quantidade de testosterona ção. Ainda assim, do ponto de vista nutricional, preci-
no sangue de um homem. Isso se deve ao fato de que samos do sol, pois
o colesterol
(A) o retinol, de extrema importância para a pele e
(A) é fonte de energia para as células que sintetizam seus anexos, é convertido em vitamina D pelos
esse hormônio. raios UV.
(B) é um lipídio necessário para a maturação dos esper- (B) a ativação da melanina é fundamental para a ob-
matozoides, células produtoras desse hormônio. tenção de vitamina D.
(C) é um esteroide e é a partir dele que a testostero-
(C) os raios solares são importantes na obtenção de
na é sintetizada.
vitamina E.
(D) é responsável pelo transporte da testosterona até
o sangue. (D) os alimentos fornecem provitaminas D, que preci-
(E) é necessário para a absorção das moléculas que sam ser convertidas em calciferol pela luz solar.
compõem a testosterona. 22. Leia o trecho transcrito da entrevista intitulada “Fome
17. Os lipídios são substâncias insolúveis em água e so- oculta”, realizada por Maria Fernanda Elias Llanos, com
lúveis em solventes orgânicos que desempenham di- a Professora Dra. Andréa Ramalho, da UFRJ, que se en-
versas funções nos seres vivos. Um dos importantes contra na Revista NestIé. Bio – págs. 4-9, maio de 2011.
papéis dos lipídios nos seres vivos é
(A) atuar como catalisadores biológicos. Segundo o Dr. Jacques Diouf diretor-geral da FAO (Food
and Agriculture Organization of the United Nations), a
(B) servir como fonte de reserva energética. fome permanece a maior tragédia e o maior escândalo
(C) formar proteínas celulares. do mundo, sendo que o número de pessoas subnutridas
(D) garantir a solubilidade dos outros compostos em encontra-se inaceitavelmente alto. A carência de mi-
água. cronutrientes, conhecida como fome oculta, afeta cerca
(E) conter as informações genéticas dos seres vivos. de um terço da população mundial e está relacionada
principalmente à deficiência de ferro, zinco, iodo e vita-
18. São substâncias do grupo dos lipídios: mina A. (...) No Brasil, as deficiências mais significativas
(A) colesterol, cera, glicogênio, glicídeos. são as de ferro e vitamina A.
(B) fosfatídeos, glicogênio, colesterol, celulose.
(C) amido, glicogênio, ceras, glicérides. Agora, analise as proposições que seguem:
(D) fosfolipídios, glicerídeos, ceras, colesterol. I. A vitamina A, encontrada em vegetais verdes e
(E) glicogênio, colesterol, ceras, glicerídeos. amarelos, frutas amarelas e alaranjadas, gema de
ovo, leite e derivados, é necessária à manutenção
19. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes da integridade da pele, dos epitélios respiratório,
considerações sobre o colesterol, um lipídio do grupo intestinal e urinário, além de atuar na síntese de
dos esteroides. pigmentos da retina.
( ) Ele participa da composição da membrana plas-
mática das células animais. II. No Brasil, a deficiência de iodo não é significati-
va, visto que o país já obrigou, por força de lei, a
( ) Ele é sintetizado no pâncreas, degradado no fíga-
adição de iodo ao sal de cozinha. A carência deste
do e excretado na forma de sais biliares.
oligoelemento gera o hipertireoidismo.
( ) Ele é precursor dos hormônios sexuais masculino
e feminino. lII. O ferro pode ser obtido a partir da ingestão de
leguminosas, vegetais verde-escuros, fígado e
( ) Ele é precursor da vitamina B.
carnes; assim, feijão com arroz, salada de alface
( ) As formas de colesterol HDL e LDL são determi- com rúcula e bife é um bom caminho para evitar
nadas pelo tipo de lipoproteína que transporta o a carência deste micromineral, indispensável na
colesterol. constituição da hemoglobina e mioglobina.
A sequência correta de preenchimento dos parênte-
ses, de cima para baixo, é Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões)

(B) F - V - F - F - V.
(C) V - V - F - V - F. (C) I, II e III.

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23. Não contribuem para o nosso bem-estar: pular refei- 25. Nos supermercados, encontramos diversos alimen-
ções, comer alimentos ricos em gorduras e consumir tos, enriquecidos com vitaminas e sais minerais. Esses
alimentos industrializados em excesso. Esses hábitos alimentos têm como objetivo a suplementação de nu-
diminuem o consumo de nutrientes necessários ao trientes necessários ao metabolismo e ao desenvolvi-
bom funcionamento do organismo resultando, assim, mento do indivíduo.
no aparecimento de vários tipos de doenças. Com base nessas informações e nos conhecimentos so-
Sobre alguns dos nutrientes essenciais ao nosso orga- bre nutrição e saúde, considere as afirmativas a seguir.
nismo, é válido afirmar que I. A vitamina A está envolvida na produção de hor-
(A) a vitamina E é importante na proteção dos vasos mônios e associada à exposição solar.
sanguíneos contra as hemorragias. II. A falta de vitamina C pode levar aos sintomas de
(B) a vitamina C atua na coagulação do sangue e na fraqueza e sangramento das gengivas, avitamino-
formação dos glóbulos vermelhos. se denominada escorbuto.
(C) o zinco previne a ocorrência do bócio ou papo de- III. O cálcio tem importância para a contração mus-
vido ao mau funcionamento da glândula tireoide. cular e a coagulação do sangue.
(D) a vitamina A desempenha importante papel na IV. O ferro faz parte da molécula de hemoglobina,
manutenção de uma boa visão e participa da pro- prevenindo a ocorrência de anemia.
teção da pele e das mucosas. Assinale a alternativa correta.
(E) as gorduras do tipo Ômega 3 e Ômega 6 reduzem (A) Somente as afirmativas I e II são corretas.
o colesterol ruim, responsável pela formação de (B) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
cálculos renais.
(C) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
24. Até algum tempo atrás, os cientistas acreditavam que a (D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
pele negra havia evoluído para evitar cânceres de pele,
(E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
pois a melanina absorve os raios ultravioleta do Sol. Mas
essa teoria esbarrava no fato de que esse tipo de câncer 26. Nos ácidos nucleicos, encontram-se bases nitroge-
costuma surgir em idade avançada, depois que as pes- nadas formando pares de relativas especificidades.
soas já tiveram filhos e, portanto, dificilmente alteraria Ao se analisar o DNA de uma determinada bactéria,
a evolução. Estudos publicados em 1991 revelaram que encontram-se 38% de bases Citosina (C). Que percen-
pessoas de pele clara expostas à forte luz solar tinham tuais de bases Adenina (A), Guanina (G) e Timina (T)
níveis muito baixos da vitamina folato, cuja deficiência são esperados, respectivamente?
em mulheres grávidas podia levar à má formação de
coluna vertebral em seus filhos. Sabemos ainda que o
folato é fundamental na síntese de DNA e RNA.
(C) 38%, 12%, 12%.
Enquanto os humanos modernos estavam restritos à
África, a pele escura funcionava bem para todos. 27. Com relação ao DNA e ao RNA, é correto afirmar o
seguinte:
A partir de 100 mil anos atrás, os homens modernos (A) Ambos são dupla fita em todos os seres vivos.
migraram para Ásia, Oceania, Europa e, há pelo me- (B) Ambos são constituídos de ribonucleotídeos.
nos 15 mil anos, para a América. Nas regiões onde a (C) Ambos são polímeros de nucleotídeos.
pele humana recebia menores índices de radiação, a
pele negra passou a representar um bloqueador dos (D) Ambos contêm a base U, uracila.
raios ultravioletas necessários para iniciar a formação (E) Ambos contêm a base T, timina.
de vitamina D. 28. Os ácidos nucleicos são polímeros que atuam no ar-
Sabendo que a cor da pele humana é uma herança mazenamento, na transmissão e no uso da informa-
autossômica quantitativa e que a produção de mela- ção genética.
nina pode, em alguma extensão, ser influenciada pela Com base na estrutura e função destes polímeros, assina-
exposição ao Sol, é correto afirmar, EXCETO: le com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo.
(A) Nas mesmas condições, indivíduos de pele escura ( ) Seus monômeros são denominados nucleotídeos.
poderiam ser mais afetados pelo raquitismo do ( ) Seus monômeros estão unidos por meio de liga-
que aqueles de pele clara. ções fosfodiésteres.
(B) Homens de pele clara, quando muito expostos à ( ) Suas bases nitrogenadas estão diretamente liga-
luz solar, podem ter reduzida a sua produção de das aos fosfatos.
espermatozoides. ( ) Suas bases nitrogenadas podem ser púricas ou pi-
(C) Nas regiões equatoriais, ter pele mais escura é rimídicas.
sempre mais vantajoso do ponto de vista adapta- A sequência correta de preenchimento dos parênte-
tivo do que ter pele mais clara. ses, de cima para baixo, é
(D) O tipo de nutrição dos homens durante sua
evolução pode ter tido influência na seleção da (B) V – F – V – F.
cor da pele. (C) F – V – V – F.

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29. Analise o quadro abaixo: 31. Considere as afirmações abaixo relativas aos efeitos
da elevação da temperatura no funcionamento das
Bases Tipo de reações enzimáticas:
Ácido nucleico Nº de fitas
nitrogenadas açúcar
I. A elevação da temperatura, muito acima de sua
DNA (1) (3) (5) temperatura ótima, pode reduzir a atividade de
uma enzima.
RNA (2) (4) (6)
II. A elevação da temperatura pode desnaturar uma
enzima.
Assinale a alternativa correta em relação à correspon-
dência entre o número indicado no quadro acima e a III. Todas as enzimas têm a mesma temperatura ótima.
característica correspondente do ácido nucleico DNA IV. Algumas enzimas são estáveis no ponto de ebuli-
ou RNA, respectivamente: ção da água.
Estão corretas:
(A) (1) duas, (2) uma, (3) Adenina, Citosina, Guanina,
(A) I, II e IV, apenas.
Timina e Uracila, (4) Adenina, Citosina, Guanina,
Timina e Uracila, (5) desoxirribose, (6) ribose. (B) I, II e III, apenas.
(B) (1) duas, (2) uma, (3) Uracila, (4) Timina, (5) deso- (C) II, III e IV, apenas.
xirribose, (6) ribose. (D) II e IV, apenas.
(C) (1) duas, (2) uma, (3) Adenina, Citosina, Guanina (E) todas as afirmações.
e Timina, (4) Adenina, Citosina, Guanina e Uracila, 32. As enzimas são moléculas de proteínas que funcio-
(5) desoxirribose, (6) ribose. nam como efetivos catalisadores biológicos. A sua
(D) (1) duas, (2) uma, (3) Adenina, Citosina, Guanina presença nos seres vivos é essencial para viabilizar as
e Timina, (4) Adenina, Citosina, Guanina e Uracila, reações químicas, as quais, em sua ausência, seriam
(5) ribose, (6) desoxirribose. extremamente lentas ou até mesmo não ocorreriam.
(E) (1) uma, (2) duas, (3) Adenina, Citosina, Guanina Considerando-se as propriedades desses biocatalisa-
e Uracila, (4) Adenina, Citosina, Guanina e Timina, dores, constata-se o seguinte:
(5) desoxirribose, (6) ribose. (A) a mioglobina presente nos músculos é um exem-
plo de enzima.
30. Em 1962, o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina
foi concedido aos cientistas Francis Crick, Maurice (B) as enzimas aumentam a energia de ativação de
Wilkins (britânicos) e James Watson (norte-america- uma reação química.
no) por suas pesquisas que determinaram a estrutura (C) com o aumento da temperatura, a atividade cata-
molecular do DNA. lítica atinge um ponto máximo e depois diminui.
Sobre o DNA, são feitas as seguintes afirmativas: (D) essas moléculas alteram a posição de equilíbrio
das reações químicas.
I. Possui estrutura em dupla hélice, encontrada no
núcleo celular, e sua importância reside no fato 33. Algumas pessoas possuem genes que não comandam
de que ele carrega os genes. a produção de certas enzimas e, por isso, podem não
realizar determinadas funções. Um exemplo disso no
II. No emparelhamento das fitas de DNA; se em uma organismo humano é a ausência da enzima que trans-
fita tivermos a sequência de bases AATTTCG, na forma a fenilanina, encontrada nas proteínas ingeri-
outra teremos TTAAAGC. das com alimento, em tirosina. Sobre as enzimas, é
III. É formado por uma pentose denominada desoxi- correto afirmar:
ribose e pelas bases nitrogenadas adenina, timi- (A) dependem da variação da temperatura e da con-
na, citosina, guanina e uracila. centração de substrato,
IV. Em alguns vírus, são encontrados ácidos nuclei-
cos do tipo DNA espalhados no citoplasma viral. (B) são proteínas que funcionam como catalisadores
de determinadas reações químicas nos organis-
Estão corretas apenas as afirmativas
mos.
(A) I e II.
ocorrem associadas a uma substância química não
(B) I, II e III. proteica, conhecida como cofator.
(C) III e IV. favorecem a ocorrência de reações químicas em
(D) I, III e IV. temperaturas altas, mantendo o pH constante.

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34. As enzimas estão presentes em pequenas quantidades


no organismo. Elas são moléculas extremamente espe-
cíficas, atuando somente sobre um determinado com-
posto e efetuam sempre o mesmo tipo de reação. Em
relação às enzimas, foram feitas quatro afirmações:
I. Enzimas são proteínas que atuam como catalisa-
doras de reações químicas. 1. O surgimento e a manutenção da vida, no nosso planeta,
II. Cada reação química que ocorre em um ser vivo, estão associados à água que é a substância mais abun-
geralmente é catalisada por um tipo de enzima. dante dentro e fora do corpo dos seres vivos. Entretanto,
III. A velocidade de uma reação enzimática independe segundo dados fornecidos pela Associação Brasileira de
de fatores como a temperatura e o pH do meio. Entidades do Meio Ambiente (Abema), 80% dos esgotos
IV. As enzimas sofrem um processo de desgaste du- do país não recebem nenhum tipo de tratamento e são
rante a reação química da qual participam. despejados diretamente em rios, mares, lagos e manan-
São VERDADEIRAS as afirmações: ciais, contaminando a água aí existente.
(Adaptado de Poluição da Água: http://www.colegioweb.com.br/biologia/
constituicaoda-agua.html. Acesso: 05.09.2011.)

Considerando as funções exercidas nos seres vivos


(C) Apenas I, II e IV. pela substância em destaque no texto, analise as afir-
mativas abaixo.
35. Os aminoácidos apresentam quimicamente um car- I. Facilita o transporte das demais substâncias no
bono central onde eles estão ligados. Em relação a organismo.
isso, assinale a alternativa correta. II. Participa do processo da fotossíntese.
(A) 1 grupo amina (NH2), 3 hidrogênio (H), 1 grupo III. Dissolve as gorduras facilitando sua absorção.
carboxila (COOH), 4 Radical (R). IV. Auxilia na manutenção da temperatura do corpo.
De acordo com as afirmativas acima, a alternativa
(B) 2 grupo amina (NH2), 1 hidrogênio (H), 2 grupo
correta é:
carboxila (COOH), 1 Radical (R).
(C) 1 grupo amina (NH2), 1 hidrogênio (H), 1 grupo
carboxila (COOH), 1 Radical (R).
(D) 1 grupo amina (NH2), 1 hidrogênio (H), 3 grupo (C) I, II e IV.
carboxila (COOH), 2 Radical (R). 2. A água é um dos componentes mais importantes das
(E) 2 grupo amina (NH2), 1 hidrogênio (H), 1 grupo células. A tabela a seguir mostra como a quantidade
de água varia em seres humanos, dependendo do tipo
carboxila (COOH), 3 Radical (R).
de célula. Em média, a água corresponde a 70% da
composição química de um indivíduo normal.
Tipo de célula Quantidade de água
Tecido nervoso – substância cinzenta 85%
Tecido nervoso – substância branca 70%
Medula óssea 75%
1. B A 25. E Tecido conjuntivo 60%

2. D C 26. E Tecido adiposo 15%


Hemácias 65%
3. E E 27. C
Ossos sem medula 20%
4. D C 28. A
Durante uma biópsia, foi isolada uma amostra de teci-
5. A B 29. C do para análise em um laboratório. Enquanto intacta,
6. B D 30. A essa amostra pesava 200 mg. Após secagem em estu-
fa, quando se retirou toda a água do tecido, a amos-
7. A A 31. D tra passou a pesar 80 mg. Baseado na tabela, pode-se
8. C C 32. C afirmar que essa é uma amostra de
9. E D 33. B (A) tecido nervoso - substância cinzenta.
(B) tecido nervoso - substância branca.
10. C D 34. A
(C) hemácias.
11. D D 35. C (D) tecido conjuntivo.
12. A (E) tecido adiposo.

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3. A respeito desses fatos, considere as afirmativas abaixo.


Dieta de Engorda I. As crianças que recebem esses alimentos podem
Em 30 anos, a alimentação piorou muito
apresentar quadros de atraso de desenvolvimen-
to devido à falta de oxigenação dos tecidos.
II. O sódio é necessário para o funcionamento dos
salsichas e refeições neurônios, mas, em excesso, pode prejudicar o
biscoitos refrigerantes
linguiças prontas funcionamento dos rins.
400% 400% 300% 80% III. No processo de maturação do sistema nervoso,
há produção de mielina, um lipídio responsável
feijão e
por acelerar a condução do impulso.
ovos peixes arroz IV. A falta de lipídios pode também acarretar doen-
leguminosas
84% 50% 30% 23%
ças provocadas pela falta de vitaminas, uma vez
que algumas delas são lipossolúveis e somente
Época, 08/05/2006 (com adaptações) são absorvidas se dissolvidas em lipídios.
A partir desses dados, foram feitas as afirmações a seguir. Assinale
I. As famílias brasileiras, em 30 anos, aumentaram (A) se todas estiverem corretas.
muito o consumo de proteínas e grãos, que, por
seu alto valor calórico, não são recomendáveis. (B) se somente II e III estiverem corretas.
II. O aumento do consumo de alimentos muito ca- (C) se somente I, II e IV estiverem corretas.
lóricos deve ser considerado indicador de alerta (D) se somente II e IV estiverem corretas.
para a saúde, já que a obesidade pode reduzir a (E) se somente I e III estiverem corretas.
expectativa de vida humana.
III. Doenças cardiovasculares podem ser desencade- 6. Durante todo o ano de 1995, o governo deixou de for-
adas pela obesidade decorrente das novas dietas necer iodato de potássio aos fabricantes de sal. O iodo
alimentares. é essencial para o ser humano. Problemas, porém, só
É correto apenas o que se afirma em se manifestam em populações subnutridas, que não
(A incluem em sua alimentação produtos do mar, uma
rica fonte natural de iodo.
4. A tabela a seguir apresenta a quantidade dos minerais (Revista VEJA - 03/04/96)
cálcio e ferro em alguns alimentos. Assinale a alternativa que apresenta, respectivamen-
te, o nome da glândula afetada e a doença provocada
Alimento (100g) Cálcio (mg) Ferro (mg)
pela falta desse elemento.
Carne de boi magra assada 9 3,20 (A) adeno-hipófise e nanismo.
Couve manteiga 330 2,20 (B) tireoide e bócio.
Milho verde em conserva 6 0,80 (C) supra-renal e doença de Cushing.
Pepino cru 10 0,23 (D) pâncreas e ‘diabetes mellitus’.
Queijo prato 1023 0,78 (E) neuro-hipófise e ‘diabetes insipidus’.
Rosbife 16 4,20
7.
Fonte: FROTA Pessoa, O. Os caminhos da vida - ENERGIA
Manual do professor. Ed. Scipione, 2001, pp.37-9.
Assinale a alternativa que apresenta, respectivamen- A quase totalidade da energia utilizada na Terra tem
te, os alimentos mais importantes na prevenção de sua origem nas radiações que recebemos do Sol. Uma
anemia e osteoporose. parte é aproveitada diretamente dessas radiações
(iluminação, aquecedores e baterias solares, etc.) e
(A) carne de boi magra assada e couve manteiga. outra parte, bem mais ampla, é transformada e ar-
(B) milho verde em conserva e queijo prato. mazenada sob diversas formas antes de ser usada
(C) queijo prato e couve manteiga. (carvão, petróleo, energia eólica, hidráulica, etc).
(D) rosbife e queijo prato. A energia - incluindo a luz visível e as radiações ultra-
(E) pepino cru e rosbife. violeta e infravermelha - é um dos componentes abió-
5. Um estudo publicado recentemente revelou que as ticos dos ecossistemas e juntamente com a atmosfera
amostras de alimentos preparados em domicílios e o solo deve ser considerada no estudo dos diversos
apresentavam teores de ferro abaixo do recomen- níveis de organização dos ecossistemas, desde molé-
dado, mas quantidade excessiva de sódio. O estudo culas orgânicas, células, tecidos, organismos, popula-
mostrou, também, quantidades insuficientes de lipí- ções e comunidades.
dios nesses alimentos, alertando para a necessidade (Adaptado de Antônio Máximo e Beatriz Alvarenga.
desse nutriente na maturação do sistema nervoso. Curso de Física. v. 2. S. Paulo: Scipione, 1997. p. 433)

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Considere as afirmativas a seguir sobre a obtenção e o Da análise dos itens, é correto afirmar que
armazenamento de energia nos seres vivos.
(A) somente I é verdadeiro.
Os animais adquirem energia para suas atividades
(B) somente II é verdadeiro.
através da alimentação.
(C) somente III é verdadeiro.
Nos vertebrados, parte dos carboidratos ingeri-
dos é convertida em glicogênio. (D) somente I e II são verdadeiros.
O glicogênio é armazenado no pâncreas e no fígado. (E) I, II e III são verdadeiros.

O excesso de carboidratos é
transformado em amido. 10. Leia as informações a seguir.

Estão corretas SOMENTE A ingestão de gordura trans promove um aumento


(A) II, III e IV. mais significativo na razão: lipoproteína de baixa den-
(B) I, II e III. sidade/lipoproteína de alta densidade (LDL/HDL), do
que a ingestão de gordura saturada.
(C) III e IV.
Aued-Pimentel, S. et al. “Revista do Instituto Adolfo Lutz”,
62 (2):131-137, 2003. [Adaptado].

8. Inmetro: ovo diet não alerta que contém lactose.


Para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, um ali-
O rótulo de um determinado ovo de Páscoa diet, além mento só pode ser considerado “zero trans” quando
de não informar sobre a presença de lactose, afirmava contiver quantidade menor ou igual a 0,2 g desse nu-
que o produto não continha açúcar. Segundo o fabri- triente, não sendo recomendado consumir mais que 2
cante, a lactose encontrada no ovo era proveniente do g de gordura trans por dia. O quadro abaixo represen-
leite utilizado na confecção do chocolate e não adicio- ta um rótulo de um biscoito comercialmente vendido
nada aos ingredientes. que atende às especificações do percentual de gordu-
(Adaptação - “O Globo”, 2003)
ras trans, exigidas pela nova legislação brasileira.
A falta de informações precisas sobre a composição
dos alimentos pode trazer complicações à saúde e,
Informação Nutricional
neste caso, principalmente à dos diabéticos, pois Porção de 30 g (2 biscoitos)
(A) a lactose, após ser absorvida pelo intestino, é uti-
lizada da mesma forma que a glicose. Quantidade por porção

(B) a concentração alta de lactose acabará fornecen-


Carboidratos 19g
do elevado teor de glicose no sangue.
(C) a lactose se prende aos mesmos receptores celu- Gorduras totais 7,3g
lares da insulina, aumentando a entrada de glico-
se nas células. Gorduras saturada 3,4g
(D) os diabéticos não metabolizam a lactose, aumen-
Gordura trans 0,5g
tando sua concentração sanguínea.
(E) a lactose, após ser absorvida, estimula a liberação
de glucagon, aumentando a taxa de glicose san- As informações apresentadas permitem concluir que
guínea. o consumo diário excessivo do biscoito poderia provo-
9. O colesterol tem sido considerado um vilão nos últi- car alteração de
mos tempos, uma vez que as doenças cardiovascula-
(A) triglicéride, reduzindo sua concentração plasmá-
res estão associadas a altos níveis desse composto no
tica.
sangue. No entanto, o colesterol desempenha impor-
tantes papéis no organismo. (B) triacilglicerol, diminuindo sua síntese no tecido
adiposo.
Analise os itens a seguir.
I. O colesterol é importante para a integridade da (C) LDL-colesterol, aumentando sua concentração
membrana celular. plasmática.
II. O colesterol participa da síntese dos hormônios (D) HDL-colesterol, elevando sua concentração plas-
esteroides. mática.
III. O colesterol participa da síntese dos sais biliares. (E) colesterol, reduzindo sua concentração plasmática.

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11. Defende-se que a inclusão da carne bovina na dieta Entre os componentes da gordura presentes nesses
é importante, por ser uma excelente fonte de proteí- alimentos, o que oferece maior risco à saúde huma-
nas. Por outro lado, pesquisas apontam efeitos preju- na é aquele que contém os ácidos graxos saturados
diciais que a carne bovina traz à saúde, como o risco e gorduras trans. Segundo especialistas no assunto,
de doenças cardiovasculares. Devido aos teores de as gorduras são necessárias ao corpo, pois fornecem
colesterol e de gordura, há quem decida substituí-la energia e ácidos graxos essenciais ao organismo,
por outros tipos de carne, como a de frango e a suína. porém a trans é considerada pior que a gordura sa-
O quadro abaixo apresenta a quantidade de colesterol turada, pois está associada ao aumento do nível do
em diversos tipos de carne crua e cozida. colesterol LDL (indesejável) e à diminuição do HDL
(desejável). A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Colesterol (mg/100g) Sanitária) determinou que, a partir de 10. de agosto
Alimento de 2006, as empresas devem especificar nos rótulos o
cru cozido
teor de gordura trans de seus produtos.
carne de frango (branca) sem pele 58 75
É válido afirmar que a finalidade dessa determinação é
carne de frango (escura) sem pele 80 124 (A) esclarecer ou alertar sobre a quantidade de gor-
duras saturadas e de gordura trans.
pele de frango 104 139
(B) eliminar a adição de gorduras ou de ácidos graxos
carne suína (bisteca) 49 97 nos alimentos industrializados.
(C) substituir as gorduras ditas trans por gorduras sa-
carne suína (toucinho) 54 56 turadas desejáveis ao organismo humano.
carne bovina (contrafilé) 51 66 (D) estimular o consumo de outros alimentos, em es-
pecial à base de carboidratos.
carne bovina (músculo) 52 67 (E) alertar sobre a necessidade dos ácidos graxos es-
senciais ao organismo.
Com base nessas informações, avalie as afirmativas a
13. A identificação da estrutura do DNA foi fundamental
seguir. para compreender seu papel na continuidade da vida.
I. O risco de ocorrerem doenças cardiovasculares Na década de 1950, um estudo pioneiro determinou a
por ingestões habituais da mesma quantidade de proporção das bases nitrogenadas que compõem mo-
carne é menor se esta for carne branca de frango léculas de DNA de várias espécies.A comparação das
do que se for toucinho. proporções permitiu concluir que ocorre emparelha-
mento entre as bases nitrogenadas e que elas formam:
II. Uma porção de contrafilé cru possui, aproximada-
mente, 50% de sua massa constituída de colesterol. Exemplos de Bases Nitrogenadas
III. A retirada da pele de uma porção cozida de carne materiais analisados Adenina Guanina Citosina Timina
escura de frango altera a quantidade de coleste- Espermatozóide humano 30, 7% 19, 3% 18, 8% 31, 2%
rol a ser ingerida.
IV. A pequena diferença entre os teores de colesterol Figado humano 30, 4% 19, 5% 19, 9% 30, 2%
encontrados no toucinho cru e no cozido indica Medula óssea de rato 28, 6% 21, 4% 21, 5% 28, 5%
que esse tipo de alimento é pobre em água.
Espermatozóide de
32, 8% 17, 7% 18, 4% 32, 1%
É correto apenas o que se afirma em ouriço-do-mar
Plântulas de trigo 27, 9% 21, 8% 22, 7% 27, 6%
(A) I e II.
(B) I e III. Bactéria E. coli 26, 1% 24, 8% 23, 9% 25, 1%

(C) II e III. A comparação das proporções permitiu concluir que


(D) II e IV. ocorre emparelhamento entre as bases nitrogenadas
e que elas formam
(E) III e IV.
(A) pares de mesmo tipo em todas as espécies, evi-
12. Encontro em lanchonetes ou no intervalo das aulas denciando a universalidade da estrutura do DNA.
é uma das atividades de lazer de crianças e de ado- (B) pares diferentes de acordo com a espécie consi-
lescentes, e a comida preferida é o lanche à base de derada, o que garante a diversidade da vida.
hambúrguer com maionese e ketchup, batata frita, (C) pares diferentes em diferentes células de uma es-
salgadinhos, refrigerantes, entre outros. Porém esses pécie, como resultado da diferenciação celular.
alimentos vêm sofrendo condenação pelos médicos e (D) pares específicos apenas nos gametas, pois essas
nutricionistas, em especial por conterem componen- células são responsáveis pela perpetuação das es-
tes não recomendados, que são considerados “vilões” pécies.
para a saúde dessa população jovem como, por exem- (E) pares específicos somente nas bactérias, pois esses
plo, as gorduras trans e o excesso de sódio. organismos são formados por uma única célula.

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Biologia

14. Os nucleotídeos são constituídos por uma molécula Sobre as características químicas dessa molécula es-
de desoxirribose (D), uma molécula de ácido fosfórico sencial à vida, é correto afirmar que o DNA
(P) e uma base nitrogenada (adenina, guanina, timina
ou citosina). A ligação entre os nucleotídeos ocorre (A) de qualquer espécie serviria, já que têm a mesma
pela interação entre as bases nitrogenadas específi- composição.
cas, resultando em uma molécula ordenada e bem (B) de origem vegetal é diferente quimicamente dos
definida, o DNA. De acordo com essas informações, a demais, pois possui clorofila.
estrutura plana que representa um fragmento de DNA (C) das bactérias poderia causar mutações no couro
e o tipo de ligação química responsável pela interação cabeludo.
entre as bases nitrogenadas são, respectivamente, (D) dos animais encontra-se sempre enovelado e é de
difícil absorção.
(A) (E) de características básicas assegura sua eficiência
hidratante.

16. O leite materno é o único alimento que contém todos


os nutrientes necessários ao bebê durante os primei-
ros meses de vida, pois, além de fornecer os compos-
tos químicos necessários ao desenvolvimento, ele
(B)
contém anticorpos que ajudam a prevenir doenças.
Essas macromoléculas são classificadas como

(A) carboidratos de defesa que desempenham fun-


ções biológicas importantes.
(B) lipídios protetores que participam da formação
(C) de estruturas celulares.
(C) proteínas especiais encontradas nos seres vivos.
(D) vitaminas fundamentais à nossa saúde que pro-
duzem imunidade ativa.
(E) ácidos nucleicos constituídos por nucleotídeos.
(D)
17. O aumento da atividade industrial, embora tenha
trazido melhorias na qualidade de vida, agravou
os níveis de poluição do planeta, resultantes, prin-
cipalmente, da liberação de agentes químicos no
ambiente. Na tentativa de minimizar tais efeitos, di-
versas abordagens vêm sendo desenvolvidas, entre
(E) elas a substituição de agentes químicos por agentes
biológicos. Um exemplo é o uso, na indústria têxtil,
da enzima celulase no processo de amaciamento
dos tecidos, em substituição aos agentes químicos.
Considerando os conhecimentos sobre estrutura
e função de proteínas, é correto afirmar que essas
moléculas biológicas são úteis no processo industrial
15. Um fabricante afirma que um produto disponível co- citado devido à sua
mercialmente possui DNA vegetal, elemento que pro-
porcionaria melhor hidratação dos cabelos. (A) insensibilidade a mudanças ambientais.
(B) capacidade de uma única enzima reagir, simulta-
neamente, com diversos substratos.
(C) capacidade de diminuir a velocidade das reações.
(D) alta especificidade com o substrato.
(E) capacidade de não se reciclar no ambiente.

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Biologia

18. Alguns fatores podem alterar a rapidez das reações


químicas. A seguir, destacam-se três exemplos no con-
texto da preparação e da conservação de alimentos:
1. A maioria dos produtos alimentícios se conserva
por muito mais tempo quando submetidos à re-
frigeração. Esse procedimento diminui a rapidez
das reações que contribuem para a degradação
de certos alimentos.
2. Um procedimento muito comum utilizado em
práticas de culinária é o corte dos alimentos para
acelerar o seu cozimento, caso não se tenha uma
panela de pressão.
3. Na preparação de iogurtes, adicionam-se ao leite
bactérias produtoras de enzimas que aceleram as
reações envolvendo açúcares e proteínas lácteas.

Com base no texto, quais são os fatores que influen-


ciam a rapidez das transformações químicas relacio-
nadas aos exemplos 1, 2 e 3, respectivamente?

(A) Temperatura, superfície de contato e concentração.


(B) Concentração, superfície de contato e catalisadores.
(C) Temperatura, superfície de contato e catalisadores.
(D) Superfície de contato, temperatura e concentração.
(E) Temperatura, concentração e catalisadores.

1. C 10. C

2. D 11. E

3. E 12. A

4. D 13. A

5. A 14. A

6. B 15. A

7. E 16. C

8. B 17. D

9. E 18. C

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DESENVOLVIMENTO HUMANO:
DA REPRODUÇÃO À FORMAÇÃO DOS TECIDOS
SISTEMA REPRODUTOR
O sistema reprodutor humano, também chamado de sistema genital, é formado por órgãos que constituem o apare-
lho genital masculino e feminino, caracterizados abaixo.

5 O sêmen é ejaculado pelo


órgão copulador, o pênis. Ureter

Bexiga urinária
Bexiga urinária
Cólon
4 Os fluídos seminais são produ-
zidos pelas vesículas seminais, Osso pubiano
pela glândula prostática e pela Vesícula seminal
glândula bulbouretral.
Tecido erétil
esponjoso Reto
3 Os espermatozoides são libe- Glândula
rados na uretra pelos canais Uretra
prostática
deferentes, os quais se unem
à uretra atrás da bexiga. Glândula

BIOATP - DESENVOLVIMENTO HUMANO


Glande do pênis
bulbouretral O sistema reprodutor
2 Os espermatozoides são
armazenados e sofrem Prepúcio Canal deferente masculino. Visão
maturação no epididimo.
Epidídimo frontal e lateral dos
Escroto
1 Os espermatozoides órgãos reprodutores
são produzidos nos
testículos. Testículo masculinos.

Célula de
Núcleo da Sertoli
célula de
Cada célula de Sertoli envolve, Sertoli Membrana basal do A espermatogo-
Canal nutre e protege os espermato- túbulo seminífero nia (2n) desenvol-
deferente Espermatogônia (2n) ve-se em esperma-
zoides em desenvolvimento. tozoides (n).
Epidídimo Proliferação por mitose
Testículo Espermatócito
primário (n)
Primeira divisão meiótica
Acrossomo
Espermatócito
secundário (n) Nos túbulos
Segunda divisão meiótica Cabeça seminíferos, ocorre a
Espermátides (n) Núcleo
espermatogênese.
Espermátides Centríolo Os túbulos seminíferos
Tubo Corte transversal do diferenciando-se
Peça
preenchem os testículos
seminífero túbulo seminífero Mitocôndria
intermediária do homem. Enquanto
Os espermatozoides As células de Leyding localiza-
desenvolvem-se das no tecido entre os túbulos Lumen do túbulo seminífero os espermatozoides
continuamente ao seminíferos produzem os
longo de todo o hormônios masculinos. amadurecem, eles se
comprimento dos Os espermatozoides maduros
túbulos seminíferos. são liberados dentro do lúmen movem pela parede do
dos túbulos seminíferos. túbulo em direção ao
centro, onde são liberados
Espermatozoide (n) no lúmen do túbulo.

Sistema Reprodutor Masculino Testículos: são as gônadas masculinas. Cada testícu-


lo é composto por um emaranhado de tubos, os ductos
O sistema reprodutor masculino é formado por: seminíferos. Esses ductos são formados pelas células de
• Testículos ou gônadas; Sértoli (ou de sustento) e pelo epitélio germinativo, onde
• Vias espermáticas: epidídimo, canal deferente, uretra; ocorrerá a formação dos espermatozoides. Em meio os
• Pênis; ductos seminíferos, as células intersticiais ou de Leyding
(nomenclatura antiga) produzem os hormônios sexuais
• Escroto; masculinos, sobretudo a testosterona, responsáveis pelo
• Glândulas anexas: próstata, vesículas seminais, desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e dos
glândulas bulbouretrais. caracteres sexuais secundários:

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Biologia

• Estimulam os folículos pilosos para que façam cres- do de estímulo erótico, ocorre a inundação dos corpos
cer a barba masculina e o pêlo pubiano; cavernosos e esponjoso, com sangue, tornando-se rijo,
• Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas e com considerável aumento do tamanho (ereção). O pre-
a elaboração do sebo; púcio deve ser puxado e higienizado a fim de se retirar
• Produzem o aumento de massa muscular nas crian- dele o esmegma (uma secreção sebácea espessa e es-
ças durante a puberdade, pelo aumento do tama- branquiçada, com forte odor, que consiste principalmen-
nho das fibras musculares; te em células epiteliais descamadas que se acumulam
• Ampliam a laringe e torna mais grave a voz; debaixo do prepúcio). Quando a glande não consegue
ser exposta devido ao estreitamento do prepúcio, diz-se
• Fazem com que o desenvolvimento da massa óssea
que a pessoa tem fimose.
seja maior, protegendo contra a osteoporose.
Fimose – fases da circuncisão
Epidídimos: são dois tubos enovelados que partem dos
testículos, onde os espermatozoides são armazenados.
Canais deferentes: são dois tubos que partem dos testícu-
los, circundam a bexiga urinária e se unem-se ao ducto ejacu-
latório, onde desembocam as vesículas seminais.
Vesículas seminais: responsáveis pela produção de
um líquido, que será liberado no ducto ejaculatório que,
Disponível em: www.saudenainternet.com.br.
juntamente como o líquido prostático e os espermatozoi-
des, entrarão na composição do sêmen. O líquido das ve- A uretra é comumente um canal destinado para a uri-
sículas seminais age com fonte de energia para os esper- na, mas os músculos na entrada da bexiga se contraem du-
matozoides e é constituído principalmente por frutose, rante a ereção para que nenhuma urina entre no sêmen.
apesar de conter fosfatos, nitrogênio não proteico, clo- Todos os espermatozoides não ejaculados são reabsorvi-
retos, colina (álcool de cadeia aberta considerado como dos pelo corpo dentro de algum tempo.
integrante do complexo vitamínico B) e prostaglandinas. Escroto: Um espermatozoide leva cerca de 70 dias
Próstata: glândula localizada abaixo da bexiga urinária. para ser produzido. Eles não podem se desenvolver ade-
Secreta substâncias alcalinas que neutralizam a acidez da quadamente na temperatura normal do corpo (36,5 oC).
urina e ativa os espermatozoides. Assim, os testículos se localizam na parte externa do cor-
Glândulas bulbo uretrais ou de Cowper: sua secreção po, dentro do escroto, que tem a função de termorre-
transparente é lançada dentro da uretra para limpá-la e gulação (aproximam ou afastam os testículos do corpo),
preparar a passagem dos espermatozoides. Também tem mantendo-os a uma temperatura geralmente em torno
função na lubrificação do pênis durante o ato sexual. de 1 a 3 oC abaixo da corporal.
Pênis: é considerado o principal órgão do aparelho
sexual masculino, sendo formado por dois tipos de te- Sistema Reprodutor Feminino
cidos cilíndricos: dois corpos cavernosos e um corpo es- O sistema reprodutor feminino é constituído por dois
ponjoso (envolve e protege a uretra). Na extremidade ovários, duas tubas uterinas, um útero, uma vagina, uma
do pênis encontra-se a glande – cabeça do pênis, onde vulva. Ele está localizado no interior da cavidade pélvica.
podemos visualizar a abertura da uretra. Com a manipu- A pelve constitui um marco ósseo forte que realiza uma
lação da pele que a envolve – o prepúcio – acompanha- função protetora.

Os ovócitos II amadure- Os óvulos são liberados dentro do


cem e são liberados tubo uterino, pelos quais eles chegam
pelos ovários. ao útero. A fertilização deve ocorrer na
porção superior do oviduto, iniciando
o desenvolvimento.

Ovário

Oviduto
Cólon
Ovário Cavidade
(visto por corporal Útero
dentro)
Ovário (visto Bexiga Endométrio
por fora) O blatocisto implanta-se urinária (revestimento
no endométrio, onde do útero)
o desenvolvimento
continua. Uretra Cérvix
Clitóris
Reto
Os espermatozoides A abertura do útero O sistema reprodutivo
são depositados na – a cérvix – está
vagina durante a fechada durante a Grandes Pequenos Vagina feminino. Vista frontal
cópula. A vagina atua gestação e dilata-se lábios lábios e lateral dos órgãos
também como canal para permitir o
de parto. nascimento. reprodutores femininos.

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Biologia

A vagina é uma canal de 8 a 10 cm de comprimento, e da vagina. Na vulva também está o clitóris, formado por
de paredes elásticas, que liga o colo do útero aos genitais tecido esponjoso erétil, homólogo à glande do homem.
externos. Contém de cada lado de sua abertura, porém Ovários: são as gônadas femininas. Produzem estróge-
internamente, duas glândulas denominadas glândulas de no e progesterona, hormônios sexuais femininos.
Bartholin (homólogas às glândulas bulbouretrais), que se- No final do desenvolvimento embrionário de uma meni-
cretam um muco lubrificante. na, ela já tem todas as células que irão transformar-se em
A entrada da vagina é protegida por uma membrana gametas nos seus dois ovários. Estas células – os ovócitos pri-
circular – o hímem – que fecha parcialmente o orifício mários – encontram-se dentro de estruturas denominadas
vulvo-vaginal e é quase sempre perfurado no centro, po- folículos de Graaf ovarianos. A partir da adolescência, sob
dendo ter formas diversas. Geralmente, essa membrana ação hormonal, os folículos ovarianos começam a crescer
se rompe nas primeiras relações sexuais. e a desenvolver. Os folículos em desenvolvimento secretam
o hormônio estrógeno. Mensalmente, apenas um folículo
A vagina é o local onde o pênis deposita os espermato-
geralmente completa o desenvolvimento e a maturação,
zoides na relação sexual. Além de possibilitar a penetração rompendo-se e liberando o ovócito secundário (gameta fe-
do pênis, possibilita a expulsão da menstruação e, na hora minino): fenômeno conhecido como ovulação. Após seu
do parto, a saída do bebê. rompimento, a massa celular resultante transforma-se em
A genitália externa ou vulva é delimitada e protegida corpo lúteo ou amarelo, que passa a secretar os hormônios
por duas pregas cutâneo-mucosas intensamente irrigadas progesterona e estrógeno. Com o tempo, o corpo lúteo re-
e inervadas – os grandes lábios (homólogos ao escroto). gride e converte-se em corpo albicans ou corpo branco, uma
Na mulher reprodutivamente madura, os grandes lábios pequena cicatriz fibrosa que irá permanecer no ovário.
são recobertos por pêlos pubianos. Mais internamente, O gameta feminino liberado na superfície de um dos
outra prega cutâneo-mucosa envolve a abertura da vagina ovários é recolhido por finas terminações das tubas uteri-
– os pequenos lábios – que protegem a abertura da uretra nas – as fímbrias.

BIOATP - DESENVOLVIMENTO HUMANO


Se a gravidez não ocorre, o cor- Os ovócitos primários
po lúteo degenera. Em caso de
gravidez, o corpo lúteo produz estão presentes
progesterona nos primeiros
meses de gestação. no ovário desde o
nascimento.
As células foliculares
Ligamento (prende o ovário
remanescentes formam
na cavidade abdominal)
o corpo lúteo, o qual
produz progesterona e
estrogênio. Uma vez ao mês,
aproximadamente, 6 a
Folículo rompido 12 ovócitos primários
iniciam a maturação.
Óvulo

Um ovócito primário
e as células que o
rodeiam constituem
Na ovulação, o folículo um folículo.
rompe-se, liberando o óvulo.
Ovário Ovócito
Oócito secundário Células foliculares

O ovócito em desenvolvi-
mento é nutrido pelas célu-
las foliculares circundantes.

Após uma semana, geralmente apenas um


ovócito primário (2n) continua a se desen-
volver. Uma divisão meiótica pouco antes da
ovulação produz o ovócito secundário (n).

O ciclo ovariano – O ciclo ovariano progride do desenvolvimento de um folículo até sua ovulação e, finalmente, até o crescimento
e a degeneração do corpo lúteo. A micrografia mostra um folículo maduro de mamífero; o ovócito está no centro.

Observação: na ovulação, é expelido do ovário não um óvulo já formado, mas um ovócito II, pois a meiose ainda
não está terminada. É a penetração do espermatozoide que estimula o ovócito a completar a maturação, transfor-
mando-se em óvulo.

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Biologia

Tubas uterinas ou ovidutos: são dois ductos que unem cia lipídica que lhe dá uma cor amarela típica, passando
o ovário ao útero. Seu epitélio de revestimento é formado a se chamar corpo amarelo ou lúteo. Entre o vigésimo
por células ciliadas. Os batimentos dos cílios microscópi- quarto e o vigésimo oitavo dia do ciclo, caso não tenha
cos e os movimentos peristálticos das tubas uterinas im- ocorrido a fecundação, o corpo amarelo degenerará. Se
pelem o gameta feminino até o útero. ocorrer a fecundação, o corpo amarelo aumentará de
tamanho e secretará hormônios até aproximadamente
Útero: órgão oco situado na cavidade pélvica anterior- o terceiro mês da gestação, quando a placenta passa a
mente à bexiga e posteriormente ao reto, de parede mus- assumir esta função.
cular espessa (miométrico) e com formato de pêra inverti-
da. É revestido internamente por um tecido vascularizado Ciclo Uterino
rico em glândulas – o endométrio.
A fase proliferativa se estende do final da menstrua-
Ciclo Sexual Feminino ção até a ovulação. O endométrio se espessa pela rápida
proliferação de suas células e pelo aumento do número de
Ciclo Ovariano glândulas e vasos sanguíneos. Essa fase está sob o coman-
do do estrógeno ou estrogênio.
Geralmente, o ciclo ovariano dura certa de 28 dias e se
A fase secretora ocorre após a ovulação e vai até o
caracteriza pela maturação do ovócito II. A fase pré-ovu-
início da próxima menstruação. O endométrio permane-
latória ou folicular corresponde aos primeiros 14 dias do
ce muito vascularizado e as glândulas secretam substân-
ciclo, período em que se dá o crescimento e a maturação cias para a nutrição do embrião – no caso de haver fe-
de um folículo. No décimo quarto dia aproximadamente, cundação – adquirindo um aspecto esponjoso. Está sob
ocorre a ovocitação; o folículo maduro se rompe e libera o o comando da progesterona.
ovócito II que penetra nas tubas uterinas.
A fase menstrual ou descamativa ocorre na ausência da
A fase pós-ovulatória vai do décimo quinto dia ao vi- fecundação; o endométrio será destruído e haverá a he-
gésimo oitavo dia do ciclo, correspondendo entre o pe- morragia, devido à ruptura dos vasos sanguíneos. A mulher
ríodo da ovulação e o início da menstruação. Nessa fase, pode perder de 50 mL a 150 mL de sangue durante essa
o folículo começa a apresentar a luteína, uma substân- fase. Ocorre queda de estrógeno e progesterona.

(a) Gonadotrofinas (hipófise anterior)


Estrogênio inibe a Estrogênio estimula Estrogênio inibe a
liberação de a liberação de liberação de
LH e FSH LH e FSH LH e FSH

0 5 10 15 20 25

Hormônio
luteinizante (LH)

O FSH e o LH estão sob o controle do


GnRH hipotalâmico e dos hormônios Hormônio Folículo
estimulante (FSH)
ovarianos, estrogênio e progesterona.

(b) Eventos no ovário (ciclo ovariano)


O FSH estimula o desenvolvimento dos
folículos; o pico de LH causa a ovulação e Desenvolvimento Ovulação Corpo lúteo Desenvolvimento
do folículo do ovócito
então o desenvolvimento do corpo lúteo. Maturação
do ovócito

(c) Hormônios ovarianos


Os hormônios ovarianos estimulam o
desenvolvimento do endométrio em Estrogênio
preparação para a gravidez.
Progesterona Os ciclos ovariano e uterino.
Durante os ciclos ovariano e
utenino da mulher, ocorrem
O desenvolvimento do revestimento (d) Eventos no endométrio (ciclo uterino) mudanças coordenadas
uterino (o endométrio) é controlado pelo
Sangramento e descamação (a) na liberação de
estrogênio e pela progesterona. do revestimento uterino
gonadotrofinas pela hipófise
anterior; (b) no ovário; (c)
na liberação dos esteroides
sexuais femininos; e (d) no
Mens- útero. O ciclo se inicia com
truação Proliferação Fase secretora
a menstruação; a ovulação
0 5 10 15 20 25 ocorre na metade do ciclo.
Dias do ciclo uterino

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Biologia

Gametas Humanos espermatozoide, que esse ovócito é estimulado e a meio-


se se completa. Após este evento, o núcleo do óvulo se
São células haploides (n), ou seja, com um único conjun-
to de 23 cromossomos. Os espermatozoides são os gametas funde ao do espermatozoide, formando o zigoto.
masculinos e apresentam 22 cromossomos autossomos e Fecundação
1 cromossomo sexual, que pode ser ou cromossomo X ou o
Y. Já o ovócito, gameta liberado pela mulher na tuba uterina, Dos aproximadamente 300 milhões de espermatozoi-
apresenta 22 cromossomos autossomos e 1 cromossomo X. des eliminados na ejaculação, apenas cerca de 200 atin-
gem a tuba uterina, e só um fecunda o ovócito II.
• Espermatozoide
O espermatozoide é uma célula pequena e móvel;
apresenta cabeça com núcleo haploide e flagelo ou outra
estrutura de motilidade.
O espermatozoide humano pode ser dividido em três
regiões: cabeça, peça intermediária e cauda. Na cabeça,
situam-se o núcleo e o acrossomo, com enzimas que irão Ovócito II Óvulo
Espermatozoide
digerir a membrana do ovócito na fecundação. A peça inter- Penetração do espermatozoide
mediária apresenta muitas mitocôndrias, responsáveis pela
liberação da energia necessária à movimentação do esper-
matozoide, realizada pelos batimentos da cauda ou flagelo. Reação
acrossômica

acrossomo Membrana de
núcleo cabeça fecundação
citoplasma
centríolos Corona
peça intermediária
mitocôndrias radiata
Zona
pelúcida

BIOATP - DESENVOLVIMENTO HUMANO


flagelo Grânulos
corticais

cauda

Na fecundação, o espermatozoide passa pela coroa


Esquema de um radiada e, ao atingir a zona pelúcida, sofre alterações, for-
espermatozoide humano. mando a membrana de fecundação, que impede a pene-
tração de outros espermatozoides no ovócito.
• Ovócito II Ao mesmo tempo, há finalização da meiose, dando ori-
O ovócito dos humanos é uma célula haploide, grande gem ao óvulo e formando-se o segundo corpúsculo polar.
e imóvel, apresenta pouco material nutritivo ou vitelo, por
isso é do tipo oligolécito.
Assim que o ovócito é liberado do ovário em direção à Corpúsculos
polares
tuba uterina, células do folículo ovariano saem junto ao seu
redor, formando um envoltório chamado corona radiata ou
coroa radiada que está ligada à camada protetora exterior do
ovócito, a zona pelúcida. A sua principal função em muitos Fusão dos núcleos 1ª mitose (metáfase)
masculino e feminino
animais é a de fornecer proteínas vitais à célula. Aparece du-
  
rante a ovocitação, mas pode desaparecer após a fertilização. Na fecundação, o espermatozoide fornece para o zigoto
Células foliculares ou corona radiata o núcleo e o centríolo. As mitocôndrias dos espermatozoides
desintegram-se no citoplasma do óvulo. Assim, todas as mito-
Membrana plasmática côndrias do corpo do novo indivíduo são de origem materna.
Hoje se sabe que há muitas doenças causadas por mu-
Citoplasma tações no DNA mitocondrial e que elas são transmitidas di-
retamente das mães para seus descendentes. Além disso, a
Núcleo
análise do DNA mitocondrial tem sido usada em testes de
maternidade para verificar quem é a mãe de uma criança.
Zona pelúcida O núcleo haploide do óvulo e o núcleo do esperma-
tozoide recebem, respectivamente, os nomes pró-núcleo
feminino e pró-núcleo masculino. Com a união desses
O ovócito II é uma célula cuja meiose ainda não está núcleos (anfimixia), temos a formação da célula-ovo ou
terminada. É apenas na fecundação, com a penetração do zigoto e o início do desenvolvimento embrionário.

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Biologia

Algumas vezes ocorre poliovulação, quando dois ou Fases da Embriogênese


mais ovócitos são liberados do ovário e fecundados, cada A embriogênese animal caracteriza-se por uma suces-
um por um espermatozoide. Formam-se, desse modo, os são de fenômenos na seguinte ordem: segmentação ou
gêmeos bivitelinos ou dizigóticos (fraternos), que podem clivagem, gastrulação e organogênese.
não apresentar semelhanças entre si e não ser do mesmo
sexo, uma vez que não são geneticamente idênticos. No A – Segmentação
caso dos gêmeos univitelinos ou monozigóticos (idênti- Logo após a fecundação, o zigoto (célula-ovo) começa
cos), a mulher liberou um único ovócito e este foi fecun- a se dividir por mitose. A essas divisões iniciais do zigoto
dado por um único espermatozoide. No entanto, durante dá-se o nome segmentação ou clivagem.
o desenvolvimento embrionário, as células do embrião se Cada uma das células resultantes da segmentação
separam, e cada uma forma um indivíduo, neste caso, ge- denomina-se blastômero. À medida que as mitoses se su-
neticamente idênticos (clones naturais). cedem, os blastômeros diminuem de tamanho, de modo
A B
que o tamanho do embrião, após algumas divisões, é pra-
espermatozoide espermatozoides ticamente igual ao tamanho do zigoto inicial. O aspecto
do embrião, após sucessivas divisões, é o de uma pequena
amora; é o primeiro estágio embrionário e recebe o nome
ovócito
mórula (do latim morula = amora).
ovócitos
2 blastômeros 4 blastômeros

Ovo

divisão do divisão dos


embrião embriões
8 blastômeros

desenvolvimento desenvolvimento 32 blastômeros 16 blastômeros


de dois embriões de dois embriões
Esquema da
cordão umbilical formação Esquema da
de gêmeos segmentação.
mórula
univitelinos
(A), um caso de
poliembrionia, A segmentação do ovo resulta numa massa de célu-
e de gêmeos las que, após o estágio de mórula, começa a aumentar de
bivitelinos (B), tamanho, devido ao aparecimento de uma cavidade em
um caso de
poliovulação da
seu interior. Fica assim caracterizado o segundo estágio
espécie humana. embrionário, denominado blástula ou blastocisto. A cavi-
dade é a blastocele, cujo tamanho pode variar de acordo
Desenvolvimento Embrionário com o tipo de ovo que lhe deu origem; a camada de célu-
las que envolve essa cavidade é a blastoderme.
No caso dos seres humanos, cerca de sete dias depois
da fecundação, a qual ocorre na tuba uterina, o embrião no
estágio de blastocisto é implantando no endométrio (cama-
da interna do útero), processo denominado nidação.
Da ovocitação à nidação
Embrião humano Massa
celular Útero
com aproximadamente interna
8 semanas e Dia 2 Dia 3
4 centrímetros. Dia 4
Dia 1
A fecundação do gameta feminino por um gameta Tuba
uterina 2 Blastocisto
4 células
masculino forma uma única célula, que passa a ser deno- Zigoto
células implantado
minada zigoto. Fecundação
Mórula
Dia 7
Para que um novo ser se forme a partir do zigoto, ele
deve passar por uma série de modificações progressivas, Dia 0
Embrião
com a multiplicação celular e a especialização das células Camada
que passam a desempenhar funções específicas, resultan- Ovócito II muscular
do em um aumento de complexidade. Ovário
À medida que as modificações vão se sucedendo, o novo Endométrio
ser, já considerado um embrião, vai tomando formas diferen-
Disponível em: http://www.citruscollege.edu/lc/archive/biology/
tes, até o momento em que ele está pronto para o nascimento. PublishingImages/0795l.gif

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Biologia

Celoma Tubo neural

Um embrião precoce.
Este embrião
Notocorda
mamífero foi aberto
para mostrar as Endoderme
células-tronco Estágio em corte
Intestino longitudinal mediano
indiferenciadas.
Nêurula.
As células-tronco embrionárias, que são células de um Em seguida, os três folhetos embrionários começam a
embrião mamífero muito precoce, são capazes de formar um se organizar em tecidos e órgãos dos animais adultos:
organismo inteiro se separadas umas das outras. Essas células • Ectoderme: formará a epiderme – que reveste o cor-
podem ser removidas de um embrião e mantidas indefinida- po externamente –, o revestimento interno da boca
mente no laboratório. Se pudessem ser alteradas genetica- e do ânus, os órgãos sensoriais e o sistema nervoso.
mente para se tormarem aceitáveis para transplantes, elas po- • Mesoderme: formará a derme, os músculos, os os-
deriam ser uma fonte de reposição de tecido não apenas para sos, as cartilagens, os órgãos excretores e genitais,
corações lesados, mas para o pâncreas em pessoas com dia- os órgãos do sistema cardiovascular e as serosas
betes e para o cérebro em pessoas com doença de Alzheimer. que envolvem os órgãos.
Embora a utilização de células-tronco para a medicina ain- • Endoderme: formará o revestimento interno do
da não seja possível, têm surgido novos conhecimentos consi- tubo digestório, suas glândulas anexas e o revesti-
deráveis sobre a biologia molecular do desenvolvimento. mento interno dos órgãos do sistema respiratório e
B – Gastrulação da bexiga urinária.
Na maioria dos animais, as células da blástula reorga-
nizam-se, migrando para o interior do embrião e diferen- TECIDOS HUMANOS
ciando-se em camadas, ou seja, nos folhetos embrionários: Após a fecundação, as células embrionárias, além de

BIOATP - DESENVOLVIMENTO HUMANO


ectoderme, mesoderme e endoderme. Ocorre também o se dividirem, vão se tornado diferentes umas das outras.
surgimento de uma nova cavidade, o arquêntero (do grego Algumas células, por exemplo, tornam-se alongadas e ca-
archaios = primitivo + enteron = intestino). Esse fenômeno pazes de se contrair; outras acumulam gordura no seu in-
constitui a gastrulação, e o embrião encontra-se, agora, no terior. Formam-se, assim, grupos de células especializadas
terceiro estágio embrionário, denominado gástrula. na realização de certas funções: os tecidos.
blastocela
Por que os tecidos são necessários? Podemos compre-
blastoderme ender isso analisando o movimento do corpo, que é pro-
duzido por células especiais, as células musculares. Uma
única célula não poderia mexer um braço ou uma perna,
Blástula
por exemplo. Cada movimento do nosso corpo é produzido
arquêntero
por um conjunto de células musculares trabalhando juntas.
mesentoderme blastocela Do mesmo modo, outros tipos de células se agrupam e for-
ectoderme ectoderme mam tecidos que executam diferentes funções específicas.
Além das células musculares, existem aquelas que re-
Esquema da vestem o nosso corpo – são as epiteliais. Outras chegam
formação da
a perder o núcleo, ficando com seu citoplasma cheio de
gástrula em
Glástula
arquêntero em
embrião.
hemoglobinas – são as hemácias, presentes no sangue,
blastóporo formação que transportam oxigênio dos pulmões para todo o corpo.
C – Organogênese Neurônios –
Fibras musculares
– Células do tecido
Nos animais cordados, dentre os quais os vertebrados, Células do tecido nervoso muscular

a primeira etapa da organogênese constitui a neurulação, Hemácias –


Células do tecido
com o início da organização do sistema nervoso, caracteri- conjuntivo hema-
zando o estágio embrionário denominado nêurula. tocitopoiético

Ao longo do dorso do embrião dos animais cordados, a


ectoderme forma um sulco, que se aprofunda, e cujos bor-
dos superiores se juntam, originando um canal ou tubo neu-
ral, que originará o sistema nervoso desses animais, e forma-
-se acima da notocorda, um cordão longitudinal originado da
mesoderme, também dorsal, que serve de eixo de sustenta-
ção do embrião. A notocorda nos humanos só existe na fase
embrionária, sendo depois substituída pela coluna vertebral. Adipócitos –
Células do tecido
É também durante o estágio de nêurula que ocorrem conjuntivo adiposo
Epiderme –
Células do
os processos de formação do celoma. tecido epitelial

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Biologia

São quatro tipos de tecidos encontrados em nosso or- Assim, podemos classificar o tecido epitelial em dois
ganismo: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. tipos principais: tecido epitelial de revestimento e teci-
do epitelial glandular. No primeiro caso, como o próprio
Tecido Epitelial nome diz, a sua função é basicamente revestir e automa-
ticamente promover proteção. No caso das glândulas, a
O tecido epitelial é formado por várias camadas de função é secreção. Estes dois tecidos podem ainda sofrer
células bem unidas, e por isso, com pouca substância subclassificações como mostrado a seguir:
intercelular. Os epitélios também se caracterizam por
serem avasculares e, por isso, são nutridos pelo conjun-
tivo subjacente; possuírem alta capacidade regenerati-
va; estarem frequentemente apoiados sobre uma mem-
brana basal, que os separa do conjuntivo. No caso dos
epitélios que revestem as cavidades de órgãos ocos,
esta camada de tecido conjuntivo recebe o nome de
lâmina própria.

Epitélio

Membrana basal

Lâmina própria

Capilares sanguíneos

Desenho representando o tecido epitelial simples cúbico e a


membrana basal que faz a separação do epitélio e da lâmina
própria (tecido conjuntivo).

Quanto à sua origem embrionária, apresenta uma Na figura a seguir, observe alguns exemplos de tecidos
peculiaridade: provém dos três tecidos embrionários. epiteliais de revestimento:
A epiderme e os anexos da pele, boca, fossas nasais e
ânus são provenientes da diferenciação da ectoderme. Exemplos de tecidos epiteliais
Já o endotélio (tecido epitelial que reveste internamen- de revestimento
te os vasos sanguíneos), o sistema urinário e as gônadas
são oriundos da mesoderme. Por fim, a endoderme se
diferencia em epitélio do sistema digestório e glândulas
anexas, além do sistema respiratório.
Os epitélios são tecidos cujas células têm vida limitada.
Ocorre, pois uma renovação constante dessas células, gra- Pavimentoso Pavimentoso Cúbico simples
ças a uma atividade mitótica contínua. A velocidade dessa simples estratificado Revestimento externo
Revestimento Revestimento da cavidade do ovário e dos
renovação, porém, é variável, podendo ser muito rápida oral, faringe, esôfago, canal
interno de vasos túbulos renais.
em certos casos e lenta em outras. Como exemplo extre- sanguíneos e alvéo- anal e vaginal. Presente
também revestindo a pele,
mo, citamos o epitélio de revestimento do intestino, que los pulmonares.
mas, neste caso, apresenta
se renova a cada dois ou três dias, e o das glândulas sali- camada de queratina.
vares e do pâncreas, que levam mais de dois meses para
se renovar. Nos epitélios estratificados e pseudoestratifi-
cados, em geral, as mitoses ocorrem nas células situadas
junto à lâmina basal.
Ele está presente na pele e também forra a cavida- Transição Prismático simples Prismático
de de órgãos, como estômago, coração, brônquios, etc. Revestimento da Revestimento interno pseudo-estratificado
bexiga. do intestino delgado e Revestimento das vias
Funciona como uma barreira contra agentes estranhos estômago. Neste caso, aéreas como a traqueia.
que podem invadir nosso corpo e nos deixar doentes apresenta microvilosi- Estão representados
(vírus, bactérias, fungos, por exemplo). O tecido epite- dades para absorção de os cílios e as células
nutrientes. caliciformes produtoras
lial é também aquele que secreta substâncias quando do muco.
formam glândulas.

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Biologia

tecido epitelial ducto

invaginação região
TC CC Corte histológico do tecido secretora
da traqueia com epitelial
glândula
demonstração do exócrina
tecido epitelial
VS de revestimento
desligamento do
pseudoestratificado. tecido epitelial
LT TC: tecido conjuntivo;
células
VS: vaso sanguíneo; secretoras
N: núcleos; LT: Iúmen
N (cavidade) traqueal; glândula
GC endócrina capilar
CC: células ciliadas. glândula em formação sanguíneo
GC: Glândula
calciforme.
Glândulas exócrinas são aquelas que despejam sua secreção fora da
Na imagem anterior de um corte histológico da tra- corrente sanguínea e, por isso, possuem ductos. Ex: lacrimal, salivar,
sudorípara e gástrica. Glândulas endócrinas são aquelas que despejam
queia, é possível observar a célula caliciforme, cujo muco sua secreção (hormônio) na corrente sanguínea. Ex: hipófise e tireoide.
produzido junto aos cílios das células epiteliais deste local
é responsável pela eficácia na remoção das partículas de- Perceba por meio da imagem anterior que glândulas
positadas na parede das vias aéreas. A mobilidade destes exócrinas apresentam ductos por onde secretam o produ-
cílios pode ser diminuída em temperaturas muito baixas e to liberado. Já as glândulas endócrinas são formadas bem
com o uso de nicotina, prejudicando, assim, o mecanismo próximas de vasos sanguíneos, afinal sua secreção, os hor-
de filtração do ar e, consequentemente, aumentando a mônios, é sempre despejada na corrente sanguínea.
susceptibilidade a infecções respiratórias. Com as imagens a seguir será possível observar uma
Entre os diversos tipos de tecido epitelial de reves- glândula mista, o pâncreas:
timento, destaca-se o presente na pele, que é chamado

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epiderme. Além de proteger o corpo contra organismos
invasores, a epiderme o defende contra a ação de certos
produtos químicos, o atrito e o sol. Ducto biliar
Estômago
Duodeno
Poro da glândula Glândula Insulina na
Pêlo
sudorípara sebácea circulação
sanguínea
Queratina Vaso
sanguíneo

Epiderme
Queratina
Glândula
sudorípara
Derme
Músculo Fibras Ilhotas de Langerhans
retor (levanta produtora de hormônios
o pêlo) Células produtoras de enzimas
Células digestivas e bicarbonato
epidérmicas
Células
adiposas Tela subcutânea, rica em tecido Representação do pâncreas, glândula mista, afinal, apresenta células
adiposo (não faz parte da pele) exócrinas produtoras de enzimas digestivas e bicarbonato e células
Nervo
endócrinas (ilhotas de Langerhans ou ilhotas pancreáticas) produtoras
Desenho da pele feito com base em imagens produzidas por dos hormônios insulina ou glucangon.
microscópio óptico. A pele tem, em média, 0,1 cm de espessura e
Disponível em: https://www.google.com.br.
cobre cerca de 2 m² do nosso corpo.
A epiderme também impede que o corpo perca um
volume excessivo de água. Células epiteliais da camada ácinos pancreáticos
mais externa produzem uma substância impermeável, a
queratina. Os cabelos, os pêlos e as unhas também são
compostos de queratina.
Na pele, encontramos glândulas sudoríparas, que produ-
zem o suor, e glândulas sebáceas, que produzem substâncias
que lubrificam a pele e os pêlos. Essas glândulas são forma-
das também por um tipo de tecido epitelial, o tecido epitelial
glandular. Nesses casos, suas células se especializaram em ilhota de Langerhans
produzir substâncias importantes para o corpo, as secreções.
Pâncreas
Como demonstrado em um esquema anterior, as
glândulas podem ser endócrinas, exócrinas ou mistas. Corte histológico do pâncreas mostrando os ácinos pancreáticos
Observe o desenho a seguir da formação de uma glân- (parte exócrina) e as ilhotas de Langerhans (parte endócrina).
dula exócrina e endócrina. Disponível em: https://www.google.com.br.

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Biologia

Tecido Conjuntivo As células do TCPD produtoras da matriz celular (subs-


tância entre as células do tecido) é o fibroblasto, que quan-
Volte a observar com cuidado a figura da pele. Você do envelhecida recebe o nome de fibrócito. O processo de
é capaz de dizer por que a pele não é um tecido e, sim, cicatrização envolve a ação dessas células, que, produzindo
um órgão? matriz rica em colágeno, reconstitui o tecido lesionado.
A pele é formada pela epiderme (tecido epitelial) e pela Macrófagos também estão presentes neste tecido,
derme (tecido conjuntivo). E um órgão é justamente isso: sendo estes células de defesa por meio da fagocitose
a união de tecidos que desempenham funções diferentes. de antígenos.
O tecido conjuntivo é proveniente da diferenciação
da mesoderme e possui um material entre suas células, Osso
a substância intercelular, que colabora em suas ativi- Tendão
Epimísio
dades. Há vários tipos de tecido conjuntivo, e em cada Endomísio
Perimísio
um deles a substância intercelular e as células assumem Miofibrila
funções diferentes.
Na derme, por exemplo, há um tipo de tecido conjunti- Músculo
Fibra muscular
vo, chamado tecido conjuntivo propriamente dito (TCPD) Feixe muscular
ou tecido conjuntivo próprio, que contém uma substância
intercelular gelatinosa e fios microscópicos de proteínas O endomísio é um tipo de TCPD frouxo; perimísio e epimísio
que dão resistência e elasticidade à pele – as fibras protei- apresentam TCPD denso.
cas, principalmente do tipo colágeno.

Quando há poucas proteínas na


matriz celular do TCPD, ele é dito
frouxo, atuando no preenchimento
de espaços não ocupados por outros
tecidos, formando a membrana basal
que nutri os epitélios e ainda envolve
nervos, músculos, vasos sanguíneos e
Músculo
linfáticos. flexor
Quando este tecido apresenta ma- Músculo
extensor
triz rica em proteínas, ele é do tipo Músculos flexores e (quadríceps)
extensores trabalham
denso, e está presente nos tendões e antagonisticamente para
ligamentos. movimentar a junta.
Tendões ligam o
músculo ao osso.
Fêmur

Patela (rótula)

Juntas, ligamentos e Cartilagem


tendões. Uma visão
lateral do joelho mostra Ligamentos ligam
interações do músculo, um osso a outro.
do osso, da cartilagem,
dos ligamentos e Fíbula
dos tendões dessa Tíbia
importante e vulnerável
junta humana.

Abaixo da derme, há a tela subcutânea ou hipoderme,


onde podemos encontrar outro tipo de tecido conjuntivo,
o tecido adiposo, rico em células que armazenam gordura,
as células adiposas ou adipócitos. A gordura pode servir de
LCA reserva de alimento, além de ser um bom isolante térmico
Cadáver (protege o corpo contra o frio). É também uma proteção
contra pancadas ou choques mecânicos. Observe a figura
que ilustra o tecido adiposo situado na pele e ainda duas
Foto do ligamento
cruzado anterior (LCA)
imagens do corte histológico deste tecido multilobulado,
que, quando lesado quando apresenta várias “gotas” de gordura, e o unilobu-
parcial ou totalmente, lado, quando o citoplasma da célula é preenchido por uma
possui potencial de única “gota” de gordura, e rica em mitocôndrias, apresen-
cicatrização pobre. tando-se nos recém-nascido e com a função termogênica.

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Biologia

vasos
sanguíneos
As células ósseas recebem nutrientes e oxigênio atra-
vés de vasos sanguíneos localizados em canais que passam
por dentro do osso, canais estes que também permitem a
passagem de nervos. Estas células podem ser osteoblasto
(produtora da matriz óssea que quando envelhecida passa
a ser chamada de osteócito) e osteoclasto (célula que di-
gerem a matriz óssea e libera o cálcio no sangue). É devido
à ação destas duas células que o osso, apesar da aparen-
te dureza, é considerado um tecido plástico, em vista da
constante renovação de sua matriz.
A osteoporose, principal causa de fraturas entre idosos,
é resultado da perda gradual da densidade da matriz ós-
sea, que é remodelada pelos osteoblastos e osteoclastos.
Segundo os especialistas, a prevenção contra a osteoporose
deve começar na infância, com alimentação rica em cálcio
e em vitamina D, exposição diária ao sol e exercícios físicos.
Hoje está provado que o tecido adiposo é a maior
glândula endócrina do organismo. Existem dezenas A manutenção dos níveis normais de cálcio sanguíneo
de hormônios produzidos por ele, ligados à hiperten- depende das ações de dois hormônios, que agem antagoni-
camente no osso: o paratormônio, que provoca a mobilização
são (angiotensinogênio) e ao apetite, como a leptina.
do cálcio através de uma reabsorção óssea, estimulando os os-
Quanto mais gordura, maior a produção desse hor-
teoclastos, enquanto que a calcitonina age suprimindo a mo-
mônio que age no cérebro e faz diminuir o apetite. bilização do cálcio do osso, uma vez que inibe os osteoclastos.
Há quase uma década que os cientistas sabem que a
Durante o período de menopausa entram em jogo
leptina tem um papel importante na queima de gor-
outros fatores, sendo que o papel do estrógeno é funda-

BIOATP - DESENVOLVIMENTO HUMANO


dura. O problema é que até hoje não se descobriu o mental. Estudos realizados em vitro demonstraram a exis-
caminho que esse hormônio produzido por células tência de receptores para estrógenos tanto ao nível dos
adiposas faz pelo corpo. osteoblastos, quanto dos osteoclastos. Atuam eles tanto
Fonte: WAJCHENBERG,Bernardo Leo. no mecanismo de morte celular (apoptose osteoclástica)
Disponível em: http://www.drauxiovarella.com.br/entrevistas/obesidade. quanto nos processos de absorção de cálcio pelo intestino
Acesso em: 20 set.2005.
e na reabsorção tubular renal deste íon. Por isso, a causa
mais comum na mulher é a diminuição dos níveis de estró-
genos após a menopausa.
No osso também encontramos tecido conjuntivo, cha-
mado tecido conjuntivo ósseo. Nesse caso, a substância Outro tipo de tecido conjuntivo é a cartilagem ou
intercelular é rica em sais minerais de cálcio e em fibras de tecido conjuntivo cartilaginoso, cuja célula é chamada
colágeno (uma proteína fibrosa), o que torna o osso rígido condroblasto e, quando envelhecida, condrócito. A car-
e resistente. Desse modo, além de sustentar o corpo, os tilagem é resistente, mas, ao contrário do osso, é flexível.
ossos protegem órgãos como o cérebro e a medula espi- Isso porque, em vez de sais de cálcio, ela possui uma subs-
nhal, e apoiam os músculos, permitindo os movimentos tância intercelular cuja consistência lembra a da borracha.
do corpo. Veja a figura do corte do fêmur. Outra característica das cartilagens é a ausência de ner-
vos, o que a torna insensível, além da ausência de vascula-
célula óssea
rização e, por isso, de baixo poder regenerativo.
vasos sanguíneos
A cartilagem dá forma e sustentação a alguns órgãos
do corpo, como a orelha externa, a parte inferior do nariz,
a traqueia, a laringe e os brônquios. É encontrada também
entre as vértebras (os ossos que formam a coluna verte-
bral), onde forma os discos intervertebrais. Esses discos
funcionam como “almofadas”, pois amortecem os cho-
ques contra a coluna quando andamos ou corremos.
A cartilagem também cobre a superfície dos ossos nas
articulações, isto é, nos locais onde eles se encontram (jo-
elhos, cotovelos, tornozelos, etc.), o que facilita o desliza-
mento deles. A figura seguinte mostra dois exemplos de
partes do corpo em que as articulações são encontradas.

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Biologia

osso (vértebras)

cartilagem

osso

cartilagem

O sangue é outro tipo de tecido conjuntivo. A característica incomum do sangue é que a matriz extracelular é líquida,
portanto o sangue é um tecido fluido.
As células sanguíneas podem ser separadas da matriz fluida, chamada plasma, por centrifugação.

O sangue é retirado, colocado em um


tubo de ensaio e centrifugado.
100
Porção plasmática
90 Transportes pelo sangue:
Sais Proteínas plasmáticas
Nutrientes
Sódio, potássio, Albumina
Componentes Água (p. ex., glicose, vitaminas)
80 cálcio, magnésio, Fibrogênio
Produtos de excreção do
cloreto, bicarbonato Imunoglobulinas metabolismo
70 Gases respiratórios
Balanço osmótico, Balanço osmótico,
Funções Solvente (O2 e CO2)
tamponamento do pH, regulação tamponamento do pH,
Percentagem

Hormônios
60 dos potenciais de membrana coagulação, reações imunes
Calor

50 Porção celular
Eritrócitos Leucócitos Plaquetas
40 (glóbulos (glóbulos brancos)
Componentes vermelhos)
Monócitos
30 Basófilos Eosinófilos Neutrófilos Linfócitos
Número por 5-6 milhões 5.000-10.000 250.000-
20 mm3 de sangue 400.000
Transporte de
10 Destroem células estranhas, produzem anticorpos, funções nas Coagulação
Funções oxigênio e dióxido sanguínea
de carbono respostas alérgicas.

A Composição do Sangue. O sangue consiste em uma solução aquosa complexa, numerosos tipos celulares e fragmentos de células.

Se uma amostra de 100 ml de sangue é centrifugada, A maioria das células sanguíneas são eritrócitos, ou
todas as células movem-se para o fundo do tubo, deixando glóbulos vermelhos. Glóbulos vermelhos maduros são
o plasma límpido, de tonalidade palha, na superfície. O vo- discos bicôncavos, flexíveis, carregados com hemoglobi-
lume de células reunidas, ou hematócrito, é a percentagem na. Sua função é transportar os gases respiratórios. Seu
do volume sanguíneo constituída pelas células. O hemató- formato lhes dá uma grande área superficial para trocas
crito normal é em torno de 38% para mulheres e 46% para gasosas, e sua flexibilidade permite que se espremam por
homens, mas esses valores podem variar consideravelmen- capilares estreitos. Existem em torno de 5 a 6 milhões de
te. Por exemplo, eles normalmente são mais elevados em glóbulos vermelhos por mililitro de sangue.
pessoas que vivem e trabalham em grandes altitudes, pois Os glóbulos vermelhos são gerados por células es-
a baixa concentração de oxigênio em altitudes elevadas es- peciais da medula óssea vermelha chamadas de células-
timula a produção de mais glóbulos vermelhos. -tronco, particularmente na medula óssea das costelas, no
Existem três classes de elementos celulares no sangue: externo, na pelve e nas vértebras.
os glóbulos vermelhos, os glóbulos brancos (ou leucóci- Cada glóbulo vermelho circula por aproximadamente
tos) e as plaquetas, as quais são fragmentos de células. 120 dias e então se desintegra. À proporção que ele enve-

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Biologia

lhece, sua membrana se torna menos flexível e mais frá- morrer; o pus, secreção de cor amarelada, com odor de-
gil. Portanto, células vermelhas velhas frequentemente se sagradável, produzida em consequência de processos de
rompem à medida que se deformam para se ajustar a ca- infecção, é resultado dessa destruição parcial de glóbulos
pilares estreitos. Um local onde elas realmente são espre- brancos pelos agentes invasores. Uma análise completa do
midas é no baço, um órgão localizado próximo do estôma- pus mostra que essa secreção é constituída por glóbulos
go, na porção esquerda superior da cavidade abdominal. brancos em processo de degeneração, plasma, fragmen-
Já os leucócitos ou glóbulos brancos são células nu- tos de bactérias, proteínas e outros elementos orgânicos.
cleadas, de diferentes formas, tamanhos e funções. Seu Todo esse conjunto de efeitos contra um antígeno pode
número, na espécie humana, varia em condições normais ser chamado de inflamação, caracterizado por dor, calor e
entre sete e nove mil glóbulos brancos por mm³ de san- rubor no local inflamado.
gue. Porém podem ocorrer variações desse número cau- Os efeitos dos anti-inflamatórios estão associados à pre-
sadas por processos infecciosos e alérgicos no organismo. sença de inibidores da enzima chamada ciclooxigenase 2
Dá-se o nome de leucocitose a um pequeno aumento do (COX-2). Essa enzima degrada substâncias liberadas de te-
número de glóbulos brancos e, para uma diminuição, dá- cidos lesados e as transforma em prostaglandinas pró-infla-
-se o nome de leucopenia. Na leucemia, ocorre uma con- matórias, responsáveis pelo aparecimento de dor e inchaço.
centração exagerada de glóbulos brancos, que podem Os anti-inflamatórios produzem efeitos colaterais de-
chegar a dezenas de milhares por mm3 de sangue, ocu- correntes da inibição de uma outra enzima, a COX-1, res-
pando os lugares das células vermelhas (eritrócitos). ponsável pela formação de prostaglandinas, protetoras da
A principal função dos glóbulos brancos é a defesa do or- mucosa gastrintestinal.
ganismo. Essa atividade pode ser exercida por meio da fago- Os glóbulos brancos costumam ser classificados em
citose ou da produção de proteínas de defesa, os anticorpos. granulócitos e agranulócitos, de acordo com a presença
Alguns glóbulos brancos são capazes de sair dos va- ou ausência, no seu citoplasma, de grânulos específicos na
sos sanguíneos, passar entre as células da parede do vaso forma e no tamanho.
(fenômeno da diapedese) e se deslocar entre as células O quadro a seguir mostra os tipos de glóbulos bran-
dos órgãos e tecidos, onde fagocitam os corpos estra- cos e suas funções, bem como a quantidade em que estão
nhos. Durante essa ação, alguns glóbulos brancos podem presentes no sangue humano.
Glóbulos brancos

BIOATP - DESENVOLVIMENTO HUMANO


Granulócitos Agranulócitos
Tipos Neutrófilo Eosinófilo Basófilo Linfócito Monócito
Esquemas

Características Núcleo geralmente Núcleo bilobulado Núcleo volumoso Núcleo grande e esférico Núcleo em forma de rim
do núcleo trilobulado e citoplasma que ocupa quase toda a ou ferradura
granuloso célula
Função Fagocita elementos es- Fagocita determi- Atua em proces- Responde pela defesa imu- Diferencia-se em
tranhos no organismo nados elementos e sos alérgicos nitária do organismo; alguns macrófagos, células
atua em processos linfócitos transformam-se fagocitártias que des-
alérgicos em plasmócilos, capazes de troem microrganismos
produzir anticorpos pela ação de enzimas
lisossômicas
Quantidade em 2.700 a 6.500 (cerca de 100 a 300 (cerca de 0 a 50 (cerca de 1.500 a 3.000 (cerca de 25% 250 a 500 (cerca de 3% a
mm3 de sangue 55% a 65% do total de 2% a 3% do total de 0,5% do total de a 35% do total de glóbulos 10% do total de glóbulos
glóbulos brancos) glóbulos brancos) glóbulos brancos) brancos) brancos)
Fonte de pesquisa: JUNQUEIRA, L, C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. p. 195-203.

Além de produzirem os glóbulos vermelhos e os leucócitos, as células-tronco da me- Megacariócitos


dula óssea geram células chamadas megacariócitos. Os megacariócitos são células gran-
des que permanecem na medula óssea e partem-se continuamente em fragmentos de
célula chamados plaquetas.
A plaqueta é somente uma minúscula porção de uma célula, mas está carregada
com as enzimas e substâncias químicas necessárias para sua função: vedar vazamen-
tos em vasos sanguíneos e iniciar a coagulação sanguínea.
A lesão a um vaso sanguíneo expõe fibras colágenas. Quando uma plaqueta en-
contra fibras colágenas, ela é ativada. Ela incha, assume um formato irregular, torna-
-se viscosa e libera substâncias químicas que ativam outras plaquetas e iniciam a coa-
gulação sanguínea. As plaquetas viscosas formam um tampão no local danificado e a
coagulação subsequente produz uma rede mais forte no vaso. Plaquetas

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Biologia

A coagulação do sangue requer muitas etapas e nu- Os fatores de coagulação sanguínea participam de uma
merosos fatores de coagulação. A ausência de qualquer cascata de eventos que ativa outras substâncias circulan-
um desses fatores pode prejudicar a coagulação e cau- tes no sangue. A cascata inicia-se com a lesão celular e a
sar sangramento excessivo. Pelo fato de o fígado pro- ativação plaquetária, levando à conversão de uma enzima
duzir a maioria dos fatores de coagulação, doenças he- circulante inativa, a protrombina, para sua forma ativa, a
trombina. A trombina causa a polimerização de moléculas
páticas como a hepatite e a cirrose podem resultar em
plasmáticas chamadas fibrinogênio e a formação de uma
um sangramento exagerado. A hemofilia, doença here- rede de fibrina. A rede de fibrina origina a malha que for-
ditária ligada ao sexo é um exemplo de incapacidade ma o coágulo sanguíneo, veda o vaso e fornece um reves-
genética para produzir um dos fatores de coagulação. timento para a formação do tecido de cicatrização.

(a) Uma lesão ao revestimento de As plaquetas liberam substâncias que causam O coágulo de fibrina fecha a
um vaso sanguíneo expõe fibras a contração do vaso. Plaquetas pegajosas ferida até que a parede do
colágenas; as plaquetas aderem e formam um tampão e iniciam a formação de vaso cicatrise.
tornam-se pegajosas. um coágulo de fibrina.
Plaqueta

Glóbulo vermelho Fibras colágenas Tampão plaquetário Rede de fibrina


Fatores de coagulação Coagulação do sangue.
1. Liberados pelas plaquetas e pelo tecido (b)
danificado
(a) Lesão de um vaso
2. Proteínas plasmáticas sintetizadas no fígado e Ca+2 e vitamina K sanguíneo inicia uma
postas em circulação na forma inativa
cascata de eventos que
Protrombina Trombina produz a rede de fibrina.
circulante no (b) À medida que a
plasma rede se forma, glóbulos
Fibrinogênio Fibrina vermehos são envolvidos
circulante
no plasma
nos filamentos de fibrina,
formando o coágulo.

Tecido Muscular O tecido muscular esquelético forma os músculos


presos aos ossos, os músculos esqueléticos. O músculo e
As células do tecido muscular, que assim como o te- suas células são também envolvidos por tecido conjuntivo
cido conjuntivo são provenientes da diferenciação da e tecido adiposo.
mesoderme, são capazes de se contrair e, assim, dimi- Por serem alongadas, as células musculares costumam ser
nuir de tamanho. São essas contrações que geram os denominadas fibras musculares. Ao microscópio, elas apare-
movimentos do corpo. cem com listras ou estrias transversais. Por isso, esse tecido é
Existem três tipos de tecido muscular em nosso corpo: também chamado tecido muscular estriado esquelético.
o esquelético, o liso e o cardíaco. Observe a figura. Esses músculos podem ser controlados por nossa von-
tecido muscular tade. Isso quer dizer que podemos, conscientemente, con-
estriado esquelético trolar a sua contração. Se quisermos, podemos dobrar o
braço para apanhar um objeto, mover a perna para chutar
tecido muscular uma bola, girar o pescoço para o lado, etc. Por isso, dize-
estriado cardíaco núcleo da mos que os músculos esqueléticos são voluntários ou têm
célula
contração voluntária.
Os músculos esqueléticos são encontrados também na
face, na língua, no abdome e no diafragma, que é o mús-
culo que ajuda o ar a entrar e a sair dos pulmões.
O tecido muscular liso é formado por células alongadas
(as fibras) e afinadas nas pontas. Ele é encontrado em diver-
sos órgãos ocos do nosso corpo: o tubo digestório, a bexiga, a
traqueia e os brônquios, o útero e também as artérias e veias.
tecido muscular liso Esse músculo é involuntário, ou seja, sua contração não
núcleo pode ser controlada por nossa vontade. São os músculos li-
da sos do estômago e intestino que se contraem quando ocor-
célula
rem as cólicas intestinais, quando você ouve o estômago
“roncar” de fome e também enquanto impulsionam o ali-
mento ao longo do tubo digestório. Mas, na maior parte do
tempo, não nos damos conta do trabalho desses músculos.
Finalmente, há o tecido muscular cardíaco, que é en-
contrado no coração, onde suas contrações têm a função

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Biologia

de impulsionar o sangue para o corpo. É também um mús- que ela encurte, e o encurtamento de todas as miofibrilas
culo involuntário e em suas células podem ser observadas faz com que a fibra encurte também. O músculo contrai ou
listras ao microscópio. Por isso é também chamado tecido relaxa quando suas fibras encurtam ou distendem.
muscular estriado cardíaco.
• Contração muscular
Os músculos exercem sua atividade sob o estímulo de im- A
pulsos nervosos, sem os quais se tornam inertes e se atrofiam.
Os músculos estriados esqueléticos, por exemplo, nunca estão fibra relaxada
completamente relaxados, pois recebem constantes impulsos
dos centros nervosos. O estado de ligeira contração em que
eles permanecem é conhecido como tônus muscular.
Ao se contrair, o músculo torna-se mais curto, em razão B
do encurtamento de suas fibras. Nelas encontram-se miofi-
brilas formadas por miômeros ou sarcômeros, unidades fun- Esquema da fibra muscular
fibra contraída relaxada (A) e contraída (B).
cionais e estruturais do sistema muscular contrátil. Em cada
miômero são encontrados miofilamentos grossos e finos, miômero
que se repetem regularmente. Os miofilamentos grossos são • Energia para a contração muscular
constituídos por miosina, e os finos, por actina. As duas pro-
teínas contráteis se associam, formando o complexo actina- As células musculares, por atividade enzimática, trans-
-miosina, responsável pela contração da fibra muscular. formam o glicogênio nelas armazenado em glicose. No pro-
cesso de respiração celular, a glicose libera energia para a
produção de ATP. A energia retida no ATP, por sua vez, é
fornecida para a contração do complexo actina-miosina.

BIOATP - DESENVOLVIMENTO HUMANO


O ATP deve ser constantemente regenerado na célula
muscular. Entretanto, durante os períodos de intensa ativi-
dade, a reação de degradação do glicogênio para formar o
ATP necessário não é suficientemente rápida, sendo preciso
feixe muscular
uma fonte adicional de energia, a qual é fornecida por um
composto, a fosfocreatina, que funciona como reservatório
núcleo de fósforo (P). Na falta de ATP, a miosina mantém-se unida
à actina, causando o enrijecimento do músculo. É isso que
acontece após a morte, produzindo o rigor mortis. Por isso
miofibrila há gasto de ATP tanto para contrair quanto para relaxar.
fibra muscular
miômero

miofibrila faixas claras


e escuras

Esquema de regeneração do ATP.


miosina
arranjo dos actina As células nervosas controlam a contração do músculo
miofilamentos estriado esquelético por meio da liberação de mediadores
(proteínas químicos, os quais produzem estímulos elétricos que pas-
contráteis) complexo actina-miosina sam pela membrana plasmática da célula muscular até o
Esquema da estrutura ultramicroscópica do músculo. seu retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático não
granuloso) por meio de túbulos T. Este libera íons cálcio, os
Ilustração produzida com base em: JUNQUEIRA, L, C.; CARNEIRO, J. quais expõem os sítios de ligação das actinas com as miosi-
Histologia básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. p. 163.
nas, promovendo o deslizamento das fibras de actina e, com
O encurtamento das miofibrilas depende dos miofi- isso, a contração do músculo. Cessado o impulso nervoso, o
lamentos de actina e de miosina de cada miômero. Eles cálcio é levado de volta para o retículo sarcoplasmático, por
não alteram o seu comprimento durante a contração; o transporte ativo, e as fibras de actina voltam ao seu lugar ori-
que ocorre é o deslizamento dos miofilamentos de actina ginal. Com isso, o músculo relaxa. O relaxamento do músculo
entre os de miosina, encurtando o miômero. O encurta- também depende que a acetilcolina (neurotransmissor) seja
mento de todos os miômeros de uma miofibrila faz com degradada, o que ocorre por meio da acetilcolinistrase.

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Biologia

Neurônio motor

Fibra muscular

Um potencial de ação
(seta preta) chega ao
terminal do neurônio
motor.

A membrana plasmática da fibra muscular


Potencial
de ação gera um potencial de ação que se espalha
Junção neuromuscular pelos túbulos T...

Túbulo T

... os quais fazem a liberação


do Ca+2 armazenado no
retículo sarcoplasmático.

Retículo
sarcoplasmático

Miofibrila Túbulos T em funcionamento.


Liberação do Ca +2 Um potencial de ação na
estimula a junção neuromuscular
contração muscular. espalha-se através da
fibra muscular via rede de
Membrana túbulos T, provocando a
plasmática liberação do Ca+2 do retículo
Sarcômero
sarcoplasmático.

• Fibra de contração lenta X fibra de contração rápida São fibras com um mau rendimento energético e que, por
A classificação das fibras musculares faz-se de acordo acumularem muito ácido láctico e H+, são facilmente fatigá-
com o metabolismo energético dominante, da velocida- veis. Predominam em músculos que movem pernas e bra-
de de contração e da sua coloração histoquímica, a qual ços. Corredores de 100m, levantadores de peso e atletas de
depende das atividades enzimáticas. Os músculos esque- salto apresentam maior número de fibras rápidas.
léticos dos vertebrados são compostos por dois tipos prin- Fibras lentas Fibras rápidas
cipais de fibras: fibras lentas oxidativas ou vermelhas, e (vermelhas ou (brancas ou
tipo II, as fibras rápidas glicolítica ou brancas. oxidativas) glicolíticas)
As fibras lentas ou vermelhas (oxidativas) exibem cor Atividade ATPásica ↓ ↑
vermelho-escuro devido à grande vascularização e alto
conteúdo de mioglobina e citocromos, já que são espe- [ ] de mioglobina ↑ ↓
cialmente ricas em mitocôndrias, além de terem diâme-
Nº de mitocôndrias ↑ ↓
tros relativamente menores que maximizam a difusão do
oxigênio até as mitocôndrias no interior da célula; natu- Reserva de ↑ ↓
ralmente, têm alta capacidade de oxidar aerobicamente glicogênio
carboidratos e ácidos graxos para gerar ATP, permitindo
exercícios duradouros, como nos casos de maratonistas Tecido Nervoso
e nadadores de longas distâncias. Como a velocidade de Imagine tudo o que acontece quando você escuta algo
produção de ATP (atividade ATPásica) por processo aeró- do tipo: “O jantar está na mesa!” O sistema nervoso recebe
bios é bem menor do que a velocidade das vias anaeróbias uma mensagem do seu órgão auditivo, analisa essa infor-
e a reserva de substratos para a oxidação aeróbia é maior, mação e comanda uma série de movimentos em seu corpo.
as fibras tipo I têm contração mais lenta e mais prolonga- Tudo isso é feito pelo tecido nervoso. As mensagens são
da e sofrem fadiga mais lentamente. conduzidas por células nervosas, também chamadas neurô-
As fibras rápidas ou brancas (glicolítica) são mais claras nios, que são as principais células desse tecido (há também ou-
por apresentarem poucas mioglobinas e conterem poucas tras células, encarregadas de nutrir e proteger os neurônios).
mitocôndrias. São fibras de contração rápida, nas quais ob- Veja na figura ao abaixo que um neurônio apresenta
tém energia quase exclusivamente por glicólise anaeróbi- uma região – o corpo celular – onde se localizam o núcleo
ca (por isso chamadas de fibras glicolítica), usando apenas e boa parte do citoplasma. Do corpo celular saem dois ti-
glicose e glogogênio, o que origina uma grande acumula- pos de prolongamento: os dendritos e o axônio. Os den-
ção de ácido láctico no final do exercício. Essas fibras têm dritos são geralmente menores e mais ramificados que
elevados níveis de atividade ATPásica, o que revela grande o axônio. No entanto, os dendritos e axônios são carac-
velocidade na elaboração das interações actina-miosina. terizados por sua função em conduzir impulso nervoso e

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Biologia

não por sua morfologia. Assim, através dos dendritos, o Dendritos Astrócito
Oligodendrócito
impulso nervoso é transmitido na direção do corpo celular Axônio
e através dos axônios.
mensagems
de outros
neurônios

dendritos

corpo
celular Núcleo Neurônio
Terminais do axônio
sentido dos
impulsos axônio Disponível em: http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/
nervosos 2010/04/celulas-glia.jpg

Nosso sistema nervoso tem uma organização impressio-


nante: são cerca de 100 bilhões de neurônios, cada qual re- Reprodução
cebendo mensagens de milhares de outros pelos dendritos
1. A figura abaixo refere-se aos sistemas reprodutores
ou pelo corpo celular (alguns neurônios do cérebro chegam

BIOATP - DESENVOLVIMENTO HUMANO


a ter 50 mil dendritos). A mensagem pode seguir então para humanos.
outros milhares de neurônios ou para um músculo ou uma 5 8 9
7
glândula. Essa rede de neurônios funciona como uma es-
4
pécie de supercomputador, com uma capacidade fantástica
de analisar ações extremamente complexas e de comandar 3 13 10
6
o movimento dos músculos e o trabalho das glândulas! 2 16
11
• Células da glia ou células gliais 14
Além dos neurônios, o tecido nervoso inclui células de
1
sustentação ou suporte, denominadas células da glia ou 15 12
células gliais.
Os órgãos que produzem espermatozoides e óvulos,
Há diversos tipos de células gliais: respectivamente, são os de número
(A) 8 e 4. (C) 10 e 3.

(B) 9 e 2. (D) 12 e 5.

2. A esterilização masculina chamada vasectomia é um
método contraceptivo que só deve ser utilizado por
micróglia
homens que não desejam mais ter filhos, pois sua re-
astrócito oligodendrócitos versão é muito difícil.
Esquema de células gliais. O processo da vasectomia consiste em
(A) inutilizar os tubos seminíferos para que os esper-
Os astrócitos formam prolongamentos de sustentação matozoides não sejam mais produzidos.
e coesão, dispõem-se ao longo dos capilares sanguíneos
do encéfalo e controlam a passagem de substâncias do (B) seccionar os canais deferentes, não sendo mais
sangue para os neurônios. possível eliminação dos espermatozoides.
A micróglia corresponde a um pequeno macrófago (C) remover a vesícula seminal para que o sêmen fi-
que atua na defesa do sistema nervoso. que bastante diminuído.
Os oligodendrócitos formam a bainha de mielina nos (D) inocular hormônios nos testículos para dificultar
axônios de neurônios do sistema nervoso central. a ereção do pênis.
As células de Schwann formam a bainha de mielina (E) alterar o funcionamento da próstata, reduzindo a
nos axônios de neurônios do sistema nervoso periférico. quantidade de espermatozoides produzida.

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Biologia

3. TÉCNICA REVERTE MENOPAUSA E DEVOLVE 6. Para clonar animais, separa-se, artificialmente, as


FERTILIDADE células de um embrião no começo do desenvolvimen-
Mulher estéril voltou a produzir óvulos após receber um to. Nessa etapa, cada célula é capaz de se tornar um
transplante de ovário congelado nos Estados Unidos. embrião caso seja separada das outras. (...) Uma téc-
(“O Globo”, 24/09/99) nica diferente foi criada por cientistas escoceses, que
clonaram, em 1996, uma ovelha. Para fazer o clone,
No procedimento médico-cirúrgico acima, o tecido eles usaram três ovelhas. Vamos chamá-las de 1, 2 e 3.
ovariano transplantado foi induzido por hormônios a Primeiro, pegaram um óvulo da ovelha 1 e retiraram o
produzir óvulos. núcleo, onde estão os genes. Depois, conseguiram uma
Isso foi possível porque a função ovariana é estimulada célula da mama da ovelha 2. Tiraram seu núcleo e o
pelos seguintes hormônios secretados pela hipófise: inseriram dentro do óvulo sem núcleo da ovelha 1. O
(A) estrogênio e progesterona. óvulo da ovelha 1 com o núcleo da célula da mama da
ovelha 2 foi posto no útero da ovelha 3, desenvolveu-se
(B) estrogênio e hormônio luteinizante. e gerou uma ovelha com genes iguais aos da ovelha 2:
(C) folículo estimulante e progesterona. o clone, que recebeu o nome de Dolly.
(D) folículo estimulante e hormônio luteinizante. Disponível em: (texto adaptado e imagem): http://chc.cienciahoje.uol.com.
br/revista/ revista-chc-2002/122/copia-fiel/clones-de-laboratorio
4. A gestação assistida, por meio de procedimentos clí-
nicos, permite que casais impossibilitados de gerarem Esquema da
Clonagem da
filhos naturalmente obtenham sucesso em sua consti- Ovelha Dolly
tuição familiar.
Alguns desses procedimentos estão listados em se-
quência. Ovelha 1 Ovelha 2
1. Estímulo à ovulação.
2. Aspiração de óvulos liberados a partir dos folícu-
los ovarianos.
Núcleo Núcleo
3. Estímulo ao desenvolvimento do endométrio.
4. Fertilização in vitro.
Célula da mama
5. Implantação do embrião no útero. Óvulo

Em função da sequência de procedimentos referentes à


biologia reprodutiva humana, está correto afirmar que
(A) o estímulo à ovulação ocorre através de hormô- Núcleo da
nios hipofisários. Óvulo sem célula da
núcleo mama
(B) a ovulação ocorre no útero, após cerca de 14 dias
de estímulo hormonal.
Óvulo da ovelha
(C) o desenvolvimento do endométrio permanece 1 com núcleo da
até o final da gestação. célula mamária
da ovelha 2
(D) a fertilização de um óvulo por dois espermatozoi-
des origina gêmeos fraternos.
(E) a implantação do embrião no útero, a nidação, Embrião

ocorre na fase de nêurula.


Embrionário
5. Os estudos de Biologia Molecular têm auxiliado na busca Ovelha 3
do conhecimento sobre origem, evolução e jornada do
homem na Terra. Nesses estudos, utiliza-se, principal-
mente, o DNA mitocondrial. Os bons resultados alcança-
dos para os estudos entre espécies próximas, utilizando
o DNA mitocondrial, ocorrem porque essa molécula
(A) é herdada maternalmente.
(B) acumula mutações de forma lenta. Dolly

(C) sofre recombinações com alta frequência. A imagem e o texto acima fornecem um exemplo de for-
(D) apresenta fita única e replica-se facilmente. mação de clones de animais em laboratório. Entretanto,
(E) possui polimerase capaz de iniciar sozinha a sínte- é possível a formação de clones humanos naturalmente,
se de sua cadeia. durante o processo reprodutivo, através da

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Biologia

(A) formação de gêmeos monozigóticos (idênticos), 9. Durante a vida de um animal, as divisões celulares são
que são formados quando o embrião gerado pela rigorosamente controladas, de modo a garantir o bom
fecundação de um óvulo com um espermatozoide funcionamento do organismo. Entretanto, certas alte-
divide-se em dois ou mais, em fases iniciais do de- rações genéticas podem danificar o sistema de con-
senvolvimento. trole da divisão celular, levando à multiplicação des-
(B) formação de gêmeos dizigóticos (diferentes), que controlada da célula, com potencialidade para formar
são formados a partir de fecundações distintas de um tumor. Os tumores malignos são classificados em
um óvulo com um espermatozoide, gerando indi- dois grupos: sarcomas, que são originados de células
víduos geneticamente distintos. do mesoderma, e carcinomas, provenientes de células
originadas do ectoderma ou endoderma. Leucemia
(C) ocorrência de anomalias, tal como a fissão de
é caracterizada pela produção excessiva de células
um zigoto, formado pela fecundação de um es-
brancas anormais, superpovoando a medula óssea.
permatozoide e de um óvulo, através da ação
A infiltração da medula óssea resulta na diminuição
de radiação.
da produção e do funcionamento de células sanguí-
(D) formação de gêmeos monozigóticos (idênticos), neas normais. Dependendo do tipo, a doença pode se
quando estes são formados pela fecundação de um espalhar para os nódulos linfáticos, baço, fígado, sis-
óvulo por dois espermatozoides, gerando dois ou tema nervoso central e outros órgãos e tecidos, cau-
mais embriões geneticamente idênticos. sando inchaço na área afetada. Esse tipo de câncer é
7. A figura abaixo mostra um dos estágios do desenvolvi- proveniente de células originadas no seguinte folheto
mento embrionário observado em vários grupos ani- embrionário:
mais. Sobre este tema, é correto afirmar que (A) mesoderme. (C) endoderme.


(B) ectoderme. (D) notocorda.


1 3
10. Ao longo do desenvolvimento embrionário de organismos
multicelulares, ocorrem sucessivas divisões mitóticas, e
2 grupos de células se especializam para o desempenho das
diferentes funções que o corpo deverá realizar. Sobre esse
assunto, analise as proposições abaixo.
1. As mitoses nos blastômeros se sucedem com ra-
(A) nesse estágio, é possível identificar o tubo neural (2). pidez até que o embrião assuma a aparência de
(B) o blastóporo (1) dará origem ao ânus nos verte- uma bola de células, a mórula.
brados. 2. Quando o embrião já se constitui de algumas cen-
(C) a figura mostra a blástula, estágio em que a blas- tenas de células, começa a surgir em seu interior
tocela (2) está repleta de líquido. uma cavidade cheia de líquido; o embrião é, en-
(D) o arquêntero (2) originará a boca nos moluscos e tão, chamado de blástula.
artrópodes. 3. No estágio de gástrula, o embrião já apresenta um
“esboço” de seu futuro tubo digestivo, o arquêntero.
(E) as células que originarão o sistema nervoso mi-
gram da periferia (3) para o interior do embrião. 4. No estágio de gástrula, as células embrionárias
começam a se diferenciar, formando os primeiros
8. No estágio de gástrula da maioria das espécies animais, tecidos, conhecidos por folhetos germinativos ou
os blastômeros diferenciam-se em três conjuntos de embrionários.
células conhecidos por folhetos germinativos. Está(ão) correta(s)
Esses folhetos germinativos formam todos os tecidos (A) 1, 2, 3 e 4. (D) 1, 2 e 4 apenas.
corporais, sendo que

(B) 1 e 4 apenas. (E) 1 apenas.
(A) o folheto mais externo (ecdoderma) origina os

(C) 2 e 3 apenas.
músculos, ossos, sistema cardiovascular e sistema
urogenital. 11. As células-tronco têm sido muito estudadas com o ob-
(B) o folheto mais interno (endoderma) origina o re- jetivo de produzir órgãos que possam ser utilizados em
vestimento interno do tubo digestivo, as glându- transplantes. Além dos problemas éticos envolvidos
las associadas à digestão e o sistema respiratório nesta questão, conceitos errôneos têm sido veiculados
(brânquias ou pulmões). pela mídia não especializada. Em relação às células-
-tronco humanas, assinale a afirmativa correta:
(C) o folheto que se localiza entre o ectoderma e o
endoderma é chamado de mesoderma, e origina (A) Em adultos são encontradas células totipotentes.
a epiderme e o sistema nervoso. (B) Originam linhagens celulares específicas.
(D) os cnidários, os poríferos e todos os mamíferos (C) São encontradas apenas em embriões.
possuem somente dois folhetos germinativos e (D) Se transplantadas, não provocam rejeição.
são nomeados de diblásticos. (E) São células transgênicas.

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Biologia

Histologia – Tecido Epitelial Histologia – Tecido Conjuntivo


12. O esquema a seguir é representativo de um epitélio 15. Nos processos de cicatrização, podemos observar a
de revestimento estratificado. Pode-se observar que participação do tecido conjuntivo, quando da migra-
as camadas superiores, em contato com o meio exter-
no, são compostas por células cada vez mais achata- ção de determinadas células para o local lesionado,
das. Além disso, essas células achatadas geralmente ocasionando o seu fechamento. A célula envolvida no
estão mortas e descamam do tecido. Um exemplo processo de cicatrização é
desse tipo de epitélio é encontrado no esôfago de
animais carnívoros. (A) o condroblasto. (D) o osteoblasto.


(B) o osteoclasto. (E) o linfoblasto.


(C) o fibroblasto.
16. Algumas lesões na pele deixam cicatrizes bem visíveis,
que podem permanecer durante toda a vida do indi-
víduo. Qual dos tecidos a seguir é o responsável pelo
processo de cicatrização?
Qual o principal motivo que leva essas células a morrerem
e descamarem do epitélio? (A) Cartilaginoso. (D) Muscular.


(A) O atrito causado pelos componentes de meio ex- (B) Conjuntivo. (E) Nervoso.


terno que entram em contato com o epitélio. (C) Epitelial.
(B) A justaposição das células, que cria uma falta de
espaço para que todas se acomodem na superfí- 17. Os órgãos do corpo humano são formados por vários
cie do epitélio. tecidos. Cada tecido possui células com funções especí-
(C) O contato com o meio externo, que leva a uma ficas. O tecido representado a seguir foi observado em
hiperoxigenação das células.
(D) A distância dessas células em relação às fontes de corte histológico ao microscópio ótico.
oxigênio e alimento, trazidos pelos tecidos adja- núcleo
centes ao epitélio.
(E) O deslocamento da posição das organelas intra-
celulares, por conta do achatamento promovido
pelo citoesqueleto.
gordura
13. O Demodex folliculorum é um ácaro que habita os fo-
lículos pilosos dos seres humanos, alimentando-se de
pele e sebo. Algumas pessoas podem ter reações alér-
gicas a esse animal e desenvolver a acne. A bactéria
Propionebacterium acnes é um ser vivo oportunista e
prolifera na pele, causando inflamação.
Pelo tipo de células, pode-se afirmar que o exemplo é
As glândulas envolvidas nesse processo infeccioso são um tipo de tecido
chamadas de
(A) epitelial. (D) muscular.
(A) sebáceas e exócrinas.

(B) sudoríparas e endócrinas. (B) conjuntivo. (E) glandular.

(C) sebáceas e endócrinas. (C) hematopoiético.
(D) sudoríparas e exócrinas.
(E) mistas e exócrinas. 18. Analise a figura de um
14. Uma das funções mais importantes dos tecidos epi- corte histológico de
teliais de revestimento é, justamente, a proteção dos um tipo especial de
tecidos e órgãos internos, como barreira a patógenos. tecido conjuntivo e
Os epitélios são altamente resistentes à tração, graças as suas características
à forte adesão entre as suas células. descritas no texto.
Em relação aos tecidos epiteliais de revestimento, é É um tipo de teci-
INCORRETO afirmar que do conjuntivo de
(A) os alvéolos e o estômago são revestidos por epi- consistência rígida,
télio formado por apenas uma camada de células. que tem função de Fonte: LOPES, Sônia 2006, vol. I. Ed. Saraiva.
(B) a mucosa que reveste a cavidade intestinal e o sustentação e de
peritônio que reveste a cavidade abdominal têm revestimento de superfícies articulares. Suas células,
origem endodérmica. condrócitos e condroblastos são responsáveis pela
(C) no epitélio de revestimento do intestino são en- formação das fibras colágenas e da substância inter-
contradas células secretoras e células especializa-
das na função de absorção. celular, denominada de matriz.
(D) o endotélio é um tipo de tecido epitelial pavimen- Assinale a alternativa que indica corretamente o teci-
toso simples, de origem mesodérmica, que reves- do correspondente.
te internamente os vasos sanguíneos. (A) Tecido adiposo. (D) Tecido ósseo.
(E) a epiderme é um epitélio pavimentoso estratifica-

do, de origem ectodérmica, que apresenta, entre (B) Tecido cartilaginoso. (E) Tecido sanguíneo.
outros tipos de células, os melanócitos. (C) Tecido epitelial.

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Biologia

19. A osteoporose, principal causa de quedas entre idosos, (B) O procedimento descrito acima só foi possível
é resultado da perda gradual da densidade da matriz pelo fato de o tecido ósseo ser um tipo de tecido
óssea, que é remodelada por osteoblastos e osteoclas- conjuntivo, assim como o tecido muscular.
tos. Segundo os especialistas, a prevenção contra a os- (C) As células do tecido ósseo se localizam em espaços
teoporose deve começar na infância, com alimentação (lacunas) do material intercelular, comunicando-se
rica em cálcio e em vitamina D, exposição diária ao sol e entre si pelos prolongamentos citoplasmáticos.
exercícios físicos. Sobre os vários fatores envolvidos na
formação do osso, é correto afirmar que (D) Para preencher o molde, foi utilizado o sangue,
que, assim como o tecido adiposo, é exemplo de
(A) a fixação do cálcio no tecido ósseo depende da
presença de vitamina D, cuja síntese é diminuída tecido conjuntivo especializado.
em indivíduos que têm o hábito de tomar sol. (E) A maior parte dos minerais dos ossos se localiza
(B) o excesso de vitamina C pode levar à diminuição na matriz extracelular.
da densidade óssea, pois essa vitamina causa de-
gradação das moléculas de colágeno. 22. O sistema imune apresenta um tipo de célula que pas-
(C) os osteoblastos e os osteoclastos são células res- sa do vaso sanguíneo para o tecido conjuntivo, onde
ponsáveis, respectivamente, pela captura de cál- irá exercer sua função de defesa. A célula e a passa-
cio e pela absorção de vitamina D. gem são, respectivamente, identificadas como
(D) os osteoblastos e os osteoclastos são células res- (A) basófilos e pinocitose.
ponsáveis, respectivamente, pela produção e pela (B) macrófagos e fagocitose.
degradação de componentes da matriz óssea. (C) leucócitos e endocitose.
20. A osteoporose é uma doença caracterizada pela perda (D) leucócitos e diapedese.
de massa óssea podendo ser devido a um aumento na (E) glóbulos brancos e endocitose.
reabsorção óssea, o que fragiliza o osso, aumentando
a probabilidade da ocorrência de fraturas. 23. O termo inflamação pode ser definido como
A célula óssea responsável pelo mecanismo descrito (A) o processo de instalação, multiplicação e dano te-
acima é cidual pela ação de um determinado patógeno.
(A) megacariócito. (D) osteoclasto. (B) a resposta do organismo contra diversos tipos de

(B) osteócito. (E) condrócito. agentes lesivos, na tentativa de combatê-los.

(C) esteoblasto. (C) a produção de anticorpos específicos contra mi-
crorganismos invasores no organismo hospedeiro.
21. (D) o estabelecimento de células tumorais em deter-
A B
minados tecidos, que originam o câncer.

(E) a reação da memória imunitária a uma exposição
antigênica subsequente.

24. O tecido cartilaginoso pode ser encontrado na ore-


lha, no nariz, na traqueia e nas articulações e possui
algumas características que são comuns aos demais
tecidos conjuntivos. Analise as proposições abaixo,
quanto ao tecido cartilaginoso.
I. As células jovens do tecido cartilaginoso são cha-
Graças a uma mandíbula feita sob medida, um homem madas de condroblastos e as células adultas de
de 56 anos de idade, que teve câncer na face, conseguiu condrócitos.
fazer sua primeira refeição sólida, depois de 9 anos. Para II. As fibras colágenas e as fibras elásticas, em asso-
isso, foi criado um molde na forma de ‘U’ (Figura A), ciação com proteínas e carboidratos, conferem
preenchido com hidroxiapatita, sangue e proteínas, que consistência e flexibilidade ao tecido.
ajudaram a formar a estrutura óssea. O protótipo foi co- III. O tecido cartilaginoso adulto é calcificado e apre-
locado na musculatura das costas do paciente (Figura B, senta os canais de Havers, responsáveis pela nu-
setas) e, sete semanas depois, foi retirado e implantado trição das células.
na face. Após quatro semanas da cirurgia de implanta- IV. A abundância de glândulas mucosas, nervos e vasos
ção, o paciente comeu salsicha e pão. sanguíneos permite a fácil regeneração deste tecido.
“Ciência Hoje”, vol. 35, n0. 209, 2004 [adapt.]
Assinale a alternativa correta.
Com base no texto e em seus conhecimentos, assinale (A) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
a alternativa INCORRETA. (B) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
(A) As células do tecido no qual foi colocado o molde (C) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
para a formação da mandíbula são ricas em fila- (D) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
mentos contráteis, especializadas em contração. (E) Todas as afirmativas são verdadeiras.

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Biologia

A(s) questão(ões) refere(m)-se à figura abaixo, que Quais estão corretas?


mostra os diversos tipos de tecidos encontrados no (A) Apenas I. (D) Apenas II e III.
braço humano.


(B) Apenas II. (E) I, II e III.
1 2 3 (C) Apenas I e II.

29. Dentre os tecidos animais, há um cuja evolução foi
fundamental para o sucesso evolutivo dos seres hete-
rotróficos.
Aponte a opção que indica corretamente tanto o tipo
de tecido em questão como a justificativa de sua im-
portância.
(A) Tecido epitelial queratinizado – permitiu facilitar a
4 5 6 7
desidratação ao impermeabilizar a pele dos animais.


(B) Tecido conjuntivo ósseo – permitiu a formação de
carapaças externas protetoras para todos os ani-
25. Os tecidos 6 e 7 possuem em comum mais, por ser um tecido rígido.
(A) plasma entre as células. (C) Tecido muscular – permitiu a locomoção eficiente
(B) estrutura celular semelhante. para a predação e fuga, por ser um tecido contrátil.
(C) substância intercelular abundante. (D) Tecido nervoso – permitiu coordenar as diferen-
tes partes do corpo dos animais, por ser um teci-
(D) organelas citoplasmáticas ausentes. do de ação lenta.
26. Osteoclastos são células específicas do tecido de número (E) Tecido conjuntivo sanguíneo – permitiu o transpor-
(A) 2. (B) 3. (C) 4. (D) 5. te de substâncias dentro do corpo do animal, por
ser um tecido rico em fibras colágenas e elásticas.
Histologia – Tecido Muscular
Histologia – Tecido Nervoso
27. Os músculos esqueléticos dos vertebrados são com- 30. Observe a imagem abaixo.
postos por dois tipos de fibras: I – as fibras lentas oxi-
dativas ou vermelhas, e II – as fibras rápidas ou bran- Dendrito curto
cas. O tipo de atividade física exercida por uma pessoa Axônio longo
pode, até um certo grau, alterar a proporção dessas
fibras em seu corpo. De acordo com a modalidade es-
portiva e o tipo de treinamento, quais desses atletas
olímpicos apresentam maior número de fibras lentas?
Axônio
I. Corredor de 100 m. Dendrito longo
curto
II. Maratonista (percorre 42 km).
III. Nadador de 1.500 m.
IV. Levantador de peso. A partir dessa imagem assinale a alternativa correta.
V. Atleta de salto. (A) Os dendritos e os axônios são responsáveis pela
(A) I e II. (C) II e III. (E) IV e V. condução do impulso nervoso. O que os diferen-
cia é que o axônio é o prolongamento mais longo
(B) I e III. (D) III e IV.
e não ramificado e os dendritos são prolonga-
28. Considere as afirmações a seguir sobre o tecido mus- mentos mais finos e ramificados.
cular esquelético. (B) O axônio é o prolongamento celular mais longo
dos neurônios e é responsável por conduzir o im-
I. Para que ocorra contração muscular, há necessi-
pulso nervoso.
dade de uma ação conjunta dos íons cálcio e da
energia liberada pelo ATP, o que promove um (C) Os dendritos e axônios são caracterizados por sua
deslizamento dos filamentos de actina sobre os função em conduzir impulso nervoso e não por
de miosina na fibra muscular. sua morfologia. Assim, através dos dendritos, o
II. Exercícios físicos promovem um aumento no vo- impulso nervoso é transmitido na direção do cor-
lume dos miócitos da musculatura esquelética, po celular e através dos axônios o impulso nervo-
so é conduzido a partir do corpo celular.
através da produção de novas miofibrilas.
III. Em caso de fadiga muscular, parte do ácido láti- (D) Os neurônios são tipos celulares diferenciados que
co produzido através da fermentação lática passa têm como característica prolongamentos celulares
para a corrente sanguínea e é convertida em ami- finos e ramificados chamados de dendritos e um
noácidos pelo fígado. prolongamento longo chamado de axônio.

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Biologia

31. Considere o texto a seguir: 33. Os tecidos são arranjos celulares funcionais, consti-
tuindo os órgãos e os sistemas. Um órgão é uma or-
Um implante de células nervosas, já testado com ganização de diferentes tecidos geralmente de vários
sucesso em ratos para recuperar lesões cere- tipos, realizando funções específicas.
brais, foi feito pela primeira vez em seres huma- Fonte: Histologia. Disponível no site da UFRJ:http://acd.ufrj.br/labhac/histo-
nos nos EUA, por pesquisadores da Universidade logia.htm, acessado em 25 de agosto de 2012.
de Pittsburgh, segundo informou ontem o jornal Em relação a essa afirmação, assinale a alternativa
“The Washington Post”. [...] O material implanta- correta.
do, extraído de um tumor de testículo, foi cultiva- (A) O tecido epitelial é formado por células arranja-
do em laboratório por 20 anos. Nesse período, os das morfologicamente para revestir superfícies,
cientistas foram capazes de ‘forçar’ quimicamente cavidades ou formar glândulas. Os vasos sanguí-
a transformação das células cancerosas em neurô- neos e o intestino, por exemplo, são revestidos
nios. As células de tumor foram escolhidas porque internamente por tecido epitelial.
têm grande poder de multiplicação. [...] Cerca de (B) O tecido conjuntivo é um tecido de preenchimen-
2 milhões de novas células nervosas foram aplica- to formado por matriz extracelular e não tem for-
das na região lesada de uma mulher de 62 anos, ma definida.
parcialmente paralisada por um derrame cerebral (C) O tecido muscular é composto de células muscu-
ocorrido há 19 anos. [...] Segundo os pesquisadores, lares, em forma de fuso, que têm a capacidade de
a eficácia da operação só poderá ser comprovada contraírem-se e gerarem movimento. Assim, todo
em alguns meses. o sistema motor é formado de tecido muscular.
(FOLHA DE SÃO PAULO, 3 de julho de 1998). (D) O tecido nervoso é o tecido que forma o sistema
nervoso, ou seja, os neurônios, os nervos e o cé-
Ao transformar células cancerosas em células nervo- rebro são formados de tecido nervoso.
sas, os cientistas conseguiram que estas últimas pas- 34. Tecidos biológicos são unidades cooperativas de célu-
sassem a ter a seguinte constituição básica: las similares que desempenham uma função específi-
(A) corpo celular, parede celular e flagelos. ca. Considere as afirmações a seguir sobre diferentes
(B) parede celular, axônio e dendritos. tipos de tecido:
I. O tecido cartilaginoso é muito vascularizado;
(C) corpo celular, axônio e dendritos.
II. O tecido sanguíneo é formado por células e plasma;
(D) axônio, dendritos e flagelos. III. O tecido epitelial cobre a superfície do corpo e
(E) corpo celular, parede celular e dendritos. dos órgãos internos;
IV. O músculo esquelético é composto por fibras
32. O filme “O óleo de Lorenzo” conta a história de um musculares lisas e estriadas;
menino afetado por uma doença chamada leucodis- V. O tecido nervoso se origina da ectoderma.
trofia, que leva a deficiências auditivas, visuais e mo- Está correto o que é afirmado somente em
toras. Essas deficiências devem-se à destruição da
bainha de mielina das células nervosas. (A) I, II e III. (C) I, IV e V.

Analise a figura a seguir, referente a uma célula nervosa (B) II, III e V. (D) I, III e IV.
na qual alguns componentes foram numerados de 1 a 4.
Assinale a alternativa que contém o número corres-
pondente à bainha de mielina.

2
1. D 10. A 19. D 28. C
3
2. B 11. B 20. D 29. C
3. D 12. D 21. B 30. C
4 4. A 13. A 22. D 31. C
5. A 14. B 23. B 32. C
(A) 1
6. A 15. C 24. C 33. A
(B) 2
7. B 16. B 25. C 34. B
(C) 3
8. B 17. B 26. D
(D) 4 9. A 18. B 27. C

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Biologia

As transformações sociais possibilitam novas formas


de constituição familiar. O desenvolvimento científico
e tecnológico consegue ajudar casais a terem filhos,
recorrendo à reprodução assistida.
Nesse contexto e supondo que um casal constituído
por duas mulheres deseje ter um bebê, considere as
afirmativas a seguir.
Reprodução Humana I. A célula-ovo será resultante de um óvulo retira-
do de uma das mães que foi fecundado por um
1. Pesquisadores americanos e britânicos conseguiram espermatozoide e implantado no útero de uma
realizar com sucesso o primeiro implante de ovário. O mulher ou no de uma das mães.
novo tipo de transplante poderá ser usado para tratar
II. A fusão dos núcleos dos óvulos das mães pode-
a esterilidade...
(O Globo - 24/09/99)
rá dar origem a um embrião do sexo feminino ou
masculino, o qual apresenta genes de ambas as

Através dessa técnica, poderão ser usados ovários de genitoras, portanto com características haploides
fetos abortados, em mulheres que tiveram suas gôna- de cada uma delas.
das retiradas cirurgicamente. Isso abre, porém, uma III. O embrião formado, gerado in vitro, foi implanta-
discussão ética muito grande, pois a criança gerada do no útero de uma “mãe de barriga de aluguel”
será geneticamente para que o bebê tivesse características dela.
(A) descendente do feto doador do tecido. IV. O bebê será do sexo feminino, caso o núcleo diploi-
(B) mutante com menor chance de sobrevivência. de que lhe deu origem for resultante da fertilização
(C) idêntica à própria mãe. do óvulo de uma das mães com o espermatozoide
haploide com cromossomo X de um homem.
(D) um clone do tecido transplantado.
Assinale a alternativa correta.
(E) uma mistura de genoma da mãe e do feto.
(A) Somente as afirmativas I e II são corretas.
Embriologia (B) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
(C) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
2. A utilização de células-tronco do próprio indivíduo
(autotransplante) tem apresentado sucesso como (D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
terapia medicinal para a regeneração de tecidos e (E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
órgãos cujas células perdidas não têm capacidade
de reprodução, principalmente em substituição aos 4. Um professor de Biologia, em uma aula sobre Sistema
transplantes, que causam muitos problemas devido à Reprodutor, explicou a formação de gêmeos univiteli-
rejeição pelos receptores. nos e fraternos, a partir do momento da fecundação.
O autotransplante pode causar menos problemas de Alguns alunos, após ouvirem as explicações, fizeram
rejeição quando comparado aos transplantes tradicio- as seguintes afirmativas.
nais, realizados entre diferentes indivíduos. Isso por- − Maria: os gêmeos univitelinos são geneticamente
que as idênticos e possuem, entre outras características,
(A) células-tronco se mantêm indiferenciadas após o mesmo sexo.
sua introdução no organismo do receptor. − Cristina: os gêmeos fraternos, apesar de não se-
(B) células provenientes de transplantes entre di- rem geneticamente idênticos, compartilham a
ferentes indivíduos envelhecem e morrem ra- mesma placenta.
pidamente. − Renato: gêmeos fraternos também podem ser cha-
(C) células-tronco, por serem doadas pelo próprio mados de dizigóticos, pois são resultantes da fecun-
indivíduo receptor, apresentam material genético dação de dois óvulos por dois espermatozoides.
semelhante. − Ivan: a formação de gêmeos univitelinos pode ser
(D) células transplantadas entre diferentes indivíduos considerada um exemplo de clonagem por apre-
se diferenciam em tecidos tumorais no receptor. sentar o desenvolvimento de dois embriões iguais
(E) células provenientes de transplantes convencio- entre si, porém diferentes do pai e da mãe.
nais não se reproduzem dentro do corpo do re- Assinale a alternativa que indica os estudantes que
ceptor. fizeram as afirmativas corretas.
(A) Maria e Renato, apenas.
3. “Adquira o óvulo em um país, faça a fertilização em (B) Maria e Ivan, apenas.
outro e contrate a mãe de aluguel num terceiro.
Está pronto o seu filho com muita economia”. (C) Maria, Renato e Ivan, apenas.
(D) Maria, Cristina e Renato, apenas.
(COSTA, C. Bebê globalizado. Supernovas. Super Interessante.
São Paulo: Editora Abril, 296.ed., out. 2011, p.28.) (E) Cristina e Ivan, apenas.

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Biologia

5. Para a identificação de um rapaz vítima de acidente, (A) a probabilidade de que todas sejam meninas é de
fragmentos de tecidos foram retirados e submetidos à 50%, que é a mesma probabilidade de que todos
extração de DNA nuclear, para comparação com o DNA sejam meninos.
disponível dos possíveis familiares (pai, avô materno, (B) a probabilidade de as crianças serem do mesmo
avó materna, filho e filha). Como o teste com o DNA sexo é de 25%, e a probabilidade de que sejam
dois meninos e duas meninas é de 50%.
nuclear não foi conclusivo, os peritos optaram por usar
também DNA mitocondrial, para dirimir dúvidas. (C) embora as crianças possam ser de sexos diferentes,
uma vez que se trata de gêmeos, serão genetica-
Para identificar o corpo, os peritos devem verificar se mente mais semelhantes entre si do que o seriam
há homologia entre o DNA mitocondrial do rapaz e o caso tivessem nascidas de gestações diferentes.
DNA mitocondrial do(a) (D) as crianças em questão não serão geneticamente
(A) pai. (C) filha. (E) avô materno. mais semelhantes entre si do que o seriam caso
não fossem gêmeas, ou seja, fossem nascidas de
(B) filho. (D) avó materna. quatro diferentes gestações.
6. Em maio deste ano, foi relatado um caso raro de qua- (E) as crianças serão gêmeos monozigóticos, geneti-
camente idênticos entre si e, portanto, todas do
drigêmeos em Belo Horizonte. Três meninos e uma mesmo sexo.
menina nasceram prematuros. A menina nasceu de
parto normal e para os irmãos, foi necessário fazer ce- 8. As células-tronco são capazes de originar vários tipos
sariana. A novidade do caso está no fato de os quatro de tecidos, representando importante avanço no tra-
apresentarem tipos sanguíneos distintos. tamento de doenças, pois, ao serem
Essas informações nos levam a concluir que (A) produzidas pela hipófise, glândula produtora do
(A) os meninos são gêmeos univitelinos e a menina FSH, especializam-se na maturação de óvulos em
teve origem a partir de outro óvulo fecundado. mulheres com disfunção reprodutiva.
(B) os quatro irmãos não são gêmeos fraternos. (B) produzidas pelas ilhotas do pâncreas, levam o
indivíduo a secretar insulina, controlando o dia-
(C) os quatro irmãos tiveram sua origem a partir de
betis mellitus.
um mesmo zigoto.
(C) retiradas da medula óssea, dão origem a novas cé-
(D) os quatro irmãos tiveram sua origem a partir de lulas sanguíneas utilizadas no tratamento de leuce-
zigotos diferentes. mia do próprio doador, sem risco de rejeição.
(E) esse é um caso de poliembrionia, pois envolveu (D) obtidas a partir de fibra conjuntiva adulta, dão
apenas um óvulo e um espermatozoide. origem a novas células nervosas, minimizando os
efeitos das doenças decorrentes de acidente vas-
7. cular cerebral.
(E) retiradas da zona pelúcida de embriões, dão ori-
gem a novas células cardíacas que substituirão a
cicatriz decorrente de infarto do miocárdio.
Histologia – Tecido Epitelial
9. Nosso organismo é frequentemente exposto a agen-
tes poluentes liberados na atmosfera. Para evitar a
Nunca se viram tantos gêmeos e trigêmeos. As absorção de tais agentes contaminantes, nosso siste-
estatísticas confirmam a multiplicação dos bebês, ma respiratório apresenta mecanismos de filtração e
que resulta da corrida das mamães às clínicas de produção de muco nas vias respiratórias superiores.
reprodução. O motivo pelo qual a reprodução assis- Sobre o tema, é correto afirmar.
tida favorece a gestação de mais de uma criança é
a própria natureza do processo. Primeiro, a mulher (A) O muco resulta do acúmulo de líquidos e de par-
toma medicamentos que aumentam a fertilidade tículas inaladas da atmosfera e sua produção de-
e, em consequência, ela libera diversos óvulos em pende da umidade relativa do ar.
vez de apenas um. Os óvulos são fertilizados em la- (B) A eficácia na remoção das partículas depositadas
boratório e introduzidos no útero. Hoje, no Brasil, na parede das vias aéreas depende da atividade
permite-se que apenas quatro embriões sejam im- do sistema mucociliar do tecido epitelial.
plantados – justamente para diminuir os índices de
gravidez múltipla. (C) A respiração rápida e superficial estimula o acú-
(Veja, 30 de março de 2011.)
mulo de partículas estranhas na região alveolar.
(D) O muco que recobre o epitélio pulmonar tem
Suponha que uma mulher tenha se submetido ao como função a hidratação das vias aéreas e pouco
tratamento descrito na notícia, e que os quatro em- contribui para a sua limpeza.
briões implantados em seu útero tenham se desen-
volvido, ou seja, a mulher dará à luz quadrigêmeos. (E) A viscosidade do muco depende da quantidade
Considerando-se um mesmo pai para todas as crian- de partículas inaladas e independe do estado de
ças, pode-se afirmar que hidratação do indivíduo.

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Biologia

10. A pele humana é o maior orgão do corpo humano. Assim, baseado no exame de ressonância magnética
É constituída por dois tecidos, o tecido epitelial, a do joelho de um atleta, que apresentava perfeitas
epiderme, formado por células em constantes divi- condições nessa articulação, um médico fez os esque-
sões, que empurram as mais velhas para as cama- mas A e B, conforme a figura.
das superiores, e o tecido conjuntivo, a derme, rico Disponível em: http://aparelholocomotor.blogspot.com.
em diversas estruturas, tais como vasos sanguíne- Acesso em: 10.09.2010. (Adaptado)
os, terminações nervosas e glândulas. Logo abaixo, Tendão patelar
Fêmur
não fazendo parte da pele, está a tela subcutânea, a
hipoderme, formada pelas células adiposas respon-
sáveis por armazenar gordura.
Pelos

Poro Menisco
Folículo
piloso
Epiderme
Tíbia
Ligamento cola- Fíbula
Derme teral fibular B
A
Vaso
sanguíneo Glândula Tela
Visão lateral da articulação do joelho:
sebácea subcutânea (A) não flexionado e (B) flexionado

Sobre os componentes estruturais dos esquemas A e


B, assinale a alternativa correta.
Células Músculo Glândula
adiposas eretor do pelo sudorípara (A) O tendão patelar é formado por tecido conjuntivo
(Amabis e Martho. Fundamentos da Biologia Moderna. Adaptado). denso, rico em fibras colágenas muito compactadas.
(B) Os meniscos são formados por células cartilaginosas,
Tendo por base essas informações, pode-se dizer os condrócitos, que produzem hemácias e leucócitos.
que, ao fazer uma tatuagem, a agulha injetora de
(C) Os ligamentos são cordões cartilaginosos desprovi-
tinta penetra dos de vasos sanguíneos e muito ricos em fósforo.
(A) na epiderme, para que a tinta não afete os vasos (D) Os tendões e os ligamentos unem os ossos e os
sanguíneos, as glândulas e as terminações nervosas meniscos aos músculos da perna e do joelho.
da derme, nem as células adiposas da hipoderme.
(E) Os meniscos são estruturas adiposas e flexíveis
(B) na derme, pois, se realizada na epiderme, a tinta localizadas entre a tíbia e o fêmur.
injetada seria eliminada com as células queratini-
zadas mortas. 12. Um dos grandes problemas do câncer é a metástase,
(C) na hipoderme, para que a tinta não seja elimi- uma vez que células do tumor se espalham pelo corpo
nada com as células queratinizadas mortas, nem e invadem outros tecidos. Por serem de rápido cresci-
afete os vasos sanguíneos, as glândulas e as ter- mento, tais células necessitam de grande suprimento
minações nervosas. de nutrientes.
(D) na camada superficial da epiderme, para que a Quando essa invasão ocorre em cartilagens, não há o
tinta afete o mínimo possível as estruturas infe- desenvolvimento de tumor, pois o tecido cartilaginoso
riores da pele. (A) possui inibidores específicos do crescimento de
(E) na hipoderme, para que a tinta seja assimilada células cancerosas.
pelas células adiposas, pois são células que não (B) não possibilita a formação de vasos sanguíneos.
sofrem tantas alterações ao longo do tempo. (C) possui muita matriz extracelular, dificultando o
crescimento do tumor.
11. Hoje em dia não se pode falar em medicina esportiva (D) não possui muita matriz extracelular, dificultando
sem falar em ressonância magnética, especialmente a instalação dos tumores.
no diagnóstico das lesões das articulações. O joelho, (E) possui células fagocitárias que atacam o tumor.
por exemplo, é uma das articulações que mais pre-
ocupam preparadores físicos e esportistas, pois os 13. Os aparelhos ortodônticos são utilizados para alinhar a
afastamentos por lesões costumam tirar os atletas de dentição que apresenta problemas. O posicionamento
circulação por vários meses. correto dos dentes nas arcadas, a partir do uso desses
aparelhos, depende principalmente do processo de
O joelho constitui uma das maiores e mais complexas (A) reabsorção óssea.
articulações do corpo humano, pois é formado por os-
(B) multiplicação epitelial.
sos, tendões, cartilagens, meniscos e ligamentos que
permitem a movimentação, a estabilidade e a resis- (C) diferenciação glandular.
tência para suportar, aproximadamente, 70% do total (D) reorganização muscular.
da massa corporal. (E) especialização neural.

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Biologia

14. Um paciente deu entrada em um pronto-socorro Com base nessas informações, é correto concluir-se que
apresentando os seguintes sintomas: cansaço, difi-
(A) o piroxicam é o anti-inflamatório que mais pode
culdade em respirar e sangramento nasal. O médico
interferir na formação de prostaglandinas prote-
solicitou um hemograma ao paciente para definir um toras da mucosa gastrintestinal.
diagnóstico. Os resultados estão dispostos na tabela:
(B) o rofecoxibe é o anti-inflamatório que tem a
Constituinte Número normal Paciente maior afinidade pela enzima COX-1.
Glóbulos (C) a aspirina tem o mesmo grau de afinidade pelas
4,8 milhões/mm3 4 milhões/mm3 duas enzimas.
vermelhos
Glóbulos (D) o diclofenaco, pela posição que ocupa no esque-
(5 000 - 10 000)/mm3 9 000/mm3
brancos ma, tem sua atividade anti-inflamatória neutrali-
Plaquetas (250 000 - 400 000)/mm3 200 000/mm3 zada pelas duas enzimas.
(E) o nimesulide apresenta o mesmo grau de afinida-
Relacionando os sintomas apresentados pelo paciente de pelas enzimas COX-1 e COX-2.
com os resultados de seu hemograma, constata-se que
Histologia – Tecido Muscular
(A) o sangramento nasal é devido à baixa quantidade
de plaquetas, que são responsáveis pela coagula- 16. Alguns chefs de cozinha sugerem que o peru não deve
ção sanguínea. ser preparado inteiro, pois a carne do peito e a da coxa
(B) o cansaço ocorreu em função da quantidade de têm características diferentes, que exigem preparos
glóbulos brancos, que são responsáveis pela coa- diferentes. A carne do peito é branca e macia, e pode
gulação sanguínea. ressecar dependendo do modo como é preparada. A
(C) a dificuldade respiratória ocorreu da baixa quan- carne da coxa, mais escura, é mais densa e suculenta
tidade de glóbulos vermelhos, que são responsá- e deve ser preparada separadamente.
veis pela defesa imunológica. Embora os perus comercializados em supermerca-
dos venham de criações em confinamento, o que
(D) o sangramento nasal é decorrente da baixa quan- pode alterar o desenvolvimento da musculatura,
tidade de glóbulos brancos, que são responsáveis
eles ainda mantêm as características das populações
pelo transporte de gases no sangue.
selvagens, nas quais a textura e a coloração da carne
(E) a dificuldade respiratória ocorreu pela quantida- do peito e da coxa decorrem da composição de suas
de de plaquetas, que são responsáveis pelo trans- fibras musculares e da adequação dessas muscula-
porte de oxigênio no sangue. turas às funções que exercem. Considerando as fun-
ções desses músculos nessas aves, é correto afirmar
15. Os efeitos dos anti-inflamatórios estão associados à
que a carne
presença de inibidores da enzima chamada ciclooxi-
genase 2 (COX-2). Essa enzima degrada substâncias (A) do peito é formada por fibras musculares de con-
liberadas de tecidos lesados e as transforma em pros- tração lenta, pobres em mitocôndrias e em mio-
taglandinas pró-inflamatórias, responsáveis pelo apa- globina, e eficientes na realização de esforço mo-
recimento de dor e inchaço. derado e prolongado.
Os anti-inflamatórios produzem efeitos colaterais de- (B) do peito é rica em fibras musculares de contração
correntes da inibição de uma outra enzima, a COX-1, rápida, ricas em mitocôndrias e em mioglobina,
responsável pela formação de prostaglandinas, prote- e eficientes na realização de esforço intenso de
toras da mucosa gastrintestinal. curta duração.
O esquema a seguir mostra alguns anti-inflamatórios (C) da coxa é formada por fibras musculares de con-
(nome genérico). As setas indicam a maior ou a menor tração lenta, ricas em mitocôndrias e em mioglo-
afinidade dessas substâncias pelas duas enzimas. bina, e eficientes na realização de esforço mode-
rado e prolongado.
(D) da coxa é formada por fibras musculares de con-
tração rápida, pobres em mitocôndrias e em mio-
globina, e eficientes na realização de esforço in-
tenso de curta duração.
(E) do peito é rica em fibras musculares de contra-
ção lenta, ricas em mitocôndrias e em mioglo-
bina, e eficientes na realização de esforço mo-
derado e prolongado.

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Biologia

17. A exposição “O Fantástico Corpo Humano”, atualmen- De acordo com a organização estrutural dos tecidos
te em cartaz em São Paulo, mostra corpos humanos descrita, aquele que possui a capacidade de formar
inteiros e peças preservadas em silicone. O visitante barreiras contra agentes invasores e evitar a perda de
dessa exposição poderá notar diversos feixes de fibras líquidos corporais é o tecido
musculares e tendões em corpos mostrados em posi- (A) ósseo.
ções cotidianas, como alguém lendo um livro, chutan-
(B) conjuntivo denso.
do uma bola, comendo.
(C) conjuntivo frouxo.
Em relação ao músculo esquelético, é correto afirmar que (D) epitelial de revestimento.
(A) nas extremidades do músculo esquelético, for- (E) muscular estriado esquelético.
mam-se bainhas de tecido conjuntivo frouxo, os
tendões, que prendem o músculo ao osso. 20. A água é um dos componentes mais importantes das
(B) o músculo esquelético propicia a locomoção, células. A tabela a seguir mostra como a quantidade
juntamente com os tendões e os ossos, devido à de água varia em seres humanos, dependendo do tipo
diminuição do comprimento dos sarcômeros das de célula. Em média, a água corresponde a 70% da
miofibrilas. No processo de contração muscular, composição química de um indivíduo normal.
os filamentos espessos de actina se sobrepõem Tipo de célula Quantidade de água
aos filamentos delgados de miosina.
(C) a contração do músculo esquelético é dependente de Tecido nervoso – substância cinzenta 85%
íons de sódio, armazenados no retículo endoplasmá- Tecido nervoso – substância branca 70%
tico, que favorecem ligação da actina com a miosina.
Medula óssea 75%
(D) o músculo esquelético é formado por tecido mus-
cular estriado esquelético e tecido conjuntivo rico Tecido conjuntivo 60%
em fibras colágenas, o qual envolve o músculo Tecido adiposo 15%
como um todo e mantém os feixes de fibras mus-
Hemácias 65%
culares, nervos e vasos sanguíneos unidos.
(E) o músculo estriado esquelético se diferencia do Ossos sem medula 20%
músculo cardíaco por apresentar uma contração Durante uma biópsia, foi isolada uma amostra de teci-
rápida diferentemente do que acontece no cora- do para análise em um laboratório. Enquanto intacta,
ção, além da frequente ocorrência de fermenta- essa amostra pesava 200 mg. Após secagem em estu-
ção na geração do ATP. fa, quando se retirou toda a água do tecido, a amos-
tra passou a pesar 80 mg. Baseado na tabela, pode-se
18. Uma mulher grávida sofre irradiação com raios-X. No
momento da irradiação, o embrião estava sob a for- afirmar que essa é uma amostra de
ma de gástrula, e somente as células da ectoderme (A) tecido nervoso – substância cinzenta.
foram atingidas. Poderão sofrer mutação os tecidos: (B) tecido nervoso – substância branca.
(A) nervoso, conjuntivo e epiderme. (C) hemácias.
(B) nervoso e do aparelho circulatório. (D) tecido conjuntivo.
(E) tecido adiposo.
(C) nervoso, de revestimento da boca, nariz, ânus e
epiderme.
(D) conjuntivo, do aparelho urinário e muscular.
(E) de revestimento do tubo digestivo, urinário e re-
produtivo.
Histologia – Geral
19. Os tecidos animais descritos no quadro são formados por
um conjunto de células especializadas, e a organização es- 1. A 11. A
trutural de cada um reflete suas respectivas funções.
2. C 12. B
Tecido Organização estrutural
3. B 13. A
Células encerradas em uma matriz
Ósseo extracelular rica principalmente em fibras 4. C 14. A
colágenas e fosfato de cálcio.

Conjuntivo denso Grande quantidade de 5. D 15. A


fibras colágenas
6. D 16. C
Fibras proteicas frouxamente
Conjuntivo frouxo entrelaçadas
7. D 17. D
Células intimamente unidas entre si,
Epitelial de podendo formar uma ou mais 8. C 18. C
revestimento camadas celulares
9. B 19. D
Muscular estriado Longas fibras musculares ricas em
esquelético proteínas filamentosas
10. B 20. D

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MICROBIOLOGIA

BIODIVERSIDADE Reação a Estímulos


A Terra é povoada por organismos que vivem nos mais Muitos seres vivos são capazes de dar respostas
diferentes tipos de ambientes e podem ser encontrados rápidas a estímulos físicos ou químicos do ambiente, ha-
desde o alto das montanhas até o fundo dos mares. Além vendo a possibilidade de adaptação às modificações am-
disso, esses organismos apresentam enorme diversidade bientais. Dessa capacidade resultam todas as formas de
quanto ao tamanho, forma, comportamento e duração comportamento dos seres vivos, como a obtenção de ali-
do ciclo vital. Simples ou complexas, uni ou pluricelula- mentos e a fuga de predadores pelos animais.
res, terrestres ou aquáticas, todas as espécies estão muito
bem adaptadas ao seu ambiente, que é extremamente
variado, dinâmico e seletivo. Entretanto, apesar das dife-
renças, todos os seres vivos são reconhecíveis por deter-
minadas propriedades comuns.
Comparando uma mosca a um objeto qualquer na sua
sala de aula, de que maneira você diferenciaria o ser vivo
daquilo que não é vivo?
As plantas também reagem a estímulos do ambiente. A Mimosa pudica,
Propriedade dos Seres Vivos também conhecida como sensitiva ou dormideira, fecha seus folíolos
após um toque.
Os seres vivos distinguem-se do que não é vivo pelas
suas características gerais: organização celular, reação a
estímulos, metabolismo, reprodução e mutação. Metabolismo
Metabolismo compreende o conjunto das atividades
Organização Celular bioquímicas de cada ser vivo, que envolvem absorção e
A organização dos seres vivos é bastante complexa. liberação de energia. As reações de síntese correspondem
Moléculas orgânicas agrupam-se, formando estruturas ao metabolismo construtivo ou anabolismo e as reações
que, em conjunto, constituem as células, as unidades de decomposição ou degradação, ao metabolismo ener-
estruturais e funcionais de qualquer ser vivo. Há células gético ou catabolismo.
procarióticas, mais simples, que não apresentam compar-
timentos internos delimitados por membranas, e células
eucarióticas, mais complexas, nas quais tais comparti-

BIOATP - MICROBIOLOGIA
mentos estão presentes, desempenhando funções celu-
lares especializadas; nas células eucarióticas, destaca-se
ainda a presença do núcleo, um compartimento membra-
noso onde se localiza o material genético dessas células.
Apesar de não apresentarem um núcleo organizado, as
células procarióticas também possuem material gené-
tico; este, presente nas células de todos os seres vivos,
contém a informação para a realização das funções que
são características dos organismos vivos. Os vírus, apesar
de também possuírem material genético, são acelulares e Representação esquemática das transformações químicas que ocorrem
figuram no limite entre o vivo e o não vivo. nos seres vivos, compreendendo o anabolismo e o catabolismo. (1)
Os seres vivos que são constituídos por uma única cé- O alimento ingerido é quebrado em moléculas menores no tubo
digestório e absorvido. (2) No interior da célula, algumas moléculas são
lula, seja ela procariótica ou eucariótica, são ditos seres usadas na construção do corpo (anabolismo). (3) Outras são utilizadas
unicelulares; já aqueles que apresentam mais de uma cé- para obtenção de energia (catabolismo).
lula são chamados pluricelulares, todos eucarióticos. Na
maioria dos pluricelulares, as células agrupam-se, forman- São denominados autótrofos os seres vivos capazes de
do tecidos que, por sua vez, podem formar órgãos. Os plu- utilizar a energia luminosa ou a energia liberada por rea-
ricelulares de organização mais complexa têm os órgãos ções químicas e de incorporar essa energia em compostos
reunidos em sistemas. orgânicos, seu alimento.

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Biologia

Os autótrofos que utilizam a energia luminosa para A mutação é muito importante por ser um dos fatores res-
a síntese do alimento são os seres fotossintetizantes, re- ponsáveis pela variabilidade dos seres vivos, juntamente
presentados pelas plantas, algas e algumas bactérias. Os com a reprodução sexuada. Essa variabilidade permite,
autótrofos que utilizam a energia liberada por reações muitas vezes, a adaptação aos ambientes em que os orga-
químicas para a síntese do alimento são os seres quimios- nismos se encontram e, como consequência, a evolução da
sintetizantes, representados por algumas bactérias, tais espécie. Algumas mutações podem ser induzidas por agen-
como as nitrobactérias, que vivem nos solos e participam tes mutagênicos, entre os quais estão certos tipos de radia-
do ciclo do nitrogênio na natureza. ção ou determinados compostos, como a nicotina, e serem
Os seres que dependem direta ou indiretamente dos deletérias, isto é, levarem a alterações desfavoráveis que
autótrofos para obtenção de energia são os heterótrofos, inviabilizam a sobrevivência do indivíduo no seu ambiente.
incapazes de produzir o próprio alimento, necessitando,
portanto, obter o alimento do ambiente onde vivem; são
representados por algumas bactérias, pelos protozoários,
fungos e animais.
Reprodução
Reprodução é o processo que permite a todos os seres
vivos originar descendentes com características semelhan-
tes às suas. Na maioria dos casos, a reprodução é sexuada
e se dá com a união de uma célula reprodutora masculina
Moscas com duas asas normais (A) e mutante, com quatro asas (B).
e outra feminina, originando uma célula-ovo ou zigoto. A Esse é um exemplo de mutação desfavorável, uma vez que as asas do
reprodução pode ser, também, assexuada, na qual a for- mutante impedem o voo desses animais.
mação dos descendentes depende de um único indivíduo.

Reprodução sexuada em borboletas Battus polydamas, envolvendo a


participação de um macho e de uma fêmea da espécie. O polegar oponível aos outros dedos da mão do ser humano permitiu
que ele manipulasse e segurasse objetos. Esse é um exemplo de
mutação vantajosa, por conferir precisão e força, necessárias à
manipulação.

Classificação e Nomenclatura
dos Seres Vivos
A enorme biodiversidade em todo o planeta sempre
compeliu o ser humano, desde a Antiguidade, à neces-
sidade de classificar os seres vivos, organizando-os em
grupos. O filósofo grego Aristóteles (348 a.C.-323 a.C.), na
Antiga Grécia, por exemplo, propôs um sistema de acor-
Reprodução assexuada em bactérias Porphyromonas gingivalis, do com o qual os animais eram divididos em terrestres,
processo por meio do qual uma única célula bacteriana se divide, aquáticos e aéreos, enquanto as plantas eram divididas
originando novos indivíduos (aumento aproximado de 6 mil vezes e
colorido artificial). em ervas, arbustos e árvores. O naturalista e botânico sue-
co Carl Von Linné (1707-1778) – ou simplesmente Lineu
Mutação – propôs a classificação dos seres vivos em apenas dois
Por meio da reprodução, os descendentes herdam reinos: animal e vegetal. Assim, o que não cabia em um
material genético, que lhes confere características seme- reino, forçosamente teria de caber no outro. Entre o sis-
lhantes às dos ancestrais. Esse material hereditário, às tema de Aristóteles e o de Lineu, outras ideias e vários
vezes, sofre modificação espontânea, a mutação, e os des- outros sistemas de classificação apareceram, muitos dos
cendentes podem apresentar alguma característica nova. quais têm hoje valor meramente histórico.

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Biologia

O nome científico do cão doméstico, por exemplo, é Canis


familiaris, sendo Canis o nome do gênero e a expressão
Canis familiaris o nome da espécie. A palavra familiaris so-
zinha é chamada de epíteto específico. Ainda, de acordo
com as normas da nomenclatura científica das espécies, o
nome científico deve ser grafado com destaque em itálico
ou sublinhado.
Desde que foi criada a nomenclatura binominal, suces-
sivas gerações de biólogos e naturalistas já descreveram e
nomearam formalmente cerca de 1,7 milhão de espécies
Carl Von Linné, ou Lineu, como é mais conhecido, propôs as categorias
viventes.
taxonômicas em seu sistema de classificação. Essas categorias são
utilizadas até hoje. Um exemplo de classificação
A suçuarana, também chamada onça-parda,
No seu sistema de classificação, Lineu propôs encaixar
puma ou leão da montanha, é um felino encontrado
os seres vivos em cinco categorias, que obedeciam a uma
nas três Américas e é classificada assim:
ordem de abrangência. A primeira delas era o reino , a ca-
tegoria mais ampla, pois englobaria todas as outras. Cada Reino Animalia Família Felidae
reino compreendia um conjunto de classes que englobava Filo Chordata Gênero Puma
diversas ordens; cada ordem incluía vários gêneros e um Classe Mammalia Espécie Puma concolor
gênero, uma ou mais espécies. Espécie, segundo Lineu, Ordem Carnivora
compreende apenas um tipo determinado de organismo,
sendo que dois organismos só reproduzem e originam
uma prole fértil quando são da mesma espécie.
Posteriormente, foram incluídas novas categorias – filo
e família – a esse sistema de classificação, obedecendo à
seguinte ordem de abrangência:

Reino > Filo > Classe > Ordem > Família > Gênero > Espécie

O grande mérito de Lineu foi ter utilizado característi-


cas anatômicas, fisiológicas e embriológicas para agrupar
A espécie Puma concolor, é popularmente conhecida como
os seres vivos. Além disso, ele fixou as bases da nomencla-
suçuarana ou onça-parda. Tem ampla distribuição no Brasil e nas
tura biológica moderna, segundo a qual cada espécie de Américas, mas está ameaçada de extinção.
ser vivo deve ser referida por um binômio latino exclusivo.

BIOATP - MICROBIOLOGIA
O sistema de classificação proposto por Lineu revelou-se extremamente útil, pois permitiu resolver confusões
comuns que aconteciam na identificação dos organismos. Ficou fácil e mais seguro identificar tanto um organis-
mo que recebe vários nomes populares ou regionais como outros seres diferentes, que são conhecidos por um
mesmo nome.
A mandioca, por exemplo, também chamada aipim, aipi, macaxeira, maniva, maniveira e pão-de-pobre, pode ser
identificada em qualquer lugar do mundo pelo nome científico de Manihot utilissima. Outro exemplo é o pau-brasil,
cujo nome é atribuído a árvores de algumas espécies diferentes. O verdadeiro pau-brasil, que deu o nome ao nosso
país, é Caesalpinia echinata, enquanto outros, com o mesmo nome popular, são Caesalpinia echinata e Rhamnidium
elaeocarpus. Portanto, essas duas últimas espécies não produzem a famosa tinta vermelha, tão apreciada na Europa do
século XVI.
Em 1982, as biólogas norte-americanas Lynn Margulis (1938-2011) e Karlene Schwartz apresentaram uma proposta
de classificação dos seres vivos na qual as algas pluricelulares, até então classificadas no reino Plantae, foram incluídas
no reino Protista (chamados por elas reino Protoctista), juntamente com os seres unicelulares eucariontes.
Margulis e Schwartz propuseram também a criação de dois super reinos: Prokarya e Eukarya. O super reino Prokarya
compreende todos os procariontes, ou seja, seres vivos unicelulares sem núcleo, como ribossomos e cromossomos
circulares no mesmo compartimento, desprovidos de citoesqueleto e de um sistema de endomembranas no interior da

338
Biologia

célula; os seres do reino Monera fazem parte desse super-reino. O super-reino Eukarya, por sua vez compreende seres
vivos eucariontes uni ou pluricelulares, em cujas células estão presentes, além dos ribossomos, o citoesqueleto e o siste-
ma de endomembranas, com destaque para o núcleo, dentro do qual se encontram os cromossomos; desse super-reino
fazem parte os reinos Protista, Fungi, Plantae e Animalia.
• Pluricelulares
• Eucariotos
• Autótrofas
super-reino reino Plantae
Eukarya
• Pluricelulares
• Unicelulares e • Eucariotos
Pluricelulares • Heterótrofos
• Eucariotos
• Heterótrofos
reino Fungi
reino Animalia

• Unicelulares • Unicelulares (todos


• Procariotos protozoários e
• Autótrofos algumas algas)
(cianobactérias e e Pluricelulares
algumas bactérias) (algumas algas)
e heterótrofos, biodiversidade reino Protista
• Eucariotos
(maioria das reino Monera Cerca de 1,7 milhão de • Heterótrofos
bactérias) espécies viventes estão (protozoários) e
super-reino
arranjadas em cinco reinos. Autótrofos (algas)
Prokarya

Espécie: A Unidade de Classificação Para escrever o nome de alguma espécie ou de qual-


dos Seres Vivos quer outro táxon, exige-se que regras já estabelecidas se-
jam seguidas.
Entre os vários conceitos de espécie, o mais relevante
Nomenclatura Biológica
é o da Espécie Biológica, cuja definição consiste em um
conjunto de organismos semelhantes entre si capazes de Todo nome científico de um ser vivo deve seguir regras
se cruzar naturalmente e gerar descendentes férteis atra- já estabelecidas chamadas de Regras Taxonômicas.
vés das gerações.
Este conceito apresenta, no entanto, algumas impor- • Todos os nomes dos seres vivos devem ser em
tantes limitações: Latim ou palavra latinizada e destacados do texto.
Ex.: Homo sapiens, Mammalia, Metaphyta.
• Não pode ser aplicado a organismos fósseis, pois
não se reproduzem; • Todas as categorias taxonômicas de Reino até
Gênero são uninominais e escritos com letra inicial
• Não pode ser aplicado a organismos que apresen- maiúscula.
tem reprodução assexuada, pois não produzem
descendentes por cruzamentos. • Família: como dito anteriormente, é uninominal e
com inicial maiúscula. Possui terminação especial.
Nesse contexto, os seres híbridos também oferecem O nome da família dos animais obtém-se acrescen-
problemas. Híbridos são indivíduos provenientes do cru- tando a terminação –idae à raiz do nome de um
zamento entre duas espécies diferentes e são estéreis. Um dos gêneros. Nas plantas, a terminação que carac-
exemplo clássico é o burro ou a mula, animais provenien- teriza a família é –aceae (existem exceções). Ex.:
tes do cruzamento da égua (Equus caballus) e do jumento Zoologia: Culicidae, Felidae, Hominidae; Botânica:
(Equus asnus). Rosaceae, Rutaceae, Musaceae.

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Biologia

• Gênero: como dito anteriormente, é uninominal e Características Gerais


com inicial maiúscula. Deve estar destacado do tex-
• Ausência de organização celular;
to. Ex.: Triatoma, Pan, Felis.
• Ausência de metabolismo próprio (ausência de ati-
• Espécie: categoria constituída por duas palavras.
vidade ribossomal);
A primeira palavra é o nome genérico, escrita com
letra maiúscula, e a segunda, o epíteto específico, • Parasitas intracelulares obrigatórios;
escrito com letra minúscula. Ex.: Canis familiaris, • Somente visíveis ao microscópio eletrônico;
Limnoperna fortunei, Chrysocyon brachyurus. • Especificidade. Em geral, um tipo de vírus ataca um
• Subespécie: Trinominal. Primeiro nome com inicial ou poucos tipos de célula. Isso porque um determi-
maiúscula, segundo e terceiro nomes com inicial nado tipo de vírus só consegue infectar uma célula
minúscula. Ex.: Homo sapiens sapiens. que possua, na membrana, substâncias às quais ele
• Subgênero: Trinominal. Primeiro nome com inicial possa se ligar.
maiúscula, segundo, com inicial maiúscula e entre
parênteses; o terceiro nome com inicial minús- Vírus é Ser Vivo?
cula. Ex.: Aedes (Stegomyia) aegypti, Anopheles
(Kerteszia) bambusicolus. Argumento contra Argumento a favor

MICROBIOLOGIA Vírus não possuem nenhuma


Vírus possuem material
genético. No entanto, há uma
A ciência da Microbiologia [do grego: mikros (“pe- célula, ou seja, são acelulares.
peculiariedade: todos os seres
queno”), bios (“vida”) elogos (“ciência”)] é o estudo dos Nenhum ser vivo é desprovido de
vivos possuem DNA e RNA em
célula; possui pelo menos uma,
organismos microscópicos e de suas atividades.Preocupa- como é o caso dos unicelulares.
suas células, enquanto que os
se com a forma, a estrutura, a reprodução, a fisiologia, o vírus possuem DNA ou RNA.
metabolismo e a identificação dos seres microscópicos.
Inclui o estudo da sua distribuição natural, suas relações Todo ser vivo, para se manter Vírus podem se reproduzir.
recíprocas e com outros seres vivos, seus efeitos benéfi- vivo, exerce um gigantesco Uma pedra, cadeia, areia, por
conjunto de reações químicas exemplo, por serem abióticos,
cos e prejudiciais sobre os homens e as alterações físicas e em seu organismo, chamado nunca se reproduzirão. No
químicas que provocam em seu meio ambiente. de metabolismo. Fora de uma entanto , vírus só se reproduzem
Os principais grupos de microrganismos são os protozo- célula hospedeira, os vírus são se estiverem no interior de uma
absolutamente inertes. Assim, os célula hospedeira, o que faz dos
ários, fungos, algas e bactérias. Os vírus, apesar da polêmi- vírus não possuem metabolismo vírus parasitas intracelulares
ca ao redor de sua vida, têm algumas características de cé- próprio. obrigatórios.
lulas vivas e, por isso, são estudados como microrganismos.
E você? Considera ou não vírus um ser vivo?
OS VÍRUS
Em 1892, Dimitri Ivanovski apresentou à Academia de Estrutura dos Vírus

BIOATP - MICROBIOLOGIA
Ciências de São Petesburgo um artigo relativo a uma do-
ença do tabaco, o mosaico. Ele mostrou que a seiva ex- Os vírus apresentam-se com seu material genético
traída de plantas doentes continha um agente infeccioso (DNA ou RNA) envolto por uma cápsula proteica deno-
que podia ser transmitido em série mesmo depois de ser minada capsídeo. A partícula viral, quando fora da célula
filtrado por um filtro de porcelana ultrafino. Os poros do hospedeira, é chamada de vírion.
filtro retinham as bactérias e permitiam a passagem desse Ácido nucleico mais o capsídeo basta para constituir
agente infeccioso. Posteriormente, tais agentes invisíveis alguns vírus. Outros, no entanto, possuem um envelope
e filtráveis foram denominados vírus. externo. Esses vírus são denominados vírus envelopados.

filamento de RNA nucleocapsídeo envelope


envelope
capsídeo capsídeo

capsômeros
capsômeros nucleocapsídeo
nucleocapsídeos
A B C D E
Vírus da poliomielite Vírus do mosaico Vírus da gripe Bacteriófago Vírus do herpes
do tabaco

340
Biologia

Classificação dos Vírus Reprodução dos Vírus


Uma forma comum de classificação dos vírus é A multiplicação no interior das células é um processo
separá-los conforme seu material genético (DNA ou de replicação e não de divisão: a partícula viral se decom-
RNA), e ainda se seus ácidos nucleicos se encontram põe e, em seguida, é reconstruída em múltiplos exempla-
como fita simples ou fita dupla. Alguns vírus RNA apre- res pelo autoacoplamento de diferentes componentes
sentam mais de uma molécula de RNA, enquanto o que a célula produz, sob controle do genoma viral. (Henri
DNA de uma família de vírus é circular. Outros níveis de Agut, em Scientific American Brasil).
classificação dependem de fatores tais como a forma Quando os vírus entram em uma célula hospedeira, po-
geral dos vírus e a simetria do capsídeo. Outro nível de dem reproduzir através do ciclo lítico ou ciclo lisogênico.
classificação é baseado na presença ou ausência de um O ciclo lítico ocorre quando o vírus passa a comandar
envelope membranoso em torno do vírion; algumas sub- o metabolismo da célula hospedeira, multiplicar seu ma-
divisões baseiam-se no tamanho do capsídeo. terial genético e sintetizar proteínas virais, dando origem
Uma outra maneira para classificar os vírus é pelo tipo a novos vírus e lisando a célula.
de hospedeiro. Veremos como os ciclos reprodutivos e Já no ciclo lisogênico, o material genético do vírus é in-
outras propriedades variam entre os principais grupos de corporado ao DNA da célula hospedeira, não interferindo
vírus, os que infectam bactérias, animais e plantas. no metabolismo da célula.

O REINO MONERA
O grupo é representado principalmente pelas bactérias e cianobactérias (também conhecidas como Cianofíceas ou
Algas Azuis) e apresenta as seguintes características:
• São unicelulares;
• Procariontes;
• Existem organismos autótrofos (cianobactérias e algumas bactérias) e heterótrofos (maioria das bactérias);
Cianobactérias
As cianobactérias são autótrofas fotossintetizantes. Essa capacidade de produzir seu próprio alimento faz que as
cianofíceas ou algas azuis (outros nomes para cianobactérias) assumam um importante papel: cadeia alimentar, ou seja,
ocupam o nível tráfico correspondente aos produtores. Elas têm organização celular semelhante às demais bactérias: são
unicelulares procarióticas, podendo viver isoladas ou em colônias filamentosas ou globosas, quase sempre envoltas por
uma camada mucilaginosa ou gelatinosa. São cosmopolitas, sendo encontradas na água doce ou salgada, nas camadas
internas do solo, entre os pêlos de animais, como o bicho-preguiça e o urso-polar, em associação mutualística com outros
seres vivos.

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Biologia

O citoplasma das cianobactérias é diferenciado em


duas porções. Na mais interna, denominada centroplas-
ma, encontra-se o DNA e os ribossomos livres. A porção
periférica ou cromoplasma apresenta lamelas concêntri-
cas onde se prendem vários pigmentos: clorofila, carote-
noides, ficocianina (pigmento azul) e ficoeritrina (pigmen-
to vermelho).

camada mucilaginosa
parede celular

membrana celular

ribossomos
DNA Floração de cianobactérias na Represa Billings (São Paulo, 2006). A cor
membrana da água se deve à proliferação das cianobactérias.
fotossintética com
clorofila e outros
pigmentos Bactérias
As bactérias foram os primeiros seres a surgir na Terra
Esquema da estrutura celular de uma cianobactéria. há cerca de 3,6 bilhões de anos. Estes pequenos sobrevi-
ventes estão sempre evoluindo e tornaram-se adaptados a
todos os meios ambientes, do mais frio ao mais quente, do
Muitas cianobactérias filamentosas apresentam um mais ácido ao mais alcalino e ao mais salgado. Alguns vivem
tipo de célula maior e com parede celular mais espes- onde o oxigênio é abundante, enquanto outros onde não
sa, intercalada com células pigmentadas. Essas célu- há oxigênio. Vivem ainda em grandes profundezas do oce-
las, denominadas heterocistos, são responsáveis pela ano e até mesmo dentro de outros organismos, inclusive
fixação do nitrogênio atmosférico, transformando-o no corpo humano. Na realidade, o número de bactérias do
em compostos nitrogenados que serão utilizados por trato intestinal de uma pessoa, por exemplo, ultrapassa o
outros seres vivos. número de humanos que já existiram e até mesmo o núme-
ro total de células humanas no corpo dessa mesma pessoa.

Formas
As bactérias podem assumir formas variadas, sendo
as mais comuns: cocos (forma esférica), bacilos (forma de
bastonete), espirilos (forma espiralada) e vibriões (forma

BIOATP - MICROBIOLOGIA
de vírgula):
esporos bacterianos

cocos diplococos
Cianobactérias do gênero Anabaena formam colônias filamentosas
constituídas por uma cadeia de células unidas pelas paredes
celulares. Nesta micrografia, as duas células alaranjadas
bactéria flagelada
(colorido artificial) correspondem a heterocisto
(aumento aproximado de 175 vezes).
estreptococos
estafilococos
Algumas espécies produzem toxinas que podem preju-
dicar a saúde e até matar animais, inclusive os humanos.
As toxinas tornam-se perigosas quando são eliminadas em
vibriões
grande quantidade, por ocasião da proliferação excessiva
das cianobactérias em lagos e reservatórios, devido ao au- espirilos bacilos
mento de nutrientes na água. Esse fenômeno, conhecido
como eutrofização, pode ter causas naturais, mas é, em
geral, provocado pela ação humana, devido ao despejo in-
devido de esgoto e outros resíduos nas águas. Formas variadas das bactérias.

342
Biologia

Estrutura Micrografias eletrônicas de transmissão mostrando a formação de


Independente da forma assumida, as células bacte- endósporo em célula de Paenibacillus larvae
rianas contêm os quatro componentes fundamentais a
qualquer célula: membrana plasmática, hialoplasma,
ribossomos e uma molécula de DNA circular, que cons-
titui o único cromossomo bacteriano. A região ocupada
pelo cromossomo bacteriano costuma ser denominada
nucleoide. Observe a figura a seguir:
Fig.1 - Célula vegetariana; Fig.2 - Endósporo imaturo
cápsula
nota-se a espessa camada de aparece envolvido pela
fímbrias peptideoglicano da parede célula-mãe (esporângio).
celular da bactéria.
camada
externa
parede
a de celular
camad eoglicano
peptid
membrana
plasmática
DNA em
nucleoide

Fig.3 - Uma cópia do DNA Fig.4 - O endósporo é


é confinada no interior do liberado do esporângio.
endósporo em formação;
a espessa parede do
endósporo indica que a
diferenciação está completa,
mas o endósporo permanece
flagelo no interior do esporângio.

Estrutura bacteriana.
Copyright Donald P. Stahly & Nouna Bakhiet.
Caracterização das estruturas bacterianas:
• Glicocálice: forma a cápsula (polissacarídeos for- Reprodução
temente aderidos à parede celular) ou a camada As bactérias se reproduzem principalmente por bipar-
viscosa (polissacarídeos fracamente aderidos à pa- tição, também conhecido como cissiparidade ou ainda
rede celular) que envolve a célula. fissão binária. Trata-se de uma reprodução assexuada, ou
• Flagelos: estendem-se da membrana celular até o seja, sem recombinação de material genético entre indiví-
meio externo, permitindo a locomoção da bactéria. duos. Nesse caso, cada bactéria divide-se em duas outras
• Fímbrias: estruturas usadas para a fixação da bactérias geneticamente iguais, supondo-se que não ocor-
bactéria ao substrato, inclusive em outras células. ram mutações.
• Pili (pêlos): estrutura mais longa que as fímbrias,
cuja função é unir uma célula bacteriana à outra
A
para transferência de DNA. Reprodução assexuada por
• Parede celular: estrutura semi-rígida e responsável bipartição
pela forma e proteção da célula. B
C
• Membrana Plasmática: além de exercer função de
D
proteção e de transporte seletivo, auxilia a replica- E
ção do DNA, realiza respiração e ainda pode arma-
zenar pigmentos fotossintéticos.
• Citoplasma: coloide que preenche a célula e que abri-
ga a única organela não membranosa – o ribossomo.
• Nucleoide: área que contém DNA, algum RNA e Algumas outras bactérias podem reproduzir sexuada-
também proteínas associadas. mente, ou seja, ocorrer recombinação genética. É o caso
• Plasmídeo: pequeno DNA extracromossômico. Não da conjugação, na qual bactérias geneticamente diferen-
são cruciais para a sobrevivência da bactéria, mas tes se unem por meio de pontes citoplasmáticas. Uma
são vantajosos para a célula. delas, a bactéria doadora, injeta parte de seu material
• Endósporos: são estruturas desidratadas e resis- genético na outra, a bactéria receptora. Em seguida, as
tentes às agressões do meio, podendo sobreviver a bactérias se separam e, naquela receptora, haverá recom-
temperaturas extremas, falta de água, exposição a binações entre o DNA existente anteriormente e aquele
substâncias químicas tóxicas e à radiação. recém-recebido.

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Biologia

Classificação das bactérias quanto à nutrição

Fotossintetizantes
Autotróficas
Quimiossintetizantes

Facultativas
Anaeróbicas
Respiradoras Obrigatórias
Heterotróficas
Aeróbicas

Bactérias em conjugação unidas pela ponte citoplasmática. Fermentadoras

Existem outras duas formas de reprodução sexuada:


• Transformação: uma bactéria pode absorver DNA Importâncias
livre no meio ambiente, proveniente de outra bac-
Você já ouviu falar em “lactobacilos vivos”? Você já
téria morta, e inserí-lo ao seu material genético.
deve ter escutado este termo muito utilizado nas propa-
• Transdução: uma bactéria recebe DNA de outra
gandas de Yakult, referindo-se a algo que faz bem à saúde
através de um vírus. Observe esse processo:
humana, não é mesmo?
Bactérias dentro do nosso corpo nem sempre são sinal
de doença. Muito pelo contrário: cada milímetro quadra-
do de um intestino saudável deve ter cerca de 10 bilhões
de microrganismos vivendo nele para funcionar correta-
mente. Essa é a chamada flora intestinal, que, em muitos
casos, têm seu número reduzido, seja por alguma enfer-
midade e/ou pelo uso de antibióticos. Isso não apenas di-
ficulta a digestão, como torna o aparelho digestivo vulne-
rável ao ataque de microrganismos nocivos.
É aí que entram os tais lactobacilos, para ajudar a
combater essa carência da flora intestinal. As bactérias
do gênero Lactobacillus não são as mais numerosas,
mas têm uma grande vantagem: podem ser ingeridas e
ainda chegar vivas ao intestino, atravessando sem pro-
blemas o estômago, ambiente ácido onde a maioria dos
microrganismos não sobrevive.
Uma vez no intestino, esses seres se reproduzem com
grande rapidez e ainda criam um ambiente propício para

BIOATP - MICROBIOLOGIA
que outras bactérias benignas possam se estabelecer ali.
Como se não bastasse, eles produzem um muco que pro-
tege as vilosidades (pequenas dobraduras) intestinais e
também sintetizam parte das vitaminas do complexo B e
também vitamina K de que necessitamos.
Não é somente o homem que se beneficia das associa-
Características nutricionais das bactérias ções com bactérias. Esses micro-organismos também vi-
As bactérias apresentam grande diversidade de estra- vem no intestino de ruminantes, ajudando-os na digestão
tégias nutricionais, ou seja, de modos de se alimentar. De da celulose.
acordo com essas estratégias, elas podem ser divididas No solo, existem bactérias que usam o nitrogênio do
em dois grandes grupos: autotróficas e heterotróficas. As ar e o converte em compostos úteis para as plantas, um
bactérias autotróficas podem ser quimioautotróficas (re- processo denominado fixação do nitrogênio. As bactérias
alizam quimiossíntese) ou fotoautotróficas (realizam fo- do gênero Rhizobium, capazes de fixar nitrogênio direta-
tossíntese bacteriana). As bactérias heterotróficas podem mente do ar, mantêm relação de estreita cooperação com
ser respiradoras (realizam respiração celular) ou fermen- plantas da família das leguminosas (soja, feijão, alfafa,
tadoras (realizam fermentação). As bactérias respiradoras, etc.). Estas possuem, em suas raízes, nódulos cujas células
por sua vez, podem ser aeróbicas ou anaeróbias e estas são repletas de bactérias Rhizobium, que captam nitrogê-
últimas ainda podem ser separadas em anaeróbicas facul- nio (N2) do ar e, com ele, produzem compostos nitrogena-
tativas e anaeróbicas obrigatórias. dos. Esses compostos produzidos pelas bactérias fixadoras

344
Biologia

de nitrogênio são compartilhados com a planta hospedeira. Em troca, a planta leguminosa fornece açúcares e outros
compostos orgânicos às suas hóspedes bactérias.

A Penetração das
Bactérias Rhizobium bactérias na raiz

Pêlo absorvente no solo


Raiz de luguminosa

Rhizobium no interior da
célula da raiz

Nódulo formado por


células com bactérias

B C

Rizóbio

Nódulos

A) De cima para baixo, etapas da infecção da raiz de uma planta leguminosa por bactérias do gênero Rhizobium. B) Nódulos na raiz de um tipo de feijão.
C) Fotomicrografia ao microscópio eletrônico de varredura, colorizada artificialmente, de bactérias Rhizobium leguminosarum (aumento @ 15.000 X).

Os compostos nitrogenados produzidos pelas bactérias Fermentação é um processo biológico em que molé-
dos nódulos das leguminosas fertilizam o solo, favorecen- culas orgânicas ricas em energia são degradadas incom-
do também plantas não leguminosas. Por isso, certos agri- pletamente, com liberação de menos energia do que na
cultores alternam o plantio de espécies não leguminosas respiração. Dependendo do microrganismo que realiza a
(milho, por exemplo) com leguminosas (como o feijão fermentação, formam-se diferentes produtos a partir das
ou a soja), método conhecido como rotação de culturas. substâncias orgânicas degradadas. Por exemplo, a fermen-
Pode-se também plantar leguminosas e não leguminosas tação de glicídios por certas bactérias e leveduras origina
simultaneamente, em fileiras alternadas, método conhe- álcool etílico e gás carbônico, sendo, por isso, denominada
cido como plantação consorciada. Há agricultores, ainda, fermentação alcoólica. Certas bactérias (lactobacilos) fer-
que plantam leguminosas e depois da colheita deixam as mentam glicídios, originando ácido lático, processo deno-
minado fermentação lática.
plantas apodrecerem no campo, como preparação do solo
para uma próxima cultura de não leguminosas; esse méto- A fermentação é a forma de obter energia utilizada
do é chamado adubação verde. por certas bactérias, por certos fungos e até mesmo por
células de nossos músculos, em situações de necessidade.
Há ainda aquelas decompositoras que atuam na trans-
Os passos iniciais dos vários tipos de fermentação são seme-
formação da matéria orgânica em inorgânica, por exem-
lhantes: uma molécula de glicose é quebrada em duas molé-
plo, transformação de lixo ou de indivíduos mortos em culas de ácido pirúvico, liberando energia, a qual é utilizada
água e sais minerais. para produzir ATP. O ácido pirúvico, por sua vez, é transfor-
Existem também várias espécies de bactérias usadas mado nos produtos da fermentação (álcool, CO2, ácido lático
na preparação de comidas ou bebidas fermentadas. etc.), que são excretados pela bactéria fermentadora.

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Biologia

À esquerda, esquema simplificado do processo de fermentação até a formação do ácido pirúvico; essa parte do processo é comum a vários tipos de
fermentação. À direita, tipos de bactéria que realizam cada um dos tipos de fermentação e os produtos finais originados a partir do ácido pirúvico.

A fermentação lática realizada por bactérias é larga- e o aroma característicos do iogurte. Um dos segredos da
mente utilizada na produção de alimentos. Diferentes fabricação de um bom iogurte é o equilíbrio entre a multi-
espécies bacterianas são usadas na produção de picles, plicação dessas duas espécies de bactérias.
queijos, coalhadas e iogurtes. Bactérias fermentadoras que produzem ácido lático
Diversos queijos são fabricados a partir de leite pre- (lactobacilos) vivem também em diversas partes de nosso

BIOATP - MICROBIOLOGIA
viamente coagulado por uma enzima, a renina, obtida corpo, contribuindo para mantê-lo saudável. Elas habitam
a partir do estômago de mamíferos. Após a drenagem normalmente a vagina, o intestino e a cavidade bucal,
do fluido (soro), a massa coagulada é inoculada com a onde o ácido lático excretado por elas impede o desenvol-
linhagem de bactéria correspondente ao tipo de queijo vimento de outras bactérias potencialmente patogênicas.
que se quer obter. Diversas substâncias produzidas e eli- Outras bactérias fermentadoras industrialmente im-
minadas pelas bactérias fermentadoras são responsáveis portantes são as acetobactérias (gêneros Acetobacter e
pelo sabor e aroma dos queijos. Quanto mais longo for Gluconobacter), que convertem álcool etílico (etanol) em
o tempo de ação das bactérias, conhecido como período ácido acético, processo denominado fermentação acéti-
de amadurecimento do queijo, mais acentuados serão ca. A ação dessas bactérias aeróbicas foi observada logo
seu sabor e acidez. que se instaurou a indústria vinícola, quando vinhos ex-
As coalhadas são produzidas pela ação de bactérias postos ao ar tornavam-se azedos, transformando-se em
láticas que agem sobre o leite. Os iogurtes comerciais são vinagre. Hoje, esse produto, obtido pela fermentação do
produzidos a partir de leite desnatado, do qual parte da álcool do vinho (e de outros fermentados alcoólicos) pe-
água foi removida por evaporação a vácuo, concentran- las acetobactérias, é amplamente usado na alimentação
do-o. O leite concentrado é inoculado com uma mistura humana, como tempero e na conservação de alimentos.
de Streptococcus thermophilus e Lactobacillus bulgaricus Observe a equação a seguir, que mostra o processo de fer-
e incubado a 45 °C por várias horas. Durante essa incuba- mentação acética:
ção, o estreptococo produz ácido lático e o lactobacilo pro- C2H5OH + O2 → CH3COOH + H2O
  
  
  
  
  
  
duz a maior parte das substâncias que conferem o sabor Álcool
etílico
Gás
oxigênio
Ácido
acético
Água

346
Biologia

Pode-se dizer ainda que o desenvolvimento científico O REINO PROTISTA


e tecnológico tem levado, cada vez mais, à utilização de
seres vivos em tecnologias úteis à humanidade, atividade O que são Protistas
conhecida genericamente como biotecnologia.
No sistema de classificação adotado por esta obra,
Embora tenham sido descobertos apenas no sécu-
protozoários e algas estão reunidos no reino Protista, um
lo XVII, os microrganismos já eram utilizados desde a
grupo muito heterogêneo de organismos eucariontes, uni
Antiguidade em biotecnologias de produção de alimen-
e pluricelulares, autótrofos e heterótrofos. Há formas de
tos. A indústria de laticínios, por exemplo, utiliza bactérias
vida livre, que se encontram na água doce e salgada ou em
dos gêneros Lactobacillus e Streptococcus para a produ-
locais úmidos. Muitas espécies vivem em interação mutu-
ção de queijos, iogurtes e requeijões. O vinagre é produ-
alística com outros organismos ou como parasitas. Outras
zido por bactérias do gênero Acetobacter, que convertem
espécies, fotossintetizantes, têm grande importância eco-
o álcool do vinho em ácido acético. Bactérias do gênero
lógica, no planeta.
Corynebacterium têm sido utilizadas para a produção em
larga escala de ácido glutâmico, um aminoácido muito uti- Há biólogos que preferem o termo protoctista no lugar
lizado em temperos por sua propriedade de intensificar o de protista, porque, segundo eles, assim ficaria desvincu-
sabor dos alimentos. lada a ideia de organismos somente unicelulares para esse
Bactérias também são utilizadas na indústria farma- reino que, atualmente, também inclui as algas pluricelu-
cêutica para a produção de antibióticos e vitaminas. O lares. Outros biólogos argumentam a inexistência desse
antibiótico neomicina, por exemplo, é produzido por uma reino, por considerarem que os diferentes organismos vi-
bactéria do gênero Streptomyces. A indústria química vos nele agrupados seria mais bem classificados em vários
também utiliza bactérias para produzir substâncias como reinos distintos.
o metanol, o butanol, a acetona, etc. Nos grandes centros Independentemente dessas questões, acredita-se que
urbanos, as bactérias ganham cada vez mais destaque os ancestrais de fungos, plantas e animais correspondem
como agentes decompositores da matéria orgânica dos a seres que, se ainda existissem, poderiam ser classifica-
esgotos domésticos e do lixo. dos como protistas. O estudo e o conhecimento das espé-
O potencial biotecnológico das bactérias cresceu nas cies atuais de protistas, portanto, pode trazer respostas
últimas décadas devido ao desenvolvimento da tecnologia sobre a origem evolutiva dos organismos complexos que
do DNA recombinante, também chamada de Engenharia hoje habitam nosso planeta.
Genética. Essa tecnologia consiste de um conjunto de • Você sabe qual é o importante papel ecológico
bactérias, fazendo-as produzir substâncias de interesse desempenhado pelos protistas fotossintetizantes?
comercial. Por exemplo, já se pode comprar hormônio de
crescimento e insulina idênticos aos humanos, porém pro- Algas: Protistas Autotróficos
duzidos por bactérias geneticamente transformadas pela Quanto às Algas, há muitas divergências a respeito de
Engenharia Genética. sua classificação. Vamos estudar todas as algas, unicelula-
Bactérias também têm importância na biorremedia- res e pluricelulares, como integrantes do Reino Protista.
ção, que consiste na utilização de microrganismos para No entanto, outros autores as incluem no Reino Vegetal
limpar áreas ambientais contaminadas por poluentes. e existem ainda aqueles que dizem que algas unicelulares
O grande interesse por esse tipo de procedimento são pertencentes ao Reino Protista e as pluricelulares ao
deve-se ao fato de a biorremediação ser mais simples, Reino Vegetal.
mais barata e menos prejudicial ao ambiente que os pro- Independente do reino a qual pertence as algas, elas
cessos não biológicos utilizados atualmente, como reco- apresentam as seguintes características:
lher os poluentes e transportá-los para outros locais. • Podem ser unicelulares e pluricelulares;
Como exemplo de biorremediação pode-se citar o uso • São eucariontes;
de bactérias do Gênero Pseudomonas na descontamina-
ção de ambientes poluídos por pesticidas ou por petró- • São autótrofos.
leo. Pseudomonas e outras bactérias semelhantes oxidam a) Algas Unicelulares
diversos compostos orgânicos nocivos, transformando-os
Estrutura e Reprodução das Euglenophyta
em substâncias inócuas ao ambiente.
O gênero Euglena é o mais representativo deste filo, e
Atualmente a biorremediação tem se voltado para o
estudo genético dessas bactérias, a fim de modificar seus dele derivou o nome Euglenophyta. São protistas unice-
genes e aumentar sua eficiência como despoluidoras. lulares, com um flagelo longo e emergente e outro rudi-
mentar, não emergente. Vivem principalmente em água
Mas é o papel das bactérias na saúde, como agentes
infecciosos, o mais conhecido: o tétano, a febre tifoide, a doce e não apresentam parede celular. Próximo à base
pneumonia, a sífilis, a cólera e tuberculose são apenas al- do flagelo, há uma mancha ocelar ou estigma, responsá-
guns exemplos. Vale lembrar que nas plantas, as bactérias vel pela percepção da luminosidade (sistema fotossensí-
também podem causar doenças. vel). Além disso, as euglenas possuem vacúolo contrátil

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Biologia

essencial ao equilíbrio osmótico do protista. Os cloroplastos serve como órgão flutuador em mares abertos. A maioria
armazenam um carboidrato semelhante ao amido, chama- é fotossintetizante; há uma mistura de diversos pigmentos,
do paramilo ou paramido. Uma característica muito espe- conferindo aos cloroplastos a cor avermelhada ou marrom-
cial da euglena é sua nutrição mixotrófica, o que significa -dourada. Também possuem nutrição mixotrófica (muitos
que pode atuar tanto como um ser autotrófico (sintetiza deles possuem uma estrutura tubular – o pedúnculo, que
suga o alimento para a nutrição heterotrófica). Os cloro-
glicose através da fotossíntese) como heterotrófico (captu-
plastos armazenam óleos e amido. Os flagelos localizam-se
ra partículas alimentares – fagocitose – presentes no meio em sulcos e as algas se movimentam como um peão.
através de uma pequena abertura na base do flagelo).
A
Euglenófita
Invaginação
Película

Estigma
Vacúolo B
contrátil

Flagelo
Núcleo
Plastos
Fenômeno da floração tóxica, conhecido como “maré vermelha”
(Austrália, 2010). Gymnodinium (A) e Gonyaulax (B) são dois gêneros de
dinófitas que causam o fenômeno (aumento aproximado de 3 000 vezes
(A) e de 5 000 vezes (B); colorido artificial.

Muitos dinoflagelados são endossimbiontes, pois vi-


Pare e Pense: vem em mutualismo no interior de vários invertebrados,
As euglenas, quando colocadas no escuro, não con- como os corais (eles contribuem para o crescimento do
coral através da fotossíntese e também são responsáveis
seguem executar a fotossíntese e passam a se ali-
pela sua coloração). Quando as pirrófitas são endossimbi-
mentar da matéria orgânica em decomposição na ônticas, recebem o nome de zooxantelas. Podem produzir
água. Quando exposta novamente à luz, voltam a cistos como forma de resistência. Muitos são biolumines-
executar a fotossíntese. Um experimento foi reali- centes, principalmente quando são importunados. A hipó-
zado com algumas euglenas que, tratadas com anti- tese mais aceita é que os flashes desorientam seus preda-
bióticos ou mutagênicos, perderam totalmente seu dores, inibindo a predação. Algumas pirrófitas, em certas
pigmento fotossintético. Uma dessas euglenas, utili- épocas do ano, nas águas costeiras, proliferam – floração
zada no experimento, reproduziu-se assexuadamen- ou maré vermelha – e liberam toxinas que são responsá-
te, gerando vários descendentes. O que você pode veis pela morte de peixes, moluscos e outros animais ma-
inferir quanto aos seus descendentes? rinhos. A maré vermelha geralmente está associada com

BIOATP - MICROBIOLOGIA
a eutrofização dos oceanos através das descargas de es-
gotos e o uso de fertilizantes na agricultura. Reprodução
A reprodução das euglenas é assexuada por divisão bi- sexuada e assexuada por cissiparidade.
nária, como representado a seguir:
Estrutura e Reprodução das Crysophyta
A maior parte das Crysophyta está representada pelas
diatomáceas. São as algas mais abundantes do fitoplânc-
ton marinho. Vivem em ambientes marinhos e dulcícolas.
Muitas possuem parede celular dividida em duas meta-
des – as frústulas, constituídas de sílica. As diatomáceas
não possuem cílios nem flagelos, mas algumas espécies
podem deslocar por deslizamento através de secreções.
As carapaças ou frústulas são resistentes à decomposi-
ção, assim, quando a alga unicelular morre, as carapa-
ças se depositam nos sedimentos, formando, após mi-
lênios, o diatomito (rocha porosa e leve). Atualmente,
Estrutura e Reprodução das Pyrrophyta
é utilizado como inseticida não poluente, pois blo-
Os principais seres que compõem esse Filo são os dino- queia as traqueias dos insetos. Apresenta pigmentos
flagelados. A maioria dos dinoflagelados vive no mar, exis- variados, principalmente a fucoxantina (carotenoide mar-
tindo alguns de água doce. Muitas possuem uma carapaça rom-dourado). Reservam óleos e um carboidrato denomi-
– a lórica, formada por celulose que, além de protegê-las, nado crisolaminarina em seus vacúolos.

348
Biologia

Reprodução sexuada e assexuada por cissiparidade, característico, a laminarina. Em geral, as feófitas são de
este último, em esquema abaixo: grande porte. Muitas são comestíveis como a kombu,
apreciada na culinária japonesa. A reprodução pode ser
assexuada e sexuada.
Algas pluricelulares:

Clorófita ou Alga
b) Algas Pluricelulares verde: De acordo com Homem carregando uma
a teoria evolucionista, alga do grupo Feófita.
Algas Verdes (Chlorophyta) representantes das Podem chegar a medir
clorófitas são ancestrais 50 metros ou mais de
As clorofíceas também são chamadas de algas verdes
de todo o Reino Vegetal. comprimento.
(do grego chloro = verde, phyton = planta). É o grupo mais
numeroso e diversificado de algas. As clorófitas habitam
os mais diversos ambientes, porém sua grande maioria é
de água doce (cerca de 90%). Os representantes marinhos
são bentônicos. Os representantes terrestres podem viver
sobre barrancos úmidos, outros em camadas de gelo nos
polos. Vivem em mutualismo com fungos (formando os li-
quens), com protozoários de água doce, esponjas e celen-
terados. Apresentam reprodução assexuada, conjugação e
singamia (união de gametas ou fecundação). Sushi é um prato japonês feito
com a alga nori – integrantes
do grupo de Algas Rodófitas.
Algas Vermelhas (Rhodophyta)
As rodofíceas também são chamadas de algas verme- A reprodução das algas pode ser representada por três
lhas (do grego Rhodon = rosa, Phyton = planta). São or- tipos de ciclos reprodutivos, como representados abaixo:
ganismos eucariontes e reservam amido. Os cloroplastos
possuem os pigmentos como a ficoeritrina (vermelho) e
ficocianina (azulado) o que lhes confere a cor vermelha. A
maior parte dos representantes faz parte dos bentos mari-
nhos. Existem poucas espécies de água doce. Predominam
em regiões equatoriais, em águas transparentes. A parede
celular é formada por celulose, ágar e carragena. O ágar
é usado como meio de cultura em laboratórios, enquan-
to a carrena é usada em sorvetes e caramelos. Algumas
rodófitas são usadas na alimentação, como a nori. Muitas
espécies revestem-se de carbonato de cálcio, tornam-se
rígidas e fazem parte da composição dos recifes de coral,
sendo muitas vezes confundidas com os corais. A reprodu-
ção pode ser assexuada e sexuada.

Algas Pardas (Phaeophyta)


As feofíceas (do Gr. Phaios, ‘pardo’, ‘marrom’) ou fe-
ófitas são predominantemente marinhas. Tem essa colo-
ração devido a um pigmento carotenoide, a fucoxantina.
Possuem polissacarídeos, como a algina, utilizada na fa-
bricação de sorvetes, na indústria alimentícia e farma-
cêutica. Como reserva, apresentam um polissacarídeo

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Biologia

Protozoários: Protistas Heterótrofos


Os protozoários são organismos unicelulares heteró-
trofos. A maioria é aeróbica e vive isoladamente na água
doce, na água salgada ou em ambientes terrestres úmi-
dos; podem formar pequenas colônias. Há, no entanto,
espécies parasitas e anaeróbicas. Muitas espécies apre-
sentam organelas de locomoção, nutrição, regulação os-
mótica e sustentação. Carapaça do foraminífero Peneroplis planatus (aumento aproximado de
6 vezes). Dotados de uma carapaça externa, os foraminíferos pertencem
A reprodução pode ser assexuada ou sexuada. Com ao filo Foraminifera, representado por espécies principalmente
relação a este último tipo de reprodução destaca-se a fe- marinhas. Em algumas espécies de foraminíferos, os pseudópodes
cundação realizada pelos gametas do Plasmodium (proto- podem ser emitidos através de poros presentes na sua
zoário causador da malária e ainda a conjugação, processo carapaça externa.
em que protozoários ciliados pareiam seus citóstomas e
trocam seus micronúcleos).
Antigamente, os protozoários eram classificados em
quatro grupos principais, de acordo com a estrutura de
locomoção que apresentam. As propostas de classificação
mais atuais, no entanto, embora ainda estejam em cons-
tante discussão, têm considerado a existência de vários
filos. Nesta obra, optamos por apresentar as estruturas de
locomoção bem como exemplos de alguns protozoários
que as apresentam, sem discutir em detalhes as atuais Micrografia eletrônica de varredura de esqueleto mineral de um
propostas de classificação desses seres vivos. radiolário (aumento aproximado de 150 vezes e colorido artificial).
Os radiolários, pertencentes ao filo Actinopoda, são importantes
Organelas de Locomoção representantes do plâncton marinho. São geralmente esféricos e emitem
pseudópodes finos e longos, os quais se irradiam de toda a sua superfície.
Pseudópodes
Os pseudópodes são expansões citoplasmáticas tem- Flagelo
porárias e mutáveis de alguns protozoários que permitem Flagelos são prolongamentos filiformes formados por
a locomoção por deslizamento e a captura ou engloba- fibrilas contráteis, que batem ativamente e podem em-
mento de partículas alimentares (fagocitose). purrar ou puxar o protozoário.
Antigamente agrupados no filo Sarcodinea e atual- Embora os protozoários flagelados já tenham sido
mente distribuídos em diversos filos distintos, os protozo- classificados em um único grupo, o dos protozoários fla-
ários com pseudópodes podem ser encontrados em água gelados ou mastigóforos, atualmente, tem-se proposto
doce, solos úmidos e mares. A maioria é de vida livre, mas organizá-los em filos distintos, os quais são representados
há formas parasitas, como a Entamoeba histolytica, para- por uma grande diversidade de formas de vida. Há espé-
sita do ser humano. cies de vida livre que são marinhas, que vivem em água
Reproduzem-se assexuadamente por bipartição e, em doce ou que habitam solos úmidos; muitas são parasitas,

BIOATP - MICROBIOLOGIA
condições desfavoráveis, muitas espécies formam cistos, como as dos gêneros Trypanosoma e Leishmania, e outras
uma forma inativa envolvida por uma membrana que re- vivem em associação mutualística com outros organismos,
siste à perda de água, choques mecânicos e variações de como é o caso de flagelados do gênero Trichonympha, que
temperatura. vivem no intestino de cupins e de baratas.
Muitas espécies de água doce possuem vacúolos con-
tráteis ou pulsáteis, organelas que permitem a regulação flagelo
osmótica, eliminando o excesso de água que entra por os-
mose em sua célula. membrana ondulatória

núcleo

mitocôndria

cinetoplasto

Esquema de um protozoário flagelado do gênero Trypanosoma. Esse


Micrografia de ameba expandindo seus pseudópodes (aumento gênero possui espécies que parasitam o ser humano e outros animais.
aproximado de 85 vezes e colorido artificial). Agrupadas no filo Pertencentes ao filo Kinetoplastida, esses protozoários flagelados
Rhizopoda, a maioria das espécies de amebas não possui organela possuem em sua célula uma única mitocôndria, longa, com uma região
que confere sustentação à sua célula. rica em DNA – o cinetoplasto.

350
Biologia

Micrografia de protozoário flagelado do gênero Trichonympha, em que


são evidentes seus muitos flagelos (aumento aproximado de 209 vezes
e colorido artificial). Baratas e cupins, ao se alimentarem de madeira,
dependem desses protozoários para a digestão da celulose; em troca, os
protozoários recebem proteção e alimento no intestino desses insetos.

Micrografia de ciliados do gênero Vorticella, que vivem fixos em um


substrato, por meio de um pedúnculo. (Aumento aproximado de 200
vezes e colorido artificial).
flagelo

Leitura Complementar
núcleo

Nutrição e Regulação Osmótica


em Paramécios
Os paramécios possuem hábito alimentar filtrador,
membrana obtendo o alimento por meio de correntes que os ba-
ondulatória axóstilo timentos dos cílios podem produzir. O alimento, cons-
tituído principalmente por bactérias, é conduzido por
Esquema de protozoário com vários flagelos da espécie Trichomonas um sulco oral e entra na célula do paramécio por uma
vaginalis, representando o axóstilo, uma estrutura de sustentação
de sua célula. Essa espécie é um parasita do sistema genital humano, abertura – o citóstomo. Dentro da célula, o alimento é
que pode ser transmitido por meio de relações sexuais sem uso de englobado por vacúolos digestivos, onde as partículas
camisinha. alimentares serão digeridas. Os restos não digeridos e
Ilustração produzida com base em: RUPPERT, E. E; BARNES, R. D. Zoologia dos outros resíduos serão conduzidos pelos vacúolos diges-
invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca, 1996. p. 33. tivos ao citopígeo ou citoprocto, uma abertura fixa pre-
Cílios sente na superfície da célula, sendo, então, eliminados.
Cílios são filamentos mais curtos e mais numerosos que As organelas de controle osmótico são os vacúolos
os flagelos. Também batem ordenadamente, permitindo contráteis ou pulsáteis, que regulam o excesso de água
um deslocamento rápido na água e auxiliando na captu- no interior dos protozoários que vivem em água doce.
ra de alimento. São organelas dos protozoários ciliados,
classificados atualmente em um filo único, o Ciliophora, cílios
composto por espécies de água doce, marinhas ou que vi-
vem em solos úmidos. Muitas espécies são de vida livre, vacúolos
como as do gênero Paramecium, que são comumente en- digestivos
contradas em charcos de água doce; outras espécies são
micronúcleo sulco oral
parasitas, sendo um exemplo o Balantidium coli, parasita
do ser humano que causa diarreia com sangue nas fezes. macronúcleo
citóstomo

vacúolo vacúolo
digestivo alimentar em
abrindo no formação
citopígeo
vacúolo
contrátil

Esquema de um paramécio
Micrografia eletrônica de varredura de um ciliado de vida livre do
gênero Paramecium, em que ficam evidentes os seus cílios (aumento
aproximado de 200 vezes e colorido artificial).

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Biologia

O REINO FUNGI
A Diversidade dos Fungos
vacúolo
contrátil Qual o maior ser vivo do mundo? O que acha da ba-
leia? A baleia-azul é o maior animal vivo, podendo chegar
a ter 33 metros de comprimento e mais de 180 toneladas
de peso, mas não é o maior ser vivo.
No reino vegetal, também existem plantas gigantescas
como é o caso da Sequóia, que pode ultrapassar os 100
metros de altura, e algumas dezenas de metros de circun-
ferência. Para se ter uma ideia, algumas dessas árvores nos
Paramecium caudatum (aumento aproximado de 130 vezes Estados Unidos possuem troncos tão robustos que se pôde
e colorido artificial). escavar túneis para a passagem de carros em suas bases.
É sem dúvida uma árvore impressionante, não é mesmo?
Os ciliados reproduzem-se assexuadamente, por Mas ainda não é o maior ser vivo do planeta.
divisão binária transversal, e sexualmente, por conju- Bem... O maior ser vivo do mundo é um... fungo!
gação. Muitas espécies de ciliados, como as do gênero No início de agosto de 2000, pesquisadores do
Paramecium, apresentam dos núcleos: um macronúcleo, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos encon-
grande, relacionado aos processos de regulação do meta- traram um fungo tão grande que só pode ser dimensiona-
bolismo da célula, e um micronúcleo, pequeno, relaciona- do quando comparado com cidades inteiras ou constru-
do aos processos reprodutivos. ções multiplicadas às dezenas. Nessa escala, o tamanho
Esporozoários: Protozoários sem Estruturas do fungo equivaleria a 47 estádios do Maracanã colocados
de Locomoção lado a lado. Este fungo é da espécie Armillaria ostoyae e
se desenvolve cerca de 1 metro abaixo da superfície do
Alguns protozoários, como o Plasmodium sp. causador solo, mas pode expor à superfície grupos grandes de co-
da malária, e o Toxoplasma gondii, causador da toxoplas- gumelos dourados, cujos “chapéus” podem atingir até 30
mose, não possuem nenhuma organela locomotora em centímetros de diâmetro.
suas células. Todos eles são exclusivamente parasitas, ob-
tendo os alimentos por absorção direta dos nutrientes dos
organismos hospedeiros.
A maioria das espécies conhecidas são agrupadas no filo
Apicomplexa ou Sporozoa, por possuírem em comum a pre-
sença de um conjunto de organelas na região apical de sua
célula, chamado complexo apical, relacionado com a pene-

BIOATP - MICROBIOLOGIA
tração do protozoário parasita na célula do hospedeiro.
Muitas espécies possuem ciclo de vida com alternân-
cia de gerações.
complexo
apical

Grupo de “chapéus” do fungo da espécie Armillaria ostayae.

No mesmo reino que se encontra o maior ser vivo do


mundo, também estão presentes os mofos ou bolores. Em
certas condições eles crescem em paredes, nas roupas,
nos sapatos, no pão, nas frutas ou em verduras.
núcleo
E quanto aos champignons, que são cogume-
los comestíveis muito apreciados em certos pratos?
Você já os experimentou? Pois saiba que também são fungos.
mitocôndria Já foram descritas cerca de 70.000 espécies de fungos,
mas talvez existam até 1,5 milhão de espécies, sendo que
Esquema de um esporozoário, representando o complexo a maioria ainda está para ser identificada e descrita pelos
apical em sua célula. micologistas.

352
Biologia

Características Gerais A vasta maioria dos fungos apresenta o corpo forma-


do por filamentos denominados hifas. O conjunto de hifas
dos Fungos recebe o nome de micélio, e não é considerado um tecido
Mesmo referindo-se a um grupo tão diverso, os fun- verdadeiro. Existem, basicamente, três tipos morfológicos
gos apresentam algumas características em comum: são de hifas:
heterotróficos (ou seja, não realizam fotossíntese, afinal
são desprovidos de clorofila), eucariontes (portando, com
núcleo celular delimitado por membrana, além de orga-
nelas membranosas, como as mitocôndrias). No entanto,
a característica mais geral dos fungos é aquela que define
o reino: organismos heterotróficos que incorporam os ali-
mentos por absorção. Além desta, existem outras que aju-

Septadas
dam a distinguir os fungos dos demais organismos. Essas
características são: parede celular, substância de reserva, Cenocítica
organização do corpo e padrão de reprodução. Cada um
desses aspectos será analisado a seguir.

Parede Celular Septada


mononucleada
A maioria dos fungos possui células com parede ce-
lular rígida, formada principalmente por quitina, não
estando presente a celulose. A quitina é um polissacarí- Septada bi ou multinucleada
deo encontrado também no Reino Animal, em estruturas
como carapaças de invertebrados, pêlos, unhas e cascos Tipos de Hifas
de vertebrados. Já a celulose é um polissacarídeo típico da
Não possuem septos, que são paredes
parede celular de todas as plantas e ocorre também em transversais derivadas das paredes dos
alguns protistas. Cenocíticas ou não
filamentos. Neste caso, as hifas possuem
septadas
vários núcleos dispersos em massa
citoplasmática comum (estrutura cenocítica).
Substância de Reserva
Os fungos armazenam o glicogênio como substância Septadas Possuem septos transversais separando
mononucleadas compartimentos com apenas um núcleo.
de reserva em suas células, do mesmo modo como fa-
zem os animais. Nas plantas, a substância de reserva é Septadas bi ou Possuem septos transversais separando
o amido. multinucleadas compartimentos com dois ou mais núcleos.

Organização do Corpo Os “chapéus” (corpo de frutificação) que existem em


alguns cogumelos são muitas hifas férteis, produtoras de
Algumas poucas espécies de fungos agrupam organis- esporos – unidades relacionadas com a reprodução desses
mos unicelulares ou formados por pequeno número de fungos.
células, como é o caso das leveduras, representadas pelo Estrutura reprodutora
levedo de cerveja, o Saccharomyces cerevisiae.

Estruturas produtoras
Hifas de esporos

Micélio

Micélio e hifas férteis organizadas na formação de um


Fotomicrografia óptica de Saccharomyces cerevisiae. corpo de frutificação.

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Biologia

É interessante perceber que os fungos apresentam Basidiomycota


características comuns aos vegetais e aos animais. Você
saberia dizer algumas dessas características? Os basidiomicetos são de todos os fungos os mais vulga-
res. São exemplo grandes cogumelos de chapéu, licopudon,
Fungos e vegetais apresentam parede celular, apesar
cogumelo comestível, ferrugem, fuligem, etc. Esta classe de
de ser de constituição diferente: parede celular de fungos
fungos inclui cerca das 2500 espécies conhecidas.
é constituída de quitina, enquanto que a dos vegetais é
de celulose. Os basidiomicetos distinguem-se dos restantes fungos
Em contrapartida, fungos e animais são organismos he- pela produção de basidiósporos, que se formam a partir
terotróficos e armazenam glicose na forma de glicogênio. de uma estrutura esporífera denominada basidiocarpo. O
micélio desta classe de fungos é sempre septado.
Grupos de Fungos
Filo Zygomycota
O filo Zygomycota reúne
fungos que não formam corpo
de frutificação durante os pro-
cessos sexuados. Eles apresen-
tam hifas cenocíticas.
Reúne espécies de vida livre,
como Rhizopus sp., um bolor
negro que cresce sobre super-
fície úmidas de alimentos ricos Rhizopus sp.
em carboidratos, como pão velho, frutas e verduras.
À esquerda, imagem de um basideosporângio e, à direita, um Agaricus
Existem também zigomicetos parasitas de protozoários, campestris conhecido como champignon.
de vermes e de insetos e espécies que formam associações
mutualísticas com raízes e plantas, as chamadas micorrizas. Importância dos Fungos
Filo Ascomycota Fungos Decompositores
Os ascomicetos representam cerca de metade das espé-
cies descritas de fungo. Eles caracterizam-se por formar, no Os fungos podem viver sob temperaturas extremas,
ciclo de reprodução sexuada, células especiais em forma de que variam de 10 °C à 60 °C, no entanto só sobrevivem
saco, os ascos, de onde provém o nome do filo. No interior em locais onde exista matéria orgânica para se alimentar.
dos ascos, formam-se esporos sexuais denominados ascós- Os fungos possuem digestão extracorpórea, ou seja,
poros. Em certos ascomicetos, os ascos ficam reunidos em liberam suas enzimas digestivas sob a matéria orgânica

BIOATP - MICROBIOLOGIA
corpos de frutificação carnosos chamados de ascocarpos. pré-existente e depois absorvem os nutrientes digeridos
Existem ascomicetos comestíveis como Morchella es- por difusão.
culenta, muito apreciado pelos amantes da culinária, e Quando a matéria orgânica digerida pelo fungo for
espécies que vivem em associações mutualísticas com al- proveniente de corpos de organismos mortos ou de partes
gas ou cianobactérias, formando líquens. Na maioria dos ou resíduos de seres vivos eliminados no ambiente, como
líquens, o fungo participante é um ascomiceto. pele, folhas e frutas, estamos nos referindo aos fungos
decompositores ou saprófitas.
Assim, fungos e bactérias são muito importantes para
o equilíbrio biológico nos diversos ecossistemas da Terra,
contribuindo para a reciclagem da matéria na natureza.

Fungos Mutualísticos
Existem também os fungos mutualísticos, que se asso-
ciam a outros seres e ambos se beneficiam com essa as-
sociação. Os líquens, por exemplo, são resultantes de uma
associação entre fungos e algas. As algas, que fazem fotos-
síntese por ter clorofila, doam parte da matéria orgânica
À esquerda, o corpo de frutificação Morchella e, à direita, produzida para os fungos. Já as hifas dos fungos envolvem
Saccharomyces, este último, responsável pela produção do álcool. as algas, protegendo-as contra a desidratação.

354
Biologia

É o caso do “sapinho”, muito comum em crianças. Essa


doença se manifesta por múltiplos pontos brancos na mu-
cosa, como a boca.

Líquen (mancha clara) crescendo sobre uma rocha.


Os líquens são os primeiros a colonizar uma rocha e favorecer
Micose (doença causada por fungo) em couro cabeludo.
o ambiente para que outros seres habitem aquele local.
Por isso, são conhecidos como pioneiros na sucessão ecológica.
Fungos e os Seres Humanos
Micorriza é o nome dado a outro exemplo de mutua- Alguns fungos são explorados pelos seres humanos em
lismo que envolve os fungos, no caso, associado às raízes processos de fermentação, como é o caso das leveduras,
de plantas. Enquanto as plantas fornecem matéria orgâ- que são fungos unicelulares.
nica aos fungos, afinal produzem essa matéria através da A fermentação é um processo anaeróbio (que não
fotossíntese, os fungos, através de suas hifas, absorvem necessita de oxigênio) realizado por alguns fungos para
água e sais minerais do ambiente, sendo que parte desse produzir energia utilizada por seu próprio metabolismo.
material absorvido é utilizado pelas plantas. Simultaneamente à produção de energia, a fermentação
pode produzir gás carbônico e álcool etílico. Ambas as
substâncias são de interesse humano.
Fungo (Boletus)
Na fabricação de pães, bolos ou outras massas, o fer-
mento biológico adicionado pelo cozinheiro são leveduras
do gênero Sacchromyces. São elas quem promovem o cres-
cimento das massas através da liberação de gás carbônico.
Hifas do fungo
Quanto ao álcool etílico produzido na fermentação, pode
ser empregado como combustível de automóveis, na limpeza
doméstica e na fabricação de bebidas como o vinho e a cerveja.
Raízes do
Certas espécies de fungos do gênero Penicillium são
pinheiro utilizadas na fabricação de queijos, como o queijo roque-
Hifas
Raízes (Pinus) fort e o camembert.
Micorrizas
Têm ainda os fungos comestíveis, como o Agaricus cam-
pestris, conhecido como champignon. Mas, cuidado! Alguns
cogumelos, como o Boletus satanas e o Amanita verna,
Micorrizas: associação mutualística entre fungos e raízes de plantas.
são exemplos de cogumelos venenosos, podendo provo-
car a morte de uma pessoa quando ingeridos. O cogumelo
Fungos Parasitas
Amanita muscaria produz uma potente substância alucinó-
Parasitas são organismos que vivem em associação gena, isto é, que provoca alucinações em quem o ingere.
com outros dos quais retiram os meios para a sua sobre-
vivência, normalmente prejudicando o organismo hospe-
deiro, um processo conhecido por parasitismo.
Assim, fungos parasitas são aqueles que vivem à custa de
outro ser vivo, prejudicando-o e podendo até matá-lo por meio
de inúmeras doenças que provocam em plantas ou animais.
Nos vegetais, a “ferrugem” é uma doença muito conheci-
da causada por fungo. É uma doença que ataca as folhas do
café ou da soja, prejudicando a realização da fotossíntese.
A esquerda: Amanita muscaria – cogumelo que produz muscarina,
Nos seres humanos, as doenças mais comuns ocor- substância tóxica que causa alucinações. À direita, Claviceps purpúrea –
rem na pele, podendo-se manifestar em qualquer par- produz ergotamina utilizado na síntese de LSD.
te da superfície do corpo. São comuns as micoses do Por fim, existem ainda aqueles fungos com capacidade
couro cabeludo e da barba (ptiríase), das unhas e as de produzir antibiótico (remédio que combate as bactérias).
que causam as “frieiras” (pé-de-atleta). As micoses Trata-se do fungo Penicillium notatum, que produz a penici-
podem afetar também as mucosas como a da boca. lina, primeiro antibiótico descoberto pela humanidade.

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Biologia

Pensando nas características de alguns seres representa-


dos na árvore filogenética, é correto afirmar que o reino
(A) Animalia agrupa os seres vivos unicelulares e plurice-
lulares, organizados em vertebrados e invertebrados.
(B) Fungi é formado por seres vivos autótrofos, como
os cogumelos e os bolores.
1. (UFTM) Na animação Rio, do brasileiro Carlos (C) Protoctista reúne as algas e os protozoários exclu-
Saldanha, os personagens são, principalmente, dife- sivamente pluricelulares.
rentes tipos de aves e um cachorro. (D) Monera inclui as bactérias que não têm núcleo e
nem material genético.
(E) Plantae agrupa seres vivos pluricelulares, clorofi-
lados e eucariontes.
3. Considerando a importância da luz solar nos proces-
sos de origem e evolução biológica, assinale a afirma-
tiva correta.

Considerando que tenham sido baseados em animais


reais e de acordo com a atual classificação biológica,
pode-se afirmar que
(A) todos pertencem à mesma classe, porém, seriam (A) Os vírus foram os primeiros seres vivos a surgir no
separados em duas ordens distintas. planeta, a partir de seres autotróficos.
(B) todos pertencem ao mesmo filo, porém, seriam (B) Os fungos incluem seres eucarióticos e autotróficos.
separados em duas classes distintas. (C) Na evolução da vida, as bactérias foram precurso-
(C) as aves são do mesmo gênero, porém, pertencem ras dos protozoários.
a ordens distintas. (D) Todas as bactérias são heterotróficas, sendo dividi-
das em aeróbicas, anaeróbicas e fermentadoras.
(D) as aves são da mesma classe, porém, pertencem (E) Os reinos dos fungos e dos protozoários apresen-
a reinos distintos. tam exemplos de seres primitivos e procarióticos.
(E) todos pertencem ao mesmo subfilo, porém, per-
4. Para facilitar o estudo dos seres vivos, os cientistas
tencem a domínios distintos.
subdividem os reinos em grupos menores: filo, classe,
ordem, família, gênero e espécie. Os organismos per-
2. A figura a seguir representa uma árvore filogenéti- tencentes a um mesmo grupo possuem característi-
ca, referente à classificação dos seres vivos em cinco cas que contemplam determinados critérios, devendo
reinos, bem como alguns seres vivos pertencentes a descender de um único ancestral comum.
cada um desses reinos.
Sobre isso, é correto afirmar-se que
(A) à medida que os subgrupos se aproximam da es-
pécie, os critérios tornam-se cada vez mais gerais.
(B) as aves que pertencem à mesma ordem apresen-
tam características comuns, como fecundação ex-
terna e plumagem brilhante.
(C) o gênero é uma subdivisão da família e compreende
todos os animais que possuem coluna vertebral.
(D) os fungos são seres procariontes unicelulares ou
pluricelulares. Os cogumelos, as leveduras e os
bolores são representantes do reino dos fungos.
(E) os indivíduos que pertencem a uma mesma es-
pécie possuem várias características em comum.
Por exemplo, são capazes de se reproduzir entre
si, gerando descendentes férteis.

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Biologia

5. Os vírus são minúsculos “piratas” biológicos porque in- O experimento demonstra que entre as bactérias
vadem as células, saqueiam seus nutrientes e utilizam ocorreu, exceto,
as reações químicas das mesmas para se reproduzir. (A) transformação bacteriana.
Logo em seguida, os descendentes dos invasores trans- (B) absorção de material genético.
mitem-se a outras células, provocando danos devasta-
(C) alteração genotípica e fenotípica.
dores. A estes danos, dá-se o nome de virose, como a
raiva, a dengue hemorrágica, o sarampo, a gripe, etc. (D) ação viral na transdução bacteriana.
(Texto modificado do livro “PIRATAS DA CÉLULA”, de Andrew Scott.) 8. As cianobactérias são organismos frequentemente en-
De acordo com o texto, é correto afirmar: contrados no ambiente aquático. Esses organismos
(A) Os vírus utilizam o seu próprio metabolismo para (A) são procariontes, com material genético diploide
destruir células, causando viroses. e pertencentes ao Reino Protista.
(B) Os vírus utilizam o DNA da célula hospedeira para (B) são uni ou multicelulares com parede celular rígi-
produzir outros vírus. da e flagelos locomotores.
(C) Os vírus não têm metabolismo próprio.
(C) possuem pigmentos fotossintéticos, mas realizam
(D) As viroses resultam sempre das modificações ge- quimiossíntese como metabolismo energético.
néticas da célula hospedeira.
(D) podem, em ambientes eutrofizados, proliferar e
(E) As viroses são transcrições genéticas induzidas
produzir toxinas que contaminam peixes.
pelos vírus que degeneram a cromatina na célula
hospedeira. (E) participam, igual a outras bactérias, das cadeias
alimentares como produtores e decompositores.
6. Assinale a alternativa correta em relação aos vírus.
(A) Os vírus não têm estrutura celular, são menores que 9. Com relação aos vírus e às bactérias, analise as afir-
as bactérias, possuem uma cápsula de proteína cha- mativas abaixo.
mada capsídeo e ácido nucleico em seu interior. I. Todo vírus é parasita intracelular porque penetra
(B) Os vírus possuem organelas celulares, por isso em uma célula e usa do metabolismo dessa célula
são classificados dentro dos cinco reinos. para produzir novos vírus.
(C) O bacteriófago é uma estrutura bacteriana e não II. O material genético dos vírus é sempre DNA e
faz parte da organização viral. RNA.
(D) Algumas doenças são causadas por vírus, como III. As bactérias distinguem-se de todos os seres vi-
Aids, cólera e sífilis. vos por serem procarióticas.
(E) Para combater todos os vírus, o ser humano deve IV. Todas as bactérias são seres autotróficos, fotos-

tomar doses de antibióticos e anti-helmínticos. sintetizantes e quimiossintetizantes.
7. Observe o esquema a seguir, que representa o famo- Marque a alternativa que apresenta somente afirma-
so experimento de Fred Griffith, que provou a exis- tivas corretas.
tência de várias linhagens da bactéria ‘Diplococcus (A) I e IV. (C) I e III.
pneumoniae’. Algumas linhagens causam pneumonia (B) II e IV. (D) II e III.
e são consideradas virulentas; outras não, e são não
virulentas. A bactéria virulenta possui uma capa po- 10. A análise laboratorial de uma amostra de água reve-
lissacarídica e, quando cultivada numa placa de ágar, lou a presença de dois patógenos (A e B) com as se-
cria colônias com um aspecto liso e são denominadas guintes características:
bactérias S. Já as não virulentas não têm essa capa, Patógeno A → organismo filtrável, parasita intracelu-
e suas colônias são de aspecto rugoso, portanto são lar, constituído por uma capa proteica que envolve a
denominadas bactérias R. molécula de ácido nucleico.
Analise o esquema a seguir, que representa o experi- Patógeno B → organismo não filtrável, que tem uma
mento com as bactérias S e R. membrana lipoproteica revestida por uma parede rica
camundongo injetado em polissacarídeos, que envolve um citoplasma onde
s s s com bactérias S morre
s se encontra seu material genético constituído por
camundongo injetado com uma molécula circular de DNA.
R bactérias R continua saudável
R
R
R Esses organismos são, respectivamente,
camundongo injetado com (A) uma bactéria e um fungo.
s bactérias S mortas por (B) um protozoário e um fungo.
s s s
aquecimento continua sadável
(C) um vírus e uma bactéria.
R camundongo injetado com
s
s R
bactérias R vivas + bactérias S
(D) uma bactéria e um vírus.
R s
s R mortas por aquecimento morre. (E) um vírus e um protozoário.

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Biologia

11. O ciliado Paramecium caudatum é constituído por 13. Observe a figura abaixo.
uma só célula alongada e achatada, medindo entre
150 e 300 micrômetros de comprimento e seu aspec-
to lembra o formato de uma sola de sapato. É reco-
berto por cílios. Analise as afirmações relacionadas ao
paramécio e aos protozoários em geral.
I. Os cílios presentes no paramécio, com a função
de locomoção, têm origem nos centríolos.
II. Os protozoários, como o paramécio, apresentam
duas membranas, a plasmática e a parede celular.
III. A regulação osmótica no paramécio é feita por Os ciliados são protistas que apresentam reprodução
dois vacúolos contráteis, localizados em cada assexuada por divisão binária e sexuada pelo proces-
uma de suas extremidades. Esses vacúolos são so de conjugação. Durante o processo de conjugação,
encontrados em protozoários de água doce. não existe divisão e os protozoários pareiam seus
citóstomas e trocam os micronúcleos. Além de apre-
IV. A maioria dos ciliados têm vida livre, como o pa-
sentarem dimorfismo nuclear com macro e micronú-
ramécio. cleo, outra característica importante dos ciliados é a
V. Diversas espécies de protozoários são parasitas, cau- presença de uma ultraestrutura esquelética abaixo
sando doenças em animais, inclusive no homem. da membrana chamada infraciliatura. A infraciliatu-
Estão corretas as afirmações ra está organizada apresentando elementos rígidos
orientados transversalmente. O padrão de disposição
(A) I, II, IV e V. (D) I, II, III e V. desses elementos impede a divisão dos ciliados no
(B) I, III, IV e V. (E) II, III, IV e V. plano longitudinal.
(C) I, II, III e IV. Com base nas informações do texto, é correto afirmar
12. que a figura acima representa
(A) o processo de brotamento em ciliados.
(B) um ciliado em reprodução assexuada.
(C) uma colônia de ciliados em estágio inicial de formação.
(D) dois ciliados em reprodução sexuada.
14. A figura a seguir representa o protozoário ciliado de
vida livre do gênero Paramecium com indicação de al-
gumas de suas estruturas.
Macronúcleo vacúolo contrátil
fagossoma

vacúolo
digestivo
cílios
micronúcleo

citóstoma
“ É do Comitê de Direitos dos Protozoários. Eles querem
saber para que o senhor está usando seus clientes.” Leia com atenção as afirmações a seguir.
I. O protozoário dado apresenta nutrição heterótro-
Sidney Harris. “A Ciência Ri”, 2007.
Editora UNESP (Adaptado).
fa com digestão intracelular.
II. A maioria dos protozoários é unicelular, e o grupo
O cartum acima refere-se aos protozoários, seres dos ciliados é tipicamente parasita de animais e
__________ que servem como bons indicadores da plantas.
qualidade do meio ambiente. Os protozoários são, III. Seus vacúolos contráteis trabalham para manter
em sua maioria, seres ___________ de vida livre e o animal isotônico em relação ao meio externo.
__________. IV. Os vacúolos digestivos podem se formar pela
união de lisossomos com fagossomos.
(A) unicelulares – autotróficos – terrestre V. A reprodução sexuada é possível por conjugação
(B) unicelulares – heterotróficos – aquática em alguns protozoários ciliados.
(C) unicelulares – autotróficos – aquática São afirmações corretas:
(D) multicelulares – heterotróficos – aquática (A) I, IV e V apenas. (C) II, III e V apenas.
(E) multicelulares – autotróficos – terrestre (B) I, III e IV apenas. (D) I, II, III e IV.

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Biologia

15. Os fungos, popularmente conhecidos por bolores, 18. A lei 7678 de 1988 define que “vinho é a bebida ob-
mofos, fermentos, lêvedos, orelhas-de-pau, trufas e tida pela fermentação alcoólica do mosto simples
cogumelos-de-chapéu, apresentam grande variedade de uva sã, fresca e madura”. Na produção de vinho,
de vida. É correto afirmar sobre os fungos, exceto: são utilizadas leveduras anaeróbicas facultativas. Os
(A) São organismos pioneiros na síntese de matéria orgâ- pequenos produtores adicionam essas leveduras
nica para os demais elementos da cadeia alimentar. ao mosto (uvas esmagadas, suco e cascas) com os
tanques abertos, para que elas se reproduzam mais
(B) Os saprófitas são responsáveis por grande parte
rapidamente. Posteriormente, os tanques são her-
da degradação da matéria orgânica, propiciando
meticamente fechados. Nessas condições, analise as
a reciclagem de nutrientes.
seguintes afirmações:
(C) Podem provocar nos homens micoses na pele,
couro cabeludo, barba, unhas e pés. I. o vinho se forma somente após o fechamento dos
tanques, pois, na fase anterior, os produtos da
(D) Podem participar de interações mutualísticas
ação das leveduras são a água e o gás carbônico.
como as que ocorrem nas micorrizas e nos líquens.
II. o vinho começa a ser formado já com os tanques
16. As afirmações abaixo se referem ao grupo dos fungos. abertos, pois o produto da ação das leveduras,
I. As leveduras são conhecidas por sua capacidade nessa fase, é utilizado depois como substrato
de fermentar carboidratos e produzir álcool etí- para a fermentação.
lico e dióxido de carbono, sendo utilizadas pelos
III. a fermentação ocorre principalmente durante a
vinicultores, panificadores e cervejeiros.
reprodução das leveduras, pois esses organismos
II. Fungos patogênicos são os principais causadores necessitam de grande aporte de energia para sua
de doenças de pele em pessoas que estão com o multiplicação.
sistema imunológico afetado, como, por exemplo,
as que estão contaminadas com o vírus HIV. Estão corretas as afirmações:
(A) I.
III. Aflatoxinas são metabólitos secundários produzi-
dos por alguns fungos, que frequentemente con- (B) II.
taminam amendoim, milho, trigo, entre outros, (C) III.
podendo causar câncer de fígado em pessoas e (D) I e II.
animais que as ingerem. (E) I e III.
Quais estão corretas? 19. Considere as afirmativas abaixo:
(A) Apenas I. (D) Apenas II e III. I. Líquens são associações simbióticas entre fungos
(B) Apenas II. (E) I, II e III. e algas verdes unicelulares ou cianobactérias.
(C) Apenas I e II. II. As algas parasitam o micélio dos fungos, retirando
destes matéria inorgânica essencial ao metabolis-
17. A professora de Ciências solicitou aos alunos que fi-
mo dos mesmos.
zessem um trabalho sobre alguns microrganismos e,
diante dessa proposta, o aluno Thales afirmou para III. Na associação entre fungos e algas, chamada de
sua amiga Mariana que as bactérias e os fungos só líquen, as algas fornecem matéria orgânica para
causam problemas e deveriam ser eliminados do os fungos, enquanto estes abastecem as algas com
mundo não havendo muito que se estudar sobre eles. matéria inorgânica e ajudam na retenção de água.
Em resposta, Mariana disse que isso seria impossível IV. Os líquens podem ser usados como bioindicado-
e que eles são importantes também para os seres hu- res, pois apresentam um sistema radicular capaz
manos, defendendo seu ponto de vista. Um argumen- de absorver partículas inorgânicas da atmosfe-
to correto que ela poderia usar seria: ra. Variações na concentração dessas partículas,
(A) Eles realizam a fotossíntese, mantendo constante como o aumento dos poluentes, podem levar os
a concentração de gás oxigênio na natureza e po- liquens à morte.
deriam até substituir os vegetais.
Com base nessa análise, estão corretas apenas as afir-
(B) Todos são bons e nunca seriam eliminados porque
mativas
não existem substâncias sintéticas que os eliminem.
(C) Alguns fungos podem produzir a penicilina e certas (A) I e II.
bactérias atuam na produção de alguns alimentos. (B) III e IV.
(D) Eles realizam a fermentação, utilizando a energia (C) I e III.
solar e isso faz deles os grandes produtores de to- (D) II e IV.
dos os ambientes.

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20. Em relação aos fungos é correto afirmar: 22. Casacos de lã, sapatos de couro e cintos de algodão
guardados por algum tempo em armários podem ficar
(A) São procariontes e realizam sua nutrição por qui-
mofados, pois os fungos necessitam de
miossíntese.
(B) Não possuem organelas celulares, pois a estrutu- (A) algas simbióticas para digerir o couro, a lã e o al-
ra deles é constituída de capsídeo. godão.
(C) São classificados em quatro classes: Sarcodínea, (B) baixa luminosidade para realizar fotossíntese.
Ciliophora, Flagellata e Sporozoa.
(C) baixa umidade para se reproduzirem.
(D) São nocivos à saúde, pois todas as espécies cau-
sam micoses ao homem. (D) substrato orgânico para o desenvolvimento
(E) São eucariontes e a maioria deles possui sua es- adequado.
trutura composta por um emaranhado de fila-
mentos designados hifas, cujo conjunto se chama 23. Considere algumas características que podem ser en-
micélio. Também existem formas unicelulares. contradas em diferentes seres vivos.

21. Há evidências de que a prática da cervejaria originou- I. Parede celular de quitina e digestão extracorpórea.
-se há mais de 5 mil anos na região da Mesopotâmia, II. Material genético disperso no citoplasma e pre-
onde a cevada cresce em estado selvagem. Gravuras, sença de plasmídeos dispersos no citosol.
inscrições, poemas e registros arqueológicos des-
te período sugerem o uso da cerveja. Outros docu- III. Cápsula proteica envolvendo o material genético,
mentos históricos mostram, em 2100 a.C., sumérios podendo ser DNA ou RNA.
alegrando-se com uma bebida fermentada, obtida de IV. Multicelulares, presença de tecidos e autótrofos.
cereais. Mais tarde, a cerveja passou a ser produzida
por padeiros, devido à natureza dos ingredientes que Vírus, bactérias, vegetais e fungos apresentam, res-
utilizavam: leveduras e grãos de cereais. A cevada pectivamente, as características
era deixada de molho até germinar e, então, moída
e moldada em bolos, aos quais se adicionava a leve- (A) I, II, III e IV.
dura. Os bolos, após parcialmente assados e desfei-
tos, eram colocados em jarras com água e deixados (B) II, IV, III e I.
fermentar. (C) III, I, II e IV.
Com o passar do tempo, cada família produzia a (D) II, I, IV e III.
sua própria bebida. A expansão da produção se
deu com o Império Romano. E foram os gauleses (E) III, II, IV e I.
que cunharam o nome atualmente usado, deno-
minando essa bebida de cevada de “cerevisia”, ou
24. Considere os seguintes processos:
“cervisia”, em homenagem a Ceres, deusa da agri-
cultura e da fertilidade. Na Idade Média, os con- I. Produção de iogurtes e queijos.
ventos assumiram a fabricação da cerveja, e os II. Produção de açúcar a partir da cana.
monges reproduziram em manuscritos a técnica
III. Fixação de nitrogênio no solo pelo cultivo de legu-
de fabricação. Artesãos, pequenas fábricas e, por
minosas.
fim, grandes indústrias trouxeram, de então, esse
nobre líquido aos dias atuais. IV. Extração do amido do milho.

Elaborado com base em informações obtidas em Quais dos processos acima mencionados dependem
http:// www.brejas.com.br da participação de micro-organismos?
A levedura que processa a fermentação referida no
(A) Apenas I e II.
texto é
(B) Apenas II e III.
(A) uma alga unicelular. (C) Apenas I e III.
(B) uma alga multicelular.
(D) Apenas II e IV.
(C) uma bactéria unicelular.
(E) Apenas III e IV.
(D) um fungo unicelular.
(E) um fungo multicelular.

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Biologia

25. Analise as afirmativas sobre fatores que são levados em


conta nos processos utilizados para conservar alimentos.
I. Os microrganismos dependem da água líquida
para sua sobrevivência.
II. Os microrganismos necessitam de temperaturas
adequadas para crescerem e se multiplicarem.
A multiplicação de microrganismos, em geral, é 1. No sistema de classificação de Lineu, os fungos eram
mais rápida entre 25 °C e 45 °C, aproximadamente. considerados vegetais inferiores e compunham o mes-
III. As transformações químicas têm maior rapidez mo grupo do qual faziam parte os musgos e as samam-
quanto maior for a temperatura. baias. Contudo, sistemas de classificação modernos
IV. Há substâncias que, acrescentadas ao alimento, colocam os fungos em um reino à parte, reino Fungi,
dificultam a sobrevivência ou a multiplicação de que difere dos vegetais não apenas por não realizarem
microrganismos. fotossíntese, mas também porque os fungos
V. No ar, há microrganismos que, encontrando ali- (A) são procariontes, uni ou pluricelulares, enquanto
mento, água líquida e temperaturas adequadas, os vegetais são eucariontes pluricelulares.
crescem e se multiplicam. (B) são exclusivamente heterótrofos, enquanto os
vegetais são exclusivamente autótrofos ou hete-
Sobre esse assunto, lê-se em uma embalagem de lei- rótrofos.
te “longa-vida”: “Após aberto, é preciso guardá-lo em (C) não apresentam parede celular, enquanto todos os
geladeira”. vegetais apresentam parede celular formada por
celulose.
Assinale a opção correta sobre os fatores, dentre os
(D) têm o glicogênio como substância de reserva
apresentados, que atuam na deterioração rápida do energética, enquanto nos vegetais a reserva ener-
leite, caso uma pessoa não siga tal instrução, princi- gética é o amido.
palmente no verão tropical. (E) reproduzem-se apenas assexuadamente, en-
(A) Apenas a afirmativa I é verdadeira. quanto nos vegetais ocorre reprodução sexua-
(B) Apenas a afirmativa II é verdadeira. da ou assexuada.
(C) Apenas as afirmativas II, III e V são verdadeiras. 2. A laranja é um dos principais produtos da fruticultura
brasileira. O setor citrícola, no país, cultiva 200 milhões
(D) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
de pés de laranja, emprega cerca de 400 mil pessoas
(E) Apenas as afirmativas I, III, IV e V são verdadeiras.
e gera negócios anuais da ordem de US$ 4 bilhões.
A morte súbita dos citros – que já atingiu cerca
de 2 milhões de laranjeiras em São Paulo e Minas
Gerais – vem preocupando os setores produtivos.
Pesquisadores atribuem a um vírus a causa da mo-
léstia – que promove o bloqueio dos vasos que con-
duzem a seiva da copa para as raízes. O uso de um
resistente porta-enxerto - planta sobre a qual cresce
1. B 14. A a variedade de laranjeira que se deseja cultivar – é
2. E 15. A um método de controle empregado, além de outros,
como o controle de insetos transmissores (pulgões).
3. C 16. E
Pesquisa FAPESP, nº 109, março de 2005 [adapt.].
4. E 17. C De acordo com o texto e seus conhecimentos, é corre-
5. C 18. A to afirmar que
(A) propagação assexuada por enxertia – em que o cul-
6. A 19. C tivar de laranjeira enxertada apresenta a mesma
7. D 20. E constituição genética do porta-enxerto – garante
8. D 21. D a não contaminação pelo vírus, micro-organismo
unicelular patogênico constituído por uma cápsu-
9. C 22. D la proteica e DNA.
10. C 23. E (B) o vírus da morte súbita dos citros é transmitido, de
11. B 24. C uma planta para outra, por um artrópode perten-
cente à classe insecta, o qual causa, no vegetal, o
12. B 25. C bloqueio do xilema, levando, consequentemente,
13. D à interrupção da condução da seiva elaborada.

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(C) o agente causador da doença das laranjeiras ci- 3. Os vírus são altamente específicos em relação ao hos-
tada no texto é um parasita intracelular que in- pedeiro; em geral, um tipo de vírus só é capaz de atacar
vade a célula do hospedeiro para se multiplicar um ou uns poucos tipos de célula. A explicação para
e promove o bloqueio do floema, levando conse- essa especificidade é que, para penetrar na célula ou
quentemente à interrupção da condução da seiva injetar seu material genético, o vírus precisa aderir a
elaborada. certas substâncias da membrana celular. Assim, apenas
células portadoras das substâncias em sua membrana
(D) o bloqueio do xilema – tecido condutor vegetal podem ser invadidas por determinada espécie de vírus.
constituído por elementos de tubos crivados e FONTE: AMABIS, J.M.; MARTHO, G. R. Fundamentos da biologia moderna.
células companheiras –, provocado pelo vírus, Volume único. São Paulo. Moderna, 2002. p. 178.

promove uma interrupção no fornecimento de Assinale a alternativa correta:


seiva bruta para as raízes, ocasionando a morte (A) Os vírus que atacam bactérias são conhecidos
da planta. como bacteriófagos.
(B) Os vírus são constituídos de células eucariontes.
(E) o vírus, ao infectar a planta, passa a controlar o
metabolismo da célula hospedeira, multiplicando- (C) O vírus da tuberculose é altamente perigoso.
-se e promovendo um bloqueio na condução da (D) No ciclo lítico e lisogênico, a célula hospedeira é
seiva elaborada através dos tecidos condutores destruída.
constituídos por elementos de vasos lenhosos. (E) Os vírus são sempre constituídos de capsídeo,
DNA e RNA.

4. As bactérias não apresentam reprodução sexuada típica, mas, em certas espécies, há a incorporação de genes de outro
indivíduo, processo denominado recombinação genética, que leva à formação de bactérias com características genéticas
diferentes. Nos quadros A, B e C, a seguir, estão esquematizados três processos através dos quais uma bactéria pode in-
corporar genes de outras.

A Bactéria doadora Vírus Bactéria DNA


B C Bactéria
doadora doadora
Pêlo sexual (pilli)
Bactéria
Bactéria receptora
receptora
Bactéria
receptora
DNA
DNA da cromossômico
DNA da DNA da
bactéria bactéria bactéria
doadora doadora doadora

Bactéria doadora rompida liberando vírus que Bactéria doadora rompida liberando o DNA, Bactéria doadora (“macho”), unida por meio de
podem conter um pedaço de cromossomo que é captado pela bactéria receptora. um pêlo sexual (pilli), à bactéria receptora.
bacteriano: este será injetado na bactéria
receptora pelo vírus doador.

Figuras adaptadas de AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R.


Biologia dos organismos. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004.

Os fenômenos descritos nos quadros A, B e C correspondem, respectivamente, aos seguintes processos de recom-
binação genética:

(A) transformação, conjugação e transdução.


(B) conjugação, transdução e transformação.
(C) transdução, conjugação e transformação.
(D) transformação, transdução e conjugação.
(E) transdução, transformação e conjugação.

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5. Um pesquisador interessado em descobrir se o fósfo- 8. Estudos de fluxo de energia em ecossistemas demons-


ro representava o elemento químico responsável pelo tram que a alta produtividade nos manguezais está di-
aumento da população de cianobactérias (bactérias ae- retamente relacionada às taxas de produção primária
róbicas) causadoras do processo de eutrofização reali- líquida e à rápida reciclagem dos nutrientes. Como
zou o seguinte experimento: separou dois conjuntos de exemplo de seres vivos encontrados nesse ambiente,
lagos e, em metade deles (grupo 1), adicionou grandes temos: aves, caranguejos, insetos, peixes e algas.
quantidades de nitrogênio e carbono. Nos lagos cor-
respondentes à outra metade (grupo 2), ele adicionou Dos grupos de seres vivos citados, os que contribuem
grandes quantidades de nitrogênio, carbono e fósforo. diretamente para a manutenção dessa produtividade
no referido ecossistema são
Se o fósforo realmente for o elemento responsável (A) aves. (D) insetos.
pelo aumento da população de cianobactérias, qual
deveria ser o resultado esperado depois de algumas (B) algas. (E) caranguejos.
semanas após o início deste experimento? (C) peixes.
(A) Os lagos do grupo 2 deveriam apresentar maior 9. O impressionante exército de argila de Xian, na China,
abundância de peixes vivos que os lagos do grupo 1. enfrenta finalmente um inimigo. O oponente é um ba-
(B) Os lagos de ambos os grupos deveriam se tornar tur- talhão composto por mais de quarenta tipos de fun-
vos e apresentar menor disponibilidade de oxigênio. gos, que ameaça a integridade dos 6000 guerreiros e
(C) Nos lagos do grupo 2, diferentemente dos lagos do cavalos moldados em tamanho natural. Os fungos que
grupo 1, deveria haver alta mortalidade de peixes. agora os atacam se alimentam da umidade provocada
(D) Nos lagos do grupo 1, deveria haver alta morta- pela respiração das milhares de pessoas que visitam a
lidade de peixes, e os lagos do grupo 2 deveriam atração a cada ano. (Adaptado de “Veja”, 27/09/2000)
permanecer inalterados.
Ao contrário do que está escrito no texto, a umidade
(E) Os peixes e os invertebrados deveriam morrer não é suficiente para alimentar os fungos pois os indi-
mais rapidamente nos lagos do grupo 1 se com- víduos do Reino Fungi por serem
parados aos dos lagos do grupo 2.
(A) heterótrofos necessitam também de substrato or-
6. O organismo A é um parasita intracelular constituído gânico.
por uma cápsula protéica que envolve a molécula de (B) heterótrofos necessitam também de sais minerais.
ácido nucléico. O organismo B tem uma membrana
(C) fotossintetizantes necessitam também de gás car-
lipoprotéica revestida por uma parede rica em po-
lissacarídeos que envolvem um citoplasma, onde se bônico.
encontra seu material genético, constituído por uma (D) fotossintetizantes necessitam também de luz solar.
molécula circular de DNA. Esses organismos são, res- (E) decompositores necessitam também matéria
pectivamente, morta.
(A) uma bactéria e um vírus. 10. Frequentemente, os fungos são estudados juntamen-
te com as plantas, na área da Botânica. Em termos
(B) um vírus e um fungo.
biológicos, é correto afirmar que essa aproximação
(C) uma bactéria e um fungo.
(D) um vírus e uma bactéria. (A) não se justifica, pois a organização dos tecidos
(E) um vírus e um protozoário. nos fungos assemelha-se muito mais à dos ani-
mais que à das plantas.
7. Na embalagem de um antibiótico, encontra-se uma (B) se justifica, pois as células dos fungos têm o mes-
bula que, entre outras informações, explica a ação do mo tipo de revestimento que as células vegetais.
remédio do seguinte modo: O medicamento atua por (C) não se justifica, pois a forma de obtenção e arma-
inibição da síntese proteica bacteriana.
zenamento de energia nos fungos é diferente da
Essa afirmação permite concluir que o antibiótico encontrada nas plantas.
(A) impede a fotossíntese realizada pelas bactérias (D) se justifica, pois os fungos possuem as mesmas
causadoras da doença e, assim, elas não se ali- organelas celulares que as plantas.
mentam e morrem. (E) se justifica, pois os fungos e as algas verdes têm o
(B) altera as informações genéticas das bactérias cau- mesmo mecanismo de reprodução.
sadoras da doença, o que impede manutenção e
reprodução desses organismos. 11. O quadro abaixo lista características que diferenciam
(C) dissolve as membranas das bactérias responsá- os reinos dos fungos, das plantas e dos animais, quan-
veis pela doença, o que dificulta o transporte de to ao tipo e ao número de células e quanto à forma de
nutrientes e provoca a morte delas. nutrição de seus integrantes.
(D) elimina os vírus causadores da doença, pois não CARACTERÍSTICA I II III
conseguem obter as proteínas que seriam produ- Exclusivamente Maioria Exclusivamente
Tipo de célula
zidas pelas bactérias que parasitam. procarióticos eucarióticos eucarióticos
(E) interrompe a produção de proteína das bactérias Exclusivamente Unicelulares ou Exclusivamente
Número de células
unicelulares pluricelulares pluricelulares
causadoras da doença, o que impede sua multipli- Exclusivamente Autotróficos ou Exclusivamente
Forma de nutrição
cação pelo bloqueio de funções vitais. heterotróficos heterotróficos autotróficos

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Biologia

Com relação a essas características, os seres vivos que 14. Para preparar uma massa básica de pão, deve-se mis-
compõem o reino dos fungos estão indicados em: turar apenas farinha, água, sal e fermento. Parte do
TIPO DE NÚMERO DE
trabalho deixa-se para o fungo presente no fermen-
FORMA DE NUTRIÇÃO to: ele utiliza amido e açúcares da farinha em reações
CÉLULA CÉLULAS
químicas que resultam na produção de alguns outros
(A) I III II
compostos importantes no processo de crescimento
(B) II III I da massa. Antes de assar, é importante que a massa
(C) III II I seja deixada num recipiente por algumas horas para
(D) III I II que o processo de fermentação ocorra.
(E) II II III Esse período de espera é importante para que a mas-
12. Muitos fungos são utilizados na produção de bebidas sa cresça, pois é quando ocorre a
e no preparo de alimentos. O gênero Saccharomyces, (A) reprodução do fungo na massa.
por exemplo, compreende inúmeras espécies, sendo (B) formação de dióxido de carbono.
uma das principais a levedura de cerveja. Sabe-se que (C) liberação de energia pelos fungos.
o levedo de cerveja é um fermento inativo, resultante (D) transformação da água líquida em vapor d’água.
do processo de fermentação da cevada durante a pro-
dução de cerveja. É uma das fontes naturais de vitami- (E) evaporação do álcool formado na decomposição
nas do complexo B, de proteínas, fibras e vitaminas. dos açúcares.
Tendo em vista o tema apresentado acima, analise as 15. A Aids é uma doença viral e sem cura que ataca o sis-
proposições abaixo: tema imunológico, tornando o paciente mais suscetí-
vel a doenças oportunistas. O vírus causador da Aids é
I. O termo levedura é usado para nomear espécies
de fungos unicelulares. o HIV, que possui como principal alvo:
II. A Saccharomyces cerevisae é capaz de realizar (A) as plaquetas.
fermentação alcoólica na presença de oxigênio, (B) os eosinófilos.
degradando o açúcar em álcool etílico e gás car- (C) as células Natural Killer.
bônico. (D) os linfócitos B.
III. Para adquirir uma bebida de maior teor alcóoli- (E) os linfócitos T.
co o tanque de fermentação deve estar tampado 16. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é
uma vez que leveduras do gênero Saccharomyces manifestação clínica da infecção pelo vírus HIV, que
são fermentantes facultativas. leva, em média, oito anos para se manifestar. No Brasil,
IV. A fermentação das leveduras durante o processo desde a identificação do primeiro caso de AIDS em
de produção de bebidas libera álcool, diferente 1980 até junho de 2007, já foram identificados cerca
da fermentação das leveduras durante o cresci- de 474 mil casos da doença. O país acumulou, aproxi-
mento das massas que lebira CO2. madamente, 192 mil óbitos devidos à AIDS até junho
Somente está correto o que se afirma em de 2006, sendo as taxas de mortalidade crescente até
meados da década de 1990 e estabilizando-se em cerca
(A) I e II. (D) II e III.
de 11 mil óbitos anuais desde 1998. [...] A partir do ano
(B) I e III. (E) II e IV. 2000, essa taxa se estabilizou em cerca de 6,4 óbitos
(C) I e IV. por 100 mil habitantes, sendo esta estabilização mais
evidente em São Paulo e no Distrito Federal.
13.
Disponível em: http://www.aids.gov.br.
Há milhares de anos o homem faz uso da biotec- Acesso em: 01 de maio 2009 (adaptado)
nologia para a produção de alimentos como pães, cer-
vejas e vinhos. Na fabricação de pães, por exemplo, A redução nas taxas de mortalidade devido à AIDS
são usados fungos unicelulares, chamados de levedu- a partir da década de 1990 é decorrente
ras, que são comercializados como fermento biológi- (A) do aumento do uso de preservativos nas relações
co. Eles são usados para promover o crescimento da sexuais, que torna o vírus HIV menos letal.
massa, deixando-a leve e macia. (B) da melhoria das condições alimentares dos soro-
O crescimento da massa do pão pelo processo citado positivos, a qual fortalece o sistema imunológico
é resultante da deles.
(C) do desenvolvimento de drogas que permitem di-
(A) produção de ATP..
ferentes formas de ação contra o vírus HIV.
(B) formação de ácido lático.
(D) das melhorias sanitárias implementadas nos últi-
(C) formação de água. mos 30 anos, principalmente nas grandes capitais.
(D) liberação de gás carbônico (E) das campanhas que estimulam a vacinação con-
(E) liberação de calor. tra o vírus e a busca pelos serviços de saúde.

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17. Estima-se que haja atualmente no mundo 40 milhões (B) Para que o material genético do vírus entre em
de pessoas infectadas pelo HIV (o vírus que causa a contato com o da célula, é fundamental que todo o
AIDS), sendo que as taxas de novas infecções continu- vírus atravesse a membrana da célula hospedeira.
am crescendo, principalmente na África, Ásia e Rússia. (C) a fase da biossíntese, o material genético do vírus
Nesse cenário de pandemia, uma vacina contra o HIV é duplicado.
teria imenso impacto, pois salvaria milhões de vidas.
(D) Os vírus formados no interior da célula podem ser
Certamente seria um marco na história planetária e
liberados por meio do rompimento da célula in-
também uma esperança para as populações carentes
fectada ou pelo processo de brotamento.
de tratamento antiviral e de acompanhamento médico.
(E) A fase de adesão só é possível graças à interação
TANURI, A.; FERREIRA JUNIOR, O. C. Vacina contra Aids: desafios e esperanças.
Ciência Hoje (44) 26, 2009 (adaptado). das proteínas encontradas no vírus e na membra-
na plasmática da célula que será parasitada.
Uma vacina eficiente contra o HIV deveria
21. Os itens de I a VI apresentam, não necessariamente
(A) induzir a imunidade, para proteger o organismo na sequência, os passos pelos quais um vírus é repli-
da contaminação viral. cado.
(B) ser capaz de alterar o genoma do organismo por-
tador, induzindo a síntese de enzimas protetoras. 1. Síntese das proteínas do vírus.
(C) produzir antígenos capazes de se ligarem ao vírus, 2. Adesão da capa do vírus com a membrana celular.
impedindo que este entre nas células do organis- 3. Produção de proteína.
mo humano. 4. Abandono da cápsula.
(D) ser amplamente aplicada em animais, visto que 5. Liberação do vírus da célula.
esses são os principais transmissores do vírus 6. Replicação do RNA
para os seres humanos.
(E) estimular a imunidade, minimizando a transmis- Assinale a alternativa que apresenta todos esses pas-
são do vírus por gotículas de saliva. sos na sequência correta.

18. Cada vírus só é capaz de parasitar células específicas, (A) II- IV- I- VI- III- V
uma vez que em sua superfície são encontradas pro- (B) VI- IV- I- III- V- II
teínas que se encaixam perfeitamente em receptores (C) II - VI- IV- III- I- V
localizados na membrana das células hospedeiras. As
(D) V- II- I- IV- VI- III
proteínas encontradas na superfície do capsídio ou do
envelope lipoproteico recebem o nome de: (E) II- IV- VI- I- III- V

(A) virulentas.
(B) ligantes.
(C) conectoras.
(D) carregadoras.
(E) estimulantes.
19. Sobre os vírus, é correta a afirmação: 1. D 12. B
(A) Todos os vírus têm DNA na sua constituição. 2. C 13. D
(B) Os vírus diferem dos seres vivos por serem acelu-
lares. 3. A 14. B
(C) Não necessitam de outros organismos para sua 4. E 15. E
reprodução.
(D) Não infectam células bacterianas. 5. C 16. C
(E) É considerado um ser unicelular.
6. D 17. A
20. A reprodução dos vírus deve acontecer no interior de
7. E 18. B
uma célula, uma vez que esses organismos não pos-
suem metabolismo próprio. Desde a interação do ví- 8. B 19. B
rus com a célula até a liberação de novas partículas vi-
rais, várias etapas ocorrem. A respeito dessas etapas, 9. A 20. B
analise as alternativas a seguir e marque a incorreta:
10. C 21. E
(A) Durante a fase de penetração, o material genético
do vírus é inserido dentro da célula. 11. C

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