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Jet Mykles

Elfos Escuros 05

Jet Mykles
Descobrimento
Série Elfos Escuros 05
Para Kinig, os Elfos Escuros representavam todo o maravilhoso e misterioso do mundo. Se pudesse
transformar-se em perito sobre os elfos, sua carreira de bardo se estabeleceria. Seria perigoso. Os
Elfos eram conhecidos por sua aversão aos varões humanos. Mas os tempos tinham mudado e seu
pedido para viver entre eles por um tempo foi concedido, e Kinig foi entregue aos cuidados de
Fallil, um bardo entre os elfos.
Fallil não esperava apaixonar-se, mas o fez. O que começou como uma amizade se transformou em
amor e paixão permanentes. Mas Fallil sabia que tinha que deixar Kinig ir para que cumprisse seus
sonhos se os dois queriam alguma vez ser verdadeiramente felizes.
Nove ciclos das estações mais tarde, Kinig viu realizados seus sonhos de fama e era conhecido em
mais de dois continentes como Kinig dos Elfos Escuros, o único humano que sabe tanto como os
próprios raedjour. Agora, seus pensamentos voltam para o homem que amou e que está na hora
de voltar para o Bosque Escuro.
É o conhecimento de que Kinig chama a atenção de um mago solitário que retém à última elfa
vermelha como escrava. A elfa vermelha, Nialdlye tenta cuidar de Kinig e vê em suas histórias uma
possível solução para seus próprios problemas.
Podem os dois juntos libertar-se do poder do mago e fazer seu caminho de volta a Fallil?

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Elfos Escuros 05

Disp em Esp: El Club de las Excomulgadas


Envio do arquivo e Formatação: Δίκη
Revisão Inicial: Tessy
Revisão Final: J. Gameiro
Capa: Élica
Talionis

Nota da Revisora Tessy: Amo essa série e a cada livro ela fica melhor e mais surpreendente!
Para variar, desta vez tem em primeiro lugar um casal de “mocinho” (sim!! uma história gay) mas,
com uma coadjuvante que não fica deixa para trás nenhuma sena quente... Muito hot... E para
melhorar, nos dá uma amostra da próxima história... A do Radin!!! Obá... Oba!

Capítulo Um

— Acredito que isso é tudo o que temos que discutir.


Savous moveu a cabeça em uma reverência real, acrescentando uma piscada lenta de olhos
vermelhos brilhando suavemente para dar ênfase. Normalmente não brilhavam, não a menos que
estivesse trabalhando ativamente com magia, mas sua verdadeira companheira tinha assegurado,
que com a iluminação adequada ou a falta dela dava um aspecto perigoso, como um preguiçoso e
escuro gato mágico contemplando seu jantar. Enquanto ela achava tudo muito sexy, os humanos
como o Barão Alessandur era desalentador. A adição de um pequeno e reservado, sorriso só se
acrescentara ao efeito. O barão não tinha por que saber que Savous estava só surpreso pelo
artífice e não por algum pensamento sinistro.
— Certo, barão — Estendeu sua mão em uma saudação muito humana, mas agitou um
pouco a magia a seu redor, o suficiente para fazer que seu vestido negro se abrisse e a suave pele
ao redor de sua face se ruborizasse. As extremidades do seu cabelo comprido e branco
acariciavam seu peito nu, com tonalidades mais claras que as marcas brancas que estavam
gravadas em sua pele de obsidiana.
Acreditando, o fornido homem que estava de pé diante dele quase não reagiu. Uma leve
ampliação de seus olhos de um azul profundo, um tremor de menor importância em sua mão
quando entrou em contato com a do elfo, mas a estreitou, e não recuou. Para falar a verdade
gostava mais deste, que todos os líderes dos humanos com quem tinha tido que fazer frente em
ciclos passados. Este era um que realmente pensava no bem de seu próprio povo e não em si
mesmo ou em roubar Savous tudo o que pudesse. Seu pai, seu predecessor, tinha sido igual. Por
sorte para Savous, este era um dos grandes proprietários de terras adjacentes ao bosque e um dos

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humanos dos quais tinha que fazer frente.


Por respeito, Savous estreitou sua mão brevemente e não se incomodou em fazer nenhum
truque de magia mais.
— Um prazer, como sempre — Disse, baixando sua mão e deixando que sua longa manga
caísse de sua túnica para ocultá-la.
O barão assentiu, com sua visão jogando dardos aos homens que foram atrás do elfo.
— Estaremos em contato.
Savous permaneceu onde estava, olhando o barão que por sua vez levava uma dúzia de
homens para compensar. Um deles se atrasou, um de cabelo escuro, um jovem com os olhos
abertos que Savous soube era um arauto maior, com uma estreita túnica, com o escudo do barão
atravessado no peito do jovem. Estaria presente porque tinha uma memória quase perfeita, que ia
utilizar para registrar os detalhes dessa reunião. Savous tinha visto este jovem em particular,
recentemente, nas últimas reuniões com o barão, mas não tinha sido apresentado. Tomou nota de
seu formoso rosto, de seus olhos expressivos e boca, de seu bastante longo e marrom cabelo que
levava até os ombros. O jovem claramente tinha algo em mente enquanto se embebia com o olhar
a Savous, mas a forte chamada de um dos homens do barão o surpreendeu tirando o de seu
sonho, deu meia volta e se apressou a seguir a sua partida.
— Acredito que gosta de você — Murmurou Salin, aproximando-se atrás do ombro direito
de Savous.
Rapidamente lançou um feitiço de silêncio sobre a clareira. Savous se pôs a rir.
— Talvez seja assim — Baixou o capuz de sua túnica, deixando que caísse por suas costas.
Uma brisa recolheu seu cabelo branco solto e soprou um pouco dele em sua face quando se
voltou para o comandante. — E? O que pensa você?
Salin deu uma olhada aos humanos, com alguns com os seus próprios cabelos curtos cor
cinza prateada soprando sobre as feições de sua afiada face.
— Acredito que os líderes humanos são uma moléstia.
Atrás dele, Krael soprou.
— Além disso — Salin encolheu os ombros e devolveu o olhar de cor vermelha escura a
Savous — Fez o melhor que pôde.
Savous olhou para Hyle, que estava no seu outro lado. O outro feiticeiro também levava uma
túnica, de cor violeta escura, e seu cabelo comprido, branco como a neve caía solto sobre seus
ombros. Cada vez que se reuniam com os humanos, ele e Savous vestiam túnicas abertas, para
mostrar as marcas brancas de Rhae que tinha sobre a pele de cor negra brilhante desde seu peito
até seu rosto. Isso impressionava os humanos, e disseram que as túnicas de algum jeito se
acrescentavam à mística. Salin e Krael, que pelo geral os acompanhavam, sempre estavam com o
torso nu e armados, como uma exibição de destreza guerreira. O fato de que Salin, com seus mais
de dois metros e dez, fosse muito mais alto que inclusive o mais alto dos humanos, o que também
era útil.
As íris de cor vermelha de Hyle brilharam com magia. Igual aos jovens humanos arautos,
uma de suas principais tarefas era gravar os eventos que acabavam de ocorrer. A diferença dos
humanos, tinha magia para melhorar sua memória e a experiência de umas poucas centenas de

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ciclos para aperfeiçoar a técnica.


— Acha que a menção de seu rei deva nos preocupar?
Savous o pensou. Até agora, tanto o barão como seu pai tinham tratado diretamente com
ele. Desta vez, o barão tinha feito menção de um representante de seu rei fazendo uma visita.
Essa seria a primeira vez nos quase três quartos de século desde que os elfos tinham sido
"descobertos" que o monarca do oeste enviava a alguém diretamente. O monarca do leste já o
tinha feito, e os tratados tinham sido assinados. Não havia líderes equivalentes no norte ou sul.
— É algo a considerar — Deu a volta e se dirigiu através dos arbustos em direção à entrada
da caverna oculta que os levaria a casa — Qual das mulheres é do oeste?
— Suzana é do norte — Disse Krael enquanto passava Savous para liderar o caminho.
— Não são Gala e Diana do leste? — Perguntou a Salin, quem caminhava ao mesmo ritmo
que ele.
Salin assentiu.
— Sim, mas sua experiência pode estar atrasada.
Savous assentiu. As verdadeiras companheiras Salin e Hyle tinham estado com os elfos
durante quase dois séculos. As coisas definitivamente tinham mudado.
— Talvez possamos...
Quando Salin ficou rígido, com sua cabeça ajustando seu olhar atrás deles, Savous e Hyle
instintivamente se congelaram também. Fazia muito tempo, Savous poderia ter escutado o passo
distante de um torpe humano ao mesmo tempo que Salin o ouviu, mas estava tristemente fora de
prática na arte dos bosques. Devido a isso, olhou para o comandante mais alto e confiou nos
afiados sentidos do homem em seu lugar.
Os olhos de Salin ferveram por um momento com concentração, depois se clarearam
quando sorriu.
— É o arauto — Sorriu enquanto olhava para Savous — Já te disse que gosta de você.
Savous se pôs a rir.
— Está sozinho?
— Sim.
— Hyle, você e Krael vão para casa. Salin, vem comigo.
Sem mais comentários, Hyle se meteu nas sombras. Savous não tinha nenhuma dúvida que
Krael estava o bastante perto para escutar, embora não o visse.
Encontraram o assustado humano com os olhos muito abertos dentro dos muitos arbustos
da clareira onde se encontraram com o barão. Que tinha pouca ou nenhuma habilidade no
bosque, isso era muito evidente. Seus murmúrios não eram audíveis para o ouvido humano, mas
Savous o escutava claramente.
— Onde está?
Savous não teve que incomodar-se em usar a magia para fazê-lo aparecer na escuridão. A
sua pele e o manto vermelho escuro se misturavam na perfeição com as sombras, e inclusive seu
cabelo branco se via como um emplastro normal de luz de lua. Quando saiu de trás de uma árvore,
o homem jovem estava tão surpreso que cambaleou para trás, caindo sobre seu traseiro nas
folhas.

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— Está fora do caminho principal, meu amigo. — Estas palavras, graças ao cuidadoso folclore
local, significam uma morte quase segura. Savous e o raedjour poderiam agora ser conhecidos
pelo mundo dos humanos, mas cuidavam de manter tantos segredos como fosse possível,
encontrando refúgio na magia.
— S-sei — Balbuciou o homem, dirigindo-se a Savous de onde estava sentado. Era provável
que nem sequer fosse consciente de Salin que estava de pé em silêncio a poucos metros atrás
dele. — Precisava falar com você.
Savous assentiu, mantendo o olhar no humano, sabendo que o vermelho os desconcertava.
O sabor forte de sua excitação assegurava que o arauto também estava sentindo os efeitos sexuais
pela cercania de Savous e Salin. Tinha sido por isso que havia retornado, e arriscado sua vida?
O jovem fechou suas mãos em punhos enquanto ficava de pé. Embora não era um bom juiz
nessas coisas, Savous considerou que o homem estava no princípio da plenitude da sua vida, mal
perdendo a suavidade da juventude, já tendo ganho um pouco de volume em sua virilidade.
— Meu nome é Kinig. Tenho um pedido. — Disse com voz firme, agora que se pôs de pé.
Savous esperou, dando-se conta que o bordado branco na túnica do arauto tinha
desaparecido.
— Me leve com você.
Atrás do humano, Salin sorriu, cruzando os braços sobre seu peito.
Savous lutou com o cenho franzido de sua reação.
— Perdão?
O homem deu um passo audaz para Savous.
— Sou um bardo. Eu gostaria de aprender mais a respeito de você, de você e de sua gente.
Eu gostaria de escrever canções a respeito de você para poder cantar sobre vocês a outros.
Savous piscou lentamente, sorrindo um pouco.
— E por que o íamos querer?
Isso deteve Kinig.
— Por quê?
— Que necessidade teríamos de ser conhecidos no mundo dessa maneira? Sem dúvida, os
rumores e as histórias já se propagaram.
— Mas só são rumores e histórias. Poderia contar a verdadeira história, O... — Deu um
passo para frente — De qualquer história que queiram contar.
Savous sorriu. Não podia evitá-lo. Este jovem brilhava com sinceridade e uma grande dose
de culto aos heróis. Que tivesse acrescentado o último a sua oração dizia que sabia o que estava
oferecendo.
— Ou é valente ou insensato, Kinig.
Kinig ampliou seu sorriso.
— Provavelmente uma boa dose de ambos, meu senhor.
Foi Savous que deu o passo para frente nesta ocasião. O homem estava quase a sua altura,
só a uns centímetros de separação, ou menos. Não deixou de notar o ligeiro tremor, nem o
aumento de sua excitação enquanto se aproximava. O fato de que o homem não estivesse
absolutamente molesto dava a entender que era um amante de homens e que estava muito a

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gosto com a atração. Um homem assim poderia inclusive sobreviver entre os elfos por um tempo.
Eram por esses geral os que não podiam aceitar luxúria por outros homens os que não podiam
viver entre os raedjour.
— Posso pensá-lo?
O olhar de Kinig, que tinha se deslocado aos lábios de Savous, clareou e se lançou a seus
olhos.
— Prefiro que me tome.
Savous sorriu, mostrando que tinha ouvido o duplo sentido.
— Tal coisa poderia ter um impacto profundo em meu povo. Eu gostaria de ter um pouco de
tempo para pensá-lo.
Esse olhar azul se cravou de novo a sua boca, mas Kinig nem sequer tratou de ocultar sua
excitação.
— Até quando?
— Não muito — Pôs uma mão sobre o ombro de Kinig, tomando cuidado de acomodá-la
para que seus dedos roçassem a pele nua do pescoço do humano.
Os olhos de Kinig ondearam um pouco enquanto mordia o interior do lábio.
Usando uma pressão suave, Savous girou o jovem.
— Salin te levará de novo para o caminho, que te levará para Alden Wood. Espera lá.
Enviarei minha resposta ao botequim do Sol.
— Como?
Savous riu entre dentes.
— Enviarei a minha resposta, seja um sim ou um não.
Não podia ver a face de Kinig, mas podia dizer pelo domínio de seu corpo que estava tão
profundamente afetado pela visão de Salin como estava por Savous.
Sentindo-se diabólico, Savous se aproximou das costas do humano, deixando que seu peito
golpeasse a parte posterior do ombro do homem. Enquanto Kinig ofegava, inclinou-se e sussurrou
no ouvido do jovem.
— Aprecio sua oferta, e te asseguro que pensarei seriamente nela.
Deu ao Kinig um pequeno empurrão para lançá-lo em direção de Salin e viu o alto
comandante liderar o bardo e levá-lo longe.
Sozinho, Savous riu na escuridão.
— Isso foi interessante.

Capítulo Dois

Kinig despertou nas vísceras da terra. A última coisa que recordava, era que tinha estado de
pé no bosque, frente a um bruxo de pele de ônix e olhando com assombro como os avermelhados
olhos do homem brilhavam. Agora, estava de costas, olhando aos depósitos minerais e
iridescentes das estalactites que gotejavam do teto alto de uma caverna.

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— Está acordado? — Soou uma voz na sua direita, uma voz magnificamente baixa e familiar.
Voltou a cabeça para ver Rhicard sorridente para ele. O feiticeiro que tinha sido enviado por
Savous para buscá-lo no bosque e levá-lo a cidade raedjour. Rhicard sorriu — Está acordado.
— Estou acordado.
Rhicard estendeu uma mão.
— Como se sente?
Muito a gosto.
Kinig tomou a mão estendida e deixou que o homem forte puxasse a uma posição sentada.
Tinha constatado já que estava disposto a fazer quase tudo para que qualquer dos elfos o tocasse,
inclusive pelo mais breve dos momentos. Sua mera cercania estremecia deliciosamente sua pele.
Tocá-los era como...
Kinig se congelou com a visão do impressionante espetáculo apresentado diante dele.
— Pensei que você gostaria de ter uma vista da cidade, tal como é. — Rhicard o estabilizou
quando ele cambaleou. — Esta é a melhor vista que há. A maior parte da cidade está nos túneis e
cavernas.
Uma cidade como nenhuma outra. Tinha imaginado que se desdobrava através de uma
caverna enorme por milhas. O teto que viu na primeira vez não era mais que a de uma abertura
em um suporte em cima de uma incrível variedade de edifícios. Pelo que podia ver, eram todos de
pedra, ou mais ou menos todos, mas feitos de tal maneira que parecia que poderiam ter sido
esculpidos nas paredes da caverna por si mesmos. Os edifícios mais longe das paredes eram
claramente de morteiro e pedra, mas alisados e polidos pelo que brilhavam como os depósitos
minerais que parecia gotejar sobre eles de cima. Em meio da caverna mais próxima uma estátua
negra brilhante de uma mulher nua sustentando uma terrina de fogo. Era quase tão alta como as
cinco torres que a flanqueavam. Ao longe, um grande lago escuro brilhava sob alguma fonte
desconhecida de luz azulada. Uma verdadeira cidade. Kinig deixou vagar seu olhar, sua mente
rápida catalogava detalhes para mais adiante. Tudo isso clandestinamente, e a maior parte nem
sequer se pode ver daqui. OH, sim, não importa o que aconteceria, fez a escolha correta
aproximando-se do rhaeja. Perambulou tão perto como se atreveu da borda do precipício,
esperando uma visão sem obstáculos. A pessoa pululava nas estradas e no pátio central debaixo,
seu pequeno tamanho fazia insistência na imensidão da caverna.
Rhicard deu um passo ao lado dele.
— Esta é nossa praça. É a caverna maior e é relativamente o centro da cidade.
— Praça da Cidade?
Rhicard sorriu.
— Eu nunca vi uma, mas estou familiarizado com o termo.
Esquecendo a vista por um momento, Kinig se concentrou no bruxo, e a sua emoção pelo
descobrimento sufocou a sua luxúria um pouco.
— Como?
— Conseguimos aprender bastante dos seres humanos que capturamos no passado.
Kinig assentiu com a cabeça. É óbvio. Isso tinha sentido. Voltou a sua atenção para a
caverna.

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— Isso é um lago?
— Sim. Quase diretamente debaixo de um na parte superior.
Queria vê-lo, mas se negou a pedi-lo. Muito longe para dar um passeio.
— A que profundidade estamos?
— Léguas...1 — Rhicard olhou pensativamente o teto cintilante. Salvo pelas estalactites, a
pessoa podia fingir que era um céu sem lua e sem nuvens salpicado de estrelas — Não estou
seguro exatamente quantas, para ser honesto. É difícil de medir.
Dois homens saíram da entrada de uma caverna pequena abaixo à esquerda e se dirigiram
ao longo de um caminho que conduzia ao lado da caverna para a cornija em que estava Kinig com
Rhicard. Ambos vestiam calças escuras, um em vermelho e o outro em azul, com botas de negras
curvadas. O de vermelho tinha correias marrom escuro em bandas pelas poderosas pernas quase
até chegar a seus quadris e um chicote malvado enganchado no seu lado. Um arco sem encordar
pendurado da outra correia, e um carcaj cheio de flechas cruzava em bandas seu amplo e nu peito.
A negra pele brilhava à luz das tochas a ambos os lados da abertura do túnel atrás de Kinig e
Rhicard. Os dois homens saudaram Rhicard com olás, que ele devolveu, então ignorando
completamente Kinig deram as costas ao bruxo e ao humano para entrar no túnel, com dois rabos
de cavalo longos e brancos cobrindo suas costas.
Kinig os olhou com assombro à medida que desapareciam, sabendo que tinha sido rejeitado,
mas não importava. Mas bem, surpreendeu-se de que podiam ser absolutamente silenciosos
sobre o chão poeirento. De fato, o panorama era estranhamente silencioso. Não havia sons da
pessoa na distância sem vento, nem animais. Ele havia passado realmente a um reino diferente.
Sorte que levava a jaqueta longa, pensou, resistindo a tentação de chegar a parte de baixo para
ajustar a dureza cada vez maior em suas calças. Estará rodeado por eles durante o tempo que o
rhaeja te permita ficar!O pensamento não fez nada para acabar com sua ereção.
Rhicard riu entre dentes.
—venha. As suas coisas estão aqui. — Deu um passo para o mesmo caminho que os outros
dois tomaram. — Tem medo das alturas? Descobrimos que alguns humanos o têm.
—Não, Não acredito. Apressadamente — Kinig agarrou seu estojo com o alaúde e o pequeno
pacote que continha suas poucas posses pessoais e o seguiu.
— Não é perigoso, sempre que se mantenha no caminho, mas pode ser que deseje estar
perto da parede no princípio. — Disse Rhicard, com tom de camaradagem ,no caminho com uma
descida moderada que apareceu à vista. Kinig viu que formava uma espécie de zig-zag por um
monte antes de desaparecer em outro túnel. Fez uma pausa quando Kinig o alcançou — Se o
preferir, poderei te pôr de novo a dormir e te carregaria para baixo.
—Não — Embora a ideia de ser levado por Rhicard quando despertasse tinha seu mérito.
Mas não, estaria muito distraído para ver o entorno — Não quero perder nada mais.
Seguiu o bruxo, pondo seus pés com cuidado enquanto via os outros homens passear.
Rhicard, igual aos outros dois, mal fez ruído no chão poeirento. Kinig fazia um som de passadas

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Légua era a denominação de várias unidades de medidas de itinerários (de comprimentos longos) utilizadas em Portugal, Brasil e
em outros países até à introdução do Sistema Métrico. As várias unidades com esta denominação tinham valores que variavam
entre os atuais 4 e 7 quilômetros.

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como uma rocha rodando pela colina. Como era possível? O feiticeiro era um pouco mais alto que
ele, mas esses músculos sem dúvida tinham que pesar mais comparando-o com o aspecto leve
dele.
— Não perdeu muito no caminho — Havia suficiente espaço na rota de acesso para
caminhar ao mesmo tempo, com Rhicard no lado aberto — Eu queria te economizar a monotonia
da viagem.
— E ocultar a localização exata da entrada da sua cidade.
Rhicard o olhou com um sorriso.
— Isso também.
— Não me importa — Perguntou-se até que ponto o outro homem moderava seu passo
natural. Inclusive um pausado caminhar, Kinig encontrava o ritmo acelerado.
— Como disse a seu rhaeja, vou ver o que quiserem que veja e farei vista grossa diante
qualquer outra coisa — O pensamento de Savous enviou uma emoção através dele. Tinha
completo com a regra dos raedjour uma vez mais depois de seu bate-papo inicial no bosque.
Benzeu sua própria língua rápida para dizer as palavras corretas para convencer o rhaeja a enviar
Rhicard para buscá-lo apenas uma lua mais tarde.
— Espero que se dê conta naquilo que se comprometeu.
Ouviu murmurar Rhicard e se perguntou se supunha que ele devia também.
— Dou-me conta que estou tendo uma oportunidade — Falou, apesar de que sabia que o
silêncio é às vezes uma virtude. Sabia que gozava da confiança com muita facilidade. Mas do que
outra maneira ia fazer que as pessoas falassem com ele se ele não fosse amável? — Mas acredito
que um montão de coisas boas podem sair disto. Vocês necessitam mais representantes no
mundo humano. Representantes humanos que possam explicar aos outros a respeito de vocês.
Tinham chegado ao túnel na parte inferior do zig-zag. Rhicard voltou a estudar Kinig meio a
sério, seu escuro rosto na profunda sombra da solitária tocha a sua direita.
— Sei o que está dizendo, e estou de acordo. Assim o faz o rhaeja, tal como mesmo alguns
outros. Mas vai ter também que recordar que nem todo meu povo se sente da mesma maneira.
Kinig contemplou aquele rosto interessante, lutando para conhecer o significado de suas
palavras e não perder-se na maravilha desse exótico ser. O que significam as marcas brancas? Essa
era uma pergunta para mais tarde. Assentiu com a cabeça.
— Entendo.
Depois de um momento, Rhicard meio sorriu e assentiu com a cabeça.
— Espero que sim — Voltou-se e o dirigiu pelo túnel.
Com um último olhar aquilo que podia ver da cidade, Kinig o seguiu.
Rhicard explicou que este túnel os levava a uma entrada de uma das cinco torres que tinha
visto de cima. Era nesta torre em que Kinig passaria a maior parte de seu tempo, vivendo com seu
patrocinador.
— Meu patrocinador?
— Pelas razões que mencionei, não é seguro para você vagar por sua conta. Além disso, a
maioria dos raedjour, quando residem na cidade, não usam a língua comum. Todos nós a
entendemos, é obvio, mas alguns podem negar-se a falá-la, só para estar em contra. Também,

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seria extremamente fácil perder-se. Não todas as cavernas estão habitadas ou são seguras.
Poderia estar perdido e morto antes de que o encontrassem. Se alguma vez o encontrássemos.
Estava relativamente seguro de que Rhicard estava exagerando, mas aceitou o ponto. O
túnel através do qual o tinha levado tinha muitas ramificações, algumas iluminadas e outras não.
Nunca tivesse imaginado que estava em algum lugar perto das torres brilhantes que tinha visto do
suporte de cima. Rhicard o levou fora do túnel principal a um corredor que parecia muito mais
inabitado. Um mural dominava a longitude de uma parede, representando uma caça de algum
tipo em cores brilhantes. A presa era uma besta parecida com um cervo, e quando apareciam no
contínuo mural, sempre estavam as formas escuras das bestas na sombra e os raedjour nas
árvores atrás delas. Impressionante trabalho.
— Portanto, tem um patrocinador. — Apanhado pelo mural, quase não recordava o que
tinham estado discutindo. Lembrou-se de repente enquanto subiam uma ampla escada — Uma
pessoa que será responsável por você.
A escada estava esculpida na rocha, mas com habilidade, precisão nas medidas e as bordas
afiados. Os degraus desgastados sugeriram um uso ao longo desta passagem.
— Não vai ser você? — Perguntou, um pouco decepcionado.
Rhicard sorriu.
— Verá-me um montão. Sou um dos raedjour que foram atribuídos para te ajudar. Mas não
posso estar com você sempre. Savous teve uma ideia melhor.
Tinha a secreta esperança de que seria Savous mesmo. Não, imbecil, estará muito ocupado.
Kinig se deteve com Rhicard em uma porta. Este corredor se via como se viesse diretamente do
castelo de seu barão, embora fosse mais escuro, com torres sem janelas.
Rhicard bateu, e a porta foi aberta por um jovem. Kinig conteve o fôlego. Sim, todos os elfos
eram impressionantes, mas este... De pé talvez era uma mão mais baixo que Kining, com uma face
mais redonda que algum dos outros que tinha visto. Não era pelos padrões humanos, mas uma
suavidade de curvas que dava um aspecto jovem, vagamente feminino. Os olhos expressivos e
prateado brilhavam sob as sobrancelhas brancas finamente arqueadas, avaliando-o, assim como
ele o avaliava. O olhar franco obrigou Kinig a reavaliar sua impressão inicial do jovem. O cabelo
branco, sedoso, caindo pesadamente pelas costas nua e sobre um ombro, escondido atrás das
orelhas delicadamente pontudas, ambas das quais estavam perfuradas com prata com o passar da
bordo à ponta. Calças curtas brancas terminavam justo debaixo dos joelhos e presas abaixo de
seus quadris. Não usava calçado que ocultasse ao menos três anéis de prata brilhante ao redor dos
dedos delicados. Kinig nunca tinha visto outro homem levasse tantas joias.
— É Kinig — Disse em uma voz de tenor maravilhosamente musical. Deu um passo trás e
varreu dramaticamente com seu braço livre — Por favor, entra.
Kinig olhou Rhicard, quem assentiu com a cabeça. Obedeceu. A sala estava escassamente
mobiliada contudo, das mesas estreitas aos dois sofás e cadeiras aproximadas às paredes. Isto
deixava descoberto o chão do centro da sala completamente vazia. Quando a porta se fechou
atrás dele, notou tambores de diferentes tamanhos apoiados no chão, um alaúde na mesa, um
instrumento de corda de aspecto estranho em um sofá, e uma série de instrumentos de vento
pendurados dentro de um gabinete seguro à parede.

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Rhicard falou de trás de seu ombro esquerdo.


— Kinig, ele é Fallil. Fallil, como terá adivinhado, é um artista.
Seu olhar foi atraído para o homem menor.
— Artista? Não é um bardo?
O murmúrio da risada encantadora de Fallil se estabeleceu sobre eles, quando assinalou a
sala.
— Bardo, bailarino, ator, faço de tudo. Tentei fascinar e entreter a maior parte de minha
vida.
E o obteve maravilhosamente, por tudo o que Kinig podia ver. Certamente, sua própria
atenção foi cativada pelo homem magro que afanosamente reorganizava os instrumentos
estendidos, limpando o sofá. Embora um tanto andrógino, não havia dúvida de que era um
homem. Seu peito era magro, mas os músculos estavam bem definidos, diminuindo em uma
estreita cintura e um doce, redondo e pequeno traseiro que parecia desafiar a gravidade dentro
de suas calças.
Rhicard golpeou o ombro de Kinig recuperando sua atenção.
— Aqui é onde te deixo — Sorrindo, assentiu com a cabeça para Fallil — Fallil é seu
patrocinador. Savous pensou, já que são ambos os músicos, que teriam uma base em comum.
Além disso, de todos que talvez sejam duas ou três pessoas com vida, Fallil sabe mais de nossa
história que ninguém. E sua maneira de relatar o que ele sabe é muito mais divertida que a
maioria do resto de nós.
Kinig riu da nota de brincadeira na voz de Rhicard.
Fallil apareceu junto a eles sorrindo.
— Adula-me.
Rhicard roçou uma mão carinhosa, familiar ao ombro nu do outro homem.
— Nem um pouco.
Kinig piscou, perguntando-se que, em todo caso, deveria ler nesse toque. Provavelmente,
nada. Teve que recordar que os raedjour eram muito sensuais, seres tateantes. Tinha-o visto
observando-os durante as conversas com o barão, sabendo de que eles mesmos se restringiam
devido à situação. Neste caso, não havia nenhuma razão para a restrição. Estava em um mundo
diferente.
A atenção Rhicard estava nele outra vez.
— Vemo-nos logo, Kinig — Depois a Fallil — Me envie uma mensagem se me necessitar.
— Só então? — Fallil disse quando fechava a porta, sorrindo. Esse mesmo sorriso voltou para
Kinig — Tem fome? Tem sede? Teve uma comprida viajem.
Sabia que devia tê-la, mas estava muito excitado para pensar em algo como a comida.
— Estou um pouco sedento.
— É obvio que sim — Mãos negras elegantes chegaram até o alaúde de Kinig — Posso?
Encantado por esta criatura formosa, muito educada, Kinig entregou sua apreciada posse.
Fallil o dirigia com o devido cuidado.
— Ponha a bolsa no chão e, por favor, sente-se.
Fez o que disse, sentando-se em um sofá quando Fallil pôs o estojo com o alaúde na mesa e

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o abriu. Tirou o instrumento e o examinou com olho crítico. Kinig observava de perto. O alaúde
tinha sido de seu avô. Era velho, mas tinha sido cuidadosamente cuidado tanto por ele, como pelo
pai de sua mãe. Fallil acariciou o pescoço, inspecionou o ventre e os trastes, e com cuidado tocou
cada corda para escutar seu som.
Por último, assentiu com a cabeça, pôs o instrumento por cima de seu estojo.
— É formoso.
— Obrigado.
— Voltou-se para um lado do gabinete que sustentava uma bandeja com uma jarra e copos
a jogo.
— Toca algo mais?
— Interpreto com uma harpa pequena, mas não tenho muita prática.
Servindo uma taça, Fallil olhou a uma harpa de tamanho médio na esquina
— Talvez possamos trocar isso — Lançou um sorriso deslumbrante por cima do ombro —
Né?
Estava ruborizado? Kinig não teria pensado que era capaz ainda, desde que perdeu sua
inocência com um guarda jovem ha muitos ciclos.
— Eu gostaria.
Fallil cruzou a sala sustentando a taça pequena para Kinig.
— Agora, o que te disse Rhicard?
— Que vai ser meu patrocinador.
— Isso é tudo?
— Explicou-me que era necessário porque nem todos os raedjour estão de acordo com
minha presença.
Fallil assentiu com a cabeça, dobrando-se graciosamente no sofá ao lado de Kinig.
— Sim. Mas há mais que isso — Descansou o braço sobre o respaldo do sofá, dobrado pelo
cotovelo para apoiar sua cabeça na palma de sua mão — Quanto sabe a respeito de nossa
sociedade, em relação com os humanos?
Kinig tomou um sorvo de um vinho leve e afrutado em vez de beber o resplendor da luz das
velas na pele de ônix nua.
— Sei que dão as boas-vindas às mulheres humanas que acompanhem. Que têm um feitiço
que podem lançar para as transformar em um de vocês. Sei que são férteis com uma só mulher e
que essa coincidência a chama verdadeira companheira. No passado, sequestravam às mulheres
humanas e as mantinham contra sua vontade, mas o rhaeja proibiu esta prática.
— Sabe muito — Uma cascata pesada de suave e nevado cabelo liso atravessava o peito de
Fallil, uns fios brilhantes enganchados ao redor de um mamilo ereto — Por favor, continua.
Kinig bebeu um grande gole de vinho.
— Diz-se que não há outras mulheres entre vocês, salvo as humanas convertidas, mas a
pessoa não sabe se acredita ou não.
— Não?
— Não — Kinig se moveu, muito consciente dos olhos prateados brilhantes fixos nele.
— O que acontece com os homens humanos?

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Kinig se removeu no seu assento, e a camisa suave debaixo de sua jaqueta de repente roçava
a pele de seu peito.
— Antes, matavam os homens humanos por esporte. Permitiu-se a muito poucos passar
através do Bosque Escuro alguma vez, e só os que ficavam nos caminhos conhecidos. Inclusive
agora, é perigoso para um homem viajar pelo bosque, principalmente com uma caravana passada.
Através disto, Fallil continuou a estudar, e um pequeno sorriso se curvava nos lábios
generosos. Dedos longos e negros jogaram com uma costura das calças desfiadas.
— Mesmo assim pediu para vir aqui.
O pênis de Kinig pulsava com o mesmo ritmo com o seu coração. Estranha vez se pôde
conter na presença de homens bonitos. Sentado em privado com esta formosa criatura exótica,
não tinha oração para se controlar.
— Fi-lo.
— Posso te perguntar por quê?
— Quero aprender mais a respeito de vocês.
— Assim pode escrever canções a respeito de nós e ser famoso?
Kinig sorriu, nervoso.
— Bom, isso também. Mas tenho curiosidade.
— E se deu conta de que vir aqui pode ser perigoso.
— Eu estava disposto a correr esse risco.
Fallil levantou a cabeça, liberando seu braço para estirá-lo através do respaldo do sofá. As
pontas de seus dedos roçando em cima do ombro de Kinig, que mal sentiu através da lã grossa.
— E se nunca te deixar ir?
Kinig piscou, e depois ficou olhando o piso vazio no centro da sala.
— Eu...
— Não tinha pensado nessa possibilidade?
— Não — Tinha pensado na morte, tinha pensado na negação, mas não tinha ocorrido que
os elfos o manteriam cativo — Eu... Por quê?
Fallil se inclinou ligeiramente para ele. Uma mecha de cabelo branco que caiu de trás da
orelha se derramou sobre sua suave bochecha.
— Me deixe te dizer uma verdade. Mantivemos homens humanos no passado. Muitos, de
fato. Mas só uns poucos sobrevivem. — As pontas dos dedos de Fallil riscaram o ar perto da pele
nua de seu pescoço. — A diferença das mulheres, não há feitiço para converter a um varão
humano. Foi provado e fracassou, causando a morte do sujeito.
Distraído pelo quase toque, Kinig engoliu de novo.
— O que fazem com os homens que mantêm? — Tinha ouvido falar de tais coisas em outros
países, mas só nos contos em voz baixa de duvidosa procedência.
Fallil se aproximou um pouco mais ao lado de Kinig.
— Mantemo-los. Jogamos com eles — Um golpe delicado dos dedos quentes sobre seu
pulso que pulsava rápido — Temos um enorme apetite sexual. Nossa deusa nos criou dessa
maneira. — Um dedo riscou a mandíbula de Kinig justo debaixo da orelha — Já que há tão poucas
mulheres, não há um homem entre nós que não conhece os prazeres de outro homem. — As

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pontas dos dedos roçaram ao longo de sua barba bem recortada para seu queixo, os olhos
prateados seguindo os progressos. — Alguns de nós os preferem.
Estremeceu-se, resistindo, apoiando-se no toque. Fallil cortou a distância entre eles, com
agilidade capturou a taça a ponto de cair dos dedos frouxos de Kinig.
— Savous tinha razão sobre você, Kinig? — Seus dedos penteando o cabelo, sustentando e
girando a cabeça do bardo até que ficaram cara a cara. Os lábios de Kinig suspiraram abertos
quando os lábios de obsidiana do outro homem se aproximavam — Kinig?
— Sim?
— É um amante dos homens?
— Sim.
Os lábios se curvaram em um formoso sorriso, mostrando os dentes pequenos de cor branca
rivalizando com o cabelo, as sobrancelhas, e suas ridiculamente longas pestanas.
Kinig gemeu quando o homem um pouco menor utilizou seu controle sobre seu pescoço,
como reforço se escorou com graça passando uma perna por cima das coxas, ficando
escarranchado sobre seu colo. Mantendo o controle da cabeça do bardo, inclinou-se de um lado a
outro embalando Kinig sobre a mesa junto ao sofá.
— Isto não é algo que a maioria dos homens humanos acham agradável — Continuou Fallil
enquanto acomodava o traseiro firme sobre as coxas do humano — Ou, melhor dizendo, deixam
de desfrutar — Com a outra mão, separou a parte frontal da jaqueta aproveitando a corrente que
mantinha sua camiseta fechada. Kinig olhou para baixo, satisfeito de ver um vulto que
testemunhava a excitação de Fallil. Ao menos os dois tinham ereções de campeonato — De fato, a
maioria dos homens preferem as mulheres até a loucura. Eles se sentem mal quando sentem
atração por nós, quando não podem evitar querer chupar um pênis e sentir a outro se cravando
profundamente em seu traseiro.
Kinig não podia respirar. Seu coração se acelerou. Não podia ajudar a si mesmo, e deslizou
suas mãos até os músculos das coxas firmes de Fallil, até que pôde afundar seus dedos na carne
do traseiro do outro. Firme, apertado, exigindo ser adorado.
Fallil sorriu, deslizando sua mão dentro da camisa para encontrar a pele nua de seu peito.
— Posso dizer que isto não será um problema para você.
Kinig sacudiu a cabeça com tanta força que alguns de seus cabelos castanhos rebeldes
caíram na face.
— Não, absolutamente.
Fallil ronronou, permitindo a Kinig aproximar-se mais. Jogou a cabeça para trás, entretanto,
quando Kinig teria submerso por um beijo. Fortes dedos apanharam seu cabelo, detendo seu
movimento, o que o obrigou a centrar-se nos olhos prateados abatendo-se diante dele.
— É meu para te mandar pelo tempo que esteja aqui. — A voz de Fallil havia passado de ser
de suave sedução a autoritária, não admitindo tolices — Sua segurança depende muito disso.
A demanda acendeu através das bolas duras de Kinig quando assentiu com impaciência.
— Se pensar que é algum tipo de ameaça a meu povo, nunca te deixarei ir.
No momento, Kinig considera que poderia ser a melhor opção, apesar de que tinha a
intenção de não prejudicar o raedjour.

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Fallil rodou seus quadris, roçando sua ereção contra a dele. Inclinou-se o suficiente para
roçar ligeiramente seus lábios com os seus.
— Você e eu nos levaremos bem, acredito.
Sua resposta afirmativa se perdeu em um gemido, e Fallil a tragou com a boca aberta e a
língua exigente. Kinig lutava pelo controle só pelo prazer de perder a batalha. Fallil poderia ser
menor, mas seu corpo esbelto era mais forte que o seu. Deslizou suas mãos além da cintura baixa
das calças ajustadas de Fallil para encontrar a pele ligeiramente úmida. Assim brilhante, tão suave,
tão incrivelmente erótico. Quase tão incrível como a boca devorando a dele.
Perseguiu seus lábios quando o outro se afastou, sustentando desesperadamente os ombros
nus enquanto Fallil puxava os laços de sua jaqueta. Teve que deixá-lo ir quando prendeu sua
jaqueta por seus braços, apanhando-os.
Grunhindo, deslizou-se de suas pernas.
— Tire isso — Ordenou.
Apressadamente, obedeceu, com os olhos fixos no outro quando desatou o cordão que
sustentava as calças deixando as cair para que seu pênis saltasse livre. Com a camisa meia tirada,
estendeu uma mão necessitada para o formoso, brilhante pênis negro revelado.
Fallil deu uma palmada na mão.
— Não. Tire a roupa. Toda.
— Mas...
Sorrindo maliciosamente, Fallil envolveu seus dedos ao redor de seu próprio pênis e
lentamente se deteve na cabeça.
— Estou esperando.
Não por muito tempo, se Kinig podia evitá-lo. Foi uma luta, mas arrumou para sair de sua
camisa, calças e roupa interior, agradecido de que suas botas eram baixas e soltas, fácil de tirar.
Fallil recuou para uma porta aberta, seu pênis era um farol delicioso, flutuando.
— Vem comigo.
Kinig disparou do sofá e tropeçou de tanto entusiasmo como qualquer cachorrinho adorável.
Fallil o manteve a distância e o levou a um quarto com luz de velas.
—Se deite — Indicou uma grande estrutura como uma cama com uma plataforma grossa
acolchoada verde em vez de um colchão cheio. Um número absurdo de peles e travesseiros
estavam empilhados contra as duas paredes nas quais estava empurrada a plataforma — De
joelhos, de costas a mim.
— Mas...
— Mas?
Kinig não podia afastar os olhos do pênis de Fallil, fascinado pelo fato de que estava
claramente molhado. Como o terá conseguido?
— Por favor. Me deixe que te prove.
Fallil riu entre dentes.
— Fa-lo-á. Logo. Mas não agora — Apontou bruscamente com os dedos de sua mão livre e
assinalou — Se ajoelhe!
Com a esperança de que ele soubesse o que estava por vir, e logo, Kinig obedeceu.

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— Se arraste para frente, mais perto da parede. — A plataforma atrás dele se afundou sob o
seu peso. — Abraça um dos travesseiros, se o desejar.
— Vai A...?
— Fodê-lo? — Uma mão quente e úmida apertou uma de suas nádegas nuas — OH, sim.
Ambos Kinig e seu pênis saltaram alegremente. Agarrou um travesseiro grande firmemente
e o abraçou a seu peito enquanto baixava os ombros. De trás dele, Fallil utilizava as mãos
colocando-o para que abrisse os joelhos, amplamente e ficando com o traseiro inclinado para
cima.
Os dedos fortes amassavam as nádegas abertas de Kinig com uma melodia de um
agradecido zumbido.
— Vê, Kinig, achamos os humanos fascinantes — Um dedo, ou talvez o polegar, riscou a
contraída abertura. Sentiu esfregar de algum tipo de líquido e se perguntou se era saliva — Tão
pálido, desejando, tão frágil — Gemeu quando a ponta do dedo apertou levianamente sondando
as paredes de sua entrada brandamente — E tantos homens humanos não conhecem os prazeres
que se encontram com outros homens... — O dedo, Kinig decidiu tinha que ser um dedo,
empurrou mais para dentro. — Muitos pensam que ameaça a sua virilidade ao serem penetrados.
— O dedo encontrou esse lugar, o terreno que tinha selado o acordo sobre suas preferências
sexuais quando sentiu primeira uma massagem do pênis contra ele. Aferrou-se ao travesseiro e
gemeu com reconhecimento, só queria que Fallil empurrasse — Nós sabemos mais, não é assim,
Kinig?
— OH, sim — Embora ele nunca considerou a si mesmo promíscuo, não tinha negado a si
mesmo o prazer do sexo. Tinha tido uns discretos amantes que via de maneira constante, mas
nenhum que incomodasse terrivelmente ao deixá-lo para trás. A ideia vaga de ser aberto com sua
sexualidade pela primeira vez em sua vida se abriu com entusiasmo a um novo nível.
Fallil deixou de falar, a favor de levar Kinig fora de sua mente. Um dedo se converteu em
dois, estirando brandamente seu canal estreito. Então sua mão livre se envolveu firmemente ao
redor do pênis de Kinig, acariciando ao mesmo tempo com seus dedos o traseiro. Kinig gritou,
balançando-se nas mãos sentindo o clímax aproximar-se. Quando o fôlego quente e depois uma
língua molhada lambeu suas bolas pensou que se perdeu. Uma onda de calor subiu por sua coluna
vertebral para explodir em algum lugar atrás de sua cabeça. Gritou, os quadris bombeando, mas
não teve alívio, Fallil o tinha agarrado da base de seu pênis, e tirou os dedos no traseiro negando a
liberdade de gozar.
— Ainda não — Cantou o elfo que lhe soltou o pênis. Os fortes dedos se afundaram nos
quadris, e algo que não poderia ser outra coisa que o pênis de Fallil esfregou a entrada — Vai
gozar comigo dentro de você.
— Deus, sim! Por favor!
Por muito que gostava do sexo, nunca tinha experimentado uma entrada suave em seu
corpo. Não a primeira vez. Mas Fallil se deslizou, úmido, duro e liso, como se tivessem estado
fodendo há horas. Kinig voltou a gritar enquanto seu corpo se estirou para acomodar o outro. O
inevitável prazer-dor banhava seu corpo, um calor agudo que borbulhava sob a superfície de sua
pele, não permitia estar quieto, o que o obrigou a sacudir-se contra Fallil, a gritar, libertando o

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travesseiro debaixo dele e agarrar o recheio que o apoiava. Era um doce calor, maravilhoso, como
nunca havia sentido antes, e as palavras escapavam. O controle escapou.
Fallil o cavalgou sem problemas, marcando um ritmo forte, que manteve Kinig sem sentido,
suando e mendigando quando a tensão encheu seu ventre, encheu suas bolas. Não permitiu
nenhuma pausa, empurrando-o mais alto, negando a liberação as poucas vezes que quase a
alcançou. Kinig rodou com ela, o suor encheu os olhos, cegando-o.
— Kinig — Suspirou Fallil, a voz grave e urgente no ouvido do bardo. Seu agarre firme
apertou justo no pênis de Kinig — Goze para mim.
Agradecido, Kinig cumpriu, gritando quando se arqueou contra Fallil, derramando sua
semente nos travesseiros bordados em intermináveis pulsos. Cobrindo as costas, Fallil cavou
dentro, impulsionando-se no traseiro com castigadores empurrões até que seu próprio ritmo
vacilou um pouco e encheu Kinig com calor.
Kinig caiu de bruços em um montão enfraquecido com a boca amplamente aberta ofegando
por ar. Sentia falta da pressão de Fallil dentro dele, atrás dele, mas não pôde reunir um protesto
quando o outro homem se afastou, levantando-se da cama. Tinha recuperado quase uma espécie
de coerência quando retornou, sentando-se a seu lado. Enlouquecedoramente suficiente, o
homem menor parecia apenas sem fôlego apesar de que sua pele brilhava com o que parecia suor.
Sem comentários, Fallil levantou o cabelo suarento e deslizou algo em seu pescoço. Kinig
estava confuso quando sentiu algo justo por debaixo de sua garganta e confirmou suas suspeitas
ao chegar a tocar o couro de um colar quando Fallil recuou.
— Isto é para sua proteção — Disse, acariciando o pescoço e a bochecha suarenta de Kinig,
sorrindo — É meu agora. Meu até que te deixe ir.

Capítulo Três

Três temporadas depois

Um grito involuntário explodiu em sua boca quando suas costas golpeou a parede. Sua mão
protegia a parte posterior da cabeça, enquanto pescava ao mesmo tempo seus lábios em um beijo
devorador. Ela sucumbiu voluntariamente, inclusive com ansiedade, levantando as pernas e os
braços para envolver-se com segurança a seu redor. A frágil saia em seu quadril estava levantada
até a cintura e seus seios nus pressionavam o peito dele. Apoiava-a contra a parede, procurando
entre eles o lugar para desprender suas calças. Em algum momento tinha libertado seu pênis,
posicionando-a, e empalando-a, tudo com uma só mão. Seus grunhidos e gemidos enquanto
corriam para a terminação mal rompiam a superfície do murmúrio geral da pequena multidão na
sala.
Ninguém emprestava atenção. Isto, Kinig tinha decidido, era a coisa mais assombrosa que
tinha experimentado entre os elfos. OH, algumas pessoas os olhavam de vez em quando, mas
sempre com curiosidade ou interesse voyerista, nunca com repugnância ou horror que tivesse

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prevalecido em um entorno humano.


— Bonito, não é?
Kinig surpreso e envergonhado. Com dificuldade olhou ao homem flexionado visível agora
que a mulher movendo-se tinha baixado as calças até as coxas.
— Sim.
Fallil riu entre dentes, entregou a Kinig uma estranha bola, um pouco pegajosa. Fallil sabia
que a sexualidade aberta ainda envergonhava Kinig, e gostava de desfrutar do rubor que lhe
causava na pele branca. E isso que ele quase nunca se ruborizava antes de viver entre os raedjour!
Sustentou a pequena bola laranja para examiná-la. Encaixava perfeitamente na palma de sua
mão, pegando-se a sua pele um pouco sem deixar nenhum resíduo.
— O que é isto?
Fallil sustentava uma bola similar, esta amarela brilhante, em seus lábios.
— Saboreia-a — Demonstrou dando uma dentada.
Confiando em seu patrocinador, Kinig deu uma dentada. Rica, o sabor amadurecido se
apoderou de sua língua, como o de uma laranja, mas muito mais. Mais escuro, mais ricos, assim
como um bolo.
Fallil riu entre dentes, olhando a reação de Kinig.
— Bom?
— Muito — Piscou, hipnotizado, como sempre, pelo humor nos olhos prata brilhante do
homem. Ele sorriu — Obrigado.
Os olhos de Fallil se entrecerraram, e o pênis de Kinig se animou com interesse. Esse olhar
parecia prelúdio de sexo sempre. É obvio, o fato de que tinham relações sexuais virtualmente
todos os dias podia levá-lo a essa maneira de pensar. Fallil tomou outro bocado de seu sabor e
depois, lentamente, lambeu os lábios enquanto inclinava seu rosto para cima para Kinig.
Obediente, baixou a boca até Fallil, abrindo-se à língua que se deslizava além de seus lábios.
Sentiu a faísca da mistura de limão com a laranja rica e combinados com outros sabores afrutados.
A mistura embriagadora foi suficiente para que os joelhos de Kinig ficassem fracos, e ele com
muito gosto se afundou no abraço de Fallil. Deveria ter sabido que o sabor raedjour incluso tem
um lado sexual.
O beijo foi comprido e exaustivo. Todos a seu redor, casais e solteiros se levantaram de seus
assentos na sala de jantar comum. A cidade era grande, mas os que viviam ao redor do núcleo
frequentemente se unia a outros pelo menos em uma refeição ao dia, e as cozinhas se mantinham
sempre abertas e providas de pelo menos um cozinheiro a mão em todo momento. Kinig pensou
vagamente que outros comensais, provavelmente não lhes dedicavam nenhum pensamento mais
do que o tinham feito com o casal fodendo contra a parede.
Fallil se retirou do beijo, lambendo a última parte de sabor dos lábios de Kinig.
— Vem. Voltemos para nossos quartos — Nossos quartos. Ainda dava a Kinig uma emoção
silenciosa escutar isso. Perguntou-se Fallil era consciente de dizê-lo.
Ficou de pé e caminhou ao seu lado para uma das muitas saídas. Passaram pelo casal, que
tinha chegado a sua conclusão, ao parecer. O homem agora se ajoelhava, ainda sustentava à
mulher em seu colo contra a parede, com as mãos a ambos os lados dos ombros. Ela estava

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envolta ao redor dele, embora muito mais solta agora. Beijavam-se tranquilamente, alheios a todo
o resto a seu redor.
— Quem são eles? — Perguntou Kinig ao sair de trás do casal.
— Esse era Dreidon e sua verdadeira companheira, Corin. Parece que está no calor de novo.
— É o calor o que os faz agir assim?
Fallil riu entre dentes.
— Deve saber melhor isso agora.
— Não, me refiro à necessidade voraz de um para o outro. Pelo geral, em público, as pessoas
estavam excitadas.
— Notou isso? Não deve me surpreender como está atento — Fallil negou com a cabeça,
fazendo que alguns dos cabelos soltos pelas costas se derramassem ao redor de seu ombro —
Quando a mulher está no cio, os casais verdadeiros tendem a perder o sentido do que acontece a
seu redor. Surpreende-me que não ficassem trancados em seus quartos.
Kinig olhou para trás. Ele e Fallil estavam quase só em seu túnel, mas a lembrança do casal
ficou com ele.
— Estão apaixonados?
— Acredito que sim.
— Mas não todos os emparelhados estão apaixonados, correto?
— Correto. Acontece mais frequentemente que não, mas... — Ele suspirou — Não vi que
todas as pessoas que acreditam no amor ou a necessidade. Ou, ao menos, não da mesma maneira.
Há quem pode prosperar com alguém a quem aceitam, mas não podem amar. E outros estão
muito bem quando a pessoa que amam ama a muitos outros. Necessita-se todo tipo de pessoas
que povoem este mundo. — Foi estranho escutar de um homem que sabia que nunca tinha ido
além das fronteiras desta cidade subterrânea. Mas Fallil tinha vivido séculos antes que Kinig
tivesse nascido.
— Acredita no amor? — Ouviu-se perguntar quando subiam um lance de escadas que os
levaria aos quartos.
Fallil o olhou brevemente.
— OH, sim. Você não?
Kinig olhou a tocha no topo da escada.
— Como conceito, sim — Escolheu suas palavras com muito cuidado, como sempre fazia
para este tema em particular — Como um vínculo entre as famílias e amigos, sim.
— Mas não entre os amantes?
Kinig sorriu.
— Eu gostaria de acreditá-lo, mas vi muita evidência de que o amor romântico é uma coisa
passageira. — Riu. — Suponho que é algo estranho de dizer para um bardo.
Fallil se deteve na parte superior da escada e deu um longo olhar e não se teria
surpreendido de saber que os olhos de prata podiam ler seus pensamentos como as páginas de
um livro.
— Foi ferido no passado — Declarou finalmente.
— Sim.

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Assentiu com a cabeça e Fallil começou a caminhar, esperando que Kinig caminhasse a seu
lado.
— Um homem?
— Sim.
— Vai me contar dele?
Kinig sabia pelo tom que podia recusar. Fallil não se misturava em seus pensamentos
pessoais sem permissão. Mas sabia que era nada mais que um ouvinte pormenorizado, o que fez
que desta vez, encontrasse-se muito disposto a abrir-se.
— Ele e eu crescemos juntos. Seu pai era um empregado, e meu pai era o arauto da casa
Alessandur. Sua mãe criou-nos aos dois, já que a minha morreu quando eu era muito jovem. —
Chegaram à porta do quarto de Fallil e entraram. Kinig não se perdeu em que se dirigiram à casa
com a intenção de ter relações sexuais e que a intenção estava agora silenciada. Era cômodo,
entretanto, a Fallil não parecia importar. Era quase um fato que estariam agarrando em algum
momento do futuro próximo, e que o conhecimento era muito libertador — Eu sabia desde o
começo que eu estava muito mais atraído pelos meninos que pelas garotas. Ele foi o único que se
deu conta. Olhava os meninos também, mas não tanto como as garotas — Kinig encolheu os
ombros, sentado no sofá para tirar as botas baixas, de sola suave que agora usava habitualmente
— Experimentamos com outros como todos os jovens, mas desenvolvemos uma relação secreta
quando tínhamos mais idade e proclamamos nosso amor um pelo outro.
— E depois? — O outro homem se estabeleceu no sofá a um braço de distância, o joelho
dobrado para que pudesse enfrentar Kinig.
— Uniu-se à força de guarda do barão. Temendo deixar que outros soubessem que estava
tendo um romance comigo, começou rumores a respeito de mim, que eu era um mentiroso para
satisfazer meus próprios desejos luxuriosos e uma puta que cairia de joelhos para quase qualquer
homem — Kinig sentiu um sorriso familiar, amargo em seus lábios, mas a mordida da dor já não o
atormentava — Aconteceu que todos me etiquetaram mas ninguém perguntou como obteve sua
informação.
— Nunca disse a ninguém?
— Não. Eu não queria machucá-lo, inclusive se me o fazia.
Fallil apertou o braço.
— Alguém te machucou fisicamente?
— Não, graças aos deuses. No momento em que ocorreu, eu estava bastante bem
estabelecido como aprendiz de meu pai, que o barão decidiu fazer caso omisso de minhas
preferências. Disse que não importava se podia realizar meus deveres e não o envergonhava.
— O que aconteceu com seu ex-amante?
— Ele ainda está na guarda, pelo que sei — Tomou uma respiração profunda — Tive vários
amantes após — Riu — Alguns deles devido aos rumores.
— Mas sem dúvida se pode ver que seu amor era defeituoso.
— Mas também era o meu. Eu estava com raiva pela vergonha e a atenção que me causou,
mas mais tarde descobri que não estava absolutamente mal pela perda dele.
— Eram jovens. Esse tipo de amor frequentemente não dura.

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— Vi alguns tipos de amor que o fazem.


— E viveu tanto tempo? Conheceu a tanta gente? — Suavizou suas palavras com um sorriso
— Entre os raedjour, pelo geral vivemos durante séculos sem nos apaixonar. Muitos de nós nunca
o fazem.
— Incrível que acredita nisso.
Fallil o alcançou através do pequeno espaço entre eles para pentear com os dedos o cabelo
solto do Kinig.
— Sou um romântico.
— Sim. É.
Eram brincadeiras, mas um zumbido estranho cantarolava justo debaixo do coração de Kinig.
Encontrou-se incapaz de olhar esse prateado olhar penetrante, a escola de admirar o pescoço
magro e o brilho de seu cabelo branco como a neve.
— Além disso, acredito que é o destino que te aproxima da pessoa que ama. Não pode
predizer o momento, ou o método, ou seu caminho, porque se o amor te vai encontrar não há
escapatória. — O tom de Fallil era brandamente sério quando se aproximou. Seu joelho golpeou a
coxa de Kinig quando se aproximou o suficiente para colocar seus dedos na frente aberta de sua
camisa para passar brandamente uma mão sobre o peito.
Kinig fechou os olhos, instintivamente inclinando-se para seu amante até que sua cabeça
pousou sobre o ombro de Fallil. Tão bom. Tão natural. Tão fácil de sustentar ou ser sustentado por
este homem.
— Eu, por exemplo... — A voz de Fallil era suave, contemplativa, enquanto penteava os
cabelos de Kinig, sua outra mão esfregando brandamente seu mamilo — Não teria pensado que
me apaixonaria por você.
Kinig ficou imóvel, os olhos totalmente abertos. Engoliu em seco, olhando à parede em
frente.
— O que?
— Já me ouviu.
Sacudindo a cabeça, Kinig se incorporou e se afastou do tato do Fallil.
— Está louco.
Fallil encolheu os ombros.
— Talvez. Mas sei o que sinto.
— Não.
O outro homem suspirou, inclinando a cabeça para um lado enquanto observava com calma
o pânico de Kinig.
— Quer me dizer o que devo ou não sentir?
Kinig ficou se ar.
— Mas... Não pode...
— Por que não?
— Sou humano.
— Sim, tinha me dado conta.
— Fallil, a sério.

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Elfos Escuros 05

— Estou sendo muito sério.


Olhou-o, sem saber o que dizer. Quando Fallil sorriu e se inclinou por um beijo, Kinig recuou.
Rápido como uma piscada, Fallil colocou os dedos no colar do Kinig para evitar que fugisse.
— Aonde vai?
Kinig afastou a face.
— Não sei o que dizer.
— Não está obrigado a dizer nada — Disse sem alterar-se, acariciando a orelha.
— Fallil...
— Shhhh — Uma língua cálida, úmida riscou o ouvido — Não te peço nada em troca mais
que o que já temos. Ficará comigo em seu tempo conosco. Depois, quando estiver preparado,
pode ir ver o mundo. Não vou prendê-lo. De fato, animo-o.
— E não quer que fique?
— Não. Porque não quer ficar. Estaria insatisfeito, e eu realmente não te amaria se fosse
pisotear seus sonhos — Pressionando-o mais, Fallil deslizou uma mão entre suas coxas embalando
sua ereção — Mas vou desfrutar o máximo enquanto esteja aqui.
A cabeça de Kinig caiu para trás contra o respaldo do sofá, com as pernas abertas para dar
acesso ao elfo a sua calça aberta.
— Mas eu... Eu não sei o que... — Vacilou, não só por suas ideias mas também pela mão
quente que se envolveu ao redor de seu pênis — Não sei o que é o amor. Não sei que palavras
deveria dizer...
Um assobio de movimento e depois um puxão no colar o fez levantar a cabeça e abrir os
olhos. Fallil estava de pé entre os joelhos de Kinig, com o seu rosto a só um dedo de longitude.
— Não estou pedindo que diga palavras que não significam nada ou não que não saiba a que
se refere. Não as quero a menos que sejam sinceras, e não as espero. —Pôs suas mãos
firmemente sobre seus ombros — Dou minha palavra de amor a você livremente, porque acredito
que é um ser maravilhoso e estou agradecido a Rhae por trazer sua luz a minha vida, embora só
seja por um curto tempo. — Sorrindo, deixou-se cair lentamente sobre seus joelhos, suas mãos
deslizando-se pelo torso de Kinig.
Este, impotente, viu como colocou a um lado a camisa para expor seu pênis. Dobrando-se,
manteve seu rosto inclinado de modo que o humano não teve problemas para ver os lábios de
obsidiana abrir-se, expondo os dentes brancos e uma língua negra úmida, justo antes que a boca
formosa envolvesse a cabeça de seu pênis. Seus quadris corcovearam, levando seu pênis mais
profundo na garganta disposta. Deixando cair a cabeça de novo, fechou os olhos e deixo a Fallil a
condução perita de cada um de seus sentidos ao limite.
Sexo. Tudo era sexo, não? Não podia pensar que significava o que dizia Fallil. Era absurdo.
Ele era um homem humano. Que possível palavra poderia dizer a um raedjour? Se Fallil ia
apaixonar se por qualquer homem, deveria ser um dos seus. Um com o que teria um futuro
possível. A lista dos homens com os que Fallil o tinha compartilhado passou por sua mente.
Qualquer deles seria um recipiente mais adequado para seu amor.
Deslizou suas mãos sobre o cabelo branco, seguindo como a outra a cabeça se balançava.
Não podia negar que ansiava fazer amor com Fallil. Ter relações sexuais com outros tinha sido

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maravilhoso, mas era o sexo com Fallil que era... Especial? Era especial? Sim, era. Tinha-o sabido.
Tinha pensado que era porque passava mais tempo com ele, porque tinham mais em comum.
Poderia ser amor?
O orgasmo se construía sob o ventre de Kinig, fazendo impossível que seus quadris se
mantiveram quietos. Impossível de conter os curtos, pequenos gemidos que se derramavam de
seus lábios. Fallil era um amante altamente qualificado, sem dúvida, com a capacidade de raedjour
de sentir as emoções de seu amante nas alturas da paixão. Sabia que havia sentido mais profundo
do que Kinig tinha pensado em um princípio? Poderia Fallil haver sentido um amor em Kinig que
ele mesmo não poderia reconhecer?
Com um grito de alegria, Kinig chegou a seu clímax, derramando-se na garganta de Fallil. O
homem só lhe permitiu um momento para recuperar o fôlego antes de saltar a seus pés. Com
força extraordinária, tirou-o do sofá e o pôs sobre o tapete de barriga para baixo enquanto se
despojava de suas botas e calças, e depois caiu sobre ele, empurrando as pernas ainda mais para
alem de um bom ângulo aberto.
Os dedos do elfo abriram as bochechas do traseiro do humano.
— Aqui é onde quero estar. — Cantarolou, posicionando o seu pênis na abertura de maneira
perita e empurrou o primeiro pedacinho, os azeites naturais da pele de Fallil, junto com as
numerosas vezes que o havia fodido nos últimos tempos, facilitava a entrada.
Kinig ficou sem fôlego, como sempre encantado de sentir Fallil afundar-se em seu interior.
Sentia-se melhor que ninguém. Talvez houvesse mais que isso?
— Tenho fome de estar dentro de você — Suspirou Fallil quando chegou a seu limite, a pele
suave e quente da virilha pressionada no traseiro de Kinig, seu pênis dentro de seu corpo — Não
pode sentir meu prazer como eu posso sentir o seu, assim só posso assegurar que isto é correto.
Que isto é melhor que bom — Tirou até a metade, depois se afundou lentamente de novo,
tomando-se seu tempo, acariciando a nuca do Kinig — Amo-o e quero compartilhar com você tudo
o que compartilha comigo.
As lágrimas queimaram inesperadamente nos olhos de Kinig. Lágrimas? Por quê? E por que
se agarrou ao tapete debaixo dele para salvar sua vida?
As mãos do homem negro se fecharam sobre as claras do outro homem, tecendo seus dedos
entre os nódulos de Kinig em um intento para facilitar o agarre.
— Amo-o — Sussurrou em seu ouvido quando colocou o pênis tão duro como pôde — Essa é
a simples verdade disso.
Kinig agarrou as mãos de Fallil, os olhos fechados pelas emoções que saíram de seu coração.
Abriu-se como nunca o tinha feito com ninguém, as suaves palavras do homem tocaram um lugar
desconhecido em seu coração.
Durante um tempo se balançaram com graves grunhidos sem palavras, e o coração de Kinig
se sentiu exposto e muito mais aberto que nunca antes. Era desalentador e aterrador, mas
libertador de forma estranha. Confiando em que tinha construído muito mais do realizado em seu
tempo juntos se permitiu derramar-se adiante e deixar-se ir, sabendo que Fallil estaria aí para
apanhá-lo.
Depois, Fallil ficou cobrindo suas costas como uma manta quente, pesado, em silêncio para

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dar tempo para compilar seus pensamentos. Olhou suas mãos, ainda entrelaçadas sobre o tapete
junto a seu ombro. Amo-o, pensou. Era ainda muito novo e aterrador para ele dizê-lo em voz alta,
mas algo disse que Fallil já sabia.

Capítulo Quatro

Maldita seja. Savous olhou à mulher estendida entre os lençóis. Seus ossos eram claramente
evidentes em seus ombros e braços descoberto pela camisa sem mangas, mas seus seios e ventre
estavam obscenamente inchados. Seu cabelo liso e castanho estava pego pelo suor acre aos lados
de sua cabeça e testa.
Os músculos de seu esquálido pescoço se moviam com respirações ofegantes entre seu
entreabertos, ressecados lábios. Suas pálpebras translúcidas se mantinham revoando sobre umas
distendidas pupilas.
Um homem se sentou a seu outro lado, com as costas contra a parede, com as pernas
cruzadas sobre o colchão. Fisicamente, era a imagem de um guerreiro raedjour em seu melhor
momento. Savous o conhecia como Garn, um dos contemporâneos de Salin. Seu rosto, entretanto,
mostrava um incomum desgaste, com gravados círculos negros debaixo de seus olhos e rugas de
preocupação, aparentemente permanentes em sua testa. Seus olhos estavam fixos no rosto da
mulher, com uma das suas mãos cuidadosamente envolvendo as frágeis dela. Sua respiração
rápida emparelhava a dela quase exatamente.
Adesty, o curandeiro principal atual entre os raedjour, estava sentado próximo à mulher,
com uma mão aberta sobre seu ventre, com a cabeça inclinada. A cura mágica a fogo lento através
dele era tangível para Savous, mas provavelmente não para os outros dois ocupantes do quarto.
Como Adesty estava ocupado, Savous dirigiu sua pergunta a Garn.
— Há quanto tempo está assim?
O homem na cama não se moveu. Talvez não o tinha escutado.
— Garn?
Os olhos negros piscaram, com um mínimo de consciência voltando-se para eles enquanto a
atenção Garn trocava a Savous. A expressão sombria, triste estava fora de lugar em uma cara
raedjour.
— Não sabia. — Savous se perguntou se o homem, inclusive reconhecia que estava falando
com seu rhaeja. — Como poderia qualquer de nós tê-lo sabido?
— Quanto tempo esteve assim?
Ele negou.
— Uma temporada. Duas.
— Ela esteve grávida por mais de duas temporadas.
Uma lágrima se derramou pela bochecha esquerda de Garn quando baixou o olhar para a
mulher.
— Não estávamos seguros de... Não sabíamos... Só ela começou a mostrá-lo mais esta última

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temporada, e não pensamos que poderia estar... — A lágrima gotejou de seu queixo e salpicou sua
mão — A trouxe aqui logo que me dei conta.
Não o suficientemente logo. A mulher continuava sendo plenamente humana. A constituição
de uma mulher humana, não podia esperar aguentar uma gravidez raedjour de dois ciclos.
— Como aconteceu isto?
Um pequeno soluço sacudiu os ombros do homem.
— Garn!
— Uma das aldeias perto da borda sudeste da selva. Há uma nova planta que construíram
que fica bastante perto das árvores.
— Saiu do bosque? — Tinha conhecido só a outro raedjour o suficientemente valente para
deixar a proteção das árvores, mas Radin nunca tinha sido tão estúpido para fazê-lo quando havia
pessoas ao redor.
Garn assentiu.
— Alguns dos mais jovens... — Apertou os dentes, como um remanescente de sua valentia
mostrando-se como acostumava. — A primeira vez, segui-os para trazê-los de volta. Encontrei-os
com ela — Os olhos ansiosos se lançaram de volta aos de Savous — Não a forçaram. Nenhum de
nós o fez. Estava disposta. Mais que disposta.
Bom, essa era uma notícia desagradável. Sabia de algumas mulheres que tinham chegado à
selva procurando os elfos e ao prazer sexual que corria os rumores que davam. Não tinha ouvido
falar ainda de seus homens, deixando o Bosque Escuro para administrar dito prazer.
Talvez como reação ao cenho de Savous, o olhar de Garn voltou a cair.
— Não deveria tê-lo feito. Mas ela era tão... Senti-me atraído por ela, mas não acreditei que
fosse assim.
Isso. Nem sequer podia dizê-lo. Não podia reconhecer a evidência da Verdadeira
companheira condenada que se estendia diante dele.
— Não pensou.
Garn fez uma careta de dor.
— Ela era tão tentadora, rhaeja.
Disso, não tinha nenhuma dúvida. Mas para um homem com experiência como Garn ter
sucumbido a algo tão perigoso... Estreitava a Savous até a medula.
— Isto só aconteceu uma vez?
Pausa.
Não sabia se estava mais zangado com o homem ou com sua própria incapacidade para
evitar estas tragédias.
— Garn, não me obrigue a te tirar isto. Me diga o que aconteceu, e me diga isso agora.
Garn respirou, em resposta ao tom de comando que Salin sempre dizia ao Savous que
deveria empregar mais frequentemente.
— Mais de uma vez. Eu dormi com ela essa noite com os outros, mas voltei. Ela me deu as
boas-vindas. Pensei que saberia! Não me ocorreu até que começou a perder o peso, até que me
inteirei de que não estava a ser receptível a outros de novo. Só a mim. Logo que me dei conta de
que era minha verdadeira companheira, a trouxe aqui. — Enfrentou Savous, enfrentou o quadro

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de dor — Não sabia.


— Sim sabia — Embora Savous sentia pena por ele, não se sentia especialmente
reconfortante — Sabia que poderia significar a morte de uma mulher ao dormir com ele sem o
feitiço para trocá-la.
Garn franziu o cenho.
— Só se for sua verdadeira companheira.
— O qual é você.
Garn fechou os olhos, e as lágrimas rodaram por suas bochechas. Era um engano ver um
guerreiro chorar, e isto era possivelmente a única coisa que poderia fazê-lo.
— Pode ser salva, rhaeja? — Perguntou, vacilante, mas com voz forte.
— Não sei. — Savous olhou a Adesty, observando seus olhos fechados. A magia curativa
brilhava a seu redor e da mulher.
— Rhaeja...
Savous levantou uma mão.
— Shhhh. — Não queria olhar o outro homem. Queria sair do quarto. Queria negar que
inclusive um de seu povo tivesse feito algo tão estúpido. Todos os meninos entre eles cresciam
com o conhecimento básico do feitiço que trocava mulheres humanas a raedjour. Todo mundo
sabia que só era seguro fazer amor com uma mulher depois de que a mudança se fizera. Era bem
sabido que se uma mulher humana ficasse grávida antes que um feiticeiro tivesse jogado sobre
ela, significava não só sua morte e a morte de seu filho, e sim era quase segura a morte do homem
de quem era verdadeira companheira. Em um ato irrefletido, Garn tinha terminado com a vida de
duas pessoas e uma por nascer. Era um cadáver andante.
Um pensamento ocorreu enquanto esperava Adesty para reatar a conferência.
— Quantos de vocês estavam ali?
Absorto em sua dor, Garn não respondeu imediatamente.
— Garn, os outros guerreiros quantos estavam de visita com esta humana?
— Não sei exatamente.
— Aproximadamente...
— Uma dúzia.
Uma dúzia de guerreiros, não só Garn, cada um deles jogando não só com suas vidas, mas
também com as vidas das mulheres com quem foderam. Queria tomá-la contra eles, contra Garn,
demandar por que tinha tomado essa oportunidade, mas não o fez. Não teria nenhum sentido
com Garn. O homem estava sofrendo o bastante.
Adesty se revolveu. Ambos Garn e Savous se centraram nele enquanto seus olhos violetas se
abriam. Com um pequeno suspiro, sentou-se de novo, deixando que sua mão deslizasse pelo
ventre inchado da mulher. Sua atenção se dirigiu primeiro a Savous. Negou.
— Não há nada que possa fazer.
— Não! — Explodiu Garn, e Adesty o olhou e voltou a sua atenção para Savous quem viu que
a expressão, normalmente empática do curandeiro, mostrava claramente que compartilhava a
indignação pelo comportamento de Garn.
— Seu corpo não está preparado para suportar o menino, e não posso fazer nada por ajudar.

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Não é unicamente alimento o que necessita. Ela simplesmente não é o suficientemente forte.
Inclusive se tratasse de abortar o bebê — Savous se surpreendeu. Tinha ouvido falar de tais coisas,
mas não teria ocorrido que um curador raedjour queria eliminar uma preciosa vida — Mesmo
assim morreria — Negou com a cabeça — Ela está inconsciente, e não acredito que vá se
recuperar. — Tinha estado inconsciente quando Garn tinha aparecido com ela em seus braços
depois de levar a várias noites para chegar à cidade. — Pode durar uns dias mais, mas não muito
mais.
Um soluço explodiu de Garn. Apesar do aborrecido que estava, sentiu pena por ele. Garn era
mais velho que ele, tinha vivido mais tempo sem uma verdadeira companheira. Savous não podia
imaginar o que seria encontrá-la por fim, só para perdê-la por suas próprias descuidadas ações. O
homem musculoso se moveu, tendo se deitado junto à mulher. Os braços de Garn se deslizaram
cuidadosamente ao redor de seu leve corpo, tentando protegê-la com a maior quantidade de
músculo possível.
Adesty olhou a Savous, quem, depois de um último olhar ao condenado casal, assentiu. Em
silêncio, os dois saíram do quarto. Na sala exterior, Savous chamou o Theros, o menino que atuava
como ajudante de Adesty.
— Envia alguém para procurar o Salin e a Hyle, e diga que me encontrem no meu estúdio."
O moço assentiu, com seu cabelo curto, negro flutuando.
— Sim, rhaeja. — Por consentimento mútuo, nenhum dos dois falou com sair da torre aonde
Adesty tinha seus quartos. Cruzaram o pátio e entraram na elaborada torre privada, onde vivia
com Irin. Enviando Adesty para cima a seu quarto de trabalho, se desviou ao segundo andar de seu
quarto, com a remota possibilidade de que Irin estivesse ali.
A sorte quis que o estivesse. Com sua entrada, ela levantou a vista de seu bordado.
— Olá, meu amor — Seu sorriso diminuiu enquanto permanecia de pé — O que aconteceu?
Tentou um sorriso para ela, mas não pôde obtê-lo.
— Quer vir à sala de trabalho?
— É obvio — Tomou uma longa tira de tecido vermelho e começou enredá-la ao redor de
seus quadris enquanto se aproximava.
— Está bem?
— Não — Suspirou beijando sua bochecha brevemente antes de caminhar com ela para as
escadas.
— Trata-se da mensagem urgente?
— Sim. Enviei por Salin e Hyle. Adesty está lá em cima. Eu gostaria que todos me escutassem
juntos.
Ela assentiu e guardou silêncio. Chegaram até a metade do último lance das escadas até a
porta de seu estúdio quando deslizou a mão na sua. Ele a apertou a sua vez, apreciando sua mera
presença.
Adesty estava na mesa do outro extremo da sala, olhando fixamente ao pequeno fogo
dentro de um anel de pedras na enorme fogueira que dominava o centro da sala. Enquanto ela
dava a volta à sala para ele, Irin usou sua magia para acender alguns dos candelabros montados
nas paredes.

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— Por favor, Adesty, sente-se. — Indicou uma das cadeiras junto à mesa. — Algo para
beber?
O curandeiro se sentou pesadamente e assentiu.
— Tem alguns desses espíritos que os comerciantes trouxeram recentemente?
Tendo aberto a porta à caixa de bebidas, as ofereceu, e Savous se absteve de alcançar o
vinho.
— Sim — Ele olhou para o curandeiro, franzindo o cenho diante o olhar perdido de seu
rosto.
— O que aconteceu?
Adesty engoliu, com seus olhos fechados.
— Meu senhor, espero nunca ver nada tão trágico outra vez em minha vida.
Irin se voltou com olhos grandes, interrogantes a seu verdadeiro companheiro. Que Adesty
falasse da tragédia dizia muito. Como curandeiro, tinha visto muito, tanto em humanos como em
raedjour. Havia guerreiros entre eles que tinham perdido olhos e extremidades, que tinham sido
rasgados por conflitos ou desastres naturais. Savous recordava um acontecido particularmente
notável, fazia umas poucas centenas de ciclos que acabava de acontecer depois que Adesty
alcançasse seu melhor momento como curandeiro. Tinha-o visto tudo e nunca tinha estado menos
tranquilo. Era inquietante vê-lo sacudido.
Suspirando, Savous agarrou uma garrafa das que muitos que os guerreiros chamavam "água
de fogo" e se serviu uma porção saudável tanto para si mesmo como para Adesty.
No momento em que a tinha posto nas mãos do curador, Salin e Hyle tinham chegado. Salin
deu uma olhada a Savous, depois a Adesty, e franziu o cenho.
— Por que sei que isto não pode ser uma boa notícia?
Savous se sentou.
— Não é — Levantou sua taça por volta dos recém chegados e fez um gesto ao gabinete —
Sirvam vocês mesmos, se o desejarem.
Salin o considerou brevemente, depois tomou uma taça.
— Acredita que o necessitarei, Hyle?
O homem negou caminhando em linha reta para a mesa para sentar-se junto a Savous.
Este esperou que Salin se servisse da sua bebida e se sentasse, e depois disse do Garn e de
sua condenada verdadeira companheira.
A fúria de Salin foi grande. Falava pouco, só fazendo perguntas de elucidação, mas o fogo em
seus olhos fazia que seu olhar fosse de cor vermelha escura, quase como um resplendor.
— Não há nada que possa fazer? — Hyle perguntou em voz baixa quando Adesty terminou
de dizer o que tinha que dizer.
Infelizmente, o curandeiro moveu a cabeça.
— Me disseram o que acontece, mas não há nada em nossa história que proporcione uma
cura.
Hyle assentiu. Era, possivelmente, a melhor amostra de qualquer raedjour vivo. Se nem ele,
nem Adesty tinham ouvido falar de uma cura, não era provável que existisse uma. Voltou-se para
Savous.

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— Propõe que tentemos algo?


Savous girou sua taça vazia na superfície da mesa, dando a seus dedos algo por fazer.
— Acredito que é muito tarde para isso. Ela está quase morta já.
Escutou-se um gemido a seu lado. Sem olhar, chegou a Irin. Ela agarrou sua mão,
envolvendo as suas a seu redor. Podia sentir sua vibração pela dor.
— Não me proponho fazer nada — Declarou Savous com tristeza — Podemos fazer que se
sinta mais cômoda em seus últimos momentos. Talvez com algo para a dor.
Adesty se inclinou para frente, com os cotovelos sobre a mesa, com o olhar fixo na taça
vazia que estava entre suas mãos.
— Não estou seguro de que ela sinta a dor.
— Talvez para ele — A voz de Irin foi pequena e entre lágrimas.
— Deixem-no sofrer — Grunhiu Salin, baixando de repente sua taça — Foi estúpido em
deixar que suas ações o guiassem a este final.
Hyle enfrentou o homem mais velho.
— Não pode culpá-lo por completo.
Salin o fulminou com o olhar.
— Não posso?
— Não justifico suas ações, mas a um certo nível, são compreensíveis.
—Como é isso, compreensível?
— Garn tem mais de setecentas primaveras, comandante. Teve acesso a uma fêmea
disposta. Depois de tanto tempo, um homem pode esquecer inclusive o mais básico de seus
princípios.
— Não quando põe a vida da mulher e sua própria vida em perigo.
— Poderia ser que ele acreditasse que nunca ia encontrar uma verdadeira companheira. A
maioria dos homens não o fazem.
— Estou muito consciente disso.
— Então, por que é tão difícil acreditar que perdeu a cabeça?
— Isso não acontece.
— Isso não acontecia — Corrigiu Hyle — Não quando Rhae era uma presença muito real em
nossas vidas. Mas todos sabemos que os pensamentos e crenças trocaram drasticamente desde
que ela nos deixou. Para ser honestos, estou mais surpreso porque estas tragédias não se
produziram mais vezes.
Savous fez uma careta de dor. Irin apertou sua mão. Ele respirou fundo. Para todos, a
ausência de Rhae era sua culpa, um século e meio depois, ainda suportava sobre seus ombros a
maior parte de culpa por isso. Ele e Irin.
— Quantos acham que estiveram fazendo isto?
Hyla e Salin se olharam um ao outro. Foi Salin quem baixou o olhar, resmungando uma
maldição.
— Quem sabe? Poderia haver centenas. Não sabemos tudo o que acontece nas regiões
externas. Nossa única graça salvadora é que a maioria dos humanos não se assentaram perto das
bordas do bosque.

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Hyle assentiu.
— E aí é onde Garn estava. Disse que uma dúzia tinha visitado esta mulher?
Savous assentiu.
— Então temos razões para acreditar que este não é um fato isolado.
Savous lançou outro fôlego.
— Isto é mais como uma provável reação a meu decreto de não sequestrar a nenhuma
mulher mais.
Hyle assentiu.
— Isso, e o fato de que só há sete feiticeiros capazes de lançar o feitiço, muda tudo, e todos
eles estão aqui na cidade.
— Três deles aprendizes — Irin assinalou com tristeza.
Savous apertou os dentes, consciente de que o próprio filho de Hyle foi o último feiticeiro
nascido, e estava ainda debaixo de cem primaveras, Mal sendo aprendiz de seu pai. Irin era bruxa,
mas não lançava feitiços trocadores, nem suas filhas, embora não eram muito jovens para ser
bruxas por direito próprio.
Olhou a Hyle, para julgar se era o suficientemente forte para responder a seguinte pergunta.
— Baralhou os números?
Hyle piscou lentamente, reconhecendo a mudança de tema. Depois assentiu.
— Quantos são?
Com calma, Hyle cruzou as mãos sobre a mesa diante dele.
— Quatrocentos e sessenta e dois.
Fazendo uma careta, Savous fechou os olhos.
— É este o censo? — Salin perguntou.
Hyle respondeu.
— Sim.
Savous abriu os olhos para ver o choque na face de Salin.
— Tão poucos? É que foram só os adultos?
Hyle negou.
— No total.
Irin ficou sem fôlego.
— Incluindo aos da periferia?
— Sim, embora as cifras poderiam, sem dúvida, estar longe de ali.
— Quantos adultos? — Exigiu Salin.
— Trezentos e oito.
— Quantas mulheres? — Perguntou Adesty.
Hyle secundou ao curandeiro igual de tranquilo.
— Oitenta e duas.
Fez-se o silêncio entre eles, com a maioria da atenção centrada em Hyle, manteve-se calmo
quando trocou seu olhar a cada um deles. Ele e Savous compartilharam um largo olhar em
particular.
— Estamos morrendo — Declarou Savous, desejando dizê-lo.

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Hyle assentiu.
O fato pesou entre eles como chumbo. Quando se tinha convertido em rhaeja, tinham sido
um pouco mais de mil. Mas a taxa de natalidade era maior então. Sabia, dos debates anteriores,
que as mulheres simplesmente não estavam tendo tantos filhos. O número de nascimentos nunca
tinha sido enorme, mas tinha sido constante. Mas alguns dos casais mais velhos acoplados tinham
morrido naturalmente, e muito poucos novos casais verdadeiros se formaram. Com os partidos
existentes não reproduzindo-se em maior quantidade, somado à abundância de lutas internas
entre os guerreiros, seus números estavam em menos da metade.
— Necessitamos mais mulheres — Adesty falou com ar entre eles, a ninguém em particular.
— Inclusive então, não há garantia de verdadeiros companheiros — Assinalou Salin.
— Mas as probabilidades são muito maiores.
— Estaríamos melhor se pudéssemos deduzir o segredo para dar a luz filhas — Murmurou
Irin.
Foi a vez de Savous de apertar sua mão. Apesar de que tinha dado a luz a três, era a única
mulher na história em fazê-lo. Tanto ela como Savous se viram frustrados porque ela não só era
mais fértil, mas também porque era a única. Havia passado muitas horas com os curandeiros e
bruxos por igual, tratando de descobrir por que era diferente e como se podia replicar, mas a
única diferença que sabia com certeza era que ela tinha estado no vetriese e tinha sido tocada
pela deusa. Sem os portais para o outro reino, era algo que não voltaria a acontecer.
— Todos somos conscientes dos problemas — Disse Savous, com voz enérgica. Inclinou-se
para frente — Seguiremos fazendo frente a nossas opções com esta nova informação em mente —
Olhou para Salin — Deve se assegurar que seja bem conhecido entre os homens o que aconteceu
Garn e por que. Eu não gosto de usar sua tragédia, mas sim deve servir de exemplo. Talvez
detenha alguns de fazer o mesmo.
Infeliz, Salin assentiu.
— Adesty, que Garn e sua verdadeira companheira estejam tão cômodos como é possível
em seu tempo final — Reuniu-se com o olhar violeta do curador — E Gineon e você aprendam
tudo o que possam.
Adesty franziu o cenho, mas assentiu. Sentiria-se mau, Savous sabia, mas Adesty pensava no
bem de mais de duas pessoas. Ele e seu aprendiz registrariam o que vissem para que outros
pudessem aprender disso.
— Fora isso, não vejo muito que possamos fazer. Estou aberto a sugestões.
O silêncio disse que não havia nenhuma.
Ficou de pé.
— Então terminamos aqui.
Os outros permaneceram em um silêncio pouco comum. Pelo geral, quando uma reunião se
dissolvia, discutia-se. Desta vez, a notícia era muito grave, e Savous não tinha nenhuma dúvida de
que os pensamentos de outros eram tão sombrios e tristes como os seus.
Ele e Irin seguiram a outros descendo de escadas até o andar de baixo, com as mãos
enlaçadas. Pensou seriamente em desviar-se para seu quarto no segundo andar, quase
sucumbindo a uma necessidade de reafirmar sua vida ao inundar-se profundamente no corpo bem

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disposto de sua verdadeira companheira. Mas abandonou a ideia. Mais tarde, definitivamente
mais tarde, mas neste momento, sentia uma necessidade igual de ver seu povo com seus próprios
olhos.
Sem comentários, Irin caminhou com ele, deslizando-se facilmente sob seu braço e
envolvendo seu braço ao redor de sua cintura depois de passar pela porta principal. Seu calor era
um grande consolo para ele enquanto vagava para o pátio principal. Talvez uma dúzia de homens
rondavam pela base da estátua de Rhae, falando e rindo. Outros raedjour passaram por separado
ou em pares em outros assuntos, os moços jovens corriam com suas tarefas. Os homens da
estátua tomaram nota de sua presença, e saudou alguns deles. Reconheceu Kenth e Jarak entre
eles.
Sorriu.
— Há combate de luta livre esta noite?
Irin respondeu, como a única dentro da distância cômoda para escutá-lo.
— Mmmm, não. Amanhã, acredito.
— Há entretenimento esta noite?
— Fallil e Kinig se apresentarão na torre oeste.
Kinig. Desviou, trocando de direção sua cabeça a maior das cinco torres que rodeavam a
estátua.
— Quanto tempo passou Kinig entre nós agora?
— OH... — Suspirou Irin, com seu queixo inclinado para o teto da caverna enquanto pensava
— Mais de um ciclo. Viu ao menos dois verões conosco.
— Que tal vai? — Ao princípio, ele tinha mantido um estreito seguimento do humano, mas
uma vez que tinha descoberto que Fallil parecia preocupar-se profundamente pelo Kinig, sua
atenção se desvaneceu. Confiava em que um ou outro deles o notificassem quando Kinig estivesse
preparado para ir. O pouco que tinha escutado tinha sido favorável, e sem dúvida tinha desfrutado
das atuações que em ocasiões chegava a ver.
— Maravilhosamente. Ele e Fallil fazem uma boa equipe.
— Tanto no cenário como fora.
Ela pôs-se a rir.
— Sim.
Chegaram os largos, planos degraus prévios ao arco da planta principal da torre. Por
necessidade, tinham que afastar-se para manter o equilíbrio, mas mantiveram o afeto das mãos
de um com o outro.
— Acha que alguma vez queira ir?
Ela encolheu os ombros.
— Talvez não. Acredito que ele e Fallil podem estar apaixonados. — Embora suas palavras
eram cálidas, tinham um fundo de tristeza.
Sabia por que. Não era algo inaudito para um raedjour apaixonar-se por sua carga humana
masculina. Não era comum, mas não sem precedentes se o homem, como Fallil, preferiam-nos às
mulheres. Era um trágico acontecimento entretanto, já que o feitiço de mudança para as mulheres
humanas não funcionava nos homens humanos.

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Jet Mykles
Elfos Escuros 05

— Não está tão mal como com o Garn.


Ela estremeceu.
— OH, Savous — Ao chegar à parte superior da escada, ele de novo passou seu braço sobre
seus ombros
— Sinto muito, meu amor. — Passou os seus lábios sobre sua bochecha. — Não deveria ter
tirado o tema.
— Não. Não é isso. Pensei que... — Ela sacudiu a cabeça — Não podemos permitir que isso
volte a acontecer.
— Estou de acordo.
O som da música os levou para o menor dos dois cenários de espetáculos dentro da torre.
Havia uns quantos meninos sentados nas mesas e sofás para as festividades da noite. No centro da
limpa zona, Fallil e Kinig estavam ensaiando.
A atuação da noite devia estar relacionada com a caça, concluiu Savous, dado que Fallil
estava vestido com um traje de caçador estilizado de couro de meia-noite. As peles curadas se
tingiram quase do mesmo tom e brilhavam como a própria pele de Fallil. Se as luzes fossem mais
baixas, poderia parecer que estaria nu. Sua grande quantidade de cabelo como a neve tinha sido
retirado e atado ao redor de sua cabeça em tranças complicadas que deviam ter tomado horas.
Moveu-se para a cabeceira, para o ritmo primitivo dos golpes de Kinig e a um conjunto de cinco
tambores de diferentes tamanhos.
Savous e Irin se detiveram quando estiveram justo na entrada, a um lado, por isso estiveram
sobre tudo na sombra. Esperava que Fallil não os tivesse visto. Em silêncio, viram o bailarino e ao
músico humano, e admiraram seu talento.
Com todas as habilidades espraiadas diante dele, Savous recordou a razão original pela que
Kinig tinha chegado com os elfos. Movendo Irin de frente a ele, pressionou suas costas contra seu
peito, rodeando seus ombros com seus braços e respirando ao lado de seu ouvido.
— Talvez é tempo de enviar Kinig ao mundo.
— Por quê?
— Se estiver disposto, se realmente quer fazer o que disse originalmente, talvez se corra a
voz e possa atrair a mais mulheres até nós.
Ela pensou sobre isso, com seus dedos ligeiramente sobre seus pulsos.
— Talvez. Mas poderia ser justamente o contrário. Poderia chamar a mais atenção de
humanos não desejados.
Ele sorriu. Mais que qualquer outra mulher entre eles, Irin contava com inícios humanos
próprios. Depois de ter sido criada por raedjour, sua lealdade tinha estado com eles muito antes
de ter trocado.
— Talvez seja a oportunidade que devemos tomar.
Ela se aconchegou contra ele.
— Talvez tenha razão — Então, depois de um momento — Acha que queira ir?
— Não sei. Vamos ter que perguntar.

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Elfos Escuros 05

Capítulo Cinco

Kinig colocou seus dedos suavemente sobre as cordas de seu alaúde, deixando que o
zumbido deixasse sair sua doce vibração no silêncio. Um batimento de coração. Depois, dois. Três
intervalos de silêncio antes que a ovação de aplausos se levantasse da audiência que estava
sentada ao redor da pequena plataforma circular em que se pôs de pé. Girando lentamente,
inclinou-se com um agradecimento a seus ouvintes.
Terminou seu número fazendo uma profunda reverência a um casal que estava sentado em
um sofá coberto de veludo púrpura e cheio de suaves travesseiros bordados. Savous se reclinou,
com Irin apoiada nele, sua verdadeira companheira, recostada contra ele. Levavam muito pouco,
cada um vestido com uma simples tanga de seda, a dele vermelho sangue, e a dela rosa escuro, o
melhor para mostrar os deliciosos desenhos brancos gravados em sua pele de cor negra brilhante.
Seu cabelo comprido, branco e reto se derramava sobre seu ombro e peito enquanto sorria.
— Bem feito, senhor bardo. — Disse Savous, com sua voz profunda e chegando facilmente o
conjunto de cinquenta raedjour. Aqueles, atreveria-se a dizer, seus amigos, que tinham chegado a
conhecer Kinig nos dois ciclos das estações desde que tinha chegado a viver com eles se reuniram
essa noite para despedi-se — Estou emocionado por escutar uma balada maravilhosa sobre meu
povo.
Kinig abraçou seu alaúde em seu peito, incapaz de conter o sorriso radiante que tinha nos
lábios.
— Só espero transmitir a majestosidade e generosidade que os raedjour me mostraram
estas últimas temporadas — Ouviu as risadas e murmúrios que seu comentário causaram e sorriu
ainda mais amplamente — E o humor — Adicionou com picardia.
Isso o fez rir.
— Acredito que suas canções são formosas, língua de prata — Disse Irin, com seus olhos
vermelhos brilhando alegremente enquanto se dirigia a ele pelo nome de mascote que raedjour
tinham dado — Não podíamos esperar uma melhor representação com os humanos.
— Obrigado, senhora — Respondeu Kinig com outra reverência, tanto por respeito como
para ocultar um sorriso. Ainda se surpreendia que as mulheres uma vez convertidas, parecessem
deixar de recordar que, também alguma vez tinham sido humanas. Por outra parte, depois de um
século ou dois de vida com os raedjour, verdadeiras companheiras ou não, supunha que a vida de
um humano empalidecia em comparação. E não só pela cor escura de sua pele.
— Abram caminho! — Apregoou outra voz. Um só macho dava passos a um lado da
plataforma, levando um pequeno conjunto de tambores com ele. — Limpem o cenário! — Os
olhos negros de Donnal brilharam enquanto caminhava ao lado de Kinig — É nosso momento de
lhe render homenagem.
Kinig piscou a seu amigo.
— A mim?
No outro lado da plataforma, outro de seus amigos próximos subiu as escadas, com seu
progresso um pouco mais lento, devido ao feito de que tinha perto da metade da altura de

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Jet Mykles
Elfos Escuros 05

Donnal.
— Sim — Disse ela com voz suave e clara. Embalando sua harpa junto a seus peitos nus,
aproximou-se, sorrindo — Preparamos algo especial para sua última noite entre nós.
Tocado, Kinig só pôde olhar boquiaberto para a Suzana. Só Fallil e Richard haviam passado
mais tempo com ele os últimos dois ciclos, e valorava muito positivamente a formação musical
que tinham recebido dela. O alaúde que tinha em suas mãos, de fato, completamente novo, era
um presente dela que tinha recebido a noite anterior.
— O que? Não têm que... Quando foi...?
Donnal pôs uma mão em seu ombro e o lançou para os degraus.
— Mas o fizemos. Agora, vá sente-se e observa.
Chocado e surpreso, Kinig deixou a plataforma. Dirigiu-se para o sofá ao lado de Savous,
onde... Deteve-se. Fallil tinha estado sentado ali. Onde estava?
A resposta a isso foi imediatamente evidente quando se voltou de novo para a plataforma.
Agora havia três pessoas, os dois músicos preparando seus instrumentos, sentados sobre
almofadas no bordo extremo da plataforma, e um mais. Fallil. O bailarino levava um cinturão
elaboradamente bordado em negro e prata, com fios de aranha e lenços brancos pendurados dele
proporcionando uma saia débil, revelando seus tornozelos. Bandas prateadas com mais coisas
incrustadas envolviam seus elegantes pulsos. O comprido cabelo branco de Fallil caía em uma
lâmina maravilhosa até sua cintura, pondo alguns dos pendentes de seda à vista. Uma banda com
um disco de lua elaborado estava no centro de sua testa apartando a maior parte do cabelo de sua
formosa face triangular. Não havia dúvida que os músculos tonificados de Fallil eram algo mas de
homem, nem o pênis nem os cachecóis ofereciam mais que algumas olhadas tentadora, mas havia
uma qualidade andrógina magnífica no artista que sempre o tinha fascinado.
Kinig sorriu para Fallil, que lhe devolveu a expressão com uma piscada de um desses olhos
prateados e expressivos. Fallil assinalou o sofá abandonado, dizendo em silêncio que se sentasse.
Limpando o sorriso de seu rosto, deu-se a volta em um elegante movimento, com os lenços à
deriva enquanto plumas se moviam no vento e ele se enfrentava a seu rhaeja e se inclinava.
Com cuidado, depositando seu alaúde em um travesseiro da cama, Kinig se sentou nas
almofadas baixas, tão concentrado na iminente execução que saltou quando um jovem apareceu a
seu lado com uma taça de vinho doce e um prato de comida. No momento em que agradeceu ao
moço, Suzana e Donnal tinham começado a tocar. Ficou cômodo, afrouxando os laços que
mantinha unida a camisa de linho que levava. Afrouxando o colar de seu pescoço, algo que
frequentemente fazia ao pensar em seu amante, viu como Fallil flutuava fora de seu arco baixo e
começava a mover-se.
Não havia nada na experiência de Kinig que pudesse comparar-se com o baile dele, a menos
que Fallil tivesse sexo. Mas nesta atuação em particular, os dois atos não eram muito diferentes.
Havia ritmo e uma sensualidade nos movimentos dele que convidavam a sua audiência a
participar da experiência hedonista de seu corpo. As mãos se aproximavam, e a pessoa quase
podia sentir seus acariciantes dedos sobre a pele sensível. Tinha certas atitudes que eram, sem
dúvida, femininas, desenhadas para evocar as paixões daqueles na audiência que preferiam
dormir com mulheres, logo se transformavam em totalmente masculinas, por isso a pessoa queria

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inundar-se em seu apertado, delicioso traseiro com um impulso a seus quadris que se faria notar.
Kinig não podia afastar os olhos de sua atuação, mas podia escutar os efeitos da mesma no público
a seu redor. Ainda não tinha testemunhado um dos bailes de Fallil sem um ou mais casais olhando
seus gestos e caindo em uma orgia sexual por si mesmos. Fallil utilizava inclusive isso, partindo dos
aromas e sons do sexo em uma audiência para gerar ainda mais luxúria com seus movimentos.
Kinig finalmente se deu conta de que Fallil estava rendendo comemoração à lua e a seus
ciclos. A transformação da maturidade completa de minguante às escuras era simbolizada pelo
derramamento dos lenços de sua cintura e pulsos. Caíam com um procedimento artístico que
parecia um anel de espuma que o rodeava, inclusive as compôs para alcançar a gloriosa cascata de
seu cabelo e sustentá-lo, enquanto ele retratava a lua minguante. Então, enquanto a música ia
crescendo, o público sucumbiam a sua própria luxúria. Soltou-se o cabelo e seguiu incrementando
do ritmo para marcar o círculo inchado de novo a sua plenitude. Como agora estava carente de
cachecóis, nesta ocasião esteve representada a maturidade da lua pelo Fallil como o próprio
bailarino, sem tocar seu pênis diretamente, cresceu em uma completa ereção, aparecendo
grandiosamente quando caiu de joelhos na postura final, com as costas arqueadas, e com as mãos
estendidas atrás de seus calcanhares, com seus quadris empurrados para cima. Sem chegar ao
clímax, mas poderia ter sido um dos poucos que não o fizeram. Kinig mesmo estava
incomodamente perto de gozar, mas se sustentou, escolhendo em seu lugar aplaudir com alegria
a comemoração.
Fallil se levantou e se inclinou diante seu público. Mas sua atenção estava dirigida a Kinig.
Cortou seu agradecimento normal, efusivo em louvores, em favor de correr para os degraus que
desciam da plataforma, com seu pênis à cabeça, com seu cabelo comprido flutuando atrás dele.
Sentindo-se claramente como uma presa, Kinig se recostou na esquina do sofá e abriu as pernas.
As botas brandas, baixas que levava agitaram o linho fino que cobria o sofá, com uns quantos
travesseiros pequenos caindo sobre o tapete. Os cordões que sustentavam suas calças de camurça
fechados estavam tensos pela ereção que se levantava para saudar Fallil.
Sem palavras, subiu escarranchado sobre ele, com braços fortes, magros imediatamente ao
redor do pescoço de Kinig puxando-o a um devorador beijo.
De boa vontade estreitou entre seus braços o corpo quente do outro homem e bebendo-a
língua que invadia sua boca. Conteve-se enquanto Fallil abria bruscamente os laços de sua calça
para pescar seu pênis. Gemeu, afundando seus dedos nos firmes montículos do traseiro de Fallil,
com seu agarre deslizando-se ligeiramente, devido ao brilho oleoso de sua pele. Kinig enviou um
louvor silencioso e fervente à deusa ausente que tinha criado a seus elfos para que suassem
azeites sexuais.
Pressionando-o estreitamente, Kinig o fixou no canto do sofá, e Fallil acariciou o pênis
dolorido de Kinig, moldado pelos hábeis dedos ao redor de seu eixo e expertamente puxando para
cima até que passou seu dedo polegar por sua cabeça.
— Desfrutou de meu baile? — Os lábios de Fallil roçaram a barba do queixo de Kinig
enquanto falava.
A cabeça de Kinig caiu para trás contra um travesseiro, com um gemido escapando de sua
garganta.

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— Muito — Massageando o traseiro de Fallil, colocou seus dedos ligeiramente mais


profundo dentro da greta e do que ele sabia era uma abertura muito sensível.
Grunhindo, Fallil mordeu seu pescoço ao descoberto.
— Me mostre quanto. — Deslizando suas mãos dentro da abertura frontal da camisa de
Kinig, estendeu suas mãos sobre cada mamilo para abraçá-los enquanto se arrastava mais acima
pelo corpo de Kinig. A propósito, arrastou sua virilha contra Kinig, primeiro sobre suas bolas,
depois trás da pele quente, atormentada do eixo do pênis de Kinig.
Os dedos longos e magros se meteram entre o pescoço e o couro do colar que Kinig usava.
Puxou. Obediente, abriu os olhos que não recordava ter fechado para ver Fallil sorrindo em cima
dele, com seu rosto negro brilhando à luz das tochas que rodeavam a câmara. Uma onda pesada
de cabelo tinha escapado para fluir sobre um brilhante olho prateado. Seu outro ombro estava
torcido, com seu braço atrás dele. Kinig conteve a respiração quando o agarre forte de Fallil
circundou o seu pênis, expertamente posicionando sua apertada cabeça contra o elfo,
umedecendo-se apenas um instante antes que Fallil deixasse cair seu peso para empalar a si
mesmo na dura ereção como ferro de Kinig.
Kinig se agarrou aos quadris de Fallil como se estivesse salvando sua vida, necessitando
alguma ancoragem enquanto o calor se apertava, arrastava e afundava. O cabelo sedoso branco
caiu como uma cortina sobre eles enquanto Fallil arrancava a fita da cabeça, jogando-a a um lado
antes de inclinar-se para agarrar a parte de trás do sofá em ambos os lados dos ombros de Kinig.
Sem descanso, balançou-se em cima de Kinig, conseguindo manter o humano ao bordo do clímax
sem empurrá-lo pela borda da explosão de alívio. Kinig amava e odiava isso de Fallil, muito mais o
primeiro que o segundo. Mas quando suas bolas se apertaram e doeram por liberar-se, a
combinação das instintivas e praticadas habilidades de Fallil o deixavam louco. Tratou de devolver
o envolvendo seus dedos ao redor da ereção de Fallil, mas os movimentos do bailarino faziam
inclusive que a concentração da tarefa mais agradável fosse quase impossível.
— Fal... Fa... Foda... — Ofegou, incapaz de formar palavras coerentes enquanto o esforço
fazia que jorrasse suor sobre seus olhos.
— É tempo de que goze? — Fallil zombou, com um som de tenor musical com insofrível
calma. Só o leve tremor em seu corpo sinuosamente ondulado em cima de dizia a Kinig que
desfrutava de sua união tanto como ele o fazia.
— Por favor — Respirou Kinig.
— Tudo para você, meu amor — Murmurou Fallil.
Kinig tinha estado com sua parte de homens antes de vir viver com os raedjour, mas nenhum
humano em sua experiência podia esperar competir com qualquer dos elfos no mais puro e sexual
rendimento. Não tinha nem ideia de como, talvez fosse um toque diferente de seus quadris, talvez
se tratasse de um apertão de suas coxas, poderia ter sido inclusive uma mudança em seu aroma,
por tudo o que Kinig podia saber, mas Fallil conseguia fazer algo diferente que fazia explodir a
borbulha da crescente frustração de Kinig e dava a conhecer um clímax que fazia pedaços o seu
mundo. Não podendo fazer nada mais que gozar, tirou seu controle sobre o pênis de Fallil a uma
mão mais hábil. Sentiu o toque quente das sementes do outro homem em seu ventre ao mesmo
tempo que seus pensamentos se reordenavam.

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Suspirou seu reconhecimento enquanto Fallil se acalmava, estendendo-se sobre seu peito
como um gato mimado. Kinig deslizou as mãos sobre as costas Lisa de Fallil e aceitou outro
preguiçoso beijo.
Sem prévio aviso, uma pontada de pesar voltou para seu ventre. Estava deixando isto.
Durante dois ciclos, este homem e seu povo o tinham recebido, tinham ensinado, alimentado, e
agradado, e ele estava a ponto de ir. Uma parte dele, a maior parte dele, se fosse honesto,
esperava poder fazê-lo. Tinha vindo com os elfos inicialmente porque queria uma história única
que contar. Com sua experiência presente, estava seguro de ser o bardo que escutavam com
respeito os raedjour, que tinham uma grande curiosidade pelo reino humano. Mas outra parte
dele, uma parte muito forte, não queria deixar o corpo quente que atualmente o cobria.
— Ai! — Gritou em resposta a um beliscão forte a seu lado.
— Pare já — Exigiu a formosa voz da face situada na curva de seu pescoço.
— Parar o que?
Dentes morderam seu pescoço antes que uma língua rapidamente lambesse a ferida.
— Deixa de se lamentar. Amanhã vai. Já o discutimos muitas vezes já.
Verdade. Originalmente, tinha tido só a intenção de permanecer um só ciclo. Fallil e Suzana
tinham pedido que ficasse outro ciclo com o fim de dominar as muitas canções novas que Suzana,
Donnal e Fallil tinham composto. Agora que o ciclo tinha terminado.
— Savous poderia deixar que ficasse.
— É obvio que Savous te deixaria ficar. Ninguém quer que vá.
O que, em si mesmo, era surpreendente. Agora conhecia a história raedjour e sabia que os
humanos não permaneciam normalmente durante muito tempo entre eles. Era certo que não
todos os homens entre os elfos tinham sido efusivos em amizade, mas não tinham encontrado a
animosidade todo seu tempo entre eles. Suspeitava que tinha sido protegido em certa medida,
mas inclusive se fosse certo, a reação era notável.
— Mas, — Continuou Fallil, empurrando-se para cima para poder olhar a face de Kinig.
Adorava-lhe os olhos prateados. — Ele te solicitou que vá. Por isso, tem-no o que fazer.
O que, para ser honestos, era provavelmente a única razão pela que o tema tinha surgido.
Savous tinha chegado a ele e pediu para iniciar sua viagem, ver se o conhecimento da existência
dos elfos poderia atrair a verdadeiras companheiras potenciais ao Bosque Escuro. Suspirou,
passando o cabelo de Fallil entre seus dedos.
— Desejoso de que vá?
Fallil fez uma careta.
— Sabe muito bem que não há verdade nisso.
Até o dia de hoje, Kinig frequentemente tinha dificuldade para acreditar que esta formosa
criatura o tinha escolhido para amá-lo. Mas, como diria Fallil, Rhae sempre tinha suas próprias
razões.
—Amo-o — Sussurrou Kinig. Tinha levado um tempo precioso em dizer as palavras, mas
depois que Fallil as pronunciara, não teve dúvida alguma em sua mente. Este homem enchia seu
coração por completo.
Fallil sorriu com tristeza, acariciando com seus dedos ao longo da mandíbula de Kinig.

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— E eu a você. Mas isso não troca nada.


A contra gosto, Kinig teve que estar de acordo. Tinham levado a cabo este debate em
numerosas ocasiões nas duas últimas temporadas, incluindo diversos graus de ira o desespero.
Mas a conclusão era sempre a mesma. Kinig estaria melhor vivendo a vida que tinha previsto entre
os humanos. Sua paixão pelas viagens. Frequentemente era evidente para os dois, sobre tudo
ultimamente, e a natureza de Fallil impedia de compartilhar essa experiência.
Fallil o beijou na bochecha.
— Não esteja tão triste — Sentenciou. Sentando-se, Kinig se serviu de uma taça de vinho e
olhou a bandeja de doces. Atrás dele, os outros convidados da festa se divertiam, mas Kinig sabia
que havia pelo menos uns poucos aos que gostariam de falar com ele — Vá e experimenta o
mundo. Diga a respeito de nós. E, talvez, quando tiver tido suficiente do longo mundo, voltará a
nos visitar e me deixará viver isso através de você.
Recordando a razão maior pela que Kinig devia seguir com sua própria vida. Até sem isso,
sua vida entre os elfos não podia ser a longo prazo. Apesar de que amava Fallil, estava a diferença
de idades. Fallil tinha mais de quatrocentas primaveras, vinte vezes a idade de Kinig. Ele ia viver
muito além da morte de Kinig e, se ficava, teria que vê-lo envelhecer e morrer. Embora Fallil
professava que faria tal coisa sem queixar-se, Kinig sabia que ele mesmo não poderia suportá-lo.
As mulheres humanas poderiam ser trocadas a raedjour e viver com ou sem verdadeiros
companheiros, mas os homens humanos não podiam. Era um fato que estava frio em seu coração.
— Serei velho — Fez uma careta.
Fallil pôs-se a rir, descendo do colo de Kinig para ficar a seu lado no sofá.
— Sou muito mais velho que você.
—E se vê mais jovem.
Fallil encolheu os ombros.
— Talvez algum dia acreditará que não me importa — Mas o disse com seus olhos evitando-
o, com sua atenção na bandeja de aperitivos e não em Kinig. Fallil era muito bom em ocultar suas
emoções, mas Kinig tinha aprendido a ler seus sinais. Seria um engano alegrar-se de que sua
ausência doesse ao outro homem?

Rhicard tinha vindo buscá-lo pela manhã. Por acordo mútuo, Fallil não os acompanharia em
sua viagem através do bosque. Fallil não era Um amante da natureza. Detestava acampar e das
caminhadas, tanto como preferia um ambiente quente, com um fogo que um bom menino tivesse
aceso para ele, com uma comida que o mesmo menino tivesse levado.
A chama da estátua do tempo crepitava lenta e verde, indicando o entardecer ou o
amanhecer. Agora acostumado ao passado do tempo no mundo raedjour, Kinig soube que o sol
estava se pondo. Ele e Rhicard fariam grande parte de sua viagem na noite, e inclusive
clandestinamente.
Kinig tinha chegado os elfos com o alaúde de seu avô e uma pequena bolsa com seus
pertences. Agora partia com um alaúde diferente, desenhado especialmente para ele, com duas
bolsas, cada uma maior que a inicial, e um saco de dormir. Um pequeno saco que colocava de

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forma segura em seu cinturão, com um número de pedras preciosas bruta e cortadas em
diferentes tamanhos. Sabia que era dono de uma pequena fortuna. Outras pedras estavam
costuradas a sua jaqueta, calças, botas e bolsa como precaução adicional. Tinha vindo como um
mendigo e partia como um homem moderadamente rico, em mais de um sentido.
Fallil prestou atenção a sua roupa e recordou uma dúzia de coisas desnecessárias, que ao
mesmo tempo evitavam o contato visual direto. Eventualmente baixaria até simplesmente estar
de pé diante Kinig, com as mãos no peito de Kinig, olhando a união de seu pescoço e ombros.
— Rhicard?
— Sim?
— Tem-no?
Kinig franziu o cenho, olhando ao feiticeiro enquanto se aproximava ao lado de Fallil e
entregava algo chamativo.
Fallil levantou o que resultou ser um pingente em uma corrente de prata. Reconheceu a
espiral ao redor do círculo que os elfos de uso comum descreviam como sua deusa Rhae. A prata
da espiral solta emparelhava a corrente com um arranjo magnífico de obsidiana que brilhava com
um arco íris no centro.
— Isto é para você.
— É formoso — Kinig levantou os braços para levantar seu cabelo enquanto Fallil o atava ao
redor do pescoço.
— Sim, é — Fallil passou uma mão sobre ele, jogando com a pele debaixo dela com um
toque leve — Mas é mais que isso. É um farol. Leva-o em qualquer lugar dentro ou perto do
Bosque Escuro, e um de nossos bruxos o sentirá. Rhicard diz que inclusive saberá que é seu.
Um breve olhar sobre a cabeça de Fallil mostrou Rhicard assentindo.
— Mas não posso reclamar o crédito pelo desenho da criação da pedra. Isso foi tudo de
Fallil.
Fallil encolheu os ombros. Sem prévio aviso, adiantou-se para abraçar Kinig e passar seus
braços ao redor de sua cintura apoiando sua testa no pingente
— Queria que tivesse algo para nos recordar.
O coração de Kinig subiu a sua garganta, passando seus braços sobre os ombros de Fallil e
sustentá-lo perto.
— Não é provável que os esqueça — Murmurou ao ouvido do outro.
— Seria melhor se o fizesse.
Tinham tido esse argumento.
— Te esquecerei se me esquecer.
Fallil soprou.
— Isso não é provável que aconteça — Inclinou a cabeça para cima, sem vergonha de
mostrar as lágrimas que ocultavam seus olhos prateados agudos enquanto se voltava para
alcançar a garganta de Kinig. Dessa vez, o colar que Kinig tinha levado desde sua primeira noite
com os raedjour era seu objetivo.
Kinig agarrou seu pulso para evitar que desabotoasse o colar.
— O que está fazendo?

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Fallil sacudiu sua mão e seguiu para abrir a fivela de prata.


— Não pode levar isto com você. Não no mundo humano. No melhor dos casos, não o
entenderiam. No pior, o interpretariam mal.
Kinig franziu o cenho. Reconheceu o sentido disso, mas não estava disposto a desprender-se
dele. Durante dois ciclos completos, só o tinha tirado para banhar-se, e mesmo assim, não sempre.
— Eu o guardarei para você. — Juntando o couro desgastado em seu punho, Fallil golpeou
o peito de Kinig ligeiramente. — Amo-o, mas por favor não deixe que isso signifique que estará
sozinho. Tome cuidado, mas não negue amantes a si mesmo.
Ele sacudiu a cabeça.
— Não o farei.
Fazia décadas, Kinig o teria objetado. Agora, sabendo que o sexo era uma necessidade básica
para os raedjour, só podia invejar os amantes de Fallil. Ele assentiu.
— Tratarei de encontrar uns poucos humanos à altura de seus padrões.
Fallil pôs-se a rir, chegando com sua mão à parte posterior da cabeça de Kinig para poder
inclinar a face para baixo.
— Tem minha permissão para procurar mais que isso.
Ambos riram, beijaram-se. Kinig tratou de detê-lo, mas Fallil não o deixou. Ele se afastou e
levantou uma mão quando Kinig o ia seguir.
— Deve ir.
Pela extremidade do olho, Rhicard viu Kinig recolher uma de suas bolsas. Realmente era
hora de ir-se.
— Sentirei saudades — Disse, recolhendo a caixa de seu alaúde.
— E eu. Amo-o.
— Amo-o também.

Capítulo Seis

Nove ciclos depois.

Kinig agora estava acostumado a acampar e passar um tempo prolongado à intempérie, mas
não podia dizer que realmente o desfrutasse. Apreciava a beleza da natureza, e a calma da flora e
da fauna, mas não gostava de dormir no chão, cozinhar em fogueiras, ou a grande quantidade de
insetos e pequenas bestas que infestavam ao cansado viajante. Podia desfrutar de passeios, mas
depois de vários dias a cavalo, frequentemente desejava não voltar a ver outro equino. Que
dessem uma grande sala em uma estalagem ou, melhor ainda, uma cama limpa em uma nobre
residência. A cama nem sequer tinha que ser suave! Entretanto, havia um montão de vezes em
que tinha tido que prescindir disso nos últimos nove ciclos das estações, ou tinha que valer-se com
menos. Pelo menos essa noite tinha boa companhia.
— Kinig, viajou por Rotella quando chegou ao sul? — Sam perguntou, deixando cair seu saco

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de dormir a seu lado. Inclusive sob uma capa de sujeira pela viagem, seu cabelo negro brilhava sob
os raios descolorados do sol que lanceavam através do dossel das folhas dispersas das árvores.
Uma mancha de sujeira na parte esquerda de sua doce bochecha era ridiculamente encantadora.
O jovem tratava de parecer mais velho depois de deixar dois dias crescer a barba, mas não
cresciam o suficiente para ocultar a fresca juventude de seu rosto.
— Não — Disse distraidamente arranhando sua própria barba, pôs seu alaúde embalado
cuidadosamente no chão junto a seu cilindro — Fui ao sul perto da costa oeste, através de
Tortuella.
— Não foi perigoso?
— Não. A maior parte das agressões se acalmaram. — Passou uma mão pelo cabelo solto, e
notando que roçava seus ombros. Era hora de cortá-lo. — Viajei com uma caravana pela grande
parte do caminho — Uma breve lembrança de um moço que tinha visto seu cabelo, e mais,
durante essa viagem o fez sorrir.
Um de seus companheiros atirou os pacotes comuns sobre o terreno.
— Não é tão mau. Estive ali — Dom pôs sua mão na parte de baixo das suas costas e se
estirou. — Galir é de um povoado não longe dali.
De onde recolhia os quatro cavalos, Galir se pôs a rir.
— Não está tão perto.
Dom fez-lhe um gesto com a mão, zombando.
— O suficientemente perto.
— Tá! Sabe muito.
Dom revirou os olhos, agachando-se para abrir um dos pacotes. Kinig sorriu, desfrutando da
camaradagem. Dom e Galir eram veteranos da guerra de Villovia, um conflito causado por Hange
Villovia em seu objetivo de dominar o continente. Os sete invernos anteriores, os países
participantes ainda estiveram se recuperando dos efeitos secundários e dos problemas causados
pelo que parecia a Kinig um excesso de descendentes de Villovia. Mas Dom e Galir faziam o
suficiente para retirar-se da luta e se dirigiam à cidade de Rotella para comprar terras. Como
Rotella se encontrava ao norte de onde tinha estado nesse momento, Kinig tinha acolhido com
satisfação a oferta de ser companheiros de viagem.
— O que aconteceu a caravana? — Perguntou a Sam. Como mago, recém saído da
academia, Sam tinha estado viajando com Kinig grande parte da primavera. Conheceram-se em
Saryguay, e Sam tinha escolhido viajar ao oeste com ele mas ainda não estava seguro se trataria
de cruzar para o norte. Estava, entretanto, intrigado pelo Kinig com seus contos de elfos. Seu
entusiasmo se combinava com seu formoso aspecto e uma preferência por sexo com homens
tinham feito dele um companheiro agradável. Os grandes olhos marrons de Sam brilhavam
alegremente ao escutar qualquer das histórias de Kinig, e seus lábios suaves e sensuais, e sua boca
ansiosa fazia maravilha para aliviar a inquietação solitária que tinha descido sobre Kinig nos ciclos
passados.
Kinig não se fixou nele, fazendo estiramentos próprios.
— Chegamos a Jordagua, passamos o inverno. Depois se dirigiram ao norte, enquanto eu me
dirigi ao sudeste.

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Jet Mykles
Elfos Escuros 05

— A Jordagua? — Dom assobiou — Passou por Jordagua intacto?


Kinig encolheu os ombros.
— O professor da caravana me apresentou pessoalmente aos locais. Tinham mais bem fome
de contos de terras longínquas — Devolveu o sorriso — Trataram-me bem.
Galir ecoou o assobio de Dom.
— Impressionante.
— Eu o direi — A voz suave de Sam não pôde ocultar o tom mordaz — Jordagans não é
conhecido por sua tolerância.
Kinig dirigiu um olhar.
— Ser um bardo frequentemente ajuda em situações como essas. Sou menos pessoa e mais
portador de histórias e notícias.
Dom se pôs a rir.
— E não faz mal que seja famoso através de dois continentes. Duvido que aos Jordagans
gostaria de ser conhecidos como o povo que matou Kinig dos Elfos Escuros — Sua risada se voltou
uma gargalhada — Por não dizer o que os elfos poderiam fazer e tomar represálias.
Kinig teve que sorrir. Salin se surpreenderia ao pensar que a ameaça das represálias raedjour
se estendiam tão longe. Estava seguro que a Savous não importaria que exagerasse um pouco as
habilidades dos elfos se aumentasse sua mística, assim como a segurança de Kinig. Dom
claramente tinha terminado de desempacotar as bolsas para o jantar. Tomou uma tocha e a
estendeu a Kinig.
— Importaria de conseguir lenha?
— É obvio que não — O ex-mercenário fazia a maior parte das tarefas de campo, por isso
Kinig tratava de ajudar quando o pedia.
— Vou com você — Sam ofereceu, seguindo-o quando se dirigiu às árvores.
— Não se desviem muito longe — Dom gritou — Tenho fome.
Kinig sorriu. Não tinha dúvida que os outros homens sabiam das paqueras dele e de Sam,
mas optaram por não dizer nada a respeito. Tomou a tocha e se dirigiu para o som de um arroio
que sabia devia estar perto. O caminho pelo qual tinham estado viajando tinha cruzado o rio não
fazia muito tempo. As árvores eram de diferentes tipos dos gigantes do norte. No clima tão úmido,
havia muitos com raízes muito por cima do chão.
Os braços se deslizaram em torno de Kinig de trás logo que estiveram fora de vista.
— Esta noite, provavelmente deveríamos juntar lenha — Riu Kinig, embora não se moveu do
abraço de Sam.
Sam acariciou a parte de trás de seu pescoço.
— Sei, sei. Mas… — Chegou até o queixo de Kinig tomando com dois dedos, girando sua
cabeça para que pudessem ver os olhos do outro — Só um pouco?
Rindo, deu-se volta nos braços de Sam, até passar seu próprio braço sobre os ombros do
outro, cuidando de manter a tocha fora de perigo. Deu uma pequena cotovelada na virilha a Sam.
— Não se sente pequeno para mim.
Rindo com gosto, inclinou-se para beijar Kinig.
Felizmente, Kinig se deixou cair no chão, deixando cair a tocha perto de um arbusto de

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Jet Mykles
Elfos Escuros 05

folhas largas enquanto o peso de Sam ficava em cima dele. Ele se alimentou da boca de Sam até
que teve que perguntar se teriam tempo para um encontro rápido e aliviar a dureza de suas
calças, assim como a de seu amigo. Mas não, não deveriam deixar Dom e Galir esperando outra
noite seguida. Era grosseiro. Uma lavagem rápida em um arroio diferente a noite anterior
significava que não fediam muito, mas que tinha estado usando sua roupa corrente muito tempo
para não poder fechar. A ideia disso pôs um freio a seu ardor.
Decidido, empurrou os ombros de Sam, rompendo o beijo.
— Devemos conseguir a lenha.
São se empurrou contra suas mãos, acariciando seus lábios contra a esquina da boca de
Kinig.
— Já sei. Entretanto…
— Não — Rindo, voltou a cabeça para um lado — Sam, pare, nós… — Ficou paralisado.
Havia um homem de pé sobre eles, talvez a três ou quatro passos de distância, uma sombra
mais profunda que a sombras da escura noite. Um homem com uma face tão branca como a neve,
quase oculto no profundo capuz de um volumoso traje azul escuro. Assumiu que era do gênero
masculino pela amplitude de seus ombros e a altura que não podia julgar muito bem com a vista
do chão debaixo de Sam, mas sua face não era muito masculina. Tampouco era especialmente
feminino. Brilhantes olhos vermelhos, olhavam-nos, com seus lábios de tom rosa por debaixo de
seu largo e magro nariz sem sorriso.
O homem falou antes que Kinig realmente pudesse reagir, a profunda voz era sem lugar a
dúvidas masculina, com um sotaque estranho do sul.
— Kinig dos Elfos Escuros?
Kinig soube que não devia admitir imediatamente quando estava com estrangeiros. Não
todo mundo tinha boas intenções, e tinha algumas cicatrizes para prová-lo.
Sam saltou, rodando fora de Kinig para ver quem estava em cima deles.
— O que? Quem é você?
Olhando ao estrangeiro, Kinig tentou e encontrou a tocha que tinha deixado cair, depois se
levantou com cautela sobre seus pés. A seu lado, Sam se agachou.
Os olhos vermelhos os observaram sem nenhum tipo de alarme externo. O homem era, de
fato, mais alto, mais que qualquer humano que Kinig tivesse conhecido. Inclusive poderia adaptar-
se à altura de dois metros de Salin. E esses olhos. Só tinha visto olhos de cor vermelha brilhante
como esses, entre os raedjour, mas os bruxos tinham os olhos brancos, só que sua íris brilhava
intensamente quando se ativavam emitindo magia. Os olhos deste homem de pele branca
brilhavam tão intensamente que emitiam um tom rosado a suas altas e afiadas maçãs do rosto.
Sua atenção se centrou em Sam.
— É Kinig?
Kinig levantou a tocha, perguntando-se como de eficaz poderia ser de arma. Era mas bem
pequena, com uma faca sem corte, por isso era claramente mais uma ferramenta que uma arma.
O manto escuro do desconhecido parecia ser de veludo grosso ou algo assim, e todas as dobras
serviriam como blindagens contra uma folha leve. Suas adagas poderiam ser mais efetivas. Com
cuidado, tirou uma de sua mão esquerda. O homem pálido nem sequer olhou o movimento, sua

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Elfos Escuros 05

atenção estava centrada em Sam.


Sam se deslizou para um lado de Kinig, pondo distância entre eles. Dando a volta sobre tudo
o perfil do homem, com suas mãos prontas aos lados.
— O que quer?
O homem da túnica levantou uma mão, estendendo sua palma para eles. Dedos largos e
brancos como luz de lua brilharam com magia.
Rápido como uma piscada, Sam teve as mãos para o alto, com um escudo mágico preparado
quando a luz que brotou da mão do homem se disparou para ele. Os relâmpagos em miniatura
crepitaram, e o aroma forte a ovos podres encheu o ar por um breve momento antes diluir-se.
— Você não é Kinig — O homem pálido fez um gesto complicado com a mesma mão, que
terminou em um punho.
Um grito de surpresa, estrangulado se filtrou da garganta de Sam. Seu escudo se dissolveu, e
caiu de joelhos, com os olhos em branco.
— Sam — Exclamou Kinig, vendo cair o mago de joelhos a seu lado. Volteando a adaga em
sua mão, jogou-a, com toda a habilidade que tinha aprendido de seus tutores entre os elfos
escuros, e aperfeiçoado após.
Foi em vão. A figura vestida agitou um braço, e a adaga se deteve no ar, então, como Sam,
foi derrubada no chão. Gritando, com a esperança que Dom e Galir o ouvissem, Kinig deu a volta,
com a intenção de correr. Não havia nada que fazer contra a magia, e o homem estava claramente
atrás dele. Talvez se corresse, o homem deixaria a seus companheiros sozinhos.
Não chegou muito longe. Cordas invisíveis se fecharam ao redor de seus braços, apertando
seus lados, e o chão se afundou sob as botas de Kinig quando se levantou no ar. Olhou por cima de
seu ombro a face do homem vestido.
— O que quer?
Todo o peso do vermelho ardente de seu olhar esfriou o sangue de Kinig. Ou tinha sido a
completa falta de emoção naqueles rasgos cinzelados?
— Você.
Voltou-se e olhou Kinig, assombrado, enquanto um vazio negro abria suas portas no ar junto
ao homem. A princípio foi só um disco do tamanho de um punho no ar. Depois se expandiu em
altura e largura. Raios menores crepitaram em silêncio em suas bordas, em busca de todo o
mundo enquanto o ar rasgava abrindo-se. A altura cresceu, estendendo-se mais. No vazio, uma
mulher foi revelada, tão impressionante como o homem. Enquanto a pele dele era de uma cor
branca pura, a dela era escarlate ardente como sangue fresco. Sua cor de pele era muito evidente,
já que não levava um objeto de roupa. Suas voluptuosas curvas estavam à vista completamente,
desde seus pesados seios à inclinação da cintura até seus largos quadris e coxas. A longitude de
seu cabelo negro só era evidente no contexto do buraco negro devido a duas partes cobriam os
ombros e o seio, e o final se encrespavam justo ao lado de seu monte de Vênus sem cabelo.
Também tinha os olhos brilhantes, mas os dela eram um de um primaveril jade.
Kinig ouviu pés pisando no mato, estava seguro de que eram Dom e Galir, mas não se
atreveu a olhar a outro lado que não fosse à formosa mulher. Surpreendeu-se ao encontrar a si
mesmo cada vez mais duro, embora a visão de uma mulher nunca tinha lhe dado uma ereção

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antes.
O homem da túnica se voltou para Kinig. Com calma, levantou uma mão e fez gestos. O
horror de sentir-se flutuando no ar para o homem pálido e a ruptura no ar rompeu a fascinação de
Kinig com a mulher.
— Não! Alto!
Os brilhantes olhos da mulher poderiam ter estado centrados nele, mas sem os brancos
visíveis e as pupilas, era difícil dizê-lo.
Ele arrumou para girar a cabeça e ver Dom e Galir. Os mercenários não o olhavam. Sua
atenção estava centrada na mulher nua. Dom sustentava o alaúde de Kinig em sua mão, e nenhum
dos mercenários havia desembainhado sua espada. Tampouco tinham movido para verificar como
estava Sam, que ainda estava perto. Isso não parecia estar numa boa situação.
— Me ajude! — Exclamou Kinig, lutando com seus laços invisíveis — Dom! Galir! Ajude-me!
Podia ser que não o tivessem escutado. Simplesmente ficaram ali olhando, paralisados.
A atenção de Kinig voltou para sua situação imediata quando um braço vestido se aproximou
para rodear sua cintura, sustentando seu peso enquanto o feitiço que o mantinha em alto o
libertava. As cordas invisíveis ao redor das extremidades de Kinig se mantiveram, entretanto, o
que o impedia de arremeter contra eles. Tão perto estava, que podia ver claramente a austera
beleza, etérea da face do homem, uma beleza que teria despertado seu sangue se não tivesse,
obviamente, uma falta emoção.
Como se não estivesse abraçando forte a Kinig, o homem estendeu sua mão livre, com seus
dedos abertos. Kinig deu uma olhada para ver a elevação do corpo inconsciente de Sam no ar e
flutuar para eles, com sua cabeça, braços e pernas pendurados como os de um boneco de trapo. O
alaúde de Kinig se desprendeu das garras de Dom e seguiu o progresso de Sam través do ar.
Entretanto, Dom e Galir permaneceram onde estavam, com suas face carentes de emoção como a
do homem que tinha Kinig.
Tratou de retorcer-se contra seu agarre por aço.
— O que está fazendo conosco?
Não houve resposta. Poderia também ser um cachorrinho latindo ao homem que o
sustentava ignorando-o enquanto atendia outros assuntos. O corpo inconsciente de Sam e o
alaúde do Kinig ficaram no chão ao lado do buraco no ar e a mulher dentro.
— Está bem? — A voz da mulher foi silenciosa, como se falasse através de uma grossa porta
ou do outro extremo de um comprido túnel. Franzindo o cenho, empurrou seu cabelo para trás,
empurrando os pesados cachos em cima de seu ombro. Expôs seu ouvido. Seus delicados e
bicudos ouvidos.
Um elfo? Certamente, sabia que havia outras raças élficas, mas não eram raedjour, embora
não tinha conhecido a nenhuma. Os Elfos de todo tipo eram notoriamente reservados.
— Está bem — Respondeu o homem com voz monótona. Ajustou seu domínio sobre ele,
movendo assim seu braço com o bardo mais próximo à abertura. Kinig podia sentir o chiado da
magia, uma indicação de que tinha que haver uma boa quantidade, já que estava completamente
sem o dom — Aqui.
— Espera!

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Kinig teria se ecoado nela se um vermelho, ardor vivo não tivesse chamuscado suas costas,
pescoço, membros, enquanto o homem o deixava em liberdade e caía para trás na abertura.
Não teve tempo de gritar antes que tudo ficasse negro.

Capítulo Sete

Nialdlye se absteve de falar até que deixaram o vazio. Mas isso significava manter-se de pé
em silêncio, sustentando humano, protegendo-o da falta de elementos, enquanto Ale'tone
tomava seu precioso tempo pagando os mercenários e dando as instruções depois. Embalando o
humano em seus braços, estudou seu rosto à luz sem sombras do vazio. Uma face bonita. Linhas
de sorriso nas comissuras de sua boca e olhos que o faziam parecer mais jovem apesar de ver-se
tão desgastado. Alguns dias tinham criado uma sombra de barba, só uns tons mais claros que seu
desordenado marrom cabelo que flutuava sobre sua cabeça e pescoço. Kinig. Agora podia pôr uma
face no nome de que tinha ouvido tão frequentemente ultimamente.
Franziu o cenho ao ver a careta de dor que ainda não tinha desaparecido nele. Poderia pelo
menos tê-lo posto para dormir antes de empurrá-lo através do portal, repreendeu em sua cabeça,
só em sua cabeça porque sabia que faria pouco ou nada bom mencionar a Ale'tone.
Esperou com impaciência, vendo enquanto pagava e se despedia dos mercenários, depois,
cruzar de novo o portal. Podia ouvir os sons, mas só apenas, e às vezes o murmúrio de uma folha
no ar era mais forte que um homem gritando, assim não podia confiar em ouvir alguma coisa de
valor. Mas Ale'tone tinha terminado de falar. Agachou-se para recolher o outro homem e o
alaúde, e depois cruzou o portal.
Girando-se imediatamente, Nialdlye se centrou em determinar o lugar que havia atrás dela e
expandiu seu portal enquanto Ale'tone fechava o dele. Logo que pôde, deu um passo adiante com
sua carga e cruzou até o centro da sala de trabalho para dar a Ale'tone espaço para entrar com o
homem que carregava. Uma vez que abriu o portal, ela o fechou.
Ele deixou cair o humano no chão.
— Não o deixe cair assim! — Disse à medida que seus próprios braços tomavam o
inconsciente homem, e não podia fazer nada por ajudar a outros. Felizmente, Ale'tone tinha
deixado cair seus pés para frente, assim mais ou menos caiu de lado.
Ale'tone dirigiu um olhar frio, raso enquanto acomodava o alaúde ao lado do homem.
Ela olhou o homem arrumado no chão.
— Por que o trouxe?
— É um mago.
Seus olhos se abriram.
— Não me disse que era um mago.
Ele começou a trabalhar na larga coluna de botões diminutos que sustentavam sua túnica
fechada.
— Não sabia.

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O jovem se via tão fresco, que era quase um menino.


— Me deixe o ter.
— Não.
— Então deixa-o ir.
— Não.
Ela se voltou para ele, agarrando o homem em seus braços.
— Ale'tone...
— Não — A palavra foi curta, com o olhar plano. Com calma, pôs o manto sobre o respaldo
de uma cadeira. Ficou com uma simples camiseta debaixo de blusa aberta sobre o peito, com a
malha branca opaca e amarelada em comparação com sua pele. Solto, seu cabelo liso negro era do
mesmo tom que sua pele derramada livremente por suas largas costas.
Sabia que esse argumento era inútil, mas tinha que tentá-lo.
— Não fará muito por você.
— Fará o suficiente — Cruzou a sala de novo para recolher a caixa do alaúde —Leva a seu
mascote ao andar de cima, e olhe que esteja preparado para ser interrogado pela manhã.
Ela captou seu olhar e acomodou o alaúde na curva do corpo em seus braços.
— Não o mate.
Ele piscou lentamente.
— Não é de sua preocupação o que faça com ele.
— Por favor.
— Basta já. Sobe a seu quarto. Não quero vê-la até que peça por ele pela manhã.
Conhecia esse olhar. Se discutia, sofreria. Não ganharia e perder o homem em seus braços.
Seria o menor de seus castigos. Fechando os olhos, tratou de não gritar de frustração, deu a volta
e subiu as escadas, abandonando o homem inconsciente no chão. Sinto muito, pensou enquanto
saía da sala de trabalho.
Respirando profundamente para acalmar-se, obrigou-se a controlar-se para que o abraço
sobre o ser humano se afrouxasse antes de esmagá-lo. A Ale'tone poderia não importar se o
homem ao que tinha deixado atrás estava ferido, mas seguro como o vazio que a castigaria se este
fosse incapaz de falar. Devido que este sabia coisas. Este tinha vivido entre os elfos escuros, que
eram o objeto atual da considerável obsessão de Ale'tone. Este, possuía uma grande quantidade
de informação que Ale'tone acreditava que necessitava.
Pobre homem.
Tomou Kinig subindo-o pela curva das escadas até o andar superior da torre redonda e
pequena, que ela e Ale'tone habitavam. Seu quarto de trabalho ocupava um andar subterrâneo
inteiro. A cozinha e uma sala principal se encontravam no andar de baixo. Um segundo andar
continha quartos para os hóspedes que estavam em grande parte sem uso, e a sala de Nialdlye
estava na metade do terceiro andar. O quarto de Ale'tone ocupava a outra metade, mas como
estranha vez dormia, estranha vez o usava, preferindo a sala de trabalho.
Não havia móveis dos que falar em seu quarto. Em troca, dispersaram-se colchões e
travesseiros grossos cheios sobre os tapetes do piso e as paredes cobertas com lenços de cores e
tapeçarias. Tinha vagas lembranças de quartos similares quando era menina, e a distribuição a

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fazia se sentir cômoda. Pôs Kinig em um dos dois colchões, sobre o que estava mais longe das
janelas, depois fechou a porta. Ale'tone o faria pagar se esquecia de assegurar o quarto, mesmo
que o homem estava inconsciente. Embora, aonde iria? A torre estava rodeada por terra, com a
terra seca e estéril, e o próximo assentamento humano mais perto estava a pelo menos três dias
para um humano.
Sentando-se de novo, estudou o homem em sua cama. Um rápido varrido dele com sua
magia, comprovou que estava profundamente adormecido e, se não utilizava um feitiço para
despertá-lo, manteria-se assim durante a noite, e assim esperava que acontessesse. Os humanos
não suportavam o vazio muito bem, e cada um que tinham levado através tinha sucumbido a um
profundo sono, inquieto pelo menos um dia depois. Irregular, mas tinha encontrado algo que
podia fazer por eles que afugentar seus sonhos escuros e fazer que seu descanso fora mais
produtivo.
E muito divertido.
Pouco a pouco, começou a despojar o bardo de sua roupa. Tirou primeiro as botas, expondo
suas meias de espiga de lã gasta. Essas saíram depois, e ela passou largos momentos acariciando
seus pés, acariciando sua pele. Inclusive dormindo, deu um suspiro de agradecimento, e as
comissuras de sua bonita boca se curvaram ligeiramente para cima. Satisfeita, levantou sua túnica
para ver as ataduras de sua calça.
— Muito bonito — Ronronou ela, acariciando o vulto atrás dos laços que mantinham as
calças ajustadas sobre seus magros quadris. O órgão dentro se revolveu, ficando em contato com
sua mão. Pouco a pouco soltou os laços à exceção da abertura frontal. De alguma forma sua roupa
interior estava atada por debaixo, mas ela fez um trabalho rápido disso também, e finalmente
libertou um bom e orgulhoso pênis. Sem nenhuma razão para resistir, agachou-se para enterrar
seu nariz na tapeçaria fragrante de cachos morenos da base de seu membro, abrindo a boca para
poder inalar o aroma grosso, de homem tanto através de seu nariz como de sua boca. Na verdade,
não podia haver aroma mais fino que o de um varão são, sem lavar. Ao menos, não em sua mente.
Detendo-se, ajoelhou-se e se apoderou dos cinturões dos dois, as calças e a roupa interior, e
os puxou. Aflita, acariciou o cabelo espaçado de suas panturrilhas e coxas muito bem formadas,
beijando o interior de cada coxa enquanto os abria e se acomodava entre eles. Subindo a túnica
um pouco mais acima para que seus quadris e grande parte de seu ventre plano ficassem
expostos, baixou o nariz de novo a sua virilha e passou momentos intermináveis simplesmente
desfrutando de seu aroma e calor.
Embora gostasse dos homens ativos, havia algo sobre adormecidos. Especialmente os que
não despertariam, sem importar o que ela fizesse. Um homem coerente nunca ficava quieto e
simplesmente não permitiria cheirá-lo.
Suspirando feliz, pôs uma bochecha em uma coxa e subiu até acariciar seu pênis. Seu
cérebro poderia estar adormecido, mas este órgão estava completamente acordado e vibrando
com vida, vivo.
Sem mais que tendo jogado com o eixo, colocou-o de volta em seu lugar, desfrutando da
textura cálida e delicada de sua pele. Dando outro suspiro enquanto seus quadris se inclinavam
instintivamente, expondo parte do que se ocultava debaixo. Suas pernas se separaram mais,

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dando espaço para deslizar suas mãos debaixo dos globos firmes de seu traseiro com o fim de
inclinar seus quadris ainda mais. Usando sua palma e polegares, separou as nádegas, procurando
seu suave, enrugada abertura. Tirou sua língua e a dirigiu a seu buraco, amando o pequeno, suave
suspiro que deu em agradecimento. Ale'tone havia dito que ele era amante de homens, por isso
não era de estranhar que seu corpo se pressionasse ao dela com avidez em busca de mais. Ela
gostosamente lambeu a pele sensível, dando lambidas sobre a pele, abrindo-a com seus
polegares para poder aprofundar nele, para poder digerir o sabor forte dele.
Quando seus quadris começaram a mover-se, pequenos gemidos graves e doces saíram de
seus lábios, e ela molhou completamente dois de seus dedos e com cuidado os afundou dentro
dele. Ele deu um grito rouco de prazer, sob sua mão. Ela riu entre dentes e inseriu um terceiro
dedo quando se deu conta de que dois não poderiam satisfazê-lo. Três se sentiam bem e
cômodos, e fáceis de encontrar a massa dos nervos que o fizeram ofegar e tremer.
Satisfeita de si mesmo, ela subiu e envolveu sua mão livre em torno de seu eixo, para tomar
sua cabeça e levar seu pênis a seus lábios. Com avidez, o chupou, banhando-o com a saliva.
— Fallil — Gemeu ele.
Interessante, pensou, fazendo uma nota mental para perguntar mais tarde quem poderia ser
Fallil. Provavelmente seu amor, o que despertou ainda mais seu interesse. Qualquer pessoa a que
amasse profundamente para dizer o nome de seu amante enquanto estava inconsciente possuía
uma profundidade de paixão que Nialdlye desejava. Ela se sentia mal quando a privava do sexo e
só um pouco melhor com sexo normal. O sexo com aqueles que podiam sentir amor tão
profundamente, entretanto, fazia galopar seu coração e cantar a seu sangue. Inclusive agora, seu
sexo chorava e pulsava, em resposta a seus necessitados gritos. Contendo a respiração, engoliu
seu pênis tão profundo como pôde. Não era o maior homem a quem ela tinha feito isto, assim não
foi incômodo. Ficou todo o tempo que pôde, fazendo trabalhar sua garganta ao redor da cabeça
de seu pênis, ao mesmo tempo que movia seus dedos dentro e fora de seu traseiro.
Ele chegou até sua garganta, gritando enquanto se derramava. Ela o bebeu, tanto física
como emocionalmente. Manteve seu pênis abrandando-se em sua boca quando cedeu com um
pequeno gemido. À medida que seu corpo se relaxava, tirou os dedos de seu buraco. A contra
gosto, deixou-o deslizar-se de seus lábios suaves. Embora tivesse gostado de continuar mamando-
o, ela sabia que não era uma sensação agradável para a maioria dos homens depois de se
derramarem.
Suspirando, acomodou-se de novo para baixo, com sua bochecha sobre seu ventre,.com seu
fôlego acariciando seu brilhante órgão. Não se esqueça de tirar a túnica. Recordou-se em sonhos,
fechando os olhos. Faria-o. Mas antes, desfrutaria do corpo deste homem são por uns momentos
mais.

Capítulo Oito

Kinig despertou pouco a pouco. Por um momento, só podia piscar a um lenço de linho

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enorme que se pendurava de um teto escuro, como uma rede elaborada de cor, com o púrpura
quase sendo lavanda pelo que parecia ser a luz do sol a sua esquerda. A suavidade da felpa de um
grosso colchão se apoiava em seu corpo, com o ar quente, afresco acariciando sua pele. Pele.
Surpreso, Kinig olhou para baixo para encontrar que estava nu, evidente pelo fato de que não
havia uma manta sobre ele. Não era que necessitasse o calor para estar cômodo.
Isso, entretanto, não foi a maior surpresa. Não, era o fato de que outra pessoa se
aconchegava a seu lado com um braço e uma perna jogados sobre ele. Muito comprido, cabelo
negro muito sedoso com vivos carmesim se destacava cobrindo a maior parte dos ombros desta
pessoa e suas costas, mas não o suficiente para ocultar alguns pequenos feitos inquietantes.
Primeiro, que a pele desta pessoa era escarlate como sangue fresco e tão brilhante como uma
pedra preciosa. Em segundo lugar, que esta pessoa era mulher. As curvas de seus quadris e coxas
não podiam pertencer a qualquer homem, e um de seus seios era muito visível do lado de Kinig.
Suas coxas se aconchegavam muito familiarmente em sua virilha, e sua mão apoiada em seu
ventre estava só a um dedo de longitude por cima de seu pênis.
Seu duro pênis.
O choque o congelou. Nunca tinha se deitado com uma mulher e só tinha visto mulheres que
tinham sexo quando tinha sido um dos raedjour. Tê-lo visto, sim, mas nunca participado. A
proximidade às mulheres entre os elfos escuros haviam posto duro, é obvio, com a natureza
mesma de sua sexualidade fazendo quase impossível que não o estivesse. Mas nunca havia
sentido o desejo ardente de atuar sobre elas, e as mulheres que tinha conhecido tinham tido um
montão de companheiros para escolher e não tinham tido necessidade de seduzir a um bardo que
preferia homens abertamente. Assim por que agora estava aqui com uma mulher e, se fosse
honesto, desejando que sua mão fosse à deriva para baixo para libertar seu pênis? Por que estava
sentindo a suave pressão de seus seios contra sua face e lutar contra o impulso de voltá-la sobre
suas costas para poder os mamar?
Por distração, moveu sua mente aos detalhes do que tinha acontecido antes de ter ficado
adormecido. Ficou adormecido? Não recordava ter chegado a essa sala com o mobiliário de cores.
O ar quente era muito diferente do calor tropical da selva. Depois, por último, se recordou do
homem de pele branca com o manto, com o vazio negro, e a mulher com a pele-vermelha. Não,
não era só uma mulher, era uma elfo. Recordava claramente as orelhas bicudas de cor vermelha
aparecendo através de sua grande quantidade de cabelo. Olhando-a agora, reconheceu à mulher
envolta nele como a mesma pessoa ou, se não, uma mulher muito similar.
Algo muito estranho estava acontecendo, e não podia pensar com claridade com ela
apertada contra seu flanco familiarmente.
Com cuidado, moveu-se, inclinando-se um pouco para poder tratar de deslizar seu braço
debaixo de sua cabeça e pescoço. Mas já fora porque estivesse acordada ou seu sono fosse leve,
porque logo que ele se moveu, ela suspirou e se agitou. Sua cabeça se levantou, e ficou sobre seus
cotovelos. Levantou uma mão para empurrar a queda de cabelo sobre seus incríveis olhos jade.
Sem nenhuma parte branca, e com as pupilas obscurecidas por um véu de manchas brancas, como
as estrelas se refletiam em um lago.
Sorriu.

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Jet Mykles
Elfos Escuros 05

— Está acordado.
Só podia olhá-la, atônito, temeroso de abrir a boca por temor a levantar a cabeça para selar
seus lábios aos dela. Conheceria ela seus pensamentos? Por isso seu sorriso era profundo?
— Tem fome?
Sim, pensou, mas a comida não era a cura.
Ela acariciou o peito, passando sua palma justo debaixo da obsidiana que Fallil tinha dado,
com o olhar ainda fixo no seu.
— Deve ter fome. Prefere um guisado, ou Algo mais sólido? — Passando sua palma por seu
ventre, deixou-a dando voltas aí, mantendo-se afastada de seu pênis que estava duro e crispado a
um lado debaixo de seu umbigo — Como se sente?
Ele sacudiu a cabeça, com sua mandíbula abrindo-se, mas as palavras não saíram.
Ela acariciou o estômago.
— Conseguirei um pouco de guisado.
Observou-a, paralisado, enquanto se separava dele e corria com graça sobre seus pés,
vestida só com seu cabelo vermelho e negro, e claramente muito cômoda com esse fato. As
suaves curva de seu traseiro apareciam através dos extremos de seu cabelo enquanto se afastava
dele. Um braço comprido, elegante indicava uma porta aberta a sua esquerda.
— Se necessitar ir, há uma privada ali — Lançou um olhar em cima de seu ombro depois de
abrir outra porta — Já volto.
Levantou-se quando ela se foi, com os olhos muito abertos, com a mente só um pouco mais
clara, sem sua presença como distração. O quarto era longo, com apenas três paredes, uma delas
curvada para compensar o espaço onde deveria haver dois, dando a impressão de que devia estar
dentro de uma torre redonda. A julgar pela curva, este quarto devia ter uma boa metade do
andar. Lenços de brilhantes e tapeçarias em tons vermelhos, dourados e púrpuras cobriam o teto
e as paredes, fazendo coincidir o sortido disperso de travesseiros e mantas no chão. Não havia
móveis reais além de duas estufas de pé em esquinas opostas. Dadas as janelas abertas e a
temperatura leve, não acreditava que houvesse chamas em nenhuma das estufas. Estava em um
grande colchão no chão, rodeado de travesseiros. Outro colchão similar menor estava perto das
janelas. Não havia uma manta à vista.
Confuso, alarmado, deslizou-se até a borda do colchão, pondo seu pé nu sobre o tapete
suave escondido debaixo. A caixa de seu alaúde estava apoiada em uma pilha de travesseiros a um
lado. Correndo a ela, abriu a caixa e se sentiu aliviado ao ver seu instrumento seguro em seu
interior. Não pôde encontrar nenhum de seus outros pertences, nem no montão de travesseiros,
nem no colchão, nem em nenhum lugar daquele espaço. Não havia roupa, com nada mais que o
pingente em seu pescoço.
Correu à porta. Não era pesada, mas estava fechada com chave. Não era um professor em
fechaduras, mas a estudou de todos os modos. Como era de esperar-se, não podia dizer como
funcionava o pequeno mecanismo. Para ser honesto, não podia recordar se ela tinha fechado a
porta ou não. Ansioso, olhou por uma das janelas. Estava a pelo menos três andares de altura,
com nada mais que a parede escarpada entre ele e o chão rochoso de um pequeno pátio, deserto.
Além de uma parede que era possivelmente tão alta como a primeira, só havia terra seca,

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Jet Mykles
Elfos Escuros 05

branqueada pelo sol intercalado com novelo de arbusto e rochas. Muito à esquerda, mal podia ver
o que poderia ser um pequeno grupo de árvores na borda de uma área boscosa maior. Era muito
longe da selva úmida em que tinha estado com Dom, Galir, e Sam.
Recordou a estranha e paralisante situação em que tinha visto por última vez aos
mercenários, perguntou-se o que teria acontecido a seus companheiros. Sentou-se de novo no
ninho de travesseiros do colchão, com os pés sobre o tapete, com os cotovelos nos joelhos e os
dedos no cabelo. O que está acontecendo? Confuso, desorientado com sono persistente, apoiou
sua testa em suas mãos e tratou de pensar. Não tinha ideia de onde estava, e estava nu como o
dia em que tinha nascido. Não sabia quem era o homem de pele branca ou o que a mulher de
pele-vermelha era para ele. Não tinha ideia do que estava acontecendo, mas se tinha a intenção
de fazer mal, teria dado de comer? Teria despertado muito cômoda em seu abraço? Ou era tudo
isto um truque? Se fosse assim, para que? O que querem de mim?
Sentou-se com as costas reta quando se abriu a porta. A mulher entrou, levando uma
bandeja sustentando uma terrina, uma jarra pequena, e uma taça alta.
— Espero que tenha fome. Não está muito saboroso, mas te encherá — Falou com a fluida
forma do sul do continente, com um toque de sotaque que não reconheceu.
Pôs um travesseiro de seda vermelha em seu colo, com o fio do bordado esfregando suas
coxas nuas. Sua ereção murchou uma vez que ela se foi, mas com sua volta se animou de novo à
vida. O aroma escuro, caloroso do guisado flutuou para ele, grosso, entrando por seu nariz, com a
coceira de uma pimenta popular do leste. Recordou que não tinha comido a maior parte do dia
anterior quando tinha sido capturado. Fazia quanto tempo tinha sido isso?
— Quem é?
Sorrindo, ela se ajoelhou em um espaço espaçoso no centro da sala, pondo a bandeja no
tapete de malha fina.
— Terá que comer aqui. Não é fácil limpar os acidentes nos travesseiros.
— Quem é? Por que estou aqui?
— Meu nome é Nialdlye — Acomodou-se facilmente no tapete. Nunca tinha visto ninguém
tão a gosto com sua nudez. Não, isso não era certo. Os raedjour estavam igual de cômodos em sua
pele igual a eram abertamente sexuais, inclusive quando não estavam tratando de sê-lo. Seria um
traço elfos? — Vêem comer, Kinig. Necessitará sua força.
— Eu?
— Sim. Isso, e que não dormiu mais de um dia — Olhou para a outra parede —Usou a
privada?
— Como sabe meu nome?
— Escutei a maioria das histórias a respeito de você — Respondeu ela com paciência.
— Por que me sequestraram?
Ela ficou olhando a jarra que tinha em ambas as mãos, com seu sorriso em sua maioria
esfumando-se.
— Pelo que sabe.
— E o que sei?
Ela negou.

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Jet Mykles
Elfos Escuros 05

— Não haverá mais respostas até que venha aqui e coma.


Poderia ter se ofendido ao ser tratado como um menino, mas escolheu não fazê-lo.
Deixando o travesseiro, cruzou com estupidez e se sentou. Com o travesseiro em seu colo, elevou
a taça de porcelana e uma colher de prata. Ambos os elementos estavam claramente desenhados
por artesãos finos. Inclusive reconheceu o estilo, por isso o fabricante tinha que ter sido humano.
O que estavam fazendo os elfos com adornos humanos? Embora, enquanto movia a colher com
algo do guisado, os raedjour também se rodearam de adornos humanos, quase todos roubados
das caravanas e de viajantes florestais ao longo dos séculos. O estilo dos relevos das paredes a seu
redor pareciam humanos, também. Por que um elfo viveria em uma torre humana de Pedra?
Deserta de uma parte, se o pátio que tinha visto dava alguma indicação. Por que a torre estaria em
meio de uma savana? Tantas perguntas brigavam em sua cabeça que não pôde escolher uma para
perguntar, por isso tratou de compor-se enquanto comia.
Ela estava em silêncio enquanto comia, e o silêncio entre eles era quase sociável. Não podia
deixar de ver o suave balanço de seus seios, muito evidente quando se retirava o cabelo
abundante para voltar a atá-lo em um rabo na nuca de seu pescoço. Seu rosto era muito similar à
forma de um raedjour nato, embora certamente mais feminina. A curva ascendente de seus
exuberantes lábios deu a entender que sorria com frequência. Uma vez que seu cabelo estava
recolhido para trás, sentou-se ao lado de seu quadril, com suas pernas dobradas para um lado
enquanto se apoiava no braço oposto. Ele agradeceu por isso. Sentada com as pernas cruzadas
como estava, sem nada para cobrir seu colo, seu sexo teria estado em exibição, e não acreditava
que o tivesse podido resistir. Muito a seu pesar, seu pênis já estava metendo-se na parte de baixo
do travesseiro em seu colo.
Seus olhos de jade se obscureceram parcialmente, e isso só advertiu que tinha estado
olhando-o. Apressadamente, ele deu outra pequena colherada de guisado e evitou seu olhar.
— O que é que sei?
Ela não pretendeu não entender.
— Sabe a respeito dos elfos escuros.
— Sim. Por isso fui sequestrado?
— Sim.
— Teria estado feliz de falar com você sem fazer isso.
Seus olhos o evitaram, ela negou.
— Não sou eu. É Ale'tone.
— Isso tomo como o homem da selva? O dos olhos vermelhos e a pele branca? Ela assentiu.
— Por que me sequestrar para tomar o que posso dar livremente?
Ela deu um pequeno suspiro.
— Essa é a forma de Ale'tone.
— Planeja me machucar?
— Não sei o que pensa. Mas farei todo o possível por me assegurar que não te machuque.
— Não está com ele?
— Estou, mas não estou a par de todas suas intenções — Deu um olhar casual, sóbria — Sou
tão prisioneira como você.

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Jet Mykles
Elfos Escuros 05

Ele franziu o cenho, duvidando altamente o que dizia, mas optou por deixá-lo ir no
momento.
— Por que quer saber sobre os elfos escuros?
Ela fez um pequeno sorriso e um gesto amplo com sua mão livre.
— Somos elfos.
— Os dois?
— Sim.
Apesar das circunstâncias, possivelmente, desesperada, um estremecimento de emoção
estremeceu a coluna de Kinig, que se rebelava com suspeita.
— De duas raças diferentes?
Ela assentiu.
— Pensei que a maioria dos elfos nunca deixavam sua terra natal — Tinha descoberto um
pouco em ciclos anteriores, sobre tudo que era já era extremamente estranho ver um elfo ou
encontrar-se com ele. Em séculos anteriores, alguns membros de algumas das raças élficas tinha
tratado de fazer contato com as sociedades humanas, mas todos os esforços tinham sido em vão.
— A maioria não o fazem. — A tristeza atravessou seus suaves traços — Provavelmente não,
mas... — Outro suspiro — Cada um somos os últimos de nossa espécie.
Ele piscou.
— Os últimos?
Ela assentiu.
— Houve alguma vez quatro espécies de elfos neste continente. Até onde eu sei, Ale'tone e
eu somos os últimos de todas elas.
— Mas por quê? O que aconteceu?
— Não sei. Ale'tone fugiu e os outros dois desapareceram muito antes de que eu nascesse.
Ale'tone me tirou de meu povo, enquanto os últimos estavam morrendo. Não os lembro.
Ficou boquiaberto, muito distraído por essa informação para remeter-se a suas maneiras.
Ela jogou com o extremo posterior de seu rabo-de-cavalo por um momento antes de dar
uma olhada a seu prato.
— Terminou?
Olhou seu prato, surpreso ao encontrá-lo em sua maioria vazio. Não havia tocado nem o
copo nem a jarra, porque não tinha estado especialmente sedento. Estendeu a mão, e deu a taça
com a colher nela.
Rapidamente, pôs a taça sobre a bandeja, ficou de pé, deixando-o ali.
— Vem.
Ele ficou olhando a bandeja.
— Deixa isso. Virão buscá-la mais tarde. Vem comigo. — Começou a dirigir-se para a porta.
Ficou de pé, sustentando o travesseiro contra sua nudez.
— Poderia me conseguir algo para usar? — Ela se deteve na porta, dando a volta a metade
do caminho para ele — Não o necessita.
— Mas eu gosto de usar algo.
Ela negou, com seu rabo-de-cavalo acariciando suas costas e traseira.

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Elfos Escuros 05

— Sinto muito. Não há nada para te dar.


Ele duvidou.
— Nem sequer uma manta?
— Não é necessária — Ela começou a ir de novo pra a porta — Vem.
— Mas…
— Quanto antes cheguemos, mais cedo Ale'tone poderá responder suas perguntas. —
Detendo-se na porta aberta, olhou-o e não pôde ocultar um sorriso divertido — Pode levar o
travesseiro, se gostar.
Franziu o cenho, querendo ofender-se por seu tom frívolo, mas não pôde. O que sentia era
um calor de seu sangue correndo a sua virilha. Desconcertado, disso, efetivamente, levou o
travesseiro com ele enquanto a seguia através da porta. Nunca a viu tirar algum trinco. Teria
estado realmente fechada quando o tinha tentado antes? Ou, Teria a tornado a fechar quando
havia retornado?
Havia um estreito corredor mais à frente, o que significava que uma sala igual a que
acabavam de deixar estava no outro lado da sala. Em um extremo havia um muro de pedra com
uma janela alta, fina, com uma parte aberta para permitir uma brisa. No outro extremo estava o
princípio de uma escada que descia. As escadas de pedra abraçavam uma parede curva,
desembocando em outra sala como a de cima. Esta era mais escura, sem janelas. Ela o levou
através da sala a outra escada para baixo. Este segundo montão de degraus desembocavam em
uma cozinha limpa, mas deserta. O aroma do guisado que tinha comido enchia ainda o espaço
quente, fechado, derramando-se através da porta aberta a sua direita. Olhou o pátio vazio,
esperando ver um cão, galinhas, um gato, uma cabra. Qualquer sinal de vida. Mas além do bater
das asas de uns quantos passarinhos marrons e cinzas, não havia nada.
— Vem, Kinig. — Ela esperou por ele junto a outro lance de escadas que desciam.
Olhando para trás à porta.
— Pode tentar escapar, mas quanto durará sem roupa? O povoado mais próximo se
encontra a pelo menos três dias para um humano, não há água no caminho, e não há cavalos.
Tinha que acreditar. Não havia nenhuma evidência que dissesse que estava mentindo.
Resignado, cruzou a cozinha para reunir-se com ela. Ela fez uma pausa, com seu olhar sério
enquanto procurava seu rosto.
— Não lute contra ele.
Ele franziu o cenho.
— Sinto muito. Provavelmente não será agradável, mas se não lutar contra ele, não terá uma
razão para te machucar.
Seu cenho se aprofundou e se franziu mais.
Ela negou, passando seus dedos por cima de seu ombro.
— Por favor, não faça que te machuque.
Um murmúrio de prazer profundo em sua virilha fez difícil concentrar-se na gravidade de sua
petição.
— Eu… O tentarei.
Evidentemente, ela soube que era o melhor que podia prometer. Sem outra palavra, seguiu-

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Jet Mykles
Elfos Escuros 05

a para a escuridão só quebrada por um abajur de parede protegida, situada na metade da parede
curvada.
Esperando estar em um porão frio e estéril, fez sentir-se de uma vez aliviado e surpreso ao
encontrar uma sala de trabalho ampla e confortável. A área era circular, como a de em cima da
torre, mas menor. As paredes estavam sem adornos, com duas grandes sela de madeira esculpidas
colocadas em uma mesa pesada a jogo. Enquanto a sala da parte superior da torre carecia de
móveis, esta estava cheio deles, assim como de livros, pergaminhos, e qualquer número de
objetos em estantes e mesas. A primeira vista, parecia casual, mas Kinig concluiu que tudo estava
muito bem ordenado, talvez pressionado pelo espaço.
O homem usava outra túnica volumosa, desta anil escuro em vez de azul, com a cor do
objeto claro à luz de pelo menos uma dúzia de abajures na sala. A túnica não tinha capuz,
deixando ao descoberto o lance reto e brilhante de seu cabelo branco puro, que caía até a metade
do dorso. As pontas claras de suas orelhas eram da mesma cor que seu cabelo, que quase as
disfarçava. A única cor em sua face procedia de seus olhos e um elenco rosado de seus lábios.
Desta vez, seus olhos não brilhavam, por isso não jogavam nenhum brilho avermelhado a suas
altas e cinzeladas bochechas.
Ficou sentado ao entrar. Sua atenção estava na extensão de um mapa detalhado sobre a
mesa, e não mostrou nenhum sinal de que sabia de sua presença enquanto Nialdlye levava Kinig
ao centro da longa sala e a um par de cadeiras colocadas a ambos os lados de um fogão baixo e
aberto. O fogo exposto provia de luz, mas, curiosamente, sem calor adicional ao ar já quente.
Nialdlye se deteve junto a uma das cadeiras, e tirou o que parecia um manto de um gancho da
parede e o colocou sobre o assento. Indicou que ele devia sentar-se.
Para o momento em que Kinig se acomodou, com o travesseiro ainda sustentado em sua
virilha, Ale'tone tinha se levantado e se aproximado deles. Tão estranho, Kinig pensou, estudando
o outro homem. Dos dois, este deveria ser o elfo que despertasse seu sangue. O homem era
cruamente belo, da forma em que ele é um fragmento de gelo ou uma espada finamente polida.
Formoso à vista, mas frio e provavelmente muito perigoso. Sentou-se, acomodando suas roupas
sobre o assento da cadeira sem braços, e finalmente pôs seu vermelho olhar em Kinig.
— Dirá-me tudo o que sabe a respeito dos raedjour.
Kinig piscou. Olhou para onde estava Nialdlye que se sentou em uma cadeira próxima, fora
de sua linha de visão direta. Tinha o cenho franzido a Ale'tone mas, ao ver a atenção de Kinig,
ofereceu-lhe um sorriso alentador. Mas não ofereceu mais. Voltou-se para o outro homem, que
esperava, imóvel como uma estátua.
— Por que estou aqui?
— Para me dizer o que sabe dos raedjour.
— Há algo em particular que você gostaria de saber?
— Tudo — Ele assentiu, com seu cabelo liso branco acariciando os ombros de sua túnica —
Pode começar com suas canções, se te agradar.
Kinig passou a língua por seus lábios, afundando seus dedos no travesseiro em seu colo.
— Meu alaúde está lá em cima.
Ale'tone agitou a mão para Nialdlye, que tinha se levantado.

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Jet Mykles
Elfos Escuros 05

— Não há necessidade — Ela se acomodou de novo — Estou preocupado pelos fatos de suas
canções, não por sua arte.
Kinig franziu o cenho.
— Por quê?
A pedregosa e aborrecida expressão de Ale'tone nunca vacilou.
— Para poder aprender o que sabe sobre os chamados elfos escuros.
— Não precisava me sequestrar para isso.
— Entretanto, está aqui.
A ira borbulhou nele.
— Teria estado feliz de falar com você, se tivesse perguntado.
— Eu estou pedindo isso.
Kinig quis assinalar que a exigência não era um pedido, mas duvidava em ganhar algo.
— Por que me tirou a roupa?
— Não o fiz.
A indicação foi clara, e Kinig olhou Nialdlye com seu olhar evitando-o. Poderia ter sido rubor,
mas o tom de sua pele fazia impossível dizê-lo.
— Onde estão meus amigos?
— Os mercenários o trouxeram para mim e paguei por isso. O mago está morto.
O choque deteve o fôlego de Kinig. Ouviu o suave suspiro triste de Nialdlye.
— Sam está morto?
O tom constante de Ale'tone e sua clara falta de sentimento era inquietante.
— O que aconteceu?
— Isso não é teu assunto.
—Meu amigo está morto, trouxe-me para algum lugar de um nada, e não é meu assunto? —
Ale'tone não se comportava como um ser normal. Poderia ter sido uma estátua se não fosse pelo
fato de que falava, e muito de vez em quando piscava
— Só tem que me dizer tudo o que sabe a respeito dos raedjour. Ouvi dizer que, fora dos
próprios raedjour, tem a maior parte de conhecimento sobre eles. Quero saber tudo o que sabe.
Era estranho. Os humanos estranha vez se referiam aos raedjour por seu nome, preferindo
"elfos escuros". Kinig nem sequer o tinha escrito de suas canções, ajustando-se à demanda
popular. Este homem, este elfo, que usava o termo apropriado parecia sinistro, e não estava
seguro do por que.
Refreando sua ira, sabendo que não serviria, moderou seu tom.
— Por quê?
As pestanas brancas se fecharam lentamente sobre o vermelho ardente antes de levantar-se
lentamente. Os dedos pálidos se entrelaçaram com calma sobre o colo do homem.
— Sou o último de minha espécie — Assentiu em direção de Nialdlye — Como Nialdlye é a
última de sua espécie. Soube, em meu tempo, de duas raças de elfos, as quais se extinguiram. Eu
gostaria de saber mais desta raça de sobreviventes do norte.
Um pedido bastante simples. Um que teria sentado melhor em Kinig se tivessem consultado
antes de ter sido sequestrado.

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— E depois que te diga o que quer saber?


— Isso dependerá do que me diga deles.
Kinig vacilou, tratando de pensar em uma maneira de fazer sua pergunta de maneira
diferente e receber uma resposta de Ale'tone. Estava claro que não tinha o poder de ler mentes.
Os raedjour quase podiam ler seus pensamentos, ou como Rhicard tinha explicado, era realmente
o dom de decifrar as emoções. Os melhores bruxos podiam as ler tão bem, que era quase o
mesmo que ler os pensamentos. Mas se Ale'tone tinha um presente, certamente o teria usado em
vez de ter o pedido a Kinig.
Enquanto estava pensando, sentiu uma dor terrível, uma queimação que se disparou em sua
perna. Uivando, retorceu-se a seu lado, estendendo a perna, seguro de que seu membro estava
em chamas ou pior. Seu primeiro pensamento foi que tinha caído uma brasa do fogo entre eles,
mas não, o fogo que se queimava tão tranquilamente não poderia ter feito isso. Estava
assombrado de não ver nenhuma evidência visível pela dor e esteve quase tão surpreso como
quando de repente se deteve. Olhou a Ale'tone, que não se moveu.
— Se quiser mais dor, por favor, continue se demorando.
Sem opções, de acordo uma vez mais com que sua decisão poderia ser agradável de ganhar
no final, Kinig começou a recitar uma de suas canções.

Poderiam ter passado dias, embora estava seguro de que era só a tarde e talvez algo da
noite. Em algum momento, deu-se conta de que o fogo entre eles nunca tinha consumido mais da
madeira em seu interior. Parecia que tinha estado sentado frente a Ale'tone, recitando e
respondendo suas perguntas para sempre. Primeiro com uma canção, e depois com outra. Sentia-
se estranho recitar as palavras sem música, mas o que outra opção ficava? Além disso, Ale'tone
estranha vez tinha permitido ir através de um verso sem pará-lo para perguntar a respeito da
redação, para perguntar sobre o fundo atrás da escolha.
São essas palavras suas, ou deles?
É isso um fato histórico ou uma recreação fantasiosa?
Que mais sabe dessa história?
Se este Savous for o quinto rhaeja. O que sabe dos quatro primeiros?
Cada pergunta foi feita com o mesmo tom uniforme. Quando hesitava em responder,
Ale'tone perguntava de novo, às vezes reformulando a, às vezes sem fazê-la outra vez.
Frequentemente, antes que Kinig pudesse terminar respondendo uma pergunta, já estava
perguntando outra que parecia ter pouco que ver com a primeira. No momento em que recitou
quatro ou cinco de suas canções, Kinig estava exausto e confuso. Não podia recordar o que tinha
respondido e o que tinha repetido. Não podia dizer se Ale'tone se mostrava satisfeito com a
informação que tinha recebido. Qualquer e todas as perguntas que Kinig tratou de fazer foram
ignoradas.
Sem prévio aviso, Ale'tone se levantou de sua cadeira.
— Suficiente por hoje — Sem olhar, voltou para seu assento na mesa e se inclinou sobre o
mapa — Continuaremos amanhã.
Kinig saltou quando sentiu a mão de Nialdlye sobre seu ombro, seus dedos quentes e

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reconfortantes curiosamente depois do interrogatório exaustivo. Seu sorriso suave.


— Pode ir para cima?
Ele assentiu, ficando de pé. O travesseiro caiu de seu colo, e ele a olhou fixamente,
perguntando-se por que tinha estado ali.
Inclinou-se para recolher o travesseiro, e depois se voltou para a escada. Passaram ao lado
de Ale'tone sem nenhum sinal do homem que soubesse que estavam ali. Kinig tropeçou os três
lances de escadas, guiado pela mão de Nialdlye sobre seu ombro enquanto caminhava atrás dele.
Não conseguia pensar com claridade e mal recordava que estava nu. Certamente, não tinha os
meios para preocupar-se com a modéstia. Quando entraram na sala dos travesseiros no andar
superior e deu um empurrão para o colchão, ele caiu no ninho de bruços.
Meio adormecido já, sentiu seus dedos acariciando suavemente a parte posterior de seu
pescoço e sua coluna.
— Tem fome? — Perguntou em voz baixa Nialdlye.
Kinig só pôde grunhir como resposta, sem poder abrir os olhos.
Ela pôs-se a rir.
— Dorme, então — Murmurou, acariciando-o.
Ele o fez.

Capítulo Nove

No dia seguinte foi mais do mesmo. Despertou outra vez nos braços de Nialdlye, incapaz de
recordar se algo sexual havia acontecido entre eles. Pensou que não, dado seu estado de
esgotamento, mas ela não fez nada para confirmar ou negar qualquer acontecimento. Ela foi
tratar do café da manhã e o deixou sozinho no quarto enquanto comia. Quando acabou, voltou a
levá-lo para baixo à sala de trabalho e outra vez o mesmo procedimento do dia antes. Sentou-se
no quarto escuro, quente, sem janelas diante um homem que poderia ter sido uma estátua de
mármore salvo porque seus olhos e lábios se moviam. Ele duvidou de Kinig da mesma maneira, e
inclusive voltou a repetir as mesmas perguntas.
Desta vez, entretanto, Nialdlye falou quando o ventre de Kinig grunhiu em voz alta. Colocou-
se ao lado dele, com sua mão no respaldo da cadeira.
— Ale’tone, acredito que é suficiente no momento.
— Ah, sim? — Os olhos vermelhos se fixaram nela, mostrando só um toque de cólera. Ou
estava Kinig tão desesperado por ver algum sinal de vida no homem que o estava imaginando?
— Claramente ele tem fome. E está esgotado — Sua mão se moveu do respaldo da cadeira
ao ombro nu de Kinig — Conseguirá muito melhores resultados dele se não o desgastar.
Kinig tinha a clara impressão de que essa era parte do objetivo, mas ficou tranquilo. Não
estava tão cansado como no dia anterior, mas daria as boas-vindas ao descanso.
Pensou que Ale’tone se negaria, mas depois ele desenlaçou seus dedos e se levantou.
— Muito bem — Ale’tone se colocou de costas para eles, retirando-se a sua mesa —

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Continuaremos amanhã.
Kinig ficou de pé.
— Posso fazer uma pergunta? — Nialdlye deu um olhar de advertência, mas não fez caso
dela. A pesar do tratamento arbitrário de Ale’tone, Kinig precisava fazer um interrogatório
próprio. Ale’tone claramente possuía uma imponente profundidade de conhecimento, evidente
não só pelas perguntas que elegia fazer e por como as expressava. Não tinha cotado nada, mas o
recordava com total nitidez tudo o que Kinig disse. E desejava perguntar sobre ele, sua gente, sua
pátria.
Ale’tone se dignou a elevar a sua vista para ele depois de arrumar o seu traje sobre seus
joelhos.
— Uma.
— Quantos anos você tem?
Talvez a sua pergunta intrigara o homem. Por compridos momentos, os olhos vermelhos o
estudaram. Depois, quando esteve seguro de que não responderia, o elfo disse
— Vi oitocentas e três primaveras.
— Você envelhece como os elfos escuros ou vive sua gente mais tempo?
Pálpebras brancas velaram seus olhos vermelhos.
— Bom dia, Kinig — Com serenidade, Ale’tone se girou para estar em frente da mesa e se
inclinou diante um mapa.
Kinig abriu sua boca, mas Nialdlye apertou seu braço para conseguir sua atenção, negando
com sua cabeça quando ele a olhou. Frustrado, ele sustentou sua língua e permitiu que o
conduzisse para cima.
Nialdlye fez uma pausa na cozinha.
— Não gosta das perguntas — Ela se dirigiu ao forno de tijolo que dominava um dos cantos
da cozinha.
— Entendi isso — Ela enganchou uma pequena cesta de cano em seu caminho ao forno, e
depois colocou a mão para tirar dois folhados. Embora não pudesse ver as chamas, podia ver
claramente a iluminação laranja brilhante dela. Tinha que estar quente, mas ela não mostrou
nenhuma dor — Que idade você tem?
Ela sorriu, voltando-se para ele.
— Não estou segura. Poderia pegar isto? — Assinalando a uma jarra alta.
— Não está segura? — Ele a pegou, desfrutando do suave, ligeiro aroma, de madeira do
líquido.
Ela fez gesto para as escadas que subiam, e depois respondeu quando o seguiu.
— Eu era uma menina quando Ale’tone me tomou. Faz mais de cem primaveras.
— Era um bebe?
— Não, uma menina.
— Tem uma idade similar aos raedjour? — O envelhecimento tinha sido uma das perguntas
do dia anterior, com a ideia que Kinig deu a Ale’tone de que os elfos viviam uma media de mil
ciclos.
— Minha conjetura seria que sim, mas não sei. Não estou interessada nestas coisas tanto

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Jet Mykles
Elfos Escuros 05

como Ale’tone.
Refletiu mais à medida que subia pela escada restante, com o pensamento distraindo do
fato de que estava nu e ela também estava nua, e que se dirigiam em essência, a um quarto
bastante mais sensual. Tardiamente, deu-se conta que deveria ter perguntado se poderiam ter
comido na cozinha.
Chegou ao patamar da planta superior e a olhou.
— Sabe algo a respeito de seu povo?
— Algo — Ela abriu a porta, e ele a seguiu ao interior — Não muito.
— Era muito jovem? — Um menino elfo ainda o teria sido por cinquenta ou cem ciclos.
Ela se sentou no tapete do centro do quarto.
— Só tenho vagas lembranças. — Colocando a mão na cesta, utilizou um dos panos que a
cobriam para recolher o que cheirava como um bolo de carne. — Ele não o confirma, mas acredito
que Ale’tone apagou minhas lembranças.
Fascinado, Kinig tomou o bolo.
— Pode fazer isso?
— Pode fazê-lo aos humanos — Ela encolheu os ombros — Poderia ter sido capaz de fazê-lo
comigo. Aproveita-se de minha magia.
Kinig se deu conta que tudo poderia ser um estratagema. Ale’tone e Nialdlye poderiam estar
trabalhando juntos, e seu comportamento humanitário poderia ser fingido para conseguir que ele
se abrisse. Mas tinha dificuldades para não acreditar nela
— Ele se aproveita?
— Sim. Quando eu era jovem, fez-me algo que me impede de usar a maior parte de meus
poderes. É o que me disse, e me ameaçou tomando mais se o desgostava. Ensinou-me a usar o
pouco que fica, mas só especificamente o que acha útil. — Ela enumerou cravando suas unhas
negras — Cura, cozinha, portais, manutenção doméstica… — Interrompeu-se, fazendo uma careta
— Sou pouco mais que uma serva.
Ele desejava perguntar sobre sua relação pessoal. Ela andava nua a seu redor, tinha dormido
em uma cama com Kinig durante duas noites seguidas. Se eles fossem amantes, Ale’tone não tinha
problemas em compartilhá-la. Mas não podia pensar em um modo delicado de perguntar, por isso
ficou a dançar ao redor do tema.
— Não te contou nada de sua gente?
— Alguma coisa. — Ela tomou um gole diretamente da jarra alta que tinha posto na manta
entre eles, depois tomou seu próprio bolo — vivemos nos cânions do deserto de Tohonowee. Ele
diz que não muitos humanos sabiam de nós e que nunca fomos muitos. Nosso Deus era Tohon,
mas nunca o conheci.
—Não, absolutamente?
—Não.
Achou isso impactante. Apesar de que os raedjour tivessem sido separados de sua deusa,
ainda a adoravam e acreditavam que voltaria algum dia. Sua relação com o Rhae era muito mais
íntima que algo que Kinig houvesse sentido alguma vez para o panteão humano. Tinha aprendido
em suas viagens que não só os elfos raedjour, mas também todos os elfos tinham sido criados

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Elfos Escuros 05

pessoalmente por seus deuses, e tinham dado laços diretos à terra onde eles nasceram,
diferentemente dos humanos, que foram criados pela vontade divina, terra e espírito livre.
Portanto, os laços dos elfos e seus deuses eram muito mais diretos. Não podia imaginar o que
seria para o Nialdlye não ter conhecido a seu Deus.
— Sabe o que aconteceu com eles?
Ela mordiscou o bolo, seu olhar verde parecia longínquo. Ou foi sua expressão que fez
pensar isto?
— Tohon nos abandonou. Sem ele, não fomos férteis — Sua voz era plana, como sem
emoção, como sua expressão. Se perguntou se ela realmente não sentia nada, ou se era só uma
fachada — Ale’tone me disse que eu fui a última menina nascida.
Queria perguntar como tinham morrido, mas sua expressão fez pouco disposto. Tomou uns
quantos bocados de seu próprio bolo e esperou em silêncio. A coberta de folhado era rangente ao
redor de um centro pegajoso de rico molho, saborosa, com pequenas partes de carne e verduras.
Encontrou-se pensando que teria que prestar atenção para evitar que o molho quente não
gotejasse por seus braços ou pernas. O tecido que ela colocara envolto do bolo logo ficou coberto
por ele.
— Podem ser um pouco sujos — Comentou com um sorriso, lambendo o molho de seus
próprios dedos.
Ficou imóvel, hipnotizado pela visão de seus dedos longos e elegantes desaparecendo entre
seus suaves lábios cheios. O vermelho de sua pele era tão audaz, tão intenso. Como se fosse sílex,
isto provocou um fogo em seu ventre. Envergonhado, arrancou seu olhar fixo para concentrar-se
em acabar sua comida.
— Vinho? — Ela pegou a jarra e a ofereceu a ele.
O rico centro da massa compensava a casca seca, rangente, mas ele lambeu seus dedos e
pegou a jarra de todos os modos. O vinho aguado era fresco e leve, uma bem-vinda ao gosto mais
intenso do bolo.
— Ainda tem fome? — Perguntou ela quando ele deixou a jarra.
— Não. — Ele limpou os dedos nos pequenos pontos limpos que permaneciam em seu
tecido, tentando concentrar-se nas pequenas coisas e impedir a seu pênis endurecer-se mais do
que já estava. Logo teria que afastar-se dela antes que a maldita aparecesse completamente para
dar-se a conhecer.
— Falas muito bem dos raedjour.
Piscou do inesperado tema. Tinha pensado que já tinha terminado a discussão sobre os
raedjour pelo dia.
— Em geral, são gente maravilhosa — Suas mãos estavam em sua maior parte limpas, e
deixou cair o tecido na cesta que estava entre eles e agarrou um dos travesseiros de tamanho
médio, de onde estava no chão ao alcance de seu braço — Eles me recolheram e me trataram
muito bem — Tentando não ser óbvio, colocou o travesseiro em seu colo e dobrou seus braços
sobre ele.
Se ela tinha notado ou sabido o que fazia o travesseiro, não disse nada. Sua atenção foi à
deriva ao redor de um ponto indeterminável a sua direita.

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— Eles se beneficiaram de sua presença.


— Não estou seguro de que eles estivessem de acordo com isto, mas me alegro de ser de
alguma utilidade para eles.
Sua atenção se concentrou em sua face. Seu estudo absorto era quase como uma carícia
tateante, e se esforçou por não estremecer-se de prazer.
— Não todos?
Brincou com as costuras apertadas da borda do travesseiro.
— Séculos de experiência não deram ao raedjour uma opinião muito alta dos varões
humanos.
— Ah — Ela assentiu com a cabeça — Ale’tone é igual, à exceção de todos os seres humanos.
Não entende como seres inteligentes poderiam conhecer muitas coisas de valor quando têm uma
vida tão curta.
Kinig assentiu com a cabeça. Isso explicava muito.
— Mas encontrou realmente aceitação entre os raedjour.
— OH, sim. A pessoa com a que passei a maior parte de meu tempo era maravilhosa — As
lembranças de Fallil voltaram para sua cabeça, puxando de seu coração mesmo que eles o fizeram
sorrir.
Ela inclinou sua cabeça, pensativa.
— Apaixonou-se.
Surpreso, piscou para ela.
— Perdão?
Ela sorriu, fixando seu tecido vazio na cesta junto à dele.
— Tive contato com muitos seres humanos. Posso sentir quando uma pessoa está
apaixonada — Suspirou com nostalgia— É um sentimento formoso.
— OH — Assim que ela tinha algumas capacidades como os raedjour. Era interessante que
ela pudesse sentir o amor. Poderia sentir outras emoções?
Mas ela seguiu.
— Ele é maravilhoso?
Outra surpresa o distraiu. Ela sabia que amava a um homem?
— Eu…
— Deve ser. É raedjour? Ou julguei mal, e não houve ninguém já que você os deixou?
— OH, não, ele é raedjour — Seu sorriso cresceu à medida que o deixou falar extensamente
de seu amor ausente — Ele é incrível. Uma beleza única entre gente formosa. É um bardo
também. Ajudou-me a compor todas minhas canções sobre sua gente.
Seu sorriso se esquentou.
— Seu amor por ele é evidente. Correspondia?
— Sim.
— Quanto tempo esteve fora?
Ele suspirou.
— Nove ciclos das estações.
— Por que tanto tempo? O raedjour te disse que não voltasse?

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— Não. Eles me teriam deixado ficar, e me asseguraram que seria bem-vindo se voltasse em
qualquer momento. O homem que amo, entretanto, foi o maior partidário de que me fosse para
obter meu sonho — Negou com a cabeça — Desde que vi o primeiro bardo que passou por nossa
cidade quando eu era um menino, isto é o que eu quis ser. Quis viajar pelo mundo e ver coisas que
a pessoa de minha cidade natal nunca poderia esperar ver, depois voltar e descrevê-lo para eles,
com tal detalhe vivo que poderiam pensar que eles, realmente, tinham visto o que eu contava.
— Isso é um maravilhoso sonho — Ela se inclinou sobre sua mão para um lado. Seu
comprido cabelo derramado sobre um ombro e agrupado em seu colo — Acha que conseguiu esse
sonho?
— Sim.
— Então, agora, é hora de retornar?
— Sim — Ele deixou seu olhar vagar, vendo o formoso rosto de Fallil em sua mente — Dei-
me uma década, minha própria data limite. Alcancei quase esse prazo.
— Sente falta dele.
— Muitíssimo.
Seu aroma quente, consolador o envolveu quando ela se aproximou mais, avançando
lentamente devagar ao redor da cesta e da jarra que estavam entre eles.
— Deve ser amor verdadeiro sendo tão forte depois de todo este tempo.
Então, por que desejava na atualidade essa mulher? Ele tinha sido sempre atraído por
homens em suas viagens. Tinha dormido com homens, a pedido do próprio Fallil de que o fizesse
assim, que não o negasse. Mas não tinha desejado tão ferozmente a ninguém desde que tinha
deixado seu amor.
A mão de Nialdlye deslizou por seu braço, e se obrigou a recuar para longe. Sem alterar-se,
ela chegou diante dele e tomou seu pingente com seu indicador e polegar. Aproximou-se ainda
mais para olhá-lo.
— Te deu isto?
— Ah… Sim.
As pontas de seu cabelo faziam cócegas em suas coxas, o aroma quente, terroso fez que
voltasse para o princípio.
— Seu povo — Deslizou-se para trás, agarrando o travesseiro em seu colo enquanto a
observava com receio. As estrelas em seus olhos dançavam, hipnotizando — Há… Há uma atração
sexual natural que seu Deus outorgou?
Ela sorriu, dando uma visão de dentes brancos e brilhantes.
— Sim. Tohon era um Deus da fertilidade. Ele nos criou para o prazer sexual.
— Igual aos raedjour — Gemendo, recuou, incapaz de convencer a seus músculos para
levantar-se e fugir. Em seu lugar, fechou os olhos, tremendo com o esforço de não jogar-se nela —
Foi isso que pensei.
— Devido a que sente algo por mim?
— Sim.
Com valentia, ela deslizou suas mãos de seus joelhos a suas coxas. Se não o tivesse sabido,
teria pensado que acariciava o pênis que estava pressionando contra o travesseiro que ele

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agarrava.
— Eu compartilharia meu corpo de boa vontade com você.
Ele engoliu um gemido.
— Eu… Eu prefiro os homens.
— Mas não é incapaz de estar com uma mulher.
Com outras mulheres, esse tinha sido exatamente o caso. Com esta mulher… Ele recuou de
novo em seu cotovelo, como um coelho apanhado em uma armadilha enquanto um gato selvagem
o espreitava.
Uma mão apoiada no chão junto a seu quadril, ela levou a outra até que golpeou a barba de
vários dias de sua mandíbula. Seus lábios se abatiam diante ele.
— Por favor, Kinig — Ela roçou os lábios com os seus — Por favor. Compartilha comigo o
desejo que sente por seu companheiro. Me use. Pensa nele — Outro beijo — Dirá-me seu nome?
— Fallil — O nome veio facilmente, florescendo de sua alma.
— Sim — Estendendo sua mão sobre seu coração galopante, ela abriu sua boca à sua.
Indefeso, sucumbiu a ela, experimentando o golpe de sua língua sobre seus dentes. Fechando os
olhos, poderia pensar que o beijo vinha de um raedjour. Tinha dormido com outros além de Fallil e
sabia que dominavam os beijos. Nialdlye possuía a mesma magia segura, embriagadora. Mas não
podia confundi-la com Fallil. Não tinha músculos firmes, masculinos que se assentavam sobre ele,
pressionando suas costas no tapete. Não, era uma mulher suave, flexível a que estava sobre ele,
quadris generosamente arredondados que se apoiavam sobre o travesseiro de sua virilha.
Necessitado, com os braços fechados ao redor dela, e suas mãos impaciente por explorar suas
curvas. O contraste de seus duros mamilos e seus seios OH, tão suaves brincavam sobre seu peito.
Sua mão subiu para enredar-se em seu cabelo. Entregou-se ao beijo, ao abraço, reconhecendo que
tinha perdido.
Ao final, teve que retirar a cabeça para trás, precisando respirar. Ela se aproveitou de seu
pescoço arqueado para plantar ali beijos pela sua garganta a baixo. Fascinado, ele deslizou as
palmas de suas mãos sobre suas costas e braços, deixando de lado a pesada seda de seu cabelo,
vendo a luz do sol minguante da janela jogar com o fogo de sua pele cor vermelha.
— Fallil — Sussurrou ela, mordiscando sua mandíbula enquanto ela retirava o travesseiro
que estava entre eles — Ele deve amar seus beijos — Mordiscou seu lábio, passando seus dedos
até que infalivelmente encontraram e beliscaram ambos os mamilos — E o som doce de seus
gemidos.
Ele gemia? Pois sim, o fazia. Fallil, em efeito, sempre tinham encantado os sons que fez e
respirou cada um deles.
Ela agarrou primeiro um e depois outro de seus pulsos e usando uma força surpreendente
puxou-os sobre sua cabeça, os pressionando no chão. Ele fechou seus olhos, tentando recordar
como respirar quando comeu sua boca e esfregou aquele corpo delicioso por toda parte de sua
pele nua. Ela se foi para baixo para provar seu peito, enredando sua língua no cabelo espaçado
que ia para sua virilha. Fez amor com a língua em seu umbigo, brincou com os cabelos em suas
coxas. Juntando seus joelhos se meteu entre suas coxas separadas, massageando-os enquanto o
contemplava seu pênis. Tinha que olhar. O brilho de alegria em seus olhos fez que seu ventre se

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contraísse e seu pênis saltasse.


Sorrindo, ela sacudiu a riqueza de seu cabelo vermelho escuro para as suas costas e
envolveu uma mão ansiosa ao redor de sua ereção. Um apertão firme trouxe não só um gemido
dele, mas também uma saída copiosa de líquido pré-seminal da ponta. Ele suspirou de
agradecimento enquanto ela desfrutava com isso, e o fez sentir-se como um convite decadente.
Agarrou-se ao tapete, enquanto os seus olhos se fecharam, quando o calor erótico puro de
sua boca se envolveu de seu pênis. Gemendo, jogou seu braço sobre sua face, enterrando o nariz
na curva de seu cotovelo enquanto o torturava com o veludo molhado de sua língua. Levou-o
quase até chegar ao clímax antes de deter-se. Abriu seus olhos nublados para vê-la subir seu corpo
até que se sentou escarranchada sobre seus quadris. Era a perfeição feminina em pele granada.
Seio com mamilos de ponta alcançaram um máximo que fez parecer com cerejas negras,
amadurecidas. O pendente suave de sua cintura estalava em curvas voluptuosas de seus quadris e
coxas, emoldurando o triângulo sem cabelo de seu sexo.
Inclinou-se para frente e cobriu seus olhos com uma mão.
— Fecha os olhos. — Sua pele estava quente, pressionada contra o exterior de seus quadris,
seu doce fôlego flutuava por cima de sua testa — Pensa nele. Faça amor com ele. Me deixe sentir
seu amor. Por favor.
Não podia esquecer que era ela, mas suas palavras trouxeram a imagem de Fallil à
vanguarda de sua mente. Alegres olhos de prata, lábios deliciosos, magníficos. Podia ouvir o
assobio do cabelo suave, pesado que caía como uma cortina, e era fácil imaginá-lo branco como a
neve. Uma mão agarrou seu pênis, e uma entrada quente se pressionou contra sua ponta, e não
pôde por menos que recordar Fallil enquanto se colocava sobre seus quadris. Quando o calor
apertado, quente começava a descer sobre seu pênis, a umidade esplêndida que facilitava o
caminho, o nome de seu amor saindo por seus lábios, seus quadris empurrando até trazer para
seu pênis a casa. Levou seus braços abaixo para poder afundar os dedos ansiosos nos quadris de
seu amante, ajudando a seu corpo quente, disposto por cima dele a subir e baixar. Não podia
durar muito, e o disse. O ritmo se acelerou, correndo ao longo dele. Sem palavras, ecoou em seus
gemidos, e umas mãos fortes se apoderaram de seus joelhos, apoiando assim os quadris que
podiam balançar-se furiosamente, forçando ao bordo do abismo. Empurrando-o sobre ele. Com
um grito de prazer agonizante, afundou-se no corpo por cima dele, e seu próprio corpo tinha
espasmos incontroláveis. A liberação não se parecia com nada que houvesse sentido desde que o
raedjour. Desde que toque de Fallil. Seu coração explodiu, o amor esquentou seu sangue e
prolongou seu orgasmo.
— Fallil — Sussurrou enquanto se acalmava.
— Sim — Confuso por sua voz entusiasmada, abriu seus olhos. Nialdlye estava ainda
equilibrada por cima dele, arqueada para trás, os seios assinalando ao teto, a cabeça volta de
modo que seu cabelo cobria suas mãos enquanto se agarrava a seus joelhos. — Sim! — Seu corpo
se convulsionou e apertou seu pênis, ainda sepultado profundamente dentro dela, e se deu conta
que ia gozar. Aturdido, deixou que seu olhar fosse à deriva na união de seus corpos. Ela se
retorceu e, com um último grito, terminou seu clímax. Podia ver as pétalas empapadas de seu
sexo na perfeição, pulsando, vazios. Ele estava sepultado em seu traseiro. Não tinha conhecido

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mulheres que pudessem ter seu orgasmo ao ser penetradas por ali, mas não se podiam negar os
tremores em que pese a sua experiência.
Com um miado satisfeito, incorporou-se. Abriu os olhos de jade, com manchas de estrelas
dentro dançando enquanto sorria.
— Ama-o profundamente — Ela balançou seus quadris, desalojando seu pênis abrandado de
seu corpo — É uma sensação maravilhosa.
Só podia piscar nela, a letargia doce de depois do sexo rodava sobre os dois.
— O que...?
— Shhh — Calou-o com um beijo com língua, um que só pôde receber, porque não tinha
forças para corresponder — Dorme agora. Falaremos mais tarde.
— Mas…
A palma de sua mão se fechou sobre seus olhos, e o sono se precipitou sobre ele, quase tão
rápido como a escuridão.
— Dorme.

Capítulo Dez

Dois dias mais tarde.

Kinig lançou um grito, derramando sua semente profundamente no corpo complacente de


Nialdlye com três últimos impulsos desiguais. Esgotado, caiu de bruços, ofegando com os braços
rígidos apanhando-a, justo antes que paralisasse sobre suas costas.
De joelhos diante ele, Nialdlye suspirou feliz quando alcançou para retirar a um lado o
cabelo vermelho escuro que ocultava sua face. Torcendo seu pescoço, sorriu abertamente pra ele,
rindo entre dentes suavemente.
Ele a olhava fixamente, tentando recuperar o fôlego. Sua pele-vermelha brilhava com aquele
“não do todo suor” que ajudava muito bem à lubrificação sexual. Isto, ao menos, compartilhava
com raedjour. Poderiam Tohon e Rhae ter compartilhado segredos quando criaram suas raças? Ou
era simplesmente um traço natural daqueles criados por deuses de fertilidade? Seu próprio suor
empapou as raízes de seu cabelo e gotejou por ela a baixo por suas costas. Seu sangue cantava, e
doíam seus músculos da tensão de um sexo realmente bom, e ativo.
Pouco a pouco, voltou a prudência, em substituição da necessidade cega, furiosa que o tinha
cheio e tinha exigido que a fodesse. Não, não é que ela tivesse estado pouco disposta. Justamente
o contrário. Depois de despertar para encontrar seus lábios molhados reluzentes sugando seu
pênis, suspeitou que ela era com muito a instigadora do que acabavam de compartilhar.
— Lançou um feitiço sobre mim?
Um pouco de prazer desapareceu de sua face. Suspirando, ela fechou seus olhos e se
colocou mais profundo nos travesseiros.
— Não de tudo.

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Com um grunhido, empurrou-se para trás até ficar de joelhos, um pouco surpreso ao
encontrar seu pênis com meia ereção ainda parcialmente dentro de seu traseiro. Seu traseiro.
Outra vez. E tinha sido ideia sua também. Recordou seus dedos longos rodeando seu eixo,
dirigindo-o onde ela o desejava, sua vara que se deslizava facilmente nela.
— Não sei o que quer dizer com “não de tudo”? — Ele afastou seus quadris para libertar-se,
surpreso por quão resistente estava para fazer isto. É só a consequência do bom sexo. Com uma
mulher. Ainda não era um fato com o que estivesse completamente cômodo.
— Não é que eu te enfeiticei. É simplesmente pelo que sou — Abraçou o travesseiro de
baixo dela, olhando quando ele rodou longe para sentar-se a seu lado. Ela estirou suas pernas,
deixando seus quadris mais abaixo na cama — Os humanos me acha irresistível.
Ele se pôs a rir, dobrando um travesseiro grande debaixo de sua cabeça e ombros.
— É muito confusa para mim. Nunca achei uma mulher atraente.
— Nem sequer entre os raedjour?
— A maioria das mulheres que conheci estavam em uma união verdadeira. Atraentes, sem
dúvida, mas não como você. Com você, não posso me deter.
Ela ronronou feliz, alcançando para acariciar sua coxa.
— Não me importa.
Seu sorriso morreu quando encontrou seu olhar.
— Ama Ale’tone?
Ela franziu o cenho.
— Não.
— Não são amantes?
— Não.
— Não?
— Não — Com um suspiro, ficou de lado, empurrando seu cabelo para trás, expondo a glória
nua de seus seios e seus ardentes quadris — Apesar do que sinto por ele, tentei muitas vezes
seduzi-lo, quando cheguei pela primeira vez à idade adequada, mas é virtualmente assexuado. Me
disse que seu Deus criou a sua gente assim. Eles só são férteis uma vez em suas vidas e só poderia
sê-lo com outro como ele. Inclusive se essa relação teria que ser cultivada durante mais de uma
década e abençoada pelo mesmo Alain.
— Bom Deus.
— Sim. Diz que nunca houve mais de uma centena deles de uma vez, e esse foi um número
alto.
— E sua gente?
Seu sorriso voltou.
— Ele diz que minha gente podia foder com alguém ou com tudo, e poderia ser fértil com
qualquer deles. Diz que isto foi o que nos enfraqueceu e fez que Tohon nos renunciasse.
Ele piscou.
— Fértil com tudo?
— Até onde eu sei.
— Isso significa…?

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— Sim.
— Com animais?!
— Me disse que há uns animais estranhos que se produziram por causa de meu povo — Ela
riu — Não sei o que aconteceu, entretanto. Ale’tone afirma que a maior parte dos descendentes
mais estranhos eram estéreis.
A imaginação ativa de Kinig cambaleou com aquele pouco de informação, mas seus
pensamentos se estabeleceram em algo mais pessoal.
— É por isso pelo que…? Tem medo a ficar grávida? É por este motivo pelo que me deixou…?
— Foder meu traseiro? Não. Pensei que é o que você gostaria. Não tenho um pênis que te
oferecer — Quando se limitou a olhá-la em estado de choque, ela riu de novo, alcançando para
acariciar seu joelho — Sou capaz de desfrutar do sexo de muitas maneiras, de muitas formas
diferentes, Kinig. Estou absolutamente feliz com o que temos feito.
Depois de viver entre humanos durante tanto tempo, acostumado a que as mulheres o
confundissem e, frequentemente, sentissem repugnância sobre sua preferência sexual, foi tão
surpreendentemente reconfortante estar com alguém com uma perspectiva tão próxima a do
raedjour.
À medida que seus pensamentos se misturaram, ela se aconchegou o suficientemente perto
para pressionar um beijo a um lado de sua caixa torácica.
— Minha gente necessita do sexo, Kinig — Seu fôlego sobre sua pele acalorada era tão suave
como sua voz — Sinto-me doente se não o tiver. Ale’tone diz que eu morreria se não tivesse sexo
em muito tempo — Ela se aproximou ainda mais perto, deslizando seu braço através de seus
quadris — Sinto muito se pensar que me aproveito de você.
Ele encontrou sua mão penteando através de seu cabelo, deslizando-se pelo calor suave de
suas costas.
— Não, eu… — Engoliu seco, consciente de que a faísca no profundo de seu ventre tremia de
novo — É esta outra razão pela que estou aqui?
— Sim.
— Você provavelmente não pode ir onde há grande quantidade de seres humanos ao redor.
Ela se pôs a rir.
— Não por muito tempo. Tentamos uma vez. Houve algum distúrbio.
Sorriu, acreditando.
— Estaria bem com os raedjour.
— Pensa de verdade isso?
— Sem dúvida. Inclusive poderiam ser capazes de te satisfazer — Riu entre dentes, muito
consciente de que apesar de que poderia ter desfrutado de suas relações sexuais com ele, ela não
tinha estado completamente saciada. Ficou sério, olhando para ela. Com a cabeça recostada a seu
lado, só podia ver seu perfil e o olhar pensativo em seu formoso rosto — Acha que ele te levará
até eles?
Ela ainda continuava calada tanto tempo, por isso se perguntou se tinha ouvido. Depois
suspirou.
— Não sei. Não conheço seus planos.

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Entretanto, era evidente a intenção de Ale’tone de aprender mais dos raedjour. Claramente
tinha alguma intenção.
Sentaram-se um momento, compartilhando um silêncio cômodo. A pesar do deserto de fora,
a temperatura do quarto era suave. Um feitiço dela, o havia dito. A cama era cômoda, a mulher a
seu lado suave, firme e deliciosamente fragrante. Logo daria de comer e o levaria ao Ale’tone mas
até então, refletiu sobre o que tinha aprendido.
— Nialdlye?
Ela desenhava modelos ociosos com o passar do pelo que descia por seu ventre para sua
virilha.
— Sim?
— Traz frequentemente humanos aqui?
— O que considera “frequentemente”?
— Mencionou que necessita o sexo. Sempre tem um amante aqui? — Se fosse assim, onde
estava o homem anterior?
— Não — Ela rodou longe, em suas costas. Seus estranhos olhos, estrelados se fixaram nos
tecidos que obscureciam o teto por cima deles — Já passou mais de uma lua sem algum, mas me
sinto muito melhor se tiver sexo mais frequentemente.
— Como os encontra normalmente?
— Ale’tone tem seres humanos trabalhando para ele. — Deu uma olhada — Os mercenários
com os que viajava eram dois deles. — Sua atenção voltou para o teto — O sexo comigo às vezes é
parte de seu pagamento. Outras vezes, eles trazem alguém para mim a pedido de Ale’tone. Diz-me
que gosta mais quando estou “ocupada” — O escárnio gotejava de seus lábios.
— Este que ele te traz vêm aqui?
Assentiu com a cabeça.
— O que acontece quando você tem feito…? O que acontece a eles?
— Ale’tone os liberta depois de advertir que permaneçam em silêncio.
— Só uma advertência?
— Não muito mais é necessário. Os que decidem falar nunca podem nos encontrar de novo.
— Você os traz por… Como se chama o lugar pelo que me trouxe?
— O vazio. Ale’tone e eu podemos fazer portais no vazio e viajar através deles. Estava quase
emocionado quando foi capaz de me ensinar como fazê-lo. Ele só, não pode fazer mais que um
portal, que só permitiria entrar e voltar a sair pelo mesmo caminho. Com duas pessoas, eu posso
fazer o portal de entrada e sustentá-lo enquanto ele faz um portal a outro lugar.
Kinig franziu o cenho.
— O que é o vazio?
— Um reino entre os reino, embora Ale’tone não gosta quando eu o chamo “um reino” em si
mesmo. É o lugar onde os deuses estavam acostumados a visitar quando deixaram a terra pela
primeira vez. Acaso os raedjour não têm portais no vazio para estar em comunicação com sua
Deusa?
A compreensão despertou.
— Sim. Chamam-nos vertesse.

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Elfos Escuros 05

— Soa similar a vitol, que é como os chama Ale’tone. — Ela encolheu os ombros — Eu só os
chamo portais.
Voltou-se de lado para estar de frente a ela, a cabeça apoiada em seu braço.
— Até que distância pode Ale’tone e você viajar?
— Ale’tone faz a viagem. Passo muito tempo, aborrecida no vazio, tentando não perder o
juízo — Sentou-se e começou a pentear com os dedos os enredos de seu cabelo — Quanto à
distância, riscou um mapa da maior parte do centro e leste do continente. Poderia ter chegado a
partes do oeste já.
— Não entendo.
— A viagem entre portais toma questão de minutos, mas através deles se pode viajar
distâncias longínquas. A chave está em que só pode abrir um portal onde já houve um e o marca.
— E já esteve na maior parte do continente?
— Grande parte dele. Esteve trabalhando ir para o istmo, mas não planejou alcançá-lo
durante temporadas.
— E o continente do norte?
Ela com muito cuidado manteve sua atenção em seu cabelo que caiu em seu colo —
Suspeito que é onde irá a próxima vez.
O continente do norte. O raedjour. Isto trouxe para Kinig de novo à pergunta do que queria
Ale’tone com os elfos escuros. Não estava seguro de porque sentia que Ale’tone era uma ameaça.
Não era mais que um só homem, depois de tudo. O que podia fazer aos raedjour, com vários
feiticeiros em suas filas? Certamente Savous era tão poderoso como este homem, e Nalfien, o
mais velho dos elfos que Kinig conhecia, teria emparelhado sua idade.
Mas como não tinha uma resposta a essa pergunta, sua mente vagou de novo ao tema
anterior.
— Então, Ale’tone devolve seus amantes?
— Sim.
— Quanto os mantém você? — Não podia sacudir a ideia de que estava falando de animais
domésticos e não de seres humanos.
— Isso depende. Às vezes uns dias, às vezes umas poucas luas.
— Mencionou que poderia ser fértil com tudo.
Ficou imóvel, olhando o sedoso cabelo de suas mãos.
— Sim.
Ele se debateu perguntar, mas decidiu que já tinha aberto a porta.
— Chegou a ficar grávida de qualquer de seus amantes?
— Sim.
— O que aconteceu com os bebês?
— Não houve nenhum bebê. Com o tempo, Ale’tone me ensinou conjuros que poderia
utilizar para diminuir as possibilidades de fertilidade. Funcionam bem. Antes disso… — Sua pausa
era densa com a amargura salpicada através de sua face —… Ele os matou.
— Aos bebês?
— As gravidezes. Abortava-os. Eu nunca… — Suas palavras não saíram.

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Elfos Escuros 05

Ficou boquiaberto.
— Quanto tempo esteve acontecendo isto?
Ela respirou fundo e soltou o ar devagar.
— Há sessenta ciclos. Tenho idade suficiente.
Obrigado, aproximou-se para tomar seu pulso magro.
— Nialdlye, sinto muito.
Assentiu com a cabeça sem expressão, alguém que tinha sepultado uma dor e se converteu
em muito boa para fazer como se ignorasse sua existência. Repentinamente, ela se escapuliu para
o final da cama.
— Conseguirei o café da manhã. — Estando de pé, manteve-se de costas pra ele — Deveria
se assear.
Ele se sentou, fazendo caretas em suas costas enquanto se afastava. Queria consolá-la, mas
não sabia como. Queria matar Ale’tone pelo que tinha feito a Nialdlye, mas sabia que era
impossível. Frustrado, zangado, Kinig golpeou alguns dos travesseiros uma vez que ela deixou a
sala, prometendo a si mesmo manter-se vivo e encontrar uma forma para sair desta situação.

Capítulo Onze

— Não te interessa o Kinig?


Ale’tone a olhava constantemente.
— Por que me interessaria o bardo?
— Para deixar ir.
— Está cansada dele?
— Não. Mas é hora de deixá-lo partir. — Kinig tinha estado com eles do final da primavera e
a maior parte do verão.
Ale’tone a alcançou até retirar seu cabelo em um acréscimo no pescoço.
— Não tenho intenção de deixá-lo em liberdade.
Não gostava que não houvesse uma elucidação de “hoje” ou inclusive “ainda” ao final da
frase. Embora Ale’tone não sempre era claro com todos os detalhes de seus planos, nunca, desde
que o conhecia, mentiu. Preferia a brutal honestidade, sobre tudo se doía.
— O deixaremos aqui?
— Estaremos de volta em menos de um dia. — Inclinou-se sobre o mapa que estendeu em
sua mesa favorita, remontando o silvestre ocidental da cordilheira Coden — Deixará comida e
água para ele, e porei um feitiço que o mantenha encerrado em suas habitações.
Ela ficou olhando o mapa sem vê-lo. Sabia aonde ia e se preocupava um pouco pela rota
exata que tomaria. Ela não estaria fazendo nenhuma viagem.
— Não tem que pôr um feitiço. Aonde iria?
Não respondeu, o que significava que ia fazer o que quisesse, apesar de suas objeções.
A longa prática permitiu engolir sua irritação.

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Elfos Escuros 05

— Quando quer começar?


— Logo que você possa preparar seu mascote. Quero estar a caminho pouco depois do
amanhecer.
Assentindo com a cabeça, voltou-se para a escada. Referia-se ao amanhecer no que sairia o
portal, já que o amanhecer havia passado sobre a torre. Sentindo-se sensível, preparou duas
refeições para Kinig, uma para agora e outra que se conservaria para mais tarde. Colocou uma
garrafa de vinho leve e uma garrafa de hidromel na cesta com a segunda comida, então levou tudo
isto em uma bandeja até o quarto da torre. Com um pensamento abriu a porta, e esta se deslizou
até abrir de tudo, permitindo passar com as mãos cheias.
Kinig estava na cama onde o tinha deixado depois da convocatória cortante de Ale’tone.
Olhou a cesta quando se deslocou para sentar-se com ela no chão no meio do quarto.
— Para mais tarde — Explicou, pondo a cesta a um lado, antes de que tirasse o vinho.
— Mais tarde?
Assentiu com a cabeça.
— Não haverá interrogatório de Ale’tone hoje.
Não podia ocultar o alívio, mas foi rapidamente seguido pela suspeitas.
— Por que não?
— Iremos sem você durante um dia. Deveríamos estar de volta muito antes do amanhecer
de amanhã — Ela esperou.
— Vai viajar pelo vazio?
— Ele o deseja.
— Disse onde?
Encolheu os ombros, trabalhando em excesso em verter o vinho.
— A noroeste das Montanhas Coden. — Fez gestos à cesta — Pus bolos, pão, e carnes frias.
Há um feitiço na cesta que os manterá frescos. Pensa que necessitará mais? Terá suficiente vinho
e hidromel?
—Acabou de me interrogar?
— Não sei — Ale’tone tinha conseguido encher quase cada dia por várias luas anteriores
com o interrogatório de Kinig. Ela não acreditava que houvesse um só pensamento na cabeça do
bardo ou qualquer acontecimento escuro em sua memória ao qual Ale’tone não fosse consciente
dele agora.
— Mas ele me interrogou cada dia desde que estou aqui.
Como se ela não fosse consciente desse fato.
— Não há muito mais que possa dizer. Por que não deixa que vá?
Ela ficou de pé e foi para a janela.
— Vai enfeitiçar este quarto para que permaneça cá dentro. Acredito que deveria ser capaz
de manter abertas as janelas.
— Nialdlye, por que não me deixa ir?
— Imagino que ainda tem planos para você.
— Quais?
— Não sei.

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Elfos Escuros 05

— Planeja me deixar ir alguma vez?


Ela contemplou o deserto de matagais além da janela da torre, notando a neblina púrpura
das montanhas na distância.
— Não sei.
— Perguntou?
— Sim.
— Quero vê-lo.
Ela deu a volta para olhar Kinig de pé.
— Não.
— Sim.
— Não. Não servirá de nada.
— Quero saber o que planejou.
— O que te faz pensar que vai dizer isso. Não pude conseguir que ele me conte nada, e o
conheço durante mais de quatro vezes sua vida.
Caminhou para ele, deslizando suas mãos por seus braços para as apoiar em seus ombros.
— Por favor Kinig. Estou fazendo o que posso. Sei que é frustrante.
— Vai me matar. Logo que consiga o que seja que necessite, ele me vai matar. Não é assim?
Obrigou-se a olhar aqueles assustados e furiosos olhos azuis.
— Não sei. Só posso te dizer que farei tudo o que esteja em meu poder para deixar que isso
não aconteça.
— Por outro lado, há coisas piores que a morte.
Ela piscou, surpreendida.
— Quais?
Franziu o cenho.
— Cheguei a cuidar de você, Nialdlye, mas não desfrutarei de passar o resto de minha vida
como seu mascote sexual.
Ela deixou cair suas mãos.
— Eu não te faria isso.
— Ele sim.
Ela se afastou. Sim, faria-o. O que Kinig não sabia era o que havia antes. Com resultados
tristes. Seus “mascotes” não desfrutavam de uma vida útil longa. Ao final, o sexo constante os
gastava fisicamente, enquanto a luxúria continuava crescendo. Em algum momento, os dois se
faziam imensamente dessincronizados e o corpo se apagava enquanto que a mente só podia
pensar em sexo. Era doloroso, e ela se negou a fazê-lo outra vez, mas Ale’tone tinha mantido com
eles Kinig mais tempo que a qualquer outro humano, além dos que tinham morrido a seu cuidado.
Um ciclo completo de estações era tudo o que necessitaria antes que tudo isto o matasse.
— Não permitirei que isso aconteça.
— Como vai negar?
A porta se abriu diante dela.
— Já me ocorrerá algo.
Ouviu aproximar-se rapidamente por trás.

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Elfos Escuros 05

— Nialdlye.
Um pensamento complexo e uma pequena onda de magia dela e deteve seu impetuoso
avanço, congelando-o em seu lugar. Olhou-o por cima do ombro enquanto seguia para a porta.
— Vou fazer tudo o que possa.
— Nialdlye!
Passou ao corredor, deixando cair seu feitiço sobre ele enquanto a porta se fechava atrás
dela.
— Nialdlye! — O fecho da porta estralou quando ele puxou, só para encontrar-se preso.
Deixou-o gritando seu nome, escolhendo tratar com seu aborrecimento quando voltasse.
Descontente com ela, começou a trançar seu cabelo enquanto descia os três lances de
escadas até a oficina de Ale’tone. Uma vez que ele tinha começado a contratar a seres humanos,
tinha-os utilizado amplamente para construir uma biblioteca. Esta sala era simplesmente uma
parte dela, contendo os cilindros e artefatos que ele julgava mais importantes. A câmara do andar
superior através do corredor da sua estava cheia a arrebentar de pergaminhos e livros. Tinha
tratado de tentar ler em mais de uma ocasião, mas nunca tinha desenvolvido um interesse.
Preferia ouvir as notícias através da linguagem oral.
Ouvindo-a, Ale’tone se levantou de sua mesa. Sem dizer uma palavra, tirou a bata e a
pendurou sobre sua cadeira. Não era a primeira vez, Nialdlye notou as linhas silenciosas que
definiam os músculos de seu amplo peito, admirando a suavidade de seu ventre plano, branco,
que acabava em quadris estreitos. Kinig havia dito que os raedjour, em conjunto, eram mais
musculosos que Ale’tone, embora havia variações. Não duvidava em que eles fossem espécimes
de dignidade de primeira, por ter sido criados por uma deusa para seu prazer sexual. Nialdlye
estremeceu ante o prazer desse mesmo pensamento, mesmo que admirava as suaves costas de
Ale’tone quando deu a volta para recolher uma túnica marrom que cobria o respaldo de outra
cadeira. Ale’tone era certamente muito mais formoso para olhar que qualquer varão humano que
ela tivesse encontrado, até se ele não tivesse o magnífico tom muscular de alguns homens.
Lamentável que fosse assexuado, ou o fosse, ao menos, para qualquer exceto para seu “outro”.
Ale’tone colocou a túnica e a fixou com o cinturão. Exceto o cabelo de cor branca pura e a
pele, poderia ter sido um viajante comum. Vestiu-se para viajar, não para disfarçar-se. O terreno
que cobriria era muito isolado, e não estava claro que encontrasse qualquer tráfico a pé.
— Está seguro seu mascote?
Ela se arrepiou, mas não se incomodou em corrigir enquanto terminava sua trança e a atava
com uma tira de couro magro que tinha tido em seu pulso.
— Sim.
— Está segura?
— Sim — Vendo recolher uma capa e as bolsas de viagem, arriscou-se — Quero saber que
tem preparado para ele.
— Não é teu assunto.
— É minha preocupação. Já te disse que não quero ver outro homem consumir-se comigo
outra vez.
— Não se preocupe por isso. Irá muito antes disso.

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Elfos Escuros 05

Um calafrio correu por sua coluna vertebral.


— Está pensando em libertá-lo no continente do norte? Aí é onde se dirige, não? —
Conseguiu chamar sua atenção. Ele a olhou fixamente.
— Não suponha que sabe os motivos que há por trás de minhas ações, Nialdlye. Só tem que
me obedecer.
— Só me diga o que pensa fazer com ele.
— E assim, pode tentar raciocinar comigo?
— Talvez.
— Não. Não tem nada que dizer a respeito, de todos os modos.
Sua fúria flamejou, uma panela fervendo a ponto de explodir por debaixo da tampa.
— Ale’tone!
Ele se girou para ficar de frente, com os olhos chamejantes vermelhos. Imediatamente, o
peso de seu poder a sufocou. Sua presença a cobriu como uma grosa rede sobre um pescado. Por
instinto lutou, mas não importava como ela corresse, como se movesse, não podia evitar. Desta
vez, exerceu só um pouco mais de pressão, apertando as redes e então pôde sentir a mordida dele
e teve que reconhecer o grau de suas capacidades limitadas. Obrigou-se a deixar de lutar, e
gradualmente as redes se soltaram, à barreira com a que ela estava tão familiarizada, e que já mal
sentia. Quando isto diminuiu, o brilho de seus olhos também o fez.
— Seria lamentável se o bardo saísse ferido devido a sua teima, não é assim, Nialdlye?
Uma calma amarga se apoderou dela.
— Assim que isto é tudo.
— Um bardo sem dedos que funcionem ou com uma garganta danificada poderia deixá-lo
abatido.
Respirou fundo, evitando seu olhar.
— Terminamos com isto? — Perguntou com frieza.
Não! Havia muitas, muitas coisas que dizer, começando pelo fato de que ela pensava que era
mau e que lamentava que ele não a tivesse matado, mas sim a tivesse tomado como parte de sua
família. Quis dizer que se apodrecesse em qualquer inferno Alain reservados para seu povo, para
que ela pudesse ser livre e ter uma vida própria. Queria exigir que a liberasse. Sabendo que isto
era inútil, ao menos ela queria libertar Kinig e não arruinar outra vida. Mas não podia. E sabia.
— Sim.
Seus olhos vermelhos se cravaram nela por um momento.
— Então vamos seguir nosso caminho. — Cruzou para um canto do quarto e ao espaço da
parede vazia ali.
Silenciosamente, ela tomou seu lugar a seu lado. Seus olhos brilharam um momento, e ela
sentiu sua onda mágica pela torre, pondo seu feitiço de jaula no Kinig.
Tristemente, reprimiu um suspiro, uma pequena parte de sua esperança tinha esperado que
ele se esquecesse. Embora não tinha nem ideia do que Kinig pudesse obter se tivesse a liberdade
de sair da torre e ir mais à frente.
Uma vez que Ale’tone o fez, olhou-a e assentiu com a cabeça.
Ambos se voltaram para fazer frente à parede vazia.

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Elfos Escuros 05

Com soltura, Nialdlye girou seu enfoque para dentro para encontrar o acesso a outro reino
dentro dela. Sua visão foi confusa, e sabia que as manchas brancas dentro de seus olhos se
formariam redemoinhos como loucas sobre o agora verde brilhante. Um calafrio estremeceu
algum lugar atrás de seu coração, ecoando dentro de seu crânio para o ápice de seu pescoço.
Quando ambos os formigamentos harmonizaram, enviou um pulso para a parede. A parede
desapareceu, a malha do campo se derreteu como a cera ao lado de uma chama. O vazio se abriu
e se ampliou, obedecendo sua vontade, criando uma abertura o suficientemente grande para que
primeiro ela e depois Ale’tone caminhassem a través dela.
O vazio. Isto é o que Ale’tone chamava à escuridão do mais à frente. Afirmava que isto era
um caminho, por falta de um melhor termo, entre a terra e o lugar dos deuses. A partir daqui,
podia-se alcançar qualquer ponto de qualquer reino conhecido. A pessoa só necessitava o
conhecimento prévio e o talento para criar a abertura. Os dois ficaram em algo que se parecia com
a terra, embora o negro de baixo deles fosse indistinguível do negrume que os rodeava. Ale’tone
disse que não estava ali, que o “chão” era uma construção da mente, algo que permitia funcionar
dentro de um lugar que não existia. Certamente, não era necessário para Nialdlye, que
frequentemente só se deixava à deriva sem solidez imaginando por debaixo qualquer parte de seu
corpo. Ela o via perfeitamente, mas não era como se houvesse qualquer tipo de luz. Faz muito
tempo, deu-se conta que não havia sombras. Perguntou uma vez se ela o via realmente e se o
poderia tocar fisicamente, ou também era outra imaginação de sua mente. Ale’tone só podia
teorizar que eles estavam fisicamente presente, mas confessou que não estava absolutamente
seguro. Isto, em si mesmo, desalentava-a. Ale’tone tinha ensinado tudo o que ela sabia do vazio e
dos portais. Era inquietante, e algo emocionante saber que ainda existiam coisas das que ainda ele
não sabia nada.
Uma vez que se colocou, estendeu sua mão diante dele. O gesto não era necessário, mas
tendia a usar o movimento para centrar seu feitiço para abrir um portal. Isto, sabia, era algo que
só ele e ela sabiam. Ao menos conforme sabia Ale’tone. Na história de seu povo, muitos tinham
aprendido a abrir portais no vazio, sobre tudo para estar em contato com o Alain. Mas Ale’tone
afirmava que nenhum da gente de Nialdlye tinha aprendido o talento. Eles tinham usado
simplesmente as aberturas permanentes que tinham sido criadas para eles alguma vez, faz muito
tempo. Certamente, ninguém tinha aprendido ou pensado que se podia criar um segundo portal
no vazio a outro ponto. Não sabia exatamente como Ale’tone marcava os pontos, mas sabia que
ele agora tinha um número deles dentro as zonas orientais e meridionais do continente. O único
momento em que Nialdlye havia visto certo entusiasmo no rosto de Ale’tone foi o dia em que
tinham conseguido controlar com êxito duas portas. Necessitaram-se quase quarenta ciclos depois
de que Nialdlye tinha alcançado sua maturidade mágica para levá-lo a cabo, e bastante trabalho
duro por ambas as partes. Um sorriso genuíno de prazer tinha arqueado seus lábios, um
acontecimento bastante notável que ela recordava vivamente.
Agora, entretanto, ele esperou a que o portal se abrisse, com o sol da manhã mais à frente
que era um duro contraste com a ausência de luz do vazio, continuando, cruzou sem dizer uma
palavra mais a Nialdlye.
Acostumada a isto, Nialdlye viu o portal encolher-se. Não se fechou, romperiam o feitiço

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conjuntamente entre eles, mas se encolheu a uma ponta diminuta.


Dentro do vazio, o branco brilhante dele era óbvio, flutuando a poucos metros diante de
Nialdlye. Fora de um nada, não seria evidente. Ale’tone seria capaz de sentir onde estava,
permitindo voltar.
Agora ela estava sozinha. Deixou que seu próprio portal se encolhesse, era mais fácil de
manter quando era pequeno, e deixou que sua consciência do “chão” se filtrasse longe. Não havia
nenhum puxão da terra dela aqui, a fazia sentir sem gravidade. Respirando profundamente,
deixou que sua mente e visão vagassem. Seu cabelo flutuou sobre ela, e esse foi um dos motivos
pelo que o tinha trancado. A experiência tinha ensinado que quando não o fazia, enredava-se,
devido a seus movimentos.
Os sussurros começaram. Sussurros de conversas passadas. Sussurros que não se ouviriam
menos que o que os ouvia houvesse passado um tempo imensurável dentro do vazio com nada
mais em que ocupar o tempo. Os sussurros eram em muitas línguas, a maior parte das quais não
podia entender, mas havia alguns que ela entendia. Foi o último que ela escutou, naturalmente, e
os primeiros os que tratou de catalogar em sua cabeça para ver se talvez pudesse decifrar seu
significado mais tarde. Por ciclos, tinha escutado e de vez em quando tinha visto imagens
descoloridas que acompanhavam. De vez em quando apanhava o eco de um aroma. O tempo
suficiente para decidir que o que ouvia eram ecos de conversas de faz muito tempo entre homens
e mulheres elfos com seus deuses respectivos. Tempo suficiente para aprender coisas a respeito
de raças diferentes, inclusive da sua. Tempo suficiente para saber que Ale’tone não sabia nada dos
sussurros. Ela tinha decidido que era porque ele não passava um comprido período de tempo no
vazio como ela tinha que fazer, e não se sentia inclinada a contar sobre isso. A verdade é que seu
conhecimento poderia ajudá-la a decifrar as palavras que ela não entendia. Seu poder sem
restrições poderia fazer algo a respeito para aperfeiçoar os sussurros, e fariam que se escutassem
mais facilmente, como igualmente às imagens fossem mais facilmente vistas. Mas este era seu
segredo. Seu único segredo. O único que se sentia relativamente seguro de que ele não sabia que
o fazia. Isto a fazia especial. Isto a fazia dela. E ela o manteria.
Escutou atentamente, tentando de guiar aos sussurros a seu redor. Às vezes podia escolher
o que ouvia. Não era um processo preciso, mas no passado tinha sido capaz de peneirar através
dos sussurros e encontrar aqueles em que o idioma recordava a sua infância. Sua gente. Captou
vislumbres de homens e mulheres com a pele-vermelha e toda uma gama de sorrisos amplos. Por
desgraça, os retalhos de conversa que captou raramente se associavam a um pouco de
importância. Pelos sussurros, tinha verificado tudo o que Ale’tone havia dito dos membros de sua
raça. O sexo era o ponto máximo de suas mentes, e as relações sexuais e o sexo eram o foco
principal de suas conversas com seu deus. Sentia-se tão estranha para ela às vezes. Inclusive com
seus próprios impulsos indiscutíveis, não podia estar relacionada totalmente com os impulsos
monótonos e as preocupações frívolas das pessoas que ouvia por acaso.
Hoje, entretanto, não estava interessada em seu povo ou em seu passado. Pensou no
raedjour. Enfocou seus pensamentos, e enviou sussurros próprios dela no vazio. Raedjour. Rhae.
Uma e outra vez, pensando em tudo o que havia dito Kinig. Tinha tido raramente êxito em dirigir
seus sussurros ou eliminar aqueles que não queria ouvir, mas fez um grande esforço agora em

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consegui-lo.
Durante muito tempo, nada. Só galimatías2 ininteligíveis. Mas então ouviu os ecos de suas
próprias palavras em vozes diferentes. Vozes masculinas profundas, sensuais. Fechou seus olhos, e
simplesmente desfrutou dos sons um momento, deixando a sua imaginação estar cheia de
homens com pele negra e cabelo branco e uma habilidade sexual além do que ela tivesse
conhecido alguma vez. Seu corpo doeu com o simples pensamento, sabendo que estes homens
tinham sido criados para realizar atividades sensuais e que não tinham nenhuma das dúvidas que
ela tinha encontrado em seus amantes humanos. Companheiros sexuais, múltiplos, anais, orais,
penetrações simultâneas … Excitada, deslizou seus dedos entre suas pernas e esfregou as dobras
úmidas e o centro do prazer. Com os olhos entreabertos, quase dava cambalhotas no vazio leve,
enquanto se arqueava e gritou ao chegar a seu clímax.
Como se esperava, não foram efeitos visuais. Descoloridos, suaves. A pele negra dos homens
em questão de algum jeito se destacou contra o negro-que-não-era-tão-negro do vazio. Para seu
positivo deleite, a primeira imagem mostrava um homem nebuloso, com seu cabelo branco que
chegava aos ombros flutuando livremente sobre sua cabeça e pescoço, e então ela pôde ver
melhor sua face, seus olhos fortemente fechados, enquanto sua mão trabalhava freneticamente
entre suas pernas, bombeando um brilhante, magnífico pênis negro. Distraidamente ela também
bombeou seus dedos em seu canal, ainda palpitante. Nialdlye viu a culminação do homem, viu
lançar um grito enquanto a imagem dele se desvanecia em sua vista. Foi substituído pela imagem
de outro, este também entre as convulsões do êxtase, embora seus braços estavam estirados
sobre sua cabeça, estirados como se estivessem fixados ali por uma força invisível. Seu corpo se
retorcia, as palavras se derramavam de seus lábios em grunhidos, e seus quadris bombeavam
repetidamente enquanto seu pênis que estava em linha reta desde seu corpo vomitava à
escuridão. Depois desapareceu, para ser substituído por outro. Nialdlye tinha visto visões sexuais
de pessoas como ela, gente de pele-vermelha, mas ficou fascinada e desmesuradamente excitada
pela visão da imagem destes homens. Finalmente, ela deixou de masturbar-se, distraída tratando
de memorizar os poucos detalhes que pôde.
Gemeu em voz alta, quando a última imagem desapareceu. O comichão atrás dela disse que
Ale’tone estava ativando seu portal. Era a soma disso. Os sussurros e as imagens sempre paravam
quando um portal se abria mais à frente da espetada. Por ciclos, tinha pensado que queria dizer
que as visões estavam em sua imaginação. Agora sabia melhor. Não era simplesmente que
passasse muito, muito que coincidia com o pouco que Ale’tone havia dito da história ou que tinha
contrastado com o que disse depois de um cuidadoso interrogatório mais tarde. Ela via gente real.
Se eles ainda estavam vivos, não sabia.
O portal de Ale’tone se expandiu, mostrando a visão de um rio iluminado pela lua. Deu um
passo através do portal, e este rapidamente paralisou. Se ele tomou nota do seu estado de
excitação, não disse nada. Não era estranho. Ela frequentemente se divertia para encher o
aborrecimento.
Guardando silêncio, ela ampliou sua própria porta.Depois do que tinha vivido, entrou de

2
Discurso enredado e confuso cujo sentido não se pode captar.

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novo em seu quarto de trabalho e lançou seu feitiço.


Depois de deixar cair suas bolsas e capa no chão, ele se dirigiu para as escadas sem olhar
para trás. Seguiu-o em silêncio e para cima, deixando ir diante para devorar com a vista. Na porta,
encontrou-se com seu feitiço. Um leve puxão mágico, e ela foi capaz de desentranhá-lo, o feitiço
era para manter preso Kinig e não para não deixá-la passar.
Uma suave música de alaúde encheu seus ouvidos quando se abriu a porta, mas parou
quando ela cruzou a soleira. Kinig elevou a vista para ela de onde estava sentado na cama.
— Retornou — Assinalou sem necessidade.
— Sim — Varrida com a excitação, Nialdlye cruzou o quarto e quase se lançou sobre seus
joelhos no colchão.
Alarmado por sua aproximação, Kinig deixou a um lado o alaúde bem a tempo para agarrá-la
quando cobriu com seu corpo.
Mãos ansiosas emolduraram seu rosto, sustentando-o em um devorador beijo. Ele não era
uma dessas belezas com pele de obsidiana que tinha vislumbrado no vazio, mas ele tinha estado
com mais de um deles, por isso era a seguinte melhor opção. Também era um homem delicioso,
um homem que respondia por si mesmo, e era o que ela necessitava.
— Nialdlye — Ofegou quando ela finalmente soltou seus lábios para provar o pulso
rapidamente que pulsava por debaixo de sua mandíbula — O que aconteceu?
Alcançando para baixo, rodeou seu pênis semiereto com os dedos e começou a bombeá-lo
até levá-lo a uma plena ereção.
— senti sua falta.

Capítulo Doze

— Meu pingente? — Uma faísca de interesse iluminou os olhos azuis de Kinig — Por quê?
Nialdlye vacilou, depois negou com a cabeça.
— Não posso dizer isso.
A faísca morreu.
— É obvio que não pode me dizer.
A morte de seu interesse, inclusive se a suspeita fosse dirigida a ela, rasgou-a. Com
ansiedade, alargo sua mão para tomá-lo por seu ombro.
— Kinig, sinto muito, diria isso se pudesse.
Assentiu com a cabeça, mas ela sabia que não acreditou. Odiava a apatia que tinha caído
sobre ele na lua passada, uma reação à frustração e ao aborrecimento de um homem que nunca
tinha estado inativo. Sabia que o que sentia como aborrecimento e também sabia que sua
natureza duradoura a fazia melhor preparada para dirigi-lo desde muitos pontos de vista. Ela
acariciou seu braço.
— Kinig, me dê em empréstimo o pingente. Prometo que te direi tudo o que possa assim
que retorne.

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Elfos Escuros 05

Ele contemplou os travesseiros ao pé da cama. Depois de um momento tranquilo, alcançou


atrás de seu pescoço e abriu a corrente. Esta caiu em sua mão, e deu ao pingente um olhar fixo
perdido, triste.
— Não me afastei disto desde que Fallil me deu isso.
— Cuidarei dele.
Ele o estendeu. Fez uma careta.
— Poderia…? — Engoliu em seco, não olhando como o pingente e a corrente se deslizava em
sua palma — Poderia me pôr para dormir enquanto esteja fora?
— Dormir?
— Sim… — Um fôlego profundo fez que suas fossas nasais flamejassem — Não posso
suportar a ideia de um dia mais vazio.
— Ah, Kining.
Seus olhos se fecharam, um grunhido cansado arruinou a linha doce de seus lábios.
— Por favor.
— Muito bem.
Assentindo com a cabeça, acomodou-se com suas costas sobre os travesseiros, olhando o
teto um momento antes que fechasse seus olhos outra vez e cruzasse as mãos sobre seu peito.
Agarrando seu pingente, moveu-se sigilosamente o suficientemente perto para alisar uma
mão sobre sua testa. O toque não era necessário para lançar o feitiço, mas sentia a necessidade de
acalmá-lo.
— Dorme — A palavra não era necessária tampouco. À medida que sua magia se apoderou
dele, ela olhou as linhas suaves tristes de sua juvenil face. — Dorme Kinig! — Quando estava
segura que estava dormindo, agachou-se para dar um suave beijo em seus lábios. — Encontrarei
alguma maneira de te libertar.
Abatida, recostou-se e estudou o pingente em sua mão. Um formoso ajuste circular de prata
sobre o que se apoiava uma pedra da lisa obsidiana. O negro brilhava com brilhos diminutos de luz
multicolorido, fascinante. O feitiço latente dentro do pingente ainda a tinha desconcertada. Não
parecia que Kinig conhecesse a sua existência, e Ale’tone nunca tinha comentado sobre ele. Não
teria se dado conta se ela não houvesse passado uma série de manhãs despertando com a cabeça
apoiada no peito de Kinig justo ao lado dele. Emitia um pulso muito sutil, não alarmante e muito
fácil de passar por cima. Vagamente se fazia eco dos batimentos do coração de Kinig. Ale’tone
provavelmente poderia dizer mais, mas resistia a chamar sua atenção sobre isso. Pelo que ela
sabia, Kinig só pensava que o pingente fosse um presente de seu amante. Talvez fosse isso, mas
era algo mais.
Sentada um momento na borda do colchão, chegou por trás de seu pescoço para puxar para
frente seu pesado cabelo, meio trançado. Depois de tirar o pingente pela corrente, escondeu-o
nas dobras de seu cabelo. Tinha de sobra tanto para segurá-lo, para escondê-lo em seu interior.
Quando se assegurou que estava preso, ficou de pé e deixou cair a corrente no chão ao lado do
colchão, onde a recolheria mais tarde, e se estirou. Com um último olhar, triste, ao homem que
dormia em sua cama, saiu do quarto, trançando o comprimento restante de seu cabelo enquanto
descia as escadas para a oficina de Ale’tone.

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Elfos Escuros 05

Com calma perita, passou através dos movimentos resolvidos de Ale’tone, olhando-o
cuidadosamente qualquer sinal que ela notasse como novo nele. Havia trazido outros pequenos
objetos do vazio com ela anteriormente, alguns com e outros sem seu conhecimento. Tinha
achado os objetos impregnados com algum tipo de magia élfica a que ajudavam a atrair mais dos
sussurros daquela sociedade. Ale’tone não permitiria o acesso a objetos com muita magia, mas
tinha conseguido trazer um bracelete que uma vez tinha mostrado uma mulher que acreditava
que era sua mãe. Esperava que o pingente de Kinig, sem restrições pela atenção de Ale’tone ou
por seu toque, pudesse trazer melhores resultados.
Permaneceu em silêncio enquanto entravam no vazio e ele preparava sua porta. O silêncio
entre eles era muito normal nos últimos tempos, por isso só um suspiro de alívio soltou quando
ele caminhou por seu portal e depois o deixou reduzir. Tomando seu tempo, sentiu-se cômoda,
depois alcançou atrás para agarrar seu cabelo flutuante. Um momento de espetada a recordou
que o pingente estava dentro de sua trança, e usou seus dedos e polegares para tirá-lo sem
desfazer a trança. Não podia sentir nada do feitiço de seu interior ao princípio, mas depois se
concentrou e o sentiu. Um pulso fraco, que ia de lento a inexistente. Suspirando, duvidou que isto
a ajudasse muito.
Entretanto, os sussurros e as descoloridas visões chegaram. Nos últimos tempos, tinham
sido todas de raedjour. Não sabia se isto era devido a seu enfoque particular ou não, mas deu a
bem-vinda a sua presença. Os homens com a pele negra apareceram para seu prazer, falando
naquela língua baixa, magnífica que desejou entender. Brincava com o pingente enquanto as
visões escuras e os fôlegos de carícias sussurravam sobre seu corpo. Esfregou o pingente entre
seus dedos, depois percorreu sua clavícula com ele. A sensualidade acrescentada a partir do toque
de seu cabelo com ele a excitou a continuar enquanto desfrutava do espetáculo. Concentrando-se
no pingente não fez que as visões se consolidassem, nem aumentou sua compreensão dos ruídos
de murmúrios. Suspirando, acomodou-se para simplesmente olhar.
Então, de repente, uma das visões se clareou. Um rosto. Muito masculino, com uma
mandíbula quadrada, forte, nariz aquilino e maçãs do rosto definidos. Uma boca cheia, sensual,
lábios negros que se enroscavam a ambos os lados, uma indicação de que esta face sorria com
frequência. Sobrancelhas brancas altas se abatiam sobre uns olhos fechados, pestanas longas e
brancas evidentes sobre suas bochechas. Brancos, desenhos totêmicos esclareciam sua testa e o
queixo, fazendo Nialdlye querer retirar o abundante cabelo suave, branco liso que flutuava
livremente sobre sua cabeça, para poder vê-lo melhor. O fato de que o resto de seu corpo foi
clareando também a distraiu. Excitada, esperou, observando os ombros largos e musculosos que
se fundiam no negro do vazio. Um desenho curioso, estilizado estava gravado sobre o peito
igualmente impressionante. Do ventre para baixo, ainda era impreciso e não se solidificou
enquanto observava. Tinha a impressão de um padrão similar de ondas ao longo da parte plana
inferior do ventre magro, apontando para baixo, para os quadris que não podia ver. Pensando que
a visão poderia continuar consolidando-se, esperou com impaciência, concentrou-se no lugar onde
seu pênis apareceria.
— Olá.
Sobressaltou-se, o olhar voou à face da imagem. O cabelo seguia flutuando ao redor de sua

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Elfos Escuros 05

cabeça, obscurecendo-o à vista, mas seus olhos estavam abertos. Olhos diferentes dos que ela já
tivesse visto. Sabia que os seus não eram tão estranhos, todo verde com bolinhas brancas que
flutuavam neles. Enquanto o branco de seus olhos, nele se convertia em um sólido negro. Raias de
vermelhos diferentes se formavam redemoinhos ao redor dos pontos negros de suas pupilas para
formar a íris, com umas poucas raias dispersando para as bordas, parecendo-se com pequenas
tempestades de fogo em seus olhos. Apesar daquele estranho olhar, seu sorriso era encantador e
amistoso, a voz baixa e sensual.
Sabia que seus olhos estavam muito abertos, como pratos, mas não pôde acalmar-se.
— Está falando comigo.
Ele sorriu.
— Não deveria?
— Posso te entender — Sua linguagem comum se acentuava em grande medida com as
inflexões do norte como Kinig, mas o entendia bem.
— E eu a você.
Agarrou o pingente com tanta força, que a parte de prata se cravou em sua pele através de
seu cabelo. Não sabia que dizer, sua mente confusa pelo inesperado êxito de sua ideia.
Ele alcançou com seus dedos seu comprido cabelo flutuante, puxando para sustentá-lo atrás
de sua cabeça e longe de sua face. Era curioso que a metade superior dele estivesse muito clara
agora e a metade inferior ainda faltava.
— Reconheci a chamada da gema de sua mão. Quem deu isso?
— Reconhece-a?
— Sim.
— Eu sabia. Há um feitiço nele. Um feitiço raedjour.
A diversão em seu suave sorriso suavizou as linhas afiadas de sua face. Tratou de decidir se
ela tinha visto alguma vez um homem mais formoso ou seu julgamento se via atenuado pelo fato
de que era alguém novo, um raedjour, estava falando com ela.
— Recebeu-o de um de meu povo?
— Não. Quase. Um amigo meu o fez. Viveu entre sua gente por um tempo.
— Ele?
— Sim.
— Os tempos mudaram — Riu entre dentes — E ele é, como você, um elfo?
— Não, é humano.
Atou seu cabelo em um nó para libertar suas mãos, mas alguns fios mais curtos flutuavam
sobre as orelhas e a testa.
— Os tempos, de fato, mudaram. Pergunto-me quanto tempo se passou.
— Se passou?
— Desde que morri.
— Está morto?
— O mais perto que posso definir, sim. Embora ela me diz que não o estou, completamente
— Olhou para baixo e, evidentemente viu a maior parte dele, ou melhor dizendo, tão pouco dele,
como ela fazia — Estou bastante surpreso de que foi capaz de manifestar tanto como estou

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Elfos Escuros 05

mostrando.
Piscou, recordando uma das baladas mais conhecidos de Kinig.
— Qual é seu nome?
— Meu nome?
— Sabe?
— Sim — Disse devagar — Sei. É Radin.

Capítulo Treze

Kinig levantou a cabeça do travesseiro, abrindo os olhos para olhar para baixo, para o peito
dela.
— Radin?
Nialdlye estava entre suas pernas, acariciando com o focinho um lado de sua virilha
enquanto acariciava seu úmido pênis suave.
— Sim.
Ele cravou seus dedos no cabelo suarento de sua testa, sua face ainda avermelhada pelo
orgasmo recente.
— Contei a respeito dele.
Lambeu a úmida capa salgada da curva entre a perna e sua virilha, desfrutando do sabor
almiscarado masculino.
— Sim, sei. Me conte outra vez.
Fechando seus olhos, dobrou um braço sobre sua cabeça e se deixou cair para trás para
olhar o teto. Seu corpo ressoava com uma deliciosa energia sexual que ela poderia quase provar.
Cedo pela tarde jogou uma cortina de cor lavanda através da janela para evitar a luz do sol.
— Era um feiticeiro, o filho de um guerreiro raedjour famoso. Sua mãe era uma maga,
embora não sei te dizer se muito potente. Seu professor, Nalfien, afirmava que Radin era um dos
usuários mágicos com mais talento que já viveu entre os elfos escuros. Seu irmão Salin é o
comandante, a coisa mais próxima que eles têm a um líder militar. Ambos são amplamente
respeitados, e por boas razões.
Subiu para poder dobrar suas mãos sobre seu ventre e apoiar seu queixo nelas. Seus seios
pressionaram na parte inferior de suas bolas, as apoiando.
— Tinham mais irmãos?
Uma breve pausa, e então ele encolheu os ombro.
— Suponho que sim, mas nunca ouvi nada sobre eles.
— Me conte como morreu.
— A maior parte do que sei está na “balada do Sacrifício de Radin” — Uma de suas baladas
mais populares e românticas — Savous e ele eram professor e aprendiz. Sabin beneficiou a Radin
com o ensino de tudo o que sabia.
— Eram amantes — Embora, por isso tinha ouvido falar de amizades raedjour, isto era quase

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um fato.
Assentiu com a cabeça.
— Apaixonaram-se por Irin e descobriram que ela era uma maga. Mantiveram-na oculta do
pai de Savous, que era rhaeja então. Ele acreditava em uma profecia que dizia que uma maga
humana o salvaria. Quando o rhaeja descobriu sobre o talento de Irin, a arrebatou deles e usou
um vertesse prejudicado para manter Radin e Savous.
— E desconheciam até então que o rhaeja podia abrir um portal, não?
— Sim. Eles ainda não estão seguros de como o aprendeu. Embora… — Franziu o cenho,
pensativo — Suponho que o que ele fez não é algo diferente do que você e Ale’tone fazem.
Assentiu com a cabeça confirmando-o quando a olhou. Ociosamente, ela desenhou
redemoinhos no esperma ressecado em seu ventre quando se colocou de novo.
— O que aconteceu então?
— Irin usou seus poderes para entrar no portal. Junto a ela, Radin, e Savous lutaram contra o
rhaeja. Ele era muito poderoso, tão louco, que esteve a ponto de derrotá-los. Isto tomou o
sacrifício da vida de Radin enviando Savous e Irin a mantê-los seguros fechando o portal como
parte para derrotar Valanth.
Suspeitava que havia mais nessa parte da história, mas Kinig a tinha repetido inumeráveis
vezes nas últimas luas a Ale’tone, por isso tinha que acreditar simplesmente não sabia mais do
assunto.
Colocou um dedo em seu umbigo. Agora estavam no outono, logo os dias se fariam mais
frios, embora nesta parte do mundo nunca se fazia realmente fria. Poderia ter que fazer alguma
espécie de roupa para ele, apesar dos feitiços que mantém a temperatura dentro da torre
moderada.
— Eles vêem o Radin como um herói?
Uma pequena afirmação com a cabeça.
— Muitíssimo. Inclusive aqueles que não seguem a Savous.
Outro feito que tinha chegado através do interrogatório implacável de Ale’tone. Nenhuma
das baladas de Kinig insinuava dissensões dentro da sociedade raedjour, mas tinha revelado
muitos feitos para expor que verdadeiramente alguns elfos escuros não acreditaram nos
acontecimentos descritos na “Balada do Sacrifício de Radin”. Alguns acreditaram que foi Savous, e
não seu pai louco, o culpado do desaparecimento de Radin, assim como da perda de contato com
sua deusa.
Beijou a suave pele do quadril de Kinig, notando como o músculo se abrandava. Tinham-no
mantido inativo por muito tempo. O sexo não era exercício suficiente.
— Acreditam que o portal, o vertesse, pode voltar a abrir-se?
Seu fôlego gaguejou um pouco quando ela roçou seus lábios contra sua pele.
— Alguns o fazem. Outros não. A maioria não sabe o que pensar.
Ao lado de sua bochecha, seu pênis começava a endurecer-se de novo.
— O que acha Fallil?
O mesmo nome de seu amor levou o sangue a sua virilha. Ela se abatia sobre sua pele, os
olhos fechados, tratando de sentir mais sua excitação. Sua voz, entretanto, mostrava-se

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admiravelmente calma.
— Ele acredita que os portais se abrirão um dia de novo e Rhae voltará para eles.
Deslizando suas mãos por seus lados, apoiou-se em seus cotovelos, sua cabeça centrada
sobre sua virilha.
— É um romântico — Ela respirou na ponta de seu pênis. Quando ele gemeu, ela abriu seus
lábios e deslizou a língua através da pele sedosa.
— Nialdlye.
Ela fez uma pausa quando seus dedos se enredaram no seu cabelo, possessivos. Quando não
disse nada mais, ela elevou a vista.
Ele engoliu, piscou, e depois respirou fundo.
— Desta vez… Me deixe…
Ela se apoiou em seus joelhos quando a empurrou para que se sentasse.
Tomou sua mandíbula segurando-a entre ambas as mãos, olhando-a fixamente aos olhos.
— Me deixe te provar.
Estudou seu rosto. Ele estava completamente sério. Sorriu.
— Não precisa fazê-lo. Eu não o necessito.
— Mas eu quero.
— O corpo de uma mulher não te interessa.
— Mas você sim.
Ela vacilou. Isso não era um bom sinal, a pesar do agradável calafrio que se produziu em seu
ventre. Isso significava que estava muito mais preso a ela do que deveria estar, seus desejos atuais
ganhavam em suas inclinações normais.
Inclinou-se para frente, animando-a a rodar com seu corpo de maneira que terminou de
costas com ele a seu lado.
— Por favor — Beijou-a, deslizando sua língua entre seus lábios. Degustando-a. Explorando-
a. Não duvidando nem de forma remota. Quando ele se sentiu cheio, foi à deriva para seu queixo,
seu pescoço, aspirando na união entre seu pescoço e ombro. Acariciou as costas e os ombros
ligeiramente enquanto se reajustavam, com os joelhos entre suas coxas, quando ele se apoiou
sobre seu peito. Seus lábios se fecharam sobre um dolorido mamilo, e ela gemeu.
Até agora, todos seus encontros tinham sido iniciados por ela. Dirigidos por ela. Esperou-o,
entendendo e respeitando sua relutância. Embora seu corpo desejava sua atenção, estava bem
acostumada à dor do desejo insatisfeito. Sentia-se tão bem ter a seus brincalhões lábios suaves
sobre o bico de seu seio, sentir sua língua molhada acariciando-o. Arqueou-se quando ele a sorveu
entre seus dentes. Quase ronronando, meneou-se debaixo dele quando trocou de peito.
Mas quando começou a ir à deriva para debaixo de seus seios, agarrou-o pelo ombro.
— Kinig, para eu...
— Quero te saborear.
— Não, não o faça. Esta reagindo a minha natureza e a sua solidão — E, talvez, só a sentir
um pouco de carinho por ela.
Mordiscou seu ventre.
— Não me importa.

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— Kinig, não faça nada que lamente depois.


— Não o lamentarei — Assegurou, avançando lentamente para baixo.
Deixou-o ir. As dúvidas ainda a incomodavam, mas sabia que não havia nada que ela
pudesse fazer. Detê-lo seria pior. Estava totalmente apanhado pelo feitiço de sua gente agora, e a
proximidade dela só o faria pior.
Obedientemente, abriu as pernas, enquanto ele se acomodava entre elas. Rindo, o olhando,
penteou com seus dedos seu cabelo. Inclusive tendo em conta sua resolução, uma vez que ele se
encarou com seu sexo, sua confusão era evidente.
— Não tem que fazê-lo.
Ele não fez conta, remontando seus dedos delicadamente sobre suas dobras úmidas.
Separou os lábios de seu sexo para encontrar sua abertura, deslizando a ponta de dois dedos com
facilidade em seu interior. Quando ela gemeu suavemente, ele sorriu. Atraído, inclinou-se para dar
um beijo em cima da cúpula de seu sexo antes de tirar sua língua e lamber para baixo. Sua língua
roçou aquele diminuto vulto de nervos, e ela não pôde deixar de sentir a sacudida de fogo que
subiu até sua coluna vertebral. Uma língua em seu lugar favorito era algo glorioso. Aprendeu
rápido, voltando de novo para o início, fazendo-a saltar de novo. Sua língua rodeou em pequeno
casulo congestionado, finalmente colocando-o entre seus lábios. Quando seus dedos se
deslizaram mais profundos dentro dela, ele suavemente sugou.
Ela gemeu, a cabeça caída para trás enquanto agarrava os travesseiros a cada lado dele.
Ele murmurou sobre ela, sustentando seu clitóris com seus dentes, torturando-o com sua
língua. Seus quadris se agitaram para ele, e se abriu para tomar mais dela. Depois de tantas
temporadas desde que tivesse sido capaz de convencer a qualquer de seus amantes para que
fizesse isto, necessitou muito pouco tempo para que o orgasmo se construísse. Tentando não
alarmá-lo, agarrou-se pelos travesseiros e balançou seus quadris, mordendo o lábio para não
gritar. Quando chegou ao clímax, soltou um grito estrangulado, com o corpo tremendo pela
deliciosa liberação. Tão diferente gozar na boca de alguém, em vez de com seus dedos ou com seu
pênis.
Sorrindo, abriu os olhos preguiçosamente para vê-lo subir por seu corpo. Ele tomou sua
expressão como um bom sinal, igualando seu sorriso quando encaixou seus quadris entre as suas.
Queria perguntar se queria realmente fazer isto, mas se absteve, vendo a expressão que tinha.
Estava surpreso pela diferença de sensação quando deslizava seu pênis na boceta e não em seu
traseiro? Colocaria-se fora? Não parecia que acontecesse. Fechando os olhos, reforçando seus
cotovelos sobre ela, deixou aparecer o instinto de proteger, empurrando rápido e forte dentro
dela, perseguindo um orgasmo que ela animou envolvendo suas pernas ao redor de sua cintura e
encontrando-se com seus impulsos. Ele lançou um grito, acalmando-se sobre ela quando se
derramou dentro dela. Depois suspirou e facilmente aceito seu abraço quando descansou sobre
ela.
Cantarolando, acariciando suas costas, enviou um brinco de feitiço sobre ele. Gradualmente,
seus músculos se acalmaram e sua respiração se fez pausada. Quando confirmou que adormecera,
com cuidado o fez rodar sobre suas costas.
Tomando uma respiração lenta, fechou os olhos e se concentrou em seu interior, lançando

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outro feitiço para evitar que sua descendência se arraigasse em seu seio. Uma parte dela o
lamentou, mas não queria dar a Ale’tone nada mais dela mesma ou Kinig, e certamente não podia
fazer passar a nenhuma descendência por nada disso.
Uma vez feito, levantou-se para lavar-se, depois se dedicou a mover-se para conseguir
comida e também para Kinig. Era de noite, e sentiu a sutil insistente chamada mental que Ale’tone
a convocava. Quando esteve segura de que Kinig estava atendido, desceu a sua sala de trabalho.
Estranhamente, chamou a atenção imediata de Ale’tone. Sentou-se a sua mesa, mas suas
mãos se dobraram diante dele, seu olhar vermelho se fixou nela quando desceu para o chão.
Parou, confusa.
— Não está tendo bastante sexo.
— Acabo de ter.
— Não o suficiente.
— Não quero desgastá-lo.
Ficou de pé.
— Buscarei outro amante.
O gelo percorreu por suas veias.
— Não.
— Necessita de mais atividade sexual da que ele te pode oferecer.
Precipitou-se para diante para agarrar seu braço, o fazendo girar para estar em frente dela.
— Não vou deixar que desfaça de Kinig.
— Não tenho intenção de fazê-lo. Ainda é útil para mim. — Puxou seu braço de seu agarre.
— Para que o quer?
— Isso não é teu assunto.
Já vestido com seu traje tradicional de viagem, tomou suas bolsas.
— Há um acampamento de bandidos perto do último portal. Trarei um novo.
Como se fosse as compras. Tinha ouvido isso antes, mas a irritou muito mais agora.
— Eu não necessito outro amante. Estou bem.
— Eu julgarei isso — Sua cólera causou que seu poder se levantasse, ganhando sua atenção
o suficiente como para que se girasse. Esse rosto tranquilo que a olhava com grande atenção
estudando-a — Foi mais beligerante ultimamente.
— Talvez esteja cansada de que me trate como a um mascote.
A ira quase se mostrou naqueles traços de porcelana.
— Talvez deveríamos recordar que não tem nenhuma outra opção. É minha para fazer com
você o que eu queira.
— Eu não sou… Ah! — Uma onda de poder estalou ao redor e dentro dela, fazendo-a recuar
contra a parede de pedra quente.
Ale’tone avançou, e a sua maior altura permitia permanecer sobre ela.
— Você não é nada, salvo o que requeiro que você seja. Salvei sua vida para que cumprisse
com minhas necessidades nada mais. Cuido de suas necessidades e sua comodidade só porque
isso te mantém útil para mim. — Ele alcançou até sobre sua clavícula com uma mão fria — Eu
podia romper sua vida em um instante, Nialdlye. E onde deixaria isso a seu precioso bardo?

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Suas fossas nasais flamejaram enquanto se encontrou aquele olhar fixo vermelho ardente
sem pestanejar. Sua rede de controle se apertou, recordando sua presença.
— Não pense em me desafiar, Nialdlye. Sei muito mais do que imagina. Se arrumasse para
escapar de mim, eu te encontrarei, e arruinarei você e a tudo o que te seja querido. Entende-me?
— Seus dedos frios se fecharam ao redor de sua garganta, justo até o ponto da dor — Entende-
me?
— Sim.
Como a água que empapa um fogo, toda a emoção se esvaziou de sua face enquanto se
afastava. Tranquilamente, mudou para o espaço vazio do canto.
— Vêem. Tenho trabalho que fazer.
Apertando seus lábios, aproximou-se de seu lado. Sem comentários, abriu seu portal e o
seguiu através dele. Ele abriu o seu no que parecia ser um bosque. As árvores e arbustos
dominavam um pouco o que ela podia ver, muito mais exuberantes de qualquer outra coisa que
ela pudesse vislumbrar da torre em que viviam. Parou antes de começar a caminhar, olhando-a
com um olhar vermelho fixo ardente.
— Não tente inventar nada, Nialdlye — Com aquela advertência, ele andou através do portal
e desapareceu.
Ela ficou olhando o ponto em que se converteu seu portal. Não era a primeira vez, que
considerasse reabrir seu portal e dar um passo através dele. Seria romper seu vínculo. Ele estaria
parado com a maior parte do continente entre eles. Necessitaria semanas, se não luas, para voltar
de novo para a torre. Ela e Kinig poderiam ter ido muito antes. Mas não o fez. Ela sabia mais. Não
tinha absolutamente nenhuma habilidade para sobreviver por sua conta, certamente não no
deserto. A única roupa que poderia ser capaz de encontrar seriam um ou dois dos trajes de
Ale’tone ou os lenços que penduravam em seu quarto. Inclusive se ela e Kinig realmente
conseguiam sobreviver até chegar à primeira cidade, sabia que a reação a ela seria notável.
Ninguém poderia ignorar um elfo de pele-vermelha que gotejava sexo. Sua própria natureza faria
absurdamente fácil para Ale’tone descobrir seu paradeiro. Não, estava entupida a ele até que
desse com um bom plano.
— É entristecedora quando está zangada.
Saltou, girando a um lado para ver o que parecia a meia imagem de Radin.
Ele sorriu, grande parte de seu cabelo branco suave trancado por trás de sua cabeça de
modo que seus traços agudos, formosos fossem completamente visíveis. Os desenhos brancos em
sua pele destacavam em sua testa, queixo e peito.
Deixou escapar um suspiro de frustração, tentando acalmar-se.
— Tivemos um desacordo.
— Isso eu entendi. Você gostaria de falar disso?
A ponto de declinar, tomou um momento para considerar os olhos vermelhos de Radin. Tão
diferentes aos de Ale’tone. Ainda poderia ser só um produto de sua imaginação, mas inclusive com
apenas a metade de seu corpo visível, era muito mais real que o homem que a tinha criado.
— Por que não se mostra a ele?
Radin piscou, surpreso.

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Elfos Escuros 05

— A quem? A seu carcereiro?


Tinham falado bastante nas últimas semanas e ele conhecia sobre sua situação.
— Sim.
Ele sorriu.
— Ele não é tão encantado como você.
Teve que sorrir, mas queria uma resposta.
— É o mais poderoso de nós dois. Por que não se mostra a ele?
— Em primeiro lugar, não mostra nenhum interesse. Caminha através do vazio de portal a
portal sem ter em conta o que há entre eles.
— Vê-o?
— É obvio.
— Como sabe que estamos aqui?
— Sei o instante em que você começa a abrir seu portal. Assegurei-me disso.
— Por quê?
Ele se deixou derivar mais perto.
— Eu gosto de passar o tempo com você.
Não podia tocá-lo. Já o tinham tentado. Ele permanecia imaterial, simplesmente uma visão
com uma voz. Mas isso não a deteve para brincar.
— Mas Ale’tone sabe mais. Ele pode saber algo que poderia te ajudar.
Tinham falado disso, também, os detalhes de sua morte, e como ele os conhecia. Estava
relativamente segura de que não tinha morrido. Sua deusa o tinha salvado e havia dito que
poderia haver um modo para que voltasse, mas tinha desaparecido antes de dar alguma outra
resposta. Assim que o flutuava no vazio, que segundo ele era ao mesmo tempo, grande e
pequeno.
Negou com sua cabeça.
— Não acredito que eu queira sua ajuda.
— Por que não?
— Olhe o que tem feito com você.
Ela fez uma careta.
— Mas estaria fascinado com você.
— Prefiro não ser o coelho que estripa só para ver o que há dentro.
Preocupada com aquela imagem, que assinalava a si mesmo, cruzou os braços por debaixo
de seus seios.
— Por que não disse nada sobre mim?
Ela vacilou.
— Os sussurros do vazio estava acostumado a ser a única coisa que sabia que ele não
conhecia. Não passa o suficiente tempo aqui. Ou se o realmente sabe sobre eles, não faz conta.
— Então, eu sou seu segredo?
— Sim.
Sua voz tinha razão em seu ouvido.
— Eu gosto assim — Ela acreditou que soltou o fôlego, flutuando sobre sua bochecha.

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Elfos Escuros 05

Voltando a cabeça, estudou-o a quase um beijo de distância. Parecia sólido. Desejava


ferventemente que o fosse.
Seu sedutor olhar fixo pouco a pouco se transformou em algo mais sério enquanto a
estudava. Por último, vagou para trás para poder ver a de forma mais total.
— O que?
— Não tinha notado antes, mas… Ele te está drenando.
— O que?
Levantou um dedo pedindo paciência, seus olhos vermelhos brilhando em tempestade de
fogo, enquanto a olhava de cima para baixo. Ficou quieto enquanto flutuava ao redor dela,
estudando-a de todos os ângulos.
— Sim. É sutil e completamente seguro — Colocou-se diante dela, seus braços se cruzaram
em seu peito enquanto pensava — Há uma perda de sua energia, algo assim como um cubo que se
enche perto de você, mas fora de você. Não é algo que fosse capaz de ver ou de sentir a menos
que você soubesse que está ali. Só posso supor que ele drena o cubo, por assim dizê-lo, de vez em
quando. Seus rastros estão por toda parte, e são frescos.
Ela piscou.
— Controla minha magia, mas não sabia que me drenava.
Radin negou com a cabeça.
— Não controla sua magia. Tem como uma corrente em você, e o tem feito de modo que
possa interromper sua concentração, seus feitiços, mas sua magia é a sua.
— O que?
Ele sorriu com amargura.
— É obvio não tinha explicado seu caso. Sinto muito, não me ocorreu mencionar isso.
— Viu isto antes?
— Não exatamente, mas algo assim, sim — Seu sorriso se voltou triste — Meu professor
estava acostumado a utilizar algo parecido a essa corda em mim quando eu era jovem, para tentar
me frear.
— E funcionou?
— Durante um tempo. Até que aprendi a desatar o nó.
Seu coração golpeou.
— Fez-o?
— Fiz-o. Mas eu sabia o que ele estava fazendo quando lançou o feitiço original, assim que o
fiz fundir.
Suas esperanças caíram.
— Também cheguei a ser mais poderoso do que ele pensou que seria. Como você é mais
poderosa do que Ale’tone pode supor.
— Sou?
— Se soubesse o que procurar, estou completamente seguro que se poderia romper o
feitiço.
Um nó se entupiu em sua garganta.
— De verdade?

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Elfos Escuros 05

Sorriu mostrando seus dentes.


— De verdade. — O sorriso se atenuou. — Mas deve tomar cuidado. Se dará conta logo que
você comece a tentá-lo. Você terá que decidir se estiver pronta para isto.
Assentiu com a cabeça, capturando seu significado.
— Vou ter que decidir se estou pronta para matá-lo. Ele não me deixará partir.
Radin negou com a cabeça.
Ela tomou uma pausa.
— Pode… Pode me ensinar o feitiço? Me explicar o que tenho que fazer para rompê-lo?
— Posso, mas deve procurar não tentar nada até que esteja preparada.
— Entendo-o.
— Bem. Então comecemos.

Capítulo Quatorze

— Ele vem.
Nialdlye abriu seus olhos, sua concentração se disparou. Não tinha nem ideia de quanto
tempo ela e Radin tinham estado estudando no tom do feitiço de Ale, mas não pareceu tanto. Mas
para então, tinha demonstrado ser um maravilhoso professor. Memorizou tudo o que havia dito e
o que a tinha mostrado em detalhe, muito mais do que recordava alguma vez das lições secas de
Ale’tone.
Radin sorriu, uma mão sustentada perto de sua bochecha. O desejo de tocar brilhou em sua
face, refletindo o mesmo desejo em seu coração.
— Devo ir.
Ela devolveu o sorriso, sentindo formar o portal de Ale’tone. Enquanto que crescia em força,
Radin desaparecia, mantendo contato visual com ela até que ele simplesmente não esteve mais.
Um momento depois, o portal de Ale’tone se expandiu, e o próprio homem o atravessou.
Franziu o cenho ao ver o homem humano de pele escura pendurado inconsciente no ombro de
Ale’tone. Ele não fez nenhum comentário enquanto desmoronava seu portal, e ela continuou em
silêncio enquanto expandia o seu próprio e mostrava o caminho de volta a sua sala de trabalho.
Dirigiu-se diretamente às escadas, sem olhar atrás.
— Nialdlye.
Seguiu caminhando, chegando a metade da escada antes que ele utilizasse sua magia para
puxá-la, forçando-a a parar. Olhou para baixo em sua direção.
Ele fez um gesto por volta do corpo agora caído a seus pés.
— Leve isto.
— Não.
— Nialdlye.
— Disse-te que não o necessitava — Irritou-a referir-se ao ser humano como um “isto,” mas
esperava que sua falta de interesse fizesse que Ale’tone o levasse.

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— E te disse que fizesse o que digo.


— Não — Tentou reatar sua subida pelas escadas, mas manteve o agarre nela.
Eles se olharam mutuamente, em uma parada. Então ele sustentou uma mão sobre o
homem,
— Agarra-o agora, ou o matarei.
Pânico. Não o tinha pensado. Sua reação instintiva foi errônea. Se o homem não era útil.
Ale’tone o mataria; simplesmente não o devolveria. Não poderia devolvê-lo sem sua ajuda.
Repreendendo-se interiormente, tentando permanecer calma, desceu as escadas. Tão rápido
como pôde, ajoelhou-se e recolheu o humano. Suas roupas estavam pesadas pelo pó da viagem,
mas por outro lado bem mantidas. A barba escura em sua face parecia recentemente recortada.
Suaves cachos negros estavam recortados perto de seu crânio. Era um pouco magro, mas
certamente um homem na flor da vida. Esperava que Ale’tone não o tivesse roubado de alguma
pobre mulher.
— Estará agradada de notar que é um amante dos homens — Ale’tone a chamou enquanto
ela subia as escadas.
Surpreendeu-se o suficiente para parar e olhar para baixo, de novo surpreendida de o
encontrar olhando-a.
— Você sabe?
—Assegurei-me disso.
— Por quê?
— Pensei que talvez o compartilhasse com o bardo.
Ela franziu o cenho. Nunca antes tinha dado nenhum pensamento a seus “mascotes.” por
quê?
Quando não fez nada salvo olhá-lo por algum momento, ele deu a volta.
— O que é o que planejou para Kinig?
— "Eu preferiria que estivesse de bom humor e com boa saúde. Isso é tudo o que precisa
saber.
Apertando os dentes, deu a volta para subir o resto das escadas. Não obteria nenhuma
resposta por ele.
Tomou o homem inconsciente para um dos quartos do segundo andar e o deitou em uma
velha cama. O colchão precisava preencher-se, mas uma coberta de pó o tinha mantido de ser
inutilizável. Tirou as armas e as botas, deixou vinho diluído e pão na mesa de cama, e o encerrou
com um conjuro. Não despertaria até o dia seguinte, devido à viagem através do vazio, mas sabia
que era melhor para não tomar riscos.
Voltando para seu quarto, não se incomodou em despertar Kining diretamente. Banhou-se,
então se aconchegou na cama a seu lado, tirou o conjuro de forma de que ele pudesse despertar
de maneira natural depois. Enquanto que sua mente dava voltas com o que Radin tinha ensinado.
Examinou a rede mágica sobre ela com seus novos olhos, inspecionando todos os ângulos, com
muito cuidado de não perturbá-la. Radin tinha mostrado alguns poucos aspectos do conjuro e
tinha começado a explicar como podia conduzir e rompê-lo. Embora é complexa e intrusiva,
acreditava que a força era sua melhor opção. Quando havia dito que a força bruta nunca tinha

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funcionado no passado, explicou que dirigir a força a um lugar correto seria muito mais efetivo.
Não tinha o treinamento para algo tão refinado, e o brilhantismo nos conjuros estava na
habilidade para mascarar sua debilidade à vítima. Agora que Nialdlye sabia onde estava e que era,
Radin se sentia crédulo de que pudesse rompê-la. Entretanto, tinha sido muito cuidadoso em
destacar que aproximadamente teria uma única oportunidade para romper o agarre de Ale’tone.
Devia escolher seu tempo sabiamente.

Contou a Kining o fato de sua possibilidade de companhia enquanto ele tomava um banho
na manhã seguinte.
— Outro homem?
Nialdlye assentiu, brincando com o travesseiro em seu colo.
— Não estou segura de que fazer sobre ele.
Kinig se sentou ao lado na pequena banheira de cobre que estava colocada no chão em um
canto de seu quarto, inclinando seus braços sobre seus joelhos dobrados. O ar seco do deserto já
havia meio secando seu cabelo.
— Por que traria outro homem? Mencionou seus planos para mim?
Sacudindo sua cabeça derramou seu cabelo solto que passava o seu seio. Um duro cacho
acariciou seu mamilo.
— Repete que não quer que te deixe esgotado.
Que Kinig não dissesse nada imediatamente dizia que o pensamento tinha ocorrido.
Encolheu os ombros.
— Não é nada que não tenha passado antes. Posso ir até lá em abaixo e fodê-lo. Estou quase
segura que Ale’tone o libertará.
— Diferente de mim.
Ela deixou que isso escorregasse.
— O que me confunde, embora, é que ele se assegurasse de me dizer que este homem é um
amante dos homens.
Surpresa.
— De verdade?
— Sim.
— Coincidência?
— Não, ele o buscou especificamente.
— Por quê?
— Não sei. Sugeriu que o compartilhássemos, você e eu — Sacudiu sua cabeça — Não é
habitual nele. Não entendo… — Parou, franzindo o cenho à porta.
— O que acontece?
— Ele está vindo.
Apressadamente, Kinig se levantou e, gotejando, saiu da banheira.
— Para aqui?
Ela elevou seu pé justo quando a porta se abria dando uma portada.

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Ale’tone cobriu toda a entrada, empurrando o homem nu diante dele. O homem tropeçou,
incapaz de usar seus braços que pareciam estar apanhados atrás em suas costas. Caiu sobre seus
joelhos no tapete de pele marrom arenoso, com um grunhido amortecido, na luz da janela,
mostrando um indício de músculos entoados ao longo do corpo. A essência de temor, um homem
sem lavar encheu sua cabeça, provocando que se lambesse seus lábios involuntariamente.
Ale’tone observou, com a sua face tão carente de expressão como sempre. Ela olhou justo
para trás.
— Você o tem para usá-lo.
Um estrangulado gritou se elevou do homem entre eles, mas Ale’tone deve ter feito algo
para evitar que falasse.
Nialdlye apertou suas mãos em punhos.
— Não era consciente de que estava acordado.
— Deveria ter estado aqui, não abaixo.
— Ia a…
Ale’tone assinalou ao tapete.
— Deveria ter estado aqui.
Seu aborrecimento se expandiu dentro de seu peito, como uma flor explodindo em
florescimento.
— Não ia deixá-lo aí. Ia comprovar…
Retirou-se apressadamente quando os olhos de Ale’tone se aumentaram, o vermelho
ondulando em vida enquanto ele descia para ela, a toga agitando-se em seu passo. O homem no
chão teve que rodar para evitar ser chutado. Ale’tone agarrou seu ombro, puxando-a perto para
estudar sua face, suas marcadas sobrancelhas brancas baixaram sobre seus cintilantes, estreitos
olhos.
— O que fez?
Seu coração martelava, a respiração abandonou seu peito. O que tinha feito? Ela não havia
tocado seu feitiço. Ele não podia saber…
Agarrou-a por seus dois braços, mantendo sua face tão perto à sua que ela podia imaginar
que o vermelho resplandecesse para queimá-la.
— Me olhe.
O instinto fez que afastasse o olhar, mas ele segurou de sua mandíbula e a forçou para
encarar. Agarrada, olhou-o, sabendo que seus próprios olhos estavam respondendo com um
resplandecente verde vívido.
— O que? — Perguntou, cravando suas unhas em seus pulsos em um intento para forçá-los a
que a liberasse.
Só porque estava tão perto viu o mais breve espiono de uma expressão que nunca tinha
visto na face de Ale’tone. Antes de que pudesse identificá-lo, empurrou-a bruscamente sua cabeça
para trás, obrigando-a a cair fora de balanço no chão a penas por de baixo do colchão. Teve que
rodar para o encarar de novo, e quando ela o fez, ele tinha dado a volta com um movimento
dramático em sua toga por trás e desceu sobre Kinig.
— Ale’tone! — Subiu sobre seus joelhos enquanto que ele gesticulava ao surpreso,

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controlado bardo. As roupas secas de Kinig se dispersaram para o chão enquanto que Ale’tone se
voltava para encará-la.
— O que está fazendo?!
— Deixe ir! — Gritou Kinig, esperneando e arranhando. Mas a toga era muito grossa e
pesada para que o fizesse o dano suficiente.
Ale’tone cruzou um braço sobre seu torso e braços, o segurando em seu peito.
— Você me desobedeceu.
— O que?
— Me diga como descobriu o conjuro, e talvez não lhe faça mal.
A mentira saiu de seus lábios facilmente.
— Não sei do que está falando.
— Não prove minha inteligência. Descobriu a fraqueza de meu conjuro sobre você apesar de
que não tinha oportunidade de rompê-lo. Não tem a habilidade.
A contradição de suas palavras a confundiam, finalmente, identificou a desconhecida
expressão e a estranha emoção que vibrava de Ale’tone. Temor. Ou, pelo menos preocupação.
Apoiou-se sobre suas mãos e joelhos diante dele, surpreendida de que estivesse assustado. Nunca
o havia sentido assim antes.
O homem preso ao chão ofegou e rodou afastando-se deles, seus braços e boca
aparentemente livres agora. Sabiamente, elevou-se de cócoras pela parede e permaneceu em
silêncio, observando. Por que Ale’tone o libertaria? Era muito ameaçá-la e manter o homem
preso?
Mas não podia se preocupar muito com o homem desconhecido. Kinig se retorceu com força
sobre o agarre de Ale’tone, mas não tinha força para libertar-se.
— Ale’tone, permite a Kinig ir — Elevou uma perna para plantar a sola de seus pés
firmemente sobre o tapete.
Ele deu outro passo para a porta.
— Me diga como o descobriu — Em toda sua vida, nunca foi capaz de forçá-la para que
falasse sua mente, inclusive lê-la. Por isso, sempre esteve agradecida e agora especialmente.
Tinha seu outro pé no chão, agachado agora.
— Se ainda pode me controlar, então não importa como o descobri. Permite a Kinig se ir.
Kinig ofegou, e uns bonitos olhos azuis se abriram muito. Tentou agarrar-se à sua garganta,
olhando ao teto enquanto que horríveis sons roucos saía de sua boca aberta.
— Ale’tone, pare! — Gritou, levantando-se.
Kinig caiu, respirando tão profundamente como um homem se afogando, que encontrava o
ar.
As escuras sobrancelhas de Ale’tone destacaram sobre esses brilhantes olhos vermelhos.
— Me diga.
Olhou para Kinig. Poderia tentar romper o agarre sobre ela, mas não tinha nem ideia de
quanto tempo duraria. Se tomasse o tempo suficiente, poderia muito bem matar Kinig. Se não
funcionasse, certamente o mataria. Não podia fazê-lo enquanto que estivesse segurando o bardo.
— Nialdlye! — Ale’tone avisou.

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Kinig continuou fazendo horríveis sons, uma feia, mancha de cor vermelha elevando-se
sobre sua tez.
— Tropecei com isso! — Ela gritou, cambaleando um passo para eles.
Ale’tone recuou dois passos na direção da porta, o pé de Kinig mal tocando o tapete de
baixo deles.
— Impossível. Não o poderia ter descoberto o conjuro sem ajuda. Quem foi?
— Ninguém. Quem poderia me ajudar?
Ele a olhou.
A face de King estava quase tão vermelha como sua pele, sua boca aberta largamente,
amordaçada, olhos perto de saltar de suas conchas.
— Ale’tone — Ela estendeu a mão para Kinig — Para!
— Me diga quem te ajudou.
— Não há ninguém aqui.
— Você encontrou alguém! - Olhou para o sufocado bardo. — Não pôde ser possível que
este, a pesar do feitiço de letargia que leva.
Uma pequena porção de seu cérebro estava paralisada que descobrisse sobre o pingente,
mas não podia favorecer essa parte agora mesmo. Lançou-se sobre ele, as mãos acima, dedos em
garras.
— O deixe partir!
A mão livre de Ale’tone voou. Kinig deu uma forte respiração de aspiração. Umas invisíveis
fitas se fecharam ao redor do cérebro de Nialdlye, amassando, como se alguém tivesse pego um
atiçador quente através das suaves malhas dentro de seu crânio. Encolheu-se sobre seus joelhos
com um grito.
— Nialdlye! — O grito de Kinig era rouco, mas estava agradecida de escutá-lo.
A dor esmagante diminuiu, permitindo-a encontrar-se com sua face no tapete, ofegando por
ar enquanto que sua visão dava voltas.
— Nialdlye — O tom de Ale’tone era razoável, mas tão alto como de costume — Me diga
quem te ajudou.
— Radin — A verdade saiu de seus lábios, e olhou os violetas e carmesim estampado no
tapete com horror.
— O que?
Ela engoliu. Tinha-a escutado. Ele nunca tinha ouvido mal. Não podia retratar-se.
Um grito saiu de sua garganta enquanto que a pressão em seu cérebro apertava, e então
afrouxou.
— Nialdlye.
— Radin.
— Impossível. O que quer dizer?
Levantou seus ombros, até olhando o tapete. Seu cabelo solto cobria sua odiosa, horrorizada
expressão do quarto.
— Digo o que quero dizer.
— Se levante e me olhe.

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Lentamente, fez isso, dolorida pela traição. Traição a Radin, traição a Kinig e as esperanças
de sua liberdade, traição a si mesma. Acabava de destruir sua única esperança de escapar.
Finalmente ficou sobre seus joelhos, sentando-se sobre seus calcanhares. Afastou seu cabelo para
limpar sua face e olhou para ele.
Ambos Ale’tone e Kinig a olhavam. Sentia também o homem sem nome no canto olhando-a
todos. A máscara carente de expressão de Ale’tone estava de volta em seu lugar, mas a face de
Kinig mantinha o suficiente assombro pelos dois.
— Se explique.
— O que deveria explicar? — Sabia muito bem o que queria, mas estava determinada de
resistir tanto como pudesse, tentando desesperadamente pensar em uma forma de dar a volta a
seu benefício.
— Radin. Assumo que se refere ao feiticeiro raedjour?
— Sim.
— As canções do bardo aclamam que ele está morto.
— Pelo que todos sabem, está morto — Fez uma pausa, sua mente acelerando-se.
— Onde encontrou este elfo feiticeiro morto?
Quando ela não respondeu o suficiente rápido, Ale’tone agarrou a mão direita de Kinig,
envolvendo o pulso menor do homem com a sua. Antes que soubesse o que ele estava fazendo,
Kinig gritou
— Não! — Seus olhos muito abertos em suas mãos apanhadas. Nialdlye abriu sua boca para
protestar, levantando-se sobre seus calcanhares, mas não antes de que umas séries de arrepiantes
ruídos enchessem o ar. Gritos de dor animal estalaram da garganta de Kinig enquanto que
Ale’tone continuava segurando sua mão, seus olhos em Nialdlye.
— Ale’tone, sua mão não! — Gritou, muito tarde.
Ale’tone libertou a mão de Kinig, permitindo ao bardo curvá-la para seu peito, até gemendo
em dor enquanto que fraquejava no agarre de Ale’tone.
Um lado da boca de Ale’tone se elevou em uma brincadeira, revelando dentes antigos
pressionando juntos.
— Me diga o que quero saber.
Lágrimas incendiavam as bochechas de Nialdlye.
— Kinig, sinto muito — Sussurrou. Era sua culpa por entreter-se.
— Tem outra mão.
Uma corrente de amargura, e criatividade corria através dos lábios de Kinig, arruinada pelo
torturado choramingação que a sublinhava enquanto que sustentava sua mão quebrada.
Sua culpa.
— Radin está no vazio. Não morreu, não exatamente. Ele me mostrou faz uma quinzena.
Ale’tone a estudou, nada seguro de que estivesse dizendo a verdade.
— Não é um produto de sua imaginação — Era mais uma afirmação que uma pergunta.
Sacudiu sua cabeça.
— Pensei isso a princípio, mas não. Viu seu conjuro e me disse o que era.
— Ele tem algum contato direto com sua gente?

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Ela franziu o cenho.


— Não.
— Mas te ajudou. Por quê?
— Gosta de mim.
— E por que não me disse isso?
Ela só podia o olhar, segura de que a verdade não o faria mais feliz.
Evidentemente tinha a ideia.
— Disse a forma de romper o conjuro?
— Disse que não podia — A verdade pela metade saiu facilmente. Havia dito que ela não
podia rompê-lo… Até que o momento fosse o correto.
Outro longo olhar, durante a qual se encontrou com seus olhos fixos, permitindo décadas de
ódio mostrar-se.
— Você não pode romper o conjuro. Está escrito em todo seu ser. Rompe-o, e morrerá.
Radin tinha advertido isso, exceto por um substituto de “força” e da “vontade” se não fosse
o suficientemente cuidadosa e não tomasse precauções.
— Sei disso — Permitiu a amargura sair de seus lábios — De que forma além disso poderia
secar meu poder?
Seus olhos se aumentaram uma fração, então se entrecerraram.
— Você é minha para fazer o que quiser. — Inesperadamente, ele deixou cair Kinig, se
afastando um passo enquanto que o bardo se aconchegava torpemente sobre o chão — Salvei-a
para te utilizar.
— Pelos portais? — Tinha dado muitas voltas e não podia pensar em outra razão pela o que
a necessitasse.
— Pelos portais — Um pingo de sorriso — Pelo poder. Nada mais de sua desprezível raça é
merecedora de meu tempo.
Caído sobre seu lado, agarrando sua mão em seu peito, Kinig estendeu um pé, mas seu
chute só acariciou a prega da toga de Ale’tone.
— Seu bastardo!
Ale’tone olhou para baixo, o brilho em seus olhos obscurecendo. O olhar deixou em silêncio
ao homem no canto, então voltou para Nialdlye, sua acostumada máscara sem expressão de novo
em seu lugar. Voltou-se e caminhou para a porta.
— Ale’tone! — Gritou, andando depressa em ir ao lado de Kinig — Cura sua mão.
Olhou-o sobre seu ombro. A parte do básico, não a tinha ensinado nunca a curar,
certamente não o suficiente para curar o dano que Kinig acabava de sofrer, mas o tinha visto curar
a mercenários quem tinha trabalhado para ele em alguma ocasião, quando era mais oportuno
para eles ser curados pelo geral. Unir ossos não estava dentro de suas habilidades.
— Não.
— Ale’tone … — Ela agarrou Kinig perto, suavizando seu murmúrio de obscenidades em seu
peito —… Não será capaz de tocar de novo.
— Deixa que essa seja a lição para você. Para ambos. Você só existe por minha misericórdia.
Mordeu a língua sobre a quantidade de coisas que poderia ter dito, simultaneamente

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calcando a magia zangada que ameaçava explodir de seu peito.


Aparentemente tendo terminado, Ale’tone deu as costas e deixou o quarto.
Em seus braços, Kinig gemeu com dor, balançando-se ao redor de sua mão ferida. Perdida,
só podia o abraçar, enterrando sua face em seu cabelo.
A presença do outro a seu lado a sobressaltou. Perdida em penas e auto-compaixão,
esqueceu-se do outro homem. Olhando para cima, encontrou-o ajoelhando-se na frente, sua mão
sustentando sobre o ombro de Kinig. Olhos da cor da escura e rica terra contemplaram sua
compostura desde sua face marrom-cobre.
— Não sou um curandeiro, mas sei como enfaixar sua mão para minimizar o dano.
Estudou-o por um momento, então assentiu, secando as lágrimas que corriam livremente
para baixo por suas bochechas.
— O que necessita?
Sua mão pousou delicadamente sobre o ombro de Kinig, ajudando o bardo a rodar sobre
suas costas. Este olhou para cima para através de olhos aturdidos pela dor.
— Panos limpos para enfaixá-lo. Pequenas peças de madeira para entalá-lo — Deslizou sua
mão para o braço de Kinig até seu ombro, sua mão deixando se cair, e encontrou com a do bardo
— Posso vê-la?
Sem uma palavra, emitindo um pequeno gemido de dor, Kinig estendeu sua mão para o
homem. Três de seus dedos estavam claramente torcidos em ângulos incorretos, tanto nos
nódulos como no meio. Uma lasca de osso se mostrava através de uma ruptura na pele nas costas
de sua mão.
O homem envolveu os dedos ao redor do pulso de Kinig.
— Sou Robern.
— Sou Nialdye — Respondeu, dando uma cotovelada a Kinig para que se sentasse sobre si
mesmo de forma de que pudesse agarrar quantos materiais Robern necessitava E este é Kinig. É
um bardo assim precisamos ser cuidadosos.
— Kinig dos elfos escuros? Ouvi falar de você.
Ocupada na metade de seu levantamento, Nialdlye não viu a face de Kinig, mas escutou seu
mudo, gemido torturado.

Capítulo Quinze

O homem falava em baixo do seu assento no chão ao lado da janela. A luz da lua projetava
suas suaves sombras no chão, progressivas onde Nialdlye estava sentada no colchão, olhando
cegamente para o canto. Seus pensamentos se voltaram internos.
Não se atrevia a mexer sobre seu conjuro mais, de forma de que só podia perguntar a que
Ale’tone poderia ter feito nesse mesmo momento no que a drenava de seu poder lentamente de
forma de que ela não pudesse se dar conta. Era essa uma das razões pela que ela tinha tido sexo?
Era essa uma das razões pela que Ale’tone era tão bom em provê-la de amantes? O que tinha feito

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antes que fosse maior de idade? Pergunta atrás pergunta abatendo-a sem piedade em sua mente,
sem nenhuma resposta à vista. Seria o entardecer em umas poucas horas. Permitiria-a estar todo
um dia sem ter confrontações de novo? Ou o veria depois do amanhecer? O que estava fazendo?
O que esperava que estivesse fazendo?
— Nialdlye?
O som de uma voz a permitiu tirar sua atenção de seus pensamentos internos, apesar de
que eles continuavam fervendo.
— Sim? — Voltou-se para olhar a ambos os homens a seu lado. Devido a sua natureza, não
podia evitar admirar a formosa imagem que eles faziam. Claro e escuro, bronzeado e moreno,
cada um nu com o fino brilho na luz das velas nos candelabros na parede. O cabelo marrom limpo
de Kinig brilhou, e os ásperos cachos na cabeça Robern destacando em grande alívio. Olhos azuis
frente olhos marrons intensos. Barba marrom claro frente a grossa negra azeviche. Robern era
mais baixo e fornido que Kinig, mas em nenhum lugar parecia gordo nem torpe. Não podia evitar
notar que a quase negra pele de seu pênis descansava discretamente entre mais cachos negros
entre suas coxas.
— Realmente conheceu Radin? — A resplandecente aparência de Kinig estava de alguma
forma escurecida pelas linhas de dor nos cantos de seus olhos e lábios. Sustentava sua mão
quebrada perto de seu ventre, envolta em seu cachecol de múltiplas de cores.
— Sim. Fiz.
— É por isso pelo que me perguntava por ele recentemente?
— Sim. Sinto não ter dito isso. Estava preocupada…
Sacudiu sua cabeça.
— Sabe melhor que eu o que Ale’tone possa ver ou ouvir.
Assentiu, infeliz de que fosse verdade. Infeliz de que inclusive ela não soubesse tudo o que
ele tinha planejado.
— Radin é real?
— Em sua maior parte. Posso vê-lo e o escutar, mas quando tento tocar, minha mão passa
através dele. E é só visualmente sólido de cintura para cima.
— Tinha escutado sobre que os espíritos se manifestavam dessa forma — Remarcou Robern,
obtendo sua atenção — A materialização depois da morte com uma importante mensagem do
mais à frente.
Estudou-o, então sacudiu sua cabeça.
— Não penso que esse seja o caso aqui. Disse-me o que aconteceu. Sua deusa o salvara
antes que ela desaparecesse. Pensa que ela tentava o enviar de volta a casa, mas que sua batalha
com outra deidade foi mais extenuante do que ela esperava.
— Outra deidade? — A curiosidade se cresceu em sua cabeça.
— Sim. Savous não te contou toda a história. Valanth estava apoiado por outra deidade… —
Ela franziu o cenho — Bom, algo como uma deidade, quem prometeu ajudar a derrocar a Rhae.
— Derrotar a Rhae?
Seu cenho se fez mais profundo, e subiu suas mãos para massagear suas têmporas enquanto
que uma estranha dor de cabeça a invadia.

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— Sim. Não sei muito mais que isso. Tinha a intenção de perguntar.
— Onde o viu? — Perguntou Robern.
— No vazio — Kinig respondeu por ela.
Evidentemente, enquanto que esteve perdida em seus próprios pensamentos, os dois
homens tinham discutido um pouco, porque Robern o aceitava sem um cenho de confusão.
— O que pensa que acontecerá agora? — Robern perguntou, deslocando-se em seu
travesseiro.
Sacudiu sua cabeça.
— Quem me dera soubesse. Em todo o tempo que estive com o Ale’tone, nunca tínhamos
tido uma situação como esta.
— Qual é o conjuro que mencionou? — Gostava de Robern um pouco mais. Sua calma firme
a ajudava a concentrar seus pensamentos errantes, e tinha sido mais que uma tremenda ajuda
com Kinig.
— É um feitiço para me controlar e para minar meu poder. Sei sobre o controle, mas Radin
me disse que Ale’tone tinha estado roubando forças de mim em pequenas doses. Está desenhada
de forma de que não pudesse detectá-lo, mas Radin tinha visto algo parecido antes.
— O que significa que ele deve ser real — Afirmou Kinig.
— Era meu pensamento.
— E agora que é consciente disso, pode rompê-lo? — Supôs Kinig.
— Isso espero. Radin me mostrou como posso.
— Então faça-o.
— Não sei se posso — Enredou seus dedos em seu cabelo solto e puxou forte — E se falhar,
o que pode acontecer a ambos?
Robern se inchou.
— Faria todo antes de ter que esperar que aconteça algo. Me corrija se me equivocar, mas
este Ale’tone pode muito bem decidir nos matar em um momento sem aparecer.
— Não acredito que fizesse isso — Ela disse.
— Mas não sabe.
— Não. Não sei — Se estivesse desesperado, se pensasse que ela fosse tão perigosa, se
pensasse que tinha perdido ou que perderia o poder sobre ela, só teria que procurar destruí-la
rapidamente, pegando-a com a guarda baixa.
Robern continuou falando, mas ela não escutava. Seus pensamentos suscitavam suficiente
pânico que teve que comprovar o feitiço, para ver se tinha trocado. Elevando um dedo para
indicar que já não estava escutando, fechou seus olhos e olhou para o interior. Fechar seus olhos
não era necessário, mas ajudaria a que os homens soubessem que sua concentração se
encontrava em outro lugar.
Tomou um momento para que seu destreinado olho centrar-se, principalmente devido à
agitação e a incerteza que a tomavam. Seu olhar interno revelou uma sutil rede que era o feitiço
de Ale’tone, a rede aonde ela tinha sido apanhada toda a vida que recordava. Moveu-se sob o
previamente desconhecido nível de complexidade, como Radin tinha mostrado. Viu-o.
Reconhecendo-o. Gradualmente dando-se conta de que tinha mudado. Pânico enfrentado que

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melava sua visão, forçou-se a acalmar-se e a estudar a delicada rede, para seguir sua origem por
um curto caminho para ver… Ale’tone. Estava trabalhando o feitiço, escorando-o, preenchendo-o,
drenando energia, sua energia, para ele. Era seu próprio poder o que suportava a coisa que a
atava, e agora havia mais que uns finos fios para segurá-la. Isso era o que ele tinha estado fazendo
desde que os deixasse.
Sentiu que o observava. Quase podia ver seus brilhantes olhos vermelhos, vividamente
zangados através da longa distância entre eles. Inesperadamente, arremeteu. Gritou, lançada de
seu olhar interior por uma faca através da parte dianteira de seu cérebro. Cambaleando-se,
encontrou-se tombada em seu lado do colchão, surpreendida que uma parte de sua testa não
estivesse escorrendo sangue sobre o descolorido tecido arroxeado ante ela.
Instantaneamente, os dois homens estiveram a seu lado, Kinig ajoelhando-se a seu lado e
Robern no tapete ao pé do colchão.
— Nialdlye! — Com sua mão boa, Kinig acariciou seu cabelo de sua face ao ombro até suas
costas — O que aconteceu?
Engoliu em uma garganta seca, reclinando-se pesadamente sobre seu ombro.
— Está reforçando o feitiço. Está fazendo mais forte — Esfregou sua testa furiosamente
enquanto o pânico se apoderava dela. Radin havia dito que o feitiço era o suficientemente forte
como estava. Se Ale’tone podia escorá-lo, não teria nenhuma oportunidade de rompê-lo — OH,
não.
Robern agarrou seu joelho.
— O que podemos fazer?
Ela se fez num novelo para se sentar, pernas dobradas.
— Nada. Não posso…
Kinig agarrou seu ombro e a sacudiu.
— Quebre o feitiço!
Olhou para sua face de determinação.
— E se não poder? E se falhar…
— Se você falhar, não podemos estar muito pior do que estamos.
— Não. Não podemos. Você não sabe…
Ele se arrastou até seu lado de forma de que pudesse o olhar comodamente.
— Sei com muita probabilidade de que nunca teve a intenção de nos libertar com vida e que
certamente nos fira ou mate, a mim ou a Robern para fazer que obedeça — Elevou sua mão
enfaixada entre eles — Esta é a última delas, Nialdlye. Prefiro provocar sua ira agora e que me
mate definitivamente.
Ficou boquiaberta diante dele.
— Você não quer dizer isso.
— Faço-o.
Os dedos de Robern se enterraram em seu joelho.
— Eu igual a ele.
— Você? Mas se nem sequer sabe o que está acontecendo.
— Vi suficiente. Senti seu poder sobre mim quando me deixou nu e me trouxe até aqui.

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Inclusive não recordo a ele me trazendo do acampamento. Ele quebrou a mão de Kinig. Sei que a
única entre nós com a oportunidade de lutar contra ele é você.
Ela agarrou seu cabelo.
— Não! Não posso.
— Tem que tentá-lo.
— Não sei como!
— Não há nada que possa tentar?
— Não. Você não entende. Nunca me ensinou mais do que ele necessitava que eu soubesse,
e não houve tempo de aprender muito de Radin. Somente me mostrou o conjuro ontem. E eu,
torpe, tola, danificando as coisas e chamando a atenção do Ale’tone.
Kinig agarrou seu braço.
— Então volta com Radin.
— O que?
— Abre o portal. Vá ao vazio. Radin pode te ajudar.
— O que? Não, isso não funcionaria. Ale’tone saberia no momento que começasse o feitiço.
O que aconteceria com vocês os dois? — Interrompeu-se, deixando cair sua cabeça para encarar o
chão, com os olhos totalmente abertos.
— Está vindo. Está furioso!
Suas faces alagadas em pânico.
Robern disparou para seus pés, encarando a porta com suas mãos feitas uma bola em
punhos
— Nós brigaremos.
— Não pode! — Estirou-se para tocar suas costas nuas, o temor correndo através de suas
veias. Ale’tone avançava até as escadas lentamente, apesar de seu aborrecimento, tomando o seu
tempo, possivelmente tentando acalmar-se. Mas a calma de Ale’tone era de longe a mais perigosa
emoção. Um calmo Ale’tone era um pensativo, e Nialdye não tinha dúvida que era mais inteligente
que ela. Era mais forte que Robern e Kinig combinados, sem que tivesse que recorrer à força física.
Pensa!
Não havia tempo. Nada que fazer. Nenhum lugar aonde ir.
Abrir o portal. E o que aconteceria com Kinig e Robern? Levaria-os com ela? Mas eles
poderiam ser inúteis no vazio. Poderia mantê-los seguros por um tempo, mas não sobreviveriam
por muito. Teria que sair em algum tempo do vazio até aí, justo de volta aos braços de Ale’tone.
Mas Radin estava no vazio. Se houvesse alguém que pudesse ajudá-la, esse tinha que ser ele.
— Não — Levantando-se, agarrou pelo braço bom de Kinig empurrando-o sobre seus pés.
Robern olhou para ela sobre seu ombro, e tomou seu braço também e os conduziu até o canto
mais longínquo da porta — Provarei o portal — Apertou seus braços, encarando a parede branca
— Não se sacudam para libertar de mim. Terei que os agarrar quando tivermos cruzado.
Entendido?
Eles assentiram.
Deixou o fato de que Ale’tone estivesse subindo as escadas do terceiro andar até a terceira
porta do lado. Forçou-se a acalmar o pânico e se acariciou para acalmar seu estado de ânimo.

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Tanto como se isto funcionava ou não. Ela acalmou a voz em seu interior, dizia que não podia. O
poder tranquilizador, preparado para seu uso. Levou-o tão tranquilamente como pôde. O portal
começou a formar-se.
Na distância,e de repente Ale’tone parou.
Tentando ignorar essa consciência, andou depressa ao portal, pondo-o mais alto e mais largo
com sua mente, necessitando espaço para três pessoas.
— Nialdlye! — O grito de Ale’tone trovejou através da torre, atravessando as paredes do
quarto.
Com um grito afogado, deixou-se cair. A abertura ondeava. Os homens a seguravam, cada
um agarrando um braço sem soltar o agarre por ela sobre eles. Franzindo o cenho diante sua
determinação, enfocou-se em solidificar o portal. Os pequenos parafusos de energia em suas
bordas crepitavam fazendo ruído. Ale’tone a faria desmaiar e começariam de novo, aperfeiçoando
o que ele era.
O portal aumentou. Quase o suficientemente grande.
Gritou enquanto a dor disparava através de seu crânio, causando que o portal se apagasse
de novo. Arrumou para mantê-lo aberta por pura força de vontade, a pesar do fato de que estava
convencida de que a parte traseira de sua cabeça acabava de expulsar seu cérebro.
Ale’tone alcançou o terceiro andar e desceu apressadamente à entrada de sua porta.
— Nialdlye, pare!
A ordem em sua voz era pior que a dor. O muro atrás do portal mostrava através do
desbotado branco. Um grito de desespero de seus lábios enquanto que observava a única
possibilidade de escapar deslizava entre suas mãos.
Então parou. Energia de fora dela o alagava e o solidificava, Escuridão bendita chamava,
sustentada pela força de uma força exterior.
— Radin! — Ofegou, seu alívio sobressaltado uma medida de tranquilidade fora da dor.
A porta explodiu abrindo-se com o grito afogado de Ale’tone. Uma luz cegadora lançou às
três sombras para a escuridão do portal e o muro ao redor dele.
— Não há tempo! Vamos! — Ela gritou, agarrando os dois humanos para a abertura com ela.
Caiu através, agarrando-se nos braços dos dois homens. O agarre por agonia em sua cabeça
cessou no instante em que seu corpo entrou na abertura, e saltou para frente, flutuando em um
nada, ansiosa de pôr alguma distância entre sua agora inconsciente carrega e o portal.
— Radin! — Gritou.
Sem resposta.
Quando esteve segura de que ambos os homens estivessem limpos, tentou derrubar o
feitiço. E não pôde. Olhos totalmente abertos, observava através da abertura oval enquanto que
Ale’tone se adiantava, olhos vermelhos cintilantes, uma branca mão sustentada para ela. Duas
forças golpearam contra cada uma, com seu pequeno feitiço na abertura entre eles. Ale’tone
mantinha um lado do portal aberto. O poder escuro que ela assumia que era Radin bloqueava o
outro lado.
— Nialdlye! — A voz de Ale’tone era o suficientemente alta para atravessar o amortecido
portal — Volta aqui.

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— Ele pensa que isso vai funcionar? — Perguntou uma apagada, imaterial voz que encheu
seu coração com alegria. Era Radin!
Ansiosa, juntou os dois homens flutuantes mais perto dela, envolvendo seus braços ao redor
de seus quadris, pressionado suas costas a seus flancos.
— O que faço?
— Não estou seguro. Tem um plano?
— Não. Sabe que descobri o feitiço. Sabe sobre você.
— Bom. Isso é um problema — Apesar de suas palavras, havia uma perversa nota de alegria
em sua voz — Pode fechar o portal?
— Não. Você pode?
— É seu feitiço.
— Não me ajudou?
— Fiz, um pouco, mas não posso fechá-lo.
Ela grunhiu.
— Está-o mantendo aberto.
— Está ferida?
— Agora não.
Ale’tone se mantinha quase sem emoção, olhando para o portal. Só poderia imaginar o que
ele via, o que estava passando por sua mente. Seria temor a Radin o que o mantinha de ir atrás
dela?
— É bastante forte, não? — Radin refletiu.
— Sim — Ela não compartilhava sua calma.
— Feiticeiro! — Ale’tone chamou, seu furioso poder surgindo contra o portal de Nialdlye —
Radin dos raedjours. Se mostre.
— Faria se pudesse — Mas a voz de Radin era muito baixa para que Ale’tone a ouvisse.
— Ele não pode — Gritou Nialdlye.
Ale’tone olhou. Uma costumada sensação de inconformidade aparecia em sua face,
retorcendo-a em uma paródia de sua normal, beleza antiga.
— Nialdlye, vem aqui.
— Não.
— O que fará? Permanecer no vazio? Morrer com seu feiticeiro, junto com seus dois
mascotes?
— Aí tem razão, carinho — Murmurou Radin, uma voz cálida justo ao lado de sua orelha — O
que propõe que façamos?
— Não sei! Tenho que afastá-los. Aleijou Kinig. Os teria matado.
— Com quem está falando? — Demandou Ale’tone.
— Pensava que disse que era inteligente? — Brincou Radin.
Inesperada, risada histérica brotou do peito de Nialdlye. Abraçou os dois homens nus mais
perto, como dois brinquedos largos de pelúcia para reconfortar a um menino. Riu alto, levando-a
ao desespero.
Radin puxou suavemente.

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Ale’tone não estava emocionado. Seus olhos se entrecerraram, e um pulso de poder


empurrou o portal.
Deu um grito afogado, sem deixá-los escapar.
— Pode te machucar? — Radin soava menos emocionado.
— um pouco. É como uma dor leve.
— Distante?
— Sim.
— Interessante.
A mão de Ale’tone se apertou em um punho. Seu cabelo começou a flutuar pela energia que
o rodeava.
— Nialdlye, o que vai fazer? Não pode estar aí para sempre, e não pode abrir outro portal
sem minha ajuda.
Conseguiu fulminá-lo com o olhar.
— Vem e me pegue.
— Vou rasgar seus mascotes em tiras! — Grunhiu. Seu transbordamento de emoção a
assustou mais que nada.
— Bom, isto não vai atrair para que saia, não é? Está acostumado de consegui-lo a sua
maneira, não é?
Lágrimas acumulando-se em seus olhos, cegando-a, desde que a força do vazio não permitia
que se derramassem para baixo por suas bochechas. Estando desprovida, ela enterrou sua face na
curva do pescoço de Kinig e deixou escapar um soluço. As uniões das correntes que seguravam seu
pingente picava um pouco em sua bochecha.
— Nialdlye!
— Preferiria morrer aqui! — Cuspiu — Prefiro morrer aqui que permitir que os tenha de
novo.
A outra mão de Ale’tone se elevou, os dedos em garras.
— Quer dizer isso? — Sussurrou rapidamente Radin.
— Sim!
O olhar furioso de Ale’tone surgiu vermelha enquanto que o poder se agrupava. Seu cabelo
disperso ao redor dele, e inclusive a pesada saia de sua túnica começou a flutuar.
— O afaste, e fecha o portal. — A voz de Radin continuou sendo muito calma.
— O que?
— Me escute — Falava rápido agora — Penso que posso te ajudar com ele, mas só se estiver
ao seu lado e só se você fechar o portal atrás dele.
— Estaremos apanhados.
— Já estão apanhados.
— Mas Como…?
— Está esperando resistência. Não daremos nenhuma oportunidade. Deixarei cair meu
bloqueio, e você o afastará.
Observou que o olhar de Ale’tone estava nela, completamente sem estar disposta de abrir-
se a ele mais do que já o esteve. Se o afastasse, o véu do portal não estaria entre eles. A dor de

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antes poderia voltar. Ou poderiam morrer todos. Mas melhor isso que morrer lentamente,
dolorosamente em suas mãos.
Os olhos de Ale’tone brilharam, o suficientemente intensos para ocupar sua visão. Ele
aspirou. Esvaziando. O muro de poder de Radin dissolvido.
Alcançou-o através do portal e empurrou.
Como um homem que cai de um precipício de pedra no abismo, Ale’tone caiu. Surpresa
transtornando sua mandíbula, seus olhos continuavam brilhando enquanto que ele se sacudia
para frente e caía no vazio.
Inclusive antes que estivesse segura de que ele o tinha atravessado, fechou seu portal. Não
desabou com a dor. Não o fechou completamente. Simplesmente cortou todas as conexões com
ele.
Não havia mais.

Tudo tinha ido. A luz se foi. Não se tinha dado conta dos portais, inclusive derrubado,
permitiam a luz. Permitindo o som. Ela vagava em nada. Em nada principalmente. Podia sentir os
corpos dos dois homens inconscientes em seus braços. Poderiam sobrever a isto? Muito tarde
para perguntar-se agora.
— Radin? — Chamou, sua vacilante boca trabalhou. Não podia escutar o som de sua própria
voz.
Sem resposta. Então um intenso flash de puro, branco cegador, aí e se foi antes que
estivesse segura de se de verdade o tinha visto.
— Radin?
Agarrou firmemente os dois homens seguros a seus lados como um salva-vidas. Foi-se?
Estava perdida? Apanhada? Teria se consumido em nada, ou o vazio a sustentaria, pendurando
através da eternidade? Converteria-se em algo como Radin? O que era Radin?
Não, não podia fazer isso. Ficaria louca! Quanto tempo havia passado?
— RADIN!
— Estou aqui.
Sua voz a encheu, rodeando-a. Nem tanto ouvida como sentida. Se pudesse, se ele tivesse
um corpo, teria se jogado seus braços ao redor dele e o abraçaria perto.
— Onde está…?
— Ele se foi — A voz de Radin era diferente ao igual à sua.
— Esse flash…
— Sim.
— Agora o que?
Tinha a impressão de dar uma respiração sem fôlego, um momento de recopilação. Seus
pensamentos soavam cansados.
— Abrir o portal. Mas espera…
Parou de reunir o poder embora estava ansiosa de acreditar em uma saída desde um nada.
— Abre-o em Dark Forest.

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— Não posso. Nunca aí estive.


— Eu sim. Juntos podemos usar o pingente de Kinig como guia.
Deslizou sua mão para cima da cintura para abrir caminho em seu peito, permitindo a sua
palma descansar sobre seu pingente. Muito estranho senti-lo, mas ainda não ver ou cheirar.
— Mostre-me como fazer um portal.
Sacudiu sua cabeça, desespero elevando-se em sua garganta como bílis.
— Toma décadas aprender.
— Temos todo o tempo no mundo — Uma gentil, cansada risadinha — Você estava
destreinada e Ale’tone … — Uma estranha pausa. Atenta? — ...Ficou muito de você. Mas
trabalharemos juntos, você e eu.
Uma pequena sensação de apreensão vibrou através dela, mas teve que deixá-lo. O que
outra opção tinha?

Capítulo Dezesseis

— Ele vai fazer bem — Murmurou Salin a Krael, vendo Jarak direto a alguns dos mais jovens
através de um exercício. Ultimamente, seu antigo escudeiro e seu amigo de confiança tinham
estado tomando mais e mais das tarefas diárias que Salin e Krael estavam acostumados a fazer.
Não era nenhum segredo que Salin tinha intenção de deixar Jarak como sua substituição. Suas
funções no conselho tendiam a tomar mais e mais de seu tempo e Krael pensava que era tempo
de dar um passo atrás e desfrutar de seus filhos.
Krael pôs o extremo do chicote na cintura.
— Não há dúvida. Tem intenção de fazê-lo a conhecer?
— Ainda não, mas…
Interrompeu-se, açoitando a cabeça para olhar à parede longínqua a sua esquerda. Franziu o
cenho, explorando o sentimento dentro de sua cabeça. Não, não a cabeça, precisamente. Em sua
mente. Em sua alma. Uma presença que não tinha sentido por muito tempo.
— Salin? — Perguntou Krael.
Um lugar vazio no coração de Salin se encheu.
— Radin — Fazendo caso omisso do olhar horrorizado de Krael, correu para a saída
arqueada da areia onde praticavam, dispersando aos jovens a seu passo.

Nalfien deitado em sua cama, sem fazer nada mais que acariciar a frágil Iana, o cabelo de cor
amarela. Sua respiração com voz áspera através de seus lábios, um pouco mais tranquila agora,
mas ainda úmida. Esqueceu de ver Gineon, aprendiz Adesty, para o que o curandeiro jovem
pudesse olhar sua tosse. A enfermidade crônica incomodava na medida em que ela fazia todo o
possível para ignorá-la. Mas o curandeiro tinha ido e vindo, e ela estava descansando
comodamente.
Por agora. Pôs sua bochecha sobre o ombro, cada vez mais consciente de que seu tempo

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Elfos Escuros 05

com ela poderia estar chegando a seu fim.


Uma onda de poder mágico na distância interrompeu seus pensamentos. Sentou-se,
olhando para a escuridão.
— Uma vetriese?
A toda pressa, jogou-se na cama e tratou de recordar onde tinha deixado seu manto.

Hyle subiu a suas mãos e joelhos, olhando fixamente para a esquerda.


Gala riu debaixo dele.
— Olá? — Seu Hyle estava distraído, mas estranha vez se esquece do que se estava fazendo
quando tinham relações sexuais.
Quando seus olhos brilhavam brandamente vermelho sob as sobrancelhas para baixo na
concentração, seu gozo se secou. Observou em espera de seus pensamentos para voltar para a
vizinhança imediata.
Estava rodando fora da cama antes de falar.
— Tenho que ir.
— O que aconteceu?
— Não estou seguro, mas há um aumento da magia que se sente como uma vetriese.
— Uma vetriese? — Saiu do outro lado da cama — Está seguro? — Tomou a túnica que
estava bastante segura de que estava procurando e a levantou.
— Não — Viu o que tinha e sorriu, cruzando o quarto para ela. A tomou em seus braços e a
beijou a fundo antes de afastar-se de novo, colocando a túnica para sair — Sinto muito.
Ela agitou a mão no ar.
— Não se preocupe por isso. Embora… — Meteu-se em seu peito — Espero um relatório
completo, e te espero para que volte para mim mais tarde.
Ele sorriu.
— É uma promessa.
— Hyle — Deteve-o na porta — Quer que vá com você?
Pensou nisso.
— Não. Mas, poderia ir ver se o rhaeja, meu pai, e os outros sabem?
— É óbvio. Embora esteja segura de que se o sentiu, Nalfien e Savous podem fazê-lo
também. — Agitou sua mão para ele de novo e foi procurar um casaco — Vá.

Savous saiu de sua oficina, precipitando-se pela escada circular tão rápido como pôde.
"Irin" chamou através de seu enlace da mente.
Seus pensamentos estavam tão assustados como os seus.
"Você também o sentiu?"
"O que sentiu?"
Ao chegar ao andar de baixo, passeava-se pelo hall, esperando com impaciência a que se
unisse a ele. Em momentos como este, sua comunicação interna era muito conveniente.
"Não estou segura. Uma vetriese? Um poder desconhecido. E… "

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Assentiu com a cabeça, sabendo por que vacilou.


"Eu o senti também."
Ela apareceu, correndo pelas escadas no extremo oposto da sala, um colete desatado bateu
as asas aberto sobre seu seio que se assegurou ao conjuntar com a saia a jogo tão curta que
apenas cobria os quadris. Cravou seu olhar nele, sua íris de cor vermelha brilhante em agitação.
— É possível?
Ficou a caminhar com ela, e ambos saíram correndo da porta de entrada da torre.
— Não tenho nem ideia, mas é ele. Tem que ser. Ninguém mais se sente assim.

Salin correu pelo túnel grosseiramente lavrado, depois de uma convocatória que não tinha
sentido nas últimas décadas. Com cautela, levou suas duas adagas a seus punhos, mas ao pensar
no que poderia estar por diante fez que fizesse caso omisso das precauções adicionais. Está aí?
Pensou com fúria, concentrando-se em uma parte de sua mente que não tinha sido utilizado em
muitos ciclos.
Não houve resposta. Nada que respondesse a suas palavras. Só uma sensação de pulsação e
uma sensação de desvanecimento.
Salin acelerou.
Atrás dele, soavam passos. Um olhar sobre seu ombro mostrou duas figuras vestidas que foi
Nalfien e Hyle. Olhando para frente, manteve seu ritmo, disposto a atacar os perigos diante deles,
se houvesse algum. Por um túnel que não tinha percorrido em ciclos, à gruta que antes tinha do
vetriese para permitir o acesso direto ao raedjour, a sua deusa. A gruta que tinha estado
tristemente vazia e abandonada desde que levou Radin.
Radin? Estaria certo? Poderia ser? Ou se tratava de um truque cruel?
Dobrou no canto escuro, sua visão noturna foi o que permitiu ver a caverna mais ou menos
redonda perfeitamente, sem cor. Ali, onde tinha estado uma vez a vetriese, sua total escuridão até
elevar-se diante dele. Os raios pequenos de seu perímetro não alcançaram uma luz verdadeira. No
chão duro e liso em seu ponto mais baixo, entre os dois bancos em esculpidos grosseiramente nas
paredes, havia quatro corpos estendidos, nenhum em movimento. Permaneceu na porta,
bloqueando, as adagas prontas enquanto comprovava os corpos. Todos nus. Uma mulher e três
homens.
Ouviu Nalfien e Hyle correndo atrás dele. Um deles trouxe uma luz.
Salin ofegou com os feiticeiros, todos reconhecendo de um dos corpos imediatamente.
— Radin!
Expertamente, guardou suas adagas e se lançou de joelhos ao lado de seu irmão.
— Salin, espera! — Advertiu Nalfien da porta, muito tarde.
Radin estava estendido sobre suas costas, a cabeça voltada para o lado em que se ajoelhou
Salin, o cabelo branco como a neve dispersos por debaixo da cabeça e os ombros. Com
entusiasmo, Salin reuniu a seu irmão em seu colo. Tomou um instante descobrir o que estava
errado, que não fosse um inconsciente Radin. As marcas brancas em sua face se foram, deixando
atrás de si sem marcas uma pele negra. O desenho de seu peito e o ventre se mantiveram, mas

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eram diferentes. Não branco. De cor vermelha. Vermelho como sangue. Entretanto, a face e o
corpo eram inconfundíveis. As maçãs do rosto afiados, o nariz aquilino, bicudo, lábios generosos
estabelecido um sorriso permanente leve.
— Este não pode ser ele — Disse Nalfien de algum lugar por cima do ombro de Salin.
Salin meneou a cabeça.
— É ele — Levou o corpo de Radin perto de seu peito, acariciando os músculos das costas do
corpo de seu irmão, para convencer-se de que eram reais — Posso senti-lo.
— Salin — Uma mão em seu ombro — Não sabemos o que…
Duas chegadas mais na entrada da caverna, duas pessoas com empurrões para fazer espaço
em um lugar estava cheio de gente. Salin não se surpreendeu nem remotamente quando tanto
como Savous e Irin se ajoelharam junto a ele, com cuidado saltando às outras pessoas
inconscientes, às quais Hyle estava revisando.
Salin elevou Radin o suficiente para poder olhá-lo. Irin ficou sem fôlego, a mão
imediatamente para chegar à mandíbula de Radin. Savous mantinha os olhos fixos no rosto de seu
antigo professor e amante.
— É ele — Olhando a Savous, Salin, levantou o olhar para encontrar-se com o seu, os olhos
vermelhos cheios de lágrimas que não pôde deixar de notar. Seus olhos também estavam assim?
Era isso o queimava e picava atrás de seus olhos?
— É o que sinto.
Savous assentiu com a cabeça, e a umidade se acumulou em seus olhos com o brilho
carmesim amplificando sua íris.
Sem se dar conta do que estava fazendo, Salin estava abraçando a Savous esmagando Radin
entre eles.
— Ele está aqui.

Capítulo Dezessete

A escuridão arrebentou, e despertou imediatamente a Nialdlye, o ventre, os seios doíam, e


muito, e sua boceta chorava de necessidade. Engoliu em seco, olhando fixamente as vigas do teto
de madeira de um tipo que nunca tinha visto, tratando de vencer a sensação de recordar quem
era. Voltou a cabeça lentamente para um lado, em resposta a um grito profundo e suave dessa
direção.
De repente, não se importava quem era.
Desejo. Poderia ter sido uma palavra em sua mente. Poderia ter-se derramado de seus
lábios. Não sabia. Não se importava. Não quando a quatro metros de distância havia um homem.
Os musculosos braços e o peito revelado por um colete de couro de cor ouro estava aberto sobre
uma pele negro brilhante. Um ventre duro descia para uns calções de um marrom mais escuro que
o colete. O cabelo branco recolhido em um rabo, deixando ao descoberto um rosto cinzelado,
formoso e uns olhos violeta fascinantes ocasionaram numerosas sensações em seu estado de

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choque.
Estendeu a mão enquanto um gemido de gorgojeu saía de sua garganta.
Ele estava a seu lado imediatamente, de joelhos sobre a cama, abateu-se sobre ela,
golpeando a boca aberta com a sua. Lentamente envolveu seus braços ao redor de seu pescoço e
o arrastou por cima dela, movendo-se ansiosamente para conseguir que seus quadris encaixassem
entre suas pernas. Uma manta leve resultou ser seu inimigo, o toque de seus sexos sobre o tecido
não era suficiente, sentia dor por não ter a imprensa plena do homem sobre ela. Um pensamento
leve, uma explosão de magia, e a manta se chamuscou, desaparecendo.
Ele gemeu, afundando suas mãos em seu cabelo enquanto comia sua boca. Colocou seu
enorme corpo sobre o seu, sua roupa não era muito obstáculo, já que a frente de seus calções se
queimou com a manta. A longitude quente de aço de seu pênis se pressionou mais ou menos em
seu sexo, deslizando-se facilmente na úmida entrada de seu corpo. Ou era sua umidade? Suas
mãos se deslizaram através deles, debaixo de seu colete procurando mais de sua pele acetinada.
Desesperada se balançava envolvendo suas pernas ao redor de sua cintura para esfregar-se
melhor contra sua longitude.
Grunhiu, ou gemia, ou algo entre os dois. Puxando seu cabelo, enterrou a outra entre eles
para tomar a si mesmo na mão, enquanto não renunciavam ao êxtase mútuo de sua boca. Lutou
pelo domínio embora ela estivesse puxando fortemente de seus quadris e ganhou o espaço
suficiente para estabelecer a cabeça de seu pênis em sua entrada. Logo que o sentiu, ela se
empalou de repente tendo seu eixo todo de uma vez.
Um grito arrancou de sua boca, arqueio seu pescoço nos travesseiros que amassaram de
novo contra as pedra atrás da cabeceira. Ela cravou as unhas em suas costas, enquanto ele
apoiava os cotovelos por cima dela, dobrando uma perna no musculoso traseiro para aproveitar
sua potência justo antes que começasse a golpear duro toda sua formosa longitude nela várias
vezes.
— Deus, sim! — Era seu pênis, estava em sua casa dentro dela, arrastando-se através das
malhas sensibilizadas. Seu brutal pênis se explodia contra seu clitóris com cada investida.
Seus grunhidos de esforço deixavam um fantasma sobre o calor de sua pele, não para
refrescar-se só para aumentar seu ardor, ela gritou, pressionando os calcanhares no traseiro para
insistir a mais velocidade.
Gozou com um chiado, convulsionando a seu redor. Maravilhosamente, ele não. Fez uma
pausa, incapaz de mover-se, mas ela o agarrou duro e logo que o agarre diminuiu, ele começou a
balançar-se dentro outra vez. Ela estremeceu de gozo, com uma mão no cabelo se moveu para
tirar a cabeça a um lado, deixando ao descoberto seu pescoço a sua boca faminta.
Gemia enquanto atormentava, empurrando e empurrando até que um pequeno orgasmo
finalmente a apertou novamente.
Ele respirava com força e levantou a cabeça. Ela se preparou para por fim reunir seu olhar
de cor violeta, olhava-a aturdido. Tinha a boca aberta, mas não saía nenhum som.
Uma onda de pânico a levou. Tinha-o machucado?
Pareceu recuperar seu sentido.
— Qual é seu nome? — Disse.

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Engoliu em seco pela garganta ressecada.


— Nialdlye.
Um sorriso curvou os lábios inchados revelando brilhantes dentes brancos.
— Sou Adesty, sou curandeiro. Suponho que se sente bem?
Ficou boquiaberta, apanhada entre risadas e gemidos, muito consciente de seu pênis ainda
enterrado nela.
— Eu...
Uma porta foi aberta a sua direita, e entrou outro homem. Sua pele negra também. Ombros
mais largos, talvez de menor estatura, cabelo curto e uma sombra de barba em seu queixo bicudo.
— Adesty? — Seus olhos se abriram, e cambaleou frente ao marco da porta — Deusa!
Irreflexivamente chegou a um lado dele, Adesty sentiu como se apertou sua boceta com
entusiasmo.
Estremeceu-se. Sentia-se bem.
— Gineon, Vêem aqui. Tire a roupa.
O homem tropeçou uns poucos passos dentro do quarto com as mãos na fivela de seu
cinturão.
— Está seguro?
Os dedos cavaram o queixo de Nialdlye, forçando-a a girar a cabeça longe do homem
fazendo que o olhasse de novo. Sustentou o olhar faminto.
— Necessita mais, não?
O gemido brotou de sua garganta antes de que pudesse evitá-lo. Ela se moveu fazendo-o
gemer.
Assentiu com a cabeça.
— Gineon, ande depressa — Então, para ela — Quê-lo em sua boca ou em seu traseiro?
Ficou boquiaberta, tinha pensado em tomá-lo na boca, mas sua menção do traseiro encheu
sua mente. Só tinha tido dois homens humanos de uma vez um par de vezes. A ideia de dois
destes homens... Raedjour. Um olhar ao outro corpo mostrou outro magnífico, negro e longo
pênis que se revelou quando deixou cair sua roupa.
— Traseiro — Murmurou.
Assentindo com a cabeça, Adesty lambeu seus lábios, mantendo o pênis em seu interior.
Ela se acomodou, livre de mover-se como gostava, esquecendo-se de todo o resto, só
sentindo como se deslizava o pênis dentro dela, montando-a com impaciência. Tão duro, durante
tanto tempo. Tão belamente duro. Agarrou seu cabelo e sob os quadris, assegurando-se de que a
longitude tocasse todos os lugares quentes dentro dela.
Lembrou do outro elfo quando suas mãos se apoderaram de sua cintura. Parou-se, jogando
um olhar por cima do ombro.
Sua atenção estava no traseiro, surpreso. Os dedos se deslizaram através da fenda, roçando
seu buraco.
— Está molhada... — Podia sentir sua pequena abertura apanhando os dedos com fome.
— É um elfo, Gineon. Seu nome é Nialdlye — Adesty riu, e o rebote produziu coisas
preciosas dentro dela — E quando todos possamos pensar com claridade, vamos falar disso.

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Jet Mykles
Elfos Escuros 05

Voltou a face, e o seu cabelo caindo sobre seu ombro direito, sorriu.
— Falar mais tarde. Foder agora! — Alargou a mão para agarrar o flanco do outro homem.
Gineon gemeu murmurando
— Se você o diz... — Esfregou seu pênis na abertura enrugada e ficou sem fôlego quando ela
empurrou para encerrar a cabeça do pênis um pouco mais dele — Deusa!
É obvio! Pela primeira vez em um tempo muito, muito comprido enviou uma silenciosa
oração a Tohon, agradecendo pelas sensações com que a tinha abençoado. Tinha os movimentos
limitados para trás, com Adesty dentro de sua boceta, mas se deu conta de que com Gineon a
precaução não era necessária. Empurrou em forma lenta e constante, enchendo-a. As paredes de
seu canal explodiram em chamas com uma sensação diferente e mais escura que as de seu sexo,
mas não menos gloriosa. Nialdlye teve que deixar de mover-se, teve que deixar de pensar, teve
que fechar os olhos e simplesmente sentir como os dois grandes pênis a enchiam.
Tinha morrido e chegado aos campos celestiais?
Não era tempo para pensar só para foder.
Um almíscar rico, amadurecido, saiu deles e encheu sua cabeça fazendo que sentisse
vertigem. Gineon tinha estabelecido seu ritmo entrando e saindo dela lentamente. Fogos
misturados corriam pelas costas, debilitando-a, até que colapso no peito de Adesty. Nunca tinha
sido assim. A necessidade continuou aumentando e fazendo-se eco do ritmo dos dois homens que
se moviam em seu interior. Isso não era tudo, uma parte distante de seu cérebro o reconhecia.
Não era só físico. Havia algo mais, algo que permitiu tomar o sustento de seus amantes. Algo que
finalmente encontrou fogo, dois fogos, que ricocheteavam, misturavam-se, participavam de lugar
de alimentar simplesmente. Ela gritou, retorcendo-se, cheia a transbordar. Muito cheia. Ia
explodir.
Fez-o, quebrou-se e não teria se surpreendido ao ver as chamas comendo sua pele. Gritou,
gritaram, e se aquietaram os três. Então, depois de um ofego e um momento de descanso, Gineon
se moveu, e tudo começou de novo. Nialdlye se agarrou a sua saúde mental por um fio. Nunca
havia se sentido mais em casa em toda sua vida.

Os olhos de Kinig se abriram numa escuridão tênue. Uma vela protegida estava acesa em
uma mesa justo diante dele, ao lado da cama em que se deitava. Sua mão danificada, densamente
envolta em bandagens limpas e brancas estava colocada diante de seu rosto sobre um travesseiro
que cheirava benditamente familiar. Piscou, contendo a respiração, com medo de provar se a
parede de pedra e a roupa de cama em que deitava eram reais. Centrou-se em uma pintura
emoldurada de uma bailarina cuja silhueta se recortava diante de uma lua maior que a vida
mesma.
Reconhecia a pintura.
Poderia ser...?
Um ronrono zumbiu quente em sua orelha, um braço magro e forte abraçava e as suas
costas contra um peito suave, de pele acetinada.
— Está acordado, língua de prata?
Engoliu em seco com a garganta apertada.

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Jet Mykles
Elfos Escuros 05

— Fa... Fal-Fallil? — Disse com voz rouca.


Os lábios apertaram contra seu pescoço.
— Sim, meu amor. Esse sou eu.
Ansioso, desgracioso, rodou sobre suas costas. Rindo em voz baixa, Fallil se apoiou no
cotovelo e se abateu sobre ele, quem bebeu do que seus olhos podiam ver. Olhos de prata e gelo.
Formosa cabeleira branca derramada sobre seu ombro e o peito, a maior parte posta sobre a
cama atrás dele.
— Fallil!
Seus lábios se uniram. Kinig tomou os cabelos de seu amante apaixonadamente, mas um
assobio de ira o arrancou do beijo sem pensar, quando a dor atravessou sua mão lesada.
Fallil o agarrou pelo pulso e o apertou contra o colchão e capturou seus lábios novamente
para que suas línguas se familiarizassem a fundo. Foi Fallil quem finalmente se retirou e calou os
esforços dele para obter mais. Seus olhos brilharam quando se apoderou do outro pulso de Kinig
para fixá-lo ao colchão enquanto se reajustava para poder sentar-se escarranchado sobre seus
quadris. Kinig gemeu quando o peso do traseiro de seu amante pressionou em sua crescente
ereção.
— Tem que me contar que aconteceu.
— Ugh. Mais tarde?
O cabelo branco caiu para frente para criar uma cortina, criando um refúgio escuro que a luz
das velas mal penetrava. Não era justo. Sabia que a visão de Fallil de noite lhe permitia ver
perfeitamente.
Fallil riu entre dentes.
— Não tem curiosidade a respeito de seus companheiros?
Acalmou-se.
— Estão bem?
— Pode se dizer que sim.
— O que significa isso?
— A mulher despertou ontem de noite. Notável... — A emoção se misturou na voz de Fallil
— Trouxe uma mulher elfo para nós.
Kinig riu entre dentes, muito consciente da pressão sobre seu pênis. Fallil se moveu o que
não ajudou muito, mas se esforçou para seguir conversando.
— Nialdlye. Falou com ela?
— Bom, não — Riu — Esteve muito ocupada desde que despertou.
Kinig franziu o cenho.
— Ocupada?
— Adesty e seus assistentes tiveram que ocupar bastante tempo satisfazendo, ah, suas
necessidades.
Tomou um instante, e depois Kinig riu.
— Posso entender que houve um montão de problemas?
— Um pouco. Correu-se a voz, e há uma fila de homens esperando para satisfazê-la.
— Ela vai gostar disso — Sorriu Kinig — O que aconteceu a Robern?

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Elfos Escuros 05

— O humano está ainda em repouso. Tanto você como ele estiveram inconscientes durante
vários dias.
—Ah, sim? E Nialdlye, acaba de despertar?
— Sim. Perguntou por você, e disse-lhe que diria quando estivesse acordado.
— Se ela estava ocupada, como...? — Deteve-se, rindo entre dentes. O sexo era tão comum
entre os raedjour que era muito possível levar a cabo discussões na cama. Nialdlye provavelmente
seria igual. Sim, estaria muito feliz aqui.
— Robern vai estar bem?
— Adesty acredita que sim. Estou seguro que vai despertar logo, agora que está acordado —
Fallil elevou os pulsos de Kinig e se sentou. Seus movimentos o distraíram quando o traseiro
apertou sua longitude dolorida — Não vai me perguntar a respeito de Radin?
A mão boa de Kinig se apoiou no quadril de Fallil, e o seu olhar voou ao encontro do outro
homem.
— Radin?
Fallil o observava de perto, os olhos brilhantes.
— Não sabia nada de Radin?
— Eu... Sim... Não... O que aconteceu?
— Quanto se lembra?
— Ale'tone nos ameaçou. Nialdlye abriu um portal e nos levou através dele. Ela nos havia
dito que íamos perder a consciência no vazio.
Fallil inclinou a cabeça.
— Não conheço nenhum Ale'tone. O portal abriu suas portas na caverna onde estava
acostumado estar. Nalfien, Hyle, Savous, Irin, e Salin todo o sentiram. Ao chegar a vocês, os quatro
jaziam inconscientes no chão.
— Quatro?
— Você, a mulher, o ser humano, e Radin.
Kinig ficou boquiaberto.
— Radin?
Sorrindo, assentiu com a cabeça.
— Grandes deuses! Falou com ele?
— Infelizmente, não. Não só está inconsciente, seu corpo está rodeado por uma espécie de
feitiço que Nalfien e Hyle ainda estão tentando decifrar.
— Está seguro de que é ele?
— É ele ou uma imagem excepcionalmente boa. Apesar de que suas marcas de Rhae
trocaram de maneira estranha. Mas acredite… — Sua voz baixo, e se inclinou para frente para
colocar sua palmas sobre os mamilos de Kinig — Soube que era Radin quando o vi.
Kinig arqueou uma sobrancelha, os dedos deixaram de cravar-se no quadril de Fallil.
— Vai fazer agora?
Os olhos de prata de Fallil se fecharam por cima de seu sorriso.
— Agora.
Sabia que não devia ter ciúmes de nenhum tipo de relação que Fallil pôde ter tido com

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Elfos Escuros 05

Radin. Tinha levado uma vida plena antes que tivesse nascido. Mas Kinig poderia jogar a ciumento
pelo efeito. Envolveu a mão ao redor do pênis negro e brilhante que se sobressaía por cima de seu
ventre, sua mão se deslizou facilmente sobre a pele quente e úmida.
— E quão intimamente o conhece?
Fallil fechou os olhos, sorrindo alegremente enquanto empurrava para frente em sua mão. A
sujeição trouxe seus quadris para frente, a umidade corria sobre o pênis de Kinig.
— Muito íntimo — Chegou atrás dele para capturar a longitude de Kinig — Radin era um
amante das artes.
Kinig gemeu quando esfrego seu pênis contra a entrada estreita do elfo.
— Não posso jogar a culpa.
Pouco a pouco Fallil se foi empalando.
— Eu tampouco — Saiu lentamente, e depois se afundou — Tenho uma fraqueza pelos
bardos...
A conversa parou quando Fallil começou a mover-se. Kinig era consciente de que não duraria
muito tempo. Acariciou o pênis de seu amante quando o canal de Fallil o apertou. Manteve os
olhos abertos, bebendo nos olhos da pessoa que amava por cima de todos outros. Ocorreu contar
sobre seu tempo com Nialdlye, mas ainda não. Não quando esse sentimento delicioso do orgasmo
se estava construindo por debaixo de seu ventre. Não quando Fallil caiu para frente para que seus
lábios se encontrassem, Kinig o envolveu entre seus braços ignorando a bandagem em sua mão, e
fez caso omisso da curiosidade de por que não sentia dor, ignorou tudo menos o homem com que
estava fazendo que o fogo de repente se acendesse em suas vísceras.

Capítulo Dezoito

Kinig contou a história de uma formosa mulher elfa de pele-vermelha cativa de um tirano.
Uma heroína maravilhosa que mais tarde salvou um pobre e desgraçado bardo e um mercenário
inconsciente das garras de um malvado senhor elfo. Nialdlye apenas se reconheceu no relato, o
que permitiu desfrutá-lo com o resto da pequena mas impressionante audiência de Kinig. Só
comentou quando terminou que ou não sabia o que tinha ocorrido, ou seus efusivos louvores
chegavam a ser muitas.
Sentou-se em uma cômoda sala de estar, uma taça de vinho quente na mão enquanto se
aconchegava em um extremo de uma plataforma de travesseiros. A seus novos companheiros,
esses homens sexuais, não se importou sua preferência pela nudez nem um pouco. Custou dois
dias para levá-la a um estado de satisfação sexual que nunca havia sentido antes, depois do qual
se encontrou com que os raedjour eram mais suscetíveis a suas necessidades. Tinha perdido a
conta da cadeia de amantes que a tinham agradado depois de que despertasse, e se lamentava de
que provavelmente não os recordava a todos, já que não tinha perguntado cada nome. Entretanto
se comprometeu a aprender seus nomes.
Se o rhaeja a deixava ficar. Coisa que ainda não se discutiu. Tinha pedido a Kinig para

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transmitir a primeira história.


Apesar do desconhecido, Nialdlye era feliz com facilidade. A atual companhia era
maravilhosa. O rhaeja e sua verdadeira companheira, Irin, desfrutaram da narração de Kinig e
realmente pareciam dar a bem-vinda a sua presença. Kinig se sentou em um tamborete junto à
grande lareira iluminada com seu amante sentado no tapete junto a ele. Esteve mais que feliz de
conhecer Fallil e absolutamente incapaz de deixar de abraçá-lo fortemente, com lágrimas nos
olhos. Vê-los reunidos era um presente do céu. Os outros elfos na sala foram apresentados como
Hyle, sua verdadeira companheira, Gala, Nalfien, Diana, e Salin. Reconheceu o nome de cada uma
das baladas Kinig, emocionada de estar com tal companhia. Diana e Salin, sentada e de pé
respectivamente, na porta que conduzia a um quarto contiguo.
No quarto, estava Radin. Disseram que esse quarto tinham sido seu apartamento, o que
concordava com o aroma um pouco rançoso. Era evidente que o quarto tinha sido limpo e
ventilado nos últimos dias. Olhou Radin deitado nessa ampla cama, aparentemente adormecido.
Podia ver e sentir a aura a seu redor, um remanescente de um feitiço estranho que ela não
conhecia. Nalfien e Hyle disseram que o rodeava desde que os quatro tinham saído do portal ou
vetriese, como eles o chamavam. Ainda estavam tratando de decifrar o que era.
— O que aconteceu com Ale'tone? — Perguntou Nalfien.
Todas as olhadas se voltaram para ela, mas negou com a cabeça.
— Eu disse tudo o que sei. Radin nunca chegou a dizê-lo.
— Mas Ale'tone não te incomodou quando ensinou a Radin como abrir o portal?
— Não.
— Não sentiu nada dele depois do raio de luz?
— Não. Abrimos o portal, e Radin me empurrou com Kinig e Robern. Não sabia que tinha a
intenção de unir-se a nós. Não sabia que podia.
— Mas não sabe de Ale'tone…
— Já está bem, velho — Salin olhou do outro lado da sala — É Radin. Sei.
Nalfien o olhou equânime e não disse nada mais.
Nialdlye sabia o que estava pensando.
— Eu não acredito que seja ele — Disse ao feiticeiro mais velho — É obvio, não estou bem
treinada com minha magia, mas vivi com o Ale'tone mais de um século. Não o sinto.
Nalfien assentiu recostando-se em sua cadeira. Não disse, mas pensou. Ale'tone era um
mestre. Poderia ter enterrado a si mesmo tão profundo que ela não podia detectá-lo. Não havia
maneira se soubesse nesse momento, não havia maneira se soubesse até que pudessem investigá-
lo.
— Bem — Falou o rhaeja, ganhando a atenção de todos. Centrou-se em Nialdlye com um
sorriso — Estou seguro de que há mais na história de Kinig do que foi capaz de dizer — Lançou um
olhar profundo ao bardo — Embora esteja seguro de que o fez o melhor que pôde.
Kinig riu junto com outros.
— A mim, por exemplo, eu adoraria escutar mais de sua história, Nialdlye — Continuou
Savous ligeiramente. Alisou a mão pelas costas Irin — Ficará conosco para contá-la?
Ela respirou fundo e deixou escapar o ar.

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— Ficarei todo o tempo que me queiram rhaeja.


Ele assentiu.
— Sua situação é tristemente única. Sinto muito a perda de sua gente. Mas acredito que
posso falar por todos nós, pelos de dentro desta sala e os de fora, que sua presença e sua
contribuição a nossa sociedade seria muito bem-vinda.
Seu coração se expandiu quando Savous demonstrou ser o homem maravilhoso que Kinig
havia dito que era. Não pôde evitar sorrir amplamente.
— Obrigado, rhaeja.
— Por favor, tem que me chamar Savous. — Ficou de pé, levantando Irin com ele —
Entenderá, se tivermos que tomar as coisas com calma? Vamos ter que tomar algum tempo para
chegar a nos conhecer um ao outro.
Ficou de pé ao dar-se conta de que seus "nós" incorporava a todos seu povo e não só ele.
— Entendo completamente.
Sorriu.
— Bem. Um conjunto de quartos foram preparadas para você. Hyle e Gala lhe mostrarão
isso, já que vivem justamente ao lado. Estarão disponíveis para você.
E para me vigiar. Não se importava. Não esperava ganhar sua confiança imediatamente.
Savous enfrentou Kinig.
— Senhor bardo, espero que tenha a intenção de ficar conosco.
Kinig não pôde ficar de pé, devido ao feito a que Fallil o envolveu ao redor de sua cintura,
meio deitado em seu colo. Pôs-se a rir.
— Se assim o quiser, sentiria-me muito honrado.
— Todos sentimos saudades — Sua sinceridade fez que o coração Nialdlye saltasse de
felicidade por seu amigo. Seu olhar revoou entre ela e Kinig — A respeito de seu amigo. Estou feliz
de convidá-lo a ficar, mas acha que é o que quereria?
Deu uma olhada a Kinig. Tinha visto Robern, viu seu assombro por estar na cidade élfica.
Entretanto, sua perda se viu refletida no olhar de Kinig.
— Não o conheço bem — Disse a Savous — Ajudou-nos, mas o conheci só um dia antes que
escapássemos.
Savous assentiu.
— Vou fazer que alguém explique sua situação e permita tomar sua própria decisão. Os dois
são bem-vindos a vê-lo quando quiserem.
— Obrigado.
— Muito bem, acredito que isso é tudo. — Foi ao lado de Salin um momento para olhar para
o quarto. A tristeza, o amor e a esperança lutavam em sua expressão — Parece que haverá vida
logo aqui de novo.

Epílogo

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Kinig flexionou os dedos. Adesty e seu aprendiz fizeram todo o possível para recompor os
ossos que Ale'tone quebrara. Três temporadas mais tarde, agora tinha a maior parte do uso de
seus dedos de volta. Seu agarre não era o que uma vez foi, e não todos os nódulos se endireitaram
por completo, mas sua agilidade com as cordas de seu alaúde já estavam quase para voltar a
tocar.
Sentou-se no quarto que compartilhava com Fallil, praticando sozinho. Assim que se
surpreendeu quando a porta se abriu e Nialdlye arrastava Fallil atrás dela.
Os dois tinham desenvolvido uma amizade. Como era de esperar, quando Fallil ouviu falar de
sua relação, esteve agradecido de que Nialdlye estivesse ali para cuidar dele e não deu uma ideia
para enfrentar sua relação sexual. Não, isso não era certo. Intrigou a Fallil o suficiente como para
que os três compartilhassem a cama, o chão, o sofá, o tapete, etcétera, em mais de uma ocasião.
Rhicard entrou em silêncio atrás deles, sorrindo enquanto fechava a porta. Nialdlye se pôs a
rir, empurrando Fallil para a cama junto a Kinig. O olhar de surpresa de Fallil disse que seu amante
não estava de tudo informado do que estava passando.
Nialdlye sorriu, virtualmente irradiando alegria.
— Eu posso fazê-lo.
— Fazer o que?
— Estabelecer o feitiço que vai te trocar a raedjour.
Kinig ficou boquiaberto.
— O que?
Ela riu, esfregando as mãos.
— Não dissemos isso, mas Robern me deixou provar nele — Ela olhou de novo a Rhicard —
Rhicard e eu provamos uma teoria. Já passou um par de semanas agora, e Robern mostrou sinais
de mudança. Rhicard diz que nenhum outro homem ao que lançavam o feitiço durou mais de um
dia! Posso fazê-lo, Kinig!
Piscou. Sabia que ela tinha estado trabalhando com Rhicard aprendendo mais a respeito de
sua magia. Não tinha nem ideia de que tinha chegado tão longe, ou tinha um objetivo em mente.
— Robern?
Ela se ajoelhou a seus pés, com a mão em seu joelho.
— Sim. Queria provar.
— Nunca me disse isso.
Seu olhar saltava dele, a Fallil. Seguiu seu olhar, mas seu amante de repente encontrou algo
de profundo interesse ao estudar a parede do fundo.
— Não quisemos te incomodar. No caso que...
— Em caso que morresse? — Franziu o cenho — Robern é meu amigo.
Ela teve a graça de olhar a outro lado. Provavelmente teria ruborizado se sua pele não fosse
já de cor vermelha.
— Foi ideia sua também.
— Essa não é desculpa.
Ela franziu o cenho.
— Kinig, quer se enfocar nas boas notícias que tenho para compartilhar com você? —

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Aproximando-se, ela apertou o joelho de Fallil — Eu posso fazer isto. Rhicard e Nalfien ambos
disseram que tenho talento para isto.
— É verdade — Rhicard deu um passo atrás de Nialdlye — Acreditam que é devido à
natureza de seu povo. Sua magia é só um pouco diferente à nossa.
Recuperou-se o bastante, por isso seus seios se balançaram de uma maneira em agradável
distração.
— Robern se ofereceu em ser minha cobaia. Funcionou. Posso-te ajudar!
Kinig respirou profundamente, tomando em conta suas palavras. Lentamente, voltou a
cabeça para fazer frente a seu amante.
Fallil, não hesitou em fazer frente, olhou-o nos olhos.
— O que pensa?
— Não estou seguro. Tenho medo de ter esperanças.
Kinig assentiu.
Diante deles, Nialdlye abriu a boca para protestar, mas se deteve quando Rhicard pôs uma
mão sobre seu ombro.
— Talvez deveríamos deixar que Kinig e Fallil falem sozinhos.
Sua boca se fechou com um click quase audível. Ela olhou a um e a outro. Assentindo com a
cabeça, ficou de pé, depois surpreendeu Kinig inclinando-se para abraçá-los.
— Amos-os tanto — Sussurrou com ferocidade — Quero que estejam juntos muito tempo —
Deu um beijo em Fallil e depois em Kinig, e deu outro apertão — Não me ofereceria se não
estivesse segura de que funcionaria — Com isso se foi.
Com cuidado, Kinig deixou de lado seu alaúde e depois se voltou para Fallil, que dobrou o
joelho sobre o colchão para o enfrentar. Também. Entrelaçaram os dedos e apoiou suas mãos
sobre os joelhos.
— Amo-o — Disse Kinig — Mais que tudo. Nada eu gostaria mais que ter este trabalho e
passar os próximos séculos com você.
— Mas.. — Estancou diante a interrupção de Fallil.
— Não quero ser uma carga para você.
Fallil franziu o cenho.
— Como pode ser uma carga para mim?
Kinig apertou os dentes, e depois se obrigou a dizê-lo.
— Soube desde o começo de nossa relação que me sobreviveria. Pode sair adiante com
outros amantes depois de mim.
Durante um comprido momento, Fallil simplesmente o olhou.
— Não sei se saio do quarto ou te golpear nestes momentos — Soltando-se da mão,
levantou-se. Kinig estremeceu, mas Fallil só apertou a mandíbula com força — Amo-o. Sinto mais
por você do que senti por alguém mais em toda minha vida. Uma grande parte de mim morreu
quando te deixei ir antes, e estou começando a me perguntar se sobreviverei.
Kinig ficou boquiaberto.
A tensão de Fallil se afrouxou, seus largos dedos acariciaram sua bochecha.
— Estou seguro de que somos um verdadeiro casal, apesar de que nunca haverá um filho

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que o demonstre.
— Mas os homens não...
— Sei. Mas, de novo, pode alguém sabê-lo realmente a menos que tenha a experiência?
Kinig se encontrou nos braços de Fallil, sua face pega na parte interior do pescoço do outro.
Não estava seguro de se devia jogar sobre Fallil ou ficar olhando-o ali, e não importava. As
lágrimas queimaram seus olhos enquanto o abraçava aproximando de seu amor.
— Acha que o feitiço de Nialdlye funcionará?
— Sim, de fato, acredito — Os lábios quentes se pressionaram contra a têmpora de Kinig —
Como ela disse, não se ofereceria, se não estivesse segura.
Kinig ficou onde estava um momento. Esta era. Sua oportunidade. A oportunidade que tinha
desejado, mas nunca se atreveu a esperar. A oportunidade de seus sonhos que sempre tinha
sabido que eram uma fantasia. A oportunidade de viver uma longa vida com seu verdadeiro amor.
A contra gosto, afastou-se, mas manteve seus braços sobre os ombros de Fallil. Deu a seu
amor um lacrimoso sorriso.
— Então vamos procurá-la.

Fim.

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