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Jet Mykles

Elfos Escuros 06

Jet Mykles
Despertar
Série Elfos Escuros 06

Desde que a primeira menina dos Elfos Escuros nasceu, Eryhaen é uma rhaejena, uma princesa, e
desejada por todos os homens ao seu redor. Nasce com dons mágicos que desafiam inclusive aos
feiticeiros mais experientes de seu povo, tem a admiração de seu povo e a devoção de seus três
melhores amigos e amantes. Brevin, Lanthan e Tykir estiveram ao seu lado durante toda sua vida,
e cada um dos três jovens faria tudo por ela e entre si.
Mas Eryhaen necessita mais que inexperientes e ansiosos amantes. Está fora de controle, e sabe.
Sua magia é crua e selvagem, e não é a única que começa a vê‐la como um perigo.
Ela necessita de ajuda.
A única possibilidade é o Radin, um legendário feiticeiro, que retornou da morte, mas permanece
magicamente inconsciente durante um quarto de século. Os sonhos e inegáveis instintos dizem a
Eryhaen que é a solução para seus problemas, só se puder despertá‐lo.
Uma vez que o faça, então o que? Ele pode ser a resposta a seus problemas, mas, o legendário
amante é o homem para ela? Ou ele esta destinado para alguém mais?

Disp em Esp: El Club de las Excomulgadas


Envio do arquivo e Formatação: Δίκη
Revisão Inicial: Tessy
Revisão Final: Dani A.
Capa: Élica
Talionis

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **
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Elfos Escuros 06

Nota da Revisora Tessy: Até que fim chegou o Radin!!!... Hehehe... Rimou!!! Mas deixando
de brincadeiras... Não sei se por ter esperado tanto... Fiquei um pouco decepcionada com a
história... Faltou algo... Não sei bem o quê (ação, perigo, mais emoção, aventura?)... Acho que
ficou fraquinha!! Essa Eryhaen! Que vontade de matá‐la! Uma verdadeira peste! Mas os três
mocinhos, sim, ao meu ver tem quatro mocinhos! Os três: Brevin, Lanthan e Tykir e o Radin. E foi
os três primeiros que salvaram a historia, são tudo de bom, vale a pena ler.

Nota da Revisora Dani A.: Esse livro dá um novo significado a frase: “Todo mundo é de todo
mundo, ninguém é de ninguém”. O livro se resume a transar, não importa com quem, ou aonde ou
na frente de quem, para tudo se resolver. Talvez devesse mandar essa pérola de conhecimento ao
senado brasileiro???????!!!!!!Boa Leitura.

Prólogo

— Acha que é uma boa ideia?


Sorrindo, Savous passou um braço sobre os ombros de sua verdadeira companheira.
— Ela vai estar bem.
Irin dirigiu um olhar para ele, seus olhos de cor vermelha brilharam com ceticismo.
— Isso seria muito mais efetivo se não pudesse sentir suas dúvidas.
Riu, acariciando sua têmpora, nem remotamente lamentava que estivessem atados de corpo
e alma, com a mente e as emoções abertas para o outro. Não sabia se teria sobrevivido os últimos
séculos sem essa união que valorizava tanto.
— Estivemos de acordo em que não poderíamos mantê‐la presa. — Murmurou, de pé junto
a ela em um canto da caverna.
O espaço aberto era o domínio dos meninos que ainda não tinham a idade suficiente para
assumir tarefas de serviço na cidade, mas muito grandes para passar o tempo em uma creche. De
fácil acesso para um dos muitos guerreiros que praticavam na arena, permitia aos meninos olhar
de vez em quando os adultos que davam um lugar para eles. Era só uma supervisão superficial dos
adultos, lhes dando um pouco de liberdade com relativa segurança. Escassamente iluminado,
oferecia uma piscina larga e estreita em um extremo e um acerto de pedras no outro, que
proporcionava um amplo terreno para escalar e esconder‐se. Diversas estruturas se construíram e
reconstruíram por esse espaço, seu estado de reparação era diretamente proporcional ao grupo
de crianças que na atualidade residiam.
Até o dia de hoje, a caverna tinha sido domínio exclusivo dos varões. Mas hoje, Savous e Irin
saíam com sua filha mais velha, a primeira menina nascida dos raedjour, só em companhia de seus
amiguinhos pela primeira vez. Tinham planejado o dia de hoje por luas com visitas fiscalizadas,

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mas sua teimosa descendente finalmente havia se obstinado e bateu o pé no chão. Não era da
opinião que necessitasse uma supervisão tão estrita, e ambos Savous e Irin entendiam sua
necessidade de liberdade. Irin havia passado sua infância em solidão não só como uma menina,
mas sim como humana entre os raedjour. Apesar de que não trocaria o passado que a tinha
levado a ser o que era hoje, não desejava a mesma solidão para sua filha.
Em meio da escalada ao topo de uma pilha de rochas sólidas, Eyrhaen se deteve, lançando
um olhar impaciente a seus pais. Vestida com calças e uma túnica de lã resistente, era quase
indistinguível dos meninos a seu redor. Era muito jovem para que seu corpo desenvolvesse suas
curvas femininas, e havia um montão de meninos que também tinham o cabelo comprido e
branco recolhido preso. Nem sequer seus olhos vermelhos a distinguiam, já que havia ao menos
um menino com potencial para feiticeiro entre seus companheiros de brincadeiras.
Seu atraso provocou um choque atrás dela, e outros dois meninos protestaram. Um deles
agarrou seu tornozelo, e o outro gritou e a apontou. Antes que seus pais pudessem reagir,
Eyrhaen empurrou o que a assinalava, gritando a sua vez. O de baixo, quem a empurrava para que
perdesse o equilíbrio, viu‐se arrastado de novo por um dos autodesignados protetores de Eyrhaen.
Brevin, o mais alto e maior que qualquer dos meninos presentes, recolheu o ofensor e o
lançou para baixo. O impediu de levantar‐se ao cair por Lanthan que aterrissou em seu peito com
o punho ameaçador. Enquanto isso, o ágil Brevin subiu à rocha, bem a tempo para agarrar Eyrhaen
quando se lançou para o menino que a enfrentava em uma briga a gritos. Agitando os braços e as
pernas, esforçou‐se para se libertar do firme agarre de Brevin enquanto seu rival era mantido
separado por um terceiro dos amigos próximos de Eyrhaen, Tykir, quem se interpunha entre ela e
o outro menino, preparado para a ação quando fosse necessário.
— Vê? — Murmurou Savous no cabelo de Irin — Brevin, Lanthan e Tykir não deixarão que
nada aconteça.
Irin suspirou, muito familiarizada com os fortes temperamentos dos meninos raedjour. Era
uma prova da infância sobreviver à malvada luta pela dominação. Era evidente que sua filha tinha
um lugar na hierarquia, e era melhor que começasse agora quando era jovem e forte.
— Tem razão. — Permitiu que a afastasse da briga que continuava atrás — Ao menos desta
maneira terá a oportunidade de fazer amigos de verdade.

Capítulo 1

— Tykir caiu!
O frio correu pelas veias de Brevin ao escutar Lanthan gritar, mas não podia afastar‐se de
seu oponente. O aço brilhou com a luz tênue da caverna, e só a visão noturna de Brevin indicou
que o homem de pele negra com roupa escura balançava uma espada curta. Brevin cortou o voo
da lamina com a adaga da mão esquerda e empurrou na sua axila do homem desprotegida pela

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armadura. A afiada lamina deslizou em seu interior entre as costelas dentro dos órgãos vitais. Seu
oponente gritou e se retorceu em um esforço por libertar‐se, mas Brevin seguiu o movimento,
girando o homem em seus braços, de volta contra o peito. Com sanha, torceu a lamina e a puxou,
outorgando uma morte rápida. O liso cabelo branco cobriu o ombro de Brevin enquanto dava um
golpe mortal e a lamina de seu oponente caiu às rochas sob seus pés.
Um gorgolejo se derramou da boca ensanguentada de sua cara que se voltou para olhá‐lo. O
vaio se transformou em risada fraca quando o corpo nos braços de Brevin se sacudiu.
— Obrigado. — As palavras foram confusas, mas inteligíveis enquanto uma mão apertou o
braço de Brevin. Então todo o corpo ficou inerte.
Sustentou‐o, abraçado, só por um breve momento. A batalha continuava do outro lado da
caverna, mas a seu redor, só estavam ele e os cadáveres espalhados pelo campo. O
arrependimento o deixou com uma sensação de ardor vil na garganta e o fez apertar o corpo do
rebelde outra vez, forte, antes que o abandonasse no chão. Enviou uma breve oração, em silencio
a uma deusa que nunca tinha conhecido para que cuidasse de homem ao que nunca antes tinha
visto, depois se voltou para a luta.
Só dois dos grupos de rebeldes atacantes permanecia de pé, superados em número pelos
homens das tropas de Brevin. Sabendo que seus companheiros não necessitavam sua ajuda para
pôr fim à batalha, lançou‐se ao lado de dois homens de joelhos sobre seu companheiro caído.
Lanthan tinha a cabeça de Tykir em seu colo, a maior parte da zona superior do corpo do
feiticeiro jovem cobria suas coxas. Este respirava levianamente, com os olhos fechados retorcidos
de dor, e sua mão se agarrou ao final do fino colete que Tykir tinha a seu lado.
Brevin caiu de joelhos.
— Tyk? — Sua visão noturna não podia ver a cor vermelha que se filtrava da malha de cor
azul clara, mas pôde distinguir o aroma único de Tykir misturado do sangue fresco que fluía.
Seus olhos vermelhos se abriram, seu resplendor tingiu a escuridão.
— Brevin.
Brevin negou com a cabeça, sem importar que o suor de seu cabelo caísse sobre a franja de
peito nu do colete de Tykir.
— Não se supunha que deixasse que o ferissem, filho de puta. Onde estava à magia
deslumbrante dos seus?
A risada de Tykir se transformou em um gemido.
— O raio foi menor do que esperava.
Quando seus olhos se fecharam de novo, olhou nos olhos de Lanthan. Seu amigo mais
tranquilo encolheu os ombros e assentiu. Brevin tomou fôlego. Lanthan poderia dizer a gravidade
de uma ferida pelo aroma. Se ele não acreditava que fosse tão mau, provavelmente não era.
Botas rasparam a pedra ao lado deles.
— Tykir ficará bem? — Um pacote de utensílios médicos caiu a seu lado.
Brevin começou a levantar‐se, mas a mão de Kenth em seu ombro o deteve.
— Não estou seguro, senhor. — Abriu o conteúdo da vasilha, e o deixou onde tanto ele

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como Lanthan podiam acessar — Acertaram no flanco. Parece que os rebeldes se apoderaram de
uma das molas de suspensão menores que os humanos desenvolveram. — Desembrulhou um
farol do tamanho da palma e encontrou o dispositivo de pederneira para acendê‐lo.
O guerreiro mais velho se colocou, de joelhos junto a seu feiticeiro caído.
— Genial. Entretanto, outra coisa para se preocupar. — Colocou uma mão sobre o lugar
onde sangrava Tykir sustentando‐a — Esta conosco, moço?
Seus olhos se abriram de novo.
— Sim, senhor.
Kenth assentiu respirando‐o.
— Odeio ter que perguntar, mas tem força suficiente para fechar os túneis?
O cenho de Brevin igualou o de Lanthan, mas Kenth não os olhou, sua atenção estava em
Tykir. Brevin destampou o abajur e olhou para cima. Cinco túneis largos que tinham servido como
uma rota muito transitada à superfície eram agora suspeitos de servir de uma maneira perigosa
para que os rebeldes se infiltrassem na cidade subterrânea, que era o coração a sociedade dos
raedjour. A missão de suas tropas tinha sido levar Tykir para fechar os túneis. Que tivessem sido
atacados ao chegar, só mostrava a necessidade de selá‐los.
Tykir assentiu.
— Tenho que... — Subiu um pouco no colo de Lanthan mas se deteve, ofegando.
Lanthan agarrou seus ombros para mantê‐lo onde estava.
A mão de Kenth em seu peito reforçou a preocupação de Lanthan.
— Talvez não.
Tykir negou com a cabeça.
— Não, senhor. Os túneis devem ser fechados.
— Não a custa de você, não o valem. Não temos suficientes feiticeiros para perder você. —
Kenth ficou de cócoras sobre seus calcanhares. Não disse nada mais até que Brevin inseriu uma
mecha no abajur e começou a ondular com o dispositivo da pederneira. Ele e Brevin se inclinaram
quando Lanthan ajudou Tykir com cuidado a retirar o canto ensanguentado do colete — Com
certeza que te dói como os nove infernos, mas não é letal. — Bateu em seu ombro — Vai viver.
Tykir pressionou o lado de seu rosto no peito suarento de Lanthan, com os olhos fechados e
respirou levianamente.
— Só me deixe ser remendado, e olharei os túneis, senhor.
— Não. — Olhou acima para Brevin — Vai necessitar um curador. Rapazes, acham que
podem levá‐lo de volta? Tudo bem?
Brevin assentiu imediatamente. Lanthan não se incomodou, muito ocupado colocando as
bordas da carne ao redor da ferida, sem dúvida, decidindo se deviam removê‐la.
Kenth suspirou, passando uma mão pelo rosto. Sangue e suor sujavam sua manchada pele, e
a maior parte seu cabelo encaracolado curto estava preso com um cordão. O capitão não parecia
estar ferido, mas mostrou seu cansaço.
— Faça. Cuide que ele esteja a salvo. Ficaremos aqui fazendo a guarda. — Ficou de pé em

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um movimento fluido — Envie Rhicard ou Loghan logo que possa.


— Sim, senhor.
Kenth foi falar com outros.
—Quantos ficam? — Perguntou Lanthan enquanto contava os fornecimentos médicos no
chão junto a ele.
Brevin contou.
— Dez, nos incluindo. — Só dez dos vinte que tinham saído da cidade. Para falar a verdade,
por sorte só houve uma dúzia de rebeldes. O zelo com que lutaram, sem respeitar sua segurança
pessoal, os fazia perigosos, inclusive quando estavam em inferioridade numérica.
Lanthan envolveu uma bandagem de tecido limpa no ponto de entrada da ferida. Tykir vaiou
de dor, mas utilizou sua mão livre para manter a cabeça de seu amigo apertada contra seu peito.
Brevin agarrou uma atadura suave, branca que não ficou imediatamente vermelha. A
hemorragia tinha diminuído.
— Tiramo‐la?
Lanthan não era um curandeiro perito, mas sabia mais sobre curar feridas.
— Não. — Agarrou outra bandagem para pressioná‐lo sobre o primeiro.
Tykir empurrou para cima.
— Ata‐o forte. Então irei fechar os túneis. — Estremeceu, mas arrumou para sentar‐se por
sua conta. Sua grossa trança pendurando sobre o ombro de seu lado são, suja pelo pó e suor.
— Tykir.
— Não, Brevin, não podem conter o ataque de outros rebeldes com apenas dez homens. —
Tomou uma respiração profunda que só vacilou um pouco, e abriu olhos que brilhavam de uma
cor vermelha estável — Posso terminar.
Brevin duvidava, mas conhecia o tom da voz de Tykir. Tinham sido amigos toda a vida, e
embora pelo geral seguisse as ordens de Brevin, podia ser inexplicavelmente obstinado às vezes.
Brevin confiou na firmeza que ouviu na voz de seu amigo.
— Vejamos como se sente quando tudo esteja enfaixado.
Quando o ajudaram a ficar em pé, só vacilou um pouco. Havia uma névoa cinza em sua pele
e linhas de dor gravadas nas comissuras de sua boca dada a sorrir com facilidade, mas se manteve
firme.
— Está seguro disto, Tykir? — Perguntou Kenth quando disseram o que pensava fazer.
— Estou, senhor.
— Conhece seus limites. — Foi tudo o que disse seu capitão antes de dar a volta para
ordenar a todos ir ao túnel que conduzia de retorno à cidade.
Tykir agarrou o braço de Lanthan antes que ele e Brevin pudessem unir‐se aos outros.
— Fica. — Sustentou sua mão no agarre que sobressaía das ataduras que se atavam em sua
cintura — Provavelmente desmaiarei depois de terminar isto.
Brevin quis detê‐lo, mas o conhecia bem. Assentiu com a cabeça, como Lanthan. Deram um
passo atrás, mas se mantiveram firmes atrás dele.

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Tykir notou onde se encontravam, e assentiu com a cabeça. Depois se voltou para estar de
frente aos túneis que conduziam ao sul do Bosque Escuro. Estes eram os últimos metros ao
extremo sul, outros tinham sido derrubados ou bloqueados muitos ciclos atrás. A população da
cidade tinha diminuído perigosamente, e se podia prescindir de poucos homens para vigiar as
fronteiras. Ninguém sabia quantos rebeldes ficavam com vida, e qualquer esperança de paz se
extinguiu nos últimos ciclos. Os rebeldes atacavam primeiro e lutavam até a morte. Os poucos que
foram capturados deliravam incoerentemente a respeito da deusa e sua vocação, enquanto
lutavam até que escapavam ou tivessem que ser sacrificados. Estavam desesperados por chegar à
cidade e decididos a que nenhuma parte de chão leal se interpor em seu caminho. Uma vez que
este passadiço fosse bloqueado, só dois pares de túneis os levariam a superfície. Era perigoso, mas
Savous e o conselho tinham pensado muito e tinham decidido que esta era a opção mais segura.
Brevin sentiu a coceira da magia dentro de seu crânio quando Tykir levantou as mãos. Não
podia fazer nenhum tipo de feitiço por si mesmo, mas tinha herdado muitos poderes de seu pai
para sentir quando a usavam. Salin, disse que poderia ter sido um feiticeiro como seu irmão Radin,
mas tinha escolhido a vida de um guerreiro em troca. Às vezes, quando Brevin podia ver ou sentir
os efeitos da magia, perguntou‐se como seu pai poderia ter virado as costas a essa beleza horrível.
Todos os corpos, rebeldes e leais, estavam revoltos nos túneis diante do feiticeiro,
esperando um enterro digno entre as rochas e pedras de sua terra. Brevin se uniu em uma oração
murmurada pelos mortos com os homens que tinha atrás enquanto a parte superior dos túneis
adiante começavam a brilhar. A rocha e a terra sob seus pés começaram a tremer, e o pó de
minerais começou a chover sobre eles do alto teto. Tykir dobrou seus braços de modo que suas
palmas se estenderam para cima, e depois as girou de modo que se voltassem. Murmurou umas
palavras, e a sacudida aumentou; depois fechou de repente suas mãos juntas. O forte crack que
seguiu foi muito mais do que suas mãos poderiam produzir por si só, mais do que podia ser
explicado pela queda de rochas e escombros dentro dos túneis.
Tykir separou as mãos as ondulando em um arco, enquanto os túneis se enchiam, e depois
as deixou cair para baixo para manter em punhos fechados a ambos os lados de seu peito. O
tremor se deteve, como às rochas que caíam. Diante de seus olhos, rocha e pedra se derretiam e
fundiam, formando uma parede sólida, contínua em toda a caverna, deixando só rachaduras leves,
onde as bocas do túnel tinham estado.
Fiel a sua predição, Tykir vacilou. Brevin e Lanthan se lançaram para frente e o alcançaram
quando caiu. Sua cabeça rodou para trás, e Brevin apanhou uma breve olhada de seus olhos
vermelhos antes que se fechassem e seu amigo caísse inerte.

Capítulo 2

Uma mão no ombro de Eyrhaen a fez abrir os olhos. Piscou até que os brilhos de mineral da

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parede de pedra de trás da cabeceira de madeira esculpida da grande cama se enfocaram, depois
moveu a cabeça e os ombros para tirar os últimos efeitos da forte magia.
Os dedos eram quentes através da roupa fina que usava.
— Está bem?
— Estou bem — Encolheu os ombros de novo para tirar o toque do homem de trás dela, e
depois deixou cair seu queixo para poder olhar o outro homem deitado a seu lado — Funcionou?
A primeira vista, parecia que estava dormindo. Sobrancelhas bem definidas, mandíbula e o
nariz forte que se suavizava um pouco por seu repouso, talvez devido à curva relaxada de seus
lábios generosos, ou as longas e brancas pestanas como a neve curvadas que chegavam as maçãs
do rosto de cor negra brilhante. Mas a riqueza de seu cabelo comprido e sedoso estava
cuidadosamente ao seu lado sobre o travesseiro, claramente posto por outra pessoa e não
perturbado por nenhum movimento dele. Os dedos de ambas as mãos estavam elegantemente
entrelaçados sobre os padrões de ondas de cor vermelha sangue de seu ventre tonificado.
Olhando‐o por muito tempo se fazia evidente que seu peito mal subia e descia por sua respiração.
Tinha estado na mesma posição durante um quarto de século, com muito poucas mudanças. Um
escudo de magia, rodeava‐o e evidentemente o mantinha com vida sem necessidade comer,
respirar, ou despertar por mais de duas décadas. O quebra‐cabeças dele a mantinha fascinada e
intensamente frustrada.
Um movimento atrás dela, junto com o sussurro de uma túnica de lã pesada quando Nalfien
se separou da cama.
— O efeito provavelmente será gradual, dada à quantidade de tempo que esteve assim.
Necessitará tempo para ver se sua ideia dá frutos.
De costas a seu mentor escondeu o grunhido que se enroscava em seu lábio superior. Ela
levantou a mão e a pôs sobre as runas gravadas em vermelho na pele do peito largo de Radin. Um
zumbido agudo de magia invisível para o olho inexperiente, deteve‐a de tocá‐lo a só seu polegar
por cima de sua pele. Com o cenho franzido se concentrou, deixando um pouco de seu poder
filtrar‐se através de seus próprios escudos. Sua magia se estendeu sobre a sua, afundou‐se como
água na terra. Emocionante resposta de magia suave e sedutora que se arrastou pelo braço, ela
empurrou através da barreira que o protegia até que as pontas dos dedos pudessem roçar o
esterno. O contato foi breve, tão breve como o tinha sido antes que começasse os feitiços mais
cedo esta noite, mas o efeito foi impressionante.
Tocar sua pele acetinada desatou uma onda de calor muito abaixo de seu ventre, obrigou‐a a
pressionar suas coxas, em uma tentativa em vão de aliviar a excitação. Formosa sensação,
entretanto, não foi diferente das poucas vezes que tinha tentado antes. O escudo ao redor dele se
fechou por debaixo de seus dedos, levando de volta a sua pele. Não funcionou. A decepção
apertou o coração, quando retirou sua mão de novo. Esperava que sua última ideia tivesse tido
algum efeito. Havia feito o suficiente convencer Nalfien que a deixasse tentá‐lo. Molesta, tirou a
mão para aliviar a sensação de formigas que picavam caminhando por debaixo de sua pele.
Nalfien se sentou à mesa larga no outro lado do quarto, a pluma suave abanando na brisa de

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sua escritura rápida. Sua bata azul meia‐noite foi retirada de seu corpo, seu cabelo radiante suave
na luz clara de dois abajures do quarto. Seus olhos de um tom rosado olhando o livro diante dele,
brilhando de vermelho devido ao nível da magia que levava como uma capa em todo momento,
quando estava no quarto de Radin.
A expressão da face de Eyrhaen voltou para a que tinha ensaiada e esfregou o braço para
evitar que a sensação voltasse.
— Deveria tentá‐lo de novo.
Ele assentiu sem levantar a vista.
— Se quiser. Mas não hoje. Com o que pôs nesse feitiço, não será capaz de se concentrar. —
O último foi dito sobre o protesto dela.
Esticou a mandíbula. Estava certo. Seu sangue estava cantarolando, e havia umidade na fina
tira de seda que protegia seu sexo. Agora que tinha chamado a atenção sobre ela, podia cheirar
sua própria excitação e sabia que sua habilidade para meditar em transe seria pouca. A roupa de
cama sobre seu peito irritava seus mamilos, dolorosamente duros. Com a maior parte da
sensibilidade de volta a sua mão, agarrou‐se ao bordo da cama a ambos os lados de seus quadris,
desejando que sua excitação fosse passível. Seu próprio cabelo comprido, solto derramado por
cima do ombro e ao redor de suas coxas enquanto torceu a cabeça para olhar para trás de rabo de
olho a Radin. Os lábios dele eram uma tentação e não se deu conta que estava lambendo os lábios
até que já estavam úmidos. Não, não chegarei a nenhuma parte hoje.
— Isso é tudo por hoje, então?
— Sim. Piryk trará comida. — Assentiu para uma das duas portas do quarto.
Ela ficou de pé e olhou por volta da segunda porta, tendo em conta se uma visita ao
banheiro estava em ordem, embora não houvesse nenhuma urgência em particular.
— Acredito que ele também tem notícias do retorno do capitão Kenth.
Ficou quieta. Seus olhos se abriram um pouco, o único outro sinal exterior de emoção
instantânea, mas não tinha dúvida que Nalfien podia cheirar sua excitação. Quer dizer, se o ancião
podia cheirar outro aroma. Não importa, se Kenth havia retornado significava que Brevin, Lanthan
e Tykir estariam de volta. Só a ideia fez que seu sexo pulsasse. Com toda a calma que pôde,
ajustou a corda de seda suave que servia de cinturão, enquanto caminhava para a porta da sala
central da suíte.
Ele falou de novo quando tocou o trinco.
— Quer que a espere amanhã de noite?
Seu olhar voltou para Radin antes que soubesse que tinha decidido buscá‐lo. O abajur da
mesinha de noite iluminou todos os músculos de sua formosa longitude nua em alto relevo, sua
pele suave brilhante com o azeite natural que todos os raedjour secretavam. Seu pênis estava em
repouso e quieto entre suas pernas, e inclusive assim, queria voltar correndo para tentar tocá‐lo,
chupá‐lo, levá‐lo a plenitude para poder levantá‐la e empalar a si mesma nele. Seu instinto dizia
que era o que se supunha que tinha que fazer. A experiência disse que a magia de proteção ao
redor de seu corpo ia detê‐la. Algo que ainda tinha que fazer antes que pudesse cumprir seu

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destino.
— Sim. Amanhã. — Deu as costas aos dois homens e abriu a porta.
Não houve resposta do bruxo que tinha deixado atrás, mais que o contínuo suave arranhão
da pluma sobre o pergaminho.
Mais abajures estavam acesos na espaçosa sala principal da suíte pessoal de Radin e um fogo
alegre crepitava na lareira. Inclusive depois de visitá‐lo regularmente no ciclo passado, Eyrhaen
ainda tinha que abrir e fechar os olhos no choque de cores brilhantes dos móveis. Haviam dito que
Radin desfrutava de tecidos chamativos. Grande parte de seu mobiliário original se conservou,
mas os travesseiros de cor amarela limão em uma cadeira verde vibrante lutaram pela atenção
contra o branco e azul de uma cadeira, e um tapete de lavanda. Por si só nenhuma das peças
estava bem, mas juntas criavam um resultado que inclusive era formoso, mas sobre o fundo
escuro das paredes de pedra lavrada e todas misturadas, a brilhante combinação era
surpreendente.
Piryk um dos servidores atribuídos de Nalfien ficou de pé quando entrou, correndo para
descobrir os pratos na mesa grande. Esta era de madeira e estava em meio de um tapete de cor
branca neutra que havia frente ao fogo. O rico aroma do espesso guisado yarin encheu sua cabeça
e fez perguntar‐se se comer primeiro poderia ser uma boa ideia.
Só o perguntou por um momento. A dor em seu sexo inchado e úmido se viu agravada pela
contração de suas coxas enquanto caminhava.
— Piryk, tem notícias do capitão Kenth?
O jovem se voltou para olhá‐la. Assentindo com a cabeça afastou uma mecha de cabelo
branco de seus olhos carmesim.
— Sim. — Piryk acaba de sair da creche, mas ainda faltava um tempo para a maturidade
sexual, por isso seu rosto não tinha a fome sexual que via nos homens de sua própria idade e
maiores.
Apesar de sua juventude, seguia separada pela longitude de um braço entre eles. Seu tempo
com o Radin tinha aumentado sua excitação e necessitaria muito pouco para fazê‐la explodir.
— Estão de volta?
— Só há um pouco. Ouvi‐o na cozinha justo antes de voltar de novo aqui. Estavam na sala de
jantar.
O punho de sua mão caiu a seu lado, talvez oculta pelo lado aberto da camisa longa e fina.
— Todos?
Piryk a conhecia o suficiente para saber o que estava perguntando.
— Brevin e Lanthan estavam ali. Comprovei‐o.
Um sorriso floresceu e tomou o menino em seus braços para dar um abraço antes que
pudesse pensar nisso. Ele ficou rígido e depois se agarrou. Seu corpo podia ser muito jovem para
fazer algo a respeito, mas não era completamente imune ao tocá‐la. Mais baixo que ela, sua
bochecha direita estava à altura de seu peito. Até sendo imaturo, seus músculos estavam
tonificados e sua pele de obsidiana acetinada debaixo do colete que levava. Seu poder quase não

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treinado lambeu sua pele como chamas atraentes, insistindo‐a as mover mais altas.
Tomou uma respiração profunda e moveu a si mesmo fora dos braços que a contra gosto a
deixaram ir. Sua excitação estava em um ponto perigosamente necessitado se notava essas coisas
em um menino.
— Obrigado, Piryk.
Seus grandes olhos se detiveram nela quando deu um passo atrás.
— Não comerá?
Sacudiu a cabeça, para a porta de saída da suíte.
— Não.
— Voltará amanhã?
— Sim.
Deixando a suíte para trás se dirigiu pelo corredor para a esquerda e fez caso omisso da
figura que estava nas sombras mais escuras à direita. Um de seus guardas. Um dos que ela não se
supunha que tinha que saber.
Pensava seu pai que era cega? Ou estúpida?
Ele tinha que saber que ela podia sentir sua presença nas sombras em silêncio e que tinham
pedido segui‐la em todos seus movimentos. Mas as sombras silenciosas eram mais preferíveis aos
guarda‐costas corpulentos que a tinham atormentado em sua adolescência. Com o uso de um
pouco de magia, poderia perder a sua sombra, se quisesse, mas tinha aprendido a selecionar e
escolher o momento para fazê‐lo. Em sua maior parte, não havia nada mau em deixar que os
homens a seguissem. Se mantivessem a distância e não prestava atenção, sua luxúria por ela não
importava. Este era maior e relativamente bom em controlar suas necessidades, ainda com a
excitação nela. Ele tinha que ter alguma esperança de que ela não o detectasse. Mas em seu
estado atual de excitação era intensamente consciente de cada pessoa, homem ou mulher, dentro
de um alcance.
A distração ia piorar, até que ela tomou conta. Suas sandálias golpearam nas pedras da
escada que a levava a saída principal do edifício. Normalmente evitava o centro, mas agora
mesmo cortar através do centro da cidade ia fazer que chegasse a sala de jantar com muita mais
rapidez. Saiu das portas abertas da torre de Radin e com passos rápidos para a estátua imponente
de Rhae. O azul constante da luz mágica da deusa indicava que ainda ficava muito da noite antes
de amanhecer. Não havia passado tanto tempo em estado de transe, tal como tinha suspeitado.
Talvez se tivesse ficado mais tempo...
Dois homens apareceram na sua frente, tropeçou e parou antes de se chocar com eles.
Conhecia‐os, embora não muito bem. Arkir e Victez umas décadas mais velhos que ela e sem
casal. Ambos levavam espadas pequenas embainhadas em seus quadris e coletes abertos,
bordados como a maioria dos homens pareciam preferir nos últimos ciclos.
— Rhajena. — Arkir cantarolou, usando o termo que tinha sido adaptado só para ela. Era o
menor dos dois, seus músculos muito mais duros que os de Victez — Posso ser de alguma ajuda
para você?

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Jet Mykles
Elfos Escuros 06

Não havia dúvida de que poderiam cheirar sua necessidade. A experiência ensinou isso. Um
breve olhar em torno do pátio assegurou que todos os homens estavam centrando sua atenção
em seu caminho.
Franziu o cenho, elevando uma mão para deter o avanço de Arkir.
— Não. Obrigada. Estou a caminho para a sala de jantar. — E deveria ter tomado os túneis
dos fundos.
Fez um punho com a outra mão a seu lado, tentando apagar o desejo crescente alimentado
pela proximidade de outros que a desejavam.
Victez irrompeu com um amplo sorriso, mostrando uns dentes brancos cegadores.
— Ali é onde vamos. — Se fez a um lado e indicou que caminhasse entre eles — Nos
asseguraremos de que chegue à sala e não seja acossada.
— Duvido‐o. — Atrás se aproximaram mais homens, incluindo seu guarda das sombras.
Quase muitos. Seus joelhos se debilitaram pelo aroma deliciosamente escuro deles. Poderia ter a
todos. Só tinha que permitir que isso acontecesse.
Uma mão escorregou por seu braço nu. Arkir deu um passo mais perto, por isso seu aroma
enchia seu nariz.
— Estamos as suas ordens.
Saltou longe dele.
— Não me toque. — Seu movimento fez com que tropeçasse com Victez, cujas mãos se
fecharam ao redor de seus braços enquanto a pressionava contra seu peito. O duro pênis se
esforçava por libertar‐se das calças e apertava contra a parte baixa de suas costas. O calor dele
queimou através dela e profundamente em seus ossos, fazendo‐a desejar só derreter‐se em seus
braços.
Com um esforço supremo, retorceu‐se de seu controle e se afastou para pôr distância entre
eles. Com os punhos aos flancos os enfrentou franzindo o cenho.
— Me toque outra vez sem permissão, e o murcharei. — Olhou a seu redor aos outros que
estavam o suficientemente perto para ameaçá‐la e elevou a mão à cintura, com a palma para cima
e os dedos dobrados — A todos vocês.
Todo mundo se deteve. Sabiam o que queria dizer e sabiam o que isso significava. Um
pequeno feitiço limpo que tinha chegado a ela de forma natural quando seu poder tinha
começado a desenvolver‐se. Deu‐se conta de que tinha uma sensibilidade ridiculamente alta para
o órgão sexual masculino, quase até o ponto de ter um controle total através de sua magia. Como
tal, poderia despertar ou desinflar uma ereção à vontade. Este é agora um fato bem conhecido por
ela e os homens que o tinham experimentado tinham feito fortes advertências contra a
possibilidade de zangá‐la.
A precaução os manteve tranquilos diante seu olhar furioso. Depois se voltou para seguir seu
caminho. Os homens que se interpunham entre ela e o túnel que conduzia a sala de jantar se
afastaram, apesar das olhadas ambiciosas que mantinham nela. Não se importavam as olhadas,
com tal de que não a tocassem.

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Jet Mykles
Elfos Escuros 06

O braço esquerdo de Brevin voou acima com sua adaga longa e fina em agarre inverso ao
longo de seu antebraço para desviar a lamina de Lanthan. Quando este começou a retorcer
distância, Brevin lançou um punho com intenção de golpear em seu ventre. Lanthan era melhor
nisso, girou‐o, capturando‐o com a guarda suficiente baixa como para que o traseiro do homem
menor se estrelasse contra seus quadris, agarrou seu braço esquerdo e o passou sobre sua cabeça.
Terminou de costas na arena, aturdido por uns poucos segundos preciosos que tomou a Lanthan
cair de joelhos e montar‐se escarranchado em seu peito, sua adaga na garganta Brevin.
O sorriso de Lanthan era apenas visível debaixo da longa queda de cabelo que saía por
debaixo da fita larga atada em seu crânio.
— Apanhei‐o.
Grunhiu, seus dedos se afundaram na areia. Mas os joelhos de Lanthan fixaram os braços de
Brevin.
— Só porque é canhoto.
— Não há desculpas. — Disse uma voz profunda de cima — Um guerreiro perito briga
igualmente bem com as duas mãos.
Brevin fechou os olhos. O pai de Lanthan, Krael, era um tirano cruel, inclusive nos
treinamentos. Especialmente nos treinamentos. Não aceitaria algo menos que o melhor de Brevin
ou Lanthan, mesmo que acabassem de voltar da batalha. Não deixaria que se divertissem ou só
desafogar‐se como tinha tido a esperança de fazer. Não podia ele prestar atenção a outros? Havia
um montão de outros alunos no recinto de práticas de Krael para que torturasse.
Lanthan pôs‐se a rir, afrouxando a garganta de Brevin.
— Tenta‐o de novo?
Brevin tinha perguntado se era uma boa ideia treinar tão logo depois de sua volta, mas
depois de que tinham deixado Tykir com os curandeiros, ele e Lanthan tinham estado muito
excitados para permanecer na sala de jantar ou ir às piscinas. Tykir estaria bem, mas nenhum
deles realmente acreditou até que o curandeiro houvesse dito o mesmo.
— Sim. — Brevin soltou seu braço direito por debaixo do joelho esquerdo de Lanthan e o fez
girar para a cabeça de seu amigo. Como tinha esperado completamente, evitou‐o à direita e para
trás de modo que o golpe falhou. As armas caíram à areia, lutaram os dois até que Brevin ganhou
e teve Lanthan apanhado debaixo dele. Este mal podia recuperar o fôlego de rir, a bochecha pega
à areia com um braço apanhado debaixo dele e o outro agarrado por Brevin. A pele negra
brilhante estirada sobre os músculos tensos quando Lanthan lutava debaixo de seu peso. Brevin
soprou sobre o cabelo muito rapado no pescoço de seu amigo.
Depois Lanthan deixou de rir. Seus olhos de gelo azul se entrecerraram. Era evidente que
sentia o pênis de Brevin na greta de seu traseiro, como uma rocha dura. Só as duas capas de suas
roupas mantiveram Brevin, de empurrar de forma imediata. Lanthan cheirava divino. Não. Isso
não era correto. Não cheirava a isso, um aroma de terra, doce e a sexo. Nem sequer a luta com
seu amigo podia pôr Brevin imediatamente duro.

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Elfos Escuros 06

Mas havia uma pessoa que cheirava a isso e uma pessoa que poderia conseguir pô‐lo
imediatamente duro.
Lanthan piscou, seus olhos trocaram quando olhou Brevin. A mesma ideia ocorreu. E não só
a eles. Em todo o campo de treinamento os sons da luta pararam.
Mal se levantando de Lanthan, Brevin inclinou a cabeça e se voltou para a entrada. Ali estava
ela, só e dolorosamente impressionante em uma dessas longas túnicas que ela preferia.
Zombando, apesar de que chegasse completamente até os tornozelos, estava aberta a cada lado e
amarrada a seu corpo só por uma corda de seda atada à cintura. Quando entrou, os olhos
famintos poderiam apanhar vislumbres da calcinha que levava protegendo seu sexo. Eyrhaen. O
comprido cabelo solto chegava a suas coxas, cobrindo seus ombros magros enquanto ela com
calma contemplava a caverna cheia de homens. Todos, jovens e velhos, apenas se moveram,
observando‐a, conscientes do aumento de sua excitação, como se ela o tivesse anunciado.
Logo os viu, sorrindo. Brevin não pôde conter um estremecimento quando entrou na arena e
começou a caminhar para eles.
Justo antes que ele trocasse seu peso a seu amigo, deu uma olhada a Lanthan. Os olhos azuis
como gelo se fecharam e a franja branca quase ocultava seu olhar resignado. Brevin podia sentir o
calor sexual brilhante dele e sabia que sua própria necessidade estava construindo‐se quase igual.
Ela tinha esse efeito. Tinha esse efeito em todos eles.
Só se tinha posto de joelhos quando outros dois jovens correram para Eyrhaen por trás.
Brevin saiu disparado em sua defesa, mas o controle rápido de Lanthan em seu braço interceptou
seu instinto e o manteve de joelhos. Com uma breve inclinação brusca da cabeça, mostrou a
Lanthan que estava em controle de novo e ambos ficaram no lugar onde estavam a olhar.
Apesar de seus instintos sabia que ela não necessitava sua ajuda.
Os meninos eram mais jovens, talvez cento e quarenta ou cinquenta ciclos no máximo. Era
provável que acabassem de entrar na consciência sexual. Foi à única desculpa para seu
comportamento. Os machos mais velhos tinham aprendido sua lição com Eyrhaen. Era hora de
que estes a aprendessem.
Caíram de joelhos frente a ela, detendo seu avanço. A energia desesperada irradiava deles,
vibrava no calor seco da arena e derramando‐se da pele fresca ao descoberto de seus ombros e
torsos.
— Rhajena. — Soprou um alcançando a coxa que estava exposta pela parte aberta de sua
roupa.
O outro só gemia sem poder fazer nada, as mãos para ela, implorando.
Ela se deteve, olhando‐os fixamente. Poderia ter olhado um inseto com um maior interesse.
Quando ele tocou sua perna, ela deu uma palmada na mão.
— Não me toque.
Ele ofegou e Brevin tentou não fazer uma careta de compaixão. Conhecia essa bofetada.
Sabia que ela tinha posto algo mais por trás. Seu contato podia dar felicidade, tortura ou uma
combinação das duas.

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Elfos Escuros 06

— Por favor. — O outro encontrou sua voz. Brevin conhecia esse tom estrangulado também.
Ele o tinha utilizado em várias ocasiões, embora gostasse de pensar que nunca se viu tão patético
frente a ela. Havia poucas coisas que fariam a um guerreiro raedjour rogar e os últimos ciclos
tinham ensinado que Eyrhaen era uma delas.
— Voltem para suas lições. — Os repreendeu — Os dois. — Como se fossem meninos, e não
só talvez trinta ciclos mais jovens que ela. Passou a seu redor e reatou seu caminho para Brevin e
Lanthan. Ao menos sorria enquanto se aproximava, apesar de que tinha chegado a temer seu
sorriso quase tanto como o cenho franzido. Sua excitação batia nele e só pôde perguntar‐se como
tinha chegado a tal estado. Seu efeito era muito mais pronunciado que o normal, o prazer
acariciando em lugares ocultos que ainda tinha que tocar. O que faz ela quando não estavam
perto? Não, preferia não pensar nisso.
Deteve‐se um passo diante deles com a areia fina entre os dedos de seus bonitos pés.
Estendeu a mão e seus dedos através das calças curtas de Brevin.
— Me alegro de que tenha retornado. Necessito‐o.
Brevin fechou os olhos. Assim simples. Não importa o que estivesse fazendo, se ela
pronunciava essas palavras, seguiria‐a.
— Lanthan.
Abriu os olhos para ver a outra mão acariciando a bochecha de Lanthan. A emoção zumbia
por debaixo de seu coração. O tempo com Eyrhaen era especial, mas compartilhá‐la com seu
amigo era delicioso.
Sem falar, tanto ele como Lanthan agarraram suas facas e ficaram de pé. Nesse momento,
ela se voltou e saiu da areia. Seguiram‐na como cachorrinhos atrás de uma mãe. Brevin sentia os
olhares de inveja, mas não se incomodava. Era um dos afortunados, ou assim acreditavam. Ele,
Lanthan e Tykir eram bastante afortunados de estar perto de sua idade, e suficiente mais velhos e
tinham sido bons amigos dela antes que suas necessidades sexuais começassem a florescer. Muito
poucos daqueles a quem ela não benzeu com seus cuidados entendiam que essa sorte tinha um
duplo fundo.
Krael deu tapinhas em seu ombro ao passar, mas não disse nada mais. Ele sabia. Ele
entendeu. Como homem com uma verdadeira companheira não sentia seu puxão tão forte. Não
era imune, e como pai de Lanthan, sabia o que eles eram para ela.
Conduziu‐os por um corredor curto às piscinas de banho. Não era nenhuma surpresa. Ela
gostava da água quente. Gostava de estar molhada, limpa e o preferia para seus amantes.
Amantes. Isso é o que os chamou. Não era a primeira vez que jogou com a ideia de discutir com
ela sobre o significado dessa palavra.
— Onde está Tykir?
Brevin e Lanthan a rodeavam enquanto caminhavam, olhando os varões que passavam
mostrando interesse em atrasá‐los.
— Levamo‐lo aos curandeiros.
Agarrou‐o por braço distraindo‐o.

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Elfos Escuros 06

— Está bem?
— Estará. — Respondeu Lanthan levando as facas embainhadas fora que pelo geral tinha
atados a seus antebraços. Estaria tirando de novo logo de todos os modos — O puseram sob
feitiço para que pudesse dormir.
— Como se feriu?
— Rebeldes. — Tanto ele como Lanthan falaram de uma vez, a mesma nota de desdém em
sua voz.
Eyrhaen não disse nada mais sobre o tema.
Havia uma piscina de água quente em um canto relativamente isolado da caverna principal
que ela preferia. Brevin se perguntou se alguém mais a utilizaria sem sua presença. Duvidava‐o. Os
moços serventes mantinham uma pilha de toalhas limpas e vasilhas de seus azeites e seus aromas
favoritos no banco de pedra natural que tinha sido esculpido na rocha junto à piscina.
Brevin se ajoelhou ao lado do pequeno braseiro para avivar as brasas que se mantinham ali.
Não era uma luz brilhante e não dava muito calor, mas em realidade não a necessitavam tanto.
Gostava de estar quente, entretanto, e ela dizia que gostava de estar à luz do fogo tênue. Seus
desejos eram lei.
A seu lado ela desatou o cinturão de seda, e Lanthan estava ajudando a tirar a frágil túnica
sobre sua cabeça. Os olhos de Brevin se detiveram nas curvas magras, formosas de seus quadris e
as nádegas. Ela mudou sua postura, voltou‐se para ele justo para que pudesse jogar uma olhada
entre suas coxas e dobras, ricas e vermelhas suculentas de seu sexo. Uma pontada da necessidade
dolorosamente girou em suas vísceras com a vista, o aroma dela flutuando em seus narizes para
pô‐lo tonto. Surpreendeu‐se inclinando‐se para ela, a boca cheia d´água. Deusa!
Quando esteve livre de sua roupa, recostou‐se em Lanthan. Ele ficou paralisado, sua roupa
em um punho, sua outra mão automaticamente deslizando‐se a sua magra cintura para puxá‐la
contra ele. Menor que Brevin, Lanthan era só um pouco mais alto que Eyrhaen, o que permitia um
ajuste perfeito quando estava perto dela. Seus olhos fechados em êxtase. A roupa deslizou fora de
seu controle quando ela se aconchegou na curva de seu corpo. Lanthan inclinou a cabeça, o cabelo
curto fazendo cócegas na ponta de suas orelhas. Mordiscando seu pescoço, Lanthan levou suas
mãos aos seios apertando simplesmente da forma em que sabia que ela gostava. Ela gemeu
recompensando‐o.
Brevin se sacudiu, sentou‐se para poder tirar as botas. Sabia que seu papel nisto não era só
de voyeur. As coisas funcionam melhor se o antecipava. Tirou as botas e sua calça, com cuidado do
tenso e duro pênis que saltou livre de repente golpeando contra seu ventre. Descartou a ideia de
acariciar‐se. Não daria grande alívio. Ela não ia permitir que ele gozasse ao menos de momento.
Uma vez nu, meteu‐se no calor borbulhante da piscina. Uma imersão rápida sob a água
molhou sua pele e deixou seu cabelo rebelde atrás de seu rosto. Minerais naturais na água e as
borbulhas acariciavam enquanto a água esquentava mais seu sangue.
As luzes das piscinas públicas atrás deles iluminaram Eyrhaen e Lanthan, o branco cabelo
comprido cobria seus seios e os ombros. Ela tinha dobrado o pescoço para poder capturar a boca

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Elfos Escuros 06

de Lanthan com a sua. As línguas negras entre os lábios jogando, dentes brancos alertas nas
sombras. Uma das mãos de Lanthan ainda massageava um dos seios, beliscando o mamilo, mas a
outra mão deslizou para baixo, os dedos agora cavando seu sexo.
Cantarolando alegremente ela separou seus lábios de Lanthan e olhou para baixo para
comprovar Brevin. Ao vê‐lo na água, sorriu e alegre se soltou do abraço de Lanthan. Os dedos
deste se deslizaram dela quando se deixou cair para trás, para a água.
Brevin a agarrou, os batimentos de seu coração acelerados quando teve seu corpo
deliciosamente nu em seus braços. Seu comprido cabelo brilhou como luz de lua sobre a superfície
da água, enquanto ela o abraçava com os braços ao redor de seu pescoço.
— Me beije. — Exigiu e ele obedeceu imediatamente. Seus lábios se abriram e um gemido
brotou de sua garganta aos seus. Ela tinha sabor de prata fresca, terra, e molho doce, saborosa,
sobre as carnes frescas cozidas só para fundir‐se em sua boca. Soltou as pernas para que seu braço
estivesse livre e assim poder envolvê‐lo ao redor de suas costas, segurando‐a a ele. Seus braços ao
redor de seu pescoço, ela moveu as pernas até as pôr ao redor de seus quadris. Seu pênis
palpitava entre eles, pressionava em seu ventre e deslizou as mãos para baixo para agarrar seu
traseiro, para pressioná‐la ainda mais perto dele.
Lanthan estava ali, atrás dela. Seu aroma se misturava com o dela, fazendo Brevin aspirar
mais profundamente na boca de Eyrhaen. Suas mãos deslizaram sobre as de Brevin, o animando a
separar as bochechas de seu traseiro mais. Fez‐o e compartilhou o que sabia ia ser uma frustração
para seu amigo. Lanthan quereria conduzir‐se a casa, deslizar seu pênis na exposta abertura, mas
não podia. Se o tentasse, a magia em Eyrhaen consumiria sua ereção dolorosa, tanto que não seria
capaz de levantar‐se de novo pelo menos em uma lua.
Em troca, apoiou as mãos ao lado das Brevin e se ajoelhou na água. Brevin a levantou mais
alta para seu amigo e depois engoliu seu grito de alegria quando Lanthan começou a lambê‐la. Era
uma boa coisa que ela não pesasse muito, pelo menos, porque se o fizesse, não teria sido capaz de
sustentá‐la. Já era bastante difícil fazê‐lo enquanto seu malvado amigo lambia do ânus ao sexo de
Eyrhaen e alcançava entre as pernas de Brevin para acariciar os testículos.
Foi bom para ele quando Eyrhaen arrancou a boca dele e disse
— Chega. Me solte.
Lanthan se moveu atrás de novo quando seu amigo a baixou. Brevin o olhou por cima de sua
cabeça, recebendo só um sorriso malicioso em troca, justo antes de Lanthan inundasse a cabeça
para molhar o cabelo, afundando a cabeça e tudo. Eyrhaen distraiu Brevin enchendo seu peito
com beijos, seus dedos ágeis encontraram e beliscaram as pontas dos mamilos até fazê‐los crescer
ao máximo. Empurrou‐o para trás até que suas panturrilhas golpearam o banco natural por
debaixo da água, logo o dirigiu com cotoveladas e gestos para que se apoiasse na borda de pedra
lisa da piscina. Fez‐o, apertando a bordo a cada lado de seus quadris enquanto separou as pernas,
sabendo o que vinha e sabendo que não podia preparar‐se para ela. Do momento em que ela se
ajoelhasse e pusesse os doces lábios obsidiana na ponta de seu pênis seu mundo giraria e o chão
se converteria no teto.

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Deixou cair à cabeça, os olhos fechados, incapaz de olhar o entusiasmo dela, consumindo
tanto dele como pôde, enquanto que envolveu as duas mãos magras com força ao redor de seu
eixo. Seus quadris bombearam nela sem poder‐se deter enquanto suas unhas se cravavam no
bordo de pedra da piscina. Logo outras mãos, as mãos de Lanthan, estavam em suas coxas,
abraçando‐o para ela. Brevin gemeu, baixando seu queixo e abrindo os olhos para contemplar os
dois de joelhos diante dele. Ela felizmente agarrava e chupava a pênis com Lanthan moldado às
costas dela, mordiscando seu pescoço e ombros. Era muito. Com uma velocidade humilhante, as
bolas de Brevin se apertaram, seus quadris se sacudiram e muita semente de cor branca leitosa
enchia a boca de Eyrhaen fazendo que alguma escapasse de seus lábios.
Rindo, ela o deixou em liberdade para girar‐se aos braços de Lanthan. Enquanto que Brevin
se deixava cair no assento de pedra inundada, Eyrhaen abriu sua boca de Lanthan para
compartilhar com ele sua essência. Ressentimento se transbordou no peito do Brevin. Não pelo
beijo, nem pelo abraço. Não, irritava‐o que ela o fizesse gozar tão rápido. Com qualquer outro
amante sua resistência e controle era admirável. Mas com ela, estava indefeso. Mas não estava
sozinho. Todos eles eram impotentes. Se ela decidisse que era hora de gozar havia muito pouco
que seu desgraçado amante pudesse fazer a respeito.
Agora estava empurrando Lanthan de costas, o insistindo fora da água. Enquanto ele se
sentava sobre a suave pedra quente, arrastou‐se atrás dele, pedindo inclusive que baixasse mais
sobre as costas. Ela deixava beijos pelo pescoço, sobre o peito e o ventre, e finalmente envolveu
suas ansiosas mãos e lábios ao redor de seu pênis. Sobre seus joelhos, ela se abatia sobre Lanthan,
tratando de tragar mais do podia. Apoiando‐se nos cotovelos, Lanthan deixou cair à cabeça para
trás, seu gemido apenas mais forte que a água borbulhante. Ela o manteria assim por breves
momentos ou dilatando o tempo, o que conviesse para a fantasia dela. Aqui era onde ter um
segundo amante com ela era o melhor. Ele, Lanthan e Tykir tinham aprendido a ajudar uns aos
outros, elevando o prazer dela, para que permitisse os seus, antes que as coisas ficassem
dolorosas. Às vezes a deixavam jogar, deixando‐a que torturasse a outro, então esperavam vingar‐
se mais tarde depois de que ela os deixasse.
Mas hoje, Brevin não estava de humor para deixar que seu amigo se retorcesse.
Arrastou‐se para frente e tombou sobre a água. Estendido de costas, deslocou‐se para cima
entre seus joelhos. Uma vez situado, cavou seu traseiro, guiando seu vermelho e empapado sexo a
seus lábios. Vermelho, não rosa como as mulheres humanas convertidas com as quais teve
relações sexuais. Não, o sexo de Eyrhaen era vermelho como a polpa da fruta galpa e muito mais
delicioso. Deixou que seus lábios se encontrassem com os dela em um beijo íntimo antes de abrir
sua boca mais para poder arrastar o dorso de sua língua desde ânus até que sua ponta negra
tocasse a cúspide de seu sexo. Ela gritou, balançando seus quadris para adaptar‐se de forma mais
firme à boca. Guiou‐a com suas mãos através dos globos de seu traseiro, consumindo a umidade
terrosa que cobria suas suaves dobras. Sua língua encontrou seu canal e a empurrou quão máximo
poderia chegar, mas o movimento de seus quadris disse o que ela queria. Inclinando o queixo para
cima um pouco, foi capaz de sugar sua pequena dura protuberância entre os dentes, fechando‐os

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brandamente para mantê‐lo para sua língua. Ela gozou para ele, e uma onda sensual de calor
pulsou de seu corpo ao dele. Podia sentir o prazer de seus outros amantes, todos os raedjour
podiam, mas Eyrhaen ativamente podia projetá‐lo. Quando ela encontrava liberação, não havia
nada parecido.
Perdeu‐se no sabor dela, chupando e mordiscando seu sexo quente e palpitante. Seus dedos
vagaram mais perto, para o interior, até que encontrou o botão firme de seu ânus. Deslizou um
dedo já úmido com seus azeites naturais. Esta penetração foi permitida, orgulhando‐se por isso,
de fato. Ela se meneou animando‐o a afundar um segundo e um terceiro dedo em seu interior
quente, empurrando seus clitóris que se inchou em sua boca.
Mal ouviu Lanthan gritar, absorto em sua tarefa, mas ela amplificou a liberação de seu amigo
quando ela gozou outra vez. Mal havia passado quando ela se sentou, ajoelhando‐se sobre a face
de Brevin, não tendo terminado com ele. Seu cabelo úmido golpeou fortemente em seu ventre e
virilha, fazendo‐o consciente que estava duro de novo. A nova posição permitiu mover‐se sobre
ele, quase o asfixia enquanto se retorcia e gemia, perto, muito perto de outro orgasmo. Ele a
comeu freneticamente, chupando, colocando seus dedos em seu traseiro, golpeando seus clitóris
com sua língua. Ela se entusiasmou, ajoelhada, os músculos de suas coxas tensas a ambos os lados
da cabeça. Baixou os quadris a ele e seu sexo encheu a boca quando ela tirou a última gota de seu
orgasmo.
Dedos puxaram seu cabelo.
— Para. — Levantou seus quadris o suficientemente longe de sua boca para evitar o contato.
A língua dele se estendeu por sua própria conta, tratando de recuperar seu sabor divino,
mas a mão em seu cabelo o segurava.
Ela negou com a cabeça, o que o fez olhá‐la. Seus seios negros brilhavam suavemente na luz,
muito mais suave que o brilho de prazer em seus olhos vermelhos. Ela lançou um olhar aonde
Lanthan devia estar ainda, e logo depois de volta a Brevin.
— Foda‐o.
Ele fechou os olhos por um momento que levou para recuperar‐se, tratando de recuperar
parte de seu controle. Estava indefeso, sabia, mas ele tentou.
Quando ela esteve livre, depois de fazê‐lo rodar a seu lado. Lanthan estava de pé, a água
chegando até a coxa. Inclinado sobre a borda de pedra, encontrou‐se com o olhar de Brevin, seus
olhos entrecerrados, convidando‐o a fazer o que ela exigia. Brevin colocou seus pés na água e dois
passos o levaram atrás de seu amigo. As pernas de Lanthan estendidas, as mãos apoiadas na
borda da piscina. Com a facilidade da familiaridade, Brevin dobrou os joelhos para ajustar sua
altura e encontrar sua entrada, empurrando‐se em casa. Lanthan gemeu, sua cabeça caindo para
frente, Brevin apoiando‐se nele. Este pôs sua mão sobre a pedra a um lado de seu amigo
enquanto empurrava duro, justo como Lanthan gostava, igual à Eyrhaen gostava de ver.
Eyrhaen apareceu diante deles, movendo‐se para baixo enquanto Brevin seguiu
empurrando, até que ela estava sentada no bordo da piscina justo em frente de Lanthan. Acariciou
a suave curva de sua bochecha e capturou seus lábios com os seus. Brevin estava seguro de que

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sua outra mão tinha baixado ao pênis duro de seu amigo. Bombeou mais forte, desejando que
estivesse satisfeita com isso. Se ela pusesse a ele ou a Lanthan duros de novo depois disto, seria
doloroso.
Manteve‐os ali, disposta a jogar com Lanthan enquanto Brevin o fodia. Este sentia a paixão
crescer, reforçada por sua magia, mas não sentia a liberação perto.
— Eyrhaen. — Se queixou Lanthan em seus lábios.
— O que?
Brevin quase gemeu, ao ouvir o tom perverso e zombador de sua voz.
Lanthan o conhecia também. Hoje foi o primeiro em engoli seu orgulho.
— Por favor.
— Brevin?
Parecia que desejava que ambos suplicassem.
— Deusa, por favor.
Rindo baixo, ela recuou, apoiada em seus braços para poder vê‐los. Brevin sentia uma luz de
fogo nas costas, insistindo a empurrar mais rápido. Lanthan se moveu para trás correspondendo
seus golpes, igualmente apanhado na armadilha dela. Olhou‐os por uns poucos segundos antes de
dizer.
— Podem gozar.
Algo se rompeu dentro de Brevin, gritou quando o orgasmo que tinha estado trabalhando se
precipitou através dele, para fora, cegando‐o. Quando recuperou a vista, estava ainda atrás de
Lanthan, seu pênis ainda metido em seu traseiro. Frente a eles, Eyrhaen sorriu, a semente de
Lanthan cobrindo o ventre e os seios dela.
Com cuidado saiu dele e se acomodou para baixo em um dos bancos inundados. Lanthan se
fundiu na água, depois se aproximou para sentar‐se a seu lado. Eyrhaen tranquilamente se meteu
na água para enxaguar a pele, depois se sentou entre eles. Brevin sentiu sua mão em sua coxa e
suspeitava que a outra estava na de Lanthan. Ela apoiou sua cabeça sobre o braço que Brevin
tinha posto a um lado da piscina, e fechou os olhos com um suspiro de felicidade.
— Agora, me diga que aconteceu com Tykir.
Trocou um olhar com Lanthan sobre sua cabeça. Por muito que a qualquer deles gostasse do
sexo, sabia que seu amigo compartilhou seu desejo de que ela tivesse terminado com eles hoje.

Capítulo 3

Nialdlye arrastou seus dedos pela cinzelada mandíbula de Tandante. O duro assento que
estava debaixo dela estava coberto por uma palhinha levemente acolchoada, a qual aliviava em
parte a pressão dos hematomas em suas costas, mas não importava muito. Qualquer hematoma
que viesse de uma dura e boa fodida o valia a seu julgamento. Além disso, sarava rapidamente.

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Elfos Escuros 06

Tandante baixou sua cabeça sobre seu pescoço, seu suave cabelo varreu em cima de seus
ombros e de seu queixo enquanto acariciava o queixo. Sorrindo, ela passou os dedos entre seu
cabelo, sempre se surpreendia como um homem tão grande e forte pudesse crescer um cabelo
tão suave como o de um bebê. Seu próprio cabelo era mais grosso, também suave, mas não tão
fino. Ociosamente, perguntou‐se outra vez que textura teria o cabelo de seus filhos quando
crescessem. Mas isso demoraria mais de um século para descobri‐lo.
Sacudindo sua cabeça para trás, deslizou suas mãos por suas costas nuas, seus dedos
deslizaram pela fina capa de azeite que cobria sua pele brilhante. Apesar de que acabavam de ter
sexo, parecia que ele estava preparado para uma nova rodada, e ela estava jogando. Suas mãos
encontraram seus quadris e a moveu para que encaixasse melhor nele, assegurando que seu pênis
estava no jogo também. Rindo baixo, ela abriu seus olhos para olhar para trás, esperando que
pudesse encontrar um pajem ou a alguma das outras mulheres para que conseguissem uma
bebida e assim não teria que desenredar‐se assim mesma de seu amante.
Não esperava ver Nalfien em seu campo de visão enquanto estava de barriga para cima. O
feiticeiro estava a poucos passos de seu banco, totalmente vestido em uma túnica azul com um
forro de pele de cor carvão que chegava aos pés. Seus braços estavam cruzados informalmente,
com as mãos escondidas nas volumosas mangas que quase roçavam o chão sozinhos. Seus suaves
e brilhantes olhos vermelhos a ajudaram a identificá‐lo já que dava as costas ao falso entardecer
cuja luz pegava na alta parede de rocha por cima dele, fazendo que o espaço dentro de seu capuz
parecesse uma caverna escura.
— Nalfien. — O saudou com um sorriso, sempre contente de vê‐lo. Elevou uma mão para ele
— O que está fazendo aqui?
— Quero falar com você, se te parecer bem.
— Tudo bem. — Levou sua mão atrás das costas de seu amante — Tandante, me deixe
levantar.
Ele grunhiu brandamente, sem mover‐se.
Ela riu.
— OH, não seja ambicioso. Três vezes é suficiente.
Ele mordiscou o queixo, pressionando seu pênis meio duro contra seu sexo inchado.
— Nunca é suficiente com você.
Com um ronrono, levou suas mãos acima para embalar sua mandíbula e aproximar seus
lábios aos dela através de um beijo. Um beijo de que teve que afastá‐lo depois. Sorriu a seus olhos
de cor azul céu.
— Obrigada por uma tarde maravilhosa.
Ele ouviu um tom de despedida em sua voz. Ela voltou seu rosto para não mostrar a pena
que sentia ao contemplar o breve desdobramento de pânico em seu semblante. Sendo até os
ossos um guerreiro, Tandante poderia não querer que ela sentisse dó dele. Mas não podia deixar
de senti‐la pelos homens tão sexualmente motivados cujo tempo com as mulheres era tão
escasso.

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Com um grande sorriso, beijou‐o brevemente de novo.


— Agora se levante. Nalfien precisa falar comigo.
Não tinha ideia se Nalfien tinha uma necessidade ou simplesmente queria conversar, mas o
mais velho dos feiticeiros tinha sido um de seus mais firmes aliados e um de seus melhores
professores desde que tinha vindo viver com os raedjour um quarto de século atrás. Também
tinha estado muito solitário e frágil desde a morte de sua verdadeira companheira, e sempre
odiava negar sua companhia se ele o necessitava.
Tandante suspirou, mas se separou de cima dela passando seus pés a um lado do banco. Seu
atento olhar se centrou em uma pequena claudicação em sua maneira de andar enquanto se
apoiava em sua perna esquerda, mas a ferida que o tinha levado a ela se curou em grande medida.
Ela havia recolocado o osso, ao menos. Sua capacidade de cura natural poderia não ter acabado,
aumentado pelo sexo que acabavam de ter. Tomou a mão que tinha perto dela e deixou que a
ajudasse a sentar‐se. Quando poderia ter insistido, retirou sua própria mão da dele e a elevou para
pentear com seus dedos o matagal de mechas vermelhas e negras que chegavam até a cintura. Era
uma causa perdida, mas dava algo para concentrar‐se enquanto se separava dela.
Nalfien esperou pacientemente enquanto o guerreiro recolhia suas botas e suas calças do
chão. Tandante não se incomodou em colocar a roupa com um último ofegante olhar, deu boa
noite a Nialdlye, depois fez uma reverência de respeito ao feiticeiro antes de retirar‐se. Nialdlye se
permitiu um capricho dando um persistente olhar às finas curvas de suas costas e de seu traseiro
enquanto se afastava com apenas uma ligeira claudicação.
—Tem certeza que não prefere ir atrás dele?
Negou com a cabeça e sorriu ao feiticeiro.
— Não. Precisa descansar. — Fez um último intento de arrastar os dedos através de seu
cabelo, mas logo se rendeu — Queria falar aqui ou acima?
Olhou para o balcão dois andares por cima. Ela vivia na mesma torre onde as mulheres
solteiras eram alojadas, mas tinha uma suíte completa em vez de somente um conjunto de
habitações. Como tal, sua suíte tinha um balcão que dava ao largo jardim rochoso, um presente
para ela e para as mulheres que a acompanhavam e aos homens que as visitavam.
— Está Tisla acima com sua filha? — Seu capuz mantinha seus olhos à sombra da suave luz
do falso sol que tinha sido sua própria adição ao jardim e como presente às mulheres que se
entregaram a noite. A mágica luz brilhou amarela e alegre sobre o jardim. O calor não era
necessário, porque esta caverna era suficientemente cálida por si mesmo. O efeito do sol,
entretanto, era desconcertante para os homens até que se acostumavam a ele.
— Está.
Voltou seu olhar a ela.
— Então prefiro que fiquemos aqui.
Assentiu, perguntando‐se o que era o que ele tinha que dizer que não fosse apropriado para
a segunda filha de Savous e Irin. Recolhendo seu leve vestido verde, ficou de pé.
— Então se importa se caminharmos perto do arroio? Estou sedenta.

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— Certamente. — Ele ficou ao seu lado enquanto começavam a percorrer o estreito atalho.
Nialdlye teve que caminhar devagar para coincidir com seu modo de andar. Seguia mantendo
muita de sua antiga elegância, mas era lento. Mais lento inclusive que quando ela o conheceu a
primeira vez. Perguntava‐se pelo que ele haveria passado. Sua verdadeira companheira havia
falecido alguns ciclos antes; ele afirmou que sentia que seu trabalho não tinha terminado ainda, e
que não podia segui‐la na morte. Depois de ter dedicado séculos aos raedjour, ninguém o
obrigava.
Caminharam em silencio por algum tempo, passando por debaixo das sombras das árvores
esculpidas em pedras, das pedras colocadas engenhosamente. Nialdlye seguia assombrando‐se
pela habilidade dos "jardineiros", homens habilidosos com o cinzel e o martelo que podia construir
formosas esculturas que imitavam ao bosque vivente do mais à frente. O jardim se converteu em
algo mais que uma comemoração a Nialdlye e as mulheres que tinham dado suas vidas a noite; era
também uma dedicação à deusa ausente raedjour. Os homens só iam ver seu bosque na noite,
mas tinham estado fascinados com a criação de uma réplica que pudessem ver na pseudoluz do
dia.
— Como está Davlin?
Nialdlye sorriu ao pensar em sua filha.
— Preciosa. É tão buliçosa como Rikert, temo.
Nalfien rio brandamente, familiarizado com seu ativo filho de vinte ciclos de idade.
—Por isso, minhas desculpas.
Ela riu.
— OH, tive um pouco de ajuda estes dias. Passa muito de seu tempo na creche.
— E tudo vai bem?
Ela seguiu sorrindo, sabendo a que se referia.
— Tudo vai muito bem. Para esses meninos, ele não é diferente a eles, além do óbvio. — Seu
primeiro filho parecia quase como qualquer outro menino raedjour, mas havia diferenças,
concretamente em seus vívidos olhos verdes, a cor avermelhada de sua pele quase negra, e as
nervuras vermelhas e negras que se viam através de seu cabelo branco. Felizmente, ele tinha
topado com companheiros de jogos que não pensavam muito em suas diferenças.
— Isso é bom. Muito bom. — Nalfien tinha sido um dos interessados, a julgar pelo ciúme
que Nialdlye tinha encontrado em algumas mulheres pouco depois de sua chegada. Não muitas
dessas que ainda não tinham um verdadeiro companheiro se tomaram amavelmente a aparição
de uma elfa de sangue puro. Tinham tratado de trocar suas diferenças em desvantagens. As coisas
tinham ido a pior quando Nialdlye tinha dado a luz a dois meninos fora dos laços de um verdadeiro
companheiro. Os ânimos tinham minguado quando a maioria das mulheres ressentidas tinham
encontrado seus próprios verdadeiros companheiros. A maioria das mulheres solteiras que
estavam agora na residência tinha chegado depois que Nialdlye tinha ido viver entre os raedjour, e
por fim fez amizade com elas. Tinham temido que os filhos das mulheres que tinham odiado
Nialdlye levassem esse ressentimento para seu filho, mas os meninos que mostraram dito

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temperamento foram minoria. Apesar de sua aparência externa, Rikert era um menino
encantador.
Chegaram a um pequeno moinho de água clara que tinha sido colocado em uma das partes
mais superficiais do arroio mágico que corria de um canto da caverna à outra. Nalfien esperou
enquanto ela tomava uma concha de sopa para tomar algo da água mais clara de um canal que
estava justo em cima de sua cintura e bebeu profundamente. Os feitiços tinham sido
estabelecidos para esclarecer a água, como se tinha feito para toda a água dos lagos subterrâneos,
mas um feitiço adicional tinha sido posto neste para dar uma insinuação de que Nialdlye
considerava como "bosque verde". Ela sabia que alguns dos jardineiros estavam decidindo se valia
a pena tentar povoar o arroio com pequenos peixes. O problema era que só corria por umas
poucas centenas de metros antes de desembocar em um lago negro como a noite, subterrâneo e
sem tratar.
— Tisla vive com você agora?
— Em realidade não, mas fica comigo frequentemente. — Nialdlye sorriu a um menino mais
velho que escapuliu, tratando de não rir enquanto quase esteve a ponto de tropeçar com seus
pés. Era novo no jardim. Conhecia todos os moços atribuídos à torre das mulheres, e a maioria
deles tinha deixado de sentir surpresa com sua incomum pele‐vermelha — Savous pensa que seria
bom para ela que ajudasse a criar Davlin, e certamente não me incomoda a ajuda. — Tomou seu
véu e começou a envolvê‐lo descuidadamente ao redor de seus quadris.
— Estou de acordo. — Tomou a concha de sopa ele mesmo para beber — E de igual maneira
é bom para ela estar com outras mulheres.
Nialdlye assentiu com um sorriso.
—Teria gostado de ter podido fazer o mesmo por Eyrhaen.
Seu sorriso vacilou.
— Sim. — A filha mais velha de Savous se foi da torre familiar faz alguns ciclos, contra os
desejos de seu pai. Embora as ameaças dos rebeldes a mantiveram dentro do complexo central,
escolheu suíte em uma torre no extremo oposto da das mulheres — Tisla é uma boa garota. —
Nialdlye compensou — Foi uma grande ajuda para mim, e todas aqui a adoram.
— Uma boa garota, sim. Também o é Eyrhaen. A sua maneira.
Nialdlye perdeu sua batalha com sua careta.
— Ah. Então vamos falar da tirana? — Atou seu véu, depois começou a lutar com seu cabelo
de novo — Esteve ativa esta tarde. Esteve torturando Brevin, Lanthan ou Tykir desta vez? Ou foi
alguém novo? — Seus dedos estavam apanhados em um nó de cabelos, e puxou através dele —
Quando vai aprender a controlar a si mesma e assim não ir transbordando sua excitação através
da cidade? — As palavras amargas fluíram facilmente como a água entre as pedras lisas do rio.
Quando Nalfien não respondeu, ela se deteve, olhando para a suave tristeza em seus olhos.
Suspirou.
— Sinto muito. Esqueci‐me que ela é sua responsabilidade agora. — Estava irritada porque o
homem que tinha ensinado tanto agora estava entupido com uma estudante difícil e disposto.

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Elfos Escuros 06

Deixou cair seu cabelo e caminhou para a delicada ponte que cruzava o arroio ao lado do moinho
de água. Os corrimões de pedras tinham sido delicadamente esculpidos para assemelhar ramos
entrelaçados de hera e mais hera tinha sido estampada nas pedras sob seus pés.
Nalfien se deteve seu lado no vértice do arco da ponte.
— Qual é a origem do rancor entre você e Eyrhaen?
Nialdlye se moveu, olhando a água em vez dele. A falsa luz do sol brilhou no murmúrio do
arroio.
— Não há rancor. Não ha ódio.
— Você não gosta dela.
Agarrou‐se pelo corrimão.
— Me diga por favor, o que terá que me possa gostar?
— Deveriam ser amigas.
Não perguntou por que. Tinha tido esta discussão em diferentes níveis com pessoas
diferentes durante as duas décadas passadas.
— O que deveria ser e o que é são coisas diferentes, Nalfien. Não gosto dela e ela não gosta
de mim. Evitamo‐nos uma à outra. É tão simples como isso. Bastante simples até.
Ele assentiu.
— O ciúme é algo poderoso.
Nialdlye apertou os dentes. Qual ciúme, o dela ou meu? Mas não o perguntou. Tinha
tentado fazer amizade com a endemoninhada em mais de uma ocasião e tinha sido desprezada,
repetidamente. Já tinha tido o bastante.
Ele começou a caminhar de novo.
— Eyrhaen não é precisamente do que vim discutir.
Seguiu‐o em silêncio.
Passaram por debaixo de um arco de pedra pesada que pareceu a ela como se fosse cair em
qualquer momento, embora haviam dito que tinha estado de pé nesta caverna pelos últimos dois
séculos.
— Quando foi à última vez que visitou Radin?
Uma fibra de nostalgia partiu o coração pela inesperada referência. Tomou um momento
para recuperar‐se, jogando com uma mecha de cabelo que pendurava entre seus seios.
— Não desde que Davlin nasceu. — Haviam passado já cinco ciclos? Parecia como se fosse
ontem quando tinha posto seus olhos em seu rosto e ter sentido a frustração quando ele não
tinha aberto os seus. Mas atender a sua filha a tinha mantido mais que distraída — Por quê?
— Sabia que Eyrhaen o esteve visitando?
Nialdlye ficou quieta.
— Sim o tinha ouvido. Sim. — E rapidamente o pôs fora de sua mente — Sob sua
supervisão?
— Suponho que sim, mas não deveria me surpreender encontrar que se metesse em sua
suíte sem meu conhecimento.

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— Tem o quarto protegido?


— Tenho, mas ela, se converteu em perita em atravessar os escudos sem avisar. Inclusive
meus.
— O que tem que seu guarda sombra? — Nialdlye tinha seu próprio grupo de guardas que se
voltariam necessários se alguma vez saísse dos jardins da torre das mulheres. Mas dentro da torre
e seus jardins, a segurança normal era mais que suficiente para mantê‐la a ela e a seus filhos a
salvo. Tinha ouvido o alcance do que Savous se viu forçado a fazer, para assegurar‐se de que sua
filha dispusera da mesma proteção.
Nalfien baixou seu capuz, revelando seu cabelo branco iluminado de amarelo brandamente
pelo falso sol.
— Transformou‐se em perita em evitá‐los também.
— Seu controle se tornou assim de bom?
Ele voltou sua cara para a luz que se desvanecia. O círculo mágico começava a trocar de
cores, indicando a mudança de hora na superfície. Logo amanheceria.
— Curiosamente, não. Seu controle é, mas bem agitado, mas seu poder primário cresceu.
Nialdlye olhou para o jardim, mordendo a língua para não deixar sair uma série de deliciosas
maldições. Uns quantos meninos jovens conduziam rochas de uma entrada para o que parecia ser
o começo de um novo desenho em uma esquina. Um murmúrio de vozes, mas não o significado de
suas palavras a alcançaram. Um dos jardineiros se sentou com seu cinzel e um martelo perto do
muro onde o riacho desaparecia em um buraco arqueado em uma parede da caverna. Não estava
o bastante perto para escutar a nenhum dos dois. De todos os modos, ela sentiu o feitiço de não
penetração que os rodeava, mantendo suas palavras de maneira confidencial.
Como era uma amiga próxima de Savous e de Irin, sua verdadeira companheira, Nialdlye
sabia da frustração dos rhaeja por não ser capazes de seguir o rastro de sua filha. Prometia
converter‐se em uma poderosa feiticeira. Possivelmente a mais poderosa na história de raedjour.
O que parecia adequado. Gostasse ou não, Nialdlye reconhecia plenamente sua importância.
Enquanto que a presença de Nialdlye e a de seus filhos eram bem‐vindas entre os raedjour,
Eyrhaen tinha nascido como uma deles. Ela e suas irmãs eram o último presente de Rhae a seu
povo. Muito bem poderia levar algum dia, embora a especulação nesse tema era ainda muito
prematura. Savous e seu conselho tinha grande esperança que Eyrhaen mostrasse o mesmo traço
que Nialdlye e fosse capaz de ter filhos com diferentes homens. Se Eyrhaen, como um elfo por
natureza, tinha a mesma flexibilidade, então havia potencial para um futuro brilhante para os
raedjour. Se a cadela consentisse que a fodessem. A que estava esperando?
Mas isso não era o que estavam discutindo agora. Radin.
— Que espera que possa passar com ela e Radin?
— Não estou completamente seguro. Ela insiste em que se sente atraída por ele, e devo
admiti‐lo, a aura protetora ao redor dele está retrocedendo rapidamente.
Os dedos de Nialdlye se sujeitaram à pedra que estava ao seu lado.
— É assim?

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Elfos Escuros 06

— Sim.
— E acha que ela tem algo haver com isso?
— Não estou seguro, mas acredito que poderia.
— O que tem feito?
Ele negou com a cabeça.
— Tentamos vários feitiços, incluindo muitos que requerem uma profunda meditação e
concentração. Quando ela é capaz de obtê‐lo, os feitiços por si mesmos pareciam que fazer muito
pouco. Não poderia dizer por que a aura está retrocedendo.
— Ela poderia estar tentando algo e não dizer. Seria capaz de senti‐lo?
Ele meneou a cabeça e encolheu os ombros. Dirigiu‐se para o lado oposto da ponte.
— Disso, não estou seguro.
Seguiu‐o, concentrando‐se.
— Você não acha que o faria?
Ele suspirou, baixando até sentar‐se em uma laje lisa e estreita que servia como banco a um
lado do caminho. Uma engenhosa escultura de madeira de árvore protegia o banco, sendo
complementado com umas engenhosas folhas de tecido e uns ramos flexíveis que se balançavam
brandamente com a brisa do arroio.
— Não sei o que pensar.
Sentou‐se a seu lado, dobrando seu joelho por debaixo para assim poder encará‐lo.
— Falou com o Savous?
— Falamos, mas não extensamente. Está, compreensivelmente, distraído.
Ela assentiu, mordiscando um pedaço de seu polegar. Savous, Salin, Hyle, e todo o conselho
do governo estavam constantemente envoltos em planos e preparativos para a defesa contra os
delinquentes usurpadores. Eles queriam desesperadamente pôr fim aos combates, mas os
rebeldes, curiosamente e perigosamente, não eram receptivos.
— Quantos anos tem Davlin?
Sobressaltou‐se diante a inesperada pergunta.
— Cinco primaveras.
Assentiu.
— E você não viu Radin por medo à magia que o rodeia.
Essa era sua história. Tinha dado a luz a uma preciosa menina, tendo sido uma partícipe
diligente em todas as restrições que terei que pôr em seu lugar para mantê‐la a ela e a seu bebê
seguras. A experiência a tinha aproximado muito de Irin, a única outra mulher que tinha dado a luz
a meninas e ainda vivia sob constante supervisão. Decidiu‐se que havia muito que não sabiam a
respeito da magia que rodeava Radin para arriscar‐se a visitá‐lo. Ao menos isso deu uma desculpa
para evitar ao homem com o que desesperadamente queria estar.
Não entendia sua sensação de perda e frustração com respeito a ele e se deu por vencida.
Assim simples. Sentia saudades do homem, não, mais do espírito, que tinha conhecido
brevemente, que tinha ajudado a escapar do homem que tinha governado sua vida desde que

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tinha sido uma menina. Radin tinha sido mais como uma lembrança vívida, confusa, mas muito
real. Não o conhecia, não em realidade, mas ansiava sua presença. Queria escutá‐lo rir. Queria
saber como era tocá‐lo. Sonhava com fodê‐lo como não tinha sonhado com nenhum outro
homem.
O assentimento de cabeça de Nalfien a tirou de seus pensamentos.
— Sim, isso poderia funcionar bem.
Ela franziu o cenho.
— O que poderia funcionar?
Ele suspirou.
— Não estou seguro, mas tenho uma teoria.
— O que é...?
— Poderia haver uma conexão entre a aura que rodeia Radin e a maturidade de Eyrhaen.
Quando ela começou a tomar prazer com os jovens moços, começou‐se a deteriorar.
Nialdlye piscou. Dificilmente podia esquecer o alvoroço causado possivelmente faz meia
década pelos cuidados sexuais de Eyrhaen. Savous e Irin tinham estado fora de si, perguntando‐se
se deveriam proibir suas ações ou confiar em que ela conhecia suas próprias necessidades. Ainda
se questionavam sua decisão de seguir a segunda. Dada à distração, era de estranhar que Nialdlye
não tivesse feito a conexão entre as mudanças de Radin.
— Acha que estejam conectados?
— Não me dava conta ao princípio, mas tenho os registros. Os dois eventos coincidem
vagamente.
Nialdlye o olhou fixamente. As notícias não a faziam feliz. Mas não era para tanto. Muito do
que havia no coração do que um raedjour era, estava apoiado no sexo.
— Então acha que ela tem a chave para despertá‐lo? — Havia um consenso geral entre
aqueles que estavam a par de que, quando a aura desaparecesse, Radin poderia despertar. Ou ao
menos, essa era a esperança. Nalfien tinha postulado uma poucas, mas menos atrativas teorias
nas quais Nialdlye não queria entreter‐se.
— Talvez.
Assentiu, fazendo todo o possível por acalmar o mal‐estar em seu ventre. Não é que pudesse
fazer muito. Ele provavelmente tinha percebido seu mal‐estar. Não poderia evitá‐lo. O que
poderia Eyrhaen ter que fazer com o Radin para...? Tomou ar, tremendo mentalmente.
— O que é o que está me dizendo?
Ele alisou a lapela de seu traje.
— Há outra teoria. Você deu a luz a sua filha mais ou menos ao mesmo tempo.
— Então poderia não ser Eyrhaen? Poderia ser eu? — Isso a fez sentir‐se melhor.
— Poderia ser qualquer uma. Ou ambas. — Encolheu os ombros — Ou na verdade,
nenhuma. Simplesmente não temos maneira de saber. Mas há certas anomalias que ocorreram
em sua aura que só tomaram lugar em sua presença.
E por que isso a fez sentir‐se feliz?

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Elfos Escuros 06

— Falou disto com alguém mais?


— Hyle. Mas tem outros problemas na mente. — Em efeito. Hyle era um feiticeiro
fundamental entre os raedjour, e respondia somente diante o próprio Savous. Muito de seu
tempo o passava tentando localizar e responder aos ataques ao azar de quão rebeldes tinham
estado infestando a cidade nos últimos ciclos passados.
— O que é o que quer de mim?
— Suas ideias. Confio em seu julgamento sobre estas coisas. — Um grande elogio de Nalfien.
Ela sustentou uma pedrinha debaixo de seu dedão do pé.
— Não sei o que dizer.
— Sente uma conexão com o Radin?
Mais do que ela provavelmente deveria sentir.
— Sim.
— Aventurou‐se alguma vez no vetriese?
Ao negar com sua cabeça uma mecha de seu cabelo caiu sobre seu rosto, recolheu‐o atrás
de sua orelha.
— Não desde que Rikert nasceu. — O medo ao errático portal a tinha mantido longe da
vetriese mais do que tinha estado evitando Radin. Não poderia sacudir o medo de que se alguma
vez entrasse, talvez não poderia encontrar a maneira de sair.
— Por que pergunta?
— Não posso evitar pensar que a vetriese está conectada a Radin.
Ela assentiu. Era uma teoria comum, dado que a vetriese tanto o tinha levado como havia o
trazido de volta. Ela tinha estado contente de ter sido parte deste último evento, inclusive se tinha
sido um acidente fruto de uma ação se desesperada.
— Acha que eu deveria... Fazê‐lo? — Perguntou cautelosamente.
— Não. Ainda não. Simplesmente estou reunindo os fatos.
Sentir sua mão em seu ombro a surpreendeu e olhou para cima. O olhar em seus olhos era
amável.
— Eu gostaria de me sentar a seu lado a próxima vez que esteja com Radin, permite‐me
isso?
— É obvio. Tudo que necessite. — Engoliu seco — Poderíamos ir agora? — O medo e a
emoção lutaram em seu ventre.
— Não. Fiz muitas coisas já esta noite e temo ficar adormecido. — Ficou de pé, animando‐a a
ficar de pé com ele — Vai comer com Savous e Irin?
— Sim. — O fazia a maioria das manhãs, ao menos com o Irin. Savous unia quando podia.
— Bem. Estou interessado em ouvir suas opiniões sobre isto.
— Falarei com eles.
— Obrigado. Posso vê‐la amanhã de novo?
Ela assentiu.
— É obvio.

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— Devo te deixar, então. — Sorrindo, abraçou‐a e roçou seus lábios em sua têmpora. Um
toque paternal, muito diferente a algo que ela tivesse sentido com qualquer outro homem entre
os raedjour. Mas Nalfien era o único homem mais velho com o que havia passado um pouco de
tempo, e era o mais velho de todos, pelo menos um século — Obrigado por ter falado comigo.
— Não foi nada.
Ficou no lugar que estava, olhando suas costas à luz rosa e laranja. Estava certo? Poderia
Eyrhaen despertar Radin? E se fosse assim, que significaria?
Pela primeira vez desde que vivia entre eles, pela primeira vez de verdade, sentiu os
primeiros indícios de ciúmes pelo que outra mulher pudesse significar para um homem.

Capítulo 4

Eyrhaen deixou que o fundo de sua garganta pressionasse ao redor da ponta do pênis de
Tykir e liberasse o clímax entre eles. Engoliu enquanto gemia, expressando o prazer tremulo em
forma de calor líquido que fluía nela. Seus dedos se enredaram em seu cabelo, enquanto ela
sustentava suavemente seus quadris enquanto tiravam o último de seu prazer. Estava mais que
contente de esperar, absorvendo o delicioso comichão entre eles.
Ele desabou sem forças no colchão. Sorrindo, ficou de joelhos sobre ele, admirando seu
amante.
Curtos e compactos, os músculos de Tykir às vezes o faziam parecer mais volumoso do que
realmente era. Apesar de que estava dotado com magia forte, sua mãe, Gala, tinha sido da opinião
de que seus filhos precisavam aprender habilidades físicas. Tykir não só era um aprendiz de bruxo
com força e talento, mas sim podia sustentar‐se por ele mesmo em um enfrentamento mão a
mão. Sua face era sua graça salvadora. Inclusive com os olhos brilhantes de cor vermelha que
falavam de seu talento principal, tinha uma inocência muito infantil em suas feições, que eram
mais arredondadas do normal para sua raça. Seus lábios se moviam sorrindo frequentemente,
generosamente, e estava muito feliz de vê‐los sorrir agora em vez da careta no momento em que
entrou em sua suíte.
Enquanto seus olhos ainda estavam fechados, deu uma olhada à atadura a seu lado. Tinha
tomado um tempo, mas tinha conseguido tirar tudo de Brevin sobre Tykir, como tinha sido alvo
dos rebeldes que os tinham atacado. Como tinham esperado vencê‐lo, ninguém sabia. A prova
evidente da destruição de seu povo parecia muito mais imediata, quando um daqueles próximos a
ela foi ferido. Não sabia o que teria feito se tivesse sido assassinado.
Sua mão direita se levantou para tomar sua mandíbula, voltando à atenção da atadura a seu
sorriso.
— Estou bem.
Apanhada, sorriu, deixando que seu calor suave a enchesse.

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Elfos Escuros 06

— Sei. — Tentava seu peito nu e envolveu a si mesmo sobre ele — Mas eu não gosto que
alguém tente te machucar.
Ele puxou suavemente o rabo de seu cabelo que estava em suas costas.
— Não foi um ataque pessoal contra mim.
— Sei. — Colocou a testa debaixo de seu queixo — Mas se tivesse sido só um palmo...
Abraçou‐a para deter suas palavras.
— É a possibilidade que todo nós arriscamos. Até que os rebeldes deixem de atacar, todos
fazemos o que podemos
Assim era? Ela desenhou círculos ao azar em seu ombro com seu dedo.
— Acha que alguma vez parará?
— Não sei. Ainda não conseguimos descobrir por que nos estão atacando.
Ficou em silêncio, pensando. Ninguém o diria diretamente, mas sabia que uma das teorias
era que os rebeldes iam atrás dela. Não era uma grande conclusão. Os homens perdidos se
mantiveram em sua maioria na selva e as montanhas até que agora de repente e
inesperadamente tinham chegado de novo à cidade subterrânea em tão somente os últimos
ciclos. Os ataques estavam mais perto da cidade que antes, e eram mais violentos desde que os
rebeldes se negaram a ceder. Os guerreiros leais a Savous se viram obrigados a matar ou morrer.
O Comandante Jarak e seus capitães se apressaram a manter a seus guerreiros limitados a uma
adequada proteção.
Havia outras teorias também. Que os humanos tinham invadido o Bosque Escuro o que
poderia ter levado a recuar os rebeldes. A presença de Nialdlye e a capacidade de ter filhos fora de
um verdadeiro companheiro. A volta da vetriese. Ou poderia ser que a vida prolongada que
tinham vivido havia os deixado simplesmente loucos. O raedjour, depois de tudo, era uma raça de
elfos, criada originalmente pela vontade de uma deusa. Um tempo sem ela poderia muito bem ser
a morte de todos eles, e os da cidade simplesmente não sentiam os efeitos no momento devido
aos efeitos residuais de sua presença. Todas essas teorias, ou qualquer combinação delas, eram
prováveis. Mas até que a causa fosse identificada a ciência certa, seu pai e seu conselho só podiam
tomar medidas de segurança em vez de resolver o problema real.
A frustração ferveu no peito de Eyrhaen. Ela sentia a seu povo diminuir. Tinha conhecido a
guerreiros, a muitos jovens em seu melhor momento, que tinham morrido. Via a diminuição do
número de meninos na creche comum e a falta de mulheres humanas que chegavam ao raedjour.
Sentia‐o, mas não sabia o que fazer a respeito.
Subiu para poder encontrar‐se com o olhar suave e o sorriso de Tykir. Deslizou as palmas
para cima no travesseiro brilhante de cabelo debaixo de sua cabeça e o atraiu para um beijo. Ele
devolveu o beijo sem urgência, mais que com ninguém com o que tivesse estado, simplesmente
contente com esse contato. Não era que não pudesse atraí‐lo a mais, era mais que doce e
paciente. Ela culpava às longas horas de estudo sobre livros de feitiços e de história. Tinha
herdado isso de seu pai, Hyle, e de seu avô, Nalfien. Todos os homens em seu entorno imediato
eram ridiculamente estudiosos. Mas isso os fez tão úteis.

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Elfos Escuros 06

Poderia ter sexo com ele. Provavelmente deveria. Deveria fode‐lo, e Brevin e Lanthan, com
os três homens com os que se sentia mais próxima em vínculo. Devia permitir que um deles a
deixasse grávida para poder fazer sua parte no repovoamento dos números de seu povo.
Mas... Não podia. Ainda não. Havia... Algo. Algo que a fazia deter‐se. Sonhos vagos e
confusos instintos que a impediam de ceder ao que sabia que todo mundo queria dela. Tinha que
fazer algo primeiro.
Recordou sua outra razão para vir a vê‐lo. Pouco a pouco, afastou‐se, mordiscando seus
lábios.
— Está o suficientemente bem para dar um passeio comigo?
Suas mãos percorreram suas costas nua, fazendo suaves círculos que quase a convenceram
de só ficar ali com ele em seu lugar.
— Sim.
Degustando seus lábios uma vez mais, ficou de joelhos sobre ele. A maior parte de seu rabo‐
de‐cavalo caiu sobre seu ombro esquerdo misturando‐se com o cabelo do lado de sua cabeça.
— Vamos.
Levantou‐se se sentando na cama.
— Aonde vamos?
Tomando a camisa de onde pendurava sobre o bordo da mesa, manteve‐se de costas a ele.
— Tem que ir a algum lugar especial?
Um arca se abriu atrás dela enquanto ele mexia em sua roupa.
— Não. Mas tem um lugar especial em mente.
Soprou, estirando a camisa sobre suas coxas enquanto girava para ele.
— Acha que me conhece tão bem?
A queda de seu cabelo em sua maioria ocultou seu sorriso.
— Está bem. — Suspirou, tomando um par de suaves calças azuis — Necessito sua ajuda.
Ele colocou calças púrpura claras, mais cômodos que os dela.
— Ajuda com o que?
— Eu... — Estendeu a mão, e depois as deixou cair a seus lados — Será mais fácil que o veja.
Olhos vermelhos a estudaram durante um comprido momento, mas ele deixou passar isso.
Sentou‐se para colocar as botas enquanto colocava a calça e fez o mesmo com as suas. Estiveram
de pé como um só, e tomou a mão.
— Me mostre o caminho.

Finalmente, negou‐se a entrar em túnel isolado que os levaria a seu destino.


— Eyrhaen, não.
Sem soltar sua mão, ela o enfrentou.
— Sim.
Ele franziu o cenho, procurando seu rosto.
— Por quê?

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Elfos Escuros 06

Ela olhou o escuro túnel, e depois a ele.


— Sinto muito.
Ele assentiu, aceitando‐o.
— Como?
Ela pôs uma mão sobre o dorso de sua cabeça.
— Aqui. Tira. Sonhei com isto.
— Nunca o viu.
Ela lambeu o lábio inferior.
— Sim. Tenho‐o feito.
— Quando? — Quando não respondeu, amaldiçoou em voz baixa — Eyrie, por favor, me
diga que não veio aqui sozinha.
— Não te mentiria.
— Deusa, Eyrie! — Tomou em seus braços, apertando‐a — Por que se arriscou assim?
Mantinham a voz baixa. Os túneis que os rodeavam eram pouco usados mas muito gastos
pelos milhares de homens que procuravam a conexão com sua deusa. Ao final desse túnel estava
uma pequena sala que havia sustentado seu vetriese, a que tinham perdido quando a mãe de
Eyrhaen tinha sido convertida e Radin se perdeu. No mesmo local estava a vetriese nova e
selvagem da que, inclusive depois de um quarto de século, sabia‐se muito pouco.
Ela devolveu o abraço.
— Tive que fazê‐lo. Chamou‐me.
Só a apertou com mais força.
— Não deveria ter vindo sozinha.
— Sei. Não fiquei muito tempo, e não entrei. Mas tenho que voltar. É por isso que quis que
viesse comigo.
— Deveria ser com Nalfien. Ou com meu pai.
Ela se agarrou.
— Não. Não com Nalfien. Já é bastante mau quando estou com Radin. Está tão preocupado
por algo mau, que nunca deixa que nada mais tenha uma oportunidade.
— Isso não é certo.
— É verdade.
— Então meu pai...
— Está muito ocupado para me ajudar, embora quereria fazê‐lo. — Ela atirou para trás,
mantendo suas mãos a seu lado, conectadas com sua pele nua — Estarei bem com você.
Ele olhou ao túnel novo.
— Não sei...
— Tykir, por favor, eu fui a você. Estou te pedindo ajuda. — Era pelo que todos a
repreendiam. A acusava de tomar riscos desnecessários, de não tomar precauções. Talvez fosse
certo, mas às vezes os riscos valiam a pena se avançava.
Tykir não era dessa mesma opinião exatamente, mas era muito menos cauteloso que seu pai

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Elfos Escuros 06

ou avô. Além disso, confiava plenamente nele. Não era muito mais velho que ela, apesar de que
tinha conseguido colocar uma grande experiência em sua vida que ela nunca poderia ter. Tinha
liberdades que ela nunca teria.
Ele apertou os ombros, sem deixar de olhar pelo túnel.
— Não podemos pelo menos fazer que Brevin ou Lanthan venham?
— Não há tempo. — Afundou os dedos em seus lados — Por favor, só uma rápida olhada.
Quero ver o que acontece.
— O que acontece?
Maldição. Não podia assustá‐lo ou realmente resistiria.
— Não é mau. Só quero sua opinião. — Descaradamente, atraiu poder a parte dela o que a
fazia irresistível para ele. Aproximando‐se, beijou‐o na mandíbula — Por favor.
— Eyrhaen. — Melhor que nenhum outro, sentia o que estava fazendo.
Ela o fez de todos os modos.
— Por favor.
Caiu no beijo que oferecia, bebendo‐a satisfação que tinha vertido nele. Seu pênis começou
a endurecer‐se contra seu ventre.
— Por favor.
Gemeu, empurrando‐a brandamente.
— Está bem. Mas só uma olhada rápida. — Tomou sua mão e a olhou nos olhos, muito sério
— E depois, o contamos a Nalfien.
Ela entrecerrou os olhos e viu o reflexo de seu brilho em sua pele.
Deixou que um brilho começasse em seus próprios olhos. Seu poder puro e duro não era
rival para ela, mas isso não significava que ele não faria seu trabalho em uma batalha de vontades.
Ela suspirou.
— Está bem. Pode dizer se vir o que acredito que vi.
— Vamos ver.
Ela se queixou quando começaram a descer pelo túnel escuro.
— Não sei o que pensa que verá. Ele não tem descoberto nada sobre o vetriese ou Radin em
todo o tempo que esteve estudando isto.
— Isso não é certo.
— É verdade. Eu fui a que tive efeito sobre a tela protetora da aura de Radin.
Seus passos se cambalearam.
— O que?
— É certo. Nem sequer me queria perto de Radin, mas quando finalmente o convenceram,
pude derrubar esse escudo um pouco.
— Como?
Ela franziu o cenho na escuridão.
— Não estou segura exatamente. Mas fui eu.
— O que disse disso?

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— Nada. Como de costume. Só cantarolou tal como nos tem acostumados e o escreveu. —
Suspirou — Se passasse a metade do tempo fazendo, como o passa escrevendo, poderia ter
descoberto algo.
Tykir ficou quieto, e Eyrhaen deixou de falar. Sabia que tinha a seu avô em muito mais
apreço que a ela, mas tinha tido a seu pai como mentor, não o ancião decrépito, cuja mente
estava meio aturdida depois de perder a sua verdadeira companheira. Se tivesse tido Hyle como
seu professor, ou inclusive talvez a seu pai, as coisas teriam sido diferentes. Ambos ainda teriam
cometido um engano do lado da precaução, mas poderiam falar com razões. Nalfien tinha vivido
muito tempo e através dos aprendizes era muito para que deixasse que o picasse no que ele
considerava uma ação precipitada.
Passou os dedos sobre a pedra bruta das paredes, e continuaram em silêncio. A diferença do
centro da cidade, este túnel de pouco uso era áspero e estava sem terminar. Entretanto, a terra
debaixo das reveste de suas botas era suave e se curvava a cada lado dela pelos suaves de séculos
de uso. Inclusive antes que tivessem perdido o vetriese, seus predecessores e antepassados
tinham escolhido não aperfeiçoar esse túnel ou seu destino. Talvez preferiam deixar o caminho à
deusa para que permanecesse como Ela o tinha?
Tolices descabeladas, pensou Eyrhaen, mas sabia que, apesar das aparências externas, os de
sua raça eram mas bem românticos.
Sentiu o zumbido do portal muito antes de chegar à pequena caverna. De fato, podia sentir
o portal de qualquer ponto da cidade, no sentido de que fazia mais difícil fazer caso omisso a isso
entre mais se aproximava. Podia sentir Radin com a mesma intensidade, e os sonhos vagos com os
dois a tinham convencido de que havia algum tipo de missão que tinha cumprir com aqueles
ingredientes chave.
Uma espécie de luz iluminou a escuridão da abóbada aberta ao final do túnel. Era muito
baixa para ser chamada uma verdadeira luz, e mal afetava sua visão noturna, mas era uma vaga
iluminação. Pararam na estreita entrada arqueada da pequena caverna e, finalmente, pôde ver
por si mesmo a vetriese. Haviam dito que era exatamente igual à antiga, um ovalóide de
vagamente um metro oitenta de altura que tinha a metade de largura em seu ponto mais largo. O
negro de suas profundidades de algum jeito era mais escuro que o negro dos túneis nos que
estava, sem ver‐se afetado pela borda chispada de relâmpagos em miniatura que marcavam seu
perímetro.
Tinham‐no estudado, Hyle, Nalfien, e seus escolhidos ajudantes. Tykir tinha ajudado com o
passar do caminho. Através do que havia dito, sabia que apesar de que se parecia com o anterior,
este vetriese era diferente. Os homens que tinham entrado dentro, tanto aqueles dotados com
magia como os que estavam sem ela, não haviam sentido nada. A anterior tinha sido cheia com a
presença da deusa, um lugar para entrar e receber sua bênção ou desaparecer para sempre
devido a sua justiça. Mas agora, a abertura era só uma porta de entrada a um vasto nada com uma
vaga sensação de apreensão. Tinha ouvido que Nialdlye tinha entrado uma vez, faz muito tempo, e
professava que era mais como o vazio que tinha conhecido em sua vida anterior com o bruxo que

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o tinha mantido. Mas inclusive ela tinha tomado nota das diferenças, diferencia às que Eyrhaen
nunca tinha prestado atenção e que agora desejava tê‐lo feito. Talvez possa conseguir que Tykir
me diga isso.
Entrou na caverna, mas se deteve quando ele abriu a boca e a agarrou por braço. Um olhar
sobre seu ombro mostrou seus olhos muito abertos e brilhantes com preocupação.
— Vê‐o?
Ele tratou de puxá‐la de volta.
— Sim.
Ela se manteve firme.
— Espera. — Eufórica, voltou‐se de novo. Ele o via! Não era só sua imaginação. Viu que o
perímetro de raios do ovalóide se intensificava. Não tinha o som do ouvido, mas um aumento de
zumbido na parte traseira de sua cabeça a fez sentir um pouco de vertigem.
— Eyrie...
— Não. Olhe. — Se estirou para ali. Pequenas faíscas azuis e brancas saltaram através do
espaço para fazer cócegas na mão e na luz da sala.
Ele estava ali, com as mãos sobre seus ombros. Sentiu um empurrão, como se tivesse a
intenção de puxá‐la, mas estava cravada no chão. Sensações lambendo sua pele enquanto as
faíscas dançavam entre ela e a escuridão aberta.
— Fez isto antes? — Perguntou, fascinado pelo encantador espetáculo.
— Não. Não que eu o tenha ouvido antes.
Riu, impulsionada pela euforia que formigava.
— Nem sequer com Nialdlye?
— Não. — Ele apertou seus ombros de novo — Vamos.
— O que quer dizer?
— Não sei, mas deveríamos ir.
Suspirou.
— Tykir, não seja assim.
— Eyrhaen, dissemos que íamos dar uma olhada rápida, e depois iríamos. Já o vimos. Vamos.
Sabia o que havia dito, mas...
— Vou entrar.
Ele envolveu seus braços ao redor de seu torso, tentando evitá‐lo.
— Não! — Apesar de que estava bem familiarizada com sua força, sabia que não podia detê‐
la. O tom de sua voz sugeriu que suspeitava isso também — Não o faça. Por favor.
— Tenho que fazê‐lo. — Deu um passo, e ele se viu obrigado a dar um também, como se
fosse a mais forte dos dois — Vá e conte a eles se isso for o que necessita.
— Eyrhaen, espera. Vamos procurar Nalfien...
— Não. — Um passo mais. Sentiu‐se um momento estranha como se tivesse saído da terra.
Faíscas Azul‐brancas cruzaram o ar que a rodeava. O calor passou por suas pernas, fazendo
cócegas na parte exterior das coxas — Tenho que fazer isto.

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— Eyrhaen, pare! — Sentiu‐o atrás dela, mas algo o mantinha a distância. Não podia voltar,
devido a que a escuridão sustentava toda sua atenção.
Deveria ter medo.
Mas não o tinha.
Um fio de temor apertou o coração.
Seus dedos se enroscaram, serpentes de luz azul‐branca se enredaram nela, fazendo‐a ter
pele arrepiada de uma forma estranha mas não desagradável. Pela extremidade do olho, viu que
seu cabelo se soltar e estava flutuando, levantando‐se como uma nuvem de fumaça de um poço
de fogo ardente.
— Eyrhaen!
Ela deu um passo dentro da soleira.

Capítulo 5

Em um momento se sentiu leve como o ar, sem corpo. Ela sabia tudo, e o mundo era dela,
animada pelas vozes de seres sussurrando muito mais que qualquer outra coisa.
"Recorda. Esquece. Radin. Vínculo. Proteger. Trocar. Faça‐o... Faça‐o... Faça‐o!"
Então o peso da física explodiu contra Eyrhaen. O ar se meteu em seus pulmões e seu cabelo
caiu pesado em sua face e sobre seu peito, enquanto se afundava nos braços de alguém. Tykir.
Soube imediatamente por seu aroma e tato, todos os detalhes amorosos que foi o único dele que
queimava em sua alma aberta. Expansivo. Piscou, e as paredes da caverna escura voltando‐se
imprecisas diante dela, com a pedra cinza escura com vivas cores dançando como nunca antes o
tinha visto.
Tykir estava falando. Ouviu sua voz. As palavras. Eram palavras, os sons que enchiam o ar
como a ampliação dos anéis em um lago, ricocheteando nas paredes, e logo depois de volta à
deriva através do ar para ela. Levantou uma mão para tratar de tocar uma para ver se tinha
sentido. Agitou‐se ao redor de seus dedos ao redor e se afastou.
Um calor impressionante rodeou seu pulso. Pulso. Mão. Dedos. Sim, essas eram partes dela.
Não, não havia outra. Tykir, sim, sua mão. Sua mão que sustentava a sua, pressionando sua palma
contra sua bochecha. Sua mão, um pouco maior que a sua. Sua pele, suas peles, como as paredes
da caverna, negras mas que estavam cheias de cor dolorosamente formosa. Cobertas com um
embriagador aroma que faziam sentir seus seios quentes dentro do tecido solto de sua camisa.
— Eyrhaen.
Piscou, com sua concentração centrando‐se lentamente.
— Sim. — Sua língua era enorme, sua saliva metálica e picante.
Seu pescoço se girou quando seus dedos tomaram seu queixo e moveu sua face para um
lado, inclinando, levantando. Moveu seus olhos abertos para contemplar um rosto. Tykir. Uns

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enormes olhos de cor vermelha brilhante rodeadas pelo branco brilhante das pestanas. Suas
sobrancelhas coincidiram com as longas pestanas perto de seus olhos. Com o nariz pequeno, um
pouco para cima e as bochechas altas e curvas. Tinha o cabelo solto e uma confusão em sua
cabeça, com uns poucos brincos perdidos flutuando em ângulos estranhos. É tão formoso. Amo‐o.
Havia dito as palavras em voz alta? Ou talvez as havia dito diretamente em sua cabeça? Em seu
coração?
— Eyrhaen?
Ela sorriu. Sua voz suave estava cheia de preocupação. A magia zumbia através e ao redor
dele, abraçando‐a como seus braços.
— Tykir.
— OH, graças à deusa. — Caíram enquanto a abraçava perto de seu peito. Seus joelhos
cederam, não dispostos a sustentá‐la. Onde estava à falta de gravidade de antes? Acomodou‐se
em seu calor. Não, para seu calor. A consciência de seu interior e exterior estava desaparecendo.
Sentou‐se no chão, com seu rosto pego a seu peito, com ele balançando a de frente a atrás por um
momento, murmurando — Obrigado, deusa, obrigado. — Estava falando com ela? Não. Estava
falando com outra.
Com outra... Piscou, com suas unhas afundando‐se em seus ombros. Outra pessoa... Não,
mais que alguém... Feminino e masculino. Informação. Algo muito importante. Algo que tinham
falado. O que era...? Voltou à cabeça para fazer frente à força que podia ver, ao lugar que tinha
deixado. Um buraco negro estava rodeado de um azul‐branco em chamas. Não, não era negro,
não estava vazio. Estava tão cheio, muito cheio. Sua mão se levantou, com seu dedo alcançando‐o.
— Eyrhaen, não o faça. — Sua mão se fechou em torno da sua e a retornou — Agora não.
Fala comigo, por favor.
Abriu a boca.
— Eu...
Mais pessoas. Mais corpos. Conhecia‐os. Ali estava seu pai e o do Tykir. Fortes e sólidos, os
formosos membros de sua vida. Maravilhoso. Que maravilhoso vê‐los.
Seu pai tomou sua mão e se ajoelhou sobre a rocha nua, com sua túnica negra de estado à
deriva em um amplo círculo a seu redor. Com as marcas brancas gravadas na pele de sua cara e
peito brilhando na luz estranha.
— Eyrhaen?
Inclinou a cabeça a sua mão quando acariciou a bochecha, desfrutando de seu amor. Suas
lágrimas de preocupação queimavam em seus olhos.
— Papai.
Atrás dela, Hyle falou com o Tykir em voz baixa que ouviu perfeitamente.
— O que aconteceu?
Tykir engoliu; podia sentir o movimento.
— Entrou na vetriese.
— O que?

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Um ligeiro tremor sacudiu os fortes músculos que a apoiavam.


— Tentei detê‐la.
Seu pai tomou a mandíbula com as duas mãos, obrigando‐a a olhá‐lo de frente. O brilho de
seus olhos parecia com um tom carmesim na curva superior de suas bochechas, mas as runas
brancas de sua pele seguiam brilhando de cor branca pura.
— Eyrhaen, encontra‐se bem?
Ela sorriu.
— Estou bem. — Assinalou a vetriese — Papai, há vozes aí.
Os três se detiveram. Só os olhos de seu pai subiram sobre sua cabeça antes que se
concentrasse nela.
— Vozes?
— Sim. Centenas de milhares de vozes. Ou talvez fossem só duas. Não podia entender o que
diziam. — Franziu o cenho diante a pontada de dor que começou a crescer entre seus olhos —
Não estive o tempo suficiente. — Levou sua mão atrás para cobrir seus olhos, com o
encantamento de seu entorno desaparecendo rapidamente — Podemos ir... Agora?
— O que acontece?
— Eu não... A cabeça... Dói‐me.
Não sabia o que faziam. Sua consciência pontual deles se reduziu a um nó intenso pulsando
atrás de seus globos oculares. Abriu a boca um pouco quando Tykir ficou de pé, levantando‐a.
Com gosto, deslizou seus braços ao redor de seu pescoço e apertou a face a seu pescoço.
Levaram‐na da caverna, passando rapidamente através do túnel escuro. Manteve seus olhos
fechados e tratou de que sua cabeça se movesse o menos possível.
— Eyrie, como se sente?
Tinham chegado a uma luz mais brilhante, a outras vozes, a mais pressão. Fora da dor, podia
sentir a centenas de pessoas ao longo da caverna, talvez mais à frente. Encolheu‐se contra Tykir.
— Ainda me dói a cabeça. — Sussurrou.
— Vamos levar a sua suíte em minha torre.
— Rhaeja. — Era Hyle — Talvez deveríamos...
— Não. Levemo‐la a suíte de minha torre.
Pausa.
— Como queira, meu rhaeja.
Doía muito a cabeça para dar sentido à tensão entre eles. Cega pela dor, abraçava‐se perto
de Tykir e optou por deixá‐lo ir.

— Ela está fora de controle.


Hyle não fez nenhum comentário, ficando em silencio depois de que Savous entrasse na sala
de trabalho da parte superior da torre e fechasse a porta atrás deles.
Savous tirou o pesado manto de Estado e o pôs sobre uma cadeira. Um pensamento fez que
as brasas de fogo da fossa central da sala subissem em chamas, iluminando a sala sem janelas,

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assim como a esquentando. Rodeou o fosso para um gabinete com vinhos e licores mais fortes.
Seu coração ainda não se acalmava por completo. Tykir fazia uma chamada de auxílio
desesperada a ele e Hyle, e tinham saído correndo de uma refeição comunal. Savous tinha
acostumado a tomar sua primeira comida da noite em público, e tinha respirados a todos e a cada
um a reunir‐se com ele no comilão principal. Era uma necessidade para seu conselho. Esperava
que o esforço de ver e ser visto diminuíra algumas das crescentes tensões dentro da cidade. Em
alguns níveis tinha funcionado. Em outros... Era difícil manter o ânimo quando mais e mais
guerreiros se viam obrigados a matar aos de sua própria espécie. Mas o perigo de sua filha tinha
enviado todos os pensamentos a voar de sua cabeça. Felizmente, Irin teve suficiente sentido
comum para ficar, apesar de que tinha deixado o enlace‐mental entre eles aberto até que Savous
tinha deixado Eyrhaen com segurança atrás, dormindo em seu antigo dormitório com o Brevin,
Lanthan e Tykir velando por ela.
Esgotado, mas excitado, serviu um bom uísque, um presente de seus aliados humanos do
sul, e logo pôs o copo na mão do Hyle.
— O que pensa?
Os olhos vermelhos de Hyle ficaram pensativos durante um batimento do coração. Depois se
dirigiu à mesa de trabalho sólida, tomando sua bebida. Seu amigo estava cansado. A carga de
lançar conjuros a toda à cidade para tratar de detectar aos rebeldes, e evitar que atacassem tinha
caído sobre os muito capazes ombros, mas sobrecarregados de Hyle. O problema era, que não
sempre se podia saber se um pequeno grupo de raedjour eram rebeldes ou caçadores. Ou se eram
alguns dos poucos que seguiam sendo leais, mas que tinham decidido viver fora da cidade. Muitas
variáveis e muita gente. Assim Hyle tinha sido empurrado até o limite sem falar de ter que lutar
também com a teimosa filha de Savous.
Hyle esperou até que Savous esteve sentado antes de falar.
— Acha que é a deusa quem a guia agora?
Savous bebeu o resto de sua bebida de um gole. A pergunta de Hyle não era nova. Esteve se
perguntando o mesmo desde que Eyrhaen tinha começado a falar de seus sonhos uns poucos
ciclos antes.
— Mencionou mais de uma presença com ela na vetriese.
Hyle assentiu.
— Acha que poderia ser a outra?
Savous fez uma careta de dor. A morte de Radin... Não, seu desaparecimento, produziu‐se
dentro de um vetriese por causa de um enfrentamento entre a deusa e uma forma parcial de
aspirante à divindade. O louco pai de Savous, Valanth, o rhaeja anterior, fez um trato com essa
aspirante à deusa, e juntos tinham encarcerado Rhae. Valanth tinha previsto sacrificar esta deusa
como pagamento por sua ajuda, mas Rhae e Irin, que ainda não era á verdadeira companheira de
Savous, tinham intervindo. O resultado final levaram às duas divindades, e os raedjour: Valanth e
Radin, juntos a vetriese. A aspirante a deusa tinha desejado Savous, muito. Recordou esse frio
toque e estremeceu.

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— Não sei.
— Sabe da outra?
Savous pôs seu copo na mesa e o olhou.
— Fora do que está nas histórias, não.
— Alguma vez falou com ela?
— Não.
— Talvez devesse.
Fez girar a pesada taça de cristal, avaliando a sensação de formigamento em sua nuca pelo
mesmo pensamento.
— Talvez. Esperava que nunca tivesse que fazê‐lo.
— Sei. Mas não podíamos predizer o que aconteceu.
— Não. — Antes, quando ele e seu conselho de confiança tinham tomado alguma decisão
chave, não puderam predizer que outra vetriese se abriria e daria de novo Radin a eles. Inclusive
se não tinham maneira de saber se era uma bênção ou uma maldição, ou o mesmo homem que
tinha sido, sua presença era um fator que tinha feito perguntar‐se muitas coisas nos últimos dois
séculos. Além disso, não poderia ter previsto a introdução de uma mulher de outra raça aos elfos,
que tinha conhecimento, embora limitado, de ainda mais raças nascidas dos deuses no mundo.
Não poderia ter predito à filha Savous e o nível perigoso de seus poderes, nem suas desconhecidas
habilidades. Tinha‐o temido, mas não poderia ter predito completamente o efeito devastador de
sua maturidade a sua população.
Savous sabia que outros se mostravam céticos, mas estava convencido de que a volta dos
rebeldes tinha sido por causa de Eyrhaen. Ela afetava a todos, inclusive a aqueles que nunca a
tinham conhecido. Como poderiam não sentir‐se atraídos por ela? Finalmente, não tinham forma
de saber se sua filha era a solução a todos seus problemas ou a pior maldição e o destino de sua
raça.
Muitas incógnitas.
Suspirou, curvado em sua cadeira.
— O que diz Nalfien?
Hyle se inclinou, com seus antebraços apoiados na mesa. Não se tinha tirado suas roupas de
estado, por isso se abriram ao redor das patas da cadeira.
— Não expressa seus verdadeiros sentimentos, só os fatos. O que significa que não está
seguro de nada.
— Encantador. — Não havia nada na história para guiá‐los, nem estava à deusa para
assessorá‐los. Olhou para o teto da caverna — Qual é a última recontagem do censo?
— Não sei.
O que era uma mentira. Hyle sabia os números, ou ao menos sabia uma recente série de
números. Mas o tom de sua voz assegurou que seria uma luta tirar. O que significava que eram
maus. Havia só umas poucas centenas de pessoas na cidade agora, muito longe do censo quando
o pai de Savous tinha reinado. Sempre se perguntava se as coisas poderiam ter sido melhores

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então.
Deixando a um lado esse pensamento, concentrou‐se no assunto em questão.
— Vale a pena deixar que siga seus instintos? — Refletiu.
Hyle levou o copo a seus lábios e falou antes de beber.
— Uma melhor pergunta seria, poderia detê‐la?
Savous assentiu.
— Bom ponto. Nalfien perdeu todo controle sobre ela.
O copo de Hyle fez clique com suavidade na superfície de madeira gasta da mesa. Tinha sido
ele quem tinha começado como seu professor, que tinha começado a ensinar as artes mágicas,
mas quando as coisas tinham começado a ficar mau, seu talento se necessitou em outros lugares,
e Eyrhaen tinha sido entregue a Nalfien. Sua tutela sob o bruxo mais velho não tinha ido bem.
Savous não o culpava, em realidade, culpava mais a si mesmo que Hyle, mas o fato, feito estava.
Savous se inclinou para recolher os dois copos vazios, tanto o seu como o do Hyle.
— Acha que Tykir poderia trabalhar com ela?
— Talvez. — Hyle seguiu com o olhar Savous enquanto ficava de pé — É reconfortante que o
levasse esta noite.
Savous voltou para gabinete de bebidas.
— É o suficientemente forte para contê‐la se algo vai mal?
— Não. — Não duvidou na resposta — Duvido de que você ou eu, ou os dois juntos
realmente possamos contê‐la. A única vantagem de Tykir é seu afeto por ele.
Savous recolheu a garrafa quase cheia de uma líquida cor âmbar, olhou‐o, recolheu os copos
e os levou junto com a garrafa à mesa.
— Talvez se atribuímos Brevin e Lanthan para protegê‐los? Obrigando aos quatro a estar
juntos.
Hyle soprou.
— Não acredito que seja nenhuma penalidade para eles. — O olhou encher o copo que pôs
diante dele — Está pensando que poderiam ter alguma influência?
— Deles talvez sim. Tykir tem um grande potencial. O nível que se sente da magia de Brevin
ao menos poderia ter um vínculo de empatia com ela. E Lanthan tem os sentidos de seu pai. Sua
falta de um dom, inclusive pode ser útil. — Estava agarrando‐se em busca de soluções, sabia.
Hyle o conhecia melhor, mas assentiu.
— Posso ver seu ponto. Se os três trabalharem em equipe, poderiam dirigi‐la.
Savous suspirou e tomou um sorvo de sua nova bebida.
— Eu não gosto de falar de "dirigir" a minha filha. — Levantou sua mão para acalmar a
desculpa do Hyle — Não, sei o que quis dizer, e isso é o que estamos discutindo. Quem dera fosse
pequena outra vez. — Riu entre dentes — Era muito mais fácil abraçá‐la até que os pesadelos
desaparecessem.
— Sim.
Compartilharam um momento, cada um perdido em lembranças mais felizes. Os poucos

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Elfos Escuros 06

pontos brilhantes na dura vida de dois séculos de rhaeja do Savous eram sua companheira
verdadeira e suas filhas. Eram sua linha de vida e, às vezes, sua única razão para perseverar
quando tudo parecia perdido. Só podia esperar estar à altura de suas expectativas.
Está‐o fazendo muito bem. Disse sua quente voz favorita diretamente em sua mente. A
presença mental Irin se estendeu através de suas preocupações como um bálsamo quente.
Ele sorriu. Onde está?
No andar de baixo. Gala está comigo. Hyle está aí?
Sim.
Vou ver o Eyrhaen, depois iremos para lá.
Tomou fôlego e se sentou.
— Irin e Gala estão abaixo.
Hyle se levantou, terminando sua bebida.
— Encontrarei um pajem para procurar Salin e os outros. Teremos que ter preparado o
Conselho antes que Eyrhaen desperte.
Savous o deixou ir e tomou o momento de estar sozinho em seu escritório. Ficou olhando o
fogo e enviou um pensamento fervente a sua deusa ausente. Ajude‐nos ou seja o que é o que
desejas.

Eyrhaen recordava ter ficado adormecida com Tykir enroscado ao redor de suas costas, com
seu calor arrulhando‐a enquanto o chá que tinha tomado para a dor fazia efeito. Quando
despertou, Lanthan estava a seu lado frente a ela, descansando com os olhos fechados sobre o
travesseiro grosso. Uma mecha de seu cabelo curto, branco de corte reto era uma franja em cima
de sua mandíbula quadrada, com os extremos chegando plenitude de seus lábios negros. Sua mão
estava fechada com suavidade ao redor de seu pulso, com ambas as mãos estendidas no
travesseiro entre eles. Ela se agitou e ele se sobressaltou, com seus olhos azuis gelados abrindo‐se.
Avaliou‐a rapidamente, com seu olhar procurando no rosto o coração da dor intensa antes
que sua expressão se voltasse um sorriso. Um de seus sorrisos reais, não o sorriso que mostrava a
todo mundo, e sim aos mais próximos. A ponta de um dedo riscou seu queixo.
— Como se sente?
Um braço se esticou ao redor de sua cintura, não era Lanthan. Era maior. Conhecia as curvas
do corpo aconchegado perto de suas costas. Não era Tykir. Brevin. É obvio, quando estava um, o
outro era quase seguro que estaria perto.
Piscou, considerando‐o.
— Estou bem.
— Não tem dor de cabeça? — O fôlego de Brevin fez voar algumas mechas de seu cabelo
sobre sua bochecha.
— Não. — Experimentalmente, levantou a cabeça — Não, tudo se foi. — Brevin soltou seu
agarre para permitir sentar‐se. Deitada em uma cama estreita, que reconheceu. Este era seu
quarto na torre de seu pai, seu quarto de quando era mais jovem. Muitos de seus brinquedos e

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lembranças ainda estavam nas prateleiras e móveis juvenis. A cama era só o suficientemente
grande para adaptar‐se à longitude de Brevin se aconchegava a seu lado, e mal era o
suficientemente ampla para adaptar‐se a dois homens adultos. Assim estavam: suas pernas
estavam enredadas com e ao redor dela para que pudessem caber. Sua camisa e botas não
estavam, mas ainda usava as calças que colocaram antes — Quanto tempo estive adormecida?
— A maior parte da manhã. — Lanthan rodou de costas para trás, perigosamente perto da
borda. Seu colete bordado azul caía meio aberto para expor seu peito nu. Levava duas adagas
atadas firmemente a seus antebraços. Era incrível que tivesse estado deitado de costas à porta.
— O que aconteceu?
Brevin se moveu, com seu tamanho fazendo que a plataforma de abaixo do colchão
rangesse enquanto apoiava suas costas contra os travesseiros da parede e o queixo em sua palma.
De sua perspectiva mais baixa, a estranha tonalidade de seus olhos estava mais perto do vermelho
ardente como os de seu pai. Mas se ele voltava à cabeça às sombras, viam‐se mais como mel, de
uma cor marrom com reflexos dourados, similar aos avelã de sua mãe.
— O que recorda?
— Lembro que fui a vetriese. De Tykir. Tentou me deter. — Os sentiu esticar‐se a ambos ao
fundo, mas não fez conta, tentando atrair sua lembrança para enfocar — Me lembro de sair e ter
dor de cabeça. Tomei um pouco de chá para a dor.
— O que recorda de quando esteve no vetriese?
Assustada, girou a cabeça para encontrar Tykir sentado tranquilamente em uma cadeira de
balanço no canto. Rodeada pela lembrança e pelos homens na cama, não o tinha notado. Não se
moveu, com seus olhos nela enquanto se balançava lentamente na cadeira. Sua camisa estava
fechada em cima de seu peito, descansando tranquilamente sob seus dedos.
Sentou‐se por completo, obrigando Brevin e Lanthan a acomodar‐se de maneira que
houvesse espaço para levar seus joelhos em seu peito. Ficou entre eles e poderia ter apoiado as
costas nas coxas de Brevin se tivesse querido. Agasalhada. Segura. Desejava que houvesse espaço
suficiente para que Tykir estivesse mais perto, mas não o disse.
— Não muito. — Descansou o queixo sobre seus joelhos e abraçou suas pernas — O espaço.
Um montão de espaço. Como imagino que é o céu lá em cima. — Nunca tinha estado na
superfície, mas a tinha imaginado muitas vezes — Mas foi... Mais. Como se o ar a meu redor fosse
um travesseiro em que pudesse respirar — Fez uma pausa, pensando que poderia ter recordado
algo do que havia dito. A lembrança se afastou, como a água por um deságue — Vozes. Centenas e
milhares de vozes, todas falando em voz baixa que quase podia as distinguir, mas não de tudo. —
Manteve seu olhar em Tykir, abrindo‐se para enviar um pequeno brinco de magia para ele. Um fio
invisível, respondeu encontrando o seu, fraterno, como tomar as mãos. Reconfortante. Suspirou
— É o que ouviu quando entrou antes?
Ele elevou a mão para suavizar os cachos que se libertaram de seu rabo‐de‐cavalo atrás de
seu crânio.
— Não. O espaço, sim, mas tudo se sentia vazio. E não havia vozes.

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— É isso o que todos sentem?


— Todos com os que falei. Com exceção… — Se interrompeu, com seu olhar caindo a seus
dedos que brincavam com sua camisa.
— Com exceção?
— Exceto Nialdlye. — Falou em voz baixa, consciente de seus sentimentos para a mulher.
— É a outra única que mencionou vozes. Mas isso foi antes, não neste vetriese.
Seu coração se acelerou. Tomou a cabeça, com os olhos muito abertos.
— Quer dizer no lugar onde encontrou com Radin? — A emoção anulou sua aversão para
ouvir falar da mulher — É isso!
Brevin grunhiu a seu lado.
— O que?
Sem responder, dirigiu‐se a borda da cama, subindo pelas pernas de Lanthan que foi muito
lento para mover‐se.
— Onde estão? — Ficou de pé, depois girou para fazer frente à Tykir — O que fizeram a
vetriese?
O solado de suas botas golpearam o tapete a seus pés quando ele se inclinou para frente.
— O que... Fizeram?
Impaciente, fechou a distância entre eles.
— Meu pai. Nalfien. O que têm feito enquanto eu estive dormindo? — Arrebatou a camisa
das mãos — Quanto tempo estive aqui?
A cama rangeu atrás dela enquanto dois corpos pesados se moviam.
— Estivemos com você todo o tempo. — Lanthan assegurou.
— Ninguém sabia se estava bem. — Repreendeu Brevin.
Embora parte dela se sentia tocada com sua preocupação, outra parte estava molesta de
que não tivessem pensado em revisar as coisas por ela. Não havia remédio. Não tinha sido de tudo
sua culpa. Não tinha estado acordada para dirigi‐los, e tinha sido negligente em não dar instruções
antes que foi a dormir pela dor. Colocou a camisa, voltando‐se para a porta enquanto a metia na
calça.
— Onde estão?
A mão de Brevin ao redor de seu braço a deteve uns passos da saída.
— Aonde vai?
Olhou para ele, depois moderou sua intensidade ao ver a preocupação em seu rosto. Não
deveria preocupar‐se também. A arrogância e a confiança se viam muito melhor nele. Elevou a
mão para acariciar sua mandíbula brandamente.
— Vou procurar meu pai antes que possa fazer algo estúpido. — Se moveu para poder olhar
a seu redor e ver Tykir — Onde está?
Tanto Tykir como Lanthan ficaram em pé, seguindo‐a.
— Supõe‐se que a levaríamos a sala de reuniões do rhaeja se estivesse bem quando se
levantasse. — Tykir levantou suas botas, recordando que estava descalça.

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Surpreendida, sorriu. Era tão agradável quando as coisas iam a sua maneira.
— OH. — Terminou de atar sua fita, depois se sentou brevemente para deslizar‐se nos
acolchoados sapatos — Muito bem. — Disse ficando de pé — Vamos.

Capítulo 6

Nialdlye estava sentada em um amplo banco sob a janela da sala de reuniões informais de
Savous, brincando com seu cabelo solto, enquanto escutava em silêncio.
— Não sei o que disse. — Eyrhaen rompeu, olhando abertamente através do espaço entre
ela e Nalfien. Este estava sentado na mesa e ela em uma cadeira a uma boa distância dele — Foi
só um sussurro. Não estive ali o tempo suficiente para fazer nada. E foi mais que... —
Interrompeu‐se com uma careta e um suspiro de frustração — Eu não poderia...
Hyle, sentado na mesma mesa com seu pai, inclinou‐se para chamar sua atenção.
— Isso não importa agora. Que mais?
Nialdlye apenas resistiu movendo a cabeça. Eyrhaen se supunha que era a aprendiz de
Nalfien, entretanto, estava claro que não tinha controle sobre ela. Perguntou‐se por que, para que
depois Eyrhaen fosse manejável no melhor dos casos. Nialdlye sentiu pena de qualquer mago que
fosse encarregado de ensinar.
O olhar de Eyrhaen caiu a suas mãos que tinha unidas em seu colo. A cadeira era o
suficientemente grande como para que pudesse esconder os calcanhares debaixo, com suas botas
no chão diante dela. Tão a gosto. Em seu elemento, segura no espaço de seu pai, a pesar do perigo
real que poderia havê‐los posto a todos.
— Ar. Espaço. Mas era... Espesso. Como se existisse uma importante presença ali.
Atrás de sua cadeira, Brevin e Lanthan montavam guarda em silêncio, escutando com
atenção cada palavra dita. Tykir estava sentado com seu pai e seu avô, lendo algo e em ocasiões
escavando nos cilindros desenvolvidos sobre a mesa, entre eles. Savous e Irin estavam sentados
juntos em um sofá perto de Eyrhaen. Os únicos outros na sala eram Salin e Gala, quem estava
sentados em cadeiras junto à lareira e a maioria guardava silêncio.
— Que tipo de presença? — Perguntou Hyle.
— Não sei. Como nada que houvesse sentido antes.
Poderia ter perguntado. Nialdlye manteve em branco seu rosto. O que estava descrevendo
Eyrhaen estava mais perto do que ela recordava da existência no vazio do que tinha ouvido dos
homens que se aventuraram em seu interior. Lembrou‐se dos tempos quando o sussurro tinha
sido entristecedor, antes que tivesse aprendido a concentrar‐se. Mas então, tinha tido mais de um
século para aprender essa habilidade, junto com o aborrecimento e um forte desejo de ter algo do
que seu despótico tutor não soubesse nada.
— Nialdlye, coincide com algo que sentiu?

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Olhou a Savous.
— Algo, sim. — Pela extremidade do olho, viu esticar‐se a Eyrhaen, mantendo seu olhar
apartado — A espessura da atmosfera. O sentido de uma presença. —Manteve sua voz, calma,
disposta a ajudar Savous inclusive se isso significava ajudar também Eyrhaen — Não ouvi os
sussurros por décadas, entretanto. Não foi, mas sim até que Ale'tone começou a me deixar no
vazio por longos períodos de tempo.
Claramente contra sua vontade, Eyrhaen a olhou.
Nialdlye passou a mão sobre os colares que cobriam a divisão criada pelo colete de couro
apertado que unia seus peitos.
— Quando comecei a escutá‐los, foi entristecedor. Pensei que ficaria louca. Mas com o
tempo aprendi a me sintonizar com eles. — Devido a que nunca teria pedido ao Ale'tone sua
ajuda. A teria castigado por tentar qualquer tipo de magia sem ele. Sei o que é ter a um tirano de
professor, pensou na mulher mais jovem. Nem sequer sabe quão fácil o tem — Os murmúrios
chegaram com visões finalmente. Mais tarde me dei conta de que eram lembranças de fantasmas
do passado.
— Como sabe disso? — Exigiu Eyrhaen, com a curiosidade superando seu controle. Nialdlye
sabia que devia sentir‐se culpada por desfrutar disso, mas não o fez.
Seus olhos descansaram sobre os joelhos de Eyrhaen, sem confiar em si mesma para olhar
diretamente a ela.
— Tinha minhas suspeitas, já que não reagiam a mim. Não até Radin.
Eyrhaen ficou reta, com uma mão agarrando o braço da cadeira.
— Mas ele não era uma lembrança.
— Não. Ele era diferente na primeira vez que o vi. Mais… Sólido. — Se moveu, muito
consciente do crescente calor profundo em seu ventre. Radin tinha açoitado seus sonhos no dia
anterior, obrigado que Nalfien o tinha mencionado. Inclusive foder com um companheiro disposto
depois de ter despertado não tinha diminuído sua lembrança dos sonhos altamente sensuais —
Disse‐me que por causa da forma em que morreu, por causa da deusa mesma, sua alma se salvou
intacta.
— Como sabia?
— Ela o disse.
— O que outra coisa deu Ela?
Nialdlye negou. À parte possivelmente de Brevin e Lanthan, todos na sala tinham ouvido
descrever suas experiências no vazio.
— Nunca me disse mais que isso. — E se o tivesse feito, teria dado essa informação muito
antes.
— Ela falou com você? — O desprezo que abertamente gotejava pelos lábios de Eyrhaen era
evidente.
Enquanto que podia entender a confusão com respeito a uma deidade que tinha
abandonado a seu povo, Nialdlye não podia entender o desprezo aberto. Como podia uma simples

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mortal, inclusive uma de uma raça nascida de Deus, ter a esperança de saber que problemas que
perseguiam uma deusa? Como poderia qualquer deles saber as verdadeiras razões de pelas que
Rhae os tinha deixado? E, como iam saber que não tinha planos de retornar? Nialdlye havia
passado a maior parte de sua juventude duvidando de seu próprio Deus, que tinha deixado às
pessoas de Seu povo morrer, o povo dela, a todos, exceto a ela. Tinha mais razões pelas que odiar
a seu Deus, das que tinha Eyrhaen para odiar à sua, e ela não odiava Tohon. Simplesmente nunca
tinha tido a oportunidade de conhecê‐lo. Tampouco podia entender a falta de respeito aberto a
quão adultos claramente a amavam e queriam protegê‐la. Nialdlye nunca tinha tido esse benefício
enquanto crescia, e resentia que Eyrhaen o desse por sentado.
Levantou os olhos para encontrar os da mulher mais jovem, deixando que seu próprio
desprezo se mostrasse.
— Não. Ela só falou com ele.
A sobrancelha de Eyrhaen se elevou, com o reconhecimento do que via na cara de Nialdlye.
Depois sua atenção abruptamente trocou a Savous aonde estava em um sofá junto a sua
verdadeira companheira.
— A deusa te falou alguma vez?
Savous a considerou, então olhou a Irin.
— Eu não fui o que ouviu falar com Rhae.
Irin brincou com o bracelete em seu pulso.
— Ela me falou. Disse‐me o que tinha que fazer para salvar a vida de Savous.
Eyrhaen franziu o cenho.
— Essa parte da lenda é verdade?
— Sim.
— Mas era humana nesse momento.
Irin levantou o olhar para Eyrhaen.
— Sim.
— Por que falaria com uma humana?
Irin franziu o cenho.
— Não poderia começar a dizer por que faz nada.
Savous pôs um braço sobre os ombros do Irin, aproximando‐a.
— Rhae não era a única deidade ali. Outra falou também. A outra era perigosa, Eyrhaen.
O olhar de sua filha se deixou cair sobre seu colo. Essa deidade tinha sido tema de conversa
antes que se estabeleceu o que Eyrhaen tinha visto. Nialdlye tinha encontrado a informação
terrivelmente fascinante. Eyrhaen não tinha parecido impressionada.
Savous franziu o cenho.
— Eyre, tem que tomar cuidado.
— Não estive em perigo. — Insistiu.
— Como sabe isso?
— Ela me atraiu ali.

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— Como pode estar segura de que era Ela?


Por sua careta rebelde, estava claro que Eyrhaen não tinha resposta.
Savous deixou deslizar seu braço pelos ombros de Irin, mas entrelaçou seus dedos com os
dela, descansando suas mãos em seu colo.
— Há algo mais que deveríamos saber?
Eyrhaen ficou olhando ao chão.
— Eyrhaen?
— Voltarei a entrar.
Irin franziu o cenho a sua filha.
— Ouviu algo do que estivemos dizendo?
— Ouvi. — Eyrhaen negou com a cabeça — Mas não entendem. Pensei nisso.
Atrás dela, os dedos grandes Brevin se cravaram na tapeçaria grossa do respaldo da cadeira.
— Poderia ter morrido.
Eyrhaen olhou a parede do fundo, mas se dirigiu por completo a ele.
— Não morri. Supunha‐se que devia estar ali.
— Supunha‐se que ia desmaiar mais tarde também? — Isto de Lanthan foi um suave
murmúrio.
Desta vez se virou em sua cadeira para olhá‐lo.
— É magia nova. Não estava acostumada a ela.
— Razão a mais para tomá‐lo com calma. — Disse Tykir desde seu assento através da sala.
Nialdlye o olhou, fascinada. Não tinha tido muitas oportunidades de ver os três
interatuando, mas tinha ouvido histórias. Faziam o trabalho à perfeição como equipe. O capitão
tinha palavras de elogio para os poderes de Tykir e da habilidade de Brevin e Lanthan para mantê‐
lo a salvo. Era evidente que seu trabalho em equipe funcionava dentro e fora do campo de
batalha.
Era evidente o muito que se preocupavam com ela. Inclusive neste entorno próximo com
pessoas que poderiam ser de confiança, os três a cuidavam.
Três bons exemplares machos raedjour e Eyrhaen o tratava como mascotes.
Pelo que Nialdlye tinha ouvido, zombava deles e os chamava seus amantes, mas nunca os
deixava verdadeiramente tê‐la, nunca os deixava penetrá‐la. Estava esperando algo, e ninguém
sabia o que era, ao menos todos os pobres meninos que esperavam por ela.
Eyrhaen soprou, sentando‐se para frente de novo. Seu ressentimento se sentia como um
fogo lento no mesmo ar, afetando a todos. A emoção começou a emanar pelo que foi difícil para
Nialdlye saber se estava irritada em como sentia ou se tratava de uma reflexão.
— Tenho que fazer isto. — Antes que alguém pudesse protestar, levantou o olhar e se
encontrou com Savous — É importante.
Ele assentiu. Isto poderia respeitá‐lo.
— Como é isso?
— Chama‐me.

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— Isso não significa necessariamente que seja algo bom.


Ela sacudiu a cabeça.
— Não é mau.
— Como sabe isso?
— É difícil de explicar.
Inclinou‐se para frente.
— Tenta‐o. Por favor, tente. Todos estamos preocupados com sua segurança. É
pessoalmente muito importante para nós. Para todos nós. Também é muito importante para
nosso povo. Não estaria disposto a que se arriscasse.
Nialdlye mordeu o interior do lábio, ofendida de vê‐lo virtualmente mendigar.
Eyrhaen dificilmente o reconheceu.
— Mas tem que ser eu. É o que tenho que fazer.
— De acordo com quem?
— Com o Rhae.
— Como sabe isso?
Ela fez uma careta.
— Como sei estas coisas? Disse isso, não ouvi nada em palavras, tudo foi uma desordem. —
Golpeou a mão no braço da cadeira — Mas o sinto em minhas vísceras. É importante, não só para
mim, mas também para todos nós. Para a vetriese e para o Radin.
Nialdlye apertou os dentes. Deveria ela piorar as coisas?
Savous franziu o cenho.
— Por quê? O que tem haver com isso?
— É uma parte disso. Ele viveu lá dentro durante séculos. Se alguém pode ajudar, pode
ajudar a Ela, seria ele. Se tão somente pudesse despertá‐lo.
Nialdlye tinha suas próprias objeções para que Eyrhaen passasse o tempo com o Radin, mas
sabia que a fascinação de sua filha com Radin não caía bem a Savous. Era compreensível. O
homem tinha sido seu mentor e amante durante séculos, tinha sido um possível terceiro em um
ménage entre Savous e sua verdadeira companheira. A dizer de todos, os dois homens tinham
estado tão perto como qualquer outro poderia tê‐lo estado. Enquanto que os raedjour eram uma
sociedade sexualmente aberta, tendiam a afastar‐se dos companheiros sexuais de seus pais.
Savous fez uma pausa e suspirou, sentando‐se.
— Você, pelo menos, está de acordo em permitir que Tykir, Brevin e Lanthan estejam com
você nisto?
Ela congelou, como os jovens.
— Por que eles?
Savous olhou os três homens. Então seu olhar se posou de novo em sua filha.
— Porque, de todos, temo que são os únicos em quem pode confiar.
Piscou, claramente surpreendida.
— Papai, não é que não confie em você, é só que... Não o entende.

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— Não. Não o faço. Não entendo por que continua tomando riscos com sua própria
segurança. Não entendo por que não procura o conselho ou pelo menos deixa que outros
monitorem o que faz, assim poderiam te ajudar. — Seu tom expressava frustração e medo.
Que Eyrhaen tinha escutado claramente.
— Eu não…
— Sua imprudência e você se voltam cada vez mais e mais perigosas. Assim aceitarei que vai
fazer o que quiser fazer, mas te peço que deixe os que se preocupam com você velar por sua
segurança.
Brevin e Lanthan trocaram olhadas, depois sua surpresa se voltou determinação. Tykir olhou
ao rhaeja por um momento em silencio antes de fixar seu olhar em Eyrhaen. O rhaeja e sua filha
só tinham olhos para o outro.
Ela engoliu.
— De acordo. — Era um acordo reticente, mas era um acordo.
— Está bem. — Se reuniu com o olhar de Brevin — É isto aceitável para vocês?
— Sim, meu rhaeja.
Savous tomou como uma aceitação geral, unicamente olhando aos outros dois.
—Isto resolve, então. — Uma vez mais, olhou a sua filha — Senti intuições da divindade eu
mesmo. Cada rhaeja na história recebeu a instrução direta Dela. Quem sou eu para te dizer que
está equivocada? — Evitou olhar o olhar bicudo de sua verdadeira companheira — Entretanto,
trata de recordar que só porque as instruções cheguem a você em seus sonhos, não quer dizer que
tenham razão ou que sejam boas.
Eyrhaen baixou o olhar.
— Sim, meu rhaeja.
OH, agora ela era respeitosa. Agora que tinha conseguido tudo o que queria. Nialdlye
mordeu o interior da bochecha para evitar grunhir.
— Digo‐o a sério, Eyrhaen. Brevin, Lanthan e Tykir estarão com você em todo momento
quando estiver na vetriese ou com Radin.
— O que acontece a Nalfien?
Agora Savous grunhiu.
— Eyrhaen, só pode me empurrar até certo ponto. Nalfien segue a cargo de Radin até que
desperte.
Nialdlye só pôde perguntar‐se como planejava fazê‐la cumprir essa ordem.
Eyrhaen lançou um olhar ao mago mais velho, mas respondeu com uma rápida cabeçada.
— Obrigada, papai.
Ele assentiu, depois olhou a Salin.
— Dirá a Jarak sobre as novas ordens de Brevin, Lanthan, e do Tykir? Imagino que ainda
podem servir de guarda ocasional. Estou seguro de que Eyrhaen entenderá seus outros deveres.
Eyrhaen fez uma careta, mas não fez nenhum comentário.
Salin se limitou a assentir.

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— Farei‐o, meu rhaeja.


Savous olhou a seu redor, e depois soltou o fôlego.
— Então acredito que se levanta a sessão. Eyrie?
Sua filha se deteve uma vez que se levantou.
— Vai jantar com sua mãe e comigo?
Deu uma olhada a Irin, e depois a ele. Era evidente que queria dizer que não, mas apesar de
toda sua natureza rebelde, era o suficientemente inteligente para escolher suas batalhas. Sorriu.
— Farei‐o.
Nialdlye pousou seus pés no chão, mas se manteve em seu assento enquanto outros se
levantavam. Observou em silêncio enquanto Eyrhaen tirava os jovens da sala. Era como se um
peso se elevasse no ar. Seria a opressão de sua energia fora de controle, ou seria só por ela?
Irin veio a sentar‐se a seu lado. As duas mulheres se inclinaram juntas, pressionando seus
ombros nus.
— Lamento que tenha tido que ver isso. — Murmurou Irin.
Nialdlye apoiou a cabeça sobre o ombro de sua amiga.
— Está tudo bem. — Ela e seu verdadeiro companheiro Savous se converteram em bons
amigos durante ciclos. Havia quem acreditava que Nialdlye era amante de Irin e Savous, que sua
filha era outra filha do rhaeja. A maioria podia acreditar isso, a pesar do calor sexual quase
constante que corria, mas sua relação com eles permanecia platônica. Tinha sido muito cuidadosa,
de fato, de não foder com qualquer varão que tivesse companheira verdadeira, apesar das muitas
ofertas de trios e demais. Dada sua condição única, era vista como uma questão moral. Havia
centenas de homens sem casal entre os raedjour. Preferia compartilhar seus favores com os que
não podiam encontrar a sua própria verdadeira companheira.
Savous falou em voz baixa com Salin. Logo, o ex‐comandante se foi e Savous apareceu à
janela. Levantou‐se e o olhou nos olhos, triste ao ver quão cansado parecia.
— Nialdlye, eu gostaria de te pedir um favor.
Endireitou‐se, lançando a maior parte de seu cabelo atrás de seu ombro.
— Pede tudo de mim, meu rhaeja.
— Visita a vetriese. Visita Radin. — Tratou de ocultar seu sobressalto, mas não esteve segura
de ter tido êxito — Me dou conta de que é potencialmente perigoso, e não pediria isso, mas... É a
única com a probabilidade de ter uma experiência similar a de Eyrhaen. Temos que saber se o que
vê e faz é singular para ela.
Ela inclinou a cabeça para um lado.
— Sou de uma raça diferente.
— É o mais perto que podemos chegar. Não há nenhuma mulher nascida humana sem casal,
com capacidade de nivelar a um feiticeiro, e não temos a outro elfo nato que tenha idade. Tisla
não é o suficientemente crescida. — Tomou a mão e a apertou — Sinto te pedir isto. Toma todas
as precauções que necessite para se sentir cômoda. Podemos tratar de reorganizar o calendário
de Hyle. — Atrás do ombro direito deste Savous assentiu — Mas as coisas se estão movendo

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muito rápido, e me estou ficando sem opções — Ele o manteve pessoal, com um "eu" em vez de
um “nós”. Queria que ela se desse conta que podia objetar, apesar de que claramente esperava
que não o fizesse.
Tinha sido tão bom com ela. Todos eles o tinham sido. Como podia negar‐se?
— Vou fazer o que terei que fazer, meu rhaeja.

Estão falando de mim. Eyrhaen era plenamente consciente de que só ela, Brevin, Lanthan e
Tykir tinham saído da sala. Os "adultos" ficaram atrás, decidindo sobre a maneira de limitar seu
acesso tanto a vetriese como a Radin. Tinha ganho um pouco nessa reunião, mas sabia que ainda
não tinha liberdade de ação.
Correndo pelo corredor, omitiu o lance de escadas que a levaria até sua antiga suíte e em
seu lugar se dirigiu a outro que a levaria a entrada à torre principal. Não importava que Brevin,
Tykir e Lanthan a seguissem pegos seus calcanhares. Papai quer me fiscalizar, não? Riu em voz
baixa ao chegar à parte inferior das escadas. Em realidade, com suas escoltas atuais, era menos
provável que a incomodassem. Talvez papai me fez um favor.
— Eyrhaen.
O som da voz de Lanthan a surpreendeu o suficiente para deter‐se. Falava tão pouco.
Equilibrou‐se sobre os dois degraus que os separavam e a agarrou por braço para fazê‐la
girar de cara a ele. Piscou, surpreendida pela intensidade de seu olhar.
— Aonde vai?
Sua ira típica demorou para chegar, graças a seu curioso enfrentamento.
— Ver Radin.
A verdade se derramou de seus lábios antes que pudesse detê‐la.
— Agora. Antes que me possam deter.
A intensidade de seu olhar não esteve absolutamente diminuído pela franja de cabelo que
ameaçava obscurecendo seu olho direito, apesar da fita envolta ao redor de sua testa.
— Por quê?
— O que?
Seus olhos se obscureceram de cristal claro a um crepúsculo enquanto ele entrecerrava os
olhos. Fortes dedos se afundaram em seu antebraço.
— Por que ele? Por que Radin?
Antes que pudesse responder, Brevin se aproximou, apoderando‐se de seus dois ombros.
— Não aqui.
Deixou‐se meter em um quarto próximo, enquanto a curiosidade por saber o que estava
errado com Lanthan para querer tirar informação a ela. Não havia muitos móveis. Uma sólida
mesa, cadeiras e uma mesa estreita em um mural antigo. Uma vez pôde ter sido uma sala de estar,
mas nem sequer podia recordar para o que poderia ser utilizada agora. Havia pouco pó, o que
demonstrava que os meninos a cargo da limpeza faziam seu dever, mas o quarto se sentia
inutilizada. Brevin fechou a porta e ficou de costas ao painel, custodiando‐o apoiando‐se nele.

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Elfos Escuros 06

Com um pensamento Tykir acendeu as velas dos candelabros a ambos os lados da porta, e uma
onda vagou de sua mão precedida de um pulso suave de magia para que a sala tivesse isolamento
acústico.
Lanthan se deteve junto em uma das robustas cadeiras da mesa e se voltou para ela.
— Por que está obcecada com Radin?
O tapete puído mal amortecia a pedra debaixo da sola acolchoada de seus sapatos enquanto
dava dois passos diante dele e punha as mãos em seus quadris.
— Como é isso algo de sua incumbência?
Seu olhar se mantinha estável em um rosto novamente inexpressivo, mas o conhecia o
suficiente para ver que estava irritado. O fato de que enfrentasse a ela era uma medida de seus
sentimentos.
— Algo que seja perigoso para você me concerne.
Seu ritmo cardíaco se acelerou, tocando‐a apesar de sua moléstia de ser posta em tecido de
julgamento.
— Ele não é um perigo.
Brevin soprou.
— Como sabe que não o é? O rhaeja e Hyle acreditam que é.
— Não o fazem. Não sabem o que pensar.
— Se eles não souberem o que é, como pode sabê‐lo você?
Apertou os dentes. Quantas vezes tinha explicado isso?
— A deusa o protegeu.
Brevin moveu a cabeça em direção vaga à sala de reuniões acima.
— Isso não é o que disse aí acima.
— Não importa o que dissesse lá encima.
Tykir se moveu, apoiando‐se ao outro lado da mesa. Seu cabelo comprido solto se
derramava sobre um ombro, com a ponta só acariciando a superfície polida.
— Deixou‐te algo?
— Não, Não o fiz! — Deu um pisão, consciente de que estava agora em meio dos três sem
nenhum lugar para correr.
— Então, como sabe que não é um perigo?
— Porque sei! — Olhou a Brevin, tomando sua postura casual como uma afronta — Nialdlye
disse que era ele! — Por muito que odiasse utilizar à outra mulher como prova, tinha sido a última
em falar com ele — Disse muito de nós para não acreditar que não era ele.
Lanthan negou com a cabeça.
— Não sei. Não sabe o que poderiam ter em suas lembranças. Valanth governou durante
séculos com um deus diferente, e nem sequer soubemos.
Seus olhos se abriram em estado de choque. Lanthan estava citando a história a ela? Apenas
gostava de pensar nas coisas que tinham acontecido fazia apenas uma lua, e muito menos quando
era simplesmente um menino.

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Espreitou‐a, encerrando‐a contra a mesa. Uma das pesadas cadeiras derrubou quando a fez
a um lado.
— Você não sabe nada.
Suas fossas nasais se abriram, enchendo‐se com o aroma dele. Incerteza e frustração, sua ira
provocou uma excitação que formigou na pele. Ela engoliu.
— Não é mau. Sei.
Rodeou‐a com as mãos a cada lado da mesa. Sua altura similar aproximou seus lábios tão
perto dos seus.
— Como? — Ele procurou sua face, com seus olhos abertos e fixos nela — Em seus sonhos?
Estendeu suas mãos sobre seu peito, impedindo que o beijo se completasse.
— Isso. E muito mais.
— Que mais? — A pergunta vinho de Tykir, mas ela não podia afastar‐se de Lanthan.
Seus dedos se agarraram aos ombros do colete de Lanthan, tentando não tocar sua
acetinada pele.
— Sei. Ele é parte da chave para nos salvar. A todos.
Lanthan se inclinou um pouco em suas mãos.
— Você sabe mais que o rhaeja? Ela escolheu a ele.
— Ele não pode saber isto. — Um grunhido franziu seus lábios e se empurrou uma vez mais
— E está ciumento. Não me quer em torno de seu amante.
Lanthan agarrou a borda da mesa e puxou mais perto, com eficácia deixando‐a apanhada
entre ele e ela, sua excitação cravada em seus quadris.
— Deveria está‐lo?
Tentando respirar, jogou a cabeça para trás.
— Deixa isto.
Lanthan tomou o convite e lambeu a linha de seu pescoço.
— Você o deseja.
Sim. Mas ninguém deveria escutar isso. Desacreditaria todos seus outros motivos se o
admitisse.
— Está louco. — Tentou voltá‐lo em uma improvisada brincadeira, mas isso era impossível
com os dentes de Lanthan raspando seu pulso justo debaixo de sua mandíbula.
— Não o precisa. — Passou sua mão sobre suas costas, esmagando‐a mais perto. A outra
deslizou por sua coxa e a apertou para atirar para cima, pondo‐o em cima de seu quadril. Ficou
sem fôlego quando seu pênis apertou seu sexo, ardente inclusive através de várias capas de roupa.
Poderia usar sua magia para afastá‐lo, mas a força sólida dele era deliciosa. Seus dedos se
afundaram em seus ombros enquanto ele mordia sua mandíbula, seu queixo — Não o precisa. —
Sussurrou as palavras diretamente a seus lábios entreabertos — Tem... — Ela abriu seus pesados
quando ele se deteve, encontrando seu olhar quente — ... Tem‐nos.
Deixou‐se beijar, abriu a boca para chupá‐lo com sua língua. Ele utilizou esse músculo como
fazia com todas as armas em seu arsenal, duro, limpamente e com uma precisão mortal.

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Ela gemeu enquanto o prazer varria seu interior, inflamando além de sua pele e ossos. O
mundo se inclinou enquanto Lanthan a baixava sobre a mesa, logo subia sobre ela para que seus
lábios reclamassem outro lugar. Brevin e Tykir se aproximaram, flanqueando a cada lado enquanto
Lanthan dirigia sua atenção a seu pescoço, a seus ombros. Habilmente, puxou a camisa de suas
calças e a empurrou para cima para expor seus seios a sua atenção voraz. Mal foi consciente de
que Brevin a tinha empurrado mais sobre a mesa, deslizando seus joelhos através de Lanthan para
poder reclamar sua boca enquanto Lanthan e Tykir mamavam seus seios.
A mão de Lanthan empurrou para baixo da cintura de suas calças para dobrar‐se
possessivamente ao redor de seu sexo. Seu dedo do meio se deslizou com facilidade entre suas
úmidas dobras, jogando com a ponta de seus dedos em sua entrada. Grunhindo, deslizou‐se pela
borda da mesa e atirou de suas calças mais abaixo de seus joelhos para poder abrir suas coxas e
enterrar seu rosto entre eles. Brevin engoliu seu grito, e Tykir em seus seios impediu de levantar‐
se da mesa. Desesperada, agarrou‐se pelo ombro de Brevin e arranhou de novo Tykir enquanto
Lanthan se agarrava a seu palpitante e pequeno núcleo de prazer e o chupava. Mais gritos subiram
à garganta e Brevin os tragou, com suas coxas esforçando‐se enquanto Lanthan as segurava e
afastava. Queria trocar de posição, queria acariciá‐lo e degustá‐lo, mas eles a seguravam e a
obrigavam a submeter‐se a sua vontade. Emocionante. Tanto poder masculino, tudo centrado
nela.
Além deles, ainda mais. Tantos homens, tanta necessidade. O calor dentro dela transbordou,
procurando espaços vazios para enchê‐los.
— Me deixe. — Tinha perdido a noção de quando a boca de Lanthan tinha deixado seu sexo.
Seus lábios mancharam seus próprios sucos sobre seu ventre, enquanto que três de seus dedos
pouco a pouco se empurravam dentro e fora dela — Me deixe fodê‐la.
Brevin levantou a cabeça, libertando seus lábios dos seus. Ela o olhou, com o resplendor
vermelho a fogo lento debaixo da bruma verde de seus olhos. Tykir gemeu em sua orelha e um
toque dos dedos Lanthan fez que seus olhos se fechassem com seu corpo estremecendo‐se,
desprendendo‐se de um prazer renovado de luxúria que brotava de sua alma. Sim. A palavra fervia
na parte traseira de sua garganta. Ela o desejava. A qualquer deles. Desejava‐os a todos. Deveria
deixar que tomassem e voltar com o resto depois que seu desejo tivesse sido apagado.
Mas havia além do vazio.
Lanthan tomou vantagem de suas dúvidas. Escutou‐o rugir, sabia que estava deixando ao
descoberto seu pênis. Uma dolorida necessidade fervia abrasadora entre os quatro. Brevin se
inclinou para recuperar sua boca. Separou‐se dele, só para encontrar a boca de Tykir pronta e
esperando.
— Não. — Sussurrou contra os lábios de Tykir.
Ficou quieto. Brevin congelou.
Lanthan grunhiu, colocando os dedos outra vez.
Deixou que o prazer brutal tomasse, empurrou seu clímax ao bordo, arqueando as costas
enquanto os transportava à liberação com ela. Ladrando seus protestos, Brevin e Tykir se

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enroscaram sobre as bordas da mesa a cada lado dela, e Lanthan tomou seus quadris com sua
mão livre. Tratou de lutar contra ela, grunhindo em um esforço por retê‐lo, mas ela não o
permitiu. Gozou um batimento do coração depois de que os outros dois derramassem sua
liberação.
Ela se deixou cair sobre a mesa, sem ossos enquanto tratava de recuperar o fôlego. A última
onda de sua explosão chispava longe em correntes invisíveis para encontrar recipientes
necessitados além das paredes da torre.
Lanthan gemeu, sendo o primeiro em recuperar‐se. Enquanto que os outros dois
começavam a mover‐se, levantou‐se sobre suas mãos, as apoiando a ambos os lados de seus
quadris. Seu olhar era uma versão morna do que tinha sido antes, passando por cima a satisfação
de sua luxúria, mas inclusive assim era deslumbrante.
— Por quê?
Ela se empurrou sobre os cotovelos, puxou um canto de sua camisa para que deslizasse
sobre seus seios.
— Não é o momento para isso.
Ele se afastou, mas foi tão rápido, que a mesa se moveu. Zangado, tirou o colete e o usou
para secar as manchas de umidade de suas coxas.
— Quando será o momento?
Ela o olhou, sentou‐se.
— Quando eu o diga.
Tykir e Brevin ficaram de pé, cada um avaliando a condição de sua própria virilha.
Lanthan a enfrentou enquanto atava os cordões de suas calças.
— Vai ser um de nós? — Fez um gesto para indicar aos outros dois, com as fivelas de metal
das bandas de adagas atadas a cada um de seus antebraços brilhando a luz das suaves vela.
Ela saltou da mesa e se inclinou para agarrar a cintura de suas calças.
— Não tomei essa decisão ainda. Não é suficiente o que te dou? — Jogou o cabelo para trás,
sentindo o silêncio pesado — De boa vontade te daria o que outros machos sem casal mendigam.
Por que não deixar minha virgindade? — Sabia a resposta, sabia que não podia evitá‐lo. Era sua
natureza foder. Naturalmente, estavam obcecados com a única coisa que negava.
Lanthan lançou um olhar pesado a Brevin.
Quem tomou o argumento, como se fosse a ele a quem se dirigiu ela.
— Para quem está se guardando?
Ouviu o "quem", quando antes sempre tinha sido um "o que".
Separou‐se da mesa, fora do círculo deles. Era muito mais fácil fazer frente a isto, quando o
calor entre eles estava apagado.
— Por que estão pressionando nisto? Logo que tome a qualquer pessoa, sei que estarei
obrigada a foder um rio de homens sem casal até que alguém me engravide. —Ninguém tinha
feito essa norma, mas sabia que aconteceria. Uma vez que o escudo de sua virgindade se foi, seria
muito mais difícil justificar que não se deitava com muitos como qualquer outra mulher sem casal

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entre os raedjour. A menos, claro, que um dos homens dessa sala a deixasse grávida. Mas não
estava segura de que estivesse pronta para isso — Não é o momento para que seja mãe ainda.
Conheciam seu argumento, tinham‐no aceito antes. Mas vendo Brevin agora não o estava
fazendo nesse momento.
— Quando chegar o momento, será um de nós?
Ela tropeçou com a mesa larga através da parede.
— O que é isto? Só porque é o mais próximo a mim, sente‐se com direito a ter minha
primeira vez? Planejou a data de um concurso de virgem para mim?
— O concurso de virgem começou a primeira vez que me chupou. — Grunhiu.
Fechou os olhos enquanto uma lembrança instantânea se estrelava contra ela. O seu tinha
sido o primeiro pênis que havia passado por seus lábios, a boca de Lanthan tinha sido primeira em
seu sexo. O abraço de Tykir não tinha demorado muito tempo depois disso. Recordou a
necessidade de tocá‐lo tanto como recordava seu encontro agora sobre a mesa. Após, tinha
jogado com outros homens, mas nenhum era tão satisfatório ou a compreendiam como esses três
com os que tinha crescido.
— E já decidiu quem ganhou?
— Por que não? Somos os únicos que podem suportar sua constante tortura.
Seus olhos se abriram.
— É uma tortura agora?
Suas longas pernas fecharam a distância entre eles.
— Em muitos sentidos, sim. Mas nós aguentamos, e sim, rogaríamos por isso. —Pôs suas
costas contra a parede, com a largura de seus ombros impondo um bloqueio a maior parte da luz
— Mas não acredito que nenhum de nós se deu conta de que estávamos competindo com alguém
que bem poderia estar morto. — Sua grande mão tomou seu queixo, não a permitindo olhar a
outro lado exceto à acusação em seus olhos — É Radin, não? Espera que ele seja seu companheiro
verdadeiro?
Emocionalmente nua diante de alguém que a conhecia bem, soube que não serviria de nada
a mentir.
— Poderia ser.
A desesperança seguiu ao choque de seus expressivos traços, mas ambas se foram quando
se separou dela. Sem sua maior parte bloqueando seu campo visual, viu a expressão em branco na
face de Lanthan e na de Tykir. Normal para Lanthan, mas não para Tykir.
— Teria sentido. — As palavras que se derramaram de sua boca, atrás de Brevin enquanto
cruzava a sala, de costas a ela — Se não, por que sinto‐me atraída por ele? Sempre estão me
dizendo que, como a primeira menina, sou especial. Não teria sentido se Ela me quisesse com ele?
Brevin ficou olhando a parede do fundo, Tykyr a mesa, e Lanthan às costas de Brevin. De
repente, sentiu‐se sozinha na sala, com todo o divino calor que não se deu conta de que sentia dos
três drenado em um instante.
— Não sei. — Só que sim sabia. Sentia uma profunda conexão com Radin. Só poderia ser

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porque era seu verdadeiro companheiro, Não? — Não saberemos até que desperte. É por isso que
estive tentando fazer precisamente isso. Não o disse a meu pai por que... Não acredito que ele
tomasse bem. E não importa até que esteja acordado. — Estava balbuciando, sabia, ansiosa de
encher o silêncio.
Tomou um momento e depois Brevin se voltou. Seu rosto também estava vazio.
— De acordo. Tem sentido.
Tykir assentiu.
— Deveríamos ter visto isso antes. —Suas vozes eram muito tranquilas, muito vazias.
Uma desculpa chegou a sua língua, mas não a sua voz. Não tinha nada de que desculpar‐se,
apesar da tensão em seu coração. Nunca tinha prometido nada mais permanente do que tinham,
nunca havia dito que teriam sua primeira vez. Sim, havia essa chance, mas que não era sua culpa,
verdade?
— Então. — Brevin se dirigiu a Lanthan passando para abrir a porta — Vamos a isso.
Abriu a boca, depois a fechou, sem saber o que dizer. Era provavelmente melhor o que tinha
acontecido. Podia ver agora que tinha conseguido matar suas esperanças. Mas as palavras não
quiseram sair. Baixando o olhar, dirigiu‐se para a porta e saiu da sala. Quando Lanthan recuou um
passo, pondo distância entre eles, algo em seu coração se retorceu.
Seguiram‐na em silêncio, perto fisicamente, mas emocionalmente distantes e se perguntou
se Tykir poderia estar protegendo‐os.

Capítulo 7

Irin se negou a deixá‐lo.


— Deve ser você?
Sorrindo, amando ao peso de seu companheiro verdadeiro que cobria as costas, Savous
apertou os braços onde se envolviam em seu pescoço.
— Sim.
De joelhos sobre a cama atrás dele, se aconchegou mais perto, acariciando com seu nariz
seu pescoço.
— Não merecem falar com você.
Ele ficou olhando a parede de em frente.
— Sim, fazem‐no.
— Não, não o fazem. Abandonaram‐na.
— Por razões que acreditaram sólidas.
Ela bufou, e de novo, ele teve que sorrir. Tinha‐a conhecido desde que era menina, e sempre
tinha sido inquebrável em seu apoio para ele. Oxalá pudesse ser tão dogmático. Frequentemente,
amaldiçoava a sua deusa por ter dado a possibilidade de ver ambos os lados de quase todos os

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argumentos.
Ela voltou a acariciar sua coxa. Estava nua e cheirava deliciosamente perfumada do amor
que esperava utilizar para mantê‐lo com ela em vez de sair da cidade, como sabia que devia fazer.
Suspirando, reclinou‐se em seu colo.
— Esta é minha primeira oportunidade de ver uma razão atrás dos ataques dos rebeldes.
Tarlan quer falar.
— Ele não fala por todos.
— Fala por muitos deles. Talvez possa dar uma razão por trás da recente afluência.
Embalando‐o contra ela, deslizou sua mão pelo pescoço aberto de sua camisa, estendendo
sua mão sobre seu coração.
— Sabe que é provavelmente Eyrhaen. — Murmurou.
— Espero que possa me dizer que não tudo é por Eyrhaen.
Fez uma pausa, pensando. Ela o piorou. Irin falou através de seu enlace, como se dizer as
palavras desse uma verdade extra.
Sei.
Somente haviam passado cinco dias desde que tinha dado rédea solta a sua filha para ir a
vetriese e com Radin, e tinha que se perguntar se tinha tomado à decisão correta. O poder que
emanava dela era evidente para todos, para tanto aqueles com e sem o dom da magia. Estar em
sua presença inclusive levava a excitar‐se, apesar de que suas necessidades não estavam dirigidas
a ela. Os únicos a salvo da sensação de calor sexual de Eyrhaen eram os meninos que ainda não
tinham maturado.
Apertou seu pulso.
— Razão de mais para encontrar a causa dos ataques. Se pudermos detê‐los, ou ao menos
diminui‐los, então Hyle e eu poderemos ter mais tempo para estar com ela.
Sua testa se chocou com a parte traseira de seu crânio.
— Eu gostaria de poder ajudar.
Sentou‐se e se volteou para ver seu rosto. Embora Irin tinha um dom forte, não o tinha
aperfeiçoado ao nível de um feiticeiro. Outras preocupações, quer dizer, suas filhas e sua
preocupação por todos os meninos raedjour, tinham impedido o estudo necessário. Tomou a
bochecha e aproximou seus lábios aos seu por um breve beijo — Trata de falar com ela de novo,
se for possível.
Ela assentiu.
Ficou de pé, mantendo o afeto de sua mão.
— Enquanto isso, tenho que ir.
Deu outra piscada, e suas pestanas brancas revoaram contra suas bochechas arredondadas.
— Volta logo.
— Tem por seguro. — Sem poder evitá‐lo, inclinou‐se para capturar seus lábios uma vez
mais antes de obrigar‐se a sair de seu quarto.
Hyle e Jarak o esperavam abaixo, junto com as duas dúzias de homens que Jarak tinha

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escolhidos para acompanhá‐los à superfície.


O comandante assentiu em direção a Savous, mas podia ver que não estava contente.
Levava uma careta de desaprovação digna de seu predecessor, Salin. Savous pôs uma mão em seu
ombro.
— Ainda está irritado comigo por te deixar para trás?
Jarak levantou uma sobrancelha.
— Conseguiria algo discutindo de novo?
— Nem um pouco.
Jarak negou e se voltou para indicar à tropa preparada.
— Pus Kenth no comando. Seus homens são os mais experientes. Apesar de que os falta sua
equipe chave.
Savous deixou que seu olhar vagasse sobre os homens que o esperavam.
— Brevin, Tykir e Lanthan se necessitam aqui.
Jarak assentiu.
— Como o é você. — Savous se enfrentou a ele — Se algo acontecer...
Jarak o fulminou com o olhar.
— Rhaeja... — Advertiu.
— Se algo acontecer, confio em você para proteger aos que ficam na cidade.
Compartilharam um olhar intenso. Jarak sabia o que queria dizer. Como rhaeja, Savous podia
ser importante, mas as mulheres, especialmente as mulheres nascidas dos elfos, deviam ser
protegidas a toda custa. Sem elas, sua raça estava condenada ao fracasso.
Desta vez, Jarak se inclinou da cintura, com sua rabo‐de‐cavalo branco comprido
derramando‐se sobre um ombro.
— Sim, meu rhaeja.
— Bem. Hyle?
O outro feiticeiro ficou junto a ele, mas seu olhar em branco se dirigiu vagamente para a
parede a sua esquerda.
— Hyle?
Surpreso, Hyle se sacudiu. O brilho atenuado de seus olhos vermelhos se via cansado
enquanto olhava ao Savous.
— Sim?
— Está preparado para ir?
Uma vez mais, a distração de Hyle tinha sido devida a seus pensamentos estudiosos. Savous
desejava ferventemente acreditar que estivesse distraído com algo ameno, mas o conhecia
melhor. Hyle vinculou estreitamente uma série de feitiços que protegiam à cidade, e suas
distrações atuais se deviam à segurança da cidade.
— Sim. Estava só comprovando o trabalho de Rhicard.
Savous voltou a pensar que talvez deveria levar Rhicard com ele à superfície e deixar ao Hyle
atrás, mas descartou a ideia de novo. Distraído ou não, ele se daria conta de coisas das que Savous

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não, e podia confiar para atuar sobre isso sem instruções.


— Estamos bem para ir? Hyle?
— O que? OH, sim. Podemos ir. — Sem esperar, voltou‐se para a saída, murmurando para si.
Savous intercambiou sorrisos de entendimento com o Jarak.
— Vamos, então.

Capítulo 8

Tomou três noites para finalmente encontrar um bom momento para fazer honra a petição
de Savous, mas finalmente Nialdlye se sentou à cabeceira de Radin. Seu primeiro olhar a ele em
muito tempo resultou ser surpreendente. Não se tinha movido muito pelo que ela podia dizer,
mas parecia mais animado. Se for possível, mais vivo.
Quando se sentou no colchão, não pôde evitar tocar as grossas mechas errantes de cabelo
que pareciam um atoleiro sobre seu travesseiro, e seus olhos beberam até não poder mais seu
formoso rosto, em repouso. Permitindo que os dois homens que tinham vindo com ela
encontrassem seu próprio lugar na sala, deixando que sua mão se abatesse sobre o peito de
Radin. Seus dedos se estremeceram e se queimaram em uma forma inquietante, mas não de tudo
desagradável, a só a distância de um nódulo de sua pele. A subida e queda suaves, lentas,
empurraram sua mão, depois a deixou descender, sem sequer tocá‐lo.
— Está respirando.
Nalfien estava junto à cabeceira de madeira maciça frente a ela. Olhando.
— Sim.
— Quando começou a respirar?
Nalfien não respondeu imediatamente.
Ela fez uma careta.
— Me deixe adivinhar. Desde que Eyrhaen o visitou?
— Sim.
Nialdlye manteve seu enfoque em suas mãos. Seu cabelo derramado sobre seus ombros se
agrupava em seu braço e ao lado de Radin, tocando‐o aonde seus dedos não podiam. Não pela
primeira vez, perguntou‐se do que se trataria e por que estaria ali. Seria sua própria magia,
mantendo a todo mundo afastado até que estivesse preparado para despertar? Ou Rhae o estaria
fazendo, para proteger até que alguma desconhecida chave despertasse? Não tinha estado assim
ao princípio.
Ela tinha estado inconsciente nesse momento, mas haviam dito que quando ela e Radin
tinham saído da vetriese, um quarto de século antes, parecia que ele estava apenas inconsciente.
Uma aura o tinha rodeado, mas supunham que era pelo fato que tinha estado vivendo no vazio
durante tanto tempo. Com a excitação de sua chegada, não se tinham dado conta de que não

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respirava. Tinha sido levado a sua antiga suíte e deitado em sua cama. Em poucos dias, o aura se
estendeu, quase solidificado, protegendo o de qualquer contato. Tinha permanecido assim por
ciclos, com poucas mudanças quando ela tinha visitado Radin por última vez cinco ciclos atrás.
Mas agora era diferente. Muito menos sólida, muito menos visível.
E respirava. Muito lentamente, muito levianamente, mas sem dúvida estava respirando.
— Moveu‐se?
— Nada importante, mas acredito que sua cabeça e pernas se moveram.
Assentindo, olhou atrás para os pés de Radin. Tinha uma perna ligeiramente flexionada e
resultava estar uma posição casual. O outro pé estava ligeiramente inclinado para o lado. Como se
estivesse dormindo.
— Sabe se isso foi causado por Eyrhaen?
— Não.
Deixou que seu olhar passasse lentamente por sua pele lisa, nu, sem suas calças. Musculoso
e tonificado, sem nada atrofiado como deveria estar depois estar deitado em uma só posição por
vinte e cinco ciclos. Sua atenção se deteve em sua cintura magra, na virilha e o pênis que estava
ligeiramente para um lado. Levou a mão sobre ele, empurrando‐o um pouco mais através da aura.
— Quando começou a ter uma ereção? Ao mesmo tempo?
— Isso ocorreu nas últimas noites.
Suspirou. Não estava ereto, mas não estava suave. Seu eixo estava meio inchado, com a
cabeça lisa só aparecendo sob seu prepúcio. A boca de Nialdlye se fez água simplesmente
olhando. Seria isso devido a Eyrhaen? Podia tê‐lo tocado e não o tinha confessado?
Determinada, Nialdlye fez caso omisso às espetadas que dançavam sobre sua pele, enquanto
empurrava seus dedos cada vez mais perto de seu corpo. Nalfien e Salin não disseram nada
enquanto o fazia, simplesmente vigiavam. Ali. Seu coração se deteve quando dois de seus dedos
conseguiram acariciar a veia que se estendia com o passar do eixo de Radin. A pele estava quente,
ou ao menos isso parecia pela sensação de formigamento. Manteve a ponta dos dedos sobre ele
todo o tempo que pôde, antes que sentisse como se seu braço fosse a cair. A contra gosto,
apartou‐se.
— Isso é muito mais perto do que eu consegui estar. — Observou Nalfien.
E menos que Eyrhaen? Manteve a pergunta para si mesmo. Nialdlye sacudiu a mão como se
fosse ajudar a que a rasteira sensação se desvanecesse.
— É mais do que podia dirigir antes.
— O que sente?
— Formigamento. Mas não é doloroso. Ale'tone tinha um feitiço que se sentia similar para
alguns dos livros que queria que eu lesse, mas não tocasse.
— Sério? — Nalfien passou um dedo por sua mandíbula até o queixo — Entendo que não te
ensinou este feitiço?
— Não. — Fez uma careta — E não se sentia exatamente assim. Nunca senti o comichão, só
resistência.

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Ele assentiu enquanto se separava dela para sentar‐se na mesa do lado onde tinha deixado
seus materiais para escrever. Sentando‐se, levantou a pluma do tinteiro e começou a tomar notas
no livro aberto diante dele.
Ela olhou de retorno a Salin aos pés da cama. Seus largos braços nus estavam apoiados na
pesada madeira, ardentes olhos carmesins estavam fixos na cara de seu irmão.
— Tentou tocá‐lo?
Salin assentiu, tirando uma pesada mecha de cabelo de cor cinza‐branca que caía sobre seu
olho direito.
— Minha mão se aproximou quase tanto como a sua, e depois se deteve. Nunca pude me
empurrar através dele para tocá‐lo.
— Pode ouvi‐lo?
Um espiono de um pouco parecido à dor cruzou seu afiado rosto antes que o suavizasse.
— Não. Sinto uma tira de consciência leve quando estou perto, mas nada como o que era
antes.
Digeriu isso. Salin, era o mais próximo a Radin, mais que ninguém, mais perto talvez que
Savous e Irin. Irmãos de sangue, ambos com magia, embora Salin tinha optado por não utilizar a
sua, tinham compartilhado uma relação de mente a mente e a tinham mantido em segredo entre
eles até poucos dias antes que Radin tivesse desaparecido no vazio. Isso tinha sido todo um lucro.
Tinha tomado um fino e poderoso toque de magia para dirigir uma relação mental com outro.
Ale'tone tinha tentado em várias ocasiões formar uma com Nialdlye, mas todos os intentos tinham
fracassado. Tinha que ver com a confiança, e finalmente tinha tido que admitir que não podia
obrigá‐la a confiar nele. Pelo que haviam dito, Radin não só tinha conseguido um com seu irmão,
mas também o tinha mantido em segredo tanto de seu professor Nalfien, como de seu aprendiz
Savous, mas ele também tinha formado vínculos com o Savous e Irin. Entre mais descobria
Nialdlye dos poderes de Radin, mais entendia por que o considerava tão especial, ainda por sua
própria deusa.
Uma vez mais, admirou seu corpo comprido e esbelto. Sua pele brilhava, viva e vibrante à luz
das velas. As marcas ondulantes a ambos os lados de seu ventre se viam quase como se o sangue
estivesse apanhado no desenho justo debaixo da superfície de sua pele. Com as mãos cruzadas
com calma sobre sua cintura, largos dedos se entrelaçavam entre si. Abateu a mão sobre as nítidas
sobrancelhas, desejando que pudesse levantar essas grossas pestanas cobertas de neve para
revelar seus brilhantes olhos vermelhos. Empurrou a barreira outra vez e procurou seu quadrado
queixo, e sua ampla e magnífica boca. Depois de um pequeno pulso doloroso, seus dedos tocaram
a curva de seu lábio inferior.
Seus lábios se abriram muito ligeiramente, e ouviu um suave suspiro de fôlego saindo.
— Nalfien. — Muitas sensações a obrigaram a mover a mão para trás, enquanto um desejo
forte atirou de seu coração — Moveu os lábios.
O bruxo esteve de volta em seu lugar na cabeceira em um instante. Sorriu.
— Parece que Eyrhaen e você estão tendo um efeito sobre ele.

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Elfos Escuros 06

— O que significa isso? — Perguntou Salin.


O sorriso do Nalfien morreu.
— Só posso supor que logo despertará.
Ele não o disse, mas ela sabia que não estava convencido de que isso fosse algo bom.
Movendo a mão em um intento de sacudir as espetadas que se arrastavam sob sua pele,
olhou de volta a seu corpo.
— Por que estão vermelhas? — Murmurou, olhando as ondas sobre seu ventre.
Nenhum dos dois respondeu. Não era uma pergunta nova. Ninguém podia entender por que
as marcas que tinham sido brancas agora eram de cor vermelha. Tampouco podiam adivinhar por
que as marcas tinham desaparecido por completo de sua face.
— O que queriam dizer as runas de sua face?
— Poder. Errante. — A voz do Salin foi suave.
— Errante?
— Viajava muito. Acredito que as arrumou para percorrer todo o perímetro do bosque
durante sua vida.
— E grande parte do interior. — Coincidiu Nalfien.
Toda uma façanha para um homem que não podia ser apanhado à luz do dia. Além disso,
nesse então os raedjour tinha sido um segredo escuro para os seres humanos, por isso também
devia permanecer oculto.
— Sabem se suas aventuras começaram antes ou depois que Ela o marcassem?
Ambos os homens riram de forma independente, o que a fez sorrir.
— Radin nunca ficou dentro dos limites. — Assegurou Salin, a lembrança pôs um sorriso em
seus lábios lhe suavizando — Não chegou totalmente a romper todas as regras mas...
— Mas só as seguia quando lhe convinha. — Terminou Nalfien com um carinho exasperado
em sua voz.
Amam‐no ainda, disse, o que era fácil de acreditar. Só o tinha conhecido pouco tempo,
quando era uma simples sombra, e se tinha apaixonado por ele.
— Dizia‐nos em brincadeira que Ela o tinha marcado como vagabundo simplesmente pondo
um selo de aprovação ao que já era.
Deu uma olhada aos brancos desenhos intrincados que cobriam o largo peito de Salin. Um
líder de homens, um guerreiro, assim o assinalava. A Nialdlye parecia que Ela marcava a seus
homens também.
Abateu a mão sobre seu ventre de novo.
— E estas? O que querem dizer? — Por que alguma vez tinha ocorrido perguntar isso antes?
— Proezas.
Ela se uniu a sua risada desta vez, depois de ter escutado uma multidão de histórias sobre as
conquistas sexuais de Radin. Um sobressalente sedutor entre uma raça de homens criados para
ter relações sexuais. Franziu o cenho, pensando.
— Em realidade, acredito que significa mais ou menos o mesmo para meu povo.

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Elfos Escuros 06

A cadeira atrás dela se moveu.


— O que?
Seguiu contemplando as marcas enquanto Nalfien se voltava para ficar à cabeça da cama.
— Ale'tone tinha um livro de runas que tirou de meu povo. — A dor de sua perda se
empurrou de seu coração, mas era uma dor antiga e difícil de suportar — Era muito básico, mas...
Acredito recordar essa. "Proeza"? Não, "potência"... — Ela arrastou ar por cima das marcas. Havia
quatro linhas em pendente negativa nos apartados anteriores do quadril, depois um pequeno arco
mais grosso passava justo por seu umbigo — “Fértil”? — Suspirou — O sinto, não posso recordar,
mas sei que vi estas.
— Em vermelho. — Refletiu Nalfien — Talvez não se trata de suas marcas anteriores, mas
sim de novas. Por um novo deus.
Salin grunhiu.
— Não novamente, velho. Este é ele.
— Não estou negando isso no momento, só especulando que talvez foi abençoado por outro
deus. — Os homens fecharam olhadas sobre sua cabeça — Pelo deus do Nialdlye.
Nialdlye piscou, com o olhar caindo de novo a suas mãos.
— O que?
— O sinal está aí. Se as runas forem de seu idioma, em um vermelho que se adapta
perfeitamente a seu tom de pele... Talvez é um sinal de seu deus.
— De Tohon?
Nalfien se sentou no bordo da cama diante dela.
— Nos fale dele.
Ela sacudiu a cabeça.
— Não sei muito, e tudo é a partir de Ale'tone, assim não posso dizer quanto é verdade. — O
homem tinha escolhido só ensinar o que pensava que ela deveria saber, e a opinião de seu Deus e
de sua gente tinha sido muito baixa.
— Nos diga o que possa.
Encolheu os ombros.
— Era um deus caprichoso da fertilidade. Meu povo vivia no deserto de Tohonowee e existia
para o sexo. Mas nada como o que tem o raedjour. Não havia ordem para ele, nem tradições, só
sexo e procriação. E fomos férteis com virtualmente tudo, independentemente da espécie. —
Nunca tinha entendido como uma raça assim se extinguiu — Me surpreende que inclusive
tivessem uma forma básica de escritura. A única coisa que fascinou a Ale'tone sobre minha gente
foi como havia muito poucos quando fomos férteis com qualquer coisa.
— O que aconteceu Tohon?
— Não sei. Só sei que Ele nos abandonou. Sem Ele já não fomos tão férteis. Sem nenhum
tipo de sociedade real, reduzimos a um nada.
— Um descuido. Similar a Rhae nos deixando sem mulheres.
— Mas pelo menos Ela deixou uma alternativa.

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Elfos Escuros 06

Nalfien alcançou com seu polegar uma lágrima da bochecha de Nialdlye, uma da que não
tinha sido consciente que estava saindo.
— Não quis dizê‐lo para te incomodar.
Apertou‐lhe o antebraço antes que ele deixasse cair à mão.
— Não o fez. Nunca conheci meu deus. É por isso que estive tão feliz de vir aqui.
— Não é que tampouco tenhamos uma deusa. — Se queixou Salin.
— Não no momento. — Acordou Nalfien, mas desviou seu olhar para o homem na cama.
A Nialdlye teria gostado de ter levado a conversa mais longe, mas um calafrio de prazer se
apoderou de sua pele. Olhando para cima, viu que Nalfien tinha sentido o mesmo.
Suspirou, ficando de pé.
— Eyrhaen está a ponto de vir.
Salin se separou da cama, passando os dedos por seu cabelo curto.
— Sua presença se faz cada vez mais e mais pronunciada cada dia, não?
Nialdlye apertou os dentes. Não queria ir. Queria explorar essa nova ideia de Nalfien.
Poderia Radin realmente ter estado marcado pelo deus de sua gente desaparecido faz muito
tempo? Tohon não era o único deus que preferia a cor, mas era só uma coincidência que as
marcas de Radin não fossem só a jogo com sua pele, e sim runas da língua básica de seu povo?
A nuvem da presença de Eyrhaen rodou sobre ela, difícil de ignorar. O calor suavizado sob
sua pele afundando‐se e batendo‐se no fundo de seu ventre, obrigando‐a a retorcer‐se. Se
pudesse, teria subido à parte superior de Radin e o teria tomado nesse mesmo momento. Não,
não haveria nada mais para ela por esta noite. Não podia estar na mesma sala que a mulher mais
jovem e que Radin.
Ficou de pé, alisando a parte dianteira da túnica singela de azul meia‐noite que a cobria dos
ombros até os joelhos.
— Podemos nos encontrar aqui amanhã a noite? — Perguntou a Nalfien.
Ele assentiu, recolhendo seu material de escritura.
— Se quiser.
Escutou o que ele não disse. Se Eyrhaen não estiver aqui. Duvidava que passasse mais tempo
com sua suposta aprendiz da reunião com Savous. E duvidava que realmente se importasse.
Seguiu Salin fora do quarto justo quando a porta exterior ao quarto de Radin se abria. Brevin
ia diante, com sua altura, o torso nu enchendo o gonzo da porta antes que se fizesse a um lado e
fora seguido de perto pelo Tykir. Ambos os jovens se detiveram o ver as outras pessoas,
intercambiando um breve olhar justo antes que Eyrhaen cruzasse a soleira e ficasse imóvel.
Via‐se... Desalinhada. Como se levasse a mesma roupa com a que tinha dormido, com seu
cabelo normalmente meticulosamente penteado, recolhido em um descuidoso rabo. Muito
branco se mostrou os olhos cravados em Nialdlye. Depois suas sobrancelhas se levantaram.
— O que está fazendo aqui?
Lanthan se deslizou na sala depois dela, deixando a porta aberta. Cada um dos três jovens
parecia cauteloso. Cansados.

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Elfos Escuros 06

O que haveria passado em tão somente uns dias? Nialdlye apertou as mãos aos flancos.
— Vim ver Radin.
— Não é necessário que o faça.
Calma.
— Eu queria vê‐lo.
Eyrhaen deu dois passos ameaçadores para ela enquanto os homens na sala ficavam em um
tenso silêncio.
— Você não pertence a este lugar.
Nialdlye franziu o cenho. Tanto como não caía bem a outra, esta era a primeira vez que
Eyrhaen a tinha desafiado diretamente.
— Vim porque seu pai me pediu isso.
— Ele não sabe nada. — Espetou e assinalou a porta aberta — Saia e não volte.
Nialdlye ficou boquiaberta.
Salin se aproximou ao lado de Nialdlye.
— Eyrhaen, não tem a autoridade para manter Nialdlye longe daqui.
Ardentes olhos de cor vermelha olharam com raiva a Salin. Algo de sua ira se acalmou. Pelo
menos, não parecia querer atacá‐lo.
— Ela o vai estragar tudo.
— O que é “tudo”?
Eyrhaen negou, com ambas as mãos passando por seu cabelo nas têmporas, puxando mais
da seda branca de sua rabo‐de‐cavalo.
— Você não entende! — Seus olhos brilhavam sob o bordo de suas pestanas — Nenhum de
vocês faz. Simplesmente... Permanece fora de meu caminho. — Com isso, saltou diante deles
empurrando Nialdlye em seu caminho para o quarto.
Salin apanhou facilmente Nialdlye, ambos sem palavras ao vê‐la desaparecer.
Tykir seguiu seu passo, com a cabeça inclinada.
— Sinto muito. — Murmurou ao passar, e depois fechou a porta atrás dele.
Algo andava mal. O pulso errático da magia de Eyrhaen estava ainda mais selvagem que de
costume. Tinha estado mais controlado só umas poucas noites antes.
Sem soltar os ombros de Nialdlye, Salin se voltou para seu filho.
— O que foi isso?
Nialdlye não estava segura, mas Brevin e a falta de reação de Lanthan à explosão de Eyrhaen
poderia ter sido mais surpreendente que a própria explosão. Brevin simplesmente encolheu os
ombros, cruzando os braços sobre seu peito. Seu cabelo também estava despenteado, como se
houvesse passado as mãos várias vezes por ele. Lanthan levava uma adaga mais no quadril,
adicional às duas adagas magras que estavam atadas normalmente a seus antebraços.
— Me responda, rapaz.
Ele trocou um olhar em branco com Lanthan.
— Não estou seguro de como responder, senhor.

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Elfos Escuros 06

Com um novo passo para trás à sala, Salin assinalou a porta exterior. Brevin assentiu e abriu
seu caminho de volta ao corredor. Lanthan permaneceu atrás enquanto Nialdlye e Nalfien os
seguiam. Brevin seguiu caminhando até o final do corredor, deu‐se a volta no patamar das
escadas. Salin se deteve junto a ele, esperando.
Brevin não era absolutamente alguém que evitasse olhá‐los. Igualmente alto e imponente
como seu pai, estranha vez evitava o contato visual, como o fazia agora.
Envergonhado? Não, não de tudo.
— Esteve assim durante as últimas noites.
— Sempre? Ou só aqui? — Moveu a cabeça para trás para indicar a suíte de Radin.
— Sobre tudo aqui. Está obcecada.
Isso Nialdlye sabia. Grande parte da razão pela que tinha tomado três dias para ver Radin se
devia a que tinha tratado de encontrar um momento para estar ali quando Eyrhaen não o
estivesse.
Brevin parecia... Vazio. Perdido. Nialdlye o conhecia o suficientemente bem para saber que
essa não era sua vitalidade normal.
— Aconteceu algo? — Perguntou Nialdlye.
Brevemente, Brevin encontrou seu olhar, e depois afastou.
— Tentamos que fale conosco a respeito do que a está impulsionando a fazer as coisas que
faz. Não foi bem.
— Disse a Savous ou a Hyle?
— Tentamo‐lo. — Brevin se passou uma mão pela cara, com um suspiro — Mas tinham que
ir.
— Maldição.
O dia depois da primeira incursão de Eyrhaen através da vetriese, o líder de uma das
principais bandas de rebeldes tinha solicitado uma audiência com o Savous. Este tinha levado Hyle
e a um bom contingente de guerreiros do Comandante Jarak e se aventurou à superfície a seu
encontro. Não estariam de volta por vários dias.
— Disse ela algo importante? — Perguntou Nalfien em voz baixa.
Brevin olhou pela janela que iluminava o final do corredor.
Salin pôs uma mão sobre seu ombro.
— Cospe‐o, rapaz.
Brevin sacudiu ligeiramente a cabeça, fazendo uma careta.
— Ela pensa que ele poderia ser seu verdadeiro companheiro.
O estômago de Nialdlye caiu a seus pés. Olhou a Brevin, tentando decidir o que suas palavras
poderiam significar outra coisa que o que havia dito.
Salin vaiou.
— Sério?
— Sim. — Brevin se voltou de novo para eles, mas seus olhos permaneceram baixos.
— Não é verdade. — Espetou Nialdlye.

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Elfos Escuros 06

Finalmente Brevin olhou para cima, com uma pequena medida de esperança em seus olhos.
— Pode prová‐lo?
Nialdlye engoliu, e foi seu turno para lançar seu olhar para baixo.
— Não. Mas... Não. — Não pode ser verdade! Não queria que fosse verdade.
— Bom... — Disse Salin depois de que todos ficassem em silencio com seus próprios
pensamentos por uns segundos — Isso explica sua obsessão.
O fazia. Por desgraça, o fazia. Nialdlye fechou os olhos. Podia ser certo?
Ela sentiu a mão de Nalfien em suas costas, acariciando‐a em círculos lentos, suaves.
— Não há nada que possamos fazer agora. — Continuou Salin — Brevin, encontra‐se bem?
— Estou bem. — Não foi de tudo convincente. A infelicidade era a menor das emoções
sombrias vertendo‐se por ele. Muitos níveis de frustração e raiva se misturavam ali. Sua habitual
calma de guerreiro foi quebrada por uma estranha inquietação que fez que seu braço esquerdo se
contrair e se balançar de um pé a outro.
— Avisara‐nos se necessitar ajuda?
— Sim, senhor.
— Bem. Volte lá.
Brevin estava a uns passos de distância quando Nialdlye se sobressaltou e foi atrás dele.
Estava tão surpreendida como ele quando puxou o braço para detê‐lo.
Ansiosa, alcançou até tomar sua mandíbula fortemente com ambas as mãos. Não podia
suportar ver o que a obsessão pelo Eyrhaen tinha feito a um homem magnífico.
— Se me necessitar, se necessitar liberação, qualquer de vocês, me busquem. —Sustentou o
olhar, desejando que ele soubesse que falava a sério — Me escutou?
Seus olhos se abriram. Havia fodido com todos eles antes, mas não desde que Eyrhaen tinha
amadurecido. Desde que a jovem tinha posto sua reclamação. Mas Nialdlye não se manteria a
margem e só olharia como arruinava a três jovens em seu melhor momento, não se podia ajudar.
— Deixarei a palavra na torre para que se permita o acesso a mim em qualquer momento. —
Sacudiu seu queixo suavemente — Diga a Lanthan e a Tykir.
Ele piscou. Tragou. Assentiu.
— Farei‐o.
Teve que se pôr nas pontas dos pés e puxá‐lo para baixo para que seus lábios chegassem até
os seus e dar um breve beijo. Depois o soltou. Ele deu um leve sorriso rápido, e logo continuou
pelo corredor.
Viu‐o afastar‐se. Não vou vê‐los sofrer, disse‐se. Preocupava‐se com eles. Sua oferta não
tinha sido só um bálsamo para seu ciúme.

Capítulo 9

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Elfos Escuros 06

Brevin a empurrou de novo no colchão, caindo depois dela com as mãos afundadas
profundamente em seu cabelo. Nialdlye abriu sua boca à sua, tão feroz como sua boceta apertava
ao redor de seu pênis. Ele fingiu não ter ouvido seu próprio desesperado gemido quando deixou
seus quadris e empurrou dentro dela.
— Sim. — Sussurrou ela em sua boca, suas unhas cravadas em seu couro cabeludo — Mais
duro.
Grunhindo, apoiado nos braços, moveu seus joelhos para conseguir um melhor
aproveitamento.
Ela abriu a boca, disparou uma mão para golpear uma palma na parede por cima deles,
dando um impulso adicional contra ele.
— Sim! Mais forte.
Ele deu tudo o que tinha, deixando que levasse a pior parte de toda sua frustração. Ela
tomou e deu a quantidade exata de resistência, estimulando‐o ainda mais. Seus corpos se
deslizaram de uma vez, os azeites misturados em sua pele acetinada e escorregadia.
— Sim, Brevin, sim!
Puxando para cima e para fora, ele ignorou seu protesto e a manipulou para pô‐la sobre seu
ventre. Ela captou sua intenção imediatamente, subindo sobre os joelhos e arqueando as costas
para apresentar as dobras magníficas, empapadas de sua boceta. Não pôde resistir a deslizar sua
língua através de seus sucos uma só vez, só para saboreá‐la e ouvi‐la gritar, depois se ergueu e se
inundou de novo. Sim, muito melhor. Agarrou‐a pelos ombros empurrando‐a e a atraiu de novo
em seu pênis.
Ela jogou a cabeça para trás, deixando‐a cair, seu cabelo solto e suarento golpeando o peito
enquanto gritava.
— Deuses!
Fodendo como animais, puxando os lençóis suaves de sua cama e os travesseiros
dispersando‐se como folhas. Brevin se negou a permitir‐se pensar em nada mais, salvo este
momento e nesta mulher maravilhosa que permitiu derramar sua dor e a frustração em seu corpo.
Mas inclusive enquanto lutava por desfrutar, o inevitável saiu à superfície. Fechou os olhos, e já
não era Nialdlye e sim Eyrhaen debaixo dele. Era o estreito canal de Eyrhaen o que o agarrava. Sua
própria imaginação chamou a sua magia e ouviu a ordem dela nos gritos desesperados para
Nialdlye. Gozou com um grito resistente que se apoderou de todos os músculos de seu corpo.
Inclusive sem ela aqui, estava enfeitiçado, repreendeu‐se, caindo para frente.
Nialdlye ofegou por debaixo enquanto ele se reforçou por cima dela, tratando de recuperar
o fôlego. Depois de uns momentos, ela tirou a pesada cabeleira de cor vermelha e negro da face o
suficiente para que seus olhos verdes vivos pudessem olhar para ele.
— Está bem?
Lambeu os lábios, e depois se empurrou de joelhos.
— Estou bem. — Deslizou uma mão carinhosa na curva de seu traseiro, ainda apertado em
sua virilha — E você?

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Elfos Escuros 06

Ela ronronou quando ele se saiu, rodando a seu lado enquanto se movia a um lado.
— Mmmm, maravilhosa.
Desabou de cara contra o travesseiro úmido junto a ela, fechando os olhos, disposto a que
os pensamentos permanecessem longe. Uma estranha desesperança ameaçando por debaixo do
agradável repico da liberação, mas a combateu.
Sua mão acariciou sobre seu ombro e as costas em pequenos círculos, calmante. Abriu um
olho para encontrá‐la observando, sua preocupação escrita em todo seu rosto delicioso. Não tinha
acreditado em sua oferta da noite anterior, mas tampouco tinha sido capaz de tirá‐la de sua
mente. Depois de falar com Tykir e Lanthan cedo na manhã, justo antes que se foram a dormir,
tinha concordado vir e ver se era certo enquanto eles ficavam com Eyrhaen.
Fechou os olhos, suspirando. Por que tinha a sensação de que não ia bem se Eyrhaen
descobrisse isso? Ela estava bem quando fodiam uns aos outros, fomentava‐o inclusive, mas
mostrava um ciúme estranho em um raedjour quando se uniam a outras mulheres.
Ela ecoou seu suspiro.
— Está seguro de que está bem?
Assentiu com a cabeça no travesseiro. Eyrhaen estaria especialmente molesta de que fosse
Nialdlye a que tivesse vindo. O que tinha estado pensando?
— Estou bem.
Empurrando para cima sobre seu cotovelo, aproximou‐se, sorriu, acariciando o lado da
mandíbula quando se inclinou para dar um beijo. Não era culpa de Nialdlye. Sua oferta tinha sido
sincera, generosa e uma liberação bem‐vinda.
— Obrigado.
— Totalmente um prazer para mim. — Beliscou a orelha com suavidade quando ele se
afastou — Te ajudou?
Fez uma pausa, mas viu o que queria dizer quando se encontrou com seu olhar.
— Fez. — Se sentou, incômodo com sua lástima, embora sabia que para ela não significou
muito — Mas tenho que ir.
Ficou quieta enquanto ele ia ao banheiro para lavar a maior parte do sexo e o suor que
cobria sua pele e cabelo. Teria que banhar‐se antes de chegar perto de Eyrhaen. O dar‐se conta
que estava ocupando de seu atroz ciúmes provocou sua ira. Como se justificava a irritação dela,
quando disse que nem ele nem seus amigos tinham uma oportunidade com ela? Ela se centrava
em um homem que bem poderia estar morto!
No momento em que retornou ao quarto, Nialdlye estava sentada na borda da cama, à luz
do falso sol que se derramava da porta de seu jardim. Suas roupas estavam sobre o colchão
próximo a ela, não no chão onde as tinha jogado.
— Obrigado. — Recolheu as calças.
— Não há de que. — Colocou seu comprido cabelo em um rabo de cavalo, deixou‐o colocar
suas calças antes de perguntar — Devo esperar a outros?
Encontrou‐se com seu olhar sincero.

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Elfos Escuros 06

— Se não quiser...
Ela levantou uma mão para detê‐lo.
— Não, não. Faço‐o, eu quis que viesse. Quero que os três me usem se me necessitam.
Fez uma careta.
— Nialdlye, não soa bem se o disser assim.
Ela riu e ficou de pé.
— Brevin, por favor. Sei como se sente a respeito dela. Como sentem todos. É óbvio em tudo
o que fazem.
Fez uma pausa ao atar‐se seu cinturão, olhando para trás ao cruzar a penteadeira para
recolher um pedaço de tecido para atar a trança.
— Somos tão lamentáveis?
Girou‐se.
— Lamentáveis? Não, absolutamente. Estou surpreendida pelo que os três suportam.
Deixou cair seu olhar e se ateu seu cinturão. Sabia que eles quatro formavam um grupo
estranho, mas sempre foi chocante escutar a alguém mais.
Ela se meteu em sua linha de visão, colocando ambas as mãos sobre seu peito nu.
— Sinto muito.
Não estava seguro que sentia, exatamente, mas não queria sabê‐lo. Negou com a cabeça.
— Não o faça. O fato, feito está.
— OH, Brevin.
Encolheu os ombros, dando um passo a seu redor para poder sentar‐se a colocar as botas.
— Crescemos com ela. Somos o mais próximo que tem a seus amigos. Estas coisas com o
Radin... Nenhum de nós poderia tê‐lo predito. Não é nem sequer ela.
— Isso não é uma desculpa para a forma em que os trata.
— Sim, de fato, é. — Com as botas postas, ficou sentado, olhando ao tapete de cores
brilhantes debaixo de seus pés — Não controla sua própria vida. Nunca o fez. Tem que ser muito
mais do que sente que pode ser. Não, a sério. — Disse, olhando para o som de bufo incrédulo de
Nialdlye — Temos que velar por ela.
Sentou‐se a seu lado, acariciando seu braço.
— E quem cuida de vocês três?
Ele sorriu.
— É por isso que ajuda que haja três de nós. — Se inclinou para um rápido beijo nos lábios
— Obrigado de novo. Isto ajudou.
— Diga a Lanthan e Tykir que venham para ver‐me. E você é bem‐vindo de novo. Em
qualquer momento. — Se sentou para trás, apoiando‐se em seus braços — Voltarei a conseguir os
três juntos?
— Eu... Não...
— Ah, já vejo. Estão o cobrindo agora?
Tinham estado na zona de práticas, quando os tinha deixado. Mas se ela chamava...

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Elfos Escuros 06

— Sim.
Ela assentiu com a cabeça.
— Está bem. Faça o que tem que fazer.
Ficou de pé e tomou em seus braços, beijou‐a a fundo, usando todos os truques e instinto
que tinha para deixá‐la sem fôlego.
— Obrigado. — Murmurou sobre seus lábios úmidos e inchados.
Ela ronronou, passando seus dedos por seu cabelo.
— É mais que bem‐vindo.
Saiu de sua suíte com algo do peso de seus ombros fora. Por muito que fodesse com o
Lanthan ou Tykir, havia algo a respeito de estar com uma mulher que era diferente. Nialdlye,
sendo elfo de nascimento, era o mais perto que poderia chegar do que poderia ser com Eyrhaen
se ela nunca os deixasse entrar. Sacudindo a cabeça a si mesmo, saiu da torre das mulheres por
uma porta traseira.
Não é que Eyrhaen tivesse tido a intenção de fodê‐los. Talvez quando seu verdadeiro
companheiro despertasse, poderia permitir sua companhia durante seu calor.
A ideia em realidade rompeu o coração de Brevin. Nunca tinha sonhado que ele, ou inclusive
que ele e seus amigos, tivessem Eyrhaen exclusivamente, mas sim se tinha atrevido a pensar que
estaria mais perto dela que qualquer outro. E pensar que poderia ter a um homem por cima
deles... Não o podia suportar.
Dirigiu‐se à suíte que compartilhava com o Lanthan e Tykir. Precisava trocar de roupa e uma
visita aos banhos antes que pudesse encontrá‐los. Mas possivelmente um dos pajens de sua
caverna saberia de seu paradeiro.
Não teve necessidade de encontrar um pajem.
Preocupado com seus próprios pensamentos, não se deu conta o que sentia, até que foi
muito tarde. A poucos metros da porta de sua suíte, reconheceu a nuvem de opressão das
necessidades frustradas que rodeava Eyrhaen nestes dias. Estava em seu apartamento. Ficou
imóvel, apanhado em um momento de indecisão. Não podia ir com o aroma de Nialdlye cobrindo‐
o.
Antes que pudesse mover‐se, abriu‐se a porta, e saiu Eyrhaen furiosa. O cabelo branco solto
flutuando leve em uma nuvem de magia pura que a rodeava. A vista de tanto talento quase o fazia
poder ver o rangido, mas ele não necessitava o dom para ver o brilho intenso de seus olhos.
— Você!
Lanthan saiu disparado da porta atrás dela e a agarrou pelos braços. A determinação que se
encontrou no olhar disse a Brevin todo.
Ela sabe.
— Como se atreve?! — Gritou, lutando contra o agarre de Lanthan.
Atrás dela, no final do corredor, havia três meninos com os olhos bem abertos,
surpreendidos.
Deu um passo para ela.

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Elfos Escuros 06

— Eyrie, escuta...
— Não o farei. Como se atreve a me abandonar?
— Eu não...
— Deixe ir.
Lanthan tentou abraçá‐la, mas se viu obrigado a libertar à mulher que arranhava e cuspia.
Brevin congelou enquanto espreitava a ele, as mãos como garras para rasgar sua camisa.
Preparou‐se para um ataque mágico, mas só conseguiu um empurrão físico em seu lugar.
Cravou os dedos em sua camisa e puxou para o nariz.
— Fede a ela. Como se atreve?!
Não havia nada cordato naqueles olhos brilhantes, não havia nada racional que pudesse
dizer, assim não o tentou.
A ela não parecia importar, seus punhos golpeando o peito, destroçando as costuras de sua
camisa resistente.
— Não pode! Ela não pode! Eu não permito isso.
Agarrou‐a pelos pulsos.
— Eyrie, vamos entrar...
— Não me diga o que tenho que fazer! — Agora ela se retorcia em seu agarre, lutando por
escapar — Não me toque, bastardo! Não pode me tocar depois de fodê‐la!
Tykir se aproximou por trás, deslizando os braços fortes em sua cintura.
— Eyrie. — Com os olhos ligeiramente brilhantes se reuniu com os de Brevin sobre seus
ombros, cheio do mesmo desespero que estava assentado como um chumbo em seu peito —
Vamos entrar.
— Não! Nunca! — Libertando a mão de Brevin, cravou as unhas no braço de Tykir — É tão
mau. Queria‐o também, não? Fez. Sei que o fez. Todos vocês! Odeiam‐me.
Era impossível sustentá‐la, era impossível dizer nada que chegasse. Os três lutaram com ela
nesse corredor, tentando pelo menos conseguir que entrasse, onde poderiam ter alguma
oportunidade de privacidade. Ninguém mais podia vê‐los, mas Brevin tinha sido um pajem. Era
uma larga tradição de que um pajem escutasse e aprendesse tudo o que pôde, e podiam. Não
havia segredos a menos que os moços fossem de sua confiança pessoal.
Finalmente, ela gritou e os empurrou com magia. Brevin com as costas contra a parede, caiu
de joelhos, ofegando, com os pulmões que não se enchiam de ar. Uma sombra se abatia sobre ele.
Olhou os olhos furiosos que brilhavam úmidos e vermelhos pelas lágrimas que desciam por suas
bochechas.
— Nunca me toque outra vez.
Sentiu‐o. O gelo deslizando‐se por suas vísceras, até o fundo de sua virilha. Os olhos muito
abertos, ajoelhou‐se congelado e tremendo, sabendo que não só o ia murchar, o ia castrar. Não
podia mover‐se, não podia protestar, não podia rogar. Só cabia esperar.
De repente, ela grunhiu e se voltou, afastando‐se.
Desabou‐se sobre seu rosto no chão poeirento, com os dedos cravando‐se na pedra

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Elfos Escuros 06

tentando arrastar grandes goles de ar em seus pulmões. A ameaça de gelo tinha desaparecido.
Tinha‐o murchado uma vez, muitas temporadas antes, e nunca se esqueceu da sensação. Mas
desta vez, não tinha terminado o feitiço. Não tinha ideia de por que, não sabia se tinha havido
algum momento de consciência em sua loucura, mas só pôde estar agradecido pelo que seja que a
deteve.
Com o coração acelerado, ajoelhou‐se. Lanthan estava ali, a seu lado. Braços fortes,
vigorosos deslizaram a seu redor, o peito nu de Lanthan pressionando o seu. Agradecido, abraçou
a seu amigo e afundou o rosto em seu pescoço. Dedos que não podiam ser de Lanthan pentearam
através de seu cabelo, e chegou para puxar às cegas Tykir contra ele.
— Está bem? — Murmurou Tykir em seu ouvido.
— Tanto como posso estar.
— Ela o fez ...?
— Quase. Deteve‐se.
Lanthan o apertou mais forte. A testa de Tykir pressionou ao lado de seu pescoço.
— O que fazemos agora? — Perguntou Tykir, sua voz afogada entre eles.
Nem Brevin nem Lanthan tinham uma resposta.

Capítulo 10

— Ela o que?
Irin apertou a mão de Nialdlye.
— Não é sua culpa.
Nialdlye olhou a sua amiga.
— Está tão segura disso? Se eu não houvesse fodido com Brevin...
Irin sacudiu a cabeça com firmeza.
— Não. Inclusive se o que ocorreu foi quão último o causou, todos sabíamos que algo ia
acontecer. Eu... — Sua voz se entupiu, os olhos nublados de lágrimas. Mordeu o lábio e fechou os
olhos um momento, tentando manter a compostura — Não é sua culpa.
Nialdlye deslizou para frente no sofá para arrastar a sua amiga em um abraço. Logo que a
cabeça de Irin se meteu na curva de seu pescoço, as lágrimas se desataram. Nialdlye apertou o
abraço quando Irin ficou a chorar.
É minha culpa. Não importava o que dissesse Irin, Nialdlye se sentia responsável. Sua
intenção era ajudar Brevin, Lanthan e Tykir, dando uma via de liberação. Não tinha considerado as
verdadeiras consequências se Eyrhaen o descobria. Não é certo. Queria que ela soubesse. Queria
que o visse. Mas não tinha pensado que poderia afetar ao raedjour em sua totalidade.
A cidade se sacudiu diante o embate das emoções de Eyrhaen justo depois da meia‐noite.
Justo depois de que Brevin a tinha deixado. Nialdlye tinha a esperança de que alguma outra coisa,

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Elfos Escuros 06

não Brevin, tivesse sido a causa da ira irracional que só podia estar saindo de Eyrhaen. Não tinha
tido os recursos para descobrir os fatos até que Irin se apresentou em seu apartamento
momentos antes.
Recompondo a si mesma, Irin se retirou de Nialdlye. Deixou a sua amiga brevemente para
recuperar um pano limpo para que se secasse a cara e o nariz.
— Obrigada.
— De nada.
Irin soprou. Soou‐se o nariz. Clareou garganta. Sacudiu a cabeça.
— Não é sua culpa. É tudo nossa culpa. Nós, nenhum de nós, fizemos o suficiente para
ajudá‐la. E menos que todos, eu.
— Irin, não pode culpar a si mesma.
— Sou sua mãe.
— Isso não te dá nenhum controle sobre ela. Não quando alguns dos bruxos mais
experientes entre nós não podem nem sequer controlá‐la. Ninguém a culpa.
— Não? Se eu não a tivesse dado a luz...
— Irin. — Apertou a mão de sua amiga, fazendo que seu rosto se dirigisse para ela — Não se
atreva.
Os olhos Irin se aumentaram, as lágrimas ameaçavam outra vez em seu rosto enrugado.
— Sou uma mãe horrível.
— É uma mãe maravilhosa. Eyrhaen está além de qualquer filho que uma mãe podia
esperar. Não pode lamentar ter dado a luz.
— Sei, não o faço. A amo. Entretanto, sua existência nos ameaça. Sentiu‐a?
Nialdlye assentiu com a cabeça. É obvio que o fez. Todos o fizeram.
— Esse tipo de poder é obsceno. Não sabe o que fazer com isso, e ela não escuta.
Nialdlye apertou sua mão, sem saber o que poderia acrescentar ou como podia acalmasse
uma mãe se desesperada.
— Quem dera estivesse aqui Savous. Não é que ele pudesse fazer nada, mas... — Sacudiu a
cabeça.
Apesar de que sabia a resposta perguntou:
— Quando voltam?
— É provável que acabe de chegar ao ponto de reunião. — Irin grunhiu — Ao diabo com os
rebeldes. Disse que não mereciam reunir‐se com ele. Eu sabia que ele não devia ir.
— Não há nada que possamos fazer a respeito. Onde está Eyrhaen agora?
— Em sua suíte. Foi o último que ouvi. É obvio, poderia estar com Radin.
Nialdlye não queria pensar como Irin em que Eyrhaen estaria com Radin neste momento.
Tinha ouvido muitos lamentos dela, sobre sua filha com seu ex‐amante.
— O que aconteceu com Brevin, Lanthan e Tykir?
Irin respirou fundo.
— Jarak os está enviando a uma missão. Nós dois pensamos que é melhor mantê‐los

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ocupados. Além disso, OH deusa, Nialdlye, há rebeldes nos túneis ao leste.


— Justo nos subúrbios da cidade?
Irin apertou o tecido na boca.
— Sim. Estão justo em cima nós, e tanto Savous como Hyle estão na superfície. Deuses,
Nialdlye, isto é mais que...
Rapidamente, Nialdlye a rodeou em um abraço.
— Shhh, não se preocupe. Por agora, apoiamo‐nos no Jarak e espero que Savous e Hyle
voltem a tempo.
— A tempo? A tempo para que?
Para isso, Nialdlye não tinha uma resposta.

Capitulo 11

Eyrhaen se sentou em meio de sua ampla cama, olhando à parede atrás da cabeceira sem
vê‐la. Tratou de respirar com toda a calma que pôde, tentou todos os truques e a meditação que
tinham ensinado.
Nada estava funcionando.
Poder puro e duro quase crepitava no ar sobre ela. Quase podia vê‐lo simples vista. Seu
próprio dom, era impossível de contê‐lo para si mesma, tinha crescido além dos limites de seu
corpo como uma nuvem de partículas de pó mágico que a rodeava em todo momento.
Ultimamente, a nuvem frequentemente tinha crescido além dos limites de qualquer sala em que
se encontrava. Alimentavam‐na todas as emoções, a ira e a insistência de sua resolução com uma
amarração de gelo para o desespero.
Estava sozinha.
Tykir, Lanthan e Brevin se foram. Desaparecido de sua vista, tinha desaparecido de sua
presença, foram‐se da cidade. Não sabia por que, mas sentia a crescente distancia e tratou de
convencer a si mesma de que não era algo mau. Tinham‐na traído. Brevin tinha se deitado com
Nialdlye. Nialdlye! E ela sabia, sabia, que os outros dois queriam seguir seu exemplo. É que não
dava suficiente? Levava‐os a culminação todos os dias, sugando seus pênis, compartilhando seu
corpo, compartilhando suas emoções até que se misturaram entre eles. Deu tudo o que podia.
Deviam estar dentro dela? Tinham que ter sua virgindade? Evidentemente era assim.
Evidentemente, havia mais na penetração de um pênis na boceta de uma mulher do que tinha
acreditado.
Então, por que conter‐se?
A voz do demônio! Sabia por que. Sua virgindade não era deles. Era dele. A deusa prometeu
uma união. Isso era o que os sonhos e sussurros pareciam dizer. Os murmúrios em sua cabeça por
fim tinham um pouco de sentido. Havia sentido antes a conexão, mas era muito mais forte agora.

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Ele era a resposta. Sabia. Ele era dela. Algo para ocupar seu tempo.
Assim, por que ainda se encontrava ali?
Grunhiu. Boa pergunta. Mas não tinha uma resposta. Sua vida caía a pedaços, sua cultura se
fazia pedacinhos, e ele simplesmente ficava ali. Ela sentia a atividade da cidade. Havia elementos
hostis invasores. Se tivesse sabido o que dizer, o haveria dito Jarak. Mas ele já sabia. Sentia a
quase todos os homens e inclusive alguns dos meninos maiores que tinham ficado na cidade
tomando seus lugares para protegê‐la. Tomou mais de duas noites e seus dias, mas agora todas as
mulheres e os meninos estavam a salvo protegidos na torre das mulheres. Tinham tentado vir a
recolhê‐la, mas tinha usado sua magia para mantê‐los fora. Era um pequeno consolo saber que
nem sequer Nalfien tinha sido capaz de atravessar seus escudos. Rhicard não o tinha tentado,
ocupado com as defesas da cidade.
Fechou os olhos e estremeceu. Podia sentir a luta que se aproximava. Sentia o desespero
sem par dos rebeldes, não como uma sensação de uma só pessoa, mas sim como uma combinação
de todos eles. Isso era necessário desde que começou o ataque, mas a luta não era a resposta.
Deusa, por que não me ajuda? Nos ajuda?
Frustrada, abriu os olhos e deu a volta, aconchegando‐se para que pudesse descansar a testa
sobre os joelhos. Sua gente estava morrendo, e talvez todo mundo tinha razão ao duvidar dela.
Talvez tinha se equivocado todo o tempo. Talvez fosse tão desprezível como todos pensavam e
seria a queda de sua própria raça. Tinha que ter sido Rhae incitando‐a todo este tempo? Ou tinha
sido enganada como a seu antepassado morto para tanto tempo?
Sem ninguém a quem perguntar. Nem sequer papai estava perto, e não tinha suficiente
controle sobre seu poder para tentar comunicar‐se com ele. Desesperada, procurou às cegas com
seu poder. Mais à distância, através das vísceras de sua nutrida terra sólida, procuro uma fonte de
consolo. Não era consciente, mas não podia ser uma coincidência o que encontrou. Inclusive se ela
era uma decepção, não, uma tortura, para eles, seguiam sendo um consolo para ela. Não podia
ver nem ouvir o Brevin, Tykir, ou Lanthan, mas sentia. Sentia o movimento, a fadiga, e a
precaução. Sentia a ação. Sentia a frustração. Sentia… Dor!
De repente, incorporou‐se, os olhos muito abertos sem ver. Um deles sofria dor. Uma dor
horrível.
Sem pensar, ficou em marcha. Calças e uma camisa foram postos, e murmurou pelo tempo
que demorou para colocar as botas de couro duro para a viagem com reveste grossa para os
túneis mais duros. Saiu de sua suíte e correu da torre, com seu cabelo voando solto sobre seus
ombros.
Havia algo incorreto aqui também. A torre estava vazia, salvo por ela. Nenhuma sombra
silenciosa fazendo‐se eco de seus movimentos. Nem sequer a presença constante dos moços que
tinham obrigações domestica. Ninguém. O medo correu por suas costas. Estava acostumada a
estar com as pessoas. Não estava acostumada a estar sozinha. Tinha levado Jarak a todo mundo?
Muito, muito mal.
Correu a toda velocidade por um dos túneis mais baixos na parte posterior de sua torre,

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escolheu as passagens abertas que eram as que mais rapidamente podiam levá‐la aonde estava
Brevin? ...Não, era Lanthan. Foi Lanthan? Ou era Tykir o que tinha sido ferido outra vez? Não
sabia. Os três se entrelaçavam em todo seu coração, e ela só sabia que um deles foi ferido com
gravidade.
Passagens vazias e túneis intermináveis a separavam deles. Correu por eles, não freou
quando chegou a zonas às que não estava familiarizada. Quando a luz de tochas e abajures
desapareceu, deixou que a nuvem de magia a seu redor a iluminasse. Não o necessita, mas
permitiu que algo da pressão aguda de energia a ajudasse.
Era provável que a luz os atraísse para ela.
Os três homens emergiram de entre as sombras quando entrou em uma caverna. Não eram
os três que estava procurando, nem muito menos. Altos com a pele negra, brilhante, sim, mas
estes homens eram desconhecidos para ela, sujos e descuidados.
Surpreendendo‐a, só um emitiu um grunhido quando um bateu no lado da cabeça. Sua luz
se apagou quando, aturdida, caiu de joelhos, e depois outro corpo a empurrou sobre suas costas.
Sua fina camisa se rasgou nas rochas irregulares que pouco fizeram a sua pele resistente. Tomou
ar, insegura quando umas mãos cruéis empurraram as pernas as separando e uma face se pego a
sua virilha, aspirando profundamente através da fina lã de suas calças. Outro apareceu o nariz na
mandíbula. Outro par de mãos arrancou a parte dianteira de sua camisa para aprofundar com
dedos ambiciosos na carne suave de seus seios. Tudo aconteceu tão rápido que por um momento
sua cabeça continuou girando, para quando se recuperou e começou a retorcer‐se, outras mãos
fortes tinham esmigalhado suas calças para mostrar seu sexo. Gritou, arqueando‐se quando uma
boca se fechou sobre seus clitóris, chupando ao redor. Um gemido profundo, desigual expressou
alegria ao encontrá‐la já molhada. Dente se fecharam em um de seus mamilos, e a terceira boca
sobre a dela com uma língua insistente serpenteava seu caminho entre os dentes. Seu grito foi
afogado por essa boca. Tratou de dar um chute, mas o homem entre suas coxas se manteve firme.
Tratou de arranhar a seus outros dois assaltantes, mas a pele raedjour não sucumbiu sob suas
unhas. Seus quadris corcovearam por própria vontade com a estimulação de seus clitóris, seu sexo
o necessitava a pesar da rejeição de sua mente a seus companheiros.
Mas logo a boca em seu sexo se foi. Registrou vacilante, sentiu a contundência de algo
grosso que não era nem a língua nem os dedos. Raiva instantânea ferveu em seu peito, e
finalmente ela puxou as rédeas de sua magia pura, cuspindo‐a sobre eles. Incoerente, empurrou
com um frio glacial ao invasor que a teria penetrado. Um gutural bramido masculino ricocheteou
nas paredes da caverna quando o aspirante a violador caiu para trás. Ainda cheia de poder,
apontou o mesmo feitiço aos outros atacantes. Caíram para trás, retorcendo‐se no chão.
Sentou‐se, escaneando com sua visão noturna os contornos dos homens a seu redor. A ira
insatisfeita continuava queimado, por isso o calor de gelo que emanava continuava chegando a
eles, mais que disposta a castigá‐los por atacá‐la. Por afastá‐la de sua missão, que tinha esquecido
momentaneamente. Toda a frustração e a raiva em ebulição que tinha dentro se foi filtrando para
os corpos que se asfixiavam a seu redor. Isto era tão glorioso como maravilhosamente

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horrivelmente. Manteve‐se até que o calor que tinha havido em suas vidas se apagou.
Quando sua consciência retornou sentiu como se mil agulhas acariciassem a pele. Diminuído
o poder se sentiu momentaneamente vazia e terrivelmente consciente dos corpos sem vida a seu
redor.
Tinha‐os matado.
Nunca tinha matado outra pessoa antes. Nunca matou um animal pequeno. Nunca tinha ido
a caça. Nunca tinha tido um mascote que morresse. Entretanto, acabava de tomar a vida de três
homens adultos. Raedjour. Seu povo.
O poder se apressou a retornar, a lava quente, alago seu corpo com tal força que caiu sobre
suas costas gritando. Pelo menos, sua boca estava aberta. Não podia ouvir sobre o rugido de
energia para saber para algum som. Luz negra se fechou sobre ela, afogando‐a, ameaçando
afundando‐a.
Não. A proclamação era a sua, mas se destacou junto com outras. Sentou‐se, sem ver,
indiferente aos farrapos de roupa que penduravam de seus membros. Cambaleou‐se quando uma
nova onda de escuridão explodiu contra o lado de sua cabeça.
Não. Ficou parada com as pernas vacilantes, os olhos fechados às coisas que a rodeavam.
Mas não podia apagar a consciência dos corpos.
Eu os matei.
Veem.
Não foi uma palavra, foi mais uma compulsão. Seus primeiros passos se cambalearam, mas
se estabilizou enquanto tomava velocidade, correndo da mesma forma em que tinha vindo.
Seguindo e sendo perseguida por uma avalanche imensa de energia que se filtrava das rochas do
túnel do qual saiu correndo.
Não havia luzes. Todas as chamas se apagaram. Ou talvez só ela não as podia ver. Não sabia
e não se incomodou em tomar cuidado. O poder a empurrava pelo que quase ia flutuando, suas
botas não tocavam a rocha sob seus pés. Os túneis a conduziram a uma torre conhecida e o
conhecimento de tudo brilhou em sua mente, como uma luz resplandecente de cor vermelha a
seguir.
Voou pelas escadas e um corredor. Não havia ninguém ali para detê‐la de abrir a porta de
entrada à suíte. No quarto escuro, a chama do abajur protegido aumentou a três vezes seu
tamanho normal, rompendo os vidros que a revestiam e lançando sombras agitadas pelo quarto.
Sua cabeça estava inclinada. Um braço jogado para ela sobre o colchão.
Percebeu as mudanças que aconteceram no quarto. Choramingando pela demora, arrancou
os restos de sua camisa e calça, sem se incomodar em tirar as botas pesadas antes de subir à
cama. Seu pênis era largo e estava gloriosamente duro, derramando gotas brilhantes de líquido
sobre as marcas de cor vermelha viva que se recortavam no ventre. Com um gemido, abriu a boca
sobre a cabeça e a encheu de grande parte de seu eixo, tanto como pôde tomar. O sabor rico e
escuro dele irrompeu em sua língua enquanto engolia. O poder desencadeado, dirigindo‐a.
O escudo tinha desaparecido! Uma pequena parte de sua mente se regozijou. Ou isso, ou a

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magia a seu redor era tão grande que estava aflita. Seja como for, podia tocá‐lo, saboreá‐lo. Seus
dedos escavaram no músculo tenso de sua coxa, e se deslizou a um lado, para a abertura de sua
virilha. De sua pele e a dela já tinha brotado a lubrificação para facilitar o acoplamento dos corpos.
O som de um gemido a surpreendeu o suficiente para retirar da boca de seu pênis, mas fortes
dedos se cravavam em seu cabelo na parte posterior do crânio, empurrando‐a para baixo.
Fechando os olhos, todo seu corpo tremia de necessidade, ela baixo de boa vontade, engolindo
tudo o que pôde. Ele voltou a gemer, guiando sua cabeça para cima e para baixo. Uma vez. Duas
vezes. Três vezes.
Ficou sem fôlego quando a resistência da mão de repente se foi. Sua boca abandonou seu
pênis, e elevou a vista para ver como balançava a cabeça de um lado a outro, alterando o varrido
de cabelo branco que cobria seu travesseiro. Ininteligíveis queixa se derramavam dos lábios em
movimento.
Ansiosa, impulsionou‐se e se empurrou em seus joelhos, jogando uma perna por cima de
seus quadris. Engoliu seco, os olhos ainda fechados, enquanto envolvia sua mão ao redor de seu
eixo escorregadio, úmido. Apontou a seu sexo vazio, choroso. A cabeça larga encaixou na entrada
de seu núcleo.
Seus olhos se abriram, brilhando deslumbrantes, ao vermelho vivo.
A chama do abajur vacilou. Morreu.
Eyrhaen se empalou no pênis.

Capítulo 12

Morrer seria bom, Brevin decidiu enquanto arrancava a espada de seu peito. Nem sequer se
incomodou em olhar o homem que havia, de algum jeito, pegado despreparado, ficou de joelhos
para observar o sangue sair de sua ferida. A seu redor havia gritos e sons da batalha, mas tinha
acabado. A ira surgiu conforme desabava. Ira para si mesmo por sair disparado para uma escura
caverna, ira para Lanthan por não o deter, ira para Eyrhaen por manter suas emoções tão
desfocadas que nem sequer conheceria nunca mais o que eram sentimentos normais.
Sua mandíbula golpeou o chão. Seus olhos se fecharam. Seria bom descansar.
Ansiosas mãos o levantaram. Puseram‐no de lado, depois sobre suas costas.
— Brevin!
Seus olhos abertos olharam para Tykir. Os olhos do bruxo resplandeciam ao vermelho vivo, a
única luz na caverna. Tentou sorrir, de abrir sua boca para falar, mas um espesso líquido bloqueou
em sua garganta, o mantendo em silêncio.
— Não fale. — Fortes mãos pressionavam sua ferida — Me deixe...
Brevin fechou seus olhos. Tykir era um bruxo perito, mas não um curandeiro. Feridas
pequenas, possivelmente. Mas isto, não. Brevin queria o alcançar, tomar suas mãos, mas

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Elfos Escuros 06

descobriu que seus membros estavam mais cômodos onde deitava.


Então o golpeou a dor.
Não pôde gritar, mas fez o que pôde, boqueando o que devia ser sangue que se escorria por
sua boca.
— Maldição, Brevin, não!
Mais dor que já tinha sentido antes. Menos mal que se mantinha a distância. Que estranho.
Por que não tinha pensado antes em parar a dor que Eyrhaen provocou com o limpo corte de sua
espada? Se só pudesse dizer a Lanthan e Tykir.
Lanthan gritou, o som do choque das espadas o rodeava. Brevin não estava preocupado.
Lanthan viveria. Não tinha encontrado a morte. Homem preparado.
— Brevin. — Tykir com lágrimas em sua voz — Brevin, não.
O tempo parou.
O som parou.
A dor parou.
As folhas repicaram contra a pedra. Golpes apagados de corpos caindo. Lanthan respirava
com dificuldade. Os dedos de Tykir escavavam na pele que rodeava a ferida de Brevin.
Um efusivo calor emanou da alma de Brevin, arqueando suas costas, expandindo seus
pulmões para forçá‐los a respirar. O sangue obstruiu sua garganta, fazendo tossir. Girou sobre seu
lado, abriu a boca para expulsar o líquido enquanto seu peito lutava por agarrar ar. Seu corpo
inteiro crepitou, sua garganta estava em carne viva, dentro de seu peito sentia como se alguém
tivesse feito engolir pedaços de vidro. Mas estava... Vivo?
Sacudindo sua cabeça, apoiou‐se sobre um cotovelo, utilizando a outra mão para limpar o
sangue da boca. Piscou, incapaz de dar sentido ao que via.
Batalha. Luta. Certamente esses grunhidos e golpes eram... Não. Grunhidos e golpes, sim,
mas a batalha não era com espadas. A batalha fazia caso omisso das espadas desembainhadas e as
adagas que estava caídas, disseminadas, esquecidas. A roupa feita migalhas e as extremidades
enredadas. Os homens lutaram, lutando pela dominação. Lanthan estava perto, seu adversário
agarrado pelo peito com seu musculoso braço enquanto usava o outro para procurar provas o
fechamento das calças do homem. O rebelde, com todas suas forças, estava ajudando em vez de
lutar por libertar‐se.
— Maldição.
Ao ouvir a voz de Tykir, Brevin girou o pescoço para ver seu outro amigo de cócoras contra a
parede, os olhos fechados com os braços estendidos e as palmas sobre a rocha atrás dele. A visão
noturna fazia difícil distinguir sua expressão, mas Brevin pôde ver bastante bem a tensão ao longo
de seus músculos. Magnífico.
Mal pensava, simplesmente sentindo‐se atraído, Brevin ficou sobre os joelhos e cruzou a
distância entre eles.
Quando Brevin se levantou e pôs as mãos sobre os ombros de Tykir, esses brilhantes olhos
vermelhos se abriram, deixando de balbuciar. O impacto deixou sua boca aberta.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **
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Elfos Escuros 06

— Brevin?
Vendo só a atraente boca aberta, Brevin a cobriu com a sua, afundando sua língua dentro de
seus deliciosos limites. Tykir gemeu, suas fortes mãos procuraram sujeição nos braços dele. Uma
simbólica resistência desapareceu conforme inclinou a cabeça para beijar mais profundamente.
Fazendo caso omisso a todo o resto que os rodeava, deixou‐se cair para um lado, girando
Tykir para colocá‐lo debaixo dele sem deixar de segurar‐se. Suas mãos deslizaram por debaixo até
que encontraram a borda das calças, grunhiu contra sua boca, agarrando os cordões. Seus dedos
se enredaram com os dele quando ambos lutaram por libertar seus pênis. Tykir estava nu antes.
Frustrado, Brevin se ajoelhou para terminar ele mesmo. Enquanto isso, Tykir ficou sobre seu
ventre. Para quando Brevin teve libertado seu pênis, ele já estava sobre suas mãos e joelhos,
mostrando seu traseiro e trabalhando com seu punho sua própria ereção. Brevin encaixou seu
pênis na abertura dele e empurrou.
Ao cair sobre as costas de seu amigo, algo parecido à prudência retornou. Olhou para cima,
outra vez, à caverna cheia de homens, seus homens e seus inimigos, fodendo violentamente
juntos.
— Tyk, o que está ocorrendo?
Tykir gemia deliciosamente sob seu impulso.
— Não sei. Mais que... Magia.
— Pode pará‐lo? — Agarrou a cintura de Tykir, para que ambos não caíssem pela força de
seu impulso.
Tykir moveu seus joelhos para agarrar‐se melhor.
— Não. É muita.
— É Eyrhaen?
— Merda! — Tykir golpeou a rocha debaixo dele, empurrando para trás para o Brevin —
Provavelmente.

Os joelhos de Savous se curvaram, balançando‐o para Hyle. Sua visão do homem de pé em


frente dele piscou, assim não pôde estar seguro se, em efeito, viu Tarlan cair sobre suas mãos e
joelhos no chão do bosque sob seus pés. Savous engoliu saliva com sua seca garganta, piscando
rapidamente em uma tentativa desesperada de não perder o conhecimento, o ar girava sobre seu
peito e o enchia com ansiedade. Não, não com ansiedade. Euforia. O doce fogo percorrendo suas
veias e banhando seus músculos debaixo de sua pele. Tremeu quando o sangue se equilibrou para
seu pênis, ameaçando rompendo as resistentes calças de couro que levava debaixo de sua pesada
túnica violeta.
O que...?
Incapaz de expressar sua pergunta com palavras, saiu disparado com o braço fora para
abraçar ao acessível tronco da árvore atrás dele e forçou seu pescoço a girar‐se para poder ver
Hyle.
O outro feiticeiro era o único homem além de Savous que permanecia em pé. Todos outros,

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **
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Elfos Escuros 06

tanto os rebeldes como os leais, tinham caído no chão. Gemendo, retorcendo‐se, já fora
encolhidos sobre si mesmos ou dobrados sobre suas costas. A face redonda de Hyle estava virada
para onde a lua se via através do toldo de folhas sobre eles. Sua garganta trabalhou para poder
engoli saliva, e uma fina capa de suor brilhou sobre sua pele.
Savous pigarreou duas vezes para clarear sua garganta antes que pudesse vocalizar palavras
através de seus lábios.
— Hyle.
Seu amigo e conselheiro lentamente baixou seu rosto e se girou para ele. Os brilhantes olhos
vermelhos se abriram para encontrasse com os de Savous. Levantou uma mão para pô‐la sobre a
franja de seu peito nu pela abertura dianteira de sua túnica. Conscientemente ou não, tocou as
marcas brancas gravadas em sua pele.
— Rhae.
Savous piscou e oscilou enquanto uma nova onda de maravilhoso prazer puro ameaçava o
pondo de joelhos. A mão de Hyle subiu para agarrar‐se a seu ombro, respirando a olhar para cima
outra vez. Conforme o fez, viu os homens sobre o chão movendo‐os uns para os outros. A provas,
beijando‐se grosseiramente.
Encontrou‐se com o olhar de Hyle, depois com seus lábios sem um simples pensamento por
sua parte. Conforme lutava por encontrar uma razão, suas mãos se deslizaram pela túnica de Hyle
e escorregaram para enroscar‐se sobre o pequeno traseiro do homem, empurrando para que se
aproximasse. Seus pênis se encontraram, cada um duro como uma rocha, e seu beijo desapareceu
entre seus precisados gemidos.
— O que é isto? — Savous ofegou enquanto seus dedos se afundava na cintura da túnica de
Hyle.
As mãos de Hyle estavam ocupadas entre eles, lutando com os cordões das calças de Savous.
— Rhae.
— O que?
— É o que… ah! — Jogou a cabeça para trás enquanto os dedos de Savous deslizavam na
fatia de seu traseiro
— Como a presença de Rhae estava acostumado a sentir‐se.
— A vetriese?
Hyle puxou a ampla cintura de Savous.
— Sim.
Savous não sabia. A diferença de outros bruxos de sua idade e mais velhos, nunca tinha
visitado pessoalmente Rhae exceto por aquele fatídico momento.
Hyle deixou livres seus pênis, obrigou‐se a olhar em torno. Todos a seu redor se retorciam
em casais ou mais sobre o chão. A roupa destruída e voando longe. As mãos deslizando‐se sobre a
pele negra, agarrando os nus pênis duros. Rebeldes e leais por igual, não importava.
Savous ofegou quando finalmente Hyle agarrou seu nu pênis, apertando‐o em sua mão com
a sua própria.

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Elfos Escuros 06

— Deuses, Hyle, o que é isto? — Não era estranho foder com Hyle, mas de onde vinha essa
compulsão? Não era normal para Hyle. Acabava de passar a ser o corpo mais próximo.
— Eyrhaen. — Grunhiu Hyle, seu agarre se escorregava pelo copioso azeite que agora cobria
ambos os pênis, sua pele.
Savous jogou para trás sua cabeça, lutando por clareá‐la. Sua filha. Sim. Tinha que estar no
centro disto.
— Radin? — Perguntou ao céu.
— Deuses! Deveríamos...
Os dedos de Hyle se enredaram em seu cabelo, atirando de seu rosto para baixo.
— Vamos. — Os olhos vermelhos o brocaram — Mas não há luta. Isto... — Puxou fortemente
o pênis de Savous — É o primeiro.
Savous esmagou a boca de Hyle com a sua, levando o pequeno homem sobre o chão. Tinha
razão. Não tinha sentido lutar contra a compulsão se esta era divina. Qualquer raedjour sabia.
Primeiro sucumbiriam, depois retornariam à cidade para saber o que tinha ocorrido.

A taça escorregou dos dedos de Irin para salpicar chá sobre o tapete de Nialdlye. Esta o
escutou, mas não podia incomodar‐se. Ofegando, se aconchegou sobre si mesma, o instinto para
conter a onda de calor que explodiu em sua virilha e se estendia por cada parte de seu corpo. Suas
mãos subiram por vontade própria para embalar seus seios, sua quentes palmas contra seus
mamilos inclusive através da fina blusa de linho.
— O que é isto? — Ofegou Irin.
Nialdye a olhou. Sua amiga estava aconchegada de lado, o cabelo branco caindo sobre a
lateral do sofá e os olhos vermelhos ardendo. Formosa.
Estava ali antes de sabê‐lo, ajoelhada sobre o tapete para colocar seu rosto justo em cima do
de Irin. Os negros lábios se abriram, e Nialdlye desceu para inundar sua língua dentro, ansiosa de
provar a doce e cálida caverna. Suas impaciente mãos se deslizaram sobre seus braços e a agarrou
pelos ombros, aproximando‐a. Quando estiveram seio contra seio, Irin jogou a cabeça para trás
em um grito de dor.
— O que é isto? — Perguntou Nialdlye, tentando pensar inclusive enquanto deslizava seus
lábios para baixo pela suave garganta de Irin.
— Não sei. Nunca senti nada como isto exceto… ah! — Gritou quando os dentes de Nialdlye
mordiscaram os mamilos através da blusa — Exceto com o cio.
Nialdlye sugou seus mamilos enquanto puxou os cordões que mantinham a blusa fechada.
Quando afastou o linho, utilizou ambas as mãos para agarrar os firmes seios de Irin, dando um
banquete com um primeiro mamilo, depois com o outro.
Não podia dizer que a possuía. Só havia sentido uma compulsão parecida um par de vezes
antes, normalmente quando tinha estado privada de sexo por muito tempo. Uma vez justo depois
de ter‐se arrastado no portal do raedjour na cidade. Mas não ultimamente. Fodia com
regularidade e assim acontecia entre as pessoas de seu povo adotivo. Esta compulsão estava fora

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do normal. Tanto para ela como para Irin.


Um calafrio a obrigou a deter‐se, a descansar sua testa sobre o peito de Irin enquanto a
onda de necessidade a libertou o suficiente para mover‐se. Debaixo dela, Irin experimentou o
mesmo.
— Nialdlye, o que é isto? — Ofegou quando pôde, as unhas arranhavam a pele de Nialdlye.
— Não sei. — A mão de Nialdlye escorregou para o ventre plano de Irin para encontrar os
cordões do xale sobre seus quadris — Mas não somos nós mesmas.
Irin gritou quando Nialdlye colocou sua mão dentro de sua boceta, afundando com os dedos
facilmente em suas úmidas dobras. Seu aroma impregnou o ar, fazendo que Nialdlye ficasse tonta
pela necessidade.
Respirou entrecortadamente, pegando‐a despreparada quando Irin de repente empurrou.
Conforme desabou sobre suas costas, seus braços se elevaram para agarrar à outra mulher
enquanto se sentava escarranchado sobre ela. Seus lábios se uniram em um apaixonado beijo, e as
mãos de Irin vagaram, tirando a roupa do corpo de Nialdlye como pôde sem separar seus lábios.
— Deveríamos… — Irin falou através dos beijos enquanto separava as coxas nuas de Nialdlye
— parar e… — Pressionou forte dentro da mulher debaixo dela — descobrir do que se trata isto.
— Sim. — Esteve de acordo, mas suas mãos se enredaram na fria seda do cabelo de Irin.
Empurrou para cima, fazendo‐a girar parcialmente de forma que suas pernas pudessem alinhar‐se
justo assim...
Ambas gritaram quando suas bocetas entraram em contato, lábios amadurecidos e clitóris
excitados golpeando juntos para provocar calafrios às duas mulheres.
Faremo‐lo, prometeu‐se Nialdlye enquanto afundava os dedos nos quadris de Irin, ajudando
à outra mulher a bombear contra ela. Mas primeiro, isto.

Capítulo 13

A costa de Eyrhaen se arqueou em um grito, a parte superior de seu crânio tocando a curva
de seu traseiro. Talvez. Era seu traseiro? Era seu cabelo essa suave sensação fazendo cócegas
correndo sobre sua pele, ou eram as luzes mágicas as que resplandeciam através de sua pele?
Onde estava sua pele? Onde estava ela? Sua boca se abriu para engolir um pedaço de céu ao
verter‐se lava através de suas veias como um rio subterrâneo fumegante. A branca escuridão
ininterrupta pelas luzes que palpitava dentro dela ao ritmo da luxúria, abrasando friamente sua
virilha.
Ela gemeu.
Ele a mantinha unida.
Ele?
Algo parecido a um pensamento se formou, comparando o que ela era com o que deveria

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ser de estar tudo em ordem. Uma presença se vislumbrou um pouco na nuvem do caos que a
rodeava. Agarrou‐a cegamente com dedos que não existiam.
Shhhh. Não houve som, mas era um pensamento claro, a seu redor, dentro dela. Um abraço
reconfortante. Mais uma sensação que um som. Relaxante. Dizia, Tudo irá bem, sem dizê‐lo.
O pânico cedeu algo de sua força, mas não havia coerência ainda. O calor amainou, mas uma
resplandecente espiral prateada de necessidade ainda se enrolava dentro dela. A força empurrou
contra ela, deslizou‐se a cruzando, atravessando‐a. Estremeceu e se moveu com a corrente.
Isso. Mais como um pensamento agora. Mais como um toque. Começou a reaprender os
limites de seu corpo. Olhando‐o ondular de dentro, muito maior do que deveria ser. Ou, estava
sua mente no lugar errado? Estava fora de seu corpo? E se rearmava com uma configuração
equivocada?
Shhhhh se concentre em mim. Tenho‐a.
Quem é? Conseguiu pensar.
Por agora vamos dizer que “o guia”. Um leve regozijo percorreu sua espinha até vibrar em
seu crânio. Não, ela estava no lugar correto. Com um calor duro pressionado contra ela. Um poste
de guia ao qual agarrar‐se, segurar‐se. Sem saber o que era, como era, sabia que este era seu
caminho de volta… A onde quer que fosse importante que ela voltasse.
Bem.
Balançando‐se. Uma folha em um lago agitado pela brisa. Um diminuto peixe nas correntes
de água. Ela e seu sólido guia flutuante. Ele sabia aonde ia. Só tinha que esperar. Absorveu seu
sinal de guia e emocionou como se ajustava perfeitamente a ela. Dentro dela.
Sim.
Sim, pensou com ele, envolvendo‐se ao redor de seu calor. Tão quente. A essência de um
fogo que ardia candente, mas não queimava, preenchia as gretas que se formaram quando ela
tinha estalado, quando se tinha desfeito. Isto estava bem. Ele era bom.
Mais sólido agora. Esses deviam ser seus braços. Suas pernas. Sua boceta. Todos envoltos ao
redor de uma solidez reconfortante. Abriu sua boca e aceitou ainda mais dele dentro dela.
Gemeu. Pensamentos apenas coerentes voavam ao vibrar do prazer sob sua pele.
Se concentre, acalmava‐a o outro, sustentando‐a. Não se perca.
Perder‐se. Como poderia não perder‐se? Era muito.
Algo do prazer estremecedor se deteve. Ele deixou de mover‐se. Gemendo, tratou de
alcançá‐lo, através dele. Não, isso não era o queria.
Faça‐o bem.
A irritação ardeu sobre a necessidade. Reuniu a si mesma, voltou a formar‐se inteira. Um
tudo para pressionar ao tudo dele, uma necessidade para encontrar a necessidade dele.
Sim.
Não todos seus pensamentos eram deles. Algumas diretrizes se apresentavam
pressionando‐a, como um menino empurrando um escaravelho com um pau para mantê‐lo dentro
um círculo. A presença podia esmagá‐la. Mas não o fazia. Aceitou o conselho. Ele era outra

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presença. Ele mas também mais. Sentiu uma consciência similar aproximar‐se atrás dele, mas era
muito mais controlada. Precisa. Quase podia vê‐la.
Posso ver?
Um sorriso.
— Ainda não. — A calma voz profunda. Havia uma mão acariciando sua testa? Havia uma
cama debaixo dela? Ainda não, mas o está fazendo muito bem.
Tratou de abrir a boca, mas foi muito para ela. Muito até… Ah! Ameaçou desfazendo‐se
quando ele empurrou à úmida, deliciosa dureza dentro dela, abaixo, entre suas coxas, acendendo
fogo abrasador em suas veias.
Isso. O quente fôlego sobre sua face.
Sim, era sua face. Uma vez que ela a encontrou, girou‐se para seu fôlego, tocando seus
lábios com os seus. Seus lábios, sim! Feitos para beijar. Para abrir‐se e receber sua língua como
seu corpo recebeu seu pênis.
— Já quase está. — A arrulhou, balançando‐se sobre ela, dentro dela. Encontrou seus braços
e pernas envoltas fortemente ao redor dele, embora ainda não pudesse ver.
O prazer se enrolava estreitamente em seu ventre. Gemeu, temerosa de libertá‐lo, de
romper‐se de novo.
— Temo‐a. — Uma voz, dois impossivelmente enormes ecos — Deixa‐o ir agora.
Um empurrão e ele tocou um nervo profundamente dentro, cravando a borbulha em que
tinha estado e libertando o veneno em seu sangue. Gritou mas não ouviu nada, aterrorizada de ter
perdido a pouca solidez que tinha conseguido recuperar.
— Não. — A acalmou ele quando seu corpo duvido em deter‐se — Está bem. Boa garota. —
Um beijo. Dedos acariciaram sua bochecha — Agora dorme.
Dormir?
— Não. — Conseguiu coaxar.
Ele sorriu.
— OH, isso é muito bom. Mas precisa descansar.
Ela sacudiu sua cabeça, tentando falar.
Em vão. Ele pôs as mãos sobre os olhos que não podiam ver, então sobreveio à verdadeira
escuridão.

Capítulo 14

Um era leal. O outro rebelde. Os restos de sua roupa penduravam feitos fitas, impregnados
com o óleo de suas peles e o pó do chão no que lutaram. O cabelo branco voava, ocultando as
faces que grunhiam quando dois pares de mãos lutaram por fazer‐se com o poder, sobre a pele
escorregadia. Que estava sobre o chão uivou, retorceu‐se, chutou. O de acima perdeu seu apoio e

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rodou. Muito longe. Terminando sobre seu ventre. Agarrou‐se ao chão, mas seu adversário foi
mais rápido. O de baixo se arqueou para trás, seu uivo de raiva fundindo‐se em um gemido
prolongado ao tempo que por cima dele, o outro afundou um comprido e duro pênis nele.
Savous não era o único olhando. Nem sequer era o único olhando a ação com seu próprio
pênis metido profundamente no aveludado abraço de um apertado traseiro. Dito traseiro rodou
quando o homem debaixo dele trocou de posição, agachando seu queixo e bombeando seu
próprio pênis enquanto o clímax o perseguia.
Savous se inclinou, empurrou mais forte, disposto a superar isto com tal de poder dormir,
então poderiam ficar em marcha novamente. Sua viagem de volta a sua cidade estava tomando
mais do esperado. Quatro noites, mas esperavam chegar aos limites da cidade à noite seguinte.
Quer dizer devido à necessidade premente, irracional que possuía a cada homem entre eles.
Rebeldes e leais por igual eram conduzidos para a cidade, tão pausadamente que lutar nem
sequer era possível. Os homens caminhavam até que o prazer estava a ponto de explodir, caindo e
fodendo o corpo mais próximo.
Tarlan grunhiu. Gozou. Caiu. Savous empurrou duas vezes mais e libertou seu próprio clímax,
tal como era. Só uma liberação temporária.
Tarlan ficou de lado enquanto Savous recuou. Os olhos azuis se detiveram em Savous
debaixo de uma mecha rebelde agora cinza pelo pó condensado.
— Por quê?
Savous fez uma careta ao sentar‐se, procurando arrumar seu manto em sua parte traseira.
Era tudo o que ficava de sua roupa, além de suas botas. Sua camisa e calças tinham sido vítimas
dos emparelhamentos desde por volta de dias. Não estava seguro de como tinha conseguido
salvar o manto quase intacto, embora o pesado veludo fedia a esperma e suor gorduroso. Deveria
deixar que apodrecesse em um dos túneis, mas se agarrava a ele obstinadamente.
— Rhaeja?
Surpreso, deu‐se conta que sua mente tinha divagado. Coisa fácil ao estar tão cansado. Só
queria dormir. Poderia dormir. Mas não seria relaxante. Só seria suficiente para dar energia a seu
corpo para viajar tanto como pudesse.
— Por quê?
— Por que está acontecendo isto?
Tarlan o tinha evitado desde que tinham descendido aos túneis.
Savous ainda tinha certo grau de controle sobre seus homens, principalmente porque ele
não tentava exercê‐lo. Tarlan sim. Tinha tentado fazer que seus homens recuassem, então,
quando não o fizeram, insistiu‐os a lutar. Mas a melhor luta que puderam dirigir foram os
emparelhamentos selvagens para satisfazer a necessidade sexual.
Se não estivesse tão esgotado, Savous poderia estar divertido. Definitivamente estaria
fascinado. Virtualmente podia ver a magia vibrando em cada alma, ativada por uma força que só
podia ser divina.
— Rhae. — Respondeu simplesmente, e sabia que tinha razão. Só havia sentido sua presença

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uma vez, mas não era algo que pudesse esquecer. Estava acordada e entre eles, mas era diferente
de antigamente.
Tarlan se deixou cair sobre suas costas, sem preocupar‐se com as rochas. Estavam todos
sujos e a maioria tinha renunciado à pretensão de permanecer limpo. O óleo em sua pele brotava
quando copulavam, afastando o pó de traseiros e pênis o suficiente para fazer o sexo ligeiramente
mais apetecível.
— Por que está fazendo isto?
— Esteve afastada de nós por dois séculos. — Savous suspirou, fechando os olhos e
afundando‐se contra a parede de rocha atrás dele — Este é o resultado de Sua volta.
— Se deterá?
Além de Tarlan, Hyle se levantou de seu recente emparelhamento. Os olhos vermelhos
encontraram os de Savous, demonstrando que tinha escutado as perguntas de Tarlan.
— Sim. — Savous manteve sua vista fixa em Hyle. Tinham‐no discutido quando ainda podiam
pensar coerentemente. Esclarecia‐se quanto mais se aproximavam da cidade. Quanto mais
esgotados estavam. A resposta estava na cidade. Era por isso que tinham sido atraídos. Eyrhaen.
Sabia que ela tinha que estar no centro de tudo isso.

Salin olhava para a porta.


Sentado do outro lado da sala, sobre um travesseiro amplo no chão de pedra, suas costas
apoiadas contra a parede. Diana, sua verdadeira companheira, estava pregada nua sobre seu peito
e colo, sua virilha junto à sua, seu pênis relaxando‐se gradualmente depois de seu coito. Tinha
perdido a conta do número de vezes que gozaram juntos no corredor. Estavam sozinhos. Tinham‐
no estado a maior parte dos últimos quatro dias. A pressão da loucura era pior neste salão, perto
dessa porta. A porta que não podia abrir, como se tivesse sido fechada por magia. A porta que o
afastava de seu irmão e da filha de Savous.
Diana se agitou.
— Está grunhindo. — Murmurou em seu pescoço.
Ele grunhiu. Aceitando‐o.
Ela deslizou uma mão preguiçosa por seu flanco nu.
— Há alguma mudança?
— Não. — Delineou sua coluna vertebral — Sim.
— Sim?
— Quase posso ouvi‐lo.
Ela se sobressaltou. Gemendo ligeiramente, pôs suas mãos entre eles e empurrou em seu
peito para pôr suficiente distancia entre os dois e assim olhá‐lo nos olhos.
— Quase?
Não pôde resistir a afastar seu cabelo suarento de sua testa. Adorava‐a sempre, mas
despenteada e recém fodida era possivelmente como mais gostava, seguido de perto pelo calor de
sua ira. Mas agora não tinha porque fazê‐la se zangar. Apenas a tinha tomado e já a desejava de

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novo, mas o irritava que grande parte da urgência viesse de fora.


Suspirou, golpeando sua nuca contra a parede.
— Ele está ali, mas não são palavras.
— É mais claro que antes?
— Muito.
Ela roçou seu mamilo com uma unha, mas seu olhar afastado revelou que só estava
pensando não paquerando.
— Acha que isso significa que já está quase terminando?
Por isso ela se referia à loucura que tomou conta da cidade. Às fodidas constantes e
exaustivas da que todos eram objeto. À necessidade de copular que ultrapassava a necessidade de
comer e, virtualmente, de dormir. Inclusive as mulheres e os homens que estavam
comprometidos, mas não totalmente convertidos em verdadeiros companheiros estavam sob o
influxo.
— Não sei.
Suspirando, ela se balançou para trás.
— Vou preparar algo de comer.
Estendeu seu braço para dar algo sólido em que apoiar‐se ao parar‐se em suas pernas
tremulas. Ela riu.
— Desde todas as vezes que o temos feito, não recordo ter sentido toda esta dor. Nem
sequer no cio.
Referia‐se a seus primeiros ciclos juntos. Quando se desfazia dos últimos vestígios de sua
humanidade, antes de dar a luz a Brevin e mudasse completamente para raedjour. Ou tanto como
uma mulher nascida humana pudesse converter‐se. Mas decidiu não recordar. Aceitando seu
silêncio, recolheu o cabelo úmido em um rabo virando para partir. Olhou seu bem formado
traseiro e se entreteve imaginando que corria atrás dela e a atirava ao piso. Mas se conteve.
Voltaria logo e foderiam. Teriam que fazê‐lo. Se ela não ficasse apanhada em outro
emparelhamento antes de retornar. Sorrindo ante o pensamento do pobre desventurado que
ousará forçar a Diana em um emparelhamento, Salin voltou sua atenção à porta. Seu sorriso
morreu.
Radin? Tentou de novo, fora de prática no uso do enlace mental que uma vez compartilhou
com seu irmão. Mas Radin era o que mantinha o enlace, ele era o feiticeiro. Radin tinha
abundantes dons. Era o especial. Sempre o tinha sido. Salin o aceitou do momento em que viu seu
irmão pela primeira vez sendo um bebê.
Estou emocionado.
Salin congelou.
E assombrado. Não recordo que ficasse sem palavras frequentemente.
O choque impediu que Salin se incorporasse sobre seus pés. Radin?
Um quente sorriso penetrou pelo enlace que de repente e foi muito sólido.
Sou eu, irmão meu.

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Salin engoliu, as mãos sobre o travesseiro a cada lado dele. Tantas perguntas vieram a sua
mente e desacostumado a estar nervoso, não podia decidir‐se sobre o que perguntar.
Não há respostas ainda. A voz interior de Radin levava um peso, apesar do sorriso implícito.
Logo.
Quão logo?
Uma pausa. Savous estará aqui amanhã. Falaremos então.
Tenaz, Salin reteve a atenção de Radin para uma última pergunta. Está bem Eyrhaen?
É esse seu nome?
Está ela com você?
Sim.
Está bem?
Deveria está‐lo. Houve uma vacilação. Havia algo além do que estava dizendo, mas estava
desaparecendo.
É filha de Savous.
Salin não podia vê‐lo, mas tinha acostumado a ler as reações de Radin através de seu vínculo
mental. Deu‐se conta da dúvida. Radin não sabia.
Bom. Conhecia esse tom irônico. Que significava que as coisas não tinham ido exatamente
de acordo ao plano. Isso fará tudo… interessante.

Capítulo 15

Bem‐vindo a casa.
Três palavras e, assim de rápido, as entristecedoras compulsões se foram.
Savous parou, endireitando‐se, lutando contra o repentino nó em sua garganta. Radin?
Não tinha experimentado o enlace mental com seu mentor durante muito tempo, só uns
dias antes que Radin se fosse, mas não podia confundir essa mente. Inclusive com o tempo
transcorrido e a experiência, inclusive com uma imensa nuvem de outras e mais ameaça atrás da
superfície mental, essa voz particular não podia pertencer a nenhum outro.
Bem‐vindo a casa, disse essa voz profunda e cálida. Olhe por seu povo, toma um banho,
abraça Irin, uma pausa reflexiva, depois falaremos.
Eyrhaen. Está bem?
Está fazendo muito bem, considerando tudo. Está comigo.
Savous não pôde conter os pensamentos que vieram à cabeça, seu ex‐amante abraçando a
sua filha.
A voz interior suspirou. Sim, isso. Não o esperava. Se encarregue do que deve fazer, depois
veem ver‐me. Não tenho pressa.
Radin, espera! Mas o outro se retirou, e Savous não tinha controle sobre o vínculo para

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voltar a chamar.
— Meu rhaeja?
Savous piscou, Olhou para baixo para Hyle. Como ele, estava nu exceto por uma túnica que
tinha visto dias melhores. Sujeira e imundície se pegavam a sua pele e seu cabelo elegante era
uma confusão de nós e enredos. Savous suspeitou que ele se via igual.
— Necessitamos um banho.
— Rhaeja!
Era Rhicard, nu e cansado, mas com seu andar rápido ao aproximar‐se sua presença fez
Savous consciente dos homens atrás dele. Voltou‐se a enfrentar a aqueles que tinham chegado
com ele, todos sujos, todos nus. Agora que as compulsões se foram, leais e rebeldes se separavam,
olhando‐se uns aos outros com receio.
Deixando que Hyle saudasse o Rhicard, Savous falou.
— Tarlan?
— Rhaeja? — O homem deu um passo à frente, as mãos vazias agarrando onde as armas
estariam embainhadas normalmente. Tinha‐as abandonado? Todas? É obvio, Savous não tinha sua
faca habitual tampouco.
— Leva a sua gente às cavernas do sudeste. As torres de lá foram abandonadas ha mais de
um ciclo, mas os banheiros ainda devem funcionar e estou seguro de que a roupa de cama
continua nas arcas. Está em sua casa.
Os homens que não tinham vivido na cidade por décadas o olharam com cautela, mas
manteve sua atenção em sua suposto líder.
— Deixarei dito nas cozinhas que permitam se alimentar. Comer, banhar e descansar.
Reuniremo‐nos de novo amanhã de noite.
— Rhaeja? — A voz de Tarlan deteve Savous a meio caminho — O que acontecerá agora?
Por que… — Agitou sua mão — Isso se deteve?
— Para quando nos reunirmos, saberei mais. — Desta vez esperou, o suficiente para ver
Tarlan começar a levar sua gente. Chamou a seus homens e disse que fossem cuidar de si mesmos.
Para quando terminou, Jarak apareceu e se situou junto a Rhicard — Se vê tão desgastado como
eu me sinto. — Disse ao comandante.
Jarak sacudiu sua cabeça.
— Foi incrível, meu rhaeja. Assumirei por seu atual estado que a compulsão sobreveio a você
também. Não é assim?
— Absolutamente. — Começou a caminhar e Hyle, Rhicard e Jarak igualaram seu passo a seu
redor — Se apoderou da cidade?
— De todo o mundo.
— Noites?
— Quatro.
— Isso deve ter golpeado a todos ao mesmo tempo. Viu Radin?
— Não, meu rhaeja. Salin me disse que estava acordado, mas não saiu que sua suíte. Disse

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ao Salin que estava te esperando.


Deteve‐se em um cruzamento de túneis. Um lado o levaria a sua torre, o outro à caverna do
banho comum. Ao dar‐se conta que se estava arranhando a cabeça se decidiu.
— Avisará Irin? — Perguntou a Jarak — E a Salin. Traz ambos à caverna dos banhos.
— Acredito que Irin já está ali. Mas farei que alguém traga Salin.

Savous se inundou até o pescoço na água fumegante, vendo as pontas de seu cabelo flutuar
nas borbulhas que o rodeavam. Melhor que olhar a alguma das pessoas que estavam sentadas no
banheiro quente com ele. Não tinha tempo para entreter‐se.
Enquanto se banhava, digeriu outras notícias de Jarak, Nalfien, Salin e Irin. Outra, banda,
menor de rebeldes foi vista em diferentes pontos da cidade. A maioria dos homens de Jarak
estavam acampados ao redor da torre das mulheres e na praça central. Muitos tinham sido feridos
em uma emboscada muito perto da cidade, mas a mesma onda de magia divina que tinha
começado o impulso sexual também curou milagrosamente todos os feridos recentemente. Brevin
estava entre eles. Savous tomou nota mental de falar com o jovem homem.
Sua filha estava com Radin. Ele tinha desistido de pensar em sua obsessão por ele,
acreditando‐a relativamente inofensiva enquanto ele estava inconsciente. Agora…? Agora que
sabia que Radin estava vivo, igual sabia onde estava Irin em qualquer momento. Ela simplesmente
ocupava uma parte de seu cérebro, e agora Radin estava ali também.
Ou, mas bem, ele havia retornado. Um vazio que Savous se acostumou faz tempo, estava
cheio de novo. Por que isso o assustava?
Irin se sentou junto a ele, aconchegada a seu lado.
Pode senti‐lo? Perguntou, acariciando o cabelo úmido por cima do lóbulo de sua orelha.
Sim. Seus braços o apertaram mais forte ao redor da cintura. Só me falou uma vez. Disse‐me
que Eyrhaen estava bem, e depois disse que falaríamos quando voltasse.
Acredita que é ele?
É difícil não fazê‐lo. Ninguém se sentiria assim, não acha?
Ele sabia o que queria dizer. A mente de uma pessoa era singular. Embora Savous tinha
"ouvido" Radin dentro dele antes que Irin, não tinha confundido a mente dela com a sua ou a de
outra pessoa. Ambos reconheceram a voz única de Salin quando falou através do vínculo mental
com Radin.
Mas quem sabia o que podia ter passado depois de dois séculos no vazio?
— Ele não saiu. — Falou em voz alta, declarando em vez de perguntar.
— Nem deixou entrar em alguém.
Savous olhou a Nalfien.
— Poderia romper o feitiço?
Sem hesitar, o ancião feiticeiro sacudiu sua cabeça, mechas de seu cabelo branco prateado
livres na água borbulhante.
— Não. É similar ao feitiço que o protegeu as últimas duas décadas.

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— Falou com ele?


— Não.
— Acha que é ele?
Vacilação.
— Acredito que ele está ali, sim.
— Mas?
— Pelo que posso sentir, há algo além dele.
Irin se acomodou dobrando seus joelhos sobre uma das coxas de Savous. Ele acariciou sua
coxa debaixo da água, sentindo‐se cômodo em sua presença. Escutar que ela havia passado a
maior parte do tempo do sexo compulsivo com Nialdlye tinha suscitado seu interesse, mas o
esgotamento e o assunto em questão o impediram de agir sobre isso.
Olhou a Salin.
— Sente o mesmo?
O cabelo curto de Salin se pegava a seu crânio, mas os cachos começavam a definir‐se ao ir
se secando.
— Soa igual e em sua maioria se sente igual, mas sim, há mais.
Irin acariciou o mamilo de Savous.
— É compreensível. Esteve no vazio durante dois séculos. Quem sabe o que tem feito para
sobreviver.
— Ou o que fizeram. — Murmurou Hyle.
Bom, se vão preocupar‐se por mim, poderiam bem vir.
Savous se sobressaltou, como Irin. A inclinação da cabeça de Salin indicava que ele tinha
escutado também. Mas o mais surpreendente eram as olhadas impressionadas de Nalfien e Hyle.
— Ouviram‐no?
Atônito, Hyle assentiu, um sorriso brincando nas bordas de sua generosa boca. O
assentimento de Nalfien não foi tão surpreso.
Algumas coisa mudaram, foi à resposta para todos eles. Por que não limitamos as
formalidades, Rhaeja? O título honorífico foi pronunciado com respeito. Quer vir para mim? Eu iria
a vocês, mas acredito que poderia causar mais revoo que o necessário neste momento.
De acordo. Esperou que Irin ficasse de pé, logo ele mesmo o fez também, sacudindo a água.
Nos dê um momento.
Quando quiser, meu rhaeja.
Savous pensou furiosamente enquanto se secavam e colocavam a roupa. Radin tinha
utilizado o titulo honorífico duas vezes, uma declaração da fila de Savous, ainda se seus poderes
estavam evidentemente mais à frente do âmbito de influência de Savous. Ou o estavam? O que
tinha feito Radin para sobreviver?
Savous os levou da sala de banho, consciente de uma multidão de olhos sobre ele. Homens e
casais de outros grupos, os meninos que se atarefavam em suas funções. Todos os que passaram
observavam cuidadosamente, sabendo que algo de grande importância ocorria nesse preciso

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Elfos Escuros 06

instante. A cidade conteve seu fôlego coletivo, em espera dos resultados da reunião pendente.
No vestíbulo de entrada à torre em que estava a suíte de Radin, Savous se deteve. Observou
os padrões esculpidos no teto de pedra, deixando que um pensamento que tinha estado
martelando no fundo de sua mente confluísse. Voltou‐se para Hyle.
— Deve ficar para trás.
Hyle piscou, surpreso.
Savous olhou a Jarak.
— Você também.
Jarak franziu o cenho.
Savous vacilou.
— No caso de...
Deixou‐o pendurando no ar.
Eles o captaram.
Igual a Radin. Uma boa escolha. Se algo fosse ocorrer, Hyle seria a melhor opção de rhaeja
que tem. Algo disperso‐de‐mente, mas Jarak poderia mantê‐lo na linha.
Pelos olhares de todos outros rostos, Savous estava relativamente seguro de que esse
pensamento tinha sido só para ele. Saia de meus pensamentos.
Um suspiro mental. Infelizmente, no momento, não posso. Mas permanecerei calado para
que possa fingir.
Por que você…?!
Irin apertou a mão e o sobressaltou.
Olhava‐o nervosamente quando se girou para ela.
— Estava grunhindo.
Abriu a boca, mas a fechou de repente. Apertou os olhos e sacudiu um pouco a cabeça.
Uma leve risada mental quase o descontrola de novo.
Sacudindo sua cabeça novamente, concentrou‐se em Hyle.
— Se algo me acontecer, é meu sucessor. Jarak, fará tudo o que possa por ele.
Antes que Hyle pudesse protestar, Savous girou sobre seus calcanhares esforçando‐se em
não golpear a escada ao subir por volta do segundo andar. Sentia o sorriso brincando nas
comissuras de sua boca e o combateu. Radin. O irreverente quebra regras sempre tinha podido
fazê‐lo sorrir ou sentir‐se a gosto, geralmente com uma brincadeira de qualquer dos dois. Que o
tivesse conseguido agora era na verdade impressionante.
Chegou ao patamar e tomou o corredor, Irin, Salin e Nalfien atrás dele. Frente a eles, a porta
da suíte de Radin estava aberta. Antes que chegassem, Salin se adiantou a Savous, bem pelo
desejo de ver seu irmão ou por seu instinto guerreiro de sempre ser o primeiro em transpassar a
porta para fazer frente a qualquer perigo que aguardasse.
A sala exterior estava perfeitamente normal. Tão normal como qualquer sala com as cores
gritantes escolhidas por Radin pudesse estar. O fogo estava aceso ao igual a dois abajures nas
paredes, e a cortina para o jardim lateral estava aberto.

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Radin estava junto à janela.


Savous não pôde deter‐se e olhar. Via‐se igual. Umas quantas polegadas mais alto que
Savous, quase igual de largura de ombros. Levava botas suaves de camurça de um horrível
magenta e uma calça dourado brilhante apertado com uma grossa correia de pele verde caçador.
Savous reconheceu cada objeto imediatamente, tendo ajudado Irin a empacotar os artigos para
muito tempo em um esforço por aplacar sua mente. Embora o cegador cabelo branco de Radin
fosse diferente, mais comprido que a última vez que o viu em que chegava à cintura. Agora roçava
a borda de suas botas no tornozelo. Havia outras diferenças. As marcas brancas gravadas na pele
de seu peito e ventre agora eram de carmesim profundo do sangue fresco, embora tinham as
mesmas formas. Seu rosto estava desprovido de suas marcas prévias, a pele suave e negra e
irrepreensível. As linhas afiadas de seu rosto, as sobrancelhas sardônicas, nariz arqueado e boca
magnífica e generosa eram as mesmas. Os olhos… Talvez o mais surpreendente de tudo. Não havia
nada branco neles. Eram negros, onde deviam ser brancos, e sua íris vermelhas pareciam ter
estalado através do negro, mais uma estrela imprecisa que um círculo.
Encontrava‐se imóvel, deixando‐os olhar a suas largas enquanto entravam lentamente no
quarto. Compulsões beligerantes pugnavam dentro de Savous e Irin agarrou sua mão como um
salva‐vidas. Parte dele queria jogar‐se nos braços de Radin e abraçá‐lo para sempre. Outra queria
correr gritando em direção oposta. Outra mais queria juntar cada parte de poder que tinha em um
escudo para proteger‐se. Porque havia algo mais a respeito de Radin do que o olho podia ver,
como Nalfien e Salin disseram. Seu corpo podia estar ali, sua mente podia estar ali, mas algo
estava atrás e ao redor dele, por cima e na frente dele, algo invisível mas imensamente evidente.
Impressionante e aterrador e… Estranhamente reconfortante.
Finalmente se moveu. Um suspiro. Caminhou ao centro da sala, para Savous.
Reunindo sua coragem, Savous avançou para encontrá‐lo.
Detiveram‐se menos de um braço de distância. Savous lutou para não sentir‐se intimidado
pela entristecedora presença enquanto olhava um rosto que nunca tinha pensado voltar a ver em
vida.
Então esses estranhos olhos se fecharam e Radin inclinou sua cabeça, o cabelo solto caindo
para frente como cortina em seu peito.
— Rhaeja. Rhae e Seu consorte, Tohon, saúdam‐no.

Capítulo 16

Veem ver‐me.
Essa foi à essência da solicitude. E se sentia como um pedido, não tanto como uma citação.
Como nunca tinha ouvido a voz de ninguém na cabeça, exceto a sua, Nialdlye tinha estado
surpreendida quando o tom meloso de Radin a despertou. Era impossível equivocar‐se sobre

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quem se tratava. Sua alma sabia que era Radin.


Tomando seu tempo, colocou um comprido traje de lã suave e verde, com um cinturão de
corda de seda combinando, e colocou as sandálias com cordões de couro finos que se atavam
quase todo o caminho até o joelho. Estava fazendo tempo, tentando não pensar em que estava
fazendo tempo. Ele estava escutando. Não podia dizer como sabia, mas o fazia. Ao igual a tinha
sabido quando Ale’tone a estava monitorando, embora o homem que a tinha criado nunca foi
capaz de invadir seus pensamentos, Radin, ela tinha uma boa ideia, podia escutá‐la.
Depois de escovar seu cabelo e puxá‐lo em uma rabo‐de‐cavalo, não podia atrasar‐se por
mais tempo. Embora ele não disse nada, ela conseguiu a impressão distintiva de que devia ir.
Estava surpreendida pelo tremor suave em seus ossos enquanto saía de sua torre e entrava em
túnel que a levaria a dele. Dois dos guardas fora da torre de mulheres em silêncio ficaram a
caminhar atrás dela, cuidando sem obstaculizar. Não havia ninguém mais nos túneis, nem sequer
meninos brincando de correr por suas tarefas de servir.
Quando se deteve por breves instantes para agradecer a seus guardas sua atenção, um
deles, Erikin, vacilou, seus olhos negros com problemas.
— Nialdlye, sabe o que está acontecendo?
Teve que fazer uma pausa para tomar uma pausa para acalmar o golpe rápido de seu
coração.
— O que quer dizer?
Olhou para a escada que a levaria a suíte de Radin.
— Nos últimos dias. A necessidade. E agora. — Ele meneou a cabeça — Nada?
— Está acordado? — Perguntou Sorin, aproximando‐se.
— O que ouviu?
Sacudiu a cabeça, o cabelo curto branco voando sobre sua cara larga.
— Só palavras soltas da conversa, mas o comandante disse algo a respeito de seguir
observando a torre.
— O que significa tudo isto? — A atenção de Erikin se manteve nela.
Olhou‐os, pensando na série de eventos que poderiam causar que os guerreiros fortes,
seguros se preocupassem assim.
— Acredito que está acordado, sim, mas não sei mais.
Dois pares de olhos se voltaram para a escada com suas palavras, e o temor neles deu uma
pausa. Com um último tapinha no braço de Erikin, deixou‐os para subir a escada.
Podia senti‐lo enquanto se aproximava de sua suíte. Não como tinha sido com o Eyrhaen,
mas similar. Ainda era similar a aproximar‐se do sol, exceto o sol de Radin parecia menos
frenético, mais controlado que o de Eyrhaen. Ale'tone tinha tido uma presença fria que podia
sentir facilmente. Savous era uma luz cálida para todo aquele que precisasse encontrá‐lo, inclusive
ela, que não nasceu raedjour. Entretanto, Radin e Eyrhaen, sua presença era mais intrusiva, mais
como algo que tentar ignorar em vez de procurar.
A porta estava aberta e vozes murmuradas soavam dentro. Armando‐se de coragem,

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caminhou dentro.
Estavam de pé junto à porta aberta do quarto, Savous e Salin acompanhando Radin. Via‐se
tão... Vivo, quase mais real que os outros dois homens, ou talvez menos real. As cores gritantes de
sua roupa e o brilho do cabelo comprido, branco solto se destacaram, e a luz do abajur apanhou o
carmesim das marcas que gravavam seu peito e ventre, as destacando.
— Ela tem que ficar aqui. — Dizia, sua voz perfeitamente clara, apesar de que teve a clara
impressão de que estava murmurando. Sua atenção ainda em Savous, ele deu um passo para
Nialdlye — Seu controle está desgastado.
Distraído, Savous olhou o quarto, talvez ainda não consciente da presença de Nialdlye.
Salin centrou sua atenção nela imediatamente e franziu o cenho em confusão.
Radin, entretanto, voltou‐se para ela com um sorriso que mostrava uns limpos dentes
brancos.
— Nialdlye.
Não era consciente de que tinha dado um passo atrás até que ele se deteve, a metade de
seu caminho pelo quarto para ela. Seu sorriso murchou um pouco, e piscou quando se deteve.
Mas os olhos. Nunca tinha visto uns olhos assim, sem branco, só pinceladas de vermelho sobre
fundo negro com pequenos pontos para as pupilas.
— Radin?
Seu sorriso se esquentou de novo.
— Por fim nos encontramos.
Suas unhas cravou no marco da porta.
Olhou sua mão, depois se voltou para uma cadeira grande, sólida junto à lareira quando
Savous levou Irin à sala.
Irin viu Nialdlye e correu a seu lado.
— O que está fazendo aqui? — Deslizou seus dedos na mão livre de Nialdlye. A tintura
vermelha no branco ao redor de sua íris de cor vermelha e o grupamento de suas pestanas úmidas
pálidas disse a Nialdlye que sua amiga tinha estado chorando.
— Eu pedi que viesse. — Radin se sentou na cadeira, claramente acomodando‐se — Tem
que escutar isto tanto como o resto de vocês.
Irin fechou a boca que tinha aberto para protestar.
— Por favor. — Continuou Radin, assinalando as outras cadeiras e o sofá — Sentem‐se.
Irin se sentou entre Nialdlye e Savous no sofá. Salin tomou a outra cadeira.
Incapaz de suportar o silêncio, Nialdlye perguntou a primeira coisa que ocorreu.
—Eyrhaen está bem? — Surpreendente, mas sabia que a jovem era tanto o centro de tudo
isto como era Radin.
Radin a olhou, depois olhou Savous.
— Ela deve estar bem.
—“Deve estar”. — Savous repetiu, obviamente tendo escutado esta resposta já e sem gostar
muito mais a segunda vez.

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— Se obtiver o controle dos dons que lhe deram. Então vai estar bem. — A voz de Radin foi
paciente, precisa. Um tom de professor.
— E você deu estes dons? — Perguntou Savous.
— Sabe que não o fiz.
— Não sei nada disso.
Irin apertou os dedos de Nialdlye, provavelmente fazendo o mesmo com os de Savous.
— Eyrhaen nasceu com os dons que tem. — Respondeu suavemente Radin — Dados pela
mesma Rhae como uma esperança para o futuro. Por desgraça, ou talvez, por sorte, foi incapaz de
controlar esses dons sozinha.
— Por sorte? — Gritou Irin.
Nialdlye viu o olhar próximo que a outra mulher deu a Radin, sentiu o medo e a ira saindo de
sua amiga. Pelo olhar de dor em seus olhos, Radin também o viu. Ou talvez o sentia. Se pudesse
falar na mente de Nialdlye, era razoável que podia fazer o mesmo com Irin. Tendo em conta que
uma vez tinham sido amantes, ele estaria mais em sintonia com seus sentimentos.
— A incapacidade de Eyrhaen para controlar seus presentes trouxe consigo mudanças que
deveriam beneficiar a todos nós.
— Vai ter que explicar isso. — Salin quase grunhiu.
Radin assentiu com a cabeça, sem fazer nada acariciando a queda do cabelo que tinha tirado
de um ombro à piscina em seu colo.
— Só por Eyrhaen Rhae foi capaz de retornar a seu povo. Sua perda de controle
proporcionou o catalisador para voltar a abrir um condutor adequado entre a terra e o divino. —
Seu olhar posou em Irin — Minha primeira preocupação é ajudar Eyrhaen tanto como seja
possível. É o desejo de Rhae que sobreviva a isto intacta.
Savous se inclinou para frente.
— Assim foi Rhae aguilhoando‐a todo o tempo?
— Liderando‐a, sim.
— Onde se encaixa nisto?
Um triste sorriso curvou os lábios.
— Eu sou o condutor.
Tomou um momento a todos processar isto, durante o qual ele simplesmente seguia
sorrindo.
— Condutor?
— Sim.
— Explica.
— Me permitiu voltar a ser um porta‐voz de nossos deuses e um guia para nosso povo.
Nialdlye franziu o cenho diante a menção de nossos deuses, mas Savous não tinha
terminado com suas perguntas.
— Está sendo muito cuidadoso com suas palavras.
Radin riu entre dentes.

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— Sim. Sou.
— Por que necessitamos um guia? O que acontece ao vetriese?
Radin negou com a cabeça.
— Essa avenida foi corrompida por outra divindade quando deixei este mundo. Após,
reduziu‐se o uso de poderosos feiticeiros de outras raças. Já não pode ser de confiança.
Nialdlye piscou, certamente Ale'tone foi um desses feiticeiros. O que havia acontecido a
Radin que tinha permitido usar o vazio?
— Entretanto, supõe‐se que devemos confiar em você?
Radin encontrou o olhar de Savous, impressionante poder brilhando no ar entre eles.
— Com o tempo, espera‐se que possam confiar em mim. Uma vez mais.
Irin fungou. Nialdlye olhou a sua amiga. Uma queda de cabelo branco tampou a face. Mas
ela estava chorando. Em voz baixa.
— Irin. — A voz de Radin foi suave, cheia de emoção.
— Não. — Irin negou com a cabeça, sem levantar a vista — Não faça isso. Como sabemos
que você é inclusive você? Esse poder... Foi forte antes, mas não assim.
Radin suspirou.
— Era necessário para mim mudar para sobreviver. — Olhou a um lado, pensativo. — Mudar
para voltar.
— O que acontece Eyrhaen? É uma “porta‐voz” também?
— Não. Embora, com o tempo, poderia sê‐lo. Mas primeiro tem que dominar o que lhe deu.
— Assim temos que te aceitar como um supremo sacerdote de nossos deuses? —Perguntou
Salin.
Nossos deuses? Uma vez mais, a Nialdlye não deu a oportunidade de perguntar.
— Algo assim, sim. — Concordou Radin.
Salin soprou.
— Eles se deram conta da ironia de te retornar a nós como um conselheiro espiritual?
Isso fez que começasse um sorriso no rosto de Radin, que se ecoou em Salin mesmo.
— Engula‐o para colação enquanto estava sendo preparado, mas os deuses se saem com a
sua.
Savous e Irin não estavam tão dispostos a unir‐se ao estado de ânimo mais leve incitado
pelos irmãos. Libertando os dedos de Nialdlye, Irin se afundou contra seu companheiro
verdadeiro, cedendo às lágrimas tranquilas.
Quando a ouviu, o sorriso de Radin morreu.
O silêncio incômodo permitiu a Nialdlye a oportunidade de fazer sua pergunta.
— Por que disse “deuses”?
Aqueles olhos estranhos se centraram nela.
— Digo “deuses” porque Rhae agora tem um consorte. Ou mas bem, encontraram‐se um ao
outro. Ele é o Deus de seu povo, Tohon.
A mandíbula do Nialdlye caiu.

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— Tohon?
— Foi quem os uniu. Eles sabiam um do outro, mas até que você e suas visões no vazio não
se deram conta um do outro. A dor de Tohon pela perda de seu povo e a preocupação de Rhae por
sua separação dos raedjour os uniu. Aliaram‐se, e juntos, enviaram‐me que volta como um guia
para seus desejos.
Olhou a Savous, cuja atenção se centrou em sua companheira verdadeira, mas sem dúvida
estava escutando.
— Há outras mudanças, mudanças positivas que trouxeram também. Uma vez que Eyrhaen
tenha aprendido a ter controle, ela e eu podemos trabalhar juntos para permitir que outras
pessoas entre as mulheres trocadas tenham filhas.
Isso atraiu a atenção Savous o suficiente para olhar para cima.
— Pode ser certo para todas as mulheres. Com o tempo, não deveríamos necessitar
mulheres humanas para nos propagar. Apesar disso a capacidade de cruzamento se manterá. Eles
preveem mudanças a nossa gente que eventualmente nos permita caminhar na luz do dia
também.
Nialdlye, que tinha conhecido o calor do sol, viu esta compreensão sumir nos três que se
ocultaram dele pelos séculos de suas vidas. Inclusive Irin, embora nascida humana, tinha crescido
com os raedjour e não recordava nenhum momento no sol. Talvez Radin tinha razão. A mudança,
embora muitas vezes dava medo, frequentemente era uma coisa muito boa.
Radin sorriu, e ela teve que perguntar se tinha escutado seu pensamento.
— O que se espera de mim? — Perguntou Savous depois de um comprido momento.
— Espera‐se que seja exatamente o que é, rhaeja dos raedjour. Estão muito orgulhosos de
você e de tudo o que obteve. Ela está particularmente orgulhosa de seu eleito. — As palavras
tinham um som extra para eles, um eco que não foi uma repetição do som, e sim uma ênfase
emocional. Um molesto sentido fez Nialdlye perguntar se tratava de um truque de magia, similar
às mentiras que Ale'tone diria aos humanos ocasionais para conseguir o que queria. Mas o
coração e a alma de Nialdlye não podiam acreditar. Houve um amor aí que só podia ser divino, e
era maior que qualquer homem.
As lágrimas rodaram pelas bochechas de Savous quando pôs sua bochecha sobre a cabeça
de Irin. Sua companheira verdadeira tinha cedido aos soluços, à face afundada na curva do
pescoço de Savous.
— Eles sabem que tem feito todo o possível em tempos extremamente difíceis. —Continuou
Radin suavemente — Não ocorreria te suplantar. Ainda o necessitam. A todos vocês.
Tomou um momento, mas finalmente Savous engoliu e levantou a cabeça.
— Isto é muito no que pensar. — Sem envergonhar‐se, chegou até esfregar seus olhos para
limpá‐los — Sugiro que tomemos um tempo e nos reunir de novo mais tarde.
Radin assentiu com a cabeça.
— Uma excelente ideia.
Todos se levantaram, e Radin tomou os três passos que o puseram cara a cara com Savous.

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Chegou a cobrir a mandíbula do homem um pouco mais baixo, apesar de que Savous recuou.
— Não posso ser o que era. — Murmurou, uma dor muito mortal cantou em seu tom de voz
— Mas cada lembrança e cada emoção de nosso tempo juntos segue sendo meu.
De repente, Savous parecia muito mais jovem e menos experiente do que Nialdlye o tinha
conhecido. Isto deve ser como se pareceu quando era aprendiz deste homem. Amigo. Amante.
A outra mão de Radin se levantou para a face de Irin, inclinou a sua para que pudesse olhar
aos dois. Talvez as lágrimas não eram possíveis para esses estranhos olhos negro e vermelho, mas
Nialdlye pensava que devia haver alguma.
— Não podemos ser o que fomos. Ocorreram muitas coisas. Mas isso não significa que deixei
de amar a ambos.
Irin se afogou. Por um instante, Nialdlye pensou que cairia no abraço de Radin, e que Savous
seguiria. Mas não. Depois de um longo e doloroso olhar, Radin deu um passo atrás, deixando cair
às mãos aos lados. Savous passou a língua pelo lábio inferior, sua forma mais como o rhaeja que
Nialdlye conhecia. Assentiu, deslizou um braço sobre os ombros de Irin, e se levou a sua
verdadeira companheira do quarto.
Radin os viu partir, resignada agonia escrita em seu rosto.
Salin deu um momento e depois deu um passo para a porta, distraindo‐o.
— Eu sabia que ia estar de volta. — Salin sorriu em silêncio — É lógico que teria que
exagerar.
A risada de Radin foi curta e dura, mas Salin fazia o que queria. A borbulha de tensão se
rompeu.
— Esse sou eu. Não sei como fazer nada parcialmente.
Com um sorriso mais amplo, Salin assentiu.
— Nialdlye?
Encaminhou‐se para ele, com a intenção de deixar levar a da sala.
A voz de Radin a deteve.
— Ficaria?
Salin a viu tremer. Ela viu a preocupação em seus olhos. Sabia que ia tirá‐la do quarto se o
desejava. Mas então olhou por cima do ombro e não podia fazê‐lo. Assentiu. Salin partiu sem dizer
uma palavra.
A porta se fechou com um click atrás dele, mas havia passado um momento muito comprido
desde que Salin a tinha fechado.

Capítulo 17

Ela estava em seus braços antes que o pensamento consciente a levasse ali. Poderia ter sido

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um impulso divino? Talvez. Tinha sido obrigada? Ela não podia incomodar‐se a prestar atenção
uma vez que seus lábios se abriram debaixo dos dele e sua língua estava irmanando‐se com a sua.
Escutou seu grunhido e sentiu o suspiro de alívio que estremeceu através dos duros
músculos em seus braços. Cabelo branco sedoso caiu em cascata sobre seus ombros quando a
inclinou, comendo de sua boca, ambos trabalhando para respirar ainda enquanto lutavam por
estar um dentro do outro. Deuses! Ela tinha querido isto tanto tempo. Através dos beijos e
abraços de muitos outros amantes, havia um desejo subjacente que cada um deles fosse este
homem, desesperada quando tinha conhecido esse desejo. O ter realmente em seus braços era
emocionante para sua mente.
Como terminaram no tapete diante da lareira, não sabia nem se importava. Só importava
que uma vez que estava sobre suas costas, pude abrir as pernas e as envolver firmemente ao
redor de sua cintura. Quão único importava era que, de joelhos, suas mãos estavam livres para
vagar pelas costas, os lados, livres para cobrir seus seios, e fazer que se lamentasse de não ter
colocado um vestido mais curto.
Seus lábios se separaram dos dela, e ela ofegou para o teto quando sua língua riscou uma
linha úmida ardente na garganta até que seus dentes podiam afundar‐se na carne de seu ombro.
Agonizante necessidade a obrigou a cravar as unhas nas costas, a suas costas a arquear‐se de
forma que ela o tocou tanto como foi possível.
— Nialdlye. — Sua voz era profunda e muito mais real e imediata do que tinha sido em
nenhum momento da reunião com Savous. Fortes dedos se apoderaram da linha do decote de seu
vestido e puxaram. Botões saltaram sob o assalto, deixando ao descoberto seu seio a sua atenção
voraz.
Radin! Sua boca só poderia formar gemidos.
Sim!
Sua voz em sua mente a confundiu. Deu um momento para fazer uma pausa. Sua cabeça
caiu para um lado, o olhar fixando‐se na porta entreaberta do quarto.
— Espera.
Ignorou‐a, mas sabia que a escutou. Seus dentes morderam no mamilo, um pouco mais à
frente do ponto de dor, só o suficiente para fazê‐la suspirar e perder seu trem de pensamento por
outro pulsar.
Mas não podia negar o que sua visão imprecisa viu. A porta do quarto. Além disso, Eyrhaen.
— Radin, para.
— Ela não despertará. — Murmurou em seu decote, uma mão amassando seu seios
enquanto empurrou seus quadris contra os seus.
Tremendo, engoliu e obrigou a seus braços e pernas cair de seu apertado agarre sobre ele.
Sem descanso, freou em sua excitação, deixando que seu desgosto tomasse prioridade.
Para um raedjour, isso poderia ser tão eficaz como um banho de água gelada.
Obstinadamente, ele lambeu o interior da curva de um seios, mas quando ela não respondeu,
suspirou, apoiando a testa sobre o esterno.

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Elfos Escuros 06

— Não faça isto.


— Tenho que conhecer sua parte nisto.
— Nisto? — Ele apertou seu seio outra vez enquanto inclinou seu rosto para olhá‐la. O
vermelho nos olhos girou brandamente ao redor dos pontos sólidos de suas pupilas — Ela não tem
parte no que está entre nós.
Seu coração se cresceu com suas palavras, na necessidade crua que viu em sua expressão.
— Disse que ela precisava permanecer aqui.
Seu olhar se entrecerrou, deixando cair sua atenção ao queixo.
— Ela tem que fazer.
— Tem que ficar com você.
— Sim.
— Por quê?
— Sou o único que pode ensinar a controlar os dons que lhe deram. — Inclinou a cabeça de
volta a seu mamilo.
Não disposta a sucumbir à distração, pôs suas mãos debaixo dela e empurrou a si mesmo
por debaixo dele. Ele fechou os olhos e suspirou, levantando‐se um pouco para permitir escapar.
Ela seguiu seu caminho, arrastando‐se rapidamente para trás sobre suas mãos e traseiro até que
suas costas tropeçou com uma das cadeiras pesadas. Uma vez ali, abraçou os joelhos e o viu
ajoelhar‐se frente a ela, mas olhando as chamas na lareira.
— Por que me chamou aqui?
Seus olhos saltaram a sua face, de repente intensos.
— Desejo‐a.
Ela engoliu saliva, duramente golpeada pelo calor em seu olhar.
— E Eyrhaen?
A intensidade se sangrou até a moléstia.
— Tenho que ajudá‐la.
Notou as diferenças no que disse, mas ainda não tinha entendido completamente.
— É sua aprendiz agora?
— Sim.
— É algo mais?
Não estava segura do que estava perguntando, mas tocou a fibra sensível nele. Seu grunhido
suave enviou um fragmento de gelo através de seu coração.
— Sim.
— Que mais?
Ele negou com a cabeça.
— Não importa.
É possível que não o tivesse conhecido tão bem como as outras três pessoas que acabavam
de estar na sala, mas estava segura de que o estava lendo corretamente.
— Acredito que é importante.

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Elfos Escuros 06

— Nialdlye, por favor. Quero‐a. — Se inclinou para frente, apoiando um braço mais perto
dela — Não tive a oportunidade de passar suficiente tempo com você antes, e me matou não
poder te tocar. — Se aproximou um pouco mais — Não negue o que tanto desejamos.
Ela manteve abraçadas seus joelhos.
— Me diga o que é que não quer que eu saiba.
Fez uma careta, recuando um pouco.
— E se te dissesse que não há nada?
— Estaria mentindo. Deveria mentir o porta‐voz de nossos deuses?
Frustrado, sentou‐se de novo, desta vez completamente, para pôr as costas contra a cadeira
contrária.
— Não posso mentir. — Passou seus dedos pelo cabelo, irritado ao ver que teve que
manobrar porque tinha arrumado para sentar‐se em grande parte do mesmo — Não pode
imaginar a quantidade de mudanças que são para mim.
Ela podia. Tinha ouvido falar de suas façanhas mais famosas. Tão estranho que se tratava de
um homem de lenda. Este era um homem que tinha morrido. Este era um homem que tinha vindo
a ela como um espírito em um momento no que mais necessitava um amigo. Este foi o homem do
que se apaixonou sem conhecê‐lo adequadamente.
Ele se sobressaltou, depois esses olhos estavam postos nela de novo.
Ela franziu o cenho.
— Deixa de escutar meus pensamentos.
Ele sorriu.
— Sou novo nisto. Não encontrei a maneira de controlar tudo. — Inclinou a cabeça — Não
quis escutar.
Para cobrir seus nervos, subiu à cadeira de suas costas, queixando pelos botões
desaparecidos na parte dianteira de seu vestido — Não sei o que está acontecendo. Estou confusa.
— Eu também.
— Você sabe tudo o que está ocorrendo.
— Sei tudo o que se supõe que deve acontecer. — Cuidadosamente corrigiu, empurrando‐se
para sentar‐se em sua cadeira também — Eles têm planos muito definidos, mas inclusive Eles
sabem que há certa quantidade de concessões. Não sei o futuro. Só tenho uma hipótese muito
boa.
Ela se pôs a rir, olhando a seus joelhos.
— Isso deve ser frustrante.
— Assim é. Sobre tudo sabendo que estou preso a uma mulher quando quero a outra.
Seu coração se deteve.
— Preso?
— Não posso negar que fui vinculado a Eyrhaen. Por seu próprio bem. Pelo bem de todo o
mundo. Fui enviado de volta para ajudá‐la a nos ajudar.
Nialdlye fechou os olhos. Tinha sentido, mas não era o que queria saber.

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Elfos Escuros 06

— É seu verdadeiro companheiro?


A expressão de sua face disse tudo, mas pronunciou a palavra.
— Sim.
Um companheiro verdadeiro não significava um matrimônio por amor. Nialdlye sabia. Pelo
geral, os que foram vinculados se apaixonaram, às vezes imediatamente, às vezes se necessitaram
séculos. Também sabia que uma união verdadeira não significa fidelidade. Casais unidos davam a
bem‐vinda a outros em suas camas todo o tempo, especialmente durante o cio da mulher. Mas os
casais verdadeiros, já seja apaixonados ou não, dedicados o um ao outro ou não, compartilhavam
um vínculo que Nialdlye nunca tinha visto antes, inclusive sem o fato de que não eram férteis mais
que entre si. Não havia dúvida de que a união era uma bênção divina, e dava ao casal um vínculo
inegável.
É o verdadeiro companheiro de Eyrhaen.
— Isso é o que queria que eu não soubesse.
— Ainda não.
Um amargo sorriso enroscou uma das esquinas de sua boca.
— Melhor foder‐me em primeiro lugar.
— Nialdlye...
Ficou de pé.
— Infelizmente, ficou sem sorte. Se tratasse de alguém que não fosse Eyrhaen... — Sacudiu a
cabeça — Não. Eu não o farei.
Agarrou‐a pelo braço antes de chegar à porta. Calor brilhava entre eles, fazendo que
reconsiderasse brevemente sua decisão quando seus joelhos ameaçaram derretendo‐se.
— Não faça isto. Fique aqui. Permita‐me explicar isso.
— Não há nada que explicar. Se houver um laço entre você e Eyrhaen a esse nível, não
quero ser parte disso.
— Nialdlye...
— Não. — Puxou o braço, incapaz de olhá‐lo enquanto se dirigia à porta — Não.

Capítulo 18

Savous deixou as cavernas do sudeste, muito impressionado. Junto a ele, caminhava


tranquilamente Radin, aparentemente não afetado pelo milagre que acabava de realizar.
Quase um milagre, veio à tranquila ideia à mente de Savous.
Não estou de acordo. Na metade de uma noite, obteve mais em ir através deles que o que eu
consegui em dois séculos.
Caminhavam sozinhos através dos túneis vazios em seu caminho de volta à cidade
propriamente dita. Nem Jarak nem Salin tinham ficado satisfeitos com a decisão, mas Savous e

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Radin tinham ido ver os rebeldes sozinhos. Savous tinha perguntado pela sabedoria do movimento
ao princípio, mas agora sabia que não poderia ter estado mais seguro. A mera presença de Radin
reduziu os homens com temor. Os homens que tinham desprezado a presença de Savous tinham
estado a seu lado, aceitando suas palavras, aceitando suas condições para seu retorno à cidade
sem questionar. Até recentemente, tinham acreditado que ele tinha roubado a sua deusa. Ao
parecer, uma vez que a evidência de sua volta se apresentou, tudo foi perdoado. Não estava
seguro de poder confiar nisso, mas era um começo.
— Assim. — Falou em voz alta a Radin pela primeira vez em toda a noite. Todas suas
comunicações quando tinham falado entre os rebeldes tinham sido de mente a mente e em
grande medida do tema — É porque estiveram desconectados da cidade, e por isso foram mais
sensíveis a ela em sua presença?
— Sim. — Radin alcançou a reunir sua abundância de cabelo solto em um rabo. Igual a
Savous, levava uma túnica negra tradicional de Estado sobre as calças e as botas. Contra sua
norma, toda sua roupa era em negra e cinza em vez de seu tumulto preferido de cor — Essa
mesma sensibilidade os levou a ser atraídos à cidade durante os ciclos passados. Isso, e Eyrhaen
alcançando a maturidade.
Savous assentiu, finalmente, recebendo a confirmação de que Eyrhaen tinha sido parte da
razão.
— Há algo que poderíamos ter feito?
— Não. Quando os homens saíram da cidade, deixaram o pouco que ela ficou aqui. Ao
nascer da Deusa, sua saúde mental só pode sobreviver durante um tempo.
— Mas os homens viveram fora da cidade durante séculos.
— É certo, mas no passado sua influência cobriu o Bosque Escuro e toda a gama da
Montanha Rhaen. Quando ela se foi, Sua influência se reduziu a só à cidade — Retorceu o cabelo e
deixou que o nó resultante descansasse entre as omoplatas.
Tinha sentido. Tinham descoberto rapidamente depois da "morte" de Radin que seu
conhecimento do bosque e as montanhas se deteriorou.
— Durante todo este tempo, estivemos lutando por nada.
— Não é certo. Inclusive se os tivessem deixado voltar para a cidade, ainda teriam
acreditado o mesmo de você e da deusa. Não teriam estado a salvo deles.
— Suponho que tenho a sorte de que manifestassem verbalmente suas crenças e se foram
quando o fizeram.
— A cidade está em larga sintonia com você agora. Sente‐se mais como rhaeja que quando
fui.
Savous se deteve. Radin deu dois passos, e se voltou para ele. Durante duas noites tinham
dançado em torno do tema, mas agora estavam sozinhos.
— Estivemos a ponto de morrer sem você.
Um triste sorriso jogou com a comissura dos lábios de Radin.
— Nem você nem Irin são capazes de morrer de um coração quebrado. Além disso, tinham

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um ao outro e uma união verdadeira.


— Amávamo‐nos.
— E eu os amava. Não acredito que pudesse ter sacrificado se fosse o contrário.
O coração de Savous se rasgou.
— Morreu?
— Não. Valanth morreu. Fui testemunha de sua alma fazendo implosão. Ela me salvou disso.
— Ela sabia que podia te enviar de volta?
— Não acredito. Mas ela sempre foi engenhosa. Não é como ela perdesse nada.
Savous se aproximou, não de tudo tocando, mas precisando ver se estar perto podia ser da
mesma maneira que o recordava.
— Como sobreviver sem ficar louco?
— Quem diz que não o fiz? — Radin chegou a sacudir o que poderia ter sido pó real ou
imaginário do ombro de Savous. Sua mão se manteve, um peso cômodo — Minha mente e minha
alma se submeteram a um sem número de evoluções nesse vazio.
Savous procurou esses olhos estranhos nessa cara dolorosamente familiar.
— É você?
— Sim e não. — A parte posterior dos nódulos de Radin esfregou a mandíbula de Savous — É
a maior parte da razão pela que não podemos ser o que fomos.
Savous assentiu, seu olhar caído às marcas vermelhas no peito de Radin.
— Isso. E minha filha.
A mão de Radin caiu.
— Sim.
— São companheiros verdadeiro?
— Sim.
Deu um passo atrás, fora do alcance da mão.
— Mais crueldade Dela.
— Sim. Mas o vínculo era essencial para reduzir a brecha e permitir que Eles voltassem.
Savous assentiu. Radin tinha insinuado tanto nesse sentido.
— Não posso dizer que me sinto cômodo com isto.
— Isso é compreensível.
Começou a caminhar para a cidade.
— Vai cuidar dela.
Radin estabeleceu o passo com facilidade, tanto como nos velhos tempos.
— É uma de minhas principais diretrizes.
— Não faça mal.
Radin suspirou.
— Infelizmente, não posso prometer isso.
— O que?
Radin seguiu caminhando quando Savous se deteve.

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—Temo que não posso evitar machucá‐la.


Savous o alcançou e agarrou o braço de Radin para detê‐lo.
— O que quer dizer?
— Sua filha tem um excesso de poder que não aprendeu a controlar, assim como um sentido
exagerado de sua própria valia. Não acredito que possa evitar machucá‐la para transformá‐la no
que deve ser.
— E o que deve ser?
— A mulher primogênita raedjour.
— Já é isso.
— E é um papel ao que ela terá que adaptar‐se constantemente, para cumprir.

Capítulo 19

— Alguma mudança? — Perguntou Alrek.


Brevin negou, olhando para o túnel.
— Nenhuma. — A trinta passos da entrada contrária da caverna, dois homens armados
montavam guarda nos túneis das cavernas ao sudeste, na atualidade território dos rebeldes.
Durante a última lua, a seção não utilizada da cidade estava viva outra vez com a comunicação
provisória, mas contínua em curso com a cidade central. Savous e Radin permitiram a ambas as
partes pôr guardas, mas o dever era aborrecido. Com Radin acordado e difundindo sua influência,
a animosidade entre as duas partes se reduziu aos enganos cometidos no último século ou assim
em vez das razões iniciais para a rebelião.
Brevin estava contente de não saber quem tinha impulsionado uma folha em seu coração.
Não estava seguro de poder perdoar esse ato em particular. Lanthan era mais que provável que
soubesse, mas não perguntou, por isso Lanthan não o diria.
Fazendo‐se a um lado, Brevin se estirou quando Alrek tomou seu posto. No outro lado da
entrada, Trev relevou Lanthan.
— Mensagem para você. — Disse Trev a Lanthan — De Suzana. Quer vê‐lo esta noite.
Lanthan agradeceu, assegurando as correias das adagas colocadas em seus antebraços. Na
cidade, estranha vez as manteve frouxas e prontas.
Despedindo‐se de seus substitutos, Brevin e Lanthan se dirigiram à cidade propriamente
dita. Houve uma mudança na cidade agora, não física e sim emocionalmente. Brevin não se deu
conta completamente do humor negro que tinha persistido até que começou a dissipar‐se. Ou
talvez foi a presença dos deuses. Quanto mais aprendia do deus Tohon, mais gostava. Ele
proporcionou uma contrapartida de Rhae que poderia ter sido necessária há milênios. Além disso,
como a maioria dos raedjour, Brevin acreditava que todos devem ter um casal, inclusive se não

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acreditasse que todo mundo conseguiria um.


Ele tinha dois. Ele, Tykir e Lanthan se mudaram, finalmente, à mesma suíte juntos. As coisas
não pareciam tão bem sem Eyrhaen, mas eram mais pacíficas. Os três, ao menos, aproximavam‐se
de um acordo com o fato de que já não era dela.
— Vai ver sua mãe agora?
Lanthan encolheu os ombros.
— Poderia também.
Brevin assentiu.
— Até mais tarde.
Lanthan deu uma cabeçada, depois se voltou para um túnel lateral que o levaria para o lugar
onde viviam seus pais.
Brevin deu passo ao pensamento de ver sua própria mãe, mas decidiu visitar seu irmão em
seu lugar. Talvez levaria Jesen ao campo de práticas e o golpearia. Sorrindo diante a ideia, trocou
de direção e se dirigiu às cozinhas onde Jesen provavelmente estava no serviço. Se não, alguém aí
saberia onde encontrá‐lo.
Dobrou uma esquina e se deteve. Aí estava Radin. Não tinha tido nenhum contato pessoal
com seu tio até o momento, sempre entre a multidão quando o ouviu falar. Mas não havia uma
pessoa entre os raedjour que não o conhecesse ao vê‐lo. O túnel estava vazio, estranho em si
mesmo tão perto das cozinhas. Brevin suspeitava que o homem teve algo haver com isso.
Inclinava‐se casualmente na parede de pedra lisa, claramente esperando. Quando sua cabeça se
voltou e seus estranhos olhos de cor vermelha e negra caíram sobre Brevin, estava claro que
estava esperando.
— Não acredito que possa ser outro que o filho de Salin.
Inseguro de como reagir diante disso, esperou.
Radin o olhou de cima abaixo, notando a forma em que a mão de Brevin estava pronta perto
de sua espada curta. Sorriu.
— Posso falar com você um momento?
Assentiu e deu um passo para frente, relaxando o braço. Não se sentia ameaçado,
exatamente, e estava seguro de que a magia do outro homem o protegeria embora Brevin
estivesse afastado. Mas Radin era desconhecido e muito potente, o que causou que os instintos de
Brevin golpeassem. Também tinha problemas para esquecer o fato de que ele tinha tido Eyrhaen
presa durante a última lua, por longos nove dias.
— Escutei um pouco sobre você. — Começou Radin, como se não se desse conta de que
Brevin estava acalmando‐se — É possível que não signifique nada para você, mas devo dizer que
estou orgulhoso de você. Meu irmão e sua companheira verdadeira não podiam esperar por um
filho mais inteligente.
Brevin desfrutou do elogio com um pequeno sorriso.
— Você e seus dois amigos são, sem lugar a dúvidas, o mais notável exemplo do trabalho em
equipe que o raedjour viu em muito tempo, provavelmente. — Riu entre dentes — Realmente,

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depois de tudo, tendemos a ser uma raça solitária.


Deu outro passo para Brevin, e notou que em vez de sentir‐se mais ameaçado, sentiu‐se
mais tranquilo. Um produto da magia do homem? As bênçãos divinas que levava como um
manto? Ou simplesmente seu próprio encanto natural? Tudo o que tinha ouvido falar de Radin
antes de sua volta tinha sido positivo, e não houve dúvidas em sua mente de que seu pai tinha
amado a seu irmão sem condições. Brevin só podia esperar que o homem diante dele fosse de
fato o mesmo do passado de seu pai.
— Deixa de pensar tanto, Brevin. Não sou nenhuma ameaça. Pelo contrário, acredito que
poderia necessitar sua ajuda.
— Minha ajuda?
— Suas e de seus amigos. Segundo todos, você, Tykir e Lanthan levaram a pior parte dos
dons de Eyrhaen durante os últimos ciclos. Se souberem ou não, ganharam a nossa gente um
pouco de tempo.
Brevin franziu o cenho.
— Faz Eyrhaen soar perigosa.
— OH, ela é. Viram seu autocontrole erodido de primeira mão.
— Só estava perdendo o controle porque estava tentando fazer o que ninguém mais podia.
— Franziu o cenho, avançando com passo ameaçador — Estava tentando usar magia que ninguém
entendia, e teve que lutar pela permissão para usá‐la. Qualquer pessoa pode ter problemas com o
controle nessas circunstâncias.
O sorriso de prazer de Radin jogou sua ira fora de pista.
— Está completamente certo. Mas isso não nega o fato de que era uma ameaça. Era o farol
que atraiu os rebeldes a lutar. Sua mera presença pôs a todos em perigo.
A confirmação do que tinha suspeitado frequentemente não fez Brevin sentir‐se melhor.
— E por que a Deusa faria isso a ela?
Radin negou com a cabeça.
— Não foi de propósito, Brevin, asseguro isso. Rhae fez o que pôde nos breves momentos
antes que a levassem. Ela esteve fazendo todo o possível para voltar. Por desgraça, isso incluiu o
uso de Eyrhaen como um ímã, tanto para ela como para seu povo.
— Isso quase a deixou louca.
Radin assentiu.
— Por isso estou aqui. Minha meta principal é ajudar Eyrhaen a aprender a controlar o que
lhe deu, a usar seus poderes da melhor maneira para os raedjour.
Brevin engoliu a pergunta que realmente queria fazer e perguntou em troca
— Estará bem?
Radin o estudou por um momento antes de responder.
— Acredito que sim. Ela tem uma vontade muito forte.
Brevin se permitiu um pequeno sorriso de estar de acordo.
— Como se sente? — Ele assentiu com a cabeça para indicar a cicatriz justo no centro do

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peito de Brevin, a que coincidia com uma cicatriz um pouco maior nas costas — A cura foi
completa, não?
Surpreso, Brevin frisou os dedos de sua mão esquerda em um punho.
— Está bem. Como sabe?
— Que esteve a ponto de morrer? Sei muitas coisas sobre esse momento no que foi curado.
Foi o momento em que retornei, o momento em que Rhae e Tohon restabeleceram o contato com
este mundo. Foi um momento em que o impossível se fez possível, e um momento em que
Eyrhaen poderia ter obtido quase tudo. — Inclinou a cabeça para um lado, o longo rabo de seu
cabelo preso balançando‐se atrás de suas costas — Foi importante em sua mente. Escolheu te
curar. Não estou seguro de que fosse um pensamento consciente por sua parte, mas sabia que
estava ferido, possivelmente morrendo, e ela o queria são.
Brevin piscou, olhando fixamente nos olhos estranhos sem branco de seu tio.
— Nem sempre nos damos conta, mas há pessoas que são de grande importância para nós.
É possível que inclusive nos tenhamos convencido que não sentimos o que sentimos por eles. É
um traço que inclusive os deuses às vezes compartilham. — Radin deu um passo mais, olhando
nos olhos de Brevin. Já não procurando. Parecia ter encontrado o que procurava nele — Não se dê
por vencido com ela, Brevin. Os três. Não importa o que ela diga.
Não sabia como responder, por isso não o fez. Este homem, seu companheiro verdadeiro,
estava dizendo que não se desse por vencido? Radin o estudou um segundo mais, depois sorriu,
voltou‐se e começou a afastar‐se.
— Espera.
Obediente, Radin se deteve e se voltou para olhar para trás a Brevin a meio caminho.
— Disse que necessitaria minha ajuda.
— Farei‐o. Mas não agora.
— Quando poderemos ver Eyrhaen?
Isso fez o sorriso de Radin mais amplo.
— Logo que possa dirigi‐lo, assegurar‐me‐ei de que possa vê‐la. Enquanto isso, pensa no que
pode esperar dela.
Uma dúzia de perguntas revoava pela mente do Brevin, mas não perguntou nenhuma delas
ao ver recuar seu tio, girar no canto e desaparecer. Parado ainda revisou a conversa, notando as
frases mais importantes que Radin tinha utilizado.
Esquecendo sua missão de zombar de seu irmão, Brevin girou e correu para encontrar Tykir.

Capítulo 20

Eyrhaen piscou despertando, encontrando‐se que a seu lado estava Radin completamente
vestido. Quão último recordava, era vê‐lo completamente nu e com o cabelo despenteado pelo

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suor. Franziu o cenho


— Fez que durma outra vez.
— Sim.
Recuou levantando os cotovelos. Ela ainda estava nua.
— Por quê?
Ele ficou de pé e foi para a sala principal da suíte.
— Fui procurar o jantar.
— Não. — Ela retirou a manta que a cobria fazendo que suas pernas ficassem pendurando
pelo lado da cama — Não. Não o fez.
Enquanto saía pela porta, ele encolheu os ombros.
— Saí para fazer uma coisa.
Enquanto apertava os dentes, ela irrompeu na sala atrás dele.
— Não volte a fazer que durma cada vez que você saia do quarto.
Desesperadamente, tratou de manter‐se calma enquanto se agarrava atrás da grande mesa
estado acostumada repleta de comida para duas pessoas. Sua atenção se deteve nas partes da
fruta galpa que ele mostrava enquanto repartia um filete grosso de carne Yarin.
— Tenho que estar seguro de que não vai vagar por aí sozinha. Ou se meta em algum
problema enquanto não estou.
— Me leve com você.
— Ainda não.
— Ao menos me deixe provar minhas próprias ideias. Posso me entreter por mim mesma. Já
sabe.
Ele arqueou uma sobrancelha.
— Esse é exatamente meu medo.
Cruzou seus braços debaixo de seu peito fazendo caso omisso aos rugidos de seus estomago.
— Medo a que seus escudos não me mantenham aqui?
— Talvez.
Sua divertida admissão não acalmou a irritação dela.
— Quanto tempo me manteve aqui?
— Ao redor de uma lua.
Ela piscou.
— Tanto tempo?
Ele encolheu os ombros.
— Aprender a controlar todo esse poder leva seu tempo. Está‐o fazendo muito bem.
Ainda não estava apaziguada. Inclusive nesse momento, podia sentir seu poder fervendo
dentro dela e a seu redor. Agora não era tão aterrador quando podia distinguir seu próprio corpo
da magia ao redor. Ao menos agora estava consciente, e se sentia quase normal, fisicamente
falando.
— Quanto tempo estive acordada?

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Elfos Escuros 06

Ele sabia o que queria dizer. Não acordada era o oposto de adormecida. Acordada em vez de
estar flutuando no vazio de sua própria mente com ele como única sujeição.
— Oito noites.
Quatro noites aprendendo de novo a ser mortal. Recordava as primeiras noites vagamente.
A maioria chorando, apertando‐se contra ele para procurar consolo. Sobretudo tendo sexo. Sua
virilha se esquentou com esse pensamento, mas não estava pronta para acalmar esse desejo.
Tinha que fazer‐se valer se queria ter independência. Ele tinha contado um pouco o que ocorria
fora do quarto. Algo sobre a volta dos rebeldes, e como ele e Savous estavam trabalhando para
trazê‐lo de volta à comunidade, mas tudo era alto nível.
— Perguntou meu pai por mim?
— Sempre o faz.
Quem mais perguntaria por ela? Faria‐o alguém depois do que tinha causado?
— E o que disse?
— Que estava fazendo‐o muito bem.
Quando terminou de encher seu prato, agarrou a faca e foi se comer junto ao fogo.
Seus dedos se fecharam fortemente.
— Posso vê‐lo?
— Não. — Disse Radin despreocupadamente enquanto se sentava — Muito perigoso.
Ela deu um chute no chão sabendo que era algo muito infantil, mas o fez de todos os modos.
A irritação era mais fácil de suportar que o medo.
— Não faria mal a meu pai.
Ele começou a comer sem responder nada mais.
— Radin!
— Sim?
— Me responda.
— Não perguntou nada.
Ela franziu o cenho. Ele tinha aprendido essa técnica de Nalfien. Não tinha gostado nem
quando o mago mais velho a tinha usado.
— Por que não posso ver meu pai?
— Perguntado e respondido.
Elevando seus dedos em forma de garras no ar, gritou a pleno pulmão. Embora sabia que
não serviria de nada. Seus feitiços, respaldados por dois deuses, selavam a série de salas
completamente, incluído o som que chegava a ela da cidade. Sentia‐se como cega, incapaz de
detectar as pessoas às que estava acostumado a monitorar seus pensamentos.
— Por que me prende aqui? — Acusou com o dedo — E não me diga que é muito perigoso.
Ele encolheu os ombros e guardou silêncio. O fogo na lareira saiu em labaredas quando ela
lançou um feitiço. Radin olhou levantando as sobrancelhas. Seus olhos se voltaram
completamente brilhantes e quentes, depois ela sentiu como a magia ia diminuindo e as labaredas
do fogo também.

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Elfos Escuros 06

— Não sou perigosa.


— Lançar fogo em um arrebatamento, não é perigoso?
— Eu não sou perigosa, só que estou zangada com você.
Ele sorriu.
— É perigosa porque costuma lançar feitiços quando esta zangada. Tem uma energia muito
forte sobre tudo quando se deixa levar por suas emoções para não ser um perigo.
Agarrou a parte posterior de uma cadeira e a sacudiu, tratando de ignorasse o rangido da
madeira por seu forte agarre. Suas razões era algo que já tinha ouvido.
— Posso me controlar.
Ele soltou um grunhido. Mal‐humorado, e além disso sabendo que ela também o estava,
voltou para a mesa para encher o prato.
— Estar aqui é aborrecido.
— Quanto antes domine seus poderes, antes poderá se reunir com o resto.
Ela agarrou uma faca e cortou a carne Yarin que tinha servido.
— Alguém mais perguntou por mim? — O aroma salgado fez que sua boca enchesse de água
quando levou a carne à boca.
Negou‐se a olhá‐lo quando ele fez uma pausa, sabendo que a estava olhando. Podia sentir
como pinçava em seus pensamentos enquanto mastigava e cortava outro pedaço. Algum dia
aprenderei como faz isso.
Ele riu entre dentes.
— Seguro que o tentará. — Porque seu pensamento era totalmente incompreensível para
ela, nada que ela não pudesse dar sentido — Sim. Brevin perguntou por você.
Recordou a seu amigo e a dor que tinha sentido antes que o inferno se desatasse. Sabia que
tinha sido Brevin, embora não estivesse segura como tinha adquirido esse conhecimento.
Também sabia que ele tinha sido curado, mas até que não o visse com seus próprios olhos estaria
preocupada. Continuou comendo seu filete de pé junto à mesa. Manteve seu tom de voz
despreocupado de forma deliberada, e além disso manteve seu ritmo cardíaco normal.
— Está bem?
— Está bastante bem. Como Lanthan e Tykir. São um trio extraordinário. Entendo porque se
preocupa por eles.
Ela suprimiu uma onda de calor em seu coração, recusando os pensamentos que cruzavam
sua mente.
— Deveria passar mais tempo com Tykir. Acredito que apreciaria como trabalha sua mente.
— Não tenho nenhuma dúvida. Se for parecido a seu pai, seguro que será um feiticeiro
notável.
Não estava mais que orgulhosa de seu amigo. Tinha crescido com Tykir e sabia que era
especial. Os três eram especiais. Eles não a deixariam sozinha em um aborrecido quarto, embora a
tivessem mantido segura dentro. Sempre tentavam ajudá‐la. Apoiavam‐na inclusive quando não
estavam de acordo ou não entendiam o que ela fazia. Foi apoiando de um pé ao outro, ignorando

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o calor que saía de seu sexo.


— Você gostaria de vê‐los?
Seus pensamentos se detiveram e a faca ficou suspensa a escassos centímetros da carne.
— O que?
— A seus três amantes. Você gostaria de vê‐los?
Ela o olhou de esguelha, mas seu rosto não mostrava nenhum sinal.
— Você me manteve afastada.
— Sim. Mas poderia reconsiderá‐lo por eles.
— Por quê?
— Inclino‐me a pensar que seus amantes estarão seguros aqui.
Ela cortou uma parte da carne que ficava.
— Não são meus amantes. São meus amigos.
— Semântica. Tenho lido seus pensamentos. Você os ama.
Crispou‐se, sentia‐se incomoda sendo um livro aberto para qualquer pessoa.
— Eu tenho você agora.— Disse lançando um sorriso muito doce por cima de seu ombro — É
meu companheiro verdadeiro.
OH sim. Ela sabia. O fio de união entre eles era incrível, algo que tinha permitido a ela
agarrar‐se quando seus feitiços ameaçavam transbordar. Ele era sua base, sua pedra de toque, e
não podia negá‐lo.
Uma revoada de dor passou diante de seu rosto, mas rapidamente se foi, mas não antes que
ela o visse.
— Quis companhia durante dias. E agora recusa minha primeira oferta?
Antes de responder, colocou a faca sobre o que ficava de carne. Limpando a boca dos restos
de suco se aproximou dele e cuidadosamente colocou o polegar em seu lábio inferior. Com calma
ele renunciou a seu prato, enquanto ela o colocava sobre uma mesinha auxiliar, depois se sentou
na cadeira para que ela se sentasse sobre seu colo. Apoiou seus antebraços sobre seus ombros. A
suave malha de sua calça verde se esfregava na cara interna de suas coxas, muito mais agradável
que o bordado da almofada do assento onde descansavam seus joelhos. Ela plantou um suave
beijo em seus lábios.
— Esta me oferecendo para ser compartilhada com eles?
Seus olhos trocaram a um estranho vermelho e negro, uma indicação de que tanto ele como
sua magia estavam calmos. Ele colocou suas mãos sobre sua cintura.
— Não.
— Então, por que os menciona?
— Estou mais que disposto a isso. A que desfrutes deles por sua conta.
— Isso não é perigoso?
— Talvez não
— O que te faz pensar que os quero sem você?
— Você os ama.

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Jet Mykles
Elfos Escuros 06

— Amo você.
Olhando‐a nos olhos, ele negou ligeiramente sua cabeça
— Não assim.
Ela não queria zangar‐se. Finalmente reuniu suficiente coragem para fazer a pergunta que
tanto temia fazer.
— Ama‐me?
Ele a beijou, em um de seus beijos lentos e deliciosos. Podia dar testemunho de que Radin
não tinha esquecido seus dotes de sedução legendárias durante sua ausência. Contente, inclinou‐
se mais para ele, pressionando seus seios sobre seu torso nu, passando seus dedos por seu cabelo
para retirar a fita que mantinha seu cabelo atrás. Ela agarrou sua língua atraindo‐a para sua boca,
deleitando‐se com a acaricia enquanto a magia os rodeava. Não assim, respondeu em sua mente
enquanto tinha a boca ocupada.
Ela se separou ligeiramente de seus lábios, balançando‐se em seus braços enquanto
assimilava suas palavras.
Por que não?
— Eu amo outra. — Sussurrou contra seus lábios, deslizando um de seus dedos por trás
baixando até tocar seu traseiro — Como o faz você.
— Não. — Essa mentira produziu um sabor amargo, por isso introduziu sua língua dentro de
sua boca. Queria amar Radin. Não queria estar atada a um companheiro verdadeiro sem amor.
Apertou‐se mais contra ele. Deslizando uma mão brandamente por seu peito deu um puxão
a seu cinturão. Um gemido inconsciente escapou de sua garganta enquanto liberava seu pênis
para mantê‐lo, duro e pronto, na palma de sua mão. Assim fácil, só estando perto dele e esse
beijo, já estava pronta e desesperada por ele.
— Negá‐lo não faz que não seja certo. — Apesar de sua ereção, ele manteve a calma.
Inclusive a ponto de fazer amor, mantinha distância. Ela o sentia. E isso a incomodava.
Decidida, ela puxou as calças para baixo, liberando seu pênis o melhor que pôde tendo em
conta na posição que estava. É diferente. Ajudando‐se dos joelhos mudança de posição fazendo
que seu quadril fosse para cima.
— O que temos é especial. — Ela tocou a ponta de seu pênis com os lábios de seu sexo,
levando‐o através de seus sucos.
Ele colocou suas mãos na cintura dela estabilizando‐a, enquanto ele obedientemente
deslizava para frente na cadeira.
— O que temos é especial. — Suas palavras soaram verdadeiras — Mas isso não quer dizer
que estejamos apaixonados.
Todo seu corpo se estremeceu de necessidade. Em um segundo, ela se deixou cair nele,
envolvendo seu pênis com seu sexo e lançando seus seios contra seu peito. Ele grunhiu pelo
assaltado escorregando na cadeira e agarrando‐se antes de cair. A seu redor partículas das
divindades os cobriam com magia. Rhae e Tohon aprovavam esta união envolvendo‐os.
Apertando os dentes, levantou‐se dando impulso para voltar a empalar‐se, sabendo que não

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podia consegui‐lo deste modo, mas o tentaria de todos os modos.


— Vou fazer que me ame.
Ele colocou uma mão em seu cabelo, agarrou‐o e puxou para trás, sua outra mão na parte
baixa sua costa apertando‐a contra ele quando seu canal se contraía ao redor de seu pênis.
— Isso não vai acontecer.
Ela gritou, quando todo seu mundo começou a girar, ao tornar‐se mais para trás caiu ao
chão. Milagrosamente, ou possivelmente devido à magia, os corpos seguiram unidos, fazendo que
seu pênis entrasse mais profundamente nela. Os dedos dele enterrados profundamente no
cabelo, mantendo‐a para que não afastasse seu olhar.
— Nós estamos obrigados a estar juntos mais que qualquer casal raedjour, é certo. — Um
empurrarão — Temos que controlar nossa magia que inclusive nossos deuses ainda estão
aprendendo a utilizá‐la. — Outro — Eu estou obrigado a cuidar de você e farei todo o possível por
te ajudar e te proteger. — Outro impulso e outro mais. Então ele parou, colocou seus cotovelos
por cima dela, seu cabelo caindo em forma de cortina. Seus olhos brilhando em uma sutil cor
vermelha especial — Assim confia em mim quando digo que nós não estamos apaixonados.
Ela arranhou seus antebraços, fechando os olhos para tentar controlar essa magia que sentia
dentro dela e que mal podia manter controlada.
— Não, ah! — Seu corpo se sacudiu quando ele começou outra vez a empurrar dentro dela,
cada vez mais forte e profundo — Não o quero dessa maneira.
A fivela de sua calça estava pendurando e com cada investida golpeava sua coxa.
— Não é algo sobre o que você tenha qualquer controle.
Suas mãos se enroscaram no pescoço dele e puxou para ela. Ele não resistiu descansando
sobre ela, enquanto seus quadris ainda bombeavam contra suas coxas. A magia girava em torno
deles, fazendo‐a sentir‐se enjoada. Agarrava‐se a ele como se fosse o único chão em seu mundo,
enquanto o tapete e o chão de pedra baixo ela foi desaparecendo de seus sentidos.
— Nós somos algo nunca visto entre os raedjour, nem sequer Rhae nem Tohon o tinham
pensado. — Suas palavras soaram duras em meio dessa tempestade, um golpe de sentido que a
fez balbuciar — Nós somos mais ou menos o que eles queriam que fôssemos. Ser verdadeiros
companheiros foi um meio para seu fim.
Ela se arqueou. Cada escudo mágico que tinha podido levantar estava sendo tombado.
Gritou quando chegou ao clímax e o prazer a cegou. Mais sentido que sensações, em vez de uma
mera ideia, fundiu‐se com Radin e encontrou um ajuste perfeito no que eram. Mas era um ajuste
confuso. Sem seus corpos, tão intimamente vinculados, tornaram‐se de costas em vez de estar
cara a cara.
Sentia‐o, sabia que ele era uma parte dela; isto não se parecia com qualquer outra união que
tivesse sentido. Sabia que ele estava dentro dela, como ela dentro dele, mas esse consolo extra
que seus instintos diziam que deveria estar ali, estava ausente. Zangada confusão se apoderou seu
clímax, e ela se negou a desfrutar, enquanto sem piedade se reuniu a se mesma de novo.
Quando a realidade retornou, quando voltou a sentir a pedra e o tapete debaixo de suas

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costas e o homem em cima dela, quando por fim o ar voltou com trabalho a seus pulmões,
trazendo consigo o aroma de suor fresco e o almíscar do sexo, foi quando por fim abriu os olhos e
se encontrou com seu olhar. Úmidas mechas de cabelo caíam sobre os olhos, que lentamente se
estavam convertendo de vermelho a negros.
As lágrimas ameaçavam pelos cantos de seus olhos.
— Se nós somos algo novo e inesperado, então como sabe que não estamos apaixonados?
Ele se impulsionou sobre seus braços por cima dela, o suor oleoso dele brilhava a luz do
fogo. Passou um dedo brevemente pela ponta do nariz dela.
— Conheço meu coração, e vi como tenta ignorar o seu.
— Nossa agora pode ler meu coração?
— Posso, quando a verdade é tão dolorosamente óbvia.
Ela franziu o cenho enquanto ele subia sobre seus joelhos, estremecendo‐se um pouco de
excitação quando seu pênis já suave se deslizou fora dela. Em algum momento próximo, esperava
ter relações sexuais sem a distração da magia, pelo ela pudesse ser totalmente consciente de tudo
o que ocorria a seu redor. Até agora, passado certo ponto, tudo era impreciso.
— Por certo, bem feito, por seu controle. — Disse com calma, estendendo uma mão para
ajudá‐la.
Ela olhou a mão, voltando sua atenção para seu interior. Os escudos que ele tinha tentado
ensinar eram muitos mais fortes Os brincos de magia que tinha perdido a esperança de ter
estavam contidos. Não se atrevia a empurrar sobre sua proteção por medo de rompê‐las, mas
sabia que estavam ali.
— Agora são instáveis? — Disse ele agarrando a mão — Mas o conseguirá. Venha. Olhe seus
olhos.
Permitiu que a pusesse de pé.
— Meus olhos?
Ele não disse nada, mas, simplesmente se foi caminhando para o quarto. Justo no momento
que ela chegou junto à porta, tinha desprendido um espelho redondo de sessenta centímetros de
diâmetro que estava pendurado em cima da cômoda. Não tinha permitido ver seu reflexo desde
que tinha despertado. Sua primeira reação foi hesitar. Mas quando ele se afastou a um lado e fez
um gesto para que se aproximasse, sua curiosidade pôde mais.
Impressionada levou suas mãos ao peito para manter o equilíbrio. O reflexo dele aparecia
sobre seus ombros enquanto que ela se reconciliava com o que estava vendo. Era como se em
toda a órbita de sua íris o vermelho tivesse explodido, e agora essa cor se derramava por todo seu
globo ocular, e o branco se pôs em um tom mais profundo. Seus olhos se viam exatamente como
os olhos dele.
— O que significa?
— Significa que esta o fazendo muito bem.
Com um dedo, abriu mais suas pálpebras para comprovar que não havia mais tom branco
em seus olhos. Era estranho ver a cor negra tão parecida a seu tom de pele, exceto que era menos

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brilhante. Úmido mas não brilhante. Muito parecido ao negro de um nada. Pareciam diferentes.
Mas no momento, não estava segura de que seu corpo não fosse diferente ao anterior.
— Que aspecto tinham antes meus olhos?
— Não é importante agora.
Ela se preocupou, mas afastou no momento a ideia.
— Essa era outra das razões pela que não queria que ninguém me visse?
Ele riu entre dentes.
— Muito ardilosa.
— Poderia ter me dito.
— E onde estaria a diversão então?
— É exasperante.
Ele começou a rir, saindo da imagem refletida.
— É uma qualidade. Nossos deuses me asseguraram, que isso me faz especialmente
qualificado para as tarefas que me deram.
Ela deixou de olhar‐se no espelho, permitindo um tempo para assimilar a novidade.
— E qual se supõe que é minha qualidade?
Ele se sentou para tirar as botas.
— Acredito que é a mesma. — Permitiu que colocasse as botas a um lado e pudesse tirar as
calças. Brevemente, sorriu para cima do homem a seu reflexo. Podia lutar contra ela tudo o que
quisesse. Sabia que ele era dela.
O bufo que ele fez a tirou de suas conclusões
— Isso e pura obstinação.
Sorrindo tanto que ele podia ver seus dentes, foi aproximando, enquanto jogava a um lado
suas calças.
— Eu acredito que essa é outra das qualidades que nossos deuses têm grande estima.
Com um suspiro, permitiu que o tombasse sobre suas costas na cama.
— Infelizmente. Acredito que tem razão.

Capítulo 21

O jardim do Nialdlye se transformou em um refúgio para as mulheres e meninos, durante


esses dias confusos, e perigosos. Os jardineiros tinham retornado das lutas, posto que os
combates tinham cessado, mas devido à afluência de tanta gente, os caminhos e as esculturas
levaram a pior parte. A Nialdlye, por exemplo, não importava. Divertia‐se com o simples feito de
que o jardim estivesse cheio e se desfrutará dele. Quando as coisas se acalmaram, tentaria pedir a
Savous que encontrasse um lugar para construir um segundo jardim ou talvez renovar a creche

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que havia justo ao lado. O tinha mencionado a Tisla, e a segunda filha de Savous o tinha recebido
com grande agrado.
Mas isso teria que esperar. Porque não podia incomodar agora Savous, já que este estava
muito ocupado. Irin mantinha Nialdlye bem informada do que ocorria, e ambas especulavam
sobre a chegada dos rebeldes e a possibilidade da aceitação de um segundo deus na comunidade
raedjour. Até o momento, tudo o que Nialdlye tinha ouvido e visto, Tohon o tinha aceito. Irin,
informou‐a, que devido a ela, sobretudo. Nialdlye era muito apreciada, por isso a gente estava
mais que disposta a aprender algo mais sobre seu deus. Sabiam dele por seu próprio filho, Rikert
ao que tinha ensinado tudo o que conhecia de seu deus para que ele pudesse mostrar a seus
amigos. Nialdlye não estava segura de sua influência. Estava mais que segura que a aceitação de
Tohon se devia a imponente presença de Radin.
— Não estou seguro de que Radin vá ter êxito com isso do companheiro verdadeiro. —
Confessou Irin, recostada contra o “tronco” de pedra que cobria do falso sol, sob seus ramos, um
banco.
O canto favorito de ambas, estava debaixo do balcão de Nialdlye, um lugar relativamente
tranquilo. Um grupo de mães estavam sentadas na parte lateral de uma caverna, olhando um
grupo um pouco maior de meninos enquanto estes brincavam no arroio e na ponte. Agora que as
tensões tinham diminuído. Muitos dos meninos tinham retornado às salas principais da creche, e
às mulheres concediam as liberdades anteriores.
Nialdlye olhava a três meninos pequenos como brincavam com a correnteza enquanto
gritavam uns aos outros.
— Ele não disse que possa encontrar a sua companheira verdadeira, só diz que nem sempre
ocorrerá. — Suas palavras textuais foram “só quando o vínculo seja profundo para a vida de um ou
do outro do casal”. O vínculo entre raedjour‐humano se faz para proteger os direitos humanos
durante e depois da mudança. Ninguém o diria, mas Nialdlye suspeitava que seu vínculo com o
Eyrhaen era similar.
— Não importa, suponho. — Irin moveu um peão do jogo de mesa diante delas —De todos
os modos, não acredito que estejam escutando. Ou isso, que não pensem no futuro. Estão muito
assombrados.
Igual Irin, Nialdlye tinha escutado seus discursos públicos. Inclusive ela tinha participado de
algum deles, mantendo sempre as distâncias com o homem. A maioria das vezes a pessoa ficava
com sua palavra, inclusive quando não estavam de acordo com ele. Depois de estudar as peças do
jogo, Nialdlye moveu uma delas.
— Era assim? Antes?
Irin se pôs a rir.
— OH sim. Mas sempre houve algo nele para prestar atenção. A única razão pela que o
anterior raedja não o visse como uma ameaça é porque ela já o tinha marcado, como um homem
errante, não como um futuro raedja. — Seu olhar tinha esse aspecto, a que tinha frequentemente
quando ela falava de Radin.

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— Você o amava muito, não é?


Irin vacilou. Ambas sabiam que era muito possível que Radin pudesse ouvir suas palavras.
Não era nenhum segredo que podia ler a mente de qualquer, já fora de elfos nascidos ou elfos
trocados.
—Fiz. — Admitiu— Acredito que ainda o faço. Mas as coisas mudaram muito para que nós
voltássemos a ser o que uma vez fomos.
Nialdlye mordeu a língua. Mas Irin adivinhando seus pensamentos falou por ela.
— É obvio, isto também tem haver com que seja o companheiro verdadeiro de minha filha.
— Ainda está mal por isso?
— Não sei. Suponho que ainda estou mal, mas… — Sacudiu sua cabeça — Se me dessem a
opção de voltar para a vida depois de uma estranha existência no vazio, provavelmente eu
tomaria qualquer acordo que apresentassem diante mim também. E não é de estranhar que ele
seja seu amante, já que o poder dela reside no sexo. O de Tohon também. Pensei que…. —
Suspirou deslizando outra de suas peças pelo tabuleiro — Durante muito tempo senti falta dele.
Chorei por ele. Savous e eu não teríamos duvidado de querê‐lo como um terceiro. Sei que seu
amor era profundo, e cresci amando a ambos.
Parou de falar, melancólica, e Nialdlye permitiu que estivesse em silencio com seus
pensamentos.
Quando Radin apareceu na ampla entrada, todas as mulheres do jardim deixaram de falar e
se voltaram para olhá‐lo. Ao lado de Nialdlye, Irin se aproximou para comentar uma coisa.
— Acaba de fazer sua entrada triunfal. — Murmurou.
Ele o fez. Com seu cabelo branco liso flutuando, envolto em uma capa longa até os
tornozelos roçando suas botas azuladas. Suas botas chocavam tremendamente com as calças de
um alaranjado forte. Como faria para combinar essas cores? Nialdlye não sabia. Irin assegurou que
era somente um presente e que não tinha mais trajes como esse. Esse dia ele também tinha posto
uma túnica até a cintura da mesma cor que as botas com bordados da mesma cor que as calças
para que coincidissem. Inclusive se as cores eram tão gritantes, pelo menos tinha feito um esforço
para ir juntado.
Nialdlye estava tensa quando ele saudava cordialmente às demais mulheres, enquanto
continuava seu caminho para Irin e ela. Uma menina pequena estava envolta ao redor de seu
braço, as raias vermelho pálido em contraste com seu cabelo branco, fez que ela o identificasse
como Davlin. Tisla os seguia ansiosamente enquanto olhava a menina enquanto respeitava Radin.
O que está fazendo com minha filha?
Não se preocupe, meu amor, respondeu rapidamente aos pensamentos dela, enquanto
sorria à menina que estava escapando de seus braços, não me ocorreria machucá‐la.
Isso não tranquilizou Nialdlye. Se ele havia a trazido até ali seria por algo. Tisla não estava
acostumada trazê‐la de volta até que não tivesse amanhecido. Levar a sua filha nos braços faria
menos possível que pudesse evitá‐lo. As poucas palavras que tinham falado desde quando ela o
tinha deixado a primeira noite e tinha sido uma conversa breve, e ela negou a todos os seus

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pedidos de falar com ele em privado. Sabia que estava seguindo a corrente, sendo muito educado,
já que facilmente ele teria podido esvaziar uma sala cheia de gente e retê‐la a seu lado. Mas ele
não o fez. …Sabendo que estou preso a uma mulher quando quero a outra.
Estavam tão perto que seus olhos se encontraram, e se perguntava se tinha lido seus
pensamentos.
— Tem uma filha formosa. — Assegurou ele enquanto parava diante elas — Olá Irin.
Nialdlye olhou Irin, enquanto esta saudava gentilmente Radin. Não tinha contado a sua
amiga que é o que tinha ocorrido entre eles, por temor machucá‐la.
— Obrigada.
Seus braços musculosos agarravam Davlin facilmente, sorria sem nenhum temor, suas mãos
gordinhas agarravam o pescoço de sua túnica.
— Tisla mencionou que ia trazer Davlin de volta da creche e decidi as acompanhar.
Os grandes olhos de Tisla olhavam suplicantes a Nialdlye por cima do ombro de Radin.
Nialdlye se perguntava como tinha interpretado Radin o que havia dito.
Assentiu com a cabeça tranquilizando a menina, sem duvidar que Tisla não poderia tê‐lo
detido embora o tivesse tentado. Podia ser a irmã de Eyrhaen, mas se este podia conter Eyrhaen,
sem dúvida poderia fazê‐lo com a Tisla.
Radin olhou a Irin.
— Tenho boas notícias. Eyrhaen irá a sua suíte esta noite.
Irin o olhou sobressaltada.
— Tem permissão?
— Faz um momento a deixe com o Savous e Fie na creche.
— Na creche? Ela está… Bem?
— Sim. — Sua segurança parecia casual, provavelmente mais convincente que suas próprias
palavras. Agarrou a mão de Davlin quando esta puxou seu cabelo, sem preocupar‐se apenas pela
carga que levava desde fazia um momento — Tem sob controle seus dons. Não fará mal a
ninguém.
— Mas alguém poderia machucá‐la?
Ele soltou um bufido.
— Para falar a verdade Irin, duvidou que qualquer raedjour pudesse fazer mal a Eyrhaen.
Lutava para que a menina não continuasse puxando seu cabelo, mas a menina tomava como
um jogo a julgar por suas risadas.
— Poderiam tentar sequestrá‐la. Já há aconteceu antes.
— Podem tentá‐lo. Não teriam sorte. Sua filha tem uma força incrível. — Suspirou
convertendo‐o em um olhar suplicante para Nialdlye — Ao parecer a sua também.
Nialdlye teve que rir. Compadecendo‐se dele, ficou em pé e ajudou com Davlin a que
soltasse seu cabelo. Era uma menina muito agradável e encantava a qualquer homem que se
aproximava para brincar. Nialdlye não sabia quem era seu pai, muitos homens tinham sido seus
amantes no momento adequado e também estariam gostosos de reclamá‐la. Ao vê‐la agora com

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ela, encontrou imaginando‐se que era seu pai, imaginando os possíveis filhos que poderiam ter no
futuro. O repentino desejo de que isto fosse possível foi tão entristecedor que deu um passo atrás
enquanto colocava Davlin no chão.
Ela franziu o cenho. Deixa de plantar pensamentos em minha mente!
Ele deixou cair o braço, mantendo uma mão sobre a cabeça de Davlin, enquanto ela se
agarrava a suas botas, mantendo seu equilíbrio. Me acredite ou não, eu não causei o que esteve
pensando, seu sorriso tinha um toque de tristeza, mas o calor nesses olhos tão estranhos fez saltar
seu coração, mas gostaria de fazer sua fantasia realidade.
Obrigou‐se a olhar para outro lado. Sentia o olhar de sua amiga e estava profundamente
agradecida de que a única comunicação entre mentes da que Irin era capaz era com seu
verdadeiro companheiro. As mãos de Davlin aterrissaram sobre a magra coxa de Nialdlye,
enquanto que suas perninhas gordinhas a levavam perto de sua mãe. Ela também desejava que
fosse realidade essa fantasia.

Eyrhaen nunca havia passado tanto tempo na creche. Tinha crescido e passado toda sua vida
ao redor de adultos. Só tinha tido alguns companheiros de sua idade, e a maioria das vezes, o
tempo que passava com eles era limitado. Portanto, nunca tinha tido muita avaliação pelos
meninos pequenos. Não era como Tisla, que desde pequena tinha mimada a suas bonecas e tinha
podido estar na creche, inclusive quando já era muito maior para estar como menino. Gawvin, sua
irmã mais velha, mostrou tendências mais próximas às de Tisla que a de Eyrhaen, por isso, ela
tinha chegado à conclusão de que era diferente ao resto, inclusive de suas irmãs.
Estava surpreendida e vacilante quando Radin decidiu que seu segundo destino de
confinamento fosse a creche. Tinham ido diretamente ali depois de ter tido uma breve reunião
com Savous e Hyle, um lugar cheio de mães e meninos. Eyrhaen se sentia fora de lugar, mas logo
se deu conta que tinha sido uma boa ideia. Era muito melhor estar rodeada por meninos e mães,
quem não fazia nenhum tipo dá caso, que ter que lutar com guerreiros em idade de emparelhar‐se
que se faziam conta.
Sentou‐se no fio do meio‐fio do lugar onde brincavam os meninos, e viu três bebês e quatro
meninos pequenos divertindo‐se na zona de jogos acolchoada. Eram meninos gordinhos com
cabelo branco muito tênue, e pele morena e suave. Um dos meninos estava sobre seus joelhos
trêmulos, com a íris muito larga de cor vermelha, muito pensativo, enquanto a olhava.
— Seu filho? — Perguntou a uma mulher mais velha sentada a seu lado.
— O quinto.
Eyrhaen acariciou com a palma de sua mão a bochecha de seu irmão menor de Tykir.
— Tão pequeno. — Murmurou.
— São assim durante umas décadas
Eyrhaen riu do tom seco de Gala. O bebê, embora não sabia por que sorriam, ofereceu um
amplo sorriso deixando ver uns quantos dentes branquíssimos.
Agarrou‐o sobre seu colo. O bebê em seguida se amoldou à pessoa que o sustentava,

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enquanto brincava com seus dedos que ela pôs ao seu dispor. Inexplicavelmente tímida, olhava o
menino enquanto falava com a mãe.
— Você teria querido uma menina?
— Uma menina?
— Radin estava me ensinando um feitiço. Um para lançar em um homem. Isso daria a
oportunidade de engendrar uma menina.
Gala riu em voz baixa.
— Assim é que o problema esteve sempre nos homens?
Eyrhaen sorriu.
— Sim, Radin diz que Tohon é a chave de tudo. Com sua ajuda, ensinou este feitiço a Radin,
mas tem que ser realizado por uma mulher elfa nascida. — Por fim, olhou diretamente à mulher
— Estaria interessada?
Gala piscou, e depois pôs‐se a rir.
— Uma filha. Para falar a verdade, em tanto tempo, a ideia nunca me ocorreu. — Pensava
sorrindo — Sim, teria que falar com Hyle, mas estou segura que estaria interessado. — Voltou a
optar por seu sorriso irônico — Este feitiço é parecido à mudança de uma mulher em raedjour?
Eyrhaen teve que sorrir enquanto recordava as mãos e lábios de Radin nas lições enquanto
ensinava o feitiço.
— É similar.
Gala riu mais forte.
— Bom, nós somos raedjour. Em realidade não haveria nada que não se conseguisse sem
sexo.
O bebê sorriu em resposta à risada de sua mãe, saltando alegremente sobre as coxas de
Eyrhaen.
Eu quero um. Surpreendeu‐se pelo pensamento que tinha tido. Nunca antes a cercania de
um menino tinha dado vontade de ser mãe. Mas justo nesse momento, enquanto olhava nos
olhos do menino, viu a riqueza de possibilidades que rodeavam a um menino. Tão potencial e
tanto amor sem prejuízos. Rhae e Tohon tinham propiciado este troco nela? Ou tinha sido Radin?
Ao pensar nele, franziu o cenho. Uma barreira mental dava a segurança de que ele não a
estivesse escutando. Nem sequer tinha a sensação de que estivesse perto. Olhou para cima e por
cima de seu ombro. Hyle e Savous estavam perto da entrada, falando com alguns homens e
mulheres que andavam pela creche para chegar até eles. Por seus gestos para o teto e as paredes,
diria‐se que ainda estavam comentando a renovação da creche. Os meninos maiores corriam
brincando ao redor do local de escalada que havia no centro da caverna. Ela e Gala eram as únicas
vigiavam o local de brincadeiras dos meninos menores, porque os outros quatro locais infantis
estavam vazios.
— Onde está Tisla? — Sua irmã tinha estado sentada em uma das mesas, alimentando à
pequena menina de Nialdlye. A tigela vazia e a colher sim estavam em cima da mesa, mas à
menina e o bebê não as via por nenhum lado.

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— Foi com Radin.


Eyrhaen se voltou para olhar Gala.
— Quando?
A mulher não parecia preocupada.
— Faz bastante tempo.
Quanto tempo tinha estado aqui? Tinha perdido a noção do tempo como quando estava
presa? Ia continuar isto agora que estava fora? Sentou‐se com as costas reta agarrando‐se a borda
do fosso do local de brincadeiras. Gala pôs sua mão sobre o ombro.
— Eyrhaen?
Se acalme. A voz de Radin soou através de suas preocupações. Está‐o fazendo muito bem.
Onde está?
Não estou longe. Eyrhaen ficou de pé tomando cuidado de não pisar no menino pequeno.
Gala agarrou a seu pequeno.
— Está bem?
Onde está?
— Preciso encontrar Radin.
Fique onde esta.
Savous olhava de onde estava e tomou medidas para sair da conversa.
Ela apertou seus punhos aos lados e tentou acalmar‐se.
Onde está?
Eyrhaen, para. Foi você que quis que estivesse longe de você durante uns dias.
Isso não é verdade. E sabe. Não tinha sido assim. Só queria sair desse quarto, mas não estava
preparada para fazê‐lo sem ele.
— Eyrhaen. — Savous se aproximou de seu lado — Aconteceu algo?
— Sabe aonde foi Radin?
Por que ela se preocupa? Radin disse molesto sublinhando suas palavras.
Savous franziu o cenho.
— Foi ao jardim com a Tisla.
Por que me deixou? Evitando a sujeição de seu pai, ela foi para a entrada da creche.
Para. Esta preocupando Savous. Deteve‐se, e ao voltar‐se encontrou seu pai e Hyle atrás
dela.
— Vou procurar Radin.
É infantil e mesquinha. Repreendeu ele quando ela ia para a entrada. Totalmente
injustificada. Eu estaria de volta muita em breve.
Como se atreve a me deixar sozinha no primeiro dia que estou em contato com as pessoas?
Pensei que seria de grande ajuda que você passasse isto sozinha.
O que teria ocorrido se sair algo errado?
Não estou longe. Voltarei. Entretenha‐se sozinha. Ou vá aos campos de práticas. Estou
seguro que haverá muitas pessoas encantadas de te ajudar a te servir de entretenimento.

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Sabe que não estou preparada para isso.


Não acredita em si mesma.
Seu pai e Hyle estavam justo atrás dela, seguindo‐a. A gente se separava de seu caminho
pelos corredores, estava cada vez mais nervosa do que tinha estado ao redor de seu pai. Era
consciente dos olhares de assombro que a seguiam por onde ia. Tinha esperado isso. Só seus olhos
podiam fazê‐los parar‐se. Preparou‐se o melhor que pôde. Sempre tinha sido um ponto principal
de atenção, mas agora era dez vezes mais, graças ao feito de que todos sabiam que estava tocada
pelos deuses.
Você visitou o jardim cada vez que faz que durma? Que mulheres o acompanham? Todas? Ia
tão rápido como podia pelos corredores, mas sem correr, mas o jardim das mulheres estava do
outro lado do pátio central. Não teria suficiente comigo antes do jantar? Poderia arrumar isso.
Seu ciúme é ridículo.
Está com ela? Tinha captado alguns pensamentos sobre ela, sobre Nialdlye, nos últimos dias.
Ao princípio tinha pensado que era por Tohon. Talvez fosse compreensível que o deus em questão
se preocupasse com a última mulher pura de sua raça. Mas Eyrhaen suspeitava que havia algo
mais, algo mais pessoal para Radin.
Silencio em sua mente. Ele estava o suficientemente zangado para deixar de falar.
Torceu pelo longo corredor que levava para os jardins. Com mais lentidão. Fora do jardim
havia mesas e cadeiras. Devido a que o corredor era largo e estava cheio de coisas, os homens
podiam rondar fora do jardim. Alguns estavam de guarda, sim, mas também era um costume que
esperassem no corredor. Era um dos lugares onde visitavam as mulheres do interior, quando eles
iam em busca de sexo. As mesas estavam quase vazias nesse momento, mas ali em uma, como se
tivessem sido colocados, estavam sentados Brevin, Lanthan e Tykir.
Brevin a olhou e ficou congelada.
Maldito seja.
Eu? Disse Radin com inocência fingida.
Ele sabia que não queria vê‐los. Não ainda. Não estava preparada. Tinha pedido ao menos
uma noite para que pudesse se acostumar às pessoas antes que tivesse que enfrentar a eles.
Savous estava de acordo. Hyle também. Como Radin.
Isso não é assim. Nunca aceitei tal coisa.
Bastardo.
Não podia deixar de olhar. Brevin estava vivo. Suas lágrimas ardiam em seus olhos, e uma
fonte de inesperados sentimentos fez explosão em seu peito, o suficientemente forte que fez que
tivesse que levar sua mão a seu peito. Era tudo o que podia fazer para não correr até eles.
Brevin ficou de pé. Todo eles ficaram de pé. Não podia capturar suficiente de seus traços.
Tinha sido Brevin sempre tão alto? Quando Lanthan cortou as pontas de seus cabelos? A ferida de
Tykir se curou perfeitamente. A cicatriz a metade do peito de Brevin era aterradora mas se curou
muito bem. Ficaram perto da mesa, os três olhando‐a. Silêncio. Olhos de cor avelã com um traço
de vermelho. Gelados olhos azuis. Olhos preocupados, vivamente vermelhos. Seu coração ia sair

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Elfos Escuros 06

do peito. Mas não se moveu mantendo a boca fechada.


V‐veem me ajudar.
Não necessita ajuda.
Radin.
Enfrente‐os. Eles a amam. Ela negou com a cabeça.
Não.
Lanthan viu como ela negava. Seus maravilhosos lábios estavam franzidos e seus olhos
entreabertos. Ele olhou para Brevin, que também o tinha visto. Este negou com a cabeça, seu
formoso cabelo branco caindo pela testa. Tykir piscou muito triste, e baixou a cabeça.
Deu um passo para eles, sentindo a necessidade de dar uma explicação, mas sem saber
como fazê‐lo. Poderia explicar algum dia. Mas era muito cedo. Não tinha estabelecido uma vida
com Radin ainda.
Não o faça. Quer a eles não a mim.
Não me diga o que quero!
Não sabendo nada da conversa interna que mantinha, Brevin só via a preocupação em seus
olhos. Sem dizer nada, deu a volta e se dirigiu para o outro extremo do corredor. Lanthan a olhou
e também o seguiu como fez Tykir sem nem sequer olhá‐la.
Como pode ser tão fria?
Não o compreenderiam, disse olhando como partiam.
Não o entendo.
Não, você não entende. As coisas mudaram.
Eyrhaen….
Tenho você.
É algo desafortunado que eu queira alguém mais.
A raiva surgiu enchendo suas veias de gelo. Mesas e cadeiras se sacudiram quando Eyrhaen
passou junto a elas para o jardim. Mal viu as mulheres e as crianças a sua direita. Mal viu sua mãe
e irmã no corredor. Tudo o que via era Radin junto a Nialdlye levando em seu colo sua filha. Os
três pareciam uma família pitoresca, e bem formosa.
Isso estava errado.
— Não!
Radin se voltou para ela, ficando diante de Nialdlye como proteção. O cenho de seu rosto
coincidia com a fúria gelada que o enchia e empurrava contra sua ira quente.
Ela parou ao lado do arroio, ele era dela. Poderia ver alguém à tempestade que se originou
entre eles ou só era visível em seus olhos?
— Você não pode tê‐la.
— Não me diga o que posso ou não posso ter.
— Mas você pode dizer isso? E o fato de que possa fazê‐lo é o que te faz meu.
— Só me limitei a fazê‐lo quando foi um perigo para outros.
— E o fato de que possa fazê‐lo é o que te faz meu.

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— Não em corpo nem em alma.


— Sou sua companheira verdadeira. É meu. — A raiva a fazia tremer e a própria brisa que
estava levantando fez que os brincos e seu cabelo se movessem com o vento — Seus filhos serão
meus!
Ele tirou o queixo a modo de desafio.
— Não terei filhos.
O silêncio impregnou o ar, congelando a todo mundo em seus lugares. Seu cabelo se
encrespou quando o choque esfriou sua magia.
— O que?
Ele colocou as mãos sobre seus lados.
— Não acha que a ressurreição teve um preço? Ou talvez vários? Talvez eu fui ressuscitado,
mas não sou fértil.
Ela piscou.
— Não? — Eyrhaen era o futuro para poder perpetuar a fertilidade raedjour. Podia sentir
seu corpo preparado para ter um bebê. Não podia estar atada a um homem que não era fértil.
O triunfou brilhou em seus olhos. Exatamente.
Era muito consciente de seu público em silêncio. A pele de Nialdlye vermelha se destacou na
bruma atrás de Radin.
— Por que acha que ela o quereria?
— Ela já me rejeitou.
— Ela? Então por que…? — Os olhos de Eyrhaen se abriram mais pela confusão. Seus
pensamentos se voltaram mais confusos — Eu não… Não o compreendo. — As cores se
misturavam, e as árvores de pedra se fundiam flutuando na água da corrente.
A água salpicou. Sentiu como ele a estreitava. Sentiu como seu poder se abatia sobre ela,
fazendo que dela saísse um redemoinho de magia. De repente tudo ficou negro.

Nialdlye apertou Davlin contra seu peito, com os olhos muito abertos, impressionada diante
a confrontação que acontecia diante dela.
Eyrhaen cambaleou, e Nialdlye se perguntou se todos aqueles que tinham percepção mágica
podiam ver o aura rodeando‐a, uma bola brilhante que irradiava muita energia através dela. Radin
deu um passo adiante, diretamente através da esfera, agarrando a jovem antes que ela caísse ao
chão. Ao mesmo tempo, um buraco negro absorveu o ar atrás dele.
Com olhar glacial, olhou Nialdlye, depois viu como seu cabelo e o de Eyrhaen flutuavam
enquanto o feixe de luz os rodeava. O pesar se cruzava em seus tensos traços. Sinto muito.
Articulou as palavras, mas as ouviu em sua cabeça. Depois se levou Eyrhaen através do portal,
levando a esfera de energia com eles.
O portal se fechou.
Irin ficou de pé.
— Não!

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Nialdlye também ficou de pé, enquanto abraçava Davlin, com a outra mão agarrava a sua
amiga.
— Não acredito que foram para sempre.
— Mas a vetriese…
— Pode senti‐los?
Irin ficou momentaneamente em silêncio.
— Sim.
Nialdlye assentiu com a cabeça. Também ela podia senti‐lo.
— Talvez o único que precisa é afastá‐la daqui.
Irin olhou a Nialdlye com os olhos muito abertos. No lado do jardim, as mães protegiam a
seus filhos, enquanto se recuperavam do choque.
— E agora o que?
Nialdlye negou com a cabeça. Nunca poderei ter filhos.
— Não sei. — Mas então, como era possível que ele formasse parte de sua fantasia? — Não
sei.

Capítulo 22

— Rhajena.
Eyrhaen olhou fixamente à parte superior da cabeça do homem, confusa. Atrás dele e a seu
lado, havia mais cabeças, e todas se dobraram nos homens que ficaram de joelhos, rendendo
comemoração profundamente. Nunca tinha havido este tipo de resposta a seu pai, e havia muita
gente que o respeitava. Não, isto era mais. Havia uma vibração estranha no ar.
É medo, disse a voz de Radin tranquilamente em sua mente. Estão assustados com você.
Piscou para ele através das cabeças de todos os homens que estavam entre eles. Tinha ido
ao campo de práticas antes dela, abandonando‐a para que chegasse sozinha. Mas… Eles sempre
estiveram… Mas não assim.
Eles sempre tiveram muito cuidado de seu redor, mas, acha que eles realmente a temeram?
Também o fazem com você?
Levantou uma sobrancelha. Não, de fato. Não o fazem.
Engoliu seco. O que devo fazer?
Ele cruzou os braços sobre seu peito nu. Não sei. O que vai fazer?
Apertou os dentes, e o fulminou com o olhar a distância. Um passo suave na areia a sua
esquerda a sobressaltou. Seu pai estava de pé, com um colete comprido aberto sobre umas calças
de cor violeta intensa. As marcas do Rhae se destacavam em sua pele negra, quase brilhavam na
arena amplamente iluminada. Aqui havia um homem merecia essa comemoração, não ela.
Ele deu um pequeno sorriso, depois fez um gesto ao homem mais próximo a ela. Queria

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estar a seu lado, mas ela tinha que fazer algo.


Radin se compadeceu. Toca algum ombro, agradeça, e depois, peça a todos que se levantem.
Contente de ter qualquer orientação, caminhou para frente e tocou o musculoso ombro
mais próximo. Quase se afastou quando o homem estremeceu, esticando‐se com seu toque.
Realmente tinha medo.
— Obrigada. — Se assegurou que todos pudessem ouvi‐la. Nunca tinha visto no espaço da
arena a tantas pessoas que ficassem tão caladas — Obrigada a todos. Por favor, se levantem.
Temos um combate de luta livre que fazer. — Adicionou isto último por uma intuição, com a
esperança de romper a tensão no ar.
As faces se inclinaram para cima para olhá‐la. Quarenta faces, talvez mais. A alguns
reconheceu. De alguns estava segura que tinham estado entre os rebeldes. Radin disse que esta
noite era importante, era o primeiro público que se reunia junto tão leais como elementos
renegados. Savous e ele tinham estado trabalhando durante quase duas luas para conseguir que
acontecesse. Em todas aquelas faces, tudo o que viu foi um cauteloso medo. Não era um olhar
que pertencesse a um orgulhoso guerreiro raedjour.
Savous a puxou pelo braço, saudando para indicar que os homens deviam levantar‐se.
— Boa sorte a todos!
Seguiu quando a levou para uma estreita escada que conduzia por volta de um dos balcões.
Irin se sentava em um canapé baixo, amplo ao lado do corrimão de pedra sobre a que ela poderia
ver toda a arena. Hyle e Gala descansavam em outro canapé a jogo atrás dela, e estava
ligeiramente mais elevado para que pudessem ver. Murmurou as saudações e agradeceu a Gala
pela taça de vinho enquanto sacudia a cabeça à bandeja de doces.
Maldito seja. Afundou‐se em seu assento, fulminando com o olhar Radin. Poderia ter me
avisado.
Não olhou para ela, estreitando a mão a cada um dos candidatos nus. Por que pensaria que
ia me escutar?
Engoliu seu protesto. Isso foi a tema de sua resposta ao que tinha acontecido nas dez
últimas noites. Mal tinham falado além de discutir. Sua cólera fervendo a fogo lento vibrou pelo
enlace entre eles, formigando sob sua pele. Permitia sair do quarto durante a noite, ficando
geralmente a seu lado, mas manteve tanto sua comunicação verbal como a mental ao mínimo.
Quando o acusou de zangar‐se, ele não se incomodou em negá‐lo. Quando tratou de conseguir
que se dirigisse a ela, não fez conta. Quando se zangou, ele conteve sua magia, protegeu‐se, e
esperou enquanto se esgotava. E o pior, não houve nada de sexo. Quando se queixou disso, disse
que era mais que bem‐vinda para que procurasse um companheiro complacente. Isto poderia ter
sido o mais mortificante de tudo. Realmente não se opunha a que ela encontrasse alguém mais.
Isso a deixou perguntando‐se ele já tinha encontrado a alguém mais para saciar suas próprias
necessidades. Não acreditava que fosse Nialdlye. Uma espantosa visita a sua mãe umas noites
depois do incidente deu a pista de que ela mantinha sua distância com ele por causa de Eyrhaen. A
informação tinha sido seguida por uma repreensão de Irin por quão egoísta era. Tinha gritado

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respondendo que não sabia do que estava falando e partiu bruscamente. Esta era a primeira vez
que estava em presença de sua mãe após.
Todo mundo estava do lado de Radin. Todo mundo queria que ela seguisse adiante. Mas era
ridículo. Estavam vinculados!
Irin olhou seu rosto e se sentou, alcançando sua mão.
— Está bem?
Tomou, aliviada de que sua mãe estivesse falando com ela.
— Não sei. — Se deixou cair em um travesseiro ao lado de Irin, olhando com ar taciturno à
reunião de abaixo — Têm medo de mim.
Irin acariciou com uma mão suas costas, jogando sua trança sobre seu ombro, para que não
se sentasse sobre ela.
— Tem que dar tempo, carinho. Acabam de sentir‐se cômodos com Radin.
— Mas conheço a maioria deles.
Irin suavemente tomou seu queixo entre o polegar e seu indicador, e inclinou a face para
cima.
— E mudou tanto em apenas algumas luas.
Eyrhaen piscou, recordando seus olhos. Recordando que mal tinha estado em seu são
julgamento, pelo menos nas duas últimas temporadas antes que Radin despertasse.
— Adivinho que o tenho feito.
Irin assentiu com a cabeça, e soltou seu queixo.
— Dê tempo a eles.
Suspirou e se recostou para trás, embalando sua taça. Tempo. Isso era tudo o que tinha
estes dias. Tempo para sentar‐se e olhar as maravilhas que Radin e Savous estavam fazendo com
sua gente. Os raedjour renasciam. Os rebeldes haviam retornado de novo à cidade. Tinham
estabelecido contato com os humanos para fazer saber que agora seria mais seguro viajar pelo
bosque. Esta noite era especial, já que muitos destes rebeldes se inscreveu como participantes no
combate de luta. Com a ajuda de Radin, e a orientação de seu pai, muitos rancores se
solucionaram, e as feridas do passado estavam sendo deixadas de lado. Era um tempo para
regozijar‐se.
Inclusive se ela se sentisse miserável.
Eyrhaen bebeu uns sorvos de seu vinho, e decidiu que esta noite, estaria de bom humor.
Não tinha visto um combate de luta pelo que tinha parecido séculos. Debaixo, ainda havia mais
pessoas em uma arcada aberta baixa ao lado de seu balcão. Quase todo mundo da cidade tinha
assistido. Os sofás ao longo das paredes já se encheram, e a gente se sentava em plataformas, e
em outros lugares, inclusive no chão da arena. Os dez balcões estavam cheios. Salin e Diana se
uniram a eles no balcão de seus pais, os olhos da mulher mais velha brilharam com um entusiasmo
selvagem.
Eyrhaen se inclinou para frente e cruzou seus braços sobre o corrimão, dando‐se conta que
estava sentada com outros três casais. Considerando o entusiasmo despertado pelo combate, sem

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dúvida haveria atividade sexual.


Procurou Radin entre a multidão de baixo, e o encontrou sentado com Jarak e sua
verdadeira companheira, Marisol.
Se sentará conosco?
Ele não elevou a vista. Não.
Quanto tempo vai me castigando?
Não houve resposta. Não era nenhuma surpresa. Tinha perguntado e a tinha ignorado antes,
a resposta implícita disto é que ela era livre para divertir‐se.
Tentando recordar sua determinação de estar de bom humor, deslizou‐se até o canto de seu
sofá, dando espaço a seus pais, e depois apoiou o queixo no dorso de suas mãos e olhou o que
acontecia abaixo.
Quando Lanthan caminhou na arena, seguido de Tykir e Brevin, seu forçado bom humor caiu
a chumbo. Sentiu que arrancavam o coração. Lanthan estava nu e sem armas, o que significava
que seria um competidor. Seu cabelo tinha sido cortado curto nos lados e atrás, e mais comprido
por cima da testa, escondendo‐a e roçando suas sobrancelhas. Os músculos lisos de seu magnífico
corpo se contraíam perfeitamente com seus movimentos, hipnotizando‐a com sua graça. Brevin e
Tykir o seguiam, vestidos e armados, por isso planejavam olhar somente. Típico. Brevin às vezes
decidia lutar, mas era Lanthan o que realmente desfrutava da competição física. Seu musculoso
guerreiro tinha que golpear alguém de forma regular ou ficava inquieto.
Seu guerreiro? Não. Tinha que deixar de pensar neles dessa maneira. Entretanto, bebeu a
vista dos três, não tinha visto nenhum desde esse horrível dia. Não tinha tido a coragem de
perguntar, e eles não tinham perguntado por ela, pelo que sabia. Sabia que tinha os machucado,
mas, como poderia explicar‐se? Eles tinham sabido sobre Radin antes que despertasse. Mas sabia
de primeira mão que saber e ver que acontecia eram duas coisas muito diferentes.
Viu Lanthan quando saudou Radin. Estreitaram‐se as mãos amigavelmente, e Radin disse
algo que fez que Lanthan assentisse com a cabeça. Que injusto! Por que não estava zangado
Lanthan com Radin também?
Radin a olhou quando partiu Lanthan. Ela desviou seu olhar e fez todo o possível para
bloquear seus pensamentos.
Estava tão apanhada em seu fervor interior que não levantou a vista de novo até que Fallil
caminhou ao centro do círculo. A voz do bardo chegou claramente através do amplo espaço, pela
arena e os balcões, dando a bem‐vinda a todo mundo ao combate.
Eyrhaen tomou o último gole de vinho de sua taça e a deixou antes de olhar para debaixo de
novo.
O que?
Lanthan estava de pé em uma bancada, falando com Brevin e Tykir. Isto não era algo fora do
normal. Mas, uniram‐se a Nialdlye em seu sofá. Estava sentada entre o Brevin e Tykir, suas pernas
de cor vermelha brilhante se viam debaixo da prega de sua saia que chegava ao meio da coxa.
Seus seios estavam nus e erguidos, com uma grande quantidade de colares que chamavam a

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atenção sobre eles, seu cabelo solto também, caindo em cachos negros e vermelhos sobre seus
ombros. Estava sentada sorrindo, enquanto compartilhava com eles. Enquanto Eyrhaen olhava,
ela ficou de pé para poder tomar a mandíbula de Lanthan em suas mãos e dar um breve beijo nos
lábios. Não o suficientemente breve para ser amistoso. Não podia ver seu rosto, já que estava de
costas a ela, mas o beijo se atrasou uns segundos mais do devido. Então, quando Lanthan foi
chamado para unir‐se aos outros candidatos no centro do ringue, Nialdlye se recostou de novo na
almofada, recostada contra Brevin. Ele estirou seu braço sobre o respaldo do sofá, e Tykir se
sentou um pouco curvado, inclinando‐se um pouco para frente para que seu ombro descansasse
contra Nialdlye. Ficaram assim, falando em voz baixa. Ela brincava com uma das longas mechas de
cabelo de Tykir. Sua postura sugerindo intimidade. Intimidade recente.
As unhas de Eyrhaen rasparam o corrimão de pedra.
Procurou Radin no andar de baixo. Você fez isto?
Fazendo uma pausa em sua conversa, ele a olhou. Fiz o que?
Sentou‐a com Brevin e Tykir?
Ele deu uma olhada, sua expressão fria. Tendo em conta que a quero para mim, por que a
sentaria com alguém? Ele olhou ao longe. Ela não me falou desde.
“Desde”, quer dizer desde aquela tarde no jardim. Tinham discutido muito frequentemente
sobre isso para que Eyrhaen não soubesse a que se referia.
Sabia que estava acontecendo isto?
Sua atenção estava nela outra vez, aqueles olhos vermelhos intensos, inclusive à distância.
Por que se importa?
Suas fossas nasais flamejaram quando Fallil deu um passo para as linhas laterais, sua voz
elevando‐se enquanto contava para trás para que começasse o combate.
Não me importa.
É obvio.
O combate começou.
Centrou sua atenção na luta. Havia muito que ver. Dúzias de corpos nus masculinos
chegando à arena, esforçando‐se por ganhar uma vantagem contra um opositor de uma vez. O
ruído dos espectadores enchia o amplo espaço aberto, a emoção subindo quando os corpos
azeitados se agarravam. As primeiras vítimas gritaram seus protestos quando os vencedores os
fixavam e afundavam seus pênis duros no traseiro. A tensão sexual crescia à medida que os
perdedores deixavam a arena, deixando mais espaço para os novos emparelhamentos. Lanthan
permanecia no concurso, seu pequeno sorriso mais um testemunho de seu entusiasmo que a
ereção entre suas pernas. Fodeu seu oponente até a submissão, e depois com habilidade saiu dele
antes que outro candidato pudesse tentar aproveitar seu traseiro nu.
Eyrhaen era capaz de perder tudo de vista, exceto a ele, concentrando‐se em sua natural
coragem e sua habilidade ganha com o esforço. Não era o maior, ou o mais forte, mas se manteve
firme contra seus opositores. Tinha‐o visto fazê‐lo antes, mas isso não tirava mérito ao espetáculo.
Lutou corpo a corpo com um homem uma cabeça mais alto que ele, e com os ombros mais largos,

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depois se deixou cair no chão, levando o outro com ele. Ela ofegou, insegura de que fosse de
propósito, até que se girou e deu a volta, serpenteando ao redor do homem maior. Este
resmungou, tentando fazer rodar Lanthan de novo para baixo. Teve êxito, rodando em cima de
Lanthan, mas em suas costas. De algum jeito Lanthan conseguiu tomá‐lo de baixo. Eyrhaen não
era a única pessoa gritando sua aprovação por esse movimento em particular.
A tensão explodiu na sala. Ela se negou a prestar atenção, mas não podia evitar saber que
muitos dos espectadores estavam implicados agora uns com os outros. Os perdedores se uniam à
multidão para aliviar as duras ereções que a luta final tinha causado. As poucas mulheres que
havia nas bancadas gemiam. Muitos homens mais também gemiam. Evitou olhar Radin ou
Nialdlye. Não quis saber. Manteve sua atenção em Lanthan. O animando. Mordeu o lábio quando
enfrentou Arkir, um homem que ela conhecia. E o que era mais importante ainda, um homem que
conhecia e conhecia seus truques também. Inclinou‐se para frente, aguentando a respiração
quando tomavam medidas entre eles. Estavam entre os cinco últimos casais. Arkir agarrou
Lanthan e conseguiu manter seu agarre quando o homem menor se retorceu. Ambos caíram no
chão, ficou debaixo Arkir sobre as costas. As arrumou para girar, deixando Lanthan debaixo dele,
mas este deu um empurrão e se deslizou longe. Ficaram de joelhos, golpeando os braços do outro
enquanto lutavam pelo agarre. Ela sustentou o fôlego quando Arkir penetrou sob o braço de
Lanthan, e o apanhou em uma chave. Reconheceu a posição de combates prévios, e sabia que não
poderia ser quebrada facilmente. Arkir uivou quando fez rodar Lanthan debaixo dele. Lanthan
lutou, a face e seu pênis esmagadas contra a areia. Eyrhaen não podia ver, mas o giro e o impulso
dos quadris de Arkir contavam a mesma história que fez seu uivo triunfante. Tinha ganhado.
Lanthan caiu na areia, batendo no pó com cada impulso de Arkir nele uma e outra vez. Seus
dedos se cravaram na areia quando Arkir se retirou para encontrar a outro oponente. Eyrhaen
manteve sua atenção em Lanthan, e não nos três casais restantes. Olhando‐o se ajoelhar até
levantar do pó. Seu pênis ereto grosso e orgulhoso entre o meio de suas coxas, e teve muitas
vontades de ser a que tomasse um pano para limpá‐lo. Queria ser a pessoa que tomasse em sua
boca, sua boceta ou seu traseiro. Queria estar ali com ele.
Inclusive ficou de pé, com a vaga intenção de deixar o balcão.
Não se foi. Ele ficou de pé em um movimento gracioso e se deslocou os sete passos que o
levaram aos bancos onde estavam sentados Nialdlye, Brevin e Tykir. Tykir tinha o pano. Ficou de
joelhos para limpá‐lo, insensível da areia que caía sobre ele do peito e ombros de Lanthan. Brevin
ficou de pé, outro tecido em sua mão. Pegou sua boca à sua para um beijo descuidado, faminto
antes de separar‐se para limpar o pó de suas costas e traseiro.
Então aconteceu. Tinham‐no limpo em um momento. Eyrhaen pensou que veria Tykir
fazendo uma mamada. Pensou que talvez Brevin, baixasse as calças para deixar que Lanthan o
fodesse. Mas não. Tykir e Brevin se fizeram a um lado, e Lanthan se sentou no sofá com ela.
Não.
Ela estendeu suas coxas, e ele se encaixou entre elas, em cima dela, deslizando‐se como se
ele pertencesse a esse lugar.

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Não.
Eyrhaen. A advertência mental de Radin não ajudou. Buscou‐o para encontrá‐lo vestido
ainda, na borda da plataforma, enquanto Jarak e Marisol fodiam atrás dele.
A flexão do traseiro de Lanthan chamou sua atenção. As pernas vermelhas de Nialdlye se
cruzaram sobre suas costas. Nem sequer ajudou que Brevin estivesse chupando o pênis de Tykir
ao lado deles. Quão único importava era que Lanthan só estava tocando a ela. Eyrhaen podia
facilmente imaginar a qualquer deles três, aos três com ela.
Não!
Por que se importa? Não são seus.
Sim. Esse era o pensamento lógico. Sabia a algum nível. Mas isso não acalmou a ira que
fervia e esquentava seu peito, e fez que a parte de atrás de sua cabeça vibrasse. A pedra sob seus
dedos começou a cair.
Eyrhaen. Seu controle correu ao redor dela, segurando‐a, contendo‐a.
Mas ela não estava atacando. Continha‐o. Ela queria atacar, mas estava tendo problemas
encontrando um foco. Por que me importa? Perguntou‐se. Queria arremeter contra Nialdlye, mas
estava errado. Ela fodia com homens não emparelhados. Por que não eles? Queria arremeter
contra Radin, mas provavelmente ele sentia tanta dor como ela. Pensou arremeter contra Brevin,
Lanthan ou Tykir, fracassando de novo. Tinha‐os ferido. Mereciam encontrar consolo. A frustração
e a cólera zumbiam, fazendo sua visão imprecisa. Esforçou‐se por conter a magia selvagem, o
medo de todas as faces dos raedjour em sua mente. Não causaria esse medo essa noite. Não o
faria. Sustentaria‐se, conteria‐se, e se amaldiçoaria por ser o que tinha que ser.
Contra a que queria arremeter era contra si mesma. Era a culpada.
Mãos se fecharam sobre seus ombros, devolvendo o sentido. Alguém disse seu nome, sons
reais para que seus ouvidos ouvissem agora. Alguém estava ali para ajudá‐la. Os braços de alguém
a rodearam, e um amplo peito encontrou sua bochecha. Radin.
Estou aqui. Não tinha usado esse tom calmante em muitas noites. Está bem.
O agarrou, tentou apanhar seus pensamentos como vaga‐lumes que revoavam sobre ela.
Perdi‐os.
Deixa‐os ir no momento, relaxe. Deixa‐os ir.
Tudo é minha culpa. Sentiu os dedos calmantes do feitiço do sono filtrando‐se em sua
mente. Não. Não me ponha a dormir.
Será mais fácil assim.
Eu. Não. O. Quero. Fácil. Os dedos se cravaram em seus quadris, e se separou dele. Com os
olhos fechados, concentrou‐se em respirar. Suas mãos eram consoladores pesos sobre seus
ombros, ajudando‐a a permanecer sobre o chão. Rodeava‐a, mas não a ajudava. Manteve a todo
mundo a salvo dela, enquanto ela lutava pelo controle.
E ganhou.
Pouco a pouco, voltou em si mesma. Tremendo, permaneceu quieta até que pensou que sua
visão poderia ser de novo normal. Esperou até que sentiu que sua respiração se sentia normal de

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novo. Então abriu os olhos.


Estava sorrindo, seu orgulho enchendo em um torvelinho seus olhos vermelhos e negros.
— Bem feito.
Ela se deixou sorrir, deixando cair sobre ele com alívio. Só então se deu conta da atenção dos
outros no balcão. Por cima do ombro de Radin, viu seus pais olhando atentamente, com soma
preocupação em suas faces. Hyle se inclinava para frente com uma expressão similar, Gala
abatendo‐se a seu lado. Salin e Diana estavam em um abraço frouxo, também olhando.
Engoliu saliva e se afastou, sua atenção para baixo instantaneamente. Milagrosamente,
ninguém pareceu ter se dado conta. Ela e Radin permaneciam nas sombras do balcão, longe do
corrimão que quase tinha destruído. A maior parte dos espectadores aclamavam ao ganhador do
combate ou estavam implicados em seus próprios encontros. Sua posição atual não permitiu ver
nem Nialdlye, nem Lanthan, Brevin ou Tykir.
A mão de Radin pousou em sua bochecha e a fez voltar‐se para olhá‐lo. O sorriso ainda
estava ali.
— Não se preocupe por eles agora. — Limpou uma lágrima de sua bochecha — Deve estar
orgulhosa do que você sozinha levou a cabo.
Ela sorriu timidamente.
— Fiz, não é?
Ele a abraçou.
— Certamente o fez.

Capítulo 23

Como Radin tinha ensinado, Eyrhaen lançou o feitiço devagar, deixando‐o que se derretesse
como a cera de uma vela em uma superfície quente. Deu‐se conta de sua respiração de novo, e
conscientemente a apressou, tomando seu tempo até que esteve normal. Seu ritmo cardíaco
seguiu. Gradualmente, a dureza da terra aprisionada sob seu traseiro e a solidez de Radin sobre
ela, com seus braços ao redor dela, seu peito em suas costas, enquanto voltava para a realidade.
Sua palma da mão acariciando sua testa, suavemente retirando o cabelo de sua face. Desfrutou do
calor de seu abraço, apoiando sua cabeça em seu ombro, enquanto silenciosamente trazia sua
magia sob controle.
Este controle era tão diferente. Nunca tinha dado muito crédito ao que Hyle e Nalfien
tinham tentado diligentemente ensiná‐la antes que Radin se transformasse em seu mentor.
Entretanto, tinha explicado que teria sido impossível para eles ensinar tudo. Seus dotes não eram
do mesmo nível, não estavam divinamente realçados. O que eles tinham que ensinar, era um
instinto para ela, assim não era surpreendente que não pudesse beneficiar‐se plenamente de sua

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tutela. Agora entendia e, finalmente, viu o pesadelo que tinha sido como estudante. Ainda estava
procurando uma forma de fazer as pazes com eles.
— Tem‐no feito bem. — Murmurou ele, com ambas as mãos descansando sobre seus
ombros, suavemente rompendo seus pensamentos — Olhe.
Ela abriu os olhos.
Estavam sentados no poeirento chão de uma grande caverna. Quando tinham chegado, a
rocha diante dela tinha sido sólida e lisa, a magia tinha sido utilizada para fechar os túneis mais
transitados que levavam a diferentes áreas da superfície, para proteger a cidade dos ataques dos
rebeldes. Agora, outra vez, havia túneis. As rochas e os escombros ainda os enchiam, mas ela já
tinha feito o que tinha vindo a fazer. Havia dissolvido a rocha sólida e tinha investido um feitiço
que deveria ter sido mais permanente. Agora os engenheiros e suas equipes poderiam vir e limpá‐
los para fazer que os túneis fossem úteis de novo.
Os lábios de Radin roçaram suas têmporas, seus dedos ainda acariciando seu cabelo solto.
— Bem feito. Como se sente?
Respirou fundo, analisando‐o.
— Bem. Um pouco cansada. — Franziu o cenho — Por que é assim? Este feitiço não deveria
ter sido tão difícil.
Ele riu entre dentes.
— Estava trabalhando mais duro para manter o feitiço sob controle do que estava
trabalhando no feitiço real.
Certo. Seu método costumado a fundir provavelmente teria causado um desmoronamento
pior. Ainda estava aprendendo que o trabalho da magia passasse através dela, ser um condutor
para o poder, mas bem que a única fonte. De muitos pontos de vista, ela e Radin, eram mais
sacerdotes que feiticeiros, e sua mente ainda estava se adaptando a essa forma de pensar
diferente.
Deu um golpe por trás.
— Vamos. Nosso trabalho já está feito aqui.
Ficou de pé. Sorriu quando ela deu a volta para dar uma mão para ajudá‐lo. Devolveu o
sorriso quando ele se levantou.
— Disse‐me que me preocupasse com meus maiores.
Ele deu um olhar zombador e puxou de sua orelha.
— Pirralha.
Rindo, ela passou roçando e se afastou, então ambos tomaram um momento para tirar o pó
de suas calças. Ela ajustou sua túnica sem mangas, e ele recolheu seu cabelo solto em um rabo. As
marcas vermelhas em seu peito brilhavam, sob a tênue luz mágica que ele tinha mantido sobre
suas cabeças. Tão formoso, pensou, relativamente segura de que não a escutava. Admirava‐o
menos como amante e mais como professor agora, mas podia desfrutar com segurança da visão.
Da cena do combate de luta uma quinzena antes, por consentimento mútuo, tinham desenvolvido
uma relação mestre/estudante muito mais sã sem sexo. Era uma relação muito estranha para

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qualquer raedjour, sobre tudo para aqueles que estavam emparelhados e eram do sexo oposto.
Entretanto, como ele assinalou, eram um casal estranho e, como tal, era necessário que
estabelecessem uma relação única, tanto entre si, como com os deuses aos que serviam.
Afastou o olhar antes que sua admiração se convertesse em luxúria. O fato de que tivessem
estado de acordo não significava que ela não sentisse a necessidade. Seu acordo significava que
não tinha tido relações sexuais desde sua última vez juntos, antes da derrota no combate de luta
livre.
Ele se aproximou de seu lado, apagando a luz mágica. Ela sorriu diante seu contorno que
vislumbrava com sua visão noturna, e depois caminhou com ele para o túnel que levava a cidade.
— Podemos deixar Tarlan saber que o caminho está aberto, para que seus homens
comecem a trabalhar. — Refletiu Radin enquanto caminhavam — E só ficam os túneis do nordeste
por abrir. Não acredito que haja pressa para começar.
Não, nenhuma pressa. Inclusive com a ajuda de alguns guerreiros de Jarak, as equipes
técnicas trabalhavam a toda parte nos túneis que Eyrhaen e Radin tinham aberto já. Era mais
trabalho que simplesmente limpar os escombros, e não havia suficientes homens para fazê‐lo.
Tomaria tempo. Mas agora, eles o tinham. Seguros sob a atenção constante de seus dois deuses,
os raedjour poderiam concentrar‐se de novo em criar recursos.
— Está muito cansada? — Perguntou, depois de ter percorrido uma distância em silêncio.
Sobressaltando‐a enquanto pensava, ela o olhou.
— O que?
Ele apertou seu ombro, seus olhos brilhando brandamente em ausência da luz.
— Se está cansada, talvez deveríamos mudar o encontro com Hyle e Gala.
— OH. Não — Sacudiu a cabeça — Estou bem.
— Está segura?
— Sim. — Se esfregou o estomago — Mas, talvez pudéssemos comer primeiro?

Jantaram com Hyle e Gala em seus quartos. Parecia que fazia muito que Eyrhaen tinha sido
aprendiz de Hyle, aprendendo os rudimentos da teoria mágica dele. Haviam passado muito tempo
nos sofás baixos e os ninhos de travesseiros que Gala preferia, e tinha ajudado inclusive à mulher
de mais idade a tecer o grosso tapete que havia no quarto onde estavam sentados enquanto
comiam.
Olhando Radin falar com Hyle, Eyrhaen teve que recordar‐se que se conheciam bem. Tinham
crescido juntos sob o mesmo professor. Radin tinha sido mais velho que Hyle, mas suas décadas
separados tinham feito que estivessem muito mais próximos em idades. Isso e que Hyle estava
fascinado por toda quão mágico os tinha aproximado ainda mais.
Gala a pegou olhando‐os e sorriu.
— Bem, agora. — Terminou seu vinho, e deixou sua taça a um lado — Começamos? —
Sentando‐se, esfregou‐se as mãos — Estou impaciente por ver este feitiço.
Seu verdadeiro companheiro se sobressaltou, seus amplos olhos vermelhos piscaram

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quando pouco a pouco chegou ao significado. Hyle era um dos homens mais inteligentes que
Eyrhaen conhecia, quando sua mente aprofundava em um tema particular, com tendência a
perder o foco de qualquer outra coisa a seu redor. Com uma pontada, Eyrhaen imaginou Tykir.
Não era tão mau como seu pai, mas, também, ele tendia a não fazer caso do resto do mundo
quando uma peça particularmente suculenta de conhecimento estava pendurada diante dele.
Sentia falta dele. Do combate, tinha conseguido manter‐se ocupada e geralmente isolada.
Não foi difícil. Grande parte de seu tempo o passou com Radin, aprendendo a usar seus poderes.
Não o tinha visto, nem tinha perguntado por ele, ou por Lanthan ou Brevin. Sabia, por ouvir
retalhos de conversas que permaneciam grande parte de seu tempo com Nialdlye, e isso era
suficiente para que ela não quisesse saber mais.
De repente, tímida, Eyrhaen contemplo o padrão de cor carmesim e meia‐noite do tapete.
— Está segura de que quer fazer isto?
Gala se ajoelhou a seu lado, uma mão tranquilizadora sobre seu ombro.
— Necessita alguém como cobaia, e muito bem poderíamos ser nós. — Riu — Quero dizer
você, meu amor.
Eyrhaen olhou às escondidas vendo‐a lançar um beijo a seu verdadeiro companheiro.
Gala sorriu abertamente a Eyrhaen.
— Se algo sair errado, que não acontecerá, mas se algo se torce, primeiro, tivemos já
meninos pelo que não se preocupe por isso, e em segundo lugar, alguém, e Hyle com maior
probabilidade notará ou sentirá se algo está mau. Magicamente falando.
Necessitando tranquilidade, deu uma olhada a seu ex‐professor.
O cálida sorriso de Hyle demonstrou sua confiança. Ele assentiu com a cabeça.
— Tenho de ver eu mesmo o feitiço.
— Ver? — Brincou gala, atirando um travesseiro do chão a ele — Já que será o sujeito sobre
o que se experimente, acredito que sentirá mais que verá. — Investiu, forçando sobre suas costas
em um ninho de mais travesseiros.
Enquanto lutavam, beijando‐se e combatendo, foi tirando sua roupa, Radin avançou
lentamente até seu lado.
— Estou aqui se me precisa. — Murmurou, dobrando suas pernas baixo ele. Arcos suaves de
luxúria brilhavam entre eles, provocado pelo casal de seu lado, mas, além disso do vulto que havia
em sua calça, não mostrava nenhum sinal externo disso.
Ele segurou seu queixo, olhando‐a nos olhos.
— Estará bem. Só recorda o que ela te disse.
Assentiu com a cabeça. Era, talvez, a parte mais espantosa do feitiço. Um elemento de toda
sua magia que consistia em abrir‐se e deixá‐la passar através dela, guiando mais que liderando‐a.
Mas para este feitiço em particular, que permitiria ao Hyle ter filhas, Eyrhaen não seria nem
sequer uma guia, simplesmente seria um recipiente. Rhae trabalharia completamente através
dela.
O som da briga se apagou, e Eyrhaen se virou para ver Hyle nu de costas nos travesseiros,

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com Gala também nua, apoiada no cotovelo a seu lado.


Ela sorriu a Eyrhaen, passando uma mão sobre os desenhos brancos gravados no peito de
Hyle.
— É todo seu, Eyrie.
Sacudindo seu rabo‐de‐cavalo atrás de seus ombros, Eyrhaen ficou de joelhos e se arrastou
lentamente para frente. Optou por manter sua blusa e calças postas, uma barreira frágil diante a
plena imersão, que Rhae permitiu. Pensou que Hyle ou Gala não se oporiam se unisse a eles em
um encontro, mas não queria, únicos que queria ter relações sexuais não estavam falando com
ela, e até que o conseguisse e acontecesse, optou por não foder com ninguém mais.
Hyle estendeu suas pernas para deixar o espaço suficiente para que Eyrhaen se colocasse
entre suas coxas. Seu pênis estava nu e erguido sobre seu ventre que formava uma tabua de lavar
e que já reluzia com os azeites naturais. Aspirou o embriagador aroma escuro dele enquanto se
acomodava, cobrindo com seus braços sobre suas coxas e colocando a fenda entre seus seios sob
suas bolas. Por cima dela, ele suspirou, e deu uma olhada para olhá‐la, um braço dobrado por
cima de sua cabeça e outro envolto ao redor da cintura de Gala. Ela, também, estava olhando, sua
bochecha apoiada na parte superior de sua cabeça.
Tentando ignorar sua atenção, não fosse que a pusesse mais nervosa, centrou‐se de novo
em seu pênis. Deslizou suas mãos sobre seu ventre, emoldurando seu eixo, vendo o batimento do
coração de uma grande artéria que palpitava com o passar do grosso eixo. Baixando sua cabeça,
deu uma volta, pouco a pouco, bebendo seu gosto tanto através de sua língua, como extraindo
seu aroma através de sua boca. Com isto, foi fácil fechar os olhos e simplesmente desfrutar da
perfeição de seu pênis, sedosa e quente ao tato. Mordiscou o ponto onde a cabeça acampanada
acabava sobre seu eixo, deleitando‐se com o pulso de sensação que se estendeu do interior de seu
corpo e no ar que os rodeavam. Deixou‐a rodeá‐la e filtrar‐se nela enquanto apertava seus lábios
sobre a ponta e brincou com sua língua em sua úmida ponta. O sabor explodiu em sua língua,
estalando gratamente em seu crânio e a percorreu para baixo por suas costas fazendo que seus
próprios quadris se sacudissem. Sentiu a palma da mão de Radin em seu traseiro, acariciando,
tranquilizando‐a, fazendo‐a saber que estava ali, mas manteve sua atenção no pênis que tinha em
sua boca, afundando‐o tudo o que pôde em sua garganta.
Como havia dito que fizesse, Eyrhaen se entregou ao prazer de Hyle. Ele tinha que perder o
sentido tanto como pudessem para que o feitiço funcionasse. Eyrhaen envolveu seu punho ao
redor da base do pênis e se abriu ao prazer entre eles, puxando a apreciação de Gala e Radin à
mistura também. Um singelo resplendor em algum lugar profundo da alma de Eyrhaen assegurou
que Rhae aprovava a inclusão, usou‐a, acrescentou‐a. Logo Eyrhaen gemia enquanto chupava
Hyle, montando seus quadris. Ele dobrou as pernas sob os braços dela, atraindo‐a mais apertada
contra sua virilha. Sua bolas pressionavam seus seios, apertando e estirando, dispostas a esvaziar‐
se quando desse a liberação. Ela não o queria. Queria deleitar‐se com isto para sempre, apesar de
que sua mandíbula doía pelos esforços.
Um calor suave pulsava em seu interior, o feitiço de sua deusa colocando‐se. Eyrhaen

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libertou seu braço, inclinando‐se a um lado, baixou sua mão por debaixo da virilha de Hyle. Seus
dedos tomaram parte da copiosa capa de azeite que o cobria e os levou com firmeza a sua
abertura. Seus dedos se deslizaram, sem obstáculos. Seu calor a tragou enquanto gritava seu
prazer por cima dela. Curvou seus dedos, e encontrou esse centro de sensação. Com seu segundo
grito soltou tanto seu prazer como o feitiço. O líquido quente, espesso encheu sua boca, e
avarentamente o sorveu para baixo, enquanto o feitiço de Rhae os envolvia a todos na liberação
gozosa, palpitante.
Eyrhaen não poderia dizer se funcionou o feitiço, muito distraída pela enormidade das
sensações, mas um zumbido contente na periferia de sua mente assegurou que sim. Rhae estava
feliz. O feitiço tinha funcionado. Sorrindo, muito feliz para permanecer imóvel, subiu a quatro pés
sobre os quadris de Hyle.
Ele estava recostado nos travesseiros dispersos, os olhos fechados enquanto desfrutava das
consequências do clímax. Gala cobria grande parte de seu peito, seus braços frouxos sobre seu
pescoço, e um enorme sorriso em sua cara. Pelo ângulo, deu a Eyrhaen a oportunidade de olhar
entre suas pernas, para mostrar os dedos de Hyle profundamente introduzidos nas úmidas dobras
vermelhas de Gala.
Depois olhou sobre seu ombro para encontrar o sorriso triunfante de Radin. Ele, também,
parecia satisfeito. Só encolheu os ombros quando ela olhou a mancha úmida no frente de suas
calças.
Rindo, ela se recostou. Seu som despertou o casal que descansava diante dela.
Hyle piscou.
— Funcionou?
Ela assentiu com a cabeça alegremente.
Ele franziu o cenho um pouco.
— Eu… Não pude segui‐lo.
Gala fez rodar seus olhos, golpeando ligeiramente antes de ficar sentada.
— Não tem remédio. — Olhou a Eyrhaen, enquanto Hyle se sentava, a esperança em seus
olhos — Mas funcionou?
Eyrhaen assentiu com a cabeça.
— Ela diz que o fez.
— Acredito que não estaremos seguros até que este consiga me deixar grávida — Brincou
Gala suavemente, ainda parecendo aturdida — Mas… — Repentinamente, alcançou Eyrhaen para
abraçá‐la — Estou tão orgulhosa de você.
Aturdida, Eyrhaen se congelou.
— O que?
Gala recuou, com as mãos sobre seus ombros.
— Estou tão orgulhosa de você. Não vacilou nenhuma só vez, inclusive se esteve nervosa. E o
fez!
Horrorizada, a boca de Eyrhaen, abriu‐se.

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— Por isso é pelo que está contente?


Rindo, Gala, fez um gesto com a mão no ar.
— Ah, eu sabia que o faria bem, e será bom ter uma filha, mas estava preocupada com você.
Hyle estava ali, de joelhos junto a ela. Separou‐a de Gala para colocá‐la em seu próprio
abraço.
— Nunca estive mais orgulhoso de você.
Sua face se apertou contra a curva de seu pescoço, e Eyrhaen não podia acreditar o que
estava ouvindo. Sua Deusa tinha dado um presente, e se sentiam orgulhosos, preocupados com
ela. Estas pessoas. Tinham ajudado a criá‐la. Amava‐os tanto como a seus pais. Sempre tinham
feito tudo o que puderam por ela, inclusive quando ela teve um caráter difícil. Inclusive depois de
tudo o que tinha feito para afastá‐los, ainda estavam ali para ela.
Suas lágrimas se misturavam com o azeite que devagar se secava na pele de Hyle. Seu corpo
se estremecia em soluços antes que se desse conta. Os braços de Hyle se apertaram a seu redor, e
ele se recostou, puxando‐a a seu colo. Agarrou‐se a ele, sem palavras, alagada pela emoção que
tomou.
— Shhhh. — Murmurou sobre seu cabelo, abraçando‐a enquanto a balançava.
Primeiro Gala, e depois, Radin se aproximaram, rodeando a de calor. Essa gente ainda a
amava, ainda se ela pensasse que não o merecia.
Talvez, apenas se atrevia a deixar que o seguinte pensamento saísse, talvez haveriam outros
que perdoariam suas ofensas também.

Capítulo 24

Eyrhaen ficou olhando a porta fechada, as mãos em punhos a seus lados. Fazia grande
esforço para ocultar sua presença ali, para que aqueles que estavam dentro não a notassem. Só
uns poucos rapazes que se apressavam em seus próprios assuntos a tinham visto chegar já que
tinha tomado à entrada traseira da torre das mulheres que estava selada magicamente. Ainda
podia dar a volta e partir.
Mas isso não era o que tinha combinado com Radin. Isso não ajudaria a aliviar seu
sentimento de culpa, nem tampouco abriria o caminho para o perdão. Tinha que fazê‐lo.
Maldição.
Levantou a mão e bateu.
Passaram uns momentos. Brincou com o cinturão enquanto isso, só agora se deu conta que
levava um de seus trajes azul gelo com o que sabia que os homens a achavam atraente. Brevin
tinha brincado por isso em mais de uma ocasião. Pensaria que agora era ela a que zombava dele?
Talvez devesse partir depressa e trocar‐se.
Muito tarde. A porta se abriu.

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Lanthan.
Olhos azuis a focaram dentro de um rosto inexpressivo. Seu coração se deteve o olhá‐lo
diretamente depois de mais de uma lua de evitá‐lo. Tinha pensado que se fez bastante boa em lê‐
lo, mas ele tinha que ter se convertido em alguém melhor para ocultar suas emoções. Ou talvez
seu poder puro o que a tinha permitido lê‐lo desde antes com claridade. Nem sequer um projeto
de emoções nele. Deuses, que pensamento tão horrível! Talvez já não sentissem nada mais por
ela.
Não a par de seu pânico interior, ele piscou e deu um passo atrás para permitir que entrasse.
— Eyrhaen está aqui. — Anunciou em voz baixa ao resto do quarto, movendo‐se para que
passasse a seu lado.
Eles eram os únicos pressente. Tinha escolhido deliberadamente o momento quando os três
estivessem com Nialdlye em sua suíte. Para seu grande desgosto, tinha descoberto que suas
opções eram muito escassas, desde que Brevin, Lanthan e Tykir se mudaram, virtualmente viviam
com ela. Tisla e Davlin estariam na creche, por isso só estavam os quatro, olhando‐a quando
entrou na sala alegremente iluminada. A luz do sol, falsa, entrava pelas portas do balcão abertas
ao jardim que havia mais à frente. O quarto estava parcialmente desordenado, os móveis voltados
em ângulos estranhos. Brevin e Tykir parados de joelhos onde estavam desenrolando um tapete
grande, com intrincado decorado. Nialdlye estava de pé a um lado, dirigindo. Os homens estavam
nus de cintura para acima, com os pés descalços, e com o cabelo preso, ou no caso de Lanthan
preso por uma fita grossa. Nialdlye levava um conjunto verde singelo, que apenas alcançava as
coxas. A Eyrhaen, todos pareceram bastante cômodos, juntos, em uma cena tão doméstica. Não
estaria surpreendida absolutamente se tivessem estado na cama pouco antes que ela tivesse
chegado.
Deteve‐se no centro da sala, justo na borda do tapete pela metade desenrolado, enquanto
Lanthan silenciosamente fechava a porta. Concentrou‐se primeiro em Nialdlye, não preparada
para estar em frente de sua incredulidade, ou, pior ainda, da carência dela, que estava segura de
ver nas faces dos que amava.
— Eu… Vim para pedir perdão.
Uma das sobrancelhas escuras do Nialdlye se elevou.
— A mim?
Respirou fundo, repreendendo a si mesma para não ser fraca. Tudo o que queria fazer era
sair correndo ou cravar agulhas quentes em seus olhos. Quase algo menos admitir que estava
equivocada, embora agora soubesse que o tinha estado.
— Sim. Eu… — As palavras ensaiadas escaparam de sua cabeça, por isso teve que dizer as
palavras entrecortadas conforme foram chegando — Todo o tempo que viveu entre nós, estive
ciumenta de você.
Pela extremidade do olho viu Brevin levantar‐se de seus joelhos e sentar‐se na borda de um
sofá. Tykir se sentou no braço do mesmo.
Eyrhaen se encontrou esfregando nervosamente a testa, e fez que sua mão retrocedesse e

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baixasse a seu flanco.


— Pensava que você, outra mulher, uma mulher mais velha, uma nascida elfo, poderia
tomar meu lugar entre os raedjour, e me zanguei com você por isso. — Não é justo. Eu poderia ter
estado certa! Mas não, tinha estado equivocada. Havia espaço e uma razão para ambas, sobre
tudo agora que Tohon também era Deus dos raedjour — Eu... Não me dava conta até
recentemente do que tinha feito, mas é verdade. O fato de que eu não controlasse minha magia,
só piorou as coisas. Muito. Eu estou… Eu sinto muito.
Nialdlye vacilou, claramente surpreendida.
— Obrigada.
Eyrhaen agachou sua cabeça, seu cabelo caindo para frente sobre seus ombros.
— Dou‐me conta de que não é suficiente apenas dizê‐lo, mas tenho que começar por algo.
Eu gostaria que pudéssemos começar de novo.
Armando‐se de coragem, deu a volta para estar de frente a Brevin. Tykir ainda estava
sentado a seu lado, e Lanthan tinha avançado para estar com eles, todos olhando‐a com avidez.
Por um momento, limitou‐se a olhá‐los, sem desejar nada mais que aconchegar‐se no colo de
Brevin. Ou melhor ainda, fazer amor lentamente com cada um deles por separado, para poder
transmitir como se sentia por eles. Só a ideia de ter qualquer deles dentro de seu corpo era o
suficiente para sentir um comichão em sua boceta. Mas não seria assim. Ela o tinha quebrado.
Engoliu.
— Devo uma desculpa a cada um de vocês também. — Felizmente, a réplica inteligente que
merecia não chegou, embora esteve segura que a viu no estreitamento dos olhos de Brevin — Os
tratei a todos de forma miserável no passado, porque eu podia, e porque me deixaram. Não,
espere, isso é incorreto... —Suas mãos se apertaram em punhos a seus lados de novo. Argh! Isto é
muito difícil.
Está‐o fazendo muito bem. A asseveração de Radin ajudou. Desejava que ele estivesse ali,
mas entendia por que era melhor que não viesse. Sentir‐se incômoda era parte de sua expiação.
Maldição. Era mais difícil do que pensava. O que era essa sensação incômoda crescendo
dentro de seu peito? Não podia ser magia. Tinha‐a sob um estrito controle.
— Sempre estiveram ali para mim, mas me aproveitei de nossa amizade e de seus
sentimentos por mim, e os fiz sentir muito mal. Todos mantiveram‐se fiéis enquanto fiz todo o
possível por os afastar, e eu… — Outro fôlego, tentando acalmar seu coração desbocado. Pedir
desculpas a seus pais tinha sido tão fácil — Obrigado. Obrigado por tudo o que fizeram por mim.
— Escutou como sua voz se quebrava, mas não podia controlá‐la, quando estava fazendo tudo
para evitar que as lágrimas corressem por suas bochechas — Obrigada por estarem comigo
quando não deveriam tê‐lo feito, e obrigada por acreditar em mim quando ninguém mais o fazia.
— Pronto. Talvez não fosse suficiente, mas era um começo bastante bom. Esclarecendo sua
garganta, recuou e deu a volta para estar de frente a Nialdlye de novo — Eles merecem isso. São
maravilhosos. Mas… — De novo, tossiu sobre o nó de sua garganta — Tem que saber que Radin a
ama.

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Nialdlye se sobressaltou, seus olhos verdes faiscaram.


O que está fazendo? Isto não tinha sido parte do que tinha combinado com o Radin.
Se cale. Isso se sentia bem para ela, e sabia que estava abrindo sua alma de todos os modos.
— Amou‐a todo este tempo. Amou‐a desde antes que despertasse, e o único que se
interpunha entre vocês era eu. É necessário que compreenda que já não me interporei em seu
caminho nunca mais. — Seus punhos se fecharam nas bordas de seu cinturão — Estamos
vinculados, não posso evitar isso, mas vocês dois deveriam estar juntos. Ele diz que temos que
tomar nossas próprias decisões, e seu coração escolheu você. — Deu uma olhada a seus três
antigos amigos embora as lágrimas que apareciam em seus olhos não permitissem que os visse
bem — Sinto arruinar isto para vocês também, mas… Maldição. — Não podia seguir fazendo isto
mais. Zangada, começou a sentir que as lágrimas caíam de seus olhos, enquanto caminhava para a
porta da entrada —Sinto muito. Espero que com o tempo me perdoem, mas não espero que
aconteça agora mesmo.
Incapaz de suportar mais, virou‐se e se lançou para a porta. Tinha que partir, chorar, e tentar
esquecer quão cômodos os homens, que deveriam ter sido seus amantes, pareciam estar com
outra mulher.
Seus dedos acabavam de roçar o cabo quando grandes braços a envolveram pela cintura por
trás, levantando‐a do chão.
— Não tão rápido.
Agarrou‐se pelos braços, lutando contra o calor que emanou de sua pele a sua alma. Deusa,
a força física bruta dele era embriagadora.
— Brevin, deixe‐me ir.
— Não.
Através do véu das lágrimas não desejadas, viu‐o separá‐la da porta. Deliberadamente,
sacudiu seu cabelo para frente para cobrir seu rosto quando ele a deixou sobre seus pés perto do
sofá.
— Por favor, deixe‐me ir.
Grandes dedos tomaram seu queixo, inclinando sua cabeça. Ele sorriu diante seu olhar, o
vermelho fervendo atrás do tom avelã de seus olhos.
— Você não havia dito “por favor” em muito tempo.
Ela apenas se conteve a vontade de ficar nas pontas dos pés e selar seus lábios nos dele.
— Deixe‐me ir, palhaço. — Seus lábios se curvaram, e ela o empurrou em seu peito. Não é
que o movesse. Sem usar a magia, não tinha nenhuma possibilidade contra sua força — Já pedi
perdão. Que mais quer que diga?
Uma sobrancelha de cor branca brilhante se arqueou para cima, e inclinou a cabeça,
pensando‐o.
— O que pensa você, Tyk?
Ela sentiu mais que viu Tykir a seu lado.
— Seria agradável, se ela mencionasse a palavra “amor”.

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Baixou a vista, já que seu rosto ainda estava inclinado pelos dedos do Brevin.
— Sim. — Concordou Brevin, tocando uma lágrima que deslizava por sua bochecha — Isso
estaria bem.
Bem. Queriam que ela sangrasse? Faria‐o.
— Bem. Amo‐os. Amo os três, e provavelmente sempre o farei. E eu o arruinei. Eu os afastei.
Eu os neguei, e eu fui correndo a um homem que não o faz, e que nunca me amará. Não como
vocês o fizeram. — Seu olhar subiu, junto com sua irritação ao ver Brevin com o mesmo sorriso.
Não se surpreendeu absolutamente de que o estivesse esfregando contra ela, mas doeu que Tykir
estivesse falhando. Tykir tinha um coração mais quente que isso. Ou ao menos isso pensava ela.
Talvez, ela também tenha quebrado isso— Feliz agora?
— Cuidado, Eyrie. Não está acostumada a tudo isto da expiação. Vai fazer te sentir enjoada.
Seus dedos se fecharam em punhos, e com ambos golpeou em seu peito. Sua justa raiva se
atenuou, entretanto, quando o viu estremecer‐se. Ele esperava que ela arremetesse com sua
magia. Pior ainda, quase o tinha feito.
Mas não o fez. Radin esteve ali, sustentando‐a. Está‐o fazendo muito bem.
Olhou para Nialdlye, só para encontrar Lanthan entre elas, tão perto que podia ver as linhas
finas de suas longas pestanas que rodeavam seus frios e formosos olhos. Ela os queria ver quentes
de novo, e saber que ela tinha sido das poucas que os viu assim.
— Sinto muito. — As palavras se derramaram espontaneamente de seus lábios, mais fácil
quanto mais às dizia.
Ele deu um passo para frente, e tocou o turno de recuar imediatamente. Ficou gelada
quando sua mão se fechou ao redor de seu braço, justo por cima de seu cotovelo.
— Onde está a magia?
A princípio, não entendeu, mas depois foi Brevin o que se moveu. Lanthan não tinha dons
próprios, mas não era surpreendente que ele tivesse sido afetado por seu poder cru o suficiente
para sentir que agora não estava presente. Baixou seu olhar para deter‐se em sua fascinante
clavícula, sabendo o adorável que seria poder riscar essa linha firme com sua língua.
— Melhorei no controle dela.
Sua mão se arrastou por seu braço nu, provocando um arrepio.
— Está tranquila.
Ela não pôde evitar que sua risada soasse um pouco nervosa.
— Estou?
Outra mão deslizou por suas costas, e se deteve na curva por cima de seu traseiro.
— Seu escudo é impecável. — Murmurou Tykir, seu calor esquentando o outro braço.
Encaixotada entre os três, fechou os olhos, desejando desfrutar de seu tato, mas sabendo
que isso era incorreto.
— Não completamente, mas quase. — Quando ela se rendeu, inclinando‐se para o calor de
Tykir, sacudiu‐se para trás. De repente, interpôs‐se entre Brevin e Lanthan, ganhando alguma
distância antes que se voltasse para ambos — O que estão fazendo?

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Tykir e Lanthan estavam de pé, um em frente do outro, sobre o espaço onde ela tinha
estado, salvo que suas cabeças se voltaram para olhá‐la. Brevin, afastou‐se, uma sombra enorme
ao lado do ombro de Tykir. Nenhum deles respondeu.
— Parem. — Deu um passo atrás de novo — Isto não é justo. Sei que agora estão com
Nialdlye. Não esperem que eu goste disso, e não esperem que os deixe zombarem de mim!
Surpreendeu‐se muito quando mãos se fecharam sobre seus ombros por trás. Ofegando,
enroscou‐se para um lado, para olhar como Nialdlye levantava as mãos, as palmas para fora.
— Sinto muito.
Era o extremo do que podia aguentar, Eyrhaen correu para a porta.
— Eyrhaen, espera.
Não o fez. Não queria saber o que Nialdlye tinha a dizer. Tinha ido e tinha feito o que não
queria fazer, fez o correto. Provavelmente merecia seu desprezo, mas na realidade, já era
suficiente. Ao menos por esta noite.

Capítulo 25

Eyrhaen se incorporou em seu ninho de lençóis, travesseiros, e miséria quando Radin os


deixou atravessar o escudo que rodeava a suíte dela. O que?
Fale com eles.
A porta exterior de sua suíte se abriu em silêncio.
Não! Teve suficiente por esta noite. Começou a reunir proteção para seu próprio quarto.
Radin dissolveu o conjuro antes que tomasse forma. Fala com eles.
Muito tarde.
Tykir passou primeiro através da porta aberta, os olhos vermelhos brilhavam enquanto
suavemente procurava magia. Sem encontrar nenhuma, saiu da porta e ficou a um lado para fazer
espaço para que o seguissem Lanthan e Brevin. Seguiam sem camisa, mas agora levavam botas, e
estes dois últimos, foram ligeiramente armados. Um olhar à chama que brilhava em um abajur
disse que o resto da noite já havia passado desde que os tinha deixado com o Niadlye.
Ajoelhando‐se em meio de seu colchão, jogou um travesseiro.
— Vão!
Brevin o apanhou facilmente, rindo entre dentes.
— Agora aí está a Eyrie que conhecemos toda nossa vida. Estava começando a perguntar se
havia ficado louca.
Atirou outro travesseiro, desta vez em Lanthan.
— Vão, vão, vão. Não posso me desculpar mais esta noite.
Brevin jogou o travesseiro para a cabeceira enquanto parava a seu lado.
— Deuses, não o espero.

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Elfos Escuros 06

Ela franziu o cenho, olhando‐os enquanto se alinhavam ao longo dos dois lados livres da
cama. Obstinadamente, se recusava a acovardar‐se contra a parede atrás dela.
— O que querem?
Em um salto indecentemente rápido, Lanthan a esmagou de costas contra os travesseiros,
assegurando‐a com as mãos sobre seus pulsos, e se sentou escarranchado sobre sua cintura.
Esperou até que seu cérebro o captou, e ela piscou sem dizer nada para ele.
— Você.
Ela sorriu sarcasticamente, retorcendo‐se em seu agarre.
— Maldição, não zombem de mim. Vão.
— Não estamos zombando.
As suaves palavras de Tykir a detiveram. Girou sua cabeça para levantar o olhar enquanto
ele engatinhava cruzando a cama sobre sua cabeça.
— O que?
Brevin se sentou ao lado da cama, reclinando‐se despreocupadamente sobre um braço.
— Realmente quis dizer o que disse antes?
Franzindo o cenho, tratou de recuar para afastar‐se de Lanthan, voltando a falhar.
— Disse um montão de coisas.
Viu Brevin dar a Tykir um olhar fulminante.
— Ela não pode fazê‐lo fácil certo?
Olhou para cima, quando Tykir riu.
— Seria estranho se o fizesse.
A estranha posição só permitiu ver uma quantidade maciça de peito musculoso e uma visão
enviesada de sua cara sorridente.
— Não deveriam estar todos vocês com Nialdlye?
— Terminamos de ajudá‐la.
Voltou à cabeça de repente para olhar Brevin.
— Ajudá‐la?
— A mover seus móveis.
— Não estavam se mudando?
— Não.
Chiando os dentes, olhou com fúria a Lanthan, que a olhava com óbvia diversão.
— Me deixaria ir?
— Não.
Ela arqueou as costas o melhor que pôde e gritou.
— Me solte!
Ele se deixou cair para debaixo de modo que seu peso a forçou a voltar a apoiar‐se no
colchão; suas mãos deslizaram as dela sobre sua cabeça. Isso pôs seu nariz justo sobre o dela, seus
brilhantes olhos perfurando seu crânio. Sua alma.
— Quero estar dentro de você.

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Ficou gelada, perdida no frio calor de seu olhar. Nunca esperou voltar a ver isso, não dirigido
a ela. Seus lábios se separaram sob a suave carícia de seu fôlego, mas não a beijou.
Finalmente, encontrou sua própria respiração, levantando o olhar para fixá‐la nele.
Pestanejou.
— Por quê?
Ele soprou.
— Não, digo a sério. Por quê? Você me odeia.
Brevin suspirou.
— Eyrie, por muito que nos aborrecesse algumas vezes, não acredito que nenhum de nós
seja capaz de te odiar.
Ela engoliu um nó de sua garganta.
— Mas… O combate de luta livre, e antes… Todo este tempo…
— Não disse que não estivéssemos loucos. E você tem que ser a mulher viva mais frustrante,
mas nos apaixonamos por você ao mesmo tempo em que nos apaixonamos uns pelos outros. —
Deu um suspiro muito martirizado — Não é o mesmo sem você.
O agarre de Lanthan se aliviou sobre seus pulsos, só para ser seguro por Tykir. Ela olhou
sobre sua cabeça enquanto o feiticeiro mais jovem se acomodava de joelhos, dando uma
excelente visão do vulto entre suas coxas. Ele sorriu de orelha a orelha quando ela lambeu os
lábios.
Pensamentos giravam dentro de sua cabeça. Convenceu a se mesma de que acabou.
— Isto significa que me perdoam?
Um ofego sem fôlego saiu de seus lábios enquanto Lanthan pressionou um beijo justo
debaixo de sua orelha.
— Estamos considerando.
Abriu os olhos, insegura sobre quando se fecharam, para encontrar Brevin inclinando‐se
mais perto, um sorriso petulante curvando seus lábios. Lanthan empurrava a um lado a frente de
seu vestido para expor seus seios a seus lábios espectadores, o que evitou que reagisse
apropriadamente à provocação de Brevin. Retorcendo os pulsos no agarre de Tykir, rodando os
quadris seguros sob o peso de Lanthan. A gloriosa restrição manteve sua irritação de forma segura
a raia.
— O que diz, Eyrie? — A voz de Brevin era tão próxima, teve que abrir os olhos. Estava sobre
seu cotovelo agora, seus lábios a um fôlego de distância dos dela. Ele passou as gentis pontas dos
dedos ao longo de sua mandíbula — Quer se reconciliar conosco?
Beijou‐a antes que pudesse responder, seus lábios pressionando os seus. Gemendo
suavemente, ela abriu sua boca, mas ele não foi mais à frente. Enquanto isso, os fortes dedos de
Lanthan mantiveram seu seio para a delicada tortura de seus dentes e língua a seu mamilo. Tratou
de aprofundar o beijo de Brevin, mas ele recuou em vez de aceitar o mais breve toque de sua
língua na dele.
— Deveria tomar isto como um sim?

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— O que?
Ele riu entre dentes.
Ela grunhiu, a frustração zumbindo debaixo de sua pele.
— Maldição, Deuses, que alguém me foda já.
Tanto Brevin como Tykir puseram‐se a rir. Brevin cavou sua bochecha com uma forte mão.
— Essa é nossa Eyrhaen.
Antes de poder voltar a amaldiçoá‐lo, ele tomou sua boca, desta vez apropriada e
completamente. Ansiosamente, alimentou‐se da boca de Brevin, enquanto Lanthan se alimentava
de seu seio, deleitando‐se em sua força. Sobre ela, Tykir trocou sua sujeição sobre uma mão, e
depois descobriu por que, quando seu pênis nu golpeou sua palma aberta. Instantaneamente,
fechou os dedos ao redor dele, agarrando‐o também com sua outra mão, apertando de modo que
pôde tirar um gemido.
Foi então quando descobriu que havia outra profunda diferença no que estava
experimentando. Sensações primárias, tateantes. Só agora se dava conta de que todas as outras
vezes que os havia tocado, sua experiência foi através de uma névoa de magia selvagem. Certo,
isso era o que tinha permitido compartilhar com eles o que sentia em outro nível, mas como
raedjour, isso passava de qualquer modo. O que tinha feito antes só o tinha amplificado. O que
tinham neste momento era menos, mas também muito mais. Pela primeira vez, realmente os
estava sentindo, o corpo físico, sem a capa de magia.
A eles não parecia importar. Lanthan puxou do outro lado de seu vestido de modo que o
tecido formou uma fita entre seus seios nus, depois apertou ambos os globos juntando‐os para
alimentar‐se melhor dos dois mamilos. Sua mandíbula doía gratamente pelo modo em que Brevin
a mantinha aberta. O pênis de Tykir se deslizava deliciosamente através de suas mãos, os azeites
de sua pele cobrindo sua palma.
Ofegou quando Brevin se afastou, sentando‐se, mas seu protesto foi cortado em pouco
tempo quando Tykir libertou seu pulso e se moveu para o lado de sua cabeça. Entendeu a
insinuação, agarrando o pênis pela base, para poder deslizar o resto dentro sua faminta boca. O
peso de Lanthan se levantou de sua cintura, e ar frio zombou dos molhados mamilos que deixou
enquanto ele e Brevin a despojavam de seu cinturão e calcinhas. O fresco tecido de seu vestido
simplesmente foi retirado de seu caminho, despindo‐a para que avaras mãos e bocas que se
dispor a explorar cada pedacinho formigante de pele. As bochechas de Brevin descansavam sobre
a parte baixa de seu ventre, e o fôlego de Lanthan estava quente no interior de suas coxas,
enquanto cada um tomava uma perna para as separar. Ela gemeu ao redor do bocado de sua
boca, bebendo o salgado pré‐sêmen de Tykir enquanto os grossos dedos de alguém brincavam em
sua abertura, enquanto a ponta da língua de Lanthan riscava o diminuto casulo sensível no topo
de seu sexo. Um diminuto broto que saltou à vida quando quentes lábios se deslizaram sobre ele.
Brevin cravou os quadris à cama enquanto se deslizava mais abaixo, e um prazer agonizante se
disparou através dela quando Lanthan se levantou e duas línguas as arrumaram para prová‐la de
uma vez, Lanthan e Brevin virtualmente beijando‐se sobre seus clitóris.

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O orgasmo vibrou através dela, pulsando de forma natural através deles, deixando‐a sem
fôlego, mas estimulando a seus amantes. Antes de poder recuperar‐se, Lanthan moveu suas coxas
para cima e separados, levantando os quadris do colchão para poder baixar sua língua para brincar
com o broto de seu traseiro. Brevin se moveu facilmente com ele, sustentando uma perna
enquanto lambia seu sexo palpitante.
Ela gritou quando Tykir tirou o pênis de sua boca, buscando‐o enquanto ele engatinhava
para trás. Mas o peso de Brevin a manteve onde estava. Passou as unhas por suas costas,
enquanto olhava Tykir tirar rapidamente sua calça e botas. Brevin tinha uma de suas pernas
dobradas para trás de modo que sua coxa tocava seu seio, abrindo‐a tanto como podia para o
assalto dual dele e de Lanthan. Gritou quando Lanthan afundou um dedo em seu traseiro,
enquanto Brevin punha três dentro de sua vagina, cada um lambendo a sensível pele que rodeava
ambas as entradas. Voltou a gozar, arqueando para trás a cabeça sobre os lençóis que tinha
debaixo, rasgando o travesseiro mais próximo que pôde encontrar.
Eles continuavam negando‐se a ceder. O colchão se afundou, e olhou para baixo a tempo
para ver Lanthan engolindo o pênis de Tykir em uma mamada deliciosamente formosa, antes de
fazer‐se a um lado. Os dedos deixaram seu corpo, e Brevin se sentou, libertando suas pernas para
as deixar sobre os cotovelos de Tykir. Três pares de olhos pousaram sobre ela, enquanto o pênis
de Tykir se abatia sobre sua entrada.
Esperando.
Ela se retorceu, cravando a ponta dele sobre suas dobras molhadas.
— Foda‐me.
Não foi necessária mais provocação. Fechando os olhos, mordendo os lábios, Tykir moveu
seus quadris, e sua grossa ereção se deslizou facilmente dentro dela.
Com Radin, o sexo tinha tido a magia e o controle, como o ato físico, em si mesmo. Sem
exceção, cada vez que tinha estado com ele, seu sentido da realidade se esfumou em um confuso
abismo de cores e magia. Embora prazeroso, ainda tinha que ter sexo e sentir a beleza nua e física
disso. Nisso, ela era virgem, e gritou diante o doloroso estiramento de músculos ao redor da força
dura e acerada.
Tykir caiu para frente, o cabelo solto caindo para frente de seu meio rabo‐de‐cavalo, para
acariciar os ombros dela. Ela se arqueou enquanto seu peso e braços levantavam suas pernas, mas
sem importar sua posição, contanto que permitisse retirar‐se e investir ainda mais
profundamente. Com impaciência, ela deslizou seus dedos entre o cabelo de sua nuca e empurrou
para baixo para um beijo descuidado.
— Amo‐o, Tykir — Murmurou, as palavras vindo com facilidade enquanto mordiscava os
lábios — Foda‐me.
Ele grunhiu, seus lábios inclinando‐se sobre os dela enquanto voltava a investir. Ela se
perdeu no castigador golpe de seus quadris sobre os dela, na fricção de seu pênis dentro de seu
corpo. Sim. OH, sim, isto estava bem.
— Ah!

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Abriu seus olhos diante o ofego dele, olhando‐o enquanto se arqueava para trás sobre ela,
os olhos muito abertos e sem ver.
— Não…
Não estava falando com ela. Seu corpo estremeceu, suas investidas se voltaram irregulares.
De sua posição a seu lado, e por como estavam colocados seus braços, Eyrhaen pôde adivinhar
que os dedos da mão que Brevin tinha escondido atrás das costas de Tykir jogavam com seu
traseiro. Brevin lambeu o ponto da orelha de Tykir.
— Vou fode‐lo da próxima vez que esteja dentro dela. — Prometeu.
Lanthan mordeu a parte alta do ombro de Tykir, seus dedos deslizando‐se para baixo pelo
úmido ventre de Eyrhaen para inundar‐se dentro do apertado espaço entre a perna de Tykir e a
dela. Encontrou seus clitóris e empurrou, fazendo‐a grunhir e apertar.
Tykir se agitou e se rompeu, os olhos fechados em um gemido demolidor para o coração.
Através da empatia raedjour perfeitamente normal, sem realçar, Eyrhaen se empapou com o calor
de seu orgasmo inclusive enquanto seu útero recebia seu sêmen.
Rindo entre dentes, Brevin deslizou os braços ao redor do peito de Tykir. Sussurrando
devagar na orelha do homem menor, afastou‐o. Logo que teve espaço, Lanthan se inundou entre
suas coxas para chupar sua vagina. Ela gritou, puxando inconscientemente seu cabelo. Mas isso só
o fez rir e empurrou sua língua dentro dela tão longe como podia chegar.
Quando teve suficiente e ela se recuperou de algum modo, ele ficou de joelhos.
— Vira. — Ordenou com uma ligeira palmada a um lado de seu quadril.
Ela lambeu os lábios diante as vista de seu pênis comprido e magro curvado tão alto que o
pré‐sêmen umedecia seu ventre. Quando a voltou a aplaudir, concordou, girando‐se. Captou a
visão de Tykir e Brevin beijando‐se atrás dele, mas não muito mais.
Quando deveria ter se preparado sobre joelhos, o peso dele a esmagou contra o colchão. Ele
arrumou para afastar um montão de cabelo do meio deles, para poder pressionar tanta pele nua
contra suas costas como pudesse. Ela fechou os olhos e grunhiu, deleitando‐se sob seu peso. Seus
joelhos abriram os dela, e só se balançou pelo que a coluna de seu pênis se deslizou pela dobra
entre seus glúteos.
— Ele tomou seu traseiro? — Grunhiu em sua orelha.
Quase diz que não. Não tinha visto que Tykir acabava de tomar sua vagina? Mas se deu
conta de que o “ele” se referia a Radin.
— Não. — Pelo menos, não que ela tivesse percebido.
O ronrono em seu peito era puramente animal enquanto se ajustava, estirando‐se para
baixo para ajudá‐la a levantar seus joelhos mais alto para que seus socos se separassem.
— Eu vou fazê‐lo.
Seu fôlego ficou apanhado, o diminuto anel e virgem de seu traseiro encolhendo‐se diante o
pensamento.
— Eyrie?
Ela girou seus quadris para que seu pênis esfregar sua abertura.

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— Sim. Faça.
Outro grunhido, um beijo a um lado de seu pescoço, depois a ponta de seu pênis golpeando‐
a. Fechou os olhos, querendo saborear cada pequeno movimento que ele fizesse. Ele tomou seu
tempo, respirando com dificuldade enquanto sua ponta pressionava sua abertura. Tinha escutado
que ao princípio o sexo deste modo era doloroso para os humanos, e que a muitas das mulheres
teve que aprender a gostar. Seus próprios prejuízos a tinham impedido de perguntar como
Nialdlye o suportava como mulher nascida elfa, assim não tinha ideia se a experiência podia ser
dolorosa ou não. O pensamento era insuportavelmente excitante, sabendo que ele pressionava
em um lugar no que ninguém o tinha feito antes.
Ela se moveu e ele se deteve.
— Tudo bem? — Seus dedos se entrelaçaram com os dela onde se agarravam ao colchão.
Levantou sua cabeça até a curva de seu pescoço, esfregando sua têmpora contra sua
mandíbula.
— Sim. Mais.
Porque se sentia maravilhoso. A dor do estiramento final era formoso, diferente da sensação
do pênis de Tykir em sua vagina. Isto estava muito mais apertado, mais fricção, mais como uma
invasão nas curvas escondidas de seu corpo. Arqueou as costas, deixando que os azeite de seus
corpos o afundassem o resto do caminho com um único deslizamento lento.
Ambos grunhiram juntos. Ele tocou sua bochecha, e ela girou só um pouco mais para que
seus lábios se pudessem tocar.
— Amo‐o. — Murmurou ela, precisando compartilhar o calor de seu coração.
Ele tomou seus lábios e bombeou seu pênis dentro dela, deixando‐a sentir o delicioso ardor
de seu canal estirado ao redor de sua longitude.
— Maravilhoso. — Abriu os olhos para ver Brevin deitado a seu lado, olhando
alternativamente de sua face à de Lanthan onde quase se pressionavam bochecha com bochecha.
Ele roçou seus lábios com os dela, depois aos de Lanthan antes de voltar a tornar‐se para trás para
olhar.
Vaiou enquanto Lanthan começou a puxá‐la, não esperando do todo a repentina sacudida de
puro prazer que se disparou por sua coluna enquanto se metia de novo profundamente dentro
dela.
Ele se congelou.
— Eyrie? — Perguntou Brevin, preocupado.
— Não pare. — Rogou, agarrando os lençóis — Deusa, faça isso outra vez.
O alívio pôs um sorriso na face de Brevin. Lanthan golpeou com seus quadris para frente,
tomando‐a de surpresa de novo, enquanto que o ângulo voltava a golpear esse ponto de novo.
— Deuses! — Deixou cair à testa em seus braços flexionados, tomando uma baforada de
fôlego enquanto Lanthan a abraçava para poder começar a investir a sério. Primeiro lento e suave,
deixando‐a sentir cada golpe e relevo de seu pênis enquanto empurrava para dentro e puxava
para fora. Então, quando ela começou a murmurar, rogando por mais, tomou velocidade. Dedos

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fortes se enterraram na carne de seus quadris, enquanto a puxava para trás sobre seu pênis. Sua
vagina chorava, abandonada, mas não o teria detido por nada. Na parte racional de seu cérebro,
prometeu a se mesma que conseguiria a dois deles para que a fodessem ao mesmo tempo muito
em breve. A maior parte de seu cérebro se retorcia como o resto de seu corpo.
Uns dedos, tinham que ser os de Tykir já que Brevin seguia deitado a seu lado, meteram‐se
entre suas pernas e investiram dentro de sua vagina, sua palma pressionando seus clitóris. Isso
desencadeou a chama, e se deixou cair para gritar sobre o colchão. Seu corpo se estremecia
incontrolavelmente enquanto o calor rompia por suas costas. Mal escutou gemer Lanthan,
sentindo algo de suas investidas. Certamente sentiu a onda de liberação que pulsava fora dele.
Ela se desabou em um pegajoso e tremulo montão. Lanthan beijou a parte de atrás de seu
ombro; então seu pênis saiu. Estremeceu‐se ao sentir o quente líquido que gotejava dela. Tomou
uns momentos largos e gloriosos para simplesmente desfrutar do formigamento que se estendia
através de seus membros.
Quando abriu os olhos, foi encontrar Brevin deitado a seu lado, olhando‐a com a cabeça
apoiada sobre um braço. Os outros dois estavam em algum lugar atrás dela, mas este enchia sua
visão, seu sorriso satisfeito incitando‐a.
— E você? — Perguntou ela, sua voz rouca.
— E eu, o que?
Um movimento nos músculos da parte alta de seu braço atraiu sua atenção para baixo, a seu
corpo nu, até onde seus dedos jogavam ociosamente com a ponta de seu pênis.
— Talvez teve suficiente.
Ela entrecerrou os olhos e voltou o olhar a sua face.
— Ainda não.
O deleite brilhou nos olhos dele quando ela se ajoelhou. Ele rodou facilmente para ficar
sobre suas costas, com as mãos aos lados dela, enquanto ela levantava uma perna sobre seu corpo
para montá‐lo. Os sucos sexuais dela e seus outros dois amantes melaram seu ventre enquanto
ela rebolava de modo que seu pênis golpeou seu traseiro.
Ela pôs seu melhor sorriso matreiro.
— Já me perdoou?
Ele arqueou uma sobrancelha.
— Ainda não. Necessito algo mais convincente.
Ela assentiu. Uma mão se afirmou sobre seu esterno, levantando‐se mais alto sobre seus
joelhos.
— Quanto mais?
— Hmm. — Sua atenção baixou para olhar enquanto rodeava o pênis com os dedos. Adorava
o vermelho brilho que pulsava atrás da cor avelã enquanto suas pálpebras caíam um pouco.
Consciente de que os outros estavam olhando, manteve‐se enfocada na face de Brevin
enquanto arrastava seu polegar sobre a ponta de sua ereção.
— Quanto mais?

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Perigosamente sério atrás do sorriso, arrastou o olhar para cima para encontrar o dela.
— Toda uma vida.
Permitindo‐se seu próprio ronrono, ajustou a cabeça de seu pênis à entrada de sua vagina,
deixando que os pulsantes tecidos o sugassem por um momento.
— Posso viver com isso. — Arqueando‐se para trás, deixando que seu peso a descesse por
sua longitude, adorando o firme choque da ponta dele contra o fundo dela. Sentia‐se como se
estivesse empurrando a base de seu coração.
Ele sustentou seus quadris, e ficaram quietos, simplesmente desfrutando da união. Duas
sombras se deslizaram para cima ao lado dela e curvaram os braços frouxamente ao redor dos
ombros de Lanthan e Tykir. Abraçando‐se a eles, saiu‐se quase totalmente do pênis de Brevin,
depois voltou a afundar. Dedos preparados beliscaram seus mamilos. Uma palma acariciou seu
traseiro. Ainda mais dedos atacaram seus clitóris enquanto se arrastavam sobre a longitude de
Brevin. Ela voltou à cabeça para encontrar os suaves lábios de Tykir.
Sim, isto era o correto. Isto era real. Isto era como se supunha que tinha que ser. Desejavam‐
na não porque fosse um prêmio para sua raça, não porque necessitasse ajuda para controlar sua
magia, não porque tivesse nascido como elfa. Conhecia‐os o suficientemente bem para saber que,
embora, essas razões podiam existir, queriam‐na porque se apaixonaram por ela, assim como se
apaixonaram uns pelos outros. Como tinha indicado Brevin, podia ser agradável, mas não era o
mesmo quando estavam os quatro.
Ela ofegou, esticando‐se quando Brevin perdeu a paciência e investiu com força de abaixo.
Foi suficiente para lançá‐la para frente de modo que ficou suspensa e completamente segura por
eles três. Lanthan se escapuliu de debaixo de seu braço, e Tykir continuou beijando‐a inclusive
enquanto desenrolava seu braço.
Depois a baixou até o peito de Brevin. Ela se tendeu sobre ele, surpreendida de novo por seu
grande tamanho.
Ele era muito alto para que seus lábios o encontrassem com normalidade. Ela o montou
enquanto ele se ajustava, rebolando mais alto na cama até que pôde apoiar seus ombros na
parede. Isso o inclinou o suficiente para que ela pudesse cavar sua mandíbula e encontrar seus
lábios sem deixar que sua vagina perdesse seu mortal agarre sobre seu pênis. Ele a segurava,
beijava‐a, suas mãos deslizando‐se por suas costas enquanto ela se balançava lentamente para
frente e atrás sobre seu pênis.
O clímax começou a aproximar‐se. Apoiou sua palma sobre seu peito e se levantou,
afundando‐o dentro dela tão longe como pôde chegar.
— Toda uma vida? — Murmurou ela.
Ele abriu os olhos com dificuldade. Estes ardiam como um incêndio.
— Sim.
— Ajudaria se te digo que te amo?
Ele sorriu de orelha a orelha.
— Um pouco.

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Emitindo um ofego de fingida indignação, levantou‐se de um salto e voltou a deixar cair para
baixo, só para fazê‐lo estremecer, embora ela estremecesse mais forte.
— Só um pouco?
Rindo, agarrou‐a pelos quadris e rodou sobre ela. Segurou‐se até que ele ficou em cima,
derretendo‐se pela pura emoção que ele deixava transparecer em seu rosto.
— Eu também te amo. — Murmurou ele, investindo lentamente — Mais que tudo.
Rodou seus quadris contra ela, tomando seu tempo para dirigi‐los para o clímax. Deixou‐o
guiar, deleitando‐se em sua força. Lanthan se estirou a seu lado, tomando uma das mãos dela e
beijando‐a languidamente. Não podia vê‐lo, mas sabia que Tykir se ajoelhou do outro lado, porque
sentia suas mãos acariciando suas coxas onde estavam enredadas ao redor da cintura de Brevin,
algumas vezes escorregando para baixo e por debaixo para brincar com seu traseiro.
Desta vez seu clímax não foi uma explosão, mais que um estalo e lento gotejar de prazer,
como água quente borbulhando para rodear a todos eles. Ele se derreteu em seu próprio clímax
antes que ela se recuperasse, seus estremecimentos desencadeando outra explosão de menor
tamanho dentro dela.
Suspirando, saciada, abraçou‐o forte enquanto ele se volteava. Terminou deitada sobre seu
peito, sua bochecha descansando sobre o batimento de seu coração. Lanthan descansou a seu
outro lado, sorrindo se aproximou para roçar seus lábios com os ele. Atrás dela, Tykir se situou
perto, sua bochecha descansando na parte posterior de seu ombro.
Ela fechou os olhos e bocejou.
— Vou dormir um momento. Depois trabalharei para convencê‐los um pouco mais.

Capítulo 26

Não sabia se a chamou sutilmente ou se sentiu sua presença por si mesmo, mas quando
Nialdlye saiu ao balcão, não a surpreendeu ver Radin em baixo.
Divertiu vê‐lo sentado no chão do outro lado da caverna perto do extremo do arroio,
rodeado por uma dúzia ou mais de meninos muito jovens. Todos eles olhando concentradamente
algo que não podia ver devido à multidão. Seu coração se inchou feliz ao ver o cabelo vermelho e
branco de seu filho entre o grupo. Os únicos outros ocupantes do jardim eram o jardineiro e dois
meninos maiores quem provavelmente estava cumprindo uma dupla tarefa, cuidando dos
meninos, enquanto levavam a cabo seus deveres de limpeza no canto oposto da caverna.
Radin ficou de pé, e os meninos recuaram o suficiente para que pudesse ver o que estavam
olhando. Uma árvore nova desfrutava de um fresco montão de terra em um lugar que captaria
muita da falsa luz solar. Ela franziu um pouco o cenho e entrecerrou um pouco os olhos para
poder obter uma melhor visão. Não se parecia com nenhuma das árvores esculpidas em pedra, ou
madeira. Nenhum dos outros tinha sido esculpido para parecer uma jovem árvore desengonçada.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **
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É real. Radin girou a cabeça para olhar para ela, sorrindo. Um presente. De Tohon.
Tohon? Uma emoção inesperada se entupiu em sua garganta diante o simples pensamento.
Ele também desfruta de seu jardim. Por agora, esta é a única. Sorriu aos meninos, que
seguiam rodeando e inspecionando a jovem árvore. Talvez no futuro, Ele possa prover mais.
Isso é maravilhoso, devolveu o pensamento a Radin. Obrigado.
Ele negou com a cabeça, ao mesmo tempo em que com suavidade golpeava a um dos
meninos mais fortes que puxava dos finos ramos, para afastá‐lo. Não me agradeça isso . Agradeça
a Tohon.
Estudou‐o. Inclusive à distância, o homem era espetacular. Não necessitava o manto de
divindade que finalmente se assentou ao redor dele para convertê‐lo em alguém que atraíra
olhadas. Finalmente via se por acaso mesmo ao Radin da lenda, o homem que ganhou o respeito
de sua gente e de sua deusa até tal ponto que fez todo o possível para ajudar a enganar a morte.
Seu cabelo comprido até os tornozelos estava recolhido em uma solta trança que descia por suas
costas, expondo os agudos ângulos de sua face. Assim como estava nu da cintura para acima, não
havia camisa ou colete que chocasse com o pálido laranja de sua calça passado os laços, e suas
botas, por um milagre, eram cinza em vez de uma estridente cor que contrastasse. Um homem
formoso.
Um que tinha mantido a distância com ela por nenhuma outra razão mais que porque ela
assim o desejou.
Hoje, sentia diferente.
Tem tempo para conversar comigo?
Ele inclinou para cima a face, para ela. Tenho todo o tempo do mundo para você.
Sorriu, inclinando‐se sobre o corrimão enquanto ele chamava os dois meninos maiores para
que pudessem vigiar mais de perto os mais jovens. Tem a centenas dependentes de cada ação sua,
refletiu quando finalmente deixou o grupo de meninos e se dirigiu à entrada da torre. Dificilmente
tem todo o tempo do mundo para mim.
Por você, chegou seu oculto pensamento, eu gostaria de procurar o tempo.
Ela se perguntou pelo estremecimento de prazer que fazia cócegas em sua pele. Não era
alheia aos elogios, nem às demonstrações de devoção. Embora sempre eram agradáveis, nunca
tinham provocado uma reação física.
Ainda refletindo sobre isso, afastou‐se do corrimão para voltar para as sombras de seu
quarto. Só tinha aberto uma seção da parede que se rendia completamente até o outro lado, de
modo que sua grande e brilhante galeria permanecia principalmente na sombra. Considerou
acender um ou dois dos abajures, mas desprezou a ideia. Refletidamente, passou‐se os dedos por
seu solto cabelo carmesim e negro azeviche, depois passou uma mão sobre o quadril de sua saia
cruzada de seda. Descalça e com os seios nus, sentia‐se mais nua do que se sentou em muito
tempo.
Assim como excitada.
Ele bateu na porta.

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Elfos Escuros 06

Sorriu. A porta estava aberta e seus escudos mágicos eram acessíveis, dois fatos que ele
provavelmente sabia. Mesmo assim, ele bateu.
— Entra. — Seu pulso se acelerou enquanto ele cruzava sua soleira — Não tinha que bater.
— Sempre é educado bater quando vai ver uma dama. — Replicou enquanto fechava a
porta.
—“Educado” não é uma descrição que tenha ouvido frequentemente sobre você.
Ele sorriu de orelha a orelha.
— Lendas exageradas.
— Isso diz agora que está aqui. — Não estava segura de como começar. Tinha perguntas que
necessitavam respostas antes de poder fazer o que queria fazer. Parou frente a ele — A árvore
jovem foi sua ideia?
— Não. Tohon queria conceder um presente, algo como a chama de Rhae para nos recordar
sua presença. Gosta da ideia de alimentar uma vida em um lugar que não deveria ser possível que
florescesse.
— Como eu.
Ele franziu o cenho.
— Como isso?
— Eu não pertenço a este lugar, entre os raedjour. Não há razão para que eu devesse
florescer.
Ele negou com a cabeça, dando um passo mais dentro do quarto.
— Não estou de acordo. Talvez seja diferente, mas certamente sim pertence. Assim como
seus filhos. Sem variedade, nossa cultura teria crescido até mais estancada.
— Sem minha presença, Eyrhaen teria sido tal perigo?
Isso o surpreendeu, assegurando‐a que era ou um muito bom ator, ou que não estava lendo
seus pensamentos.
— Esse é seu temor?
Encolheu os ombros, dando um passo a um lado para sentar‐se na borda de um dos dois
sofás.
— Se não tivesse estado aqui para que me visse como uma competição, talvez não ficasse
tão zangada.
Ele se deteve junto a uma cadeira que para jogo com o sofá, talvez a três passos de
distância.
— E sem minha volta, não teria tido nenhuma razão para pensar que estava destinada a ser
uma lenda. — Negou com a cabeça — Não se culpe por isso, Nialdlye. O fato é que Eyrhaen teria
perdido o controle de um modo ou outro. Os dons que Rhae lhe concedeu eram muito para só
pessoa, e muito mais para uma jovem maga, inexperiente, para que os dirigisse. Com você aqui,
comigo aqui, provavelmente ocorreria mais cedo que tarde, e eu, ao menos, acredito que foi algo
muito melhor. Se tivesse aprendido um pouco de controle por sua conta, ou pior ainda, se tivesse
vivido com essa loucura parcial até bem entrada em sua vida, pode imaginar os estragos que teria

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ocorrido?
Ela piscou, não o tinha visto nunca desde esse ângulo. Mas se podia imaginar facilmente a
uma Eyrhaen amadurecida, cheia de sua própria autoestima balançando muito poder.
— Poderia ter escravizado os raedjour.
— Isso, e pior. Não teria estado além de seu poder voltar para como viviam nossos
ancestrais quando Rhae estava entre nós. Exceto ela não é uma deusa e não poderia ter mantido
tal poder. Duvido que tivéssemos podido florescer com cada homem sendo amante da mesma
mulher.
Outra vez, ela imaginou facilmente.
— Considerando as alternativas, acredito que foi preferível o que suportamos recentemente.
Assentiu.
— Estou de acordo.
Sentou‐se na cadeira, olhando‐a.
— O que?
— Não terminou de me interrogar.
Ela riu.
— Então está lendo minha mente?
— Em realidade, não, não estou. Estou tentando não fazê‐lo. — Riu entre dentes — Mas a
expressão de sua face me diz que há mais. Isso, e não me pediu que falemos a sós antes.
Ela piscou. Tomou fôlego.
— Eyrhaen os ama? — Só tinha ouvido que Eyrhaen seguia com seus três amantes duas
noites depois de ter ido desculpar‐se. Um pajem tinha sido chamado precipitadamente para que
os servisse durante nove dias. Irin tinha estado fora de si com as notícias.
Sem hesitar, assentiu.
— Sim. Faz. Sempre o tem feito.
— Durará?
— Predizer o futuro não é exatamente um de meus dons, mas se tivesse que dizê‐lo, diria
que sim. Eles dão um consolo com o que cresceu confiando, e ela é tanto uma provocação como
um tesouro para proteger.
Assentiu, entendendo a atração do ponto de vista de Brevin, Lanthan e Tykir. Durante o
tempo que tinha estado com eles, Eyrhaen tinha sido um importante ponto de discussão. Não
tinha dúvidas de que Eyrhaen e cada um de entre si se desejassem verdadeiramente.
— Não foi real, sabe. Eu e eles. Desfrutamos uns dos outros, mas o objetivo era ver como
reagia Eyrhaen.
Radin assentiu com a cabeça.
— Suspeitava‐o. O que teria feito se ela não tivesse reagido?
— Desfrutar deles? — Compartilharam um sorriso — Mas sabia que finalmente me
deixariam. Os três estavam muito mais cômodos sozinhos.
— E se um deles tivesse te dado um filho?

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Ela não pôde evitar sorrir.


— Isso teria sido maravilhoso. Mas de novo, não acredito que nada exceto a amizade teria
durado entre eles três e eu. — Suspirou — Três homens de uma vez, todo o tempo, é exaustivo!
Deveria recordar que cresci isolada.
Ele compartilhou sua risada, e ela desfrutou por quão fácil era. Sua conduta era diferente
esta noite. Mais simples. Claramente, a escolha de Eyrhaen era, sem dúvida, um alívio para ele.
Estudou sua face enquanto desaparecia a risada, e finalmente fez uma de suas verdadeiras
perguntas.
— É verdade? Não é fértil?
A tristeza se apoderou de sua face, embora permaneceu um pequeno sorriso.
— É verdade.
— E Eyrhaen?
— Não. — Adotou um tom de “professor” para mascarar a dor — A singular fertilidade de
uma união verdadeira é um subproduto do conjuro que transforma às mulheres humanas em
raedjour. Não existiria, assim como não deveria existir para um verdadeiro casal. — um pouco de
amargura aí — Para as mulheres nascidas elfas. Minha infertilidade é só minha, devido há meu
tempo entre os reinos. Eyrhaen sim, estou seguro, terá muitos meninos com seus três amantes.
— Sinto tanto. — Seu coração foi para ele — Nunca pensei que estaria permitido criar filhos
quando estava com o Ale’tone. Ele… — Tinha falado muitas vezes sobre seu tempo com o homem
que a tinha criado, mas nunca falhava que a emoção subisse ameaçando‐a afogando‐a. Engoliu —
Matava a todos meus bebês nada mais que nascessem. Assim, sei como pode se sentir.
Ele negou com a cabeça, alisando mechas de cabelo aos lados de sua face com dedos
elegantes.
— Não posso dizer que me arrependa de minha decisão, ainda dada esta consequência. Eu
estava, para todos os efeitos, morto por um tempo infinito. Pior, experimentava a consciência sem
uma vida real. A maior parte, era um poço mais profundo do inferno, inclusive com a companhia
de minha deusa.
Ela franziu o cenho. Por tudo o que sabia, não tinha falado sobre seu tempo no vazio exceto
de passada. Pela dor que mostrava sua face, podia ver que tinha sido muito mais que uma dura
prova do que tinha deixado entrever.
A curva de seu lábio era resignada.
— Simplesmente estou contente por estar vivo e de novo de volta entre a gente que amo.
Queria ir com ele. Aconchegar‐se em seu colo e fazê‐lo esquecer, ou pelo menos, consolá‐lo
através da dor. Mas não ainda. Sabia que se o fazia, isso seria tudo. Uniriam‐se. Podia senti‐lo em
sua alma. Estava tão perto de entregar‐se a este homem, sabendo que seria o correto. Mas
precisava saber algo mais.
Mal sabia como dizê‐lo.
— Radin, eu… Quero mais filhos. — O fazia. Suspirava por eles depois de uma longa vida
negando‐se portanto tempo. Em sua raça, nasciam para reproduzir‐se.

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Não sabia como interpretar o pequeno sorriso dele.


— Sei. Não quereria te negar isso. — Seus estranhos olhos cresceram com intenção —
Entesouraria qualquer filho que tivesse de qualquer homem.
Ela piscou, agradecida porque ele tivesse abordado o tema.
— Me permitiria reproduzir com outro homem?
Sua risada entre dentes rompeu uma borbulha de temor em seu peito.
— Não somos exatamente uma sociedade monógama. E dificilmente posso objetar, dado
que estou em uma união verdadeira com outra.
— O sexo é uma coisa. — O qual ele sabia muito bem — As crianças reais outra.
Ele saiu da cadeira e esteve de joelhos frente a ela em um instante. Suas mãos agarraram as
dele imediatamente. Com ele tão perto, ficou instantaneamente encantada, incapaz de olhar
suficiente de sua formosa face, incapaz de inspirar o suficientemente profundo sua essência,
incapaz de conseguir o suficiente de seu calor afundando‐se em sua pele.
— Amo‐a. — Suas valentes palavras cortaram através de um mundo de inseguranças — Me
apaixonei por você quando só era uma sombra na escuridão. Senti coisas, soube coisas então que
não pude saber em um corpo físico, mas as lembranças. — Libertou uma mão para levantá‐la e
separar o cabelo a um lado de sua face, seu olhar maravilhosamente quente — Não há nada sobre
você que não apreciasse, e quero muito que tenha mais filhos. Deveria haver mais de você neste
mundo.
Ela manteve suas mãos entrelaçadas sobre seu colo, estirou‐se com sua mão livre para
curvá‐la por trás de seu pescoço. Respirando rapidamente, juntou suas testas.
— Radin. — As lágrimas chegaram quando fechou os olhos.
Ele imitou o agarre sobre seu pescoço, apertando sua nuca.
— Só quero estar com você, Nialdlye. Para o resto da vida que me deu.
Encontrou seus lábios com os dela, assaltando gentilmente sua boca e recebendo o mesmo
como resposta. Como sabia que aconteceria, derreteu‐se. Não sabia o que teria feito se tivesse
negado procurar a outros pais para seus futuros filhos. Inclusive se o tivesse feito, teria sido dele.
Teria tido que chegar a um acordo com o fato. Porque não poderia negar, negar a ambos, por mais
tempo.
Ela libertou a outra mão para poder enredar ambos os braços de forma segura ao redor de
seu pescoço. Tocar outro nunca tinha sido assim. Em inumeráveis ocasiões, tinha desfrutado do
toque de outro, mas até agora nunca havia sentido essa necessidade imperiosa. Não dentro dela.
O melhor que tinha sido capaz de dirigir tinha sido bebendo os ecos de emoção daqueles que
estavam apaixonados. Nem sequer isso a pôde preparar para senti‐lo de primeira mão.
— Radin, por favor. — Disse com voz rouca, empurrando‐o contra ela, incapaz de aproximá‐
lo suficiente.
Ele entrelaçou os fortes braços ao redor de sua cintura, esmagando‐a contra ele enquanto
ficava de pé. Facilmente, enrolou suas pernas ao redor dele, estabilizando a si mesma, enquanto
ele se dava volta.

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— Espera... — Riu, afastando sua boca da dela depois de uns poucos passos — Não posso
ver aonde vou.
Ela riu, transferindo seus lábios a seu pescoço e mandíbula.
— Não tem magia para isso?
Ele grunhiu, um prazenteiro retumbar contra seus seios.
— Não tenho nem o tempo nem vontade para fazer um feitiço justo agora.
— Distraído? — Mordiscou sua orelha enquanto a levava através da porta do quarto.
— Muito. Tenho os braços cheios com a mulher mais preciosa do mundo.
Ela estremeceu, apertando‐o forte.
— A conversa doce já não é necessária. — Murmurou.
— Não estou de acordo. — Trocou sua sujeição enquanto se ajoelhava sobre o colchão —
Uma vida inteira não é suficiente para te dizer como me sinto a respeito de você.
Baixou‐a docemente sobre o colchão, e ela não soltou seu agarre, por isso ficou apoiado em
seus cotovelos sobre ela. Seus lábios se encontraram para um beijo lento e eterno que poderia ter
durado muitas luas no que a ela concernia. Deixou que suas mãos se deslizassem sobre a calidez
acetinada de suas costas, passando o nó frouxo de seu cabelo através de seu punho. Para ele foi
muito simples soltar o nó de sua saia, deixando que o tecido se deslizasse a um lado para que seus
dedos pudessem encontrar seu sexo. Ela grunhiu, chupando sua língua e inclinando seus quadris
para que ele pudesse colocar esses longos dedos dentro dela. Suas próprias mãos soltaram os
cordões de sua calça, depois se deslizaram ao redor para inundar‐se debaixo do cinto para segurar
seu firme traseiro.
Quando foi muito difícil colocar sua mão entre eles para encontrar seu pênis, jogou a cabeça
para trás para poder falar.
— Necessito‐o nu. Agora.
Rindo entre dentes, mordiscou o ombro antes de ajoelhar‐se.
— Como poderia negar um pedido tão adorável?
Licenciosa, ela separou amplamente suas pernas enquanto ele se movia a borda da cama,
dando uma boa vista de seu sexo para que se apressasse.
— Não pode.
Os olhos dele seguiram suas mãos enquanto as deslizava para baixo por seu ventre e entre
suas coxas. As arrumou para tirar as botas sem olhar, depois puxou para debaixo de sua calça e a
tirou.
— Pare! — Ela levantou uma mão, molhada com sua própria nata, para evitar que voltasse a
subir à cama.
Olhou, com os olhos entrecerrados, enquanto ela se ajoelhava, depois movendo‐se para ele.
Sua boca se abriu para seus dedos, e ela viu tomá‐los entre seus lábios enquanto os chupava até
limpá‐los. Antes de ter terminado, ela estirou para baixo sua mão livre para tomar seu pênis em
sua palma
— Mmm — Ronronou ela, lambendo um lado de seus lábios, assim como seus próprios

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dedos — Pesado e grosso. — Girou seu agarre enquanto deslizava o punho da raiz à ponta.
Os olhos dele se fecharam o resto do caminho, sua língua brincando com a ponta de seus
dedos. Minha deusa me abençoou, falou em sua mente.
Tirou os dedos de sua boca, continuando com o bombeamento de seu pênis.
— Não é justo que leia minha mente.
— Não? — Surpreendeu‐a com um beliscão a um mamilo, os olhos abrindo‐se enquanto ela
saltou — É muito mais que conveniente.
— Mmm. — Ela lambeu os lábios — Não desta vez. Não mais magia que a natural. —
Encontrou seu olhar com seriedade — Quero que desta vez sejamos só nós.
Sopesou seus seios em sua palma, apertando suavemente. Seus estranhos olhos brilhavam,
mas não em redemoinhos. Não cintilando.
— De acordo.
Sorrindo, recuou, libertando sua mão.
— Se deite comigo.
Ele seguiu seu exemplo, estirando‐se sobre o colchão. Deitou‐se de costas diante sua
indicação e passou os dedos através do cabelo enquanto ela beijava seu caminho descendo por
seu peito. Tomou seu tempo, provando cada curva, cada relevo de seus músculos. Entreteve‐se
nas runas vermelhas gravadas em seu ventre, as riscando com sua língua, decidindo em privado
que essa cor vermelha o fazia dela. Era estranho que ela fosse sua proprietária, pensava enquanto
engatinhava entre as pernas que ele voluntariamente abriu. Nunca tinha sido possessiva antes.
Mas, envolveu ambas as palmas ao redor de seu pênis, encantada que ainda ficasse um bom
pedaço por cima de ambos os punhos, nunca me apaixonei antes.
Ela se colocou sobre seu pênis para poder brincar com sua língua sobre a pele solta que se
agrupava ao redor de sua cabeça. O sabor escuro e almiscarado dele explodiu em sua língua,
fazendo‐a aspirar para obter mais. Os azeites lubrificantes de sua pele proviam um condimento
leve e saboroso para a dura carne que enchia sua boca e mãos. Chupou forte, extasiada pela
música de seus suaves gemidos. OH sim, ela queria fazer isto para sempre. O forte corpo debaixo
dela começou a agitar‐se, seus gemidos sincronizados com os impulsos sobre seu pênis. Deu uma
olhada para cima e quase perde o ritmo diante a visão do êxtase dele: a cabeça jogada para um
lado, os dedos agarrando os travesseiros debaixo dele. Uma mão se separou dos travesseiros para
estirar‐se para baixo para encontrar seu cabelo, animando‐a a tomar velocidade. Fez‐o, sugando
mais forte, reconhecendo sua iminente liberação. Sentiu seu desespero e soube que precisava
deixá‐lo gozar.
Ele explodiu com um gemido, seu rico sabor descendo por sua garganta, enchendo sua boca.
Tratou de engoli, mas inclusive com a prática que tinha, não pôde tomá‐lo o suficientemente
rápido. Nata branca se deslizou de seus lábios, gotejando por seu eixo, e se estremeceu em um
pequeno clímax próprio. Ele paralisou, respirando com dificuldade, e ela libertou seu pênis com
gentileza, encantado de permanecer ainda duro. O sexo com uma mulher nascida elfa era, sem
dúvida, uma delícia.

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— Mmm. — Ronronou, estirando os braços sobre sua cabeça — Necessitava disso.


Ela lambeu as manchas de sêmen de sua virilha e da parte superior de suas coxas enquanto
ele recuperava o fôlego.
— Se não soubesse, pensaria que não teve sexo desde que despertou.
Sentou‐se, fazendo que ela se ajoelhasse para poder segurar seu rosto.
— O sexo com Eyrhaen era para o controle. — Disse com seriedade — Era mais magia e
dominação que prazer. — Lambeu lábios — Isso é puro prazer.
Foi sua vez de ronronar enquanto lambia a mandíbula, depois descia por seu pescoço. Ela
ficou de costas, estendendo braços e pernas enquanto ele cuidadosamente a acomodava entre os
travesseiros para sua comodidade. Procedeu a explorá‐la com precisão lenta e deliciosa, seus
lábios e língua suaves sobre sua pele. Ela olhava através de seus olhos quase fechados quando ele
se sentou sobre os calcanhares entre suas coxas, depois levantou uma perna dar atenção da ponta
dos dedos do pé até a dobra de sua virilha. Primeiro uma perna, depois a outra. Então seus olhos o
observaram enquanto baixava sobre seu ventre. Os olhos dela se fecharam à medida que ele
riscava as bordas de sua virilha, a saliva misturando‐se com seus azeites corporais. Lambeu os
lábios, recordando o calor de seu sabor enquanto a língua dele finalmente pinçou em suas dobras
úmidas. Relaxou‐se entre os estremecimentos de todo seu corpo que formigavam até seus ossos,
enquanto a língua dele desenhava um úmido atalho para cima para girar ao redor de seus clitóris.
Lentamente, construiu seu fogo interno até que não pôde evitar arquear as costas ou engoli os
dolorosos gemidos que saíam de sua boca. Não um clímax e sim uma roda acumulada de uma
série de clímax menores até que ele teve que fixar suas coxas no colchão para mantê‐las
separadas.
— Radin, agora. — Rogou, precisando pôr fim a doce tortura.
Com uma última e degustadora lambida a seu sexo, ele engatinhou sobre seu corpo,
beijando áreas chaves com o passar do caminho, evitando suas mãos, as quais pediam que
andasse depressa agarrando‐se a seus ombros, costas, e braços.
Não deu a oportunidade de brincar mais. Logo que seu pênis esteve ao alcance, agarrou‐o.
Adorando seu gemido, guio‐o a sua entrada, todo o tempo enredando suas pernas ao redor de sua
cintura. Com seus calcanhares justo sob a curva de seu traseiro, ela balançou seus quadris e o
empurrou dentro em uma única e longa investida.
Ficaram imóveis, os braços dele ligeiramente ao redor dela, a testa dela metida na dobra de
seu ombro. Seus dedos enterrados em sua nuca enquanto tentava manter‐se quieta, tentando
memorizar este momento perfeito. Ele se inclinou para beijar sua orelha, seus lábios brincando no
extremo bicudo delicado, e ela já não pôde manter‐se quieta.
— Foda‐me. — Choramingou, mais que feliz de rogar — Deuses, por favor, Radin, foda‐me.
Deuses gloriosos, fez‐o. O instinto e a habilidade se fizeram cargo, seus quadris
simplesmente encontrando os ângulos corretos para golpear cada parte sensível de seu canal. As
arrumou para que muitas investidas empurrassem sua virilha de modo que o osso que estava justo
sobre seu pênis pressionasse seus clitóris. Sua boca encontrou a dela, e ela deixou escapar

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choramingos descendo por sua garganta, encantada de ouvir o desespero estritamente controlado
nos próprios dele. Moveram‐se juntos como se tivessem sido amantes sempre. Deixou que o
prazer dele a penetrasse, misturando‐se com o prazer que alimentava de volta para ele. Seus
deuses os criavam para o sexo, e utilizaram cada matiz em uma dança eterna entre eles.
Estava gritando, arqueando‐se antes dar‐se conta de que era o clímax. Colorido fogo
explodiu atrás de suas pálpebras e correu através de seus membros, fazendo‐a agarrar‐se a seu
duro corpo para ancorar‐se enquanto sua alma explodia. Os gemidos dele ecoaram aos dela só
momentos depois, e o segurou felizmente até que se acalmou.
Ficaram juntos, cara a cara, pernas e braços entrelaçados. De algum modo ele continuava
duro entre eles, e sua vagina se esticou, pronta para mais, mas no momento se contentavam com
simplesmente tocar, acariciar, beijar suavemente, e reconhecer que estavam juntos.
Afastou mechas de seu cabelo, olhando seus olhos.
— Amo‐o. — Ela disse, dando‐se conta de que ainda não havia dito as palavras — Ficará
comigo?
Os dedos dele percorreram sua coluna enquanto roçava um suave beijo em seus lábios.
— Por tanto tempo como me quiser.
Ela suspirou feliz, tratando de aconchegar mais perto de seu calor.
— Isso seria por toda nossa vida.

Epílogo

Nialdlye despertou com um sobressalto.


— O que?
Radin se inclinou sobre ela, um dedo em seus lábios.
— Shhh. Veem comigo.
— Aconteceu algo mau?
Ficou de pé enquanto ela se sentava, dando‐se conta de que tinha posto a calça e as botas.
O cabelo que tinha estado frouxo e despenteado quando caíram adormecidos um nos braços do
outro estava jogado para trás em um nó ordenado.
— Não… Mal. — Sustentava um vestido e umas sandálias para ela — Veem comigo.
Desconcertada pela borda de tristeza de seu sorriso, colocou o vestido e abotoou
rapidamente as sandálias. A luz prateada que penetrava dentro de suas suítes do jardim disse que
acima era meio‐dia e que a maioria dos raedjour estariam descansando. Não a apurou, mas podia
sentir que queria ir. Tomou a mão e a guio fora da suíte. Tomaram os túneis traseiros da torre das
mulheres. Embora Nialdlye já não era uma mulher solteira, mantinha sua suíte acima do jardim,
compartilhando‐a agora com Radin. Depois de três luas, ninguém tinha protestado por sua
presença, menos ainda todos os homens que ainda a visitavam em ocasiões.

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Talvez fosse sua influência, mas não se encontraram a ninguém em seu caminho através de
túneis suavemente iluminados, nem sequer a moços em seus deveres. Não reconheceu a torre
onde emergiram até que começaram a subir a escada.
— Radin?
— Shh.
Guio‐a a porta de Nalfien e a abriu sem bater. Ela franziu o cenho enquanto entravam,
sentindo algo sombrio no ar. Libertando sua mão, precedeu‐o através da porta do quarto.
Hyle se sentava ao lado dele, Gala de pé atrás dele. Nalfien deitado em meio de sua estreita
cama, grossas mantas jogadas até acima e ao redor dele. Seu cabelo prateado estendido sobre os
travesseiros azul escuro sob sua cabeça.
Abriu os olhos enquanto Nialdlye parava aos pés da cama, sua atenção foi para Radin, quem
parou ao lado dela. Sorriu.
— Sabia que viriam.
Radin rodeou a cama até o outro lado e se sentou.
— Eu devia te dar meu adeus.
Nialdlye pestanejou. Levantou o olhar para encontrar o olhar de Gala. Esta assentiu. Nialdlye
tomou um profundo fôlego, entendendo. Um doce pesar tomou seu coração, mas o alívio a afligiu.
Ao fim, Nalfien tinha escolhido seu momento de paz.
Justo quando se dava conta disso, soaram passos na entrada. Savous deixou passar Irin, e
vieram para parar ao lado de Nialdlye aos pés da cama.
Os olhos vermelhos de Nalfien posaram em cada um deles, sorrindo.
— Meu rhaeja, foi uma honra te servir.
Savous inclinou a cabeça.
— A honra sempre foi minha, Nalfien. Os raedjour não teriam sobrevivido sem sua
contribuição.
Nalfien encolheu os ombros.
— Talvez. Cuida de suas filhas.
— Assim o farei.
Falou com Gala, levantando um dedo para apontar a penteadeira ao lado dela.
— Minha querida, vê essa bolsa?
Ela se levantou para tomá‐la da penteadeira.
— Esta?
— Sim. Se assegure que Diana a tenha. O fará?
Curiosa, Gala colocou a mão e tirou um velho chicote. Pode ser que o couro tivesse sido
branco alguma vez, mas agora era de um cinza desgastado. Ao vê‐lo, os olhos de Gala se abriram
amplamente, depois riu.
— Este é o da Iana?
Nalfien também riu entre dentes.
— É. Talvez se ela o tiver, finalmente me perdoará por arruinar sua vida.

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Elfos Escuros 06

— OH. — O tom de Gala era nostálgico enquanto voltava a guardar o chicote na bolsa —
Nunca disse, mas acredito que te perdoou faz muito tempo.
Nalfien levantou uma mão para acolher a bochecha de Hyle.
— Não poderia ter tido um melhor filho. Estou extremamente orgulhoso de você.
Hyle se estirou para apertar a mão de seu pai, sorrindo.
Então, a atenção de Nalfien esteve sobre Radin.
— Você foi meu maior temor e minha maior alegria, tudo em um. — Sacudiu a cabeça — Um
foco de problemas onde quer que fosse.
Radin sorriu de orelha a orelha.
— Aprendi tudo de meu professor.
Nalfien brincou, seus olhos piscaram cansados.
— Não te dava nenhuma regra para que rompesse. Estou impressionado por te ter de volta,
menino. Ela realmente te favoreceu.
Nalfien aplaudiu o joelho de Radin. Este tomou sua mão para apertá‐la.
— Espera!
Nialdlye não tinha ouvido os recém chegados que atravessavam a porta. Eyrhaen se
precipitou apenas um passo na frente de Tykir, ambos descalços e mal vestidos: ela com uma
camisa solta com largas tiras, e ele com uma túnica curta e sem mangas. Radin se moveu aos pés
da cama para fazer espaço a Eyrhaen, para que se ajoelhasse ao lado de ancião. Ela agarrou sua
mão e a pressionou contra sua bochecha enquanto Tykir parava atrás dela, inclinando‐se para
estar mais perto de seu avô.
— Não podia deixá‐lo ir sem dizer adeus. — O repreendeu ela, seus estranhos olhos
vermelhos e negros brilhando com lágrimas.
Uma umidade se escorreu dos olhos de Nalfien enquanto encontrava os dela. Seu sorriso
estava cheia de maravilhosa surpresa.
— Desculpo‐me, menina.
Ela estendeu sua mão livre pela parte superior de seu braço, apertando‐o.
— Deveria fazê‐lo? Sério?
Ele respirou profundamente, uma lágrima deslizando‐se por sua bochecha.
— É a hora.
Ela deu um suspiro tremulo, assentindo.
— Sinto tanto. Por tudo. Eu…
As pontas dos dedos dele pressionaram seus lábios, acalmando‐os.
— Não. Esse tempo acabou. É tudo o que deveria ser, e não poderia estar mais orgulhoso.
Eyrhaen soluçou ligeiramente, fechando os olhos.
Enquanto controlava a si mesmo, Nalfien levantou o olhar para Tykir.
— Espera‐o um futuro tão brilhante. Se eu mesmo não tivesse visto tantas coisas por mim
mesmo, sentiria inveja. Desfruta‐o.
Apesar das duas lágrimas que desciam por suas bochechas, Tykir sorriu e assentiu.

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Enquanto Eyrhaen devolvia cuidadosamente sua mão sobre seu peito, Nalfien olhou Radin.
— Diria a Ela que já vou? — Perguntou a Radin.
—Ela sabe, professor. — Assegurou Radin com suavidade — Te espera com os braços
abertos.
Nalfien assentiu, fechando os olhos.
— Vi nosso povo através de muitos séculos, mas nenhum tão cheio de eventos como os
últimos anos. As mudanças que nos embarcaram são para os jovens. — Os olhou uma vez mais,
abrangendo a tudo em um lento olhar — Vos desejo boa sorte, moços. Os raedjour não poderiam
esperar melhores mentes e corações para guiá‐los a um novo começo.

Fim

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o que achou da historia do livro.
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