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Joui Jouki, o Presente do Diabo

No jardim em frente a casa da família Leone, que era considerada uma das mais ricas da
Itália por sua produção e distribuição de carne de primeira qualidade, a névoa densa do
paranormal dançava entre o batente da grande porta de entrada, invadindo o interior da
mansão com agressividade em meio ao banho de sangue encomendado que se espalhava
pelo chão e paredes do ambiente semi iluminado. No chão, estava pintado com sangue um
símbolo complexo de linhas cruzadas, letras confusas e sem sentido, ali estava Joui Jouki
nascido entre 1995 e 1996, em Tóquio, Japão, de um homem japonês e uma mulher
brasileira. Não se sabe muito sobre sua infância e vida familiar, mas desde criança Joui
gostava de ginástica no geral e acabou seguindo essa carreira, tendo grande aptidão para o
atletismo e evoluindo a ponto de competir em eventos nacionais e internacionais, onde
ganhou diversas medalhas. Também viajou o mundo pelo esporte e conheceu várias
pessoas, inclusive três que se tornaram seus melhores amigos. Seus pais, no entanto,
nunca o apoiaram em sua escolha de carreira, considerando seu estilo de vida uma quebra
com as milenares tradições de seu país.
Numa viagem ao Brasil para treinar com seus três melhores amigos, um brasileiro, um
japonês e um italiano o grupo foi atacado por uma criatura sobrenatural ╴aparentemente um
zumbi de sangue ╴, enquanto eles estavam próximos ao cemitério onde Lucile Webber
estava enterrada. Do grupo, apenas Joui sobreviveu, por intervenção de Elizabeth Webber
especialmente que o considerava um filho, assim como ele a considerava uma mãe e
Thiago Fritz, pelos quais desenvolveu uma eterna gratidão. Com os únicos a quem era
próximo mortos, decidiu dedicar sua vida a ajudar a causa de Liz e Thiago, que considera
seus "mestres", com o objetivo de salvar inocentes motivado por não querer que outros
passem pelo que ele passou, integrando uma equipe da Ordo Realitas.
Em sua vestimenta ninja preta com detalhes em vermelho nas bordas do tecido e uma
corda de enforcamento com a ponta cortada como um colar, tradicional do que ele antes
participava. O rapaz estava ofegante, mas não de raiva ou de medo, é como se ele não
tivesse outra emoção além de ódio, estava completamente descontrolado enquanto
segurava sua Katana direcionada para baixo, a vingança que por tanto esperou estaria
prestes a ter início. A sua máscara de olhos brancos e frios, fitava os inimigos à sua frente
no salão todos aqueles seguidores do paranormal, logo, compactuantes de sua dor,
psicopatas que usavam a desculpa de destruir o “outro lado, assim nada daquilo iria ter
acontecido” para torturar, matar, ganhar poder e cometer os mais horrendos crimes e
banhos de sangue, nesse momento tinha um flashback.

Uma das agentes da Ordo Realitas, Elizabeth Webber, havia sumido sem deixar notícias,
sequestrada por um grupo denominado escriptas, um grupo sádico que espalhava terror e
deixava um rastro de morte por onde passavam. Diante das circunstâncias o líder da
Ordem, Sr.Verissimo, decidiu enviar uma equipe investigativa atrás da agente, inicialmente
composta apenas por Tristan, Erin, Luciano e Beatrice. Mas por questões pessoais e de
afinidade foram adicionados Kaiser, Arthur e posteriormente, Joui Jouki, o mais motivado a
encontrar Elizabeth, a mulher que ele considerava sua mãe.
Após dias à procura de Liz, eles encontraram um lugar, o Orfanato Santa Menefreda.
Carregado de um passado fúnebre e lembranças banhadas em tristeza e horror. Depois de
alguns momentos de luta contra alguns poucos escriptas e criaturas que tinham na estrutura
abandonada, eles finalmente a encontraram. As olheiras pesadas abaixo dos olhos e os
textos tatuados em sua face deixavam evidente que Elizabeth tinha passado por muita
coisa, não só nesse curto período de sequestro, mas também em sua vida toda.
╴Liz? ╴A voz de Joui soou emotiva, ele largou suas coisas no chão, incluindo a katana.
Andou até as barras de ferro que os separavam.
Os olhos marejados de ambos só demonstrava o quanto sentiram falta um do outro, o amor
e o laço que tinham era muito especial, tanto Liz quanto Joui encontraram uma família um
no outro.
Depois de um período de melancolia entre a equipe, eles começaram a se retirar do local,
tendo que percorrer por uma parte inexplorada do orfanato, sofrendo ataques de algumas
criaturas paranormais. Após minutos de pura adrenalina e medo, eles finalmente
conseguiram chegar ao pátio do Orfanato, o mesmo daria para a saída.
Foram surpreendidos por dezenas, senão centenas de existidos, seres que andam de forma
esguia e de maneira fraca, buscando alguém para mostrar sua existência. Eles estavam
cercados, no corredor a frente havia muitos desses mesmos seres estranhos bloqueando
passagem. Ao lado, no pátio o número de existidos era muito maior, a equipe já tinha lidado
com 3 ou 4 desses monstros, estavam em dúvida se saberiam lidar com centenas deles.
Ainda relutantes começaram a passar entre os existidos do pátio que tentavam agarrar seus
rostos, uma tentativa desesperada por atenção. Alguns agarravam suas roupas e
equipamentos, outros nem sequer conseguiam tocar nos agentes devido ao amontoado de
seres em cima deles. Com dificuldade, dois dos agentes conseguiram passar, outros
ficaram com a passagem bloqueada.
De repente todos eles param, antes balbuciavam seus próprios nomes repetidas vezes,
agora o silêncio pairou no ar.
╴O que aconteceu? ╴Joui questionou os olhando e estranhando o comportamento
inesperado dos existidos. ╴Eles nunca fizeram isso.
╴Eu não sei, só continua. ╴Kaiser respondeu, estava tão confuso quanto o amigo.
Saindo do meio da horda de mortos vivos, a equipe estava um pouco mais a frente agora,
próximos a saída quando todos os existidos, sem exceção, começaram a gritar em coro e
de forma agressiva:
╴Kian, Kian, Kian, Kian!
O caminhão parado do lado de fora iluminou com os faróis a estrada, uma figura se
destacava na entrada do orfanato, com vestimentas simples, um capuz cobrindo sua
cabeça, uma calça que descia até o tornozelo e estava com os pés descalços. Seu corpo
também era coberto de textos tatuados, possivelmente os mesmos textos que estavam
escritos sob a pele dos existidos e de todos os escriptas que encontraram no local.
Semelhante aos considerados mortos vivos, o rapaz tinha um semblante vazio e frio, seus
olhos esbranquiçados não deixavam emoções transpassar. Outras silhuetas atrás desse
rapaz podem ser percebidas descendo do caminhão e indo até a entrada do orfanato
também. Leonardo Gomes, o homem loiro encapuzado, caminhava de forma lenta para
dentro do Oorfanato, parando de súbito ao tocar o rosto de Dante, um dos membros da
equipe Realitas.
O som de corrente arrastando pode ser escutado e logo atrás de Leonardo, alguém se
aproxima, Gal, o chefe dos escriptas, seu cabelo é longo e preto, ele traja roupas escuras
com detalhes em dourado, ele usa uma venda preta com bordas douradas, tem os lábios
pintados de preto, dando ênfase em seu sorriso de canto.
╴Volta aqui, Kian. ╴O tom de Gal era inexpressivo, sua voz apesar de não ser tão fina se
tornara desagradável.
Inúmeros ocultistas eram vistos atrás de Gal, entre eles Rana, a responsável por 50% do ódio dentro
de Joui, se não mais. Em suas mãos ela segura leques, neles pode ser notado símbolos, 死 ╴morte ╴
e 知識 ╴conhecimento. Assim que os membros da Ordo Realitas se movimentaram mais para perto,
a moça abriu o leque e todos eles ficaram paralisados, podendo mexer apenas a região da cabeça.
╴O caminho está quase traçado, mas quase. ╴O sorriso preenchia os lábios de Gal, ele
percorreu o olhar por todos eles. ╴Ainda falta bastante. Só que alguém já realizou seu papel
aqui e esse espaço tem que ser preenchido por uma nova peça.
Ao terminar de dizer isto, Gal caminhou até Elizabeth, sendo seguido por duas criaturas que
também estavam acorrentadas a ele.
╴Fica longe dela! ╴A voz de Joui soou apertada ao perceber que Gal parou na frente da sua
mãe.
O japonês tentava lutar contra seu próprio corpo, mas qualquer esforço era inútil. Ele era
fraco demais pro ritual que Rana usou, cansaria tentando e não conseguiria.
╴Eu consigo sentir seu fedor, seu ocultistinha de merda. ╴Liz diz com repudia, encarando o
rosto de Gal.
Gal segurou os ombros de Elizabeth com firmeza e a virou para ficar de frente para Joui,
fazendo ambos se olharem. O moreno ficou entre os dois, Elizabeth já tendo uma idéia do
que aconteceria, falou:
╴Joui, fecha os olhos. ╴Lágrimas escorriam pelo seu rosto.
╴Arrogância, né? ╴Gal sussurrou próximo do ouvido da mais velha, afastando aos poucos.
╴De achar que nada vai acontecer, porque é tudo por causa deles. Como podia dar errado,
hein?
╴Para, por favor… ╴Arthur disse quase que em um sussurro, inaudível. O mais sensível do
grupo se negava a acreditar que mais uma vez perderia alguém.
Usando um ritual de controle mental em Joui, Gal o fez sacar a katana, às mãos do rapaz
estavam trêmulas, em seguida fez ajoelhar-se como se estivesse oferecendo a espada para
Gal, fazendo reverência. Joui tentava lutar contra o ritual, mas seu corpo parecia obedecer
toda e qualquer ordem, mesmo sem seu consentimento. Feliz, Gal pegou a katana da mão
de Joui e apreciou a cena, como se fosse um espetáculo e o grand finale estivesse prestes
a acontecer.
╴Desgraçado. ╴Joui murmurou entre dentes.
╴Eu acho melhor você prestar bastante atenção no que vai acontecer agora. ╴Gal olhou
para Liz e em seguida, para o asiático que prosseguia de joelhos. ╴Você também.
╴Eu não quero que ninguém esqueça disso aqui. ╴Ele riu e deu um suspiro. ╴Seria
impossível encontrar um poder muito acima de vocês, né? É isso que vocês pensam.
Injusto na verdade, provavelmente é a palavra que eu acho que vocês gostariam de usar.
A lâmina fria da katana tocou o pescoço de Joui, fazendo uma leve pressão na região.
╴NÃO ENCOSTA NO MEU FILHO! ╴Elizabeth gritou, estava começando a ficar ofegante e
a tensão já era parte dela.
╴Liz. ╴Joui a olhou, seus olhos estavam marejados.
Gal sorriu para as pessoas ao seu redor e em seguida falou:
╴Injustiça né? Muito prazer, eu sou a injustiça. ╴Em um movimento ágil ele virou a espada e
cravou no peito de Liz.
╴NÃO!
A espada atravessou o peito de Elizabeth, o sangue manchava a lâmina e escorria, uma
poça de sangue começava a ser formada por conta do mesmo que jorrava. Gal pressionava
a espada cada vez mais no corpo de Liz, que percebia o olhar desesperado de Joui, o rapaz
com quem criou um vínculo que jamais poderia ser quebrado, nem mesmo pela morte.
╴DESGRAÇADO! ╴Joui disse dominado pela raiva, estava trêmulo, não de medo ou
ansiedade, mas ódio, algo incurável. ╴Liz me perdoa, não sou eu. Não sou eu.
A espada agora afundada no peito de Elizabeth trazia um peso, uma história inesquecível,
Joui a tinha ganhado do Sr.Veríssimo, a katana que cuidou com tanta responsabilidade
estava afundada no peito da pessoa que mais amou, a katana que foi entregue a ele pra
matar criaturas, tudo que envolva o paranormal, o outro lado. Paralisado sem poder impedir,
ele estava vulnerável, todos estavam.
Liz abriu a boca para dizer suas últimas palavras, mas tudo que conseguiu foi cuspir
sangue. Seu corpo caiu para trás, a espada cravou no chão fazendo-a ficar suspensa.
╴Não, não, não… ╴Ele repetia diversas vezes para si mesmo, sem acreditar no que via.
╴FILHO DA PUTA! Tu acha que conhece a morte é? Tu ainda vai conhecer.

No subsolo dos Leone, estavam Gal o braço direito do comandante daquela missão um
homem de 1,82 de altura, lábios pintados de preto, roupas pretas com detalhes dourados e
uma lâmina de dois lados conectada em uma corrente, e seu grupo composto pelas outras
cinco personalidades mais fortes do time assim eram Rana, Boris, Artêmis, T-bag e Damir,
conversavam sobre o próximo passo, todos daquela família já haviam sido eliminados, o
último chefe dos Leone havia dado mais trabalho por sua incrível habilidade e experiência
mas havia sido abatido com sucesso e não seria mais um problema na investigação que
procurava as Relíquias, estas que seriam necessárias, todas juntas possibilitando a
percussão da Calamidade. Inesperadamente, o chão começa a se encher de sangue nele
boiava um papel com um símbolo, todos ali entram em pânico:
╴Que merda é essa?! ╴Diz Damir assustado.
╴Esse é… o símbolo do Diabo. ╴Fala Rana balbuciando a frase, estupefata enquanto
segura uma das folhas na mão.
Gritos de dor e pessoas desesperadas abafados eram escutados vindos da entrada, o
grupo imóvel, de alguma forma tentavam processar a situação, logo, tiros eram disparados
acima deles, sabiam que não sobraram Leones naquele lugar, aqueles gritos eram todos de
escriptas. Kian o líder do time da Calamidade andava apressado, Gal nunca havia o visto
daquele jeito, algo ruim estava por vir:
╴Você pode me curar Hannah? Esse velho nojento me deu um tiro no ombro, tsk. ╴Dizia
Artêmis machucada, com um tiro de uma shotgun calibre 12 na região acima do braço que
apenas não havia explodido pela sua grande agilidade.
Rana uma mulher com cerca de 1,75 de altura, cabelos presos e rosados e uma feição
meiga pra quem já havia visto muito. Era uma escripta curandeira, cheia de rituais como os
de teletransporte que sempre levava o grupo as missões ou os salvava quando necessário
responde confusa:
╴A-ah, acho que posso dar um jeito...só vamos seguir ele por agora.
╴Que porra tá acontecendo? ╴Boris diz seguindo seu irmão Damir, que o ignora, assim,
seguindo Kian. Logo todos estavam no salão principal e se deparam com o que esperava
eles. O choque era inevitável, sangue jorrado para todos os lados junto de escriptas mortos,
dilacerados, destruídos, decepados, arremessados aos cantos, alguns ainda vivos
completamente desesperados observando a entrada. Dali saía o motivo de tudo aquilo,
pisando nos corpos esquartejados a figura encapuzada portando uma máscara segurava
uma espada com detalhes em espiral cheia de sangue. Kian não conseguia ligar os pontos,
encarava junto dos outros aquele ser e dizia gaguejando:
╴C-como assim? I-isso não faz sentido… Eu-Eu não fiz nada, as máscaras não podem agir!
Joui diz em tom de impaciência:
╴LUCIANO? LUCIANO, O QUE É ISSO?
O asiático encarava o homem que apesar de se vestir semelhante aos outros escriptas
ainda se destacava entre eles. Seu cabelo escuro e baixo acompanhavam uma barba longa
da mesma cor, sem utilizar uma camisa que cobrisse seu busto era perceptível o corpo
robusto que possuía, também há diversos riscos padronizados que se estendem em seus
ombros e torso, dando um destaque em sua pele negra. É visível no lado direito de seu
rosto um símbolo brilhante formado por um losango que acaba na sua sobrancelha, e
estende um risco vertical por seu olho, e embaixo do mesmo, uma linha curvada. Os olhos
dourados revelavam que aquele não era mais Luciano, Luciano era só mais uma das
memórias dentro de Kian, que se apossou do corpo do antigo agente da Ordo Realitas.
Uma sombra preta surge atrás de Kian, um homem é revelado. Ele tem uma barba longa,
sua mão brilha com um fogo branco, seu corpo é coberto por tatuagens de sigilos do outro
lado e seus olhos cintilam em amarelo. Suas vestes são longas e no seu peito é possível
ver um símbolo circular com alguns triângulos. O homem sussurra algo incompreensível,
uma névoa escura e enorme aparece, fazendo o homem misterioso juntamente a Kian
desaparecerem.
╴Gal… ╴A voz de Joui soou baixa, ele reconheceu aquele homem de cabelos longos, o
homem que tirou a vida da sua mãe.
╴Menino da espada. ╴Gal sorriu, desde aquele dia no orfanato não tinha mais visto Joui, e o
olhando agora sua aparência estava diferente da última vez.
╴Menino da espada? O que você tá fazendo aqui? ╴A respiração do rapaz estava pesada
por baixo da máscara, e se não fosse por ela seria possível notar o olhar de ódio e repulsa
de Joui. ╴Quem são essas pessoas? O QUE VOCÊ FEZ E PORQUE O LUCIANO TAVA
AQUI?
Gal olhou para os corpos de escriptas e de alguns Leone's mortos no chão e voltou sua
atenção para o mascarado.
╴Qual das pessoas?
╴Não testa minha paciência, Gal.
╴É uma pergunta honesta. ╴O moreno ergueu as mãos em tom de brincadeira.
Joui tirou sua máscara a colocando na lateral da sua cabeça, revelando um rosto irritado,
seus cabelos agora estavam um pouco mais longos, sua cicatriz em formato de X na
bochecha ainda era uma característica especial sua.
Rana estava logo atrás dos membros da equipe de Kian, diferente de outras ocasiões ela
parecia extremamente nervosa e nada feliz em rever Joui ali.
╴Ele… ele não...? Gal, isso não faz sentido. ╴Sua voz era serena, mas dessa vez tinha um
certo fundo de medo e apreensão.
╴O que você tá fazendo aqui? ╴Gal ignorou o que Rana dizia, dirigindo sua pergunta ao
japonês.
╴O que eu tô fazendo aqui? ╴Joui perguntou, recebendo um "sim" como resposta.
Joui não respondeu, usou seu teleporte das sombras, mergulhando na escuridão e surgindo
na frente de um dos escriptas que estavam assustados olhando para ele sem dizer nada. O
escripta tinha em mãos uma espécie de lança de três pontas, ao perceber Joui na sua
frente ele gritou assustado. Impaciente o garoto socou o peito do homem à sua frente, sua
mão perfurou o local e sem misericórdia alguma arrancou seu coração, largando em cima
do corpo já estirado no chão.
╴É isso que eu vim fazer.
Usando o olhar do desespero, um poder concebido pela máscara que usava, Joui paralisou
um dos escriptas que portava uma serra elétrica. O homem de alta estatura e corpo robusto
ficou estático, como se estivesse vendo na sua frente seu pior pesadelo, soltou gritos de
horror logo em seguida, seu olhar partilhava da mesma emoção.
Rana ao perceber que o garoto estava motivado a matar todos, conjugou um ritual de cura
em área, fazendo os ferimentos se fecharem, cicatrizando rapidamente.
╴Gal, eu preciso de tempo.╴ A mulher de cabelos rosados entrou na sala logo atrás, onde
se encontravam as escadas para o segundo andar.
╴FOI VOCÊ NÃO FOI? COM O LEQUE? ╴Joui percebeu a presença da mulher,
relembrando mais uma vez do fatídico dia.
Rana fechou as grandes portas, iniciando um ritual que abriria um portal, e assim todos
poderiam fugir dali.
Gal, antes confiante por estar com Kian, agora estava apreensivo, sem a companhia do seu
mestre, o homem que ele acompanhou desde a sua adolescência.
Boris, um dos gêmeos que segurava uma foice nas mãos, correu em direção ao Joui, na
intenção de atacá-lo e atingir sua mandíbula, no entanto o japonês desviou sem se esforçar.
Gal apesar de hesitante, avançava na direção do asiático que emanava uma aura de ódio
extremamente intensa até para ele que já havia experienciado o pior das pessoas. Durante
a investida, era sentido por todos uma onda de energia vindo de trás da grande porta
fechada indicando o avanço do ritual que seria a única forma de fugir da morte certa. No
momento que o vendado corria, Joui usava se teleporte das sombras ╴ habilidade também
adquirida pela máscara ╴, para surgir atrás de Gal ficando entre dois outros escriptas mais
fracos com roupas simplistas, em sintonia com o momento que as sombras cuspiram o
mesmo para fora e desferiu um ataque com a katana nas costas do inimigo, que agora não
parava de sangrar encharcando toda sua roupa. Gal se vira por reflexo na hora do ataque,
sem ter tempo de qualquer reação o garoto da espada grita com raiva:
╴EU FALEI...
Logo desferindo um segundo golpe que arrancava o braço dele fora, jorrando sangue para
todos os lados.
╴...QUE TU IA CONHECER A MORTE.
Imediatamente fazendo o homem cair agonizando em dor, por conta de uma poça de
sangue do seu machucado, ossos expostos e pedaços de músculos pendurados estavam à
vista para quem olhasse. O próprio dono do ferimento não conseguia encarar o que sobrou
de seu braço. Artemis vendo a situação caótica prepara a sniper visando acertar o sujeito
descontrolado que acabava de arrancar o braço de um dos escriptas mais poderosos, Joui
já estava atacando os restantes na sala, na qual acabava de cortar um deles pela metade,
porém tanto tremia que errou o tiro por milímetros. Vendo a pessoa pelo qual tanto preza a
beira da morte, uma das escriptas que continha uma caveira na mão corre na direção do
caído e grita:
╴Gal! Eu te ajudo.
Colocando as mãos sobre ele assim que um lodo preto escorre do esqueleto sendo
absorvido pelas feridas no corpo do rapaz e as cicatrizando parcialmente, apenas de forma
que ele conseguisse se levantar. Nessa hora outra pulsação mais forte é notada deixando a
entender que o ritual estava quase pronto. Todos viam pela primeira vez emoção no rosto
de Gal, e essa era de desespero ao mesmo tempo que segurava o próprio braço, se sentia
abandonado por Kian alguém que lhe fez tantas promessas que agora pareciam vazias.
Tentando escapar, acabou por tropeçar e cair novamente, começou a se arrastar com o seu
braço até a porta que Rana estava.
Artemis, uma mulher na faixa dos 1,70 de altura, trajando um macacão com diversos bolsos
espalhados pelo mesmo. Ela tem um corte de cabelo no estilo mullet, com algumas mechas
mais claras. Sabendo que seus tiros de sniper seriam inúteis contra o mascarado, que
estava cercado por escriptas, sendo atacado por todos os lados, ela tomou uma atitude.
Largou sua sniper no chão e correu para dentro do ambiente ao lado, onde revela-se uma
cozinha. Usando seu ritual de transformar em outrem, sua pele começou a escorrer pelo
seu corpo e tomou a forma de Patrizia Leone, a chefe da família, a responsável por ter
enfiado centenas de agulhas em Gal e Artemis anteriormente, inclusive atingindo a si
mesma e sendo responsável pela sua própria morte. Farsante, Artemis se jogou no chão e
juntou as mãos como se estivesse amarrada, em seguida passou a murmurar "socorro, me
ajude" se aproximando da porta.
Dagan, um garoto que aparentava ser um dos mais jovens entre o grupo, tendo no mínimo
22 anos de idade, correu em direção a Joui. Ele usa uma soqueira/luva, que com letras
douradas estava escrito de forma incompleta LEO, e o resto parecia ter sido quebrado ou
arrancado. O rapaz fechou o punho, preparado para acertar um soco diretamente no rosto
do oponente, sem sucesso. Joui notou as tatuagens no corpo de Dagan, o pegou pelo
pescoço e gritou de forma agressiva:
╴VOCÊS TODOS VÃO MORRER!
E arremessou o garoto em Artemis, já que tinha percebido sua façanha, afinal seria
impossível não notá-la. Joui encaixou a máscara em seu rosto novamente, sem perder
tempo virou para a escripta que curou Gal, soltando um grito furioso por trás da máscara. O
olhar do japonês caiu sobre umas das ereshkigal que ligada a uma corrente se arrastava
juntamente ao homem que ele arrancou o braço anteriormente.
Usando novamente o olhar do desespero, a escripta paralisou na frente de Joui, ainda
segurando a caveira com lodo. O mascarado segurou a corrente e a puxou, trazendo
consigo a ereshkigal. Gal sentiu sua arma ser retirada dele, parou de se arrastar e olhou
para trás, presenciando o asiático enfiando a lâmina na garota e a rasgando desuniforme,
sem controle algum. Sigilos de conhecimento amarelo cintilavam nos cortes que o jovem
fazia furiosamente. Os olhos da vítima brilharam de forma agressiva em um tom amarelo,
era como se ela estivesse virando uma existida. O corpo da garota caiu, sendo chutado logo
após.
Joui olhou para a grande porta, caminhando em direção a ela, ele sabia que aquele seria a
rota de fuga dos escriptas, sabia que ali atrás estava a mulher também culpada pela morte
da sua mãe. Dagan que estava caído, usa de todas suas forças pra se jogar no portal.
Assim Damir quando vai entrar percebe que Boris faz o caminho inverso, pretendia atacar o
mascarado mas é impedido pelo seu irmão que pega em seu pulso e o puxa em tom sério
de preocupação, sabendo que ele era presa fácil para o menino da katana:
╴Boris, vem! Essa não é a nossa luta.
Após fitar o fundo dos olhos de seu gêmeo, concordou e ambos foram pro portal
conseguindo escapar. Artemis corre em desespero, T-bag a empurra e conseguem passar
pelo portal. Assim iriam os outros dois escriptas que sobraram, Rana precisava se
concentrar para manter o vestíbulo aberto, tentava se esconder por detrás da grande porta,
para ganhar tempo fora da visão do rapaz, em vão. Joui andava lentamente até o lugar que
a de cabelos rosados achava ter cobertura, apesar do mesmo ter visto sua tentativa falha.
No meio do caminho Gal tentava desesperadamente chegar se arrastando no portal, cuspia
sangue e lodo preto enquanto tentava em desesperança chegar ao portal. Para sua
surpresa, Joui simplesmente passa por cima dele que tremia do mais puro medo algo nunca
antes passado por ele:
╴T-temos que encontrar K-Kian...
Dizia balbuciando para Rana que estava tão assustada quanto ele, vendo uma de suas
inspirações de um amanhã melhor tão facilmente derrotada. Com sucesso o machucado,
passa pela entrada saindo do local vendo ali uma última terrível cena. Utilizando do olhar do
desespero Joui faz Rana se encontrar completamente esmorecida, porém sua mente
tentava de forma árdua sair daquela situação que seria morte certa caso não reagisse, seus
olhos se enchiam de lágrimas seus cabelos rosados caiam sobre os ombros tensos, e seu
rosto tinha pontos acentuadamente vermelhos como uma criança prestes a chorar sem
parar mesmo que ela tentasse manter sua postura a todo custo. Em um milésimo de
segundo, Rana que estava prestes a se jogar enquanto segurava o portal e o asiático
chegava. Em um movimento rápido segurava o pescoço da menor visando prevenir que não
conseguisse sair:
╴Para onde eles estão indo?
Dizia pausadamente com ódio, mal poderia dar para entender caso o silêncio não ecoasse
na casa. Ela grunhiu de dor tentando dizer algo durante várias batidas na mão do agressor
fazendo Joui aliviar a pressão no pescoço dela para conseguir a informação que buscava,
ao invés disso recebe um insulto da menina agora com voz rouca:
╴...Kian sabe.
O rapaz desferiu um soco no rosto dela, gritando em ódio a mesma pergunta.
╴PRA ONDE ELES TÃO INDO?
A mesma respondia:
╴Pra... Calamidade.
Ela não abandonaria quem era por estar à beira da morte, mas ele nunca saberia se não
tentasse. A garota cuspia sangue na máscara dele como provocação, fruto da fé que tinha
em Kian para cumprir uma promessa em proporções mil vezes maior que a sua vida. Joui
retirava a máscara e a jogava no chão, assim furioso falava:
╴Lembra? Dessa sensação de poder? QUANDO MEUS AMIGOS ESTAVAM
PARALISADOS, E VOCÊ MATOU TUDO QUE EU TINHA? VOCÊ LEMBRA SUA PUTA!?
Com pouco ar que passava em sua garganta ela retrucava em uma autoafirmação:
╴Nada disso vai exist-
Era interrompida por mais um soco fazendo-a cuspir sangue por todo chão. Nesse mesmo
momento era jogada como um pedaço de carne suja no chão, confusa e sem fôlego quando
o homem se aproximava empunhando a katana lançando um golpe sangrento que tiraria
seu braço ao mesmo tempo que grita:
╴EU VOU...
Sem tempo de resposta sentia uma dor que a fazia entrar em colapso, tinha tempo apenas
de ver o interior do seu membro decepado exposto vazando litros de sangue, quando outro
ataque que retira seu outro braço acontece:
╴...ATÉ
O indivíduo esbravejava seguindo para outro corte agora de sua perna esquerda, enquanto
a mesma sentia seu corpo começar uma pane total, a dor excruciante de ser desmembrada
viva era a última coisa que pensou que um dia sentiria, sua mente iria em branco nada mais
importava além da dor:
╴...O INFERNO
Arrancando a última perna, berrava para a garota que se engasgava no próprio sangue
sofrendo de uma agonia imensa em um cenário de morte, onde todos seus cabelos rosados
agora tinham cor avermelhada mergulhados na poça de sangue embaixo dela:
╴PRA MATAR TODOS VOCÊS, UM POR UM.
Fincando a espada no peito daquela em tortura a matando imediatamente. O corpo de Joui
ainda estava tentando aliviar a tensão, toda a adrenalina que sentia. Verificou todos os
lados, queria estar certo de que matou todos os escriptas daquele lugar. Seus olhos foram
de encontro ao chão, diversas folhas caídas, provavelmente da mesa que havia sido
derrubada mais cedo quando a mansão foi invadida. Ele se agachou e pegou a folha do
chão, franzindo o cenho completamente confuso com o que encontrou. Todas as folhas,
sem exceção, manchadas de sangue contendo o mesmo símbolo do qual Joui surgiu, logo
acima, escrito de forma desgranhenta "O presente foi entregue".

Do mo owarimasu
"Acabou"

Inspirado na obra "A Ordem Paranormal" criada por Rafael Lange "Cellbit".

Alunas: Luiza Freire dos Santos e Sara Medeiros Honorato.


Turma: 2° 01.

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