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Sob sua Proteção

Denise A. Agnew
Coração Justiceiro 3

Disp em Esp: Club de las Excomulgadas


Envio do arquivo: ∆ίκη
Revisão Inicial: Leka
Revisão Final: Hecate
Formatação: Cleusa
Imagem: Élica
Talionis

Sob sua Proteção


Denise A. Agnew
Coração Justiceiro 3

O franco-atirador da SWAT Trey MacGilvary gosta de suas mulheres selvagens e


quentes? A raia aventureira de Trey mostrou que estava equivocado, tornando-o perigoso para os
criminosos e devastador para os corações femininos.
A inglesa Olivia Scott leva uma vida tranquila como bibliotecária; com nada mais
emocionante que filmes alugados na a noite da sexta-feira e o bolo que fará para o concurso de
bolos local.
Quando Trey a resgata do brutal ataque de um homem perturbado, e ela sai machucada e
está vulnerável, ele promete que estará sob sua proteção a partir desse momento.
O entusiasmo e a imprevisibilidade da vida desperta paixões eróticas no interior de Olivia
que ameaçam reinventar a mulher que sempre pensou que era. Trey encontra uma mulher valente,
aficionada por livros interessantes, mas não está interessado em um compromisso a longo prazo.
Sua atração por ela é explosiva e enfrenta sentimentos que nunca pensou voltar a sentir por uma
mulher. Depois de tudo, ela retornará para a Inglaterra em seis meses. Não há maneira de que
possam estabelecer uma relação duradoura, mesmo se quisessem.
Enquanto, um criminoso ressurge com a vingança em mente e promete machucar a todos
os que ele ama. As habilidades de Trey como franco-atirador, irmão e amante serão postas a prova.
Enquanto o perigo aumenta ao redor dela, Olivia deve encontrar um núcleo de força que nunca
soube que tinha, e capturar uma paixão intensa que nunca esperou encontrar.

Comentário Leka: Até agora esse foi o que eu mais gostei dessa série. O casal é fofo
enquanto Olivia vai ganhando confiança em si mesma, Trey consegue se acertar com seu passado.
Ele só é um pouco teimoso.

Comentário Hecate: Eu não li os outros da série, mais esse é um livro fofo, apesar desse
mocinho demorar pra se render aos seus sentimentos.

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Capítulo Um

Ninguém jamais disse a Olivia Scott que ser ajudante em uma biblioteca era uma ocupação
perigosa. Deixou escapar um pequeno grito enquanto dois livros enormes golpeavam o balcão da
biblioteca, diante dela. Calafrios correram por suas costas quando viu um rosto familiar.
— Hey, senhorita Scott. —Sorriu o homem, enquanto seu olhar se cravava em seu cartão
de identificação.
Seu sorriso prometia um encontro agradável. Ela não acreditava nessa promessa.
Olhos verdes, rodeados de escassos cílios loiros, sustentavam um charme lisonjeador. Ele
parecia tão amável como um de seus professores da escola na Inglaterra. Com a expressão em
branco por um minuto, e servil no seguinte. Apesar de parecer como alguém de vinte e poucos,
havia um pouco de esgotamento em sua atitude.
— Sr. Cohen. Que bom vê-lo hoje. Não esteve ontem aqui?
E no dia anterior. E o dia antes desse. Cinco dias seguidos.
— Estive. —Piscou —. Encontrei outros dois livros que necessito para obter minha meta.
É interessante que haja tantos livros a respeito da aplicação das leis na biblioteca — sua expressão
se tornou petulante, quase como de indignação, um homem infeliz devido ao que descobriu —. Por
que acredita que seja assim? Procedimentos e provas policiais, como estudar para ser um oficial da
lei. Um pouco exagerado, não acha?
Era uma pergunta com armadilha?
Ela lambeu seus lábios ressecados, desejando não ter esquecido sua garrafa de água na
parte traseira do escritório. Viria muito bem um gole bem frio para molhar sua garganta ressecada.
Ela encolheu os ombros.
— Talvez fossem doados por policiais que decidiram que não os necessitavam mais?
— Ou por tipos que não passaram na prova e deixaram de tentar? — a voz do Sr. Cohen
não sustentava nenhuma inflexão.
Ela piscou confusa por sua conversa. Seu rosto magro, pálido como um cadáver, lembrava
a de um homem que permaneceu longe do sol por causa de uma longa enfermidade.
Ou a de um vampiro.
Ela piscou. Outubro era o mês do Halloween e só estavam no começo de Setembro.
— Possivelmente. —Sorriu ela, mas não ele retornou o sorriso.
— É uma pena.
Sua voz tinha um lado sibilante, um sussurro que surgia quando falava muito rápido, como

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às vezes fazia. Em cinco dias tinha falado com ela muitas vezes, e em cada uma se sentiu incômoda.
Hoje, ele estava usando um ridículo traje azul marinho, um pouco grande nos ombros e com mangas
muito longas. Sem uma gravata, o traje e a camisa de colarinho branco estavam desarrumadas.
Assim que ele é um pouco excêntrico. Você foi acusada disso antes. Ela acalmou sua mente
suspeita.
— Queria revisar estes, também? — perguntou ela.
— Sim, acredito que me ajudarão com meus planos futuros. —Ele passou uma mão por
seu cabelo… o que ficava dele. Seus cabelos gordurentos, compridos até o pescoço pareciam ser de
um indeterminável loiro opaco. Seu cabelo começava a partir de grandes entradas em sua ampla
testa.
— É óbvio. Você disse que está por fazer a prova para Xerife do Departamento do
Condado do Torro, certo?
Ele se inclinou sobre o balcão, muito perto para sua comodidade.
Ela retrocedeu um passo.
— Imagino que se faço a prova desta vez, terão que me aceitar. Não sou muito velho.
Tenho só vinte e cinco. — Alto, ombros largos, quadris magros, ninguém podia negar que estava
em boa forma.
— É óbvio que passará. Boa sorte com isso. —Ela tentou alcançar os livros.
Uma palma caiu com um golpe na parte superior dos livros, e ela saltou.
— Não toque estes ainda.
Um comichão sussurrou na parte de trás de seu pescoço, uma advertência que ela
considerou ignorar, mas não o faria. Algo não encaixava com este tipo. Ela tinha suspeitado que a
mente do Cohen não estava funcionando de maneira correta desde a primeira vez que ele registrou
uns livros para levar.
Desta vez ele não sorriu, e o suor se acumulou sobre seu lábio superior. Que estranho.
A voz de Cohen se suavizou ameaçadoramente.
— Não vai tocar esses.
Está brincando, certo?
Uma vez mais, ele se inclinou e capturou seu olhar.
— Não vai tocar esses.
— Não deseja registrá-los para levá-los?
Ele se inclinou sobre o balcão, e o olhar de Olivia se lançou ao redor da pequena
biblioteca.

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Uma anciã tinha desaparecido na sala traseira para utilizar os computadores. Outras duas
pessoas se dirigiram às estantes dos livros mais cedo e não tinham saído. Agora que pensava, uma
delas era um robusto e alto homem jovem que ela notou antes. Suas amigas na Inglaterra teriam
babado sobre o bonito americano. A quem está enganando, Olivia? Você estava babando por ele.
Seria difícil não fazê-lo. Ele tinha toda a mescla genética americana garantida. Essa essência
americana de não ter respeito pelas regras, que suas amigas em segredo morriam por conhecer,
apesar de que provavelmente falariam abertamente de sua aversão a sua significativa testosterona e
sua falta de refinamento.
Um suéter negro estava estendido sobre seus ombros largos e seus musculosos braços.
Jeans gasto curvado sobre seu corpo intimamente, mas não muito apertado, e tênis.
O cabelo de cor chocolate e reflexos vermelhos que se agitavam em sua cabeça, mas não
tinha um corte militar.
Talvez se Cohen soubesse que havia outro homem forte na biblioteca não teria ideias
estranhas.
Ela assentiu ao senhor Cohen.
— O que preferir.
— Não acredito que saiba o que desejo, senhorita Scott. —Ele baixou a voz, de forma
cúmplice. — Ninguém o faz. Isso é parte do problema.
De acorrrrdo.
Ele lambeu os lábios, um hábito repetitivo e nervoso que ela tinha notado todos os dias que
começou a aparecer por ali. Agora era sexta-feira de noite.
Tudo o que quero é alugar um filme de terror, colocar minha pizza congelada no micro-
ondas, me servir um copo de sangria1, e desfrutar da noite. Não era uma resmungona, mas ela
realmente, realmente, queria queixar-se esta noite.
Só faça com que isto termine. Faça com que se vá daqui.
— Acredito que deveria me dar o que necessito, senhorita Scott. É uma mulher agradável.
Acredito que é bonita, também.
— Eu? — A palavra saiu dela de forma automática.
Ninguém nunca a tinha chamado de bonita. Patético, realmente, que o primeiro homem
que disse resultasse estar meio safado.
— Você é inglesa, verdade? — Perguntou ele.

1
Bebida ou coquetel feita com base numa mistura de vinho tinto ou vinho branco, sumo de fruta, pedaços de frutos e
açúcar. Pode levar outras bebidas como aguardente (cachaça, no Brasil). Deve-se bebê-la bem fresca e com cubos de
gelo.

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Ela sorriu, mas não por diversão. As pessoas pareciam perguntar vinte vezes ao dia, aqui
em um pequeno povo do Colorado. Ela esperava que o perguntassem ainda, então, apesar de que se
encontrava terrivelmente óbvio também.
— Sim.
Seu olhar frio disparou do seu cabelo enrolado em um coque, para o decote de sua
conservadora blusa branca e o traje azul marinho.
— É modesta. Não uma puta como a maioria das outras mulheres no Gold Rush.
Estupefata, não pôde falar. Como nunca tinha sido boa com as respostas rápidas, sua
frustração chegou a seu ponto. Não somente punha os cabelos em pé, e ainda por cima ele não devia
estar tomando seu remédio. Ela elevou seu pulso esquerdo no qual levava o relógio antigo de sua
avó. Os cabochões2 de pedra lunar eram suaves e a filigrana de prata era dura, mas sólida sob seus
dedos. O tempo pareceu parar, ou assim ela pensou, enquanto a antiga biblioteca Vitoriana ficava
em silêncio. Como se observasse seu intercâmbio com o interesse de um sábio e não emitisse
nenhum comentário.
Por favor, alguém. O homem jovem e forte ou alguém, só venham aqui e assustem a este
tipo para que se afaste.
— O que acontece, senhorita Scott?
— Sr. Cohen, se não se importar, preciso terminar um pouco de papelada antes de fechar
em meia hora.
Cohen saltou. Saltou sobre a mesa como um ginasta saltando sobre um cavalo, e apontando
uma arma, diretamente para ela.
Ela sufocou um grito e caiu para trás. Seu salto ficou preso e ela caiu.
Cohen a puxou para ele, com uma arma saindo do nada e apontando debaixo de sua
mandíbula. Seus dedos se cravaram em seu ombro enquanto a balançava contra ele.
— Pare! O que está fazendo? — Ela se retorceu contra seu controle, com o medo
disparando através de seu corpo.
— Não diga uma palavra mais. Não sabe o significado de bom serviço ao cliente, verdade?
— Ele grunhiu a pergunta.
O coração de Olivia se estrelou em seu peito com tanta força que quase não podia respirar.
Seu sangue correu por suas veias. O metal frio a tocou na mandíbula, o braço dele apertando-se
dolorosamente em seu ombro. Um milhão de arrependimentos correu por sua mente.
Nunca comprei um cão, como falei que faria.

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Pedra preciosa polimentada e não esculpida, de forma convexa.

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Nunca tive aulas de pintura como falei que faria.


Nunca...
Nunca experimentei uma relação quente e amorosa com um homem que se preocupasse
comigo.
Nunca tive um filho.
As lágrimas picaram em seus olhos, a ira correndo turbulenta em seu interior com uma
náusea repugnante. Maldição, isto não era justo. Não era.
Um anjo escuro saiu de onde estavam as estantes dos livros. O homem ao que estava dando
olhadas lascivas fazia o que… uma hora?
— Quem diabos é você? —disse Cohen ao outro homem, empurrando a parte inferior de
sua mandíbula com a arma.
Ela murmurou.
— Por favor, senhor Cohen…
— Cale-se! — Cohen apertou seu agarre, transferindo seu braço para sua cintura.
Ela aspirou uma baforada de ar com a dor enquanto o agarre do Cohen se esticava.
O homem do suéter escuro se deteve a uma boa distância. Levantou as mãos como se
tivessem dito que o fizesse.
Sorriu como se Cohen tivesse sido seu velho amigo.
— Mark Cohen? Hey, homem, é você?
Rouca e com uma riqueza que pulsava por baixo, sua voz inspirava tranquilidade e
confiança em Olivia. Seus batimentos cardíacos frenéticos ficaram mais lentos, e pôde tomar uma
respiração profunda.
Talvez houvesse uma luz no final desse túnel escuro e horrível.
— Mark, — disse o homem de novo — amigo, não me diga que não me reconhece.
A incredulidade manteve Olivia tão imóvel como o medo. Estava esse outro tipo tão louco
como Cohen?
A respiração de Cohen acelerou. Ela podia sentir seu peito subir e descer, sua palma
esmagando em sua cintura. Um tremor a percorreu. Ela esteve a ponto de enrugar o nariz enquanto
o aroma de seu corpo ficava apanhado em seus nervosos sentidos.
O agarre de Cohen afrouxou. — Te conheço?
O misterioso homem assentiu, sua expressão era cautelosa.
— Sou Trey MacGilvary. Apresentou-se comigo no Departamento de Polícia na semana
passada. Lembra? Lembro do ano passado, também. Quando se aplicou para entrar na academia de

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polícia.
O abraço de Cohen se afrouxou um pouco mais.
— Esteve... né... esteve comigo também na escola secundária — Cohen soava mais
tranquilo.
— Correto. — Trey baixou lentamente as mãos, como se temesse o que aconteceria se não
fizesse.
— Estava na equipe de futebol.
— Na equipe de atletismo.
— Eu também.
Enquanto Cohen inchava o peito, Olivia se deu conta de que Cohen era maior que Trey,
mais volumoso.
Não era bom. Aterrador. Depois de tudo, Trey era vários centímetros mais alto que Olivia,
com uma constituição poderosa.
Trey avançou para frente enquanto outro sorriso, tão encantador como o de Cohen não
tinha sido jamais, brotava em sua cara.
— Foi melhor nas corridas de resistência que eu.
Um horrível pensamento passou por sua cabeça. O que aconteceria se esses dois não eram
as lâmpadas mais brilhantes da caixa? Que tal se eles estavam representando uma brincadeira atroz?
Isso não tinha sentido. Se este Trey MacGilvary era um oficial da lei, ele não faria tal
coisa. Ou sim?
— O que é isto, a semana para lembrar experiências da infância? —as palavras saíram dela
sem pensar, e ofegou quando Cohen apontou a pistola a sua têmpora.
Brilhante, Olivia. Só mantém a boca fechada.
— Espera, espera. — Trey levantou suas mãos de novo. — Tranquilo, Mark. A senhorita
não te tem fez nada. Por que tem uma pistola em sua cabeça? É hora de deixá-la ir.
Enquanto Trey se aproximava deles com passo lento e cauteloso, ela notou seus
penetrantes olhos marrons como o uísque. Por um segundo seus olhos se cravaram nos dele, e viu
uma mensagem ali. Uma sólida solicitude de cooperação. Confia em mim.
Poderia fazê-lo?
— Mark, é hora de deixá-la ir. — Disse Trey de novo.
Olivia se deu conta que Trey tinha avançado bastante para frente enquanto falava, tanto
que agora estava parado contra o balcão. Ele deixou cair às mãos uma vez mais.
A respiração de Cohen se tornou cada vez mais agitada, como se houvesse completado

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uma maratona.
— Ela não entende como é difícil.
— Nenhum de nós faz. — O olhar de Trey voltou bruscamente para a Olivia de novo. —
Mas ela não quis dizer nada com isso, Mark. Ela não quis fazer nenhum mal. Deixa-a ir e você e eu
podemos falar disto.
A presença de Trey, por estranho que parecesse, dava a ela um feroz sentido de proteção,
como se pudesse confiar nele com sua vida. Ele não permitiria que nada ruim acontecesse. Ela não
sabia como sabia, mas a certeza cresceu em seu interior até que quase relaxou no agarre de Cohen.
— Não. — Cohen moveu a arma para baixo, riscando seu ombro direito, e logo roçando a
mesma sobre o pescoço com a ponta do canhão—. Não acredito. Esta cidade teve sua oportunidade.
Gold Rush teve sua oportunidade e o Condado do Torro não aproveitou minhas habilidades. De
fato, — a voz de Cohen se voltou espessa — não me trataram de maneira justa. No Torro disseram
que não passei nas provas... nenhuma delas.
Olivia o compreendia agora. Cohen estava ressentido contra o Departamento do Xerife.
Embora sabia que algo mais o motivava. Algo insidioso e orgânico.
— Entendo. Sente-se menosprezado. Mas por que quer envolver a senhorita Scott em tudo
isto? Ela não te fez mal. — Trey se moveu ao redor do balcão, caminhando e falando, com sua voz
quase calmante. — É inocente. Se quiser ser uma pessoa que aplica a lei tem que proteger aos
inocentes.
O braço de Cohen deixou sua cintura enquanto sua mão deslizava, quente e pesada à parte
superior de suas costas. Sua arma permaneceu sob sua mandíbula.
— Não se meta comigo!
Ela deu um salto, com o coração golpeando violentamente em seu peito.
— Tranquilo. — Trey continuou movendo-se até que o balcão deixou de ser um obstáculo.
Agora estava dentro da pequena abertura da porta de vaivém. — O que te parece se você e eu
continuamos com isto lá fora, de homem a homem? Inclusive pode apontar sua arma para mim todo
o tempo. Não há necessidade de assustar mais à senhorita Scott.
Sim, por favor. Por favor, morde a isca.
Ela inalou e exalou profundamente pelo nariz e lutou por manter-se calma. Trey contornou
a porta giratória. Aproximava-se, estava muito mais perto. O que faria? O que poderia fazer?
— Está bem, Mark. — Trey assentiu, sua voz tranquila e convincente.
— Não acredito! — Cohen a empurrou para a esquerda.
Ela sacudiu os braços freneticamente, tratando de não perder o equilíbrio. Tropeçou, caiu

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para frente em uma cadeira giratória, e foi de cabeça para o balcão. Gemeu, estirando suas mãos
para amortecer a queda. Seus braços mitigaram algo do impacto, mas sua testa golpeou a borda do
balcão com uma impressionante porrada que confundiu sua visão e a cabeça doeu como o inferno.
Gritou.
Caiu sobre seu traseiro e levou uma mão a sua testa palpitante.
A batalha se produziu a seguir entre os homens, e a ferocidade dela, os rápidos e cortantes
movimentos tiraram o fôlego.
Trey se movia tão rápido que ela jurava que se tornou impreciso.
Grunhidos, gritos de Cohen, paf e zas de carne encontrando contra carne assaltaram seus
ouvidos.
Antes que pudesse fazer algo mais que piscar, Trey estava sustentando a arma de Cohen e
Cohen estava de costas inconsciente.
Trey agarrou o celular de seu cinto e discou ao mesmo tempo em que se agachava sobre
um de seus joelhos a seu lado.
Com os olhos sérios e cheios de verdadeira preocupação, o homem com a velocidade do
raio emoldurou um lado da cabeça dela.
— Está bem?
Ela baixou a mão de sua testa.
— Estou agora.
Ele a olhou, examinando-a e avaliando-a.
— O que está errado? — Fez uma careta.
— Golpeei minha cabeça quando caí.
— Maldição.
Seu olhar foi de Trey para Cohen.
— O que... o...?
— Estará inconsciente por um tempo.
Explicou a situação ao 911, pediu uma ambulância, logo cortou a conversa e devolveu o
celular a seu cinto.
— Não necessito uma ambulância. — Disse Olivia.
O bonito sorriso de Trey chegou de forma inesperada, e fez que os batimentos do seu
coração acelerassem.
— Talvez você não. Mas talvez ele sim.
Ela sorriu com tristeza em resposta.

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— Pode se levantar? — Trey a ajudou a levantar, suas mãos fortes e seguras.


Permitiu a ele levá-la a uma cadeira próxima, suas mãos sustentando-a pelos
cotovelos.
Afastou o cabelo da testa, seu toque era incrivelmente suave.
— Sim, terá um bom hematoma aqui. É melhor que deixe que a ambulância te examine
quando chegarem aqui. Não pode se arriscar tendo uma ferida na cabeça.
Ela olhou Cohen, ainda estendido imóvel no chão.
— Não irei a nenhuma parte no mesmo veículo com ele.
A essas alturas os usuários da biblioteca chegaram à parte frontal, seus olhos muito abertos
e os rostos pálidos. Faziam perguntas, e murmuravam com horror a respeito do que tinha ocorrido.
Olivia estremeceu enquanto uma dor surda palpitava em sua testa. Estava muito contente
de estar fora das garras de Cohen e seguir viva.
Trey se manteve sobre Cohen e permaneceu vigiando-o. Quando os clientes trataram de ir,
Trey tirou sua identificação e mostrou seu distintivo.
— Fiquem aqui. Estou fora de serviço, mas a polícia da cidade estará aqui para interrogá-
los.
— Eu não vi nada — disse um homem.
A expressão de Trey endureceu com impaciência.
— Não importa. Sentem-se ali.
Queixando-se, o homem se acomodou em um sofá próximo.
Em pouco tempo, as sirenes tocaram através da noite. A diferença desses poucos
momentos em que Cohen a manteve como sua refém em que o tempo pareceu ir muito lento, agora
as coisas pareciam voar para ela rapidamente. A ambulância chegou e também os policiais da
cidade. Em pouco tempo tinha sido interrogada vinte vezes pelas autoridades e examinada pelos
paramédicos até que não pôde esperar mais para poder esquecer essa noite, correr para casa e meter-
se na cama. De vez em quando, notava Trey MacGilvary na parte de trás, e sua sólida presença dava
consolo. Não é que quisesse consolo. Não, ela preferia afogar sua tristeza em um filme de sua
coleção de DVD, ou meter-se sob as mantas com um bom livro. Algo para fingir que essa noite não
tinha ocorrido.
Mas não. Trey se manteve ali, os policiais se mantiveram ali, e os paramédicos a
declararam sã.
Ela sentiu a primeira certeza de que poderia escapar dessa situação sem…
Muito tarde.

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Esqueceu-se de chamar à bibliotecária encarregada Cynthia Horvath, mas a polícia tinha


feito. Com seu um metro oitenta e dois de altura em uma ampla constituição, e indiscutível energia,
uma loira entrou pela porta frontal e foi diretamente para a Olivia. Sua chefe, com seus olhos azuis
brilhando de indignação, movia-se como um anjo vingador preparado para extrair uma resposta ou
algo mais.
— Olivia! — Cyn fluiu através da sala usando um vestido de padrões múltiplos de cor
amarela girassol e verde oliva que terminava por cima de seus joelhos.
Cuidado, aqui vêm os anos setenta.

*****
O homem observou desde seu carro na rua perto da biblioteca, esperando que a polícia
saísse do edifício. Os últimos quinze minutos tinham erodido sua fortaleza enquanto policiais e
paramédicos invadiam a zona. Contente por ter decidido estacionar ao longo da rua em lugar de no
estacionamento, viu a dança das luzes dos veículos de emergência quase com um transe hipnótico.
Esfregou as mãos, tanto para esquentar seus dedos, como pela antecipação de completar
seu objetivo.
Completar o objetivo. A quem estou enganando? Este é o bolo. A cereja do mesmo virá
muito mais adiante.
Saboreou a espera, o planejamento, e soube que com cada dia que passasse e levasse esse
processo lentamente, este se traduziria em uma execução impecável.
Em uma execução, de fato.
A noite caiu fazia muito tempo, trazendo consigo temperaturas mais frescas. Não podia
culpar o frio. Desejava que chegasse Outubro. Outubro tinha uma maneira de meter-se debaixo de
sua pele, de fazer sair a morbidade da humanidade. Sorriu. Sem dúvida, nele fazia.
Tinha seguido à polícia durante alguns dias enquanto seu valor cobrava força. Entretanto, a
coordenação não se sentia de tudo correta. Não. Necessitava mais tempo. Necessitava o momento
adequado. Necessitava a fúria que corria em sua família para engoli-lo enquanto…
Não. Não pense nisso. Essa direção te leva a um ódio explosivo e sem controle.
E o que necessitava agora era controle.
Quando um oficial de patrulha se aproximou de seu carro, sua respiração acelerou, e ele
abaixou a janela, assentiu e sorriu.
— O que está acontecendo oficial? — Perguntou com preocupação fingida.
— Uma situação na biblioteca. — O policial diminuiu os olhos para ele. — Está esperando
alguém que está na biblioteca?

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Pensa rápido.
— Não. Estava a ponto de entrar quando vi as luzes e escutei as sirenes.
A expressão do policial suavizou.
— Não sabemos quanto tempo tomará processar tudo. A biblioteca não voltará a abrir até a
amanhã no mínimo.
— Maldição. —Manteve sua declaração suave, com a esperança de que seus olhos
refletissem pura inocência. Ele assentiu e sorriu—. Está bem. Irei então.
O policial retornou o assentimento e um sorriso.
— Que tenha uma boa noite, senhor.
— Boa noite.
O homem exalou um sopro de decepção enquanto subia a janela. Não haveria possibilidade
de obter sua meta essa noite. Entretanto, a preparação do objetivo final sairia bem, apesar da
interrupção.
Ficou imóvel em seu assento enquanto notava uma estranha quietude que caiu sobre a
noite.
Nunca se deu conta desse tipo de escuridão antes. Seu coração emitiu um lento golpe,
golpe, golpe, seu pulso pulsando com uma precisão narcotizada enquanto ele acalmava sua mente.
Tinha aprendido dos xamãs3 fazia tempo como regular seu sistema. A meditação diária que
prometia acalmar os demônios de sua mente.
Queria meditar agora enquanto o demônio brincava no limite de seu controle, com a
promessa de desfazer todo seu cuidadoso planejamento. À medida que sua respiração se fazia mais
rápida, compreendeu que esteve sentado ali por muito tempo. Melhor ir antes que o policial com o
que tinha falado perguntasse por que permaneceu ali.
Com pesar, pensou no rifle junto com os outros elementos na parte traseira de seu veículo.
Não os poderia usar essa noite, mas ainda ficavam muitas noites mais em Setembro.

Capítulo Dois

Que camundongo inglês. Entretanto, uma interessante criaturinha de todos os modos.


Trey manteve uma cara séria, as mãos em seus quadris, e observou Olivia Scott endireitar a

3
É um termo de origem tungueia que nessa língua siberiana quer dizer, na tradução literal, "Aquele que enxerga no
escuro". Os tungues meridionais identificam no xamã os portadores de função religiosa, que podem "voar" para outros
mundos, entrar em um estado estático e ter acesso e contato com seus aliados (animais, vegetais, minerais), seres de
outras dimensões e os espíritos ancestrais.

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coluna contra o ataque que se aproximava. À medida que a grande mulher caminhava a passo firme
para eles, Trey se aproximou da jovem bibliotecária. Olivia captou a atenção de Trey minimamente
nas poucas vezes que entrou na biblioteca durante os últimos meses. Não podia lembrar vê-la mais
de uma vez ou duas até essa noite.
Com essa aparência conservadoramente estereotipada, ela não era o tipo de mulher que
encontraria atraente.
Olhando-a agora, pensou que talvez tivesse cometido um grave engano.
OH, vamos, MacGilvary. Ela não é seu tipo e este não é o momento.
Ela tinha essa coisa que as mulheres inglesas tinham que as fazia parecerem ligeiramente
dissimuladas, e secas como uma casca.
Sim, mas esse sotaque inglês, tão superior, tão claro como um cristal e tão bonito...
A tempestuosa mulher mais velha loira começou com:
— É melhor que haja uma boa explicação para esta comoção em minha biblioteca.
A pressão arterial de Trey se elevou. Sua biblioteca? Quem demônios era ela? Uma
benfeitora?
Trey quis levar Olivia para fora dali, a um lugar seguro, mas se conteve. O cabelo cor
marrom escuro o recordava ao chocolate com leite, mas brilhante e rico, e se enrolava em sua
cabeça em um coque. Seu traje de tweed4 marrom com colarinho branco se via como de duas
décadas atrás e parecia muito velho para ela e talvez muito grande. Ela não podia medir mais de
1,68 de altura, talvez, tinha pulsos delicados e mãos de ossos finos e unhas curtas sem pintar. O que
o tinha apanhado eram seus olhos grandes e expressivos de cor café, seu nariz pequeno e seu rosto
com forma de coração. Ela possuía as características de uma boneca de porcelana que o fazia
recordar as fotografias vitorianas e um aspecto antiquado que gritava que não a tocassem. Apesar de
sua aparência completamente coberta, uma brilhante sombra escura realçava seus olhos. Era esse
um pingo de desafio no que seria uma impecável fachada?
Era uma bibliotecária mestiça se é que alguma vez teve uma.
Ahá.
Uma pele matizada de rosado pálido acrescentava a sua impressão da fragilidade. O rubor
aumentou em suas bochechas enquanto a velha e chamativa mulher se detinha frente a ela e
colocava as mãos em seus largos quadris.
— Tudo está bem agora. Houve um incidente, — disse Olivia antes que a outra mulher
pudesse falar de novo. — Sinto não ter te ligado antes.

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Um tecido de lã, áspera ao tato, as vezes uma mescla de cores salpicadas, produzido originalmente na Escócia.

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O largo queixo da mulher balançou indo e vindo de um lado a outro enquanto percorria a
zona.
— Isto é um desastre. Uma cadeira quebrada, o balcão cheio de… — Seu olhar se lançou
como louca ao redor da habitação — lixo. Sinceramente, isto tem que ser limpo. — As mãos
gordinhas da mulher fizeram um gesto de desgosto. — Explique-me uma vez mais o que aconteceu
aqui. — Jogou uma olhada a Trey. — E você quem é?
Trey gostava das mulheres. Muito. Inclusive as mulheres mandonas e exigentes tinham seu
respeito. Até certo ponto. Essa senhora estava pressionando muito.
Ele estendeu a mão e deu seu melhor sorriso.
— Trey MacGilvary, do Departamento do Xerife do Condado do Torro. — Ele assentiu
para Olivia. — Estava na biblioteca quando o senhor Cohen tomou como refém à senhorita Scott.
— Cynthia Horvath, diretora da biblioteca. — A mulher estreitou sua mão com um apertão
de ferro.
— Como diabos pôde ter acontecido isto? — A voz da mulher mais velha subiu de volume
e tomou um tom de assombro. Olhou Olivia. — Foi tomada como refém? A polícia disse que tinha
havido um alvoroço, mas eu não tinha nem ideia…
Sua voz se suavizou, mas seu rosto não. Homem, OH, homem. Não podia ser tão fria ou
sim?
— A senhorita Scott foi abordada por Mark Cohen — disse Trey. — Cohen esteve tratando
de entrar no corpo policial, assim como no Departamento do Xerife, mas seu perfil psicológico
assinalou que tinha problemas. O enviamos para terapia, mas ainda esteve tratando de meter-se no
cumprimento da lei.
Apesar de que tinha falado a ambas as mulheres, ele se dirigiu principalmente à diretora da
biblioteca. Não gostava de como continuava observando à senhorita Scott, como se tivesse
cometido um delito.
— O Sr. MacGilvary veio em meu resgate — disse a senhorita Scott, com um tom de voz
suave, mas cheio de determinação.
Sua doce voz enviou vibrações suaves através do interior de Trey, revolvendo estranhas
necessidades. Seu emocionado olhar marrom desceu para o chão sob o olhar imperial de Cyn. Trey
acreditou ver dor física nos olhos da senhorita Scott, e isso o preocupou.
— Já vejo. — Cyn assentiu. — Bom, sinto que tenha sido arrastado nisto, Sr. MacGilvary.
Ou é Oficial?
— Chame-me Trey. Não estou de serviço neste momento.

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A Srta. Scott começou a abrir a boca, mas Cynthia grunhiu e se afastou em busca de danos.
Assaltou a um oficial da cidade com mais pergunta.
Os lábios da jovem bibliotecária se apertaram e ele viu certa ira cruzar por seu rosto.
A curiosidade invadiu seu bom senso.
— Há alguém a quem tenha que avisar para que venha por você? Um marido ou um noivo?
Seu olhar foi rapidamente a dele, mas logo se cravou na lonjura.
— Não.
Clara e singela. Gostava disso em uma mulher, embora pressentia que a pequena senhorita
Camundongo Inglesa tinha profundidades escondidas. Pena que não queria tomar o tempo para
explorá-las. Não, ela não era seu tipo.
Ela ficou de pé. Seu olhar enredando-se em seus lábios carnudos enquanto ela falava.
— Será melhor que limpe esta confusão.
Trey a sujeitou da parte de acima de seu braço.
— Tranquila. — Sorriu da mesma maneira em que tinha sorrido a Cyn. — Acredito que
teve bastante por esta noite. Te levarei para casa. A polícia tem sua declaração, e não pode trabalhar
mais esta noite. Esta é uma cena do crime no momento.
Estando tão perto dela, ele captou seu perfume, um aroma picante, mas sensual que agitou
sua libido. Seu pau ficou meio duro. Santa Merda, MacGilvary. Incrível. Deixa de atuar como um
maldito cão no cio.
— Tenho meu próprio carro. — A Srta. Scott não puxou de seu agarre, mas seu olhar o
observava desconfiada.
— Tem certeza que está bem para conduzir?
Esses lábios carnudos se apertaram de novo.
— É óbvio.
Ele assentiu.
— Eu te seguirei.
Sua coluna ficou rígida.
— Isso não será necessário.
— Siga minha liderança. Vou me sentir melhor.
Suas sobrancelhas se levantaram, e ele pensou por um momento que ela poderia sorrir.
Não. Não teve tal sorte. Seu olhar endureceu, a suspeita elevando suas sobrancelhas arqueadas de
forma cínica.
— Você se sentirá melhor?

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— Sim. — Ele se inclinou um pouco, deslocando-se dentro de seu espaço íntimo, com seus
dedos ainda rodeando seus bíceps. — Eu não gosto de ver as mulheres maltratadas. Tira-me do
sério. Me acalmará vê-la entrar em sua casa.
Um rubor floresceu em suas bochechas, e seu olhar caiu para sua boca por um momento
antes de viajar de volta a seus olhos. Ele sentiu outro puxão em seu interior. Whoa. Terá sido
interesse isso que viu em seus olhos? Talvez a Senhorita Superior Mal-humorada não era tão
dissimulada como ele pensava?
Sua boca se abriu com um pequeno OH de surpresa, mas tomou um momento falar.
— Muito bem. Suponho que tudo é parte de ser um policial.
Apesar de que o olhar cético não se foi de sua expressão, ela se soltou de seu agarre para
dirigir-se atrás do balcão em busca de sua bolsa. Ela voltou com uma bolsa preta e a pendurou por
cima do ombro.
À medida que começavam a caminhar ao redor da mesa com o balcão alto, Cynthia
Horvath enviou um olhar duro para a senhorita Scott.
— Aonde vai? Seu turno não terminou.
Incrível.
A Srta. Scott se voltou para Horvath e disparou com:
— Não fica nada por fazer esta noite que não possa ser atendido amanhã, Cynthia. A
polícia tem trabalho que fazer aqui e eu só estaria em seu caminho.
— Mas…
Trey escoltou a Srta. Scott para a porta frontal, a admiração acumulando-se dentro dele
ante a resposta da senhorita Scott. Ele percebeu certo espírito sobre esse frio exterior inglês, que ele
admirava. Uma mulher forte sempre o intrigava.
Lá fora, a noite caía, levando as luzes do outonal Setembro. O vento fresco soprou através
de seu cabelo. Folhas douradas e vermelhas estavam dispersas pela brisa através da calçada e no
estacionamento. A Srta. Scott se separou dele e se dirigiu pelas escadas a um ritmo rápido.
— Espera. — Ele a perseguiu. — O que conduz?
— O Honda Civic ali. — Ela se deteve abruptamente e se voltou para ele apressadamente,
com os olhos cheios de algo que parecia remorso. — Olhe, sinto muito ter te arrastado no que se
passou esta noite. Não tem que seguir me cuidando. — Ela sorriu, mas a suave curva de seus lábios
tremeu e desvaneceu em questão de segundos. — Não quero que pense que não estou agradecida
por tudo o que fez. Salvou minha vida.
A surpresa o manteve em silêncio durante um segundo antes que recuperasse a voz.

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— Você salvou a si mesma. Foi muito valente e se manteve serena sob fogo. Nunca vi uma
mulher que se conteve tão bem em uma situação de reféns.
Uma vez mais ele viu o cepticismo em seus olhos.
— Ah, sim? Com certeza que viu sim.
Sua maneira formal de falar o divertia, mas também o intrigava. Além disso, reconhecia
rachaduras em seu controle e o persistente temor em seus olhos.
— Sim, foi malditamente valente. Vamos levá-la a casa.
— Insiste em me seguir até minha casa?
— Sim. Qual é seu endereço?
Ela deu, e com sua memória fotográfica, ele arquivou o número e a rua. Em uns momentos,
sua SUV preta a seguia pela rua. Enquanto conduzia, Trey se deu conta de que a ideia de ver sua
casa significava para ele mais que um simples dever.
Queria assegurar-se que chegasse a sua casa sã e salva, sim. Mas seu corpo reagia como
um predador, como um homem com uma necessidade de algo... algo primitivo e quente como o
inferno.
Não tem nenhum maldito sentido, velho. Respirou fundo enquanto ela conduzia para baixo
pela Rua Main, dando volta na rua Carmelita e entrando em uma parte da cidade que não gostava
nem um pouco.
Merda. Ela se dirigia ao distrito Ely, a parte de Golden Rush, onde as coisas más ocorriam
somente porque as pessoas estavam no lugar errado no momento errado.
Ela vivia aqui?
Maldição. Maldição.

*****
Olivia estacionou seu carro no único espaço designado para o mesmo no complexo de
apartamentos localizado ao sul da Rua Carmelita. Sob as luzes, o recém-reformado complexo de
apartamentos, que uma vez tinha sido um armazém, brilhava em rosa e cinza. Realmente alegre.
De acordo, não o fazia neste momento da noite no distrito Ely. Ela encolheu os ombros e
suspirou. Ela estava em casa. Assim como era. Estremeceu, enquanto a lembrança do brilhante
olhar de ódio de Cohen a espreitava.
Sua respiração ficou muito rápida, e um estranho pânico persistiu em estender-se e
ameaçou seu controle.
Ela retrocedeu ante a ideia de perder a compostura. Simplesmente se negou a fazê-lo.
Não. Não. Não me converterei em uma estatística e me obcecarei com o que aconteceu.

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Não
deixarei que isto importe.
Entretanto, seus batimentos cardíacos triplicaram dando marteladas em seu peito enquanto
olhava os carros a seu redor, descomunais na escuridão e só iluminados pelas luzes do
estacionamento dos apartamentos. Algo escuro e espontâneo espreitou em seu interior, desejando
rugir seu descontentamento, sentindo-se zangada, acostumada e decepcionada a respeito… do que?
De que não pode chutar o traseiro do Cohen ela mesma? Não, Olivia Scott nunca fazia nada
indecoroso. Era impróprio de uma dama.
A voz de sua mãe ecoou em seus ouvidos. Carinho, uma dama nunca mostra ao extremo
seus sentimentos em público. Nunca.
Certamente ela converteu isso em uma ciência. Tinha mantido o controle na biblioteca,
inclusive quando Cynthia deu esses olhares desagradáveis. Que ela quase cedeu ante a
personalidade dominante da mulher realmente a deixava nervosa. Olivia, por uma vez, quis dizer a
essa horrível mulher que fosse a merda em termos inequívocos. E com um tom realmente
desagradável, e inexorável. Não. Ela não podia se dar o luxo de perder esse trabalho agora mesmo.
Uns faróis percorreram seu carro e ela se virou enquanto a SUV de MacGilvary
estacionava em um lugar do estacionamento para visitantes que se encontrava do outro lado da rua,
atrás dela.
Fodidamente espetacular. Ela não queria fazer isto. Durante todo o tempo que Trey
MacGilvary velou por ela na biblioteca, ela tinha ricocheteado de emoção em emoção. Primeiro
sentiu vergonha. Depois de tudo, ele acreditava que não podia cuidar de si mesma? Em segundo
lugar, tinha ido diretamente ao assombro por seus cuidados. Um homem nunca, fazendo ênfase em
nunca, havia-a protegido como esse policial. Ele a teria salvado do Cohen, sem importar o que o
pudor o obrigasse a dizer, sem importar que trabalhasse aplicando a lei e o pagassem para proteger e
servir. Logo, ele se colocou frente à odiosa Cyn em mais de uma ocasião e tinha desviado a
insensibilidade fanfarrona da mulher. Parte disso remoia sua consciência. Ela não necessitava que
ele cuidasse dela.
Antes que pudesse fazer mais que abrir o carro e pendurar a bolsa em seu ombro, o policial
se encontrava na porta do lado do condutor. Rápida e eficazmente. Ela notou isso a respeito dele,
como muitas outras coisas das que preferiria não dar-se conta. Como o maravilhoso que cheirava
quando esteve perto dela, como sua atitude protetora agitou os sentimentos femininos que ela lutava
por rechaçar. A forma em que esses olhos escuros com grossas pestanas expressavam ferocidade ou
uma absoluta calidez e doçura.

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Essas qualidades nunca se encontravam combinadas em um só homem.


Pelo menos nunca em sua limitada experiência.
O que importa? Voltarei para a Inglaterra em seis meses. Não havia nenhum futuro
embora me interessasse por um americano.
— Ei. — Disse ele enquanto ela fechava o carro e se dirigia à calçada.
— Estou em casa agora assim não tem por que ficar.
— Uh-uh. Onde é sua casa? Vou acompanhá-la até sua porta.
Mandão.
Ela se arrepiou e quase respondeu com um: esquece. As inclinações machistas de seu pai a
tinham feito hipersensível aos homens que demonstravam muito machismo.
Ela suspirou.
— Por aqui.
Enquanto ele a seguia até o terceiro andar, sua presença atrás dela acrescentava uma
segurança que nunca experimentou desde que vivia aí. De uma forma ou outra, ela precisava
encontrar um pouco de coragem, como seus amigos da América diriam. É óbvio, sentir-se segura e
estar segura eram duas coisas diferentes.
— Maldição. — Sua voz áspera retumbou atrás dela, enquanto chegavam ao terceiro andar.
— Não têm luzes aqui?
— Estão queimadas há duas semanas. Estamos tratando de conseguir que o zelador as
arrume, mas segue fazendo caso omisso de nós. Não tem sentido fazê-lo em um lugar bonito como
este.
— É muito bonito... só que não está em uma das melhores áreas da cidade.
Ela abriu a porta de seu apartamento.
— Foi muito amável de sua parte me acompanhar à porta, oficial MacGilvary, mas estou
bem. Tenho uma faixa preta em caratê.
— O que?
Ela não perdeu a incredulidade absoluta em sua voz. Ela observou a expressão de surpresa
em sua cara e sorriu.
— Te peguei com essa.
Um sorriso encantador iluminou seu rosto.
— Muito boa.
— Não tenho muitas que sejam muito boas no arquivo, mas às vezes saio com alguma
resposta rápida apropriada.

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Suas sobrancelhas se inclinaram pela surpresa.


— Apropriada?
— Você não é uma dessas pessoas chatas que sempre pensam na resposta perfeita,
verdade?
— Sim, bastante.
Ela suspirou.
— Tolices. — Antes que ele pudesse falar, tirou as palavras da boca. — Não diga. Olivia
Scott não tem uma boca suja. — Piscou um olho. Uma muito, muito má tentativa de piscada. —
Surpresa, sim a tem.
Sua risada a seguiu quando ela abriu a porta e acendeu a luz.
— Não acredito que dizer 'tolices' te qualifique como uma pessoa de boca suja.
Especialmente não nos Estados Unidos.
Ele caminhou atrás dela sem perguntar, e a irritação se acendeu combinada com uma
estranha excitação. Estava cansada. Isso era tudo.
— É possível que esteja muito cansada para que me importe.
Ela fechou a porta e a trancou. Voltou-se para o policial e seu olhar dançou sobre ela com
interesse.
— Acontece algo errado, Sr. MacGilvary? —Ela colocou sua bolsa sobre a mesa do
telefone perto do sofá. — Está me olhando como a uma dessas estranhas peças de museu em
exibição que fascinam as massas.
Ele sorriu amplamente e riu. Suas mãos foram a sua cintura.
— É fascinante.
— Por quê?
Ele cruzou de braços e inclinou um pouco a cabeça.
— Não conheço muitas mulheres inglesas em minha linha de trabalho ou nesta cidade.
Sua boca se torceu em um sorriso.
— Atrevo-me a dizer que isso é algo bom.
Seu olhar se precipitou ao redor de seu apartamento, e logo seus olhos se entrecerraram.
— Bonito lugar. Caseiro e cômodo.
— Obrigada.
— Casual, mas há um montão de fotos familiares aqui. — Ele se aproximou da pequena
prateleira para livros com fotos alinhadas na prateleira superior. — Acolhedora.
Ele se voltou para olhá-la, seus olhos de repente avaliando-a com uma curiosidade que

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enviou uma onda quente de interesse para seu ventre.


Incômoda com seu escrutínio, deslizou sua jaqueta pelos ombros e a pôs sobre seu
antebraço.
— Aposto que há inclusive uma velhinha no complexo de apartamentos da qual é amiga e
que visita de vez em quando. — Disse ele.
Ela fez um som zombador, sua incredulidade e surpresa em conflito com seu instinto de
mentir.
— O que te faz dizer isso?
Ele encolheu os ombros.
— Tenho intuições a respeito das pessoas. Chamam de sensação visceral de polícia.
Ela sorriu.
— Eu sou amiga da Madhula Chopra duas portas mais abaixo. Jogamos pôquer às vezes.
Ela está em uma cadeira de rodas, mas não cuido dela. Somos amigas.
— Supõe-se que jogariam pôquer esta noite?
Ela se levou as mãos às bochechas. —OH, demônios. Esqueci —. Olhou para seu relógio
de pulso. — OH, não. Onde está meu relógio? — Ela olhou ao redor.
— Deixou-o na biblioteca?
A consternação se enroscou em seu interior.
— Talvez caiu na luta com Cohen. Mas tinha um fecho de segurança. Era da minha avó.
Ele caminhou para ela, e ela se manteve firme.
— Não se preocupe. O encontrará amanhã.
As lágrimas picaram em seus olhos, e isso a incomodou mais que nenhuma outra coisa.
— Significa muito para mim.
— Sinto muito. — Seus olhos se suavizaram igual a sua voz.
Poderia ter dito outras trivialidades, ter agregado sons adicionais de simpatia. Em lugar
disso, a olhou com seus olhos marrons intensos, e de algum jeito ela acreditou que encontraria o
relógio. O calor de sua expressão enviou o desejo a saltar dentro dela. Qualquer mulher com sangue
nas veias encontraria seus cuidados e amabilidade estimulantes. Além disso, a maneira em que a
olhava não se sentia indiferente ou clínica, mas sim era como se queria enraizar-se ao redor em sua
mente e entender coisas dela que inclusive não conhecia. Seu olhar caiu a sua boca e se manteve aí
durante um longo segundo. Seu ventre se esquentou, e ela sentiu que suas bochechas esquentavam
também.
Fazendo caso omisso de sua decepção por ter perdido o relógio de suas lembranças, ela

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pegou o telefone do balcão do café da manhã e discou o número que sabia de cor.
— Maddie, sou Olivia.
— Olá, Jaan5, como está? Chega tarde. Estava a ponto de me preocupar.
O sotaque indiano de sua amiga persistia em suas palavras, mas vivendo trinta anos nos
Estados Unidos tinham embotado os sons. Seu sobrenome para Olivia, traduzia-se mais ou menos
como vida, espírito, carinho, e alguns outros apelidos carinhosos. Ela preferia que Olivia a
chamasse Maddie em lugar da Madhula, já que dizia que gostava do nome simples. Maddie sempre
dizia que fazia a vida muito mais fácil já que poucas pessoas podiam pronunciar, e muito menos
soletrar, Madhula.
— Estou bem. — Disse Olivia. — Houve alguns problemas na biblioteca há pouco tempo
e acabo de chegar a casa.
— Problemas? Está bem?
— Estou bem.
— Tem certeza?
— É óbvio. Como está você? — Olivia lançou um olhar a Trey, que se sentou no sofá, com
a cabeça inclinada para trás e os olhos fechados.
— Jogando paciência e vendo uma reprise do Magnum PI6. Já não fazem mais homens
como esses.
Olivia riu, um som suave, mas sem dúvida uma risadinha. Pôs uma mão sobre sua boca e
olhou Trey novamente. Um sorriso curioso apareceu em sua boca enquanto a olhava.
—Bom, não os fazem — disse Maddie com a certeza em sua voz.
—Não estou tão certa disso. —O olhar da Olivia, jamais quieto ao parecer, desviou-se para
Trey outra vez. Sua atenção não hesitou, como se ele pudesse decifrar o significado de suas
palavras.
— Por quê? OH, ho! Encontrou um novo homem? —A voz de Maddie se tornou cúmplice.
—Nunca tive um antes.
—Pfft. Isso é uma tolice e sabe. O que acontece com esse homem jovem agradável de
óculos que trabalha na biblioteca?
— Dean? OH, não. É gay.
—Meu Deus. Bem, então. Hmm. Encontraremos alguém para você, Jaan. Não se preocupe.
—Não estou procurando alguém, Maddie.
—Os homens não aparecerão em sua vida de um nada.

5
Filme e série indiana.

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Olivia sorriu.
— Às vezes fazem.
— Espera! Conheceu um homem esta noite? Durante a comoção na biblioteca?
— Não posso esconder nada de você, Maddie.
Maddie deu uma gargalhada.
— Isso é maravilhoso. Quem é? O que faz?
— Não se trata de algo assim. Não é meu tipo.
— Certo. Há algo que não me esteja dizendo?
Olivia suspirou.
— Posso te contar amanhã? Foi um dia difícil.
— É óbvio, boneca. Que durma bem.
Depois que Olivia desligou e se virou de novo para Trey, e refletiu sobre a declaração de
sua amiga de que os homens não apareciam assim na vida de uma mulher. Bom, Trey tinha feito,
mas não da maneira que Maddie se referiu ou quisesse para Olivia.
Trey se levantou, e uma vez mais perambulou com essa forma casual que gritava homem
sensual.
— Como está sua amiga?
— Está bem.
Ele se moveu, com sua atenção aguda sobre ela, com um toque brincalhão em seus olhos.
— Quem não é seu tipo?
Ela esfregou a rigidez da parte de trás de seu pescoço.
— Está sendo curioso, oficial MacGilvary, ou isto é parte da investigação?
Nenhuma gota de irritação iluminou seus olhos. Se é que era possível, via-se ainda mais
intrigado e divertido.
— Só intrometido.
— Maddie sempre está tratando me arrumar um homem. Toma cada menção que faço de
um em minha vida e tenta marcar um encontro.
— Um encontro? Não acreditava que alguém seguisse usando essa palavra.
A irritação a fez recostar-se contra a bancada da cozinha.
— Uso um montão de palavras que outras pessoas não usam. É a bibliotecária que há em
mim. Além disso, está o fato de que sou inglesa, o que na realidade tende a confundir às pessoas
daqui.

6
Série de televisão da década de 80 e de muito sucesso.

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Ele sorriu.
— Aposto que sim. Está aprendendo alguma fraseologia americana?
— Absolutamente. Aprendi que a maioria não tem a menor ideia do que me refiro quando
digo que alguém é estreito. Pensam que quero dizer que alguém está bêbado quando na realidade
significa que alguém é estreito de mente.
— Uh.
— Não soe tão cético. É verdade.
— Acredito. — Ele plantou as mãos em seus quadris. — Agora, retornando a meu tema
original. Maddie pensou que tinha conhecido um homem esta noite?
— Eu disse que o tinha feito, somente que não na forma como ela pensa. — Talvez teria
que esclarecer imediatamente os homens dominantes não são meu tipo. — Meu pai era muito
autoritário e protetor. Se só tivesse sido dessa maneira porque me amava, entenderia. Mas ele não
acreditava que a maioria das mulheres tivessem um cérebro na cabeça e implicou muitas vezes que
eu não tinha. — Ela colocou suas mãos nos quadris. — Adicione isso ao fato de que estarei somente
outros seis meses mais nos Estados Unidos. Não é como se emigrasse pra cá. Sair com um
americano não é uma boa ideia.
Trey franziu o cenho profundamente, e ela viu algo em seus olhos, uma mudança primitiva
que advertiu que não baixasse o guarda.
— Sou protetor com as mulheres. — Encolheu os ombros. — Mas seguro como o inferno
que não o sou porque acha que são tolas ou incapazes de cuidar de si mesmas. Talvez é bom que
tenha conhecido um homem esta noite — Ele estendeu a mão e seu dedo brandamente riscou sua
sobrancelha debaixo de onde golpeou sua cabeça com o balcão. — Há alguém a quem pode chamar
para que venha e fique com você? Ouvi os paramédicos dizerem que se não fosse ao hospital
necessitaria que alguém ficasse com você para te verificar durante a noite.
— Não. E não vou incomodar Maddie com algo assim.
Seu olhar a examinou com uma precisão que ela esperaria de um oficial da lei, minuciosa e
implacavelmente. Seria ele uma dessas pessoas que alguma vez passavam nada por alto?
Tão perto estava… e mais perto ainda do que ela considerava confortável… MacGilvary
era muito mais alto que ela e isso que não era baixa, mas supôs que ele estaria perto de medir entre
1.88 e 1.90 metros.
Não podia dizer com certeza.
Com inquietação, ela disse:
— Não há ninguém a quem pode chamar. Sou bastante nova em Gold Rush. Estive aqui

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seis meses em um programa de intercâmbio da biblioteca.


Tempo suficiente para fazer mais de um amigo. Quase podia ouvir as engrenagens em sua
cabeça girando.
Ele assentiu.
— Ficarei então.
A surpresa a sacudiu.
— Vai fazer o que?
— Vou ficar.
Ela vacilou entre dizer que sim muito rápido e em negar-se a permitir que ficasse.
— Mostre-me sua insígnia de novo.
Ele começou a rir, inclinando a cabeça para trás, seus olhos se viam risonhos. O som
intenso e profundo de sua risada gerou espirais de calor em seu estômago. OH, não. Está excitada,
Olivia.
Admite.
Não, ela não podia sentir-se atraída por um homem que acabava de conhecer fazia tão
pouco tempo... ao menos não por um como este. Um homem poderoso e sexy. Debaixo desse
suéter, seu peito era forte e esculpido, e seus bíceps estavam esculpidos à perfeição.
Está louca, Olivia. Louca.
— Não te farei mal, Olivia. Sou um policial. — Tirou a carteira e revelou a placa de
identificação uma vez mais. — E ainda que não fosse um policial, nunca te machucaria.
Ela agitou sua mão desprezando sua declaração.
— Vi suas credenciais. Os policiais da cidade te conheciam.
Ele sustentou uma mão em alto.
— Não te deixarei sozinha com uma ferida na cabeça.
— Não me conhece, Sr. MacGilvary. — Ela se moveu longe dele, com seu fôlego
obstruindo-se enquanto captava uma baforada de seu aroma limpo e varonil. — O que acontece se
sou uma perigosa mulher fatal?
Ele olhou a seu redor, antes de avaliá-la com seu penetrante olhar.
— Tratei com mulheres fatais antes. Não me assustam.
— Deveriam.
Sua boca esculpida e perigosamente atrativa a encantou com outro sorriso arrogante.
— Vejo-te mais como uma garota Money Penny7 que como uma garota Bond.

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É um personagem de ficção, era a secretária do James Bond, doce, suave, eficiente.

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— Ei, obrigada.
À medida que ela se acomodava sobre um lado de seu sofá azul brilhante, ele ficou parado
onde estava no meio da sala.
— Olhe, te deixarei sozinha se insistir. Mas não dormirei nada esta noite de todos os
modos. Passarei acordado toda a noite preocupado.
Assombrada, ela sacudiu a cabeça.
— Sempre trata às vítimas de delitos desta forma?
— Não. Só a você.
— Por quê?
— Porque é vulnerável. Não há nenhum familiar ou amigo que cuide de você. Além disso,
tenho a sensação de que não está tão bem como está tentando demonstrar.
Ela arranhou o nariz.
— Tudo o que quero é aconchegar-me na cama com um DVD.
— Feito. Vá para a cama, e eu desabarei no sofá. Sou totalmente inofensivo, prometo isso.
Verificarei como está em algumas horas.
Olivia não pôde evitar sorrir quando mostrou um sorriso inocente, que não chegou até seus
olhos. Em troca, seu olhar a tragou… se ele soubesse ou não, olhava-a com um interesse forte e
constante. Ela não acreditava nisso… não podia acreditar. Os policiais bonitos não a encontravam
atraente.
Ela fechou os olhos, com os acontecimentos do dia dando voltas em sua cabeça como um
pião.
— Inofensivo. Correto.
— Está bem?
Seus olhos se abriram.
— Estou bem. — Suspirou. — Está bem. Pode ficar. Mas me deixe te dizer de novo que é
um homem autoritário e obstinado.
— Chamaram-me de coisas piores.
Ela assentiu.
— Não duvido. Como policial aposto que suporta uma grande quantidade de abusos por
parte do público.
— Às vezes, diariamente. Poderia escrever um livro sobre desculpas por excesso de
velocidade.
Olivia elevou sua coragem e se levantou.

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— Vou te conseguir um travesseiro e uma manta.


Uma vez no corredor, rebuscou no pequeno armário de roupa, todo o tempo meditando
sobre o fato de que um homem dormiria no sofá essa noite. Esse pensamento voava em sua cabeça.
Era uma experiência única para ela… os homens nunca dormiam em seu sofá. Nunca dormiam em
sua cama. Aos vinte e nove anos começava a sentir-se como uma virgem reconstituída.
Sexo.
OH, Deus. Ela não pensaria em foder, simplesmente porque um dos homens mais
interessantes que conheceu em muito tempo ficaria ali nesse momento em seu apartamento. O que
era o sexo de todos os modos? Ela já não sabia. Deu-se conta de que tinha estado olhando o armário
da roupa sem fazer nada. Quanto tempo olhou o edredom da avó como uma idiota? Agarrou o
edredom, uma manta e um travesseiro e retornou à sala de estar.
Trey retirou as cortinas da janela que dava pra frente e estava olhando para a noite.
Largas sombras se mesclavam com a lua e emolduravam seu grande corpo. O perigo
parecia rodeá-lo.
Ele se voltou da janela, e esta vez seu rosto carecia dessa base de humor. A seriedade
escureceu esses olhos até que se ficaram de cor cobalto.
— Ouça, se tiver uma rotina noturna que esteja alterando, vai e faz. — Ele caminhou para
ela e tirou o edredom, o travesseiro e a manta de seus braços. — Não me deixe interferir. — Olhou
seu relógio. — São nove. Cedo para que durma. Só necessito quatro horas de sono em uma noite de
todos os modos.
— Quatro horas? Oxalá eu fosse assim. Eu necessito umas sólidas oito horas ou sinto-me
como um zumbi.
Trey arrumou seu travesseiro no sofá.
— O que seja para nos manter em movimento, né?
— OH, querido, deveria ter trazido um lençol.
— Não, não se preocupe por isso. Não necessitarei. Posso dormir em qualquer lugar e a
qualquer hora. Sou o professor das sestas.
— Pensei que só necessitava quatro horas de sonho.
— Quatro horas no total. Se dormir uma hora aqui, só necessito outras três horas em outro
momento durante o dia.
— Uau. Nunca tinha ouvido falar de alguém como você antes.
Ele cruzou os braços e caminhou para ela. Um sorriso quente rompeu em seu rosto.
— Espero que não. Depois que me fizeram romperam o molde. — Ela bocejou. —

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Maldição, e eu aqui pensando que me considerava um tipo interessante.


O calor aumentou em suas bochechas.
— Bem... né... Estou certa de que é. Eu... né... acho que vou pra cama.
Ela deu meia volta antes que a vergonha a alagasse.
— Durma bem. — A profunda voz de Trey ressonou enquanto ela se dirigia pelo corredor.

Capítulo Três

Cohen sustentava Olivia apertada contra seu corpo e com a arma pressionada sobre sua
têmpora. Seu crânio doía. A biblioteca vacilava a seu redor, com as estantes muito perto, o balcão
caído no chão em vez de estar no lugar onde deveria estar. Era uma loucura. Inclusive a
iluminação piscava, o enorme candelabro de ferro com forma de aranha pendurando sobre o
balcão a uma proximidade um tanto instável. Sentia-se esmagada e com uma urgência cada vez
mais crescente, tratou de mover-se. Não aconteceu nada. O medo estrangulou seu fôlego. Seus
membros permaneceram imóveis. Talvez isto não fosse um sonho. Talvez tudo isso fôssemos real e
todo o resto em sua vida tinha sido algo imaginário. Ela lutou contra Cohen e gritou. De repente,
se escutou uma forte explosão, e ela congelou. Tinha disparado. Tinha disparado em sua cabeça e
a matou…
Olivia despertou de seu pesadelo com um ofego. Sentou-se, com o coração palpitando e
com sua respiração entrecortada. Sua cara se sentia úmida, e acariciou as bochechas. Lágrimas.
Seus olhos ardiam como se tivesse chorando durante muito tempo, e não somente durante um
sonho. Procurou as cegas o abajur ao lado da cama e a luz iluminou o quarto com um resplendor
rosado, ela estirou a mão por sua garrafa de água antes de lembrar que não tinha levado uma à
cama. Tinha esquecido.
Devido a Trey MacGilvary. Ele apareceu de improviso em sua vida, e sua presença
masculina tinha perturbado sua rotina. As seguras e santas pautas de sua rotina. Ela poderia voltar
para a cama, mas o sonho a perseguiria. Olhou o relógio. Passou duas horas desde que dormiu. Um
pouco turvada e desejando desesperadamente um gole de água, decidiu dirigir-se à cozinha. Com
movimentos medidos, abriu a porta do quarto e utilizou a luz da noite da sala para guiar-se. Tinha
ido através de seu próprio apartamento na escuridão mais de uma vez, por isso chegar até sua
geladeira seria ser muito fácil. A luz da lua passava através das cortinas abertas da porta corrediça
de cristal e lançava através do piso da sala de estar fantasmagóricas adagas de luz. Trey estava
estendido sobre o sofá, com um pé no chão, e um braço jogado sobre seus olhos. Ela entrou quase

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nas pontas dos pés na cozinha. Depois de abrir brandamente a porta da geladeira, pegou uma garrafa
de água.
— Olivia?
Ela deu um salto de quase 30 centímetros enquanto Trey se aproximava dela através da
escuridão.
Um pânico momentâneo atravessou sua mente… depois de tudo, ele era um homem. Um
homem grande, forte e… meio nu.
Ela manteve a garrafa de água contra seu peito enquanto o via aproximar-se através da luz
da lua. Lutou por encontrar o interruptor da luz e o acendeu.
Grande engano.
Iluminado, Trey representava uma ameaça sexual clara. Seu olhar se lançou para cima e
abaixo por seu corpo. Seus largos ombros, braços poderosos, e peito impressionante tiraram o
fôlego. Cabelo escuro disperso cobria seus peitorais musculosos, e passava por um pacote de seis
abdominais marcados em seu estômago, desparecendo em um jeans... aberto. Sim, o botão de sua
calça estava desprendido, mas graças a Deus a braguilha estava levantada.
O olhar de Trey a localizou como um laser, e esses olhos se esquentaram enquanto
começava por sua cabeça e deslizava para baixo avaliando-a a fundo.
Ah, Merda. Devia ter usado algo velho e puído.
Em vez disso ela se esqueceu de que havia um convidado e tinha saltado em sua roupa de
dormir habitual, uma camisola de seda sem mangas, que rodeava os peitos, e acabava na parte
superior de suas coxas.
Também poderia estar nua.
Ela cruzou um pé sobre o outro, sendo consciente do frio do chão e de sua vulnerabilidade.
— Tudo está bem? — Ele hesitou na entrada da cozinha, como se o preocupasse que
pudesse assustá-la.
Muito tarde, já tinha feito.
— Sinto se te despertei. — Disse ela.
— Não o fez. Não posso dormir, e tudo é sua culpa.
— O que?
— Às vezes, depois de uma operação SWAT, fico um pouco nervoso.
Descaradamente, sua parte feminina se derreteu.
— Está em uma equipe SWAT?
— Sim.

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Correto. Isso era excitante.


— Não sabia que o Departamento do Xerife tem uma equipe SWAT.
Ele assentiu.
— Sim. Não é uma coisa de tempo completo, só quando há uma situação que requer a
ajuda da equipe SWAT. Normalmente faço exercício para purgar parte da tensão depois de uma
grande situação como a desta noite. Vou ao ginásio e pratico Keysi8 com meus amigos.
— Keysi?
— Método de Luta Keysi. É um tipo de artes marciais. Meus irmãos e eu o conhecemos e o
praticamos juntos algumas vezes.
— Deveria ter ido fazer exercício. Não tinha por que ficar comigo.
Ele sorriu, desta vez com um toque brincalhão.
— Não, não tinha que fazê-lo. Quis fazê-lo. Não se preocupe, viverei. Valeu a pena ficar
aqui e me assegurar de que está bem.
Ela rodou seu olhar para ao teto, exasperada.
— Além de meu pai, é o homem protetor mais chato que conheci.
Ele colocou as mãos em sua calça jeans.
— Se acha que sou mau, deveria ver meus irmãos. Meu irmão mais velho Mick, consente a
sua noiva como não acreditaria. Meu irmão mais jovem Craig é como um bulldog. Não toma
partido por ninguém, e quando se trata de mulheres, é extremamente protetor.
Dominante, provavelmente. Conhecia esse tipo de pessoa. A metade dos homens que
conhecia na Inglaterra era dessa forma.
Ele cruzou a soleira para a cozinha.
— Teve um sonho ruim?
Surpreendida por sua intuição, tomou um momento para responder.
— Não. Por quê?
— Sua mão está tremendo.
Ela olhou a mão com a que agarrava a garrafa de água e esta tremia um pouco.
— OH. — Colocando a garrafa gelada contra uma de suas bochechas ardentes, fixou-se
nos ladrilhos debaixo de seus pés nus. — Está bem. Tive um sonho ruim.
Em lugar de perguntar sobre o conteúdo do sonho, ele se aproximou ainda mais, até que ela

8
O método de luta keysi (em inglês: keysi fighting method (KFM)), é um método de defesa pessoal que se baseia nos
instintos de luta natural do ser humano e várias técnicas de luta de rua, desenvolvido por Justo Diéguez Serrano das suas
experiências de luta nas ruas da Espanha. O sistema foi fundado com ajuda de Andy Norman.1 Os dois fundadores são
instrutores de jeet kune do certificados por Dan Inosanto. O KFM ficou famoso depois que foi usado nas coerografias
de luta dos filmes Batman Begins e da sequência Batman: O Cavaleiro das Trevas.

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captou seu delicioso aroma, a homem terrestre. Seu cabelo estava em pé em vários lugares, rebelde
e grosso. Selvagem e glorioso. Esses olhos que a atraíam, com seu escrutínio inquietante e adulador
ao mesmo tempo. Seu olhar se dirigiu a seu cabelo, que caía sobre seus ombros e para baixo até o
meio das costas.
Para afugentar seu nervosismo, ela desenroscou a tampa e bebeu um longo gole.
Ele se deteve a um pé dela, com seu olhar preocupado.
— Como está a cabeça? — antes que ela pudesse responder, levantou o queixo para
examiná-la. O toque de seus dedos ao longo de sua pele gerou faíscas doces em seu ventre. — Já
está formando um hematoma em cima de sua sobrancelha esquerda. Seus olhos parecem bem,
entretanto.
— Meus olhos?
Um pequeno sorriso revoou em seus lábios e ele a soltou.
— Sinto muito. Tenho um pouco de treinamento EMT9. Alguns caras do SWAT têm.
Estava verificando suas pupilas. Pela lesão em sua cabeça.
— Obrigada, mas estou bem. Nem sequer me dói à cabeça agora. Realmente, golpeei
minha cabeça, mas, sobre tudo, caí sobre meu traseiro.
Outro sorriso arrogante, mas doce se estendeu sobre seu rosto, e um rubor esquentou seu
rosto. Seu olhar se precipitou para baixo, como se não se importasse ver seu traseiro agora mesmo.
— Certo. Adorável. — Disse ela a modo de defesa, não do todo segura a respeito do que
era o correto ou adorável sobre a situação.
Enquanto olhava ao Trey, seu olhar parou em seu peito. Deus, mas tenho que fazer uma
lobotomia nestes hormônios. Um calor se enroscou em seu ventre, e ela reconheceu a grande prova
de sua excitação. Um profundo interesse primitivo veio de algum lugar, o qual ela pensava que
tinha descartado muito tempo atrás. Essa tola luxúria que consumia seu corpo em pouco tempo,
exigindo uma selvagem atenção, avermelhando suas bochechas, esquentando lugares que não
tinham estado vivos durante tanto tempo que ela não podia dizer com certeza se ainda seguiam
existindo.
— Quer falar disso? — Perguntou ele.
De sua luxúria por seu corpo?
— Sobre o que? — Ela conseguiu espremer a pergunta inócua fora de sua garganta.
— Pelo que passou esta noite? De seu sonho?
A evasão funcionava bem, e ela se converteu em uma perita nisso, mas uma nova urgência

9
EMT: Treinamento médico de emergência (Emergency Medical Training).

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em seu interior ansiava um ouvinte. Qualquer pessoa que a escutasse. Não, não qualquer pessoa.
Alguém em quem ela pudesse confiar. Embora Olivia não conhecesse bem Trey, ela pensou que
podia confiar nele tanto como em qualquer outra pessoa. Trey tinha as palavras; confiável e
perigoso, tatuadas sobre toda sua pessoa. Como podia um homem ser ambos de uma vez?
Ela passou caminhando por seu lado e para a sala de estar. Detendo-se em um raio de lua,
ela olhou à lua cheia lá fora.
— Acha que mais delitos são cometidos durante a lua cheia?
— Está planejando cometer algum?
Ao princípio, seu senso de humor não funcionou, e sua pergunta a tomou com a guarda
baixa. Ela sorriu.
— OH, bem, já me descobriu.
— Tenho sentidos aracnídeos.
— Na realidade, prefiro ao Batman. Com aparência ardente e uma psique cheia de
cicatrizes.
Trey se deteve atrás dela, e seu calor a tocou dos pés à cabeça apesar de que sua pele não o
fazia. Ela estremeceu.
— Não há nenhum super-herói aqui. Só sou um policial. Quanto à lua cheia, sei que é
pouco cientista, mas vi coisas muito estranhas acontecer durante a lua cheia. Esta noite na biblioteca
foi uma boa indicação disso.
Afastando-se de seu calor, ela se sentou na pequena mesa de madeira de cerejeira de sua
sala de jantar. Trey não se acomodou frente a ela, a não ser justo a seu lado. Era evidente que o
significado de espaço pessoal desse homem era menor que o dela. Enquanto o olhava, fez
girar a garrafa sobre a toalha da mesa, deixando que a cor verde esmeralda da toalha de damasco
absorvesse a condensação.
— O sonho foi assustador? — Perguntou Trey, com seu olhar sondando-a em busca de
respostas que ela não sabia se revelava. — Pode confiar em mim.
Confiar. Wow. Talvez seu sentido aracnídeo fosse bom para algo se é que ele podia ler sua
mente dessa forma. Explicou o sonho com todo detalhe, e ele a escutou sem interrompê-la.
Quando Olivia se deteve, tomou um longo gole de água, querendo limpar as palavras de
sua boca.
Trey apoiou os antebraços na mesa.
— Posso ver por que está inquieta. Se tivesse tido um sonho como esse, me manteria
acordado também.

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Ela falou sem pensar.


— Você? Um grande policial da SWAT?
Inclusive na semi-escuridão, ela viu um pouco de dor piscando através de seus olhos.
— Estarei decepcionado se me diz que acredita nos estereótipos. Os policiais SWAT têm
bolas de aço e nenhuma emoção? Somos assassinos treinados com armas automáticas?
O arrependimento a encheu. Ela respirou profundo.
— Sinto muito. Isso foi... não estava pensando. Tem razão. Usei um estereótipo. Meu
último namorado, Randy, era algo... era alguém que exagerava suas habilidades. Exagerava e fazia
reclamações para chamar a atenção. Sempre estava tratando de me proteger das coisas.
— Em outras palavras, como seu pai.
— Correto.
Ele sorriu, com o perdão tão claro em seus olhos como a dor que tinha estado uns poucos
segundos antes. Flexionou seus bíceps e piscou um olho.
— Há uma coisa que não é um exagero. A parte das bolas de aço é correta.
Ela quase se afogou com seu gole de água, expulsando-o e tossindo.
— Deus, é alguém muito peculiar, Trey MacGilvary.
Seu amplo sorriso se negou a diminuir enquanto ele movia as sobrancelhas.
— Ser alguém muito particular está bem. Mas nunca ninguém disse por quê. A algumas
mulheres ficam curiosas ante a ideia de um homem com uma grande arma.
Ela o olhou, com a boca aberta.
— Fingirei que não te ouvi dizer isso e que não quis dizer o que disse. Suporei que é pelo
fato de que é americano e eu inglesa e que a barreira do idioma é o problema.
Um brilho em seus olhos disse que entendia o duplo sentido. Um rubor se estendeu por
suas bochechas, enquanto uma imagem da… arma de Trey vinha à mente. Perguntou-se, com uma
audácia que não experimentou em muito tempo, se seu pênis seria grande e grosso. Como se sentiria
em seu interior.
OH, Deus.
Ela ruborizou de novo, e se zangou por suas exageradas reações para um homem que mal
conhecia; concentrou-se na pequena cicatriz ao longo de sua têmpora esquerda, uma linha quase tão
fina como um cabelo.
— É essa cicatriz em sua testa uma insígnia bem ganha?
Seu olhar se nublou, e ela se maravilhou de como seus olhos refletiam tantas emoções sem
duvidar. Ele não parecia ocultar nada de nada.

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— Sim. Faz uns meses uma bala roçou minha testa.


Ela franziu o cenho, tratando de imaginar o mundo sem ele. Não estava certa de que
gostasse da ideia nem um pouquinho. Ele era tão... saudável. Tão cheio de vida.
— Me alegro que esteja bem...
— Obrigado. Tive muita sorte.
Desta vez o humor não voltou para sua expressão, e Olivia se deu conta de seu mal-estar
com respeito ao tema. Talvez Trey tivesse segredos, também.
Ela bocejou e se levantou.
— Será melhor que durma um pouco. O trabalho amanhã começa cedo.
Trey também se levantou.
— Espera. Não irá trabalhar amanhã, certo?
— Estou certa que Cyn dirá algo a respeito se não o fizer. Em caso de que não tenha se
dado conta, ela é uma espécie de...
— Tirana?
Ela assentiu, não disposta a fazer uma distinção sutil a isso.
— Ela dirige a biblioteca de maneira muito estrita.
Ele bufou.
— Essa é uma linda maneira de dizer.
Olivia encolheu os ombros e retornou à cozinha. Jogou a garrafa de água vazia no lixo
debaixo da pia.
— A biblioteca funciona bem.
— Você gosta de seu trabalho?
— Estou contente com ele. Estava em um posto como o do Cyn lá na Inglaterra. Era de
muita pressão e eu…
Não vá ali. Simplesmente, não vá ali.
Trey bloqueou a saída, com sua postura frouxa, mas segura, esse peito poderoso e delicioso
que a tentava de maneiras em que não tinha sentido em muito tempo. Talvez nunca.
Uma vez mais, Trey absorveu todo o espaço de sua cozinha, sua presença física somente
como uma parte da equação. Não, simplesmente sua personalidade se aglomerava a seu redor,
exigindo que o sentisse, que o cheirasse... OH, Deus. Que o provasse.
Ela aproveitou sua oportunidade. Uma grande oportunidade. Caminhou para ele. Ele não se
moveu.
Quando ela parou frente a Trey, com seus corpos tão perto, sorriu.

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— O que estamos fazendo aqui, oficial MacGilvary?


Seu olhar dançou sobre seu rosto, com um calor nele tão inegável como uma carícia. Sua
atenção pousou em seus lábios.
— Trey. Diga-me Trey.
Enquanto ela o olhava, desafiou-o a tocá-la, a fazer algo que mandasse para longe a
barreira entre eles.
Trey aceitou o desafio, com uma mão inclinando-se para cima até tomar seu rosto.
— É perigosa, Olivia.
— Por quê? —sua respiração entrecortou.
O fogo que havia em seus olhos se incrementou.
— Porque quero te beijar.
Ela não se afastou, nem negou a faísca que inexplicavelmente dançava entre eles e a
queimava.
Enquanto sua boca se abatia sobre ela, seu fôlego se estrelou contra seus lábios, quente e
excitante.
Ela se manteve na borda do precipício de suas ingovernáveis e exóticas emoções além de
sua experiência. Ela ansiava esse conhecimento. Morria por ele. Um lugar em seu estômago reagiu,
com suaves palpitações, queimando com um desejo que ela não tinha sentido em…
Que nunca havia sentido.
Com deliciosa delicadeza, sua boca encontrou a dela. Com persuasão, roçou-a com
persistente ternura. Sua boca a tocou com um só movimento, e logo com outro. Com cada incursão,
cada busca levava seus lábios a um contato mais profundo. Seus lábios se uniram, e sua mente ficou
em branco. Músculos duros e tensos se flexionaram sob suas mãos enquanto as passava sobre seu
peito. O cabelo encrespado brincou com seus dedos e acendeu necessidades primárias. Os dedos
dele se afundaram entre os cachos que caíam soltos pelo pescoço. De repente, ela se apertou contra
a parede de força masculina, seu corpo afligindo-a com seu tamanho, calor e força que não
pareciam terminar. Ele envolveu essa masculinidade ao redor dela, com um de seus braços
deslizando-se ao redor de sua cintura, sua outra mão permanecendo ancorada atrás de seu pescoço.
Seu beijo seguiu e seguiu, e quando sua língua se acoplou com a dela, a excitação disparou
diretamente para a quentura acumulando-se como um nó em seu estômago. Ela gemeu e se aferrou
a seus ombros, sua língua afundando-se uma vez mais, exigindo uma resposta. Sua mão deslizou
sobre sua camisola para seu peito.
Um calor abrasador verteu através dela enquanto seus dedos o pressionavam muito

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brandamente, com o peso de sua grande mão fechando-se sobre ele. O polegar de Trey se moveu
para cima e passou sobre seu mamilo com a mais ligeira das carícias. Ela ofegou em sua boca
enquanto o fogo doce faiscava em sua carne sensível e seu mamilo se apertava. Seu quadril se
arqueou contra o dele, e não pôde ignorar a larga e grossa pressão de sua ereção. Um ruído surdo
escapou de sua garganta enquanto sua mão emoldurava seu traseiro e o apertava. Ele inclinou um
pouco os joelhos e aí…
OH, Deus. Mesmo sua roupa íntima não podia a proteger da pressão de seu pênis contra
seu clitóris. O calor irrompeu através dela com a certeza de aonde podia estar dirigindo isto. Seu
polegar esfregou seu mamilo de novo, depois o apertou ligeiramente. Ela gemeu em sua boca
enquanto a excitação quente se agitava como um rastro de pólvora em seu corpo. Ela se moveu sem
restrições, querendo, necessitando e desejando.
Seu pênis pressionou entre suas pernas de novo. Selvagens pensamentos estalaram dentro
dela, a fantasia alimentando mais esse desejo líquido que sentia. Estava dolorida por querer
envolver suas pernas ao redor dele e sentir sua carne nua dentro dela. De entender uma paixão que
nunca conheceu. Sua língua se acoplou com a sua, pedindo, tomando, recebendo. Seus dedos, tão
suaves, jogaram com seu mamilo uma e outra vez, brandamente apertando-o e acariciando-o. Ela
estremeceu de pura excitação.
Era muito. E muito rápido.
Ela se separou de seu beijo com um ofego e empurrou brandamente seu peito. À medida
que a soltava, ela escorregou de seus braços. Trey passou as duas mãos pelo cabelo, com seus olhos
quentes, com seu peito subindo e baixando enquanto exalava um suspiro. Seus olhos refletiam
surpresa, como se ela o tivesse surpreendido.
Mas era ela a desconcertada. Este homem a arrastou longe de sua mente, a fez esquecer o
trauma das últimas horas, a fez desejar uma conexão que não tinha considerado em um longo
tempo.
Sua respiração estava agitada, com uma onda de calor rodando sobre ela enquanto o desejo
que sentia permanecia.
— Sinto muito.
Trey estendeu a mão e pôs uma mecha de cabelo atrás de sua orelha.
— Por quê?
— Isso foi... não deveria ter levado a isso.
— Não deveria? — Sua voz tinha um tom rouco pela excitação, como se ele não pudesse
tirá-la. — Não quis me beijar?

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— Eu... você me beijou.


Ele sorriu.
— Sim, fiz. Olhe, acredito que algo esteve crescendo entre nós. — Suspirou. — Mas tem
razão. Isto provavelmente não era a melhor coisa para fazer. Sofreu um trauma faz umas horas, e
tem que tomar as coisas com calma e as pôr em ordem.
Ali. Ele tinha razão. Adequadamente voltando para seus sentidos, ela assentiu e começou a
caminhar junto a ele.
Ele apertou seu braço brandamente.
— Ouça, está bem. As coisas acontecem.
As coisas acontecem. Grandioso. Ele chamava um dos beijos mais incríveis de sua vida
uma “coisa”.
Provavelmente ele experimentava beijos como esses pelo menos uma vez por semana ou
inclusive mais seguidamente.
Não estando segura de como queria responder a isso, ela assentiu.
— Boa noite.
Depois de fechar a porta de seu quarto, recostou-se contra ela, fechou os olhos e deixou
que a vergonha a alagasse.
Deus. Disse que não quero me envolver com um americano e, entretanto o beijei.
Ela fechou os olhos e admoestou a si mesma. Melhor que arrumem sua cabeça, Olivia.

Capítulo Quatro

Olivia se arrastou na cozinha às cinco horas na manhã seguinte, e Trey pensou que ela era
a coisa mais fodidamente adorável que tinha visto em muito tempo. Ela bocejou, tampando a boca
educadamente. Sua virilha se esticou ao recordar sua primeira visão dela ontem à noite na cozinha.
Um penhoar branco estava bem apertado em sua cintura, mas lembrou da camisola de seda de cor
vermelha, que ela levava embaixo. E de suas pequenas unhas dos pés, pintadas de vermelho. Jesus,
ele lembrava.
Nunca imaginou que ela usaria uma coisa tão pequena como essa na cama. Não, ela era o
tipo de mulher que usava pijama de flanela, não tecido que parecia suave e se aferrava
completamente a seus peitos, a seus quadris arredondados e revelava umas pernas longas, bem
torneadas, bonitas. Quando ele olhou toda essa bonita carne que mal estava coberta, deu-se conta
que seus mamilos se levantaram contra o tecido, e todo o masculino nele reagiu com instintos

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primitivos. Uma bibliotecária sexy que vestia roupa conservadora no exterior, mas que era uma
deusa do sexo na noite?
Quem acreditaria? Ele sorriu.
Esta manhã, seu cabelo caía em ondas sobre seus ombros. Abrindo de lado, a indescritível
juba cor marrom escura não ganharia um prêmio como modelo. Entretanto, ele lembrava os grossos
fios de seda contra seus dedos. Deus, desejava sentir seu cabelo deslizando sobre seu corpo, para
baixo, sobre seu pau.
Por Deus, MacGilvary, aí vai de novo. Se aguente homem. Se aguente.
Quando ele a tinha despertado a cada duas horas acendendo a luz do quarto, inclinou-se
sobre a cama e verificou seus olhos para assegurar-se de que tudo estava bem. Ela sempre puxava as
mantas até o pescoço, e isso tinha sido provavelmente uma coisa fodidamente boa.
Cada uma dessas vezes se viu consciente de si mesmo, e ele se perguntava sobre os
contrastes que notava nela. Era metade mulher sexy, segura, e metade camundongo e recatada.
Ela é muito parecida com Danella. Danella, a delicada e encantadora. Danella a tão
chamada inocente, tranquila e serena. A única vez que ele tinha baixado a guarda, apaixonou-se por
seu doce rosto, e tinha sido tomado somente para uma fodida foda.
O melhor era ficar com as mulheres que punham tudo sobre a mesa. Que mantinham as
coisas simples.
Sexo. Sem nenhum compromisso. Era um inferno de muito mais seguro.
Se ela estivesse aqui só por seis meses, isso asseguraria que um acordo sobre ter só sexo
funcionasse. Entretanto, sua doçura, seu lado vulnerável chamava algo dentro dele que o assustava
como o inferno. Se ela se parecia muito a Danella ele não podia correr o risco de que destruísse seu
coração. Não. Não podia fazê-lo.
Ela se deteve na entrada da cozinha. Enquanto a olhava, uma pequena expressão de
autoconsciência surgiu em seus traços. Ela ajustou o cinto de seu roupão.
— Ei. — Ele continuou com os ovos mexidos. — Como se sente?
Piscando lentamente, ela umedeceu os lábios, e limpou a garganta.
— Esplêndida.
— Sua cabeça está bem?
— Está bem. Com um pouco de dor no lugar golpeado. — Ela se queixou, e o som sensual,
sexy correu através de seu corpo como um bom uísque. — É café o que cheiro?
— Recém-feito. Não toma chá?
Ela pôs os olhos em branco e lançou um descarado sorriso.

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— Nem todos os ingleses bebem chá. Na realidade, nunca fui aficionada ao chá,
especialmente ao chá gelado. Prefiro tomar café, obrigada.
Ele sorriu.
— Entendi. Quer tomar o café da manhã? Fiz um montão de comida.
Ela olhou a seu redor, com seus olhos cada vez maiores.
Ele fez uma careta enquanto acomodava os ovos mexidos em um prato branco e pegava o
pão da torradeira.
— Sinto muito. Minha mãe diz que não posso fazer pão com manteiga sem destroçar toda
a cozinha. Sente-se. Levarei isso. — Enquanto ela se dirigia à mesa, ele continuou. — Como toma
seu café?
— Com creme, por favor.
Depois de adicionar o creme, entregou o café e se acomodou logo em frente a ela na mesa.
— Sei, não o diga, — pulverizou geleia de morango em sua torrada.
— Dizer o que?
— Que estava sendo presunçoso ao preparar o café da manhã. Perdi o jantar ontem à noite,
e morro de fome.
Um sorriso quente apareceu sobre seus suaves lábios, beijáveis. Lábios que ele tinha
provado e desejava com uma dor furiosa.
— Foi presunçoso. Mas isso está bem. Ofereceria tomar o café da manhã de todos os
modos.
— Bem. Não me mandará à casa do cão.
— Ainda não. — Ela mordeu seu pão torrado com manteiga, de uma forma que enviou
uma excitação quente a correr por sua virilha.
Merda. Ver uma mulher comer nunca o excitou assim. Tentou pensar sobre seu trabalho e
o que tinha que fazer no dia de hoje, tentou contar para trás em sua cabeça. Não importava. O
encontro de ontem à noite despertou mais que seus instintos de proteção.
Não tinha sentido, entretanto. Ela não era seu tipo habitual. Muito séria. Entretanto, ele se
tornou louco quando sentiu seus peitos cheios em sua mão e seu duro mamilo entre seus dedos.
Desejava sentir seu centro quente, úmido, envolto apertadamente ao redor de seu pênis.
Enquanto ela mastigava e olhava pela janela, sua atenção se fixou em sua garganta, em sua
pele pálida, na linha de sua mandíbula, em seu nariz, na pequena curva de sua orelha. OH, homem.
Seu corpo se negava a ignorar a atração.
Beijá-la tinha sido um grande engano que não repetiria.

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Não se não queria perder a cabeça por esse pequeno, adorável, camundongo inglês.
O olhar de Olivia se encontrou com o seu enquanto um resplendor rosado coloria suas
bochechas.
— Está me olhando fixamente.
Ele sorriu.
— Não posso evitar. É bonita.
Ah, Merda, MacGilvary. Aí vai.
O rosado de suas bochechas se aprofundou, e ela desviou o olhar.
— Obrigada.
Olivia devorou seu café da manhã em um tempo recorde enquanto o silêncio ameaçava
estendendo-se até o infinito.
Ela ficou de pé.
— Devo ir trabalhar.
— Pensei que não iria hoje.
— Não. Você disse que eu não iria.
Ele fez uma careta.
— Fiz, não?
— Sim. — Um sorriso suavizou sua expressão. — Trabalharei da tarde até a noite por
outra semana mais, antes que troque ao horário do dia. Entretanto, Cyn quererá que chegue cedo e a
ajude com a limpeza.
Maldita Cyn. A mulher deveria limpar o desastre sozinha.
Enquanto a ajudava a pôr seus pratos na lava-louça, o silêncio trabalhou nele, e deu mais
em que pensar. Tinha atuado como um homem Neandertal beijando-a, mulheres como ela não
reagiam à paixão frontal com um entusiasmo selvagem e com uma atitude de… foda-me… como as
mulheres com as que ele às vezes saía. Ele tinha perdido a cabeça. Era hora de sentar cabeça.
Quando ela ligou a lava-louça, ele disse:
— Olhe, tenho que te pedir desculpas.
Ela se voltou para ele, com as costas contra a pia. Cruzou os braços.
— Por quê?
— Não deveria ter assumido que tomaria o dia de folga hoje, embora acredite que deveria.
— Aproximou-se mais, atraído pela expressão sonolenta de Olivia. — Também deixei que as coisas
saíssem de controle ontem de noite. Não deveria ter te beijado. Foi pouco profissional de minha
parte. Além disso, você deixará ao país em seis meses. — Trey moveu o cabelo para trás para poder

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ver o hematoma em sua testa. — Deve ter pensado que estava tratando de me aproveitar de você.
— Não... Eu... por que me beijou? — Perguntou ela em voz baixa.
Trey ficou perto, em perigo de beijá-la de novo. Não tinha esperado essa pergunta.
— Há algo entre nós, Olivia. Não sei o que, mas fui muito agressivo ontem à noite. Estou
acostumado a mulheres que...
A advertência brilhou em seus olhos.
— Que o que?
Ele negou.
— É uma mulher agradável, Olivia. Doce.
A ira brilhou em seus olhos, forte e implacável. Toda a suavidade de sua expressão
desapareceu, fechando-se como barreiras contra uma tormenta.
Ela sacudiu a cabeça.
— Não se preocupe oficial MacGilvary. Não tem que preocupar-se porque eu tenha ideias
equivocadas. Entendo. Sente ter me beijado e que isso fora um descuido de sua parte.
O arrependimento o encheu. Ele esteve a ponto de chegar até ela.
Com isso, ela passou junto a ele. Quando ele ouviu a porta do dormitório fechar-se, ficou
na cozinha e tratou de entender por que se sentia como a merda. Depois de tudo, não se relacionava
com desgrenhadas, tímidas, bibliotecárias inglesas. De maneira nenhuma.
Lembra Danella.
Assim por que demônios se sentia como se alguém o tivesse chutado no estômago?

*****
Trey, liga para sua mãe. Não quis deixar correio de voz.
Mary
A mensagem estava na mesa de Trey. Mary Banovic, a esposa de outro membro do
SWAT, trabalhava no balcão da entrada hoje e tinha deixado a nota. Trey se sentou em sua cadeira
e inspecionou a nota. Franziu o cenho, confuso. Não reconhecia o número de telefone, e sua mãe
sempre ligava no seu telefone celular se tinha que dizer algo. Estranho. Ele se afundou em sua
cadeira. Os sons do Departamento do Xerife se desvaneceram no fundo. Encolhendo os ombros, ele
agarrou seu celular e a ligou pra dela.
Ela respondeu ao segundo toque.
— Olá, Trey, que surpresa tão agradável.
— Olá, mamãe. Está bem? Recebi sua mensagem.

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— Mensagem?
— Mary Banovic deixou sua mensagem. Mas este número não está correto, assim que
liguei no seu celular.
A suave risada de sua mãe o acalmou.
— Tudo está bem aqui, Trey. Estou comprando os alimentos. Mas não te liguei. Tem
certeza de que Mick ou Craig não estão fazendo uma brincadeira?
— Não. Não é uma brincadeira muito boa. Sabe que estão em coisas mais complicadas. —
Leu o número.
— Nunca ouvi esse número, querido. OH, espera.
— O que?
— Pergunto-me...
Trey esperou com uma crescente confusão.
— Hmm... Não acha que poderia ser sua mãe biológica? — Perguntou ela.
Trey se deu conta de maneira abrupta.
— Não tinha pensado nisso. Mas por que Edie ligaria? Nosso último encontro não foi um
grande êxito. — Ouviu o veneno em seu tom e respirou fundo. — Por outra parte, isso foi a dez
malditos anos atrás.
Sua mãe suspirou.
— Bem, Trey, isso não garante que não esteja interessada em ter contato de novo.
— Não quero falar com ela.
— Querido, sei como se sente, mas talvez deveria ligar e ver o que está passando. Poderia
necessitar ajuda.
— Ela sempre necessita ajuda. — Sua voz se voltou intransigente. — A última vez que
falamos disse que não queria ter nada que ver com ela.
—Sei. Dez anos podem mudar a uma pessoa, entretanto. Sabe tão bem como qualquer um.
Ele sabia. Até no coração, para trás e para frente. Em sua própria maneira suave, ela o
estava repreendendo por ter esquecido sua própria história. Ainda assim...
— Dê uma oportunidade. — Disse ela. — Poderia estar se sentindo de forma diferente
depois de falar com ela.
— Maldição. — Ele apertou os dentes. — Pensarei nisso.
— Bem. Agora, virá este próximo sábado depois da competição da SWAT?
— Estarei aí.
— Bem. Todo mundo virá.

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— O que devo levar?


— O vinho ou uma sobremesa. Falando disso, farei alguns bolos no forno em um par de
semanas.
— Odeia cozinhar no forno — disse Trey com surpresa. Infernos, não gostava de cozinhar
muito absolutamente.
— Estou virando uma nova página. Sinto-me muito doméstica nestes dias. Darei à assada
outra oportunidade.
A conversa rondou sobre assuntos mais mundanos por um par de minutos antes de
finalizar.
Mick, o irmão mais velho de Trey vagou pelo escritório.
— Ouça, irmão. O que está acontecendo?
Trey se reclinou em sua cadeira e entrelaçou os dedos sobre seu estômago. Mostrou a Mick
a nota e explicou.
— Não estou certo de se quero ligar.
O cinto de couro de Mick rangeu enquanto ele se movia.
— Posso entender isso. Mamãe te repreendeu?
— Sim.
Mick sorriu.
— Parece com ela.
Trey gemeu e passou a mão pela cara.
— Está bem. Farei.
— Ei, como está à bibliotecária que salvou ontem de noite?
Trey encolheu os ombros indiferentemente.
— Bem, suponho.
— Craig disse que ficou com ela.
Trey tratou de mostrar um sorriso, mas ficou plano.
— Tinha uma ferida na cabeça. Necessitava que alguém a verificasse a cada duas horas. —
A expressão de Mick de sabichão zangou Trey — Foi tudo. Não tenha ilusões.
— Com você, amigo, sempre tenho ideias. Entretanto, uma bibliotecária? São um pouco
dóceis para você.
A irritação o encheu.
— Não é que vá sair com a mulher.
Mick pareceu duvidoso.

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— Sim, mas ficou toda a noite. Não faz isso com qualquer pessoa.
Trey não queria admitir, mas Mick extrairia a verdade dele de uma maneira ou outra.
— Não, não o faria. Ela simplesmente... não sei. — Encolheu os ombros. — Parecia
vulnerável. Olivia sofreu uma lesão na cabeça e não tinha a ninguém que visse como estaria durante
a noite.
O sorriso arrogante do Mick apareceu.
— Olivia, né? Bem, que me crucifiquem. Seu nome ainda soa como de bibliotecária.
O intestino de Trey se apertou. Lembrou o beijo de Olivia. Seus lábios quentes, flexíveis, o
sabor de sua língua entrelaçada com a sua. Ah, Deus. Suas mãos recordavam como suave se sentiu,
como seus seios se pressionaram em seu peito, esses mamilos apertados, maldição. Se sentia como
o céu, um sonho úmido em carne. Ela poderia ser inocente, mas sua resposta tinha sido quente e
pronta.
Trey deu um olhar fulminante a seu irmão.
— É uma dor no traseiro, sabia isso?
Mick levantou as mãos.
— Está bem, rendo-me. Virá a casa de mamãe depois da competição da SWAT?
— Sim. Encurralou-me. Falando de planos, quando Celeste e você vão marcar a data do
casamento?
— Estaremos anunciando este fim de semana na casa da mamãe.
— Boa ideia. Agora sai daqui. Tenho que chamar …Edie.
Trey saudou com a mão enquanto Mick ia embora.
— Falaremos mais tarde.
Trey levou outros dez minutos depois de revolver papéis em sua mesa para obter a
coragem para alcançar o telefone. Discou o número da mensagem, limpando a garganta.
Vamos, amigo. É um policial da SWAT. Uma ligação telefônica a sua mãe biológica não
deveria te converter em um covarde.
Uma voz de mulher soou no aparelho depois de dois toques.
— Alô?
Sua garganta se estreitou. Mal podia falar.
— Olá. Sou Trey.
— Trey. — Sua voz, uma vez tão familiar para ele, soou rouca e cansada. — Carinho, é
bom ouvir sua voz.
— Sim. — Que mais podia dizer? Sua garganta se apertou ainda mais.

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— Tem que ser um choque saber de mim depois de tanto tempo. Tive que fazer uma
pequena caçada para averiguar onde trabalhava. De todos os modos, me alegro de ter te encontrado.
Assim é um oficial de polícia?
— Ajudante de Xerife. — Ele conseguiu tirar umas quantas palavras mais de sua garganta.
— Por que me ligou? Já passaram dez anos.
Escutou a acusação em sua própria voz.
— Sei. É... é difícil de explicar. Eu gostaria de me encontrar com você.
— A última vez que nos vimos foi um desastre.
— Sei. Mas não tem que preocupar-se de que volte a ocorrer.
— Que garantia tenho? — A ira começou como um fogo lento em seu interior.
— Minha palavra.
Sua palavra nunca foi boa antes.
— Onde está? — Perguntou ele.
— Estou no Gold Rush. Fico em um albergue Thistle Bed and Breakfast. Na realidade,
tenho uma entrevista de trabalho no hospital e pensei que Gold Rush poderia ser o lugar perfeito
para fincar raízes. Para estar perto de você, meu filho.
Seu descontentamento aumentou, os velhos demônios saíram de seu ambiente infernal e o
cravaram com forcas.
— Não acredito que seja uma boa ideia.
— Trey Phillips…
— Trey MacGilvary. Meu nome é Trey MacGilvary agora. É desde que fui adotado.
— Já sei. É só que... olhe, há muitas coisas que preciso te dizer. Quero... quero que nos
reconciliemos.
Reconciliação. Uma grande palavra. Com um montão de sílabas.
—Não sei se posso fazer isso. Não depois de tanto tempo.
— Entendo como se sente. —Sua voz ficou mais rouca. Por um momento, pensou que as
lágrimas enchiam sua voz. — Trey, cometi alguns grandes enganos em minha vida. Estou em dívida
devido a eles. Quero uma oportunidade. Não pode se encontrar comigo aqui esta noite no Thistle?
Trey tratou de envolver sua mente ao redor de seus sentimentos caóticos.
— Não. Eu… Não esta noite. Já tenho um compromisso. Terá que ser outra noite.
— Na segunda-feira de noite?
— Toda esta semana estou ocupado. No próximo fim de semana estarei em uma
competição da SWAT no Parque de Veteranos. Quanto tempo estará na cidade?

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— Por muito tempo. Na seguinte segunda-feira de noite, talvez?


— Isso funcionará. Estará neste número? — Perguntou.
— É o número de meu quarto. Não tenho celular ainda.
— Está bem. Ligarei... na noite do próximo domingo. Tenho que ir agora.
— Está bem, filho. Te verei logo.
Ele desligou o telefone. Percebeu, enquanto olhava sua mão, que esta se sacudia com um
pequeno tremor.
Apertou os dedos em um punho.
— Merda.

*****
Enquanto Olivia se afundava na rotina de tirar livros, uma dor de cabeça pulsava em sua
têmpora perto da contusão de sua testa. Lamentou não ter dormido até tarde como geralmente fazia
e chegado para trabalhar mais tarde. Saiu de sua moradia pouco depois que Trey se foi. Trey. Não
serviria de nada pensar nele. Recordou mentalmente seu beijo, seu contato íntimo em seu peito. A
doce sensação do formigamento enquanto seus dedos cuidadosamente tomavam e apertavam seu
mamilo.
Então lembrou a decepção quando ele a tinha rechaçado. É uma mulher agradável, Olivia.
Doce, disse.
— Desfrute de seus livros. — Olivia entregou ao homem em seu balcão livros de
jardinagem.
O homem assentiu e se foi.
Minutos depois de que tinha chegado, seus companheiros bibliotecários Carl, Stella, e
Dean desceram sobre ela com perguntas e preocupações. Ela não podia pedir uns colegas que
fossem melhores. Ficaram estupefatos ante a desordem, mas pelo menos entre os papéis caídos e
livros tinham encontrado o relógio de sua avó.
A polícia da cidade completou sua investigação, e ela seria chamada para depor na corte
em uma data posterior. Cohen enfrentaria acusações de assalto, sequestro e outros danos criminais.
Cyn se refugiou em seu escritório a maior parte do dia, com seu cenho de desaprovação
mais pronunciado devido a tudo, cada vez que se aventurou fora de seu escritório. É óbvio, em sua
típica maneira de não intervenção, não tinha participado da limpeza da sujeira do balcão. Espreitou
na biblioteca como uma rainha em cor amarela com uma grave atitude de gata.
Dean se aproximou do balcão depois de ajudar a uma mulher mais velha a encontrar os

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livros de Agatha Christie.


— Obrigada, Dean —disse a mulher miúda, magra, de pé no balcão. — É um amor.
Dean se pavoneou e meneou suas sobrancelhas cor canela.
— Claro que sim, senhora Prescott. Estou contente de tê-la ajudado.
A senhora Prescott se voltou para Olivia.
— Horrível assunto o de ontem à noite. Estou surpresa de te ver aqui.
— Eu também. — O tom sardônico do Dean e seu meio sorriso mostraram seu cepticismo.
— Não terá que preocupar-se. Estou bem.
A senhora Prescott procurou em sua grande bolsa de mão e tirou um lenço de papel.
Limpou o nariz.
— Não sei se sairei mais pelas noites. — Sua voz subia e descia de forma dramática. —
Gold Rush já não é seguro.
Dean deu à mulher seus livros.
— Não é isso uma verdade, senhora Prescott?
A senhora Prescott sopesou sua pilha de cinco livros de capa dura.
— Bem, meu marido está me esperando fora. Boa noite a todo mundo.
Depois de que a senhora se foi, Dean se inclinou para Olivia e trocou sua voz para soar
como uma imperiosa anciã. Pôs sua mão em seu quadril e imitou um passável sotaque inglês.
— Senhor, todos vamos ser assassinados em nossas camas.
Olivia começou a rir.
— É um louco.
Dean devolveu o sorriso com um movimento tolo de olhos.
— Espero que isso signifique que estou louco?
Ela fez uma careta.
—Sim, sinto muito. Já é.
— Mas me ama de todos os modos. Sou eu, ou a metade da gente aqui esta noite parece
louquinha na cena de um acidente?
Ela olhou ao redor da biblioteca à vintena de clientes que ainda ficavam na biblioteca.
— É sábado. Contrariamente ao que se poderia pensar, há mais gente aqui esta noite, em
lugar de menos. Acredita que sejam como a senhora Prescott, e não queiram ir?
Os olhos azuis de Dean ficaram sérios. Cruzou os braços e se viu como todo um modelo do
10
GQ com seu bom aspecto clássico, colete verde, gravata vermelha e calça negra de veludo cotelê.

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Revista masculina com conselhos e dicas de estilo, entretenimento, curiosidades...

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— Não deveria estar aqui. Por que não vai pra casa cedo? — Perguntou.
Ela reorganizou os livros em um carrinho.
— Não comece.
— Nunca deveria ter trabalhado sozinha ontem de noite.
— Não se sinta culpado. Eu diria que sua doença de estômago foi uma boa desculpa para
não estar aqui.
— Supunha-se que Cyn ia estar aqui, também.
Ela encolheu os ombros.
— Bem, ela dirige tudo. Não há possibilidade de conseguir que a despeçam. As coisas
acontecem.
— Está sendo filosófica a respeito de sua vida sendo ameaçada.
À medida que olhava a pequena biblioteca que estava a um lado da cidade, ela continuou.
— Cohen poderia ter entrado na biblioteca principal, em vez daqui. Só estive no lugar
errado no momento errado.
Dean passou seu braço pelos ombros e a apertou contra ele.
— Cohen estava obcecado com você, eu acho.
— Um homem obcecado comigo? Não é provável.
— Está cega. É linda.
Ela bufou.
— Lixo.
Dean sorriu enquanto olhava para a porta principal. Seus olhos se iluminaram.
— Falando de um homem. — Assobiou. — Amiga, agora, aí há um homem.
Divertida, ela olhou para o objeto de sua admiração. Um alto, musculoso homem muito
bom que usava um uniforme de manga longa marrom do Departamento do Xerife e chapéu de
cowboy marrom escuro se dirigia para eles.
— Trey. — Disse ela em voz baixa.
Dean se afastou dela.
— O conhece?
— É o oficial que me ajudou ontem de noite com Cohen.
— Hum-hum. É comestível. Um pedaço de carne com bom aspecto de homem.
— Não faça ilusões, Dean.
— Por quê? Já pediu isso para você?
Ela deu um bufo suave e negou com a cabeça.

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— Não. Mas ele não é gay.


— Como sabe?
Trey estava muito perto para que ela respondesse. Além disso, não queria confessar a Dean
que compartilhou carícias com Trey.
A expressão de Trey passou de séria como oficial do inferno, a um afável sorriso enquanto
chegava ao balcão.
— Olá, Olivia.
— Olá. — Disse ela.
Dean estendeu a mão.
— Sou Dean. Olivia me disse que foi muito valente ontem de noite quando a ajudou.
— Prazer em conhecê-lo, Dean — disse Trey.
O sorriso de Trey não desvaneceu enquanto estreitava a mão de Dean. A diversão brilhava
em seus chamativos olhos. Bem. Ela pensou que talvez com a forma em que se separaram essa
manhã, ele poderia decidir não voltar a vê-la.
OH, Olivia. Talvez não devesse estar interessada tampouco.
Trey tirou o chapéu.
— Me alegro de ter estado aqui para ajudar.
— Voltarei a empilhar os livros. Prazer em te conhecer. — Dean rodou um carro cheio de
livros para as estantes.
— O que te traz por aqui? — Perguntou ela.
— Estou fora de serviço o resto da noite e esperava que quisesse jantar comigo. A menos
que tivesse planos de jogar às cartas com Maddie.
Ela poderia mentir e dizer que sim o faria, mas o que obteria com isso?
— A sociedade Rede Hat de Maddie celebrará uma festa especial para uma amiga que vai
se casar.
Seus olhos capturaram os dela e os sustentou, e sua respiração se entupiu notoriamente.
Não, a magia não acabou. Talvez ela necessitasse mais tempo longe dele para poder esquecer quão
quente a punha.
— Então podemos jantar? —perguntou ele.
Por que não?
— Está bem. Onde?
— Em minha casa.
Em sua casa. OH, agora, isso era perigoso.

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— Onde vive?
Deu as instruções.
— Quando sai do trabalho?
Ela olhou seu relógio.
— Em uma hora.
Ele assentiu.
— Bom tempo. Isso me dará a oportunidade de tomar banho e desenterrar a receita favorita
de mamãe de stir fry11.
O stir fry não se ajustava a sua personalidade. Bom, talvez o que ela pensava que conhecia
de sua personalidade. Por outro lado, o que sabia ela honestamente a respeito dele que não fosse que
era forte e valente?
E tão bonito que tirava o fôlego.
Ela tinha que manter a raia o fator da baba ou ele saberia como a afetava.
— Parece delicioso. Pulei o almoço.
Ele a olhou com evidente preocupação.
— Parece cansada. Não é de estranhar se não comeu.
— Acredito que estive um pouco tensa hoje. Não tive fome até um momento atrás.
Ele a olhou com esse olhar de sou polícia e não me pode enganar.
— Está bem?
— Tenho dor de cabeça. Isso desaparecerá uma vez que coma.
— Me alegro de que vá se alimentar então. Te verei mais tarde. — Deu esse brilhante,
presunçoso, adulador sorriso que continha megawatts de calor. Foi para trás. — Ouça, encontrou
seu relógio. Isso é genial.
— Sim. — Ela inclinou seu pulso e olhou com carinho seu relógio. — Obrigada.
Ele ficou em seu lugar, sem deixar de olhá-la como se estivesse tentando decifrar um
quebra-cabeças.
—Tenho que te perguntar uma coisa. Vi Dean com seu braço ao seu redor. Está ele…
interessado em você? Quero dizer, não quero interromper nada se vocês estão envolvidos. Não
quero que pense…
— O que sairemos em um encontro? — ela riu. — Deus, não. Mas, de fato, quando entrou
ele estava repassando seus atributos viris.

11
Stir-fry é um modo de preparo onde você refoga rapidamente os ingredientes em um pouquinho de óleo bem quente.
Deste jeito, os legumes ficam menos tempo no fogo, preservando seus nutrientes e a consistência firme.

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A surpresa brilhou no rosto de Trey.


— Ele é gay?
— Sim.
— Uh-uh. Bem, diga que não sou seu tipo.
O celular de Trey tocou e ele afastou o olhar de Olivia enquanto o tirava de seu cinto. Ela o
viu falando por telefone, mas não ouviu o que dizia… ela notava muito sua aparência externa.
Observá-lo tomava um montão de energia… se ela pensava que se era bonito antes, só tinha
arranhado a superfície. Embora curto, seu cabelo grosso, ondulado caía ao redor de sua testa em
uma leve desordem acidental. Um homem como ele não demoraria muito em arrumar o cabelo. O
lavaria e pentearia sem problemas. Alto, moreno e bonito estava muito bem, mas esse homem tinha
confiança tanto em sua capacidade mental como em seu poder físico puramente animal. Ela se
perguntou como seria vê-lo em ação realizando algum Método de Luta Keysi. Ela nunca o tinha
visto fazer esses movimentos, embora ouviu falar disso.
Não é provável que aconteça, Olivia. Não é provável que tenha uma razão para vê-lo
brigar outra vez. Quando ele tinha jogado Cohen, sem pestanejar, uma parte primitiva dela se
excitou com sua força.
— O que? — Trey se via endurecido, com seus olhos traindo sua precaução. — Quando?
— Fez uma pausa logo disse: — O que dizia a nota? — Outra larga pausa. — Estranho. Está bem.
Craig está verificando isso pra você? Bem. Mamãe, só mantém os olhos abertos. Me chame se
necessitar algo. Certo. Adeus.
Quando se voltou para ela, uma clara preocupação escurecia sua expressão.
— O que aconteceu? — Perguntou ela.
Ele negou.
— Provavelmente nada. Minha mãe encontrou uma nota muito estranha em seu veículo
quando saiu do supermercado. — Encolheu os ombros. — Contarei isso mais tarde.
Trey colocou o chapéu sobre sua cabeça, piscou um olho, e se afastou.
Ela suspirou e não pôde evitar olhar seu traseiro enquanto perambulava pela porta.
Estava tão morta.

Capítulo Cinco

Olivia mordeu o lábio inferior por um segundo depois de ter apertado a campainha da porta

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do apartamento de Trey. Não podia acreditar que aceitou essa ideia depois de ontem de noite.
Entretanto, uma garota tinha que comer, e seu estômago continuava fazendo ruídos sem parar. Ela
poderia jantar com Trey sem tocar, beijar, ou permitir que emoções mais arriscadas saíssem. Deus,
não sabia como ter bons encontros, nem como ter encontros sem ter problemas complicados.
Não. Este não era um encontro, a não ser um jantar entre conhecidos.
Quando a porta abriu de repente, ela saltou.
Trey estava na porta, com outro sorriso encantador curvando sua boca. OH, meu Deus.
Vestia um ligeiro pulôver azul marinho que se aferrava a seus músculos, usava uns jeans, e... não
tinha sapatos. Não deveria saber? Inclusive seus pés se viam bem.
Ele abriu a porta.
— Olá. Entra.
— Obrigada. — À medida que ela tirava o casaco comprido e azul, estremeceu.
— Tem frio? — Ele moveu seu olhar acima e abaixo do conjunto de suéter verde
esmeralda que abrangia sua figura.
Ela tinha tomado um risco, um grande risco, usando essa roupa. Não estava acostumada a
vestir assim no trabalho. Infernos, a quem queria enganar? Raramente comprava trajes como esse,
que mostrassem sua figura.
Sentiu sua avaliação admirando-a todo o caminho dos dedos de seus pés até sua cara
ruborizada. — Um pouco. O outono já está aqui.
— Assim é. Dê-me seu casaco, e o pendurarei.
O apartamento do Trey a impressionou. Com móveis de madeira escura, carpetes grossos,
e cortinas cor esmeralda incrivelmente luxuosas, seu estilo tradicional e rico a surpreendeu. Ele
retornou pelo corredor. Ela colocou sua pequena bolsa no sofá.
— Isto é bonito. — Ela entrou na cozinha e passou seus dedos sobre a bancada de granito
admirando os utensílios de aço inoxidável. Tocou os gabinetes de madeira escura de cerejeira. —
Uau.
Quando ela viu seu olhar, viu algo diferente em seus olhos. Satisfação? Admiração? Uma
pontada de doce prazer se envolveu ao redor dela. De algum jeito, no curto espaço de uns minutos,
ela tinha entrado em um ambiente cômodo onde se sentia segura, embora inquieta. Trey a intrigava,
entretanto, ao mesmo tempo a deixava nervosa.
— Você gosta de minha casa? — Perguntou.
— Gastou muito neste lugar, certo? É bonito. Eu adoro. Isto é algo como o que quero ter
algum dia.

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Ele foi a geladeira.


— Não era o que esperava?
Envergonhada, ela disse:
— Não. Você decorou sozinho?
— Eu? — Ele tirou as verduras da geladeira e as colocou sobre uma tabela de cortar. —
Não. Uma amiga pôs este novo apartamento a venda. É maior do que necessito, mas tinha uma
hipoteca e cheguei a um acordo que não pude deixar passar. Tem dois dormitórios e perto de mil e
oitocentos metros quadrados. Ela me ajudou a decorá-lo.
— Era decoradora?
—Uh, sim.
— Esteve saindo com ela? — A pergunta saiu dela sem pensar muito.
Ele riu entre dentes enquanto sua cara se esquentava.
— Não, não responda a isso. Não é meu assunto. — Disse.
— Está bem. Sim, saímos. Na realidade, conheci-a antes de encontrar este lugar. Portanto,
já estávamos envolvidos.
Envolvidos.
— OH.
Ele encolheu os ombros.
— Terminamos depois de uns meses.
Terminaram. Sim, ela entendia a alta temperatura que Trey gerava em uma mulher. Sua
aura sexual, sua potência masculina vertendo-se dele se sentia como uma droga.
— De todos os modos — disse ele — sabia o que queria, mas não tinha nem ideia de como
pôr tudo junto. Danella me ajudou.
Danella. O nome gritava glamour.
Não aborrecida bibliotecária como Olivia.
Maldição, Olivia. Deixar de ser patética.
Ele fez uma pausa e a olhou, penetrando-a com seu olhar.
— Ela se parece muito a você. Recatada e cuidadosa e se veste de modo conservador.
Bem, talvez não seja tão glamorosa.
Então a golpeou. Talvez ele não quisesse envolver-se com ela por culpa de Danella?
Olivia não se importava de ser comparada com uma mulher que não conhecia ou com
qualquer outra mulher de todos os modos. Depois de tudo, ele não me conhece tão bem, verdade?
Falando de estereótipos. Isso era algo que seu pai também fazia. Menos mal que ela não tinha

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planos de sair com Trey. Se ele podia fazer julgamentos sobre ela desse modo... suspirou.
— Quanto tempo você tem este apartamento? — Perguntou ela.
— Um ano. Estava cansado de alugar.
Uh-uh. Assim provavelmente tinha saído com esta Danella fazia um ano.
— Quer algo de beber? —perguntou ele.
— Por favor.
— Café, leite, água, suco de laranja, Coca Cola diet.
Ela escolheu água engarrafada, e enquanto bebia, ajudou-o a cortar as verduras para o
12
wok .
— Quanto tempo faz que vive em Gold Rush de novo? — Perguntou ele.
— Seis meses. O intercâmbio é por um ano.
— Onde vivia antes?
— Na Inglaterra. Em Huntingdon, Inglaterra. Não muito longe de Cambridge, realmente.
— O que fez você se mudasse? Especialmente para outro país?
— É todo um interrogador, não é assim, oficial MacGilvary?
— Por favor, deixa de me chamar assim. Sou Trey para meus amigos. — Sorriu, mas suas
palavras saíram sérias.
Ela era sua amiga? Bem, isso tinha sentido tendo em conta que havia dito ontem à noite
que não queria uma relação romântica.
O vento sacudiu as janelas.
— O prognóstico diz que poderia ter um pouco de neve logo — disse ela.
— O clima do Colorado pode ser estranho.
— Muito mais turbulento que o da Inglaterra em alguns aspectos. É uma das razões pelas
que amo Gold Rush. É tão diferente de onde cresci.
— Assim que te mudou da Inglaterra por que...?
Sua pressão fez que apertassem os intestinos. Não gostava dos interrogatórios, mas o que
podia fazer? Como o policial que era, se manteria sobre ela até que descobrisse a verdade. Lida com
isso, Olivia. A honestidade é o primeiro.
Ela suspirou.
— Poderia trocar sua imagem de mim como uma mulher doce e boa se te digo isso.

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E quanto mais ele se desse conta de que não era doce e recatada, ao menos não tanto como
tinha imaginado, talvez decidisse que queria ter ainda menos a ver com ela.
Ele deixou de cortar as verduras, e ela levantou a vista o suficiente para testemunhar sua
expressão de curiosidade. Em lugar de prová-la com suas respostas, ele recolheu a tabela de cortar e
se voltou para o wok, onde o azeite quente chispava. Deslizou as verduras no wok. Ela o seguiu
com sua tabela de cortar e logo ele estava operando o wok como um perito. Enquanto ela ficava a
trabalhar movendo o arroz, o silêncio se prolongou.
Finalmente, ele falou.
— Algo ruim te aconteceu na Inglaterra?
O vento sacudiu a janela, como se também, exigisse respostas.
— Muitas coisas más.
— Às vezes é útil falar.
— Não sobre isto.
Ele deixou de agitar o wok o tempo suficiente para levantar uma mão em sinal de rendição.
— Está bem, está bem. Rendo-me. Nada mais de perguntas.
— E você? Quanto tempo vive em Gold Rush?
— Toda minha vida. Nasci nos subúrbios de Gold Rush na verdade. Meu papai tinha uma
grande extensão de terra.
— Um rancho?
Ele sorriu.
— Um desses lugares bem vestidos e com aroma de rancho, mas não um rancho de
trabalho. — Encolheu os ombros. — Mas não quererá ouvir falar disso.
Ela inclinou a cabeça para um lado.
— Quero. Mas suponho que é uma vingança para mim por não te contar minha história.
— Não há problema. A única maneira em que te direi uma coisa é se me diz algo sobre
você.
— Uma espécie de “jogo da garrafa”. — Ela fez uma careta enquanto as palavras
escapavam de sua boca. — Mostrarei pele se você me mostrar pele.
— Exatamente assim. Mas não tão divertido. — Ele desligou o wok, e seu olhar apanhou a
seu. O olhar de Trey percorreu Olivia com puro interesse sexual, como se a imaginasse nua.
Ela quis gemer enquanto seu corpo respondia com um calor traiçoeiro. Seus mamilos
alcançaram seu ponto máximo apertando-se contra seu sutiã e houve uma excitação pulsando à vida
em seu ventre. Por vários segundos sua atenção a devorou, até que se sentiu como se fosse um

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contato físico. Uma exploração tão emocionante como a de suas mãos tocando-a de novo,
explorando seus segredos.
— Comamos. — Disse ele, com uma rouquidão baixa e potente em sua voz adicionando
um elemento erótico à sugestão.
Comer. Ela o imaginou lambendo seus mamilos, com sua língua entre suas pernas. OH.
Meu. Deus.
Assombrada pela força de sua fantasia, ela se apressou a pôr a mesa. Isso daria um pouco
de distância. Uma muito necessária distância. Mais insinuações, e teria que chamar os bombeiros
para extinguir as chamas.
Uma vez que se sentaram à mesa, Trey se sentou a sua direita, uma seleção de jazz suave
soava em seu aparelho de som através do quarto, e ela relaxou.
— Isto é delicioso. — Disse. — É um bom cozinheiro.
— Obrigado. Mamãe me ensinou isso. Me chutando e gritando. Eu não gostava de
cozinhar, mas logo ela me disse que a menos que planejasse levar às mulheres para jantar todo o
tempo, seria melhor que aprendesse algo mais que fazer hambúrgueres em uma churrasqueira.
Ela riu brandamente.
— Mãe inteligente. Falando disso, disse na biblioteca que ela encontrou uma nota estranha
em seu carro?
Seu cenho franziu enquanto remexia a comida com o garfo.
— Sim. Quando saiu do supermercado havia uma nota ameaçadora escondida sob seu
limpador de para-brisas.
—OH, Meu Deus.
Ele assentiu, com seus lábios apertados.
— A nota dizia que por causa de minha incompetência, deveria tomar cuidado. Dizia:
“Precisará ter olhos na parte de trás de sua cabeça”.
Um calafrio deslizou por suas costas.
— É muito estranho. É ameaçador, mas não o suficiente para ser específico. Como sabe o
que esperar?
Ele mastigou antes de responder.
— Exatamente. Um oficial do Xerife manterá um olho sobre ela quando for possível.
Vamos revezar para conduzir por sua casa—. Sorriu enquanto algo da preocupação deixava seus
olhos. — Papai ensinou autodefesa faz muito tempo, e meus irmãos e eu ensinamos um pouco mais.
Pode cuidar de si mesma. Estará muito atenta.

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— Isso é bom. Ainda assim, tem de ser preocupante.


— Para a mulher média pode ser. Mas acredito que preocupa um inferno muito mais a sua
família do que a assusta a ela.
Pelo contrário, Olivia pensou em sua mãe. Às vezes sem caráter, queixando.
Fraca.
— Sua mamãe parece ser alguém maravilhoso.
Ele sorriu.
— É a melhor.
Comeram em silêncio durante algum tempo, e a curiosidade a fez afundar-se em uma
temerária pergunta.
— Por que estou aqui, Trey? Por que me convidou?
Ele arqueou a sobrancelha.
— Queria me assegurar de que estivesse bem depois de ontem à noite.
— Isso está muito bem, mas poderia ter simplesmente ligado.
— Sim, mas... — Calou-se, empurrando a comida em seu prato com o garfo. Finalmente
olhou para cima. — Olhe, não quero que pense que sou um perseguidor nem nada estranho. Mas
precisava te pedir desculpa, também. Esta manhã não fui precisamente hábil. Feri seus sentimentos.
Agora foi seu momento de ficar boquiaberta, surpresa pelo rumo da conversa.
— Não o fez. — Tomou um gole de água para refrescar sua garganta e ganhar tempo para
suas seguintes palavras. — Não sou tão frágil.
Trey colocou o garfo no prato. Qualquer rastro de graça, de jogo, desapareceu.
— Vi-te no meio do sucesso ontem à noite. Como lidou com Cohen com pura coragem.
Muitas outras pessoas teriam balbuciado como idiotas. Você manteve a calma sob o fogo.
— Por fora. No interior tinha medo de realmente atrapalhar as coisas.
Ele sorriu, e então ela soube de onde vinha sua diversão. Ruborizou.
— Quero dizer, tinha medo de arruinar as coisas.
— Sei o que quis dizer. Não importa. Fez o certo, disse o correto e manteve a cabeça bem
posta.
— Obrigada.
— Mas o que falei esta manhã, tudo é verdade. Não é meu tipo habitual, Olivia.
— Qual é seu tipo? — Ela tomou um gole de água. — Tenho curiosidade.
— Sem complicações.
— Superficiais?

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Ele piscou. — Não necessariamente. Só mulheres que não estejam procurando


compromisso... Não estou no mercado para as relações sérias. Danella me cortou em pedaços. Ela...
— Encolheu os ombros. — Ela me atirou o anzol e me apaixonei por ela, da linha e o prumo. Ela…
— Sim?
— Ia pedi-la em casamento, certo? Pensei que a amava e então ela fez algo que não pude
perdoar.
— O que?
Ele hesitou, mas finalmente disse:
— Disse que me amava, mas duas semanas mais tarde, quando estava disposto a pedi-la
em casamento, me ligou e terminou comigo por telefone. Disse que tinha mentido sobre me amar.
Disse que não podia sair com um policial SWAT, porque o trabalho era muito perigoso. — Seus
olhos se encheram de pesar, e olhou seu prato—. Logo me inteirei que esteve vendo um policial da
cidade e tinha dormido com ele, também. Resultou que realmente amava ao outro tipo e não a mim.
Uma forte simpatia atravessou Olivia.
— Como soube?
— Vi-a com ele um dia depois que terminou comigo, e foi quando meus amigos do
departamento de polícia da cidade me disseram que ela saía com ele ao mesmo tempo em que
estava saindo comigo.
A decepção de que ele pensasse dela nos mesmos termos a fez zangar-se.
— E acha que eu te faria isso? Que mentiria dessa maneira. O que ela fez é errado.
Seus olhos obscureceram.
— Simplesmente não estou no mercado para algo sério. E você é o tipo de mulher que
necessita uma relação séria. Você não sai por diversão.
Ela se arrepiou.
— Quer dizer que não saio só para ter um companheiro de cama.
— Correto.
Uma ira renovada a fez sentar-se reta, imobilizada, com uma expressão exasperada.
— Assim que me conhece faz menos de um dia, e sou complicada e estou em busca de um
compromisso?
— Eu... não. Não necessariamente.
— Exatamente.
Ele teve a boa graça de ver-se envergonhado.
Ela olhou seu arroz e verduras.

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— É óbvio que não superou o que Danella te fez. Entendo isso. — Encolheu os ombros. —
Você não é meu tipo também.
Ele assentiu.
— Não te...
— Rechacei?
Ele sorriu.
— Não foi um rechaço.
— Sim, foi, mas está bem. —Ela atacou seu stir fry. — Não jogou comigo. Agradeço que
tenha sido um homem honesto.
Parte dela queria continuar com a ilusão de ter saído em um encontro, porque seus
hormônios dançavam felizes cada vez que ela o olhava.
— Este é um jantar de desculpa — disse ela.
— Sim.
— Bom, está delicioso. E aceito a desculpa.
O alívio encheu seu rosto. Talvez ela pudesse ser amiga deste grande, duro, curtido… e
nada preparado homem gentil. Talvez.
Só deixa de pensar nele como um objeto sexual, e estará bem.
— É tempo da sobremesa. — Ele se levantou. — Vou esquentar no forno.
Enquanto se afastava, ela não pôde evitar comer com os olhos seu traseiro de classe
mundial. Apertado e realçado por sua calça jeans, seu traseiro se via apetitoso. OH, moço. Tanto
por não pensar nele de uma maneira sexual. Sem esperança.
— O que tem para a sobremesa? —perguntou ela
— Bolo de maçã.
— É meu favorito.
— Comprado na loja, mas que diabos. Bolo de maçã é bolo de maçã.
— Lamento diferir. — Seu ser inteiro se rebelou ante a ideia. — Eu faço um bolo de maçã
delicioso. De fato, a venda de bolos no parque virá muito em breve.
— Cozinhará um bolo?
— Não perderia isso.
— Também minha mamãe. Nunca gostou de cozinhar muito, mas decidiu que quer dar à
assada uma oportunidade.
— Bom para ela. Sempre é bom aprender coisas novas.
Ela comeu outro bocado do jantar, enquanto ele pré-esquentava o forno e lia as instruções

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da caixa do bolo.
Ele abriu a caixa e abriu o saco duro. — Esta coisa congelada provavelmente te ofenderá,
então.
— Acredito que posso dirigir. Estou livre de prejuízos quando se trata de uma sobremesa.
Às vezes, o açúcar é a melhor parte.
Sua risada rouca enviou faíscas a dançar através de suas terminações nervosas. Por que o
homem tinha que possuir uma risada deliciosa, também?
Enquanto o bolo cozinhava, retiraram seus pratos e se dirigiram à sala. Trey se acomodou
no sofá e ela se sentou ao outro lado com as pernas cruzadas.
Olivia ficou em um silêncio nervoso, assim começou a conversa com único que ocorreu
dizer.
— Assim é um policial SWAT.
— Até a medula. Hey, tem que vir à competição SWAT no próximo fim de semana.
Teremos alguns eventos no Parque dos Veteranos. Equipes de todo o Estado estarão competindo
contra o Condado de El Torro.
— Que tipo de competência?
— De obstáculos, de manejo de armas de fogo, de rapel. O que seja. — O rosto de Trey
refletia confiança. — Nossa equipe chutará alguns importantes traseiros. Ganhamos três anos
consecutivos.
Seu entusiasmo a fez sorrir.
— É maravilhoso. O que faz na equipe SWAT? Não há diferentes postos de trabalho?
Trey dobrou a perna no sofá para ficar frente a ela.
— Sim. Sou franco-atirador.
Uma estranha, incontrolável excitação rodou através dela enquanto uma tormenta
inesperada surgia.
Franco-atirador. Arrepiante, mas no caso do Trey excitante.
— Aprendeu com os militares?
— Nunca estive no exército. Sempre fui bom com as armas. — Ele cruzou os braços e seus
deliciosos músculos se juntaram e dobraram.
— Esse deve ser um trabalho difícil.
— Pode ser, mas nunca quis fazer outra coisa. — A seriedade de seus olhos, foi substituída
por seu brilho lúdico. — Sempre quis ser bibliotecária?
Ela se voltou para ele, com as pernas sem cruzar agora.

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— Fui à escola de negócios primeiro, logo descobri que a odiava. Convenci meus pais que
tinha que trocar para biblioteconomia.
— Mas você gosta?
— Realmente acredito. Pelo menos até ontem de noite.
— Ouça, isso só foi uma casualidade. Nunca acontecerá de novo.
— Graças a Deus. — Ela colocou seu braço sobre o respaldo do sofá, com os dedos
passando pelo couro marrom escuro—. Por que se converteu em policial?
Os olhos de Trey piscaram para os dela, e logo se afastaram. A relutância queimava ali.
— Cresci em uma casa de loucos e meu pai... — Quando a voz de Trey calou, sua garganta
tragou duro, como se estivesse tragando uma pílula amarga. — Meu verdadeiro pai era um grande
tipo, mas tinha problemas. É uma história longa.
— Seus problemas o fizeram querer ser em policial?
— Não. O homem que me adotou era líder da equipe SWAT do Condado do El Torro.
Meu verdadeiro pai teve um final... ruim. — Sua cara se tornou sombria. — Meu adotivo foi…
assassinado durante uma chamada da SWAT.
Uma profunda empatia até a alma se retorceu em seu coração.
— Sinto muito. Perdeu seus dois pais. Isso é terrível.
Ela quis deslizar sobre ele, tocá-lo, acariciar seu rosto e proporcionar consolo. Não, não
pode. Se o fizer, pensará que quer mais dele do que quer dar. Correrá rápido e longe. Além disso, é
possível que você também queira mais, também.
Ele piscou, tirando a intensidade de seu olhar.
— Sim, foi horrível. Por um longo tempo.
A curiosidade a empurrou a perguntar:
— Foi filho único?
— Até que fui adotado. —Sorriu—. Acredite, foi algo estranho entrar em uma família que
já tinha dois filhos.
— Se deu bem com eles?
Ele sorriu.
— Não.
— Uh, OH.
Trey entrelaçou as mãos atrás de sua cabeça e apoiou as costas contra o braço da poltrona.
— Os primeiros seis meses com minha nova família os desafiei como a merda.
— Eles estavam começando como pais adotivos?

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— Não. Viram-me uma vez, escutaram minha triste história, e colocaram os papéis para
me adotar. Meus pais biológicos nunca estiveram tão contentes de ver as costas de alguém.
— OH. — O que outra coisa podia dizer? — Assim que seus pais adotivos foram muito
valentes.
— Teriam que ter conseguido uma condenada medalha depois do que os fiz passar.
Surpreende-me que não me tivessem levado de volta, como a um salmão.
— O que fez?
— Fui uma verdadeira dor no traseiro. Tratei de não ir à escola, metia-me em problemas, o
que fosse. Estava no caminho de me converter em um delinquente por completo.
A curiosidade a feriu profundamente no interior, exigindo que descobrisse palmo a palmo
de por que tinha dado a sua família adotiva tantos problemas.
— Estava zangado por ter perdido a seus pais verdadeiros?
Uma inegável dor cruzou seu rosto.
— Estava com raiva por tê-los perdido. Tinha quatorze anos, era rebelde, e tinha uma
atitude de merda.
Olivia se moveu no sofá.
— Acredito que posso imaginá-lo dessa forma.
— Ah, sim? — Ele se inclinou e apoiou os antebraços sobre suas coxas. — Com uma
atitude de tome ou me deixe?
— É óbvio. De fato, ainda posso ver algo disso em você. Acredito que pode te ter feito um
bom policial.
Os olhos de Trey demonstraram a verdade, e ela viu a curiosidade mútua afiançar.
— Talvez. Não pensei muito nisso. Trato de não estar tão zangado como aos quatorze
anos.
— Castigavam-no quando foi menino? Acha que foi responsável pelo o abandono de seus
pais?
O reconhecimento floresceu em seus olhos.
— Provavelmente. Era uma verdadeira merda. Jogava às pessoas umas contra outras. Era
um manipulador.
— Seus pais adotivos devem ter visto algo em você que valia a pena salvar.
Deu um sorriso torcido.
— Viram? Ou sentiram pena de mim?
Isso tomou por surpresa, e franziu o cenho. Ela examinou o sofá de couro, olhando para

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qualquer lugar, exceto a seus olhos.


— Duvido que sentissem pena por você. Compaixão. Um desejo de te ajudar. E tenho
certeza de que cresceu até tornar-se amor.
Quando ela se atreveu a olhar seus olhos, seu olhar estava cheio de calor.
— Obrigado. Sei que me amavam. Demonstraram isso em milhares de formas. — Esfregou
a mão sobre sua mandíbula. — Às vezes deixo que o cinismo comande. Ajuda-me na aplicação da
lei, entretanto.
— Toda pessoa tem traços que ajudam ou obstaculizam seu trabalho.
— Igual a sua maneira tranquila, quase tímida te ajudou na biblioteca?
— Essa é uma boa analogia. Embora não acredito que seja tão tranquila ou suave como
pode ser que pense.
A picardia aumentou em seu olhar.
— Eu gostaria de averiguar.
Um rubor esquentou a cara. Advertência. Advertência. Implementar técnicas de evasão.
— Assim me diga algo mais sobre sua família.
Ele deixou escapar um longo suspiro.
— Meus irmãos adotivos são policiais, como mencionei antes. Mick é o mais velho, e
Craig o mais jovem. Minha mãe adotiva é grandiosa. E a amo.
Seu olhar se ampliou um pouco enquanto se encontrava com o olhar de Olivia, como se
não pudesse acreditar que tivesse revelado tanto.
Ele não disse uma só palavra, e ela recebeu a mensagem alta e clara.
— Não precisa me dizer mais, se for muito doloroso.
Ele negou.
— Não é mais tão doloroso.
Pela escuridão persistente em sua expressão, ela não acreditou em nenhuma palavra disso.
Enquanto o bolo cozinhava, trocaram sua conversa a eventos locais. Ela descobriu que ele
amava futebol e ela também, ambos não eram muito adeptos ao futebol americano, um sacrilégio
para os irmãos de Trey. Ele odiava o golfe, e a encantava. Ambos amavam ler ficção científica, e
ela também devorava livros românticos, que não eram de muito ampla difusão na Inglaterra. Ela
não podia esquiar bem, e ele se comprometeu a levá-la pra esquiar esse inverno nas ladeiras
próximas a Gold Rush. Concordaram, depois de provar o bolo, que não podia competir com a
caseira.
Em pouco tempo, ela bocejou e decidiu que precisava dormir. Levantou-se da mesa e

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empilhou seu prato e garfo na lava-louça.


— Será melhor que volte para casa. Esta noite espero ter um pouco de sono de qualidade.
Ela começou a passar ao seu lado na cozinha, quando ele estreitou sua mão e a puxou para
ele. O que estava fazendo?
— Espera. Não vá ainda. — O calor em seus olhos indicava problemas — Seguimos sendo
amigos?
— É claro. Por que não o seríamos?
— Sei que as coisas saíram mal ontem à noite e esta noite, também. Não quero que pense
que estou te rechaçando como mulher. Porque é inteligente e bonita e...
— Agradável?
— Sim.
— Maldição, Trey MacGilvary, é o homem bruto mais inteligente que conheci.
Sua boca se abriu.
— O que?
Ela franziu o cenho, e seu cenho franziu também, o que dizia que seria melhor que tivesse
uma explicação. Mas a forma como mão a estava tomando sua cintura a distraiu. O calor único de
seu corpo perto do seu confundia sua cabeça, bom, o homem cheirava e se via tão delicioso que
poderia tê-lo comido para a sobremesa. Em sua imaginação, ela o viu nu em uma cama, com seus
braços e pernas abertas com abandono, com seus malvados olhos brilhando. E ela tinha uma lata de
chantilly e estava preparada para…
Não. Vá. Ali.
Ela se afastou, de retorno à sala e fora de seu alcance.
— Trey, não tem que seguir remarcando o ponto onde deseja que sigamos sendo amigos,
mas não quer sair comigo. Encontra certo tipo de mulher atraente. Eu não sou uma 38 duplo D13,
magra, de pernas longas como um puro sangue. Nunca fui e nunca serei.
Ele se aproximou dela, e ela rodeou a borda do sofá.
— Olivia...
— Sou 34B14, de altura média, com um aspecto médio de mulher. Não sou feia, nem
tampouco para cair morto…
— Isso não é assim. — Seu cenho suavizou, em desacordo e com ira em seus olhos. Sua
boca era uma barra sólida de desaprovação. — Sou um homem, assim sim, noto às mulheres bonitas
e estou acostumado a apreciá-las. Mas a beleza não é a única coisa que eu gosto de uma mulher.

13
Tamanho de sutiã. O tamanho 38 refere-se 83 a 87 centímetros e o duplo D a largura de 110 a 112 cm.

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Ela chegou à parte frontal do sofá quando ele tomou sua mão e a atraiu para si.
— Deixa de fugir. — Sua voz tinha um som rouco que a estremeceu e fez que seu interior
borbulhasse.
Suas palavras seguintes escaparam sem premeditação.
— Por que me persegue, Trey, quando quer que vá?
— Olhe, isso é tudo. Deveria ir. Deveria querer que o faça. — Tomou a parte de trás de seu
pescoço. — Mas não posso evitar. Tenho que fazer isto.

Capítulo Seis

Olivia sabia o que ele desejava, e, entretanto, a pegou por surpresa. Não tinha decidido ele
que não deveriam fazer isto?
Quando seus lábios encontraram os dela, ela esperava que desse um ligeiro e amigável
beijo. Uma comemoração à amizade e o reconhecimento de um pequeno, pequeno, minúsculo,
fragmento de atração.
Em troca, sua boca a moldou e a acariciou, depois sua língua se afundou em seu interior
com uma quente, deliciosa estocada. Ela gemeu brandamente enquanto o sensual escorregar de sua
língua contra a dela a levava mais profundamente em seus braços. Ele a apoiou sobre seu largo
peito. Suas mãos deslizaram sobre seus ombros, sentindo sua força que ondulava e se franzia sob
seu tato. Seu poder, sua capacidade para levar seu temor a um nível fundamental, entretanto,
emocionava-a com uma sacudida selvagem todo o caminho até os dedos de seus pés.
Sem resistir ela foi absorvida pelo beijo, devolvendo a paixão, encontrando sua língua
enquanto imitavam com elas um encontro mais carnal. Cada movimento de seu corpo criava uma
sinfonia de desejo, um poderoso desejo de conectar-se. Sua ereção pressionou contra seu ventre, e
ela jogou com ela com um movimento de seus quadris. Seu calor tragou seu medo até que nada
pareceu importar, exceto expressar sua relação física e deixando que continuasse onde quer que
desejasse ir, aos limites da terra ou mais à frente.
Ele arrancou a boca dela e enterrou seus lábios em seu pescoço. Enquanto seu fôlego
quente chispava sobre sua pele, ela ofegou. Emoldurou o traseiro, com suas mãos amassando um
segundo antes das deslizar sobre seus quadris. Sua atenção vagou por toda parte, por seu cabelo,
pescoço, subindo para sua caixa torácica. Jogando perto de seus peitos, mas nunca o tocando
totalmente, persistente sobre seus ombros enquanto sua boca deslizava de sua garganta a seu

14
O 34 refere-se a 73 a 77 centímetros e o B 89 a 91 centímetros de largura.

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ouvido.
— Deus, é deliciosa. — Gemeu ele em voz baixa, e esse gemido animal atiçou o fogo até
que transbordou.
Ela se aferrou a Trey, sustentando-se ao que sentia, mas sem entender.
—Não. — Ele rompeu o contato afastando-se. — Maldição. — Deu um passo atrás quase
um metro, com seu peito movendo-se para cima e abaixo, com as mãos pendurando aos lados. —
Sinto.
Ficaram olhando o um ao outro, e dentro de seus olhos ela viu que ainda a desejava.
Seus olhos revelariam o mesmo? Finalmente, ela se separou de seu olhar hipnótico.
— Meu casaco.
— É óbvio. — Ele se apressou para o armário.
Enquanto esperava que ele retornasse, ela se deu conta de que as mãos tremiam. Mas não
de medo.
Mas sim da paixão abortada.
Trey entrou na sala de estar. Enquanto ela colocava o casaco, ele colocou as mãos em sua
calça e ficou olhando o chão.
— Olivia... eu... olhe, não há desculpa para o que fiz. Dei um beijo quando prometi…
— Não. — Ela sacudiu uma mão detendo as palavras que ele estava dizendo e palavras
audazes saíram de seus lábios—. Não tome mais culpa do que tem. Eu te beijei também. Deixei que
me beijasse. Se fosse o tipo de mulher que fode a um homem só porque o encontra fisicamente
atraente, então estaria... provavelmente estaríamos na cama agora mesmo, não?
Ele a olhou durante uns segundos antes de assentir, com um movimento quase
imperceptível.
Ela pegou sua bolsa e a pendurou sobre o ombro. Olhou abaixo para sua calça preta, logo a
arrumou para encontrar-se com seu olhar fixo.
— Tem razão, Trey. Isto não funcionaria para nós. Queremos coisas diferentes.
Seus lábios se abriram, com uma declaração clara em seus olhos, mas ela deu a volta.
Abriu a porta e saiu.
— Espera — disse —. Deveria te acompanhar até seu carro.
— Trey…
— Siga a corrente, de acordo. Por motivos de segurança.
Ele colocou os sapatos e se dirigiram para o estacionamento. A noite cheirava a frescura e
a frio, com a promessa do inverno. Olivia não podia apreciar o limpo aroma ou às estrelas piscando

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em um tapete de céu negro. Por dentro ela se retorcia de confusão e emoções que não queria
reconhecer.
Ela abriu seu carro e entrou.
— Boa noite, Trey.
— Dirige com cuidado.
Ela fechou a porta, pôs a trava, e colocou o cinto de segurança. Todas as coisas
automáticas que fazia todas às vezes que entrava em seu carro. Entretanto, enquanto dirigia
afastando-se de Trey, sua mente não pôde evitar envolver-se ao redor de sua estranha relação com o
audaz e sexy policial.
Não têm uma relação, lembra? Ele não quer uma.

*****
O homem apontou impecavelmente com o rifle de franco-atirador à mulher no carro,
dirigiu a vista ao melhor lugar para matá-la. Através de sua orelha direita. Ela morreria
imediatamente, e se as coisas saíssem bem, a bala poderia passar através de seu crânio e entrar no
MacGilvary enquanto ele permanecia de pé junto ao carro.
O dedo do homem fez um movimento. Podia disparar o tiro agora mesmo. Poderia fazê-lo
e pôr fim à fúria que desencadeava em seu interior a cada dia que passava. O muito sacana tinha
tomado uma oportunidade desse tipo não fazia tanto tempo. Sentiria a mesma dor ao ver essa
mulher morrer? Ou cairia ao chão retorcendo-se de dor e só preocupando-se consigo mesmo?
A irritação fervia a fogo lento no interior do homem, até chegar a ser uma ebulição
constante, uma fermentação da perda de algo e da necessidade de vingança. Sua restrição pendurava
em um fio tênue. O que faria o policial se disparava à mulher nesse momento? O instinto dizia ao
homem que disparasse e que iniciasse a guerra com MacGilvary e com seus seres queridos. Depois
de tudo, MacGilvary tinha declarado a guerra a ele e a seus entes queridos.
O homem vacilou. Sobressaltado.
Observou à mulher que se afastava conduzindo.
Quase como se tivesse mente própria, a mira se concentrou na cabeça de MacGilvary.
Sim.
Faz o disparo.
Faz.
Termina com isto de uma vez por todas.
O homem baixou o rifle de franco-atirador e o colocou junto a seus livros de jardinagem.
Ao diabo com MacGilvary. Será um homem morto muito em breve.

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*****
—Olá, mamãe, como estão às coisas? —Olivia engoliu duro, com a boca tão seca como os
ossos que estiveram enterrados no deserto durante um século.
—Estamos esplendidamente, querida. Seu pai está bem. Lamentamos que não tenha podido
vir à Inglaterra este mês. —Sua mamãe suspirou através da linha do telefone, com o som irrefutável
que as mães utilizavam durante um milênio para expressar seu descontentamento sem ter que
declarar seu descontentamento. —Tem certeza que não quer voltar para Huntingdon e encontrar um
posto diferente?
Olivia alcançou a lata do refrigerante na mesa junto ao sofá.
— Sabe que não posso fazer isso. Todos aí pensam que estou mal da cabeça.
— Bom... — A voz de sua mãe foi se apagando, e Olivia soube que as advertências de sua
mãe apareceriam logo. — Carinho, tem que admitir que suas ações causaram certo…
descontentamento...
Por todos os infernos! Sua mamãe não podia simplesmente deixar sair seus verdadeiros
sentimentos com um pouco de fogo? Sem esfriar tudo, como mingau frio?
Olivia se levantou e caminhou para janela através da qual se observava uma vista fantástica
das montanhas que rodeavam Gold Rush em uma serenidade segura e formosa. Sabia que tal
tranquilidade poderia romper-se e cair em qualquer momento, mas optou por não fazer insistência
em coisas que poderiam acontecer. O robusto individualismo desse lugar conseguiu chegar a seu
coração. Por muito que amasse a Inglaterra, não queria voltar a viver ali. Ao menos não ainda.
Correto. É por isso pelo que não pode conseguir tirar Trey de sua cabeça.
— Olivia?
A voz de sua mãe a trouxe para o presente.
— Sinto muito, mamãe. Estava pensando.
— A respeito de retornar a Inglaterra?
Olivia lutou contra seu temperamento.
— Me pressionar sobre o tema de retornar a Inglaterra não funcionará.
Sua mamãe limpou garganta.
— Seu pai sente saudades.
E você, mamãe?
— Me diga, como está papai realmente?
— De mau humor. Embora seu remédio sempre parece deixá-lo assim.
— Não foi ao médico? Parece ser um efeito secundário estranho aos medicamentos para a

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artrite. Deveria fazer um exame médico.


— Já o conhece.
Sim. Ela o conhecia.
— Posso escutá-lo agora. “Sou teimoso como um touro, e quase tão feio como um,
menina”.
— Isso é o que diria.
Olivia olhou para o céu, o qual estava escurecendo, e pediu um desejo, uma oração se é
que isso era melhor, para que seu pai visse a luz e se desse conta de que rejeitar, não ajudaria a sua
artrite.
Ela voltou seus pensamentos ao seguinte elemento. Realmente, de verdade que não queria
dizer a sua mamãe sobre o ataque de Cohen.
— Pensei que te havia dito o que aconteceu a semana passada.
— Passou? —a pergunta de sua mãe soou fria.
Explicou sem muitos detalhes, como Cohen a tomou como refém.
— Olivia, isso é espantoso. Terrível. Deveria ter ligado imediatamente. — Era curioso
como a voz de sua mãe não mudou, e não soava preocupada. Não, não havia nada mais que
condescendência ali.
— Teria feito, mas se conheço papai, ele saltaria em um avião.
— Tem razão, ele teria feito.
Olivia tomou um último gole de sua lata de refrigerante, e logo se dirigiu à cozinha.
— Cohen se encontra no cárcere a espera de seu julgamento.
— Não foi ferida?
— Deu-me um golpe na cabeça. Mas um amigo ficou comigo essa noite para assegurar-se
de que estivesse bem. E sim, estava.
— Graças a Deus. Tem certeza de que está bem? Depois de que Cameron quase morre...
Por favor, não o faça, mamãe. Por favor, não converta isto em algo sobre Cameron. O
passado é o passado. Por favor, só deixa.
— Depois de que Cameron quase morre deveríamos ter tomado esse aconselhamento —
disse Olivia. — Teríamos economizado um montão de dor.
—Seu papai nunca permitiria.
A frustração rugiu de algum lugar, emboscando Olivia com a força de um animal.
— Podia ter ido por si mesma se desejasse. Podia cuidar de suas necessidades emocionais.
Ninguém está te detendo.

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— Não quero falar disso.


Olivia jogou para trás a cabeça e olhou o teto, tomando uma baforada de ar para afogar a
cruz que levava sobre ela como uma criatura vivente.
— Muito bem.
— O que faça por si mesma está muito bem, mas seu pai e eu não acreditamos que
derramar nossos pensamentos a um estranho seja sempre a melhor maneira de dirigir uma situação.
Olivia estava acostumada aos modos frios de sua mãe, mas desejava como o inferno ter
descoberto a maneira de regular sua própria irritação quando sua mãe agia dessa forma.
— Sempre foi excelente cuidando de si mesma — disse sua mãe em voz baixa.
As palavras de sua mãe, embora talvez não com uma intenção de incomodá-la, fizeram-no.
Um observador casual não tivesse podido perceber as sutis burla de sua mamãe e seus avisos do
passado. Era espantoso como uma mulher tão emocionalmente constipada como sua mãe sempre
podia acusar Olivia de ser sempre a mesma.
Era hora de cortar com esse assunto.
— Tenho que ir, mamãe. Saúda papai por mim.
— Foi um prazer falar contigo, Olivia. Ligue logo.
Depois de que Olivia devolveu o telefone sem fio à base da cozinha, ficou vendo fora pela
janela da cozinha até que uma estranha sensação rodou por suas costas. A parte de atrás de seu
pescoço lhe picou, com uma consciência estranha arrastando-se e rodando sobre ela em uma onda
nauseabunda. Procurou na paisagem exterior, mas não viu nada, exceto o apartamento em
construção do lado. Ninguém a observava de nenhuma das janelas, mas a inquietação ficou como
sua companheira constante.
Fechou as escuras e grossas cortinas de renda irlandesa sobre a janela. Foi pelo resto da
casa assegurando-se de ter fechado cada janela e ter passado o ferrolho, e de ter fechado cada
cortina.
O telefone tocou e Olivia se apressou a tomar o sem fio que tinha em seu quarto.
A voz de Maddie soou através do telefone rapidamente.
— Olá, como está?
— Bem. Agora.
— Agora? Não estava antes?
— Estava falando com minha mãe.
Maddie se queixou.
— Ah. Não diga nada mais.

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— Ainda jogaremos às cartas esta noite?


— Que tal se fizermos algo diferente. Meu filho me trouxe alguns DVDs para assistir. Não
são os que eu gosto sempre, mas sei que você gosta dos filmes de ação e aventura. Pensei que
poderíamos dividir a pipoca. Você poderia me educar a respeito de por que estes filmes de disparos
são tão populares.
Olivia sorriu.
— Parece como uma ideia excelente. Vou para aí.
Vestida com seu suéter leve, mas confortável e calça jeans, com seu cabelo preso em um
coque, Olivia pegou sua bolsa e moveu seu traseiro pela porta. Maddie já tinha sua porta aberta e
ela entrou.
À medida que fechava a porta de entrada, Maddie a viu e sorriu. Olivia se inclinou para
abraçar a sua amiga, que estava sentada em sua cadeira de rodas como se fosse um trono.
Maddie manobrou sua cadeira de rodas para a cozinha.
— Entra, entra, Jaan. Tenho sangria preparada, a pipoca está na mesa do café, e os DVD
estão empilhados também. Qual quer ver primeiro?
Olivia jogou sua bolsa sobre uma cadeira e se sentou no sofá. Sorriu enquanto via o
confortável entorno. De algum jeito sempre se sentia melhor nesse apartamento que no dela. O
estilo antigo de Maddie se mostrava nos estampados exóticos da parede representando cenas da
Índia, seus móveis tinham um brilho exótico, e todo o apartamento se sentia tão acolhedor como
sempre. Por sorte, esse complexo de apartamentos tinha umas poucas unidades desenhadas para
pessoas em cadeiras de rodas e outras deficiências, e Olivia se sentia contente por que Maddie
encontrou este lugar. Não só por Maddie, mas também pelo fato de que Olivia a conheceu devido a
ele.
Olivia revisou os DVDs. —Temos Força Delta, Velocidade, SWAT, e Sahara.
— Eu gosto de todas, salvo Força Delta. — O estômago fez um nó ao pensar em
Velocidade e SWAT. Ambos os filmes tinham oficiais do SWAT nelas—. Acredito que devemos
ver Sahara.
— Temos um trato. —Maddie rodou dentro da sala de estar.
— OH, sinto muito. Deixa que te ajude com as bebidas.
Depois de ter a comida preparadas e a bebida e com o DVD já metido na máquina, Maddie
utilizou seus fortes braços para balançar-se no sofá. Em momentos elas estavam instaladas no céu
dos filmes, rindo dos momentos de humor e emocionando-se com as aventuras. O filme terminou e
os créditos começaram a rodar.

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— Isso foi divertido. — Maddie colocou o copo de sangria em uma montanha sobre a
mesa. Inclinou a cabeça para trás e fechou os olhos—. Agora, quer-me dizer o que é o que está
errado?
Olivia deveria ter sabido que sua amiga se daria conta. Maddie abriu seus olhos cor
marrom escura e tirou seu cabelo branco e negro que chegava até os ombros.
Maddie não parecia ter muito mais de cinquenta anos, embora confessava que tinha
sessenta e oito. Inclusive seu cabelo cinza dava um brilho prateado, quase celestial. Umas poucas
linhas ao redor dos olhos também traíam sua idade. Nem sequer uma cadeira de rodas poderia deter
essa indomável dama.
Olivia tomou um gole de sua segunda taça de sangria para ganhar tempo.
Como responderia?
— Não posso ocultar nada de você.
— Maldição, claro que não pode. —Maddie piscou um olho. — Agora me diga o que pôs
esses círculos sob seus olhos e esse olhar triste.
— É tão óbvio?
— Muito. É pelo da biblioteca e o que aconteceu com esse senhor... como se chama?
— Cohen?
— Não. O ajudante do Xerife. Que te atrai.
Aniquilada, Olivia olhou sua amiga durante vários segundos antes que pudesse formar uma
palavra.
— Eu não estou... bem, está bem, sinto-me atraída por ele. Mas ele não está interessado,
por isso isto não irá mais longe. Tivemos um jantar, falamos, nós... — calou-se.
Maddie, que sempre era travessa as relações, inclinou-se para diante.
— Vocês o que?
Olivia lançou um olhar sufocado.
— Não fizemos outra coisa mais que falar e nos conhecer melhor. Ele está interessado em
mulheres que não querem uma relação permanente. Tem medo de que fique muito apegada a ele.
Os olhos de Maddie arregalaram enquanto tomava um punhado de pipoca e as fazia ranger
ruidosamente. — Ele disse isso?
— Disse-me que gostava das coisas fáceis e sem compromisso em uma relação. É um
homem honrado muito agradável, mas está procurando uma foda fácil e sem ataduras. Assim não é
para mim.
Maddie acabou de fazer ruído com sua pipoca antes de dizer:

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— Ele disse que estava procurando sexo fácil?


— Não. — Olivia pôs os olhos em branco e suspirou.
— Confessa, Jaan. Há algo que não me está dizendo. Dormiu com ele?
— Deus, Maddie. É tão direta.
Um grande sorriso enrugou a cara da mulher maior, e seus olhos brilharam.
— E sou curiosa, também. Mas isso já sabe.
— Não dormi com ele. Nós só... — Olivia sentiu um rubor esquentar suas bochechas, mas
não soube por que. Sempre tinha sido aberta com Maddie e se sentia confortável ao contar suas
coisas. O que era diferente nesta ocasião?
— Fizeram o suficiente para saber que estão fisicamente atraídos um pelo outro.
— O suficiente para que eu tenha descoberto que ele é um homem quente e sexy. Mas isso
não quer dizer que se sinta atraído o suficiente por mim. Se estivesse, não seguiria retrocedendo.
— Está seguindo?
Olivia começou a rir e quase deixou cair a pipocas que pegou da grande tigela entre elas.
— Não sou uma perseguidora.
— Sabe o que quero dizer, Jaan.
— Não.
Maddie suspirou.
— Pensou que poderia ser bom para você ter sexo com ele sem nenhum tipo de
compromisso?
Olivia ficou boquiaberta, e emitiu um som de surpresa. Sem poder formar nenhuma outra
palavra.
Maddie deslizou até a borda do sofá e se lançou à cadeira de rodas. Manobrou ao redor da
mesa e se dirigiu para a televisão e ao reprodutor do DVD.
Manteve-se ocupada tirando o DVD.
— Lamento soltar isso de repente. — Maddie olhou para cima. — Não, não faço. Chega
um momento na vida de uma mulher, que embora ela não encontrou ao amor de sua vida, tem que
resolver de uma vez e ter um pouco de prazer. Esta poderia ser sua oportunidade.
Rebelando-se contra a ideia mesma, Olivia disse:
— Não brinco com os homens, Maddie. Já sabe—. Secou as mãos com uma toalha de
papel. — Quando fui adolescente decidi que o sexo sem sentido não era para mim. Além disso, não
posso ter um namorico com um homem que não quer um.
— Pensei que havia dito que ele queria sexo sem compromissos?

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— Sim, mas não comigo porque sabe que quero mais de um homem que uma transa de
uma noite.
— E ele acredita que a única maneira em que você terá sexo é se tiverem um compromisso.
— Sim.
— Tentou uma vez, não?
Olivia sentiu que suas bochechas se enchiam de cor de novo.
— Conhece a história.
— Sim, mas acredito que está se definindo por esse evento em particular. Está permitindo
que a única vez em sua vida em que perdeu o controle, onde se sentiu mais necessitada e se voltou
um pouco louca dite o resto de sua vida.
— Maddie, pensei que isso era o que significava amadurecer? Assumir a responsabilidade
de sua vida?
— Assumir a responsabilidade não significa extrair o desfrute e a faísca de sua existência.
Escuta, o que vou dizer-te, nunca disse a ninguém mais. — Maddie pôs os DVDs no armário
situado frente à televisão. Sintonizou a televisão em uma estação digital de rádio que oferecia uma
variedade de música. — Quando era jovem, tive uma aventura sem sentimentos, e foi o melhor que
fiz.
Uma vez mais, Olivia se encontrou com a boca aberta, com sua mente aniquilada.
— Ah, sim?
Maddie manobrou para o sofá, mas desta vez ficou em sua cadeira de rodas. —Inclusive eu
tenho alguns segredos. Lembra-se que te contei a respeito de escapar da Índia com meus pais depois
de que os radicais tomaram nossa cidade?
Olivia apertou o copo de gelo e assentiu.
— Como poderia esquecer? Tinha vinte e oito, não?
A tristeza entrou nos olhos da mulher, e ela sentiu o peso em Maddie antes que sua amiga
pudesse contar a história.
— Vinte e oito anos. Meu prometido Saakaar tinha morrido no ano anterior lutando contra
os radicais. Pensei que nunca amaria de novo. Mas quando conheci Kanal, fascinou-me. Atraía-me
enormemente, muito mais do que nunca me senti atraída por meu prometido. Frequentemente em
nossa cultura o amor sexual não é visto do mesmo modo que na América.
Olivia assentiu.
— Quer dizer que aqui é exagerado e a gente tem medo ao mesmo tempo. Há um elemento
puritano. Não posso acreditar quanto medo podem ter os americanos ao sexo. Preferem ver cair

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vinte bombas em uma cena de amor que uma cena de sexo gráfico.
Rindo, Maddie alcançou sua bebida e a levou aos lábios.
— Isso é verdade, às vezes. O que experimentei com Kanal foi muito mais intrigante, mais
esclarecedor, mais agradável que qualquer relação que tenha tido antes ou depois.
— Do tipo de satisfação do Kama Sutra? — Olivia piscou a sua amiga, com um sorriso
fixo em seus lábios.
— Melhor.
— O que tem isso que ver com minha situação?
— Sente-se atraída por um homem que te deseja. Você o deseja. Quanto tempo passou da
última vez que teve sexo?
— Maddie!
— Sinto muito, sinto muito. Mas é uma pergunta relevante.
— Desde que fui da Inglaterra.
— Ah, assim mais de seis meses de celibato.
— Mas bem como um ano porque Randy estava... não esteve tão interessado no sexo até o
final da relação. Mas não vou correndo até Trey MacGilvary e direi que quero ter sexo com ele.
Não me trairei dessa maneira.
Maddie suspirou e inesperadamente algumas lágrimas brilharam nos olhos da mulher.
— Isso depende de você, mas acredito que se ambos derem outra oportunidade, é possível
que descubram coisas sobre vocês que nunca esperariam. Já vê, Kanal e eu tivemos sexo. Mas logo
nos apaixonamos.
Olivia nunca escutou isso de sua amiga e se deu conta de que Maddie não diria se não
acreditasse que era importante. Olivia deixou o sofá e caiu de joelhos diante de sua amiga. Tomou
as mãos.
— OH, Meu deus, Maddie. O que aconteceu? Por que não está com você agora? — Olivia
temia saber a resposta.
— Quando os radicais chegaram e incendiaram sua casa, fizeram mais que me disparar um
tiro nas costas. Mataram-no. Mataram-no da forma como assassinaram Saakaar.
As lágrimas embaçaram a visão de Olivia quando viu as horríveis lembranças encher os
olhos do Maddie.
— Sinto muito. Isso foi quando você e seus pais deixaram a Índia?
— Sim.
— Por que não me disse isto antes?

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As mãos de Maddie se apertaram com a força suficiente para machucar por um segundo.
—Porque não penso muito nisso. Tenho uma boa vida. Bons amigos. Meus pais são
velhos, mas ainda estão vivos. Tenho minha saúde—. Sorriu—. Vivo cada dia como se fosse o
último. Foi horrível perder Kanal, mas estou agradecida pelo tempo que passei com ele. Apesar de
que nunca nos casamos, e que começamos com uma atração física, isso se converteu em algo mais,
porque permitimos que nossos sentimentos fluíssem. Por ter dado a nossa atração uma
oportunidade. Se se tivesse apagado e nunca tivesse chegado a nada mais, teria sido o final disso.
Assim como foram as coisas, aprendemos mais a respeito de nós mesmos no caminho. Não me
arrependo de nenhum dia que passei junto a ele. Tive meu filho como resultado de nosso enlace.
A trágica história de sua amiga, a encheu de desejo e esperança, deu a Olivia algo para
refletir.
— Trey parece pensar que sou o estereótipo ridículo da mulher inglesa. Delicada e frágil.
Como falei antes, não sou seu tipo.
Maddie soprou e tirou sua mão das de Olivia.
— Aqui, me dê essa jarra para poder fazer mais sangria. — Maddie foi à cozinha, enquanto
que Olivia a seguia. — Ouvi que há uma competição da SWAT na cidade este fim de semana.
— O que? O que tem isso que ver com o que estávamos falando?
Maddie tirou os ingredientes para a sangria de sua geladeira, enquanto que Olivia
sustentava a porta do mesmo. Maddie colocou os ingredientes ao azar na jarra.
— Seu homem está na equipe?
— Sim. — Balbuciou Olivia. — E ele não é meu homem.
— Aposto que sim. Que está na equipe, quero dizer. Tenho duas entradas, mas não
acredito que possa ir. Meus pais querem que vá a Denver vê-los. — Maddie pegou sua bolsa da
pequena mesa da sala e pinçou dentro dele—. Ah, aqui estão. Leva isso. Convida a uma amiga ou
vá por sua conta e desfruta da vista de toda essa carne masculina exibindo-se.
Olivia ficou olhando fixamente as entradas como se tivessem dado uma serpente. A
suspeita se elevou em sua cabeça.
— OH, espera, comprou estas com a intenção de não ir, pequena desgraçada.
Maddie moveu as sobrancelhas.
— Me processe. Agora tome e as desfrute.
— OH, não, não, não. — Olivia retrocedeu afastando-se. — Na Inglaterra cometi um
engano como este e olhe aonde isso me levou.
— Aprendeu uma lição, mas nesse caso não se tratou de uma boa lição. Perdeu seu

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caminho com esse homem na Inglaterra, mas isso não deveria ter destruído sua confiança em todos
os homens para sempre. Pode confiar no Trey?
— Bem, poderia confiar minha vida. Mas meu coração... — Olivia sacudiu a cabeça. —
Irei em seis meses, Maddie. Não tem sentido procurar começar uma relação com um americano.
A impaciência e a diversão brigaram no rosto de Maddie.
— É tão formal, Jaan.— Ela gemeu e levantou as entradas de novo. — Minha amiga
Sylvia me comprou isso, porque sabe que eu gosto de apoiar eventos de caridade. Além disso, ela
também sabe que eu gosto de ver os quentes meninos SWAT. Já que não posso ir, ao menos saberei
que alguém mais está desfrutando de ver quentes meninos SWAT.
— Que menina malvada. Nunca saberia. —Olivia pegou entradas.
— Pode ser que seja velha, mas não estou morta. Agora as desfrute.
Olivia entrou na sala de estar e as colocou dentro de sua bolsa. Voltou-se de novo para
Maddie, enquanto a mulher de mais idade retornava à sala de estar com a sangria.
— Não entendo como ver quentes meninos SWAT curará o que supostamente me aflige.
Maddie voltou a encher os copos.
— Bem, olha desta maneira. Inclusive se não atrair a atenção de Trey, encontrará outros
quentes meninos SWAT ali que sim possam estar interessados em um compromisso a longo prazo e
no sexo .
Olivia começou a rir.
— É uma coisinha peculiar, Maddie Chopra.
— É óbvio que sou muito peculiar. Agora ligamos a televisão e vejamos o filme do
SWAT. Acredito que necessito uma dose do Samuel L. Jackson.
— O que acontece a Colin Farrell?
— Ele está bem, também.

Capítulo Sete

Trey sabia que alguém o observava enquanto fazia alongamentos nas linhas laterais de
onde ocorreriam as competições do SWAT no Parque dos Veteranos. Trocou no vestiário a
camiseta branca e calça curta da marinha que dizia SWAT em uma perna, por uma calça azul
marinho dos SWAT, botas e colete tático. Uma manhã de outubro excepcionalmente quente
fazendo suar seu lábio superior.
Se limpou enquanto olhava a multidão. O parque transbordava de espectadores, com seu

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constante falatório e comoção. No ano passado não prestou muita atenção à multidão. Este ano, uma
sensação de instabilidade ondulava de cima a baixo por suas costas. Odiava esse sentimento; a
inquietação não entrava muito seguidamente ou nada em sua vida. Embora esse sentimento não se
parecia com o medo, pressentiu que alguém por aí misturado na massa o odiava. Não aos policiais
em particular.
Só a ele.
Um conjunto de degraus estava de pé em seu lado do campo, contendo em sua maioria a
esposas, noivas e crianças. Outros espectadores optaram por estar atrás da linha marcada.
Olhou para a multidão com suspeita. Perguntou-se se sua mãe biológica teria ido vê-lo,
mas só viu sua mãe adotiva na segunda fila com a esposa de Dace, Mary e a noiva de Mick, Celeste.
Tira da cabeça. Lembra que a equipe te necessita e que você necessita à equipe. Agora
não é momento de enlouquecer por nada.
O evento reunia uma enorme quantidade de dinheiro cada ano para uma meia dúzia de
obras de caridade.
Os Departamentos da Polícia e do Xerife ao redor do Estado desfrutavam da competição e
adoravam a oportunidade de fazer dinheiro para as viúvas e os órfãos, além da organização contra a
violência doméstica que sempre estava necessitando dinheiro.
Trey gostava de ser parte dessa ajuda.
Embora na atualidade seu corpo e sua mente não estavam muito à altura.
Não dormiu ontem à noite nem um maldito momento. Ou na noite anterior. Ou na anterior
a essa. Esperava que a sonolência não arruinasse suas possibilidades de ajudar à equipe SWAT de
El Torro a ganhar este ano. Com dez equipes ao redor do Estado juntos, a competição seria feroz.
O dia começou com um desafio físico. Tinham demonstrado a força e flexibilidade de seu
corpo individualmente e por equipes. O primeiro lugar de aptidão individual tinha sido para seu
irmão Craig, que se exercitava como um demônio. O segundo lugar tinha sido para Trey, e o
terceiro para Dace. Competidores de outras partes do estado chegaram a completar o resto dos dez
primeiros postos. Quando tudo esteve dito e feito, a equipe SWAT de El Torro tinha a pontuação
mais alta pela condição física em geral. O fato de que El Torro ocupasse os primeiros cinco lugares
da competição tinha assombrado à multidão e reforçado os egos. Sabiam, entretanto, que as outras
equipes iriam atrás deles como uma corrida de touros.
Trey se inscreveu para o Super Atirador e Super Policial do SWAT mais tarde nesse dia.
Continuando, El Torro competiria como uma equipe em Resgate de Reféns.
Uma pesada mão pousou em seu ombro, e ele deu a volta, com uma resposta de luta em

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modo automático.
— Alto, alto! — Craig e Mick ficaram ao seu lado, com a diversão muito marcada em seus
olhos.
Ambos se inscreveram nas competições igual a ele; preparados para o evento da Super
Equipe SWAT.
— Está nervoso irmão.
Trey deixou escapar um suspiro.
— Sinto muito.
Mick olhou seu irmão mais novo, com um pouco de preocupação em seus olhos.
— Está bem? Está pálido.
Trey esteve a ponto de admitir a sensação de que uns olhos o olhavam com maldade.
— Não pude dormir bem ontem, isso é tudo.
Kelso chegou com Dace e as brincadeiras começaram.
Kelso lançou a Trey um sorriso.
— É melhor que estejam preparados. Nossas esposas estão nos olhando.
Dace flexionou um bíceps.
— Estejam preparados para dar um espetáculo e ganhar esta competição.
Foi então quando Trey olhou para os degraus de novo e viu Olivia na seção onde se
localizavam as mulheres que babavam por eles, na parte superior. Ninguém estava sentado com ela.
— Quem vê? — Perguntou Mick.
— Olivia Scott. — Disse Trey automaticamente.
— Uh-uh. — Kelso deu a Trey uma palmada no ombro. — Trata de manter o ritmo. É
possível que possa impressioná-la.
Trey franziu o cenho.
— Quem disse que quero impressioná-la?
Antes que alguém pudesse fazer algo mais que lançar um sorriso de sabemos tudo, os alto-
falantes da parte superior dos postos estalaram com as boas-vindas à multidão e dando um
adiantamento do resto dos acontecimentos do dia. O primeiro era o Resgate de Reféns.
Depois de cobrir os olhos com proteção, equipes de seis homens, um franco-atirador e
cinco membros como equipe demonstraram o que sabiam sobre resgates. Cada equipe usava uma
máscara de gás durante o evento. Trey se fez passar pelo franco-atirador, é óbvio, enquanto Dace,
Kelso, Craig, e Mick trabalhavam na entrada. Tudo tinha ido como um relógio, e sua equipe
trabalhou conjuntamente com uma precisão da qual podiam estar orgulhosos. No final do evento

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Trey tropeçou e sentiu seu tornozelo direito torcer. Apertou os dentes ante a rápida dor. A pulsação
surda se manteve, mas a ignorou.
Depois do evento, enquanto os gritos e aplausos da multidão estalavam e davam os
resultados, o olhar de Trey se perdeu nos degraus. Não viu Olivia e a decepção disparou dentro
dele.
Genial. O que esperava? Não deveria me importar, maldição. Não é minha noiva.
Está bem, então possivelmente poderia contá-la como a uma amiga. Ele ainda gostaria de
vê-la.
O ganhador dos Resgates de Reféns foi uma equipe do Departamento do Xerife de outro
condado. Ganharam do El Torro por uma pequena margem. Logo veio uma corrida de obstáculos
que também requereu que ficassem em seus postos de tiro com cada membro da equipe movendo-se
para um objetivo.
Trey gostava muitíssimo mais da parte de disparar as armas, reconhecendo que tinha uma
aptidão para elas.
Especialmente devido a sua habilidade com as armas, a pontuação de El Torro passou as
pontuações da equipe mais próxima e El Torro foi o ganhador do evento.
Passaram ao seguinte evento, o de Resgate de um Oficial. Voaram através dele, arrumando
em um campo difícil atacando objetivos múltiplos com diferentes armas e resgatando um oficial
caído em um ambiente químico simulado. O tornozelo de Trey doía, era uma dor que pulsava, mas
que não o permitia esquecer o dano que fez anteriormente.
Ficaram em segundo lugar, por isso Trey esteve ainda mais que disposto a ganhar o
seguinte evento.
Para o momento em que começaram com a Luta pela Torre, o tornozelo pulsava
enlouquecedoramente. Uma vez mais o ignorou.
Vou conseguir fazer isto.
Nesse evento, uma equipe de cinco homens que consistiam em Trey e Kelso como franco-
atiradores, e outros três membros da equipe como Elementos de Assalto se dirigiram à competência.
Todos os membros começavam na linha de saída e terminavam na linha de meta. Enquanto Trey
subia pela torre, sua velocidade ficou lenta quando uma dor aguda rasgou o tornozelo. Começou a
deslizar, mas se sustentou, e subiu à torre.
Desterrando a dor de seu tornozelo para a parte de trás de sua mente, apressou-se a fazer o

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rappel15 com sua equipe e abriu caminho por esse lado da torre no seu devido tempo. Quando
chegou à zona onde usaria seu rifle de franco-atirador, seu corpo entrou em um estado automático e
de completa alerta. Adorava essa parte. Deitado sobre seu estômago, com sua arma sobre um curto
tripé, seu corpo relaxou, embora não completamente. Sua vista estava fixa no objetivo através da
mira.
O tempo se acaba.
Realiza o tiro.
Faz o tiro agora.
O boom da arma, que utilizava munições grandes, ainda soava forte como o inferno
embora usasse sua proteção para os ouvidos. Uma vez que completou a missão, seu nível de energia
disparou. Sabia que tinha feito bem.
Quando as pontuações chegaram, os juízes confirmaram que tinha feito um excelente
trabalho e também o tinha feito Kelso na seção dos franco-atiradores.
Cheio de energia pelo seguinte desafio e decidido a ignorar sua lesão, Trey ficou de pé no
lado das linhas laterais, falando com os outros membros de sua equipe e bebendo água. Pegou um
copo de plástico jogando água gelada sobre a cabeça.
E foi então quando a viu.
Olivia.
Ela o observava de um ponto avantajado perto de seu grupo. Quando apanhou seu olhar,
viu a admiração nua em sua cara.
Wow.
A candente e acalorada avaliação dela foi de sua cabeça até os dedos de seus pés. Uma
excitação acendeu um fogo nele, que se pulverizou ao redor de seu corpo como uma bala
ricocheteando. Certamente reagiria da mesma maneira com qualquer mulher bonita que o olhasse
como se quisesse comê-lo. Infernos, fazer dele seu próprio cone de sorvete especial.
Sim. Não acredito, esportista.
Seu olhar se fixou nele e sorriu, um doce sorriso de venha pra casa comigo que o derreteu
em seu calçado esportivo. Deu um passo em sua direção e a dor disparou através de seu tornozelo.
Parou em seco, fazendo careta e não podendo evitar que um gemido escapasse de sua garganta.
Girou seu tornozelo.
— Merda.

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É uma atividade vertical praticada com uso de cordas e equipamentos adequados para a descida de paredões,
cachoeiras, escarpas montanhosas, vãos livres bem como edificações urbanas. A atividade é praticada essencialmente
em grupo onde cada integrante se deve preocupar com o companheiro.

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— O que acontece? — Perguntou Mick, olhando para baixo à perna de seu irmão mais
novo.
— Torci o tornozelo no Resgate de Reféns. Não é grande coisa.
— Merda. — Disse Mick como um eco do Trey. — Sente-se.
— Não, estou bem. Vou enfaixá-lo, e estarei bem para o resto da competição.
— Esteve correndo assim? —perguntou Kelso, com incredulidade em sua voz.
— Doutor! — Dace moveu a mão para uma unidade EMT.
Enquanto seus companheiros de equipe se reuniam ao redor dele, Trey desejou nunca ter
dito nada.
— Sente-se no banco e deixa que o médico dê uma olhada — disse Mick, com sua voz
rouca.
— Não necessito um médico. — Trey apertou os dentes uma vez mais enquanto outra dor
percorria de seu tornozelo até seu joelho. — Temos outro evento ao qual ir. Não podemos nos dar o
luxo de fazê-lo com um membro a menos na equipe.
Ninguém concordou, mas sabia que o entendiam.
— Conseguiremos alguém que te substitua. — Mick que sempre estava vigiando seus
irmãos menores, manteve uma expressão severa.
— Posso fazê-lo — disse Randal Mercer, um recruta novo que tinha entrado na equipe
SWAT.
Trey quis grunhir a todo mundo para que o deixassem em paz. Podia fazer isso.
— Não me darei por vencido.
— Isso já veremos. — O EMT/Paramédico se agachou junto aos pés de Trey, enquanto
tirava a bota e a meia. — Joguemos uma olhada no dano.
O tornozelo de Trey estava começando a inchar e seu coração caiu.
— Temos que fazer uma radiografia. — disse o EMT.
Trey girou o tornozelo outra vez.
— Não está quebrado.
O EMT negou.
— Seria só por precaução. Enfaixarei isso.
Depois que o EMT fez um trabalho seguro protegendo o tornozelo de Trey, ele se levantou
e tratou de dar um passo.
— Parece melhor.
— Não está o suficientemente bem para competir. — Disse Dace — Não permitirão que

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participe de uma operação com esse machucado em seu tornozelo.


Trey soube a verdade quando a ouviu, mas não gostava nem um pouco.
— Necessitam-me.
— Não é negociável, MacGilvary. — Mick parou ao lado dele e o olhou, enquanto Craig
se levantava pelo outro, com as mãos nos quadris. — Não vale a pena que se machuque mais.
— Faremos sem você. — Disse Craig.
Trey tentou dar um passo mais e a dor serpenteou através dele com tanta força que vaiou
uma respiração. Murmurou uma maldição em voz baixa.
Dace deu uma palmada no ombro com aparente simpatia.
— Não vale a pena.
Zangado, Trey coxeou até o banquinho.
— Ficarei olhando-os. Pelo menos posso dar o viva.
Enquanto Mercer se preparava para ocupar seu lugar, Trey reteve seu ressentimento pela
situação.
Uma vez mais, sentiu que alguém o observava, e se voltou para olhar. Nem sequer viu
Olivia.
A decepção dobrou.

****
Olivia olhava das linhas laterais, contente de ter deixado o duro assento da parte superior
dos degraus. Também observou Trey enquanto coxeava, com evidente dor antes que encobrisse sua
reação. Quando viu que o médico enfaixava o tornozelo, soube que algo andava errado. Agora que
outro membro da equipe do SWAT entrou em campo para o seguinte evento, observou fortes
emoções cruzando o bonito rosto de Trey. Decepção. Talvez inclusive uma petulância infantil. Ela
sorriu. Tinha revelado outra faceta de si mesmo.
Ao mesmo tempo, preocupou-se com ele.
É hora de se levantar ou se calar, Olivia. Fala com ele. Ao menos, isso é o que Maddie
diria.
Caminhou por dentro do resto da multidão e se dirigiu para o banquinho.
Trey era o único ali sentado. O resto da equipe se afastou para começar o seguinte evento.
— Olá, MacGilvary — disse enquanto se aproximava pela lateral do banquinho.
Quando a viu, sua careta de espera sumiu em um carismático sorriso. Seus olhos se
encheram de calor.
— Pensei que tinha te visto nos degraus. O que te traz por aqui?

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— Maddie tinha bilhetes e me forçou a pegá-los tomasse.


— Maddie está aqui?
— Não, decidiu visitar seus pais este fim de semana em seu lugar. — Fez um gesto para o
banquinho. — Está bem se me sentar aqui?
— É óbvio. Viria bem a companhia. —Sua boca se torceu com uma expressão sardônica—
. Meu traseiro está castigado.
— Sinto muito. Estava fazendo muito bem lá e também toda a equipe. Como está o
tornozelo?
Ele inclinou a cabeça para um lado, com um brilho nos olhos.
— O EMT diz que deveria fazer uma radiografia, mas não acredito que quebrou.
— Então, o que está fazendo aqui? Deveria ir agora e fazer com que o examinem.
Ele fez um grunhido.
— De maneira nenhuma perderia isto.
— Inclusive se sua lesão piora?
A apreciação iluminou seus olhos. —Obrigado, mas estarei bem.
O seguinte evento começou, e antes que se dessem conta, a equipe SWAT do El Torro
levou o primeiro lugar na corrida de obstáculos. Podia ver o compromisso de Trey para com sua
equipe, apesar de que não podia participar. Animava-os, batia palmas, incentivava seus irmãos e aos
outros homens para que seguissem lutando.
Durante todo o espetáculo de poder masculino, Olivia teve que admitir que Maddie tinha
tido um ponto. Ver esses homens nas atividades que levavam a cabo enaltecia a apreciação feminina
dentro dela.
Teria amado observar Trey. Com seus músculos flexionados, com seu corpo respondendo
com a velocidade de um raio. Seu corpo não importava que fosse só amiga de Trey. Seu ventre
formigava, seus mamilos endureceram, seus batimentos cardíacos aceleraram enquanto ela o via.
Seus irmãos eram muito bons espécimes masculinos aos quais quase qualquer mulher com
sangue nas veias teria dificuldade para ignorar. Mick era o mais alto, com seu cabelo curto muito
escuro, com traços duros que davam um aspecto perigoso, mas devastadoramente bonito.
Craig, com seu cabelo loiro militar e curto, era o mais baixo dos três irmãos, mas isso não
dizia muito. Ainda era mais alto que a maioria dos outros homens na equipe. Não sorria tão
frequentemente como Trey ou possuía tanto encanto e ela imaginava que uma mulher teria
dificuldade em romper sua armadura para descobrir sua verdadeira personalidade.
Trey, entretanto, captava a atenção da maioria. Estar sentada no banquinho junto a ele fazia

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seu coração pulsar como louco. Ela se sentia muito eufórica.


Quando a seção dos prêmios do programa acabou, a equipe SWAT de El Torro ficou em
um segundo sólido lugar. Trey resmungou, mas no geral não podia queixar-se muito. Uma ou duas
vezes, ao que parece, se esqueceu de seu tornozelo e se pôs de pé, só para sentar-se de novo com
uma careta de dor.
Enquanto seus companheiros de equipe se aproximavam, sorriram com cumplicidade a
Olivia. Trey apresentou seus irmãos e aos outros membros da equipe e os homens a rodearam.
De repente ela se sentiu como um saboroso pedaço em uma caçada de leões. Muita
testosterona ameaçou afligi-la, até que o bom humor deles brincando e sendo genuinamente
amistosos a fizeram sentir-se melhor.
A esposa de Dace Banovic, Mary, desceu os degraus com a noiva do Mick, Celeste, e a
mãe do Trey. Olivia se encontrou rodeada por elas. Olivia, que nem sempre se sentia confortável
com as pessoas até que passasse mais tempo com elas, experimentou uma empatia imediata pelas
três mulheres.
Arlene MacGilvary, a mãe de Trey, era bonita, magra e tão alta como Olivia.
Um loiro prateado se entrelaçava com um loiro dourado de cachos casuais que caíam sobre
seus ombros. Lembrou-se que Trey mencionou que ela tinha cinquenta e cinco, mas a mulher
parecia mais jovem.
Arlene pegou a mão de Olivia nas suas e sorriu amplamente.
— Prazer em conhecê-la. Parece que está cuidando bem de Trey por mim.
Olivia não pôde deixar de devolver a amabilidade da mulher.
— Faz muito bem cuidando de si mesmo e de todos os outros.
Trey gemeu.
— Sim, claro. Estive condenadamente torpe hoje. As pessoas pensariam que era um mero
aficionado nestas coisas.
— Não se preocupe — disse Mick—. Poderia ter passado a qualquer um de nós.
Trey bufou.
— Não deixe que estes homens te intimidem, Olivia, — disse Mary Banovic. Sorriu
enquanto o vento jogava sobre os ombros seu cabelo marrom. A diversão dançou em seus olhos
marrons. — São como animais.
Dace envolveu seu braço pelos ombros de sua esposa.
— Infernos, isto é para o que nós treinamos. Para a intimidação. — Piscou um olho. —
Somos os gatos do inferno.

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Mary enrugou o nariz.


— Para o banho, gatinho.
Dace começou a rir.
— Bom, já vou.
— Como está seu tornozelo, carinho? — A mãe de Trey perguntou, com a preocupação de
mãe em seu lugar.
— Farão uma radiografia, certo? — Perguntou Craig, com seu rosto também sério.
Trey grunhiu com expressão rebelde.
— Sim, suponho que sim.
— Poderiam te levar na ambulância. — Disse Dace com um sorriso.
Trey fez uma careta.
— De maneira nenhuma. Não estou tão machucado.
— Posso te levar ao hospital. — As palavras da Olivia saíram sem pensar. Suas bochechas
se esquentaram ao dar-se conta do que tinha falado.
Todo mundo ficou em silêncio, com a atenção concentrada pela primeira vez nela, e depois
na resposta de Trey. Ele não duvidou.
— Obrigado. Agradeceria isso. Hey, alguém pode levar meu carro pra minha casa?
Craig levantou a mão.
— Eu posso fazê-lo. Vim com Mick e Celeste, assim que não tenho carro para voltar de
todos os modos.
— Seguirei você, Craig — disse sua mãe— e te levarei em casa.
Antes que passasse muito tempo, todos se dirigiram a suas respectivas saídas. Decidiram
que, como Trey necessitava uma radiografia e não poderia unir-se à festa depois do evento,
esperariam.
Olivia invejou o maravilhoso afeto familiar que Trey e seus amigos declaravam uns aos
outros.
Ela não detectou nada da tensão que sempre rodeava ela e a seus pais. É óbvio, nenhuma
família era perfeita, mas essa gente tinha um vínculo especial que gostaria de experimentar
regularmente.
Craig e Mick insistiram em ajudar Trey a chegar ao carro de Olivia para que não pusesse
muito peso sobre seu pé. Uma vez instalada no interior do carro com Trey, Olivia sentiu um
nervosismo novo descer sobre ela.
Ela estava perto desse homem de novo.

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****
As sombras da tarde deslizaram através do apartamento de Trey, enquanto se acomodava
em uma grande parte do sofá de seu apartamento.
Olivia acendeu outra luz junto ao sofá e puxou as cortinas de suas janelas para deixar fora
as olhadas indiscretas.
Pensou que Trey parecia uma pantera grande enquanto estava meio estendido no sofá, com
seu grande pé enfaixado e apoiado sobre dois travesseiros. Tinha tomado uma ducha e trocou a
calça suada e a camiseta branca não ocultava seus músculos nem um pouco. Parecia um Adônis.
Não, Adônis é um menino em comparação com este homem.
Ficou de pé perto dele.
— Precisa de algo? Aposto que está morto de fome.
— Na realidade não. Não de comida de todos os modos.
Os olhos de Trey mostraram picardia e avaliação. Agora que estava fora da emergência,
onde fizeram uma radiografia e logo foi para casa, parecia estar feliz.
O calor encheu sua cara, mas empurrou seu inerente acanhamento a um segundo plano.
Pôs as mãos em seus quadris.
— Ah, sim? Explique-se MacGilvary.
— Um homem necessita às vezes uma liberação depois que sua testosterona esteve
funcionando a plena potência.
Ela pôs seu olhar no céu antes de dizer:
— Está me dizendo que mesmo com um tornozelo inchado quer ter sexo?
Ele fez uma careta.
— Muito superficial, né?
— Muito. Assim, o exercício faz com que fique quente?
— Em parte. Mas a maioria é só porque você está aqui. — Seu olhar percorreu Olivia com
flagrante interesse sexual.
Enquanto que ela não tinha considerado sua calça jeans e o justo e fechado top de manga
longa como sexy, parecia que seu interesse dizia que ele sim o considerava dessa maneira.
— Não deixe que te detenha. Posso ir e pode chamar uma… amiga que possa te acomodar.
Uma vez mais, seu olhar dançou sobre ela, interessado e quente. Um prazer primitivo a
afligiu. Seu corpo não se preocupou com a resolução que tinham feito antes que sua relação
permanecesse platônica. O calor se moveu em espiral na parte baixa de seu abdômen, girando como
um ciclone. Tinha que sair dali, embora fosse por uns poucos momentos.

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— Bem, tudo o que conseguirá será um bolo, senhor. — Disse ela.


— O que?
— Irei pra casa, pegarei um de meus bolos na geladeira e o trarei. Acredito que necessita
um jantar e açúcar mais que qualquer outra coisa. — Ela se atreveu a dar um sorriso, mantendo a
malvada ascensão de tom. — Já fiz alguns bolos para a próxima semana.
Ele apoiou a cabeça contra o travesseiro.
— Maldição, isso soa bem, Olivia. Amo os bolos. Toma minha chave extra e poderá voltar
a entrar.
OH. Ter em posse uma chave de seu apartamento soava muito…íntimo.
— Está bem.
— Está em uma caixa em minha penteadeira.
Irei ao seu quarto. OH, querido Deus. O conhecimento a sacudiu em uma forma que não
deveria.
À medida que ia a seu quarto, imediatamente viu o que parecia a imagem estereotipada de
um homem das cavernas. Apesar de que estava decorada como o resto do apartamento, a cama
king-size não estava feita e um par de artigos de roupa estavam jogados no chão. Uma televisão de
tela plana dominava uma das paredes, assim como um notebook e um aparelho de som. Seu aroma
picante, almiscarado, devastador para seus sentidos, impregnava o quarto. Ela respirou. Deus,
cheirava a maravilha.
Abriu a pequena caixa de madeira escura que estava em sua penteadeira. Viu de passagem
um relógio, algumas moedas, uma carteira e uma chave solitária. Depois de agarrar a chave, voltou
para a sala.
Ela também agarrou seu casaco, sua bolsa e se apressou para a porta principal.
— Voltarei em um instante.

****
Trey se jogou para trás e fechou os olhos enquanto Olivia saía de seu apartamento. Gostava
de tê-la com ele esta noite, embora admitisse que as circunstâncias não fossem as ideais. Seu maior
problema, entretanto, era manter a condenada boca fechada. Não deixava de paquerar com ela,
desejando-a quando nem sequer devia.
Aceita, amigo. Não terá sexo com ela, inclusive se o deseja tanto que não possa ver
corretamente.
Seu estômago grunhiu. Um sanduiche e um pouco de bolo. Isso era o que necessitava para
estrangular sua libido. O auto castigo trabalharia perto de dois segundos. Visualizou-a no apertado

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top vermelho que usava. Emoldurava seus peitos da mesma maneira em que suas mãos queriam dar
forma e moldá-los. Quase podia sentir sua pele sedosa.
O telefone tocou, e ele coxeou até o telefone perto da mesa de café e o agarrou antes que a
secretária eletrônica pudesse responder.
— Alô.
— Estou vendo sua noiva, MacGilvary. É muito linda. Um pouco plana na cara, talvez.
Mas que corpo. Já a fodeu?
A ira de Trey estalou enquanto grunhia uma resposta.
— Você maldito doente! Não tomará muito tempo saber quem é.
— Leva uma roupa bonita. Apertada às curvas de seu corpo. Sim, ela seria uma boa
brincadeira.
— Escuta idiota.
— Será melhor que esteja atento a sua mulher, MacGilvary. Porque tenho a intenção de
tomar tudo o que ama, da mesma forma que você fez comigo.

Capítulo Oito

A pessoa que tinha ligado desligou.


O idiota estava observando Olivia.
O coração de Trey começou a golpear fortemente em seu peito. Olivia. A preocupação por
ela disparou em seu interior.
Jesus, esta não poderia ser uma ligação de brincadeira quando o maldito havia descrito o
que ela estava usando. O instinto disparou à vida dentro de Trey. Pegou seu celular e discou seu
número.
Tocou. Voltou a tocar. Continuou tocando.
Com cada toque seu alarme interno tocava mais forte. Imagens, horríveis imagens
brilharam em sua mente. Um acidente de carro. O idiota poderia tê-la feito sair do caminho. Tê-la
arrastado fora do carro. Ou talvez o canalha podia tê-la forçado em seu caminho para seu
apartamento. Talvez…
Deu-se conta de que seu fôlego estava saindo rapidamente e estava perdendo o controle.
O telefone entrou na caixa de voz e disse:
— Olivia, é o Trey. Ligue-me imediatamente.
Caminhou pela sala sustentando seu celular, com seu tornozelo doendo. Ele não se

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importava uma merda.


Onde ela estaria e por que não tinha respondido? Se não ligava logo, iria procurá-la. De
maneira nenhuma ia sentar-se sobre seu traseiro e a esperar. Seu estômago estava preso em nós.
Maldição. Ligarei de novo.
Tocou uma vez. Duas vezes.
— Olá? —Sua voz suave, claramente acentuada soou na linha.
O alívio estrelou em Trey.
— Olivia? Está bem?
— É óbvio. O que está errado?
— Algum idiota me ligou dizendo que estava te vigiando. Descreveu o que usava. Onde
está agora?
— Estou conduzindo de volta. Não respondi antes porque tinha coisas nas mãos.
— Maldição, eu gostaria de estar com você. Só tome cuidado. Mantém seus olhos e
ouvidos abertos e fecha as portas de seu carro.
— Estão fechadas. Não estou tão longe agora. Menos de dez minutos.
— Bem. Se pensar que alguém está te seguindo, se dirija à estação de polícia mais
próxima, não saia do carro, só toca a buzina até que um policial saia.
— Está me assustando.
— Só é o policial em mim. Conduz com cuidado.
— Farei. Te verei logo.
Depois de desligar, sua ansiedade não cedeu. Seus batimentos cardíacos golpeavam em
seus ouvidos.
Depois de quinze minutos e nenhum sinal da Olivia, grunhiu:
— Diabos.
Ligou de novo. Quando ela respondeu imediatamente, deixou que o alívio o enchesse uma
vez mais.
— Olivia, o que está te tomando tanto tempo?
— Só fiquei presa em um engarrafamento e estou pegando um desvio. Quer que fique no
telefone com você até que chegue ao estacionamento?
— Não. É perigoso falar no celular enquanto dirigi.
Ela riu brandamente. —Vejo-te em um minuto.

****
Depois de desligar, Olivia franziu o cenho. Embora a situação a inquietava, e pressentia

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que Trey não tinha revelado tudo o que haviam dito na inquietante ligação que recebeu, sentia-se
mais segura sabendo que Trey cuidava de suas costas.
O desvio não tomou muito mais tempo. Quando parou em uma vaga de estacionamento
para convidados, notou como a noite rodeava os edifícios em uma misteriosa capa. O vento
sussurrava nas árvores e o murmúrio parecia com vozes fantasmagóricas. Estremeceu e olhou para
o apartamento de Trey.
A porta se abriu e ali estava ele, sua silhueta recortada pela luz atrás, forte e sólido. Nunca
esteve tão feliz de ver alguém.
Uma sombra se elevou ao lado de seu carro, e ela gritou de espanto.
Craig a saudou com a mão enquanto caminhava junto a seu carro, com uma expressão
severa embora agradável em sua cara. Aliviada, abriu a porta do carro. Depois de pegar o bolo,
fechou o carro e se dirigiu para Craig e Trey que estavam na porta principal. Ouviu Trey explicar a
chamada telefônica.
Craig olhou a seu redor, com uma expressão ameaçadora mais que amável.
— Está me tirando o sarro?
— Não. Ligou depois de que Olivia saiu. — disse Trey.
Inclusive usando uma regata, Craig parecia letal.
— Sabe quem poderia ser?
Trey agarrou os bíceps de Olivia com um abraço protetor e a fez passar pela porta e ficar
atrás dele, como se pudesse protegê-la de qualquer mal.
— Não tenho certeza.
Craig entregou as chaves de seu carro a Trey.
— Aqui tem. Olhe, se necessita de algo me avise. Se receberem mais ligações...
— Chamaremos à cavalaria. — Assentiu Trey.
A mãe de Trey entrou no estacionamento e se dirigiu para Craig. Saudou-os com a mão
com um alegre movimento, alheia ao pequeno trauma que se produziu. Depois de retornar a
saudação, Trey fechou e trancou a porta.
— Não deveria estar de pé — disse Olivia.
— A merda com isso — disse, seu tom brusco e seu cenho profundamente franzido.
Bem, está bem então. Obviamente, com sua atitude de urso pardo está irritado a sério. Ela
colocou a caixa com o bolo sobre a mesa de café. Trey coxeou para ela, e antes que tivesse a
oportunidade de tirar o casaco, ele colocou os dedos em seu cabelo na parte de trás de seu pescoço e
a puxou para ele.

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Seu beijo doce e suave em seus lábios a tomou de surpresa. Ela retrocedeu rapidamente,
mas sua mão a manteve perto. A preocupação e o desejo se mesclavam em seu olhar.
— Está bem?
Estava sem fôlego, mas conseguiu dizer:
— Estou esplendidamente bem, agora que estou aqui.
Ele suspirou e a deixou ir. Olhou para o chão, com suas mãos sobre os quadris. Excitada
pelo sabor de seus lábios sobre os dela, lentamente ela tirou o casaco e o dobrou sobre o braço de
uma cadeira.
— Mudou de roupa — disse ele, seu olhar absorvendo sua figura com um claro interesse.
— Sim, fiz. Deixe-me colocar esse bolo no forno para esquentá-lo. — Se dirigiu à cozinha.
Pela primeira vez em muito tempo, considerou sua aparência com um olho crítico para
melhorá-la. Quando tinha tomado o tempo para trocar de roupa no apartamento, percebeu de que
estava fazendo uma avaliação crítica de si mesma e decidiu que queria ver-se especialmente bem
para Trey.
Sabia que seu cabelo poderia ser melhorado. Deixou as tranças grossas e escuras até o
meio das costas. De nenhuma forma nos sete níveis do purgatório o cortaria. Os cortes mensais o
mantinham saudável e teriam que ser suficientes. A franja frisada sobre sua testa podia ser penteada
mais para um lado em um estilo mais suave e menos de bibliotecária. Podia levar o cabelo solto
mais frequentemente em lugar de tão tradicional, como o da professora de escola, menos como a
16
mulher do programa de televisão “Little House on the Prairie” . A maquiagem de olhos estava
bem, já que sempre tinha conseguido alcançar esse olhar de olhos escuros com facilidade.
Os tons de sombra de cor cobre realçavam a cor de seus olhos. Um brilho de lábios cor
rosa fazia que sua boca parecesse mais cheia. Gritava inocência e, entretanto... não o fazia. O pó
compacto igualava seu tom de pele. Cyn daria um ataque muito silencioso e secreto se Olivia
parecesse menos conservadora. Os comentários ardilosos e as humilhações vinham nesse sentido.
Deixa de ser uma vaca resmungona, Olivia. A ideia é trocar por você. Ela engoliu em
seco.
Bem, a ideia era fazer com que Trey MacGilvary a olhasse pela segunda vez e encontrasse
algo que admirar. Nesse momento, seu aspecto era a menor de suas preocupações.

16
Série de televisão americana emitida pela estação NBC, desde 11 de Setembro de 1974 até 21 de
Março de 1983.

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— Assim recebeu uma ligação estranha? — Perguntou ela.


Ele coxeou até o sofá e se sentou, apoiando o tornozelo na mesa de café.
— Sim. — Explicou a chamada, e sua boca manteve uma linha sombria. — Quando ele
descreveu o que estava usando quando foi daqui, perguntei-me se estaria perto de você.
À medida que o forno esquentava, ela disse:
— Não está me dizendo tudo o que o tipo te disse, verdade? Deve ter sido algo muito ruim
ou não me ligaria várias vezes. Se não estivesse a caminho, tenho a sensação de que me diria que
me encerrasse em minha casa e não voltasse a sair.
Ele ficou em silêncio, com seu olhar no espaço dizendo que Trey ou queria evitar sua
pergunta ou tinha entrado profundamente em seus pensamentos. Suspirando, ela abriu a geladeira.
— O que você gostaria de comer para o jantar?
— Estava pensando em filé. —Ele começou a levantar-se.
— Sente-se. —Ela manteve sua voz firme. — Posso fazer uma salada e filé para os dois.
Isso é se me convidar para jantar.
Seu cenho franziu, lançando um intenso olhar em sua direção.
— Claro que está convidada. Mas não é necessário que cuide de mim.
— Está ferido. Não pode usar esse tornozelo. Não está quebrado, mas está lesado.
Ele lançou um grunhido.
— Diga-me isso.
— Necessita algum medicamento para a dor ou algo assim?
— Não. Mantenho-me afastado deles. Não quero nada que adormeça meus sentidos.
— É essa uma coisa dos policiais?
— É uma coisa de Trey MacGilvary.
Ela farejou.
—Isso é algo um pouco machista.
Esperou que seu senso de humor voltasse, mas esse afetado e preocupado olhar se manteve
nele.
— Talvez, mas não preciso que ninguém cuide de mim.
— Tenho essa impressão. Sua família e amigos estavam tratando de assegurar-se de que
estivesse bem, e você se converte em um urso velho e resmungão. Inclusive se negou a usar
muletas.
Ele a olhou de novo.
— Não vá por aí.

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Ela sorriu.
— Está bem. Mas me permita ajuda-lo esta noite. Depois de tudo, as bibliotecárias são
muito boas quanto à organização, a catalogar e manter as coisas juntas. — Essa declaração não
produziu um sorriso, assim que ela tentou de novo. — Nem sequer te disse meus planos de viajar a
Itália no próximo ano se economizar dinheiro suficiente.
Isso o animou.
— Eu adoraria viajar ao estrangeiro. Parte de minha descendência é da Escócia e Gales. Eu
adoraria ver a Inglaterra, também.
Alegre porque encontrou uma forma de levar a conversa longe das estranhas chamadas do
perseguidor, rebuscou na geladeira por tudo o que necessitava. Talvez seu bom humor particular
voltasse se falava de sua viagem e não de estranhas chamadas.
Depois que pôs a mesa, picou a alface, cortou os tomates e os cogumelos e encontrou tudo
o que necessitava para a salada, assegurou-se de que o bolo estivesse esquentando.
O filé tomou mais tempo, é óbvio, e durante sua estadia na cozinha ele se manteve
tranquilo.
Finalmente o jantar estava preparado.
— Venha — disse. — Te deixarei coxear até aqui, já que ninguém se ocupa de você.
Ele dirigiu um olhar em sua direção, o qual tinha uma linha de perigo.
— Mantém assim, Olivia, e lamentará.
Ela fez um som de simulada surpresa e temor, enquanto ele se arrastava para a mesa.
— O que é o que fará, MacGilvary?
— Não se preocupe. Já me ocorrerá algo.
Desfrutando de suas brincadeiras, ela sorriu.
— OH, estou assustada.
— Deveria estar. — Ele se sentou à mesa, com um olhar malvado em seus olhos. — Tenha
medo. Tenha muito medo.
Ela estremeceu ante a sensualidade baixa e rouca de seu tom e a promessa de calor em seu
olhar.
Deus, o homem sabia como excitá-la com uma só palavra. Um olhar.
Quando ela se sentou frente a ele, soube que essa comida não seria fácil. Algo seguia
engasgando em sua garganta, e ele não estava fazendo nada para deixá-lo sair.
Enquanto comiam, o silêncio se fez incômodo.
— Sempre quis ir para a Itália, — disse ela. — Economizei por alguns anos. Se posso

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economizar a parte que necessito, irei no próximo ano, talvez em dezembro.


A intensidade de seus olhos esclareceu com curiosidade. Pegou um pedaço de tomate.
— Por que sempre quis viajar para a Itália?
— Poucas pessoas querem saber a verdadeira razão.
— Eu quero.
— Uma arte da minha família, umas poucas gerações atrás é dali, e com a genealogia de
trabalho que tenho feito, fez-me querer visitá-la muito mais. Minha família não é muito aventureira.
— Encolheu os ombros. — Mamãe e papai não querem ir a nenhum lugar nas férias além de visitar
outros parentes. Esta será uma aventura.
Trey sorriu, e gostou do avanço.
— Sim, meus verdadeiros pais eram dessa forma.
Ela ouviu um milhão de histórias subjacentes nessa declaração, mas não o pressionou para
que contasse mais.
— Levará alguém com você quando for para a Itália? — Perguntou.
Ela mordeu um garfo cheio de salada antes de responder.
— Não acredito. A aventura é algo que necessitei há muito tempo, mas me desviei um
pouco de meu caminho. Se levasse alguém comigo, não poderia ser impulsiva.
Uma de suas sobrancelhas escuras subiu.
— É impulsiva?
Ela baixou o garfo lentamente e deu um olhar duro.
— Não é todo mundo uma vez ou outra?
— Sim, suponho.
— O que foi o mais impulsivo que já fez?
— Estou certo de que não tenho feito ainda. Imagino que sempre há um futuro para fazer
uma coisa que seja mais selvagem e louca.
— Posso ver-te pensando dessa forma. Seria um bibliotecário terrível.
— E você seria um policial terrível.
O medo de antes se deslizou ao longo de sua pele como um inseto. Ela estremeceu.
— Sabe quem te ligou e te disse que estava me vigiando? — De repente, não teve muita
fome. Ficou de pé e se dirigiu à cozinha para verificar o bolo. — Foi alguém a quem prendeu?
Ele negou com a cabeça.
— Não sei. Estive pensando nisso, mas não me vem à mente nenhum nome que pudesse
lembrar em particular.

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Incerta, acendeu a luz do forno e ficou olhando o bolo.


— Acredito que na realidade tenho medo. Sei que não deveria ter...
— Sinto ter assustado, mas me assustei. Não tomo bem que as pessoas ameacem às
pessoas que me importam.
A ternura áspera em sua voz a emocionou.
— Esta é uma pergunta estúpida, mas deveríamos chamar à polícia? — Perguntou.
Esperava que ele risse ou desse seu sorriso habitual de forma despreocupada e confiante.
Em seu lugar, quando seu silêncio se prolongou, voltou-se para observar sua expressão grave.
Igual à pantera que lembrava, ele a observava.
— Eu sou a polícia. Não há nada que possamos fazer. Provavelmente foi algum idiota que
prendi em algum momento e que decidiu vingar-se tratando de me assustar. — Ele empurrou sua
cadeira da mesa. — Mas, sabe o que mais me incomoda?
Ela quase teve medo de perguntar.
— O que?
— Que me assustou. Como o inferno. Aqui estou com este maldito tornozelo. Se
precisasse de mim, não estou na forma em que preciso estar para te manter a salvo. Merda. — Ele
olhou para longe. — Sinto. Não estou acostumado a amaldiçoar ao redor das mulheres.
— Já amaldiçoou antes perto de mim.
— Isso é um problema, Olivia. Sei bem, mas me distrai. Parece que estou dizendo e
fazendo um montão de coisas que normalmente não faço.
— Já me disse isso antes. Mas é muito doce ao se preocupar comigo. — Ela foi para ele,
inclinando-se para beijar a testa enquanto o afeto e o impulso o ditavam. — Obrigada, Trey. É um
amigo adorável.
Quando seus olhos se encontraram com os dela, viu seus olhos fundir-se pelo calor. Ele
estendeu a mão e a puxou para baixo sobre seu colo. Ela chiou pela surpresa.
— Não quer dizer adorável como se fosse bonito — disse ele.
De algum jeito ela encontrou sua voz.
— Definitivamente não.
Estar sentada em seu colo, rodeada por seus poderosos braços, fazia coisas estranhas a seu
estômago. Necessidade. Coisas deliciosas. Ela o olhou com espanto.
— Quando te liguei minha mão estava tremendo. — A suavidade de sua voz era como
cascalho duro e rouco. — Preciso te beijar. Mas não te roubarei um beijo. Só quero o que você me
queira dar.

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Surpreendida pela ferocidade de seus sentimentos, mas reconfortada por essas mesmas
emoções, tocou a bochecha.
— Trey.
Ela se inclinou e sua moderação se dissolveu.
Sua boca tomou a dela, com o beijo pegando fogo como um edifício implodindo. O projeto
novo de uma emoção explodiu através dela, surpreendendo Olivia com sua intensidade. Tomou seu
rosto, sujeitando-a com uma suavidade que a emocionou e a afligiu. Apesar de ter experimentado
beijos antes, que tinha conhecido a paixão de um homem mais de uma vez, nada a preparou para a
conexão que sentia agora. Seus batimentos cardíacos se aceleraram com seus beijos exploratórios,
com o calor abrasador que desatou. Arqueando-se, ela se queixou. O calor formou redemoinhos em
seu ventre, reagindo a sua força e a sua potente masculinidade. Enquanto acariciava o quadril, o
calor e a dureza de seus dedos a fizeram mover-se em seu colo. Não podia ignorar a dureza de sua
ereção pressionada contra sua parte inferior.
Deu seu toque, acariciando com uma exploração que despertou seus sentidos.
Inclinou-a sobre suas costas até que ela se deitou sobre o sofá, com seu duro corpo inclinado sobre
ela em um protetor e predador movimento. Continuamente, ele conquistou sua boca com impulso
após impulso. Ela com entusiasmo se uniu a sua dança enquanto faíscas de necessidade formigavam
e dançavam em seu sangue. Sua mão encontrou seu peito e explorou os músculos forrados pelo
tecido. Seus vultos e curvas se encontraram com seu tato, com seus contornos e contrastes.
Ele rompeu o beijo e disse com um suspiro:
— Seu sabor é tão bom. —Urgiu-a a estender-se sobre sua cintura, e enquanto seu corpo se
apertava a sua ereção, ele vaiou uma respiração. — Se sente bem.
— Seu tornozelo?
— A merda o tornozelo. Não sinto nenhuma dor.
Beijando seu pescoço, ele foi para sua orelha, onde seu fôlego quente e língua a torturaram.
Passou sua língua por cima do lóbulo de sua orelha, e logo o chupou. Inundou-se em seu ouvido, ela
estremeceu e gemeu enquanto o prazer corria sobre sua pele. Seus quadris se arquearam,
pressionando-o mais profundamente entre suas pernas. Seu fôlego ficou preso em sua garganta
enquanto o prazer o fazia retorcer-se pela grossura pressionando entre suas pernas.
Com um assombro cada vez maior, Olivia se deleitou no prazer dele sem inibições.
Mesclou-se com o dela, alimentou-o, conduzindo-o a maiores níveis de excitação. Seus quadris se
moveram, e ela descobriu seu ritmo e se uniu a ele.
Enquanto beijava o oco da garganta, ela enterrou seus dedos em seu cabelo curto.

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— Trey, isto é…
— Sei. .
— Tão incrível.
Ele gemeu.
— Você é incrível.
As palavras morreram em sua garganta. Ela não podia pensar, não podia expressar as
emoções e sensações físicas bombardeando-a em todas as direções. Nada podia capturar o presente,
mas ao mesmo tempo, mesclava-se em um momento maravilhoso, que não queria que terminasse.
Ela desejava isto para a eternidade.
Com seu beijo, ele bebeu cada suspiro de prazer ofegado por ela. Brincou ao redor de seus
peitos sem chegar a tocá-los. Finalmente, tomou o peito esquerdo, pesando-o na palma de sua mão.
O sutiã a protegeu contra seu toque até que ele passou o pulôver elástico de cor vermelha sobre seus
peitos e sobre sua cabeça. Ele jogou de lado o objeto.
Trey a devorou com um olhar tão admirado, que Olivia o absorveu com prazer.
Obviamente gostava do que via e desejava ver mais. Revelar-se a um homem, fora
emocional ou fisicamente, nunca foi fácil para ela. Até agora. Com um sentido de retidão, baixou as
alças do sutiã sobre os ombros. Ele trabalhou a parte de trás de seu sutiã soltando-o e segundos
depois tomou sua nudez com suas grandes mãos. Seu toque, tão tenro e ligeiro, tratava-a com um
respeito que nunca antes experimentou.
— Preciosa. Tão suave. —Marcou suas observações com beijos pequenos pressionados na
parte superior de seus peitos.
Estremeceu por uma carícia, e logo por outra. Ele tomou seu tempo apertando e
acariciando seus mamilos até que se reduziram em apertados brotos. Aferrou-se a seus bíceps
enquanto Trey movia seus polegares sobre a carne altamente sensível.
Ofegou e fechou os olhos. O prazer se apertou em seus mamilos e enviou um puxão até seu
ventre. O calor se juntava entre suas pernas. Retorcendo-se em seu colo, ela tratou de mover-se, mas
o constante movimento de seus dedos em sua carne a deixava louca.
Ele gemeu enquanto lambia um mamilo, e brincava com o outro com deliciosos e suaves
movimentos. Sua língua riscou um caminho erótico. Uma e outra vez a atormentou com uma crua
paixão. Chupou-a, sustentando-a perto enquanto dava lambidas quentes de ida e volta entre seus
mamilos.
— Por favor, Trey. — Sua voz sussurrou uma tremente súplica.
Ele apertou a testa à dela, com seus olhos fechados.

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— Quero te agradar. — Sua voz soava primitiva e rouca pela necessidade sexual.
Ela o empurrou para trás com um suave empurrão no peito.
— Seu tornozelo... está machucado. Deveríamos parar.
Tomou o rosto com ambas as mãos.
— Neném, pararemos se isso é o que quer. Tudo o que tem que fazer é dizer a palavra.
Deu um beijo na testa, no nariz, nos lábios. Seu peito se agitou de cima a baixo com apenas
um risco de paixão.
Olivia alisou as mãos sobre seu sólido peito.
— Dissemos que não faríamos isto.
Ele assentiu, e, entretanto o calor não deixou seus olhos.
— Tem razão. Dissemos isso.
O forno começou a soar, anunciando que o bolo estava quente.
A racionalidade voltou. Ela tinha estado a ponto de deixar de lado a precaução que
necessitava para reger sua vida. Deslizou de seu colo e colocou suas roupas.
— Eu... né... já volto.
Ao sair da sala e dirigir-se ao banheiro, perguntou-se por que pensava que tinha que
ocultar-se. Ele acabava de explorar seus seios muito a fundo. Fechou a porta do banheiro, recostou-
se contra ela e fechou os olhos. A luz de cima da pequena habitação de madeira proporcionava
suficiente luz para mostrar sua nudez no espelho. Viu seus olhos grandes, o rubor em suas
bochechas, a cor rosa de seus lábios. O cabelo caía em ondas alvoroçadas.
Recordou cada segundo de como seus lábios tinham acariciado sua testa, seu nariz, suas
bochechas e lábios. Seus peitos pareciam mais redondos e cheios, seus mamilos ainda estavam
duros. O sexy policial americano tinha marcado Olivia com seu toque de uma maneira que duvidava
que fosse esquecer sem importar o que acontecesse nos próximos anos. Estava dolorida da cabeça
até os dedos dos pés com um desejo que pulsava em suas veias. Aturdida, apressou-se a colocar sua
roupa.

****
— O bolo estava delicioso. —Trey mastigou outro pedaço de bolo de maçã da Olivia
enquanto se sentava no sofá com ela.
— Obrigada. — Ela não o olhou aos olhos, e sua suave resposta pareceu mais apagada e
diminuída do que gostava. — A maioria dos americanos encontram as sobremesas britânicas
horríveis. E muitos britânicos amam as sobremesas americanas. Acredito que é porque os
americanos tradicionalmente põem mais açúcar em suas sobremesas. Eu gosto de usar manteiga de

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verdade e não essa margarina horrível.


Ele bufou.
— O que, não têm margarina na Inglaterra?
— É óbvio. Simplesmente não a uso. Descobri como fazer um grande bolo ao estilo
americano com uma amiga americana meses atrás. Deixarei o resto do bolo aqui. — Olivia pegou
seu casaco e bolsa da cadeira junto ao sofá.
Trey quis grunhir e fazer exigências. Depois que ela foi ao banheiro e colocou sua roupa,
soube que o que tinham feito a assustou.
Ir e vestir-se longe dele demonstrava que ela queria estabelecer alguma distância. Desejou
ter seguido beijando-a até ter seduzido Olivia e colocá-la em sua cama. Deus, como a desejava. Seu
pênis ainda doía. Tinha doído pelas últimas três horas enquanto comia o delicioso bolo de maçã,
cheio de travesseiros atrás de suas costas, e enganchando-o na conversa. A única maneira de que ele
pudesse estar seguro de que ela estava a salvo era mantê-la em seus braços.
— Não vá — disse ele.
Ela deslizou em uma manga de sua jaqueta.
— O que?
— Vou ficar preocupado como o inferno se for. É tarde e está muito escuro. Fique aqui
esta noite. Pode ficar no quarto de hóspedes.
A incerteza coloriu seus olhos bonitos. Ela se vestiu esta noite muito menos
conservadoramente que em qualquer outro momento em que a tivesse visto. Seu cabelo, solto sobre
seus ombros em uma bonita grossa onda... bem, ela se via muito menos abotoada e muito mais
avaliável em todos os sentidos. Esta noite acendeu o fogo e destruiu qualquer mal-entendido que ele
pudesse ter a respeito de uma fria rosa inglesa.
— Trey...
— Bem, acompanharei você.
— Seu tornozelo não está bem para que faça isso. Estarei bem. Posso cuidar de mim
mesma.
Ele pegou o telefone da mesa de café da manhã.
— Farei que um carro de polícia te siga até sua casa. Sem discussão.
Ela suspirou.
— Certo.
Tomou algum tempo para que o xerife chegasse e avisasse. O oficial os cumprimentou de
seu posto perto de seu automóvel.

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Trey passou os dedos por cima da linha de sua mandíbula, e logo a beijou na testa.
— Verei você daqui até que se meta no carro, certo? Ligue-me quando chegar em casa
para que possa estar tranquilo de que o fez de forma segura.
— Obrigada. — Ela apertou seu ombro em um apertão carinhoso. — Ligará se necessitar e
algo?
— Sim.
Ele a olhou até que ela se retirou do estacionamento, e escaneou a zona. Além de um cão
ladrando na distância, tudo permanecia em silêncio. Ele fechou a porta, pôs chave, e ligou o sistema
de segurança.
Recordou a estranha sensação de ser observado no princípio do dia, e se perguntou se
talvez não tinha sido sua imaginação, depois de tudo.
A impaciência o governou até que Olivia ligou de seu apartamento e disse que tudo estava
bem.
— O oficial está se afastando do complexo de apartamentos agora. Parece que irá pela
parte traseira.
— É provável que verifique a zona se por acaso há alguma pessoa suspeita.
Ela riu em voz baixa, e o som sensual ecoou através dele fazendo que seu corpo
formigasse.
— Isso parece como uma frase de um livro de mistério.
Trey sorriu e, entretanto não sentiu a diversão.
— Suas portas e janelas estão fechadas?
—Sim, amigo preocupação. Sempre fecho as janelas e as portas. Sou realmente muito
prudente, já sabe. Não sou do tipo aventureiro.
Trey escutou a brincadeira em sua voz.
— Está bem. Então, boa noite. Ligue-me se escutar algo suspeito ou tem medo. Posso estar
aí o mais rápido possível.
— Farei.
Apesar de suas afirmações, a mente de Trey trabalhou horas extras e seus pensamentos o
mantiveram acordado até tarde. Ligou para seus irmãos e disse o que tinha acontecido para pô-los
em dia com o assunto.
Teria sido a pessoa que deixou a nota no carro de sua mãe, o mesmo homem que ligou essa
noite?

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Capítulo Nove

O telefone tocou no domingo pela manhã, e Trey coxeou enquanto cruzava a habitação.
Gotejando por estar molhado da ducha, agarrou o telefone.
— Alô?
— Alô, Trey. Sou sua mãe.
A voz pertencia a sua mãe biológica, Edie, e seu estômago se esticou devido aos nervos.
Afundou-se na borda da cama.
— Olá.
— Sei que disse que me ligaria e que nos reuniríamos na semana que vem, mas ouvi que se
lesionou na competição da SWAT ontem. Queria me assegurar de que estava bem.
— Torci o tornozelo, mas não é nada do outro mundo.
— Pode caminhar?
— Coxeio, mas sim.
— Não irá trabalhar alguns dias, espero.
— Meu supervisor disse que tomasse toda a semana de folga.
— Imagino que não terá gostado disso. —Sua voz tinha um tom divertido.
— Disse a meu supervisor que iria trabalhar em alguns de dias em lugar de uma semana.
Tenho uma consulta para que examinem meu tornozelo.
— Você é muito trabalhador, Trey. Sempre foi.
— Não, não fui sempre. Meu pai me inculcou isso.
— Jackson era... tinha um dom para tirar o melhor de cada um. Exceto de mim.
Trey fechou os olhos e deixou que a cólera o percorresse.
— Já sabe o que penso sobre isso.
— Deixou claro há dez anos.
A tensão aumentou em seu interior. Queria caminhar, mas não podia com o tornozelo dessa
maneira. Ficou em silêncio, sem saber o que dizer.
Finalmente, perguntou:
— Como se inteirou do meu tornozelo?
— Uma pessoa que assistiu à competição entrou na estalagem hoje e mencionou que um
oficial SWAT se machucou. Quando perguntei quem, mencionou seu nome. Tratei de te ligar ontem
à noite, mas seu telefone estava caindo na secretária eletrônica.
— Não deixou nenhuma mensagem.

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— Odeio as secretárias eletrônicas. — Suspirou. — Carinho, sinto muito. Quero voltar a


começar com você. Quero encontrar o que perdemos. — Soava diferente do que tinha feito no
passado. Nem amarga nem ressentida, nem sequer santarrona17. Ela continuou. — Sei que cometi
um montão de enganos há dez anos, e antes disso... bom, quando deixei seu pai, logo descobri que
tinha sido a pior decisão que tomei. Deveria ter ficado e feito com que as coisas funcionassem.
Devia ter... bem, os deveria não se podem mudar. Só posso trabalhar com o que tenho agora. Quero
ficar em Gold Rush, Trey. Quero que sejamos uma família de novo.
Essa notícia o surpreendeu e o deixou atônito. Sua boca abriu e fechou enquanto tratava de
formular uma boa resposta. Infernos, qualquer resposta. Sentimentos contraditórios dançavam
dentro dele. Ressentimento. Ira. Esperança.
Esperança.
Deixou de lado.
Recostou-se em sua cama sem estender.
— Já tenho uma família.
Mal as palavras saíram de sua boca, fez uma careta.
Ela suspirou, e o som resignado chegou através do telefone claramente.
— Tenho uma entrevista no hospital esta quarta-feira. Ainda estou interessada em ser
enfermeira. Fui enfermeira na Filadélfia durante os últimos dez anos.
Uma grande irresponsável e impulsiva mãe.
— Não tentou de encontrar um trabalho antes de renunciar ao último?
— Não... eu... se não puder encontrar um trabalho como enfermeira, há outras coisas que
posso fazer. Minha primeira prioridade era voltar ao Colorado. Sinto-me muito confiada por este
novo trabalho.
— Isso é bom. —Ele não sabia se era ou não. — Talvez deveríamos adiar nossa reunião
até ver se consegue o trabalho ou não.
— Trey... realmente esperava vê-lo antes disso. Apesar de tudo.
Tudo dentro dele se rebelou, mas lembrou do que sua outra mãe disse. Tinha que manter a
mente aberta. Ver se sua mãe biológica tinha mudado. Engoliu o desejo de rechaçá-la.
— Tem tempo para vir amanhã de noite? — Perguntou.
Sua voz suavizou.
— OH, isso seria maravilhoso, Trey. Eu adoraria.
Acertaram uma hora para que ela passasse por seu apartamento. Ela prometeu levar o

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Hipócrita.

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jantar, e ele não a desanimou. As dúvidas continuaram passando através de sua mente o resto da
manhã.
Mais tarde nesse dia, Trey estava descansando no sofá vendo um canal de esportes. Seu
coração deu um salto com antecipação quando tocou a campainha.
Não é Olivia, maldição. Não tenha ilusões.
Desde que Olivia se foi na noite anterior, a inquietação o governava mais que em nenhum
outro momento de sua vida. Não gostava.
Supere.
Empurrou-se fora do sofá e foi coxeando até a porta. Olhou pela mira e sorriu.
Abriu a porta.
— O que estão fazendo aqui meninos?
Um coro de saudações e explicações ecoaram enquanto deixava passar Mick, Celeste,
Craig e sua mãe, Arlene. Ele deu abraços de boas-vindas em sua mãe e na Celeste e estreitou as
mãos de seus irmãos.
— Não podíamos deixar que simplesmente se sentasse e apodrecesse. — Disse Mick com
um sorriso de brincadeira em toda regra. — Não pôde ir à festa, assim que trouxemos a festa a você.
Sua mãe o levou de novo ao sofá.
— Sente-se, Trey. Mantém seu peso fora de seu pé.
Trey concordou.
— Sim, senhora.
Fazendo malabares com as sacolas do supermercado, Craig e Celeste se dirigiram à
cozinha.
Mick se afundou na cadeira junto ao sofá.
— Parece uma merda, irmão.
Trey sabia que seu cabelo estava parado para cima, tão manso como as puas de um porco-
espinho, sua camiseta não ganharia um prêmio de moda, e seu tornozelo estava negro e azul. Não se
importava.
— O que vê é o que há.
— Seja agradável, Mick. Seu irmão está machucado. — Disse Celeste da cozinha enquanto
desempacotava as sacolas do supermercado.
Mick deu um meio sorriso.
— É um duro filho da puta. Pode saltar edifícios com uma perna atada.
— Sim, claro. — Trey se metia no espírito das coisas. — Me nego a usar a capa e as

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malhas, entretanto. Não são o suficientemente varonis.


Uma série de comentários engenhosos foram e vieram entre seus três irmãos.
Celeste rodou os olhos como se quisesse acentuar seu desdém.
— Agora meninos, não briguem.
Craig soprou enquanto ela revisava as panelas e frigideiras.
— Quem diz que estamos brigando?
— Onde está Olivia? —perguntou Mick.
Trey se esticou.
— Em casa, suponho. Por que pergunta?
Todo mundo ficou em silêncio e o olhou. Ele se sentiu como um prisioneiro sob um
interrogatório.
— O que? —perguntou Trey ao ver que seguiam permanecendo em silêncio.
Mick encolheu os ombros, com seu rosto impassível.
— Por nenhuma razão.
Trey quase ligou para Olivia essa manhã, e logo decidiu que ao atuar como uma mãe
galinha estava exagerando.
Trey mudou de tema imediatamente e pegou o controle remoto.
— Está perdendo a partida.
Mamãe suspirou.
— Futebol? Uf! Vou ajudar a cozinhar.
— Já tomei o café da manhã. — Trey trocou os canais. — Não façam nada para mim.
— Disse que deveríamos ter ligado. —Mick pôs as mãos atrás de sua cabeça.
— Mick. — A voz de Celeste sustentava uma advertência, mas devolveu sua expressão
divertida.
Mamãe abriu a geladeira e a revolveu.
— Precisa comer.
Trey inclinou a cabeça para trás no sofá.
— Onde estão Dace e Mary?
— Fazendo um teste. — Craig golpeou uma frigideira e fez uma careta. — Sinto.
— Um teste? —Trey moveu seu tornozelo e gemeu enquanto a dor rodava através de seu
abusado membro.
— Craig MacGilvary. — Sua mãe o cravou no lugar com um olhar. — Não deveria dizer
nada mais até que saibam com certeza.

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A curiosidade de Trey o golpeou com uma nota alta, mas também o fez a preocupação.
— Algo está errado? Estão bem?
Mamãe agitou uma mão.
— Olhe o que tem feito, Craig. Preocupou seu irmão desnecessariamente.
Craig deu um meio sorriso que desvaneceu enquanto removia algo em uma tigela.
— Não há nada como a culpa católica, né?
Os olhos de mamãe brilharam com genuína diversão.
— Não há nada de católico a respeito de minha desaprovação, filho. A minha
desaprovação é puramente maternal.
Trey fechou os olhos e se deu por vencido.
— Não importa. Estou certo de que me dirão isso quando me virem.
Menos de dez minutos mais tarde, Dace e Mary chegaram e quando entraram no
apartamento, mamãe e Celeste foram sobre eles.
— Nos contem — disse Celeste. — Não podemos esperar.
— Sim, por favor, nos diga o que se passa — disse Trey. — As mulheres estão a ponto de
estalar.
Mary sorriu, com seus olhos enrugando-se um pouco nas esquinas sorrindo amplamente. A
expressão do Dace variou entre a euforia e um cru medo delirante.
— Já é oficial. —Mary apertou as mãos de Celeste—. Estou grávida!
Um coro de gritos se elevou enquanto todo mundo se reunia para felicitar aos futuros pais.
Trey não tentou ficar de pé. Só sorriu e respondeu com seus melhores desejos.
— Felicidades.
Craig abriu um pacote de seis latas de cerveja que tinha levado e todo mundo celebrou com
um brinde.
Dace estreitou a mão de Trey.
— Assim quando vai encontrar uma mulher e sentar cabeça?
Trey bufou.
— Logo que Craig o faça.
Craig retornou à cozinha.
— Não acredito.
Trey levantou sua cerveja em sinal de brinde.
— Aqui está à irmandade dos solteiros até o final.
Todos riram, mas Trey se sentiu desconfortável sob o escrutínio. Sabia que sua família

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estava refletindo a respeito de sua relação com Olivia e sabiam que Danella o tinha feito o alvo
perfeito do inferno. Mamãe, entretanto, era das que não se metia quando se tratava das noivas dos
irmãos como as pessoas esperariam. Celeste descobriu, no começo, que Arlene MacGilvary seria
uma grande amiga, mas Trey suspeitava que quando Mick e Celeste finalmente se comprometessem
mamãe estaria em êxtase.
Mamãe amava Celeste e pensava que era a companheira perfeita para seu filho mais velho.
Enquanto Mick passava o braço pelos ombros de Celeste e a apertava, Trey não pôde evitar
observar o amor por sua mulher nos olhos de seu irmão e a expressão dos olhos sonhadores de
Celeste. Trey recordava muito bem o dia em que o ex-noivo de Celeste a tomou como refém uns
meses atrás. Apesar de que Trey tinha estado como franco-atirador longe do centro do comando
móvel, escutou os tons de angústia de Mick quando pensava que o ex de Celeste a matou.
Nesse momento Mick já estava profundamente apaixonado por ela.
Trey recordou como a preocupação e a ansiedade trabalharam através dele na noite anterior
quando tinha pensado que Olivia poderia estar em perigo por algum louco.
Tranquilo amigo. Lembra, não está apaixonado por ela. Há uma grande diferencia. É
óbvio, se preocupa por ela. Isso é tudo.
Craig e Mick tiraram o tema do estranho que ligou para Trey na noite anterior.
— Todo mundo precisa manter-se em alerta — disse Craig.
Trey ficou sério.
— Disse que iria atrás de Olivia. Mas acredito que está interessado em qualquer um que
me importe... família ou amigos. Por favor, tomem cuidado.
Todos concordaram em manter os olhos abertos. Trey viu a feliz e despreocupada atitude
de sua mãe mudar em um instante. Maldição. O que podia fazer? Nada. Preferia que sua mãe
estivesse em guarda antes que assumir que a ligação não significava nada.
Olivia seguia sendo vulnerável, e isso incomodava como a merda ao Trey.
Mudou de tema à medida que se reuniam ao redor da mesa da sala.
— Edie virá amanhã de noite.
Todo mundo se calou. Diversas expressões encheram suas caras.
Mamãe tomou um gole de água mineral.
— Carinho, isso é maravilhoso. Me alegro de que esteja reunindo com ela.
O cinismo de Trey se manteve.
— Já veremos. Disse que queria que fôssemos uma família outra vez.
— Isso é alentador, não? — Perguntou Dace.

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A família real de Dace era muito amigável, assim que ele não tinha experiência quanto a
argumentos de contenção que Trey, Mick e Craig experimentaram quando eram crianças pequenas.
— Trey está sendo cauteloso e provando as águas, não? — Perguntou Mary enquanto se
sentava ao lado de seu marido. — Soa como algo que eu teria feito.
Mary o entendia, já que seu entorno familiar não era a influência mais segura.
Trey apontou Mary.
— Ela me entende.
Craig se acomodou junto a Trey e deu uma ligeira cotovelada.
— Ninguém te entende.
A partir de então seguiram uns bons cinco minutos de intensa réplica fraternal, até que
mamãe os admoestou para que comessem seu café da manhã de suco de laranja, café, ovos, batatas,
pão torrado, pães de canela, presunto e outros pratos suficientes para fazer a um homem ganhar
cinquenta quilos.
Mais conversas e brincadeiras seguiram depois que terminaram de comer enquanto os
meninos se sentaram na sala para ver os esportes. Celeste, Mary, e mamãe ficaram na sala de jantar
para ter seu bate-papo de garotas, como mamãe chamava. À medida que sua risada fazia eco de
costas a ele, Trey deixou que os bons sentimentos penetrassem em seu interior. Esta era sua família.
Não queria deter-se em pensar o que poderia ter sido com Edie e papai. Fazia um trabalho muito
bom em deixar o passado no passado até que Edie ligou.
Maldição. Não queria sentir angústia. Simplesmente não queria sentir.
Dirigiu sua atenção a presente e misteriosa chamada de telefone que o tinha alarmado na
outra noite.
Trey se inclinou e olhou seus irmãos e Dace com preocupação.
— Estou mais preocupado por esta ligação do que deixei ver antes.
Mick franziu o cenho.
— A pessoa que ligou mencionou diretamente o que Olivia estava usando, certo?
Trey assentiu.
— Sim.
— Assim estava vigiando o apartamento — disse Dace.
— E pelo que a pessoa que ligou te disse, parecia como se falasse a sério — disse Craig
enquanto passava uma mão por seu cabelo curto. — É difícil saber se só queria te assustar ou dizia a
sério.
— Exatamente. — O intestino de Trey se apertou.

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— Olivia sabe que deve manter os olhos abertos, verdade? — Perguntou Mick a Trey.
— Sim, sabe. É prudente e inteligente. Isso não quer dizer que não esteja preocupado.
Mick estalou os dedos.
— Poderia ser esse psicopata que a teve como refém na biblioteca? Qual era seu nome?
Trey levantou o tornozelo sobre a mesa de café. — Cohen. Não é possível. Está em uma
instituição para ser avaliado. Seu julgamento não ocorrerá por algum tempo.
Mick grunhiu.
— Isso não significa que não possa fazer uma ligação se não estiver em instalações de
máxima segurança.
— Não me lembre disso — disse Trey.
Pensando bem, talvez devesse manter Olivia perto dele.

****
Quando tocou a companhia às cinco da tarde da segunda-feira, todo o corpo de Trey se
esticou. Não porque esperasse uma ameaça. Bem, está bem, o fazia. Mas não do tipo criminal. Mas
sim do tipo único que uma mãe podia infligir.
Mil pensamentos nervosos passaram por sua cabeça nas horas de silêncio que tinham
precedido à chegada de Edie. Agora que chegou, seu temor voltava a despertar.
Vamos. Posso fazer frente a uma arma, mas não lutar com minha própria mãe?
Não a tinha visto em dez anos. Muitas coisas tinham mudado.
Sim. À exceção de meu ressentimento. Isso não mudou.
Respirou fundo enquanto coxeava para a porta, comprovando a mira. Uma mulher da idade
adequada, de uns cinquenta anos, estava parada na porta principal. Definitivamente era sua mãe.
Através da vista estranha, distorcida que outorgava a mira, parecia mais perspicaz e mais
profissional do que esperava. Em um braço sustentava uma bolsa branca grande. Abriu a porta.
— Trey — disse ela em voz baixa, enquanto se adiantava, com seus grandes olhos marrons
tão parecidos com os seus e quentes pelo entusiasmo.
— Edie.
Edie Swift Phillips não mudou muito fisicamente, seguia medindo 1,58 metros e era
magra.
Seu brilhante cabelo marrom, da mesma cor chocolate com leite que o dele, estava curto e
chegava por baixo de seus ouvidos. Isso outorgava um rosto de beleza clássica com aparência de
duende. A última vez que a viu, usava um severo coque grande na maioria do tempo para dominar
seu selvagem cabelo comprido. Hoje levava um top de cor misturada e calça azul. Via-se bem

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vestida em comparação com seu jeans e camiseta vermelha.


Seu abraço saiu de um nada para ele, de repente o braço direito dela se enrolou ao redor de
seu pescoço e seus braços foram ao redor de sua cintura. A bolsa rangeu entre eles e um delicioso
aroma emanou dela.
Ela se manteve firme, e ele a ouviu aspirar. Quando se afastou de seu abraço, ela secou as
lágrimas. E para sua mortificação, seus olhos umedeceram, também. Ele retrocedeu sem piedade a
essa resposta, nem podendo nem querendo tolerá-la.
— É tão bom vê-lo, Trey.
Ele não podia dizer que era bom vê-la. Alucinante. Confuso, talvez.
— Como está seu tornozelo? —perguntou antes que pudesse responder.
— Melhor. Amanhã tenho uma consulta com o médico. Ordens do supervisor. Diz que
tenho que fazer com que me examinem antes que possa voltar a trabalhar.
Deu uns tapinhas em seu ombro.
— Bem, posso examinar. Lembra que sou enfermeira.
Ele sorriu, mas não concordou.
— Entra.
Trey ofereceu algo de beber, e depois que disse que beberia o mesmo que ele, pegou na
geladeira o chá gelado.
— O que trouxe? —perguntou, tratando de aliviar sua voz.
— Comida do mercado de Chicago. Se tivesse casa teria cozinhado comida caseira. Isto foi
o mais perto que pude conseguir de comida para levar.
— Sempre foi uma boa cozinheira.
Ela sorriu, e uma luz diferente iluminou seus olhos. Não parecia tão amargurada, tão
cínica. Tão endurecida como tinha estado há dez anos.
— Obrigado.
Em pouco tempo puseram a mesa, falando de coisas sem importância como o clima. Ele se
perguntou quanto tempo ela levaria para dizer por que queria reconciliar-se com ele.
Fácil. Acelera.
À medida que se sentavam para começar a comer, seu estômago grunhiu. Faminto, atacou
o bolo de carne, o purê de batatas e a salada.
— Isto está bom.
— Me alegro que você goste. Então, me diga o que aconteceu nestes anos. Dez anos é
muito tempo.

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Trey recordou sua graduação na Universidade do Colorado, com um título em Justiça


Criminal, e a derrota que quase estragou toda sua festa de graduação. O selvagem comportamento
da mulher que estava sentada justo diante dele. Mas não ia tocar o tema.
— Depois da última vez que nos encontramos, voltei para Gold Rush e comecei a trabalhar
no Departamento do Xerife de El Torro. E há quatro anos me converti em parte da equipe SWAT.
— É um trabalho tão perigoso. Mas posso dizer que você adora. E é bom nele.
Ela não se reencontrou com ele tempo suficiente para saber se podia fazer o trabalho bem
ou não, mas não quis disputar seu elogio.
— É um trabalho perigoso, mas eu adoro.
— E o que faz na equipe? Não têm nele trabalhos especializados?
— De algum jeito. —Bebeu seu chá gelado—. Sou franco-atirador. Meu pai adotivo me
ensinou como disparar antes que me graduasse na universidade. Sou bastante bom nisso.
Ela sorriu, e ele viu a sinceridade fazer mais quente seu olhar. Depois, pareceu ver brilho
de lágrimas.
— Estou muito orgulhosa de você. Obteve muito desde que Arlene e Justice o adotaram.
Uma dor se concentrou em meio de seu peito, como se alguém tivesse posto uma bigorna e
exigisse que tratasse de respirar.
— Obrigado. Agradeço por isso.
Ela se inclinou sobre a mesa e pôs a mão sobre a sua.
— Trey, sei que tenho muitas coisas pelas quais me desculpar. Sei que nada pode apagar
que tenha abandonado você e seu pai. Assumo a culpa do que aconteceu naquele tempo. Naquele
tempo. Mas espero que isto seja um novo começo. — Ela apertou sua mão de volta.
Ele pôde ver a verdade em seus olhos, e, entretanto, não confiava em si mesmo.
Como poderia?
Há dez anos tinha esperado que sua mãe começasse de novo com ele quando apareceu em
sua graduação.
— Tem que entender o quanto é difícil para eu confiar no que diz. Quando foi à graduação
e tudo foi ao inferno, marcou esse dia. Em minha memória. Quero deixá-lo para trás, mas primeiro
tenho que acreditar que posso confiar em você.
A tristeza escureceu seus olhos.
— Entendo. Não espero que me aceite com os braços abertos imediatamente. De fato,
quando te liguei no outro dia estava aterrorizada de que só desligasse. Não te dei nenhuma razão
para acreditar que sou uma pessoa diferente da que era quando deixei seu pai e quando eu... quando

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fiz uma cena em sua graduação.


Ele tomou seu tempo mastigando seu seguinte bocado antes de perguntar:
— O que te fez mudar?
— Dei-me conta de que uma grande parte de meu problema era minha autoestima. Sabe
algo a respeito de como cresci. — Riu pela metade. — Meus pais, como provavelmente recorda,
eram pessoas pouco confiáveis, frias. Assim cresci pensando que assim era como todas as famílias
deveriam ser. Inclusive quando tinha evidência do contrário, incomodava-me a felicidade de outras
pessoas. Estava mais interessada em ser a vítima que em fazer algo com relação a desordem que era
minha vida. Seu pai teve uma criação feliz. Só Deus sabe por que nos sentimos atraídos um pelo
outro.
Nunca a ouviu falar tão abertamente assim antes, e isso o animou contra sua vontade.
— Talvez pensou que podia ter essa vida feliz. Que podia criar o ambiente que nunca teve
de menina.
Ela assentiu.
— Tem perfeito sentido. Tem — suspirou. — De todos os modos, mantive-me como uma
mulher manipuladora, passivo-agressiva até depois que as coisas se complicaram em sua graduação.
Foi como uma tonelada de tijolos me golpeando depois de que me disse...
Sim, lembrava.
Mas só disse essas palavras quando ela começou a queixar-se de que ele não a entendia, de
que ela só necessitava dinheiro dele até que se recuperasse.
— É um homem afortunado, Trey. Sempre parece que tudo foi entregue em bandeja de
prata. Enquanto eu tive que trabalhar por tudo o que tenho. —Isso o zangou.
— Eu trabalho condenadamente duro por tudo o que recebo. Nada me foi grátis. Acredito
que obtém o que semeia em vida. Odeio o que é. Odeio o que fez à vida de meu pai e à minha. Não
quero voltar a vê-la de novo.
Lágrimas derramaram dos olhos dela e logo se afastou. E até que o tinha chamado na
semana passada, não a viu, não falou com ela.
Recordar o acalorado intercâmbio de palavras fez com que sua garganta se apertasse.
Essas lágrimas brilharam em seus olhos outra vez, mas ela não as deixou cair. Baixou o
olhar para seu prato, como se a vergonha a impedisse de encontrar-se com seu olhar.
— Estive em terapia para baixa autoestima, comecei com meditação, tomei aulas de
psicologia e comunicação, enquanto trabalhava como enfermeira. Levou algum tempo, mas aprendi
que sou responsável pelo que me ocorre, e não tenho ninguém a quem culpar a não ser a mim

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mesma. — Desta vez o olhou nos olhos. — Aprendi que quero que meu filho saiba quem sou agora.
Que quero conhecê-lo por quem é ele agora.
Aturdido, não pôde dizer nenhuma maldita coisa. Uma desconfiança residual ficava, mas
uma nova emoção brotou em seu interior para sua mãe. Afeto. O desejo de entender a vida que tinha
criado por si mesma. Trey não esperava a ascensão de emoções enquanto ela descobria seus
segredos e sua alma. Se havia uma coisa que Edie Phillips tinha sido sempre, era uma pessoa sem
emoções, fria. Desta vez, entretanto, colocou seus sentimentos sobre a mesa como um maço de
cartas. Sem desculpas. Ela respondeu a suas perguntas.
Espera. Só tem que esperar. Assegure-se de que isto não é um truque com fumaça e
espelhos.
Não confiava nela por completo apesar de suas revelações.
— Sei que isto é muito para assimilar. — Ela pôs seu garfo no prato, sua comida estava
pela metade. — Não espero que o aceite. Queria te dizer o que havia passado. —Deixou escapar um
grande suspiro e tentou um meio sorriso. — Minha vida está muito completa nestes dias. Eu
gostaria de fazer um pouco de trabalho voluntário aqui, como fiz em Chicago. Eu gostei muito
disso.
— Isso está muito bem. —Ele tentou um sorriso, mas não o formou o suficiente. —
Obrigado por me contar tudo isto. Agradeço por isso.
— Pressinto que não sabe se acredita ou não.
— Estou sendo cauteloso.
Ela assentiu.
— Entendo. Bem, me conte um pouco mais sobre você. Tem uma namorada?
Sua cabeça se ergueu. Como sabia a respeito de Olivia?
Olivia não é sua namorada, tarado.
Quando ela o olhou, a curiosidade se acendeu em seus olhos, e ele limpou a garganta e
respondeu.
— Não.
— Hmm. Bom, seu trabalho é exigente. Posso entender que muitas mulheres não o
tolerem.
— É certo. Celeste a prometida de Mick teve um montão de problemas no princípio devido
a sua carreira. — Encolheu os ombros e bebeu um gole de seu chá gelado. — Tenho um montão de
encontros. Nada sério.
— Talvez algum dia.

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Ele sorriu.
— Nem sequer penso nessa direção. Não acredito que esteja nas cartas para mim.
— Por que não?
— Porque eu gosto da variedade. Não acredito que seja um homem de uma só mulher.
Ela agitou o garfo pelas batatas em seu prato.
— Pode culpar a seu pai disso.
Sua cabeça se levantou, a atitude defensiva imediata rasgou através dele.
— Por quê?
— Carinho, casou-se cinco vezes. Viver com ele, ter mulheres entrando e saindo de sua
vida todos os poucos anos deve ter mexido com seu conceito das relações.
Merda. Nunca pensou nisso.
— Certo. Tem sentido. — Encolheu os ombros. — Meu pai foi um bom exemplo de por
que algumas pessoas não são feitas para as relações a longo prazo.
Ela pegou o garfo de novo e rebuscou em seu bolo de carne.
— Jackson era um homem maravilhoso, mas sempre manteve uma parte de si mesmo em
reserva. Uma mulher nunca podia chegar ao centro dele. Ele reprimiu algo. Algo essencial.
Nesse momento, Trey se perguntou se deixaria às mulheres sentindo alguma sensação de
não estar completas. Por não dar o suficiente? Sua atitude defensiva se dissolveu ao enfrentar os
fatos. Como policial tratava com fatos concretos. Este era um deles.
Sua expressão se tornou triste.
— Já sabe, quando morreu estive devastada. Eu... ainda o amava.
A ira voltou a alagá-lo.
— Não veio a seu funeral.
Ela assentiu, com seus olhos escurecidos.
— Sei. Nesse momento não pensei que me quisesse ali.
— Não se incomodou em me perguntar isso.
Ela assentiu uma vez mais, com a dor em seus olhos.
— Estava equivocada, Trey. Tão equivocada. Perdoe-me.
Ele lutou com o conceito.
— Eu... vamos levar as coisas com calma, certo? Necessito mais tempo para assimilar isto
em minha cabeça.
Ela suspirou, mas o som não soou como um OH pobre de mim. Em lugar disso, ela soou
resignada e disposta a esperar.

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— É óbvio.
Um minuto passou antes que ele dissesse.
— Papai não era perfeito. Nem perto disso. Sei que não foi somente sua culpa.
— Posso passar mais tempo te explicando por que tinha que fugir. Por que... tive meu
namorico e fui com outro homem.
— Às vezes não fazemos o correto no momento.
— Ah, — disse ela, — mas como eu, você pode escolher ser você mesmo. Não deixe que
os enganos de seus pais sejam os teus, meu filho. Não deixe que meus enganos e os enganos do
Jackson o marquem pela vida. Você é seu próprio homem.
Desta vez, quando Trey sorriu, fez de verdade.
— É uma mulher inteligente.
Ela riu.
— Obrigada. Esse é o melhor elogio que recebi em muito tempo. — Quando ele ficou em
silêncio, ela continuou. — Trey, se quiser, eu gostaria que seguíssemos nos reunindo para jantar às
vezes. Irá à venda de bolos este fim de semana?
— Provavelmente. Mamãe vai entrar com um bolo no concurso, e outra amiga também.
Mataram-me se não for.
Ela sorriu.
— Excelente. Então te verei lá. — Terminaram o jantar, e enquanto limpavam, ela disse.
— Conhecer a nova eu poderia tomar um tempo. E estou certa de que há coisas que são diferentes
de você às que terei que me acostumar. Vamos um dia de cada vez.
Era um começo vigiado e hesitante. Mas tomaria.

Capítulo Dez

— Um concurso de assar bolos não é minha ideia de diversão, mas sobreviverei. — Disse
Trey enquanto seguia sua mãe e a Celeste por uma multidão na vigésima Competição Americana
Anual de Bolos de Gold Rush. Simplesmente dizer o título era suficiente para deixar à maioria das
pessoas com falta de oxigênio.
Celeste deu um murro no braço de brincadeira.
— Deve ser agradável, ou meu namorado te machucará.
Ele gemeu e mudou seu saco de papel marrom a seu outro braço.
— Estou muito assustado.

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— Será melhor que esteja — disse sua mãe. — Porque se Mick não se meter com você,
farei eu. Agora seja agradável.
Trey sorriu.
— Sim, senhora.
À medida que caminhavam através da multidão, desejou ter companhia masculina para
ajudá-lo a sobreviver a esse evento feminino. É óbvio, comer o bolo era algo viril, mas ver os juízes
qualificar cada bolo o aborrecia. Vários outros agentes da ordem, alguns do Departamento de
Polícia de Gold Rush e da Patrulha Estatal do Colorado, e do Departamento do Xerife do Condado
do El Torro tinham amigas e familiares participando. Se via alguém conhecido, previu pendurar-se
neles, enquanto as avaliações começavam. Era incrível o tempo que poderia tomar qualificar bolos.
Mamãe, entretanto, prometeu desfrutar das vantagens culinárias de comer bolo, enquanto
estava no evento. Como podia ignorar esse tipo de suborno? Dirigiu-se ao parque, enquanto Mary,
mamãe e Celeste levavam os bolos em outro carro.
Ele tinha registrado com a polícia da cidade que estava trabalhando no evento, e se
informou de que tinham feito uma varredura na área com cães para detectar bombas. Os oficiais K-
918 tinham informado que a zona estava limpa. Além disso, os agentes de polícia em serviço
mantinham uma vigilância sobre a multidão.
Satisfeito de que tudo estivesse tão seguro como poderia estar, decidiu que podia relaxar
um pouco.
Seu tornozelo ainda doía, mas o médico disse que estava se recuperando rapidamente. Que
poderia voltar para trabalho de escritório na próxima semana, e talvez depois reintegrar-se com a
SWAT. Isso dependeria de seu progresso.
— Pena que seus irmãos e Dace não possam desfrutar do dia aqui com a gente — disse
Mary enquanto apressava o passo.
Trey começou a rir.
— Se não estivessem trabalhando, provavelmente estariam vendo uma partida em lugar de
estar aqui.
Mary se aproximou de seu lado.
— Não tenha tanta certeza. Teria adicionada à lista de Dace de tarefas de noivo.
Celeste riu.

18
A Unidade de Serviços Emergenciais (Emergency Service Unit) e a Unidade Canina (K-9 Unit) fornecem
equipamento especial, peritos e apoio para várias unidades dentro da NYPD. De acidentes automobilísticos a queda de
prédios a situações com reféns, os oficiais da USE são chamados quando a situação requer equipamento e conhecimento
avançado. A Unidade K-9 fornece assistência durante buscas por pessoas desaparecidas e provas.

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— Se Mick não estivesse trabalhando, estaria aqui. —Moveu seus cílios. — Tenho
maneiras de fazê-lo cumprir.
Muita informação.
— Maldição — disse Trey com um lamento despreocupado. — Lembre-me que nunca me
case.
Mary lançou um olhar cúmplice em sua direção.
— Olivia estará aqui?
Agora, por que insistiam em tirar seu nome cada vez que ele dava a volta?
Ele encolheu os ombros.
— A semana passada disse que sim.
— Não falou com ela depois? —perguntou mamãe.
— Não.
Ela suspirou.
— Bem… — Ela o deixou aí. — E o que tem Edie?
— Quando falei com ela, planejava estar aqui. Ainda não tem uma casa própria, assim não
podia cozinhar nem colocar um bolo na competição.
Edie e Olivia se mantinham obstinadas em seus pensamentos. Tinha pensado com
frequência nelas nesta semana, e quase ligou para Olivia mais de uma vez. Era melhor
permanecerem separados. Depois de tudo, como uma associação puramente amistosa, não era como
se passariam muito tempo falando ou em companhia do outro.
— Suponho que os concursos de assar bolos são muito populares. — Sorriu ele. —
Inclusive há um montão de homens aqui.
— Olhe. — Disse Mary com expressão de suficiência.
Apesar de que ele assistiu a mais de um desses concursos de assar bolos, Trey sentia que
este seria diferente. Não sabia por que, mas ali estava a ideia, permanecendo no fundo de sua mente.
Como polícia entendia que as intuições funcionavam bem quando prestava atenção. Permaneceria
vigilante. Durante seu tempo livre, passou tempo investigando quem poderia ter feito a chamada de
ameaça. Prendeu um montão de gente em sua carreira. Quem seria tão estúpido para ligar para um
policial em sua casa e ameaçá-lo e às pessoas que ele se importava? No momento não ocorreu o
nome de ninguém em específico. Os criminosos dessa categoria estavam todos no cárcere.
Apesar de que não tinha falado com Olivia especificamente, pediu a Craig e a Mick que
mantivessem um olho nela sem que ela soubesse. Eles haviam passado por seu lugar de trabalho e
apartamento e o informaram que estava bem.

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Merda. Não queria pensar no perigo em um dia agradável com temperatura ao redor dos 15
graus nessa comunidade no alto da montanha. Depois que as damas se dirigiram às tendas para
mesclar e arrumar seus bolos, ele ficou de fora para vigiar.
Uma multidão enchia o Parque dos Veteranos. Todos os tipos imagináveis de pessoas
vagavam pelos arredores. Pessoas com cães, alguns indivíduos desalinhados que pareciam estar
passando momentos difíceis, alguns homens mais velhos de braços dados com suas esposas
desejosas de ver o evento. Alguns homens mais jovens, entusiasmados com o evento de bolos já que
poderiam chegar a comê-los de sobremesas, mesclados com amigos e conhecidos. Ao diabo se os
homens não reagiam como cães Pavlov19 quando os bolos entravam em uma conversa.
Infernos, os homens espreitavam esse evento, porque sabiam que toneladas de mulheres
estariam ali. Seria um bom lugar para encontrar uma garota? Talvez. Negou com a cabeça. Sim,
claro.
Olhou a seu redor, sem saber por que se sentia obrigado a observar à multidão. Observar às
pessoas caía em sua descrição de trabalhar, entretanto, não tinha nenhuma razão para pensar que
precisava manter-se em vigília hoje além de que seu instinto o dizia. Imaginação. Negou com a
cabeça e tratou de ignorar a horripilante sensação. Estaria sendo observado de novo?
Seu tornozelo doeu, assim que se dirigiu para uma das tendas de bolos onde tinha visto sua
mãe desaparecer. Quando entrou na tenda, ficou em ponto morto. Através da vasta extensão, Olivia
estava de pé com um homem. O homem tinha o braço jogado por seus ombros, com um grande
sorriso, e a expressão dela era ainda maior. O tipo com Olivia media mais de 1,83 e a escura
camiseta que usava não podia ocultar sua textura muscular.
Antes que Trey pudesse tomar uma respiração profunda, duas emoções que não esperava o
golpearam no intestino.
O tipo tinha seu braço ao redor de Olivia.
O homem a estava tocando.
Trey ficou quieto, com a boca aberta, com as mãos em seus quadris, em estado de choque
ante o ciúme que o queimava como uma chama. Em segundo lugar, o desejo de protegê-la estalou
em toda regra, uma reação animal que Trey reconhecia.
De maneira nenhuma. Não estou ciumento.
OH, sim estou.
O ciúme mais o desejo de protegê-la o fizeram caminhar para ela em dois segundos.
Tanto por seu desapego, MacGilvary.

119
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****
O homem se sentou no estacionamento dentro dos limites do Parque de Veteranos, e
esperou atentamente sua oportunidade. Hoje sua urgência era maior, impulsionada por uma
necessidade de destruir o sentido de segurança de Trey MacGilvary.
Esta vingança, se o admitia para si mesmo, tinha muito a ver com criar medo, enquanto
matava MacGilvary e seus entes queridos. Gostava de dizer a sua psique, porque tinha que
confessar que cometeu um enorme engano ao ter advertido MacGilvary por telefone de suas
intenções, bem, isso não serviria, verdade?
Tolo filho de puta.
As palavras ressonaram em sua cabeça e as saboreou como se fosse mais de uma voz que
as dizia. Às vezes o demônio falava, às vezes, sua esposa o fazia.
Não é que sua esposa alguma vez houvesse dito essas palavras. Mas ela tinha esse olhar em
seus olhos ultimamente.
Desrespeitosa. Insubordinada.
Enquanto estou nisso, poderia pôr a minha mulher no gelo, também. Ela foi uma puta chata
ultimamente.
Não. Sua esposa, sua família, todos deviam permanecer intactos de mais violência, pela
coisa terrível que MacGilvary tinha feito.
Quando a família de MacGilvary morrer, só MacGilvary conheceria a dor. A partir de
agora a dor chegaria pouco a pouco até a culminação final.

****
— Quem é esse homem? —Perguntou Cameron enquanto soltava Olivia—. Está
caminhando nesta direção como se estivesse preparado para chutar meu traseiro.
Olivia olhou ao seu redor com confusão enquanto o braço de seu irmão caía ao redor dela.
Trey caminhava em sua direção do outro lado da carpa, com os olhos de aço, com uma
expressão dura e implacável.
—Trey MacGilvary. E parece zangado.
A expressão normalmente jovial de Cameron se tornou preocupada.
— De onde o conhece?
—É o agente SWAT que me ajudou com Cohen.

19
Ivan Pavlov (fisiologista russo) dedicava-se a dar de comer a seus cães fazendo soar uma campainha. O fazia tantas

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Cameron moveu seu grande corpo, para ficar um pouco diante dela.
— Parece suficientemente zangado para mastigar casca.
Ela agarrou seu antebraço.
— Cameron, o que está fazendo?
Seu irmão era mais novo que ela, mas quando se tratava de proteger sua irmã, seu tamanho
e amor nunca fracassavam.
Quando Trey chegou até eles, Olivia sentiu a testosterona saltar entre os dois homens como
uma bomba. Quase podia cortá-la com uma serra, sendo tão densa como o chão. Era tempo de
intervir.
Ela se separou de seu irmão e sorriu a Trey.
— Olá, Trey.
Trey não sorriu. De fato, via-se quase tão duro como se viu quando tinha lutado com
Cohen.
— Ei. — Ele estirou a mão para Cameron. — Sou Trey MacGilvary.
A mão de Cameron saiu imediatamente, com seus olhos verdes glaciais.
— Cameron Scott. Sou o irmão da Olivia.
Então aconteceu algo que deixou Olivia alucinada. A cara vigilante de Trey mudou a um
sorriso animado e feliz.
Trey estreitou a mão de Cameron com entusiasmo, logo a soltou.
— É muito bom te conhecer, Cameron.
Os olhos de Cameron tiraram sua precaução e se encheram de diversão.
— Prazer em conhecê-lo, Trey. Quero te agradecer por ajudar minha irmã na biblioteca
quando foi tomada como refém. Estou muito agradecido.
Aliviados, os dois homens compreenderam a configuração do terreno, e ela se perguntou
por que Trey tinha chegado onde eles estavam como um trator. Não tinha sentido a menos que...
Não, não podia ser.
Poderia ter visto o Cameron com ela e pensado...
Teria ciúme? Não parecia muito provável.
— Me alegro de ter estado lá — disse Trey, — mas ela se comportou muito bem. Tem uma
irmã inteligente e dura.
Cameron lançou uma brincadeira olhando para ela.
— É. É dura como botas de couro.

vezes que, ao final, os cães salivavam com apenas escutá-la (Lei do reflexo condicional).

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— Obrigada. — Ela revirou os olhos. — Sempre é bom ser comparada com objetos de
calçar os pés. Suponho que me comparará com botas de água lamacentas em sua próxima
oportunidade.
Cameron lançou um sorriso zombador.
— Muito bem. Parece uma boa ideia.
Deu uma cotovelada nas costelas.
— Agora soa algo elegante.
O olhar de Trey se voltou para ela, e o que viu ali o surpreendeu uma vez mais. Calor.
Ternura.
— Ela é bonita e inteligente.
Olivia sorriu e ruborizou ao mesmo tempo.
— A adulação te conseguirá outra fatia de bolo, MacGilvary.
— É um trato. Mamãe me subornou com bolo hoje. — Trey olhou ao redor da tenda. —
Minha mãe biológica é provável que apareça, também.
Antes que pudesse evitar, disse:
— OH, como está indo isso? Está indo bem com Edie?
Trey franziu um pouco o cenho.
— Estou medindo o terreno. Não tenho certeza ainda.
Ela quis perguntar mais, mas decidiu não fazê-lo com seu irmão parado ali.
— O que te traz para Gold Rush? — Perguntou Trey a Cameron.
— Sou um engenheiro de software de uma empresa britânica que tem interesses em
Denver e me enviaram em viagem de negócios.
— É óbvio, sabia que sua irmã mais velha se zangaria se não visitava Gold Rush, enquanto
estava nos Estados Unidos — disse Olivia, pressionando-se contra o ombro largo de seu irmão com
afeto.
— Voo de volta a Inglaterra esta noite. É o primeiro aniversário do meu filho na segunda-
feira. Não quero perder isso.
Olivia observou aos dois homens conversarem. Seu irmão forte, seguro e cômodo com o
carisma intimidante de Trey, sem perder seu ritmo.
De repente, Trey disse a Cameron:
— Mantém um olho na Olivia, certo? Se assegure de que esteja segura.
Os olhos do Cameron se estreitaram.
— Está em perigo?

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A apreensão a encheu, mas tratou de dissimulá-la com um amplo sorriso.


— Maldição MacGilvary, não o assuste.
Cameron lançou um olhar de preocupação a Olivia.
— O que está acontecendo? Por que deveria estar preocupado?
Ela deu uns tapinhas no ombro de Cameron.
— Não deveria estar.
Trey relatou a chamada telefônica que tinha recebido.
— Mantenha-se em alerta, certo?
— Não é tão ruim. — Ela se voltou para Trey. — Posso falar com você lá fora, por favor?
— É óbvio. — disse Trey.
— Volto logo Cameron. — Ela agitou uma mão em um gesto ta-ta, e logo saiu da tenda.
Deteve-se a vários metros de distância da tenda perto de um denso bosque de árvores.
Trey pôs suas mãos em seus quadris.
— O que acontece?
Ela refletiu sua postura.
— Por que teve que assustar Cameron a respeito da ligação?
— Por que não? Pensei que tivesse dito.
— Trato de manter a minha família tão pouco informada de minha vida como é possível.
— Por quê?
— É uma história complicada.
— Parece que estou ocupado?
A frustração comeu sua decisão de manter a calma. Ela suspirou, sem saber se revelaria os
detalhes.
— É complicado. Meus pais são pessoas que se metem. Essa é uma das razões pelas quais
deixei a Inglaterra. Tratar de comprometer-se com eles, ver olho a olho com eles qualquer situação
é impossível. Estiveram me rogando que voltasse para a Inglaterra apesar de só estar aqui por seis
meses. Quando digo que eu adoro estar aqui e sobre tudo Gold Rush, horrorizam-se.
Ele lançou um grunhido.
— Têm algo contra os Estados Unidos?
— Não especificamente. Simplesmente se preocupam com o fato de que eu goste tanto que
queira ficar. Meu programa de intercâmbio é de um ano. Além disso... — Tragou, tratando de dizer
a seguinte razão. — O posto que tinha na Inglaterra se foi e nunca estará aberto para mim outra vez.
— Disse-me que foi bibliotecária lá, também, certo?

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— Sim.
Seus olhos ficaram em modo de polícia. Era tempo para ser interrogada.
— Por que deixou seu outro trabalho?
— Por razões que prefiro não te dizer neste momento. Em segundo lugar, meus pais
incomodam meu irmão para que diga tudo, porque trocamos e-mails com regularidade. Meus pais
se negam a receber e-mails ou a usar internet, por isso é mais difícil manter-se em contato com eles.
Ele está melhorando em não ceder a todas suas demandas, mas não é tão forte como eu nesse
sentido. — Pôs as mãos em sinal de súplica. — Perguntam coisas como, está comendo o suficiente?
Tem amigos? Tem algum namorado? Têm medo de que perca este trabalho. Nunca entenderam por
que tive que ir a um país estrangeiro. Acreditam que ter deixado Huntingdon foi uma das piores
coisas que fiz.
Trey a olhou surpreso, já fora por sua confissão parcial ou pela veemência das objeções de
seus pais.
— Sei que os pais podem estar tentando. Toma Edie como exemplo.
— Ah, sim?
— Essa é uma história muito longa, também. Uma que não tem tempo de escutar agora
mesmo.
Ficaram em silêncio, e a observou com intenção. Nervosa ela disse:
— Parece que ambos temos uma grande quantidade de bagagem da qual preferimos não
falar.
Ele assentiu, com a compreensão em seu olhar uma vez mais.
— É o que parece.
A curiosidade a empurrou.
— Como está seu tornozelo?
— Bem. — Explicou o plano de seu supervisor de pô-lo no trabalho de escritório na
próxima semana. — Pelo menos estarei de volta no trabalho. No que me diz respeito, uma semana
de estar sentado foi mais que suficiente.
Ela sorriu, permitindo que seu olhar fosse sobre seus largos ombros e a inclinação
orgulhosa de sua cabeça. A atração a invadiu, uma sensação que não podia sossegar sem importar
quanto tentasse. A boca de Trey se apertou, e cruzou os braços. Usando um jumper de cor vermelha
rubi com calça jeans e pulôver com tênis, parecia casual. Ao mesmo tempo, reconheceu que Trey
nunca poderia parecer ordinário. Sem importar quando o visse, sempre tinha uma aura de puro
poder e competência.

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Goste ou não, sinto-me atraída por ele. Intensamente.


— Não se pôs em dia com sua leitura quando esteve em sua casa? — perguntou ela.
Ele assentiu.
— Sim, fiz. —Ele esfregou a nuca. — Talvez foi bom para mim ter tido esse tempo de
inatividade. Mas agora tenho que voltar para trabalho.
— E direto para os disparos.
— Sim.
— Fez com que checasse sua pressão arterial recentemente? — lançou um sorriso
zombador.
— O que? Sim, meu médico checa isso toda vez que vou. Tenho livros a respeito da
pressão do sangue.
— Hmm. É só que às vezes é tão intenso... tão...
Raios, Olivia. Só se cale.
Antes que ele pudesse responder, ela disse:
— Não quero soar como uma esposa bruxa. Só me perguntava se a ligação tinha apagado
seu senso de humor.
Uma diversão genuína dançou em seus olhos.
— Olhe, sinto se fui muito intransigente com seu irmão para te cuidar. Foi por instinto, e
desde que cheguei aqui hoje estive sentindo algo estranho.
— Estranho?
— Como se algo não andasse bem. Por isso só fique alerta. — esfregou o dorso de seu
pescoço de novo. — Não ia dizer nada mais porque não queria te assustar.
— Sou muito difícil de assustar.
Outro sorriso brilhou em sua boca.
— Sei.
Um impulso de zombar dele surgiu com toda sua força.
— A forma como se aproximou de nós pôs meu irmão em estado de alerta. Disse quem
era, mas parecia tão furioso.
As sobrancelhas de Trey se levantaram.
— Sim?
— Por que arremeteu para nós como um touro? — Obrigou-se a olhá-lo nos olhos, para
averiguar tudo o que pudesse pelo intenso escrutínio em seus olhos escuros.
Desta vez, entretanto, ele desviou o olhar, um olhar tímido e vulnerável incomum em sua

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linha sólida, esculpida em seu bonito rosto.


Quando voltou seu olhar para ela, confessou.
— Só reagi. Chame de instinto se desejar. Vi esse tipo com seu braço a seu redor. Estava
sorrindo e parecia feliz. Não acreditei que seu contato fosse de gente não desejada. A lógica me
dizia que deixasse estar. Meu instinto me fez ir para frente.
Luta com isso Olivia. Só pergunte o que quer saber.
— Por que foi para frente?
Ele suspirou.
— Instinto de proteção depois do que aquele tipo ligou e me ameaçou e às pessoas que me
importam.
Ela alargou a mão e apertou seu antebraço, desfrutando da curva forte e musculosa.
— Obrigada por estar preocupado, irmão mais velho.
O olhar do Trey se reduziu, queimando-a com um perigoso calor. Sua voz se reduziu a uma
sensual vibração.
— Definitivamente não sou seu irmão.
Seu corpo estremeceu dos pés a cabeça com sua rouca declaração.
— Ah, sim? O que é então?
Ele se moveu mais perto e ela manteve sua mão em seu braço.
— Um bom amigo. Se alguma vez tiver medo, pode vir para mim em qualquer momento.
— É óbvio.
Ele levantou seu queixo com o dedo indicador.
— Não poderia suportar que algo te acontecesse.
Uma emoção disparou em seu corpo enquanto seu olhar a acariciava. Ela não estava
usando nada abertamente sexy. Uma camiseta verde de manga longa que se ajustava apertadamente
contra seu corpo e calça jeans. Nada do outro mundo. Entretanto, sua atenção a engolia toda com
olhos de fogo e paixão.
— Isso é doce, Trey. Obrigada.
— O que estou sentindo neste momento está condenadamente longe de ser doce.
Ela esteve a ponto de não perguntar, por medo à resposta, sem apreensão, desejando ao
mesmo tempo.
— Como está se sentindo?
— Louco. Estou começando a me sentir, como o chamariam os britânicos, louco. — Sua
voz se fez mais profunda, uma qualidade quase gutural mesclada com sedução. Seu olhar se lançou

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para sua boca. — Perdoe-me.


— Por quê?
— Por isso.
Ele se inclinou e pegou sua boca com a dele, um ardente e rápido beijo que tinha o sabor
para incitá-la. Sua língua abriu seus lábios, acariciando o interior com um só toque de fogo.
Devolveu o beijo enquanto ele se retirava. Ele se afastou, vendo-se ante todos como um
animal macho reagindo a impulsos primitivos. Seu peito se agitava de cima a baixo.
Sem fôlego, excitada, ela esperou... o que? Maldição, tinha que saber por que a tinha
beijado onde qualquer um podia ver. Nunca sentiu essa necessidade com outro homem, que a
empurrava a fazer, dizer e reagir de uma forma que sua personalidade de bibliotecária achava muito
ousada.
Isso é tudo, Olivia. Negue-se a cair sobre seu traseiro por este cara.
— Beijou-me. —Sua acusação soou uma declaração. — Se for só um amigo, por que me
beijou e agiu de maneira territorial quando se aproximou de mim e Cameron? Estava rindo com
meu irmão e você deve ter visto isso. Realmente não acredito que se sentiu ameaçado, certo?
— O primeiro instinto me disse que sim, depois te vi sorrir. — Seu olhar se encontrou com
a dela, com uma fusão de calor em seus olhos que passou através dela como uma onda de calor. —
Senti ciúme quando vi outro homem te tocando, certo? Admito. — A incerteza cruzou seu rosto. —
Minha moderação parece ser fuzilada como o inferno ao seu redor, Olivia. Sabe que te acho
sexualmente atraente. Não há dúvida a respeito disso, certo?
Sua boca se abriu, mas tomou uns segundos responder, enquanto a realidade se afundava
nela. Quisesse ou não, o fato de que ele se sentia atraído sexualmente por ela a encantava.
— Não.
O olhar intencionado de Trey a desentranhava segundo a segundo.
— Não há dúvida que te desejo, que me preocupo com você. Não posso te dar o que
necessita. Uma relação que vá muito além de sexo não está nas cartas para nós. O que posso te dar
não é o que uma mulher como você merece.
De repente, a atração borbulhou dentro dela como um vulcão a ponto de estalar mesclada
com ira.
— Acha que sabe o que necessito, Trey MacGilvary? — Ela baixou a voz a quase um
sussurro. Deu um golpinho leve no peito com seu dedo indicador. — Talvez não é tão perito como
pensa. — Golpinho. — Se não pode me dar o que acha que necessito, então deixa de me tocar. —
Golpinho. — Deixa de me beijar. Deixa de me tentar até que minha cabeça dê voltas. — Exalou um

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profundo suspiro. — Aí. Agora que esclarecemos isso, já sabe onde estou parada.
Em lugar de devolver sua ira com ira adicional, um sorriso encheu seu rosto.
A paixão permaneceu em seus olhos. Maldito fosse o homem.
Trey cruzou os braços.
— Certo.
— Certo?
— Sim. Deixarei de te dizer o que penso que precisa.
— Bom.
Uma voz de mulher pelo alto-falante anunciou que os juízes começariam a qualificar os
bolos em menos de dez minutos.
— Será melhor que retorne à tenda. — Ela começou a afastar-se.
Ele seguiu a seu lado. — Trouxe um bolo?
— Claro. Na verdade, trouxe dois. Um de mirtilo, e seu favorito de maçã.
— Estará contra minha mãe com o bolo de maçã. Alegro-me de não ser juiz. Eu gosto dos
bolos das duas.
— Fantástico. —Ela trocou de novo a seu tema original, desejosa de fazê-lo entender sua
posição. — Por favor, não seja como meus pais tentando me proteger de fantasmas que não estão
ali. Não fez nenhum bem a eles e não fará nenhum bem a você tampouco.
Ela se deu conta de que ele queria perguntar mais, entender o que ela queria dizer com
isso.
— Vamos, — disse — tenho um grande prêmio para ganhar.
— Confiante? — Trey perambulou junto a ela enquanto se dirigiam de novo para as
tendas.
— Você provou meu bolo. O que te parece?
— Acredito que é tão delicioso como você.
Sua cara ardeu.
— Trey, estou falando do bolo.
Deu um olhar inocente.
— Eu também. Do que pensou que estava falando?

Capítulo Onze

Olivia observava da área dos participantes de bolos de um lado da loja, sentada em sua

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cadeira de plástico. Os juízes passavam de bolo em bolo enquanto, cortavam, rodelas de sobremesas
para que provassem.
— Acredito que seu bolo passará a seguinte ronda pelo que Trey me disse, — disse Arlene
MacGilvary enquanto se inclinava para sua direita e sussurrava— Adorou seu bolo.
Olivia sorriu e sussurrou:
— Obrigada.
Desfrutava da companhia da mulher. De fato, o tempo que passou na área de participantes
com ela, intercambiando conselhos e conversando tinha sido agradável.
Do outro lado de Olivia estava Edie, a mãe biológica de Trey. Entrou como um raio no
último minuto com um sorriso fácil e sem fôlego. Trey a tinha visto e a escoltou até um assento ao
lado de Olivia. Isso a surpreendeu, porque com o passado de alguma forma secreto de Trey, não
esperava que ele quisesse Edie nas proximidades de Arlene. Arlene deu as boas-vindas a Edie com
amabilidade e sem rastro de rancor. Em muito pouco tempo, Olivia estava começando a desfrutar da
companhia de ambas as mulheres imensamente. Tinham um montão de tempo para conversar antes
que iniciasse o evento, e quando Olivia mencionou a Edie e Arlene que estava considerando fazer
uma mudança de imagem, as duas senhoras mais velhas se ofereceram para ajudá-la.
— Hurra! —Aplaudiu o clã de Arlene enquanto seu bolo de maçã passava para a seguinte
ronda. Seu outro bolo não foi tão bem, mas Olivia podia dizer que a mulher amava participar sem
ter em conta se ganhava ou não. O fato que tivesse feito tão bem embora não fosse uma confeiteira
com experiência era fantástico.
Edie agarrou a mão de Olivia.
— OH, seu bolo é o seguinte.
— Não se preocupe, irá bem. — Disse Arlene.
Olivia mordeu o lábio. Claro, disse a Trey que ganharia um Grande Prêmio, mas disse para
cobrir como estava nervosa depois de seu beijo. Sabia que Trey era um homem de confiança, e não
pouco confiável, como seu último noivo Randy. Mas por que Trey continuava tentando-a quando
disse que retrocedesse? Realmente a deixava louca. Esse jogo não ia funcionar para ela.
Ainda assim, podia senti-lo atrás dela, sentado na fila detrás com Celeste e Mary.
O fato de que se sinta atraída por um homem não significa que devia ter uma relação com
ele.
Sabia, mas isso não queria dizer que gostasse.
Olivia conteve o fôlego enquanto os juízes seguiam provando.
— Isto é angustiante.

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— Isso é certo. — A voz de Edie soou trêmula pela emoção. Tinha participado com um
bolo também, porque a hospedaria permitiu que usasse sua cozinha.
Antes de dar-se conta, o julgamento sobre o bolo de Olivia terminou.
—O voto é que continua! — A voz da locutora foi alta e clara. As mulheres mais velhas
sorriram amplamente. — O bolo de maçã assado de Olivia Scott, passa para a rodada final.
Arlene, Olivia e Edie deixaram escapar um grito juntas. Aplausos e vaias da considerável
multidão encheram o ar. Uma brisa se agitou através da tenda. As temperaturas mais baixas tinham
entrado e nuvens escuras prometiam chuva.
Enquanto desfrutavam de somente cinco bolos qualificados para o primeiro prêmio, Trey,
Celeste e Mary passaram à frente para felicitá-las. Ao seu redor as pessoas conversavam.
— Todo mundo pode me dar sua atenção — disse o locutor—. Haverá uns vinte minutos
de descanso, enquanto as outras tendas de bolos terminam suas seleções e começa a grande final.
Arlene se levantou e se estirou.
— Não sei o resto de vocês, mas perdi o almoço. Dirijo-me à lanchonete e comerei algo
realmente horrível para mim como rosquinha e um café.
Mary se queixou.
— Vou contigo. Descafeínado para mim. — Ela deu uns tapinhas em seu estômago. —
Acredito que o bebê gostaria de uma rosquinha, entretanto.
— Eu também. — Interveio Celeste.
— Posso me unir a vocês? — Perguntou Edie.
Um coro de assentimento fez com que Edie sorrisse.
Olivia colocou as mãos nos bolsos de seu jeans.
— Encontrarei vocês por aí. Vou correr ao banheiro de garotas. — Estremeceu. — Depois
pegarei minha jaqueta em meu carro. Está fazendo frio.
— Posso pegar sua jaqueta. — Disse Cameron.
— Uau, que irmão tão bom. — Disse Celeste.
Olivia encolheu os ombros e piscou um olho.
— É bom. Ficarei aqui.
Olivia se apressou a sair da tenda. Ouviu a risada quente de Trey enquanto ele ria de algo
que Celeste disse. Olivia teve que admitir que desfrutava de seu tempo com a família dele.
Era difícil acreditar que a tinham adotado como um dos seus tão facilmente. Perguntou-se
se teriam a impressão equivocada sobre sua relação com Trey. Se algum deles os tinha visto
beijando-se pelas árvores...

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Ela lançou um suspiro e se dirigiu ao conversível Johns20. Não queria esse tipo de
complicação. Menos mal que planejava manter distância a partir de agora.
Olivia viu um homem sair das árvores enquanto ela se afastava dos sanitários portáteis e
sua cautela natural cobrou vida.
Uma barba longa e descuidada cobria seu rosto, igual a um grosso bigode. Levava uma
desigual camisa vermelha de flanela quadriculada e calça azul larga de carpinteiro. Dirigiu-se para
ela.
— Hey, senhorita. —Ele abriu uma navalha. — Tem um troco extra?
Seus olhos, escuros, com intenção, fizeram que seu coração golpeasse contra suas costelas.
Como ela levava uma mochila, nunca pode acostumar-se ao muito termo americano 21, tinha pleno
uso de seus braços para defender-se.
Não era como se não tivesse enfrentado uma arma antes.
Apesar disso, seu coração acelerou e sua boca secou.

****
O telefone de Trey tocou enquanto estava dentro da loja esperando que seus amigos e
familiares voltassem. Provavelmente um de seus irmãos ligava para incomodá-lo como o demônio,
porque estava preso ali.
O nome de Craig apareceu em seu telefone e Trey atendeu.
— Será melhor que não me ligue para zombar. Além disso, estou aqui onde estão os bolos
e você não.
— Trey — a voz do Craig soou urgente. — Escute-me. Mick e eu estamos a caminho do
parque.
O estresse na voz de Craig enviou um alarme instantâneo.
— Por quê? O que aconteceu?
— O escritório recebeu uma ligação há uns minutos. O homem que ligou disse que
planejava machucar sua mulher. O que quis dizer, Trey? A única pessoa em que pude pensar foi…
— Jesus. — Trey se moveu rapidamente, esquivando-se das cadeiras. — Olivia.

****
Olivia duvidou, com sua resposta mais lenta do que queria.
— Não. Sinto muito, não tenho.

20
21
No original, em inglês, change que pode ser tanto como mudança como troco, dinheiro de pequeno valor.

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O homem se interpôs entre ela e a área de lojas de campanha. Rodeá-lo furtivamente não
parecia ser uma opção.
Ele sorriu, e por um segundo um genuíno calor pareceu tocar seus olhos. Talvez houvesse
uma pessoa real atrás da imundície.
— Ouça, é um desses britânicos?
— Sim. Agora bem, se me desculpar…
Ele deu um passo para frente.
— Tive uma bonita noiva inglesa uma vez.
Ela deu um passo atrás.
— Olhe, senhorita. Não tenha medo de mim. Não te farei mal, se me der seu dinheiro.
Fedia como a algo podre. Talvez a ovos. Ela enrugou o nariz. Não queria averiguar. Olivia
deu um sorriso pela metade e se afastou.
Quando se voltou, ele a agarrou pelo braço.
— Não me dê às costas, senhorita. Esse foi o problema com minha noiva, também. Era
toda afetada…
— Deixe-me ir.
Ele levantou a navalha entre eles.
— É essa bibliotecária. — Ele olhou de esguelha seu rosto, e seu fôlego fétido soprou
sobre seu rosto. — Vi você na biblioteca. Vamos. Não tem algo nessa mochila?
Seus dedos se fecharam com uma dentada cruel e a dor a fez dobrar seu cotovelo. Nesse
momento o homem puxou sua mão para trás como se sua pele ardesse, sua expressão a sobressaltou.
Segundos depois ela ouviu passos que corriam para ela da direção das lojas.
— Olivia!
Trey. Graças a Deus. Ela se voltou o suficiente para vê-lo correr para ela, com seu celular
na mão.
O homem sem lar retrocedeu, com uma expressão assustada fechou a navalha e a meteu no
bolso de trás.
— Ei, não estava fazendo nada.
Trey se aproximou e se dirigiu diretamente para o homem. Sua cara tinha a palavra
assassinato escrita, com sua mandíbula tensa, com seus olhos chamejantes. Feroz estava escrito
sobre ele.
— Que diabos acredita que está fazendo?
O homem levantou as mãos.

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— Ei, ei, não quis fazer nada disso. Estava perguntando se tinha troco, homem.
Trey era muito mais alto que o fraco homem. As mãos de Trey se apertaram a seu lado,
com seus pés abrindo-se em preparação.
— Chamou o Departamento do Xerife e ameaçou machucar a família e os amigos de Trey
MacGilvary?
— Disse-me que tinha me reconhecido da biblioteca. — Olivia conseguiu dizer.
O homem negou, com o medo desenhado em seu fraco rosto. Ainda sustentava suas mãos
diante de seu corpo como se esperasse que Trey desse um murro.
— Quem diabos é você?
— Sou do Departamento do Xerife do Condado de El Torro.
A incredulidade manteve Olivia imóvel. As luzes intermitentes chamaram a atenção. Um
carro do Departamento do Xerife se deteve no estacionamento. Graças a Deus. Ela esfregou os
braços enquanto os calafrios dançavam sobre sua pele.
O vagabundo olhou ao seu redor, como se procurasse vias de fuga.
— Nem sequer pense em se mover — disse Trey ao homem.
Um potencial de violência e medo enviaram uma renovada incerteza ondulando de cima a
baixo de sua pele.
Craig e Mick saíram do carro e se dirigiram para eles. Logo, os três homens rodearam ao
homem, algemaram-no e começaram o interrogatório. Os tremores sacudiram seus membros, com
seu corpo gelado.
— Escuta amigo, havia um tipo na biblioteca. Pagou-me 200 dólares para assustá-la.
Realmente não ia fazer nada. Não sou um assassino ou um ladrão — disse o homem desalinhado.
— Quem era esse homem? —perguntou Mick.
— Não sei. — A voz do homem se converteu em um grito, uma voz lamentável de vítima.
— Não era mais que um homem.
—Vamos — disse Craig. — O deteremos. Conseguiremos algumas respostas.
Trey se afastou do homem e se aproximou dela, com sua cara estampada em irritação. Ela
tinha visto esse rosto antes, e embora soubesse que sua ira não ia dirigida a ela, não a tranquilizava
tampouco.
— Está bem? — Ele alcançou seus ombros, apertando brandamente e olhando seus olhos.
Ela assentiu.
— Estou agora. Obrigada por vir ao meu resgate. Como soube?
— Craig e Mick me contataram e disseram que tinham recebido uma chamada de ameaça

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contra minha mulher.


A surpresa a fez sentir um mal-estar.
— Deus. — Trey disse. — Está congelando. Venha aqui.
Ele pôs seus braços ao redor de seus ombros e antes que percebesse, a aconchegou
apertadamente. Seus braços se ancoraram em torno de sua cintura, e ela fechou os olhos para
absorver seu delicioso calor e segurança. Cheirava maravilhosamente e seu abraço dava um
tremendo consolo e força. Trey era segurança.
Ela ouviu passos e bate-papo atrás deles. Trey se retirou um pouco para trás.
— Aqui vem uma multidão.
Ela teria se movido de seus braços, mas ele a aferrou a seu peito. Arlene, Celeste, Mary e
Edie se apressavam em sua direção. Trey a soltou até que seu braço circulou sua cintura, e se
voltaram para o grupo que se aproximava. A cara de todos refletia preocupação.
— O que aconteceu? — a pergunta marcou o começo de mais de uma garganta de uma
vez.
Enquanto a família de Trey a rodeava, salpicando aos dois com perguntas, sua preocupação
e o abraço de Trey aliviaram a tensão em seu interior. As perguntas se empilharam sobre sua
segurança, e ela sufocou suas preocupações.
Cameron se aproximou, com sua jaqueta na mão.
— O que está acontecendo? O que está acontecendo?
Deram uma rápida explicação. Cameron entregou a jaqueta a Olivia, e ela deslizou seus
braços nela. Uma parte dela não sabia como lidar com os braços de Trey que ainda a encerravam
em seu agradável calor. A jaqueta não faria o truque.
— A quem está prendendo Craig? — Perguntou Celeste.
— Talvez ao suspeito de chamar e fazer ameaças contra minha família. — Trey olhou
atrás enquanto Mick se dirigia para eles.
Mick entrou na multidão.
— Ela está bem?
Olivia agitou uma mão.
— Estou bem. É esse o homem?
Mick pendurou suas mãos de seu cinturão de couro.
— Jura que é um menino qualquer em busca de uma esmola. Sua mochila tem dois livros
da biblioteca nela. Por isso definitivamente esteve ali antes. Não tem celular, mas podia ter ligado
de um telefone público no parque da cidade em construção mais à frente. Francamente, não estou

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certo de que seja culpado, mas o deteremos para interrogá-lo. Olivia, sente-se bem para nos dar uma
declaração?
— Agora? — Perguntou.
Mick assentiu.
— Odeio fazer isto durante o concurso de bolos, mas...
— Eu a levarei. — Trey os interrompeu.
Olivia assentiu.
— Claro. Alguém pode cuidar dos meus bolos?
Arlene pegou a mão de Olivia e a apertou.
— Claro, querida. Só se ocupe do que tenha que fazer.
Olivia decidiu aliviar o estado de ânimo, não queria ver caras sombrias em seus amigos.
— Guarde para Trey ao menos uma fatia. Tinha prometido.
Trey sorriu, mas o humor nunca chegou a seus olhos.
— Sim, necessitarei açúcar mais tarde.
Cameron deu um passo.
— Quer que eu vá com você?
— Fique e se divirta. — Ela procurou na mochila para localizar as chaves do carro e as
entregou a Cameron. — Verei você no apartamento depois.
— Esperem — disse Trey ao grupo saliente. — Dado que não sabemos se este tipo é o
suspeito real, que todo mundo tome cuidado. Que ninguém sai sozinho. — Seu olhar se dirigiu a
Arlene e a Edie. — Mick, necessitamos um plano familiar.
Mick aproximou-se de Celeste em um minuto e a beijou levemente.
— Mantenha-se perto de mamãe e Mary. Não deixe nenhuma fora de sua vista. Ligue-me
assim que chegar em casa.
— Claro. — O olhar de Celeste se atrasou no rosto de seu namorado.
— Estarei feliz de estar com as mulheres e cuidarei delas — disse Cameron.
Mick assentiu.
— Obrigado. Isso será muito apreciado.
Em uns momentos tinham feito planos para voltar um ao outro, mas enquanto Mick
retornava à patrulha e Trey levava a Olivia para seu carro, Olivia se perguntou quão eficaz seria seu
plano contra alguém que queria machucá-los.

****
A viagem ao Departamento do Xerife iluminou a Olivia mais do que esperava.

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A cara de Trey refletia simultâneas emoções, que ela não esperava que se mesclassem com
as que ela tinha. Ira. Exasperação. Preocupação. E o mais inesperado, medo.
Seus músculos se esticaram de novo, como se esperasse uma nova ameaça. Respirava de
forma lenta e profunda. Isso é tudo. Relaxe antes de arrebentar como uma corda tensa.
Ela observou Trey fechar as mãos no volante, e logo as afrouxar. Talvez necessitasse a
segurança de que ela não precisaria de toda sua atenção, enquanto estavam no Departamento do
Xerife.
— Tudo estará bem — disse ela.
Ele nem sequer olhou em sua direção.
Estranho.
Ela se mexeu no assento do carro, com o cinto de segurança pegando no peito. O ajustou.
— Está preocupado por sua família. Cameron se encarregará das damas, e elas são boas em
vigiar a si mesmas.
Ele assentiu, mas manteve sua atenção na estrada, quase como se não houvesse ouvido
nada.
Outro minuto transcorreu em silêncio.
— Não posso acreditar que esteja te perguntando isto, mas fiz algo errado?
Seu olhar foi para ela com rapidez, com surpresa e logo negando.
— Diabos, não. O que te deu essa ideia?
— Está tão silencioso como um cadáver em uma tumba. Estava a ponto de tomar seu
pulso.
Sua tentativa de humor foi por ele como um trem a toda velocidade, porque não sorriu nem
rompeu com sua própria réplica. Talvez deveria deixá-lo só com seus pensamentos.
Menos de dez minutos depois chegaram ao estacionamento ao lado da velha fachada do
departamento do Xerife do Condado de El Torro. A apreensão se agitou em seu estômago.
Ela tomou a maçaneta da porta para sair, mas Trey pegou seu antebraço.
— Espera.
— OH, agora falará comigo.
—Sinto muito. É só que...
Ele envolveu a mão esquerda na sua, e o calor de sua palma em sua carne enviou a
excitação a girar como um pião em seu estômago. Apesar do incidente encontrava presença de Trey
estimulante em mais de um nível. A lembrança dele resgatando-a e logo a abraçando como se fosse
uma pessoa imensamente querida... ainda não podia envolver sua mente no conceito. A emocionava

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a um nível e a assustava em outro.


Beijou sua mão.
— Não é nada. Entraremos.
Deixaram o carro para entrar em Departamento do Xerife. Ao entrar na pequena estação
Olivia teve uma sensação de irrealidade. Trey mantinha um olho vigilante, com sua expressão de
falcão. Sua mão pressionava ligeiramente suas costas, um sinal possessivo e íntimo que não podia
ignorar. Entretanto, gostava de seu toque, desejava experimentar seu estilo protetor
independentemente do que ela deveria desejar. Deveria desejar independência e autossuficiência e
essa situação tirava o vento de suas velas.
Depois que o recepcionista os reconheceu, Trey a levou de volta a sua área e a fez sentar-se
em uma cadeira de plástico ao lado de sua mesa. Olhos curiosos cortaram através dela, com os
policiais dando uma aguda atenção. Mick e Craig entraram um pouco mais tarde, e ela se moveu a
mesa de Craig enquanto preenchia o relatório. Mick e Trey foram interrogar ao suspeito, ela
assumiu.
Não levou muito tempo preencher o relatório. Decidiu não apresentar queixa se o suspeito
não era o homem que fazia as chamadas ameaçadoras.
Trey retornou pouco depois e se acomodou na mesa.
— Identificamos o suspeito como Harold Glimmerman. Afirma ter estado jantando durante
o tempo em que as chamadas ameaçadoras foram feitas, e o refeitório confirmou. Não é nosso
homem. Não teve acesso a um telefone de nenhum tipo enquanto esteve ali. Além disso,
encontraram os duzentos dólares em dinheiro em seu bolso.
Uns segundos mais tarde tocou seu celular.
— Deve ser Cameron — disse ela, olhando o número de seu apartamento na pequena tela.
— Alô.
A voz de Cameron se apoderou da linha.
— Irmãzinha?
— Olá. O que está fazendo? — Sorriu ela.
— Tenho uma maldita má notícia.
Ela olhou a Trey e Craig.
— O que aconteceu?
Seu irmão suspirou pesado e irregular.
— Acabo de chegar a seu apartamento faz uns poucos minutos, encontrei a porta
entreaberta e há uma mulher aqui, atirada no tapete e o lugar foi destroçado…

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O alarme cravou através dela.


— Oh, Meu Deus.
Trey tocou seu ombro, com seus olhos duros e cheios de perguntas. Craig deixou de
escrever em seu computador.
Seu irmão seguiu falando.
— A polícia já está aqui. A mulher está inconsciente. Foi golpeada fora de sua cadeira de
rodas ao que parece.
O horror tomou pelo pescoço.
— Maddie. — Levantou-se. — Tenho que ir vê-la.
— O que aconteceu? — Perguntou Trey.
— Cameron, me dê só um minuto. — Ela se virou para Trey e Craig e explicou o que
havia passado. As lágrimas brotaram de seus olhos. — Acha que poderia ser o filho de puta que
esteve te ligando?
A expressão de Trey se tornou sombria e preocupada, endurecendo-se ainda mais.
— É muito possível.
Enquanto voltava para Cameron, seu coração golpeou em seu peito.
— Cameron, farei com que Trey me leve ao hospital para poder verificar Maddie. Estará
lá?
— Claro. Verei o que posso fazer para assegurar o apartamento uma vez que a polícia se
vá.
— Cameron, por favor, tenha cuidado.
Quando desligaram, estremeceu dos pés a cabeça enquanto explicava todo o que Cameron
disse.
—Jesus — disse Trey enquanto se levantava e punha seu braço ao redor do ombro —
Olivia, isso tudo. Isto foi muito além de uma puta ligação de brincadeira.
Craig a imobilizou com um olhar duro. Separou-se de seu computador.
— Vive sozinha, verdade?
— Sim.
— Há algum outro lugar onde possa ficar? Com amigos ou familiares? — Perguntou
Craig.
— Minha família está toda na Inglaterra e Maddie é, na realidade, a única amiga que tenho
aqui perto.
— Ficará comigo — disse Trey.

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A resposta definitiva de Trey a deixou fria, mas antes que pudesse expressar sua opinião,
ele continuou.
— Não tem a ninguém com quem ficar, e me sentirei muito melhor se estiver comigo.
Disse que seu irmão retornará à Inglaterra esta noite, certo?
— Sim.
— Depois de verificarmos Maddie, levaremos seu irmão ao aeroporto.
A expressão fria de Craig piscou durante um segundo antes de tornar-se divertida enquanto
olhava de um ao outro.
— Trey tem razão. Não deve estar sozinha neste momento. Se este homem que prendemos
não é quem esteve fazendo as ameaças... — Permitiu que a advertência implícita pendurasse no ar.
— Alguém arrombou seu apartamento seja para te machucar ou simplesmente para te
assegurar de que podem chegar a você. Talvez Maddie tenha tratado de detê-los.
Ela retorceu seus dedos em uma revolta nervosa.
— Não entendo por que alguém faria isso.
— Sou policial — disse Trey. — É suficiente para algumas pessoas se têm um cabelo
selvagem no traseiro.
— Alguma pessoa em particular que queria fazer sua vida miserável? — Craig pôs a
caneta sobre o mata-borrão. 22 — Talvez nas últimas semanas?
Trey cruzou as mãos sobre seu estômago e repassou a ideia. Finalmente sacudiu a cabeça.
— Ninguém a quem possa identificar com certeza. Passei esta semana tratando de pensar
nisso.
As chamadas de Arlene e Edie comprovaram que estavam sãs e salvas.
Em menos tempo do que o esperado, Trey e Olivia se dirigiam para o hospital. Trey ficou
inesperadamente em silêncio. Ela nunca o tinha visto tão inquieto. Uma vez que chegaram à área de
estacionamento do hospital, ele colocou a mão no porta-luvas e tirou uma capa e uma arma. A atou
enquanto parava o carro. Seu olhar se lançou a todas as partes.
Ele abriu a porta do carro.
— Espera até que vá ao outro lado do carro.
À medida que entravam no hospital, a preocupação de Olivia por Maddie se converteu em
um gigantesco nó em sua garganta. Tentou conter suas lágrimas, mas queimavam em seus olhos e
se derramavam.
—Maldição — disse ela, enquanto colocava mão em sua bolsa em busca de lenços. Parou

22
É um papel sem cola que tem o objetivo de absorver tinta fresca.

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no corredor.
Enquanto as lágrimas corriam por seu rosto, olhou Trey e notou a suavidade e preocupação
em seus olhos. O guerreiro endurecido tinha ficado para trás. Secou as bochechas, e enquanto sua
visão ficava imprecisa, seus braços chegaram ao seu redor. Ele a abraçou brandamente contra seu
peito.
— Está bem — sussurrou. Beijou-a na parte superior da cabeça. — Maddie ficará
perfeitamente.
Olivia permitiu que a cuidasse, usando sua força para sustentá-la. Desejosa de ver sua
amiga, olhou Trey e assentiu. Ele a conduziu para a recepção.

Capítulo Doze

Ver Maddie sentada na sala de exames, sem um arranhão nela foi o mais maravilhoso que
Olivia podia lembrar. Quando sua amiga sorriu, algo que se converteu rocha sólida em Olivia se
suavizou e liberou. Ela começou a chorar de novo.
— Maddie. — Olivia correu a seu lado e as duas se abraçaram.
Trey se moveu ao outro lado da mesa de exames e sorriu a Maddie.
— Sinto que tenhamos que nos conhecer desta forma, Maddie. Sou Trey MacGilvary.
Maddie estreitou a mão e sorriu.
— Sinto ter que te conhecer desta forma, também.
Olivia acariciou a outra mão.
— Disseram-nos que tinha uma comoção cerebral muito leve e que te manterão esta noite
aqui.
— Meu filho estará aqui logo que seja possível. Vem de Loveland. Quando liguei parecia
que se partiria. Esteve tratando de me fazer sair desse bairro sempre. — Suspirou. — Suponho que
agora é um momento tão bom como qualquer outro. Quer-me mais perto dele e de sua esposa.
Olivia gostou do som disso, embora sentiria saudades de sua melhor amiga.
— Estou muito contente de que esteja a salvo. O que aconteceu, Maddie?
— A polícia quererá saber logo — disse Maddie.
Como se tivesse conjurado um oficial de uma garrafa mágica, um oficial de polícia da
cidade se apresentou na porta. Permitiu-os ficar enquanto fazia perguntas a Maddie. Ela explicou
que tinha escutado ruídos provenientes do apartamento de Olivia. Ao não conseguir uma resposta
de Olivia por telefone, saiu e foi então quando viu a porta aberta.

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— Fui um pouco estúpida então, temo-me. Coloquei-me lá como uma galinha pensando
que alguém tinha entrado e Olivia poderia estar em perigo. Um homem de negro, com uma máscara
de escalador, estava destroçando o lugar. Agarrou-me antes que pudesse passar e me jogou da
cadeira. Eu aterrissei de cabeça. Acha que ele é o filho de puta que esteve te ameaçando, Trey?
Trey assentiu.
— É uma possibilidade.
O oficial terminou de tomar a declaração de Maddie e se comprometeu a manter Trey e
Maddie informados.
Depois de que o oficial se foi, Maddie disse:
— O que fará, Olivia? Não pode ficar nesse lugar em mal estado.
— Ela ficará comigo — disse Trey sem duvidar.
Olivia quase se opôs a sua conclusão, e logo decidiu que falaria com ele mais tarde. Ela
beijou a bochecha de Maddie.
— Sinto muito que tenha ficado apanhada nisto.
O sorriso de Maddie surpreendeu Olivia.
— Jaan, se isto será o pior que me passe, tenho sorte. Estou viva, você está bem, e tem a
este jovem para cuidar de você. Alegro-me de que fique com ele.
Ficaram com Maddie até que seu filho e sua nora chegaram. Depois de assegurar-se de que
Maddie estava a salvo, Olivia e Trey abandonaram Maddie com a amorosa atenção de seu filho.
Olivia ligou para Cameron e descobriu que a polícia tinha terminado em seu apartamento.
Enquanto conduziam para sua casa, Olivia disse:
— Não tenho que ficar com você, Trey.
— Sim, tem que fazê-lo. —Trey tinha uma voz sem sentido que saiu implacável. — Não
vou discutir.
Seu tom a zangou.
— De onde tirou o pensamento de que tem o direito de me dizer o que fazer?
Ele suspirou e ela o viu apertar os dedos sobre o volante enquanto conduzia através da
noite.
— Maldição, Olivia, não seja tola. Não estou tratando de te dominar como seu pai faz.
Depois desta intrusão em seu apartamento e Maddie sendo ferida, está claro que a ameaça é mais
que uma irritação. Não acredito que tenha sido uma coincidência que seu apartamento foi
destroçado. Ficar comigo tem um sentido prático.
Apesar de saber que ele tinha razão, sustentou sua carteira contra seu peito e sua ira de

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novo se disparou.
— Eu sou tola? Bem, é bom saber o que pensa de mim.
Trey deu um olhar exasperado e logo sua cara ficou fria e ilegível.
Com turbulenta ira e pesar, ela não podia pensar em uma coisa para dizer que soasse
racional. Temia que se abrisse a boca outra vez tudo o que faria seria dizer palavras ofensivas.
Em pouco tempo Olivia e Trey se reuniram com Cameron em seu apartamento. O lugar
estava completamente destroçado. Vasos quebrados, móveis derrubados, copos quebrados na
cozinha. Olivia não podia chorar de novo, apesar de que queria fazer de ira, de culpa e queria gritar.
Cameron perguntou onde Olivia ficaria.
— Concordo com o plano de Trey. Do contrário, não irei. Sei quão obstinada pode ser
quando se trata de pensar que um homem esteja tentando te dizer o que fazer. Seu apartamento foi
destroçado, e não tem familiares ou amigos próximos. Seguro que não pode acreditar que deveria
estar aqui sozinha.
Olivia sabia que não tinha nenhuma razão prática nem sensata para rechaçar a proteção de
Trey. Mas ficar com Trey podia ser perigoso para ela. Sua atração por ele era cada vez mais forte.
Não podia dizer que não, entretanto, porque qualquer outra coisa seria uma tolice. Além
disso, sentia-se segura com Trey.
— Cameron, tem que voltar a sua família e trabalho.
— Não, não o farei. Não sairei daqui sem que você esteja protegida. Ligarei ao meu
trabalho explicarei. Entenderão.
Trey interrompeu:
— Eu a protegerei.
Ela levantou uma mão.
—Ficarei com Trey, se isso te fizer feliz, Cameron.
Cameron pareceu dividido.
Trey disse: — Sabe que ela estará a salvo comigo. Não deixarei que nada aconteça a ela.
Cameron assentiu, com seu cenho sólido e lógico.
— Será melhor que o faça.
Olivia viu a mesma determinação nas caras de Trey e Cameron e soube que, embora ainda
queria desafiá-los, eles encontraram uma maneira de convencê-la. Francamente, não queria lutar
contra isso. Foi ao seu dormitório, que não tinha sido tocado pelo intruso, e pegou uma mala.
Todos se dirigiram à casa de Trey e decidiram que tinham tempo suficiente para esquentar
uma pizza antes de levar Cameron ao aeroporto.

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Comeram em silêncio durante bastante tempo antes que Cameron atirasse a borda para seu
prato. Nunca comia a casca do final, e isso fazia Olivia zangar-se.
— Desprezará essa borda? — Perguntou Olivia.
Os olhos de Cameron brilharam.
— Sabe que odeio à borda.
Ela a arrebatou de seu prato e a comeu, tratando de evitar dizer algo sobre isso devido ao
matagal enorme de fatos desse dia.
— Tem certeza que não quer que fique? — Perguntou Cameron.
Olivia sorriu, embora não sentia.
— Estou bem, Cameron.
Todo o humor deixou sua cara.
— Deixa de dizer isso. Preocupa-me, Olivia. Quando mamãe e papai souberem disto
estarão furiosos.
Ela encolheu os ombros.
— Não posso evitar. Trata de deixar de lado os detalhes acidentados quando falar com
eles.
— Deixa de te zangar por tudo. — Cameron voltou seu olhar a Trey, que se estirava em
sua cadeira, comodamente depois de ter terminado de comer. — Te advirto que ela é impossível.
Trey manteve um rosto sério, com seu senso de humor ausente.
— Percebi isso faz algum tempo.
Ele deixou sua cadeira e levou seus pratos a pia.
— Sua irmã tem uma veia teimosa de um quilômetro de largura.
Cameron emitiu um grunhido.
— Sim, sei disso
Olivia fez um ruído de brincadeira.
— Parem. Estão felizes por ter tudo sob controle?
— Sim. — Os homens disseram de uma vez.
Antes que se sentassem para comer, Trey ligou para seus irmãos e recebeu uma atualização
dos planos. Em um primeiro momento, Edie tinha planejado ficar com Trey, mas Craig sugeriu que
se mudasse com Arlene e ele ia viver com elas temporariamente por sua segurança. Mick, é claro,
cuidaria de Celeste.
Em segundo lugar no drama do dia, Trey descobriu quem ganhou o concurso de bolos.
O bolo da Olivia tinha ficado em quarto lugar o de Arlene em segundo. O bolo de Edie

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ganhou. Trey falou com Edie e a felicitou e prometeu que se veriam logo.
— Sabe o que? — Disse Olivia. — Nem sequer me importou que meu bolo terminasse em
quarto. Não parece ter importância no esquema das coisas. Sobre tudo quando havia outros vinte
bolos atrás do meu. — Tratou de sorrir, mas uma vez mais, ambos os homens ficaram com cara
séria.
Ela olhou Cameron.
— Se disser a mamãe e papai que estou vivendo com um homem, ficarão loucos.
As sobrancelhas de Cameron se elevaram enquanto empurrava sua cadeira para trás.
— Quer que deixe isso de fora, então?
— Adiante, diga.
— É má. — Cameron se estirou e a puxou brandamente sob seu queixo. — Acredito que
ama ser repreendida por eles.
— Não foi sempre assim.
— Não, mas aprendeu sua lição. Mamãe e papai são uma causa perdida nessa direção.
Chegar a Denver tomou quarenta e cinco minutos, e outros quarenta e cinco minutos ir
através da cidade antes que inclusive chegassem ao aeroporto. No momento em que deixaram
Cameron ali, estava ficando tarde. Uma vez mais, Trey se mostrou cauteloso. Não tomou o caminho
mais rápido para sua casa, e se assegurou de que sua arma estivesse acessível quando chegaram.
Depois de ter-se encerrado no interior do apartamento e ligado o sistema de segurança, ela se sentiu
melhor.
A quem estou enganando? Senti-me cem por cento melhor quando concordei com seu
esquema de guarda-costas.
Por outro lado, perder um pouco de independência não se sentia bem tampouco.
Trey se moveu através das coisas mecanicamente, dando um percurso pelas habitações e
tirando toalhas. Uma vez que terminaram isso, pararam na porta do quarto de hóspedes. Estar de pé
com ele dessa maneira era muito íntimo. Terrível e, entretanto, seguro. Não sabia se gostava dessa
sensação ou se era aterrador a vulnerabilidade.
Ele passou seus dedos por seu cabelo.
— Temos que falar, mas acredito que tomarei primeiro uma ducha. Sinta-se em casa.
Enquanto tomava uma ducha, ela trocou. Sentia-se enrugada, com o cabelo revolto e sem
cooperar. Parou no quarto de banho contiguo para ver seu aspecto no espelho, e então se perguntou
por que se importava. Sinceramente, passar através do dia quando alguém quer te machucar... bem,
estava agradecida por tantas coisas nesse momento. Sobre tudo, estava muito agradecida de que

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Maddie não tivesse sido machucada mais do que estava.


Entrou na sala e se sentou no sofá. Ficou olhando o retrato sobre a chaminé, mas não
prestou muita atenção. Em seu lugar, contemplou algo que não devia. Trey na ducha, nu e ensopado
de água e sabão. Sua respiração obstruiu. Ela parou em seco. Não importava que estivesse quente
como o inferno. Ainda estava zangada pela forma como a obrigou a chegar a este acordo.
Antes que soubesse, Trey vagou pelo corredor levando nada mais que uma calça folgada
cinza de cintura baixa e nada, absolutamente nada em seu torso. Maldição.
Como poderia uma mulher pensar com clareza, com metros de ombros largos, peitorais
duros, e abdominais que faziam que sua mandíbula caísse? Tinha um punhado de pelos escuros,
repartidos em seus peitorais e para baixo sobre seu estômago, e se surpreendeu olhando-os.
— Quer algo de beber? — Perguntou ele enquanto caminhava para a cozinha.
— Não, obrigada.
Ele entrou na sala de estar uns momentos depois com uma garrafa de água e plantou seu
bonito traseiro no sofá junto a ela. Suspirou.
— Assim de mau, né?
Um sorriso torcido, o primeiro sorriso que tinha visto dele em horas, esquentou o rosto.
— Sim. Como está lidando com tudo isto?
Ela deu a volta no sofá pelo que quase fez frente.
— Que parte? A parte onde estou compartilhando a casa com um homem, ou a parte aonde
talvez a única maneira de me manter viva é compartilhar a casa com um homem.
— Viver comigo te incomoda?
— Não. Sim.
— Qual é então?
— Ambas.
Seus olhos se preocuparam.
— Não tem medo de mim, verdade?
— Medo? Como pode perguntar isso? É claro que não. Você é totalmente seguro.
Ele obteve um meio sorriso que veio e se foi em um instante.
— Bem, não sei se totalmente.
Ela não queria ir por ali.
— Para que isto funcione, há algumas coisas que necessito que esteja de acordo. Sou
policial e minha experiência com isso me faz o perito.
— Muito bem.

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— Bem. — Ele pareceu aliviado. — Primeiro, necessitamos parâmetros. Terá que ligar a
sua chefe e dizer o que passa, é claro.
Olivia estremeceu.
— Tinha me esquecido disso. Não estará contente. Será minha culpa se algo for ruim ou
sente que a situação se reflete nela de algum jeito.
Ele lançou um grunhido.
— É uma pena. Sua segurança é mais importante que sua felicidade.
— Até quando faremos isto... eu ficando com você?
— Até apanhar ao filho de puta que quer machucar os que me importam.
Ela colocou seu cabelo atrás de suas orelhas.
— É complicado. Vai levar-me para trabalhar todo dia? Como funcionará isto com seu
horário?
Seu gesto deixou claro que as respostas não seriam fáceis.
— Vou levá-la ao trabalho. Deveríamos ter trazido seu carro aqui, mas faremos tudo isso
em algum momento amanhã quando houver luz. Ensinarei como se assegurar de que não te sigam
ao trabalho e vice-versa.
Ela assentiu.
— Bom. Estou nua sem meu carro.
Seu olhar deslizou sobre ela, pouco a pouco como calor de um forno. Seu corpo respondeu,
com seus mamilos endurecendo e um formigamento em seu ventre. Mesmo que ainda zangada com
ele, excitava-a.
Consciente de sua curiosidade permanente, apressou-se a seguinte pergunta.
— Que mais temos que fazer?
— Necessitaremos uma contrassenha.
Ela franziu o nariz.
— Uma contrassenha?
— Quando estamos juntos em público, se me ouve dizer 'minhas costas estão me matando'
significa que deve me deixar imediatamente e chamar à polícia. Dirá que enviem reforços e também
os informará do que esteja usando para que não me confundam com os maus quando chegarem e
me vejam com uma pistola.
Ela se inclinou para trás contra o braço da cadeira. Olhou o relógio de sua avó, com seu
interessante desenho com incrustações célticas. De algum jeito ter isso a fazia sentir-se melhor.
— Entendo.

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Ele se inclinou.
— Fale-me de sua avó.
— Uau, mudança rápida de tema.
— Isso é tudo o que precisamos planejar neste momento. Vi você acariciar isso mais uma
vez.
— Faço quando estou nervosa.
— Por que está nervosa?
— Provavelmente porque estou sentada junto a um homem quente com um peito bonito.
Ele sorriu e riu. Seu sorriso se manteve quando inclinou a cabeça para um lado.
— De verdade acha que sou quente?
Ela ouviu seu ego masculino emergir, assim como o pingo de incerteza de um menino.
— Vamos, Trey MacGilvary. Vi como as mulheres te olham. É bonito e sabe.
Seu sorriso desapareceu. Aproximou-se, e ela captou seu delicioso aroma. Como o elixir de
um conto de fadas, a aura desse homem a tranquilizava ao mesmo tempo em que a fazia um poço de
nervos.
— Você tampouco me mantém calmo exatamente, Olivia. Estar perto de você é como
uma... uma droga. Sou um viciado e não posso ter suficiente.
Seu pulso disparou, com seus batimentos cardíacos soando como um tambor em seu peito.
— Pensar dessa forma é perigoso.
— Eu gosto do perigo.
— Não, não. — Ela sacudiu a cabeça e mechas de seu cabelo caíram sobre sua bochecha.
— Parecia sombrio antes, quando fomos daqui.
Usando seu dedo indicador, colocou o cabelo rebelde atrás da orelha.
— Devo admitir que estou preocupado. Mas passaremos por isso. Prometo que te manterei
a salvo.
Seu olhar procurou seu rosto, como se quisesse respostas. Respostas profundas. Quando
seu olhar caiu em sua boca, ela entrou em pânico. Fortes sentimentos de excitação... elevaram-se
entre eles, crescendo em seu interior em uma corrente de emoções mescladas. Ela ficou de pé e
caminhou para um quadro, pronta para examinar a bonita pintura. Gostava da espetacular paisagem,
coberta de neve nas montanhas com uma cabana junto a um arroio.
— Queria saber a respeito de minha avó. Anne Baker Scott. A mãe de meu pai. Era uma
mulher estupenda, é tudo o que me disseram meus pais. Não lembro muito. Morreu quando eu tinha
cinco anos. O que sim lembro é estar sentada em seu colo enquanto lia histórias, e seu aroma de

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lilás e sua voz bonita. Sempre me senti a salvo com ela. Mamãe me disse que deveria ficar com seu
relógio e desde que tive a idade suficiente, usei-o.
— Soa como uma avó fantástica.
Ela ouviu melancolia em sua voz e se voltou para ele.
— Sua infância foi complicada, não?
— Poderia dizer isso.
— E não fala muito sobre isso, certo?
— Não. Qual é o ponto?
— Que ainda tem influência em você. Vi como é com Edie. Há uma falta de confiança ali.
Assim se faz, Olivia. Acaba de saltar direto para dentro.
Ele a surpreendeu assentindo.
— Sim, é certo. A parte da confiança de todos os modos.
— Se eu for ficar aqui, não te parece que devo saber?
— É uma mulher fascinante, Olivia.
— Ah, sim?
— Quando te vi pela primeira vez vi essa mulher forte, mas tranquila. Nunca impondo-se,
como se estivesse no fundo. Estava errado. É muito mais direta do que acreditava.
Ela encolheu os ombros.
— É um problema comum. A maioria dos homens me acha inescrutável.
Ele sorriu um pouco.
— Agora sei que é uma bibliotecária usando grandes palavras como essas. Mas continua.
Excita-me.
O calor encheu sua cara.
— Está tratando de me distrair do ponto, MacGilvary.
— Está funcionando?
— Não. Suponho que seus pais tiveram uma relação tormentosa?
— Essa é uma boa palavra para isso. Brigavam todo o tempo. Papai era um agente de
seguros e não trazia muito dinheiro. Mamãe era enfermeira, e todos sabemos que não pagam muito
mais. De todos os modos, papai não sabia o significado de economizar dinheiro e mamãe estava
sempre arreganhando para que economizasse.
— Isso foi o que os separou?
— Foi um pedaço do bolo. Papai não gostava que mamãe o incomodasse. A mamãe não
gostava de nada das coisas que fazia papai. Estenderam-se em fazer competições de gritos. Um dia

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ela decidiu ter uma relação com um médico do hospital.


Ela ouviu a dor em sua voz, embora tentou ocultar.
— Que idade tinha?
Sua cabeça foi para trás e fechou os olhos, como se ao fazê-lo bloqueasse uma profunda
dor. Ela o viu, entretanto, no endurecimento de sua boca, na dureza de seus olhos.
— Tinha dez anos. Nem sequer tentou ocultar. Voltou para casa um dia e disse a papai que
o deixava pelo médico. Escapou com o homem no meio da noite sem despedir-se de mim.
— Oh, Trey. Isso deve te ter doído.
— Um montão. — Ele apertou os lábios, enquanto a ira estalava em seus olhos. — Nos
anos seguintes meu pai se casou quatro vezes mais. Logo que se divorciava, casava-se de novo.
A surpresa o impediu de falar.
— Sei. — Ele se estendeu, com seus braços nos quadris e pernas abertas enquanto
dominava uma boa parte do sofá com seu grande corpo. — É difícil de acreditar, certo?
— Sim.
— Cada mulher parecia confiável ao princípio, mas uma por uma todas enganavam o
papai. Era incrível como meu pai tomava o mesmo tipo de mulher uma e outra vez.
— Eram todas enfermeiras, também? — Perguntou com assombro.
— Não. Sua segunda esposa foi cuidadora de crianças. Escapou com o homem que era
dono do negócio. A terceira esposa era professora de escola. Teve um romance com um zelador.
Sua quarta esposa foi uma conservadora de museu aqui em Gold Rush. Sua última esposa... — Sua
voz se quebrou, mas logo limpou.
A tristeza encheu seus olhos, e ela quis eliminar as nuvens sombrias de seu olhar.
— E?
— Sua última esposa foi uma bibliotecária, e ela o matou.
— Oh, Meu Deus. —Olivia não podia acreditar.
A expressão de Trey variou da diversão à ironia, e à ira absoluta com a lembrança.
— Sim. Muitas coisas estranhas.
— Eu te... lembro a morte de seu pai, porque sou bibliotecária?
— Em parte. Mas não se preocupe. Não é nada parecida com ela.
—Obrigada. Mas sinto muito sobre seu pai. Não posso imaginar...deve ter sido terrível.
Ele assentiu.
— Fui para casas de adoção porque não tinha parentes vivos. Tinha a tentação de me unir a
uma gangue local, mas no Clube de meninos na cidade encontrei Arlene e Justice MacGilvary.

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Senti-me unido a eles imediatamente, e me adotaram.


— Edie não te quis? —Olivia começou a entender o comportamento cauteloso de Trey ao
redor de Edie.
Ele negou, com seus olhos cheios de pesar e talvez tristeza.
— Ao princípio, disse que me queria. Vivia em Chicago nesse momento. O médico fugiu
com outra pouco tempo depois. De todos os modos, logo disse que porque eu tive problemas com a
lei não podia me lidar comigo.
Olivia esfregou a bochecha, sentindo a coceira do frio e duro rechaço, como se lhe
pertencesse.
— Isso deve ter sido... —encolheu os ombros—. Indescritível.
— Foi uma cadela. Mas o lado positivo foram Arlene e Justice e, permanecer aqui em Gold
Rush. No final, me alegro de que me tenham adotado. Foram grandiosos, e acredito que sou uma
pessoa melhor graças a eles.
— E seus irmãos? Quando os adotaram?
— Ao mesmo tempo.
— Todos de uma vez?
— Sim. Têm suas próprias interessantes e longas histórias.
— E Justice foi assassinado nessa operação SWAT?
Trey se inclinou para frente e apoiou os antebraços sobre suas coxas.
— Sim. A partir desse ponto para frente, Mick, Craig e eu decidimos que queríamos
manter o legado de nosso pai, e nos comprometemos a fazer cumprir a lei.
— E agora está na SWAT.
— Sim, já conhece o velho dito.
— Não, não sei.
Ele ficou de pé e caminhou para ela, movendo seus músculos, com sua pele dourada
debaixo da tênue luz.
— Bem, então terei que te educar. Ou é SWAT, ou não é.
— Já vejo. — Ele ficou tão perto que seu calor pareceu rodeá-la.
Enquanto sorria, ela tinha que saber uma coisa mais.
— E como foi que seu pai... Jackson quero dizer... como...
Não podia dizê-lo, decidiu não terminar de perguntar quando as linhas de dor se marcaram
em sua cara.
— Ele... sua quinta esposa, teve uma discussão com ele e não gostou de como as coisas

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ficaram. Não gostava do fato de que fosse caprichosa e uma má mãe para mim. —A voz de Trey se
tornou suave e crua pela emoção. — Um dia chegou em casa com uma pistola e disparou no peito
dele.
— Oh, não, — sussurrou ela, com a garganta dolorida. — Não estava em casa nesse
momento espero.
— Não, graças a Deus. Estava na escola. Podia ter disparado em mim também. Em seu
lugar, disparou em si mesma. Os vizinhos escutaram o alvoroço. Chegaram e os encontraram no
quarto.
Passou a palma de sua mão pela testa.
— O diretor me contou em seu escritório.
Ela endireitou seus ombros e logo tocou sua cara. A sombra das cinco em ponto se moveu
por seus dedos. Ela permitiu que sua mão deslizasse fora de seu rosto e sentiu os pelos ásperos
raspando a ponta dos dedos.
— Trey. Sinto tanto que tenha tido que acontecer.
— Está bem. Em minha graduação da universidade, faz dez anos, Edie se apresentou sem
sequer ter chamado antes para ver se a queria ali. Apresentou-se em meu apartamento e começou a
discutir comigo antes da graduação. Disse que não precisava desculpar-se por ter ido e que tinha
que ir ver se tinha deixado de ser um menino preguiçoso que a decepcionou. — Soprou com
desgosto. — Primeiro me pediu dinheiro.
Olivia fechou os olhos por um momento e lançou um gemido.
— Não o fez.
— Sim. Isso deixou um buraco em minha graduação. Discutimos, e disse basicamente que
fizesse uma vida e nunca falasse comigo de novo. Portanto, passaram dez anos desde que a vi e falei
com ela. Até o outro dia.
Sem palavras, ela não podia pensar em nada que dizer, nem que fosse para dar comodidade
ou conselho.
Os olhos de Trey sustentavam uma promessa enquanto os fechava.
— Agora já sabe tudo sobre mim.
— Acredito que só toquei a superfície, Hot Lead23.
Seus olhos se abriram um pouco.
— Como se inteirou do meu apelido na SWAT?
—Arlene mencionou hoje, quando estávamos conversando a respeito da competição

23
Chumbo Quente.

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SWAT.
— Uh-uh.
— Fica.
— O que?
— É um franco-atirador. Hot Lead. Tem muito sentido. — Ela levantou uma sobrancelha.
Seu sorriso voltou com promessa sensual, coquete e ele se aproximou — O apelido tem um duplo
sentido?
Ele manteve o sorriso, e colocou os dedos em seu cabelo na parte traseira de seu pescoço.
— Talvez. Depende. Acredito que você tem segredos também. Diga-me alguns.
Sob sua carícia, ela fechou os olhos e refletiu sobre sua petição.
— Não acredito que queira. Ainda estou um pouco zangada contigo.
— O que? — Perguntou ele em voz baixa. — Por quê?
Ela abriu os olhos e viu a expressão de incredulidade em seu rosto.
— Insistiu que eu ficaria com você. Não me perguntou isso, ordenou como um policial
com um suspeito. Já não permito aos homens me tratar assim, Trey. Nem a meu pai. Nem a meu
antigo noivo. Nem sequer a você.
Seu gesto não aliviou, mas o calor de seus olhos subiu um grau.
Seus dedos deslizaram por sua bochecha, suaves e acariciando.
— Sinto muito. Não estava pensando. Estava tão condenadamente preocupado com você.
E não há maneira de que deixe que outro homem trate de te manter a salvo.
A desculpa suave de Trey e o calor de seus olhos fundiu o resto de sua ira.
— Eu te confessei meu passado, Olivia, — disse. — Mostrei isso, agora me mostre o seu.

Capítulo Treze

A demanda de Trey deslizou como a seda sobre ela, e Olivia não pôde pensar com
claridade. Queria fazer tudo o que pedisse. Atreveu-se a encontrar com seu olhar.
Ele não tirou seu toque, e a proximidade de seu corpo duro e forte desgastou sua
capacidade de pensar.
Ela alcançou seu braço e o manteve ali.
— Meus pais não confiam em que faça as coisas bem. Não confiam em mim para cuidar de
mim mesma.
Seus olhos se estreitaram

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— Por que não?


— É uma longa história. Tem certeza que tem tempo?
— Tenho toda a noite. — Seu toque se afastou. — Venha, sente-se.
Voltaram para poltrona. Ela tomou seu posto contra o braço. Trey se sentou perto e
deslizou seu braço esquerdo sobre seus ombros. Uma vez mais, sua mão voltou para sua nuca,
quente e acariciando-a.
— Conte-me. —Sua demanda era suave, mas havia aço em seus olhos.
— Está bem. Não diga que não te adverti.
O humor caiu esmagado, mas seu olhar permaneceu sério e implacável.
— Sou uma pessoa introvertida, mas sabemos que o mundo não responde bem aos
introvertidos. Como bibliotecária eu gosto de ficar no fundo. De todos os modos, fui da Inglaterra
porque perdi meu posto ali. Fui acusada pela diretora da biblioteca de roubar recursos e perseguição
sexual.
A mão de Trey ficou imóvel em sua pele, e aprofundou seu cenho.
— Perseguição sexual. Contra a diretora da biblioteca?
— Um dos bibliotecários era um perseguidor real, e quando não saí com ele, decidiu que se
vingaria. Era o filho da diretora da biblioteca, e ela acreditou. Nenhum deles pôde provar a
perseguição, não era mais que minha palavra contra a sua. Quando isso não foi suficiente me
despediram, levaram dinheiro em efetivo da caixa e logo trataram de me culpar. Funcionou porque
a diretora da biblioteca era muito respeitada. Seus créditos, e me atreveria a dizer o fato de que tinha
estudado em Oxford pareciam qualificá-la para saber mais que eu.
Ela respirou profundamente enquanto lágrimas quentes se acumulavam em seus olhos.
Doía seu coração com as lembranças que tinha suprimido e que se negavam a permanecer
sepultadas.
— Merda — o assobio de Trey o disse tudo. — Não teve que ir à universidade para obter
seu título de bibliotecária?
— Recebi um título em ciências bibliotecnológicas, mas às vezes a estratosfera é muito
alta na Inglaterra, Trey. Mais que aqui.
— O que isto tem haver com seus pais não confiem em você? Acreditaram nas mentiras?
— Não. Mas acreditaram que meu descuido, minha incapacidade para cuidar de mim
mesma, contribuiu para isso.
— Isso é estúpido.
— É?

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Coração Justiceiro 3

Uma vez mais seu toque suave tirou a espetada das más lembranças.
— Há algo mais. O que aconteceu para dar essa ideia louca?
— Outra longa história. Papai era oficial da polícia metropolitana com muitas horas e
poucas habilidades de pai. Mamãe é hipocondríaca. Passei a maior parte de minha infância
cuidando de Cameron. Há seis anos entre nós. Tenho vinte e nove e ele tem vinte e três. Quando
tinha cinco anos estávamos brincando no pátio dianteiro. Eu estava distraída quando minha mãe me
chamou. Ela estava na casa. Cameron abriu a porta da frente e ficou diante de um carro.
A testa de Trey se enrugou.
— Ah, Cristo.
Ela ainda podia ouvir os chiados dos pneus, o grito de seu irmão.
— Foi horrível. — Olivia estremeceu, e Trey esfregou as costas. — Cameron sofreu
múltiplos contusões, machucados, uma fratura na clavícula e sua perna direita se rompeu. Coxeia
permanentemente por causa disso. Levou meses para se recuperar.
— Percebi que manca e não quis perguntar o que aconteceu.
— Não é sensível a respeito e não se obriga a não fazer atividades. Acredito que tem
menos cicatrizes pelo que aconteceu que eu. Diz que nunca pensa nisso.
— Talvez não faça.
— Mamãe e papai não esqueceram.
— Estou seguro de que têm medo em suas mentes. Seu filho esteve a ponto de morrer.
Apesar de que sabia que não era o inimigo, ela o cobriu com um olhar severo, e sua voz
ficou mais fria.
— Posso entender isso. Mas desde esse dia me culparam pelo que aconteceu com
Cameron.
— Está brincando?
— Eu gostaria de estar.
— Como sabe que a culpam?
— Meus pais pensaram que estava dormindo, e suponho que não se deram conta de até que
ponto suas vozes se ouviam. —Tragou duro e olhou fixamente em seu coração frio e escuro. Seu
coração se trancou, tão frio como qualquer outro momento de sua vida enquanto relatava o que
tinha acontecido depois. — Ouvi falando de mim. Papai disse à mamãe que não deveria ter
permitido que uma irresponsável garota cuidasse de Cameron. Mamãe estava louca, e ao princípio
pensei que me defenderia. Em lugar disso, disse... e nunca esquecerei suas palavras... disse: “Nunca
vou perdoar Olivia por ter deixado Cameron ir à rua. Realmente deve odiá-lo para permitir que isso

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tenha acontecido”.
Arderam os olhos com um amálgama de surpresa, assombro e desgosto.
— Meu Deus. Disse isso de uma… Olivia, era uma menina. Nunca deveria ter sido
responsável por cuidá-lo em primeiro lugar. Sua mãe evitou sua responsabilidade e culpou a uma
menina pelo que aconteceu.
As lágrimas nublaram sua visão, e enquanto uma caía por sua bochecha, ela tratou de
limpar rápido.
— Às vezes ainda me sinto culpada.
Trey emoldurou seu rosto, girando seu queixo para que não pudesse escapar de seu olhar.
— Não é assim. Seus pais foram responsáveis pelo que aconteceu. Não estavam cuidando,
a nenhum de vocês. Inclusive então, os adultos podem afastar um segundo e coisas ruins podem
acontecer. Esperar que um menino cuide de outro é uma loucura.
— Mas já vê, estavam certos, Trey. Eu odiava Cameron.
— O que?
Olivia tocou a mão grande, muito bem construída, que estava em sua coxa, acariciando
brandamente sua força. Adorava tocá-lo. Entretanto, seu toque não podia desterrar a dolorosa
lembrança.
— Cameron era problemático quando tinha cinco anos. Sempre se metia nas coisas, não
escutava nunca a meus pais. Irritava-me muito, tive pensamentos essa manhã...
— Pensamentos?
— A manhã em que foi atropelado pelo carro, desejei a morte dele.
A compreensão encheu seus intensos olhos. Ela quase esperou seu ódio. Em lugar disso,
um calor, uma simpatia muito humana cruzou seu rosto.
— Era uma menina, Olivia. Os meninos têm sentimentos que às vezes nem eles explicam.
Não acreditará que causou seu acidente?
Ela sacudiu a cabeça.
— Sim e não. Lá nos lugares mais escuros de minha mente, penso que ainda acredito. Mas
minha mente adulta sabe que, logicamente, os únicos culpados foram meus pais. E às vezes os
acidentes acontecem simplesmente.
Trey gemeu.
— Maldição. Passou por muitas coisas. Entretanto, seus pais devem te amar, ou não se
preocupariam tanto, verdade?
Ela encolheu os ombros, e ele acariciou suas costas com carícias que enviaram um prazer

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sensual a fluir através de sua pele como um rio torrente.


— Tentei falar com eles naquele momento quando fui despedida de meu trabalho. Tentei
explicar o muito que me doía saber o que disseram.
— E isso não saiu bem?
— Ambos negaram, e minha mãe adoeceu de novo. Sempre o faz quando prefere não lutar
com um problema.
O silêncio de Trey se estendeu e se alargou até que disse:
— Nós dois temos um montão de merda em nosso passado, não?
Ela riu brandamente.
— Sim.
—Talvez nos entendamos devido a isso.
—Acredito que te entendo melhor.
Ele sorriu.
— Sério?
— Experimentou um trauma importante em sua vida quando seu pai não deixava de voltar
a casar-se. Isso te faz desconfiar das mulheres em geral e das bibliotecárias em específico.
— Sim, suponho que sim. E acredito que te entendo. — Passou o dedo indicador sobre sua
clavícula. — Para você os policiais são seres frios... como seu pai. Alguns de nós somos, e outros
não. Intelectualmente entende que não teve a culpa do acidente de Cameron, mas emocionalmente
há uma parte que diz que tem. Os pais têm grandes impactos nos filhos, Olivia. Eu sei e você sabe.
Estamos muito longe de entender tudo, mas não deixaremos que isso nos impeça de continuar
adiante.
— É por isso que pensa que as relações sérias são lixo — disse ela. — Porque viu seu pai
entrar e sair de relações. Há uma parte de você que ainda pensa que essa é a maneira em que se faz.
A lâmpada se acendeu, ou pelo menos ela pensou que foi testemunha de um brilho total de
compreensão enchendo seus olhos.
— Talvez.
O silêncio os envolveu em uma onda suave durante uns instantes até que ela não pôde
resistir perguntar.
— O que estamos fazendo aqui, Trey?
Ele se inclinou, com seus olhos sonolentos com intenção sensual, com um forte desejo
faminto que ela sentiu em suas coxas, no tombo de seu coração em seu peito. Não podia resistir
quando ele a olhava como se fosse a única mulher no mundo.

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— Isto — disse ele. — Isto.


Sua boca tomou a dela, quente e luxuriosa, acetinada e pecaminosa. Quando ele a tinha
beijado antes, a moderação sempre o deteve... reteve. Agora, com os pensamentos e sentimentos
mais abertos, a sensualidade era como uma droga em seu beijo envolvendo-se ao redor de Olivia e
mantendo-a em uma prisão da qual não queria escapar. Uns braços duros como o ferro a atraíram
perto dele e, entretanto, com sua força de caráter, excitando-a com seu poder. Uma necessidade
quente formou redemoinhos em seu ventre.
A transformação se apoderou dela, exigindo que revelasse camada após camada. Seus
lábios a acariciaram ao mesmo tempo, saqueando-a, ensinando coisas novas com cada giro e volta.
Seus dedos se afundaram em seu cabelo, suas mãos explorando-o intimamente enquanto ele a
tocava, registrava, acariciava. Ela queria mais, seu coração pulsava fortemente, seu fôlego
tornando-se mais rápido. Trey a subiu em seu colo com um movimento rápido e eficiente.
— Oh. — Sua reação sem fôlego o fez sorrir, e logo seu beijo a encontrou de novo.
Sua língua se afundou, acariciando-a com um ardor incansável que ela igualou segundo a
segundo enquanto seu corpo se movia, retorcendo-se, tratando de aproximar-se. Seus sentidos se
afligiram até que nada se interpôs entre a carícia deslizante de sua boca sobre a dela, ou a sensação
de suas mãos tocando seu corpo.
Pouco a pouco baixou a zíper de seu top, e ela ofegou em sua boca enquanto o tecido se
separava. Ele tirou seu seio, pesou-o e logo seu polegar roçou a ponta acetinada. A sensação
ziguezagueou quente e excitante. Ela abriu a boca de novo e ele tomou essa vantagem, com sua
língua bombeando-a, acariciando-a, fazendo o amor a sua boca com golpes incessantes.
O calor se acumulou entre suas pernas, e ela se retorceu. Seu pênis, totalmente excitado,
pressionou-se contra sua parte inferior. As carícias sem piedade de seus dedos sobre seu mamilo a
fizeram gemer brandamente. Ele beliscou a ponta, e Olivia sentiu uma onda de calor entre suas
pernas.
Seu sutiã se soltou, e quando ele a deixou ir, ela viu a pergunta em seus olhos.
Não parariam desta vez. Ou sim? Ela tirou o top por seus ombros e o lançou longe. O sutiã
desapareceu, movendo-se fora de seu corpo com um movimento rápido.
Trey olhou seus peitos e por um momento ela se sentiu tímida. Embora não deveria. Ele os
tinha visto antes. Logo, com um gemido, ele se inclinou para frente e envolveu um mamilo no calor
abrasador de sua boca. Ela se retorceu sob o puxão doce e sensual. Ele alternou entre lambê-la
como um gato e chupá-la profundamente até que já não pôde suportar.
— Por favor, Trey.

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*****
Trey não podia evitar tocá-la, deixar de passar sua língua sobre seus apertados e doces
mamilos. Tinham o sabor do mais puro mel, ao mais delicioso vinho erótico pelo que nunca se
permitiu passar a língua. Seu corpo estremeceu, seu pênis estava sólido como uma rocha e dolorido
por afundar-se dentro de suas profundidades. Mais que nada desejava as paredes quentes apertadas
dela, pulsantes, apanhando-o. Ele queria que seu corpo se retorcesse debaixo dele, sua voz rogando
por isso. Mais duro. Mais duro.
Tê-la a salvo em seus braços era o que importava.
Suas mãos deslizaram sobre seu peito, riscando cada músculo como se o entesourasse e o
desejasse mais que a qualquer outro homem. Enquanto o toque ligeiro de Olivia percorria seus
mamilos, ele quase grunhiu de prazer. A necessidade selvagem, primitiva encheu seu interior,
exigindo que a tomasse. Fodê-la até que ela não pudesse lembrar de nenhum outro homem que a
houvesse tocado.
Minha, maldição. Ela é minha.
Uma neblina de necessidade animal rugiu através dele até que pensou que se partiria.
Quase sem controle, ele se retirou. Tomou o rosto dela e olhou profundamente em sua doce
expressão... seus olhos brilhando com um desejo inegável. Seus lábios se separaram e respirações
suaves ofegaram entre eles.
Seus dedos deslizaram por suas dobras suaves de cor chocolate, enquanto se estendiam
sobre sua pálida pele. Enquanto seu bonito cabelo caía sobre seu rosto, seus traços bonitos,
delicados recordaram a uma princesa.
— Eu gosto de como soltou o cabelo.
— Não mais uma bibliotecária elegante?
Ele sorriu.
— Não. É tão bonito. —Sua voz soou baixa, grave a seus próprios ouvidos—. Te desejo.
A fome o alagou enquanto pressionava beijos urgentes em sua testa, nariz e lábios.
— Sim. — Seu consentimento foi suave e baixo, doce e real. — Sim.
A mente e o corpo de Trey gritaram pela vitória. Ela o desejava.
Sem hesitar um instante, levantou-a em seus braços e se dirigiu ao dormitório.

*****
Para a Olivia, a viagem em seus braços, foi emocionante. Um homem nunca a tinha levado
em braços antes, nunca reagiu a ela como se não pesasse mais que uma pluma. Isso trabalhava
como um afrodisíaco nela. Ela se aferrou a ele, agarrando com força, excitada pelo descobrimento.

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Seu corpo estremeceu, doeu entre as pernas, estava ansiosa de senti-lo, de tomá-lo em seu corpo e
de ver onde essa paixão a levaria.
Ele deslizou no dormitório principal e na penumbra encontrou o caminho à cama king-size
extra grande. Trey a tombou brandamente e acendeu o abajur da mesinha. A luz suave e dourada se
espalhou na sala.
Ela se sentou.
— Trey. A luz... eu...
Ele sorriu com suavidade.
— É tímida? —Ele tirou a calça folgada e sua cueca preta. — Levaremos isto tão lento
como desejar.
A visão de tanta carne de homem fez com que Olivia ficasse sem fala. Sim, ela já tinha
visto seu peito nu, sim tinha visto a silhueta de seu traseiro apertado, finas e musculosas coxas
debaixo da roupa. Mas, OH, a apresentação completa enviou um desejo quente a enrolar-se em seu
corpo e a rugir à vida. Duro e preparado, seu corpo traía seu grande desejo.
O calor se estendeu de seu ventre até seu rosto.
A coragem saiu de algum lugar dentro dela, sentou-se e desceu da cama. Com movimentos
deliberados, ela tirou a calça de veludo por suas pernas, junto com sua calcinha. Ficou de pé diante
dele, nua em corpo e mente.
Recostou-se na cama, estirando os braços como um felino, em cima de sua cabeça.
O olhar quente de Trey percorreu seus peitos, memorizando-os com os olhos que a
acariciavam tanto como um toque.
— Linda.
Sua admiração a esquentou por dentro.
— Você não está tão mal.
Seu olhar foi de seu ventre e para os cachos da parte superior de sua fenda. Tudo formigou
sob sua observação.
— Olivia. — Ele ofegou em voz baixa com emoção e desejo.
O tempo se reduziu a um momento delicioso de dor quando ela absorvia a expressão
absorta dos olhos de Trey. Tinha fantasiado com, talvez algum dia, descobrir que encontrou uma
conexão assim.
Que o desejo de um homem a enviaria a girar, e penetraria em sua alma. OH, desejava-o
também. Mas nunca tinha acreditado até agora.
Trey se aproximou dela, tombando na cama e levantando-a em seus braços. Colocou o

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cabelo para trás e sorriu. Ternura, compreensão tão deliciosa enchia a forma como a olhava.
Quando ele a beijou, ela caiu no gosto dele com abandono. Seu toque vagou por sua caixa
torácica, peitos, por seus mamilos sensíveis. Com as pontas de seus dedos agarrando seus mamilos,
jogando e provando os limites de seu controle. Trey nunca deixou de beijá-la, com suas largas e
narcotizantes provadas fazendo com que seu corpo cantasse com sensações muito cruas para sua
nudez. Olivia ofegou enquanto a excitação aumentava, e se retorceu sob um toque exploratório e
logo outro mais. Seu tato estava em todas as partes, implacável. Ela sabia que ele a levaria ao limite
e a desafiaria a cruzá-lo.
Ele abriu caminho a seu ouvido, com seu fôlego quente enquanto dizia:
— Tenho que te tocar.
Ele moveu seus dedos entre suas pernas, cada toque através de suas dobras sensíveis
fazendo com que estremecesse com êxtase de novo. Doeu por querer mais, pelo doce sabor do céu.
Estava fora de seu alcance, aproximando-a cada vez mais pela experiência de fazer amor com o
Trey.
— Oh, Trey.
— Sente-se bem? —sua pergunta saiu rouca.
Ela se aferrou a seus ombros, com suas palmas tocando seus músculos tensos.
— Mais.
Ele riu entre dentes.
— Oh, sim.
Um dedo deslizou profundamente, empurrando-se com uma cadência suave. Olivia se
retorceu, com seus quadris em movimento enquanto o prazer encaminhava através dela e não o
deixava ir. Aumentando a pressão ele inseriu outro dedo.
— Deus, está tão quente e úmida. — Uma vez mais, sussurrou ao ouvido dela. — Não
posso esperar para entrar profundamente em você.
A paixão tensa de sua voz causou um tremor de necessidade quente. Retorceu-se em seu
ventre, como uma serpente que a mordia com as demandas fortes e implacáveis de ser cheia. Por
dentro seus músculos se apertaram e se soltaram, com uma dor em sua alma enquanto o desejo a
rasgava por sentir seu duro pênis. Trey parecia decidido a torturá-la, a fazê-la chegar à liberação só
depois de fazer com que rogasse por cada polegada. O que quer que passasse antes ou depois, nunca
se arrependeria desse momento.
À medida que ela explorava seus braços e se deleitava com o poder sob seus dedos, ela
conseguiu dizer:

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— Tão forte.
O fantasma de um sorriso apareceu em seus lábios.
— Segue falando assim e me fará ter uma grande cabeça.
Ela se inclinou com audácia, encontrando seu pênis. Seus dedos rodearam sua acetinada
grossura de carne. Ele ofegou e ela acariciou a ponta arredondada.
— Acredito que já tem uma grande cabeça.
— Deus, neném. — Sua voz sustentava uma rouca promessa, e um gemido gutural saiu de
sua garganta enquanto a beijava.
Sua língua afundou profundamente, e fez amor a sua boca, com seu corpo unindo-se a ela
no frenesi.
Ela fechou os olhos enquanto desfrutava das sensações doces geradas em seu interior.
Quando ele tocou seu clitóris, ela gemeu. A necessidade crescente fez com que se esticasse
duro, e ela se empurrou em seu ritmo.
O movimento suave de seus dedos prendeu fogo, e o movimento giratório de seu polegar
sobre seu clitóris enviou sua excitação em uma espiral alta. Ele a beijou ao redor de todo um seio,
degustando-o tentadoramente, até que sua língua acariciou um mamilo. Quente pelo desejo, ela não
podia deixar de mover-se, de sacudir-se, caindo no prazer que crescia a cada momento que passava.
Seu coração golpeava em seu peito, cortando a respiração em sua garganta através do prazer.
Querendo dar tanta felicidade como ele dava, tocou seu corpo com reverência, com a
intenção de deixá-lo louco de luxúria. Nada importava mais que esse momento e o completo
descobrimento. Um arco íris de necessidades a bombardearam, enquanto suas mãos deslizavam
sobre ela, descobrindo lugares sensíveis com um propósito e um abandono erótico que serve para
aumentar sua excitação.
Sua mão apanhou a dela e deteve seu movimento de bombeamento enquanto ela mantinha
agarrado seu pênis.
— Não. Se segue fazendo isso, não durarei. Quero estar dentro de você, quando gozar.
—Eu... — Ela tragou quando soltou seu membro. Com sua consciência de si mesma
voltando.— Nunca fiz isso. Não é fácil para mim...
Uma de suas escuras sobrancelhas se moveu para cima.
— O que passa? — Sua pergunta se suavizou com beijos em seus lábios, queixo, testa, e
logo se perdeu até mordiscar seu pescoço. —É suave. Linda. Tão condenadamente sexy.
O calor encheu sua cara, e uma tensa espiral de necessidade em seu estômago se converteu
em um vulcão.

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— Não posso... nunca gozei com um homem dentro de mim.


— Oh, neném — sussurrou ele contra sua boca. — Não se preocupe. Eu me ocuparei de
você. Gozará quando estiver dentro de você.
O tom seguro de si mesmo, cheio de arrogância masculina e matizes sexuais, incendiaram
sua libido.
Enquanto seus dedos dançavam sobre sua carne, e enquanto ele inseria dois dedos
profundamente dentro dela uma e outra vez, ela gritou com a deliciosa sensação.
— Goze — sua demanda foi rouca.
O calor se uniu, cresceu, uma tormenta de fogo rugiu. Uma lambida mais suave sobre seu
clitóris e ela explodiu.

Capítulo Quatorze

Seu clímax enviou ondas pulsantes de felicidade que explodiram como foguetes dentro da
Olivia. Ela estremeceu, sacudiu-se, enquanto a felicidade saía de sua garganta em modo de
exclamações.
Enquanto aterrissava da labareda, Trey beijou as curvas de seus peitos, descobrindo sua
suavidade, seus lugares mais sensíveis. Como uma aventura sem princípio nem final, sua atenção a
excitou. Mostrando possibilidades que nunca tinha sonhado.
Ele separou suas coxas e na penumbra seus olhos brilharam como um macho predador
cheio de desejo.
— Alguma vez um homem te beijou aqui?
— Não.
— É hora de mudar isso.
Com o primeiro contato úmido e morno de sua língua sobre suas dobras, ela se sacudiu.
— OH.
— Você gosta?
Ela gemeu.
— Sim.
— Mmmm.
Ela se deixou levar na delícia de seu toque, no descobrimento de uma nova paixão ainda
inexplorada. Deu suaves lambidas exploratórias e se moveu sobre suas malhas. Suas mãos
agarraram os lençóis e se mantiveram ali para salvar sua vida enquanto se retorcia. Gemidos,

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gemidos de prazer saíram de seus lábios. Ela nunca sentiu um algo tão maravilhoso, uma intimidade
tão impressionante.
Incrível. Tinha imaginado isto, mas a realidade superava com acréscimo as fantasias de
meia-noite.
Tremendo na borda do precipício, não sabia o que perguntar nem como rogar. Se tão
somente...
Oh, Deus...
Sua língua se inundou dentro dela, empurrando-se como um pênis. Dentro. Fora. Dentro.
Fora.
À medida que cada estocada jogava com ela e a acariciava, ela se retorcia, incapaz de
manter-se quieta. Ele tragava seu prazer com lambidas longas, com suaves incursões, com
sondagens exasperantes em seu corpo que a elevavam centímetro a centímetro.
Ela gemeu enquanto um orgasmo quente a fez tremer, sacudindo-a até os alicerces.
Embora ainda flutuasse pelo período posterior, ele deslizou dois dedos dentro dela outra vez e sua
boca se selou sobre seu clitóris e o chupou.
— Oh! — Ela corcoveou e o prazer quente disparou enquanto outro orgasmo apoderava-se
dela.
Como uma supernova ela ardia brilhantemente, flutuando cheia de êxtase enquanto seu
tremente corpo fazia eco de seus gritos no quarto.
— Isso foi tão quente — disse ele enquanto pressionava beijos na parte interna de suas
coxas.
Enquanto ela ofegava, descendo das alturas, ele se inclinou e abriu a gaveta junto à cama.
Ela flutuava em um sonho, com a cabeça confusa, com seu coração ainda golpeando em seu peito.
Escutou o rangido de papel alumínio, e segundos mais tarde, ele se posicionou sobre ela.
Equilibrando-se em seus antebraços, baixou seus quadris entre suas coxas.
Trey a provou, sua ponta dura deslizando dentro dela.
— Sim. — A sílaba deixou sua garganta com um grunhido suave. Ela agarrou os músculos
de suas costas, sentindo seu poder, absorvendo-o. — Por favor. Não posso suportar. Preciso sentir...
Ele empurrou.
Seu quente, grosso pênis a estendeu e deslizou. Ela estava muito molhada e excitada
enquanto ele se empurrava para dentro, entrando com facilidade, pressionando todo o caminho até
que ficou situado em seu interior.
— Deus, Olivia. Oh, homem.

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Sem palavras, ela o manteve apertado, seus quadris iniciaram um movimento sutil que
acariciava mais que empurrava, mais suave que demandante.
Poucas vezes em sua vida Olivia se esqueceu de seu entorno, tinha esquecido o mundo
exterior. Desta vez o fez. Concentrando-se no momento, se concentrou em todo o sentimento, em
toda a consciência sensual constante em seu interior, nas carícias de seu corpo pressionando
profundamente uma e outra vez. Trey agitou seus quadris, e devolveu o movimento.
— Oh, por favor. —Não pôde evitar o rogo, a escalada furiosa. — Por favor, Trey.
— Isso é tudo. Toma. Goze em meu pênis.
Ela ouviu o desespero em sua voz. Ele queria que ela gozasse ao redor dele, mas ela não
sabia se...
Ele acelerou seu ritmo, com seus quadris movendo-se mais rápido, bombeando uma e outra
vez através de seus estreitos músculos, avivando seu fogo. Cada centímetro de seu longo pênis a
abriu ampla e profundamente, quente e tão forte que seus músculos se apertaram e liberaram em
torno dele com tremores pré-orgásticos.
Seu fôlego ficou áspero, e ela sentiu o suor acumulando em sua carne. Aferrou-se a ele,
retorcendo-se, com os músculos de seu interior em torno da dureza pulsante em movimento dentro
dela.
— Trey? — À medida que a pergunta ansiosa chegava, ela se esforçou pela liberação.
— Não lute contra isso. —Seu sussurro raspou quente contra sua orelha.
Segundos mais tarde ela estalou de felicidade, e um grito de puro êxtase brotou de seu
interior.

*****
Trey gemeu baixo em sua garganta, com seus batimentos cardíacos perfurando seu peito
enquanto se afundava mais profundamente e ficava imóvel. À medida que suas paredes contraíam-
se em pulsações rápidas, ele quase gozou. Em seu lugar, montou o orgasmo dela, apertando os
dentes. O suor se mostrou em pérolas por seu corpo enquanto ondas de calor o envolviam. Isso o
tornava selvagem, empurrando-o até o limite, mas ele queria que ela gozasse outra vez, e ela o faria.
Determinado, ele se retirou lentamente, e logo entrou.
Empurrando e se retirando, obrigou-se a diminuir o ritmo, para desfrutar da sensação de
seu pênis movendo-se dentro de um agarre suave e tenso. O pênis de Trey doeu, endurecendo ainda
mais. Seu olhar baixou sobre ela, e viu na penumbra seus lábios entreabertos e seus olhos fechados.
Ela agarrou suas nádegas, as apertou e as emoldurou. Trey se desfez, suas estocadas ganhando
velocidade. Ele deteve suas investidas e saiu dela.

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— O que? — Ele afogou sua suave pergunta com um beijo.


— Me monte.
Com um sorriso ele jazeu de costas, e Olivia obedeceu. Foi sobre ele, deslizando
brandamente como seda sobre seu pênis e pressionando para baixo. Oh, Jesus. Sim. Sentada até seu
punho, ele arqueou seus quadris.
— Me cavalgue.
Enquanto seus olhos se fechavam e suas mãos se estendiam sobre seu peito, suas coxas se
apertaram ao longo das suas. Seus músculos se contraíram mais profundamente contra seu pênis, e
ele quase se perdeu então. Gemeu enquanto lutava por manter o controle.
Ele a olhou enquanto ela se levantava, logo se lançava para baixo, levando-o a ritmo
constante de uma mulher preparando-se para uma viagem longa e lenta. Uma mulher excitada que o
envolvia, e ele apertou os dentes, incapaz de deter seus grunhidos, os gemidos enquanto a satisfação
ameaçava destroça-lo. Apertou os mamilos, jogando com suas pontas, e ela gritou em voz alta. Seu
corpo estremeceu, e ela o montou mais duro. E mais duro ainda. Ele aprendeu seu ritmo e empurrou
seus quadris para cima.
Sentiu-a gozar ao seu redor, e seu corpo tremeu enquanto ela gozava com uma estocada
final. Ele se meteu de novo nela, uma, e outra vez, investindo tão profundamente como podia.
Enquanto sua carne apertada estremecia ao seu redor e ela ofegava com prazer, ele rugiu
seu orgasmo. Ondas de calor desde sua alma sacudiram Trey. A quente liberação sacudiu seu corpo
enquanto seus quadris sacudiam e seu pênis lançava pulsação após pulsação.
Ela se afundou em seus braços, e enquanto um resplendor se apoderava de Trey, soube que
esta mulher tinha feito o que nenhuma outra mulher tinha conseguido. Encaixou-se em um lugar em
seu coração. Sua pequena rata inglesa, o tipo de mulher que uma vez pensou que nunca o atrairia,
acabava de dar o melhor sexo de sua vida. Sua cabeça ainda estava difusa com seu orgasmo e seu
cérebro ainda estava perdido, mas apertou os braços ao redor dela. Ela era a quem tinha que
proteger, e sentiu que a necessitava ainda mais fortemente que antes. Seus dedos deslizaram pelas
mechas frias de seu cabelo, enquanto caíam sobre seus ombros e costas. Ela se sentia mais real,
mais preciosa que qualquer mulher que tivesse tido em seus braços. Isto era diferente.
Condenadamente diferente, e isso o assustava como a morte.

*****
A televisão LCD piscava enquanto o homem trocava os canais com espasmódica
impaciência. Flip. Flip. Flip.
Tomou um gole de cerveja, tragou e logo tossiu e soprou. As imagens de pessoas dançando

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corriam por toda a tela. Ele trocou de novo os canais. Programas de televisão ao vivo em
virtualmente todos os canais de merda. Hora após hora de ridículos, sem sentido, simplistas feitos.
Como suportavam essa merda?
Nada ficava na fodida televisão, com exceção da televisão pública de alta definição como
alternativa. Podia ver os esportes, mas inclusive os canais de esportes ofereciam repetições a essa
hora da noite. Trocou de canal até que chegou a um canal de caçada com arcos. Lambeu os lábios e
levou a cerveja a seus lábios para dar um longo trago.
Agora bem, isto era mais entretido.
Selvagem.
Espreitante.
Um verdadeiro céu para um caçador.
Não tinha saído de caça com um arco em muito tempo. Lástima que não pudesse
aproximar-se o suficiente de MacGilvary com seu arco. Seria uma maneira malditamente
interessante de tirar a merda do tolo. Morrer por uma ponta de flecha larga. Infernos, morrer por
uma flecha regular. De qualquer maneira, sabia como matar cervos e alces dessa forma, e poderia
fazer o mesmo a um homem nas circunstâncias adequadas.
Vigiar o apartamento de MacGilvary teria aumentado a diversão de seus planos para matá-
lo.
Mas no momento prestava. Advertiria ao MacGilvary significava policiais, entre eles o
irmão de MacGilvary.
O ódio fez que o intestino do homem se apertasse. Como tinha saído de controle essa
espiral? Quis tomar seu rifle, atirar abaixo a porta de MacGilvary, e descarregá-la sobre ele e sua
puta.
Estúpido idiota. Não deveria ter ligado para MacGilvary e o advertido, mas a tentação
tinha sido muita, e depois, quando o tinha ameaçado enquanto o observava no Parque dos
Veteranos... bem, isso tinha quebrado o copo com certeza.
Ao mesmo tempo, gostava de atormentar MacGilvary. Claro, só lançar-se sobre seu corpo
ou disparar na cabeça poderia satisfazer sua vingança. Entretanto, não se sentiria tão doce como
fazer com que o filho de puta sofresse.
Uma vez mais, os velhos problemas de confiança em si mesmo o estrangulavam com as
demandas de renunciar a essa luta. O desespero apertou ao redor de seu crânio. Golpeando.
Golpeando. Pedindo uma razão para essa necessidade horrível de procurar vingança.
Não tinha sido sempre assim.

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Uma voz melancólica, hesitante se agitou em seu interior. Detenha. Pode deixar isto aqui e
agora antes de fazer algo mais censurável do que já tem feito.
Diga a alguém. Confesse.
Isso significaria ser detido. Preso. Seria desmascarado diante de sua família.
O que pensaria seu filho dele? Seu precioso e único filho.
Não.
O protesto rugiu através de seu cérebro, dispersando a debilidade que ameaçava
desbaratando seus planos contra MacGilvary. Não podia ser débil e esquecer o objetivo principal de
seu plano de batalha.
Apontaria para MacGilvary em corpo e alma, até que compreendesse a dor que zumbia
nele e que o sacudia e destruía.
Tomou outro gole de cerveja, soprando, tossindo, até que ficou sem fôlego com o último
gole.
Tossiu e esperou que o álcool não demorasse a fazer seu trabalho e estendesse o
esquecimento, e eliminasse a dor da incerteza.
— O que está fazendo ainda acordado? — Perguntou uma voz feminina atrás dele de mau
humor.
Ele deu um salto, surpreso e molesto. Esperou até que ela deu a volta e parou como morta
no centro da televisão. A luz dançava atrás dela enquanto a televisão piscava.
Ele a olhou aborrecido, não por seu corpo magro, e ainda jovem envolto em uma camisa de
veludo vermelho de dormir, mas sim pela irritação que não tinha podido evitar. Seus dedos se
aferraram à lata de cerveja vazia rompendo-a em sua mão.
— Estava vendo televisão, até que apareceu. — Suas palavras soaram roucas. Feias, com
desprezo. — Sai da merda do caminho.
Sua boca abriu, em uma paródia de surpresa. Mas sabia que ela não estava surpreendida
porque ouviu esse lixo de sua boca antes. Importava um caralho se ela se importava.
— Não se atreva a me falar dessa maneira. — Ela pôs as mãos em sua cintura e franziu o
cenho. Seu olhar se dirigiu às outras duas latas de cerveja na mesa do lado. — Está bêbado.
Ele bufou.
— Não me diga.
Uma dor de cabeça começou a florescer em suas têmporas, e ele pôde sentir cada pulsado
de sangue bombear por suas veias. Essa cadela nunca aprenderia.
Seu rosto começou a desmoronar, as lágrimas aumentando a um brilho úmido. E permitiu

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que seu olhar viajasse por seus cachos loiros, enquanto caíam desordenados sobre seus ombros. Sob
a tênue luz pareciam perder-se. De plástico. Uma peruca, possivelmente. Se não soubesse, se não
tivesse estado casado com ela pelo que pareciam eras, pensaria que seu antigo e bonito rosto não era
real. Um fantasma. Sim, isso é o que era. Ela não estava realmente de pé ali, em frente dele
acusando-o como estava acostumada a fazer todos aqueles anos.
Ele deixou cair à lata de cerveja no chão e apertou suas mãos em sua frente.
— Vai. Desaparece. —Sua voz tremeu, sua garganta doeu enquanto o temor se apoderava
de tudo. — Realmente não está aqui. Não está realmente aqui.
Quando ele se atreveu a abrir os olhos para olhar, ela tinha desaparecido. Mas ouviu seus
passos fazendo eco nas escadas do porão. Desvaneceram-se até que não ouviu nada, a não ser a
televisão dando grasnidos e sua própria respiração.

*****
Olivia despertou, com seu corpo o suficientemente dolorido para recordá-la que tinha
usado músculos que não sabia que possuía. Moveu-se nos lençóis, estendeu uma mão e encontrou
uma cama vazia. Seus olhos se abriram e olhou ao seu redor. As cortinas estavam fechadas, mas da
luz da manhã se derramava o suficiente para que pudesse ver bem. Rodou para a esquerda e ficou
olhando o relógio da mesinha de Trey. Cinco da manhã.
Onde Trey estava? Fechou os olhos por um momento e se lembrou da maneira tão quente
que tinha feito amor. A sessão ultrapassou suas expectativas, tinha inclinado à cabeça, mostrado um
mundo novo. Nada em sua limitada experiência sexual a preparou para os sentimentos que a
dominavam. Fazer amor com Trey a ensinou mais a respeito das respostas de seu corpo, das
necessidades de seu corpo, do que podia ter imaginado.
Bocejando, levantou-se da cama. Estava ainda exausta, mas não pensava que poderia se dar
o luxo de estar na cama por mais tempo. Não tinha desfeito a mala ontem à noite, e necessitava a
camiseta de dormir de sua mala.
Entrou na sala e escutou Trey murmurar em voz baixa no telefone.
— Sim. Sim, é certo. Não sei. Só sei que se a deixasse sair daqui, o bastardo podia fazer
algo. Isso me assusta.
Ela ficou imóvel no lugar. Esfregou os braços, consciente de que o ar fresco acariciava sua
pele.
O aquecedor estava aceso, e o ar quente banhava um caminho através de sua pele.
Entretanto, com suas palavras ressonando em sua mente, o calor renovado não era suficiente.
Decidindo que era de má educação escutar, saiu do corredor à sala e para a sala de jantar.

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Trey estava sentado no sofá, nu como no dia em que tinha nascido.


Ela ficou boquiaberta, seu corpo respondendo a toda essa gloriosa carne.
Um desejo em espiral como uma mola chegou a seu estômago enquanto o olhava.
Devolveu o olhar, sorrindo como um menino arrependido, enquanto sustentava o telefone em sua
orelha. Seu peito perfeito, amplos ombros, estômago marcado, a longitude muscular de suas coxas...
e Deus, o que havia entre suas coxas. Ontem a noite havia sentido toda essa masculinidade dura,
quente em seus braços e se retorceu como uma louca quando ele se empurrou em seu interior.
Lembrar como se sentiu, como cada polegada dele a tinha acariciado, levou Olivia a
caminhar para ele. Se não deixava de olhá-lo, ele se perguntaria se ela estava louca.
— Sim. Falaremos mais tarde, senhor. —Trey desligou o telefone sem fio e deixou-o no
sofá junto a ele.
— Ei. — Disse sorrindo.
— Ei. — Sua autoconsciência a ameaçou, sua vulnerabilidade enquanto ficava de pé nua
como um aviso constante de como tinha chegado a estar dessa maneira.
Porque necessitava sua proteção, e ele queria ser seu refúgio de qualquer mal. Podia não
ser nada mais, e o desejo mais profundo de afeto era perigoso para seu coração.
Seus olhos a acariciaram, começando por sua boca, passando por cima de seus peitos, e
aterrissando sem dúvida no triângulo de cachos escuros entre suas coxas. O desejo se retorceu,
girando como a corda de um relógio. A umidade juntou entre suas coxas. Enquanto ela via seu pênis
ficar duro como uma rocha.
Opa.
— Quem...? —Ela engoliu e umedeceu os lábios. — Quem era no telefone?
— Meu supervisor. Disse-me que voltasse para trabalho de escritório na segunda-feira em
lugar de hoje. — Suspirou e sorriu. — Mas talvez seja uma bênção disfarçada.
— Como?
— Passarei mais tempo com você.
O deleite se estendeu como uma onda dentro dela.
— Pensei que era independente e não queria compromissos, Trey? Se ficar com você... —
encolheu os ombros. — As pessoas não terão uma ideia errada?
Ele encolheu os ombros uma vez mais.
— Realmente importa o que pensem outros?
Ela fez uma careta.
— Às vezes me importa, embora não deveria.

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— Por quê?
— Não configurei todos meus limites. Tenho que resistir a tendência de fazer o que
acredito que outros querem.
— Deus, espero que ontem à noite não tenha acreditado que tinha que dormir comigo. —
Ele afundou seus dedos em seu cabelo, com séria preocupação em seu rosto.— Não achou que...
— Não, não. — Ela sorriu e agitou uma mão desprezando suas palavras. — Se não o
tivesse desejado, teria me afastado. Não te deixaria ir tão longe.
Ele assentiu.
— Bem. Pode retroceder disto. De tudo. Se não quiser minha proteção, pode ir a qualquer
momento. Mas Deus, espero que queira ficar. Ficarei louco de preocupação se for de outra maneira.
Converteu-se em uma boa amiga.
Olivia reconheceu para si mesma que o termo amiga há irritava um pouco. Essa palavra
não tinha conotações de distância.
— Amigos com benefícios?
— Sim, definitivamente com benefícios.
Nua e com um pouco de frio, ela se sentou escarranchado em seu colo. Seu pênis ficou
entre suas coxas. Enquanto ela deslizava seus braços ao redor de suas costas, uma mão se afundou
em seu cabelo. Ele a beijou, seus lábios deslizando sobre os dela para selá-los. Sua língua se reuniu
com a dele em um baile audaz, seu toque era inquieto enquanto tomava as costas, ombros e,
finalmente, seu traseiro. Apertou as nádegas, com o que ela pôs mais força em seu beijo.
Quando ela tomou ar, ele enterrou o rosto em seu pescoço, com seus beijos estendendo-se
como um incêndio florestal impulsionado por ventos extremos. Enquanto salpicava beijos sobre sua
clavícula, levantou seus quadris e a levou para baixo. A ponta larga, quente de sua ereção se
empurrou entre suas dobras. Seus lábios tomaram os dela e ele se empurrou para cima. À medida
que se assentava até o punho, ela gemeu em sua boca pela deliciosa sensação da penetração de sua
grossura quente nas profundidades de seu calor. Estava tão excitada que imediatamente começou a
mover-se. Ondulou sob seu tato, enquanto seus dedos apanhavam seus mamilos, os puxavam e
retorciam ligeiramente. Sob seu ataque ela começou uma viagem quente que acariciava seu pênis nu
em seu interior.
Nu.
Ela se deteve, surpreendida de que tivesse chegado tão longe desprotegido.
— Temos que parar. Necessitamos uma camisinha.
Separou-se dele, e seus olhos se abriram com consciência.

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— Ah, maldição. Sinto carinho.


Ela o seguiu enquanto ele se dirigia pelo corredor. Uma vez no dormitório, tirou uma
camisinha. Ela se tombou na cama, mas ele estirou uma mão para ela.
— Toma uma ducha comigo.
Olivia sorriu, com a antecipação ardente como um fogo líquido enquanto pegava sua mão.
Não podia esperar para descobrir algo novo... nunca tomou banho com um homem.
O banheiro de Trey era de luxo, com toalhas grossas, uma profunda banheira de
hidromassagem, um lugar grande para a ducha e dois lavatórios. Em meio da beleza do entorno e
das luzes brilhantes, sua nudez a deixou vulnerável. Sua admiração se derramou sobre ela em ondas
enquanto sorria, ímpia, quente e interessada.
Trey abriu a ducha e entrou, e enquanto o seguia, ele envolveu Olivia em seus braços. O
jorro quente se verteu sobre eles. Enquanto a água caía em cascata brandamente, Trey ensaboou seu
corpo. Ela fez o mesmo com ele. Espuma e água pulverizaram sobre suas peles em um sensual
deleite.
Ela tomou seu rosto e o atraiu para baixo para um beijo. Tinha sabor de pasta de dente, e
ela se aproximou para desfrutar de seu corpo ao longo dela. Enquanto seus peitos se apertavam
contra seu peito sólido, ela desfrutou da pontada de seu pelo sobre seus mamilos. Ele baixou a
cabeça e cobriu um mamilo.
Arqueou-se e ofegou enquanto ele dava um festim sem descanso em seus peitos, jogando e
lambendo-os em um momento, sugando-os ao seguinte. Ele alargou a mão para a camisinha e
cobriu a si mesmo.
Urgiu-a para que se virasse e colocar suas mãos nos azulejos molhados. Atraiu-a perto,
tomando seus peitos e acariciando seus mamilos. Ela alcançou atrás de sua cabeça e o levou mais
perto. Um forte impulso o enviou a seu interior. Gemeu brandamente. Sentia-se tão bem. Para trás e
para frente, com os movimentos constantes de sua carne empurrando, retrocedendo e voltando a
entrar, levando-a a um prazer tão rápido, que ela ofegou e gemeu pela excitação. Sentia-se
incrivelmente grosso, e sua plenitude e a fricção a estavam voltando louca, o prazer era tão bom.
Ela se moveu em seus braços, levada pela loucura sexual enquanto massageava os mamilos
e se empurrava deslizando-se lento e tortuosamente enquanto enviava redemoinhos de desejo
quente ao longo de seu corpo.
Ela ofegou enquanto a excitação a levava para o limite e com um grito, chegou ao clímax.
Trey acelerou seu ritmo, sustentando seus quadris enquanto a golpeava profundamente, mais e mais
até que grunhiu e se sacudiu enquanto a felicidade o alcançava.

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*****
Trey viu Olivia cozinhar uma omelete de domingo, mais tarde insistiu em fazer sanduíches
de atum para o almoço. Mantinha suas comidas singelas, e gostava. Não queria escravizá-la sobre
um fogão por ele. Ao mesmo tempo, estar perto dela se sentia como o nirvana. Os últimos dias o
tornaram louco.
Enquanto a observava mover-se por seu apartamento usando o moletom com aspecto de
veludo que se curvava sobre seu belo corpo, dava olhadas ao jogo de futebol.
Ela endireitou um quadro na parede que estava ligeiramente inclinado; parecia ter
suficiente energia para acender uma lâmpada incandescente. Sua personalidade tranquila tinha
trocado para algo no pouco tempo que a conheceu... sentia que a conhecia muito mais que apenas
umas semanas.
Está cedendo.
Levou-a para a maldita cama e desfrutou de cada maldito minuto disso.
Oh, sim.
Bem, só porque tinha desfrutado de cada minuto não significava que deveria tê-lo feito.
Nesse ponto, entretanto, não se importava. Ter perdido o lado selvagem de Olivia teria sido uma
maldita vergonha. Ela podia ser sua amiga e sua amante sem alterar seu status.
Ela parou no meio da sala de estar e bloqueou sua visão da televisão.
Sua atenção se concentrou nas portas de cristal que conduziam a seu pequeno pátio, e não
pareceu consciente de onde se deteve.
Suas sobrancelhas se elevaram.
— Ouça, está bloqueando a partida. O que aconteceu? — Perguntou quando ela não falou.
Ela sacudiu a cabeça e voltou à cabeça para olhá-lo.
— Sinto muito. — Sentou-se no sofá e enfrentou a ele. Juntou as mãos entre seus joelhos e
o olhou tão gravemente como uma mulher que esperava em um pavilhão para sua execução. —
Sinto-me inquieta. Tenho que sair.
— De maneira nenhuma.
Seus olhos se estreitaram.
— O que?
— Temos que permanecer em casa até que esse louco que nos ameaça seja capturado. Sei
que não é fácil, temos que ficar aqui dentro.
Logo que disse as palavras, ela franziu o cenho. Resposta incorreta. Parece um pequeno
camundongo disposto a ir por seu queijo, inclusive quando há uma armadilha esperando para

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separá-la de seu traseiro.


— Só porque permitimos que esta parte se saia com a sua. — Olivia docemente mostrou
um olhar tenro em sua cara de pura determinação. Seus olhos piscaram, com sua boca apertada em
uma dura linha. Ele quis beijar o desagrado dessa boca até que estivesse dócil debaixo dele.
Oh, sim. Deus, a desejo.
Doía por tê-la.
— Não estamos indefesos — disse ele em sua defesa. — Tomaremos isto passo a passo.
Ela assentiu, mas não pareceu de tudo convencida.
— Ser sensíveis.
— Correto.
— Não acredito que possa pretender que tudo vai estar bem. Há um homem perigoso lá
fora. Não podemos nos sentar e esperar que faça outro movimento.
— Não estamos indefesos.
— Certamente estamos atuando assim. — Sua voz tinha fogo e enxofre. — Não há nada
que possamos fazer para nos ajudar?
Ele deslizou no sofá e a envolveu com seus braços. Beijou-a na têmpora.
Ela ficou rígida, mas ele voltou seu rosto para o seu e a beijou brandamente. Enquanto ela
se desfez num atoleiro de obediência, beijou-a na boca de novo e colocou sua língua
profundamente. Oh, Deus. Sim. Ela tinha sabor de café e creme. Deliciosa. Sexy. Ele desejava...
Tranquilo, moço. Baixa. Ela te odiará se ignorar suas preocupações. Mas logo devolveu o
beijo, reunindo-se com sua língua e jogando com a dele. Ela empurrou sua língua dentro de sua
boca em represália, e ele gemeu enquanto puro desejo disparava por sua coluna e tornava seu pênis
de ferro.
Ele foi para trás com um ofego.
— É como o vinho. Põe-me bêbado.
Um sorriso piscou sobre sua boca.
— Está dizendo que o sexo empana seu cérebro e não pensa com claridade?
— Sim. Essa é minha desculpa e fico com ela.
Ela franziu os lábios.
— Não culpe o sexo, senhor.
Ele sorriu.
— Tentarei. Vamos nos vestir e vamos ao Departamento do Xerife para seguir a algumas
pistas.

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O telefone tocou, e Trey agarrou o telefone sem fio.


— Alô? — A voz alegre de sua mãe saiu através do telefone. — Como está, querido?
— Estou muito bem. Como estão todos? Tudo bem? —Podia escutar a música clássica no
fundo.
— Edie é absolutamente maravilhosa, Trey. Estivemos comendo muito bolo, é óbvio. Terei
que trabalhar o dobro na próxima semana. Craig resiste à tentação de recolher os refugos de Edie e
meus, e estamos tolerando o scanner da polícia que trouxe com ele.
— Ah, céus. Levou o scanner?
— Juro que esse menino vive e respira seu trabalho policial. Acredito que tem que
encontrar uma noiva.
Trey sorriu.
— Isso é o que sigo dizendo. Mas só grunhe.
— Uh... Dei-me conta. Como está Olivia?
— Bem.
— Oh, me deixará falar com ela?
Trey passou o telefone, e Olivia se mostrou surpreendida.
— É minha mãe.
— Qual? — Gesticulou com a boca.
— Arlene — disse ele.
— Olá — disse Olivia no telefone, com seu tom de voz alegre.
Trey não sabia que conversa de garotas tinha planejado sua mãe para Olivia, mas daria
privacidade. Trocou-se por um jeans e um suéter em seu dormitório.
Quando retornou, Olivia fez um gesto com o telefone.
— Edie quer falar com você.
Devolveu o favor deixando-o só com o telefone.
— Ei.
— Carinho, é bom falar com você. — Disse a voz forte de Edie na linha, cheia de
propósito e calor. — Não posso dizer quão maravilhosa Arlene foi comigo. E seu… um... irmão
Craig é um grande controlador. Muito sério, mas muito agradável.
Trey sorriu.
— Sim, é um cão de caça.
Ela falou sobre os bolos, enquanto Olivia retornava à sala usando um suéter multicolorido
brilhante e calça jeans que a abraçava em todos os lugares corretos.

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Sua boca se abriu, mas quando Edie falou, deu-se conta de que não tinha ouvido nenhuma
palavra do que disse nos últimos trinta segundos. Olivia tinha deixado sua mente em branco.
— Sinto muito, Edie, o que disse?
— Perguntei quando vai trabalhar?
— Amanhã. Tenho trabalho de escritório.
— Vamos vê-lo hoje em algum momento?
Ele não tinha pensado nisso.
— Talvez. Olivia e eu iremos ao Departamento do Xerife um momento. Ligaremos de lá.
Depois de desligar, Olivia se aproximou dele e o envolveu em um forte abraço.
— Estou muito contente de que você e Edie estejam se dando bem. Parece uma senhora
agradável.
Trey ficou sem fala durante uns segundos.
— É... sim, parece como se tivesse mudado um pouco.
Olivia retrocedeu.
— O jurado segue deliberando, entretanto?
— Sim. Suponho que não estou cem por cem disposto a deixar todos os maus sentimentos.
Ela mordeu o delicioso lábio inferior, e ele quis dar um beijo. Em troca, soltou-a.
— Arlene e Edie querem me ajudar com uma mudança de imagem.
Suas sobrancelhas se levantaram. Ia gostar do som disso?
— Mudança de imagem do que?
Seus olhos profundos o olharam, como se procurasse uma maneira de dizer a resposta.
— Minha. Necessito uma mudança de imagem.
— O que? Não necessita. — Ele permitiu que seu olhar viajasse sobre sua magra forma,
demorando sua atenção em cada curva sexy, bonita. — Não há nada errado na forma como parece.
Sua boca se apertou dessa maneira que ele estava começando a considerar claramente
como desaprovação inglesa.
— Obrigada pelo voto de confiança, Trey, mas uma mulher nem sempre tem uma mudança
de imagem porque há algo errado com ela. Às vezes uma mulher faz por si mesma. Para sentir-se
melhor.
Ele passou os dedos pelo cabelo, e Trey reconheceu que uma expressão de dor devia ver-se
em seu rosto.
— O que vai mudar?
— Não estou certa.

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— Quando?
— Elas queriam que fosse mais tarde esta noite. Poderíamos jantar todos juntos.
Ele franziu o cenho, mas logo disse.
— Quão ruim pode ser? Não é como se fossem profissionais fazendo uma mudança de
imagem às pessoas, certo?
Ela levou os olhos para o teto e suspirou.
— Estou certa de que não farão um desastre disso, se isso for o que o preocupa.
Ela soprou e se queixou um pouco quando se dispunham a sair, e ele fez uma careta. Se
não tomava cuidado, teria um muito infeliz camundongo pequeno e inglês em suas mãos, mais duas
mães chutando seu traseiro.
Envolveram-se em preparações para o clima invernal. Nuvens de neve ameaçavam, mas
além de estar mais frio que o traseiro de um mineiro, o tempo não era tão ruim ainda.
Trey manteve uma estreita vigilância sobre seu entorno, temendo pela segurança de Olivia
até que sua fria atenção aos detalhes de polícia não pôde tirar o nó duro em sua garganta. Morreria
antes que permitir que acontecesse algo a ela. Meditou sobre o que isso significava.
As coisas estavam mudando ao seu redor tão rápido que sua cabeça dava voltas como a de
Linda Blair no exorcista. Primeiro pensaria em seu pequeno camundongo, e Olivia era uma quente,
deliciosa e incrível mulher. O sexo que experimentou com ela tinha superado com acréscimo o que
alguma vez tinha tido com outras mulheres. A culpa o assaltou. Ardendo como uma cadela ao dar-
se conta que sua desconfiança com as mulheres arruinaram as relações potencialmente satisfatórias
com outras mulheres a um nível profundo. Desejava uma relação gratificante, e pensava que tinha
encontrado com Olivia.
Logo, em um giro louco, visualizou Olivia grávida. Com seu filho.
Seu intestino se fechou, seu pênis endureceu enquanto imaginava com uma intensidade
selvagem deslizar seu pênis nu profundamente em seu corpo quente, apertado. Impulsos primitivos
aumentaram de forma tão brutal que o sacudiram até o núcleo. Uma necessidade animal o
bombardeou. Quis pressionar-se dentro dela e gozar duro e pesado até que tivesse arrojado sua
semente tão profundo dentro dela que a mesma jogasse raízes.
Merda, MacGilvary.
Não sabia se ria como um idiota ou se corria como se do inferno.

Capítulo Quinze

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Enquanto Trey conduzia para o Departamento do Xerife, já não pôde evitar. Engoliu seus
sentimentos, que tinha negado durante muito tempo.
— Olivia, fui um idiota no outro dia quando te ordenei que ficasse comigo.
— Não foi exatamente um idiota. —Ela voltou o rosto para ele, e seus olhos brilharam com
travessura. — Por outro lado, fica bastante mandão quando quer. Quando te conheci me
surpreendeu como um policial rude e forte também podia ser tão feliz e despreocupado.
Ele enrugou o nariz.
— Feliz e despreocupado? Soa como um gatinho.
Ela riu.
— Não, é... qual é a palavra que estou procurando? — Levantou as mãos em sinal de
rendição.— Tem um grande senso de humor. Também é suave, sexy, quente... simplesmente
incrível. Fiquei sem descrições aqui.
— Minha cabeça está inchando.
— Qual?
Para sua mortificação, o calor encheu seu rosto, ao mesmo tempo em que seu pênis
começava a endurecer.
— Maldição, carinho, se segue falando assim...
— O que?
— Se estivéssemos de volta no apartamento...
— O que aconteceria?
— Eu gostaria de beijar essa linda boca até que estivesse tão condenadamente sem fôlego
que não pudesse falar. Então te arrancaria a calcinha e a foderia até que estivesse esgotada.
Ele a olhou por cima. Suas bochechas ardiam, seus lábios estavam abertos de assombro. O
brilho de seus lábios vermelhos fazia a sua boca ter um aspecto tão malditamente suculento.
Imaginou seus lábios deslizando sobre seu pênis.
Maldição, mas era bonita. Doía seu coração com esse conhecimento e seu corpo ficou duro
como rocha.
Ela engoliu em seco.
— Bem, isso é uma grande ordem, senhor. Mas a seguirei mais tarde.
Ele sorriu, satisfeito como o inferno.
— É um pequeno camundongo lutador.
— Camundongo? — Seu tom indignado o advertiu que tinha usado o termo incorreto.

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Ele a olhou rapidamente, a esse lábio delicioso inferior fazendo só uma pequena
careta.
O suficiente para fazer com que quisesse chupá-lo, lambê-lo, beijá-lo até que ela se
retorcesse debaixo e ao redor dele.
Jesus, Deus.
— Bem, desculpo-me. Quando te conheci pensei que não era meu tipo, lembra? Foi... —
Como explicar sem aumentar seu kit de desastre?—. Pensei que era bonita, mas conservadora.
Talvez uma puritana rosa inglesa. Obviamente, errei um pouco.
— Um pouco?
Ele encolheu os ombros.
— As mulheres com as quais saí no passado foram todas... — Ele não pôde chegar à
palavra correta.
— Sei. Disse-me que era complicado.
—É. É inteligente, divertida, e há algo vulnerável a respeito de você que me faz desejar te
proteger.
Ela ficou em silêncio.
À medida que paravam no Departamento do Xerife, e encontravam um lugar para
estacionar, ele disse:
— Está irritada?
Ela piscou.
— Isso não significa o mesmo na Inglaterra, que aqui.
Agora foi seu turno de piscar. Logo sorriu.
— Oh, sim. Está de saco cheio?
— Poderia dizer que me tornei louca, sim. Mas não acredito que queira dizer isso,
tampouco.
Ele gemeu.
— Maldição, camundongo…
Ela teve piedade dele.
— Sim, estou zangada. Escutou o ditado de que se um homem estiver sozinho no bosque e
dá uma resposta a uma pergunta e uma mulher não ouve, ainda não está correto?
Ele suspirou e fez uma careta.
— Está bem, entendi o ponto.
Como ganharia esta conversa? Não podia. Era melhor resolver de uma vez.

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O Chefe de Trey grunhiu quando se apresentou no trabalho, mas cedeu quando explicou
que não podia ficar em casa por mais tempo e esperar que algo acontecesse. O homem esteve de
acordo, e logo Trey e Olivia estavam sentados no computador, ingressando expedientes.
Trey e Olivia entraram nos dois últimos anos das detenções que tinha feito pessoalmente,
mas nenhuma parecia destacar. Craig e Mick entraram no departamento no final da tarde quando o
sol descia atrás das Montanhas Rochosas, com o círculo de fogo quente dando um último fôlego
antes de chegar à noite.
Olivia tomou um gole de uma lata de refrigerante diet, enquanto Trey bebeu um pouco do
lodo terrível do Departamento do Xerife que se atreviam a etiquetar como café.
Craig passou a mão por seu cabelo enquanto se sentava na parte frontal da mesa.
— Houve sorte?
Trey negou.
— Não.
— Temos uma ideia para você. Pensei nisso no caminho de volta aqui — disse Mick,
colocando os polegares em seu cinturão—. Recorda quando teve que atirar nesse tipo que tomou
sua esposa como refém vários meses atrás?
Como poderia esquecer? Não tinha disparado em ninguém em muito tempo antes disso, e
sem dúvida não tinha feito após. As coisas se acalmaram em torno de Gold Rush nos últimos anos
com a exceção do encontro de Olivia com o louco na biblioteca.
— Sim. Roland Compton. Lembro.
— Acha que alguém em sua família poderia ter um rancor contra você? — Perguntou
Craig.
Trey esfregou o queixo.
— Merda. Não sei. É possível.
Olivia viu seu intercâmbio com uma expressão de interesse, mas não interrompeu sua
conversa.
— Lembra que seu irmão disse na televisão que pensava que deveria ter sido acusado de
assassinato por disparar em seu irmão? — Perguntou Craig.
— Oh, Deus — disse Olivia enquanto colocava sua lata de refrigerante na mesa. — Sério?
Mick grunhiu.
— Sério. Hamilton Compton, diferente de seu irmão, é um honrado cidadão. Foi agente do
oficial aqui durante anos e tinha uma boa reputação.
— Sim? — Perguntou Olivia.

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Trey respondeu.
— Depois de que disparei em seu irmão, pareceu ficar louco. Mais do que o normal, quero
dizer.
Craig assentiu.
— Se demitiu do Departamento do Xerife e esteve trabalhando no departamento de
segurança do supermercado em Gilbert Avenue.
— Policial de aluguel é como os chamam aqui nos EUA? — Perguntou Olivia.
Craig se reclinou em sua cadeira e a olhou.
— Sim.
Trey arranhou o nariz.
— Nunca me preocupei com ele. Era um pouco mais velho que nós... estava em seus
quarenta. Pensa que sabe tudo e gosta de assegurar-se de que outras pessoas entendam isso.
Olivia pareceu perturbada.
— Isso o faz mais perigoso.
Trey murmurou.
— O bastardo não sabe contra quem está se metendo.
— Malditamente certo. — Disse Craig.
Trey olhou a seus irmãos e absorveu suas expressões.
— Poderia ir até sua porta a fazer algumas pergunta.
Olivia o agarrou pela manga do suéter.
— Não!
Trey a olhou de forma afiada, igual a Mick e Craig.
Ela soltou Trey e pareceu envergonhada.
— Eu só... poderia ser perigoso, não?
Todos os irmãos a olharam como se tivessem saído duas cabeças.
— O perigo é parte de nosso trabalho. — disse Craig.
Ela tomou uma respiração profunda.
— Mas não têm nenhuma prova de que é ele.
— Nenhuma só maldita prova — Mick disse o que Trey não diria.
Todos ficaram em silêncio.
Trey finalmente disse.
— Há um componente no qual não pensamos, Olivia. Trabalhar de noite não é algo bom
para você. Há ocasiões em que terá que conduzir da biblioteca para casa e prefiro que não o faça de

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noite.
Ela mordeu o lábio.
— Não tinha pensado nisso. Cyn não gostará. Terá que trocar Dean ou a alguém mais para
o turno da noite.
— Liga primeiro para Dean e pergunte se pode fazê-lo. — disse Craig.
Trey assentiu, com sua perna saltando de cima a baixo em um movimento de alta energia.
— Excelente ideia.
— Farei agora — disse ela.
Quase esperava que os moços se fossem, mas não o fizeram. Sentia-se como uma suspeita
tratando de voar sob o radar com esses meninos. Ter Trey olhando-a enquanto ela abria seu celular
e encontrava o número de Dean a alterava o suficiente. Ter aos três MacGilvary olhando-a causava
as vibrações a percorressem em ondas.
Correto. Não é somente porque são oficiais que aplicam a lei com testosterona suficiente
para fazer saltar qualquer coração feminino. É porque são quentes, protetores, e bons homens.
Bem, Trey e Mick eram bons. Craig parecia bonito, mas perigoso nas bordas, como se necessitasse
de alguns rincões de areia para suavizar seu aspecto duro.
Olivia fez caso omisso de seus olhares e ligou ao Dean. Quando Dean atendeu, apressou-se
a perguntar se poderia trocar com ela o turno da noite. Explicou o que estava acontecendo, e Dean
mostrou preocupação que claramente indicava que estava de acordo em ajudar.
— Se Cyn permitir — disse Olivia, esfregando o pescoço enquanto seus músculos se
esticavam.
— Será melhor que o faça. Darei uma reprimenda se não o faz — disse Dean.
— Por favor, não ponha seu trabalho em perigo.
— Não, não é nenhum problema. Gosta de meu trabalho, assim não o usará contra mim.
— Está bem. Agradeço por isto, Dean.
— Claro. Então, esse policial grande, corpulento está te custodiando? — Perguntou Dean,
com a brincadeira clara em sua voz.
— Um... sim. Ele está aqui.
— Bem. Deixe-me falar com ele.
— O que?
— Vamos. Não o morderei.
Olivia começou a rir. Deu o telefone a Trey.
— Dean quer falar contigo.

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As sobrancelhas de Trey se elevaram.


Trey tomou o telefone.
— Ei, Dean. Obrigado por ajudar Olivia. — Trey se deteve por uns poucos segundos. —
Oh. Hum, sim. Obrigado. É claro que cuidarei dela. — As sobrancelhas de Trey se dispararam.—
Claro. Ela significa muito para mim.
A confissão de Trey, a alcance da audição completa de seus irmãos e dela, surpreendeu-a.
Ruborizou enquanto um prazer se acendia em seu interior.
Depois que Trey devolveu o telefone a ela, disse a Dean.
— É um bom amigo. Avisarei o que Cyn decidiu.
Desligaram. Quando seu olhar se remontou aos policiais frente a ela, todas suas caras
mostravam diversas fases de diversão.
— O que?
— É esse o tipo que está apaixonado por Trey? — Perguntou Mick, com seus lábios
retorcendo-se.
Ela sorriu.
— Sim. Acredita que é magnífico.
— Opaa cachorrinho — disse Craig, com um sorriso verdadeiro curvando seus lábios e, de
fato fazendo-o parecer bonito.
— Cale-se. — Trey grunhiu. — Agora chamemos Cyn. Ela é o verdadeiro desafio.
A ligação de Olivia a Cyn não saiu tão bem. Cyn de pronto disse que não, inclusive depois
de que Olivia disse sobre seu acordo com Dean.
A ira da Olivia se levantou.
— O Departamento do Xerife recomendou isso, Cynthia.
Cyn soprou.
— Honestamente, não vejo que diferença faz. Se um homem estiver atrás de você, pode
chegar a você se for de dia ou de noite.
A realidade dessa declaração picou.
Os olhos de Trey se estreitaram. Disse com a boca:
— Deixe-me falar com ela.
Olivia sacudiu a cabeça. Ela tomaria esse touro pelos chifres nesse momento. Continuou
falando com Cyn.
— O Departamento do Xerife acredita que é necessário para minha segurança e a de meus
colegas de trabalho, que trabalhe durante o dia, já que é mais provável que possa atacar na noite. E

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eu estou de acordo com eles.


— Bom, tem que tomar suas próprias decisões e não deixar que esses policiais lancem seu
peso ao seu redor — disse Cyn.
Olivia revirou os olhos.
— É óbvio que entendo que a programação da biblioteca é importante. Entretanto, a
segurança de nossos clientes e a minha deveria ser uma prioridade. Sei que ninguém pode obrigar
você a trocar o horário. Já falei com Dean e ele esteve de acordo.
— Não. É um fato. Não trocarei seu horário.
Olivia sacudiu a cabeça e franziu os lábios com frustração.
— Está bem. Faz o que queira. Adeus.
— Suponho que a cadela não cedeu? — Perguntou Trey.
— Nisso tem razão.
— Poderia lançar meu peso ao seu redor.
Ela suspirou.
— Não, não o faça. Já nos ocorrerá algo. De algum jeito, vou ter que colocar em sua
teimosa e pomposa cabeça que não é só minha segurança a que nos preocupa, mas também a dos
clientes e a sua também. Neste momento, só quer pressionar seu peso ao redor e mostrar que ela é a
chefe.
Trey terminou a sessão no ordenador.
— De acordo. Falaremos mais durante o jantar.
— Tenho que chegar em casa com Celeste — disse Mick.
— Ela é dura, Mick. Não precisa preocupar-se por ela — disse Trey apesar de que entendia
a preocupação de seu irmão cem por cento.
— Ela estará bem. —A voz tranquilizadora de Olivia e seu sorriso fizeram Trey sorrir.
Mick devolveu o sorriso a Olivia.
— Definitivamente é dura. Isso não significa que não esteja preocupado. Pensaremos neste
Hamilton durante a noite.
— Segundo essa ideia. Será melhor que chegue em casa com mamãe e Edie. — Craig
parou — que todo mundo tome cuidado e avisem quando chegarem a casa.
— Arlene e Edie queriam que passasse esta noite por sua casa. — Disse Olivia.
Craig assentiu.
— Nos vemos ali.
Com isso, os irmãos de Trey dispersaram.

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— Vamos pegar seu carro — disse Trey. — E terá que pegar mais roupa.
Durante o caminho até seu apartamento uma tensão se arrastou por suas costas. Agora que
tinham uma ideia de quem poderia querer uma vingança contra Trey e sua família, ela se deu conta
de que Trey e seu irmão não tinham mencionado os detalhes do tiroteio. Decidiu que perguntaria
mais tarde depois que retornassem ao apartamento de Trey a noite.
Uma vez dentro de seu apartamento, empacotou mais roupa na mala. Pelo menos para uma
semana. Antes que pudessem sair para a casa de Arlene, seu celular tocou, e ela respondeu.
O nome de Cameron apareceu na tela.
— Ouça, irmãozinho. Como vai seu domingo? É um pouco cedo na Inglaterra para ligar,
não?
— Sim. Mas estava preocupado.
Ela suspirou.
— Tudo está bem aqui. — Suas bochechas se esquentaram ao recordar seu momento na
ducha com Trey. — Será melhor que vá para cama para que possa celebrar o aniversário do
pequeno Cam mais tarde.
— Não podia dormir.
Uma dor começou em algum lugar profundamente em seu interior enquanto ela desejava
poder estar ali para a festa do pequeno Cameron.
— Oxalá pudesse estar ali.
— Diga-me de verdade, está tudo bem? — Perguntou.
— Está bem. Trey e eu nos levamos bem. Inclusive quando se chateia. É incrível.
Trey olhou sua cara, movendo as sobrancelhas de uma maneira que quase a fez rir.
— É um homem extraordinário, de fato — disse Cameron com tom gracioso. — Olhe,
estive pensando em algo no voo de volta.
— Sim?
— Lembra da viagem que deseja fazer para a Itália? Eu gostaria de te dar o resto do
dinheiro que necessita para fazê-la.
Aturdida, ela quase não pôde falar.
— O que? Por quê?
Viu Trey franzir o cenho, mas ela fez caso omisso disso, também.
— Porque sei... sei que mamãe e papai te trataram como se fosse sua culpa que me
machucasse há tantos anos e isso é algo louco. Mas quero que saiba que não te culpo
absolutamente. Nunca o fiz.

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As lágrimas surgiram em seus olhos de forma inesperada, e antes que pudesse detê-las,
derramaram-se sem mais. Sabiamente manteve seu olhar longe de Trey, com medo de que visse seu
rosto.
— Não.
— Não?
— Quero dizer, obrigada por dizer isso. Estou tão feliz de que não me culpe.
— Deveria ter dito algo anos atrás. Fui um covarde. Não sabia como dizer isso. Vê-la tão
feliz me empurrou sobre a borda. Ainda se sente um pouco culpada e me dou conta. Não posso
suportá-lo. Por favor, por favor, deixa de te sentir dessa forma.
Ela soprou.
— Está bem. Tentarei.
— Se esforce mais.
Ela riu através das lágrimas que se derramavam por suas bochechas.
— Farei. Mas não pode me dar o que me falta para a Itália. É muito caro.
— Sim, posso. Samantha e eu queremos que tenha. Não pode um irmão dar a melhor irmã
do mundo um presente para mostrar seu afeto?
Ela gemeu e secou as lágrimas que seguiam rodando por suas bochechas. Uma caixa de
lenços de repente apareceu na frente dela, e quando levantou a vista, Trey a estava oferecendo. Seus
olhos queimavam pela preocupação e pelas perguntas. Ela tomou a caixa e agarrou um lenço.
— Está chorando? —perguntou Cameron, com horror fraternal em sua voz.
— Sim, maldição.
— Oh, raios. Sinto muito.
— Não sinta. Talvez sejam os hormônios.
— Bem, como ouvi alguém dizer nos Estados Unidos, é muita informação.
— Certo.
— O que?
— Está bem, fico com seu presente. Obrigada.
— Brilhante. Hey, quero que vá a essa viagem e desfrute dela. Leve Trey com você.
Seu olhar voou a Trey, que seguia sentado ao seu lado com pura preocupação irradiando de
seus olhos.
— Não. Quero dizer, provavelmente não irá.
— Nunca saberá até que pergunte.
Ela suspirou.

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— Pensarei nisso.
O grito de um bebê surgiu na linha.
— Oh, demônios. Melhor ir.
Ela suspirou.
— Dá um beijo em Cam e na Tina por mim.
— Farei.
Depois de desligar, ela se voltou com olhos chorosos para Trey. Ele elevou a mão e
emoldurou sua bochecha.
— Ei, que diabos passou? — Beijou-a na testa com tanta ternura que ela chorou ainda mais
forte—. Estão todos bem em casa? Por que está chorando?
Ela sorriu através de suas lágrimas de felicidade.
— Estou bem. Todo mundo está bem. — Olivia explicou que Cameron queria dar de
presente o dinheiro para sua viagem. — Não posso acreditar. É um sonho feito realidade, mas
pensei que passaria um pouco mais de tempo antes que pudesse ir. Sinto-me culpada de pegar seu
dinheiro.
Trey a beijou, bebendo dela lentamente e agitando um renovado desejo.
— Toma. Acredito que é genial que te dê um presente tão maravilhoso. — Alisou o cabelo
para trás. — Posso ver sua felicidade apesar de estar chorando.
Ela sorriu, com as lágrimas secando de uma em uma enquanto ela limpava os olhos com
um lenço descartável.
— É certo.
— Tudo bem neste momento?
— Sim. — Ela tomou uma respiração profunda. — Vamos.

Capítulo Dezesseis

Olivia necessitava seu carro e se sentia segura com Trey conduzindo atrás dela. Detiveram-
se no hospital para visitar Maddie e se inteirou de que dariam alta no dia seguinte. Seu filho e nora
planejavam levá-la de volta a Loveland com eles. Uma vez que Olivia se deu conta de que Maddie
podia estar a salvo com seu filho, sentiu-se muito melhor.
Trey e Olivia se dirigiram a seu carro. Olivia o viu se mover, e esse passo suave e atlético
fez com que seu ventre batesse as asas com apreciação. Apesar de usar um pulôver verde de gola
alta, jaqueta de couro marrom, e calça jeans, aí era onde o relaxado terminava. Debaixo de sua

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jaqueta um coldre sustentava sua arma. Era escuro, perigoso e cada clichê de maravilhoso macho
alfa que ela podia imaginar envolvido em várias deliciosas diferenças. Apesar de sua raiva e
bravatas, esse homem também tinha uma reserva de afeto para sua família e para ela. Fazendo algo
pela gente que amava.
Amor.
Seu coração estremeceu ante a ideia, face aos problemas. Não podia se apaixonar por Trey
MacGilvary. Uma dor queimou no estômago ante a ideia de deixar Trey para trás.
Quando chegaram à casa de Arlene, Olivia antecipou sua mudança de imagem. Queria
fazer algo para tirar do momento os problemas de sua mente e fazer a vida parecer menos
complicada. Sorriu pensando no que Trey pensaria de sua mudança de imagem.
Passar mais tempo com sua família, entretanto, enviava uma mensagem que não sabia se
queria. Quando pensava nisso, tinha uma estranha relação com Trey.
Não tinham saído oficialmente, entretanto, tinham uma relação física.
Tinham saltado ao profundo do oceano sem uma canoa, bote, vela ou remo.
— Necessito minha mala — disse ela enquanto saía do carro.
A cara de Trey se franziu.
— Por quê?
— Por minha mudança de imagem. Necessito minha maquiagem e minhas roupas.
Trey moveu a cabeça e sorriu.
— Garota material.
Devolveu o sorriso e deu um murro brincalhão no braço.
— Seja agradável.
Ele grunhiu dessa maneira universal que os homens tinham de expressar “o que seja” um
termo muito de homem das cavernas.
Trey manteve sua atenção concentrada em seu entorno, enquanto negociavam na calçada e
quando Craig abriu a porta, não perdeu tempo parado nela.
Craig religou o sistema de segurança no momento em que entraram.
Arlene e Edie saíram da cozinha e se dirigiram para eles, abraçando Trey e depois Olivia
como se a tivessem conhecido há décadas em lugar de um curto período de tempo. Ambas as
mulheres a faziam sentir importante e cuidada, uma sensação acolhedora que nunca tinha
experimentado com seus próprios pais lá em sua casa da Inglaterra. Isso atraiu lágrimas a seus
olhos, mas ela as empurrou de volta.
Craig se enganchou do braço de Trey e o arrastou para a sala onde soava um jogo de

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futebol.
— A partida já começou. Tenho a sensação de que o que mamãe e Edie têm em mente
tomará muito tempo.
Olivia captou o desprezo em sua masculina voz por algo de garotas e sorriu.
— Por aqui, querida. — Arlene a levou pelo corredor com Edie e Olivia no meio.
— Temos algumas ideias excelentes para você.
— Trouxe algumas roupas? — Perguntou Edie quando entraram em um dormitório.
Olivia moveu a mala.
— Aqui.
Olivia abriu a boca em uma grande O quando viu o amplo dormitório do Arlene, dominado
por um mirante com uma cadeira e mesa para relaxar em um extremo e uma cama tamanho king-
size na outra. Apesar das cortinas escurecidas de noite, o abajur embutido no teto iluminava a
habitação com uma claridade brilhante. Tons manteiga suave de cor amarela e azul criavam um
ambiente feminino, mas não sobrecarregando o ambiente que se adaptava à personalidade de
Arlene.
— Bonito quarto — disse Olivia.
Arlene levantou uma sobrancelha.
— Obrigada. — Deu um percurso pelo grande banheiro com dois lavabos, uma banheira de
hidromassagem grande, e uma grande ducha — É meu orgulho e alegria. Justice e eu refizemos o
banheiro não muito depois que adotamos os meninos. A casa necessitava de trabalho e o banheiro
era terrivelmente antiquado.
— É um bonito banheiro... —disse Olivia. Vacilou em dizer que era um banheiro adorável,
porque a palavra britânica para o banheiro enrugaria seu nariz americano com sutil asco.
Olivia pôs a mala em uma almofada grande aos pés da cama, e logo as damas estavam
revolvendo entre a maquiagem e a roupa. Edie pôs a maquiagem da Olivia na penteadeira.
— Trouxe muitas coisas.
— Lavo primeiro o rosto e começamos com isso — disse Olivia.
— Vejamos o que podemos fazer com seu vestuário — disse Arlene enquanto Olivia se
dirigia ao banheiro com um limpador e um creme hidratante.
Quando Olivia saiu com a cara limpa, perguntou-se o que Arlene e Edie teriam em mente
para sua mudança de imagem.
— O que tem este top, querida? — Arlene sustentava um apertado top de cor verde
esmeralda que Olivia tinha usado uma vez.

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— É muito revelador — disse Olivia com um encolhimento de ombros.


— Baixo na frente. — Edie tocou o queixo com o dedo indicador. — Mas não muito baixo.
Ficaria fantástico.
Arlene sustentou o pecaminoso objeto contra o torso de Olivia.
— Estará genial. E esta saia negra vai com ele, não?
— É muito rodada, também. — Olivia disse as palavras defensivamente.
As sobrancelhas delineadas de Arlene se juntaram um pouco.
— Carinho, está dizendo que prefere algo mais reservado? Depende de você, é obvio. Não
há nada de mau gosto neste top ou na saia, entretanto. São sexys. — Seu olhar dançou do utilitário
suéter a calça jeans que Olivia usava. — E se está procurando um novo visual quente...
— Isso é o que quero. Algo novo. Quente. — Olivia sorriu.
Desejava, não?
Os olhos de Edie brilharam.
— Seria uma loucura não perguntar isto, Olivia. Qual é o seu objetivo de uma mudança de
imagem?
De pé em meio da habitação, Olivia contemplou seu raciocínio.
— Decidi que estou cansada de meu aspecto conservador. Que não reflete o que sou e que,
portanto segue o estereótipo de bibliotecária. Os últimos eventos me fizeram dar conta que esta
velha aparência não me serve mais.
— Isto não tem nada a ver com Trey, verdade? — Perguntou Edie.
As bochechas da Olivia ficaram quentes.
— Eu... eu gosto muito dele. Mas isto é por mim. Só por mim.
O sorriso de Arlene se fez mais amplo.
— Trey está louco por você. Edie e eu discutimos isso depois do concurso de bolos.
Olivia tragou, lançando seu olhar entre as mulheres na frente dela.
— Fizeram?
— É claro que sim. —Arlene assentiu vigorosamente. — Trey atrai às mulheres. É seu
carisma natural. Inclusive quando rompeu com as garotas ou se afastaram dele, a maioria de suas
rupturas não são tempestuosas. Tenho a sensação de que não será assim com você absolutamente.
Olivia se sentou na borda macia da cama.
— Ah, sim?
Edie assentiu adicionando sua confirmação.
Arlene continuou.

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— Trey é um homem maravilhoso e amoroso. Acredito que terá averiguado isso por agora.
Tudo o que Olivia pôde fazer foi assentir.
— A forma como a olha é diferente — disse Arlene.
— Só conheci meu filho por um curto tempo. — Edie se sentou na cama junto à Olivia. —
Mas já posso ver que se importa muito.
Arlene se sentou do outro lado da Olivia, e ela podia ter se sentido apanhada. Em lugar
disso, experimentou seu afeto vertendo-se como um bálsamo que não sabia que ansiava até agora. O
coração de Olivia se esquentou, saltou e deu um salto final.
O que essas mulheres não podiam entender era que apesar de Trey se preocupar com ela
não significava que sua relação ficaria mais séria.
— Bem, nenhuma das duas tem que preocupar-se. Não romperei seu coração.
Ambas, Arlene e Edie assentiram, como se entendessem.
Oh, não. Não entendem.
De repente, Arlene se levantou.
— Vamos, Edie. Estamos colocando o nariz onde não devemos. O que Trey e Olivia
decidam fazer é assunto deles.
— Tem razão, Arlene. — Edie deslizou seu braço ao redor da Olivia e deu um apertão.
— Vamos vesti-la, jogaremos com seu penteado e refaremos sua maquiagem.
Olivia se retirou ao banheiro para trocar o top esmeralda apertado e a saia negra. Ficou de
pé frente ao espelho de estilo vitoriano no banheiro grande de Arlene por um longo tempo. O top
esmeralda se alisava sobre seus ombros, abraçando-se seus tonificados braços até os pulsos, caindo
em um malvado V por seu pescoço e um decote revelando o suficiente para que seu sutiã mostrasse
seus atrativos. A saia abraçava seus quadris e nádegas com uma atenção amorosa, e suave até
tornar-se larga nos tornozelos. Sexys sapatilhas negras completavam o traje. Um pequeno colar com
uma pedra de corte Peridot24 estava submerso direto em seu decote.
Colocou um conjunto de três anéis Peridot combinando em seu dedo anelar direito.
Quando saiu do banheiro e rodou em um círculo para as mulheres, estas fizeram
exclamações de aprovação.
— Maravilhosa — disse Arlene.
Edie juntou as mãos e sorriu.
— Oh, meu filho é homem morto.
Olivia ruborizou quando se sentou na cadeira que estava diante do espelho de maquiagem.

24
Pedra preciosa e a gema é excepcional. Varia de vários tons verdes.

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— Vocês duas são as mulheres mais fascinantes que conheci.


— Por quê? — Perguntou Edie.
Surpresa, Olivia as olhou no espelho, enquanto se abatiam ao lado dela.
Arlene cruzou os braços, seu sorriso era impenitente.
— E o que estamos fazendo aqui?
— Algo muito inocente — disse Edie. — Só queremos te ajudar com a mudança de
imagem. Não há nenhum outro motivo.
— Oh, muito inocente — disse Olivia, não acreditando em nenhuma palavra. Tinha o
cabelo preso em um coque na parte traseira da cabeça. — Sigamos adiante com isto então. — Ela
deixou cair seu cabelo de novo em seus ombros com um suspiro—. O que farei com este cabelo?
Arlene esfregou um grosso fio de cabelo entre dois dedos.
— Nada. É bonito tal e como está.
— Concordo — disse Edie.
— Correto. Encantador. E a maquiagem? — Olivia olhou a maquiagem sortida diante dela.
Edie apertou o ombro direito de Olivia.
— Agora, com isso podemos te ajudar.
Olivia enrugou o nariz.
— Eu não gosto de usar muita maquiagem.
Arlene negou.
— É claro que não, querida. Só o suficiente.

*****
— Uau. — Craig se moveu no sofá, com sua atenção desviando do forte jogo de futebol na
grande tela de televisão. — Né... Trey?
Trey escutou a expressão sobressaltada de admiração de seu irmão, e logo viu Craig abrir a
boca. Essa não era uma expressão que via frequentemente, se é que alguma vez tinha feito, na cara
de Craig. O mais jovem dos MacGilvary simplesmente não se deixava impressionar por nada. Isso
por si só captou a atenção de Trey.
— O que? — Trey seguiu o olhar fixo de assombro de Craig até sua origem.
Viu Edie, Arlene, e a Olivia na cozinha, mas além das três mulheres conversando, não
entendeu o grande problema.
— O que? — Disse Trey novo.
Craig se inclinou para Trey e disse em voz baixa para que não pudessem escutar por sobre
o volume do jogo de futebol:

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— Dá um olhar melhor olhar Olivia a próxima vez que possa.


Trey franziu o cenho.
— Por quê?
A expressão pétrea de Craig se transformou em indulgente diversão.
— Só toma minha palavra nisso. Olhe a mudança de imagem da Olivia. Está quente.
Craig discutindo a respeito de mulheres como que eram neném, bombons, formosas... bem,
isso não acontecia. Não porque Craig não gostasse das mulheres, mas sim porque era tão
malditamente sério a maior parte do tempo que não fazia declarações frívolas a respeito dos
atributos de uma mulher. Ao mesmo tempo, Trey não queria pensar que Craig achava Olivia quente.
Não.
Ele olhou Craig.
— Nem sequer pense nisso, irmão.
O sorriso de Craig se ampliou, o que tampouco ocorria com frequência.
— Não tem do que preocupar-se. Não tentarei afastá-la de você.
Trey franziu o cenho.
— Como se pudesse.
Craig começou rir e tomou outro gole de sua cerveja sem álcool.
— Não esteja tão certo.
— Querem alguns sanduíches para acompanhar a partida? — Perguntou Arlene da
cozinha.
— Aqui, Olivia. Se importaria de levar isto aos meninos?
— Com muito gosto — disse Olivia com voz suave e elegante.
Trey se negou a olhá-la enquanto caminhava para eles, mas logo ficou de pé diante dele e
de Craig com um tigela grande de plástico de cor azul com batatas fritas e Oh, Santa Merda .
Trey virtualmente engoliu a língua.
O top da Olivia se aferrava a seu magro torso em todos os lugares corretos e atraía a
atenção diretamente para seus grandes peitos. Trey tentou frear sua imediata resposta, mas
fracassou miseravelmente. Sua virilha se apertou, sua respiração acelerou e todo o homem nele
rugiu a vida como um motor bem lubrificado em um carro esportivo.
Enquanto Craig pegava a tigela de batatas fritas, o mundo se moveu em câmera lenta. Trey
absorveu a aparência de Olivia com uma avaliação à velocidade do raio reservada só para o
dimensionamento de uma situação criminal.
O tecido sustentava seus peitos e um colar verde destacava na queda de seu decote.

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— Obrigado — disse Craig a ela enquanto ela sorria.


— De nada.
Trey apanhou seu olhar e o manteve durante o que pareceu uma eternidade. Ela tinha feito
algo novo com sua maquiagem. Seus olhos pareciam mais profundos, com uma cor mais intensa,
com seus lábios vermelhos e deliciosos. Abertos e preparados para que ele desse uma provada longa
e faminta. Seu sorriso se desvaneceu quando ele não disse nada, e ela se voltou e começou a sair.
Trey pegou sua mão.
— Espera.
Com seus dedos situados em sua mão maior, ele permitiu que seu olhar a acariciasse sem
vergonha. Sem se importar com o que ninguém pensasse. Seu fôlego se obstruiu enquanto seu olhar
seguia pela saia negra que cortava sua pequena cintura. Ele se imaginou tomando esses quadris, seu
traseiro... ah, Merda. Se imaginava algo mais teria um ataque coronário aqui. Ele a tinha desejado
antes, e, entretanto, essa pequena mudança, esse sedutor bordo tinha feito saltar à vida seus
impulsos primitivos.
Ele se inclinou e beijou a mão. Sua respiração se obstruiu, e um rubor delator encheu suas
bochechas.
— É linda, Olivia — disse Trey, escutando o som gutural de sua voz que traía seus
verdadeiros sentimentos. Conseguiu apertar a seguinte frase em seus lábios e que saísse sem um
som estrangulado. — Obrigado pelos sanduíches.
Enquanto soltava a mão, ela umedeceu os lábios.
— Oh, né... muito obrigada e... de nada.
Ela se voltou e ele observou esse doce traseiro até que ela desapareceu pelo balcão da
cozinha. Engoliu em seco. OH, homem. Olhou Arlene e Edie. Ambas as mulheres tinham sorrisos
de conhecimento. Maldição, sua família tinha que saber quanto desejava Olivia. Inclusive se não
tivessem adivinhado antes, teriam que sabê-lo depois de tê-la olhado como um adolescente com a
boca cheia de água e por ter dito que era linda. Tinha deixado ao proverbial gato fora do saco.
Quando Trey olhou Craig, o rosto severo do Craig estava em seu lugar.
Craig passou tigela de batatas fritas. Trey não acreditava ser capaz de comer uma, ou
realmente engasgaria.

Capítulo Dezessete

Olivia não podia ignorar a forma como a atenção de Trey pareceu cravada nela o resto da

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noite. Ficaram para jantar salada e chili caseiro, e embora passou um momento maravilhoso, seu
corpo estava avermelhado pelo calor. Maldito Trey. Era sua culpa.
De fato, quando tinha levado a terrina de batatas fritas para Craig e Trey, tinha sido
testemunha das reações de ambos os homens para ela. Não podia interpretar mal o olhar de
admiração de Craig, mas a surpreendeu. Tinha a impressão de que ele era frio nesse departamento,
mas talvez Craig teria profundidades mais ocultas. Uma mulher teria que trabalhar duro para
descobrir o que havia por trás de toda a atenção desses marrons e acerados olhos. Menos mal que
não se importava.
Agora, quanto à expressão de Trey... agora, essa era a bomba. Quando tinha beijado sua
mão, ela tremeu inteira, com sua admiração e sua declaração de que era linda quase derretendo-a em
seus sapatos. Enquanto retornavam ao apartamento de Trey, Olivia decidiu deixar de fingir que a
excitação não estava saltando entre eles.
Agora ou nunca Olivia.
Depois que estacionaram seus respectivos veículos e entraram no apartamento, tirou o
casaco.
— Aqui, pegarei os casacos — disse ela.
Quando retornou do armário no corredor, Trey acendeu a chaminé de gás, e se jogou no
sofá com essa expressão primitiva de macho de volta em seu rosto. Suas pernas estavam separadas,
com seus dois braços ao longo da parte de trás do sofá. Ela sentiu o zumbido de calor na sala como
um ser vivo, e decidiu dar o seguinte passo. Ela se aproximou de seu aparelho de som e o ligou. O
jazz suave, baixo e palpitante era um som pecaminoso, enchendo a sala.
Perfeito.
A excitação evidente em seus olhos dizia o que desejava. Ela caminhou lentamente e levou
seu olhar ao seu. Embora parte dela tremia ante sua audácia, a outra parte se regozijava. Não havia
mais pretextos. Sem mais pretensões.
Ela parou frente a ele.
— Quando disse que era linda antes me surpreendeu.
— Por quê?
Ela encolheu os ombros.
— Os elogios sempre me surpreendem. Nunca estou pronta para eles.
— Os homens de sua vida deveram ter sido mais mudos que uma caixa de pedras se não
diziam todo dia como é linda. — A aprovação masculina estava nua em seus quentes olhos. — É a
verdade. Eu adoro esse uso em você, ratinha. É tão... Deus...

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— O que? — Ela manteve sua voz suave. — Diferente?


À medida que seu olhar ia para cima e para debaixo de seu corpo, como manteiga quente,
ela estremeceu com sensual consciência. Estava em equilíbrio sobre uma perna e com uma mão
contra a parede pelo que pôde baixar a zíper de uma bota e logo depois da outra. Jogou de lado as
botas.
Seus olhos se abriram mais enquanto ela se aproximava. Seus batimentos cardíacos
palpitavam em seus ouvidos, sua respiração acelerou enquanto ela tomava uma decisão de tomar a
situação em suas mãos. Tão poucas vezes em sua vida tinha dado o primeiro passo com um homem.
Acomodou-se entre suas pernas e logo subiu escarranchado sobre seu colo.
Seus olhos se abriram, mas um sorriso lento e pecaminoso separou sua boca.
— Olivia. — Sem vacilar um segundo, suas mãos deslizaram para baixo e emoldurou suas
nádegas. — OH, neném.
O sussurro, tão profundo e rouco, agitou novos incêndios em seu interior.
— Trey.
— Está diferente esta noite. Por quê?
Ela encolheu os ombros, ao ouvir o desafio em sua voz e disposta a assumi-lo.
— Por que não?
Ele negou, com seus olhos formosos brilhando com incerteza.
— Confunde-me.
— Eu gosto de pôr um homem de joelhos.
Ele lançou um grunhido
— Fez isto com outros homens?
Um pouco ressentida, ela respondeu com dúvida.
— Por que a pergunta?
Seus dedos se afundaram em seu cabelo, seus olhos escuros ficaram duros.
— Está me desafiando, ratinha?
Ela soprou.
— Maldição, Trey MacGilvary, talvez não seja tão inteligente como pensa. Te ocorreu que
nunca fui a ratinha, que imaginava que era?
—Diabos, não.
Ela alisou as mãos sobre seus ombros e se inclinou para frente.
— Então, me deixe te mostrar como estava errado.
— Está deixando difícil de resistir.

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— Não quero que resista.


Imaginou o conflito em sua voz? A incerteza mesclada com nostalgia?
— Mmm. — Sua resposta foi afogada contra seus lábios, enquanto se metiam em uma
apaixonada reunião de lábios. Ela o desejava, desejava entendê-lo em um quente, mais significativo
nível. Quando tinham feito amor antes, tinham encontrado um núcleo de desejo que ela não podia
negar. Agora queria a conexão que tinham que fazer para conseguir alcançar uma ponte mais
completa entre eles.
Toque depois toque, mesclados entre si. Suas mãos fizeram uma incursão até seu pescoço,
e passaram seu polegar e dedos sobre sua pele enviando calafrios de calor, o desejo divino dando
voltas e ondulando até que ela não pôde dizer onde começava. Inclinou a cabeça para trás e se
inundou no momento, retorcendo-se em um movimento lento, sensual enquanto a música ronronava
sobre os alto-falantes. Nunca experimentou uma liberdade como esta antes. Seus batimentos
cardíacos deram um salto enquanto ela se atrevia a abrir os olhos e ver sua reação. Seus olhos se
estreitaram enquanto o fogo ardia em suas profundidades e tomavam uma conflagração por si
mesmos. A contenção se rompeu e mergulhou em um beijo. Toda inibição de bibliotecária sumiu e
o controle desapareceu, Olivia mostraria o que desejava. Seus beijos eram febris, e uma parte dela
se preocupou que Trey a afastasse e dissesse que não podia fazer isso. Enquanto seu contato a
buscava, enquanto seus beijos se intensificavam, deu-se conta de seus temores não significavam
nada. Trey não a estava afastando.
Sua língua acariciou a sua em um frenesi, seus dedos roubavam carícias, lançando-se a
seus mamilos para girá-los brandamente, para puxá-los, jogar com eles. O doce estímulo a fez
gemer, ele fez sentir o látego de sua língua em sua nudez.
Ela puxou o suéter e em questão de segundos voou sobre sua cabeça e foi ao chão. Seu
sedoso top despareceu e flutuou para o sofá. Trey se moveu até a borda do sofá com ela em seu
colo, e em uma demonstração de poder masculino, levantou-se com ela envolta ao redor dele. Ela
abriu a boca, mas as palavras não saíram, só impulsionaram sua demanda física. Para apagar o fogo,
para conhecer seu corpo em formas novas e emocionantes. Ela deixou que suas pernas o soltassem,
e enquanto deslizava para baixo ao longo de seu corpo, ele chegou a sua cintura. O suave tecido
deslizou sobre seus quadris com facilidade enquanto escorregava para baixo e se acumulava a seus
pés. Ela baixou as meias até os joelhos e as chutou junto com sua saia.
Detiveram-se quando ele tomou seu sutiã de cor vermelha fogo que continha seus peitos e
os empurrou para cima. Como fogo quente, seu olhar a devorou. Enquanto seus dedos acariciavam a
parte superior de seus peitos, ela ofegou com a sensação de comichão. Ele afundou a cara em sua

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voluptuosidade, com sua língua sentindo-se leve enquanto a lambia e jogava com ela. Os segundos
passaram enquanto ele passava as alças por seus braços, beijando-a no caminho, com cada pressão
de seus lábios intensificando seu toque. Cada movimento enquanto ele desabotoava seu sutiã tinha
um novo significado, como se nunca tivessem feito amor antes e talvez nunca voltariam a fazer. Ela
se obrigou a afastar os pensamentos do ontem e do amanhã, surpreendida pela beleza absoluta do
momento.
Só o agora existe. Desta vez se manteria para sempre, um segundo que duraria uma
eternidade.
Essa verdade ecoou em seu interior enquanto uma promessa bonita e doce, um caramelo,
tratava com sua língua.
Vestida com calcinha vermelha de renda, ela se inclinou e reverenciou seu torso duro.
Tocou seus ombros, vendo seus musculosos peitorais e abdominais. Entretanto, todo seu
poder parecia derreter-se sob seu tato enquanto ela formava redemoinhos com a ponta de seus dedos
sobre seus mamilos e seu fôlego assobiava para seu interior. Sua cabeça caiu para trás enquanto ele
gemia. Seus lábios provaram, mordiscaram seu peito, com seu toque seguindo através do pelo
áspero de seu ventre plano. Ela o beijou enquanto descia até que chegou a seu cinto. Antes que
pudesse tocá-lo, ele trabalhou para desabotoá-lo, depois, o botão e o zíper foram soltos também, e
ele empurrou para baixo sua calça e cueca branca. Seguindo seu exemplo, ela se despojou de sua
calcinha de biquíni jogando-a longe.
Ficaram nus, absorvendo-se mutuamente. Apesar de se terem visto nus antes, algo tinha
mudado. Talvez se tratasse de uma liberdade, de uma meta recém-conquistada para fazê-lo seu, para
marcar seu sabor nele até que ele não pudesse lembrar o sabor de outra mulher ou seu tato. Ela o
desejava com uma intensidade assombrosa. Desejava que ele sentisse o mesmo por ela. Assim daria
algo para recordá-la, sem importar onde pudesse ir ou onde essa relação pudesse terminar. Com um
brilho de compreensão, ela entendeu que esse momento nunca poderia voltar, e quis que ficasse em
sua mente como um prisma de cristal brilhando sob o sol, um brilhante resplendor incapaz de ser
diminuído pelo tempo.
Ela ficou de joelhos e procurou a longa barra de sua masculinidade entre suas coxas. Duro,
grosso, destacava-se em um ninho de pelo escuro, uma declaração audaz de violência sexual. O
acanhamento que poderia ter sentido alguma vez com sua capacidade sexual desvaneceu, como se
uma forte brisa a tivesse arrancado. Ela se aproximou mais até que tocou as coxas duras como
rochas.
Suas mãos foram para sua cabeça, com a ponta dos dedos acariciando-a brandamente. Ele

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não a deteve ali... só esperava o que ela poderia fazer a seguir.


Oh, sim. Se fizeram homens assim na Inglaterra, ela nunca tinha conhecido. E não aceitaria
que este escapasse. O tomou em sua boca e o rodeou com seu agarre. Enquanto ela o adorava com
tudo o que tinha, Trey gemeu, ofegou, colocando seus dedos em seu cabelo.
Ele prendeu a respiração.
— Oh, merda.
Ela riu brandamente, e ele voltou a gemer enquanto a vibração ia através de seu pênis. Ela
não parou. Não podia. Desejava que rogasse. Cada lambida e chupada a levava a um novo nível de
poder. Sua feminilidade se sentiu nova, como se nunca a tivesse entendido antes. Uma pesada
liberação a embriagou, uma que desejava com tudo o que tinha dentro. Ela se inclinou para trás e
parou, com seus braços indo ao redor de seu pescoço. Antes que pudesse falar, ele a levantou em
seus braços e se dirigiu ao quarto. Ela o empurrou até o limite, sentia-o em seus ossos, em sua
carne, em seu coração palpitante sob seus dedos. A viagem pelo corredor pareceu uma eternidade.
Em questão de segundos se deitaram na cama, estendidos um nos braços do outro.
Com Trey atacando seus peitos amorosamente, emoldurando-os, acariciando-os, com sua
boca como um quente invasor. Ela se retorceu sob as sensações que ameaçavam transbordar. Os
lençóis estavam frescos sob sua pele, mas o homem que a atendia estava quente e nu, como uma
força primitiva. Seu poder, sua paixão subia uma escala a cima com cada toque. Lambeu um
mamilo, chupando-o com o calor de sua boca. Ela ofegou. Um grosso, comprido dedo deslizou
profundamente nela, e o calor acariciou suas sensíveis superfícies tão delicioso que se retorceu e
ofegou. Pulsava, com a força de sua excitação alcançando alturas que não podia lembrar ter
alcançado antes. Seu dedo se sentia tão bem enquanto alisava sua excitação em seus lábios
interiores, e logo provando seu clitóris. Ela gemeu, quase se desfazendo.
— Trey... —Sua declaração entrecortada escapou. — Por favor.
— Te desejo. —Sua declaração saiu áspera, como um animal macho exigente.
— Sim.
Mas se Olivia esperava que a tomasse imediatamente, Trey a tinha enganado. Ela se
retorceu enquanto ele deslizava seu dedo fora dela e logo se movia para baixo na cama.
Oh, Oh, sim.
À medida que ele punha beijos prolongados em seu torso, ventre, ela suspirava de
felicidade. Ele separou suas coxas, e quando seus lábios a reclamaram, ela gritou. Quis grunhir,
rogar, exigir. Em troca, gemeu enquanto seus lábios a beijavam com tanta suavidade, com seu
polegar acariciando seu clitóris com movimentos suaves. Com cada toque e movimento traindo sua

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vulnerabilidade, enquanto sua garganta dava um suspiro, um gemido de desejo tremente e logo
outro. Trey colocou sua língua dentro dela e seu polegar excitou seu clitóris.
Ela ofegou, gemeu, e suas chamas não fizeram mais que aumentar com muita rapidez, até
que estrelaram em Olivia como um trem de carga. Com seu orgasmo reclamando-a, tomando-a em
sua posse. O prazer se precipitou pelo calor entre suas coxas e palpitou nas explosões de êxtase que
deram volta à sua mente.
Ela não acreditava que gozaria de novo, com seus batimentos cardíacos golpeando, sua
respiração presa enquanto o prazer seguia e seguia.
Nesses momentos o êxtase a rompeu, o paraíso não poluído atravessando-a.
Trey foi ao banheiro enquanto ela jazia na cama contente. Entretanto, desejava mais, e
quando ele retornou uns minutos mais tarde, usando proteção, deu boas-vindas ao quente,
escorregadio pênis entre suas coxas. Ele se impulsionou profundo e duro, e ela arqueou com a
posse. Oh, Deus. Isso era o que tinha desejado e necessitado.
Seus braços foram ao redor dele, e enquanto ele dava a volta e a sentava escarranchado
sobre ele, começou a montá-lo. Para trás tinha ficado a ternura do calor que tinha irrompido nela
como uma supernova. Era uma mulher primitiva, tomando a seu macho. Ela bombeou, afundou-se,
o fodeu como se nunca fosse ter uma nova oportunidade.
Ele apertou seu traseiro e com voz áspera ordenou:
— Foda-me.
Ela não duvidou, cavalgando o touro enquanto os quadris de Trey se sacudiam. Foi áspero
e cru, mas antes que a tormenta pudesse cair sobre ela, deu a volta com um giro rápido. Estava
sobre suas costas quando ele ficou enterrado profundamente dentro dela. Na penumbra, ela captou a
força primitiva de seus olhos, e soube que sua hora da verdade tinha chegado. Algo selvagem e
totalmente masculino ardia em seus olhos, o tipo de olhar que daria medo a qualquer mulher, ou
desejaria tudo o que ela possuía.
Ele se afastou, e ela gemeu com decepção.
— Vire-se. — Sua brusca petição não a surpreendeu, mas sim a excitou.
Com muito gosto dela deu a volta sobre mãos e joelhos ficando vulnerável até seu centro.
Ele bateu em seu traseiro, passando os dedos sobre seu núcleo úmido.
— Tão bonita.
Sua voz reverente, encheu-a de uma doçura que fez com que seu coração pulsasse mais de
um centena de vezes, levando lágrimas a seus olhos. Antes que pudesse expressar qualquer
sentimento, ele deslizou em seu interior e se afundou profundamente. Grosso e duro, Oh, Deus.

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Ela se empurrou contra seu empalamento, ansiosa por começar a mover-se, mas ele moveu
seus quadris em um círculo, girando, em uma carícia que esfregava um ponto em seu interior. Uma
carícia, um prazer que brincava mais do que a enchia. Seus braços foram ao redor dela enquanto
suas fortes coxas se encaixavam entre suas pernas, abrindo-a mais amplamente para que a tomasse.
Uma repentina investida alcançou um lugar em seu interior profundamente, e ela se perguntou com
um sentido de entusiasmo selvagem, se esse bonito lugar poderia ser seu ponto G.
— Oh, Trey. Por favor, faça de novo. Sente-se tão bem. — Ele foi para trás e retornou para
frente. Ela gemeu ante o surpreendente prazer. Seus dedos se aferraram aos lençóis—. Sim.
Outro movimento para frente.
— Sim! — Ela moveu os quadris para trás e empurrou. — De novo.
Logo ele disse algo que nunca tinha esperado ouvir dos lábios de um homem.
— Quer que foder mais duro?
Sua baixa demanda grunhida disparou sua excitação tão alta, que estremeceu no limite, não
podendo formar uma resposta.
— Quer isto? —perguntou, agora com investidas curtas para seu centro que esfregavam
repetidamente suas áreas mais sensíveis.
Ela conseguiu dizer um rogo.
— Sim.
Os quadris de Trey entraram em movimento enquanto amassava dentro da Olivia, com
cada longa e penetrante estocada profunda, acelerando-se até que o movimento se converteu em
parte dela. Uma e outra vez seu corpo se encontrou com o seu, com seu movimento acariciando-a
por cima de seu ponto G para que gritasse uma e outra vez e ele devia saber como a tinha posto da
louca. Essa era a maneira de fazer amor que ela tinha necessitado e desejado, que marcava sua
necessidade feroz de marcar a si mesmo nela. Ela pediu, rogou, com seus gemidos guturais
demonstrando como estava perto do limite.
Um segundo depois o sentiu. No fundo de seu ventre o pulso cresceu longo e lento, lentos
pulsos que levaram o pênis de Trey mais profundo, que se abriu para sua posse. Explodiu, e um
grito saiu dela. Trey a penetrou profunda e longamente. O prazer a sacudia do centro enquanto
tremia, e finalmente irrompeu em um pontinho resplandecente de felicidade tão agudo que ela
gemeu e estremeceu.
Um grunhido saiu de Trey enquanto ele chegava ao clímax, apertando-a com força. Ela
sentiu que seu pênis se sacudia e palpitava em seu interior uma e outra vez, até que ele esteve contra
ela. A beleza disso girou nela como uma onda, roubando o fôlego e os sentidos até que flutuou em

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um sonho tão suave que certamente não podia ser real.


Afundaram juntos na cama durante uns poucos segundos antes que ele a deixasse. Quando
retornou à habitação momentos depois, a tomou em seus braços. O silêncio os cobriu.
Ela se apoiou em um cotovelo e o olhou, maravilhada do melhor sexo que experimentou.
Inclusive ante a luz tênue, Trey MacGilvary era o homem mais impressionante que tinha visto.
Foderam como coelhos, e seu cabelo estava encaracolado, seu fôlego seguia saindo um pouco
rápido, e seu corpo musculoso e grande estava esparramado por sua gloriosa entrega... bem, não
podia ter contido.
— Isso foi malditamente incrível — disse ela em voz baixa. As lágrimas tocavam seus
olhos e ameaçavam escapar. Não pôde evitar o assombro em sua voz, embora tentou. — Nunca
havia... nunca senti algo tão maravilhoso em minha vida.
Ele abriu os olhos, e onde ela esperava ver um sorriso, viu um cenho franzido. OH,
menino. Que estava errado agora? Ela não tinha um bom pressentimento sobre isso.
— O que está errado, Trey?
— Não há nada errado. — Ele lançou seus braços sobre sua cabeça, com seus bíceps
tentadoramente musculosos.
— Não acredito.
Ele se moveu sentando-se contra a cabeceira. Seus olhos se suavizaram, enquanto seu olhar
se movia entre a exasperação e o desespero.
— Foi incrível... para mim também, ratinha. Eu só...
— Só?
— Isto talvez está se tornando muito... intenso.
Seu estômago sentiu como se acabasse de dar um mergulho diretamente do décimo
segundo andar dentro de um elevador. Sua mente e seu corpo reagiram como se acabassem de ver
uma cena perturbadora em um filme de terror que não pudesse acreditar.
— Muito intenso?
Pegou seu rosto, movendo-a para frente para dar um beijo suave.
— Não quero que leve isso a mal.
Sua frieza inglesa saiu de um nada, e não pôde pôr parar a si mesma.
— Muito tarde, Trey. Já fiz. Percebo que às vezes a barreira do idioma se interpõe no
caminho entre a forma de falar americana e meu sotaque inglês, mas poderia me explicar o que quer
dizer com muito intenso?
Ele suspirou e fechou os olhos. Inclinou a cabeça para trás contra a cabeceira.

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— Não estou certo de quem é. Conheci essa bibliotecária vulnerável, tranquila, não faz
muito tempo, e agora te converteu em uma sereia quente, sexy. Isso joga com minha cabeça.
— Tolice! — Ela deslizou para fora da colcha e ficou de pé enquanto via tudo vermelho.
— Esse é um grande montão de lixo.
A surpresa piscou em seu rosto, como se ela o tivesse golpeado na cabeça.
— Olivia, não é assim absolutamente. É só que tudo está vindo em cima de mim muito
forte. É maravilhosa, mas toda esta mudança me preocupa.
Ela balbuciou, tragando a ira que a cegava.
— Não posso acreditar que esteja trazendo este tema agora. É de muito má educação. —
Olivia estremeceu, incapaz de controlar as palavras que saíam de seus lábios enquanto se
aproximava da porta, nua e se sentia como a maior idiota que já existiu. — Oh, só... vai ao diabo.
Ela fechou a porta e se dirigiu ao quarto de hóspedes. Uma vez dentro fechou de repente
essa porta, também, e a fechou com chave. Então se sentou na cama, afundando o rosto nos
travesseiros.
Seu intestino se torceu, seu coração se rompeu, e enquanto não podia acreditar que tivesse
perdido o controle assim, no momento não se importava.
Oh, Olivia. Armou uma boa confusão agora.
Ela afogou seus soluços e se converteu na bibliotecária tímida e rígida. As lágrimas
rodavam em quentes riachos por sua cara, e se sentia como se tivesse sido esvaziada. Tocando
fundo completamente, deixou que suas lágrimas seguissem, e soube que nada a faria sentir-se
melhor agora ou em um futuro próximo. Uma dor silenciosa a rasgava em pedaços.
Então tomou a decisão. Amanhã pela manhã, quando se levantasse, diria a Trey
exatamente o que pensava de sua relação em termos que o grande policial entendesse.

Capítulo Dezoito

Na segunda-feira pela manhã começou melhor do que esperado por Olivia. E pior.
Despertou às quatro e meia, uma hora antes do previsto, e, entretanto, sentia-se cheia de energia.
Deveria sentir-se deprimida ou cansada pelo menos. Em troca, tinha encontrado uma nova energia e
um propósito. Talvez devesse se irritar com mais frequência. Tomou banho e se vestiu, imaginando
que Trey despertaria com todo o ruído que estava fazendo. Não ouviu nem um som saindo de sua
habitação.
Enquanto bebia café no balcão do café da manhã, não esperava sentir-se bem hoje. Estava

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nervosa. Incômoda, lembrando o que havia passado entre eles ontem à noite.
Fizeram amor da maneira mais incrível que se pudesse imaginar, com paixão, com fogo,
com verdadeiro afeto. Entretanto, Trey estava preocupado porque ela não era quem dizia que era.
Que a bibliotecária não podia ser uma sereia, ao parecer.
Tarados. Todos os homens.
Trey entrou na cozinha, de banho tomado, vestido de uniforme e com a aparência mais
atrativa que qualquer homem pudesse ter. Deu um olhar lascivo apesar de sua determinação de não
fazê-lo.
As palavras saíram sem remorso.
— É tão quente.
Trey, que se serviu uma xícara de café, deteve-se e a olhou. Seu elogio teve o efeito
desejado.
Sorriu como um menino.
— Obrigado, mas de onde vem isso? Depois do de ontem à noite, pensei que me odiava até
morte.
— Vendo você com esse uniforme. É... não sei. Tem uma presença incrível. É duro, mas
grita compaixão. Turbulenta, mas vulnerável.
— Vulnerável? Deus, espero que não.
— Está bem. Vulnerável com os meninos pequenos e os cachorrinhos.
— E com as mulheres. Tenho esta coisa pelas mulheres. — Piscou um olho. — Eu gosto
muito.
Uma dor se iniciou nela. Ela não desejava que ele interpretasse mal o que havia dito.
— Saiu com um montão de mulheres, não?
Ele bebeu um gole saudável de café preto.
— Depende de sua definição de um montão, mas sim. Provavelmente.
A vergonha se apoderou dela, assim como a confusão.
— Sinto muito. Não é de minha incumbência.
— Não há problema. — Seu sorriso desapareceu enquanto tomava um gole de café e logo
se apoiou no balcão. — Olhe, eu fui... fui um imbecil ontem de noite.
— Sim, foi.
Sua boca se abriu. Era evidente que não esperava isso.
— Estou tentando endireitar as coisas em minha cabeça.
Ela tinha que fazer uma declaração, mas obrigá-la a sair de sua boca não era fácil.

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— Tome todo o tempo que necessitar.


Isso, ao que parece, não tinha sido o que ele esperava tampouco. Veio para ela dando a
volta n o balcão, com seu olhar intenso e sério. Ficou de pé diante dela, tão perto que ela podia
cheirar o couro, seu almíscar e todo o masculino nele.
— Pensei em nosso acerto aqui e como fazer com que funcione. Ontem à noite não
estivemos de acordo em algo fundamental. Ainda necessito mais tempo para pensar nas mudanças.
Nunca vivi com uma mulher e o sexo foi o mais quente... infernos, o mais quente que tive. Só tenho
que pensar algumas coisas mais antes que as coisas fiquem ainda mais complicadas.
Entretanto, sua voz tinha esse traço de dúvida, essa incerteza que a entristecia em todo um
nível que não queria contemplar.
Ela se levantou do balcão. Estar de pé tão perto dele enviou pequenas explosões de
necessidade diretamente a seu ventre, mas ela lutou para sossega-las.
— Isso é esplêndido, mas nossa relação de agora em diante será puramente profissional. É
policial. Eu sou uma civil que necessita de sua proteção. —Pôs as mãos em alto em sinal de
rendição. — Irei em seis meses de todos os modos. Não há um futuro se permitirmos que isto vá
mais longe.
Ela começou a afastar-se, com um nó na garganta e os olhos cheios de lágrimas.
Ele apertou seu braço.
— Espera.
Quando ela se voltou para olhá-lo, muito mais alto que ela, sua cercania a deixou louca.
— Faremos isto de qualquer forma que deseje.
— Brilhante. Agora, por favor...
— Essa coisa de que trabalhe de noite me preocupa. — Disse ele.
— Parte de mim grita que quer ser independente. — Ela decidiu deixá-lo passar, dizer o
que sentia nesse momento. — A outra parte de mim tem medo. Mas sou forte. Sou capaz de
trabalhar de noite como fazia antes.
— Não deixarei que ninguém te faça mal. Juro.
— Ninguém pode fazer essa promessa, Trey. Não pode me proteger de qualquer
eventualidade.
Ele engoliu em seco, com seus olhos brilhantes e a determinação escrita em seu rosto.
— Posso muito bem tentar. — Antes que pudesse dar outra resposta, ele disse. — Estarei
no trabalho de escritório por umas semanas. Em lugar de que vá a sua casa tarde de noite, poderia te
pegar no momento de fechar.

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Ela mordeu o lábio, pensando.


— Acredite — disse ele — não se trata de que perca sua independência. E sim te manter a
salvo enquanto investigamos quem quer nos machucar.
Sua voz áspera, profunda, cheia de uma rouquidão que ronronou através de seus sentidos, a
fez sentir um formigamento dos pés à cabeça. Trey passou os dedos por cima da linha de sua
mandíbula e subiu o queixo.
— Se precisar de mim, tem meu número de celular. — Seu olhar se intensificou,
acariciando sua boca. —Ligue-me.
— Farei. — Ela dizia a sério, também. Dava um sentido de segurança ouvir estas palavras
de sua boca.
Seu celular tocou e ela agarrou sua bolsa do sofá. Era Dean.
— Fiz — disse Dean. — Falei de novo com Cyn, e finalmente concordou a me deixar
trabalhar no turno da noite.
— Uau, isso é maravilhoso. — Sorriu a Trey. — Dean pode trocar comigo.
Trey devolveu o sorriso.
— Excelente.
— Muito obrigada, Dean. É um amor.
Ele começou a rir.
— Isso é o que me dizem. Assim deve estar aí às nove da manhã.
— Como fez com que mudasse de opinião?
— Usei meu famoso encanto, que mais?
— É o diabo.
— Vai te custar o almoço de um dia.
— Trey já guardou meu tupperware da Barbie hoje — disse ela com sarcasmo.
Dean soltou uma gargalhada.
— Oh, neném. Tem um irmão?
Ela seguiu com sua própria risada.
— Um, sim. Entretanto, Mick está comprometido e Craig é tão reto como uma flecha.
— Maldição. Todos os homens bons estão tomados.
— Não, só tem que saber onde procurar.
— Teremos que comer algum dia, logo, e poderá me dizer onde se encontram.
Ela esteve a ponto de dizer, que tudo explodiu em meu colo. Em lugar disso, disse a Dean.
— Estarei na biblioteca antes das nove. Trey me deixará e me pegará.

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— Oh, isso é excelente. Sei que me sentirei melhor se não estiver aí de noite e que Trey
cuida de você.
Satisfeita que Dean tivesse feito mais fácil para eles, dirigiram-se à biblioteca. Uma vez
que chegaram ao grande edifício vitoriano, Trey se deteve em um lugar de estacionamento e deixou
o motor ligado. Lá fora o tempo que ficou frio, como o paraíso de neve de um postal perfeito.
Seu olhar se dirigiu a ela.
— Tome cuidado, certo? Não estou tratando de te assustar, mas não saia por nenhum
motivo, a menos que seja absolutamente necessário.
— Não há problema. — Ela tomou uma formação de cristal de gelo da calçada e olhou
para baixo a suas botas de neve. — Está – 1º grau hoje. Frio o suficiente para me manter lá dentro.
Ela levantou sua bolsa de almoço de velcro e microfibra. Não era um tupperware da
Barbie, mas serviria.
— A comida está preparada, assim vou estar cômoda.
Ele assentiu, mas a preocupação ainda persistia em seus olhos.
— Bem. Lembra o que te disse, me ligue se sentir alguma ameaça. Se tem alguma dúvida.
Cheia de calor por sua proteção apesar de sua nova relação sem benefícios, pegou o
antebraço e o apertou.
— Estarei rodeada de gente que conheço todo o dia.
Um sorriso reticente passou por seus lábios.
— Sim, sei. Não estou dizendo que não possa cuidar de si mesma e que não seja uma das
pessoas mais inteligentes que conheço. Tem muito bom senso. É só que... — Estendeu a mão e
roçou com o dorso de seu dedo indicador ao longo da linha de sua mandíbula com um toque
brincalhão suave.
Em lugar de dizer algo mais, inclinou-se e pressionou um rápido beijo em seus lábios.
Piscou um olho.
— Fora daqui. Chegará tarde.
Trey não saiu do estacionamento até que ela entrou na biblioteca e se despediu com a mão.

*****
O celular de Trey tocou às três da tarde, e ele o tirou de seu cinto. Todos seus músculos se
esticaram. O som das teclas dos computadores, os telefones tocando, o aroma de café, o tinido de
outros telefones desvaneceram no fundo.
Então, viu o nome do Arlene no telefone e relaxou.
— Olá, mamãe.

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— Olá carinho. — Sua voz fluía como um rio suave sobre ele. — Como está?
Fodido. Arruinado.
— Bem. E você?
— Ocupada como sempre. As coisas estão um pouco loucas por aqui. Por certo, tenho
algumas boas notícias. Bem, tenho duas coisas que deve saber.
Boas notícias soavam muito bem nesse momento.
— Dispara.
— Em primeiro lugar, solicitei um novo trabalho.
— Um trabalho novo? — Isso golpeou Trey, porque sua mãe tinha trabalhado para a
cidade na área de administração há anos. — Em um posto diferente para a cidade?
— Edie me falou de um trabalho administrativo no hospital. Pagam muito melhor e têm
melhores benefícios de onde estou agora. Não saberia se não fosse por ela.
— Uau. — O que podia dizer? — Isso está muito bem. Suponho.
— Supõe...?
Como poderia dizer isto?
— Bem... mamãe... Edie sempre foi grandiosa em trocar de trabalhos.
— E? —Uma borda entrou em sua voz.
Ah, Merda. Encolheu os ombros, apesar de que isso, obviamente, ela não podia ver.
— Às vezes toma decisões rápidas que terminam em um desastre.
— E acha que isso é o que estou fazendo — a voz de sua mamãe soou como ferro. —
Qualquer mulher que se atreve a mudar de opinião depois de ter trabalhado vinte anos em um lugar
é frívola?
Trey se sentiu como um homem dando passos cautelosos sobre gelo fino.
— Bom, não.
— Será melhor que não, senhor. — Sua voz se suavizou. — Justice e eu te ensinamos
melhor que isso.
Um vulto cresceu em sua garganta e por um segundo se sentiu como um adolescente de
novo.
— Sim, senhora.
— Trey, carinho, simplesmente porque a vida de Edie tenha sido casual não significa que
minha vida se dirija nessa direção porque estou aceitando uma sugestão dela.
— Sim, sei.
— Bem.

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Trey olhou ao redor do ocupado escritório, com o rumor das conversas de outros policiais,
com os telefones tocando.
— Qual é a segunda coisa que queria me dizer?
— Edie se mudará comigo por um tempo.
Trey congelou.
— O que?
— Espera conseguir notícias sobre seu emprego no hospital logo. Vive na hospedaria que,
entretanto, é cara. Conversamos e percebemos que seria um excelente acerto para nós.
— Não sabia que eram tão próximas para ser amigas.
— Descobrimos que temos muito em comum além de um dos melhores filhos do mundo.
Sua mente entrou em caos. Que demônios? Quando suas duas mães, isso Deus soava
estranho, tinham tanto em comum? Não podiam. Em seu interior, o pânico começou.
Um que se parecia com o que sentiu depois de fazer o sexo mais quente que o pecado com
Olivia.
Sua mãe seguiu falando.
— Ela me pagará o aluguel durante um tempo enquanto se recupera. Uma vez que consiga,
alugará um apartamento.
Trey não sabia como reagir.
— Nunca mencionou mudar de trabalho.
— Sei. Decidi que tinha que tentar algo sem minha família saltando e me dando conselhos.
Desconcertado, Trey tratou de absorver isso.
— Acha que te damos muitos conselhos?
— Às vezes, sim. Os três são muito obstinados às vezes.
Isso o picou um pouco. Sempre tinha pensado em si mesmo como de mente aberta.
Não soube o que dizer em um primeiro momento, com sua mente envolvendo-se ao redor
da ideia.
— Craig e Mick sabem a respeito disto?
— De meu trabalho, ou de meus planos com o Edie?
— De ambos.
— Não pude falar com eles ainda.
— Já vejo. —Não o fazia, mas não podia encontrar as palavras adequadas ainda.
— Está confuso ou decepcionado?
Deixe isso para a mamãe. Ela nunca atirava golpes por coisas importantes.

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— Sim, acredito que me sinto como ambas.


— Olhe, sei que está no trabalho. Falaremos disto mais tarde.
— Muito bem.
Enquanto se despediam, ele fechou os olhos e suspirou. Ao diabo com isto, MacGilvary.
Está arruinando as coisas de direita à esquerda. Está arruinando com todas as mulheres em sua
vida.
Olivia diria para corrigi-lo.
Desejou poder se arrastar a alguma parte e tomar um tempo para pensar. Estar um tempo
só como à noite anterior depois de fazer tremer a terra fazendo amor com Olivia não resolveu nada.
Quando ela, basicamente, disse que se fosse ao diabo ontem à noite e esta manhã, ele se
deu conta de que precisava romper sua relação completamente ou tratar de entendê-la melhor.
Uma parte dele queria ficar com a mente fechada, outras palavras que Olivia utilizaria...
Merda, inclusive seu vocabulário tinha começado a invadi-lo, e sua outra metade queria abrir um
novo capítulo em sua vida com Olivia nele.
Sua relação com Olivia, embora a rompesse, teria que permanecer em uma criação a fogo
lento enquanto descobria o culpado, que parecia estar espreitando-os. Enquanto isso, faria todo o
possível para velar por sua segurança, independentemente do que acontecesse na relação.
Antes que pudesse dirigir outro pensamento coerente no processo, o telefone da mesa
tocou e ele voltou para trabalho.

*****
Olivia se perguntou quanto tempo poderia suportar essa relação artificial que surgiu entre
ela e Trey. Acostumaram-se a uma rotina. Passaram outro dia completo dormindo em quartos
separados, com a vida continuando como se nunca tivessem feito amor. Como se nunca se beijaram.
Como se nunca tivessem tido um calor resplandecente entre eles. Sim, eram amigos sem benefícios.
Sua estranha situação teve um bom efeito. A fanfarronice de Cyn na biblioteca durante o
dia não incomodava Olivia quase tanto como o antes... bem... antes que dissesse ao Trey o porquê.
Uma nova valentia surgiu dentro dela, uma que não incluía preocupar-se com o homem que tinha
feito outra ligação ao Departamento do Xerife ameaçando suas vidas.
Depois que Trey a pegou na quarta-feira na biblioteca, voltaram para apartamento e se
sentaram à mesa para comer espaguete, Olivia decidiu pedir a Trey mais informação a respeito de
Compton.
— Acha que este Hamilton Compton é o que está nos ameaçando?
Trey moveu o espaguete com o garfo.

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— É possível. Embora não estou certo de por que esperou tanto tempo para vir atrás de
mim.
Ela tomou um gole de seu Chianti. O vinho quase se sentia amargo em sua língua. Como
diria essas palavras?
— Matou seu irmão?
— Sim.
Trey mastigou lentamente, e quando levantou à vista, ela foi testemunha da profunda dor
em seus olhos. Não era o que esperava. Os olhos de Trey tinham mostrado muitas coisas desde que
o tinha conhecido. Profunda preocupação, diversão escandalosa, brincadeira, excitação e desejo, e
inegável irritação. Quando contou da morte de seu pai e de sua verdadeira mãe tomando ações
contra ele, ela tinha visto consternação em sua expressão. Isto... isto era algo completamente
diferente. Cru. Machucado. Ela quase deu um coice.
— Importa-se se te pergunto o que aconteceu? — Perguntou ela.
O garfo de Trey ressonou no branco leitoso do prato.
— Compton pegou sua esposa e seu bebê de dez meses como reféns um dia em sua casa.
Foi nos subúrbios de Gold Rush. Lembro como se fosse ontem. Fazia muito frio e nevava. Essa
tormenta de neve acumulou vários centímetros de neve e chegou até um metro de altura em janeiro.
— Eu não estava nos Estados Unidos ainda, mas lembro de Dean me contando tudo isso.
Tudo esteve fechado por dois dias. Nada podia se mover.
— Bem, o filho de puta a tomou como refém. Disse que chamasse o 911. Ela fez, e viemos
correndo, é óbvio. Que não foi fácil devido à neve. Estivemos a ponto de bater a unidade de
comando móvel duas vezes porque as ruas estavam muito ruins. De todos os modos, chegamos ali e
o irmão de Compton insistiu que podia falar com seu irmão e evitar que fizesse algo estúpido.
Tentou, mas Hamilton começou a chamar seu irmão de um filho de puta imbecil e as coisas se
foram ao inferno. Detivemos Hamilton. Ele se alterou e nos acompanhou para fora da área. Disse
que seu irmão não seria assim se não fosse pela guerra. Que tinha perdido a mente lutando no
Iraque. Já sabíamos que Roland Compton tinha problemas de transtorno por estresse pós-
traumático. Tinha sido dado de alta medicamente, devido a seus problemas. Nossos negociadores
trataram de tudo, mas não importou o que fizemos, não pudemos conseguir que Roland voltasse
atrás.
Trey pegou seu garfo, mas não seguiu comendo. Ficou olhando o prato.
Ela se perguntou se estaria revivendo cada momento em sua cabeça.
— Quando Cohen teve a arma em minha cabeça, surpreendeu-me como o tempo se

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retardou. É o que pude lembrar depois. Pensei que me esqueceria de tudo. Às vezes, depois de um
acidente de carro, as pessoas se dão conta de que não podem lembrar o que aconteceu de um
momento a outro. Não é como com o incidente na biblioteca. Às vezes as imagens passam em
minha cabeça quando não quero que o façam. — Ela fechou os olhos. — Lembro muito. — Quando
abriu os olhos, Olivia viu o reconhecimento nos dele, que demonstrava que ele entendia o que ela
queria dizer.
Ele assentiu.
— É assim para mim também.
O silêncio cobriu a sala até que sua curiosidade pressionou sobre ela.
— O que aconteceu depois?
— Estava em posição em um complexo próximo. Devido a que Roland Compton tinha
armas automáticas e estava disparando ao azar, evacuamos a zona imediatamente. Meu ajudante e
eu estávamos no teto de um complexo próximo preparados para dar o tiro. — Trey deixou de comer
e pôs a um lado seu prato—. Recebi a ordem de disparar.
A ela fez um nó na garganta.
— Foi ele a primeira pessoa a quem teve que disparar?
Trey negou.
— Lembra a história de Mary Banovic sendo tomada como refém na oficina mecânica?
— Sim. — Ela sabia o que ele estava dizendo, o que tinha feito.
— Tive que dar o tiro nesse caso, também. Não queria, e eu gostaria que as coisas tivessem
sido diferentes. Em ambos os casos, esses homens tinham uma vida preciosa em suas mãos, e
decidiram levar a vida de inocentes com eles.
— Trey, não é um assassino.
Um dos lados de sua boca subiu.
— Sim, sou, Olivia. Sou.
Ela tomou uma respiração larga e lenta.
— Fez o juramento de servir e proteger. Essa foi à única forma em que podia protegê-los.
— Exatamente. Não albergo nenhum sentimento de culpa pelo que fiz.
— E Hamilton Compton te acusa da morte de seu irmão em vez de entender que não teve
outra opção?
— Na audiência Hamilton me disse que deveria ser acusado de assassinato. Ameaçou
processar ao estado e a mim em particular, para assegurar-se que perdesse meu distintivo.
Ela esfregou um lado de sua têmpora.

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— Oh, Deus.
— Não teve sorte.
— Ainda assim... Não posso me imaginar fazendo o que você faz. Como faz frente a essa
enorme responsabilidade?
— Tenho um montão de ajuda. Os caras SWAT são uma grande família feliz. Mick, Craig
e Dace são impressionantes. Eles me entendem, e posso falar com eles. Depois desse último tiro, vi
um conselheiro. — Inclinou-se para frente, com seus olhos escuros e fantasmas. — Estou bem com
isso. E não me refiro de uma maneira cruel. Tomar a vida de outro homem é uma coisa horrível.
Entretanto, era ele ou pessoas inocentes. Teria me sentido muito pior se não tivesse cumprido com
meu dever e se perdessem vidas inocentes.
— Não tem que me convencer, Trey.
— Tem certeza? Houve uma mulher com a que saí faz uns meses... — Encolheu os
ombros. — No momento em que soube que era franco-atirador, horrorizou-se.
Incrédula, ela piscou.
— Por quê?
Sua boca se curvou em um sorriso sardônico.
— Disse que não saía com assassinos.
— Trey, se deixou que o fato de que fosse franco-atirador a impedisse de conhecer o
grande homem que é, bem, era uma idiota. É um salva-vidas, Trey. Sei por experiência.
O lento sorriso genuíno que apareceu em sua boca fez que seu estômago se afundasse. Não
pôde controlar a sensação embriagadora, como não podia controlar os sentimentos selvagens que
estar perto dele causava.
Olivia olhou sua taça de vinho, consciente da dor constante no interior desse maravilhoso
homem.
— Alguma vez te dói? Quer dizer, as coisas que viu... a violência e a falta de
entendimento?
A convicção substituiu a dúvida em seus olhos.
— Não. Essa é provavelmente a única razão pela que se pode sobreviver neste trabalho.
Gold Rush não é a uma grande cidade, e embora o Condado de El Torro é grande, é muito rural. A
vida aqui não é tão violenta como seria em Denver ou em Colorado Springs. Além disso, tenho um
maldito bom sistema de apoio, como te disse. Meus irmãos e minha mãe são minha salvação. Sou
um oficial da lei e mantenho as pessoas tão seguras como posso. Isso me dá uma enorme satisfação.
A serenidade brilhou em seus olhos por um minuto, e ela admirou sua força como não

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tinha admirado nada mais há muito tempo. A força de Trey e sua integridade a satisfaziam e
impressionavam.
Não importava se ela tinha decidido manter sua relação como amigos. Era muito tarde para
voltar atrás. Seus sentimentos por ele a confundiam, girando em seu interior como um nó
marinheiro que se enrolava rápido. Ela não sabia como classificá-los, ou talvez estivesse muito
condenadamente assustada para tentar. Certamente, ela tinha se apaixonado profundamente por ele.
E tão forte assim, que tinha caído sobre seus cotovelos e seu traseiro da torre de conto de fadas
sobre os tijolos debaixo onde a realidade morava. Trey não tinha ordenado suas prioridades da
forma em que ela queria... que ruim. Superaria.
Em uns poucos anos.
O jantar continuou em um tom mais leve, mas não podia lamentar a aprendizagem dessa
nova faceta de Trey. Um homem nunca se revelou a ela assim antes, suas relações também tinham
sido pouco profundas. Hah. Acaso isso não era irônico? Ela se apaixonou por algo superficial com
Trey.
Enquanto lavavam as panelas e frigideiras e colocavam os pratos na lava-louça, o silêncio
não se sentiu incômodo para ela. Talvez ambos tinham estabelecido um lugar onde podiam esquecer
todos os aspectos embaraçosos que passaram antes.
— É uma mulher fascinante — disse Trey do nada.
— Eu? — Sua voz chiou um pouco.
Seu doce sorriso foi tranquilo.
— Você. Nunca disse a uma mulher as coisas que disse a você.
— Estava pensando no mesmo, um homem nunca se abriu pra mim dessa maneira antes.
— Ela ruborizou, sem saber por que essa confissão provocava uma autoconsciência violenta.
— Isso te assusta? — Perguntou ele.
— Não, disse que não tenho medo de você ou do fato de que é franco-atirador. Nunca me
machucaria.
— Isso é malditamente correto. Mas o que quis dizer foi... tem medo revelar tanto de si
mesma a mim?
— É assustador. E você?
Ele tirou as luvas de borracha.
— Estou assustado como a merda.
Ela alisou a toalha de secar sobre o escorredor.
— Diga-me por que.

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— Porque você é tudo e nada do que esperava de uma mulher. Não posso me afastar com
um bate-papo superficial, com um flerte leve ou fazer com que seja simples. É malditamente
impossível.
— Por que acha que é?
— Porque você é diferente. A outra noite, quando se converteu em uma deusa do sexo e eu
não pude me conter, foi algo confuso.
— Isso é terreno velho, Trey. Disse-me isso na noite de domingo. Estamos na quarta-feira.
Ele franziu o cenho, e o conflito encheu seus olhos. Como podia ela ler as emoções mistas
passando através de seus traços como algo mais que confusão e incerteza? Com suas emoções
amalucadas de um ponto a outro, ela não podia jogar a culpa nele por não saber em que extremo
terminaria.
— O que estamos fazendo, Trey? Dissemos que manteríamos nossa relação estritamente de
amigos, mas não o temos feito.
Ele assentiu, entretanto, a luz amorosa não deixou seus olhos.
— Sei. Empurramos isto sobre a borda. — Ele se aproximou, com seu fôlego quente e
estimulante em seus lábios. — Estou cansado, e você? Darei a boa noite.
Ela passou sua mão sobre seu peito.
— Covarde.
— Levemos isto lentamente. Devagar.
Apesar de que não podia dizer a ciência certa, ela o sentiu retirando-se, afastando-se a uma
distância mais segura. Não só física, mas também mentalmente.
— Vou golpear o saco — disse ele.
Depois de que ele se retirou ao seu quarto, uma parte do coração dela se afundou até suas
botas.

Capítulo Dezenove

Ele observou caminhar à mãe de MacGilvary para o edifício da administração da cidade


com a mãe biológica de MacGilvary. Sim, conhecia todos os jogadores e esse fato o impulsionava.
Uma imensa satisfação o alagou, e sorriu. Nunca tinha imaginado, em toda sua vida, o
prazer que existia em ver seu próprio poder em ação. Ter informação privilegiada sobre MacGilvary
funcionava muito bem. Com o que tinha de Parker no Departamento do Xerife, o velho bastardo
expulsaria mais informação vital sobre Trey MacGilvary e sua família antes do evento final. O

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evento final. Seu sorriso se fez mais pronunciado quando se sentou no carro, paciência era seu
segundo nome. Ah, sim. O evento final seria espetacular.
Lambeu os lábios e depois levou os pequenos binóculos a seus olhos. Esperava que Arlene
MacGilvary e Edie Phillips se apressassem. Rondar dava satisfação, sim, mas o resultado final do
trabalho daria a liberação. Enquanto a gente ia e vinha, ele ficou em alerta. O último que precisava
era que algum traseiro preparado o apanhasse vagabundeando. Como um puma ele se sentia forte,
flexível e preparado para a briga. Não tinha experimentado essa segurança e poder em muito tempo.
A vingança e a necessidade se retorceram mais forte em suas vísceras, e as imagens dos danos que
queria fazer a MacGilvary e a sua família alagaram sua cabeça. Imaginou levando como refém às
mulheres MacGilvary, as assustando tanto que urinassem em sua roupa. Estava considerando
inclusive estupra-las, mas isso o desgostava. Não.
Não importava quem ou que fora a mulher, não importava o muito que odiasse o
MacGilvary, não podia estupra-las.
Matar poderia ser mais fácil. Podia fazê-lo sem dor. Ou poderia destroçá-lo e rasgá-lo
pouco a pouco e fazer que fosse mais doloroso do que nenhum homem ou mulher tivesse resistido
em seu interior. Tinha aprendido isso de seus amigos lá no deserto. Tinha aprendido coisas que um
homem normal não devia saber a respeito de como matar e mutilar. Morria de vontade de prová-lo
em um entorno urbano com pessoas que o temiam. No deserto tinha matado sem remorsos e com o
único conhecimento de derrotar aos caras maus. Pessoas que não mereciam caminhar pela terra.
Com MacGilvary podia espreitar sua mulher e sua família e saber que não importava o
muito que tratasse de proteger a si mesmo porque ele sempre estaria um passo à frente. A família de
MacGilvary poderia merecer viver, mas eram danos colaterais no caminho para MacGilvary.
Sim, sim. Muito mais delicioso, e ano final, triunfante. Transcorreu uma hora e finalmente
as duas mulheres saíram do edifício. Não utilizou seus binóculos, porque não queria que o vissem,
que ninguém o visse e perguntasse que demônios estava fazendo ao observar às pessoas com
binóculos. Secundário a isso gostava de espreitar, a antecipação de um animal rasteiro na matança.
As mulheres subiram em um carro, um sedan de cor verde lima que pertencia a Edie. Afastaram-se
uns momentos mais tarde, e ele as seguiu. Começou a cantarolar, uma anódina melodia que elevava
o ânimo. Não sabia por que. Sorriu e seguiu às confiantes mulheres. Para o seguinte e muito final
evento.

*****
Talvez retornar a Inglaterra resolva todos meus problemas.
A absurda ideia revoava na cabeça de Olivia na quarta-feira pela tarde no minuto em que

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Cyn tinha chamado à recepção e pedido que fosse a seu escritório. Escritório honestamente não
descrevia o pequeno cubículo na parte traseira da biblioteca, um lugar que não tinha espaço
adicional para a grandiloquência na supervisão aos bibliotecários ou às chefes gordas. Entretanto,
Cyn a vigiava como a Rainha Isabel I25. Um ato malditamente difícil de seguir, de verdade.
Com a imaginação ativa em vigor, Olivia imaginou que Cynthia Horvath levava
incrustações de joias em sua tiara. Quando entrou no escritório de Cynthia, a mulher fechou um
notebook fazendo um clique e olhou a Olivia como se fosse algo desagradável na parte inferior da
bota de uma mulher.
Olivia tentou um sorriso, embora sabia que tão falso como uma máscara de palhaço.
— Olá, Cynthia. O que posso fazer por você? — Saltar no lago? Conseguir me despedir?
— É quarta-feira — disse Cyn.
Uma declaração críptica se alguma vez tinha havido uma.
— Sim. — Olivia esperou, evitando o sarcasmo em seu tom, mas depois deslizando. — E
amanhã é quinta-feira.
Os olhos de Cyn endureceram, ficando tão cinzas como as nuvens de neve que ameaçaram
toda a manhã e se comprometiam a trazer uma nova tormenta. Cyn apertou os lábios em uma fina
linha de desaprovação.
— Não trate de aparentar ser inocente. Fecha a porta, por favor.
Olivia mal afogou uma gargalhada enquanto Cynthia tentava imitar seu tom superior ou
vagamente britânico.
— É claro. —Olivia fechou a porta da zona de cabine. — Sou toda ouvidos.
— Honestamente, não acredito que isto vá funcionar. — Os olhos de Cyn ficaram frios
como o gelo.
Olivia endireitou sua coluna, pronta para mais bate-papo enigmático. Sempre tomava um
tempo a essa mulher chegar ao grão.
— O que não vai funcionar?
— Falei com a sucursal da biblioteca principal e tomarão meu conselho.
— A respeito de que?
— De sua atuação aqui como bibliotecária.
Aqui vem. Desde incidente com Cohen, essa mulher se empenhou em procurar uma
desculpa para despedi-la. Agora soa como se estivesse disposta a me despedir.

25
Também conhecida sob a variante Elisabete I ou Elizabeth I, foi Rainha da Inglaterra e da Irlanda desde 1558 até à
sua morte. Também ficou conhecida pelos nomes de A Rainha Virgem, Gloriana e Boa Rainha Bess. Filha de Henrique
VIII e Ana Bolena.

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A mandíbula de Olivia se apertou. O que queria essa mulher? Cansada de suas insinuações,
Olivia, entretanto se absteve de fazer enormes declarações inflamatórias. Em seu lugar, instalou-se
na cadeira frente à mesa de sua supervisora e olhou fixamente Cyn. Cyn franziu o nariz e sua boca
se voltou mais estreita e fina. Se esta mulher não gosta de mim, não posso fazer nada para agradá-
la. Inclusive então, não se importará como ou quando morra e de algum jeito me vê como um
inconveniente para ela.
Cyn abriu a boca, mas o telefone tocou. Suspirando, ela tomou o telefone.
— O que? —disse Cyn depois de sua saudação inicial. — O que? — O segundo seguinte
foi mais tenso e cheio de patente incredulidade—. Bem, deve ser uma brincadeira. Não. Não
evacue. Não chame à polícia.
Cyn desligou o telefone e pôs um sorriso cínico, sem trocadilho.
A crescente preocupação correu através de Olivia.
— Evacuação? O que está passando?
Cyn franziu a boca pouco antes de juntar suas mãos em grande parte da mesa, diante dela.
— Rena diz que houve uma ameaça telefônica.
Olivia quis gritar pela frieza de Cyn e sua falta de preocupação.
— Que tipo de ameaça?
— Uma ameaça de bomba.
Olivia se levantou.
— Oh, Meu Deus. Chamou à polícia?
— Como escutou, pedi que não o fizesse.
— Temos que chamar à polícia e evacuar. E se não for uma brincadeira?
Cyn encolheu os ombros, tão fresca como um proverbial pepino.
— Não falam a sério. É seu perseguidor que está atirando esta brincadeira de mau gosto.
Por favor, sente-se.
Apesar de que o instinto insistia para fazer o contrário, Olivia obedeceu.
Cynthia limpou garganta.
— Agora, de volta ao que ia dizer. Quero te trocar de novo para a noite. Falei com Maxine
na sucursal principal, e ela está de acordo em que nunca deveria ter mudado para o dia.
Olivia gostava de Maxine Tidwell, a diretora da biblioteca, mas a mulher de idade
avançada às vezes deixava que a guiassem nas decisões, especialmente alguém como Cynthia, que
utilizava a astúcia e puras táticas bombásticas para obter o que queria. Que tipo de lixo haveria dito
Cynthia a Maxine?

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Olivia teve vontade de gritar, saltar sobre a mesa e dar uma maldita bofetada a essa mulher.
— Você aceitou minha mudança depois que Dean te disse que ele tomaria o turno da noite.
A mulher mais velha suspirou, com sua expressão exasperada e condescendente.
— Dean é um bom trabalhador. Mas o necessitamos aqui durante o dia. Quando disse mais
a Maxine sobre você... situação... esteve de acordo em que não deveria ter te trocado de horário.
Se Olivia pudesse ter estrangulado à mulher o teria feito. Olivia tomou uma decisão, sem
importar se isso significava que perderia seu trabalho ou não.
— Podemos falar disto mais adiante. Temos o que evacuar e chamar à polícia.
Olivia saiu da cabine de Cynthia à área principal. Sua respiração era mais rápida, com seus
nervos saltando por sua determinação ao mesmo tempo em que ia à parte dianteira de seu escritório.
Rena estava na recepção vendo-se decididamente nervosa enquanto via Olivia ir em sua direção. A
biblioteca se mantinha tranquila, com uma mulher mais velha sentada em uma mesa lendo um
enorme livro.
Então, a porta se abriu e entraram dez meninos da escola primária e um adulto.
Ela espreitou Rena na recepção, e falou em voz baixa quando chegou a ela.
— Houve uma ameaça de bomba? Chamou à polícia?
Rena, de cara doce, ruiva, e às vezes tão brilhante como um regulador de intensidade
baixa, sacudiu a cabeça.
— Cyn disse que não.
— Sei, mas — Olivia trocou de marcha. — Utilizou o formulário de ameaça de bomba?
— O que?
Olivia tocou a têmpora e deu uma careta de desagrado.
—Ah, merda. — Chegou a uma gaveta e tirou uma folha disto papel. — Isto. Ninguém te
disse a respeito desta norma? Quando uma pessoa realiza uma ameaça de bomba, faz estas
perguntas.
O lábio inferior de Rena se sobressaindo parecia o de uma menina de cinco anos, sendo
repreendida por um adulto cruel. Desejaria que Dean estivesse aqui. Ele chamaria à polícia.
O telefone tocou e Rena o agarrou. Franziu o cenho e logo pôs a chamada em espera,
enquanto disse a Olivia:
— É para você.
Olivia pegou o telefone e pulsou o botão.
— Olivia Scott falando.
— Olá, carinho.

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A voz baixa e modulada zombou com sedução. Fracassou miseravelmente e foi direto a do
horripilante perseguidor. Todo o pelo se arrepiou nos braços.
— Quem fala?
— O bombardeiro louco — a voz quase sussurrou as palavras.
Ela pôs a mão sobre o receptor, e sussurrou a Rena.
— É o cara da bomba. Chama o 911 pela outra linha. Agora.
Rena franziu o cenho e se dirigiu para a cabine de Cynthia na parte de trás. Olivia retornou
à ligação. Procurou o formulário de ameaça de bomba. As palavras se viam imprecisas ante seus
olhos, mas respirou fundo e se reorientou.
— No que posso te ajudar? —perguntou.
— Há uma bomba, mas a idiota com quem falei antes não tomou a sério. Essa é uma muito
má, má ideia.
Ela escrevia as palavras do homem.
— Quando a bomba explodirá?
Ele riu, com um som rico e suave, tão sedutor como um homem tratando de atrair uma
amante.
— Logo.
— Onde se encontra?
— Acha que te diria isso?
Frustrada, seguiu com as perguntas do formulário, com a esperança de que pudesse soltar
algo mais.
— Que aparência tem?
— Pequena, mas o suficientemente grande para fazer o trabalho.
— Por que pôs a bomba?
— Para machucar aos que Trey MacGilvary ama.
Sua respiração se cortou, com seus batimentos do coração já pulsando em seus ouvidos
com tanta força que se perguntou se tinha ouvido bem.
— O que?
—Para machucar aos que Trey MacGilvary ama.
Aturdida, ela sentiu o horror meter-se em sua corrente sanguínea como uma solução
intravenosa de água geada. Olhou a seu redor e viu as crianças reunidas no balcão da entrada e à
velha mulher revisando os procedimentos. Olivia fez o que único podia.
Pôs a chamada em espera, sem dizer uma palavra e olhou à professora, cujo rosto tinha

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curiosidade. Pergunto-me se terá escutado.


Olivia tinha um semblante sério e não sorriu.
— Senhora, tem que sair do edifício. Houve uma ameaça de bomba. — Olhou à anciã. —
Você também, senhora. Saia agora.
— Oh, Deus. — A cara da professora passou de agradável e espectadora, a de morta
branca e horrorizada. — É um terrorista?
—Não sei, senhora. Por favor, se pude sair e se afastar do edifício.
A mulher girou, dando passos para as crianças conversando no edifício, a ansiedade
voltando sua voz mais aguda. A anciã já se foi.
Olivia viu que a linha telefônica já não piscava.
— Maldição.
Então viu algo que fez que o sangue corresse espessa e lentamente nas veias, sua mente
envolvendo todo o perigo, enquanto todos seus sentidos se rebelavam. Imediatamente depois de que
a professora e as crianças saíram correndo, Arlene e Edie entraram em direção a Olivia com grandes
sorrisos.
— Não — sussurrou ela.
Sem incomodar-se em preencher o resto do formulário, correu ao redor do balcão e se
precipitou para Arlene e Edie. Suas expressões mudaram de prazer a sérias com preocupação,
enquanto ela parava frente a eles.
Olivia pegou seus braços e começou a puxar as duas para a saída.
— Tem que sair. Há uma ameaça de bomba.
— O que? — Edie chiou a pergunta.
Olivia se manteve em movimento, com sua ansiedade pisando nos calcanhares à medida
que as empurrava para a porta.
— Não há tempo para explicações. Há uma ameaça de bomba. Acredito que é do homem
que esteve nos espreitando. Chamem o 911 e Trey e digam o que está passando.
Arlene manteve seu agarre sobre a mão de Olivia.
— Venha conosco.
— Não, tenho que desalojar o resto da biblioteca. Ainda há gente por aqui.
— Mas... — Edie começou.
— Não há tempo. —Olivia a empurrou para a saída. — Vão!
Olivia se apressou a revisar as estantes, passando de fila em fila de livros assegurando-se
de que nenhuma pessoa ficasse no pequeno edifício. O lugar estava vazio à exceção dela, Rena, e

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Cyn.
Um suor fino adornou seu corpo, seu coração pulsava muito rápido, com os nervos ligados
com um sentido de coceira pelo perigo. Tudo insistia para retirar-se, a correr tão longe como
pudesse.
Onde estaria Hannah? Olivia começou a correr para os cubículos e escritórios da parte
posterior.
Um grito enorme pareceu aspirar o ar da habitação, e o medo teve tempo de afligi-la como
um miasma... um suor terrível, um tremor frio. Tudo ao redor de Olivia desacelerou enquanto a
cena de um ridículo filme de desenhos animados acontecia enquanto ela corria.
Uma rajada de ar explodiu, e em cacofonia estrelou, com seus tímpanos estalando pelo
som, com a terra destroçando-se, dobrando-se e, contudo escurecendo.

*****
Trey se acomodou na rotina depois de comer com outros dois oficiais no escritório. Voltou
para sua mesa e esperou que Olivia atendesse seu celular. Tinha prometido manter o telefone com
ela em todo momento. Podiam manter a distância de algum jeito, mas ele seguiria vigiando sua
segurança.
Quando saiu seu correio de voz, ele deixou uma mensagem para que ligasse, e logo
desligou.
Segundos depois, o celular de Trey tocou ao mesmo tempo em que seu telefone da mesa.
Agarrou o telefone da mesa, pondo o dever antes que uma chamada pessoal.
—Trey — Marc LaBlanc, de comunicação, disse — houve um atentado a bomba na
biblioteca.
Por um momento, Trey não acreditou ter escutado Marc corretamente. Não registrou
nenhuma maldita coisa, exceto um silêncio de morte, horrível.
— O que disse?
A voz de Marc continuou, e Trey notou que ele não se concentrava mais nas palavras de
Marc. Trey obrigou a seu cérebro a recuperar-se.
— Uma bomba. — A voz do Marc manteve a calma, mas era firme. — Onde Olivia Scott
trabalha. Pensei que você gostaria de saber.
Trey pensou que seu fôlego se obstruiria, e que nunca ia aspirar uma polegada de ar.
— Jesus — limpou a garganta, e quando falou sua voz soou rouca e áspera. — Lesões?
Danos?
— Não sei ainda. Umas quinze ligações chegaram pela explosão.

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— Obrigado, Marc.
Trey desligou, com seu cérebro correndo em círculos enquanto ramificações se estrelavam
contra ele como um trem de carga. Começou a tremer, possivelmente do mais profundo de sua
alma, de um lugar que nunca antes experimentou um medo tão paralisante. Sentia tanto medo.
Olivia.
Se algo... Oh, Deus, por favor... levantou-se de sua mesa e saiu para o corredor, em direção
ao escritório de Jefferson Harris para dizer que ia à biblioteca. Agora.
Liga. Ela está bem. Deve estar bem.
Seu celular tocou logo que chegou a ele, e viu que era o número de celular de sua mãe.
— Mamãe?
— Trey, OH carinho, Edie e eu estivemos tentando falar com você. Algo horrível
aconteceu. —A voz do Arlene vacilou, enchendo-se de lágrimas. — Íamos para a biblioteca...
— Está ferida?
— Não, ouviu da bomba?
— Justo agora. Dirijo-me para lá.
— OH, Trey. Mal chegamos ao estacionamento quando essa explosão terrível aconteceu.
— Olivia...
— Ela nos afugentou antes da explosão. Está...OH, Trey ela segue lá.
Um esmagador peso caiu sobre seus ombros enquanto acelerava o passo e se detinha frente
ao escritório de seu supervisor.
— Estou a caminho, mamãe. Falarei com você quando chegar aí.
Poderia interrogá-la mais, pedindo informação, mas ouviu o pranto de sua voz e isso ecoou
na apertada corda ao redor de seu pescoço. Doloroso. Sua incredulidade cresceu.
— Apresse-se, filho. Apresse-se.
Ele chegou ao escritório de seu supervisor, e quando contou o que tinha acontecido, o
capitão Harris não duvidou em deixá-lo ir. Trey se afastou pelo corredor trotando e pela porta
lateral para o estacionamento, com sua respiração áspera, como se tivesse corrido uma maratona.
Pensava que tinha experimentado todas às emoções horríveis possíveis. Cada repugnante e oblíqua
dor. Enquanto corria para seu carro patrulha, sabia que se equivocou. Equivocou-se muitíssimo.
Inclusive a surda dor no tornozelo mal se registrava.
Enquanto conduzia tratou de ligar no celular da Olivia, esperando contra toda esperança
que ela respondesse. Deixou que o telefone tocasse, mas seu correio de voz respondeu.
Com seu coração apertado pelo medo disse:

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— Olivia, me ligue imediatamente. Acabo-me de inteirar da bomba. Estou a caminho. Já


vou, carinho.

Capítulo Vinte

Escuridão.
Um som vazio. Ecos longínquos de sons, uma mescla de ruídos que não tinham sentido.
Olivia se agitou, com seu corpo dolorido, sentindo numerosos piquetes alagando sua
percepção. Abriu a boca, com seus batimentos cardíacos acelerados em seu peito enquanto a
confusão a atacava por todos os lados. Onde estou?
O que está passando? Não se moveu, e o silêncio foi assustador. O que...?
Então a golpeou.
A explosão.
Os olhos de Olivia se abriram de repente, com um grito rasgando sua garganta. Moveu-se,
com seus braços e pernas agitando-se com alarme. O que encontrou seus olhos não devia tê-la
surpreso. Depois de tudo, o maldito lugar tinha explodido. Sua perna direita estava colocada
debaixo de uma mesa. Seu braço direito estava preso entre uma pequena prateleira e outra maior. As
luzes piscavam, balbuciaram, e morreram.
A luz ainda se derramava das altas janelas, com vitrais. Imagens, brilhos de sua memória
se introduziram, lixo sem importância aparecendo sem nenhuma razão. Do cereal sem sabor que
tinha comido no café da manhã que poderia ter passado por cartão. Algo caiu sobre sua testa, e com
sua mão esquerda o alcançou para evitar que corresse por um lado de seu nariz. Sua mão estava
manchada de vermelho. O que? Sangue?
Dor de cabeça.
Uma baixa palpitação, uma dor de cabeça ligeiramente ferroava em sua têmpora esquerda.
Ou havia se tornado louca ou o sangue pertencia a ela. Sua perna direita começou a doer, igual a seu
cotovelo direito.
Ouviu um gemido, e como um martelo as lembranças se apressaram a retornar. Cyn e Rena
poderiam estar presas, inclusive feridas, e aqui estava ela sonhando acordada com a luz entrando
através das janelas. Então se deu conta de que uma das janelas de vidro estava em pedacinhos.
Incrível que não se desintegraram todas. Sirenes distantes se filtraram através das vozes do silêncio
quase sobrenatural. Liberou seu braço e sua perna da sujeira. Moveu-se até ficar sentada, com seu
palpitante corpo dolorido e com suas articulações a incomodando. Estavam machucadas, mas não

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quebradas. Agradecida, insistiu à ação e ficou de pé lentamente. O enjoo fez com que se apoiasse
em uma estante que estava inclinada para um lado na parede.
A devastação não descrevia a área. As prateleiras da parte leste estavam derrubadas aqui e
ali como peças de dominó. As mesas estavam jogadas na sala. Papéis, livros, pedaços de isolamento
das paredes e do teto estavam jogados como bolas de algodão no chão.
O lado oeste da biblioteca à frente do balcão principal tinha sofrido danos, mas muitos
menos que essa metade da habitação.
— Cyn? Rena? — Ela levantou a voz e se dirigiu à porta de arco que levava aos cubículos.
Foi quando viu que o arco caiu parcialmente. Toda a parede do lado leste estava caída até
um enorme buraco que se abria como uma boca.
Ouviu outro gemido e se apressou para frente. Olivia subiu sobre um arquivo com o
gabinete atirado. Cyn lutava por sentar-se, com os olhos muito abertos, com seu lábio inferior
tremendo. Seu escritório e todos os elementos ao seu redor haviam virado um lado, os papéis
cobriam o chão, as telhas do teto estavam pendurando. Cyn deixou escapar um grito horrível.
Surpreendida, Olivia se sacudiu. Correu até que seu corpo protestou com dor.
— Cyn, está bem. — Agachou-se ao lado da mulher. — Está ferida?
Cyn respirava com dificuldade, como se tivesse corrido uma maratona.
— Não. Não.
— Onde está Rena?
Cyn negou.
— Eu não...ela estava aqui... — Olhou ao seu redor. Levou as mãos ao rosto e seus olhos
se arregalaram. Apontou. — Ali. Oh, Deus.
Olivia seguiu o dedo de Cyn e viu Rena jogada junto ao metal retorcido do bebedouro. A
água gotejava nos canos quebrados. Com os olhos fechados, Rena se queixava em voz alta.
Olivia ficou de pé e se dirigiu à mulher mais jovem.
— Rena? Rena pode me ouvir? Está bem? — Nenhum sinal de cortes ou contusões no
corpo da jovem na medida em que Olivia podia ver. Verificou o pulso no pescoço da garota.
Constante e forte, o pulso tranquilizou Olivia. — Rena?
O som de portas abrindo-se e de várias pessoas entrando no edifício ecoou.
— Olá!
Olivia se levantou e se dirigiu para o destroçado arco, com as pernas trementes. A
debilidade logo se apoderou dela, mas cambaleou para seu possível resgate.
— Aqui!

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— Ali atrás! — Ela escutou uma voz masculina, logo várias mais.
A visão de vários bombeiros com seu equipamento de proteção completo fez com que o
alívio alagasse Olivia. Suspirou.
— Graças a Deus. Por aqui! Há duas mulheres feridas aqui atrás!
Um oficial se apresentou nas portas de entrada, com sua voz urgente, mas ela não podia
ouvir o que dizia. Tinha os ombros largos, e não usava seu chapéu de vaqueiro mostrando assim seu
cabelo escuro.
Trey.
No meio do temor que ainda pulsava por todo seu corpo, um impressionante alívio a afligiu
como uma onda gigante, debilitando suas pernas. Sorriu. Trey a viu, e a tensão em sua cara mudou a
pronunciado alívio. Ele quase empurrou os bombeiros para fora de seu caminho. Ela subiu sobre o
arquivo, e sem trocar uma palavra, eles se equilibraram entre si.
— Olivia.
Trey a pegou em seus braços, com um abraço inicial feroz enquanto ela enterrava sua
cabeça em seu ombro, com seus braços apertados ao redor de sua cintura. Ela tremia como uma
folha no vento, com tantos tremores que não sabia se podia deter-se.
A voz de Trey estava rouca.
— Está ferida? —Puxou ela para trás o suficiente para tomar seu rosto. Pura angústia
passou por seus olhos enquanto seu olhar a escaneava com ansiedade. — Cristo, está sangrando.
— Acredito que golpeei a cabeça. Mas estou bem.
Seu cenho ficou escuro quando passou as mãos sobre ela em busca de danos. Seus olhos
ficaram suaves, e por um momento, ela viu sua angústia.
— Não está bem. Sairemos.
— Mas Rena e Cyn necessitam ajuda.
— Os bombeiros e os paramédicos se encarregarão delas. Este edifício pode não ser
estável. Sairemos à rua. —Seu modo eficiente de policial saiu à luz. Levantou-a em seus braços.
Seus braços foram ao redor de seu pescoço de forma automática, ele a levava como se não pesasse
nada e como se seu tornozelo não estivesse machucado.
— Posso caminhar. —Sua voz não soou convincente.
— Toma com calma. Passou por uma explosão.
Quando saíram do edifício à luz, ela entreabriu os olhos. O inverno se envolveu ao redor
dela com seus dentes gelados, e seus tremores converteram em sacudidas. Dois paramédicos se
apressaram para eles e antes que se desse conta, Trey a tinha posto em uma maca e tinha posto uma

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manta sobre ela. A seu redor a comoção seguiu, com dois caminhões de bombeiros, ambulâncias e
policiais da zona pululando como abelhas.
— Onde estão Arlene e Edie? — Perguntou Olivia enquanto o alarme corria por suas veias.
— Foram levadas a algum lugar seguro. Craig e Mick estão com elas — disse Trey.
Satisfeita de que as duas senhoras estivessem em boas mãos, ela relaxou um pouco. Não
muito depois, as macas com Cyn e Rena foram saindo e levadas em ambulâncias.
A voz estridente de Cynthia ressonou em toda a área, e a ira surgiu dentro de Olivia.
Os paramédicos trabalharam em Olivia rapidamente. Pressão arterial, pulso, cravando-a e
examinando-a enquanto faziam perguntas. Enquanto trabalhavam nela, o tumulto ao seu redor foi
maior.
Um policial apareceu perto e começou a fazer perguntas a Trey.
A voz do Trey foi direta.
— Está ferida. Pode fazer as perguntas depois.
— Vamos MacGilvary, sabe como é isto. Ela pode saber de algo.
— Está bem — disse ela—. Posso responder as perguntas.
— Temos que levá-la ao hospital — disse um deles a Trey. — Só para nos assegurar de
que não tem uma comoção cerebral ou lesões internas.
Trey, com cara de chumbo, até vendo-o suficientemente zangado para mastigar uma casca,
assentiu.
— Vamos. — Apertou o ombro, logo se inclinou para beijar a testa ao lado de uma
bandagem—. Te seguirei no carro patrulha.
Os paramédicos a carregaram para a ambulância.

*****
— Trey, fala conosco. — A voz de Edie lembrou Trey que estava no restaurante do
hospital. Seus dedos se fecharam no copo de café. Seu estômago grunhiu, mas não podia comer
nada.
Arlene se aproximou e pôs uma de suas muito bem cuidadas e pequenas mãos sobre seus
dedos muito maiores.
— Ela estará bem. Só tem um pequeno raspão na cabeça. Está incrivelmente ilesa.
— Maldita sorte. — Trey não podia dominar o terror em seu peito. Não podia esquecer o
que quase havia acontecido.
Os músculos de Trey se esticaram sobre seus ombros até que pensou que estalariam.
Segurou sua xícara de café com as duas mãos. O vapor da água se levantou da fragrante bebida, mas

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ele duvidava que o café da cafeteria fosse digno. Uma ideia descabelada flutuava em sua mente.
O que não daria por uma manhã tranquila na cama com Olivia, compartilhando uma xícara
de decente café. Sim, um simples prazer que tinha um valor infinito. Abraçá-la, sentindo-a ao seu
redor, com seu bonito corpo quente e excitado contra do dele... sim. Desejava essa segurança para
ela.
Edie tocou seu pulso e seus dedos se afrouxaram o suficiente para tomar sua mão.
Quando levantou o olhar, sua expressão era sincera e de ternura em lugar de preocupação.
Ninguém sabia que ela tinha estado a ponto de ficar apanhada em uma explosão. Seus olhos
refletiam perseverança e controle. Perguntou-se se parecia tão fodido como se sentia. Ambas as
mães o olhavam surpreendentemente afetadas. Sentiu o amor, a compaixão fluindo de Edie, e
quando deu uma olhada em Arlene, viu o mesmo.
Dado que Trey tinha seguido à ambulância da Olivia, todos seus nervos tinham estado em
alerta por mais perigo, ficando ainda mais consciente do quão perto tinha chegado de perder as
pessoas que amava.
Sim, amava sua mãe biológica. Tinha lutado com isso, sabendo que tinha muito caminho
por percorrer para entendê-la. Para dar sentido a sua emaranhada relação. Entretanto, tinha visto
como tinha mudado. E confiava no conhecimento de Arlene. Se ela acreditava que Edie tinha
mudado, ele também o faria.
Mais que nada, estar a ponto de perder Olivia o tinha arrojado a um lugar caótico. Instável.
Desejoso de estar com ela. Querendo-a em seus braços e segura.
Remexeu-se em sua cadeira.
— Tenho que voltar com Olivia.
— Descansa um pouco. — Arlene soltou o braço. — Dê a si mesmo um pouco de alívio.
Teve um grande susto.
Ele esteve a ponto de confessar que havia sentido um medo mortal. Que ainda tinha
muitíssimo medo.
As palavras não se formaram, sua garganta obstruída ante a ideia de dar voz ao
pensamento.
Edie levantou sua xícara de café ao seus lábios. Depois de engolir, disse:
— Mick e Celeste cuidarão dela.
— E há um exército de oficiais da lei ao redor. Nenhum mal chegará até ela — Arlene
disse.
Um músculo na mandíbula Trey tremeu com tensão, seus nervos saltando como o inferno.

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Merda, MacGilvary, consegue ter um pouco de controle sobre a situação. Não é de nenhuma
serventia para Olivia estando assim. Seu olhar se lançou para as duas entradas da cafeteria, com a
mente alerta enquanto revisava as pessoas das outras mesas. Ao pessoal médico com uniformes
brancos. Às enfermeiras. Médicos. Técnicos de laboratório. Aos familiares e amigos esperando
pacientemente ou não tão pacientemente boas ou más notícias. Pôs seu café de lado. A maldita coisa
tinha sabor de lama de todos os modos.
— Está bem ter medo. —Edie que parece, não sentia o mesmo a respeito de seu café.
Tomou um grande gole. — Se te mostrar uma pessoa que nunca sentiu medo, então te direi que essa
pessoa não tem alma.
Teria sentido ela medo durante todos esses anos longe dele? Teria lamentado suas ações da
mesma forma que ele se arrependia? As que queimavam através dele como lava nesse mesmo
instante?
— Poderia ter perdido Olivia. Poderia ter perdido a tanta gente — disse Edie. — Mas não
fez.
Ele assentiu.
— Sim, sei.
O cenho franzido de Arlene aumentou.
— Outra coisa está te incomodando. O que é?
Trey pôs de lado seu medo e soltou sua ira.
— O fato de que não podemos localizar Hamilton Compton diz que ele é o que pôs a
bomba.
Uma bomba, que se tivesse colocado corretamente e construído melhor, teria derrubado
toda a biblioteca e matado a todos no interior, sem lugar a dúvidas.
A ideia seguiu correndo ao redor de sua mente, apanhada em uma ranhura como um
horrível disco que ele não podia apagar.
Os ajudantes do xerife já tinham ido à casa de Hamilton e a sua propriedade procurando
provas de materiais para fabricar bombas, mas não tinham encontrado nenhuma. Sua esposa tinha
cooperado, dizendo que o homem tinha começado a agir estranho depois que seu irmão morreu na
operação da SWAT. Disse mais de uma vez que seu marido dissera que Trey devia pagar pelo que
tinha feito. Entretanto, as palavras eram circunstanciais e não era informação nova que Hamilton
odiava Trey com todas suas vísceras. A companhia telefônica comprovou o número particular e
celular de Hamilton para ver se tinha feito chamadas à biblioteca ou à casa de Trey, mas tinha saído
vazio. A lei se moveu tão rápido como podiam, mas Trey queria que se movessem mais rápido.

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Se não tivesse medo pela segurança da Olivia, ele estaria por aí agora perseguindo as
provas.
Em seu lugar, estava sentado na débil cafeteria com o aroma da graxa velha e de
hambúrgueres em suas fossas nasais e com o café amargo na língua.
Vamos, cospe, homem. O que está esperando?
— Há algo mais que tenho que dizer. — Voltou o olhar para Arlene. — Sobre o trabalho
de administração na cidade... Acredito que é uma grande ideia, se o quer.
Um grande sorriso floresceu no rosto de Arlene e logo no de Edie.
— Arlene disse que não estava muito contente com seu novo trabalho e porque eu ia viver
com ela — disse Edie.
Trey passou uma mão por seu cabelo.
— Não estava. Em um primeiro momento. Mas estou resolvendo. Tudo isto de você
voltando para minha vida, depois mamãe te aceitando e convertendo-se em boas amigas...
simplesmente está acontecendo muito rápido para mim. São muitos mudanças de uma vez.
— Sinto — disse Edie.
Ele negou.
— Não. Eu sinto. Fui muito rápido ao te julgar.
— Entendo. — Edie manteve seu sorriso. — Te dei muitas razões para suspeitar no
passado. Sua mãe é uma grande mulher e uma verdadeira amiga. Nunca conheci uma pessoa mais
generosa. — A melancolia chegou seus olhos enquanto olhava na distância. — Desde que decidi
me levantar e seguir direita, as coisas foram bem para mim. Quero mantê-las assim.
A felicidade se moveu em torno de sua preocupação e baixou um pouco de sua apreensão.
— Isso é bom. Muito bom.
Sentindo-se como um idiota, ele continuou:
— Sinto não ter te dado todo meu apoio desde o começo. É sua vida, são seus planos, e
saberá que é o melhor e o que deve fazer.
O sorriso de Arlene foi meio de lado, o que disse que não poderia escapar por completo.
— Malditamente correto, senhor. Pensava que tinha ganhado sua confiança há muito
tempo.
Envergonhado ele olhou sua xícara de café e fez uma careta de dor.
— Sim, fez. Eu não estava pensando corretamente.
Arlene aplaudiu seu braço de novo.
— Há outras coisas... ou melhor dizendo, alguém em sua mente.

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Ele poderia ter negado sua insinuação, mas queria fazê-lo? Obteve um meio sorriso e as
palavras se derramaram.
— Sim.
Sim, seus sentimentos por Olivia o afligiam, mas não podia se permitir o luxo de analisa-
los nesse momento de caos e se enredar em suas emoções. Tomar decisões em momentos como
esses poderiam deixar um homem louco, e ele sabia.
— Tenho que voltar com Olivia.
Sua voz soou rouca, áspera e sem concessões. Não tinha a paciência necessária para mais
do pequeno bate-papo agora mesmo.
Antes que pudessem ir, Craig se dirigiu para eles do outro lado da cafeteria. Quando
chegou à mesa, disse:
— Ouça. Estão todos bem?
A expressão sólida como uma rocha, inflexível do Craig sustentava uma preocupação
genuína.
Edie e Arlene ecoaram que estavam bem.
Craig não se sentou.
— Estão prontas damas? Vou levá-las com Mick e Celeste.
Arlene franziu o cenho.
— O que?
— Mick e eu estávamos falando disso. Trabalharei até tarde esta noite. Depois deste ataque
à biblioteca, pensamos que seria melhor se fossem ficar com Mick e Celeste. Têm suficiente espaço
e têm segurança codificada.
— E você? — Perguntou Arlene.
Craig fez uma careta.
— A casa de Mick estará um pouco cheia. Ficarei com ele também.
— Merda. — A palavra saiu da boca do Trey antes que pudesse detê-la. — Realmente
serão os Waltons26.
Arlene e Edie começaram a rir, mas Craig sorriu pela metade e a cara séria de Trey se
manteve. Não tinha vontade de rir.

26
É uma premiada série de televisão dos Estados Unidos da América criada por Earl Hamner, Jr., baseada no
livro Spencer's Mountain e no filme homônimo de 1963, com Henry Fonda e Maureen O'Hara. Tinha, como tema
central, a vida de uma família no meio rural da Virginia, na época da Grande Depressão e depois a Segunda Guerra
Mundial.

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— É uma boa ideia — disse Trey. — Todos devem permanecer com Mick. Tem um
excelente sistema de segurança, e como dissemos antes, tem segurança codificada.
Apesar de Arlene e Edie voltarem a expressar suas dúvidas, Craig e Trey conseguiram
convencê-las que deviam seguir adiante com a mudança para a casa de Mick. Trey se dirigiu ao
quarto de Olivia no quinto andar logo que Arlene e Edie foram com Craig.
Não tinha dado mais de dez passos pelo corredor até o elevador quando ouviu um ruído
que enviou uma adaga a seu coração.
O alarme de incêndios.
O pessoal médico se apressava enquanto a evacuação começava.
Merda. Ele se dirigiu para a escada. Tinha que chegar a Olivia.

*****
Olivia tinha escutado o clichê e olhou o canhão de uma arma, mas nunca imaginou fazê-lo
duas vezes em um mês. Isto era muito. O alvoroço de Cohen e agora uma bomba... sim, já era
malditamente muito.
Celeste e Mick se dirigiram à planta baixa, preparados para ir pra casa e pôr fim à um dia
estranho. Ela bocejou, com os olhos caindo pelo cansaço. Esse dia não podia terminar cedo o
suficiente para ela, tampouco.
Onde estaria Trey?
Pensou em sua atenção, quando tinham chegado ao hospital. Quando a tinham levado a
sala de emergência, as enfermeiras tiveram que ameaçá-lo para que não se metesse no quarto de
exame. Depois que tinham terminado, ele tinha entrado na habitação, junto com Mick, Celeste,
Craig, Arlene e Edie. Uma manada que não podia estar mais feliz de ver. Entretanto, adoraria ter
algum tempo a sós com Trey.
Tinha averiguado que Rena ainda estava inconsciente, um golpe na cabeça causou uma
fratura de crânio. Cyn não tinha um arranhão nela, mas até agora não tinha vindo ver como estavam
suas subordinadas.
Tenho que encontrar outro trabalho ou retornar a Inglaterra.
Voltar para a Inglaterra seria agridoce. Mas como manteria sua posição quando sua chefe
fazia de sua missão na vida infernizá-la? Boa pergunta.
De repente, um alarme a todo volume começou a tocar, e ela se sacudiu pela surpresa.
Tomou um segundo identificar o som forte e irritante.
O alarme de incêndios.
Ela deslizou da cama, disposta a colocar sua roupa. De maneira nenhuma ia deixar o lugar

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nessa bata de hospital. Tomou sua roupa do pequeno armário e se apressou a colocar o pulôver, a
calça negra e a jaqueta. Seu casaco estava em algum lugar dos escombros da biblioteca. É uma
pena. É melhor congelar lá fora que assar aqui. Colocou os pés nos sapatos.
De repente se deu conta de um homem de pé na soleira de sua porta.
O alarme sacudiu através dela imediatamente. Esse tipo não era um dos policiais atribuídos
a sua porta.
Onde estão? Não deveriam me dizer que evacuasse?
A baixa estatura desse homem, a loira cabeça calva, os traços planos, e o uniforme do
Departamento do Xerife deveriam tranquilizá-la, mas não o faziam.
O instinto a fez chegar ao botão de chamada e o apertou. O olhar do homem se lançou ao
seu agarre sobre o botão, e sorriu. Tranquilizador. Ligeiro.
Por cima do gemido do alarme, disse:
—Sou o oficial Grisholm. —Sua voz soava tranquila, bem modulada.
Ela assentiu, com seus músculos em estado de alerta. Algo não estava bem. Por que não
havia pessoal médico verificando-a e onde estavam os outros oficiais do xerife?
Seu olhar se dirigiu onde seu cartão de identificação devia estar. Não havia nada. Uma
capa de couro tinha uma arma pendurada na cintura, entretanto. Ela não podia ignorar uma
evidência como essa.
Ele poderia fazer um dano sério. Seus olhos brilhavam como um frio metal. Um brilho
gelado, uma intenção que soletrava maldade.
Joga forte, Olivia. Forte como a madeira.
Ela o reconheceu por uma fotografia que Craig e Trey mostraram.
Hamilton Compton.
Correria logo que saísse da habitação.
Ele fez um gesto.
— Vamos, saiamos daqui. — Puxou-a do braço e a empurrou diante dele. Logo disse algo
que confirmou seus piores temores. — E em caso que decida correr, tenho uma arma.

Capítulo Vinte e um

Enquanto o homem apertava o braço de Olivia e começavam a descer pelo corredor,


meteram-se entre a multidão que evacuava o edifício.
— Poderia gritar — disse Olivia lamentando a dor de cabeça produzida pelo alarme de

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incêndio.
Seus dedos se afundaram na parte superior de seu braço.
—Poderia. Mas então teria que matar alguém. Não quererá isso em sua consciência, certo?
Correto. Adorável. Os jogos mentais, obviamente, não serviriam de nada.
— Onde estão os outros ajudantes do xerife? — Perguntou ela, tratando de manter seu
pânico em um aborrecido rugido.
— Há uma comoção abaixo. Ao que parece, um homem na sala de emergência começou a
criar uma cena e a segurança do hospital estava tendo problemas para dirigi-lo. — Sacudiu a
cabeça. — Os malditos policiais de aluguel valem uma merda.
Olivia quase soltou bufou de desgosto.
— Pensei que você foi um policial de aluguel.
Ela não viu sua expressão, mas o agarre cruel de sua mão esquerda ao redor de seu braço
doeu.
—Você é uma moça descarada, não?
Perseguidor. Quis dar um chute nas bolas.
Um momento depois, uma enfermeira se lançou para eles pelo balcão da entrada.
— Ah, bem. Estávamos a ponto de ir te buscar.
— A tenho. Iremos pelas escadas. — Compton seguiu seu caminho.
Olivia considerou pedir ajuda aos gritos entre a multidão da gente lá embaixo, de uma
maneira ordenada e antiga. Mas, o que aconteceria se Hamilton começava a disparar nas pessoas em
represália? Não podia correr esse risco. Os batimentos cardíacos de Olivia soavam como um tambor
em seu peito, e seu pulso vibrava em suas têmporas. Sua respiração estava entrecortada, uma dor
que não cedia enquanto Hamilton a arrastava para o oco da escada.
Abriu a porta da escada e deu uma cotovelada diante dele e através da porta.
— Aonde me leva? — Perguntou ela, consciente de que soava como uma fala de um filme
ruim. Desejava conhecer essa resposta?
— Já verá.
Sua atitude pedante, carente de emoção a surpreendeu. Esse homem queria machucar Trey
e a aqueles que importavam pra ele, entretanto, a atitude de Hamilton Compton dizia algo diferente.
Talvez tivesse frios, escuros lugares em sua alma que tinha escondido durante décadas. Se tiver
sorte, não descobriria o porão de sua personalidade.
Fala com ele. Faça-o ver que é humano.
— Senhor Compton, não quer me machucar.

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As escadas sob seus pés ressonaram, fazendo eco no metal.


— Sim, quero.
— Não te fiz nada.
— Não me importa. É um dano colateral.
— Por que odeia tanto Trey? Ele estava fazendo seu trabalho. Não quis matar seu irmão.
Seu irmão não deu nenhuma opção à polícia.
Hamilton deteve seu passo, com seus olhos brilhando com uma repentina fúria.
Raios. Disse algo incorreto.
— Sinto muito. Isso foi insensível de minha parte. Você não vê as coisas dessa forma.
Como acredita que deveria ter ido tudo?
Ele fechou os olhos pelo que pareceu uma eternidade, mas deve ter sido uma piscada.
— Todo o sistema de merda está corrupto. Eu era Ajudante do Xerife. Vi como operavam.
Conheço os jogos políticos e a forma em que algumas pessoas são promovidas antes dos outros
injustamente.
— É isso o que te passou? Não conseguiu uma promoção?
— Não, promoveram-me. Depois que fiz algumas coisas desagradáveis. Uma merda
realmente má.
—Está bem. Se o Departamento do Xerife está corrupto, isto tem algo a ver com a morte
de seu irmão?
Ele piscou de novo, desta vez com rapidez, como se tivesse algo em seus olhos.
— Sim. Tem.
— Diga-me como.
Mantenha-o falando.
A humanidade piscou em seus olhos, com o metal frio abrandando um pouco. Bem.
— Seu namorado foi promovido por cima de mim, e eu tinha estado com o Departamento
do Xerife mais que ele. — Cravou em seu peito seu polegar. — Ainda sou um maldito sargento, e
ele está a ponto de ser promovido a tenente.
Enquanto ela não tinha prestado muita atenção às patentes, tinha escutado que se referiam
a Trey como sargento MacGilvary, mas seu irmão Craig era também um sargento, Mick era tenente,
e seu bom amigo Dace era um tenente a caminho a ser Capitão.
— Já vejo. — Ela não o fazia, mas se o mantinha falando, talvez o fizesse—. Conta mais.
— Os irmãos MacGilvary são tão corruptos como podem. Influíram nos poderes como
puderam para me manter fora da equipe SWAT.

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— Sinto que não tenha sido selecionado.


Ele bufou.
— Correto. Está a ponto de senti-lo como o inferno. Vamos, está tentando me distrair. —
Uma vez mais, seus dedos se esticaram, e ela ofegou ante a dor—. Isto não é um jogo, senhorita
Scott. Não pode me manipular. Não pode me dissuadir disto. Resigne-se.
Frias, permanentes e decididas, suas palavras a cortaram como uma adaga.
Uma porta se abriu perto deles, e uma mulher com o cabelo emaranhado de cor vermelha e
um olhar frenético nos olhos os encontrou. Só o agarre de Hamilton evitou que Olivia se dirigisse
escada abaixo. A outra mulher ficou sem fôlego, tropeçou e caiu direto no seguinte nível das
escadas, gritando enquanto caía.
Olivia se sacudiu no agarre do homem enquanto a ruiva aterrissava em um montão
enrugado.
— Deixe-me ir! Tenho que ajudá-la.
—Não. — Ele a colocou pela porta seguinte.
— O que? — Ela abriu a boca para lhe perguntar, afundando seus pés enquanto lutava com
seus dedos. — Há um incêndio! Que...
— Tolices. Não há um incêndio. Acionei o alarme de incêndios e joguei um cigarro em
uma lixeira para começar a criar um pouco de fumaça. Nada importante. Iremos por este andar à
parte de trás da escada e desceremos até o estacionamento. Pegaremos meu carro.
Ela tropeçou, perdida por uma resposta, por uma maneira de escapar dessa situação.
Tubos fluorescentes no teto fizeram com que doesse sua cabeça, brilhando ao longo das
paredes de cor creme como um sol ofuscante. Com uma claridade tão branca como essas luzes,
sabia que seu destino dependia do que fizesse nesse mesmo momento. Deteve-se, atirando contra
seu agarre até que escapou.
Tremendo, assustada além de tudo, ela disse:
— Dá no mesmo que me mate aqui. Não irei a nenhuma parte com você.
Ela não esperava seu sorriso, assim quando chegou seu efeito gelado a cortou como um
serrote.
— Não tenho que te matar aqui ou agora mesmo.
Seu punho saiu e bateu um lado de sua cabeça, e dissolveu seu mundo em estrelas
brilhantes e negras como a meia-noite.

*****
A cabeça de Olivia pulsava de novo. Pelo menos o alarme de incêndios não tocava.

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Doía seu corpo de extremo a extremo, e ouvia coisas a seu redor que não formavam um
conjunto coerente. Sirenes à distância. Soando como os tubos velhos que não funcionavam, também
um rugido. Por outro lado, sentia-se tão doente que não se importava. Jazia sobre alguma superfície
suave. Gemeu. Lutou por abrir os olhos, perguntando-se o que poderia estar acontecendo.
— Não se mova — disse uma voz profunda, e logo recordou o que, onde e como estava
com uma claridade arrepiante.
Hamilton Compton a tinha como prisioneira. Por que não terminava por matá-la?
Obedeceu, mas abriu os olhos. Por sorte, a habitação não era brilhante. Uma sólida dor em
sua mandíbula a golpeou. A ira bombeou em seu sangue, mas recordou não perder o controle.
Compton se aproximou dela, com as mãos nos quadris e com uma firme fachada, uma vez mais
carente de emoções.
Ela se deu conta de que estava deitada sobre uma mesa de exame em uma pequena sala.
Luz marginal se filtrava em torno das persianas de uma pequena janela. A sala cheirava
ligeiramente a antisséptico.
Ela olhou seu relógio. Ao redor de trinta minutos haviam passado desde que a tinha
sequestrado.
— O que está passando?
— Tem-me feito perder os estribos, e isso não é algo bom. — Ele se inclinou, pondo suas
mãos em cada lado dela, e inclinando-se em seu rosto—. Não trate de melhorar as coisas. Não trate
de falar comigo, como se me entendesse. Nem sequer é deste país. Não pode entender um caralho.
Ela teria assentido, mas sua cabeça pulsava muito.
— O que passará agora?
Ele se dirigiu à única janela e apareceu entre as cortinas. Voltando-se de novo rapidamente.
— Seu namorado e sua equipe SWAT provavelmente estarão em busca de você agora
mesmo.
Deus, espero que sim.
— O que pensa fazer? —perguntou ela.
— Não podemos ir pela porta traseira. O estacionamento se encontra rodeado pela polícia.
Os bombeiros vão examinar andar por andar. Levará algum tempo. Assim que se acalmem, veremos
o que acontece.
— Se o lugar está cheio de policiais, como nós escaparemos?
Ele desabotoou a capa da pistola, tirou sua arma e a preparou.
— Quem disse algo a respeito de nós?

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*****
Trey falou por rádio com o comandante Harris Jefferson e o manteve informado.
—Um andar mais para revistar.
A comunicação que ia de ida e volta pela rádio, dizia a Trey que nenhum dos outros
oficiais procurando no hospital tinha localizado Olivia. Seu coração se apertou enquanto o suor
aparecia sua testa.
Onde ela estaria?
Logo que ele tinha entrado em seu quarto e viu que se foi, esperava encontrá-la no exterior.
Tinha recebido a ordem de sair do edifício enquanto os bombeiros se asseguravam de que tudo
estivesse seguro.
Trey não tinha nenhuma prova, entretanto, de que ela não tinha evacuado. Correu para
fora, mas uma olhada no estacionamento demonstrou que não o tinha feito.
O medo o golpeou com toda sua força.
Hamilton Compton poderia tê-la.
Não sabia como nem quando, mas a suspeita não o deixava.
Agora que o hospital tinha sido esvaziado e os bombeiros invadiam a zona para determinar
uma possível causa para o alarme, Trey tinha a sensação de que sairiam com as mãos vazias. Seu
comandante tinha permitido a ele e a dois outros oficiais entrar no edifício em busca de Olivia. A
força da lei se asseguraria de que nenhum carro saísse da cena. Todo o tempo que essa lenta
operação avançava, Trey apertou os dentes, mal sendo capaz de evitar. Queria insubordinar-se, com
seu interior turvando-se como um vulcão a ponto de expulsar lava. Se Compton tinha a Olivia, só
Deus sabia o que o idiota faria com ela... ou já tinha feito.
Já vou, querida. Aguenta.
Trey continuou para baixo até o seguinte corredor, com cuidado a cada passo, com sua
arma na mão.
Trey não encontrou nada até que chegou ao segundo andar e viu um braço pendurando
sobre outro em um dos descansos no caminho. O alarme correu por ele até que se deu conta de que
as unhas longas de cor vermelha sangue não pertenciam a Olivia. Seu coração pulsou de novo, mas
se lançou ao patamar das escadas para verificar o estado da mulher. Uma revisão rápida da mulher
mostrou que tinha o pulso fraco. Chamou por rádio aos paramédicos, mas não a moveu. Não podia
ver nenhum sinal de lesão externa, mas se a mulher tinha caído pelas escadas, as lesões graves
poderiam muito bem estar escondidas. Estava mordendo as unhas para localizar Olivia, mas não
poderia viver consigo mesmo se deixava à mulher só nesse oco da fria, escura escada. Felizmente,

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os paramédicos responderam rapidamente. Correram o resto dos degraus até o segundo andar.
Luzes fluorescentes piscaram pelo longo corredor. Um telefone tocou em algum lugar, um som
irritante que continuava e continuava. Além do telefone, o silêncio insistente dava um ar misterioso
ao hospital.
Subtraiu importância à comparação com um filme de terror, onde escondiam um louco em
todos os lugares preparado para cortá-los.
Sim. Que imagem.
Não necessitava esse tipo de merda saturando sua cabeça, causando uma ansiedade
estranha enquanto procurava Olivia. De fato, nunca experimentou pensamentos ridículos ao azar
como esses durante um trabalho anteriormente. Sabia de onde vinham... Mick tinha advertido que
quando sua mulher estava em apuros todas as boas intenções de obedecer as ordens estavam em
perigo. Mas sabia que não devia fazer nenhuma idiotice. Do contrário, seria muito fácil piorar as
coisas. O suor alagou sua testa.
Revisou cada porta, cada quarto e não encontrou nada.
Maldição, Olivia, onde está?
Não entraria em pânico, apesar de que estava malditamente tentado a fazê-lo. Cada
segundo perdido significava que Olivia podia estar machucada ou algo pior. O pensamento o levou
a se apressar.
Umas vozes detiveram Trey.
Que demônios?
Duas vozes que pertenciam a um homem e uma mulher ecoavam em algum lugar atrás de
uma porta fechada nesse mesmo corredor.

*****
A arma de Compton era grande e condenadamente ameaçadora enquanto apontava.
Por favor. Por favor. Ajude-me. OH, Deus.
Olivia não sabia se orar a ajudaria, mas agora sabia que a única pessoa em quem podia
confiar era em si mesma. Esperava que Trey a encontrasse, mas esse era um grande edifício. Não
havia nenhuma garantia.
Seu coração pulsava forte em seus ouvidos, seu corpo estremecia em reação. Não morreria
dessa forma. Nem em um milhão de anos.
— MacGilvary tem que estar suando agora. — Disse Compton, com um sorriso gelado
progressivo em seu rosto.
— Bem, está errado. Rompemos antes de tudo isto começar. Assim que sequestrou à

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pessoa errada para se vingar de Trey.


Compton a fulminou com o olhar.
— O que?
Ela engoliu, com sua boca secando.
— Trey e eu não estamos juntos. Se me mata não significará nada para ele.
O triunfo apareceu enquanto ela via um flash de dúvida através de seus olhos.
— Sim, claro.
— Não estou mentindo — adicionou ela com desprezo em sua voz. — É um estúpido, na
verdade. Não tenho o costume de sair com policiais musculosos e grandes, com a cabeça embotada.
— Como eu?
— Prefiro aos homens intelectuais. Aos homens que estão interessados na arte e na cultura.
— Suavizou sua voz. — Olhe, só me deixe sair disto e vá extrair tudo o que pensa que é necessário
para se vingar de MacGilvary. Só quero sair deste lugar e estar de volta em casa onde nenhum
homem tem uma arma.
Ele soltou uma gargalhada.
— Quem é? Uma dessas estúpidas cadelas que pensam que deveríamos proibir as armas?
Joga com ele. Ganha tempo.
— Não me importa em nada o que façam os americanos com suas armas. Simplesmente
não as quero ao meu redor.
A confusão piscou em seus frios olhos, mas logo ocultou.
— Muito tarde. Está afundada até os joelhos nisto. — Uma nova emoção, talvez de
desafio, estendeu-se em seus olhos. A brincadeira substituiu à insolência. — Por que não morreu na
explosão?
— Tive sorte, suponho.
— A explosão não foi o suficientemente grande. Danifiquei a bomba.
O fato de que falasse com tal desprezo a surpreendeu. Talvez sua arrogância externa
mascarasse uma grave falta de ego. Ela permaneceu em silêncio, sem saber o que dizer.
Vamos, Olivia. Pensa em algo. Em algo para que continue falando.
Antes que pudesse rogar por sua vida ou pensar em algo que pudesse influir no Compton, a
porta abriu com um golpe tremendo. Ela ofegou e ficou direita em posição vertical.
Compton se voltou, com sua arma para a porta. Trey estava ali, com arma apontada para
Compton.
Ela gritou uma advertência a Trey enquanto dois disparos enchiam a sala.

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Seus olhos se fecharam, o horror obstruiu sua garganta. Poderia ter gritado. Não sabia.
— Oh, Deus — ofegou ela.
— Olivia? — A pergunta áspera de Trey a fez abrir os olhos, agradecida, mas com medo
do que veria.
Enquanto abria os olhos, Trey correu para ela. Impulsionada pelo alívio, ela deslizou da
mesa de exame e se precipitou em seus braços. Tudo aconteceu em uma confusão, em um matagal
de emoções que ricocheteavam em seu interior enquanto seu poderoso braço a rodeava e atraía
Olivia para seu peito. Ela afundou a cabeça em seu ombro, e o rádio em seu ombro falou, mas ela
não ouviu o que disse.
Ela se afastou o suficiente para sentir o alívio e o medo ainda em seus olhos, mais duro e
surpreendente do que podia ter imaginado.
— Jesus, Olivia. Quando me dei conta de que tinha desaparecido...
Ela viu incerteza, talvez desespero em seus olhos... não sabia.
Segundos depois, e sem mais preâmbulos, sua boca encontrou a dela.
Agradecida e surpreendida, ela estremeceu sob seu beijo.
Quando ele se retirou, ela se atreveu a olhar ao corpo não longe da porta. Pela surpresa nos
olhos sem fechar do Compton, soube que o homem tinha morrido imediatamente.
— Pensei que ele... Não pensei que conseguiria, e logo, quando chegou e disparou…
— Sei. — Tirou o cabelo de seu ombro. — Sei. Ele machucou você?
— Sim. Mas estou bem. — Deu um sorriso fraco, e logo as lágrimas saíram de seus olhos.
Ele lançou um suspiro, um que estava quebrado, e Olivia viu lágrimas nos olhos de Trey
antes que a beijasse na testa e dissesse:
— Vamos sair daqui.
E a levou longe da morte.

*****
— Agora, esse não é um bom espetáculo? — Olivia tratou de falar com sotaque americano,
enquanto entrava na sala da casa da mãe do Trey, Arlene, uma noite.
Reunidos no sofá e em cadeiras ao redor da crepitante chaminé, Arlene, Mick, Celeste,
Dace, Mary, Edie, Craig, Kelso e sua esposa Irene olharam fixamente a ela e ao Trey espectadores.
Também na sala, Maddie estava sentada em sua cadeira de rodas, com um enorme sorriso em seu
rosto.
Com Trey junto à Olivia, e com a brincadeira alegre as saudações seguiram, e a ela não se
importou que seu sotaque americano fedia.

240
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— Isso esteve horrível, não? — Perguntou Olivia enquanto Trey a ajudava a tirar o casaco.
Um coro de “Não está mau”, soou... e outro de “boa tentativa” , a fez rir. — Graças a todo mundo,
mas são todos uns malditos mentirosos.
A risada encheu a sala, e Olivia não pôde lembrar da última vez que se sentiu tão bem
assim. Tão segura. Enquanto se acomodavam em duas cadeiras adicionais na sala, ela soube que a
segurança provinha dos bons amigos que tinha encontrado nessa pequena comunidade americana.
Em pouco tempo a conversa na sala foi ruidosa e barulhenta, com brincadeiras e bom
caráter, e adorou isso. O vinho corria, e depois de uns minutos, Mick disse que tinha um discurso
que fazer.
Mick se levantou e elevou sua taça de vinho branco.
— Quero fazer um brinde e um anúncio. O primeiro anúncio é que Celeste e eu por fim
marcamos uma data para o casamento. — Uma ronda de vivas e aplausos se elevou.
Celeste elevou a mão para responder algumas das perguntas com gestos.
— Será em maio do próximo ano. —Uns poucos gemidos seguiram. Celeste elevou a mão.
— Agora, agora, necessita-se um pouco de tempo para organizar um grande casamento. Esta terá
todos os detalhes, incluindo uma grande recepção. Isso requer planejamento.
Uma semana passou desde que Trey tinha disparado ao segundo irmão Compton, e com as
consultas e os trâmites burocráticos e todo o resto que concernia à investigação de Compton, o clã
MacGilvary encontrou pouco que celebrar. Esta era uma boa notícia.
Celeste continuou.
— Minha boa amiga Leigh Strong, que trabalha como organizadora de casamentos, me
ajudará.
Mick levantou um olhar para o sabichão de Craig.
— Lembra-se dela, não?
Craig grunhiu, dando a seu irmão um 'mortal' olhar.
— Sim.
Olivia sorriu. Pergunto-me o que é tudo isso? Há uma história aí.
Mick limpou garganta e sorriu.
— Em segundo lugar, quero felicitar Olivia por sua recente promoção.
Outra ronda sólida de vivas e aplausos seguiram, enquanto Olivia ruborizava e começava a
rir.
— É só temporário até que Cynthia se recupere de sua… situação mental.
Mary soprou com suavidade.

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Coração Justiceiro 3

— Me surpreenderá que retorne. Não disse que os médicos pensam que é um colapso
completo?
— Possivelmente — disse Olivia. — Mas não estou certa de retornar à biblioteca.
A jovialidade diminuiu com seu comunicado.
Edie, que estava sentada à esquerda de Olivia, pegou sua mão.
— Oh, querida, não voltará para a Inglaterra, verdade?
O olhar de Olivia viajou a Trey, com seu coração retorcendo-se em seu interior ao pensar
em voltar para a Inglaterra logo. À medida que a semana tinha progredido e Olivia passou o tempo
com seus próprios pensamentos em seu apartamento, tinha decidido que devia sair dos EUA. Não
acreditava poder aguentar um minuto estando com Trey sabendo que sua relação não podia ir mais
longe. Depois do incidente do hospital, Trey a tratou com luvas de seda. Ficou no hospital uma
noite mais, e logo insistiu que fosse pra casa. Depois Trey tinha estado muito ocupado, e ela
necessitou tempo para pensar e recuperar-se. Havia passado muito tempo com Maddie. Via-a todos
os dias, beijava-a brandamente como se ela pudesse se romper. Entretanto, manteve-se muito
distante. Mais distante de uma maneira em que ela não entendia. Não tinha tratado de fazer o amor
com ela, e seu distanciamento a impedia de tentar fazer amor com ele.
Mais que tudo, ela tratou de fingir que seu coração não estava rompendo-se em um milhão
de pedaços. Depois de tudo, Trey se preocupava com ela, mas não a amava, e ela se deu conta que
se apaixonou por ele.
Olivia se deu conta de que todos estavam olhando-a de forma inesperada.
— Sim. Voltarei para a Inglaterra assim que conseguir.
Um coro de “não” subiu, junto com exclamações de dissidência. Ela jogou uma olhada a
Trey e viu surpresa pura e outra emoção turbulenta que não pôde definir brilhando em seus olhos.
Trey pegou sua outra mão e disse:
— Posso falar com você em particular, Olivia?
Consciente da curiosidade ao seu redor, perguntou-se o que Trey teria na manga.
À medida que a levava para fora, a conversa voltou na sala de estar.
— Aonde vamos? — Perguntou ela enquanto deixava seu copo sobre a mesa da cozinha.
Puxou-a brandamente pelas portas corrediças de vidro ao pátio traseiro.
A noite estava fria, mas não congelante, e ela esteve agradecida.
— Está tentando congelar meu traseiro, senhor?
Fora de curiosos olhares, seus braços a rodearam e emoldurou o traseiro.
— De maneira nenhuma. É um delicioso e maravilhoso traseiro.

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Ela se retorceu e sorriu enquanto a sensação fazia seu coração bater rapidamente.
— Obrigada, mas faz frio aqui fora.
— Bem. Então, não terá muita oportunidade de dizer não antes que tenhamos que ir pra
dentro ou sofrer hipotermia.
— Dizer não sobre o quê?
Não havia humor em seus olhos.
— Não pode ir.
— O que? Por quê? —Uma pequena faísca de esperança brilhou em seu coração.
— Não pode ir.
— Já disse isso. Por que não posso ir embora dos EUA?
— As pessoas daqui sentirão sua falta.
As lágrimas brotaram de seus olhos.
— As pessoas?
Ela deslizou de seus braços de um puxão e deu as costas pra ele, olhando à escuridão.
Deus, por que não acaba de expressar suas emoções? Dizer-me o que realmente sente.
Talvez não sente o que quer que sinta, Olivia.
Suas mãos cobriram seus ombros, levando-a de volta ao seu corpo duro.
Seus braços rodearam sua cintura enquanto a mantinha perto.
— Estou complicando isto, não?
— Trey MacGilvary, não tenho ideia do que está fazendo.
Ele acariciou seu ouvido, e o calor disparou nela.
— Não pode ir porque se o fizer...
— Sim? — Sua pergunta soou sem fôlego com o sotaque próprio de uma estrangeira a seus
ouvidos, como se alguém mais tivesse falado. — Por que se importa? Sabia que só estaria aqui um
ano.
— Mas só esteve aqui seis meses.
— E? Não há nada aqui para mim agora.
Seu quente fôlego soprou em seu ouvido enquanto a beijava na orelha, e ela estremeceu
todo o caminho até seus dedos dos pés.
— Não vá.
Frustrada, soltou-se de seus braços e se virou para ele. Ela se abraçou pelo frio mais mental
que físico.
— Não posso ficar, Trey.

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Ele pôs suas mãos em alto, com todos os jogos deixando seus olhos, sendo substituídos
pelo desespero.
— Deus, Olivia. Quando... quando esse edifício explodiu e pensei que estava nele... deu-
me um maldito medo ter te perdido. Então, quando foi raptada por Compton, e sabia o que podia te
fazer, assustei-me. E agora, quando disse que ia, percebi outra coisa.
Com o coração na garganta, ela conseguiu sussurrar:
— O que?
Ele pegou suas mãos entre as suas e logo se abaixou sobre um joelho. O coração saltou a
sua garganta. Isto não pode ser... ele não ia...
Apesar da escuridão, a lua cheia iluminava a zona, e ela pôde ver seu meio sorriso com
claridade.
—Fui um idiota. Tentei me pôr em guarda para não me machucar. Contra o amor. Toda a
semana tentei dizer a mim mesmo que necessito tempo, que não ia deixar me levar por algo. Mas te
amo, Olivia, mais que a tudo na terra. Porque me conheceu teve um mundo de problemas. E ainda
assim não saiu fugindo nem gritando. —Seu sorriso se tornou mais amplo—. Quando quase te
perco... Deus, não posso começar a descrever o medo que senti. Mudou-me, ratinha. Mostrou-me
um mundo novo. Casará comigo?
As lágrimas encheram seus olhos e se derramaram. Ela riu e o puxou para cima para
abraçá-lo.
— Sim. Sim. Te amo, também.
Vários beijos profundos e quentes depois, separaram-se e, entretanto ficaram nos braços
um do outro.
—Falo sério, Olivia. Aprendi muito de mim mesmo desde que a conheci.
Ela suspirou.
— Eu aprendi muito, também. Talvez o destino me trouxe para os Estados Unidos para te
encontrar, e estou muito contente de tê-lo feito. Não há nenhuma parte em que prefira estar mais
que com você.
Ele passou os dedos por seu cabelo, com seu toque erótico e tenro.
— O que seja que acontecer na minha vida depois, te abraçarei a cada segundo dela.

*****
Trey olhou a sua bela ratinha inglesa e quis girá-la em seus braços e que sua alma cantasse,
com seu amor explosivo por ela. Mas isso teria que esperar até mais tarde.
— Teria comprado um anel, mas quero que você o escolha.

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Ela sorriu.
— Isso foi muito atencioso.
— Só o melhor para você, pequena ratinha. — Ele franziu o cenho. — Sinto. Você não
gostava desse nome antes.
O sorriso de Olivia se alargou quando ela apertou seus braços ao redor de seus ombros.
— Eu adoro. Houve um tempo em que pensei que nunca o escutaria de novo.
— Houve um tempo em que pensei que nunca chegaria a dizê-lo de novo.
Uma contemplação silenciosa se apoderou deles, embora só fosse por um momento,
recordando ao que nas seguintes semanas teriam que fazer frente. Entretanto, Trey sabia que
poderia dirigi-lo, sem importar o que viesse.
Seu bonito sorriso, resplandecente pela lua, mantinha a raia o frio.
— Tenho a intenção de aprender algo novo de agora em diante. Como a forma de falar
com um decente sotaque americano. Estou realmente interessada nisso.
Ele começou a rir.
— Por quê?
— Por diversão. Pelo prazer de fazê-lo. Terei mais diversão com mais frequência. E você?
— Malditamente certo — disse ele. — Entremos e façamos o anúncio de que estamos
comprometidos.
Ah, Deus, gostava do som disso.
— Espera. — Ela o atraiu mais perto. — Selaremos com um beijo mais, certo?
E com o pior sotaque inglês que alguma vez tinha tentado, ele disse:
— Muito bem, ratinha. Muito bem.

FIM

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