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Blessed — Sorrows
Madison Beer -- Society
Lizzo—Truth Hurts
Billie Eillish—Lovely
J Cole—Work Out
Lana Del Rey—Art Deco
Billie Eillish—When The Party’s Over
Boogie—Silent Ride
XXXTENTACION—Moonlight
NF--Lie
Gabbie Hanna—Broken Girls
J Cole—Power Trip
Rayla—Boys Like You
Boogie/Eminem—Rainy Days
Halsey—Colors
Meg Myers--Tourniquet
2Pac—Do For Love
Camilla Cabello—Find U Again
Halsey—11 Minutes
The Neighborhood—Scary Love
Jutes—Pretty When U Cry 6
Ally Hills—Wrong
Carlie Hanson--Numb
Meg Myers—Running Up That Hill
Pink—90 Days
YAS—Poison
BANKS—27 Hours
Amy Shark—Middle of the Night
Ivan B—1234
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A-m-o-r.
Eu tinha essa palavra poderosa de quatro letras como uma simples
ciência.
O amor era cego.
Ele era egoísta.
E fez de tolos os melhores de nós.
Depois de ver as pessoas ao meu redor, eu estava confiante de que
minha teoria estava correta. É aí que todos meus problemas começaram.
Veja bem, houve um pequeno problema com minha hipótese.
Eu nunca a testei.
Como resultado, eu fiquei profundamente ignorante de todos os
assuntos do coração. Eu não era uma estranha com relacionamentos.
Simplesmente não conheci ninguém que me deu essas borboletas
prolíficas.
Sabe? As que as pessoas cantam em canções de amor
ou escrevem em poesia? Ninguém me impactou a tal
ponto que pensei nelas enquanto estava deitada na
cama no meio da noite. Eu nunca desejei alguém ao
ponto da dependência.
Até ele. 11
Rhett “Maldito” Sullivan.
Ele entrou na minha vida como uma bola de demolição, destruindo
todas as defesas que tinha. E, ironicamente, mas não
surpreendentemente, essa história é sobre essa infame palavra de quatro
letras e a tragédia que ela pode outorgar. Descobrir o quanto bonito um
amor maníaco pode ser. Sabendo como é ter uma faca de dois gumes
entre as minhas costelas. A causa de tanta dor e tanta alegria. Ambas na
mesma medida.
Que isso é um acidente de carro que você não consegue desviar o
olhar quando sabe que deveria.
No entanto, não culpo você, porque eu não posso prometer que um
felizes para sempre estará esperando no final.
Não quando Rhett e eu éramos duas pessoas que nunca deveríamos
nos unir.
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3 Memento mori: uma expressão latina que significa algo como "lembre-se
de que você é mortal", "lembre-se de que você vai morrer" ou traduzido
literalmente como "lembre-se da morte". Esta expressão era a saudação
usada pelos paulianos "Eremitas de Santo Paulo da França", também
conhecidos como "Irmãos da Morte".
— Não sinta. Você é linda, como eu posso não estar lisonjeado por
você gostar de mim?
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Seu tom era provocante. Eu ousei dizer que era de flerte mesmo. Eu
não conseguia me lembrar da última vez que tive um flerte. A maioria
dos caras sabia que nunca chegaria a lugar algum comigo, então eles não
se incomodaram.
Eu não era virgem e, muito longe de uma puritana, simplesmente
não deixava minha vagina passar por aí como uma batata quente.
Os olhos do homem misterioso vagaram para baixo, brilhando de
volta para os meus quando chegou onde os meus mamilos estavam
cutucando meu top com o olhar em seu rosto, que não consegui decifrar.
Sinceramente, estava assustada com o que eu queria. Eu já tinha visto
caras gostosos antes, admito que nenhum deles se pareciam com ele.
Mas eu nunca senti nada por meramente estar na presença deles e não
daria a mínima com o que eles podiam ou não estar pensando.
Como se sentisse meu desconforto, ele recuou um pouco. Não longe
o suficiente para colocar um grande espaço entre nós, mas eu apreciei o
sentimento.
— Então, que tipo? – perguntei a Em, tentando me focar.
— Você decide.
Encolhi os ombros e peguei uma garrafa prateada de Patron4, então
pensei sobre isso e estendi a mão por um segundo.
Se consumirmos tanto quanto previa, eu precisaria ter outra assim
que elas fossem embora. Depois dos olhares que ela e Annika me deram
mais cedo, provavelmente não era sensato pegar quantas
garrafas eu pudesse. Uma extra teria que bastar, por
enquanto.
Seu celular vibrou pela sexta vez em dez minutos. Eu a encarei por
trás da borda do meu copo, chupando ruidosamente um cubo de gelo
com sabor de Tequila.
— Não me olhe assim. – Annika repreendeu.
— Que olhar?
— Aquele de traição. – Emery riu.
— Não acredito que você ficou lá e aceitou o convite.
Ela levantou uma sobrancelha. — Você está com ciúme, Nono?
— Muito ciúme. – eu revirei os olhos e coloquei minha bebida em
um porta-copo antes de me jogar no sofá.
— A propósito, vocês dois estavam se fodendo com os
olhos, estou surpresa que você não tenha conseguido o
número dele.
— Não era isso que estávamos fazendo. Tenho
certeza de que nós estávamos silenciosamente
dizendo um ao outro para ir direto para o inferno. Eu fui rude e ele foi...
– A palavra intenso surgiu na minha mente, mas dizer isso só iria
encorajá-las. Eu deixei a frase no ar.
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Annika jogou seus cabelos loiros ondulados por cima do ombro e
sentou-se mais ereta na poltrona Lay-Z-Boy5. — E você está errada. Ele
se desculpou por pegar pesado e nos convidou novamente para a festa
dele amanhã à noite.
— Primeiro, eles disseram que era uma festa de inauguração, não
uma festa. E segundo, ele está se desculpando por meio de um
intermediário?
Ela bufou e se levantou. — Nova, você não pode viver como um
maldito eremita o resto da sua vida. Você tem vinte e dois anos, não
oitenta.
— Qual desses dois você acha que é mais sábio?
— Nova!
Peguei uma das minhas almofadas e eu coloquei sobre meu rosto.
Infantil, sim. Mas era impossível fazer um som em torno dessa garota.
Eu a amava, mas se ela pudesse calar a boca ocasionalmente, eu poderia
amá-la mais. Quando ela se forçou a se sentar no pequeno espaço do
sofá ao meu lado, eu sabia que era um pensamento positivo.
— Não tente me impedir. – ela agarrou o travesseiro e jogou-o do
outro lado da sala.
— Por que você simplesmente não vai sem ela? Como você deu
todas as outras festas este ano? – Emery questionou.
— Exatamente! – eu levantei minha mão para
enfatizar a lógica de Em.
Ele olhou para o meu carro, olhando duas vezes quando percebeu de
quem era.
Até eu tive que admitir que estava curiosa para saber como era o
lugar. Ele era privado e isolado, que ninguém jamais teve permissão de
se aventurar na propriedade sem arriscar uma multa pesada.
— Em, acho que consigo usar o banheiro sozinha. Você tem seus
celulares com vocês? Vou mandar uma mensagem quando terminar. Vá
se divertir. Beba o quanto quiser.
— Tem certeza?
— Ela vai ficar bem. Vamos, você vem comigo. – Annika agarrou
seu braço e começou a conduzi-la.
Não fiquei parada para ver para onde estavam indo. Eu caminhei
para entrar na casa, direto pelas portas duplas da frente que alguém tinha
aberto. O espaço era ainda maior do que eu esperava, com tetos de cedro
tão ridiculamente altos que não conseguia me imaginar trocando as
lâmpadas.
— Nova?
Mickey era o tipo de cara com quem os pais por aqui queriam que
todas suas filhas se casassem. Ele era inteligente, bem-educado e tinha
um futuro lucrativo pela frente. Sua aparência era um bônus. Com
cachos loiros escuros, olhos azuis celestes e um corpo tonificado de anos
de futebol, ele era muito atraente.
Na noite anterior, eu disse a mim mesma que ele não era meu
tipo. Olhando para ele agora eu sabia que tinha sido a escolha certa. Ele
era diferente de tudo que eu já tinha visto em Legacy
Falls. Enigmático, com uma explosão de escuridão que
irradiava dele.
Ele estava olhando diretamente para mim, com os seus olhos ainda
mais brilhantes contra o fundo de um céu estrelado e luzes brilhantes
suaves. Eu morreria para pintá-lo assim. Engolindo, girei a tampa da
minha água, de repente precisando de outro gole. — Você me conhece?
Olhei o meu top frente única preto. As palavras cry baby estavam
escritas em meu peito na mesma cor rosa que minha saia de skatista com
pregas. Incapaz de saber se ele estava sendo sarcástico ou falando sério,
murmurei: — Obrigada.
Sua risada soou como o caos. Imediatamente isso se tornou uma das
minhas coisas favoritas.
— Eu estou bem.
— Vamos, princesa.
Ele riu de novo, mais baixo dessa vez. — Sua amiga fez isso. A
legal.
Ele tinha que estar falando sobre a Emery. Annika nunca seria
mencionada com essas palavras. Sua mão se ergueu mais alto em uma
segunda oferta. Suspirei e peguei o baseado, levando-o aos lábios.
Querendo ir embora antes que ele voltasse por vários motivos, olhei
para o grupo ainda de pé a alguns metros de distância. Escolhendo um
dos três, fui até o cara com muito gel no cabelo e bati em seu ombro.
Eu fingi pensar sobre isso por um minuto antes de passar por ela e
concordar. — Eu irei se você lavar sua bunda primeiro.
— Vai me contar o que aconteceu agora? Você sabe que aquele cara
Callum basicamente carregou você para o meu carro?
Sua cabeça balançava para cima e para baixo. — Eu fiz. Bem, nós
fizemos. Na parte dos fundos da casa.
Não.
Ela se inclinou tanto para frente que seu cabelo quase caiu em seus
ovos.
Que se foda. Por que não contar a eles? Era melhor revelar isso
abertamente de qualquer forma.
— Pamela não ligou para a filha quando chegou ontem à noite. Ela
viajou alguns dias atrás para visitar seus netos. Ela também não ligou
esta manhã. Quando a filha não conseguiu falar com o pai, ela nos
chamou. Acabei de sair de lá. Ambos se foram.
— Quero dizer, que estão com o bom senhor agora, querida. Foram
pegos em uma invasão domiciliar.
Ele virou a cabeça e olhou para mim. A lente que cobre seus olhos
não é forte o suficiente para encontrar a intensidade de seu olhar.
Esse cara tinha muita coragem. Isso não tinha nada a ver
com ele.
Eu nem tinha pensado nele quando saí de lá. — Lamento ser eu a te
dizer, mas o mundo não gira em torno de você, Rhett.
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— O seu sim.
— Ah, meu Deus! – eu ri. — Você não pode estar falando sério.
Nenhuma palavra foi dita entre nós até que tivéssemos nos afastado
uma distância razoável de minha comunidade habitacional. Eu não me
importei, já que estava curtindo a simplicidade do passeio, vendo o
mundo passar ao nosso redor. Sua risada repentina é o que quebrou o
silêncio.
— Você.
— Eu?
— Definitivamente é.
Outra risada escapou da minha boca. Que idiota presunçoso. Ele fez
uma curva fechada à direita, fazendo com que os pneus cantassem e o
cheiro de sua colônia me atingisse. O cheiro estava começando a
aumentar.
Ouvi a água caindo, ficando mais alta quanto mais perto nós
chegávamos ao alto do pico, onde uma área de estacionamento
esperava. Os pássaros cantavam alegremente em algum lugar acima dos
pinheiros.
Era por isso que havia uma tatuagem vermelha em negrito no meu
pé, que doía como um filho da puta, outra no meu quadril e uma terceira
escondida dentro da grande cruz pintada nas minhas costas.
— Ah. Essa é uma resposta melhor do que você dizendo que estava
me perseguindo. Embora você saiba onde eu moro de alguma forma.
Rhett Sullivan.
Quando ele não disse algo tão estúpido como Sinto muito por sua
perda, soltei um suspiro de alívio. O número surpreendente de pessoas
que me ofereceram condolências sem sentido foi alucinante. Pior era ser
perguntada se eu estava bem.
Como diabos eu poderia estar bem? Eles sabiam que os meus pais
estavam mortos, o como e o porquê. Eles sabiam que eu fui deixada
completamente sozinha. Eu sabia que aos vinte e dois anos eu deveria
ser adulta e independente.
— OK.
— Você me quer.
— Sim…? – Isso saiu mais como uma pergunta, mas isso foi
confirmação suficiente para ele.
— Nova. – ele disse o meu nome com uma gentileza que ainda
transmitia o comando abaixo disso.
— Não assim. – ele afirmou, com sua voz suave soando quase tão
normal como de costume, exceto por um ligeiro som áspero. Puxei meu
vestido de volta para baixo para esconder a umidade crescente que se
reuniu entre as minhas pernas.
— Posso ver que você está pensando muito nisso. – ele riu baixinho
e me ofereceu a mão. — Não se preocupe, meu pau preencherá todos
os buracos fodíveis que você tem, mas vou alimentá-la primeiro.
— Você não tem que dizer nada. Basta comer a comida e abrir as
pernas. Se você for capaz de falar depois disso, eu não te fodi do jeito
que você merecia ser fodida.
Quando Rhett disse que me levaria para casa, ele estava sendo
literal.
Mas antes de voltar para sua propriedade isolada, tivemos que
dirigir pela cidade. O hotel Westfield ficava de um lado do lago e o pico
do outro, o que me fez pensar.
— A cabana é mais uma propriedade de verão. Então, por quanto
tempo você ficará aqui? – perguntei, apoiando meu cotovelo na janela.
— Até o início de Setembro.
Fiz as contas na minha cabeça. Voltei duas semanas após o quatro
de Julho, três semanas atrás agora. Esse tempo voaria. Por um lado, me
garantia que tudo seria sobre sexo. Por outro lado, era tudo sobre sexo.
Essa foi boa.
Eu o sentia olhando para mim de vez em quando,
mas a minha atenção oscilava entre o meu celular e a
cidade que passava. Seu carro estava fazendo um
bom trabalho em chamar a atenção para nós. Com as janelas abertas,
todos tinham uma visão clara de quem estava dentro.
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— Gio está bem?
— Sim…
— Você não parece tão certa disso.
— Não está tudo bem. Você não encontrará pizza melhor em
nenhum outro lugar. Mas atenção. É um ponto de encontro popular e
quando você chegar lá comigo no carro. Bem, tenho certeza de que você
pode juntar as peças desse cenário.
— Eu sei que tipo de lugar é.
Já que eu estava aprendendo rapidamente que sua inflexão vocal
raramente mudava, não importa o humor em que ele estava, considerei
que o aperto de suas mãos em torno do volante significava que eu o
deixaria chateado. Confirmando isso quando ele estendeu a mão e
desligou o rádio.
Se não fosse pelo ronronar do motor do Hellcat, eu tinha certeza de
que seria capaz de ouvir um alfinete cair do outro lado da rua. Claro, que
ele sabia que tipo de lugar era o Gio. A maioria das pessoas não se
barricaram dentro de suas casas, apenas saindo para reabastecer o seu
estoque de bebidas alcoólicas.
Tive sorte de meu hábito não ter sido descoberto. A fachada dos
anos de ensino médio ainda em vigor, todos pensavam que eu não era
nada mais do que uma doce eremita que preferia seu estúdio de arte às
pessoas, o que era parcialmente verdade.
— Há algo de errado com você, Nova?
Pela segunda vez naquele dia, ele me pegou
desprevenida. Sim, certamente havia algo de errado
comigo, mas não estava disposta a contar meus pecados para o diabo.
— Depende do que você quer dizer. – eu respondi, mantendo o meu 81
tom suave.
— Estou curioso. Diga-me por que eu deveria me importar se as
pessoas nos veem juntos.
Encolhi os ombros. — Você não deveria. Eu não me importo. As
pessoas vão apenas nos unirá.
— Estamos juntos.
Apesar da situação, eu ri. — Rhett, você sabe o que quero dizer.
— Quero dizer a mesma coisa que você. – ele respondeu. — Se eu
estiver transando com você, ninguém mais estará. E já que você será a
única montando no meu pau, parece-me que somos exclusivos, o que
significa que estamos juntos. Se alguém não gosta disso, não é nosso
problema.
Foi preciso morder o interior da minha bochecha para me impedir
de rir novamente.
Ele evitou uma pergunta ou foi agradável e direto.
— Posso concordar com tudo isso. – eu disse.
— Ótimo. Agora me diga o que você gosta na sua pizza.
Não acho que as pessoas estão preparadas para fazer boas escolhas.
Ou talvez fosse só eu.
Olhei para o mosaico de borboleta que eu tinha pintado no teto do
banheiro em redemoinhos de vermelho e preto. Minha banheira estava
ficando morna, mas eu estava evitando sair nos últimos vinte minutos.
Rhett estava saindo, voltando para a casa dele. Nós passamos os
últimos dias presos nesta bolha de felicidade. Sem nenhum telefonema,
sem interrupções, apenas ele e eu.
Tenho certeza de que a Emery tinha saído escondida enquanto
dormíamos ou fodendo como coelhos, mas eu estava muito envolvida
com Rhett para perceber.
Eu não tinha um verdadeiro motivo para pedir-lhe para
ficar além do meu erro colossal. É euforia ou loucura
que faz você se apaixonar por alguém? Culpei a
alegria que vinha de estar com ele. Ele era alguém que eu poderia ser eu
mesma, que assumia o controle e me dominava sem hesitação.
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— Você vai ficar aí o dia todo? – Sua voz suave veio da porta, me
tirando do meu devaneio.
Deslizando minha cabeça contra a porcelana, sorri para ele. — Não
o dia todo.
Ele entrou e se inclinou, apoiando as mãos no lado da banheira. —
São só alguns dias.
Claro, que ele identificou exatamente qual era a questão em cinco
segundos. Ele estava fazendo isso irritantemente muitas vezes agora.
— Eu sei. – eu respondi.
Esse é o problema.
Eu sabia que ele iria voltar um dia. Nós conversamos sobre isso no
dia anterior e naquela manhã. No entanto, ainda não queria que ele
fosse. Isso estava me deixando louca. Para alguém que não gostava de
mudanças, tudo já estava muito diferente, e ele era uma das principais
razões delas.
Não sei o que eu estava pensando quando concordei com isso. Tudo
o que fiz foi substituir um mau hábito por outro, e ele era o pior dos
dois. O álcool poderia ser ruim para você, mas Rhett Sullivan era um
tipo diferente de veneno. E eu já me entreguei.
Ele se abaixou para um beijo e eu me movi para retribuir, exigindo
mais, apesar do meu cérebro protestando. Suas mãos seguravam meu
rosto, acariciando minhas bochechas.
Ele se afastou de mim com uma expressão ilegível
em seu rosto. — Vejo você em alguns dias.
Permaneci na banheira até depois de ouvir a porta da frente
fechando e ele saindo da garagem. Conhecendo Annika e a Emery elas
estariam aqui em breve, e foi isso o que me motivou a sair da banheira.
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Eu me vesti com um vestido de verão simples adicionando o básico,
desodorante, hidratante e gloss antes de escovar meu cabelo.
Peguei meu notebook antes de descer as escadas. Ligando-o na
mesa da sala de jantar. Verifiquei as poucas contas que ainda estavam
ativas, franzindo a testa quando notei que alguém era marginalmente
menor. Era hora de fazer a ligação que eu estava evitando, mas eu sabia
que se fizesse isso haveria uma mudança drástica no meu dia a dia.
Quando as garotas entraram pela porta da frente, fechei o notebook,
querendo manter isso privado.
— Nova?
— Eu estou aqui. – eu falei.
— Eu estava começando a pensar que Rhett te cortou em pedaços e
dando uma de Ted Bundy junto com Callum.
— Nika. – Emery a repreendeu.
Eu me abstive a revirar os meus olhos. — Claro, Rhett e Callum
andam por aí matando as pessoas em seu tempo livre. – eu esfreguei as
minhas mãos no meu rosto. Como eu poderia ter esquecido quanta
paciência era necessária para lidar com ela? — Você decidiu vir aqui só
para que você pudesse acabar com eles?
— Não, eu vim aqui porque perdi minhas melhores amigas, e nunca
acabaria com ele. Ele parece um cara grande, mas você nunca foi capaz
de ver o que está bem na sua frente Nova.
O olhar de Emery moveu entre nós duas.
— O que isto quer dizer?
Ela soltou uma respiração exagerada e balançou a cabeça.
— Nada. Eu não vim aqui para estragar a festa de ninguém. Eu só 128
quero que você os investigue para sua própria segurança, e a minha.
— O que você quer dizer com e a sua? Um deles disse algo para
você? – Emery questionou.
Ela zombou, mas depois de ser amiga dela por tanto tempo eu sabia
quando dizer que ela estava mentindo e agora era definitivamente uma
dessas vezes.
Annika poderia parecer forte e me irritar, como nenhuma outra
pessoa neste planeta, mas o seu coração estava sempre no lugar certo.
Algo havia acontecido, ou ela sabia detalhes que estava com medo de
compartilhar e para Annika não dizer o que pensa... meu estômago
apertou ao pensar no que isso significava.
— Ei, eu já volto. Preciso usar o banheiro.
Dei um sorriso para elas e corri pela sala de jantar, indo para o
banheiro que estava à direita do primeiro andar.
Tentei tanto ver as coisas de uma perspectiva de uma observadora.
Meu cérebro estava pronto para se separar, mais eu pensava em coisas
acontecendo ao meu redor.
Verificando novamente se a porta do banheiro estava trancada, eu
peguei o cartão de visita preto fosco e finalmente disquei o número de
contato escrito com fonte branca. Queria ir pelo caminho mais pessoal,
mas minha mensagem de texto estava sendo ignorado, então esta foi a
minha próxima melhor opção.
A linha tocou uma... duas vezes... — Legacy Realty.
– Uma voz rápida veio da linha.
— Oi, posso falar com, Lance Parker?
Houve uma pausa alongada do outro lado.
— Posso perguntar com quem eu estou falando? 129
— Hum, Nova... Morkav.
Uma segunda pausa, esta mais curta. Eu ouvi um som de papéis e
depois a voz estava de volta. — Sinto muito, senhorita Morkav, Lance
faleceu, mas o arquivo que precisa está à espera em nosso escritório.
— Ele faleceu? – eu engoli, tentando afastar o sentimento apertando
meu peito.
— Ele foi vitima em uma invasão domiciliar.
— Ok, obrigada. – eu desliguei a chamada, inclinei-me contra a
parede tentando processar que Lance estava morto. Ele foi o único que
ajudou meu pai, com o seu próprio modelo de negócios no mercado
imobiliário.
Deixei o banheiro com uma sensação de perda total, como se o
universo estivesse trabalhando contra mim. Na realidade, foram minhas
ações me alcançando, mas eu não queria receber crédito por tudo que
estava acontecendo. Mesmo quando foi tudo culpa minha.