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↬ Não poste – em nenhuma rede social – capturas de tela ou trechos dessa tradução.
Caso esse livro tenha seus direitos adquiridos por uma editora brasileira, iremos exclui-
lo do nosso acervo.
Quebramos as regras...
Mais de uma vez...
Nós fomos obrigados... e concordamos que valia o risco.
Ele saiu antes que isso nos destruísse... ou assim pensamos.
Para minha garota, Jennifer Smith Vaughn, há muito tempo você me fez
uma pergunta muito importante.
– Adele
Prólogo
Alex
Ano – Confidencial
— É bom ver que você está acordada, Bela Adormecida! Nós sentimos
saudades de você.
— Foda-se, Sully! Estou comovido com sua preocupação. Você está bem?
Apontei para meu ferimento para manter sua mente longe de sua própria
dor.
— Está tudo bem, mas pensei que caras durões como você não se
machucassem.
— Oh, isso é apenas um arranhão, baby. — Brinquei, e tive uma visão
mais clara de seu ferimento. Estava jorrando sangue, o metal cortado atingiu
sua artéria femoral. Porra! Se não sairmos daqui logo, ela morreria no chão deste
armazém sujo. E eu não podia permitir que isso acontecesse. Eu a amava muito.
Além disso, tínhamos planos para depois desta missão, um encontro no bar da
cobertura do The Hilton Molino Stucky. Sua escolha. Ela chamou Veneza de o
lugar mais romântico do mundo. A vista da lagoa do terraço era algo que Sasha
adorava, e ela me contou sobre isso em mais de uma ocasião.
Não aqui.
Não agora.
Nunca.
Eu estiquei meu pescoço para me encontrar cara a cara com uma loira de
pernas compridas como se fosse modelo. Quando digo pernas compridas,
quero dizer que ela era só pernas porque seu vestido estava a uns bons 20
centímetros do topo dos joelhos e ela tinha pelo menos um metro e setenta. E
como eu era um homem de sangue vermelho2, pensei sobre o quanto adoraria
ter essas pernas emaranhadas ao redor do meu corpo. Droga, ela era
incrivelmente bonita e seu leve perfume floral fazendo-se presente em torno de
mim mascarando o desagradável odor que tomava conta das ruas. Seu cabelo
loiro dourado, perfeitamente sedoso, caía até a cintura. Então meus olhos se
moveram para seus lábios - vermelho cereja. O tipo de vermelho que sugeria
que ela era um pouco durona por baixo daquele vestido rosa feminino, e
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expressão utilizada para descrever alguém que possui muita confiança e energia sexual, ou
seja, sex appeal.
provavelmente não se importaria de borrar o batom. Ou talvez esse fosse isso
que o meu cérebro gostaria de acreditar.
Ela puxou minha jaqueta e sussurrou: — Jogue junto, ok? — Seus olhos
mudaram para a esquerda e eu segui seu olhar. Foi quando vi um cara que
parecia que ia vomitar a qualquer momento encostado em uma porta de madeira
verde pesada.
Eu a estudei, fixei meu olhar naquele beicinho sexy, e aqueles longos cílios
tremulando inocentemente ao redor de seus olhos azuis penetrantes. Ela sorriu
para mim e eu sabia que era um caso perdido.
— Também senti sua falta a noite toda, baby. — Passei meu braço em volta
dos ombros dela e puxei-a para perto enquanto caminhávamos em direção ao
cara que não era seu amigo.
— Obrigada. Vou mandar uma mensagem para ele mais tarde para ter
certeza de que chegou em casa com segurança. Vodka e refrigerante, mas
primeiro preciso verificar as marcas. Preciso ter certeza de que eles têm os que
gosto. — Eu revirei os olhos. Aqui vamos nós, exatamente o que eu precisava,
outra garota cheia de frescuras. Que porra de sorte a minha.
Ela riu. — Eu vi isso. Não é o que você pensa. Não estou sendo
pretensiosa; tenho problemas com glúten. Sem trigo para mim.
Não devia tê-la julgado tão rápido, conhecendo meus próprios padrões.
Este lugar não tinha exatamente alguma das minhas marcas preferidas de
uísque. Certamente estava muito longe do conforto do Skyline Club.
Sorri para ela e acenei para o barman: — Scotch e refrigerante para mim,
e para a senhora, vodka Cîroc com refrigerante, com um toque de limão. Ela
tem alergia ao glúten. Eu sugiro que você tome as devidas precauções.
— Oh. — Ela disse casualmente. Meus olhos viajaram por suas pernas
mais uma vez, enquanto esperava que ela fizesse a pergunta, mas ela nunca veio.
Essa garota. Quem era ela? O fato de que ela queria esconder sua verdadeira
identidade me deu uma porra de uma ereção. Como um estranho pervertido,
fiquei estranhamente fascinado pela oportunidade de interpretar papéis. O
canudo vermelho passou entre aqueles lábios deliciosos, e me perguntei se ela
gostava de jogos ou se ela realmente estava escondendo algo. Porra. Eu poderia
estar sentado ao lado de uma serial killer. Essa bela jovem poderia ter
envenenado o menino zumbi e eu apenas a ajudei a se livrar do corpo.
— É exatamente assim que eu quero jogar. Esta noite nada de nomes reais,
empregos ou qualquer coisa remotamente próxima à nossa existência genuína.
O que eu queria dizer era: "Se minhas chances forem boas, terei você na minha
suíte de hotel com suas pernas enroladas em volta de mim, levando você ao seu terceiro ou
quarto orgasmo." Mas, ao em vez disso, eu disse: — Com alguma sorte, vejo nós
dois nos divertindo, ficando bêbados até cair.
Três drinks e duas doses depois, o bar estava quase vazio e tudo que eu
descobri sobre ela é que seu nome não é Kate, ela não é membro da família real
britânica e ela não fez faculdade de História da Arte. O que aprendi sobre sua
verdadeira identidade é que ela é alérgica a glúten, amava tomar tequila, tinha
uma risada contagiante e, por mais que tentasse esconder, quanto mais bebia,
mais evidente seu sotaque inglês se tornava. Suas palavras eram suaves, como
se estivessem cobertas por um cobertor de plumas.
— Você ficou olhando para mim a noite toda como se estivesse tirando
minha roupa mentalmente.
— Está tudo bem. Acho que gostaria muito de uma trepada com você.
— Seu.
Abri a porta do lugar que eu estava chamando de casa nos últimos quatro
dias, e "Kate" escorregou para dentro do recinto jogando sua bolsa em uma
cadeira na sala de estar.
Ela não olhou para trás enquanto se afastava, eu observei cada um de seus
passos pelo corredor em direção à suíte master. Acendi algumas luzes, li meus
e-mails pelo celular e peguei uma garrafa de água com gás na geladeira. Quando
me virei, ela estava parada usando uma das minhas camisas sociais e quase
tropecei em meus próprios pés. Foi a coisa mais sexy que eu já vi em toda a
minha vida.
Dei um passo para mais perto dela, minhas mãos alcançaram os dois lados
de seu rosto. Seus olhos azuis encontraram os meus. Estudei seus lábios
vermelhos por um momento. Seus dentes roçaram seu lábio inferior em
antecipação. Eu ansiava beijá-la. Eu não sabia o que estava esperando. Meus
lábios traçaram o contorno dos dela. Suas mãos se moveram por baixo da minha
camiseta, e as pontas dos dedos roçaram meu abdômen. Como se esse fosse o
sinal de que eu precisava, pressionei meus lábios contra os dela. No começo foi
sensível e ela derreteu contra o meu corpo. Sua boca se abriu e minha língua
deslizou para dentro da dela lentamente. Suas mãos subiam e desciam de
maneira suave pelas minhas costas, então os beijos começaram a ficar mais
rápidos e intensos. Querendo mais dela, eu a puxei para mais perto,
aprofundando o beijo. Não demorou muito até nossos lábios se separarem, eu
estava ofegante e ela também.
Ela não precisou pedir duas vezes e eu fiz exatamente o que estava
almejando a noite toda, peguei-a no colo e suas pernas sensuais como o inferno
travaram em volta da minha cintura. Foda-se, sim.
Minhas mãos em sua bunda, sua língua deslizando contra a minha, suas
mãos em meu cabelo - foi um milagre eu ser capaz de nos levar para a cama.
Eu queria desesperadamente perguntar o nome dela, mas concordei com suas
regras para a noite.
As regras.
— E o que seria?
— Para esta noite, vou seguir suas regras, mas amanhã de manhã talvez eu
precise saber seu nome. Tenho a sensação de que você definitivamente vai
querer saber o meu.
Eu deveria ter verificado sua bolsa e ter olhado sua carteira de motorista
ou um cartão de crédito, afim de saber mais sobre ela. Ok, isso parece um pouco
assustador. Minhas pernas cansadas mal me levaram de volta para a cama. Eu
nunca deveria ter concordado com seu jogo bobo. Mas se eu não tivesse, teria
perdido o sexo mais incrível da minha vida. Estou parecendo uma maldita garotinha.
***
Por que ela foi embora? Não foi por causa do sexo, porque foi fenomenal.
Ela iniciou as duas últimas vezes. Sorrindo com confiança, endireitei minha
gravata no espelho.
Nenhuma foto atualizada. O básico me dizia que Ella tinha 27 anos, era
dona de uma butique de roupas e estava querendo expandir-se aqui e esse foi o
motivo de sua visita. Dean mencionou que ela foi reconhecida pelos paparazzi
do Reino Unido na ocasião. Houve um tempo em que isso era um problema,
mas parecia ter esfriado no ano passado. Eu não trabalhava na equipe de
segurança pessoal por um tempo. Há muito tempo, na verdade, mas eu era um
profissional. Sempre fui um protetor. Era para isso que eu fui treinado, desde
cuidar dos caras do meu time até ficar de olho na minha irmã mais nova, Amy.
A verificação de antecedentes era uma rotina regular no que dizia respeito a sua
vida amorosa. Felizmente, eu nunca tive que ferir gravemente nenhum de seus
pretendentes. Assumir esse papel foi tão fácil quanto andar de bicicleta.
— Entre, Alex.
— Eu vou.
Espere um minuto.
Claramente ele estava tentando me abalar, e algo me diz que ele adoraria
me ver me contorcendo sabendo do nosso segredinho. Pensando rápido,
respondi: — Ainda não vi muito, talvez você queira me levar para almoçar e
fazer um tour?
— Tenho certeza de que Alex pode me ajudar com tudo que eu precisar.
— Falei olhando por cima do ombro. — Não há motivo para incomodar sua
namorada.
— Muito bem, eu ligo para você mais tarde. Tenha um dia maravilhoso.
— Eu fiquei olhando enquanto meu irmão e Dean se afastavam, sentindo o
calor se espalhar por minhas bochechas sabendo que eu estava sozinha mais
uma vez com Alex.
— Você está olhando para mim da mesma maneira que olhou na noite
passada. — Comentei.
Aproximei-me dela, mas ela deu um passo para trás, batendo na parede.
Seu perfume flutuou sobre meu nariz mandando uma mensagem direta para
meu pau. Jesus Cristo.
Afastando-se da parede, ela alisou a saia com as palmas das mãos e jogou
o cabelo dourado sobre o ombro.
— Agora é você quem está olhando para mim do jeito que olhou na noite
passada.
Sob a pele delicada de seu pescoço, seu pulso latejava. Seus dentes roçaram
seu belo lábio inferior manchado com aquela cor vermelho cereja. Seu doce
aroma rodou em torno de mim, me lembrando de como era bom pra caralho
tê-la presa debaixo de mim - nua e molhada.
Caindo sobre a cadeira mais próxima, Ella suspirou. Suas mãos cobriram
seu lindo rosto. — Oh, Alex. — As palavras saíram abafadas por uma risada.
— Você me viu nua. — A última palavra saiu de seus lábios em um sussurro.
Pegando sua mão, levei Ella em direção aos elevadores. Eu não deveria ter
sido tão casual com ela, mas porra, eu não pude evitar. Eu queria tocá-la.
Tecnicamente, seu irmão é o cliente. Ela é quem eu devo proteger. Boa tentativa.
Fofa?
Desde quando uso a palavra fofa para descrever mulheres? Filhotes são
fofos. Bebês são fofos. Mulheres são sexies.
— Tudo bem, mas mantenha seu ritmo com o meu. — Ele instruiu. Sua
voz era firme, não zangada.
Eu balancei a cabeça e fiz como fui instruída, mantendo meu passo com
o dele enquanto passávamos pelo saguão espaçoso. Algo mudou seu
comportamento durante o período que ficamos... no elevador. Mentalmente
percebi que precisava aperfeiçoar meu inglês americano. Se eu pretendia fazer
negócios aqui, deveria pelo menos me esforçar para saber os termos adequados.
Uma vez do lado de fora, sua mão alcançou o bolso da jaqueta, tirando os
óculos de sol. Ao nos aproximarmos do manobrista, ele os colocou,
protegendo-me de ver seus olhos lindos que me lembravam da luz do sol
dourada brilhante filtrando as folhas verdes profundas.
***
Ele apontou para o canto e disse: — Por que não nos sentamos naquela
mesa alta perto do bar?
Isso era além de estranho, menos de uma hora atrás estávamos rindo sobre
a nossa situação e agora ele estava agindo como se não tivéssemos trocado saliva
e outras coisas mais. Bem, não inteiramente. Não tive o prazer de ter seu pau na
minha boca.
— Vou querer o cheeseburger bem passado, com fatias de bacon, sem pão
e batatas fritas.
Alex optou por uma grande salada de frango com molho de rancho à parte.
— Posso pegar uma garrafa de água com gás, por favor? — Eu perguntei.
Ela sorriu.
Mudando seu corpo, ela se virou para Alex, empurrando seus seios mal
cobertos em seu rosto. — E você, lindo, posso ajudar com mais alguma coisa?
— Não, obrigado, a água vai ser suficiente. — Disse ele, erguendo o copo.
Isso foi um erro. Eu deveria ter puxado Ronan de lado e dito a ele que
tinha feito sexo com Alex, mas conhecendo meu irmão, ele poderia ter ficado
louco. O homem bonito sentado à minha frente não fez nada de errado, e eu
não estava prestes a deixá-lo perder o emprego. Talvez uma conversa aliviasse
o clima.
— Cristo, Ella, não. — Disse ele, esfregando a mão sobre o queixo coberto
pela barba por fazer. Tão sexy.
Ele se inclinou sobre a mesa, seus olhos castanhos fixos nos meus. Minha
pulsação acelerou enquanto esperava Alex falar. Ele ficou de pé e deu um passo
em minha direção.
— Bem, eu não teria objeções à ideia. — admiti. Sim, eu disse isso em voz
alta. Não consegui manter meus pensamentos pecaminosos trancados por
muito tempo.
Ele bufou uma risada. — Dificilmente, seu irmão disse que eu deveria
cuidar de você enquanto estiver aqui na cidade. Quando você sair, eu estarei lá.
Pode me considerar como sua sombra.
Alex olhou para mim e eu sorri, antes de enfiar quatro batatas fritas na
minha boca, sem me importar se ele pensasse que minha atitude era deselegante
ou algo do tipo. Embora às vezes a comida seja minha inimiga, eu adorava
comer. Você não vai me encontrar pedindo uma pequena salada de folhas
verdes e, em seguida, tentando roubar comida do seu prato.
Uma risada estrondosa e profunda ecoou atrás de mim. Virei minha cabeça
para ver o que estava acontecendo. Alguns caras com canecas de cerveja escura
entraram no bar.
— Com certeza, querida. — Alguém disse com uma voz rouca atrás de
mim. Alex colocou o garfo na tigela de salada e limpou a boca com um
guardanapo de pano.
— Você poderia ter se mudado para o Canadá ou, melhor ainda, para a
Antártica.
Ele deu uma risadinha. — Que pena que não estou com a câmera comigo.
Eu adoraria tirar uma foto sua com esse vestido. — Ele deu um passo para trás
para ficar boquiaberto com minhas pernas e eu puxei a bainha da saia tentando
puxá-la mais para baixo.
— Você está ótima, querida, mas eu não preciso ver sua bunda. Eu tenho
uma imagem mental do seu doce corpo bem aqui. — Seus dedos grossos
bateram na lateral de sua cabeça e ele lambeu os lábios.
— Sem problemas. — Disse ele pesadamente para trás. — Vejo você por
aí, Ella.
— Claro. — Disse ele, antes de sinalizar para Meg. — Este é por minha
conta.
Meg caminhou até nossa mesa e roçou seu braço no de Alex. Ela tinha
duas contas na mão. Alex pegou as duas e uma pequena carranca apareceu em
seu rosto. Vi uma letra manuscrita no verso de um dos papéis. Após uma
inspeção mais próxima, dez dígitos entraram em foco. Eu ri, certa de que era o
número de telefone dela rabiscado no papel.
Alex entregou a ela seu cartão de crédito e ela voltou para o computador
perto do bar. Depois de alguns minutos, ela voltou com uma caneta na mão.
Sua boca se abriu. — Estou tão... Desculpe. Eu não quis dizer nada com
isso.
Manchas vermelhas espalharam-se por seu pescoço e por seu peito. Ela
pegou as contas e caminhou em direção ao bar.
Uma vez lá fora, ele se virou para mim. — Eu não gosto desse cara.
— Há uma história entre vocês dois, e eu não consigo sentir algo bom daí.
Havia algo no tom de suas palavras que me faz pensar que ele tem tendências
violentas. Ele é uma ameaça.
Alex se virou para mim. — Desculpe, não foi isso que eu quis dizer. Ele
disse que você lhe trouxe problemas, o que aconteceu?
Com suas palavras, meus ombros relaxaram e meus braços caíram para os
lados.
— Puta merda.
— Na verdade, vou ficar no seu hotel com você.
— Não, mas...
Ele sorriu para mim, e eu juro que ouvi o som da minha calcinha sendo
arrancada do meu corpo, seguido logo depois pela ação dele jogando-a no chão.
— Estamos indo para minha casa nos Hampton. Vou me mudar para lá.
— Você vai morar a duas horas da cidade? Isso não faz sentido para mim.
Eu rio.
— Oh. — Ela disse, enfiando o batom na bolsa. — Por que não morar
em um arranha-céu com vista para o rio Hudson ou para a baía?
Ela soltou uma risada, antes de colocar um chiclete na boca. — Você aceita
um chiclete?
Talvez Ella pensasse que eu estava louco. Embora, algo me dissesse que
ela seria capaz de lidar com isso. Mas, para manter as coisas leves e profissionais,
essa informação não se encaixava no âmbito dos tópicos de discussão.
Além do meu ex-time e, claro, Ethan, eu nunca realmente falei sobre meu
passado com ninguém. Eu tive meu testamento escrito pelo menos meia dúzia
de vezes, e ele mudava após cada missão. Tive permissão para contar a meu pai
e irmão sobre os dois anos que passei trabalhando em Operações Especiais para
a Elite Eight. Mais tarde, revelei algumas informações a Ethan, mas
principalmente compartilhei alguns pedaços de meu tempo com Sasha.
Ela ergueu as mãos. — Não, Alex, eu não vou ficar com você. É
completamente desnecessário. Meu irmão está sendo superprotetor.
— Oh sim? Me fale sobre isso? Deve haver um motivo para Ronan querer
ter certeza de que você esteja segura enquanto estiver aqui.
— Tenho certeza de que isso tem a ver com suas próprias experiências
pessoais em ser famoso. Acredite em mim, ninguém dá a mínima que eu seja a
irmã mais nova de Ronan Connolly.
O tom defensivo rápido em sua voz me disse que ela estava escondendo
algo.
— Não, eu não tinha ideia de que ele estava aqui. Eu te disse, Ronan está
apenas sendo superprotetor, como um irmão mais velho chato. — Ela se mexeu
no banco do carro, cruzando a perna esquerda para cima e sobre o joelho
direito. Sua saia ficou mais alta, revelando mais de sua pele deliciosa. O som
alto de um carro esporte passando por nós chamou minha atenção de volta para
a estrada. — Você não tem irmãos para cuidar?
Merda. Eu não deveria ter dito isso. Talvez ela não bisbilhotasse. Os sons
de “Rebel Yell” de Billy Idol. encheram o carro, e Ella começou a cantar junto
e balançar com a batida.
— É, to vendo.
— Por aqui. — Disse Alex, apontando o queixo para o lado onde então
subimos os degraus de madeira para a porta dos fundos.
Uma vez lá dentro, o som de marteladas ecoou por todo o grande espaço
vazio. O cheiro de serragem pairava no ar.
— Gary, como você está, cara? — Alex perguntou apertando sua mão. —
Esta é minha... esta é Ella. Ela é uma amiga.
Por dentro, eu ri e meu estômago vibrou. Eu sei que é algo bobo que as
meninas dizem que acontece, mas eu sei o que senti. Assim que vi as plantas se
desdobrando na mesa improvisada, composta de um pedaço de madeira
compensada sobre dois cavaletes, pedi licença, dando-lhes privacidade. Minha
perambulação pela planta aberta me levou a três grandes cômodos, incluindo a
sala, que tinha lindos pisos de ardósia. O foyer tirou meu fôlego com sua
marcenaria impecável e as portas holandesas adicionaram um toque único.
Subi a escada dos fundos para o segundo andar. O lindo piso de madeira
escura em toda a casa compensava as paredes e o teto brancos. Era um design
simples e limpo. Minha maior espionagem me levou ao que eu só poderia
assumir que seria a suíte master. Tinha uma grande lareira e um lindo banco
próximo a janela. Sorrindo, corri meus dedos ao longo da parte superior da
madeira, imaginando-me enrolada com um livro e uma caneca de chá quente.
Este lugar era maravilhoso. Não havia outra maneira de descrever. Era
magnífico e... e nos Hamptons, com vista para a praia, sem falar na pousada e
nas quadras de tênis.
Puta merda! Esta era a casa de Alex? O lugar em que ele iria morar. Como
poderia ser?
Quanto meu irmão está pagando para cuidar de mim?
— Então, como um guarda-costas pode pagar uma nova casa tão luxuosa
e dirigir um Range Rover? Você é da realeza americana ou algo assim?
Ele sorriu e chegou até seus olhos. — Bem, na verdade, sim, você poderia
concluir isso.
Eu estudei seu rosto por um momento, porque eu não poderia dizer se ele
estava brincando comigo, ou realmente falando sério. Eu levantei uma
sobrancelha e fiquei em silêncio esperando que ele me esclarecesse sobre o
assunto.
— Mais? O que pode ser mais do que ter a sorte de herdar a fortuna de
uma família?
Minhas palavras saíram de meus lábios e temo que soei como uma idiota
total... correção, como uma imbecil. Mais uma vez, ele me deu aquele sorriso
encantador. Aquele que deixou minha calcinha molhada e me fez sentir uma
dor profunda na minha... boceta. Era isso que uma mulher americana diria? Não
estou me referindo à minha região inferior como uma "flor". Deus, Alex me
deixou excitada e pensando em como chamar minha vagina.
Controle-se, Ella.
— Eu suponho que você poderia dizer isso, nós nos vemos com
frequência e conseguimos não irritar um ao outro. Os jantares de domingo são
uma espécie de tradição. — Disse ele, batendo o pé contra a grade de madeira.
— Mamãe tem uma regra estrita, coquetéis às seis e jantar às sete. Não vejo
meus pais desde a véspera de Ano Novo. — A tensão saiu de seu corpo quando
ele respirou fundo e depois exalou lentamente. Era quase como se ele estivesse
fazendo um exercício de respiração.
— Sim?
Ele me deu um pequeno sorriso. — Admito, não tenho certeza sobre isso,
mas, sim, eu confio em você, mesmo que seja contra o meu melhor julgamento.
— Ele se aproximou de mim e disse: — Parece que continuo quebrando todas
as minhas regras por você, Ella. — Ele levou a mão ao meu rosto, roçando a
ponta dos dedos na minha pele.
Eu não tinha ideia de que um simples toque poderia ser tão erótico. Isso
dizia algo, porque eu já tinha dormido com ele. Mas isso me fez desejá-lo
novamente. Ele estava quebrando suas regras, e eu precisava manter as minhas
ou então eu estaria em apuros, e estaria com grandes problemas.
8
Alex
Eu saí do chuveiro enrolando uma toalha em volta da minha cintura. Eram
oito e meia da noite e eu estava exausto do longo dia. Enquanto esperava o
vapor sair do banheiro, fui até o frigobar para pegar uma garrafa de água. “Shake
It Off” de Taylor Swift tocando nos alto-falantes do rádio e eu me vi
cantarolando junto. Agora, tudo o que queria ouvir era a doce voz de Ella
cantando. Eu não conseguia tirar a voz dela da minha cabeça.
Uma voz doce e alegre soou pelo telefone: — Boa noite e obrigado por
ligar para o Hawthorne Park Plaza. Para onde posso direcionar sua ligação?
Eu entendo você, Taylor. Eu sabia que estava com problemas quando Ella
entrou naquela sala de conferências hoje cedo. Ella e eu éramos um caso de
uma noite, e agora eu era responsável por sua segurança. Esse motim nem
sequer começa a arranhar a superfície desta situação maluca.
Não.
Sem luz.
Sem oxigênio.
Minha frequência cardíaca, que havia diminuído desde o banho frio pós-
treino, disparou quando vi quem estava ligando. Passei meu dedo pelo ícone do
telefone e levantei o dispositivo até o ouvido.
— Eu estou incrivelmente bem, apesar do fato de que sinto sua falta. Esta
chuva fria de primavera é terrível. Estou entrando na Berry and Bramble agora,
precisava de outra rodada de chá e café expresso esta manhã. Como você está
se saindo na cidade que nunca dorme?
Ela bufou uma risada que fez cócegas em meus ouvidos. — Oh, boneca,
tenho certeza de que Ronan tem seus motivos.
— Tchau, boneca.
Eu ainda não tinha decidido o que fazer em relação aos planos de expansão
da minha boutique. Eu ficaria na América e deixaria Bianca administrar a sede
em Londres? Ou eu ficaria em Londres e contrataria alguém para administrar a
nova boutique? Eu tinha um monte de perguntas, mas sabia que não me
importaria de viajar e dividir meu tempo entre Londres e New York. Além de
duas butiques, eu teria duas casas. Quatro lugares que teriam serviços públicos
entre outras contas que precisariam ser pagas.
***
Era o terceiro dia à procura de um imóvel e nada estava dando certo. Alex
tinha encontrado falhas em todas as lojas, prédios e quarteirões da cidade que
estavam na minha lista. É certo que foi útil tê-lo por perto. Um gerente de
prédio desprezível deu a entender que queria mais de mim do que apenas o
aluguel mensal. Eu tive que arrastar Alex para fora antes que ele socasse as bolas
do imbecil. Outro local estava em condições condenáveis, e ele apontou vários
problemas estruturais. Isso me custaria o dobro do valor apenas para fazer as
reformas. Alex disse que eu nunca tiraria o que eu colocasse na propriedade.
Bastardo dissimulado.
Não importa, eu estava grata por ter uma pausa na minha busca por
imóveis; isso me permitiu colocar o trabalho em dia.
Ele repetiu o nome algumas vezes e depois tomou um gole de seu café. —
O que te fez escolher esse nome?
Sorrindo, cruzei as mãos sob o queixo e disse: — Eu queria algo que fosse
atemporal, mas que também refletisse um toque pessoal. Nada parecia
combinar com Ella, e depois de várias sessões de escreve e risca com meu lápis
e bloco de notas, o nome me atingiu.
Deixei cair minhas mãos sobre a mesa e agarrei minha caneta, mexendo
na tampa. Nenhum homem jamais me fez esse tipo de pergunta antes. Eles
estavam mais interessados em tirar minhas roupas do que no fato de eu ser uma
proeminente dona de uma loja de roupas.
Suas palavras foram calorosas, e a maneira como ele estava olhando para
mim enviou calor correndo pela minha barriga, estabelecendo-se entre minhas
coxas. Mudei de posição, sentindo-me desconfortável com os arrepios que
decidiram fazer uma festa dançante na minha boceta.
Achei impossível dizer não a Alex, especialmente porque ele tinha sido
incrivelmente útil no que dizia respeito aos meus empreendimentos
imobiliários. Eu me perguntei se isso realmente fazia parte da descrição de seu
trabalho. Havíamos passado quase de oito a dez horas juntos. Almoçamos,
tomamos café da tarde e jantamos juntos nas últimas duas noites. Agora ele
estava carregando minha bolsa do laptop. Tudo parecia muito íntimo.
Nos últimos cinco anos, Gavin foi meu porto seguro. Ele esteve lá durante
o bom, o mau e verdadeiramente horrível momentos. Quando eu precisava de
um ombro para chorar, ou de alguém para lamentar, Gavin estava lá. Quando
precisei de ajuda para pagar meu aluguel, ele me deu trabalho, ajudando-o nas
sessões de fotos. No departamento de amigos, além de Nabila, não havia
ninguém em quem eu confiasse mais do que ele.
— Eu estou bem... mas, estou surpresa de ver você aqui. — Digo a ele,
tropeçando para trás do abraço de Gavin, sentindo as mãos de Alex agarrando
minha cintura.
Os lábios de Gavin se torceram em um sorriso irônico. — Eu voei hoje
de manhã para me encontrar com o Editor de Recursos da Belle Magazine. Eles
querem que eu grave o próximo editorial.
Não tão sutilmente, Alex puxou seu braço para cima da minha cintura e
envolveu-o em volta dos meus ombros, puxando-me para longe de Gavin e
diretamente contra seu corpo - seu corpo muito tenso e musculoso.
Eu estiquei meu pescoço para olhar para Alex. Seus olhos estavam
estreitos e olhando para Gavin. A confusão passou por mim. Eu precisava
difundir a situação antes que ficasse mais embaraçosa.
Alex estendeu a mão para Gavin. — Amigos, hein? Como vocês dois se
conheceram? — Alex falou lentamente.
Gavin deu uma sugestão de sorriso ao apertar a mão de Alex. — Sim, Ella
e eu somos grandes amigos há muitos anos, Sr. Robertsen. — Respondeu ele,
com sua voz elegante.
— Nós vamos. — Alex respondeu. — Ella não está se sentindo bem. Ela
precisa descansar.
Mais uma vez, Alex havia acrescentado uma vibração possessiva a suas
palavras. Ele não estava sendo rude com Gavin, de qualquer maneira, mas ele
poderia muito bem ter puxado seu pau para fora e mijado em torno de mim para
marcar território. Alex liberou o controle que tinha sobre mim quando
entramos no elevador.
— Eu irei, prometo.
— Au revoir, amor.
Meu coração fraquejou. Aquele idiota, ele disse isso de propósito. As
portas do elevador se fecharam assim que ele saiu, me deixando sozinha com
Alex.
Minha respiração ficava mais pesada a cada passo que eu dava. Alex se
manteve perto, logo atrás de mim. Tirei meu cartão-chave da bolsa e o inseri
no slot. A luz verde piscou e eu empurrei para frente, mas parei repentinamente
quando meu ombro bateu na porta.
Eu olhei para cima para encontrar a mão de Alex presa entre a porta e seu
batente, segurando-a firmemente no lugar. Seu corpo pairou sobre mim, todos
os músculos do meu corpo congelaram. Tentei falar, mas nada aconteceu. Sem
palavras. Sem sons. Nada.
— Por que... por que você está agindo assim comigo? — A pergunta
deixou meus lábios em um sussurro trêmulo.
Ele encolheu os ombros. — Eu não consigo evitar. Não sei como agir
perto de você, Ella. Há uma atração clara entre nós. — Sua mão foi para o meu
cabelo, onde ele colocou uma mecha atrás da minha orelha. — E eu sei que
você está tendo dificuldade em ficar perto de mim também.
— Eu... Eu não posso fazer isso com você. — Consegui dizer, sem fôlego
por causa do nosso beijo.
— Entendi. — Disse ele. — Acho que teremos que ser mais cuidadosos.
— Alex, eu...
Ele pressionou o dedo nos meus lábios e balançou a cabeça. — Não diga
nada. Descanse um pouco e conversaremos mais tarde. — Com o pé preso
entre a porta e o batente, ele pegou minhas bolsas do chão e as entregou para
mim. Eu só pude olhar enquanto ele se afastava, me deixando atordoada. Tive
um desejo sério de correr atrás dele e arrastá-lo de volta para a minha cama e
terminar o que havíamos começado... ele começou.
Assim que fechei a porta, afundei contra o metal frio. Sem saber quanto
tempo fiquei ali, de alguma forma consegui reviver meus membros gelatinosos
e me mover em direção à área de estar. Coloquei minhas bolsas na mesa e
verifiquei se havia mensagens em meu telefone. Olhando para a tela, meus
dedos pairam sobre o nome de Alex. Não, não ligue para ele.
A última vez que agi de acordo com meus sentimentos de atração por um
homem, acabei aparecendo na primeira página dos tabloides de fofoca. A cereja
do bolo, quebrei meu coração. Ele disse que queria ficar comigo para sempre,
mas em um piscar de olhos, nosso para sempre se modificou.
Uma parede cercava meu coração, não havia nada além de escuridão.
Parecia ridiculamente clichê. Todavia, eu sabia que não era a primeira mulher a
sofrer com um coração partido. Mas, devido ao ocorrido, eu simplesmente não
tinha deixado ninguém entrar, há muito tempo. Nenhum homem desde ele foi
capaz de quebrar a parede.
Abri o cartão e li a mensagem de Alex: Aqui estão algumas coisas para ajudá-
la a ficar bem logo. P.S. Você tem uma massagem na suíte marcada para daqui uma hora.
Meus dedos dançaram sobre meus lábios e meu coração saltou para minha
garganta depois de ler seu recado.
— Há mais alguma coisa que eu possa fazer por você, Srta. Connolly?
Jesus Cristo.
Eu precisava aliviar essa tensão. Já que foder com Ella não era uma opção
neste momento, decidi fazer alguns exercícios. Eu comecei com um conjunto
de dez flexões, dobrei a quantidade de flexões e meus agachamentos na parede
antes de chegar à esteira. Terminei o treino com alguns abdominais, duzentos
para ser exato. Meu treino foi decente, mas uma tensão persistente permanecia.
Sorrindo, corri as palmas das minhas mãos sobre o corpete do meu vestido
branco justo. Era um dos meus vestidos favoritos. Não era apenas bonito com
seus enfeites lilases, o comprimento curto, junto com a bainha recortada,
adicionava um toque único me permitindo mostrar minhas longas pernas.
— Oh, por favor, é um prazer. — Disse ela, enlaçando seu braço no meu.
— Venha, vamos pegar uma bebida.
Enquanto caminhávamos pela sala, tive que conter uma risada. Holliday
parecia bastante confortável com sua posição como namorada que mora com
Ronan Connolly. Eu amei que ela tivesse essa confiança sobre ela.
Continuamos como duas velhas amigas. Ela era doce e muito fácil de
conversar e eu pude ver porque Ronan estava tão apaixonado por Holliday, ela
era linda por dentro e por fora.
Embora não houvesse uma pista de dança designada, isso não impediu
Holliday e sua amiga Tinley Atkinson de dar início à festa. Ao ver o astro de
cinema lindo, alto e tatuado, Matthew Barber pegando Tinley nos braços e
arrastando-a pelo chão, imaginei Alex e eu nos abraçando e deslizando pela sala.
Apoiando-me contra a parede, bebi o resto da minha bebida e agarrei outra
de uma pequena e bela mulher asiática que se movia no meio da multidão com
a graça de uma dançarina. Seu elegante rabo de cavalo preto balançava,
enquanto ela ziguezagueava entre os convidados da festa com facilidade.
Levantei o copo aos lábios e senti uma mão apertar meu ombro. Meu coração
disparou ao pensar que poderia ser Alex.
— Ei, Lolly. — Disse meu irmão, batendo no meu cotovelo com o braço.
— Está curtindo a festa?
— Eu perguntaria como você está, mas está escrito em seu rosto. Em vez
disso, quero saber qual é o problema com toda a segurança? A sua perseguidora
voltou à cena?
— Revire os olhos o quanto quiser, mas você sabe que meus instintos
nunca estão errados. Alex informou a Dean que um homem chamado Charlie
se aproximou de você outro dia durante o almoço. E por sua descrição, estou
disposto a apostar todo o uísque da Irlanda que foi Charlie McNeil.
— Não, eu fiz exatamente essa pergunta a ele. Ele me disse que teve que
se mudar para cá porque não consegue vender suas fotos no Reino Unido, que
todos souberam das fotos por causa do julgamento. Acho que agora ele tira
fotos de eventos esportivos. Mas Charlie não era todo o problema. — Eu disse,
batendo meu dedo no vidro. — Alex não sabe sobre David, Charlie e todo o
julgamento, sabe? Ronan, por favor, me diga que você não contou a ele.
Ele disse algo mais enquanto contornava a grade, mas eu me desliguei dele
e fui embora.
— Ella, onde você está indo? — Ele perguntou, seus passos crescendo
mais perto no corredor mal iluminado.
— Calma, Ella.
— Espere, eu não quis dizer isso. — Disse ele, e gentilmente puxou meu
braço, trazendo-me para encará-lo. — Eu quis dizer para manter sua voz baixa.
— Você é meu funcionário e não pode falar comigo dessa forma. Você
trabalha para mim, lembra? — Minha voz fervilhava de raiva quando empurrei
um dedo em seu peito. — Você não pode me dizer como me comportar. —
Eu me mexi com o aperto que ele tinha sobre mim e me virei agarrando a
maçaneta da porta. Antes que eu pudesse abri-la, ele bateu as palmas das mãos
na madeira.
— Confie em mim, querida, eu tenho a vantagem aqui, não você. Veja, fui
recomendado para tomar conta da sua bunda problemática.
— É isso mesmo que você quer? — Ele perguntou com a mão enrolando
em volta da minha cintura. — Que eu te foda?
Era insuportável - o quão perto ele estava de mim. Raiva e luxúria estavam
em uma batalha épica de desacordo dentro de mim. Todas as memórias de
nossa noite juntos vieram à tona. Eu poderia me perder neste momento, guiá-
lo até o banheiro e... engolindo em seco, eu precisava recuperar minha
compostura. Mas, por um pouco mais de tempo, sua pergunta iria esperar
enquanto eu saboreava a sensação dele contra mim.
— Mesmo? — Ele ergueu uma sobrancelha e sua mão livre deslizou por
baixo do meu vestido, deslizando pela borda da minha calcinha. Eu empurrei
com o contato, e ele pressionou seu peito contra os meus seios.
— Absolutamente.
— Você mentiu e eu sei disso: nunca perdemos o contato visual e sua voz
baixou uma oitava. — Informou ele, me acariciando para frente e para trás.
Meus olhos se fecharam, enquanto eu afundava contra a porta. — Ao contrário
da crença popular, a maioria das pessoas olha nos olhos da pessoa quando está
mentindo, presumindo que é menos provável que sejam apanhadas fazendo o
oposto do que era esperado.
Ofegante, empurrei seu ombro. — Isso é... Ainda estou com raiva de você
e sinto que nenhum de nós esteja pensando com clareza aqui.
Alex se afastou, segurando meu olhar. Suas mãos alisaram meu vestido.
Sem dizer nada, ele se virou e foi embora, me deixando sozinha, meu corpo
agarrado contra o batente de porta, ofegante e dolorida com a necessidade dele
mais uma vez.
12
Ella
Quando voltei para a festa, chamei meu irmão de lado e disse a ele que
não estava me sentindo bem. Como eu esperava, Ronan insistiu que Alex me
levasse de volta ao hotel. Com a ajuda de Holliday, consegui convencê-lo de
que ficaria perfeitamente bem pegando um táxi.
Assim que saí do elevador, corri pelo saguão vazio. Puxei meu casaco mais
apertado em torno de mim enquanto esperava por um táxi do lado de fora do
prédio de Ronan. O ar estava frio, mas não fez nada para aliviar o fogo infernal
que assolava meu corpo. Apesar da atitude calma que demonstrei quando saí da
festa, eu estava tudo exceto calma.
Alex havia enviado outra mensagem de texto: Por favor, fale comigo. Eu preciso
saber se você está bem.
Eu: Estou bem, exceto por estar com dor de cabeça. Preciso descansar. Falamos em
breve.
***
— Eu não, embora ame Nova York, Londres sempre será minha casa.
Claro, Gavin estava apenas brincando sobre Alex, mas isso não me fez
sentir menos estranha.
Meus olhos se estreitaram. Como ele sabia disso? E então me dei conta,
Nabila deve ter contado a ele. Rapidamente, mudei de assunto sem saber se
estava pronta para falar sobre Alex.
Com a garrafa e dois copos cheios nas mãos, Gavin se juntou a mim no
sofá. Ele me entregou um e eu tomei um grande gole do líquido cor de vinho.
— Não, Isabelle não foi cotada. — Ele passou a mão pelo cabelo
ondulado. — Ela estava chateada, e eu também...
— Ugh, você poderia, por favor, parar de se referir a Alex dessa maneira
boba. É terrível. — Eu ri, inclinando minha cabeça para trás nas almofadas do
sofá.
Quando terminei, inclinei minha cabeça para Gavin. Ele girou o resto de
sua bebida e, em seguida, a tomou.
— O que você está pensando?
— Por que não ter os dois? O cara quer você, você mesma disse. E, eu sei
com certeza, não é o vinho que está fazendo você corar agora. — Gavin
levantou a garrafa da mesa e me serviu de outra bebida. — Só de pensar em
Alex você fica toda quente e excitada.
De repente, eu estava tendo um déjà vu. Não foi isso que discutimos na
noite em que nos conhecemos?
— Você está tornando meu trabalho muito difícil, Ella. — Uma voz baixa
sussurrou em meu ouvido. — Ainda não aprendi todos os seus truques.
Levantei minha cabeça do livro e me virei para ver Alex parado ali com
uma xícara de café na mão, vestindo jeans e uma camiseta preta com decote em
V que grudava em seus músculos. Seus olhos castanhos estavam brilhantes, e a
maneira como ele olhou para mim fez meu coração disparar. É injusto o quão
bonito ele era.
— Uma garota precisa de seu café com leite e guloseimas pela manhã.
Ele se recostou na cadeira e esticou as longas pernas sob a mesa. Seu braço
alcançou sua xícara de café e o tecido de sua camiseta avançou sobre seus bíceps
musculosos e tríceps definidos. Jesus Cristo, ele é tão gostoso. Minha mente
voltou para o assunto do sexo casual.
Sexo.
Eu acenei para ele. — Não precisamos falar sobre isso. Claramente, nos
deixamos levar pelo momento e cometemos um erro.
A mão de Alex cobriu a minha. — Ella, não acho que o que aconteceu foi
um erro.
— E quanto a todas as coisas que você disse sobre coisas ruins que
acontecem quando você deixa que seu pau tome as decisões?
Ele riu. — Se me lembro bem o que eu disse foi ‘permitir que meu pau
interferisse no meu trabalho’. É verdade, eu já tomei muitas decisões ruins na
minha vida, mas esta não parece uma. Além disso, você me despediu, lembra?
Então, tecnicamente, você não é mais meu trabalho.
— Peço desculpas. Eu não deveria ter sido tão cruel. Eu não quis dizer
aquilo. Você estava apenas fazendo seu trabalho e eu deveria ter respeitado.
Calor fluiu por mim com suas palavras. — OK. — Meu coração batia
forte no peito e eu tinha certeza que ele podia ver meu pulso acelerado. Alex
era observador, treinado para ler as pessoas. A seu pedido, concordei em ser
apenas eu. Isso seria interessante.
— O que?
— Alex, tenho trabalho a fazer esta tarde e preciso me organizar para meus
compromissos desta semana.
Eu tinha certeza de que, quando ele disse que queria me conhecer melhor,
ele não quis dizer que íamos simplesmente sair para tomar um café e bater um
papo.
Alex era adorável. Por mais que tentasse, não pude resistir à sua oferta. —
Tudo bem, eu vou com você.
— Ótimo. — Seus dedos afastaram meu cabelo do rosto.
***
Assentindo, eu abri meus olhos e olhei pela janela. Eu sorri ao ver a bela
casa de praia de Alex. Esta foi uma surpresa adorável. Alex saltou do veículo e
abriu minha porta. Ele me ajudou a sair e eu manquei sobre as pedras enquanto
caminhávamos para a varanda.
— Você disse que queria me mostrar algo, mas eu já vi sua casa. Você me
trouxe aqui para se exibir? — Eu provoquei, cutucando seu braço.
Alex levou a mão ao peito, fingindo ter ficado ofendido. — Eu nunca faria
uma coisa dessas. — Ele destrancou a porta e me puxou para dentro. Eu fiquei
pasma, sentindo meu queixo cair com a visão diante de mim, o lugar parecia
muito diferente da última vez. Não havia trabalhadores circulando, e o cheiro
de tinta fresca substituiu o cheiro de serragem. A casa estava incrivelmente
inacabada, mas vê-la agora me deixou sem palavras. Meu olhar estava fixo na
roda vintage montada sobre uma mesa de console francesa de zinco,
simplesmente linda, e este era apenas a entrada. Alex puxou meu braço,
puxando-me do meu transe e eu o segui pelo corredor em direção à sala de
estar.
Quase tudo era branco, com toques de azuis profundos, cinzas e ricos
toques de bronze. Cortinas suaves e arejadas presas à hastes de madeira e tapetes
de sisal cobriam o piso de madeira. Caminhamos de cômodo em cômodo, cada
um mais impressionante do que o anterior. Eu não teria imaginado que um
homem como Alex tivesse um gosto tão impecável para decoração de uma casa.
Mas então me lembrei de como ele ficava naquele terno, e hoje, mesmo vestido
tão casual, Alex era bonito. Se seu estilo pessoal de se vestir fosse uma
indicação, talvez eu não devesse estar tão surpresa.
Meu coração se alegrou com sua preocupação. Nada sobre este lugar
gritava gênero para mim de uma forma ou de outra - tinha equilíbrio ideal. A
casa era incrível e, quando olhei em volta, pude ver que refletia sua
personalidade de várias maneiras. Para mim, vi uma estrutura forte e segura que
oferecia aconchego e tranquilidade.
— Eu vi você ficar com raiva de mim e meio que gostei. — Sua voz estava
rouca de desejo.
Ele balançou sua cabeça. — Eu quero você na minha cama... a noite toda.
— Eu adoraria.
Alex inclinou meu queixo e seus lábios encontraram os meus mais uma
vez. Ele me deu um beijo terno e demorado. Foi suave e doce, cheio de paixão,
mas não a necessidade de me foder ou me reivindicar. Foi significativo por si
só, tratava-se de conectar e falava muito.
Depois que ele serviu meu copo e me entregou, ele abriu uma garrafa de
cerveja para si mesmo. Pegamos nossos pratos de comida e nos acomodamos
na mesa do lado de fora.
— Então me diga como você conseguiu juntar tudo isso, sua casa, quero
dizer. — Perguntei pegando um pedaço do meu prato de camarão grelhado
com vegetais.
Atordoada, deixei cair meu garfo no prato. — Você voou até aqui? Como
isso é possível?
— Contatos, hein?
— Seu irmão, aquele que tem escritórios na cidade e com quem você
trabalhava? Vocês dois devem ser bem próximos.
— Tudo bem se você não quiser falar sobre isso, mas se quiser, estou aqui
para ouvir.
Eu ri. Na verdade, acho que bufei. — Oh, por favor, você não é tão
maravilhoso.
Alex acenou com a cabeça. — Há algo aqui e eu não vou enrolar ou tentar
suavizar — eu tive um caso com a namorada do meu irmão.
Alex
O início... isso parecia bastante simples. Enquanto reunia meus
pensamentos, peguei nossas caixas vazias do almoço e joguei no lixo. Eu não
esperava ter essa conversa com Ella hoje, mas ela perguntou, e eu me recusei a
ser um desses caras. O que tem medo de arruinar uma coisa boa por ser franco e
fugir da conversa, não é quem eu sou.
Peguei o vinho e outra cerveja para mim e voltei para o deck. Ella mudou-
se para uma das espreguiçadeiras e me juntei a ela.
— Quero que você saiba que não sou um fura olho. — Disse, enquanto
enchia seu copo.
— Ok, entendi. — Ela disse antes de tomar um gole gigante de sua bebida.
— Você tem que saber que Vince, meu irmão, não é... nem sempre foi o melhor
cara. Ele era um viciado em trabalho clássico que ignorava os filhos e mal era o
marido da ex-mulher. Sua família estava se desfazendo e Vince estava muito
envolvido em seus empreendimentos para se importar.
— Você sabe que as deficiências dele são dele, não suas, para corrigir.
— Meu irmão me pediu para cuidar dela. Ele confiou em mim e eu o traí.
Ela era dele, pelo amor de Deus! — Eu soltei um suspiro profundo e rolei para
ficar de pé. — Eu assumi o trabalho de protegê-la pessoalmente. Ela estava
com muita dor emocional e me pediu para tirá-la. Eu deveria ter sido um amigo
para ela, mas vi algo que não estava lá e... Eu simplesmente estraguei tudo.
Ella apertou minha mão, incitando-me a sentar ao seu lado. — Alex, você
cometeu um erro. Ninguém é perfeito, e lembre-se que duas pessoas decidiram
ter um caso. Você não pode se considerar totalmente responsável.
Meu olhar se voltou para Ella e engoli em seco. — No dia em que você e
eu nos conhecemos, Amanda deu à luz uma menina.
— Sim, e depois que descobri que não era, minha vida desabou. Nosso
caso destruiu Vince e eu senti um enorme peso de vergonha. Achei que estava
apaixonado pela Amanda, ou talvez fosse a ideia de sermos uma família. Não
sei.
— Lamento que você tenha que passar por toda essa dor. Eu nem consigo
imaginar como você se sentiu. Você deve ter sofrido em agonia.
— E foi então que decidi tirar férias e isso me trouxe aqui. — Coloquei
meus dedos sob o queixo de Ella, trazendo seus olhos para encontrar os meus.
— De certa forma, minhas más decisões trouxeram você a mim ou vice-versa.
Ella puxou os braços para cima e em volta do meu pescoço. Seus lábios
pousaram nos meus, dando-me um beijo suave e prolongado. Meu braço
enrolou em torno de sua cintura, trazendo-a para mais perto. Ela se aconchegou
ao meu lado e descansou sua bochecha contra meu bíceps.
***
Foi bom ter esse tempo com Ella, ela precisava se afastar do dia a dia e
apenas relaxar. Arregaçamos nossos jeans e eu carreguei seus sapatos enquanto
caminhávamos ao longo da praia.
— Não sei o que seria mais difícil, criar três meninos ou ser químico.
— Eu gostei muito. Não deixei a governanta trocar meus lençóis por dois
dias porque o cheiro do seu perfume ainda estava lá.
— Contanto que não haja pedaços de brownie ou algo que contenha trigo,
a maioria dos sabores de sorvete são seguros. Graças a Deus, porque se eu
tivesse uma alergia a laticínios, acho que me mataria.
Essa garota era fascinante e eu queria saber tudo sobre ela. Ela era doce,
inteligente, ambiciosa e sua boca suja era um bônus. Ella correu na minha frente
e pegou algumas pedras e as jogou no oceano.
— Sim, elas são adoráveis. — Respondeu Ella. — Acho que vou ficar com
elas, obrigada.
— Sério? Não tem nenhum filme mais recente que poderíamos considerar
assistir?
Infelizmente, sim, eu sabia e muito bem. Esta era uma oportunidade para
compartilhar mais. Por uma fração de segundo, pensei em derramar minhas
entranhas sobre David e toda a bagunça, mas por agora, parecia muito cedo.
Algo me disse que Alex seria capaz de ouvir tudo, mas eu simplesmente não
sabia se conseguiria contar a ele. De qualquer maneira, ainda não.
— Bem, é para isso que eu tenho você. — Inclinei-me para que pudesse ver
seu rosto. — Para me manter em segurança.
Ele puxou a cabeça para trás para olhar para mim, seus olhos escurecendo.
— As cobras são protetoras e, para mim, as duas representam a dualidade do
homem.
Engoli em seco antes de falar: — Você está dizendo que tem duas
personalidades?
— Não, uma me lembra do passado e dos erros que nunca mais serão
cometidos. Enquanto a outra representa o futuro e tudo o que aspiro.
A mão de Alex empurrou por baixo do tecido do meu sutiã. Quando seus
dedos ágeis traçaram meu mamilo, deixei escapar um gemido baixo. Seu braço
foi para trás de seu pescoço e ele arrancou sua camiseta, jogando-a no chão. Eu
não pude deixar de admirá-lo. Cada lindo centímetro dele foi esculpido com
perfeição masculina.
Soltei uma risada abafada e enterrei meu rosto nos músculos rígidos de
suas costas.
Ele se virou para mim. — Se ficarmos quietos, talvez eles vão embora. —
Ele trouxe seu dedo indicador aos meus lábios e eu corri minha língua ao longo
de sua pele, chupando seu dedo em minha boca. Um sorriso cruzou seus lábios
e ele colocou a outra mão em volta do meu peito, apertando e acariciando meu
mamilo com a ponta do polegar. Ondas de choque e prazer percorreram minha
espinha. Eu coloquei seu dedo mais fundo em minha boca e rodei minha língua.
Um gemido retumbou de seu peito e eu o senti correr por todo o meu corpo.
Alex balançou a cabeça, seu dedo escorregou por entre meus lábios. Ele
roçou seus lábios nos meus, passando sua língua ao longo da costura dos meus
lábios.
— Ughh, é a Sra. Shaw... Eu preciso falar com ela. Ela está chateada com
a altura das minhas cercas.
— O que você quer que eu faça? Eu meio que preciso da minha camisa, a
menos que você queira que eu cumprimente seus convidados de topless.
— Acho que não, você vai subir para o meu quarto, onde vai se despir e
me esperar na cama. — Ele me beijou antes de se virar para descer as escadas.
— Serei rápido, eu prometo.
— Eu entendo isso, mas acho que a fachada seria essencial. Acredito que
estaria me limitando ao tráfego de pedestres. — Inclinei-me para frente,
colocando meus braços sobre a mesa. Olhando ao redor do saguão, observei as
pessoas correndo ao redor, ocupadas demais para se preocupar com as lojas de
varejo. Não importa onde fosse o local, sempre haveria um risco. — Além do
que o aluguel é extremamente alto, e, sem falar, eu teria que assinar um contrato
de no mínimo três anos.
— Primeiro, de volta ao hotel, você vai fazer suas malas e vamos sair daqui
para o fim de semana. Será uma pausa agradável e, se nos apressarmos, não
pegaremos todo o trânsito no caminho para The Harbour.
A ideia de passar um fim de semana inteiro com Alex em sua casa de praia
me emocionou. Eu precisava disso também; uma pequena pausa para clarear
minha cabeça... e isso parecia perfeito. Enquanto eu voltava para o meu quarto
de hotel, decidi mandar uma mensagem para meu irmão. Não que eu precisasse
pedir a autorização dele, mas da última vez que conversamos, ele parecia um
pouco fora de controle, até no limite, porque meu irmão sempre foi bem-
educado. Mesmo durante seu divórcio público com Emma e o escândalo de
traição.
Eu: Ei, só queria que você soubesse que vou passar um tempo no The Harbour.
Não, vou ficar com meu guarda-costas quente como o inferno, o cara que
você contratou, e provavelmente vamos transar como coelhos durante todo o
fim de semana. Merda. Pense, Ella, pense. Você precisa de algo para dizer a ele
que não deixe suspeitas.
— Oh, você irá fazer o jantar? Algum tipo de mimo para mim.
— O que é isso?
— Por quê?
— Bem, para começar, estou dormindo com sua linda e inteligente irmã.
— Ele mexeu as sobrancelhas. — Quebrando todas as regras.
— Aqui está uma ideia, e se contássemos a ele sobre nós? Então eu seria
absolvido de minha culpa.
— Eu até fiz uma lista. — Disse ele com orgulho. — Você irá adorar.
— Pegue o que quiser - vinho, vodka, tequila. — Ele acenou com a cabeça
em direção às prateleiras de álcool.
Ele colocou a cesta no balcão do caixa e me puxou para seu corpo alto,
beijando o topo da minha cabeça. Enquanto Alex pagava, folheei uma revista
imobiliária, curiosa para saber o valor das casas aqui. Meus olhos pousaram em
uma lista de um imóvel comercial na rua principal. Li a descrição e, no papel,
parecia perfeito. O preço estava um pouco fora do meu orçamento, mas isso
sempre poderia ser negociado, como diria Ronan.
Alex
Depois de desempacotar as compras, peguei a receita do jantar no meu
tablet e comecei meu trabalho de preparar nossa refeição. Eu estava preparando
o jantar dela. Esta era uma das minhas especialidades e era algo que adorava
fazer pela mulher com quem namorava. Às vezes, se um caso de uma noite dava
sorte, eu preparava o café da manhã para ela. Isso acabou bem para mim na
maioria das vezes, porque significava sexo depois de panquecas, waffles ou
mesmo bacon com ovos. Agora, estou aqui com Ella mais uma vez e isso nunca
pareceu tão certo. Mais certo do que qualquer coisa que eu senti em muito
tempo.
Ella estava na janela, olhando para o oceano. Deus, ela é linda. O suéter de
Ella caiu de seu ombro, expondo a alça do sutiã de renda preta e tudo que eu
conseguia pensar era minha língua em torno de seus lindos mamilos rosados. E
agora, eu estava olhando para suas pernas, aquelas lindas pernas, longas, magras
e ligadas à sua bunda perfeita.
— Claro, vinho parece bom, já que vamos comer algum tipo de prato de
frango. — Ella se encostou no balcão e se apoiou nos cotovelos.
— Sim, eu encontrei este incrível site com várias receitas de comida sem
glúten. E para sobremesa, café expresso com sorvete.
Por mais que eu soubesse que iria gostar para onde isso estava indo, virei
o jogo contra ela. Chupando seu lábio inferior em minha boca, segurei sua
bunda, levantando-a do chão. De repente, eu não estava com fome de comida,
só dela.
Ela não parecia se importar com a nova posição. Suas unhas cravaram em
meu bíceps e um sorriso predatório cruzou seus lábios.
Porra, esses lábios, eles vão, sem dúvida, ser a minha ruína.
Eu levantei seu suéter sobre sua cabeça, jogando-o sobre a cadeira. Meus
lábios viajaram por sua clavícula, em seu ombro, beijando meu caminho até seu
pescoço.
— Alex. — Ela gemeu. Ouvir meu nome foi como uma oração, então me
ajoelhei.
Sim, Ella e eu fizemos sexo, mas não tive o prazer de prová-la, até agora.
Puxei sua calcinha de renda de lado e descobri sua boceta molhada. Cristo.
— Oh Deus, sua boca. — Ela gemeu, esfregando sua boceta contra meu
rosto. Prendi seus quadris contra a parede e deslizei minha língua sobre seu
clitóris, em seguida, mergulhei de volta para dentro dela querendo mais de sua
doçura. Ninguém sabe exatamente qual é o gosto de Ambrosia (manjar dos
Deuses), mas se eu tivesse que adivinhar, diria que é isso.
Meu pau latejava, lutando contra meu jeans. Mas isso não era sobre mim,
era tudo sobre Ella. Pequenos gemidos e choramingos saíram de seus lábios,
alimentando meu desejo de fodê-la com a língua até um orgasmo épico. Eu
enfiei minha língua com mais força, deixando nós dois loucos.
Ela arqueou contra minha boca, minha língua circulou seu clitóris inchado
e fui recompensado com um gemido suave. Eu a queria à minha mercê,
ofegante e implorando por mais, me implorando para deixá-la gozar.
Em resposta, ela pegou meu jeans novamente e eu peguei suas mãos nas
minhas. — Veremos isso mais tarde. Agora, tenho o nosso jantar para preparar.
Ela pressionou seus lábios nos meus, beijando-me suavemente. Fiz sinal
para que Ella se sentasse e, em seguida, tirei uma garrafa de vinho da geladeira
e servi um copo para ela. Eu encontrei seus olhos e ela me deu um sorriso
sedutor.
— Oh, querida, não haverá ‘se’. Posso garantir que esta será a única
refeição que você vai se referir como a melhor que você já provou. — Gabei-
me, sentindo-me bastante confiante em minhas habilidades culinárias.
— Você.
17
Ella
Na manhã de segunda-feira, acordei sozinha na cama de Alex. Ele havia
deixado um bilhete no travesseiro dizendo que tinha um assunto urgente para
cuidar e que não demoraria muito. Eu deslizei para fora das cobertas que
cheiravam a sexo e Alex e tropecei em direção ao closet. Eu olhei para o meu
reflexo no espelho, minhas bochechas estavam rosadas e eu parecia ter um
sorriso permanente nos lábios. O fim de semana foi absolutamente perfeito e
eu não queria ir embora.
É hora de ficar séria. Você pode pensar em vocês dois mais tarde.
O calor tomou conta de mim, enquanto eu corria pela rua quente. Assim
que cheguei à calçada, a copa das árvores forneceu a sombra necessária. Do
lado de fora do Café North Harbor, o cheiro de baunilha e caramelo me
envolveu. Parei para recuperar o fôlego, usando minha camiseta para limpar as
gotas de suor que escorriam pelas laterais do meu rosto. Depois de tomar alguns
goles de água, tirei o papel do bolso e dei uma olhada no endereço da cafeteria.
A lista dizia 1204 North Harbor Drive, e a cafeteria era 1600 North Harbor
Drive.
Como Alex se sentiria sobre eu abrir uma loja aqui no The Harbour? Eu
girei sob meus calcanhares e atravessei a rua movimentada para começar minha
corrida de volta para sua casa. Quais eram seus planos futuros? O que
aconteceria conosco se eu não ficasse aqui? Tudo isso pode ter sido um
pensamento prematuro da minha parte. Por que eu estava considerando Alex
nas decisões sobre minha boutique? Meu telefone vibrou, alertando-me para
uma mensagem.
Alex: Volto para casa em uma hora. Eu tenho uma surpresa para você.
Lendo a mensagem, meu coração deu um pulo e um sorriso se abriu em
meu rosto. Seria possível que eu estivesse considerando Alex nas decisões da
minha vida porque eu queria? Eu chutei e corri o mais rápido que pude como
se minha vida dependesse disso.
***
Depois que ela saiu, peguei uma das minhas revistas de fofoca favoritas e
fui até a piscina. Eu sei que deveria odiar os tabloides, mas esse é o meu vício.
Eu sentei em uma das espreguiçadeiras azuis e brancas, tomando mais sol.
Nunca me senti tão relaxada em toda minha vida, era quase como se estivesse
de férias. Eu estava começando a entender por que Alex amava esse lugar. Isso
tudo é como um calmante, especialmente por estar perto do oceano.
Ficando de pé, corri para dentro. Vê-lo em seu jeans escuro e uma camiseta
desbotada de Nova York fez meu sangue bombear e acender o fogo em minhas
veias. Eu pulei em seus braços, puxando sua boca para a minha em um beijo
molhado e carente, eu o devorei.
Ele mordeu meu lábio inferior. — Também senti sua falta.
Ele enfiou a mão no bolso de trás e colocou dois itens em minhas mãos:
ingressos para um jogo de beisebol, New York contra Boston.
— Sim, lembra outro dia quando você disse que queria fazer algo
verdadeiramente americano?
— Bem, você disse isso e eu estou aqui para atender a esse pedido. —
Disse ele, antes de colocar um boné na minha cabeça.
— Oh, uau, mas e se eu quisesse torcer por Boston? — Lancei para ele
um olhar de deboche e toquei os ingressos na palma da minha mão. Claro, eu
estava apenas dificultando a vida dele.
Ele esfregou meus ombros, alisando as mãos para cima e para baixo em
meus braços. — Eu não me importo com isso, muito pelo contrário. — Ele
assegurou, colocando minha incerteza de lado.
— Tudo bem, me leve para o jogo. — Eu disse, tirando minha camisa e
puxando a que Alex me trouxe.
— Eu sei que não estou aqui há tanto tempo, mas você sabe que a cidade
é para o outro lado.
Ele riu e ligou a seta e começamos a dirigir pela Bay Shore Drive.
Ele pressionou o dedo contra a tela para ouvir música e "Kiss Me", de
Olly Murs, reverberou por seu Range Rover.
Procurei por algum carro da polícia. Quase não havia carros neste trecho
da estrada. Corajosamente, tirei o cinto de segurança e me inclinei para beijá-lo
na bochecha. Ele pegou minha mão na sua, levando as costas à boca e
salpicando meus dedos com beijos suaves.
— Foi boa. Fui correr e bem... Eu meio que tropecei em uma loja vazia
na Harbor Drive. Está para alugar e eu estava pensando em abrir minha loja lá.
Peguei a revista da mão dele, percebendo que era a mesma que eu havia
comprado no mercado. Sorri enquanto tracei a capa com a ponta dos dedos.
— Parece que sim. Talvez você devesse pensar em morar e trabalhar aqui
ao invés de na cidade.
Senti um sorriso puxando meu rosto e meu coração pulou uma batida.
Assim que estacionamos no aeroporto de East Hampton, Alex abriu minha
porta e pegou minha mão enquanto caminhávamos para dentro. Mil
pensamentos estavam nadando em minha mente. Eu me perguntei o que ele
estava pensando. Precisávamos conversar, obviamente, havia algumas questões
maiores pendentes.
Eu inclinei minha cabeça para trás contra uma das grandes e macias
poltronas brancas e Alex se sentou à minha direita. Depois que Joni trouxe
nossas bebidas, Alex disse a ele para nos verificar em cerca de vinte minutos.
— Você está bem? — Alex acariciou meu braço, capturando minha
atenção.
— Acho que é preciso ser uma pessoa muito corajosa para lutar por seu
país. Uma pessoa honrada. Não consigo imaginar como deve ser dar tanto,
defender e salvar a vida de tantas pessoas.
Ele não disse nada e nem precisava. Nas últimas semanas, fiquei bastante
familiarizada com os trejeitos de Alex. Pela maneira como ele respirou fundo e
esfregou o dedo indicador sobre a boca, eu sabia que ele estava pensando em
algo emocionalmente doloroso. Ele fez a mesma coisa quando falou sobre seu
caso com Amanda.
Alex pegou minha mão, apertando com força. — Você está pronta para
experimentar seu primeiro jogo de beisebol da liga principal?
Assim que saímos do carro, peguei a mão de Ella na minha. Observei todo
o seu rosto se iluminar quando ela viu o estádio. O calor voltou para o meu
peito e o gelo que momentaneamente agarra meu coração derreteu.
— Uau! — Ela ficou do lado de fora do Portão Quatro com as mãos nos
quadris e balançou a cabeça. — É simplesmente incrível.
Depois de apresentar Ella a Cole, ele nos levou para um passeio pelo Hall
dos Campeões e até o campo, onde encontramos alguns dos treinadores e
jogadores. Então Cole providenciou para que Ella e eu rebatêssemos algumas
bolas com seus arremessadores principais, Daniels e Griggs.
— Escute, eu tenho que ir, mas vocês dois aproveitem o jogo. — Cole
disse, contornando o bar para apertar minha mão mais uma vez.
Ela apenas riu e deu a volta até o bar. — Será que essas falas não tão sutis
com carga sexual realmente funcionam?
— Fiz melhor do que isso. — Ela ergueu uma sobrancelha. — Minha mão
ainda estava em seu pau, então eu o apertei e suas bolas - com força. Eu disse a
ele para nunca mais dizer isso a nenhuma mulher, porra.
Encolhendo-me, senti a dor percorrer meu próprio pau e minhas bolas.
— Ai, em nome das bolas dos homens de todo o mundo, quero dizer que ele
não merecia isso, mas ele definitivamente mereceu.
— Pobre menina, você a deixou tão nervosa que fez ela vomitar.
— Não acho que fui eu que a fez vomitar. — Fiquei de pé e caminhei até
o bar, enchendo meu copo com mais uísque. — Ok, sua vez, a pior frase.
Eu balancei minha cabeça. Ouvindo isso, não pude deixar de sentir que a
espécie masculina era uma decepção completa. Ella deu a volta no bar e se
serviu de outra bebida. Houve uma batida na porta. Eu a abri para encontrar o
pessoal do bufê com quatro carrinhos de comida. Droga, Cole nos prendeu.
Depois que eles saíram, Ella e eu nos servimos da comida. Todos os itens
sem glúten foram devidamente rotulados. Tudo parecia e cheirava
deliciosamente, desde as tendas de frango às trufas de batata frita e os mini
cheeseburgers de bacon.
Aproximei-me e pressionei meus lábios nos dela. Sua língua bateu no céu
da minha boca e ela mordeu meu lábio inferior.
— Se você tiver sorte, poderá dar a volta por todas as bases hoje à noite.
— Oh, estamos de volta ao tópico de você acertar isso com seu grande
bastão de madeira. — Ela brincou, dando um tapa rápido em sua bunda incrível.
Envolvendo meus braços em volta de sua cintura, puxei-a para o meu colo
e escovei meus polegares ao longo de sua pele lisa. Ela mexeu sua bunda contra
o meu pau, propositalmente me deixando louco. Pelo amor de Deus, eu já
estava meio duro.
Eu esmaguei meus lábios nos de Ella, sua língua deslizando contra a minha
boca. Minhas mãos envolveram seu longo cabelo loiro enquanto eu
aprofundava o beijo, precisando prová-la, devorá-la completamente. Minhas
mãos caíram para sua bunda perfeita - amassando e agarrando enquanto eu
continuava a foder sua boca com minha língua. Luxúria encheu o ar enquanto
ela pressionava sua pélvis contra mim, silenciosamente me implorando para
tomá-la. Eu considerei jogar Ella sobre o bar e transar com ela até que gritasse
meu nome, mas por mais quente que fosse, eu precisava desacelerar as coisas,
haveria muito tempo para isso mais tarde.
Bebi uma taça de vinho tinto, para não ser indelicada, além disso, sabia
que beberia mais devagar do que vinho branco. Ouvi os dois conversarem como
velhos colegas de escola sobre o jogo e relembrar seus verões no lago.
— Não, estou bem. Qualquer coisa eu te ligo. Você fica aqui e aproveita
a conversa com Cole.
Suas mãos fortes esfregaram para cima e para baixo em meus braços. Eu
podia ver a preocupação estampada em seu rosto. — Alex. — Eu sussurrei,
enrolando minha mão sobre seu ombro grosso. — Eu vou ficar bem, há pessoas
em todos os lugares. Apenas Alex e Ella, lembra?
Eu fiz meu caminho até a loja e imediatamente vi uma linda camisa rosa e
branca que ficaria adorável em Leah e Jade. Eu consegui encontrar apenas o
tamanho de Leah na pilha.
— Eu sei que temos mais desses nos fundos. Vou verificar para você.
— Olá, Lovie.
E antes que a última sílaba deixasse sua boca, meus ouvidos registraram a
quem pertencia a voz malandra. Senti meu peito ceder quando ele se aproximou
de mim, lentamente contornando a exibição de camisetas para ficar ao meu
lado. Meu estômago embrulhou quando o cheiro de cerveja e suor me envolveu.
Seu cabelo estava despenteado e sua pele pálida estava tingida de um vermelho
rosado.
— Charlie, tenho certeza de que você tem outro lugar que precisa estar.
— Afirmei, olhando para o passe de imprensa pendurado em seu pescoço. —
Então, corra e vá irritar outra pessoa.
— Meu namorado. Eu sugiro que você dê o fora antes que ele chegue
aqui. Ele sabe tudo sobre o que você e David fizeram comigo. Tenho certeza
que ele adoraria bater em você. — Uma mentira branca, mas se isso fizer Charlie
ir embora, eu não me importo.
— Foda-se. — Eu cuspi.
— Isso é um convite?
Ele estava mentindo. Todo o seu equipamento foi apreendido pela polícia
e qualquer coisa relacionada ao meu caso foi apagada de sua câmera e de seus
computadores. Se Charlie tivesse alguma coisa, ele estaria violando gravemente
seu acordo com os tribunais.
A raiva cresceu dentro de mim. A última coisa que eu precisava era pensar
nele se masturbando com minhas fotos nua. Respirando fundo, meus dedos
agarraram o pacote de roupas com mais força.
— Você me enoja. Por que você não encontra outra pessoa para fixar seus
desejos sujos? Sou notícia velha, pegue uma nova manchete. — Não dei a
Charlie a chance de responder. Passei por ele, jogando a pilha de camisas no
carrinho dobrável vazio. Comprar online parecia a melhor opção neste
momento.
— Ei, você está bem? — Agarrando-me com força, ele me puxou para seu
peito.
Fechando meus olhos, respirei seu cheiro familiar. — Sim eu... Estou bem.
Suas mãos alisaram minhas costas para cima e para baixo. Acolhi a
sensação de segurança que Alex estava me dando. De repente, as mãos pararam
e todos os seus músculos ficaram rígidos. Eu me afastei e segui o olhar de Alex
que estava preso diretamente em Charlie quando ele se aproximou da área de
concessão.
— Ella. — Disse ele com firmeza. — Diga-me por que estou olhando
para Charlie McNeil agora e eu pensarei duas vezes antes de descartar isso como
algo aleatório.
Ele soltou um suspiro áspero e passou a mão pelo cabelo escuro. — Ele
colocou as mãos sobre você? Se ele te machucou de alguma forma, então, Deus
me ajude. — Seu corpo vibrou de raiva quando ele se virou para encarar a
barraca de cerveja. Felizmente, Charlie havia partido.
Era hora de parar de ser tão blasé sobre a provação e perceber que Charlie
representava uma ameaça real. — Ele não me machucou, mas, para ser honesta,
este último encontro me deixou no limite.
As palavras que eu queria dizer estavam ali na superfície, mas eu sabia que
este não era o lugar certo para contar a ele sobre meu passado. Doeu-me ver
que manter minha conexão com Charlie em segredo estava prejudicando Alex.
Eu não queria que alguém o machucasse, nunca.
— Jesus. — Sua voz aumentou uma oitava. — O que é essa merda entre
vocês dois?
— Por favor, não vamos fazer uma cena. Eu prometo que vou te contar
a história, toda a coisa sórdida. — Eu segurei seu rosto em minhas mãos na
esperança de trazer seu foco de volta para nós.
— Não precisa se desculpar comigo, e você está certo, havia algo entre
Charlie e eu, mas posso garantir que não é o que você está pensando.
Ele roçou o polegar em meu lábio inferior e pressionou sua testa na minha.
— Nada na terra poderia me fazer pensar menos de você.
Dado o que soube sobre Alex, não estou surpresa que ele não se importe
com meu passado. Com base em sua reação inflamada em relação a Charlie,
suspeito que seus sentimentos por mim intensificaram os meus sentimentos por
ele.
Minha mente estava uma bagunça. Toda a clareza que pensei ter sobre o
que havia acontecido desapareceu. — Eu realmente não tenho um plano.
— Sim, ela está absolutamente segura. Neste ponto, não há nada para
alarmar Ronan, mas estou tomando precauções extras. — Ele fez uma pausa.
— Minha casa, sim, é particular e há uma casa de hóspedes onde Ella pode se
sentir em casa.
Entrei no banheiro e peguei o resto das minhas coisas, não havia muito,
pois a maioria dos meus pertences já estava na casa dele.
— É melhor você se sentar, esta é uma longa história. Talvez você queira
uma bebida também.
Ele sorriu e entramos na sala de estar. Calor deslizou por minhas veias
quando ele pegou a garrafa de vinho tinto do bar e serviu dois copos. Ele se
sentou no sofá. Eu me juntei a ele, me enrolando e colocando minhas pernas
embaixo de mim. Depois de tomar um longo gole, minhas mãos agarraram o
copo com força.
— Sim, lá estava eu com meus seios à mostra para todo o Holland Park
ver. O deslize da irmãzinha de Ronan Connolly foi a manchete daquela vez.
‘Noites Selvagens com Ella’ tornou-se uma ocorrência regular nos jornais.
— Não posso dizer que culpo os paparazzi por querer tirar fotos suas
continuamente. Mas eu prefiro ter as de topless para mim.
Eu olhei para o meu copo. — Gostaria de dizer que foi meu único
contratempo com os jornais, mas a história vai um pouco mais fundo. Quando
achei que as fofocas haviam acabado comigo, conheci David Warner, um
jogador inglês muito popular... jogador de futebol, digo. Uma coisa levou à
outra e começamos a namorar e esse relacionamento reacendeu o interesse da
mídia.
— Eu queria que isso fosse tudo, mas tem mais. — Consegui pronunciar
as palavras, apesar de minha garganta estar seca. Meu copo estava vazio, mas
eu não queria que Alex pensasse que eu precisava do álcool para superar as
memórias do passado. Naquela época, eu precisava para anestesiar a dor, mas
não mais. Hoje em dia estou com a cabeça no lugar. — Durante o julgamento,
foi revelado que David e seu treinador encobriram o fato de que o telefone de
David havia sido hackeado. Fotos da jovem, junto com mensagens de texto
entre os dois - estava tudo lá. A pior parte foi no tribunal aberto, foi assim que
descobri que David arranjou para Charlie tirar as minhas fotos de topless. Ele
admitiu que me usou.
— Não, mas acho que o fato de ele não poder vender suas fotos de
celebridades para os tabloides já foi punição suficiente. É um grande negócio -
extremamente lucrativo.
Ele tocou meu rosto, as pontas dos dedos percorrendo minha bochecha.
— Tudo ficará bem, querida, não se preocupe com Charlie. Isso será tratado.
Eu vou mantê-la em segurança.
Eu não conseguia acreditar que não olhei para a história de Ella depois
que aceitei este trabalho. Além disso, por que diabos eu não investiguei Charlie
depois daquele primeiro encontro no pub? Uma simples pesquisa no Google
poderia ter me atualizado. Erro de novato. e o bem-estar de Ella não eram o
momento para eu falar sobre minhas responsabilidades.
Ela disse que não era nada e acreditei. Não é culpa dela eu estar quebrando
minhas próprias regras. Fui eu quem disse que deveríamos ser apenas Ella e
Alex. Eu gostei... amei ser apenas nós.
— Faminta.
— Restaurante ou casa?
***
Quando eu disse a Dean que Ella poderia ficar com a casa de hóspedes,
falei com toda a sinceridade. Ella, no entanto, tinha outros planos. Ela foi direto
para o meu quarto e desfez as malas. Eu não pude deixar de sorrir ao perceber
que ela estava na minha cama todas as noites. Com sorte, não haveria visitas
surpresa de seu irmão ou Dean.
A situação original foi resolvida, isso era uma boa notícia. — Pelo menos
essa ameaça não paira mais sobre a Sra. Prescott. Talvez essa coisa com McNeil
seja resolvida com a mesma rapidez.
Ele deu um tapa no meu ombro e sorriu. — Com você lidando com isso
pessoalmente, não tenho dúvidas de que ela estará.
Alex tinha saído cedo esta manhã. Ele não me acordou, mas o bilhete na
mesa de centro tinha instruções estritas para eu relaxar. Ele também sugeriu que
eu desse um mergulho na piscina. Vasculhei minha mala e comecei a pendurar
minhas coisas no armário. Meu traje de banho ainda tinha as etiquetas. Eu o
comprei uma semana antes de partir. Era um biquíni vermelho sexy de corte
triangular com detalhes dourados nas alças do pescoço. Comprei com a
intenção de não impressionar ninguém na piscina do hotel, mas tinha certeza
de que Alex iria adorar.
Coloquei meu biquíni, apliquei um filtro solar e peguei uma toalha de linho
do armário. Uma vez fora da casa, sentei-me em uma espreguiçadeira com
minhas revistas de fofoca favoritas.
Nabila: Digamos que estamos nos divertindo. Você está namorando alguém?
Eu sorri para sua pergunta por dois motivos. Um, eu sabia o que
significava "estamos nos divertindo" e, dois, fez meu coração bater um pouco
mais rápido pensando em Alex. Meus sentimentos por ele estavam se
multiplicando exponencialmente. Adorava estar com ele.
Meu telefone apitou com outra mensagem de Bila: Não se preocupe, boneca,
Gavin me contou tudo sobre seu guarda-costas gostoso. Seu segredo está seguro comigo. ☺
Eu ri, sim, seguro - seguro com Bila, mas aparentemente não com Gavin.
Quem diria que ele não conseguia ficar de boca fechada?
Estava quieto aqui, pacífico até, apenas o som dos pássaros e as ondas do
oceano à distância. De repente, tudo fez sentido para mim porque Alex
escolheu estar aqui. A água, a espécie de isolamento e o quase silêncio, era
realmente terapêutico.
O calor da tarde era muito mais intenso aqui do que em casa. A água da
piscina me chamou a atenção. Em um grito brincalhão, corri e mergulhei na
água. Nadei algumas voltas e depois flutuei sem peso na superfície enquanto os
raios quentes do sol dançavam em minha pele. Mais uma vez caí na água, dando
uma cambalhota rápida.
Ele olhou para mim como se eu tivesse falado as palavras em uma língua
estrangeira.
Ele é adorável.
— Eu gosto da ducha épica. Algumas das merdas que saem da boca dos
caras são realmente estúpidas. Eu não posso acreditar que as mulheres caem
nisso. — Ele tirou os sapatos e em seguida foi o relógio.
— Bem, o que mais você acha prazeroso? — Sim, eu sei exatamente o que
estou fazendo neste momento.
Ele sorriu. — Sim, por favor, mas mantenha o adequado fora disso.
Pegando meu rosto, ele me puxou para outro beijo, roçando seus lábios
nos meus. Soltando um grunhido, Alex puxou as cordas nas laterais da parte de
baixo do meu biquíni.
Ele se foi.
Ele se virou, trazendo nós dois para a borda onde ele me puxou para seu
colo. Seu pau balançou contra meu estômago. Frenética em minha necessidade
por ele, agarrei seu pau. Ele gemeu enquanto eu continuava massageando seu
corpo.
Alex esmagou seus lábios nos meus, enfiando sua língua dentro da minha
boca. Suas mãos acariciaram minhas costas para cima e para baixo, acendendo
minha luxúria novamente. Assim como pensei que poderíamos ir para a
segunda rodada na piscina, o céu se abriu, liberando uma chuva torrencial.
— Ella.
— Hmm?
— Sim. — Eu disse através de uma risada, e então fiquei na ponta dos pés
para beijá-lo nos lábios. — Acho que você deixou isso bem claro.
22
Ella
Ir para o Nancy's Diner foi uma aventura. Em vez de ser um local
tranquilo e afastado para eu almoçar com meu irmão, acabou sendo uma
enorme foda em grupo. Não ajudou em nada o fato de The Harbour estar
inundado com mais pessoas do que o normal devido ao feriado americano que
o impedia de sair. Os paparazzi avistaram Ronan no aeroporto, então decidiram
segui-lo até o restaurante. Em uma mesa de canto, sentei-me sozinha enquanto
ele conversava com a mídia e dava alguns autógrafos para os fãs.
Jesus.
O repicar dos sinos atraiu meus olhos para a porta. Ronan e Dean
entraram, e imediatamente se sentaram no balcão. Eu respirei fundo e empurrei
meus pensamentos lascivos para fora do meu cérebro.
— Claro.
— Então eu te perdoo.
— A salada de lagosta é uma das iguarias locais. Alex gosta dos tacos de
camarão apimentados com molho de manga.
— Desculpe, escolha ruim de palavras. Eu não quis dizer nada com isso.
Eu sorri com o apelido que meu irmão me deu desde que éramos crianças.
Num verão, eu estava obcecada em comer pirulito no café da manhã, almoço e
jantar. Naquela época, era minha coisa favorita no mundo inteiro. Eu saí dessa
fase, mas não acho que Ronan planeja parar de me chamar de Lolly tão cedo.
— Estou indo bem, mantendo-me ocupada. Estou pronta para fazer uma
oferta por um espaço aqui. Aquele sobre o qual eu estava falando em Harbor
Drive.
Eu teria uma marca internacional. Foi para isso que trabalhei tanto. Meu
sonho finalmente estava acontecendo.
No início, pensei que Alex seria uma distração. Em vez disso, ele me
ajudou de mais maneiras do que eu poderia contar. Agora, eu esperava que
estivesse ansiosa para voltar para Londres. De volta para meus amigos e de volta
para meu apartamento. Mas, nos últimos meses, Alex se aprofundou mais em
minha vida e eu não estava pronta para deixá-lo ir. Eu ainda precisava?
A vida após a finalização deste acordo estava repleta de "e se". Na maioria
das noites eu deito na cama, olhando para o teto do quarto de Alex, fantasiando
sobre ele parando na boutique para me trazer um café, só porque quis. Pensei
em todas as noites em que faria o jantar para ele e depois daríamos um passeio
na praia.
— Hmm?
Ele piscou. — O prazer é meu, acho que você é uma boa irmãzinha.
Nossa refeição chegou e, como um glutão, dei três grandes mordidas antes
de subir para respirar. Ronan apenas olhou para mim e então moveu seu prato
para mais perto dele.
— Bom Deus, quando foi a última vez que você teve uma refeição
decente?
Eu engoli e limpei minha boca. — Desculpe, isso é tão incrivelmente bom.
Não era segredo que Ronan e Grady eram menos que amigáveis. Em
dezembro passado, a briga de clube deles era tudo o que se podia falar, até que
Ronan e Holliday divulgaram seu relacionamento algumas semanas depois.
Desde então, não vi muito de Grady nos tablóides.
Ele sussurrou algo para Nancy. Sorrindo, ela segurou o queixo dele e
beijou sua bochecha, como uma mãe faria. Seus olhos azuis elétricos travaram
nos meus e eu rapidamente desviei o olhar. Dean se levantou assim que viu
Grady parado em nosso estande.
— Connolly, não parece ser Holliday com quem você vai jantar hoje.
— Uhmm, oi.
Grady se virou para encarar meu irmão. — Parabéns pelo filme de Van
Wyk, cara. Será um sucesso com certeza.
— Quais são seus planos para o fim de semana, Ella? — Grady perguntou,
dando-me aquele sorriso encantador mais uma vez.
— Escute, foi bom ver você, Ronan, mas meu agente acabou de entrar e
eu preciso ir.
Era uma coisa estranha para ele dizer, especialmente porque foi ideia dele
que eu fosse cuidada enquanto estivesse na cidade. Acho que era fora do normal
eu morar sob o mesmo teto que meu guarda-costas. Normalmente é o guarda-
costas que fica com quem eles estão protegendo. Nossa família não é
exatamente normal.
— Amigos, hein?
— Oh, pare. Está mais quente do que o inferno aqui, além disso, você não
é amigo de Dean? — Eu balancei a cabeça em direção ao balcão onde ele estava
sentado.
Alcancei a mesa e cobri sua mão com a minha. — Você é muito doce e eu
te amo por se importar. Você não precisa se preocupar comigo e, obviamente,
seus instintos estavam certos ao contratar Alex. Mas a boa notícia é que não
ouvi um pio de Charlie por um mês. Então, como você pode ver, meus instintos
de estar aqui no The Harbour também estavam corretos. Eu amo esse lugar.
***
— Sabe, eles dizem que toda vez que uma de suas músicas estão tocando,
significa que alguém está fodendo.
— Eu acho que se você ouvir com atenção, pode realmente ouvir o som
da calcinha batendo no chão.
— Eu acho que é um excelente lugar para sua calcinha estar agora. — Ele
murmurou, seus lábios subindo pela minha garganta. — Eu não via a hora de
você voltar do almoço. Tudo que eu conseguia pensar era quando eu foderia
você de novo.
Suas mãos se moveram sob a minha saia, seus dedos provocando a borda
de seda da minha calcinha.
— Isso deve ter sido troca de pensamento, porque estive pensando em
você o dia todo. — Enfiei minhas mãos no cós da calça jeans, abrindo o botão.
— Eu mal consegui sobreviver ao almoço. Tudo que eu conseguia pensar era o
quanto eu gostaria de chupar seu pau.
— Ella... Cristo.
Depois de puxar o zíper para baixo e alcançar dentro de sua cueca boxer,
envolvi minhas mãos em torno de seu pau. Alex era tão grosso, tão grande. Eu
o acariciei lentamente, saboreando a sensação dele.
Lambi meu lábio inferior. — Quero você. Eu quero provar você, Alex.
— Ella, eu vou gozar. — Seu tom era de advertência, mas cheio da mais
soberba agonia. Minha urgência em prová-lo era cega, agarrei seu pau com as
duas mãos e o lambi intensamente.
— Vou te foder com tanta força que você estará dolorida amanhã.
— Bem, eu estou por cima, então parece que serei eu quem estara no
controle aqui. — Eu o desafiei.
Entre beijos, ele conseguiu tirar a calça jeans e então tive o prazer de abrir
os botões de sua camisa, sentindo a textura dos pelos sob meus dedos. Minhas
mãos percorreram os músculos de seu abdômen e ao redor de suas costas, onde
tracei minhas unhas ao longo de sua coluna e sobre sua tatuagem.
Ele ficou de joelhos e deslizou a camisa sobre os ombros grossos. — Ella,
você tem poucos segundos, no máximo, para ficar nua ou eu farei isso por você.
Por favor, não me coloque em uma posição em que serei responsável pela
destruição deste vestido sexy.
Suas mãos desceram para minha bunda. Segurando com força, me puxou
para frente até a borda de sua mesa. Ele encaixou seu pau na minha entrada e
bateu em mim.
Ela deslizou o cabelo por cima do ombro, atraindo meus olhos para sua
pele sedosa e impecável. Pensei em marcar com os dentes logo acima do seio.
Era uma coisa estranha de se pensar, mas em outras notícias estranhas, eu
amava pra caralho pensar em marcá-la como minha.
— Oh, que bom, obrigada. — Respondeu ela, pegando uma tigela e uma
colher.
— Ella, olhe para mim. — Coloquei meus dedos sob seu queixo,
forçando-a a olhar para mim. — O que há de errado?
— Como exatamente?
— Este grupo de pessoas não faria isso e mesmo se alguém fizesse, eles
teriam que lidar comigo. Você se preocupa com isso o tempo todo?
Acalme-a, tranquilize-a.
— Chicago? Você nunca disse que era a Windy City! Sim, adoraria
acompanhá-lo ao evento.
Tínhamos caído em uma rotina fácil. Pegar café e uma caixa de doces
saudáveis em um dos cafés seguido dos nossos exercícios matinais. Houve
longos almoços à tarde no cais e alguns almoços em que a comida foi totalmente
ignorada para prolongadas maratonas de sexo. Também havia noites de farra
assistindo televisão, ela adorava seriados - Friends e Will & Grace eram suas
principais escolhas. Eu finalmente consegui que ela assistisse Game of Thrones.
Embora ela passasse a maioria dos episódios com as mãos no rosto, toda a
violência a deixava enjoada.
— Meu irmão...
Já lidei com muitas situações delicadas em minha vida, mas esse era um
risco em que não fui totalmente capaz de avaliar todos os detalhes.
Probabilidade e resultado desejado, essas eram duas coisas que eu poderia
calcular em menos de dez segundos. As coisas não estavam claras e essa situação
com Charlie McNeil precisava acabar logo.
24
Ella
Alex manobrou seu Range Rover pelos portões do The Harbor Polo Club.
Era um lindo dia para uma partida de pólo. O céu estava em um tom magnífico
de azul cobalto e a brisa quente sussurrava suavemente a grama alta e a
abundância de flores que decoravam a extensa propriedade. À distância, havia
uma enorme tenda branca com um mar de pessoas bem vestidas se misturando
embaixo dela. Diretamente em frente à tenda estava o campo de pólo
imaculado, apenas esperando para ser rasgado. Cadeiras brancas sob guarda-
sóis com logotipo alinhavam-se na arena verde brilhante intocada.
Fomos abordados por uma mulher com um vestido com listras azuis e
brancas segurando uma prancheta. Os diamantes pendurados em seu pescoço
refletiam o brilho do sol, lançando flashes de luz deslumbrantes.
Alex soltou uma risada baixa. Corei percebendo o humor em meu elogio.
— Eu quis dizer que você está sexy como o inferno. — Meus dedos
brincaram com as lapelas de sua jaqueta.
Alex discutiu algumas vodkas com o barman, o que fez meu sorriso ficar
mais largo. Ele sabia o meu pedido de bebida - ele nem precisava perguntar.
Olhando ao redor da tenda, notei vários homens bebendo copos altos de
cerveja. Nesses eventos em Londres, os convidados bebiam Pimm's ou
champanhe. Eu me perguntei o que Alex pediria? Meu palpite era um uísque
com soda.
Com a mão na parte inferior das minhas costas, ele me levou a uma das
mesas de coquetéis. Alguns jogadores de pólo entraram e eu olhei para ver se
Grady James fazia parte da multidão. Gostaria de agradecê-lo novamente pelo
convite.
Você poderia ter me derrubado com uma pena. Eu não estava preparada
para essas palavras. É uma raridade encontrar uma mulher direta.
Não houve muito tempo para os dois conversarem, porque o clarim soou
alertando-nos que a partida iria começar. Francesca saiu correndo, mas não
antes de nos dar um abraço. Os jogadores entraram em campo e a empolgação
espalhou-se pela multidão. Após o discurso do árbitro, focamos nossa atenção
na bola branca na palma de sua mão.
Após seis chukkas, houve uma pausa no jogo para os jogadores trocarem
de montaria. Caminhando rapidamente, disparamos no meio da multidão. Alex
agarrou minha mão com força. Seu toque era uma fogueira, derretendo-me
como caramelo.
Abrindo o portão, ele me puxou para trás dos estábulos e então pressionou
seu corpo alto contra mim. Antes que eu pudesse perguntar a Alex o que ele
estava fazendo, sua boca estava na minha, sondando e buscando entrada. Um
zumbido familiar de eletricidade acendeu, serpenteando por cada centímetro do
meu corpo.
A próxima coisa que eu vi foi quando Alex puxou seu corpo para longe
de mim e jogou sua jaqueta no chão. Ele caminhou em direção a Charlie,
jogando o babaca para trás. Todos os três homens se viraram para encarar Alex.
Ele estufou o peito. — E se eu não fizer isso, o que você vai fazer a
respeito?
Crack!
Alex nem mesmo vacilou quando seu punho acertou o nariz de Charlie.
Quando Alex embalou meu rosto em suas mãos, senti todo o ar sair dos
meus pulmões. — Ei, você está bem?
— Sim, estou bem. — Meu olhar disparou de seus olhos para sua
mandíbula. — Você está bem?
— Não vou mentir, eu não achei que o filho da puta tivesse coragem de
me acertar, mas ele o fez.
Pelo menos o humor de Alex ainda estava intacto. Ele me puxou para ele
e beijou o topo da minha cabeça. Apertando sua mão, caminhamos atrás dos
estábulos e através do mar de carros. Ele precisava de um saco de gelo e
provavelmente um banho e uma bebida forte.
Ele riu. — Você estava pensando em voz alta, mas aquela bebida parece
muito boa.
Suas mãos se enredaram no meu cabelo. — Não, eu não acho. Esse era
seu ego masculino ferido falando besteiras. Ele vai se acalmar, lamber suas
feridas e esquecer tudo sobre isso.
Corri duna acima e desabei no gramado recém aparado. Este não foi o
melhor desaquecimento. Dando-lhe toda a minha força, me levantei e fiquei de
pé. Eu estiquei meus membros e fiz alguns abdominais para uma boa medida.
Mesmo que eu tivesse acabado de treinar como se estivesse prestes a partir para
uma missão de campo, ou competir nas Olimpíadas, a tensão ainda persistia.
Minha mente estava uma bagunça do caralho. Talvez eu devesse fazer ioga
como Ella. Ela parecia incrivelmente calma para uma mulher que estaria
abrindo um negócio em menos de um mês. Enquanto eu caminhava em círculos
ao redor da piscina, respirando fundo, não pude deixar de sorrir.
Ela perguntava se estava tudo bem. Eu sorria e beijava seus lábios macios,
assegurando-lhe que estava tudo bem e que provavelmente era apenas o calor
do verão. Eu até sugeri que posso ter síndrome das pernas inquietas. Estúpido,
eu sei.
Nada além de silêncio desde o evento, e foi inquietante. Talvez esse fosse
o jogo dele, me fazer pensar, essencialmente me deixando louco. Ele não sabia,
mas eu tive treinamento nessa área. Eu só precisava me lembrar de como
compartimentar essa merda. Foda-se seus jogos mentais.
***
— Cara, você precisa vir aqui o mais rápido possível. — O tom de sua voz
me deixou em pânico por dentro.
— Ella está bem? — Meu coração batia forte no peito. — Sim ou não,
Marcus?
— Peguei você, já vou. — Passei meu dedo em desligar sem outra palavra.
Ella
Fechei a porta do meu escritório e, em seguida, sentei em cima de uma das
muitas caixas que ocupavam o pequeno espaço. Mais uma vez tirei as fotos do
envelope. Frio se infiltrou em meu corpo e se estabeleceu em minha espinha
enquanto eu passava de uma foto brilhante para a próxima. Aquele babaca de
merda tinha tirado fotos da briga de Alex e Charlie. Eu nem tinha percebido
que a versão hipster de Tom Hardy estava tirando fotos no momento da briga.
A pior parte é que elas foram manipuladas de uma forma que o mundo
veria Charlie como uma vítima. O que isso faria com a reputação de Alex?
Nenhuma foto de Charlie socando Alex ou tentando correr em sua
direção. É assim que as fotos podem ser enganosas. Algo capturado em um
milissegundo de tempo significa mais do que realmente significa. Como os
tabloides colocariam isso?
Consegui arrancar meu corpo de Alex. Seu olhar caiu para o envelope e
eu balancei a cabeça para ele abri-lo. Eu coloquei minha bunda de volta na caixa,
que decidi que seria minha cadeira até que a nova chegasse.
— Hmm.
— Sim.
— Ella, as fotos são minhas, mas ele as enviou aqui para sua boutique. Ele
não sabe meu endereço ou meu sobrenome. Quem se importa se elas forem
publicadas? Inferno, vou enviá-las para minha página de mídia social e estragar
sua diversão. — Ele empurrou as fotos de volta para o envelope e jogou-as em
cima do meu arquivo.
Nem uma vez eu pensei que teria que entrar com uma ordem de restrição,
ou ter que ir tão longe para me sentir segura. Alex se inclinou para encontrar
meus olhos, suas mãos enquadraram meu rosto. — Ella, fale comigo.
— Não acho que você deva postar as fotos em suas contas de mídia social.
Ele riu. — Sim, não acho que tenha sido uma ideia muito boa.
Ele deu um beijo suave na minha boca. — O que mais precisa ser feito
por aqui? Coloque-me para trabalhar.
— Só mais uma coisa, estou indo para Chicago no fim de semana, você e
Marcus me atualizem assim que tudo estiver instalado.
Charlie McNeil estava jogando um jogo muito perigoso. Uma coisa era
certa; ele não estava preparado para jogar nas minhas regras.
***
Com Ella felizmente ocupada, tirei algum tempo para relaxar. O Bar At
the Peninsula ainda não estava aberto, então fui para um dos meus lugares
favoritos de Chicago, o Giordano. Sentei-me no bar assistindo ao jogo dos Cubs
junto com vários outros clientes.
— Miller Lite, garrafa, sem copo. — Ele se inclinou e sussurrou por cima
do ombro. — Todo mundo nesta cidade quer colocar minha cerveja em um
copo. Direto da garrafa ou lata, é assim que eu gosto.
Não tive coragem de dizer a ele que a cerveja ficava melhor em um copo.
Bem, não tanto quanto o gosto melhor, mais pela experiência, mas com Miller
Lite isso realmente não importa.
Ele deu uma risadinha. — Perto. Este será o nosso quarto, um menino.
Jessie acabou depois deste. E quanto a você? Já é casado?
— Não, mas estou saindo com alguém; ela é ótima - mais do que ótima.
Senti uma pontada de culpa por admitir que tinha alguém especial. Sully
sabia que Sasha e eu estávamos juntos. Era difícil manter nosso relacionamento
em segredo. Quando Sasha morreu, Rebecca e Horton obviamente fizeram suas
conexões.
— É bom ouvir isso, cara. Isto é sério? — Ele perguntou, antes de tomar
outro gole.
— Faz muito tempo que não me sinto assim e é muito bom. — Admiti,
estremecendo ligeiramente com a minha confissão. Não é normal se sentir assim.
Ele ergueu uma sobrancelha, um sinal de que ele tinha uma leitura sobre
mim. — Está tudo bem, cara. Ninguém espera que você não supere a Sasha.
Foi há muito tempo, e todos nós sabemos o quanto você a amava.
— Esse dia ainda me assombra. Estou melhor agora, mas foi difícil por
muito tempo. — Eu levantei meu copo e tomei um gole. Eu nunca me abri para
nenhum membro da Elite Eight sobre meus sentimentos em relação à morte
de Sasha e como isso me afetou.
— Nah, eu não acredito nisso. Acho que ela sempre estará com você - em
seu coração.
Três bebidas apareceram na nossa frente, junto com fatias de limão fresco.
Eu levantei meu copo. — Para Sasha. — Jogando para tras a dose, engoli
o líquido e junto com ele minha culpa por sua morte. Esses poucos momentos
conversando com Sully proporcionaram mais clareza do que qualquer sessão de
uma hora com meu psiquiatra.
— Ainda não, mas eu planejei isso. Só não sei quando seria a hora certa.
— Antes da gala. — Ele aconselhou, e então tomou um gole. — Ter essa
conversa depois pode ser muito difícil. Só minha opinião, no entanto.
Sua mão apertou meu ombro. — Foi bom conversar com você, Robo.
Tenha essa conversa com sua garota. Você não quer que algo tão pesado a
surpreenda.
Depois de pagar a conta, olhei para o relógio. Passava pouco das duas da
tarde. Ella ficaria no spa por pelo menos mais uma hora. Eu coloquei uma
pastilha de hortelã enquanto caminhava pela calçada lotada. O ar estava quente
e a umidade me envolvia. Quando cheguei ao hotel, parei no balcão do
concierge e pedi uma garrafa de champanhe e alguns aperitivos com instruções
para serem entregues o mais próximo possível dàs três e meia.
— Bom ouvir isso. — Ele pegou minha mão e me levou para o sofá. —
Espero que não se importe, mas pedi um serviço de quarto e deve estar aqui
em breve.
Junto com o serviço de quarto, nossas roupas para esta noite chegaram
depois de serem devidamente passadas. Assim que eles saíram, Alex abriu o
champanhe e me ofereceu uma taça. Foi uma coisa boa eu ter optado por não
receber a massagem ou não teria podido beber esta noite.
— Não, não é nada sobre ele. Preciso contar a você algo sobre minha
amiga Sasha.
Ele olhou para a janela. — Não, você não vai conhecê-la esta noite.
— Ei. — Inclinei minha cabeça para encontrar seu olhar. — Fale comigo.
— Ella, aqui, sente-se. — Alex agarrou meu cotovelo com uma das mãos
e me sentou de volta no sofá. Ele se ajoelhou na minha frente e seus dedos
acariciaram a parte de trás da minha perna. — Vou começar com esse dia.
Tínhamos rastreado uma célula terrorista por alguns meses. Naquela manhã,
recebemos a notícia de que alguns dos líderes estavam se escondendo em uma
fábrica abandonada na Irlanda do Norte. A inteligência verificou e o comando
nos deu sinal verde. Para encurtar a história, fomos traídos pela nossa fonte -
foi tudo uma armação.
Seu rosto empalideceu e ele ficou de pé. Quando suas mãos esfregaram
seu rosto, foi quando eu vi que ele estava tremendo. Meu coração caiu, caindo
na boca do meu estômago.
— Sasha não precisava ir para a missão, mas foi assim mesmo. Ela estava
a dias de deixar a Elite Eight. Ela era o que chamamos de temporizador curto,
e tradicionalmente... tecnicamente, quando alguém atinge esse status, não vai para
o campo. Sasha era teimosa e estava determinada a ajudar. Acho que ela sentiu
que era seu dever ir até o fim. Se esse fosse o dia em que pegaríamos os homens
que estávamos procurando; ela queria ajudar de qualquer maneira que pudesse.
Uma dor cortante passou por mim, vendo este homem desmoronar na
minha frente. Segurando minhas próprias lágrimas, permaneci em silêncio,
permitindo que ele apenas conversasse sobre isso.
Eu não sabia se havia algo mais na história, mas se ele precisasse ficar
quieto ou fazer uma pausa, eu queria que ele soubesse que estava aqui para ele.
Me sentei ao seu lado e, em seguida, entreguei-lhe a garrafa gelada. Sua mão
livre agarrou minha nuca enquanto ele beijava o topo da minha cabeça.
Cada palavra que saia de sua boca estava misturada com dor. Eu podia
ouvir isso e sentir a dor por ele. Eu queria tirar sua dor e a enorme culpa que
ele sentia pela morte de Sasha. Abracei Alex, esperando poder absorver um
pouco da agonia que ele sentia. Está tudo bem, Alex.
Eu queria dizer a ele que o amava. Que eu não iria deixá-lo, mas algo
dentro de mim me disse que não era a hora. Cavando fundo, consegui conter
as lágrimas que ameaçavam sair. — Você é um bom homem, Alex Robertsen.
Sua boca selou a minha, me puxando para um beijo que me consumia. O
sonho de alguma garota de um cavaleiro de armadura brilhante é bom, mas as
cicatrizes que eles carregam contam histórias mais profundas.
Alex
Ella colocou os braços em volta do meu pescoço enquanto eu a levantei
do chão e suas pernas giraram em volta da minha cintura. Quase nos levei para
a suíte master. Uma trilha de roupas estava em nosso rastro na minha pressa
para deixá-la nua.
Abrir-me para ela sobre Sasha do jeito que eu fiz foi inesperado. Mais
especificamente, expor essas emoções e quebrar na frente dela, tudo meio que
desencadeou, mas de alguma forma eu me senti um pouco mais leve. Ela não
falava muito, Ella ouvia, e era o que eu mais precisava no momento. As poucas
palavras que ela falou significaram mais para mim do que eu jamais poderia ter
imaginado.
Meus dedos roçaram seus braços. Arrepios espirraram em sua pele quando
meus dedos deslizaram por suas costas, logo abaixo das alças. Eu amava seu
corpo, mas também amava sua mente e seu bom coração. Eu a amava.
Eu amo Ella.
Eu queria que ela tivesse uma escova de dentes, não duas. Neste ponto,
ela tinha duplicatas para tudo. A casa de hóspedes era apenas uma diversão, um
conjunto de adereços habilmente arranjados para disfarçar nossa verdade. Era
hora de trazer a verdade para a luz. Sem mais camuflagem.
Com seu sutiã e calcinha agora jogados no chão, eu nos levei para a cama.
Pelos meus cálculos, tínhamos uns bons trinta minutos antes que Ella precisasse
começar a se preparar. Puxando o edredom, coloquei seu corpo ágil sobre o
colchão.
— Eu amo que você já esteja nua. — Eu rastejei por seu corpo, minha
língua lambendo uma linha de seu umbigo até o espaço entre seus seios.
Quando meus dentes roçaram seu mamilo, um suspiro escapou de seus lábios
e seu corpo estremeceu embaixo de mim.
— Bem, você com certeza terá isso, mas não é exatamente o que estou
perguntando.
Ella começou a falar e eu pressionei meu polegar sobre seus lábios. Ela
me surpreendeu mordendo a ponta do meu polegar e, em seguida, muito
suavemente, me chupou em sua boca.
Suas mãos foram para o meu rosto e seus olhos azuis se encheram de
lágrimas. — Eu também te amo, muito, Alex.
— Eu sei que você está, mas quero que você faça da minha, sua casa,
permanentemente. — Chupei seu lábio inferior em minha boca e agitei meus
quadris.
— Você quer mais? — Ela perguntou, raspando as unhas para cima e para
baixo nas minhas costas.
Ella cravou os dedos em meus ombros. — Ahhh, você se sente tão bem.
— Ela gemeu, suas coxas apertando em torno de mim.
Eu sorri contra seus lábios. — Bom, estou feliz por termos tido essa
conversa.
28
Ella
Enquanto empurrava a parte de trás do meu brinco, pensei em Alex e suas
confissões - o relacionamento que ele tinha com Sasha e basicamente o fato de
que ele era uma espécie de versão durona americana de James Bond. Pelo
menos em minha mente foi assim que imaginei.
Essas não foram as únicas confissões da noite. Alex confessou seu amor
por mim e me pediu para morar com ele. Não havia dúvidas restantes, era claro
que ele queria um futuro comigo. Eu queria tudo com ele.
No chuveiro, Alex explicou que disse a Dean que não queria mais receber
um salário. Algumas semanas atrás, ele instruiu que todo o dinheiro deveria ser
dividido entre a campanha Connolly e a Fundação Robertsen. Fiquei sabendo
que sua família doava dinheiro a várias organizações em todo o mundo.
“Este trabalho, proteger você, nunca foi sobre o dinheiro. Era sobre eu colocar minha
vida de volta nos trilhos. Quando comecei a me apaixonar por você, não parecia certo aceitar
o pagamento.”
— Você está linda pra caralho. — Alex entrou no banheiro e ajustou suas
abotoaduras.
Eu espirrei um pouco de perfume no meu pulso. — Eu? E você? Você
tem um corpo projetado para ternos sob medida.
Ele sorriu e suas mãos deslizaram sobre meus ombros. — Este vestido...
podemos adicionar uma camada de tecido bem aqui. — Seu dedo indicador
deslizou pela minha clavícula e pousou no espaço entre meus seios. Eu estava
pronta para arrancar o vestido e trepar com ele de novo, mas esse evento era
importante.
Eu ri. — Aww, querido, é fofo o que você disse, 'faço amor'. Eu não sabia
que esse termo estava em seu vocabulário.
Ele me ofereceu o braço. — Tudo bem, vou te foder a noite toda. Melhor?
***
Quase chegamos à nossa mesa, mas não antes de ouvir uma doce voz
feminina chamá-lo. — Olá, Alex.
Virando, fui confrontada por uma mulher muito bonita. Ela era alta e cheia
de curvas, todas nos devidos lugares, com lindos cabelos castanhos que caíam
em ondas sobre seus ombros nus.
Alex deu a ela um sorriso simpático. — Está tudo bem, Laura. Sasha é sua
irmã e sempre será.
Havia algo em sua voz que aqueceu meu interior quando ele me
apresentou a sua família militar - Sully e Rebecca. Não havia dúvida de que os
três compartilhavam um forte vínculo.
— Aí está você.
— Pôquer, hein?
Enquanto ele pressionava seu corpo alto contra o meu, eu encarei aqueles
olhos castanhos impossivelmente lindos procurando meu rosto. Antes que
pudesse abrir minha boca para responder, seus lábios estavam nos meus, me
beijando suavemente. Minha língua deslizou pela dele, acariciando-a
avidamente.
— Não, por favor. — Ela começou, as palmas das mãos cruzadas sobre o
peito. — Eu não queria que isso soasse de forma negativa. Eu só queria que
você soubesse que minha irmã amava muito Alex. Ele disse a você que os dois
tinham um relacionamento?
Meu coração estava com ela. — Não consigo imaginar o que deve ter sido
para você. Manter essa parte da vida de sua irmã em segredo e depois perceber
que Alex estava na mesma situação.
Ela riu, enxugando os olhos. — O que estou tentando dizer é que minha
irmã o amava muito e eu não o via feliz há muito tempo. Eu sei que Sasha ficaria
emocionada por ele encontrar o amor novamente.
Surpresa com suas palavras, respirei fundo. — Você acha que Alex me
ama?
— Com certeza, ele está totalmente apaixonado por você. — Ela apertou
minha mão na dela. — Alex nunca trouxe ninguém para a festa. Realizamos
esse evento todos os anos e ele aparece com uma doação, toma um drink e
depois vai embora. Ele nunca ficou.
Mil emoções piscaram dentro de mim com sua revelação. Minha mente
me levou de volta para a conversa que tive com Alex, ele tinha acabado de me
dizer que me amava e queria que eu morasse com ele. Eu já sabia há algum
tempo que o amava, mas o fato de o mundo exterior perceber isso fez meu
coração derreter.
29
Alex
— Você se guardou durante o pôquer. Ainda não consigo acreditar que
você ganhou de Sully por duzentos dólares. — Gritei por cima do ombro.
Mesmo que estivéssemos de volta ao The Harbour por alguns dias, o fim
de semana passado estava fresco em minha mente. Dizer a Ella que a amava e
pedir que se mudasse, tudo parecia certo, mais certo do que eu esperava. Não
só isso, mas ela me amava.
O suor escorreu pelo meu peito e diminuí o ritmo. Eu estava muito à
frente de Ella.
Ela acenou para mim e apontou para suas orelhas. Aumentei meu ritmo
novamente, sentindo a queimação em meus pulmões. Olhando para o meu
relógio, notei que tínhamos percorrido cerca de oito quilômetros e tínhamos
mais três para percorrer. Falando em números, tínhamos pouco mais de duas
semanas até a inauguração de sua boutique.
Eu estava a cerca de trinta metros dela, mas a van estava mais perto. —
Atrás de você!
Ainda assim, não consegui ver nada, mas ouvi a van parar e começar a
girar os pneus. A janela do passageiro estava escurecida, impedindo-me de ver
quem estava lá dentro. O motorista insano acelerou o motor e, em meio à
poeira, procurei qualquer sinal de Ella.
Corri para o lado esquerdo da estrada chamando por Ella. Quando cheguei
mais perto, meus piores medos me atingiram, vendo suas longas pernas imóveis.
Meu coração bateu forte contra meu peito.
Ella estava deitada na grama alta, tossindo e lutando para se levantar com
as mãos. Ela sacudiu a cabeça em direção à estrada e respirou fundo.
Ela acenou com a cabeça e eu ajudei a colocar seus pés no chão. — Quem
eram eles? — Ela estremeceu, segurando-se em mim.
— Sinto muito, FAA, a cor dourada e dizia Empire State na parte inferior;
foi tudo o que vi.
Ela olhou para mim, sorrindo e seus olhos azuis estavam brilhantes. —
Eu fui?
***
Para frente e para trás, eu andava pela mesma seção do carpete na sala de
espera, sentindo meus nervos queimando a cada passo.
Cada vez que fechava os olhos, minha mente ricocheteava de Ella deitada
no chão para Sasha sangrando no chão do armazém. Eu engoli o caroço na
minha garganta e esfreguei minhas mãos no meu rosto. A adrenalina correu por
todo o meu corpo, vibrando com a tensão. Eu queria bater meus punhos na
parede para aliviar a dor.
Porra. Outra mulher que eu amava estava sofrendo por causa da minha
capacidade inapta de cuidar dela.
Eu: Enviando algumas informações para você. Preciso de qualquer coisa que você possa
me dizer sobre este veículo.
Ainda não me parecia bom que McNeil tivesse ficado em silêncio. Por
outro lado, Marcus e Patrick não demoraram a colocar o sistema de segurança
em funcionamento no La Vienne Rose. Eles já tinham tudo instalado quando
voltamos de Chicago no final da tarde de domingo. Isso foi um alívio.
— Sr. Robertsen, Ella está ótima.
Depois de apertar sua mão, fiz meu caminho pelo corredor até o quarto
de Ella. Eu fiquei na porta observando a ascensão e queda de seu peito
enquanto ela estava deitada na cama. Ela estava viva, não graças a mim e meu
descuido no trabalho.
— Ei. — Fui até a cama dela e sentei na cadeira. — Como você está se
sentindo?
Alcançando minha mão, ela sorriu. — Um pouco dolorida, mas nada que
eu não possa controlar.
Isso era verdade. Pensei em tudo que ela havia passado - sua história com
David, o escândalo, a humilhação pública, o julgamento e como ela conseguiu
superar tudo isso. Ela fez tudo isso sozinha, porque Ella era uma lutadora.
Eu soltei sua mão e me levantei. — É bom ouvir isso e estou tão feliz que
você esteja bem. — Tocá-la era quase insuportável agora.
Muito pior.
Minha principal preocupação era levá-la para casa, mas não havia como
negar que outros fatores pesavam muito em minha mente.
***
Liguei meu laptop e abri meu e-mail. Não havia muito na mensagem e
nada sólido para sequer iniciar uma investigação. A tela do meu telefone piscou,
era outra mensagem de Patrick.
Patrick: McNeil foi visto em Newark esta manhã. Eu verifiquei, apenas no desencargo.
Patrick: Sem problemas, é por isso que você me paga muito dinheiro. Como está Ella?
Eu: Lembre-me de lhe dar um aumento. Ela está bem, apesar de estar um pouco
abalada. Ela está descansando agora.
Patrick: Fico feliz em saber que ela está bem. Provavelmente eram apenas alguns
moradores locais sendo idiotas e completamente aleatórios. Não se preocupe, amigo, e diga a
Ella que eu disse para ficar bem logo.
E isso era verdade, mas se eu não a amasse, estaria fazendo meu trabalho
e protegendo-a de forma eficaz, mantendo-a ilesa. Agora, ela estava deitada no
andar de cima coberta de cortes e hematomas e a culpa era minha.
30
Ella
Assim que Alex me deixou sozinha em sua cama, as lágrimas escorreram
pelo meu rosto. Meu coração bateu forte e enterrei meu rosto no travesseiro.
Além de estar exausta e cansada, não queria que Alex me visse ou me ouvisse
chorar. Não sei o que teria feito se estivesse correndo sozinha.
Quando não pude ver Alex em meio à poeira, fiquei morrendo de medo.
Naquele momento, os piores medos tomaram conta de mim, que ele estava
ferido porque aqueles idiotas o atropelaram.
— Alex e eu saímos para correr e uma van quase nos atropelou. Eu pulei
para fora do caminho e caí no mato, cortei meu braço em um galho ou algo
assim. Nada importante, eu já tive alta do hospital.
Abaixei minha cabeça no travesseiro e olhei para o teto. — Isso não foi
culpa de Alex, Bila. Não há muito que se possa fazer quando babacas ficam
atrás do volante e agem como completos idiotas.
Eu ri. — Alex sempre cuida bem de mim. Agora, o que está acontecendo
com você?
Nabila tagarelou sobre sua última coleção de arte e Finn. Na maior parte
do tempo eu escutei, mas me descobri ficando distraída e incapaz de conter
meu bocejo.
— Deixe-me dizer a você, seus dedos longos não são úteis apenas para
girar as mesas. Esse homem pode massagear um ponto G com precisão
gloriosa, como você não acreditaria.
***
Convenci Marcus a não contar a Alex que eu estava na boutique, uma caixa
de guloseimas açucaradas e um café preto era minha única ferramenta de
barganha e ainda funcionava.
Toc, toc.
Quando eu levantei minha cabeça, meus olhos viram um Alex muito sexy
encostado no batente da porta, com os braços cruzados contra o peito largo e
seus olhos castanhos estreitos.
— Mas eu...
Ele me cortou. — Sem mas, além disso, preciso falar com você.
O tom sério de sua voz fez o medo rolar por mim. Terminei de inserir o
último item e anotei onde parei. Depois de encerrar o programa, peguei minha
bolsa e fechei a porta do meu escritório.
Ele me levou para fora, conduzindo-me até seu Range Rover. — Aqui
não, vamos conversar em casa.
Não esperei Alex abrir a porta do passageiro. Eu pulei para fora e segui
em linha reta subindo os degraus de trás, subindo dois degraus de cada vez.
Nada sobre isso era bom, eu praticamente podia sentir a bile subindo na minha
garganta.
Ele esfregou as mãos no rosto. — Você está certa e peço desculpas por
estar tão distante.
Passamos pela cozinha e quando passei pelo corredor que levava à porta
da frente, foi quando vi suas malas no saguão perto da escada.
— Não, isso não tem nada a ver com minha família. Eu preciso voltar por
mim.
Por ele? Ele quis dizer permanentemente? Por mais que tentasse lutar
contra as lágrimas, não consegui. Alex caminhou em minha direção e me puxou
para seu abraço. — Ella, por favor, não chore. Meu coração não aguenta.
— Mas esta é a sua casa, o lugar que você comprou para pensar e ficar
longe das coisas. Não faça isso, Alex.
Ele olhou para mim, a agonia lavando seu rosto. — Estou preocupado
por não ser o homem que pode cuidar de você. Eu só preciso de um pouco de
tempo.
— Eu sei que não fiz nada de errado, estou apenas falando sobre sorvete.
Vamos, vou me trocar e depois podemos ir tomar um.
Eu me virei para ir embora, mas ele agarrou meu braço. — Eu preciso ir.
— Seus olhos me imploraram e suas mãos subiram para enquadrar meu rosto.
— Antes que seja tarde demais.
Ele disse que valia a pena o risco. Que eu valia o risco. Eu o amo e ele me
ama. Tudo sobre isso era tarde demais.
— Isso é sobre Sasha, não é? — Eu olhei para ele com um olhar simpático.
Ele ficou em silêncio, enquanto seus olhos caíram para o chão. Por mais
que eu estivesse sofrendo, isso era mil vezes pior para ele. Quando a raiva
deixou meu corpo, eu percebi, por mais que cortasse meu coração como cacos
de vidro, eu tinha que deixá-lo ir. Minhas mãos tremiam enquanto as lágrimas
caíam em cascata pelo meu rosto.
A última vez que estive aqui, minha irmã, Amy, estava chorando no meu
sofá e me implorando para reconsiderar a partida. Talvez eu devesse ter ficado
aqui. Eu poderia ter poupado Ella da dor de me amar e de toda a minha história
fodida. Ela era muito boa para mim de qualquer maneira.
— Alexander William Robertsen, você tem trinta segundos para abrir essa
porra de porta ou eu vou arrombá-la!
Abri a porta e arrastei minha irmã pelo braço. — Amy, todos aqueles
palavrões foram realmente necessários?
— Espertinha.
— Por que você não toma um banho? — Ela instruiu e apontou para o
corredor. — Vou arrumar as coisas por aqui e depois conversaremos.
Amy era teimosa e por isso eu era grato. Eu gostaria de lutar, mas estava
muito cansado e talvez devesse ter essa conversa.
Minha mão esfregou minha nuca. — Na verdade, você poderia ligar para
o Ethan? Para este problema, vou precisar de seu conselho.
***
Trinta minutos depois, saí de banho tomado e descobri que meu
apartamento estava em ordem. Amy foi uma dádiva de Deus. Ela sorriu para
mim e, por um momento, pensei em confessar tudo. Minha carreira militar,
Sasha, e como quase morri em uma missão em Istambul. Mas, se eu lhe
contasse, ela nunca mais teria uma noite de sono tranquilo.
Depois de pegar sua bolsa, ela abriu a porta. — Ele é todo seu, Ethan.
— Eu irei, prometo.
Até poucos dias atrás, este lugar esteve vazio por meses, e agora estava
cheio de um visitante após o outro. Dei as boas-vindas ao meu velho amigo e
tirei a garrafa de uísque de suas mãos.
— É bom ver você também, amigo, mas hoje não é sobre mim. Agora, o
que é toda a encenação de Howard Hughes? Você não está mijando em potes
de conserva, está?
— Porra, não. Eu não estou tão fundo no poço, ainda. — Eu levantei meu
copo em um brinde, e então tomei um longo gole. Queimou todo o caminho,
e foi bom pra caralho. Fui até a janela e olhei para a rua abaixo. As pessoas
caminhavam ao longo do Riverwalk, possivelmente discutindo política para essa
eleição fodida ou discutindo seu futuro. Alguns podem estar se separando,
enquanto outros estão se reconciliando.
Quem entre eles estava sofrendo? Quem entre eles tinha algo para olhar?
Naquela noite fria de primavera, todos aqueles meses atrás, eu senti que
havia atingido meu ponto mais baixo. Vince e Amanda tiveram uma menina e
toda a felicidade do mundo. Arrasado pela culpa, eu ainda não conseguia me
livrar do caso ou da morte de Sasha. Então Ella saltou para o meu mundo e de
repente eu não parecia fixado na minha culpa ou coração partido.
— Então, o que o traz de volta aqui? Estou presumindo que seja uma
mulher e é melhor não ser Amanda.
Eu ri. — Não, eu superei ela. Mas, sim, estou ferrado por causa de uma
mulher.
— Ótimo, mal posso esperar para ficar todo sensível e falar sobre seus
sentimentos.
— Aperte o cinto. — Eu sorri, girando o conteúdo do meu copo. — Será
uma história acidentada.
Ele me olhou com os olhos arregalados. — Você quis dizer que Sasha não
teria morrido.
— Claro, foi isso que eu quis dizer, foi o que disse, não foi?
Bem, merda.
Eu deixei essa frase rolar na minha cabeça por alguns minutos. Não
precisava de um terapeuta para me dizer o que isso significava. Na verdade, sim,
porque meu próprio terapeuta explicou que a perda de controle era minha
fraqueza. Morte era algo que eu não conseguia controlar, mas como minha
profissão - um protetor, estou constantemente lutando pelo controle. Eu sou
humano e devo controlar a morte. Essa era uma faca afiada de dois gumes.
32
Ella
— Decidi que minha próxima casa, definitivamente, terá uma piscina. —
Anunciou Nabila, jogando as pernas sobre a espreguiçadeira. Ela jogou os
óculos escuros sobre a mesa e pulou na água.
Meus pais, minha irmã, Molly, Ronan e Holliday, até mesmo Gavin
apareceram para me apoiar em minha nova aventura. Nabila tinha me dito que
ela não poderia vir, mas a pequena atrevida acabou me surpreendendo. Além
disso, como era agosto e com toda a Europa de férias, ela decidiu ficar mais um
pouco. Tê-la aqui me fez sentir um pouco menos solitária.
Não tive notícias de Alex no dia em que La Vienne Rose foi inaugurada.
Não diretamente, pelo menos. Ele enviou um buquê de flores com uma nota
que dizia simplesmente: Parabéns. Com amor, Alex.
Nabila tentou jogar o pacote no lixo, mas consegui salvá-las de uma morte
prematura. Pelo menos as flores me deixaram saber que ele pensava em mim.
Eu nunca admitiria isso para ela, mas queria ficar aqui, caso ele voltasse.
Ele voltaria, certo? Um pouco de tempo foi o que ele disse que precisava. Eu
não poderia estar com raiva de Alex por ir embora.
Eu estava frustrada? Com certeza, mas isso era algo que ele precisava
resolver.
— Ella, você precisa virar essa carranca de cabeça para baixo. — Nabila
agarrou a toalha da parte de trás da espreguiçadeira e enxugou o rosto.
— Como eu disse antes, Alex me pediu para morar com ele e pretendo
fazer exatamente isso.
— Sim, e então ele saiu uma semana depois para colocar a cabeça no lugar.
— Ela disse as últimas três palavras com aspas no ar anexadas. —
Honestamente, Ella, não sei como você está aguentando o comportamento
desse homem agora.
Ela me deu um sorriso simpático. — Você não acha que isso a torna fraca,
digo, ficar esperando por um homem?
Eu estreitei meus olhos. — Eu não estou esperando por ele. Minha vida
continua. Eu poderia ter adiado a abertura da boutique, mas não o fiz. Não é
como se eu estivesse sentada chorando ou afogando meus sentimentos em um
sorvete.
Sim, eu fiz isso no começo, mas alguém poderia me culpar? Uma manhã,
depois de sentir o arrependimento de engolir meio litro de sorvete de cereja
com baunilha, decidi que não seria a mulher que se afogaria em lágrimas e ficaria
doente. E eu certamente não queria ser a mulher que diz para si mesma, ‘Eu
deveria ter pensado melhor. Eu deveria saber que ele iria me quebrar’. Amar
Alex era um sentimento bom, melhor do que bom, era maravilhoso.
— É minha última noite aqui antes de voar de volta para Londres. Não
podemos colocar vestidos fofos e dançar na cidade? Eu ouvi coisas incríveis
sobre Indigo Row.
Eu gemi. — Você realmente quer sair para dançar e beber a noite toda e
depois entrar em um avião para um vôo de sete horas?
— Vamos fazer algo aqui. Eu poderia fazer sua refeição favorita, e então
poderíamos fazer uma fogueira na praia e beber grandes quantidades de vinho.
Ela acenou com a mão para mim. — Ella, mesmo que você não esteja
sendo honesta consigo mesma, eu sei que está sofrendo. Você precisa sair desta
maldita casa, e não me refiro apenas para ir ao trabalho.
— Ok, tudo bem, mas a culpa é sua se você viajar para casa de ressaca e
cansada.
Ela sorriu e murmurou algo em francês. Presumi que ela estava xingando,
mas o sotaque francês fazia parecer uma bela poesia, mesmo que ela pudesse
ter sugerido que eu chupasse um pau.
Ele saiu na porta sem camisa, seu tanquinho totalmente exposto e seu
short preto de basquete pendurado na cintura, totalmente o guarda-roupa
profissional de guarda-costas.
Nabila se virou para mim. — Foda-me, como teve sorte de ter esse
homem delicioso cuidando de você? Sério, o que têm na água daqui?
Optei por ignorar seu comentário, mas ela não estava errada em sua
opinião. Marcus era bonito, ele tinha lindos olhos castanhos dourados, pele cor
de moca clara e se isso não fosse o suficiente para chamar sua atenção, sua altura
de um metro e noventa seria facilmente.
— Como posso ajudá-la? — Sua voz era fria, enquanto ele olhava para o
terreno. Eu já tinha visto isso centenas de vezes, outro lembrete de Alex.
— Nabila quer dirigir até Manhattan hoje à noite para alguns coquetéis e
dança. Você acha que podemos fazer isso acontecer?
Sua mão coçou a nuca. — Não vejo por que não, mas ouvi dizer que havia
uma festa de final de verão incrível acontecendo na Castle Hill Beach House.
Eu olhei para ele por cima dos meus óculos de sol. — Como você sabe
sobre esta festa?
Ele pigarreou. — Ela está na lista de passageiros do jato para um voo para
Manhattan. A senhorita Nabila chegará com tempo de sobra para embarcar em
seu vôo. Os relatórios meteorológicos não mostram atrasos. Posso acompanhá-
la, se quiser.
— Estava, mas Alex achou que Nabila ficaria mais confortável voando
para o JFK. Ele também providenciou um town car, se você preferir.
O rubor atingiu minhas bochechas e usei meu punho para esconder meu
sorriso.
Um lampejo de esperança era tudo que eu precisava. Eu acreditava no sol
mesmo quando não estava brilhando e acreditava em Alex mesmo quando ele
estava em silêncio.
***
Tão clichê.
— Ella, por favor, seja uma boa amiga e me traga outra bebida? — Ela me
deu um olhar amuado e eu assenti.
Tomilho estúpido.
Ela se levantou e olhou ao redor do bar. — Não, eu não o vejo. Ele era
alto, cerca de dois metros de altura... mais ou menos um metro e oitenta com
cabelo escuro.
— Você é modelo? Sério, tem que ser a linha de escolha mais idiota do
livro.
Eu balancei a cabeça e tomei um longo gole. “Aí está você! Estive procurando
por você a noite toda.”
Eu ouvi você Fievel, eu sei que ele está por aí em algum lugar.
***
Toc, toc.
Peguei o envelope com meu chá. — Obrigada, Tiffany. — Percebi que ela
tinha uma tatuagem na parte interna do pulso direito, um adorável laço preto,
minúsculo e bem feito.
Ela riu e inclinou a cabeça para o lado. — Oh, desculpe, essa é apenas
outra maneira de dizer grupo de amigos.
— Entendo, isso é fofo e sua tatuagem é adorável. Por que você escolheu
um laço?
— Ok, tenho que ir. Eu preciso voltar para o trabalho. — Ela girou e se
dirigiu para o depósito.
— Divirta-se. — Meus olhos caíram para o envelope na minha mesa.
— Falo com você mais tarde, tchau. — Ela gorjeou, enquanto passava
correndo pela minha porta com uma pilha de suéteres.
Depois de três dias sozinho com pensamentos de que não poderia escapar,
entrei no barco e fui rumo ao norte, para o resort Blue Lagoon. Eu precisava
de algumas conveniências modernas e interação humana. Outro erro - me
cercar de casais apaixonados, pior ainda, em lua de mel.
Ela riu e me disse para retomar o controle. Cabia a mim decidir como
curar e voltar ao ponto morto. Como diabos eu deveria fazer isso?
Amy tinha vindo quase todas as noites enquanto eu estava aqui, sempre
trazendo comida e fazendo o jantar. Era tudo desnecessário, mas ela insistiu.
Olhei para o meu relógio, era pouco depois das quatro e ela fez um bom tempo
saindo de Grand Rapids para South Haven em uma sexta-feira.
— Este tempo está inacreditável, mas ainda vou fazer lasanha para o jantar
esta noite.
Ela acenou para mim e caiu em uma das cadeiras. — Sim, estou comendo
carne. Se minha memória não falha, lembro-me de você grelhar em uma noite
de dezembro de um ano com uma tempestade de neve a caminho.
Eu ri.
— Eu fui ver minha médium outro dia. — Amy informou, antes de tomar
um longo gole de sua cerveja.
Eu revirei meus olhos. — Eu não sei por que você se importa tanto com
essa merda.
Eu tirei o rótulo da minha garrafa. Eu não sabia o que dizer, fiquei quieto
esperando que Amy passasse para outro tópico de discussão percebendo que
eu não estava interessado.
Ela se virou para mim. — Apenas ouça, isso faz sentido. O cerne da
conversa centrou-se no medo de perder o amor ou nunca ser visto como digno
de amor. Na maioria das vezes, quando temos um problema em nossa vida
amorosa, a causa raiz é o medo.
— Alex, você é meu irmão mais velho e eu te amo, mas você precisa amar
sem medo. Confie no universo. Você não entende que estava destinado a
conhecer Ella? Eu acredito que você deve gastar tempo criando seu destino ao
em vez de fugir dele.
— Desculpe?
Tudo isso fazia sentido ou eu tinha estado perto de Amy e seu jumbo da
nova era por muito tempo? Para ser honesto, ela estava certa sobre a fuga. Era
possível que eu não estivesse me dando a oportunidade de resolver meus
problemas em um nível emocional, o que provavelmente era porque eu não
conseguia ver além da minha culpa.
Amy agarrou meus ombros. — Tudo o que você precisa fazer é se
perguntar se Ella vale o risco e se a resposta for sim, então pare de deixar o
medo dominar o amor.
Eu estava começando a achar que Amy era uma leitora de mentes. Quando
tudo isso começou, eu disse a Ella que ela valia o risco.
Eu parei de contar quanto tempo Alex estava longe. Tudo que eu sabia é
que setembro estava se transformando em outubro e ele não havia voltado para
The Harbour, para sua casa ou para mim.
— Não vou trabalhar esta noite, mas estarei por perto se você precisar de
mim. Estarei pronto para levá-la para casa quando quiser. — Disse Marcus,
enquanto abria a porta.
— Obrigada, Marcus, você tem permissão para tomar uma bebida comigo,
já que tecnicamente não está trabalhando?
— Não irei permitir que você entre em um Uber. — Ele cruzou os braços
contra o peito. — Divirta-se, e se eu não estiver dentro, provavelmente significa
que saí para fumar.
— Você realmente deveria parar com essas varas de câncer. — Gritei atrás
dele. — Eles não são bons para você!
Ele acenou para mim e eu deixei meu presente na mesa de presentes. Esta
foi alguma propagação. Eu fiquei sozinha na porta admirando o mini país das
maravilhas do inverno que estava diante de mim. Pequenos cupcakes com glacê
branco em folhas de prata cobriam a mesa de sobremesas e havia um pote com
espumantes ao lado. Havia uma barra de chocolate com balas, pretzels
mergulhados em chocolate branco e palitos de cana-de-açúcar azuis e brancos,
e havia até uma estação para fazer s'mores. Tudo ao redor da sala tinha camadas
de branco, prata e tons sensacionais de azuis gelo - até mesmo as velas.
Eu me virei e fiquei cara a cara com a mesma garota asiática pequena que
notei na festa de Ronan e Holliday meses atrás. — Oi, presumo que haja um
coquetel exclusivo?
Ela sorriu. — O open bar soa como uma boa bebida exclusiva?
Ela parecia muito feliz. Inferno, isso foi um erro. Eu não deveria ter vindo
aqui. Pegando minha bebida e bolsa, me levantei com pressa. Antes que eu
desse um passo, o som de palmas me enraizou no lugar.
Puta merda.
Todo o suor do meu corpo escoou pelo meu vestido dourado brilhante.
— Eu... Lamento muito, Charlotte. Eu farei o meu melhor na próxima vez. Eu
juro que não tive a intenção de acabar com o seu show.
***
Depois de brincarmos com fogos de artifício no pátio externo, saí para a
sala de jantar principal e me sentei em um banco. Eu rolei pela lista de contatos
do meu telefone e meu dedo pairou sobre o nome dele. Lágrimas encheram
meus olhos, entre a ameaça não tão sutil de Charlotte e ver meu irmão
apaixonado e tão feliz, era muita informação para uma noite só. Este foi o meu
ponto de ruptura. Eu respirei fundo para segurar o sistema hidráulico, mas as
lágrimas caíram em cascata pelo meu rosto.
Além do fato de que sua irmã foi uma grande vadia comigo e eu sentia
falta do homem que eu amava mais do que tudo? Estou bem.
Não dei a ela a chance de responder, com o telefone na mão, corri pelo
corredor e, em seguida, abri a porta do banheiro feminino. Meu peito apertou
e eu estava tendo problemas para recuperar o fôlego.
Joguei um pouco de água no rosto e usei uma toalha de papel para limpar
meu rímel manchado. Meus lábios também estavam inchados e havia manchas
vermelhas por todo o meu pescoço. Eu me joguei em uma das cadeiras da
penteadeira e respirei fundo algumas vezes. Foi só quando ouvi ecos de risadas
do lado de fora da porta que percebi que quatorze minutos haviam se passado.
Eu: Obrigada, e preciso parar para tomar uma garrafa enorme de vodka.
Marcus: Não precisa. Pedi aos funcionários do hotel que estocassem o bar da sua suíte
com todos os itens essenciais.
Eu: Você é o melhor. Isso significa que você vai realmente tomar uma bebida comigo
esta noite?
Água rodeava o local, o que explicava o cheiro de peixe. Além disso, havia
uma passagem de pedra ladeada por algumas árvores e um poste de luz.
Eu poderia estar em algum lugar no The Harbour?
Minha mão conectou com sua bochecha. Ele soltou uma risada altiva e
depois me deu um tapa na mão. Eu caí na cama. Ele agarrou meu braço e me
colocou de pé. — Vadia, você está prestes a aprender uma lição muito valiosa.
A raiva incendiou meu sangue, reunindo tudo que pude, joguei meu corpo
para frente e corri em direção às escadas. Charlie me pegou pela cintura e me
jogou na cama. O colchão afundou e o terror faiscou dentro de mim.
Dou um tapa na mão dele ou isso o deixará com raiva de novo? Jesus Cristo.
Minha cabeça virou para o lado e meu olho parecia que ia explodir. O fogo
queimou em minha bochecha e tudo ficou embaçado. Eu consegui morder
minha língua no processo de sua conexão com minha bochecha.
Soltando uma risada, ele invadiu a cozinha e puxou algo de uma das
sacolas. — Você vê isso? — Ele balançou um objeto embrulhado em plástico
no ar. — Este é o meu bilhete dourado, Lovie.
Eu realmente não conseguia ver o que ele segurava nas mãos. — Você
roubou um pré-adolescente de um bar Wonka?
— As fotos que enviei para a sua loja, eu realmente pensei que teriam feito
seu cara explodir e eu receberia meu pagamento. Para sua sorte, nenhum meio
de comunicação deu a mínima para as fotos de uma luta em uma partida de
pólo. Então ele conseguiu ficar com seu dinheiro.
Lutei para manter meu foco nele. — Alex, volte para mim.
36
Alex
Nada nesta vida poderia ter me preparado para as notícias sobre o
sequestro de Ella. Além disso, Marcus estava gravemente ferido em uma cama
de hospital. Por volta das duas horas da tarde de domingo, a equipe do hotel
descobriu que Ella não havia feito check-out do quarto. Entre assistir ao jogo
do Lions e ajudar Ethan a fechar a casa do lago, não me incomodei em verificar
minhas mensagens. Caso contrário, eu teria chegado mais cedo. Meu irmão fez
sua mágica acordando todos os funcionários da Everett Sterling Aviation nas
primeiras horas da manhã para me colocar em um vôo para New York.
— Não mudou muito desde a última vez que conversamos. Tivemos uma
testemunha ocular que confirmou o carro preto no Lorenzo sábado à noite, e
temos um vídeo do mesmo carro na garagem pouco antes de Ella desaparecer.
Mais cedo, Dean me disse que uma van saiu do nada e bateu no Range
Rover, jogando Marcus de frente em um pilar de cimento. Isso foi tudo de
acordo com o manobrista de plantão. O hospital não poderia nos dar muitas
informações, já que nenhum de nós era sua família direta.
— Você disse o que para ela? — Holliday gritou do outro lado da sala. —
Eu entendo que você pode ser uma megera vadia às vezes, Charlotte, mas nunca
mais fale com Ella desse jeito de novo.
— Não diga isso, nem pense nisso. — Seu tom era de advertência.
A tensão rolou pela sala, lançando uma sombra pesada sobre todos nós.
Tudo o que pude fazer foi recuar e deixar esse cenário se desenrolar.
— O que diabos você disse para minha irmã, Charlotte? — Ronan rugiu,
quando a porta da suíte se fechou.
— Fiquei chateada por ela ter estragado meu evento da Fashion Week,
devo ter dito a ela, de uma forma não tão amigável, para nunca mais fazer isso.
O silêncio caiu sobre a sala, e tudo que eu conseguia pensar era no filme
Escola de Verão, quando Motosserra gritou antes de fazer o exame, "Quebra de
tensão, tinha que ser feito”.
— Você acha que porque eu fui embora, isso significa que não dou a
mínima para Ella? Você não pode estar falando sério.
Dean se colocou entre nós dois. — Alex, agora seria a hora de contar a ele.
Este não era o momento ou lugar ideal para deixar Ronan saber que eu
estava apaixonado por sua irmã. Meus olhos dispararam de Dean para Ronan e
foi quando percebi que todos presentes na sala haviam formado um semicírculo
em torno de nós três.
Porra.
— Oh, então como é, porque eu certamente não estou pagando para você
dormir com minha irmã mais nova.
Ronan passou a mão pelo queixo. Ele olhou para trás e para frente entre
Dean e eu. Era difícil fazer uma leitura dele, mas sua linguagem corporal
mostrou que ele estava um pouco irritado.
— Obrigado.
— Eu sei que você está frustrado, mas não temos nada sólido para
prosseguir, ainda.
— Eu não acho que posso sentar aqui e beber café, sabendo que Ella está
lá fora em algum lugar possivelmente ferida e assustada. — Meus dedos
entrelaçados. Eu poderia contar com uma mão quantas vezes na minha vida me
senti completamente desamparado, esta foi uma dessas vezes. Eu vasculhei
meus e-mails, esperando que Patrick tivesse me enviado algo que eu pudesse
trabalhar em relação a Ella. Nada de Patrick. Isso foi angustiante. Meus dedos
voaram pelo meu telefone enquanto eu digitava uma mensagem para Patrick.
Houve apenas uma pessoa que se destacou e ele estava no topo da lista.
Não poderia ser McNeil. Eu não queria pensar que era ele. Se apenas pelo bem
de Ella, eu não queria puxar esse fio e abrir aquelas velhas feridas novamente.
A mídia teria um dia de campo vasculhando toda aquela merda de seu passado
e espalhando em todos os tabloides. Recusei-me a deixá-la passar por isso
novamente.
— Dizem que não se deve dar conselhos durante uma crise, apenas
assistência. Então, eu não vou dizer para você comer. Tenho certeza de que
você está enlouquecendo agora, mas garanto que a polícia está fazendo tudo o
que pode para encontrar Ella.
Ele engoliu em seco. — Esse é um ponto justo. Faça o que você precisa e
farei tudo o que puder para ajudá-lo.
Ela estava neste mesmo lugar. Meus punhos bateram contra o vidro.
— Ella. — Eu respirei.
Eu estudei seu rosto, enquanto ele lutava contra meu aperto. Esse cara
estava na partida de pólo com McNeil. — Onde diabos está Ella Connolly?
— Cara, eu não dou a mínima para a sua câmera. — Rosnei. — Onde está
minha namorada?
— Ela... ela esta... se eu te contar, você vai me deixar fora disso? — Sua
voz tremeu com cada palavra que ele proferiu.
— Diga-me onde ela está, filho da puta, e eu vou pensar sobre isso. —
Rosnei, e dei um golpe rápido em seu estômago.
Com um longo gemido, ele se dobrou de dor. — Isso dói pra caralho. —
Ele respirou fundo. — Se eu te contar, você tem que me prometer que não vai
me denunciar à polícia.
— Está bem, está bem! — Ele ergueu as mãos trêmulas. — Ela está no
interior do estado de Canandaigua. Charlie alugou uma casa-barco lá no lago
algumas semanas atrás.
— Sim, está no meu telefone. Charlie, ele... uh, planeja ligar para você e
seu irmão, a estrela de cinema. Ele vai pedir dinheiro a vocês dois.
Eu me endireitei contra ele e meu punho colidiu com sua mandíbula. Sua
cabeça balançou para trás contra os tijolos.
— Se alguma coisa acontecer com Ella, não é com a polícia que você terá
que se preocupar, idiota. — O sangue de seu lábio pingou em seu moletom. Eu
agarrei seu rosto, inclinando-o em minha direção. — Eu serei o seu pior
pesadelo.
— Sinto muito, Sr. Robertsen, parece que o Sr. Everett e o Sr. Sterling
fretaram os dois jatos da empresa. Deixe-me verificar os outros voos, espere
por favor.
Eu: Recebi uma dica sobre o paradeiro de Ella. Precisamos conversar em particular.
Onde devemos nos encontrar?
Agradeci a ajuda dela e entrei no vagão vazio. Porra, parece que terei que dirigir.
***
Uma hora depois, eu estava navegando pela rodovia no meu caminho para
o interior. Entre informar Dean e mapear uma rota para Canandaigua, Celia
providenciou um carro. Ao ver um carro da polícia no canteiro central, pisei no
freio. Eu não tinha percebido que estava em alta velocidade, mas precisava
chegar até minha garota. Minha Ella.
Meu peito tremia e eu temia o pior. Charlie era estúpido, ele era realmente
estúpido pra caralho, mas ele precisava do dinheiro.
— Ronan conseguiu falar com Ella, ela disse que estava bem, mas ele
mandou fotos e era visível que ele a espancou muito.
— Eu vou matá-lo! — Eu rugi. — Eu vou matá-lo, porra.
O silêncio passou entre nós, e tudo que ouvi foi o som de sangue correndo
em meus ouvidos. Respirando fundo, consegui me acalmar.
— Ligarei para você quando eles tiverem Ella e McNeil sob custódia.
Esperar para ver Ella. Eu teria que esperar para abraçá-la. Esperar para
envolvê-la em meus braços e dizer que a amava.
Esperar para acabar com Charlie por colocar suas mãos nela.
Eu disse a mim mesma que não choraria, mas Charlie tinha ido embora e
eu me permiti algumas lágrimas. Elas não eram para mim. Em vez disso, eram
para meu irmão e minha irmã. Foi um alívio ouvir suas vozes, mas meu
estômago se contorceu de dor por eu tê-los feito passar por tanta preocupação.
A única marca de tempo que eu tinha era que lavei meu cabelo na tarde de
sábado, antes da festa. Dois dias, foi o máximo que consegui deixar passar antes
de precisar lavá-lo novamente. Portanto, de acordo com meu cabelo flácido e
oleoso de antes, pensei que hoje poderia ser segunda-feira. Foi tão estúpido. Eu
não sabia o que deveria pensar sobre estar trancada neste lugar.
Minha cabeça estava girando e eu estava tão cansada. Charlie havia pedido
cinco milhões de dólares. Ele esperava esse pagamento pelo meu retorno
seguro. Jesus.
Meus dedos torceram as pontas do meu cabelo. Como Ronan saberia onde
me encontrar? Charlie tinha cinco telefones descartáveis. Ele se livrou do
anterior, quebrando-o em pedaços e depois jogando-os na água. Ele brincou
sobre como ele estaria me dando de comida para os peixes se o dinheiro não
chegasse.
Charlie foi tão legal em me dar uma aula sobre o Canandaigua Lady, o
barco de roda de pás no estilo Mississippi que servia como uma lembrança dos
antigos barcos a vapor. Os barcos a vapor eram o principal meio de transporte
aqui até as estradas serem construídas.
Alex.
Por que eu ainda me incomodava? Ninguém estava por perto para ouvir
meus gritos e pedidos de ajuda. Eu tirei outra tira de tinta verde da parede. Por
que Charlie não poderia ter me deixado uma revista ou mesmo um livro para
ler enquanto ele estava fora? Não havia nem televisão ou rádio neste lugar.
Amenidades modernas, eu estava esperando muito. Este não era o The York
Hotel.
— Corredor livre.
Era difícil dizer quem estava falando com quem na agitação da atividade.
Ao som de vidro quebrando, eu instintivamente enterrei meu rosto nos
travesseiros. Meu peito tremia enquanto meu coração batia ferozmente.
Minha perna estremeceu e desta vez a corda cortou minha pele. O fluxo
de sangue escorreu pelo meu tornozelo, pingando no feio edredom de cor
marrom.
Eu olhei para cima para ver um homem com cabelo escuro e olhos azuis
brilhantes olhando para mim. — Senhorita Connolly, você pode me ouvir?
Você está bem?
Assentindo, engoli e suspirei. — Sim, bem, na verdade não, meu tornozelo
dói. — Apontei para a corda que me prendia à estrutura de ferro da cama.
Ele sorriu. — Ah, deixe-me ajudar você com isso. — Ele puxou uma faca
e com um movimento rápido fui libertada da cama.
— Ela tem uma corda no tornozelo. — Ele informou. — Ela precisa ser
removida imediatamente.
Meus dentes começaram a bater a cada passo que dava. — Meus pés...
Meus pés estão congelando.
***
Sentindo o choque percorrer minhas veias, só pude ficar olhando para ele.
— Sim, tenho certeza de que não fui abusada sexualmente.
Dando-me um pequeno sorriso, ele acenou com a cabeça e saiu da sala.
Meu rosto queimou e meu coração deu um pulo. Pensei em como tive sorte
por Charlie não ter se forçado sobre mim. O pior dano que ele fez foi me dar
um tapa e aqueles hematomas iriam embora.
Toc, toc.
Ele passou a mão pelo cabelo escuro. — Ainda não. — Quando o agente
Rhodes disse essas palavras, meu estômago embrulhou.
— Ele não irá longe. Há uma caça ao homem em andamento e todos os
oficiais disponíveis estão procurando por ele. — Ele apontou para a janela. —
Senhorita Connolly, garanto-lhe que o encontraremos e ele será processado em
toda a extensão da lei.
— Minha família foi contatada? Eu não tive a chance de ligar para eles
ainda.
— Eles sabem que você está segura e aqui no Memorial. Está em meu
entendimento que um cavalheiro está a caminho para buscá-la.
Depois que ele saiu, eu me mexi na cama e minha cabeça caiu para trás
contra os travesseiros. Precisando desligar minha mente, desliguei a televisão.
Sombras decoravam as paredes do meu quarto. O céu estava pintado com
lindos tons de rosa e laranja, assim como na noite da festa de Holliday. A noite
que Charlie... Eu não podia mais pensar nisso. Tinha acabado.
Ela se puxou para cima da cama. — Estou muito melhor agora que você
está aqui.
Passei meus braços em volta dela, segurando-a com força. — Eu não estou
machucando você, estou?
Ela começou a tremer, seu corpo vibrando de tanto rir. — Não, a única
maneira de me machucar é se você me soltar.
— Em algum momento, talvez seja necessário, mas esta noite vou jogar
de acordo com suas regras.
Porra, eu perdi aqueles olhos. Tanta emoção fluía atrás deles e eu sabia
sem dúvida que ela me pertencia.
Sua cabeça caiu contra meu peito e eu a abracei com mais força. Tendo-a
em meus braços, sua pele contra a minha, sentindo sua respiração estável,
percebi que Ella era o meu mundo inteiro e eu nunca a deixaria ir.
***
Assim que o piloto disse que tínhamos atingido nossa altitude de viagem,
Ella pulou no meu colo. Seus lábios pousaram nos meus.
— Tem certeza?
Ella ficou de pé e eu a segui. Suas mãos foram para a bainha do suéter que
comprei para ela, puxando-o sobre sua cabeça. Antes que ela tivesse alta, fiz
uma rápida viagem à cidade e comprei algumas roupas para ela. Eu não queria
que ela estivesse naqueles trapos de merda com os quais Charlie a vestiu. Mais
importante, eu não queria nenhum lembrete dele perto dela.
Seu cabelo loiro caiu sobre seus ombros e ela passou os dedos pelas
pontas.
Merda. Eu estava sendo muito rude? Isso a lembraria do que ela acabou de
passar?
— Alex, eu sei o que você está pensando. — Disse ela, segurando a ponta
da minha camiseta. — O que ele fez comigo foi uma agressão. O que você... o
que estamos fazendo é puro prazer. Ele não consegue ter esse controle sobre
mim.
— Entendido. — Mudei minha mão para sua nuca, puxando sua boca
para a minha. Eu a beijei com força, empurrando minha língua contra a dela.
Suas mãos voaram para o meu jeans, abrindo o botão e eles caíram,
agrupando-se aos meus pés antes que eu tivesse a chance de tirar os sapatos.
Ela estava diante de mim com um sutiã sem alças e calcinha de algodão.
Porra, ela era linda. — Isso é novo. — Comentei, apontando para a tatuagem
que marcava a parte superior de sua coxa. — O que está escrito?
Como se essa mulher não pudesse ficar mais sexy, ela saiu e fez uma
tatuagem.
Minha mão trabalhou em meu pau enquanto a observava revelar seus seios
incríveis. Ela torceu os mamilos, endurecendo-os em picos perfeitos. Ela se
afastou de mim e tirou a calcinha, dando-me uma visão completa de sua bunda
sensacional presa àquelas pernas assassinas. Fazia tanto tempo que quase não
sabia por onde começar com ela.
Beijei sua garganta, através de sua clavícula, lambendo uma linha descendo
o vale entre seus seios antes de levar seu mamilo em minha boca. Eu mordisquei
e chupei ao longo de sua pele, beijando o máximo de seu corpo que pude.
Eu a levantei contra o meu corpo e nos levei até o bar, onde a prendi
contra o balcão. Seus olhos estavam selvagens com antecipação. Eu caí de
joelhos e pressionei meus lábios em sua tatuagem. Minha língua traçou sobre a
bela tinta escrita enquanto minhas mãos espalmavam sua bunda.
Suas unhas cravaram no meu couro cabeludo como uma mordida afiada
enquanto ela ampliava sua postura. O cheiro de sua excitação tomou conta de
mim, chamando minha atenção para sua fenda brilhante. Arrastei minha língua
através de seu calor úmido e ela soltou um gemido suave quando minha língua
chicoteou contra seu clitóris.
— Eu estou bem aqui. — Eu sorri contra sua pele e deslizei dois dedos
dentro dela. Um arrepio de corpo inteiro passou por ela e ela gritou meu nome.
Ela não tinha ideia do que estava dizendo, bem, talvez ela tivesse. Como
ela estava certa. Eu queria mais disso, nós dois juntos. Chega de fugir. Não se
preocupe mais com a culpa. Eu estava deixando essa merda ir.
Ela puxou a mão livre para a parte de trás do meu pescoço, sussurrando:
— Eu te amo, Alex.
Meus olhos se fecharam enquanto eu bombeava dentro dela com tudo que
eu tinha. A luxúria me levou e o êxtase iluminou cada célula do meu corpo. Suas
paredes se apertaram em torno de mim e meu orgasmo disparou pelas minhas
bolas. Chegamos ao clímax juntos. Porra.
— Senti sua falta. — Disse eu, arrastando beijos ao longo de suas costas.
Ela se virou para me encarar. — Senti falta de sermos apenas Alex e Ella.
— Eu também.
40
Ella
Parecia que a única comunicação que eu e Alex tínhamos feito desde que
deixamos Canandaigua era de natureza física. Quando chegamos em casa, Alex
me pegou e me carregou direto para o chuveiro. Sem perder o ritmo, ele tirou
nossas roupas e, em seguida, me fodeu contra os azulejos frios enquanto o
vapor rolava em torno de nós. A única vez que saímos do quarto foi para jantar
e incrivelmente acabamos transando no chão da sala.
Não havia dúvida de que Alex e eu éramos muito bons em falar a língua
que dispensa palavras. No entanto, eu queria que fôssemos melhores para
realmente conversar um com o outro. Achei que éramos muito decentes nessa
parte do nosso relacionamento. Na verdade, provavelmente éramos melhores
do que a maioria, mas havia algo de errado nessa capacidade e tínhamos que
fazer alguns ajustes.
Ele mudou seu corpo para que ficássemos deitados cara a cara. —
Algumas regras devem ser seguidas.
— Que tal conversarmos enquanto você está montando meu pau? — Suas
mãos estavam na minha bunda, me puxando para mais perto de sua ereção.
Suas mãos alisaram meus braços para cima e para baixo. — Ok, eu
prometo.
Seu rosto caiu e ele se virou para olhar pela janela. — Ella. — Ele suspirou
pesadamente. — Não há uma maneira fácil de te dizer isso. Ele está no hospital.
Pobre Marcus, meu coração subiu até a garganta. Eu ouvi Alex explicar
que uma van bateu em Marcus enquanto ele estava dirigindo. Ele passou a me
dizer que Marcus não estava usando cinto de segurança no momento do
acidente. O resto das palavras tocava repetidamente... concussão... sangramento
interno... cirurgia.
Seu polegar enxugou minhas lágrimas. — Ser positiva é uma ideia muito
boa. Por falar em positivo, as coisas no La Vienne Rose estão indo bem.
Alex foi muito gentil em mudar de assunto. Saber que não havia nada que
ele pudesse fazer por seu amigo de longa data deitado em uma cama de hospital
era uma agonia total para ele.
— Oh, meu Deus, meus pais. — Eu fechei meus olhos. — Eles devem
estar muito preocupados.
Meus dentes roçaram meu lábio inferior. — Como você sabia onde me
encontrar?
Eu sorri, pegando sua mão na minha. — Você sentiu algo chamando você
lá, não é?
Segurando minha mão, ele salpicou meus dedos com beijos. Oh, como eu
amo este homem.
— Falando em câmeras, aqui está uma história bizarra para você. Nabila
e eu fomos a uma festa de fim de verão em Castle Hill e um cara perguntou se
podia tirar uma foto nossa, pensando que éramos modelos. Claramente, foi uma
frase de efeito muito ruim.
Alex se levantou e cruzou a sala dando-me uma bela vista de sua bunda.
Ele pegou seu telefone e seus dedos deslizaram pela tela. — Estou mandando
uma mensagem para você com a foto de um cara chamado John Kemp. Você
pode mandar para Nabila?
Peguei meu telefone e olhei para a tela. Apesar do fato de eu ter tido duas
conversas muito longas com meus dois irmãos antes de sair do hospital, cada
um deles havia enviado várias mensagens de texto ao longo da tarde.
Rapidamente construí uma mensagem em grupo, deixando-os saber que estava
bem e que entraria em contato com os dois em breve.
Quando puxei a foto que Alex enviou, reconheci o rosto do homem.
Enviei a mensagem para a Nabila. Era uma hora da manhã em Londres. Seria
uma disputa entre Nabila estar dormindo ou ter saído para dançar com Finn.
— Ok, agora que resolvemos essas questões cruciais. Que tal voltarmos
para assuntos mais íntimos? — Ele balançou as sobrancelhas e agarrou minhas
panturrilhas evitando meu tornozelo machucado, puxando-me para o meio da
cama. O colchão afundou quando Alex subiu e se acomodou entre minhas
coxas.
— Ainda precisamos conversar sobre por que você ficou fora por tanto
tempo.
Seu queixo caiu sobre o peito. — Sinto muito, Ella. Eu não deveria ter
deixado você sozinha. — Ele ergueu a cabeça, seus olhos castanhos fixos nos
meus. — Eu deveria ter ficado e trabalhado nisso. Na verdade, eu deveria ter
trabalhado com minha culpa e tristeza anos atrás.
— Minha irmã disse que eu fujo das emoções. Ela argumentou que é meu
primeiro instinto. Aparentemente, é um padrão.
Dado o que Alex me contou sobre como ele veio para cá para The
Harbour depois de seu caso com Amanda e, em seguida, partiu após o acidente
com a van que me colocou no hospital, eu pude ver que era esse o problema.
Ele sorriu, arrastando os dedos pelas minhas coxas e joelhos. — Você sabe
o que mais Amy me disse, e espero que você também concorde?
— Diga-me.
— Sim, ela também pratica o budismo, mas não conte para minha mãe,
ela é católica. — Seus dedos acariciaram mais alto, eventualmente roçando meu
abdômen.
Eu rolei sobre meus cotovelos. — Então, todo mundo sabe sobre nós?
Ele agarrou minha nuca me puxando para mais perto. — Tive muito
tempo para pensar enquanto estive em Michigan, e muito mais nas últimas
quarenta e algumas horas estranhas. Lembra que eu disse que estava pensando
em expandir a Robertsen Security para Manhattan?
— Mhmmm.
Acontece que John Kemp era, na verdade, o cara com quem Nabila tinha
falado em Castle Hill naquela noite. Charlie o fez perseguir Ella, aparentemente
aquela era a noite em que planejavam levá-la, mas as coisas obviamente deram
errado.
Mais boas notícias, Marcus estava indo muito bem. Como ele estava se
curando rapidamente e implorando para que voltasse ao trabalho, nossos
médicos o liberaram para voltar ao serviço leve. Eu disse a ele para demorar
mais uma semana e depois conversaríamos. Ele concordou, embora eu pudesse
sentir que havia muita relutância.
Corri a mão sobre a barba por fazer do meu queixo. Sim, a barba tinha
que sumir. Ella reclamou que escondia meu rosto. Eu tinha outras teorias que
envolviam erupções na pele e arranhões em seus seios e coxas. Verdade seja
dita, fiquei feliz por ela ter me pedido para fazer a barba.
— Fico feliz em ver que você pode vir, cara. — Uma única sobrancelha
se ergueu e ele se recostou na cadeira.
— Eu deveria ter fodido sua pequena e doce boceta quando ela estava na
minha cama.
Quando ele falou essas palavras, tudo o que vi foi vermelho. Levantei-me e
minhas mãos voaram sobre a mesa, agarrando-o pela gola de seu macacão
laranja, trazendo-o a centímetros do meu rosto. — Escute bem, filho da puta.
— Eu rosnei. — Acabou. Você merece tudo o que está vindo para você. — Eu
o coloquei de volta na cadeira. Enquanto eu caminhava para trás, o sorriso
presunçoso permaneceu impresso em seu rosto.
Quando minhas costas bateram na porta, bati duas vezes. — Tenha uma
boa vida trancada, apodrecendo atrás dessas grades, idiota.
Ele cruzou os braços sobre o peito. — Você achou que era o único a ter
um cara-a-cara com McNeil?
Uma risada áspera retumbou do meu peito, e eu corri a mão pelo meu
cabelo. — Acho que sim.
Ele se endireitou para mim e eu endureci minha espinha. Esse cara não
me pegaria em uma delegacia de polícia, certo? Ronan não me parecia um
cabeça quente. Na verdade, ele me lembrava alguém com uma atitude calma.
No entanto, o homem era um protetor. Eu estava a par dos detalhes da situação
de Derek Saunders. Ele fez um grande esforço para garantir que Holliday
estivesse segura e suponho que ele faria o mesmo por suas irmãs e filhas.
Mas, esse é um cara que sabe que coloquei minhas mãos em toda a sua
irmãzinha, e tenho certeza que ele pode ver em meu rosto que eu a fodi de seis
maneiras no domingo. Se ele precisava me bater por isso, eu entenderia. É
provavelmente justo dizer que eu faria o mesmo no que diz respeito a Amy.
Ele bateu com a mão no meu ombro. — Em tempos de crise, sempre
acreditei que um homem mostra seu verdadeiro caráter. Você é um ato de
classe, Alex. Obrigado por ajudar a trazer Ella para casa com segurança.
— Eu faria qualquer coisa por Ella. Você tem minha palavra. Eu sempre
vou mantê-la segura.
O aperto que ele tinha no meu ombro aumentou e ele segurou meu olhar
com autoridade firme. — Bom. Não me dê uma razão para pensar o contrário.
***
— Yum, meu favorito. — Disse ela, seus olhos azuis brilharam. — Oh,
eu preciso que você marque o próximo sábado em sua agenda. Estamos indo
para a inauguração da boutique de Charlotte.
É assim que era conosco agora, direto ao ponto. Nós concordamos em não
adoçar nada. Ella admitiu que adorou a maneira como me expressei quando
falei com ela sobre meu caso com Amanda. Real. Cru. Honesto.
Aparentemente, estávamos procurando indiferença em todos os assuntos
importantes. Tive a sensação de que isso mudaria com o tempo.
Meu polegar acariciou seu joelho. — Eles prenderam Charlie e eu tive uma
conversinha com ele.
— Digamos que ele está arrependido de suas ações. — Menti. Foi uma
pequena mentira, mas não tinha estômago para contar a Ella o que ele realmente
disse.
— Meu pau e minhas bolas ainda estão presos, e ele não ameaçou me
matar por foder com você todos esses meses.
Deus, eu amava sua mente suja. Não havia nenhuma maneira no inferno
que eu iria deixá-la ir. Tivemos a sorte de nos encontrar. Não havia dúvida de
que o que tínhamos era um amor verdadeiro.
Seus olhos se estreitaram. — Mas ainda não terminei meu muffin ou chá.
Ela fez uma careta para mim e pegou suas coisas. — Você é tão mandão.
Meu irmão bateu com a palma da mão na mesa. — Puta merda, agora,
tenho que comprar a porra do lugar.
Abençoado seja seu coração, isso não iria impedi-la de contar os detalhes
suculentos para mim. Eu estava feliz por ficar nos Estados Unidos
permanentemente, porque estava muito feliz por conhecer Holliday e adorava
ter meu irmão tão perto.
Eu levantei uma sobrancelha. — Diga logo, garota.
Holliday quase engasgou com sua bebida. — Eu amo seu irmão — Ela
tossiu.
Ronan fez uma careta para mim. Alex apenas balançou a cabeça e tomou
outro gole de uísque e perguntou sobre a compra do bar. Tive a sensação de
que Alex queria participar desse investimento imobiliário. O tempo diria.
***
O resto do nosso almoço foi tranquilo, mas nos divertimos muito. A união
de negócios levou Ronan e Alex a tópicos relacionados a estatísticas de beisebol
e música country. Foi a coisa mais estranha, mas eu tinha certeza de que eles se
tornariam bons amigos.
Ele contornou a frente do Range Rover com as mãos nos bolsos. — Você
é linda.
Ele tomou minha boca em um beijo urgente e eu o puxei para mais perto
em busca de calor. Desabotoando o casaco de Alex, joguei-o no banco do hall
externo antes de remover o meu. Tiramos nossas roupas molhadas e implorei
a Alex para me aquecer na parte mais quente da casa que ele pudesse pensar.
Ele me pegou e me puxou por cima do ombro até a sala de estar. Quando
estávamos sentados no tapete, suas mãos massagearam minhas coxas e tudo em
mim começou a enrolar e apertar. Minhas mãos encontraram o caminho sobre
seus ombros e eu o guiei sobre mim.
Sua cabeça baixou para me beijar e seus lábios estavam em todos os lugares
- meus lábios, minhas bochechas, minha garganta, eventualmente fazendo seu
caminho para meus seios, onde ele chupou e lambeu até que eu implorei para
ele me foder.
Seus dentes roçaram meu mamilo. Meus braços envolveram seu pescoço,
um incentivo suave da minha parte para fazer com que ele me desse o que eu
queria.
— Você se sente tão bem. — Minha voz estava ofegante, meu pulso
acelerado.
Ele aumentou seu ritmo sabendo que eu estava no limite. — Chegue lá,
querida. — Ele murmurou sedutoramente, enquanto empurrava dentro de
mim.— Estou perto e preciso de você comigo.
— Você está tão linda, toda rosa e corada. — Sua mão subiu para a base
do meu pescoço. — Eu amo você.
— Eu só queria ver como você está, sei que você tem muito trabalho,
arrumando as pontas soltas antes de partirmos.
— Aww, você é um doce, mas Tiffany e eu temos isso sob controle. Você
não precisa se preocupar.
— Mandei Tiffany para casa, ela tem um namorado e é seu último ano,
deixe-a aproveitar a última semana de suas férias de inverno.
— Droga, você é tão legal.
Ele deu de ombros e deu um beijo em meus lábios. — Eu não posso evitar,
mas você deve saber que fiz isso por motivos puramente egoístas. Então, talvez,
eu não seja tão legal.
Alex me olhou por cima de sua xícara. — Dez horas. Ronan ligou esta
tarde e finalizou o itinerário do voo. Ele mencionou que Van Wyk dará uma
festa de boas-vindas amanhã à noite.
Íamos para a cidade uma vez por semana porque Alex concordou em ver
um terapeuta algumas vezes por mês para trabalhar com qualquer culpa ou
medo que ainda possa persistir. Eu estava muito orgulhosa dele. Ele voltaria ao
seu neutro em breve.
— Que tipo de festa? — Ele perguntou, antes de jogar sua xícara de café
vazia na lixeira.
Dei de ombros. — Ela disse que seria algo íntimo, coquetel, suponho.
Eu ri. — Isso faz parte do meu trabalho. Posso ajudar em todas as coisas
relacionadas a festas.
— Diz a ex-festeira.
— Não é um problema.
Dando um passo atrás de mim, suas mãos caíram em meus quadris, ele
sussurrou: — Eu tive um sonho que começou exatamente assim.
Seus lábios roçaram os meus, mas ele não me beijou. — Passe-me esse
lenço e eu mostro a você. — O calor de sua voz combinava com o fogo em seu
olhar intenso.
— Tire a roupa.
Verdade seja dita, eu tive alguns sonhos em que estava amarrada, meus
pesadelos se transformaram em minhas fantasias. Talvez eu tivesse distorcido
um pouco as coisas.
Sem demora, tirei minha calça jeans e joguei minha blusa de lado. Logo
estávamos ambos nus no meio da minha loja. Graças a Deus, as luzes estavam
apagadas. Caso contrário, todos em Harbor Drive iriam ter um show de sexo.
— Absolutamente.
Alex nem havia me tocado ainda e eu já estava pegando fogo por ele. Ele
se moveu para ficar atrás de mim. As pontas dos dedos dele sussurraram nas
minhas costas, deixando rastros quentes de fogo picando cada centímetro da
minha pele. O concreto frio foi quase um alívio bem-vindo.
Despertada com sua voz, tremi com sua pergunta. — Sim... Eu sei.
— Você aumentou seu tom de voz, de novo. — Ele afrouxou a seda dos
meus braços. — A propósito, coloque isso na minha conta. — Alex me
empurrou para trás, massageando suavemente meus braços. Ele afastou o
cabelo do meu rosto e mergulhou seus lábios nos meus, beijando-me suave e
lentamente. Eu derreti nele.
— Em Amsterdã?
— Sim, Kate, era uma vez, por uma noite incrível. — Ele sorriu, puxando
o jeans para cima e sobre os quadris.
— Beije-me, Alex.
— Está quase na hora, amigo. Esta pronto? — Ele perguntou, suas mãos
segurando meus ombros.
Sorrindo, apontei para nossa babá. — Rosie, você poderia levar William
para o berçário?
Ela acenou com a cabeça e então o pegou em seus braços. Rosie era tão
boa com ele. Era difícil acreditar que ele já tinha cinco meses. Vince e Amanda
saíram da casa e se juntaram aos outros convidados na praia.
— Ella está bem. Ela mal pode esperar para se casar com você.
— Excelente notícia. — Eu disse, juntando minhas mãos. — E, o negócio
é o seguinte. Eu preciso me casar. Minha noiva e eu temos um avião para pegar
em breve, e estou muito ansioso para comemorar adequadamente.
Suas mãos vieram até as minhas e então ela as empurrou para longe dos
meus olhos, que eu ainda mantive bem apertados.
Eu lentamente abri meus olhos. Meu queixo caiu no chão. Ela era de tirar
o fôlego, uma visão em marfim, e aquela cor vermelha ardente em seus lábios
deixou meu pau meio duro. Metade de seu cabelo loiro estava amarrado para
trás com algumas mechas soltas emoldurando seu rosto e longas ondas caindo
em cascata sobre seus ombros.
Jesus Cristo.
O vestido que ela usava a abraçava em todos os lugares certos e mostrava
a plenitude de seus seios. Depois do bebê, Ella ficou ainda mais linda. Quando
a pedi em casamento, ela estava grávida de cinco meses. Ela disse não e depois
engoliu meia caixa de sorvete. Mais tarde naquela noite, eu a encontrei chorando
no chuveiro, resmungando sobre estar inchada e feia. Tirei minhas roupas e me
juntei a ela, beijei-a em todos os lugares e não parei. Eu disse a ela o quanto a
amava e que para mim ela era a mulher mais linda do mundo. Então, tivemos o
sexo mais incrível no chuveiro. Aparentemente, o sexo na gravidez era uma
loucura quente.
Meus dedos brincaram sob a alça fina de seu vestido, roçando a nova
tatuagem acima de seu seio. Algarismos romanos para a data em que nos
conhecemos, dando-me um novo motivo para lembrar.
Ela baixou a cabeça para encontrar meus olhos. Ela estava dizendo algo,
mas poderia muito bem ser em francês, porque eu estava muito ocupado
admirando cada centímetro de seu corpo para ouvir qualquer coisa.
Pedaço de bolo.
— Obrigada, você também. — Disse ela, passando as mãos para cima e
sobre o meu peito. — Esse terno é incrível, só a alfaiataria. — Seus olhos
continuaram observando cada centímetro do meu terno azul escuro.
Ela olhou para mim, aqueles olhos azuis brilhantes perfurando minha
alma. — Eu não acho que posso fazer isso. É tudo demais.
Eu tirei seu cabelo de seu ombro e, em seguida, dei um beijo em sua pele
dourada. — Eu também te amo. Deixe-me pegar as chaves do Mercedes e as
malas do quarto e então podemos ir embora.
— Então, que tal mudar meu mundo hoje e permitir que eu me torne seu
marido.
Dei um beijo em sua testa. — Você pode ter todos os trinta e um sabores,
se quiser.
Peguei minha noiva, renunciando à tradição de fazer seu pai levá-la até o
altar. O cara teria que me perdoar. Meus motivos eram duplos. Um: demos ao
nosso filho o nome do meio Carrick, apropriadamente chamado em
homenagem ao pai de Ella. Dois: ele já acompanhou Molly até o altar. Bônus:
Ella e eu estávamos dando a ele outro neto.
FIM
Cena Bônus
Alex
— Ella, você está em casa?
Eu olho para a tela; ela tem cerca de trinta segundos restantes. Eu pretendo
prolongar.
Ella acena com a cabeça. — Sim, mas ela tem duas babás à disposição,
então é isso.
— Obrigada, — ela diz. — O que você está fazendo em casa tão cedo?
Eu tiro minha camisa e jogo no chão. — Você esteve em minha mente o
dia todo. Eu quero algum tempo adulto sozinho com minha esposa.
Ella esteve em Las Vegas em uma feira de roupas nos últimos seis dias.
Ontem à noite, quando ela chegou em casa, tudo se resumia a um tempo para
a família. Ela estava tão exausta de viajar que adormeceu logo após o jantar.
Suas mãos pousam em seus quadris. — Eu não vou te foder depois de ter
suado pra caramba na última hora. Estou fedendo.
Minha esposa tem a teoria de que suor e boceta não combinam bem. Eu
poderia me importar menos; ela é minha esposa e eu a amo. Ella ainda luta com
o corpo pós-bebê. Mesmo que ela não esteja grávida há anos.
Suas mãos caem para os quadris e ela sorri. Eu faço meu movimento
empurrando minhas mãos sob o tecido de seu sutiã esportivo. Eu coloco o
material para cima e sobre seus seios e rolo um de seus mamilos entre meus
dedos.
Eu beijo meu caminho até seu pescoço, lambendo sua pele encharcada de
suor. — Deus, você cheira tão bem, — eu respiro. — Estou pulando as
preliminares esta tarde. Vou compensar mais tarde. — Abro o zíper da calça e
tiro meu pau.
Eu amo o jeito que ela me olha. Seus olhos azuis cristalinos estão cheios
de muito amor por mim. Sou um homem de sorte.
Um arrepio percorre todo o seu corpo quando deslizo meu pau em sua
umidade. Meus primeiros golpes são lentos. Eu gosto da sensação de estar
dentro dela, estar tão perto dela.
— Oh, porra, — sua cabeça cai para frente e seus músculos internos
apertam todo o comprimento do meu pau.
Meus braços ficam moles, mas consigo ajudá-la a colocar o sutiã de volta
no lugar. Ela usa a toalha para limpar meu pau e dá um beijo em meus lábios.
Ela usa um pano úmido e joga no lixo. Ela puxa o short e eu puxo minha
camisa de volta.
Pegando-a pela cintura, empurro as mechas soltas de seu cabelo loiro de
seu rosto. — Isso foi incrível.
Ela pega duas colheres e entramos na banheira. Nosso momento não dura
muito porque cerca de dois minutos depois nossos filhos correm pela porta dos
fundos com seus primos e sua tia Holliday.
Ella sorri para mim. — Estou feliz que você voltou para casa mais cedo.
— Eu também, querida.
Playlist
As You Are by The Weeknd
Don’t Be So Hard On Yourself by Jess Glynne
Elevate by St. Lucia
Final Song by MØ
Hands To Myself by Selena Gomez
iKnow by Roman GianArthur
Kiss Me by Olly Murs
No Money by Galantis
Not Letting Go by Tinie Tempah featuring Jess Glynne
One And Only by Adele
Rebel Yell by Billy Idol
Roses by The Chainsmokers
Save A Prayer by Duran Duran
Say You Won’t Let Go by James Arthur
Sorry by Justin Bieber
Stay by Kygo, Maty Noyes
This Is What You Came For by Calvin Harris, Rhianna
Agradecimentos
Quando os leitores me enviaram mensagens e pediram mais de Alex, fiquei
chocada. Alex foi um jogador secundário em Fifteen Weekends, mas seu
mistério e charme cativaram os leitores e eles se apaixonaram por ele. Não tive
escolha a não ser escrever sua história. Depois de folhear minhas anotações e a
pequena biografia do personagem que criei para ele, ficou claro que a história
de Alex começou anos antes de seu relacionamento complicado com Amanda.
Alex tinha muito a dizer, e Ella também. Eu amei meu tempo com esses dois
personagens e dando a eles seus Felizes para Sempre. Obrigado por ler Bound
to Me. Agradecimentos especiais ao meu marido Kevin, que viajou comigo para
assinar autógrafos após autógrafos, apoiando-me em todos os aspectos da
minha jornada de escrita no ano passado. Tenho muita sorte de tê-lo a bordo
deste trem de grandiosidade épica, mesmo quando alguém fica irritado com
carregadores de telefone. Sem o seu amor e apoio, eu seria ainda mais louca do
que já sou. Eu sei que isso é difícil de imaginar. Para resumir, não há dúvida de
que você pode lidar com uma tonelada de loucos. A seguir, tenho que
mencionar minha editora, Missy Borucki também conhecida como “The
Comma Wrangler”. Muito obrigada por sua orientação, incentivo e por fazer a
jornada de edição, ouso dizer, DIVERTIDO?! Acredite em milagres, quatro
vezes um encanto. Robin Bateman, muito obrigado a você e sua caneta
vermelha por garantir que este livro fosse perfeitamente polido. Talvez um dia
eu escreva um personagem só para você. Claro que ele será a versão sexual de
Tom Hardy. Além disso, se acontecer de estarmos juntos em Chicago,
DEVEMOS visitar o Giordano's.
Rachel Blaufeld e Fabiola Francisco, sério, não sei o que faria sem vocês
dois na minha vida. Obrigada pela maratona de sessões de suporte via
messenger ou às vezes quando um telefonema é justificado.
#SoapyThighsForLife Jennifer Naumann, eu adoro você e estou extremamente
feliz por nos conhecermos no ano passado. Você está sempre lá, do outro lado
da linha, ouvindo, oferecendo apoio ou dando uma boa risada. Obrigado por
sua amizade. Tenho a sorte de ter alguns amigos especiais em minha vida -
Alison, também conhecida como Beatrice, Amy Kelly, Cori, Megan, Millie,
Michelle Rodriguez, Patti, Susie, Melissa e Kelly, também conhecida como
#FuckinJenny. Essa mistura de coisas que me manteve sã enquanto escrevia
este livro, e tudo por causa de cada um de vocês - coquetéis, noite de jogos,
conversas épicas com memes, me informando sobre os acontecimentos de The
Young and The Restless, textos bêbados , odeio assistir The Bachelor,
Bachelorette e Bachelor in Paradise (todos com comentários de cores), vodka,
coquetéis à beira da piscina, coquetéis no Fubar Lounge, mais memes, bate-
papos instantâneos durante Game of Thrones e devassidão em geral. Obrigada
Josh Galloway por responder a todas as perguntas médicas e conversar sobre
cenários sólidos comigo. Agora você está na discagem rápida. Will Shouse,
obrigado por me permitir pegar no seu cérebro com todas as minhas perguntas.
Seu conhecimento deu legitimidade aos personagens deste livro com passado
militar. Muito obrigado pelo seu serviço aos Estados Unidos. Aos meus amigos
autores que me inspiram e continuam a acreditar em mim - Alyson Reynolds,
Ann Serafini, Anna Bendewald, Ashley Erin, BJ Harvey, Kate Canterbary, KI
Lynn, Pawnie Santana, Stacey Lynn e Skyla Madi. Quando eu tenho uma
pergunta, não importa o quão grande ou pequena, é bom ter suas palavras de
sabedoria e conversa franca. Eu me sinto muito sortuda por ter todos vocês em
minha vida.