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3.

Leis de Mendel e
grupos sanguíneos
Os experimentos de Mendel •
Termos básicos da genética •
Primeira Lei de Mendel •
Segunda Lei de Mendel •

Frente C Herança dos grupos sanguíneos


Primeira
Lei de mendel
Heredogramas e
probabilidade
Segunda
Lei de Mendel
Polialelia e grupos
sanguíneos

v.s.anandhakrishna/Shutterstock

A genética é o ramo da Biologia que estuda os genes, as Em seguida, cruzamentos entre as plantas com sementes
variações que ocorrem em organismos de uma mesma es- amarelas, obtidas em F1, foram realizados e os resultados
pécie e a hereditariedade – conjunto de semelhanças e de apontaram, na segunda geração ou F2, muitas plantas com
todos os processos biológicos pelos quais características são sementes amarelas e poucas plantas com semente verdes.
transmitidas dos pais para os filhos.
Com a genética, procura-se entender o processo de F1 X
herança de caracteres que passam de pais para filhos,
incluindo a estrutura molecular e a função dos genes, seu amarela amarela
comportamento na célula ou no organismo, sua distribuição,
variações e alterações nas populações. F2

Os experimentos de Mendel amarelas


verde

Gregor Mendel, monge austríaco, elaborou duas leis bási- Com esse resultado, Mendel determinou que o caráter
cas da genética no século XIX. verde, que desaparecia na F1 e reaparecia no segundo
Em suas descobertas, os biólogos reconheceram o traba- cruzamento, era um caráter recessivo e que o caráter
lho rigoroso de Mendel, incorporaram alguns termos usados amarelo, que aparecia também na F2 , seria o caráter do-
por ele e creditaram a ele o pioneirismo na descoberta das minante. Além disso, para cada cruzamento feito entre as
leis básicas da hereditariedade. plantas de F1, os resultados eram: 3 plantas com sementes
O trabalho de Mendel foi feito com cruzamentos de ervi- amarelas para 1 planta de semente verde, com poucas varia-
lha (Pisum sativum), porque essa planta é de cultivo simples, ções. Os números obtidos acenavam para uma proporção de
tem características fáceis de serem observadas, curto ciclo de 3:1 ou 3/4 : 1/4.
vida e apresenta variedades de características fáceis de des- Para explicar esses resultados, Mendel determinou que
crever (o que é fundamental no momento da análise). Além as características hereditárias deviam ser determinadas por
disso, as flores possuem órgãos reprodutores masculinos e dois fatores herdados do pai e da mãe, em quantidades equi-
femininos, que se encontram fechados no interior das péta- valentes; que esses fatores segregam (separam) durante a
las, o que possibilita que sejam polinizadas artificialmente. produção de gametas (se o indivíduo é puro, todos os seus
Mendel fazia seus cruzamentos com linhagens puras gametas terão o mesmo fator; se o indivíduo é híbrido, serão
para os caracteres estudados. Assim, para um cruzamento produzidos dois tipos de gametas).
entre plantas de ervilha de semente amarela com plantas A Primeira Lei de Mendel trata da herança de um caráter
de ervilha com sementes verdes, a geração parental ou determinado por apenas um par de alelos – herança mo-
P tinha de ser pura para cor das sementes: a planta com nogênica ou monoibridismo – e pode ser assim enunciada:
semente amarela só podia produzir plantas com sementes
amarelas e a planta com semente verde só podia produzir Cada caráter é condicionado por dois fatores. Esse par
plantas com sementes verdes. Para que isso acontecesse, de fatores segrega no momento da formação dos gametas,
ele autofecundava várias vezes as plantas para ter certeza que são puros com relação a cada fator.
do cruzamento.
Plantas puras de sementes amarelas, quando cruzadas
com plantas puras de sementes verdes, produziam apenas
plantas com sementes amarelas, a primeira geração ou F1.
Termos básicos da genética
Gene
P X Na genética clássica, antes da Biologia Molecular, o gene
era definido como um fator que contém informações para ex-
amarela verde pressão de uma determinada característica. Atualmente, ele
é definido como um segmento de DNA, que tem o código para
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F1 a produção de uma molécula de RNAm e, portanto, capaz de


orientar a produção de uma proteína.
amarela

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Caráter De forma atualizada, os cruzamentos de Mendel seriam
assim representados:
É o efeito do gene, o que o gene determina. Por exemplo,
o gene A determina pele normal, logo, pele normal é o caráter P VV X vv
determinado pelo gene A. amarela verde
●● Caráter dominante – aquele que se manifesta no he-
Gametas V v
terozigoto: Aa tem cor roxa, portanto, roxo é o caráter
dominante.
●● Caráter recessivo – aquele que não se manifesta no F1 Vv
heterozigoto: em Aa – o alelo a não se manifesta, fica amarela
“escondido”, é o caráter recessivo. Genótipo de F1 – 100% heterozigotos
Fenótipo de F1 – 100% plantas de sementes amarelas
Alelos
F1 Vv Vv
São as variações do gene que determinam as variações do x
caráter. Os alelos são versões alternativas de um gene em um amarela amarela
determinado lugar (locus gênico) ao longo do cromossomo. O v v
V V
gene A, com seus alelos A e a determinam pele normal e pele
albina, respectivamente. Um indivíduo herda dois alelos para
cada gene, um de cada pai. F2 VV Vv Vv vv
●● Homozigoto – quando o indivíduo tem dois alelos
iguais para o caráter (BB ou bb). amarelas verde
●● Heterozigoto – quando o indivíduo tem alelos diferen-
Genótipo de F2 – 25% homozigotos dominantes; 50% he-
tes para o caráter (Bb ou bB).
terozigotos; 25% homozigotos recessivos. 1:2:1
Fenótipo de F2 – 75% plantas de sementes amarelas; 25%
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de plantas de sementes verdes. 3:1

Monoibridismo com dominância


B B b b B b b
B a) Os cruzamentos analisam apenas um caráter de
cada vez.
Homozigoto Homozigoto b) Nos cruzamentos com dominância, todos os indiví-
BB Bb bB bb duos da geração F1 têm característica dominante.
Heterozigotos
Homozigose e heterozigose. c) A autofecundação desses indivíduos produz 3/4 de
indivíduos dominantes e 1/4 com a característica re-
cessiva. Proporção fenotípica de F2 = 3 : 1.
Genótipo
d) A proporção genotípica é de 1/4 homozigoto domi-
O conjunto de genes que os filhos herdam de ambos os
nante; 2/4 heterozigoto e 1/4 homozigoto recessivo.
pais; a combinação da composição genética dos pais para
Proporção genotípica de F2 = 1 : 2 : 1.
formar o material genético do descendente. O genótipo
­
­determina as características hereditárias de um organismo e
geralmente permanece constante ao longo da vida.

Fenótipo
Monoibridismo com
É determinado pelo funcionamento dos genes, caracte- dominância incompleta
rizando-se pelas manifestações externas detectáveis de um Nesse caso, os cruzamentos da geração parental sempre
genótipo específico: estruturas corporais, processos fisioló- fornecem descendentes heterozigotos, que têm fenótipo in-
gicos e comportamentais. O fenótipo depende de interações termediário entre os pais homozigotos.
complexas entre o genótipo e o ambiente; como os ambientes Um exemplo disso ocorre no cruzamento da planta mara-
internos e externos mudam continuamente, o mesmo aconte- vilha (Mirabilis jalapa), na qual o gene C representa a cor das
ce com o fenótipo. flores e, no sobrescrito, a letra V indica o alelo para vermelho
e a letra B o alelo para branco. Indivíduos de flores verme-

Primeira Lei de Mendel lhas homozigotas, quando cruzados com indivíduos de flores
brancas, também homozigotos, apresentam, na descendên-
cia, plantas com flores rosea, evidenciando o fenótipo inter-
Monoibridismo com dominância mediário entre os pais.
Hoje se sabe que os dois fatores a que Mendel se referia Nas plantas com flores roseas, a quantidade de pigmentos
era o par de alelos de um gene, situados em um par de cro- vermelhos é a metade da encontrada em flores vermelhas,
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mossomos homólogos. A segregação mencionada por ele na pois um dos alelos é ativo (e produz o pigmento) e o outro é ina-
produção de gametas é o que conhecemos como a separação tivo (e não produz). Como resultado, haverá menos pigmento
dos cromossomos homólogos durante a meiose I. vermelho e a cor do indivíduo heterozigoto é rosea (mais clara).

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A seguir, representação do cruzamento observado entre
plantas homozigotas com flores vermelhas e plantas homozi-
Cruzamento-teste
gotas com flores brancas. Para descobrir se um indivíduo, portador de um caráter
dominante, é homozigoto ou heterozigoto, podemos fazer
CC
B B
P CVCV X seu cruzamento com um indivíduo homozigoto recessivo, o
vermelha branca cruzamento-teste.
Pelos resultados obtidos no cruzamento-teste, é possível
Gametas CV CB
deduzir:

P AA X aa
F1 CVCB
rosea
O resultado evidencia 100% de plantas híbridas roseas. No Gametas A a
cruzamento de F1, envolvendo apenas plantas com flores hí-
bridas roseas, obtemos:
F1 CVCB CVCB F1 Aa
x
rosea rosea O indivíduo é homozigoto dominante para o caráter,
pois todos os descendentes apresentam o fenótipo dele,
CV C B
CV C B

caráter dominante.
P Aa X aa
F2 C VCV CVCB CVCB CBCB
A a a
vermelha rosea branca Gametas

Os genótipos obtidos na geração F2 são: 25% homozigo-


to (vermelha), 50% híbridos, 25% homozigoto (branca), com F1
Aa aa
proporção de 1:2:1. Os fenótipos obtidos na geração F2 são:
25% de flores vermelhas, 50% de flores roseas e 25% de flores
brancas, com proporção de 1:2:1. O indivíduo é heterozigoto para o caráter, pois a me-
tade dos descendentes têm o fenótipo dele (caráter domi-
Monoibridismo com codominância nante) e a outra metade apresenta o fenótipo do indivíduo
homozigoto recessivo.
Nesse caso, o indivíduo heterozigoto apresenta o efeito
dos dois alelos diferentes de um mesmo gene simultanea-
mente, pois ambos são ativos. No gado leiteiro, o cruzamento Heredogramas e probabilidade
de indivíduos brancos com indivíduos pretos origina descen-
dentes malhados de branco e preto, o fenótipo intermediário. Heredogramas
Na espécie humana, a herança do sistema MN do sangue é Usando símbolos, as relações de parentesco entre indiví-
um exemplo. Esse sistema apresenta três grupos sanguíneos: duos de uma família podem ser representadas pelo heredo-
M, MN e N, determinados pela combinação dos alelos Ag M e grama ou genealogia (árvore genealógica). O heredograma
AgN. Os indivíduos M apresentam genótipo AgM AgM e são ho- auxilia no estudo de como um determinado caráter é herdado
mozigotos; os indivíduos N são AgN AgN, também homozigo- e permite descobrir também se determinado fenótipo é ou
tos; os indivíduos MN são AgM AgN. não hereditário. Para a confecção dos heredogramas, os sím-
bolos mais utilizados são:

Indivíduo do
AgM AgM AgN AgN Casamento
sexo masculino
AgM AgN
Indivíduo do Casamento
sexo feminino consanguíneo

Indivíduo do sexo
desconhecido Gêmeos
Ag AgM N
Ag Ag
M N

dizigóticos
AgM AgN AgM AgN Indivíduos
afetados
Gêmeos
monozigóticos
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Índice ou
probano I, II, III... Indicam gerações
AgM AgM AgM AgN AgM AgN AgN AgN 1, 2, 3, 4... Indicam indivíduos

Representação da herança codominante do sistema MN.

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As linhas horizontais no heredograma são identificadas Probabilidade
por algarismos romanos e representam as gerações; cada in-
divíduo, em cada geração, recebe um algarismo arábico para Regra do “e” aplicada na genética
ser reconhecido. A seta indica o índice ou probano, o indiví- Desejamos saber a chance de um casal ter o primeiro e o
duo pelo qual o levantamento iniciou. segundo filho com albinismo, sabendo que a mulher é albina
(homozigota recessiva) e o pai heterozigoto para albinismo.
Compreendendo um heredograma Todos os gametas maternos são recessivos, carregarão o
No heredograma a seguir, os afetados apresentam uma alelo a; metade dos gametas paternos carregarão o alelo A e a
anomalia recessiva. Identifique os indivíduos que são obriga- outra metade, o alelo a. As possibilidades de fecundação são:
toriamente heterozigotos para a anomalia.
●● gameta paterno a fecunda gameta materno a – filho
albino aa;
I
●● gameta paterno A fecunda gameta materno a – filho
1 2 normal Aa.
A probabilidade de nascer um filho albino é ½. Como cada
fecundação é um evento independente, aplicamos a regra do
II
“e”: a probabilidade de o primeiro e o segundo filho nascerem
1 2 3 4 5
com albinismo é 1/2 x 1/2 = 1/4.
Também podemos calcular a probabilidade de efeitos
III combinados em um mesmo indivíduo: a chance de nascer um
1 2 3 menino com albinismo. Usando o exemplo acima, a probabili-
dade de nascer uma criança com albinismo é de ½ e a proba-
A identificação deve usar o algarismo romano e o arábi- bilidade dessa criança ser um menino (1/2) é: 1/2 x 1/2 = 1/4.
co. Vamos representar o gene envolvido com a letra A para
normais e a para os afetados. Como a anomalia é recessi- Regra do “ou” aplicada na genética
va, todos os afetados são homozigotos recessivos (aa) e os
Um casal de indivíduos heterozigotos para albinismo quer
normais apresentam, pelo menos, um alelo dominante (A_).
saber a probabilidade de o primeiro filho ser homozigoto do-
Substituímos os símbolos pelas letras: aa para os afetados e
minante ou heterozigoto.
A_ para os normais, já que não sabemos se são homozigotos
ou heterozigotos. Agora, o pai e a mãe produzem gametas com o alelo do-
minante A e com o alelo recessivo a na proporção 1/2 : 1/2. As
combinações possíveis são:
I
1 2
●● gameta paterno A fecunda o gameta materno A – filho AA
aa A_ (homozigoto dominante);
●● gameta paterno A fecunda o gameta materno a – filho Aa
II (heterozigoto);
1 2 3 4 5
A_ aa A_ aa A_ ●● gameta paterno a fecunda o gameta materno A – filho Aa
(heterozigoto);
III ●● gameta paterno a fecunda o gameta materno a – filho aa
1 2 3 (homozigoto recessivo).
A_ aa A_ A probabilidade de o casal ter um filho homozigoto domi-
nante é 1/4; a probabilidade de o casal ter um filho hetero-
A partir do casal I.1xI.2, que tem filhos afetados, descobri-
zigoto é 2/4. A probabilidade de gerar um filho homozigoto
mos que o I.2 é uma mulher heterozigota.
dominante ou heterozigoto é: 1/4 + 2/4 = 3/4.

I
1 2
Segunda Lei de Mendel
aa Aa
Quando começou seus experimentos com as plantas de
ervilha, Mendel estudou isoladamente os caracteres heredi-
II tários das ervilhas.
1 2 3 4 5
Aa aa Aa aa Aa Posteriormente, Mendel passou a analisar dois deles ao
mesmo tempo. Assim, estudando mais de um caráter simul-
III taneamente, concluiu que os fatores (genes) segregavam de
1 2 3
forma independente, com cada alelo indo para um gameta.
Aa aa Aa
Lei da segregação independente
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Os filhos do casal I.1xI.2 receberam do pai um alelo a, por- Mendel estudou a transmissão simultânea de mais de
tanto são heterozigotos II.1, II.5; o casal II.3xII.4 tem filha afeta- uma característica nas plantas de ervilha, como a cor e a
da, por isso o II.3 é heterozigoto. Seus filhos III.1 e III.3 também textura das sementes; a cor e o aspecto da vagem; a altura do
são heterozigotos porque receberam o alelo recessivo da mãe. pé da planta; e a posição e a cor das flores.

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Em um de seus experimentos, observou simultaneamente
a herança da cor e da textura das sementes da ervilha.
Enunciado da Segunda Lei de Mendel:
Plantas de sementes amarelas de casca lisa, puras para “Os fatores para duas ou mais características segregam-
os dois caracteres (dominantes), foram cruzadas com plantas -se no híbrido, distribuindo-se independentemente para os
de sementes verdes de casca rugosa, puras para os dois ca- gametas, onde se combinam ao acaso.”
racteres (recessivos).
Na geração F1 obtida, todas as plantas eram híbridas, ti-
nham sementes de casca amarela e lisa. Elas foram autocru-
Segregação independente e meiose
zadas e os resultados obtidos foram: 9/16 amarelas e lisas, No início do século XX, ficou constatado que a segregação
3/16 amarelas e rugosas; 3/16 verdes e lisas; 1/16 verdes e independente dos genes ocorre em diversas espécies de ani-
rugosas. mais e plantas e que ela está relacionada ao comportamento
dos cromossomos homólogos na meiose. Durante essa divi-
A proporção de 9 : 3 : 3 : 1 fez com que Mendel achasse são, os pares de homólogos de origem materna e paterna se
que, na formação dos gametas das plantas híbridas, os alelos separam com total independência uns dos outros – segrega-
para a cor da semente segregavam de maneira indepen- ção independente.
dente dos alelos para a textura da casca. A chance de um
gameta receber um alelo para a cor amarela seria a mesma Em uma célula di-híbrida AaBb, o par de alelos Aa está em
de receber um alelo para a cor verde; a chance de cada um um par de cromossomos e os alelos Bb, em outro par. Antes
combinar com um alelo para textura lisa ou textura rugosa da meiose, os cromossomos e os genes se duplicam e, duran-
também seria a mesma. te a divisão, os cromossomos de cada par homólogo se empa-
relham e orientam-se para as extremidades da célula. Nessa
Representando com A os alelos de cor – A para cor ama- ocasião, duas situações podem acontecer:
rela e a para cor verde – e representando com B os alelos
para textura – B para liso e b para rugoso – teremos nos dois ● o cromossomo que carrega o alelo A vai para o mesmo
cruzamentos: polo que o cromossomo que carrega o alelo B, forman-
do um gameta AB; o cromossomo que carrega o alelo a
vai para o mesmo polo em que está o cromossomo com
o alelo b, formando gameta ab.
● o cromossomo com o alelo A vai para o mesmo polo
que o cromossomo que carrega o alelo b, originando ga-
AB ab meta Ab; o cromossomo que leva o alelo a se dirige para
o mesmo polo onde está o cromossomo com o alelo B,
formando gameta aB.
Na meiose, a chance de essas duas situações ocorrerem
é de 50% para cada uma. Assim, metade dos gametas pro-
duzidos terá a combinação alélica AB e ab e a outra metade
AB Ab aB ab apresentará a combinação aB e Ab.

AB Segunda Lei de Mendel – Segregação Independente


AABB AABb AaBB AaBb
● Na formação dos gametas, dois ou mais pares de ale-
los segregam independentemente porque estão em
Ab cromossomos diferentes.
AABb AAbb AaBb Aabb ● Cada híbrido (heterozigoto) F1 AaBb, segregando in-
dependentemente os quatro alelos, forma 4 combina-
aB ções gaméticas possíveis e em igual proporção: ¼ AB;
AaBB AaBb aaBB aaBb ¼ Ab; ¼ aB; ¼ ab.
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● Observar que combinações existentes na geração pa-


ab rental e F1 aparecem na geração F2, além de combina-
AaBb Aabb aaBb aabb ções novas.
● A proporção 9 : 3 : 3 : 1 é típica para o cruzamento entre
dois di-híbridos (heterozigotos para dois caracteres).
Fenótipos:
9/16 – amarelas e lisas
Penetrância e expressividade
A maneira como os genes se manifestam pode sofrer
3/16 – amarelas e rugosas
variação. A penetrância é definida como a porcentagem de
3/16 – verdes e lisas indivíduos que têm o genótipo e manifestam o fenótipo cor-
1/16 – verdes e rugosas respondente. Por exemplo: na espécie humana, a polidacti-
lia se caracteriza pela presença de um dedo extra na mão ou
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Proporção de 9 : 3 : 3 : 1 no pé, determinado pela presença de um alelo dominante.


Esse alelo nem sempre se manifesta, daí considerarmos sua
penetrância incompleta.

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A expressividade de um gene é definida pelo fenótipo O tipo de pelagem é determinado por dois alelos, mas
que ele manifesta. Dependendo do indivíduo portador do existem quatro alelos disponíveis para cada loco gênico.
gene, o fenótipo é apresentado, por exemplo: o gene da poli-
dactilia, quando se expressa, pode determinar o surgimento
ou de um dedo completo, ou de um dedo sem estrutura ós-
sea, ou de uma saliência na lateral da mão. Diz-se que o gene
de polidactilia tem expressividade variável.
Alelo C Alelo C
Polialelia ou alelos múltiplos Alelo cch Alelo cch
Alelo ch Alelo ch
Organismos diploides apresentam dois alelos de cada
Alelo ca Alelo ca
gene, um em cada cromossomo do par de homólogos (um de
Cromossomos
origem materna e o outro de origem paterna). Alguns genes, homólogos
no entanto, apresentam mais de dois alelos diferentes para o
mesmo locus gênico e, nesse caso, temos os alelos múltiplos. Cromossomos homólogos com alelos para o tipo de pelagem em coelhos.
Assim, várias combinações podem ser feitas, caracterizando
o polialelismo. Entre esses alelos, a relação de dominância é

C > cch > ch > ca


Características da polialelia:
● ocorre com um par de cromossomos homólogos em O alelo C domina os outros três (cch , ch e ca); o alelo cch
determinado lócus gênico; domina os alelos ch e ca; o alelo ch domina o alelo ca , que é
recessivo para todos os alelos.
● o gene apresenta três ou mais alelos, com ou sem
dominância; Essa relação de dominância entre os quatro alelos permite
que dez tipos possíveis de genótipos e quatro tipos de fenó-
● forma um número variável de genótipos e fenótipos
tipos existam para os coelhos, afinal os alelos ocorrem aos
diferentes.
pares e podem ser combinados de diferentes maneiras.

Em coelhos, alelos múltiplos estão envolvidos com a colo-


ração da pelagem que pode ser aguti ou selvagem (castanha), Herança dos grupos sanguíneos
chinchila (cinzenta), himalaia (branca com extremidades pre-
tas) e albina (branca). O médico austríaco Karl Landsteiner, no início do século XX,
Cada coelho possui apenas um par de alelos condicionan- observou que amostras de sangue misturadas, em muitos ca-
te da cor da pelagem. Assim, quanto a esse par, encontram-se sos, formavam aglomerados e perdiam o aspecto normal. Na
animais com os seguintes fenótipos e genótipos: ocasião, ele achou que essa formação talvez explicasse a incom-
patibilidade sanguínea entre algumas pessoas, o que muitas
vezes causava a morte do receptor depois de uma transfusão.
Fenótipos Genótipos Fenótipo
Os trabalhos de Landsteiner com seus pesquisadores le-
varam à descoberta de quatro tipos sanguíneos nos seres
CC humanos. Esses quatro tipos caracterizariam o sistema ABO:
Aguti (selvagem) – ccch com sangues do tipo A, B, AB e O (chamado inicialmente de
cinza-escuro cch zero).
cca Para Landsteiner, a incompatibilidade sanguínea estava
associada a uma reação imunológica entre substâncias do
plasma sanguíneo, os anticorpos e substâncias existentes
nas hemácias, os antígenos. Os anticorpos reagem à pre-
cchcch sença de antígenos estranhos, por isso, quando ocorre uma
Chinchila –
cchch transfusão incompatível, os anticorpos atacam os antígenos e
cinza-claro
cchca
provocam a aglutinação das hemácias.
Ele chamou as substâncias do plasma de aglutininas e clas-
sificou-as em aglutinina anti-A e aglutinina anti-B; as substân-
Himalaia – cias na membrana das hemácias foram denominadas agluti-
branco com extre- c hch nogênios e classificadas em aglutinogênio A e aglutinogênio B.
midades chca Aglutinogênio Aglutinogênio Aglutinogênios Sem
pretas tipo A tipo B tipos A e B aglutinogênios
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Albino – branco c ac a
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Grupo A Grupo B Grupo AB Grupo O

Representação dos possíveis aglutinogênios A e B, as glicoproteínas que


podem existir ou não na membrana plasmática das hemácias.

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No plasma, temos as aglutininas anti-A e anti-B e, nas hemá- Transfusões compatíveis para o sistema ABO
cias, o aglutinogênio A e/ou aglutinogênio B, permitindo que os
Entre as transfusões sanguíneas que ocorrem entre san-
diferentes tipos sanguíneos fossem assim determinados:
gue de mesmo nome, todas são possíveis: O para O, A para A,
● hemácia com aglutinogênio A determinaria sangue tipo AB para AB.
A e, no plasma, o anti-B faria a defesa contra aglutino-
gênios B; Uma pessoa que tenha determinada aglutinina não pode
receber sangue em que as hemácias tenham o aglutinogênio
● hemácia com aglutinogênio B determinaria sangue tipo
B e, no plasma, o anti-A faria a defesa contra aglutino- correspondente: pessoas com sangue do tipo A (têm anti-B
gênios A; no plasma) não podem receber sangue dos tipos B e AB, pois
ambos contêm o aglutinogênio B que seria atacado por seu
● hemácia com aglutinogênios A e B determinaria sangue
tipo AB e não produziria aglutininas; anti-B.
● hemácia sem aglutinogênio caracterizaria o sangue tipo ● Pessoas do tipo AB, que não têm aglutininas, podem re-
O e, no plasma, o anti-A e o anti-B fariam a defesa con- ceber transfusão de sangue tipo A, tipo B, tipo AB e tipo
tra aglutinogênios A e B. O, sendo consideradas receptoras universais.
● Pessoas do tipo A, que têm anti-B no plasma, só podem
Hemácia Tipo de san- Plasma
receber sangue do tipo A e do tipo O.
(aglutinogênio) gue (aglutinina)
● Pessoas do tipo B, que têm anti-A no plasma, só podem
Aglutinogênio A A Anti-B receber sangue do tipo B e do tipo O.
● Pessoas do tipo O, que têm anti-A e anti-B no plasma, só
Aglutinogênio B B Anti-A
recebem sangue do tipo O, mas podem doar para todos
Aglutinogênios A e B AB Sem aglutininas os tipos sanguíneos do sistema ABO, sendo considera-
das doadoras universais.
Sem aglutinogênios O Anti-A e Anti-B

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AB

A descoberta dos grupos sanguíneos revolucionou o pro-


cesso de transfusão de sangue, diminuindo a ocorrência de
reações de incompatibilidade. AB
Receptor universal

Determinação do sistema ABO


Para determinar os grupos sanguíneos do sistema ABO,
A A B B
duas gotas de sangue da pessoa são misturadas a duas so-
luções diferentes: uma contendo aglutinina anti-A e outra
com aglutinina anti-B. Quando a gota de sangue dá reação
positiva de aglutinação com o anti-A, é sinal de que a hemácia O Doador universal

contém o aglutinogênio A – tipo A; quando a reação positiva


de aglutinação ocorre com o anti-B, é sinal de que a hemácia
contém o aglutinogênio B – tipo B; quando a reação positiva
de aglutinação ocorre com as duas aglutininas, é sinal de que O
a hemácia tem os dois aglutinogênios – tipo AB; quando não
ocorre reação com nenhuma das aglutininas, é sinal de que a Doações de sangue possíveis para o sistema ABO.
hemácia não tem nenhum dos dois aglutinogênios – tipo O.
Herança do sistema ABO
Amostra de Sangue com Sangue com
sangue solução solução
A herança genética do sistema ABO é feita como um caso
anti-A anti-B de polialelismo. Os quatro tipos sanguíneos do sistema ABO
Reação positiva são determinados por três alelos múltiplos: IA , IB e i. O alelo I A
de aglutinação
com solução codifica a produção do aglutinogênio A; o alelo IB determina
anti-A – Sangue a produção do aglutinogênio B; o alelo i não codifica a produ-
tipo A
ção de nenhum aglutinogênio.
Reação positiva Entre os três alelos, o alelo i é recessivo para os outros
de aglutinação
com solução dois e entre os alelos I A e IB há um caso de codominância.
anti-B – Sangue
tipo B
IA = IB > i
Reação positiva Dessa forma, os fenótipos são assim determinados:
de aglutinação
com as soluções
anti-A e anti-B –
Sangue tipo AB Fenótipos Genótipos

Tipo A IAIA ou IAi


Reação negativa
de aglutinação
com as soluções Tipo B IBIB ou IBi
anti-A e anti-B –
SEMI19_1_BIO_C_07

Sangue tipo O
Tipo AB IAIB

Tipo O ii
Determinação dos tipos sanguíneos do sistema ABO.

700 Biologia

PG19LP436SDB0_MIOLO_SEMI19_1_BIO.indb 700 08/03/2019 16:18:39


É interessante observar que, quando um dos progenito- Não ocorre aglutinação

SAE DIGITAL S/A


das hemácias em 15% dos
res tem sangue tipo O, não há possibilidade de ter filhos com indivíduos testados (Rh–)
sangue AB; da mesma forma, progenitor com sangue AB não Macaco Rhesus
pode ter filhos com sangue O. Antigamente, esse critério era Extração de soro
do coelho com
utilizado para casos de paternidade duvidosa, sendo depois anti-Rh
substituído pelo teste de DNA, muito mais eficiente e seguro.
Adiciona-se o
soro anti-Rh
Tipo A Tipo B Tipo AB Tipo O Anti-Rh
em humanos

Nas Aglutinogê- Sem


Aglutinogê- Aglutinogê- nios tipos aglutinogê-
hemácias nio tipo A nio tipo B AeB nios
Injeta-se o O coelho pro-
sangue do duz anticorpos
(anti-Rh) Ocorre aglutinação
Aglutininas macaco no das hemácias em
No Aglutinina Aglutinina Sem coelho 85% dos indivíduos
anti-A e
plasma anti-B anti-A aglutininas testados (Rh+)
anti-B

Representação da descoberta do fator Rh e seu uso na determinação do


Rh+ e Rh–.
Genótipos I I ou I i
A A A
I I ou I i
B B B
II
A B
ii

Essas constatações levaram Landsteiner e sua equipe a


concluir que
● as hemácias humanas que eram aglutinadas apresen-
Sistema MN tavam o mesmo antígeno do macaco, o fator Rh, com o
Descoberto também por Landsteiner e seus colaboradores, qual os anticorpos dos coelhos reagiam;
esse sistema sanguíneo não oferece restrição às transfusões
● as pessoas cujo sangue era aglutinado seriam Rh posi-
sanguíneas. Sua determinação é feita com dois tipos de alelo
tivas (Rh+), tinham o fator Rh e reagiam positivamente
de um gene: alelo AgM , que condiciona a produção do antí-
com o anti-Rh;
geno M na membrana da hemácia; alelo AgN , que condiciona
a produção do antígeno N na membrana da hemácia; ho- ● as pessoas cujo sangue não era aglutinado seriam Rh
mozigotos AgMAgM pertencem ao tipo M; homozigotos negativas (Rh–), não tinham o fator Rh (como o coelho).
AgNAgN pertencem ao tipo N; nos heterozigotos AgMAgN ,
os alelos são codominantes e os indivíduos pertencem ao Determinação genética do Rh
tipo MN. Os grupos sanguíneos do sistema Rh são determinados
por dois alelos com dominância completa, R e r (que podem
Fenótipos ser chamados também de D e d). O Rh + é determinado pelos
Genótipos
(antígenos nas hemácias) alelos RR ou Rr; o Rh – pela combinação dos alelos rr.

Tipo M AgMAgM
Tipos Genótipos Hemácias Anticorpos

Tipo N Ag Ag N N

Rh+ RR ou Rr (DD ou Dd) Com fator Rh Não produz


Tipo MN AgMAgN
Pode produ-
Rh– rr (dd) Sem fator Rh
zir o anti-Rh

Sistema Rh
Estudando o sangue dos macacos do gênero Rhesus (atual- Transfusões sanguíneas
mente Macaca mulata), Landsteiner e seus pesquisadores O sangue tipo Rh –, como não apresenta anticorpos, pode
descobriram que esse, ao ser injetado em coelhos, provocava ser doado para os tipos sanguíneos Rh + e Rh –, sem problema.
a produção de anticorpos nessas cobaias. As pesquisas leva- O sangue tipo Rh+ só deve ser doado para indivíduos Rh +, pois
ram à descoberta de um antígeno no sangue do macaco, que apresenta o antígeno fator Rh que, quando doado para pes-
foi denominado fator Rh. No plasma sanguíneo dos coelhos, soas Rh – , estimula a produção do anti-Rh.
foram encontrados anticorpos específicos para o fator Rh, Quando uma pessoa Rh – recebe, em uma emergência,
que receberam o nome de anti-Rh. sangue Rh+, dizemos que ela ficará sensibilizada, pois pas-
Os testes com os anti-Rh produzidos no plasma dos coe- sará a produzir o anti-Rh. Uma segunda transfusão que essa
lhos, em amostras de sangue humano, demostraram que pessoa receba, de sangue Rh+, provocará todos os problemas
eles eram capazes de aglutinar 85% das hemácias. Nas outras de incompatibilidade sanguínea.
amostras (15%), não apresentavam reação.
SEMI19_1_BIO_C_07

Frente C | Livro 1 701

PG19LP436SDB0_MIOLO_SEMI19_1_BIO.indb 701 08/03/2019 16:19:06


Eritroblastose fetal (doença hemolítica  Exemplo:
do recém-nascido – DHRN) Em um banco de sangue, estão armazenados 93 litros de sangue
distribuídos entre os diversos tipos sanguíneos, conforme abaixo:
É uma forma de anemia que pode ocorrer em crianças re-
cém-nascidas que são Rh+, filhas de pai Rh+ e mãe Rh –.

Dancake/Shutterstock
Durante a gravidez, pequenas hemorragias da placenta
fazem com que hemácias Rh+ do feto (contendo o fator Rh) A+ A– B+ B–
entrem em contato com o organismo materno (Rh –). Essa si- 30 L 13 L 15 L 9L
tuação provoca a produção, por parte da mãe, dos anticorpos
anti-Rh. Na primeira gravidez, a quantidade desses anticor-
pos é pequena e não causa problemas no bebê, apenas deixa
a mãe Rh – sensibilizada.
Hemá- AB+ AB – O+ O–
Hemá- cias sem

SAE DIGITAL S/A


Anticorpos 8L 2L 11 L 5L
cias com fator Rh
fator Rh
Anti-
corpos

Hemácias Hemácias Sabendo-se que dois indivíduos, um com tipo O+ e outro com tipo
sem fator
Rh
com fator Rh A–, sofreram um acidente grave e precisam de transfusão sanguínea,
A B C quantos litros de sangue estão disponíveis para cada um deles?
Considere que as transfusões sanguíneas não podem provocar
1.ª gravidez: filho Rh Durante o parto, a Na segunda gestação de aglutinação das hemácias recebidas devido à incompatibilidade
positivo e mãe Rh mãe é sensibilizada, um filho Rh positivo, os an-
negativo. produzindo anticor- ticorpos anti-Rh destroem quanto ao sistema ABO, nem provocar sensibilização devido à
pos anti-Rh. as hemácias fetais. incompatibilidade quanto ao sistema Rh.
Resposta:
Eritroblastose fetal. O indivíduo tipo O+ pode receber sangue O+ e O– sem que ocorra
incompatibilidade; por isso, para ele estão disponíveis 16 L de san-
Em outra gravidez, em que o feto seja Rh +, os anti-Rh gue. Para o indivíduo A–, a transfusão pode ser de sangue O– e A–,
da mãe, agora em maior quantidade, passam pela placen- sem problema de incompatibilidade ou sensibilização, daí estarem
ta e atacam as hemácias fetais, provocando os sintomas da disponíveis para ele 18 L de sangue.
eritroblastose fetal ou Doença Hemolítica do Recém-
-Nascido (DHRN). O bebê nasce apresentando os seguintes
sintomas: anemia, icterícia (acúmulo de bilirrubina, produzi- Praticando
da a partir da hemoglobina das hemácias destruídas), sangue
com muitos eritroblastos (hemácias imaturas lançadas no 1. (UEG-2012) A doença hemolítica do recém-nascido, também conhe-
sangue), inchaço no fígado e no baço. Em alguns casos, pode cida como eritroblastose fetal, foi descrita nos estudos referentes
ocorrer a morte do feto ou do bebê. à herança dos grupos sanguíneos humanos pelas leis de Mendel.
Provocada pelo fator Rh, caracteriza-se pela destruição das hemácias
do feto ou do recém-nascido.
A primeira gravidez de feto Rh + sensibiliza a mãe, que a) Quais os fenótipos dos pais e da prole para que haja a manifes-
passa a produzir o anti-Rh. tação dessa doença?
Na segunda gravidez de feto Rh + em uma mãe “sen-
sibilizada” (produzindo o anti-Rh), os anticorpos da mãe
atacam as hemácias do feto. Pode ocorrer a sensibilização
também em casos de transfusão sanguínea se a mãe rece-
ber sangue Rh+.
b) É possível preveni-la? Justifique sua resposta.

Atualmente, para evitar que o bebê apresente eritroblas-


tose, a mulher Rh – deve tomar a imunoglobulina anti-Rh (va-
cina anti-Rh ou anti-D). Além dos exames periódicos, o uso
desse medicamento impede a produção dos anticorpos e
2. (UDESC-2012) Relacione os conceitos dos verbetes, utilizados na
evita que a mãe se torne sensibilizada (essa vacina pode ser
genética, da primeira coluna com o significado da segunda coluna.
tomada até 72 horas após o parto). Caso a mulher já seja sen-
(1) Genótipo
sibilizada (produzindo anti-Rh), o feto pode fazer transfusão
(2) Fenótipo
sanguínea para evitar a DHRN.
(3) Alelo dominante
SEMI19_1_BIO_C_07

(4) Alelo recessivo


(5) Cromossomos homólogos
(6) Lócus gênico

702 Biologia

PG19LP436SDB0_MIOLO_SEMI19_1_BIO.indb 702 08/03/2019 16:19:32


( ) Expressa-se mesmo em heterozigose. d) Cruzando-as entre si, é possível que surjam plantas de flores
( ) Pareiam-se durante a meiose. brancas. As plantas Vv cruzadas com outras Vv produzirão apenas
descendentes vermelhas, portanto, as demais serão VV.
( ) Conjunto de características morfológicas ou funcionais do
e) Cruzando-as com plantas recessivas e analisando as caracte-
indivíduo.
rísticas do ambiente onde se dão os cruzamentos, é possível
( ) Local ocupado pelos genes nos cromossomos. identificar aquelas que possuem apenas fatores V.
( ) Constituição genética dos indivíduos.
2. C4:H14 (Enem) Em um experimento, preparou-se um
( ) Expressa-se apenas em homozigose. conjunto de plantas por técnica de clonagem a partir de
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima uma planta original que apresentava folhas verdes. Esse
para baixo. conjunto foi dividido em dois grupos, que foram tratados
a) 4 – 6 – 5 – 2 – 1 – 3. de maneira idêntica, com exceção das condições de iluminação,
sendo um grupo exposto a ciclos de iluminação solar natural e outro
b) 3 – 5 – 6 – 2 – 1 – 4. mantido no escuro. Após alguns dias, observou-se que o grupo
c) 3 – 5 – 1 – 6 – 2 – 4. exposto à luz apresentava folhas verdes como a planta original e o
d) 3 – 5 – 2 – 6 – 1 – 4. grupo cultivado no escuro apresentava folhas amareladas. Ao final
do experimento, os dois grupos de plantas apresentaram
e) 4 – 3 – 1 – 5 – 6 – 2.
a) os genótipos e os fenótipos idênticos.
3. (PUC-Rio-2013) Gregor Mendel, através dos seus experimentos com b) os genótipos idênticos e os fenótipos diferentes.
ervilhas (Pisum sativum), demonstrou que a herança de algumas ca-
racterísticas segue determinados princípios que ficaram conhecidos c) diferenças nos genótipos e fenótipos.
como “Leis de Mendel”. d) o mesmo fenótipo e apenas dois genótipos diferentes.
a) As Leis de Mendel estão diretamente relacionadas a que pro- e) o mesmo fenótipo e grande variedade de genótipos.
cesso de divisão celular?
3. C4:H17(Enem-2013) A mosca Drosophila, conhecida
como mosca-das-frutas, é bastante estudada no meio
acadêmico pelos geneticistas. Dois caracteres estão
entre os mais estudados: tamanho da asa e cor do corpo,
cada um condicionado por gene autossômico. Em se tratando do
tamanho da asa, a característica asa vestigial é recessiva e a carac-
terística asa longa, dominante. Em relação à cor do indivíduo, a
coloração cinza é recessiva e a cor preta, dominante.
b) Relacione as duas Leis de Mendel aos eventos ocorridos nesse
processo de divisão celular. Em um experimento, foi realizado um cruzamento entre indivíduos
heterozigotos para os dois caracteres, do qual foram geradas 288
moscas. Dessas, qual é a quantidade esperada de moscas que apre-
sentam o mesmo fenótipo dos indivíduos parentais?
a) 288
b) 162
c) 108
d) 72
Desenvolvendo Habilidades e) 54
4. C5:H17 (Enem-2014) Em um hospital havia cinco lotes
1. C5:H17 (Enem) Mendel cruzou plantas puras de ervilha de bolsas de sangue, rotulados com os códigos I, II, III, IV,
com flores vermelhas e plantas puras com flores brancas, e V. Cada lote continha apenas um tipo sanguíneo não
e observou que todos os descendentes tinham flores identificado. Uma funcionária do hospital resolveu fazer
vermelhas. Nesse caso, Mendel chamou a cor vermelha a identificação utilizando dois tipos de soro, anti-A e anti-B. Os re-
de dominante e a cor branca de recessiva. A explicação oferecida sultados obtidos estão descritos no quadro.
por ele para esses resultados era a de que as plantas de flores ver-
melhas da geração inicial (P) possuíam dois fatores dominantes Código Volume de
Soro anti-A Soro anti-B
iguais para essa característica (VV), e as plantas de flores brancas dos lotes sangue (L)
possuíam dois fatores recessivos iguais (vv). Todos os descendentes I 22 Não aglutinou Aglutinou
desse cruzamento, a primeira geração de filhos (F1), tinham um fator
de cada progenitor e eram Vv, combinação que assegura a cor ver- II 25 Aglutinou Não aglutinou
melha nas flores.
Tomando-se um grupo de plantas cujas flores são vermelhas, como III 30 Aglutinou Aglutinou
distinguir aquelas que são VV das que são Vv?
IV 15 Não aglutinou Não aglutinou
a) Cruzando-as entre si, é possível identificar as plantas que têm o
fator v na sua composição pela análise de características exte- V 33 Não aglutinou Aglutinou
riores dos gametas masculinos, os grãos de pólen.
b) Cruzando-as com plantas recessivas, de flores brancas. As plan- Quantos litros de sangue eram do grupo sanguíneo do tipo A?
tas VV produzirão apenas descendentes de flores vermelhas,
a) 15
SEMI19_1_BIO_C_07

enquanto as plantas Vv podem produzir descendentes de


flores brancas. b) 25
c) Cruzando-as com plantas de flores vermelhas da geração P. c) 30
Os cruzamentos com plantas Vv produzirão descendentes de d) 33
flores brancas. e) 55

Frente C | Livro 1 703

PG19LP436SDB0_MIOLO_SEMI19_1_BIO.indb 703 08/03/2019 16:19:33


5. C5:H17 (CEFET-MG-2014) O heredograma mostra a ocorrência 3. (FEEVALE-2012) A cor vermelha da flor boca-de-leão é incompleta-
da fibrose cística em uma determinada família. Essa doença, de mente dominante em relação à cor da flor branca e os heterozigotos
caráter autossômico, caracteriza-se por afecção pulmonar crônica, originam flores de coloração rosa. Se uma boca-de-leão com flores
insuficiência pancreática exócrina e aumento da concentração de vermelhas é cruzada com uma de flores brancas e a F1 é intercruzada
cloreto no suor. para produzir a F2, é incorreto afirmar que:
a) o fenótipo da F1 é 100% rosa.
b) o fenótipo da F2 é 25% rosa.
c) o fenótipo da F2 é 25% vermelho.
d) o fenótipo da F2 é 25% branco.
e) 50% das plantas da F2 são heterozigotas.
4. (PUCPR-2015) A amiotrofia muscular espinhal (AME) é uma doen-
ça incurável que compromete uma região da medula denominada
corno anterior. Nessa região, há neurônios que ligam músculos
ao sistema nervoso central. Os portadores dessa doença perdem
os movimentos do pescoço para baixo, afetando também mús-
culos respiratórios. O infográfico abaixo foi publicado no jornal
Homem normal Homem afetado Folha de S.Paulo e fala sobre os componentes genéticos de um
dos tipos de AME.
Mulher normal Mulher afetada

Analisando-se essa história familiar, é correto afirmar que a proba-


bilidade do indivíduo IV.2 ser portador do gene da fibrose cística é
a) 1/4.
b) 1/3.
c) 1/2.
d) 2/3.
e) 3/4.

Complementares
1. (UFRGS) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas
do texto a seguir, na ordem em que aparecem.
A famosa proporção 9:3:3:1 relacionada à Segunda Lei de M ­ endel
refere-se à proporção ____________________ esperada da
____________________ de dois indivíduos heterozigóticos quanto
a dois pares de genes (AaBb) localizados em ____________________
de cromossomos.
(Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/fsp/saudeciencia/185373-
a) genotípica – F2 – diferentes pares
tratamento-permite-que-bebe-com-sindrome-genetica-comece-
b) fenotípica – F1 – diferentes pares afalar.shtml>. Acesso em: 14 set. 2014. Adaptado.)

c) fenotípica – F2 – um mesmo par


Com base no infográfico e em seus conhecimentos, assinale a
d) genotípica – F1 – um mesmo par alternativa incorreta.
e) fenotípica – F2 – diferentes pares a) Pais afetados pela AME tipo 1 só podem ter filhos afetados.
2. (UESC – adap.) Macacus rhesus é um símio que se tornou de grande b) Indivíduos heterozigotos não possuem a doença.
importância na genética e na hematologia, tendo, inclusive, as ini-
ciais do seu nome Rh sido usadas como identificador de um sistema c) A AME tipo 1 é uma doença autossômica recessiva.
sanguíneo pela descoberta de um fator sanguíneo idêntico entre d) A AME tipo 1 não é uma doença ligada ao sexo.
esses símios e o homem. e) Um casal de heterozigotos tem 25% de chance de ter uma
Essa descoberta serviu para explicar a doença hemolítica do menina afetada pela doença.
recém-nascido como decorrência da
5. (FMP-2014) No ano de 2013, a atriz Angelina Jolie chocou o mundo
a) incompatibilidade sanguínea entre mãe Rh positiva e filho Rh
ao anunciar que havia feito uma dupla mastectomia preventiva,
negativo.
por possuir mutação no gene BRCA1. O gene BRCA1 codifica uma
b) condição de homozigose recessiva para o locus D na descen- proteína supressora de tumores, que impede a proliferação anormal
dência de pais heterozigotos. de células e facilita a morte de células defeituosas. Assim, pessoas
c) imunização do organismo materno por anticorpos fetais produ- com mutações nesse gene têm 85% de chance de desenvolver,
zidos durante o desenvolvimento. principalmente, câncer de mama ou de ovário, sendo esses muito
d) destruição de hemácias do feto por anticorpos formados no agressivos. Essa mutação tem característica autossômica dominan-
organismo materno, induzidos por antígenos do bebê. te, porém homens com essa mutação têm bem menos chance de
SEMI19_1_BIO_C_07

desenvolver câncer de mama.


e) possibilidade de o macaco Rhesus produzir anticorpos que
aglutinam hemácias humanas.

704 Biologia

PG19LP436SDB0_MIOLO_SEMI19_1_BIO.indb 704 08/03/2019 16:19:35


I II III

A Figura acima ilustra o heredograma de uma família hipotética


que possui tal mutação, sendo os indivíduos acometidos de câncer
marcados em preto, e os portadores, em cinza. Os indivíduos brancos
até a segunda geração foram testados geneticamente e não pos-
suem a mutação. Considere que os indivíduos da terceira geração
do heredograma se recusam a fazer o teste, e ainda não têm idade
para ter manifestado a doença, se for o caso.
As chances de as mulheres I, II e III terem a mutação são de, res-
pectivamente,
a) 100%, 25% e 50%.
b) 50%, 100% e 50%.
c) 50%, 0% e 50%.
d) 50%, 0% e 25%.
e) 0%, 50% e 75%.
6. (Unirg-2012) A descoberta dos sistemas sanguíneos ABO e Rh teve
grande impacto na área médica, pois permitiu realizar transfusões
de sangue apenas entre pessoas de grupos sanguíneos compatíveis.
Uma pessoa com sangue do tipo AB/Rh– pode doar sangue para:
a) pessoas com sangue do tipo A/Rh+.
b) pessoas com sangue do tipo O/Rh–.
c) pessoas com sangue do tipo B/Rh–.
d) pessoas com sangue do tipo AB/Rh+.
SEMI19_1_BIO_C_07

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Frente C | Livro 1 705

PG19LP436SDB0_MIOLO_SEMI19_1_BIO.indb 705 08/03/2019 16:19:35


VERSÃO 3.3

Heranças relacionadas
com o sexo
Determinação genética do sexo • Heranças relacionadas com o sexo

Frente C Heranças relacionadas


com o sexo

Lukiyanova Natalia/Shutterstock

Determinação genética do sexo Em algumas espécies, as diferenças sexuais são muito


pequenas; em outras, podem ser significativas, como a plu-
magem notável e exibição de um peru em relação às carac-
Para a grande maioria dos seres vivos, ser macho, fêmea
terísticas bastante simples de uma perua, que permitem a
ou hermafrodita é uma determinação que ocorre no momen-
distinção entre os fenótipos internos e externos, comporta-
to da fecundação.
mento e metabolismo desses animais.
Os cromossomos desempenham papéis determinantes
Na maioria das espécies, os genes responsáveis pela de-
na maioria das espécies, mas, mesmo assim, os fatores am-
terminação sexual estão localizados em cromossomos deno-
bientais apresentam influências adicionais no processo de
minados sexuais, heterossomos ou alossomos. Os demais
desenvolvimento.
cromossomos, que não possuem papel sexual, são chamados
autossomos.
Influência do ambiente
O ambiente também pode desempenhar papel importan- Sistemas de determinação
te na determinação do sexo. Em alguns insetos e vertebrados,
a temperatura tem forte influência, como na incubação dos cromossômica do sexo
ovos das tartarugas Trachemys scripta: temperaturas superio-
res a 30ºC originam fêmeas e temperaturas abaixo de 25ºC Sistema XY
originam machos; temperaturas de incubação em torno de Em mamíferos placentários, a presença ou ausência de
28,5ºC produzem machos e fêmeas em proporções iguais. um cromossomo Y determina o sexo.
Quando se comparam os vários mecanismos de determi- A espécie humana apresenta 23 pares de cromossomos
nação do sexo entre as espécies, é evidente que a evolução nas suas células diploides. Destes, 22 pares são autossomos
tem produzido numerosas soluções para a produção de sexos e o par cromossômico chamado alossomo (X e Y) determina o
diferentes. A reprodução sexual agrega valor adaptativo para sexo, pois apresenta os cromossomos sexuais.
a espécie porque introduz a variabilidade genética na popula- Assim, a constituição cromossômica feminina é 44A + XX
ção a cada geração. (46, XX) e a masculina, 44A + XY (46, XY). As mulheres produ-
zem apenas um tipo de gameta, todos com o cromossomo X.
David Evison/Shutterstock

Os homens produzem dois tipos de gametas, 50% deles com


cromossomo X, e a outra metade com cromossomo Y. Por
isso, os homens são denominados heterogaméticos, e as mu-
lheres que produzem apenas cromossomo X, são chamadas
homogaméticas.
Se o ovócito secundário for fecundado por um esperma-
tozoide X, originará um indivíduo do sexo feminino. Se for fe-
cundado por um espermatozoide Y, originará um indivíduo do
sexo masculino.
SAE DIGITAL S/A

A determinação do sexo em tartarugas é influenciada pela tempe-


ratura do ambiente durante a incubação dos ovos. Fêmea XX XY Macho

Cromossomos sexuais
O primeiro grande avanço na compreensão da determi- Gametas X X Y
nação do sexo foi a descoberta de cromossomos sexuais no
início de 1900. A partir de análises meticulosas dos cromosso-
mos de insetos machos e fêmeas, os cientistas descobriram a
existência de um ou dois cromossomos adicionais desigual- Descendente XX XY Descendente
SEMI19_1_BIO_C_08

feminino masculino
mente representados nos dois sexos.
Ao longo dos anos, as análises de algumas espécies reve-
laram que as diferenças cromossômicas são as principais res-
ponsáveis pela determinação do sexo na maioria dos animais. Sistema XY de determinação do sexo.

706 Biologia

PG19LP436SDB0_MIOLO_SEMI19_1_BIO.indb 706 08/03/2019 16:20:25


Aneuploidias

SAE DIGITAL S/A


ZZ ZW
Ocasionalmente, os indivíduos nascem com aneuploidias DMRT1 DMRT1
nos cromossomos sexuais e o sexo é determinado pela au-
sência ou presença de um cromossomo Y. Assim, indivíduos
Testículos Ovários
com 47, XXY e 47, XYY são do sexo masculino, enquanto indiví-
(embrião) (embrião)
duos com 45, X e 47, XXX são do sexo feminino.
Os seres humanos são capazes de tolerar os números
de supranumerários dos cromossomos sexuais por causa de
inativação do X e do fato de que o cromossomo Y humano é
bastante pobre em genes. Testículos Ovários
(adulto) (adulto)

Sistema X0 (Protenor)
Alguns insetos, como os gafanhotos, usam um úni- Determinação do sexo em aves.
co cromossomo para a determinação do sexo. Os machos
têm apenas um cromossomo sexual e são considerados X0, Como os mamíferos, as aves também têm uma gônada
funcionando como sexo heterogamético, pois produzem me- indiferente até por volta do quarto dia de desenvolvimento,
tade de seus espermatozoides com cromossomo sexual e a a partir do qual um ovário ou um testículo começa a se desen-
outra metade sem. As fêmeas são XX e homogaméticas, todos volver e os hormônios determinam o desenvolvimento de ou-
os seus ovócitos apresentam um cromossomo X. tras características específicas do sexo. Em contraste com os
mamíferos, o estrogênio é necessário antes da determinação

SAE DIGITAL S/A


do sexo em galinhas e para a formação do ovário.
XX X0

Sistema haploide/diploide
X X 0 Ocorre em insetos, como abelhas e formigas, em que os
machos são haploides e as fêmeas diploides. Nas abelhas, os
machos são formados por partenogênese (óvulos não fecun-
XX X0 dados) e por isso têm apenas o lote cromossômico de origem
materna. Os óvulos fecundados originam fêmeas diploides
que podem ser rainhas (férteis) ou operárias (estéreis), de-
Sistema X0 de determinação do sexo. pendendo do tipo de alimentação que recebem.
Recentemente se descobriu que o sexo masculino das
abelhas não é determinado pelo número de lotes cromossô-
Sistema ZW (Abraxas)
micos, e sim pela presença de apenas uma versão do gene CSD
Nas aves, alguns répteis, peixes e insetos (borboletas e (complementary sex determiner), que tem 19 tipos de alelos,
mariposas), o sexo é determinado por cromossomos conheci- bastando uma para ser macho, com dois alelos desse gene,
dos como Z e W, sendo as fêmeas heterogaméticas (ZW) e os nascem fêmeas, que são geralmente heterozigotas para ele.
machos, homogaméticos (ZZ).

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ZW ZZ
Fêmea diploide Fêmea diploide Macho haploide

Z W meiose meiose sem meiose


Z

a b a b b b
ZW ZZ ovócitos ovócitos espermatozoides

sem
fecundação fecundação
Sistema ZW de determinação do sexo.

Trabalhando com aves domésticas, os cientistas procura-


ram um gene com função semelhante ao gene SRY que de-
termina o desenvolvimento dos testículos em mamíferos. As
machos haploides fêmeas diploides
investigações levaram à descoberta do gene DMRT1 no cro- (zangões) (rainha ou operárias)
mossomo Z do frango. O gatilho para a ativação da via de for-
mação do testículo em aves permanece desconhecido, mas
sabe-se que, no cromossomo W, dois genes (FET1 e ASW) são Sistema haploide/diploide em abelhas.
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necessários para o desenvolvimento do sexo feminino.

Frente C | Livro 2 707

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Determinação do sexo em plantas sexo, comportando-se como uma herança autossômica. Os
genes situados na região homóloga de X e Y caracterizam a
As plantas vasculares apresentam uma variedade de ar- herança parcialmente ligada ao sexo e afetam homens e
ranjos sexuais. As espécies dioicas são as que apresentam mulheres em igual proporção. Como exemplos, temos a epi-
dimorfismo sexual similar ao dos animais, com flores femi- dermólise bolhosa – doença genética não contagiosa em que
ninas contendo apenas ovários e flores masculinas contendo o paciente apresenta grande sensibilidade na pele, formação
apenas anteras. de bolhas e descolamento do tegumento – e a ictiose – com o
A determinação do sexo em plantas é semelhante ao pro- portador apresentando pele ressecada e escamosa.
cesso que ocorre nos animais. A grande maioria das plantas Os genes ligados à região não homóloga de Y são carac-
estudadas tem machos com cromossomos sexuais diferentes teristicamente masculinos, sendo transmitidos de pai para
(XY) e fêmeas homogaméticas (XX). filho, pois apenas o sexo masculino apresenta esse cromos-
somo. Chamada herança holândrica ou herança restrita ao
sexo, seu exemplo mais conhecido é o gene SRY, que provoca
Heranças relacionadas com o sexo o aparecimento de testículos nos embriões de mamíferos.
Em 1910, o geneticista americano Thomas H. Morgan ana-

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lisou uma Drosophila melanogaster (mosca da fruta) do sexo
masculino e percebeu algo diferente. Em vez de apresentar
Gene SRY
os brilhantes olhos vermelhos (tipo selvagem), ela tinha olhos (Herança holândrica)
brancos. Interessado em como as características eram her-
dadas pelos organismos, ele se perguntou sobre o que tinha
provocado esse resultado.
Y
No laboratório de Morgan, na Universidade de Columbia,
a reprodução e a transmissão de características genéticas em X X X
drosófilas, em várias gerações, já vinham sendo estudadas.
Sexo feminino Sexo masculino
Morgan estava fazendo análises sobre a herança da cor dos
olhos das moscas e mal sabia que, com a mosca de olhos
Herança holândrica.
brancos, estava prestes a confirmar a teoria cromossômica e
ligar, definitivamente, alguns tipos de herança a um cromos- Quando os genes estão situados na região de X não ho-
somo particular. móloga a Y, as fêmeas, por terem dois cromossomos X, têm
dois alelos para o caráter e podem apresentar três tipos de
Os genes nos cromossomos X e Y genótipos: X A X A (homozigota dominante), X A Xa (heterozigota),
XaXa (homozigota recessiva).
Os cromossomos sexuais não apresentam homologia,
Os machos, por terem apenas um cromossomo X, são con-
pois o cromossomo X é submetacêntrico e o Y é acrocêntrico,
siderados hemizigóticos e apresentam apenas um alelo para
além de apresentarem diferença de tamanho, já que o cro-
o caráter, com dois genótipos possíveis: X AY e XaY.
mossomo X é bem maior que o Y. Essa falta de correspon-
dência faz com que a herança de certas características seja Chamada herança ligada ao cromossomo X ou herança
influenciada pelo sexo dos indivíduos. ligada ao cromossomo sexual, ela também é aplicada para
indivíduos cuja determinação do sexo é XX/X0 e ZZ/ZW, em
Região homóloga que os indivíduos hemizigóticos são sempre heterogaméticos.
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entre X e Y
(Genes comuns a ambos)

Herança Heranças ligada ao cromossomo X


ligada A herança ligada ao cromossomo X é também chamada
ao X
(Ligada ao sexo) herança cruzada e apresenta algumas particularidades:
Região não homóloga
entre X e Y ●● os meninos herdam os genes do cromossomo X apenas
(Não há emparelhamento da mãe;
entre X e Y)
●● as meninas herdam metade dos genes da mãe e a outra
metade do pai;
●● o pai transmite os genes que estão em seu cromossomo X
Herança ligada ao Y apenas para as filhas; pai afetado por caráter dominan-
(Restrita ao sexo) te transmite o caráter apenas para suas filhas;

Regiões homólogas e não homólogas entre X e Y.


●● as mulheres heterozigotas são chamadas portadoras
– mães portadoras de caráter recessivo podem passar
Apesar de não serem homólogos, entre o cromossomo o caráter para seu filho e podem ter filha portadora do
X e o Y, há regiões onde esses cromossomos pareiam e, ne- caráter (heterozigota).
las, os alelos se expressam em dose dupla, sem distinção de
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708 Biologia

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por um gene mutante responsável pela produção de um dos
Gene dominante ligado ao X

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pigmentos visuais, que permite a sensibilidade ao compri-
mento de onda verde e ao comprimento de onda vermelho.
Pai afetado Mãe normal
Homens hemizigóticos para o alelo mutante (XdY) e mulhe-
res homozigotas para o alelo mutante (XdXd) são daltônicos.
Uma mulher heterozigota (XDXd) tem visão normal e é conside-
rada portadora, já que pode transmitir o cromossomo com o
alelo mutante para a filha, que poderá ser daltônica (se o pai
X Y XX
for daltônico) ou normal portadora (se o pai for normal para
Normal
esse caráter). Caso transmita para o filho, este será daltônico.
Afetado
Os genótipos e fenótipos para o daltonismo são:

Mulheres Homens
Genótipo Fenótipo Genótipo Fenótipo
X Y XX X Y XX
X X
D D
Normal X Y
D
Normal
X X
D d
Normal portadora XY
d
Daltônico
XdXd Daltônica

Filho normal Filha afetada Filho normal Filha afetada

Gene recessivo ligado ao X Hemofilia


É uma doença hemorrágica hereditária, que se caracteriza
Pai normal Mãe normal pela falta de coagulação sanguínea, levando a sangramentos
portadora
abundantes mesmo em pequenos ferimentos. A coagulação
sanguínea depende de uma série de reações controladas por
proteínas especiais chamadas fatores de coagulação, que es-
tão no plasma sanguíneo. Esses fatores são produzidos por
X Y XX genes autossômicos e genes localizados no cromossomo X.
Normal A hemofilia A é um dos tipos mais graves de hemofilia,
Afetado sendo determinada por um gene localizado no cromossomo X
Portadora e causada pela ausência do fator VIII. O alelo normal H de-
termina a produção do fator VIII e é dominante sobre o alelo
recessivo h, que condiciona a falta do fator VIII, responsável
pela hemofilia A.
X Y XX XX X Y
Homens com genótipo X hY e mulheres X hX h são hemofíli-
cos, já as mulheres podem ser normais XHXH ou normais por-
tadoras XHX h e homens normais têm genótipo XHY.
Os genótipos e fenótipos para a hemofilia são:
Filho normal Filha normal Filha normal Filho afetado
portadora
Mulheres Homens

Gene dominante e gene recessivo ligado ao cromossomo X. Genótipo Fenótipo Genótipo Fenótipo

Entre as características humanas condicionadas por genes XHXH Normal X HY Normal


ligados ao cromossomo X, estão: daltonismo, hemofilia e dis-
trofia muscular. XHXh Normal portadora XhY Hemofílico

XhXh Hemofílica
Daltonismo
O daltonismo é determinado por um alelo recessivo ligado
ao cromossomo X, que afeta até 8% dos homens e 0,04% das Distrofia muscular
mulheres, tornando-os incapazes de fazer distinção entre a
É uma doença hereditária que provoca a degeneração e
cor vermelha e a verde.
atrofia dos músculos. Também chamada distrofia muscular
Existem três tipos de cegueira para cores: tipo I – a pessoa de Duchenne, é causada por um alelo recessivo localizado no
não distingue a cor púrpura da cor vermelha e isso é provo- cromossomo X, que se manifesta apenas em meninos. O alelo
cado por um gene recessivo e autossômico; tipo II – a pessoa normal desse gene comanda a produção de distrofina, uma
enxerga vermelho como se fosse verde (daltonismo); tipo III – proteína nas células musculares, e as crianças que possuem
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a pessoa não distingue o verde do vermelho, vendo as duas co- o alelo mutante costumam apresentar os sintomas entre 2 a
res como avermelhadas. Os tipos II e III são determinados por 6 anos, raramente sobrevivendo após a adolescência. Como
genes recessivos ligados ao cromossomo X e condicionados os homens doentes não chegam a se reproduzir, pois morrem

Frente C | Livro 2 709

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antes de atingir a maturidade sexual, a ocorrência de mulhe- a) O sistema XY determina o sexo de muitas espécies dioicas, tanto
res homozigotas recessivas é inexistente, já que o cromosso- animais como vegetais.
mo X que as mulheres recebem do pai terá sempre o alelo b) Nos sistemas XY e X0, as fêmeas constituem o sexo hetero-
normal do gene. gamético.
c) No sistema ZW, machos e fêmeas diferem entre si quanto a
Heranças autossômicas e um par de cromossomos e são as fêmeas que possuem o par
heteromórfico.
cromossomos sexuais d) No sistema X0, os machos têm número ímpar de cromossomos
no cariótipo, um a menos que as fêmeas.
Herança limitada ao sexo e) No sistema haplodiploide, os machos são portadores de apenas
um lote de cromossomos de origem exclusivamente materna.
Alguns genes autossômicos que ocorrem em ambos os
sexos podem se expressar em apenas um deles. Geralmente 3. (UFRGS-2011) Em geral, os cromossomos sexuais de mamíferos
essa expressão é controlada pela presença ou ausência de hor- fêmeas consistem de um par de cromossomos X. Machos possuem
mônios de um ou de outro sexo. A hipertricose auricular, pre- um cromossomo X e um cromossomo sexual que não é encontrado
em fêmeas: o cromossomo Y. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso)
sença de pelos longos nas orelhas, é provocada por um gene
as afirmações a seguir, referentes ao sistema XY de determinação
autossômico que só se expressa em homens. Os genes envol-
sexual de mamíferos.
vidos na produção de leite nas fêmeas de mamíferos também
( ) Os genes ligados ao cromossomo X são os que apresentam como
são limitados ao sexo: os genes são transmitidos a ambos os
função a diferenciação sexual.
sexos, mas não se expressam nos machos, e sim nas fêmeas.
( ) Os cromossomos X e Y pareiam durante a meiose.
Herança influenciada pelo sexo ( ) A inativação de um dos cromossomos X em fêmeas permite o
mecanismo de compensação de dose.
É determinada por genes autossômicos que se expres-
( ) Fenótipos recessivos ligados ao X são mais frequentes em fêmeas
sam de maneira diferente nos dois sexos. O gene que controla
que em machos.
a calvície é um exemplo, pois é mais comum os homens serem
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima
calvos, com a perda de todo o cabelo da parte superior da ca-
para baixo, é:
beça. Nas mulheres, poucas são calvas, e, quando a calvície se
a) F, F, F, V.
manifesta, provoca uma diminuição generalizada do número
de fios de cabelo. b) F, V, F, V.
c) F, V, V, F.
A calvície é determinada por um alelo C que se comporta
como dominante no homem, pois nele basta um alelo para d) V, F, F, V.
apresentar o fenótipo calvo (CC ou Cc), e recessivo na mulher, e) V, V, V, F.
que só será calva quando em homozigose (CC). As mulheres 4. (UDESC-2015) Um geneticista foi procurado por um casal que de-
não calvas podem ser cc ou Cc. Essa diferença de comporta- sejava ter filhos, mas estava preocupado com a possibilidade de vir
mento do gene é hormonal, já que o alelo C atua como domi- a ter um filho com uma determinada doença que ocorria na família
nante na presença de hormônios masculinos e age na expres- de ambos. Após analisar o caso, o geneticista pôde determinar
são dos genes das células do couro cabeludo. que é uma doença que está ligada ao sexo. Sabendo-se que tanto
o homem como a mulher não possuem a doença, mas que a mãe
dela é heterozigota e o pai normal, a possibilidade deste casal vir a
Homens Genótipos Mulheres
ter um descendente com a anomalia é de:
Calvos CC Calvas a) 50% d) 75%
b) 25% e) 33%
Calvos Cc Não calvas
c) 12,5%
Não calvos cc Não calvas
Desenvolvendo Habilidades
Praticando
1. C4:H14 (Enem-2015) A cariotipagem é um método que
analisa células de um  indivíduo para determinar seu
1. (UDESC-2014) Assinale a alternativa correta quanto à hemofilia.
padrão cromossômico. Essa técnica consiste na monta-
a) É uma herança dominante ligada ao sexo e transfere-se de pai gem fotográfica, em sequência, dos pares de cromosso-
para neto, por meio do filho. mos e permite identificar um indivíduo normal (46, XX ou 46, XY)
b) É uma doença de herança autossômica dominante. ou com alguma alteração cromossômica. A investigação do carióti-
c) A doença é causada por uma anomalia hereditária que se deve po de uma criança do sexo masculino com alterações morfológicas
à presença de um gene recessivo ligado ao sexo. e comprometimento cognitivo verificou que ela apresentava fórmu-
la cariotípica 47, XY, +18.
d) A doença é de herança ligada ao sexo, com gene dominante
A alteração cromossômica da criança pode ser classificada como
localizado no cromossomo Y.
a) estrutural, do tipo deleção.
e) A transmissão da doença é autossômica recessiva e promove
uma anomalia correspondente a uma trissomia parcial. b) numérica, do tipo euploidia.
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c) numérica, do tipo poliploidia.


2. (UEL) A característica mais fundamental da vida é a reprodução, pro-
cesso pelo qual os seres vivos têm se perpetuado em nosso planeta d) estrutural, do tipo duplicação.
desde sua origem. Com relação aos sistemas de determinação do e) numérica, do tipo aneuploidia.
sexo, assinale a alternativa incorreta.

710 Biologia

PG19LP436SDB0_MIOLO_SEMI19_1_BIO.indb 710 08/03/2019 16:25:40


2. C5:H17(Enem-2014) A figura representa o heredograma de uma família em que ocorre o
daltonismo. A pessoa identificada com uma seta se trata de
a) uma mulher afetada que tem os dois cromossomos X com o
gene recessivo para daltonismo.
b) uma mulher afetada que tem apenas um dos cromossomos X
com o gene recessivo para daltonismo.
c) um homem que terá descendentes afetados, já que o daltonismo
está ligado ao cromossomo X.
d) uma mulher que não terá descendentes afetados pelo daltonis-
mo, o qual está ligado ao cromossomo Y.
e) um homem, já que não existem mulheres afetadas, pois o dal-
tonismo está ligado ao cromossomo Y.
5. C5:H17 (UFRGS-2014) O heredograma a seguir se refere à herança
da calvície em alguns membros da família real britânica.

Charles Diana Michael Caroole


No heredograma, os símbolos preenchidos representam pessoas
portadoras de um tipo raro de doença genética. Os homens são
representados pelos quadrados e as mulheres, pelos círculos.
Qual é o padrão de herança observado para essa doença? William Kate

a) Dominante autossômico, pois a doença aparece em ambos ?


os sexos. George
b) Recessivo ligado ao sexo, pois não ocorre a transmissão do pai Supondo que, nessa família, a calvície tenha herança autossômica
para os filhos. influenciada pelo sexo, ou seja, homens são calvos em homo e
c) Recessivo ligado ao Y, pois a doença é transmitida dos pais heterozigose e mulheres, somente em homozigose, considere as
heterozigotos para os filhos. afirmações a seguir, assinalando-as com V (verdadeiro) ou F (falso).
d) Dominante ligado ao sexo, pois todas as filhas de homens afe- ( ) A calvície em questão é ocasionada pelo cromossomo X.
tados também apresentam a doença. ( ) Diana transmitiu para William o alelo responsável pela sua calvície.
e) Codominante autossômico, pois a doença é herdada pelos filhos ( ) Charles recebeu de seu pai um alelo para calvície.
de ambos os sexos, tanto do pai quanto da mãe. ( ) George terá 75% de chance de ser calvo, considerando Kate
3. C5:H17 (UEPA-2012) A maior parte dos motoristas pode não notar heterozigota.
uma faixa branca no meio de alguns semáforos de São Paulo. Essa A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima
medida, implantada pela Companhia de Engenharia de Tráfego para baixo, é
(CET), faz a diferença quando os condutores dos veículos são daltôni- a) V, V, F, V. d) F, V, F, V.
cos, ou seja, possuem dificuldades para diferenciar as cores vermelho b) V, F, V, F. e) V, F, F, V.
e verde, podendo sofrer graves acidentes de trânsito. c) F, V, V, F.
(Adaptado de: <www.zap.com.br/revista/carros/tag/daltonico/>. Acesso: 09 set 2011.)
6. C4:H13 (Mackenzie-2015) Um homem daltônico e destro, filho de
Quanto à anomalia em destaque no texto, analise as afirmativas: pai canhoto, casa-se com uma mulher de visão normal e canhota. O
casal tem uma criança do sexo masculino daltônica e destra. Consi-
I. É uma herança recessiva ligada ao cromossomo sexual X.
derando que o daltonismo é condicionado por um gene recessivo
II. É uma herança dominante ligada ao cromossomo sexual Y. ligado ao X e o uso da mão esquerda é determinado por um gene
III. Apresenta uma distinta interpretação genotípica e respectivos autossômico recessivo, é correto afirmar que
fenótipos para os gêneros masculino e feminino. a) a criança herdou o gene para o daltonismo do pai.
IV. Os homens transmitem o gene dessa anomalia para todos os b) a mulher é heterozigota para ambas as características.
filhos do gênero masculino. c) todos os filhos do sexo masculino desse casal serão daltônicos.
V. Descendentes de mulheres daltônicas do gênero masculino d) esse casal pode ter filhas daltônicas.
são todos daltônicos. e) todas as crianças desse casal serão destras.
De acordo com as afirmativas acima, a alternativa correta é:
a) I, II e IV d) III, IV e V Complementares
b) I, III e V e) I, II, III, IV e V
c) II, IV e V
1. (UEL-2011) Em algumas modalidades esportivas, as equipes devem
4. C5:H17 (UFSM-2014) ser formadas apenas por atletas do mesmo sexo. Sobre as caracte-
Normais rísticas que determinam ou diferenciam o sexo, é correto afirmar:
a) O sexo masculino depende de um gene determinador do sexo
Afetados localizado no cromossomo Y.
b) A progesterona atua no desenvolvimento de órgãos genitais
típicos do sexo masculino.
c) Os núcleos das células feminina e masculina apresentam um
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mesmo conjunto cromossômico.


d) A testosterona é o principal hormônio sexual feminino produ-
zido nas trompas.
e) As células masculinas apresentam cromatina sexual.

Frente C | Livro 2 711

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