monge agostiniano bastante conhecido por seus trabalhos envolvendo ervilhas. Reconhecido atualmente como fundador da genética, Mendel conseguiu elucidar como as características eram transmitidas dos pais para os filhos em um momento em que não se tinha conhecimento sobre a divisão celular e tampouco a estrutura do DNA. Infelizmente Mendel não teve seu trabalho reconhecido em vida, mas, sem dúvidas, seus resultados foram essenciais para o desenvolvimento da genética. Introdução
As Leis de Mendel, também conhecidas como as Leis da
Hereditariedade foram postuladas após alguns estudos realizados pelo monge Gregor Mendel no século XIX, que tinha como objetivo explicar como as características de algum organismo eram passadas para seus descendentes. Seus estudos acerca da hereditariedade, embora tivessem resultados significativos, não foram compreendidos pela comunidade científica da época, fazendo com que Mendel não fosse reconhecido durante sua vida. Foi a partir de 1900 que seus estudos foram redescobertos e entendidos pelos pesquisadores e geneticistas. A partir do século XX, Mendel ficou conhecido como o “Pai da Genética” e seus estudos e conceitos compõem o que se conhece como Genética Mendeliana. Mendel queria estudar os mecanismos que passavam as características de um organismo para sua prole. Esses mecanismos hereditários não eram compreendidos na época, principalmente pela falta de estudos acerca do DNA e do material genético, que só surgiram a partir do século XX. Para o estudo que posteriormente rendeu a formulação das Leis Mendelianas, Mendel utilizou as ervilhas-de-cheiro (Pisum sativum) devido às diversas vantagens que essa planta apresentava em um estudo prático: Fácil cultivo; Ciclo de vida curto; Produção de muitas sementes, permitindo uma análise estatística mais confiável; Capacidade de autofecundação, fundamental para este estudo; Características de fácil observação. O método experimental consistia em realizar cruzamento entre "linhagens puras" de ervilhas, atualmente chamadas de linhagens homozigóticas. Para Mendel, uma linhagem era considerada pura quando, após seis gerações, os organismos ainda apresentavam as mesmas características. Essas plantas puras foram chamadas de geração parental (representada pela letra P). Mendel promoveu a fecundação cruzada entre as linhagens puras (geração parental), retirando o pólen de uma planta pura e depositando-o no estigma de outra linhagem pura, mas de característica diferente dessa primeira. Por exemplo, utilizou uma linhagem pura de ervilhas amarelas e cruzou com uma linhagem pura de ervilhas verdes. Os descendentes diretos dessa primeira geração foram chamados de geração de filhos primária (representados por F1). Por fim, Mendel promoveu a autofecundação da geração F1, gerando descendentes chamados de geração de filhos secundária (F2). A partir de todos os descendentes (F1 e F2) e analisando as características específicas observadas na geração parental, Mendel conseguiu postular as duas Leis que ficaram conhecidas como as "Leis de Mendel". Características observadas por Mendel: Cor da semente; Textura da semente; Cor da casca da semente; Forma da vagem; Cor da vagem; Posição das flores; Altura das flores. Para os estudos que geraram as leis, Mendel observou principalmente a cor e textura das sementes. As leis de Mendel Ao cruzar a linhagem pura de ervilha com semente amarela com a linhagem pura de ervilha com semente verde, Mendel observou que a geração F1 era composta exclusivamente por ervilhas de sementes amarelas, embora fosse híbrida (oriunda da fecundação de duas linhagens diferentes), atualmente chamada de heterozigótica. Após a autofecundação da geração F1, a geração F2 era composta por plantas de sementes amarelas e plantas de sementes verdes, na proporção de três sementes amarelas para cada semente verde, ou seja, 75% dos descendentes possuíam sementes amarelas e 25% dos descendentes, sementes verdes. Primeira Lei
Portanto, a primeira Lei de Mendel diz que as características
de um indivíduo são determinadas por um par de fatores (genes) que são separados na formação dos gametas e que, após a fecundação, cada fator de um indivíduo se une ao fator de outro indivíduo, estabelecendo uma relação de dominância, na qual uma das características é expressada. Mendel chamou o fator da característica expressada de Fator Dominante, em que a presença de um fator já expressa a característica, e o fator da característica não expressada de Fator Recessivo, já que a característica só é expressa se o par de fatores for recessivo. Dessa forma, Mendel considerou que havia um fator dominante agindo sobre as características observadas. Segundo Mendel, as características de um indivíduo são determinadas por dois fatores que são separados na formação dos gametas e unidos na fecundação. Esses fatores estabelecem uma relação de dominância, na qual um é expresso nas características observadas. Essa primeira Lei de Mendel ficou conhecida como a Lei da Segregação dos Fatores, Teoria Cromossômica da Herança ou apenas Monoibridismo e dizia que: "Cada caráter é determinado por um par de fatores separados na formação dos gametas, indo um fator do par para cada gameta, que é, portanto, puro". Primeira lei
→ Cada ser vivo é único e possui um par de genes para cada característica; → As características hereditárias são herdadas metade do pai e metade da mãe; → Os genes são transmitidos através dos genes; → Os descendentes herdarão apenas um gene de cada característica de seus pais, ou seja, para uma determinada característica, haverá apenas um gene do par, tanto da mãe quanto do pai. Dessa forma, podemos enunciar a primeira lei de Mendel, também chamada de lei da segregação dos fatores da seguinte forma: “Todas as características de um indivíduo são determinadas por genes que se segregam, separam-se, durante a formação dos gametas, sendo que, assim, pai e mãe transmitem apenas um gene para seus descendentes”. Segunda lei de Mendel
Apesar de conseguir analisar os caracteres hereditários que expressam uma
característica, Mendel queria estudar a relação entre duas ou mais características nos mecanismos de herança. Para isso, ele analisou as características: cor e textura das sementes. Ao realizar o mesmo procedimento experimental da Primeira Lei, Mendel cruzou linhagens puras de ervilhas com sementes amarelas e lisas (características dominantes) com linhagens puras de ervilhas de sementes verdes e rugosas (características recessivas). Como esperado, a geração F1 era composta de ervilhas com sementes amarelas e lisas. Ao promover a autofecundação da geração F1, Mendel observou linhagens híbridas de características diferentes. Em uma geração F2 de 16 indivíduos: 9 possuíam sementes amarelas e lisas; 3 possuíam sementes verdes e lisas; 3 possuíam sementes amarelas e rugosas; 1 possuía semente verde e rugosa. Dessa forma, Mendel considerou que as características eram passadas de forma independente, ou seja, os fatores de características diferentes eram segregados independentemente, gerando indivíduos de características não relacionadas (uma semente amarela não necessariamente será lisa, e uma semente verde não necessariamente será rugosa). Essa segunda Lei de Mendel foi chamada de Lei da Segregação Independente, Separação Independente dos Fatores ou apenas de Diibridismo e diz: Características diferentes são herdadas independentemente das diferenças em outras características observadas". Atualmente, com os avanços genéticos, já é possível saber que esses fatores são os genes e que esse par de fatores são os genes alelos encontrados em cromossomos homólogos. Figura: Diagrama de Punnett, que esquematiza toda a Geração F2 com base nos gametas da Geração F1.
No caso da figura acima, o gene V é responsável pela cor
amarela e é dominante em relação ao gene v, que expressa a cor verde. A mesma coisa ocorre com a textura das sementes. O gene R expressa a textura lisa e é dominante em relação ao gene r, que expressa a textura rugosa. https://youtu.be/UI-KDdWWzXE