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Disciplina: Microbiologia, Parasitologia e Biossegurança

Professo: Msc. Hálisson Tesseroli Miot

Bacteriologia
Área do conhecimento inserida dentro da Microbiologia responsável pelo
estudo das bactérias.

Objetivos
 Caracterizar uma bactéria.
 Discorrer sobre a morfologia e arranjos bacterianos.
 Compreender a coloração de Gram.

Procarionte X Eucarionte

Figura: Células Procarionte e Eucarionte.

Tabela: Diferenças entre células Procariontes e Eucariontes.


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Características bacterianas
Bactérias são microrganismos procariontes, unicelulares, desprovidos de
carioteca (envoltório nuclear) e organelas membranosas e em geral possuem
um só cromossomo (circular).
A palavra bactéria vem do grego “bakteria” significa bastão.
As bactérias são encontradas em todos os ambientes da Terra.
A maioria apresenta reprodução assexuada.
Podem ser encontradas na forma isolada ou em colônias, podendo viver
na presença de ar (aeróbias) ou ausência de ar (anaeróbicas) ou ainda serem
anaeróbicas facultativas.
São classificadas quanto à forma, grau de agregação (arranjo) e
estrutura (composição da parede celular).

Estrutura bacteriana

Figura: Estrutura celular das bactérias

Cápsula bacteriana (glicocálice):


Revestimento rígido acoplado firmemente à parede celular e presente
em bactérias patogênicas. Possui uma composição diversificada, podendo
estar presente um único tipo de polissacarídeo (homopolissacarídeos –
Streptococcus mutans - Cárie), uma mistura de polissacarídeos
(heteropolissacarídeos – Streptococcus pneumoniae – Pneumonia e
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Meningites), ou ainda podendo ser composta de polipeptídeos (proteínas –


Bacillus anthracis - Antraz).

Funções:
 Proteção (infecções
virais, ressecamento,
sistema imune);
 Aderência (fixação);
 Reservatório de
nutrientes;

Figura: Célula bacteriana


encapsulada.

Figura: Streptococcus mutans Figura: Streptococcus pneumoniae

Figura: Bacillus anthracis


Parede celular (*):
Envoltório celular bacteriano composto por polímeros de polissacarídeos
(peptideoglicano), lipopolissacarídeos (LPS), proteínas (mureína) e ácidos
teicóicos. * Dependerá do tipo de bactéria.
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Funções:
 Proteção;
 Forma celular;
 Transporte celular;
 Sítio de fixação de flagelos;
 Sítio de reação com anticorpos, complementos e antibióticos.

Figura: Parede celular de bactérias Gram positivas e Gram negativas.


A técnica Gram é um tipo de coloração diferencial que permite
classificar as bactérias de acordo com suas características morfológicas. Esse
teste serve para um diagnóstico presuntivo rápido de um agente infeccioso e
para uma avaliação da qualidade da amostra.
A coloração de Gram diferencia as bactérias com base nas
características de suas paredes celulares. As bactérias Gram positivas
possuem uma parede espessa de peptideoglicano e grandes quantidades de
ácido teicóico, os quais retêm o corante inicial (cristal violeta), não sendo
afetado pelo passo de descoloração com álcool absoluto (ou álcool acetona).
Dessa forma, as células apresentam ao final da coloração uma cor azul/roxa.
As Gram negativas, por sua vez, possuem uma parede celular constituída de
uma camada fina de peptidolicano, que permite a descoloração do cristal
violeta com o álcool absoluto (ou álcool acetona), e posterior coloração com o
corante de fundo, a fucsina de Gram. Ao final do processo, as bactérias Gram
negativas apresentam cor rosa/vermelha.
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Figura: Coloração de GRAM. A – cocos Gram-positivos; B – bacilos Gram-


negativos. Atente para a diferença de coloração entre as amostras. Aumento
1000x. Fonte: Laboratório de Ensino de Microbiologia, DMP, UFRN.
Bactérias que não se coram pelo método de Gram apresentam outra
composição na parede celular, como é o caso de Arqueobactérias (não
possuem peptideoglicano na parede celular) e as Micoplasmas (não possuem
parede celular).

Membrana plasmática:
Formada por duas camadas de fosfolipídeos, com proteínas inseridas.
Diferencia-se da dos seres Eucariotas por não conter esteróis, sendo uma
estrutura fluida, que permite a mobilidade de proteínas (permeases, enzimas
respiratórias, enzimas hidrolíticas, etc.).
Funções:
 Permeabilidade seletiva (proteínas transportadoras);
 Reações de obtenção de energia;
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 Produção de enzimas celulares;


 Mesossomo – Invaginação da membrana plasmática onde ocorre
preferencialmente o início do processo de divisão celular.

Figura: Estrutura da membrana plasmática bacteriana.


Cromossomo bacteriano (nucleóide):
Constituído de uma molécula de DNA geralmente dupla fita, que se
encontra disperso no citoplasma. Armazena toda a informação genética
essencial (características) da célula bacteriana e é transmitida para a célula-
filha através do processo de reprodução.

Plasmídeo:
Molécula de DNA extra cromossômica circular que se replica
independentemente do cromossomo bacteriano. Não determinam
características essenciais, contudo conferem vantagens seletivas às células
que o contém (resistência aos antibióticos, metais pesados, etc).
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Figura: Cromossomo e plasmídeo bacteriano.


Ribossomos:
Os ribossomos são organelas não membranosas presentes tanto nas
células eucarióticas quanto nas células procarióticas, no entanto, eles são
menores nas células dos procariontes.
Nas bactérias, existem cerca de 10.000 ribossomos que representam até
30% do peso da célula. Ficam espalhados pelo citoplasma e sua função é a
síntese de proteínas.
Flagelo:
São filamentos finos, de composição protéica e longos. Sua função está
relacionada à motilidade (locomoção). Podem variar em número e localização.
Fatores físicos ou químicos podem estimular a movimentação do flagelo.
Fímbrias:
Apêndices mais curtos, finos e numerosos quando comparados ao
flagelo. Estão distribuídos por toda a superfície celular das bactérias e sua
principal função é a adesão (fixação/colonização nas mucosas e tecidos).

Figura: Fímbrias e flagelo de células bacterianas.


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Pili:
O pili é uma estrutura mais longa que as fímbrias, porém é definido
como uma fímbria especializada e que está presente principalmente em
bactérias Gram negativas. Há no máximo dois pili por célula bacteriana e sua
função está relacionada ao processo de conjugação (reprodução sexuada) em
bactérias.

Figura: Pili bacteriano.


Esporos bacterianos:

Os esporos bacterianos são considerados uma forma de “sobrevivência”


de certas espécies bacterianas que mostram extrema resistência à inativação
química e física. Servem principalmente como um estágio de repouso do ciclo
de vida bacteriano, ajudando a preservar a bactéria por períodos de condições
desfavoráveis.
A produção de esporos é particularmente comum entre as bactérias do
gênero Bacillus e Clostridium. Muitos esporos bacterianos são altamente
duráveis e podem germinar mesmo após anos de dormência.
Os organismos podem começar a formar esporos em resposta a
pressões ambientais específicas, como um declínio no suprimento de água,
aumento da temperatura ou radiação.
Os organismos fazem uma cópia de seu material genético e o prendem
dentro de uma cápsula resistente dentro da membrana celular. Múltiplas
camadas de material circundam o esporo, aumentando as chances de
sobrevivência.
Isso pode representar uma ameaça significativa para a saúde e a
segurança humana no caso de organismos patogênicos, porque eles podem
sobreviver à maioria das medidas usadas para reduzir a infecção.
Para matar os esporos, geralmente é necessário fornecer conteúdo
prolongado com um composto químico que possa atacar as paredes celulares
bacterianas e destruir o material genético interno. Uma solução de lixívia a
10%, se deixada em contato com esporos bacterianos por pelo menos cinco
minutos, pode ser um método eficaz de descontaminação. Alguns esporos
podem sobreviver mesmo fora desta janela, ilustrando a resistência dessas
estruturas.
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Reprodução bacteriana

A reprodução mais comum nas bactérias é assexuada por bipartição


ou cissiparidade. Ocorre a duplicação do DNA bacteriano e uma posterior
divisão em duas células. As bactérias multiplicam-se por este processo muito
rapidamente quando dispõem de condições favoráveis (duplica em 20
minutos). A separação dos cromossomos irmãos conta com a participação dos
mesossomos.

Figura: Reprodução assexuada de bactérias por bipartição.


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Formas básicas e arranjos bacterianos

As bactérias podem ser classificadas em relação à morfologia em:

 Cocos: Bactérias que apresentam estrutura esférica. Podem ser


classificadas em relação ao seu arranjo em: diplococos (agrupamento
de dois cocos), tétrades (agrupamento de quatro cocos), sarcina
(agrupamento de oito cocos formando uma espécie de cubo),
estreptococos (cocos agrupados em cadeias) e estafilococos (cocos
agrupados em um arranjo semelhante ao cacho de uva);
 Bacilos: Bactérias que apresentam estrutura em forma de bastão.
Podem ser encontradas organizadas em diplobacilos (bacilos
agrupados aos pares) ou estreptobacilos (bacilos organizados em
cadeias). Podem ocorrer ainda em paliçada, agrupados lado a lado;
 Cocobacilos: Assemelham-se a uma forma de transição entre cocos e
bacilos e caracterizam-se por serem bastões muito curtos;
 Espiraladas: Apresentam sua célula em espiral e ocorrem, em sua
grande maioria, de forma isolada. Podem ser classificados em espirilos,
quando possuem corpo mais rígido e a presença de flagelos, e
espiroquetas, que são mais flexíveis e locomovem-se por contrações
citoplasmáticas;
 Vibrião: Assemelha-se a uma vírgula e a espirilos muito curtos;
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Resumo
Nesta aula aprendemos sobre Bacteriologia, área dentro da
microbiologia responsável pelo estudo das bactérias, microrganismos
procariontes, que possuem estrutura simples, formas básicas e arranjos
específicos e que podem causar infecções humanas.

Referência bibliográfica
TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia.
Editora Artmed, 2012.
Disciplina: Microbiologia, Parasitologia e Biossegurança

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Atividades de Aprendizagem:
1. O que são bactérias?
2. Quais são as principais características bacterianas?
3. Desenhe uma célula bacteriana e aponte suas principais estruturas.
4. Para que serve a técnica de coloração de Gram?
5. Para cada exemplo de bactéria na figura abaixo, descreva a sua forma
básica e o seu arranjo.

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