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Biomedicina – Microbiologia, Parasitologia e Imunologia

Prof.º Dr. Gudrian Ricardo Lopes de Almeida


Bactérias

Fungos

Vírus
Características individuais
Morfologia celular
Morfologia celular
Diferenças morfológicas entre bactérias

O termo morfologia se refere à forma celular. São conhecidas várias morfologias entre os procariotos, sendo
as mais comuns descritas por termos que são parte do vocabulário essencial do microbiologista.
Morfologia celular
Morfologia celular
Diferenças morfológicas entre bactérias

O tamanho superior para células procarióticas resulta da capacidade decrescente de células cada vez maiores em transportar
nutrientes. A taxa metabólica de uma célula varia inversamente em relação ao seu tamanho, a captação de nutrientes
eventualmente limita o metabolismo a um ponto em que a célula não é mais competitiva em relação às células menores.
Membrana citoplasmática

Diferenças metabólicas da E. coli

Transporte simples

Translocação de grupo
Parede celular

O citoplasma das células procarióticas mantém uma concentração elevada de solutos dissolvidos, o
que cria uma significativa pressão osmótica. Para evitar que a pressão cause uma explosão (lise
celular), a maioria das células de bactérias e arqueias possui uma parede. Além de proteger contra
a lise osmótica, as paredes celulares conferem forma e rigidez à célula

O conhecimento da estrutura e função da parede celular é importante não apenas para o entendimento de como as células
procarióticas funcionam, mas também devido ao fato de que muitos antibióticos têm como alvo a síntese da parede celular,
deixando a célula suscetível à lise.

Em razão disto... desta característica...


As espécies de bactérias podem ser divididas em dois grupos principais, chamados gram-positivos e
gram-negativos. A distinção entre estes dois grupos é baseada na reação de coloração de Gram.

As paredes celulares de bactérias apresentam uma camada rígida, que é a principal


responsável pela rigidez da estrutura. Essa camada rígida, denominada PEPTIDEOGLICANO.
Parede celular

Em bactérias gram-negativas, apenas uma pequena


Em bactérias gram-positivas, cerca de 90% da
quantidade da parede celular total consiste em peptideoglicano,
parede celular é composta por peptideoglicano.
enquanto a maior parte é composta pela membrana externa.

Composta por lipídeos e polissacarídeos, de modo que é


denominada camada lipopolissacarídica ou LPS.
Parede celular
Bactérias gram-negativas

Lipopolissacarídeo (LPS) A toxicidade é associada à camada LPS, particularmente, ao lipídeo A.


Rigidez à parede das células gram-negativas e relação com sua
toxicidade aos animais. SINTOMAS
Gases, diarreia e vômitos.

Ex.: Patógenos gram-negativos comuns para o homem incluem espécies


de Salmonella, Shigella e Escherichia. Salmonella e linhagens enteropatogênicas de E. coli
transmitidas por meio de alimentos contaminados
A parede celular confere resistência estrutural à célula; é uma estrutura
Paredes bacterianas gram-positivas e gram-negativas relativamente permeável localizada exteriormente à membrana plasmática
além de ser uma camada muito mais forte do que a membrana em si.

Característica da densidade do peptidoglicano tem um valor clínico importante, no momento da identificação bacteriana!
Coloração de Gram
Bactérias podem ser divididas em dois grupos principais:
Gram-positivas e Gram-negativas.

Essa diferença de reação à coloração de Gram deve-se às diferenças na


estrutura da parede celular das células gram-positivas e gram-negativas.
Coloração de Gram

Um esfregaço fixado pelo calor é recoberto com um corante básico


púrpura, geralmente o cristal violeta. A coloração púrpura impregna
todas as células, ela é denominada coloração primária.
Após um curto período de tempo, o corante púrpura é lavado, e o esfregaço é
recoberto com iodo, um mordente. Quando o iodo é lavado, ambas as bactérias
gram-positivas e gram-negativas aparecem em cor violeta escuro ou púrpura.
A seguir, a lâmina é lavada com álcool ou uma solução de álcool-
acetona. Essa solução é um agente descolorante, que remove o
púrpura das células de algumas espécies, mas não de outras.
O álcool é lavado, e a lâmina é então corada com safranina, um corante básico vermelho.
O esfregaço é lavado novamente, seco com papel e examinado microscopicamente.
Colorações especiais
Colorações especiais
Fissão binária
Em microbiologia, o CRESCIMENTO é definido como um
aumento no número de células.

As células microbianas possuem tempo de vida limitado, e uma


espécie é mantida apenas como resultado do crescimento
contínuo de sua população.

Em uma cultura em crescimento de uma bactéria em forma de


bastonete, como Escherichia coli, as células alongam-se até
aproximadamente duas vezes o seu tamanho original e, então,
formam uma partição que divide a célula em duas células-filhas
Esse processo é chamado de fissão binária.

Cada célula-filha recebe um cromossomo e cópias


suficientes de ribossomos e todos os outros complexos
macromoleculares, monômeros e íons inorgânicos
para existir como uma célula independente.
Fissão binária
Em microbiologia, o CRESCIMENTO é definido como um
aumento no número de células.
Crescimento populacional
Em microbiologia, o CRESCIMENTO é definido como um
aumento no número de células.

Tempo de geração de 30 minutos.

Este padrão de aumento populacional, em que o número de


células é duplicado a um intervalo de tempo constante, é
denominado crescimento exponencial.

Em um experimento desse tipo, quando o número de células é


plotado em um gráfico de coordenadas aritméticas (lineares)
em função do tempo, obtém-se uma curva de inclinação
constantemente crescente.

Em contrapartida, quando o número de células é plotado em


uma escala logarítmica (log10) em função do tempo (um
gráfico semilogarítmico), obtém-se uma linha reta.
Crescimento populacional

Inoculação em um novo meio, o crescimento é iniciado somente após um período de tempo, denominado fase lag
Crescimento populacional

População celular duplica-se a intervalos regulares por um período curto ou longo – momento definido como, fase exponencial.
Crescimento populacional

Crescimento torna-se limitado nessas culturas porque ou um nutriente essencial no meio de cultura é
depletado ou os produtos de excreção do organismo acumulam-se – exemplificando a fase estacionária.
Crescimento populacional

População entrará na fase de morte do ciclo de crescimento celular, que, assim


como a fase exponencial, ocorre como uma função exponencial.
Crescimento populacional
As contagens microscópicas podem ser realizadas a partir de
Contagem microscópica amostras secas em lâminas ou a partir de amostras líquidas.

Limitações que restringem sua utilidade a algumas condições específicas!

O número de células por mililitro de suspensão é calculado empregando-se um fator de


conversão baseado no volume da amostra da câmara.
Crescimento populacional Uma célula viável é definida como aquela capaz de dividir-se,
Contagem microscópica originando células-filhas, e, na maioria das situações de contagens
de células, são as células que causam maior interesse.
Contagem do número de colônias!
Crescimento populacional O termo ABSORBÂNCIA (A), deve ser entendido que é a
dispersão da luz, não a absorbância da luz, que é
Medidas turbidimetricas
realmente mensurada no espectrofotômetro.
Esporulação
Exemplo de diferenciação celular e alterações
celulares conduzidas geneticamente.
Esporulação
Exemplo de diferenciação celular e alterações
celulares conduzidas geneticamente.

Quais as vantagens?

Sobrevivência e resistência

Estágio latente de um ciclo de vida bacteriano.


Elementos genéticos
Nucleóide
Elementos genéticos
Plasmídeos
Células procarióticas contêm outros elementos genéticos,
em particular, plasmídeos, além do cromossomo.

• Constituída por DNA de dupla-fita;


• Configuração circular.

Microrganismos patogênicos possuem uma variedade de


características que os permitem colonizarem hospedeiros e
estabelecer infecções. As duas principais características
envolvidas na virulência (capacidade de provocar doenças) de
patógenos são frequentemente codificadas por plasmídeos:

(1) A capacidade de o patógeno ligar-se a e colonizar tecidos específicos do hospedeiro;

(2) A produção de toxinas, enzimas e outras moléculas que promovem danos ao hospedeiro.
Elementos genéticos
Plasmídeos
As duas principais características envolvidas na virulência
(capacidade de provocar doenças) de patógenos são
frequentemente codificadas por plasmídeos...
Locomoção microbiana
Conclui-se a análise da função e estrutura microbianas examinando a locomoção celular

A motilidade permite que as células alcancem regiões


diferentes de seus ambientes, e na natureza, a movimentação
para uma nova localização pode oferecer à célula novos
recursos e oportunidades.

- Diferença entre viver e morrer.

Muitos procariotos são capazes de deslocar-se por movimento


natatório, devido à presença de uma estrutura denominada
FLAGELO.
Locomoção microbiana

Procariotos encontram gradientes de agentes físicos ou químicos na natureza, tendo desenvolvido mecanismos para
responder a esses gradientes, aproximando-se ou afastando-se do agente. Este tipo de movimento direcionado é
denominado taxia (plural, taxias). A quimiotaxia, uma resposta a agentes químicos, e a fototaxia, uma resposta à luz,
são duas formas de taxia bastante estudadas.

Quimiotaxia e o comportamento de E. coli


Locomoção microbiana
Presença de agente atrativo
Fermentação e respiração
A fermentação e a respiração são as duas principais estratégias para
conservação de energia em quimiorganotróficos.

Fermentação é a forma de catabolismo anaeróbio na qual um


composto orgânico é tanto doador quanto aceptor de elétrons.

CONTRARIAMENTE,

Respiração é a forma de catabolismo aeróbio ou anaeróbio


Pode-se considerar a fermentação e a respiração na qual um doador de elétrons é oxidado com O2 ou um
como opções metabólicas alternativas. substituto do O2, como o aceptor terminal de elétrons.
Fermentação e respiração
Fermentação e respiração
Via de Embden-Meyerhof-Parnas

Estágio I: reações preparatórias

Estágio II: a produção de


NADH, ATP e piruvato

Estágio III: equilíbrio redox e


a formação dos produtos de
fermentação

Catabolismo de outros
açúcares e polissacarídeos
Lactose e Sacarose
Celulose e Amido
Fermentação e respiração
Processo de infecção humana
Bactérias

Fungos

Vírus
O estudo dos fungos é chamado de MICOLOGIA

Primeiramente, as estruturas que são a base da identificação dos fungos em laboratórios clínicos;

Em seguida, exploraremos seus ciclos de vida.

Também examinaremos suas necessidades nutricionais!


Características dos fungos
A identificação das leveduras, assim como a identificação das bactérias, envolve testes
bioquímicos.

Fungos multicelulares são identificados considerando seu aspecto, incluindo


características da colônia e dos esporos reprodutivos.

As colônias dos fungos são descritas como ESTRUTURAS VEGETATIVAS porque


Fungos filamentosos e carnosos
são compostas de células envolvidas no catabolismo e no crescimento.

A porção de uma hifa que obtém NUTRIENTE é chamada de hifa vegetativa;


A porção envolvida com a REPRODUÇÃO é a hifa reprodutiva ou aérea.
Características dos fungos
Fungos filamentosos e carnosos

A porção de uma hifa que obtém NUTRIENTE é chamada de hifa vegetativa;


A porção envolvida com a REPRODUÇÃO é a hifa reprodutiva ou aérea.
Características dos fungos
Leveduras
Fungos unicelulares, não filamentosos, tipicamente esféricos ou ovais.
**pó branco cobrindo frutas e folhas

No BROTAMENTO, a célula parental forma uma protuberância


(broto) na sua superfície externa.

À medida que o broto se alonga, o núcleo da célula parental se


divide, e um dos núcleos migra para o broto.

O material da parede celular é então sintetizado entre o broto e a


célula parental, e o broto acaba se separando.

Algumas leveduras produzem brotos que não se separam


uns dos outros; esses brotos formam uma pequena
cadeia de células denominada pseudo-hifa.

Micrografia de Saccharomyces cerevisiae em CANDIDA ALBICANS


diversos estágios do brotamento
Características dos fungos Alguns fungos, mais notadamente as espécies patogênicas,
Fungos Dimórficos exibem dimorfismo – duas formas de crescimento.

Dimorfismo nos fungos patogênicos é dependente de temperatura


37°C, o fungo apresenta forma de levedura;
25°C, de fungo filamentoso.
Ciclo de vida
Exemplo de diferenciação celular e alterações
celulares conduzidas geneticamente.
Formação de ESPOROS

Fungos filamentosos podem reproduzir-se


assexuadamente pela fragmentação de suas hifas.

Os esporos de fungos, entretanto, são completamente diferentes dos endosporos de bactérias.

Os esporos são formados a partir das hifas aéreas de Os esporos assexuais são formados pelas hifas de um organismo.
diferentes maneiras, dependendo da espécie. Tornam-se organismos geneticamente idênticos ao parental.
Os esporos sexuais resultam da fusão de núcleos de duas linhagens
opostas de cruzamento de uma mesma espécie do fungo.
Os esporos assexuais são formados pelas hifas de um organismo.
Ciclo de vida Tornam-se organismos geneticamente idênticos ao parental.

Esporos assexuais
Ocorre mitose e subsequente divisão celular;

Conidiósporo ou conídio
Ex.: Aspergillus
Os conídios formados pela fragmentação de uma hifa septada em células
únicas, levemente espessas, são denominados artroconídios.
Ciclo de vida
Esporos assexuais
Conidiósporo ou conídio
Um clamidoconídio é um esporo com paredes
O blastoconídio, consiste em um broto espessas, formado pelo arredondamento e
originado de uma célula parental. alargamento no interior de um segmento de hifa.
Candida albicans e Cryptococcus Candida albicans
Ciclo de vida
Esporos assexuais
Conidiósporo ou conídio

O esporangiósporo, formado no interior de um


esporângio, ou bolsa, na extremidade de uma
hifa aérea denominada esporangióforo.

Rhizopus
Ciclo de vida

Adaptações nutricionais

■ Os fungos normalmente crescem melhor em ambientes em que o pH é próximo a 5, que é muito ácido para o
crescimento da maioria das bactérias comuns.

Quase todos os fungos são aeróbicos. A maioria das leveduras é anaeróbica facultativa.

■ A maioria dos fungos é mais resistente à pressão osmótica que as bactérias; muitos, consequentemente,
podem crescer em concentrações relativamente altas de açúcar ou sal.

■ Os fungos podem crescer em substâncias com baixo grau de umidade, em geral tão baixo que impede o
crescimento de bactérias.

■ Os fungos necessitam de menos nitrogênio para um crescimento equivalente ao das bactérias.

■ Os fungos com frequência são capazes de metabolizar carboidratos complexos, como a lignina (um dos
componentes da madeira), que a maioria das bactérias não pode utilizar como nutriente.
Ciclo de vida
Filos de fungos de importância médica

Zigomiceto Ascomicetos
Fungos filamentosos saprofíticos que apresentam hifas “Fungos de saco”, incluem fungos com hifas
cenocíticas. septadas e algumas leveduras.
Ex.: Rhizopus stolonifer, o conhecido mofo preto do pão.
Ciclo de vida
Ciclo de vida
Ciclo de vida
Filos de fungos de importância médica

Basidiomiceto
Bactérias

Fungos

Vírus
Características individuais
Características individuais

Cerca de cem anos atrás, os pesquisadores não poderiam


imaginar a existência de partículas submicroscópicas,
descrevendo então estes agentes infecciosos como um fluido
contagioso – do latim, contagium vivum fluidum.

Já em 1930, os cientistas começaram a utilizar a palavra virus, que


no latim significa veneno, para descrever estes agentes filtráveis.

Microscópio eletrônico

■ Contêm um único tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA.


■ Contêm um invólucro proteico (às vezes recoberto por um
envelope de lipídeos, proteínas e carboidratos) que envolve o
ácido nucleico.
■ Multiplicam-se no interior de células vivas utilizando a
maquinaria de síntese celular.
■ Induzem a síntese de estruturas especializadas na
transferência do ácido nucleico viral para outras células
Características individuais
Estrutura viral
Um vírion é uma partícula viral completa e infecciosa composta por um ácido
nucleico envolto por uma cobertura de proteína, que o protege do ambiente
e serve como um veículo de transmissão de uma célula hospedeira para outra.

✓ Vírus podem possuir tanto DNA como RNA, mas nunca ambos

Capsídeo e envelope

Combinação de lipídeos, proteínas e carboidratos


Estrutura viral
Capsídeo e envelope

Taxonomia
A classificação mais antiga dos vírus tem como base a sintomatologia,
como a das doenças que afetam o sistema respiratório.
✓ Atualização da taxonomia viral em 1966, com a criação do
Comitê Internacional de Taxonomia Viral (CITV).
Famílias de vírus que afetam seres humanos
Famílias de vírus que afetam seres humanos
Replicação viral
Ciclo lítico
Replicação viral
Ciclo lítico
Replicação viral
Ciclo lisogênico
Replicação viral

O fato de os vírus NÃO PODEREM SE MULTIPLICAR FORA DE UMA CÉLULA VIVA complica a detecção, a quantificação e a identificação.

Os vírus não se multiplicam em meios de cultura sintéticos, devendo estar obrigatoriamente associados a células vivas.
Replicação viral
Origem de rearranjos genéticos
Infecções virais latentes
Microbiologia, Parasitologia e Imunologia

Dúvidas?

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