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RESUMO DE

m ic i a
r o bio l o g

Produzido por Gabriel Oliveira


@BIOMEDGABRIEL
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 3
BACTÉRIAS 4
MEIOS DE CULTURA 17
TÉCNICAS DE SEMEADURA 47
TÉCNICAS DE COLORAÇÃO 49
IDENTIFICAÇÃO DE BACTERIAS 51
ANTIBIOGRAMA 58
CONCEITOS EM MICOLOGIA E VIROLOGIA 60
REFERÊNCIAS 65

ATENÇÃO!!!
Este material é de uso exclusivo daquele que o adquiriu. Portanto, fica
proibido o compartilhamento e/ou a comercialização do mesmo, visto que
se trata de um crime previsto no art.184 do código penal brasileiro, com
pena de 3 meses a 4 anos de reclusão ou multa
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIA
Ciência que estuda os microrganismos
( Bactérias, vírus, fungos e parasitas)

Em especial as bactérias

NOMENCLATURA
A nomenclatura é de grande importância, na
microbiologia é utilizado o sistema binominal

Gênero espécie

Na grafia temos duas formas de ser colocado

Gênero espécie Gênero espécie


Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus
Impresso utilizamos a Manuscrito utilizamos a
forma itálica forma sublinhada

Abreviação Omissão do nome da espécie

S. aureus Staphylococcus sp
Staphylococcus : Indica o gênero
sp : Indica uma espécie
spp: Indica espécies

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BACTÉRIAS

São unicelulares, pertencente ao reino Monera, procariotos, ou seja seu


material genético não está envolto por uma membrana nuclear. Normalmente
se reproduzem por fissão binária e se nutrem por compostos orgânicos e
inorgânicos encontrados na natureza

MORFOLOGIA

As bactérias possuem morfologias diferentes, então vamos ver alguns


aspectos morfológicos e como são seus arranjos

COCOS

São bactérias com forma esféricas, as cocos podem se arranjar de algumas


formas

Cocos Diplococos Tétrades sarcinas

cocos simples e cocos cocos arranjados em cocos arranjados em


único arranjados em grupos de quatro grupos de oito
dupla

Estreptococos Estafilococos
cocos em cocos agrupados semelhante a um
cadeia cacho de uva

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BACILOS OU BASTONETES

São bactérias com forma cilíndrica, forma de bastão, e como os cocos eles
também se arranjam de algumas formas

Bacilos Diplobacilos Paliçada


(bacilos únicos) (bacilos em dupla) (bacilos agrupados lado a
lado)

Estreptobacilos

(bacilos em cadeia)

OUTRAS MORFOLOGIAS

Vibrião Espiroqueta Espirilos

Vibrião: Formato de virgula, ou semelhante a um bacilo com curvatura

Espiroqueta: são flexíveis e locomovem se provavelmente às custas de


contrações do citoplasma

Espirilos : possuem corpo rígido e se movem às custas de flagelos externos.

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ESTRUTURA DA BACTÉRIA

Membrana plasmática: Tem natureza lipoprotéica e possui permeabilidade seletiva e além


disso, a membrana é um dos componentes do envelope celular das bactérias.
Parede celular: localizado ao redor da membrana e é outro componente do envelope celular
e é composta basicamente de peptideoglicano
Nucleóide (cromossomo):: é a região em que se encontra o cromossomo bacteriano ou DNA
cromossomal.
Citoplasma: é o meio celular da célula. Ele é preenchido pelo citosol que é composto por
glicose, sais e proteínas e água
Ribossomos: é a única organela encontrada na célula bacteriana. Eles são responsáveis pela
síntese de proteínas e estão dispersos pelo citoplasma. São formado por rRNA e proteína
Mesossomo: Não são encontradas em todas as bactérias, invaginação da membrana
plasmática e podem auxiliar na respiração bacteriana pois apresenta enzimas respiratórias
associadas à sua face interna.
Flagelos: filamentos alongados e finos composto por flagelina e possuem como função
locomotora, essa locomoção ocorre através do movimento do chicote

Fímbrias: filamentos alongados e finos composto por flagelina e possuem como função
locomotora, essa locomoção ocorre através do movimento do chicote

Plasmídeos: Não esta presente em todas as bactérias, o plasmídeo é um pequeno filamento


de DNA em formato circular, esse componente é responsável pela resistência das bactérias (
plasmídeos R ) e transferir material genético por conjugação ( plasmídeos F)
Capsulas: envolvem o envelope celular (membrana e parede celular). Elas protegem as
bactérias do processo de fagocitose As cápsulas são responsáveis pela aderência a
superfície ( biofilmes)

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PAREDE CELULAR

BACTÉRIAS BACTÉRIAS
GRAM- NEGATIVAS GRAM- POSITIVAS

BACTÉRIAS GRAM- POSITIVAS


Cerca de 90% da parede celular é composta por peptideoglicano (~20 camadas ) deixando a
estrutura rígida e espessa, o restante é composto por ácidos teicoicos, constituídos
principalmente de álcool e fosfato que tem como função regular a entrada e saída de cátion
na célula

Apresentam coloração roxa.

BACTÉRIAS GRAM- NEGATIVAS

Ao contrario das gram-positiva, as gram- negativas possuem poucas camadas de


peptideoglicano, cerca de uma ou duas camadas, ou seja cerca de 10%, o restante é de
mebranna externa que contém fosfolipídeos, lipoproteínas, proteínas e lipopolissacarídeos,
ela é uma segunda bicamada lipídica semelhante à membrana plasmática e devido a sua
forte carga negativa, é im portante no processso de evasão da fagocitose

O O peptideoglicano fica entre a membrana plasmática e a membrana externa

Possui coloração rosa


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COLORAÇÃO DE GRAM

Aplicação do cristal Aplicação do Lavagem com aplicação da


violeta iodo álcool Safranina

Por ter uma parede mais espessa, as bactérias gram-positivas


não sofrem descoloração pela ação do álcool, mantendo assim a
coloração

Gram- positiva Gram- negativa

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METABOLISMO E CRESCIMENTO

REPRODUÇÃO ASSEXUADA

BIPARTIÇÃO OU CISSIPARIDADE:
Um individuo se divide em outros geneticamente idêntico

ESPORULAÇÃO:
é o processo pelo qual as bactérias produzem esporos quando estão em um
ambiente desfavorável à sua sobrevivência

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METABOLISMO E CRESCIMENTO

REPRODUÇÃO SEXUADA

CONJUGAÇÃO:
Consiste na passagem (ou troca) de material genético entre duas bactérias
através de uma ponte citoplasmática formada pelas fímbrias

TRANSDUÇÃO:
As moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra usando vírus
como vetores.

TRANSFORMAÇÃO:
A bactéria absorve moléculas de DNA disperso no meio. Esse DNA pode ser
proveniente, por exemplo, de bactérias mortas.

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METABOLISMO E CRESCIMENTO

NUTRIÇÃO BACTERIANA

Para as bactérias realizarem o metabolismo , elas precisam de fontes de


energia, e essas pode dividir em alguns grupos dependendo da fonte de enrgia

Fototróficos : utilizam a luz como fonte de


energia
Quimiotróficos: Utilizam compostos químicos
como fonte de energia

Autotróficos: capazes de produzir seu próprio


alimento utilizando usam fontes inorgânicas
Heterotróficos: Usam nutrientes orgânicos para
o crescimento

NUTRIENTES

Além disso, as bactérias precisam de nutrientes para seu crescimento, e esses


nutrientes são divididos em duas categorias

Micronutrientes: Nutrientes que as bactérias necessitam em pequenas


quantidades ( ex. cobalto, cobre , manganês, molibdênio, níquel, zinco)

Macronutrientes: Nutrientes que as bactérias necessitam em grandes


quantidades ( ex. carbono, hidrogênio, fósforo, enxofre, magnésio, nitrogênio
potássio, sódio.)

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METABOLISMO E CRESCIMENTO

CRESCIMENTO BACTERIANO

O crescimento bacteriano vai depender de alguns fatores, pois as bactérias


gostam de alguns ambientes, pois esses ambientes tem fatores que ajudam no
seu crescimento e vamos falar sobre cada um deles

TEMPERATURA

As bactérias são classificadas de acordo com a temperatura ideal de


crescimento, embora a maioria prefira ambientes com 37° C

Psicrófilos: Essa aqui são as que amam frio


Mesófilos: Essas aqui preferem uma temperatura moderada
Termófilos: Essas aqui gostam é de calor
Hipertermófilos: Essas aqui amam calor, muito calor mesmo,
temperaturas de 80° C

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METABOLISMO E CRESCIMENTO

PH

Diferente dos fungos que preferem um PH mais ácido, as bactérias preferem


um PH neutro , entre 6,5 e 7,5. Existem, no entanto, grupos adaptados a viver
em ambientes ácidos e alcalinos.

OXIGÊNIO

Aeróbicos : que podem crescer apenas na presença de oxigênio


Anaeróbicos ou Anaeróbias estritas: que podem crescer apenas na ausência de
oxigênio;
Anaeróbicos facultativos: que podem crescer tanto na presença como na
ausência de oxigênio

Aeróbicos Anaeróbicos Anaeróbicos


facultativos

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METABOLISMO E CRESCIMENTO

CURVA DE CRESCIMENTO BACTERIANO

•FASE LAG (A):


Período necessário para adaptação das células ao novo ambiente.

•FASE EXPONENCIAL OU LOG (B):


Células estão se dividindo a uma taxaexponencial até atingir um máximo de
crescimento.

•FASE ESTACIONÁRIA (C):


Fase de estabilização, onde o numero de células novas é proporcional ao
numero de células mortas

•FASE DE MORTE OU DECLÍNIO (D):


Esta fase tem como característica o numero de células mortas ser superior ao
numero de células novas
LOG DE CONCENTRAÇÃO DAS CELULAS

•FASE ESTACIONÁRIA (C):


CIAL

•FA
SE
NEN

DE
EXPO

DE
CL
ÍNI
FASE

O(
D):

FASE LAG (A):

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METABOLISMO E CRESCIMENTO

MEIOS DE CULTURA

O meio de cultura são preparações químicas que tem como objetivo fornecer
nutrientes para o crescimento das bactérias, algumas bactérias conseguem
crescer em qualquer meio, já outras são bem mais exigentes. Os meios de
cultura podem ser classificados por seu estado físico e aplicação, podendo ser
liquido, solido e semi-sólido

Líquidos : crescimento com turvação do meio; não possui agente solidificante


Sólidos: crescimento de colônias isoladas, distinção de morfologia;
Semi-sólido: adição de menor quantidade de ágar afim de identificar mobilidade
bacteriana;

CRITÉRIOS PARA O CRESCIMENTO DE MICRORGANISMO EM MEIO DE


CULTURAS

Componentes nutricionais corretos ( Quantidade e proporção)


PH ideal
Condições adequadas de incubação
Quantidade de oxigênio presente ( alguns necessitam de ausência )
Estéril

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METABOLISMO E CRESCIMENTO

MEIOS DE CULTIVO

MEIOS SELETIVOS: Esse meio como o próprio nome indica, ele seleciona os
microrganismo que ele tem maior afinidade, lembra da membrana plasmática
super seletiva que só deixa entrar ou sair da célula quem ela quer, esse meio
de cultivo é assim também, alguns meios de cultivo seletivos permitem
crescimento penas de bactérias gram-negativa, inibindo o crescimento de
gram-positiva

MEIOS DIFERENCIAIS: Esse meio permite a diferenciação dos


microrganismos, geralmente pela coloração, algumas bactérias conseguem
fazer o meio mudar de cor ( ex. no meio de cultura ágar salmonella-shigela, a
Shigella apresenta coloração quase transparente e a E. Coli uma coloração
rosada)

MEIOS ENRIQUECIDOS: Existem ainda bactérias fastidiosas, ou seja , que não


crescem em qualquer meio, então elas precisam de um meio que são bem
mais ricos em nutrientes

MEIOS DE TRANSPORTE: consiste em um meio isento de nutrientes,


contendo um agente redutor. Previne a desidratação de secreções durante o
transporte e evita a oxidação e autodestruição enzimática dos patógenos
presentes.

MEIO INDICADOR: utilizado no estudo das propriedades bioquímicas das


bactérias, auxiliando, assim, sua identificação, como a degradação de certas
substancias que modificam a cor do meio

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MEIOS DE CULTURA

ÁGAR MUELLER-HINTON
Meio de cultura nutritivo e enriquecido, destinado à execução do
teste de sensibilidade, por disco difusão, a antibióticos para
microrganismos aeróbios

COMPOSIÇÃO

Meio de Mueller-Hinton

PREPARAÇÃO
Pesar e hidratar o meio conforme as instruções do fabricante
Ajustar o pH entre 7,2 a 7,4
Autoclavar a 121ºC durante 15 minutos
Esfriar a base
Distribuir em placas de 50 a 60ml em cada placa de 150mm
Deixar esfriar até que o meio esteja em temperatura ambiente

INSTRUÇÃO DE USO

Semear a cepa seguindo as normas determinadas para testes de


sensibilidade e incubar a 37ºC durante 24 horas

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MEIOS DE CULTURA
ÁGAR SANGUE
Verificação de hemólise dos Streptococcus spp. e Staphylococcus
spp.
Utilizado para isolamento de microrganismos não fastidiosos

PRINCIPIOS

Oferece condições de crescimento à maioria dos


microrganismo, tanto gram-positivos, quanto gram-
negativos ( Meio Enriquecido)

Verificar microrganismo através de hemólise por toxinas


secretadas por algumas bactérias ( Meio Diferencial)

Permite a diferenciação entre Streptococcus spp. e


Staphylococcus spp.

COMPOSIÇÃO

Meio base - ágar tríptico de soja


(TSA) ou ágar Columbia
Sangue desfibrinado de carneiro

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PREPARAÇÃO

Pesar e hidratar o meio conforme as instruções do fabricante


Autoclavar a 121ºC durante 15 minutos
Esfriar a base a +/- 50° C
Acrescentar 50ml de sangue de carneiro para cada litro do meio
base
Homogeneizar delicadamente afim de evitar formação de bolha e
distribuir em placas de 90mm com aproximadamente 20 a 25ml
Deixar esfriar até que o meio esteja em temperatura ambiente

INSTRUÇÃO DE USO
Fazer semeadura por esgotamento e Incubar por 24h a mais ou
menos 37ºC em estufa de CO2

LEITURA

Cor do meio original : Vermelho


Alfa hemólise: Hemólise parcial do meio, e forma-se uma
área esverdeada ao redor da colônia ( lise parcial das
hemácias)
Beta hemólise: Hemólise total, apresentando um halo
transparente ao redor das colônias ( lise total das hemácias)
Gama hemólise: Não ocorre hemólise ( hemácias
permanecem integras)

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MEIOS DE CULTURA

ÁGAR CHOCOLATE
Cultivo de bactérias sensíveis e exigentes ( Haemophilus spp. e
Neisseria spp), embora cresçam nesse meio quase todo tipo de
microrganismo

PRINCIPIOS

É adicionado sangue de cavalo, carneiro ou coelho em temperatura


alta fazendo que a membrana das hemácias se rompam e seja
liberando hemina e hematina, compostos fundamentais para o
crescimento dos microrganismos exigentes.

COMPOSIÇÃO

Meio base - ágar tríptico de soja (TSA) ou ágar Columbia ,


BHI ágar
Sangue desfibrinado de carneiro
Suplemento VX (comercial)

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PREPARAÇÃO

Pesar e hidratar o meio conforme as instruções do fabricante


Autoclavar a 121ºC durante 15 minutos
Esfriar a base a +/- 50° C
Acrescentar 50ml de sangue de carneiro para cada litro do meio
base
Homogeneizar em fogo baixo( 80 - 85° C) até que o meio fique
achocolatado ( Momento em que ocorre a lise das hemácias)
Resfriar o meio até 50ºC e adicionar os suplementos VX
Deixar esfriar até que o meio esteja em temperatura ambiente

INSTRUÇÃO DE USO
Fazer semeadura por esgotamento e Incubar por 24h a mais ou
menos 37ºC em estufa de CO2

LEITURA

Cor original do meio: castanho escuro (chocolate).


Colônias de tamanho pequeno a médio, com pigmento
amarelo: sugestivo de Neisseria spp, Branhamella catarrhalis
ou Moraxella spp.
Colônias pequenas e delicadas, com pigmento creme claro:
sugestivo de Haemophilus spp.
Fazer esfregaço de todas as colônias suspeitas e corar pela
técnica de Gram, para confirmar se trata-se ou não de
Neisseria spp., Branhamella catarrhalis ou Moraxella spp.
(cocos Gram negativos reniformes) ou Haemophilus spp.
(bacilos Gram negativos delicados e pleomérficos).

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MEIOS DE CULTURA

ÁGAR THAYER MARTIN

cultivo e isolamento de Neisseria gonorrhoeae e N. meningitidis

PRINCIPIOS
contém em sua fórmula antibióticos que inibem o
crescimento de Neisserias saprófitas e outras bactérias

COMPOSIÇÃO
Meio base - ágar tríptico de soja (TSA) ou ágar Columbia ,
BHI ágar
Sangue desfibrinado de carneiro
Suplemento VX (comercial)
Solução de antibióticos VCNT

Vancomicina : inibe bactérias Gram +


Colistin : inibe bactérias Gram -
Nistatina : inibe leveduras
Trimetoprima

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PREPARAÇÃO

Pesar e hidratar o meio conforme as instruções do fabricante


Autoclavar a 121ºC durante 15 minutos
Esfriar a base a +/- 50° C
Acrescentar 50ml de sangue de carneiro para cada litro do meio
base
Homogeneizar em fogo baixo( 80 - 85° C) até que o meio fique
achocolatado ( Momento em que ocorre a lise das hemácias)
Resfriar, adicionar o suplemento e VCNT
Deixar esfriar até que o meio esteja em temperatura ambiente

INSTRUÇÃO DE USO
Fazer semeadura por esgotamento e Incubar por 24h à 48h a
mais ou menos 37ºC em estufa com 5% de CO2

LEITURA

Cor do meio original : Marrom chocolate


N. gonorrhoeae apresentam colônias bem pequenas e
escuras, depois de 48h são um pouquinho arredondada com
brilho

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MEIOS DE CULTURA
ÁGAR SALMONELLA-SHIGELLA (SS)

O Ágar Salmonella-Shigella (SS) é usado para o isolamento de Salmonella e


Shigella

PRINCÍPIOS
Devido à presença de sais biliares, verde brilhante e citrato de
sódio, o Ágar SS é um meio seletivo onde há a inibição de
microrganismos Gram-positivos
A fermentação da lactose em ácido é revelada, na presença de
vermelho neutro, pela formação de colônias vermelhas. Os
microrganismos negativos para a lactose apresentam colônias
incolores.
Na presença de tiossulfato e citrato férrico, os microrganismos
produtores de sulfeto de hidrogênio possuem colônias com
centros pretos.

COMPOSIÇÃO

Ágar SS

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PREPARAÇÃO

Suspender 63,0 g de meio desidratado (BK022) em 1 litro de água destilada


ou desmineralizada.
Lentamente, leve o meio à fervura com agitação constante até sua
completa dissolução.
Não autoclavar, pois este meio não precisa ser esterelizado
Resfriar e manter o meio a 44-47°C.
Dividir cerca de 20 a 25ml nas placas de Petri estéreis
Deixar esfriar em temperatura ambiente

INSTRUÇÃO DE USO

Semear por estrias nos meios de enriquecimento usados( Caldo GN ou


Caldo SS)
Ao mesmo tempo, transferir o inóculo para outro meio seletivo.
Incubar a 37 °C por 24 a 48 horas

LEITURA

As Salmonelas que não fermentam lactose apresentam colônias incolores,


transparentes, com ou sem centro negro (produção de H2S).
As Shigelas são incolores.
Os coliformes ( Coliformes são grupos de bactérias indicadoras de
contaminação e são formados pelos gêneros Escherichia, Citrobacter,
Enterobacter e Klebsiella.) apresentam colônias vermelhas ou rosadas.
As colônias suspeitas serão subcultivadas em ágar Kligler (BK034) ou TSI
(BK059) para identificação posterior.

Ágar SS Salmonella no Shingella no E. Coli no


Ágar SS Ágar SS Ágar SS

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MEIOS DE CULTURA

ÁGAR MACCONKEY
Isolamento de bacilos gram-negativos e verificar se há a fermentação ou não
da lactose

PRINCÍPIOS
Devido à presença de cristal violeta ocorre a inibição de
microrganismos Gram-positivos ( principalmente estafilococos e
enterococos)

A fermentação da lactose em ácido é revelada, na presença de


vermelho neutro, pela formação de colônias vermelhas. Os
microrganismos negativos para a lactose apresentam colônias
incolores.

COMPOSIÇÃO

Meio de ágar MacConkey

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PREPARAÇÃO

Pesar e hidratar o meio conforme as instruções do fabricante


Autoclavar a 121ºC durante 15 minutos
Esfriar a base
Distribuir em placas de Petri estéreis cerca de 25ml
Deixar esfriar até que o meio esteja em temperatura ambiente

INSTRUÇÃO DE USO
Semear a amostra direto no meio e Incubar por 18h à 24h a mais
ou menos 37ºC

LEITURA

Cor do meio original : Cor rosa


As bactérias gram-negativas fermentadoras de lactose
apresenta uma coloração rosada ( Ex. E .Coli)
As bactérias gram-negativas não fermentadores de lactose
ficam incolores ( EX. P. mirabilis)

E.coli
P. vulgaris

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MEIOS DE CULTURA

ÁGAR CLED
Meio de cultura nutritivo, não seletivo e diferencial destinado a
cultura de urina utilizado para identificar e quantificar
microrganismos gram-negativos, gram-positivos e leveduras

PRINCÍPIOS
Devido a baixa concentração de eletrólitos reduz a formação do
véu de espécies de Proteus spp

É utilizado o azul de bromotimol como um indicador de pH para


diferenciar os lactose( +) dos lactoses (-). Os organismos que
fermentam a lactose irão reduzir o pH alterando a cor do meio de
verde para amarelo.

COMPOSIÇÃO

Meio Cled

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PREPARAÇÃO

Pesar e hidratar o meio conforme as instruções do fabricante


Autoclavar a 121ºC durante 15 minutos
Retirar da autoclave e esfriar a base até 50ºC
Distribuir em placas de Petri estéreis s de 90mm
aproximadamente 20 a 25ml
Deixar esfriar até que o meio esteja em temperatura ambiente

INSTRUÇÃO DE USO
Utilizando alça calibrada semear a amostra pelo método
quantitativo e incubar por 24h a mais ou menos 37ºC

LEITURA

Cor do meio original : Esverdeado


As bactérias fermentadoras de lactose mudam a coloração
do meio para uma coloração amarela ( Ex. E .Coli)
As bactérias não fermentadores de lactose ficam incolores

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MEIOS DE CULTURA
ÁGAR EMB
isolar e identificar Escherichia coli e Enterobacter

PRINCIPIOS
Os corantes permitem a diferenciação entre bactérias lactose-
positivas e lactose-negativas. Lactose (+) formam colônias
violeta a marrons,ou verde ( E. coli )) enquanto as lactose (-) são
incolores, transparentes ou âmbar ( Salmonella e Shingella)

Eosina e azul de metileno que inibem as bactérias gram-positivas


num determinado grau

COMPOSIÇÃO

Meio de EMB

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PREPARAÇÃO

Pesar e hidratar o meio conforme as instruções do fabricante


Autoclavar a 121ºC durante 15 minutos
Retirar da autoclave e esfriar a base até 50ºC
Distribuir em placas de Petri estéreis cerca de 20 a 25m
Deixar esfriar até que o meio esteja em temperatura ambiente

INSTRUÇÃO DE USO
Semear a amostra direto no meio , ou após o microrganismo ter
crescido em um meio enriquecido e Incubar por 24h a mais ou
menos 37ºC

LEITURA

Cor do meio original : Vinho


Os coliformes produzem colónias pretas-azuladas
(fermentadoras de lactose)
as colônias de Salmonella e Shigella são incolores ou têm
uma cor âmbar transparente ( não fermentadores de lactose)
As colônias de E.coli poderão apresentar um reflexo verde
metalizado característico, devido à rápida fermentação da
lactose.

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MEIOS DE CULTURA

usado em microbiologia de alimentos, análises de água

AGAR NUTRIENTE

PRINCIPIOS

Utilizado para observar esporulação de bactérias gram-


positivas

A formulação fornece os nutrientes necessários para o


crescimento de uma grande variedade de
microrganismos não exigentes.

COMPOSIÇÃO

Meio de Ágar Nutriente

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PREPARAÇÃO

Pesar e hidratar o meio conforme as instruções do fabricante


Lentamente, leve o meio à fervura com agitação constante até
sua completa dissolução
Distribuir em frascos ou tubos
Autoclavar a 121ºC durante 15 minutos
Resfriar a 44-47°C.
Despejar em placas de Petri estéreis e deixar solidificar em uma
superfície fria.

INSTRUÇÃO DE USO

Inocular por estriamento para obter colônias bem isoladas.


Incubar as placas de acordo com o protocolo analítico adequado.

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MEIOS DE CULTURA
Meio seletivo destinado ao cultivo de micobactérias.

LÖWENSTEIN JENSEN

PRINCIPIOS

satisfatório para o teste de niacina (que é positivo para


Mycobacterium tuberculosis).

O material usado pode ser o escarro, lavado brônquico, urina,


fezes e outras secreções

constituída por ovos integrais, o que permite amplo crescimento


das micobactérias

COMPOSIÇÃO

Ovos de galinha
Meio de Lowenstein Jensen
Verde malaquita
Glicerol

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MEIOS DE CULTURA
Meio seletivo e diferencial indicado para o isolamento de
estafilococos

ÁGAR MANITOL SALT

PRINCIPIOS

Os corantes permitem a diferenciação entre bactérias lactose-


positivas e lactose-negativas. Lactose (+) formam colônias
violeta a marrons,ou verde ( E. coli )) enquanto as lactose (-) são
incolores, transparentes ou âmbar ( Salmonella e Shingella)

Eosina e azul de metileno que inibem as bactérias gram-positivas


num determinado grau

COMPOSIÇÃO

Meio de Ágar de Manitol

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PREPARAÇÃO

Pesar e hidratar o meio conforme as instruções do fabricante


Autoclavar a 121ºC durante 15 minutos
Retirar da autoclave e esfriar a base
Distribuir em placas de Petri estéreis cerca de 25ml
Deixar esfriar até que o meio esteja em temperatura ambiente

INSTRUÇÃO DE USO
Semear a amostra direto no meio e incubar por 18 à 20h a mais ou
menos 37ºC

LEITURA

Cor do meio original : Vermelho


O crescimento de colônias amarelas é indicativo da presença
de Staphylococcus aureus
O crescimento de colônias vermelhas é indicativo da
presença de Staphylococcus epidermidis.

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MEIOS DE CULTURA
ÁGAR CROMOGÊNICO
isolamento, identificação direta, diferenciação e contagem de
agentes causadores de infecção no trato urinário

COMPOSIÇÃO

Ágar Cromogênico
Cor do meio: Bege

PREPARAÇÃO

Pesar e hidratar o meio conforme as instruções do fabricante


Autoclavar a 121ºC durante 15 minutos
Retirar da autoclave e esfriar a base
Distribuir em placas de petris

37
MEIOS DE CULTURA

ÁGAR TSA

contagem ou isolamento de microrganismos

COMPOSIÇÃO

Meio TSA

PREPARAÇÃO

Pesar e hidratar o meio conforme as instruções do fabricante


Aquecer até ferver de forma que fique completamente
dissolvido.
Esterilizar em autoclave a 121°C por 15 minutos.
Resfriar entre 45-50°C.
Misturar bem.
Distribuir em placas de Petri.

INSTRUÇÃO DE USO
Semear a bactéria e incubar por 24h a 37ºC

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MEIOS DE CULTURA
ÁGAR STUART
Meio de cultura para coletar, transportar e manter as amostras
clínicas para o exame bacteriológico

PRINCIPIOS
Devido a carência de uma fonte de nitrogênio, isso impede a
multiplicação de microrganismos e a composição nutritiva garante a
sobrevivência deles

O meio Stuart é utilizado para transportar amostras para análise de


Haemophilus influenzae, Streptococcus pyogenes, P. aeruginosa
entre outros patógenos

A amostra é feita com um swab somente no local da infecção e deve


ser colocada no tubo contendo o meio e enviado para o laboratório em
até 72h

Cor do meio original: Branco opalescente

COMPOSIÇÃO

Cloreto de Cálcio
Beta Glicerolfosfato de Sódio
Tioglicolato de sódio
Azul de metileno
Ágar

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MEIOS DE CULTURA

ÁGAR CARY BLAIR


Coleta, transporte e preservação de amostras de origem clínica, para
análises microbiológicas., principalmente fezes

PRINCIPIOS
O meio tem duas formas de apresentação semi-sólida (ágar)
e líquida (Meio de Cary Blair Líquido)

Baseado no meio Stuart, onde o Glicerolfosfato não está


presente porque pode promover o supercrescimento de
contaminantes.

Diferente do meio Stuart, o Cary blair não tem azul de


metileno e é adicionado uma solução salina balanceada de
tampão fosfato orgânico

O Meio Cary Blair é um excelente meio de transporte para


amostras clínicas contendo patógenos entéricos, inclusive
dos gêneros Campylobacter spp, Yersinia spp. e Vibrio spp

40
COMPOSIÇÃO

Tioglicolato de Sódio,
Fosfato Dissódico,
Cloreto de Cálcio,
Cloreto de Sódio,
Agar Bacteriológico
Água Purificada.

PROCEDIMENTO

Preparar o “swab” fecal, introduzindo-o nas fezes por 1 a 2


minutos

Inocular o material na profundidade do meio, quando a


apresentação utilizada for a semi-sólida, e fechar o tubo
hermeticamente

Manter a temperatura ambiente (22ºC a 25ºC), por até 4 a 6 horas


e semear em meios apropriados.

41
MEIOS DE CULTURA
MEIO AMIES
Meio de cultura para coletar, transportar e manter as amostras
clínicas para o exame bacteriológico

PRINCIPIOS

contem fosfatos inorgânicos e solução salina balanceada

Com presença de carvão ativado no meio favorece ainda


mais a recuperação de microrganismos, como por
exemplo, Neisseria spp

Reduz o excesso de crescimento de bactérias coliformes (


ex E. coli) enquanto permite uma porcentagem de cultura
positiva

O carvão também neutraliza toxinas bacterianas


produzidas enquanto esta sendo transportada

É recomendada para coletas em orofaringes, feridas e


secreções e pele

Cor do meio original: Preto

42
MEIOS DE CULTURA

CALDO SELENITO
Usado para enriquecimento de amostras de fezes para isolamento de
Salmonella spp. e Shigella spp.

PRINCIPIOS

Inibe bactérias coliformes e outras bactérias da flora intestinal


como estreptococo

novobiocina inibe o véu dos Proteus ssp

COMPOSIÇÃO

Meio de Caldo Selenito


Novobiocina ( em alguns)

PREPARAÇÃO

Pesar e hidratar de acordo com as instruções do fabricante


Aquecer com fervura., homogeneizado
Não deve ser levado a autoclave
Aguardar esfriar e acrescentar 0,04g de novobiocina por litro de meio
Partilhar 7ml em tubos estéreis com tampa
INOCULAÇÃO

Inocular 3 a 4 alçadas de fezes no meio de cultura e


incubar a mais ou menos 35° por 18 a 24h
Cor original do meio : Vermelho tijolo

43
MEIOS DE CULTURA

CALDO BHI

Isolamento e manutenção de microrganismos em geral

PRINCIPIOS

feito a partir de infusão coração e cérebro que junto com a


peptona fornece nutrientes como fontes de nitrogênio,
vitaminas e etc

Contém dextrose que pode ser usado para fermentação

O meio possui cor original amarelo claro, caso haja


crescimento bacteriano esse meio vai apresentar turvação

COMPOSIÇÃO

Meio de BHI

PREPARAÇÃO

Pesar e hidratar o meio de acordo com instruções do fabricante


Distribuir 1,5 ml em tubos de 12 x 120mm vedar os tubos com algodão ou
tampa de rosca
Autoclavar a 121ºC por 15 minutos
Retirar da autoclave e deixar esfriar em temperatura ambiente

44
MEIOS DE CULTURA

CALDO TETRATIONATO

utilizado para o enriquecimento seletivo de amostras nas quais se


deseja recuperar Salmonella spp

PRINCIPIOS

Os sais de bile presentes no meio inibe crescimento de


bactérias gram-positivas

A solução de iodo com verde brilhante inibe a flora


intestinal normal de especies fecais

COMPOSIÇÃO

Meio de Caldo Tetrationato

PREPARAÇÃO

Pesar e hidratar, aquecer até levantar fervura


Partilhar 10ml em tubos estéreis com tampa
Não autoclavar e conservar de 4-8 °C

45
MEIOS DE IDENTIFICAÇÃO BIOQUÍMICA

Fenilalanina: Permite avaliar se a bactéria possui a capacidade de


realizada a desaminação oxidativa dá fenilalanina, que produzir o ácido
fenilpirúvico pela ação da enzima fenilalanina desaminase. Útil na
diferenciação de gêneros e espécies de enterobactérias.

Urease: Determina a capacidade do microrganismo de degradar a


ureia em duas moléculas de amônia. Quando a reação é positiva o
meio é alcalinizado intensamente e modifica sua coloração para rosa

Agar sim: Verifica a capacidade do microrganismo de metabolizar o


triptofano em idol.

Citrato de Simons: Verifica a capacidade da bactéria de utilizar o


citrato de sódio como única fonte de carbono. Em caso de reação
positiva haverá alteração do PH deixando o meio com a coloração azul

DNase: Permite verificar a despolimerização do DNA, devido a cepa de


alguns microrganismos produzem DNAse, que são enzimas capazes
de hidrolisar o DNA. quando é possível observar uma coloração rosa ao
redor da colônia significa que é positivo

Bile esculina: Verifica a capacidade dos microrganismos em hidrolisar


a esculina em esculetina na presença de sais biliares formando um
complexo negro

TSI (Triple sugar iron): Verifica a fermentação da glicose, é composto


por glicose, lactose e sacarosa e quando há essa fermentação há
alteração de cor e é usado para diferenciar bactérias gram-negativos,
pois a cor do meio é alterada de vermelho para amarela

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TÉCNICAS DE SEMEADURA

EM PLACAS EM TUBOS

Esgotamento Meio solido


Espalhamento Meio semi-sólido
Pour-plate Meio líquido

SEMEADURA QUANTITATIVA

1. Flambar a alça de platina em bico de Bunsen na vertical e esperar


esfriar
2. Pegar a amostra e realizar uma estria em linha central no meio do
cultivo
3. Pegar a amostra a ser semeada e realizar uma estria simples central no
meio do cultivo

Esse método permite a quantificação de colônias

47
TÉCNICAS DE SEMEADURA

SEMEADURA POR ESGOTAMENTO

1. Pegar a amostra a ser semeada com a alça de platina após ser


flambar e esfriar
2. Realizar a primeira estria até metade da placa
3. Girar a placa em 90° e realizar a segunda estria
4. Girar novamente em 90° e realizar a terceira estria

48
TÉCNICAS DE COLORAÇÃO

COLORAÇÃO DE GRAM

1. Cobrir a lâmina com o esfregaço com corante cristal violeta por 1 minuto
2. Lavar a lâmina com água destilada com cuidado para não retirar a amostra
3. Cobrir o esfregaço com lugol por 1 minuto
4. Lavar a lâmina com álcool-cetona para fazer a descoloração com cuidado
para não retirar a amostra
5. Cobrir o esfregaço com safranina (ou fucsina) por 30 segundos
6. Lavar em água corrente e aguardar secar em uma estante ou suporte
7. Observar ao microscópio adicionando uma gota de óleo de imersão

Aplicação do cristal Aplicação do Lavagem com aplicação da


violeta iodo álcool Safranina

Por ter uma parede mais espessa, as bactérias gram-positivas não sofrem
descoloração pela ação do álcool, mantendo assim a coloração

Gram- positiva Gram- negativa

49
TÉCNICAS DE COLORAÇÃO
COLORAÇÃO DE ZIEHL-NEELSEN
(Método rápido para identificar micobactérias)

1. Fazer o esfregaço na lâmina


2. Fazer a fixação na chama
3. cobrir o esfregaço com a fucsina
4. Aquecer a porção inferior da lâmina por 5 minutos até notar a emissão de
vapores
5. Descansar por 5 minutos e lavar em água corrente
6. - Descorar com o álcool-ácido por 1 minuto
7. Lavar novamente em água corrente
8. Cobrir o esfregaço com azul de metileno e aguardar por 30 segundos
9. Lavar em um fio de água e deixar secar

1 2 3.4

7 6 5

50
IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS

ATIVIDADE HEMOLÍTICA

Como vimos lá nos meios de cultura, o ágar sangue é utilizado para


identificação de bactérias, pois naquele meio pode ter hemólise, que
pode ser parcial ou total, ou pode não ter hemólise

ODOR

Sim, algumas bactérias exalam aromas que pode ser similar a alguns
alimentos conhecidos, e você nem vai precisar colocar o nariz no meio
de cultura para perceber

COLORAÇÃO

Algumas bactérias possuem coloração características, essa coloração


pode ser devido a reações dos produtos bacterianos, ou degradação de
alguns componentes do meio

51
IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS

MORFOLOGIA DAS COLÔNIAS

Outro critério de identificação é a morfologia das colônias, visto que


elas podem váriar entre microrganismo

CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS

Nesse ponto, podemos perceber que algumas bactérias se utilizam de


enzimas e produzem produtos que podem indicar mais sobre elas, como
a prova de catalase que veremos posteriormente

52
IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS

COCOS GRAM-POSITIVOS

As cocos gram-positivos de importância clínica são estafilococos e


estreptococos, mas como vamos diferenciá-los? através de 2 testes
que vamos ver a seguir que é a catalase, pois os estafilococos é positivo
para este teste, e o estreptococos negativo, e o teste de coagulase para
diferenciar as espécies de estafilococos

CATALASE: Este teste é muito simples, você pega uma lâmina e


adicionar uma gota de água oxigenada, e com auxílio da alça
bacteriológica, colocar a colônia dos microrganismos sobre a gota, será
positivo se apresentar bolhas efervescentes. E isso ocorre pois o
peroxido de hidrogênio ou comumente chamada de água oxigenada
H2O2 é degradada pela ação da enzima catalase e formam água H2O e
oxigênio O2, que pode ser visto como bolhas

53
IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS

se o microrganismo for positivo para catalase, vamos usar outro teste


para saber as espécies de estafilococos que é a coagulase, que verifica
a capacidade de microrganismos reagirem com o plasma e formarem
um coágulo

Primeiro temos que adicionar nosso microrganismo no meio caldo


BHI, e incubar à 37ºC até que turve.
Após isso vamos pegar 5ml desse caldo com o microrganismo,
colocar em um tubo estéril e adicionar 5ml de plasma e colocar na
estufa por 4 horas à aproximadamente 36º
Verifica-se a presença do coágulo, se não houver coágulo deixar por
mais 18~24h
O teste será positivo se houver formação de coágulo

Agora que sabemos identificar os estafilococos, vamos aprender a


identificar os estreptococos, quem lembra do ágar sangue? pois é como
ele que vamos fazer a identificação

Agora que sabemos identificar os estafilococos, vamos aprender a


identificar os estreptococos, quem lembra do ágar sangue? pois é como
ele que vamos fazer a identificação

54
IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS

Alfa hemólise: Streptococcus pneumoniae é a espécie de maior


importância clínica

Beta hemólise: S. pyogenes e S. agalactiae, nesse caso é feit o teste


de CAMP, O teste de CAMP é considerado positivo quando há
formação de flecha ou meia-lua convergindo para o S. aureus. O teste
é realizado a partir da semeadura de um swab com a bacteria de
nosso interesse perpendicular ao S. aureus, juntamente com a linha
de controle formada pelo S. agalactiae.

(+)
S. aureus.

(-)

55
IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS

BACILOS GRAM-NEGATIVOS

Nesses grupos de bactérias temos uma divisão entre os fermentadores


de glicose (todas as enterobactérias são fermentadoras de glicose com
exceção de Plesiomonas shigelloides e Aeromonas spp) * e os não
fermentadores, para essa identificação usamos provas bioquímicas que
podem ser individuais ou não, essas provas vamos ver a seguir.

PROVAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE FERMENTADORES DE GLICOSE

Provas bioquímicas manuais individuais: Trata-se de tubos


contendo alguns substratos bioquímicos, e a reação entre a
fermentação altera a coloração do meio, ajudando na identificação

Citrato positivo = Azul e/ou crescimento no meio


Citrato negativo = Não há mudança na coloração
Fenilanina positivo = Cor verde escuro na superfície
Fenilanina negativo = Não há mudança na coloração
H2S positivo = Meio com coloração negra
H2S negativo = Não há mudança na coloração
Indol positivo = Cor roxo
Indol negativo = Cor do reagente
Urease positivo = Cor vermelha
Urease negativo = Não há mudança na coloração

56
IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS

Provas bioquímicas manuais associados: O meio IAL / Rugai


consiste em nove provas em apenas um tubo de ensaio

PROVAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE NÃO FERMENTADORES DE GLICOSE

Teste fermentativo oxidativo (OF) Glicose: Esse teste tem como função
identificar se o microrganismo produz ácido a partir de glicose por via
oxidativa ou fermentativa, o teste consiste em usarmos dois tubos com
o microrganismo inoculado, um desses tubos fica aberto e o outro
fechado vaselina líquida ou óleo mineral estéril

RESULTADOS:

FERMENTATIVOS: Produzem o ácido em ambos os tubos, e ficam com coloração


amarela

OXIDATIVOS: Produzem ácido apenas no tubo aberto

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ANTIBIOGRAMA

Conhecido também como Testes de sensibilidade aos antimicrobianos –


TSA, esse teste é utilizado para avaliar in vitro a interação fármaco x
bactéria para auxiliar o médico no tratamento de uma infecção no
paciente, pois nesse teste é medido a sensibilidade do fármaco, e
dependendo do resultado pode verificar se o antimicrobiano é ou não útil
para o tratamento. se ele for sensível significa que o fármaco é útil, se for
resistente o fármaco não é útil

O antibiograma é realizado no meio ágar Mueller-Hinton, usando o método


de disco-difusão, na qual tem como fundamento colocar discos de papel
banhados com uma concentração padronizada de antimicrobianos, após
isso o vai ocorrer um haloao redor destes discos que deve ser medido para
conferir a sensibilidade, de acordo com as tabelas de padronização CLSI
ou EUCAST/BrCAST.

58
INOCULAÇÃO

A inoculação não pode ser na superfície do ágar úmido e essa inoculação


deve ser homogênea

APLICAÇÂO DOS DISCOS

Aplicar no máximo
12 discos na placa de 150mm
5 discos na placa de 90mm
Aplicar e pressionar o disco

INCUBAÇÂO

incubar 15 minutos após a aplicação


Incubar por 24 horas a 37ºC e reportar a sensibilidade apresentada
conforme as padronizações estabelecidas

59
CONCEITOS EM MICOLOGIA E VIROLOGIA

VIRUS

O que falar dos vírus né, primeiro devemos lembrar que há uma grande
discussão se ele é um ser vivo ou não, pois lembre-se eles são PARASITAS
INTRACELULARES OBRIGATÓRIOS, ou seja, ele necessita de um hospedeiro
que pode ser humano, planta e até mesmo bactérias, então se ele tem
hospedeiro ele é vivo, se não, não é vivo

Os vírus são muito pequenos, visível apenas com uso de microscópio


eletrônico, e são bem, mas bem menores que as bactérias e possuem grande
capacidade de automultiplicação. por isso que em uma infecção viral pela
manhã você apresente sintomas fracos, mas a noite ja está bem pior

ESTRUTURA

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CAPSÍDEO: é uma capsula proteica que protege e armazena o material genético
viral (Ácidos nucleicos)

ÁCIDO NUCLEICO: O material genético que pode ser tanto RNA ou DNA, que
pode ser de finta dupla, ou simples

ENVELOPE: Estrutura mais externa que protege o genoma viral, e é composto


de lipídeos, proteínas e carboidratos. O envelope protege da ação do sistema
imunológico e
auxilia na infecção

MORFOLOGIA VIRAL

Virus poliédricos Virus helicoidais

Esses vírus acima podem também apresentar envelope, são os


chamados vírus envelopados

e também tem os vírus complexos que se destacam os bacteriófagos (ou


simplesmente, fagos)

61
CONCEITOS EM MICOLOGIA E VIROLOGIA

FUNGOS

Quando pensamos em fungos, lembramos logo de possíveis doenças, mas


antes de iniciarmos vamos ter atenção a esse detalhe, nem todos os fungos são
patogênicos

Os fungos crescem por ingestão externa e seu crescimento é melhor em


temperatura ambiente e em meios ácidos

Os fungos têm importância na indústria alimentícia, e você pode até lembrar de


alguns nomes aqui como Agaricus bisporus (champignon), esse fungo tem
característica macroscopia e é fonte nutricional rica

Também são usados para fermentação de pães e bebidas, também tem


importância agrícola e ecológica

Os fungos utilizam compostos orgânicos como fonte de energia e de carbono

62
FUNGOS

Os fungos são do reino Fungi, tem como algumas características semelhantes


ao reino animal como Presença de quitina e armazenam glicogênio, e se
diferencia das plantas por não ter celulose, não usar amido como reserva
energética e não sintetizar clorofila

Agora que você já viu o cenário geral, vamos focar nos fungos microscópios

LEVEDURAS

Possui formato oval ou arredondado


Se reproduzem tanto de forma assexuada
(brotamento) ou sexuada (esporos endógenos)
Podem formar pseudohifas (aglomerados de
leveduras que se juntam na horada reprodução)

FILAMENTOSOS

Hifas (células alongadas e


ramificadas)

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FUNGOS

FUNGOS DIMÓRFICOS:

fungos dimórficos são fungos que se apresentam sob ambas as formas, ou


seja, podem crescer de ambas as formas, e isso pode variar de acordo com o
ambiente

À temperatura ambiente, desenvolve-se como um bolor. (Forma infectante)


À temperatura corporal, desenvolve-se como uma levedura (Forma parasitaria)

Histoplasma capsulatum

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REFERÊNCIAS

LINK ACESSADOS

https://www.ufjf.br/microbiologia/files/2013/05/Morfologia-E-
Citologia-Bacteriana-2018-BAC1.pdf

http://www.ieb.usp.br/wp-content/uploads/sites/464/2020/06/MIP-
Aula6-Bacterias-1.pdf

https://www.todoestudo.com.br/biologia/celula-bacteriana#2

BR Cast: Brazilian Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing.


Disponível em: http://brcast.org.br/documentos/

Guia: Meios de cultura para bactérias. Disponível em:


https://www.biomedicinapadrao.com.br/2011/11/guia-meios-de-
cultura-para-bacterias.html

O que são as Enterobacterias ? - Análises Clínicas.com


(analisesclinicascom.blogspot.com)

LIVROS CONSULTADOS

Barcelos, Luiz Fernando. Aquino, Jerolino Lopes. Tratado de análises


clínicas. 1ed. Rio de Janeiro: Atheneu. 2018

Oplustil, Carmen Paz. et al. Procedimentos básicos em microbiologia


clínica. 4ed. São Paulo: Sarvier. 2020

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