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Corpo humano tem cerca de 10x mais células bacterianas (procariontes) do que

células humanas (eucariontes).

• Somente no intestino: 100 trilhões de bactérias

Por quê?

Isso ocorre pois a dimensão da célula bacteriana é muito pequena. Uma célula
humana possui uma quantidade muito grande de células bacterianas no seu interior

IMPORTANTE LEMBRAR QUE AS BACTÉRIAS SÃO SERES UNICELULARES

Células Procariontes:

• Não possui núcleo

• Material genético disperso no citoplasma

• Não possui mitocôndria, complexo de golgi, retículos

Como não há mitocôndria, possui uma estrutura para fazer a sua função; caso
contrário, ela morreria

• Possui parede celular (algumas bactérias não têm)

• Possui ribossomos e mesossomo

Material Genético:
Podém ter DNA e RNA. Além disso, pode ser encontrado de 2 formas:
1) DNA Cromossomial (estrutura obrigatória)

• Cromossomo único
2) DNA Plasmidial ou Plasmídio (estrutura não obrigatória)

• DNA extracromossomial

• Codificam características não essenciais, ou seja, não é imprescindível para a vida


da bactéria

As características não são essenciais. Porém, bactérias com essas características são
mais virulentas, possuem mecanismos de agressão maiores (fatores de virulência).

OBS.: Plasmídio pode ser transferido de uma células bacteriana para outra por meio
de conjugação. Dessa forma, elas deixam outras bactérias mais resistentes também,
que, antes, não eram tão resistentes. "Formação de um exército".

Parede Celular Bacteriana


• Define o formato da bactérias

Pode ser:

1) Esféricas (Cocos), dividindo-se em:

1.1) Diplococos: dois cocos

1.2) Estreptococos: cocos organizados em fileiras

1.3) Estafilococos: cocos organizados em cachos

2) Bacilos (bastão)
3) Espirilos
4) Vibriões

• Protege a células contra expansão (sem a parede, as vezes, células em meio líquido
recebem água e podem inchar e explodir - plasmólise - No entanto, a parede
celulas impede isso)

• Relacionado ao crescimento e divisão das bactérias

• Composta principalmente por peptídeoglicanos. Sem eles, há um enfraquecimento


da parede celular e, eventualmente, morte da bactéria.

Bactérias Gram positivas X Gram negativas

Gram Positivas

• Possuem grande quantidade de peptídeoglicanos, organizados em camadas

• Não possuem lipopolisacarídeos

• Sem membrana externa

• Parede celular espessa

• Geralmente são do tipo Cocos

Gram Negativas

• Possuem menos peptídeoglicanos, organizados em uma fina camada

• Possuem lipopolisacarídeos

• Possuem membrana externa com LPS

• Parede celular fina

• Geralmente, são do tipo Bastonete

Lipopolisacarídeos ou LPS ou Endotoxinas


São componentes da células bacterianas Gram negativas.
• São liberados quando a bactéria sofre lise

Desencadeia respostas inflamatórias, febre e choque séptico

OBS.: LPS e Endotoxina são sinônimos

Coloração de Gram:

• As bactérias Gram positivas retêm mais o corante roxo nas camadas de


peptídeoglicanas

• As bactérias Gram negativas, por terem uma fina camada, perdem o corante roxo e
retêm mais o corante vermelho/ rosa

Exceções:

Bactérias sem parede celular

• Micoplasmas

• Ureaplasmas

Bactérias com parede celular atípica

• Micobactérias

Membranas Plasmáticas
Permeabilidade

Ribossomos
Responsável pela produção de proteínas

É alvo importante de antibióticos e antibacterianos, pois são ribossomos diferentes


dos nossos humanos. Assim, os medicamentos atacam somente os ribossomos das
bactérias, e não os nossos.

Estruturas bacterianas facultativas:


São estruturas que não são necessárias para a manutenção da vida da bactéria,
porém sua presença pode trazer benefícios para ela.

1) Fímbrias e Pilli simples

• Presentes nas Gram negativas, não nas Gram positivas

• Recobrem as bactérias, ajudando na adesão e na fixação

2) Cápsula

• Proteção contra a fagocitose

• Aumenta o poder invasivo da bactéria, funcionando, por exemplo, como uma "capa
de invisibilidade".

3)Pilli F ou sexual

• Permite a passagem de plasmídeos (material genético) entre células, por meio da


união entre essas bactérias

4) Flagelos

• Movimentação/ Locomoção

OBS.: há uma relação dessas estruturas com a virulência de cada bactérias

Virulência = habilidade em causar alterações fisiológicas, que vai gerar um dano,


provocando uma doença

Grau de patogenicidade: capacidade de causar danos (doenças) em seu hospedeiro

Somente o contato com uma bactéria é suficiente para ficar doente?

Não, tudo depende do nosso sistema imunológico e outros fatores; estratégias de


defesa entram em ação quando há contato nosso com bactérias

• No entanto, as bactérias utilizam estratégias para causar doença: elas possuem


mecanismos de patogenicidade

Toxinas
São produtos tóxicos que causam danos às células ou tecidos

São divididas em:

1) Exotoxinas: ver slide

2) Endotoxinas: ver slide

Outros fatores de virulência


1) Biofilme:

2) Invasinas:

3) Sideróforos:

De que forma as bactérias desenvolvem seus mecanismos de patogenicidade, isto é,


como passam a ter fatores que elas não tinham?

• Por meio de mutações

• Algumas bactérias transferem mecanismos a outras por meio de trocas genéticas:

1) Transformação: ver slide

2) Conjugação: ver slide

3) Transdução: ver slide

Esporos bacterianos ou Endósporos


São estruturas resistentes às condições adversas do ambiente, calor, radiação, falta
de nutrientes, pH.

Estão metabolicamente inativas.

• No entanto, ao entrar no corpo humano, voltam para seu estado metabolicamente


ativo

Estão envolvidos com a infecção

Fisiologia Bacteriana
• Se reproduzem por divisão binária, por meio da qual duas células mães geram duas
células filhas.

• O tempo desse processo é conhecido como tempo de geração, que varia conforme
a bactéria.

Existem fatores químicos e físicos que influenciam no crescimento bacteriano:

1) Temperatura: as bactérias possuem uma temperatura ótima para crescer. A


variação dessa temperatura pode dificultar o crescimento das bactérias.

2) Oxigenação: aeróbia obrigatória é aquela que só cresce na presença de oxigênio,


enquanto a anaeróbia obrigatória é aquela que só cresce na ausência de oxigênio. Há
também as anaeróbias facultativas, que crescem em ambas as condições.

Mas por que o uso de antimicrobianos acarreta o desenvolvimento de


resistência bacteriana?
Assim como todos os seres, bactérias sofrem mutações aleatórias, que podem ser
inúteis ou podem ser vantajosas.

Quando usamos muitos antibióticos, matamos a maior parte das nossas bactérias
sensíveis, isto é, as bactérias não resistentes.

O resultado disso é que sobram somente as bactérias resistentes, que vão se


reproduzir entre si e, dessa forma, garantir que somente essas boas mutações, que
deixam elas mais virulentas e perigosas, sejam passadas em diante.

Dessa forma, cada vez mais encontramos bactérias super resistentes.

Além disso, bactérias também podem passar características para as outras por meio
de DNA plasmídeo ou, até mesmo, depois de mortas.

OBS.: Sobre Bactérias Resistentes


O fato de bactérias se multiplicarem muito rapidamente, podendo gerar uma
célula completamente nova em até 30 minutos, faz com que a quantidade de
vezes que elas se multiplicam aumente muito.
E quanto maior o número de vezes que elas se multiplicam, maior as chances
de, em alguma dessas divisões, haver uma mutação que ajude a torná-la mais
resistente, isto é, que ajude a aumentar sua virulência
Gênero Streptococcus:

Cocos Gram Positivos

Possui várias espécies, sendo a maioria anaeróbica facultativa

• Relacionadas a doenças: S. Pyogenes, S. Pneumoniae, S. Agalactiae

e, associados à nossa microbiota oral, S. grupo "Viridans"

Capacidade de Hemólise

As espécies de Streptococcus podem ou não produzir a enzima hemolisina, que são


responsáveis pela degradação de hemáceas.

As espécies podem, portanto, ser divididas com base na capacidade de hemólise da


enzimas hemolisinas que elas produzem.

• Beta-Hemolíticos

Capazes de realizar hemólise total

• Alfa-Hemolíticos:

Realizam hemólise parcial

• Não-Hemolíticos

Não realizam hemólise

Grupos Sorológicos de Lancefield

É uma segunda forma de dividir as espécies de Streptococcus.

• Na parede celular dos Streptococcus haviam alguns Carboidratos específicos


desse

gênero. Entretanto, dentro do gênero Streptococcus, esses carboidratos variam entre


as diferentes espécies de Streptococcus, o que possibilidade essa capacidade de
dividí-los com base nessa classificação: Grupo A, Grupo B e Não Grupáveis

Tipos de Streptococcus:
1) Streptococcus Pyogenes

Grupos do Beta-Hemolíticos

Grupo A de Lancefield

• Faringoamigdalites, geralmente em crianças e jovens

Em adultos, as faringoamigdalites costumam ser causadas por Vírus

• Infecções de Pele

Fatores de Virulência:

• Proteína M, que fica na parede celular, auxiliando na adesão.

Funciona de maneira semelhante às fímbrias (que existem somente nas Gram


negativas)

• Cápsula: auxilia no escape da fagocitose, visto que ficam escondidas do Sistema

Imunológico

• Estreptolisinas S (Beta-Hemólise) e O.

A mais potente é a S, que está relacionada com a capacidade Beta-Hemolítica dessa


espécie.

Streptococcus Pyogenes e Proteína M:


Papel na Febre Reumática:

A proteína M é reconhecida pelo nosso sistema imune, desencadeando uma resposta


específica, liberando células específicas e Anticorpo específicos contra a Proteína M.

• No entanto, existem moléculas no nosso organismo que são extremamente

parecidas com as Proteínas M (Mimetismo Molecular).

Duas dessas moléculas extremamente parecida são as células das nossas


articulações e a Miosina Cardíaca, do coração.

O que acontece é que as células do nosso sistema imune acabam atacando essas
moléculas que são parecidas, acarretando Cardite.

Papel na Síndrome do Choque Tóxico:

A proteína M será liberada e vai se ligar ao fibrinogênio, formando agregados capazes


de se ligar na membranas de neutrófilos, fazendo eles liberarem mediadores
inflamatórios, de maneira exagerada.

Tratamento:

Por meio de Penicilina, visto que as Cepas ainda preservam sensibilidade à ela, ao
contrário dos Sthapylococcus.

Para alérgicos, a alternativa

2) Streptococcus Pneumoniae

Normalmente Alpha-Hemolíticos

Não grupável por Lancefield

Um fator de virulência importante para essa espécie é a Cápsula, que possibilita a


locomoção dessas bactérias sem que sejam fagocitadas.

• A cápsula está muito relacionada à meningite, visto que permitem que a bactéria

encapsulada passe pela barreira hematoencefálica sem que seja notada, podendo
causar, assim, meningites.

3) Streptococcus Agalactiae

Beta-Hemolíticos

Grupo B de Lancefield

• Não são muito perigosos para quem está colonizado por eles. No entanto, são um

problema para grávidas, visto que essa bactéria costuma causar doenças em
recém-nascidos, como pneumonia, septicemia e meningite.

• Se a grávida estiver contaminada, durante o parto, quando o recém-nascido tiver

contato com a microbiota dela, é possível que haja uma contaminação.

Se estiverem contaminadas, precisam fazer triagem.

4) Strepcoccus Grupo Viridans

Espécies da Microbiota Oral

Alpha-Hemolíticos

Podem estar relacionados à Cárie dentária e Endocardite.

Quando rompemos algum vaso na Boca, microorganismos da nossa microbiota


podem chegar à corrente sanguínea, podendo inclusive causar Endocardite
(oportunismo da microbiota)

Gênero Staphylococcus

São Cocos Gram positivos

São anaeróbicos facultativos

Habitam a pele e mucosas (genital, nasal e oral)

• As principais são: Staphylococcus Aureus. Staphylococcus Epidermidis e

Staphylococcus Saprophyticus.

Teste Catalase:

Todas as espécies de Staphylococcus produzem catalase

Teste Coagulase:

Somente o Staphylococcus Aureus produz a Coagulase.

1) Staphylococcus Aureus

Presente principalmente na região nasal anterior, mas pode habitar toda a pele

Pode ser um habitante transitório ou permanente da microbiota da pele, mas costuma


ser transitório

É Catalase positivo e Coagulase positivo

Fatores de Virulência:

• Toxina Leucocidina, que é responsável pela destruição de leucócitos

• Toxina Exfoliativa, relacionada a síndrome de pele escaldada

• Toxina da síndrome de Choque Tóxico

• Enterotoxinas

• Cápsula

• Parede Celular com peptideoglicanos e ácido lipoteicóico, que auxiliam na

aderência dessa bactéria, permitindo que ela se ligua mais facilmente

• Enzimas: coagulase, catalase, hialuronidase, lipases e fibrinolisina

Algumas cepas de S. Aureus são multiresistentes, sendo produtores de beta-


lactamases, que são enzimas degradadoras de beta-lactâmicos: MRSA e VRSA

Doenças causadas por Staphylococcus Aureus:

1) Foliculite

Folículo Piloso encontra-se obstruído ou danificado, o que acontece devido a


contaminação pela bactéria

• se ocorre na pálpebra, chamamos de Terçol

2) Furúnculo

É uma extensão da foliculite, resultando em uma intensa resposta inflamatória no local


que está com pus e fibrina

3) Síndrome da Pele Escaldada

Ação da toxina exfoliativa epidermolítica

Ocorre um descolamento da epiderme

4) Síndrome do Choque Tóxico

Ação da toxina TSST-1, que é um superantígeno

Causa febre, hipotensão

Essa toxina pode levar à necrose e falência múltipla de orgãos

5) Intoxicação Alimentar

Ocorre por ação da enterotoxina estafilocócica

6) Infecções Invasivas: endocardite, pneumonia, osteomielite e sepse

2) Staphylococcus Epidermidis

Faz parte da nossa microbiota anfibiôntica, presente na pele e nas mucosas

Está associado a infecções de cateteres, próteses, que são dispositivos invasivos e,


durante a colocação, a entrada dessas bactérias é possível, e endocardite subaguda
3) Staphylococcus Saprophyticus

Presente na mucose retal e urogenital

Relacionado com infecções do trato urogenital (2ª causa mais comum de mulheres
jovens)

Colonização X Infecção

É possível nós sermos colonizados por uma bactéria mas, mesmo assim, não
desenvolvermos um processo infeccioso.

O paciente somente colonizado não desenvolve a doença infecciosa, mas pode ser
agente de disseminação do microrganismo. Já o paciente infectado é aquele doente
em decorrência da bactéria que o colonizou.

• O primeiro (colonização) se refere a uma relação sem interrupção das funções


normais do corpo, ao passo que a doença (infecção) se caracteriza por dano ao
organismo.

A maioria das infecções humanas são causadas por patógenos oportunistas, ou seja,
aqueles que tipicamente compõem a microbiota normal do paciente e passam a gerar
processo patológico quando inseridos em sítios desprotegidos (ex: sangue e tecidos),
como Escherichia coli e Candida albicans. Já os patógenos estritos são poucos e
possuem como exemplo a Neisseria gonorrhoeae e o Mycobacterium turbeculosis.

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