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BACTERIOLOGIA

GERAL II

P R O FA . E R I C K A S A N T O S
Genética bacteriana.

Fatores de virulência.
ASSUNTOS A
SEREM
DISCUTIDOS Interações microbianas: Biofilmes e
Quorum Sensing.

Mecanismos de resistência aos


antimicrobianos.
DOGMA CENTRAL
• EVOLUÇÃO: Alteração do material
genético.
• DNA bacteriano – Dupla fita, circular,
altamente enovelado, ao redor de
um eixo, no sentido anti-horário.
• Genoma na forma de OPERONS.
• OPERONS: RNA POLICISTRÔNICO
INTRODUÇÃO
À GENÉTICA
BACTERIANA
REPLICAÇÃO
• ORIC
• Semiconservativa
• Duas forquilhas de replicação
GENÉTICA BACTERIANA-PLASMÍDIOS
• DNA extracromossomal no formato circular e em dupla fita.
• NÃO são ESSENCIAIS, mas trazem vantagens (resistência a
antibióticos ou a metais pesados, informação para degradação
de algum substrato etc.)
• Não estão presentes em todas as bactérias.
• São transmitidos (nem todos) através de conjugação.

REPLICAÇÃO
• Junto com a célula durante a conjugação
• Cada plasmídio está presente em uma quantidade dentro das
bactérias que o possuem (INIBIDORES que controlam essa
quantidade).
TIPOS DE PLASMÍDIOS
• SEXUAL: Relacionados com a reprodução e duplicação,
podem se integrar no DNA cromossomal ou ficarem
independentes no citoplasma.
• DE RESISTÊNCIA: Relacionado com a resistência aos
antibióticos, sendo formados por dois componentes.
1. Fator R: Determinante da resistência.
2. RTF: Fator de transferência de resistência (formação do
pilli para a transferência).
• VIRULENTOS: Favorecem a virulência da bactéria
durante uma infecção. Aumentam a toxicidade.
• RESISTÊNCIA A METAIS PESADOS: favorece a
resistência a alguns metais pesados do meio.
GENÉTICA
BACTERIANA-
TRANSPOSONS

Segmentos de DNA que se deslocam de um sítio (cromossomo


ou plasmídeo) a outro do genoma afetando a expressão
gênica.
• Plasmídeos + Transposons conferem mecanismos adicionais
para a modificação genética.
• Formados por segmentos de genes que PODEM ou NÃO
estarem presentes em outras regiões do genoma.
• Podem inativar um GENE (eventos raros).
• Transposons simples (1 gene) = Sequência de inserção (IS).
• Codificam TRANSPOSASES – enzima para a clivagem.
• SÍTIOS DE RECONHECIMENTO – sequências de DNA
repetidas e invertidas.
GENÉTICA
BACTERIANA • Mutações são alterações na estrutura química ou física do

- M U TA Ç Õ E S DNA.
• A taxa de mutação varia entre as espécies.
• Mutações espontâneas – aquelas que acontecem ao acaso,
geralmente no momento da replicação do DNA.
• Mutações induzidas – Aquelas que acontecem devido a
exposição a algum agente mutagênico (Ex. luz ultravioleta).
RECOMBINAÇÃO GENÉTICA

Transformação

Conjugação

Transdução
RECOMBINAÇÃO
GENÉTICA:
TRANSFORMAÇÃO
Recombinação é um rearranjo dos genes,
permitindo que eles estejam organizados de
formas diferentes. Assim como as mutações,
também contribuem para a variabilidade.
➢ Tipos de recombinação:
❑ TRANSFORMAÇÃO
• Capta fragmentos de DNA presentes no
meio.
• Estado de competência – Estado
fisiológico, em que a célula precisa se
encontrar para realizar a transformação.
• A parede se torna mais permeável às
moléculas de DNA.
RECOMBINAÇÃO GENÉTICA -
CONJUGAÇÃO

• Transferência de DNA extracromossomal (plamídio).


• Célula DOADORA – célula RECEPTORA.
• Gram negativas – Pilli sexual.
• Gram positivas – moléculas de aderência (ponte de
conjugação).
➢ ETAPAS:
1. Formação de uma união específica doador-receptor.
2. Preparação para a transferência de DNA.
3. Transferência do DNA.
4. Formação de um plasmidio funcional no receptor.
RECOMBINAÇÃO
GENÉTICA -
TRANSDUÇÃO

• Transferência de genes bacterianos mediada


por um fago (bacteriófago).

• Transdução generalizada – Qualquer gene


pode ser transduzido.

• Transdução especializada – Transdução de


genes bacterianos específicos.

❖ Vírus temperado – C. Lisogênico (não mata).

❖ Vírus virulento – C. Lítico.


FATO R E S D E V I R U L E N C I A
BACTERIANA
“Estruturas ou metabólitos bacterianos utilizados
por bactérias no desenvolvimento do processo
infeccioso. Fatores de virulência bacterianos
FATO R E S D E permitem que o patógeno entre, replique,
VIRULÊNCIA dissemine e persista no hospedeiro, seja por
mecanismos de destruição ou escape do Sistema
Imunológico.”
QUAIS SÃO ELES?
• Produção de TOXINAS e ENZIMAS pelos organismos.

Hialuronidases, proteases,
nucleases, lipases,
Exotoxinas e endotoxinas colagenases...

• Ex. Síntese da enzima hialuronidase → Permite a disseminação dos microrganismos.

▪ Streptococcus
▪ Staphylococcus
▪ Clostridium
FATO R E S D E V I R U L Ê N C I A
Fibrina X Colágeno
Coagulação sanguínea Prende o microrganismo

Streptococcus pyogenes

Estreptoquinases (enzimas fibrinolíticas)


• São proteínas tóxicas liberadas pela célula do patógeno enquanto
ele cresce.

• Deslocam-se de um sítio de infecção e causam danos em regiões


afastadas.

➢ TIPOS DE EXOTOXINAS
• Toxinas citolíticas

Destroem a membrana plasmática, levando à lise celular.


EXOTOXINAS
• Toxinas AB

Duas subunidades que inibem a síntese proteica das células


hospedeiras.

• Toxinas Superantígenos

Estimulam grande número de células da resposta imune, resultando


em intensas reações anti-inflamatórias e danos teciduais.
CORYNEBACTERIUM DIPHTHERIAE

• Toxina diftérica – exotoxina AB


• Uma molécula mata uma célula humana.
CLOSTRIDIUM BOTULINUM
• Toxina AB mais potente conhecida – 1mg mata mais de 1 milhão de cobaias.
• Inibição da contração muscular: asfixia e paralisia.
C LO ST R I D I U M T E TA N I

• Neurotoxina AB inibindo neurônios inibitórios da placa motora.


ENTEROTOXINAS
• São exotocinas AB que afetam a atividade do intestino delgado.
• Contaminação via alimento e água.
• Sintomas: Espasmos intestinais, vômitos, diarreias.
• Bactérias: Staphylococcus aureus, Clostrodium perfringens, Bacillus cereus, Vibrio
cholerae, Escherichia coli e Salmonella enteritidis.
VIBRIO CHOLERAE
• Ação da toxina colérica (eliminação de líquidos – vômitos e diarreias)
• São formadas pelos lipopolissacarídeos da parede
celular de bactérias Gram negativas.

ENDOTOXINAS

• Lipídeo A é tóxico – liberados apenas quando ocorre


lise celular.
• Os LPS estimula a célula hospedeira a liberar proteína termogênica – pirogênios
endógenos.
• Sintomas: Diarreia; rápida diminuição no número de linfócitos, outros leucócitos, e
plaquetas; liberação de citocinas; e inflamação generalizada.
BIOFILMES
BIOFILMES
• Comunidades microbiana, na forma de colônias, os quais formam uma camada fina e viscosa
que se aderem a uma superfície.
• Os biofilmes podem ser benéficos, pois são capazes de proteger as membranas mucosas de
microrganismos nocivos.
• Podem entupir os canos de água e, quando crescem sobre implantes médicos, como próteses
articulares e cateteres, têm a capacidade de causar infecções,
• Uma comunicação química (indutor) entre as células, ou quorum sensing, permite às bactérias
coordenarem sua atividade e se agruparem em comunidades que fornecem benefícios.
• Sistemas biológicos.
• Na comunidade de um biofilme, as bactérias são capazes de compartilhar nutrientes e são
protegidas de fatores danosos do ambiente, como a dessecação, os antibióticos e o sistema
imune corporal.
• Também pode apresentar a vantagem de facilitar a transferência de informação genética, por
exemplo, por conjugação.
GLICOCÁLICE
• Um glicocálice que auxilia as células em um biofilme a se fixarem ao seu ambiente-alvo
e umas às outras é denominado substância polimérica extracelular (SPE). A SPE protege
as células dentro do glicocálice, facilita a comunicação entre as células e permite a
sobrevivência celular pela fixação a várias superfícies em seu ambiente natural.

• Ainda que haja a predominância de polissacarídeos


em sua composição, biofilmes também pode ser
constituídos por proteínas, como glicoproteínas,
fosfolipídios e ácidos nucleicos.

Várias espécies de Streptococcus,


incluindo S. mutans, formam biofilmes
em dentes e gengivas, contribuindo
para o desenvolvimento da placa e da
cárie dentária.
Resumo da gama de funções do Quorum Sensing FONTE: Adaptação de BHARDWAJ et al. (2014).
E STÁG I O S
DO
BIOFILME

1. Adesão inicial;
2. Adesão irreversível;
3. Formação do esqueleto/arquitetura;
4. Amadurecimento;
5. Desprendimento com início de novo ciclo com a formação de mais um
biofilme.
RESISTÊNCIA À
FÁ R M AC O S
ANTIMICROBIANOS
VIMOS QUE:
• Algumas diferenças genéticas se originam de
mutações aleatórias.
• Essas mutações podem se espalhar horizontalmente
entre as bactérias por processos como a conjugação
ou a transdução.
• A resistência a fármacos frequentemente é carreada
por plasmídeos ou por pequenos segmentos de
DNA, denominados transposons, os quais podem
saltar de um pedaço de DNA para outro .
BACTERIOSTÁTICOS BACTERICIDAS BACTERIOLÍTICOS

São os que inibem o crescimento São aqueles capazes de matar ou Matam as células devido à lise e
e a reprodução bacteriana sem lesar irreversivelmente as liberação do conteúdo
provocar sua morte imediata, bactérias. Inibindo enzimas que citoplasmático. A lise resulta em
sendo reversível o efeito, uma vez desempenham um papel uma diminuição tanto no número
retirada a droga. Inibidores de fundamental para que a célula de células viáveis quanto no
síntese proteica. bacteriana permaneça viva. número de células total
O QUE É A RESISTÊNCIA?
A resistência ocorre, principalmente, em virtude do surgimento de mutações que
conferem às bactérias proteção contra os antibióticos. Estas ocorrem ao acaso,
entretanto, com o uso incorreto de medicamentos, elas acontecem com maior
frequência. Ou seja, a existência de um genótipo favorável nas bactérias fazem elas
serem selecionadas.

Non resistant bacteria Resistant bacteria Antibiotic

Os genes resistentes podem ser passados de uma bactéria para a outra por meio do
plasmídeo durante a conjugação.
RESISTÊNCIA

• As bactérias que são resistentes a


vários antibióticos são
popularmente conhecidas como
superbactérias.
• Existem apenas alguns
mecanismos principais pelos
quais as bactérias se tornam
resistentes a um agente
quimioterápico.
INATIVAÇÃO
POR
ENZIMAS
EFLUXO DO
ANTIBIÓTICO
A LT E R A Ç Ã O
DA
MOLÉCULA
A LVO
BLOQUEIO
DA
ENTRADA
E QUAL É O PROBLEMA DE AS
BACTÉRIAS EXPRESSAREM
RESISTÊNCIA?

• “Atualmente, estima-se que 700 mil mortes sejam causadas anualmente por doenças
que anteriormente eram tratáveis com antimicrobianos e que a ausência de
providências para conter o problema da resistência aos antimicrobianos poderá causar
mais mortes que o câncer até 2050.”
• “De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2019, a estimativa
era de que, até 2050, cerca de 10 milhões de pessoas morreriam, a cada ano, por
doenças resistentes a medicamentos.”
C O M O E V I TA R A R E S I S T Ê N C I A
BACTERIANA
▪ Use apenas antibióticos quando prescritos por um profissional de saúde certificado.
▪ Nunca exija antibióticos se o seu profissional de saúde disser que você não precisa
deles.
▪ Nunca compartilhe sobra de antibióticos.
▪ Previna infecções lavando regularmente as mãos, preparando os alimentos de forma
higiênica, evitando o contato próximo com pessoas doentes, praticando sexo seguro
e mantendo as vacinas em dia.
REFERÊNCIAS

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