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Caso Clínico:
Renata, 26 anos procura atendimento médico por estar apresentando dor, edema, hiperemia e calor na mão esquerda.
Relata que há 4 dias estava brincando com seu cachorro quando ele deu uma mordida no seu polegar. A paciente refere ter
lavado a mão na hora e colocado uma pomada que tinha em casa (não se lembra o nome)
Observa-se ao exame: presença de edema, hiperemia, calor e uma pústula de mais ou menos 2 cm. Nota-se cordão avermelhado
se estendendo ate a axila e presença de linfonodomegalia satélite.
Obs: Virulência não tem haver só com essa diferenciação. Ex: Doença bacteriana que mais mata no mundo: pneumonia, agente mais
importante é pneumococo, sendo ele, um gram-positivo.
Bactéria é uma estrutura simples, por isso, é mais fácil de sofrer modificações em mutações. É mais desorganizado e mais fácil de
mudar.
As diferenças entre Eucariotas e Procariotas
Principais formas
Gram-negativa
Camada fina de peptídeoglicano
Não consegue reter o corante
A membrana externa é formada por glicopolissacares, estrutura mais importante da membrana, endotoxina responsável pelos
sintomas cínicos do paciente com infecção.
Na membrana externa tem as porinas, caminho que os antibióticos precisam atravessar para entrar na bactéria e fazer o efeito; tem
especificidade para cada antibiótico.
Mecanismo enzimático é mais importante do que nas bactérias gram-positivas. Bactéria mais eficiente para produzir enzima é a
gram-negativa, a enzima fica retida, na positiva ela fica exposta e dilui nomeio ambiente.
De acordo com a amostra clinica e a identificação e coloração de Gram pode-se iniciar o raciocínio diagnostico da
etiologia da infecção.
• Liquor
• Urina
• Sangue
• Líquido Pleural
Provas bioquímicas
Coco gram positivo
Catalase positiva Catalase negativo
Após definir se é gram positivo ou negativo, faz-se provas bioquímicas, no laboratório par descobrir a espécie.
STAPHYLOCOCCUS
Características
• Crescem em cachos de uvas
• Em amostras clínicas: pode aparecer em pares ou cadeias curtas
• Medem de 0,5 a 1,5
• Podem crescer em meio aeróbio e anaeróbio (cloreto de sódio a 10%)
• 49 espécies e 27 subespécies
• São encontradas na pele e nas membranas mucosas dos seres humanos
Estrutura e fisiologia
Proteínas de adesão da superfície: componentes da superfície microbiana que reconhecem moléculas adesivas da matriz – MSCRAMM
- proteina A esatfilocócica liga-se ao receptor Fc da imunoglobulina
- proteina A e B ligadora de fibronectina
- fator clumping: coagulase
- proteína G e H: doença invasiva
Estruturais
Capsula Inibe a quimiotaxia e a fagocitose; inibe a proliferação de
células mononucleares
Camada mucoide Facilita a aderência a corpos estranho
Peptidoglicano Confere estabilidade osmótica; estimula a produção de
pirogênio endógeno (atividade semelhante à endotoxina);
quimiotáxico para leucócitos (formação de abscessos); inibe a
fagocitose
Ácido teicoico Liga a fibronectina
Proteina A Inibe a eliminação (clearance) mediada por anticorps por se
ligar aos receptores Fc de IgG1 e IgG4, quimiotáxico para
leucócitos, anticomplementar
Toxinas
Citotoxinas (alfa, beta, delta, gama e PVL) Toxicas para muitas células, incluindo eritrócitos, fibroblastos,
leucócitos macrófagos e plaquetas
Toxinas esfoliativas Serina proteases que clivam as pontes intercelulares no estrato
granuloso da epiderme
Enterotoxinas Superantígenos (estimulam a proliferação de celulas T e
liberação de citocinas); estimulam a liberação de mediadores
inflamatórios em mastócitos; aumentam o peristaltismo
intestinal e a perda de fluidos, bem como náusea e vômitos
Toxina-1 da síndrome do choque toxico Superantígeno (estimula a proliferação de células T e liberação
de citocinas); determina o extravasamento de líquidos ou
destruição de células endotelias.
Enzimas
Coagulase Converte o fibrinogênio em fibrina
Hialuronidase Hidrolisa o ácido hialurônico
Fibrinolisina Dissolve os coágulos de fibrina
Ligase Hidrolisa lipídeos
Nucleasse Hidrolisa DNA
Epidemiologia do Staphylococcus
• São ubíquos
• Todas as pessoas têm Staphylococcus coagulase negativo na pele
• O S. aureus pode colonizar de forma transitória
• No recém-nascido a colonização do colo umbilical, da pele e da região perineal com S. aureus é comum
• S. aureus e estafilococos coagulase-negativos também são encontrados na orofaringe e nos tratos gastrointestinal e urogenital.
• A colonização persistente ou por períodos curtos de tempo com S. aureus é mais comum na nasofaringe anterior do que na
orofaringe em crianças mais velhas e em adultos.
• Aprox. 15% dos adultos saudáveis normais são portadores persistentes de S. aureus na nasofaringe.
Staphylococcus aureus
Padrão de sensibilidade aos antimicrobianos
S. aureus
MSSA MRSA
S. aureus sensível a meticilina (OXA) CA- MRSA HA-MRSA
S. aureus resistente a meticilina S. aureus resistente a meticilina
adquirido na comunidade adquirido no hospital
S. aureus é 95% das vezes persistente a penicilina. Ex: bezetacil só vai funcionar em 5% dos indivíduos.
Quando é MSSA, pode-se usar na comunidade, cefaloxina, amoxicilina+clavulanato.
Só pode usar antibiótico empíricamente, quando 90% das cepas da bactérias são sensíveis ao antibiótico.
STREPTOCOCUS
Classificação
Streptococcus
Características
Os gêneros Streptococcus e Enterococcus são formados por um grupo diverso de cocos Gram-positivos tipicamente disposto aos
pares ou em cadeias
A maioria das espécies
Fisiologia e Estrutura
• Isolados de estreptococcus são cocos esféricos, com 1 a 2m de diâmetro, dispostos em cadeias curtas nos espécimes e em
cadeias mais longas quando cultivados em meio liquido
• Na parede celular, estão os antígenos grupo-específicos e tipo-específicos
• O carboidrato grupo-especifico, antígeno do grupo A de Lancefield, é um dímero de N-acetilglicosamina e ramnose. Esse antígeno
é usado para classificar os estreptococos do grupo A, distinguindo-se de outros grupos estreptococos.
• A proteína M é o principal antígeno tipo-especifico associado a cepas virulentas e consiste em duas cadeias polipeptídicas
complexadas em uma alfa-helice.
• Os outros componentes da parede celular de S.pyogenes:
- proteínas de superfície semelhantes à proteína M
- ácido lipoproteico
- proteína F
• O ácido lipoproteico e a proteína F facilitam a ligação com as células hospedeiras por se complexar com a fibronectina presente
na superfícies dessas células
• Algumas cepas apresentam uma capsula externa de ácido hialurônico que protege a bactéria da eliminação por fagocitose
causando infecções sistêmicas graves
Toxinas S. pyogenes
• A toxina eritrogênica (superantígenos) – responsáveis pelas manifestações clinicas das doenças estreptocócicas graves, fascite
necrosante e a síndrome do choque toxico estreptocócico, bem como a erupção cutânea observada em pacientes com
escarlatina.
- SpeA, SpeB, SpeC, EpeD – S. pyogenes e em raras cepas de estreptococos do grupos C e G.
• Estreptolisina O – capaz de lisar eritrócitos, leucócitos, plaquetas
• Estreptolisina S – pode lisar eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Também pode estimular a liberação do conteúdo lisossômico
após fagocitose pela célula, com subsequente morte do fagócito.
• A exotoxina A patogênica é a toxina responsável pela maioria dos casos de síndrome de choque toxico por estreptococos
• Estreptoquinase
• Deoximbonucleases
Epidemiologia S. pyogenes
• CDC – 10 milhões de casos de doença não invasiva ocorrem anualmente, sendo a faringite e a piodermia as infecções mais
comuns.
• Os estreptococos de grupo A podem colonizar a orofaringe de crianças sadias e de adultos jovens, na ausência de doença clínica.
• O isolamento de S pyogenes de um paciente com faringite é considerado significativo
• A colonização assintomática com S pyogenes é transitória – desenvolver imunidade especifica para a proteína M a cepa
colonizadora.
• O patógeno é disseminado de pessoa a pessoa através de perdigotos.
• Aglomerações, tais como em salas de aula e creches, aumentam a oportunidade de disseminação do micro-organismo,
particularmente, durante os meses de inverno.
Streptococcus pneumoniae
• S. pneumoniae foi primeiramente isolado por Pasteus e Steinber, já mais de 100 anos
• Infelizmente, a doença pneumocócica ainda é uma das principais causas de morbidade e mortalidade.
Fisiologia e estrutura
• Os pneumococos são cocos Gram-positivos encapsulados. As células apresentam de 0,5-1,2m de diâmetro, são ovais e
dispostas aos pares (comumente denominados diplococos) ou em cadeias curtas.
• As cepas virulentas de S. pneumonia são recobertas com uma complexa capsula polissacaridica.
• O polissacarídeo capsular é utilizado para classificação sorológica das cepas; atualmente, 94 sorotipos são reconhecidos.
• Polissacarídeos capsulares purificados dos sorotipos mais frequentes são utilizados em uma vacina polivalente.
Colonização e Migração
• Através de adesinas o S. pneumoniae coloniza a orofaringe e dissemina para os pulmões, seios paranasais ou para o ouvido
médio.
• A ação do muco e celulas ciliadas pode evitar esta ação através da IgA secretora.
• As bactérias neutralizam essas ações produzindo protease IgA e penumolisina.
• A pneumolisina se liga ao colesterol da membrana das celulas do hospedeiro e cria poros.
• Essa atividade pode destruir as celulas epiteliais ciliadas e fagociticas.
ENTEROCCOCCUS
Não é muito importante no ponto de vista de infecção
Patogênese e Imunidade
A virulência é mediada por duas propriedades gerais:
• Capacidade de aderir a tecidos e formar biofilme
• Resistência a antibióticos
• O clearence do enterococo no sangue e tecidos mediado pelo rápido influxo de neutrófilos e pela opsonizaçao de bactéria, de
modo que pacientes imunocomprometidos são particularmente susceptíveis enterocócicas.
Epidemiologia
• São bactérias entéricas, comumente isolada de fezes humanas e de vários animais.
• E faecalis é encontrado em altas concentrações no intestino grosso (105-107 bacterias/ grama de fezes) e trato gastrointestinal.
• A distribuição de E. faecium é similar à do E. faecalis, embora seja encontrado em menor quantidade
• Fatores de risco para infecções enterocócicas incluem:
- uso de cateter urinário ou intravascular
- hospitalização prolongada
- uso de antibióticos de arranjo especifico