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Índice

1. Introdução....................................................................................................................................1

1.1. Objectivo Geral.....................................................................................................................1

1.1.1. Objectivos Específicos...................................................................................................1

1.2. Metodologia..........................................................................................................................1

1.2.1. Técnica Bibliográfica.....................................................................................................2

2. Debate Conceptual.......................................................................................................................3

2.1. Conflito.................................................................................................................................3

2.2. Administração.......................................................................................................................3

2.2.1. Administração Pública...................................................................................................4

2.3. Tecnologias de Informação...................................................................................................5

3. Administração Pública e as Tecnologias de Informação.............................................................6

3.1. Vantagens e Desvantagens do uso das Tecnologias de Informação na Administração


Pública..........................................................................................................................................7

3.1. Conflitos e Desafios no Âmbito da Administração Pública na Implantação das


Tecnologias de Informação..........................................................................................................8

4. Conclusão..................................................................................................................................11

5. Referências Bibliográficas.........................................................................................................12
1. Introdução

No contexto actual chamada de sociedade de informação, a utilização das Tecnologias de


Informação têm se mostrado de grande importância para todos sectores, principalmente no sector
público. É incontestável a importância do uso das Tecnologias de Informação nos órgãos
públicos, pois ajudam na dinamização das actividades. Se em tempos o uso das Tecnologias de
Informação no sector público era visto como um capricho, nos dias actuais revela-se uma
necessidade irrevogável, pois na busca pela satisfação das necessidades colectivas a
Administração Pública é obrigada a ser proactiva e dinâmica. O presente trabalho faz parte da
exigência de avaliação curricular da cadeira de Tecnologia e Gestão de Informação em
Organizações, e está subordinada ao tema: Conflitos no âmbito da Administração Pública na
Implantação das Tecnologias de Informação. O trabalho intenta trazer a relação das Tecnologias
de Informação na Administração Pública.

1.1. Objectivo Geral

 Reflectir em torno dos conflitos na implantação das Tecnologias de Informação na


Administração Pública.

1.1.1. Objectivos Específicos

• Definir os seguintes conceitos: conflito, administração, Administração Pública,


implantação e Tecnologias de Informação;

• Identificar os factores que ditam o conflito da implantação das Tecnologias de


Informação na Administração;

• Estabelecer a relação entre a Administração Pública e as Tecnologias de Informação e,

• Apresentar a importância das Tecnologias de Informação para a Administração Pública


no contexto actual.

1.2. Metodologia

Segundo Fonseca (2009:14), “a Metodologia cuida dos procedimentos, ferramentas e caminhos


para atingir a realidade teórica e prática”. Metodologia de investigação refere-se às fases e aos
procedimentos que se seguem numa determinada investigação, para designar modelos concretos

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de trabalho que se aplicam numa disciplina. Método é segundo Gil (2008: 9) o caminho para se
chegar a determinado fim. A realização desta pesquisa baseou-se no método comparativo, e
técnica bibliográfica.

1.2.1. Técnica Bibliográfica

Segundo Gil (2008), a técnica bibliográfica “é aquela que […] é desenvolvida a partir de material
já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos […]”. Esta técnica é
relevante para o estudo, pois, por meio desta obteve-se dados congruentes para o estudo através
de obras já elaboradas.

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2. Debate Conceptual

2.1. Conflito

Alves (2015) citando Berg (2012), afirma que a palavra conflito vem do latim conflictus, que
significa “choque entre duas coisas, embate de pessoas ou grupos que lutam entre si”, ou seja, “é
um embate entre duas forças contrárias”. Silva (2022) citando Lewin conceitua o conflito como
“a convergência de forças de sentidos opostos e igual intensidade, que surge quando existe
atracção por duas valências positivas, mas opostas; ou duas valências negativas (enfrentar uma
operação ou ter o estado de saúde agravado); ou uma positiva e outra negativa, ambas na mesma
direção”. Para Chiavenato (2004), conflito é o resultado das desigualdades existentes entre as
pessoas que são desiguais e as organizações que também são desiguais entre si, os conflitos são
reações obtidas da interação entre os diferentes pensamentos, estilos, desejos e ambições, é uma
discussão e uma competição que está ligada no processo de junção dessas diferenças. O conflito
pode ser compreendido como uma divergência ou oposição de pensamentos entre duas ou mais
pessoas, ou seja, o conflito por ser carecterizado como um estado de espírito de discorda de uma
determinada ideia ou pensamento.

2.2. Administração

Segundo Pires (2007) citado por Bächtold (2008), “a palavra gestão é uma palavra polissémica.
(...) É necessário adaptá-la ao ambiente onde está a ser utilizada de maneira a assumir em termos
relativos o seu verdadeiro significado”. Segundo Michaelis (2007) citado por Alfaya (2012), a
palavra administração provém do latim ad (que significa: direcção, tendência para) e minister
(que significa: subordinação ou obediência), ou seja, administração é um processo de direcção
orientada para o cumprimento de um determinado objectivo, tendo como base a subordinação ou
obediência.

Narciso (2010), afirma que a administração pode ser entendida como “o processo de
coordenação e integração de recursos, tendente à consecução dos objectivos estabelecidos,
através do desempenho das actividades de planejamento, organização, direção e controle”.
Também pode ser entendida como processo de trabalho com a finalidade de “se atingirem
eficazmente os objectivos organizacionais traçados, utilizando-se eficientemente os recursos
escassos, num contexto em constante mutação” (Idem). Para Maximiano (2007), administração

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“é um trabalho em que as pessoas buscam realizar seus objectivos próprios ou de terceiros
(organizações) com a finalidade de alcançar as metas e objectivos traçados”, isto é, a tarefa de
gerir recursos quer sejam humanos, materiais e financeiros pode ser entendido como
administração. Para Silva (2001), “administração é um conjunto de actividades dirigidas à
utilização eficiente e eficaz de recursos, no sentido de alcançar um ou mais objectivos ou metas
organizacionais”. Segundo Chiavenato citado por Werneck (2005), “administração é a condução
racional das actividades de uma organização”. Poderíamos acrescentar que o termo “racional” só
é aplicável quando a organização é bem conduzida, mesmo que os resultados não sejam os
melhores, pois às vezes o imponderável ou as limitações de recursos inflige derrotas aos mais
experientes.

2.2.1. Administração Pública

Amaral (1989), afirma que “quando se fala em Administração Pública, tem-se presente todo um
conjunto de necessidades colectivas cuja satisfação é assumida como tarefa fundamental para a
colectividade, através de serviços por esta organizados e mantidos”. “São dois os sentidos em
que se utiliza na linguagem corrente a expressão Administração Pública: (1) orgânico; (2)
material ou funcional”, (Idem). A Administração Pública, em sentido orgânico é constituída pelo
conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado e demais entidades públicas que asseguram, em
nome da colectividade, a satisfação disciplinada, regular e contínua das necessidades colectivas
de segurança, cultura e bem-estar. A Administração Pública, em sentido material ou funcional -
pode ser definida como a actividade típica dos serviços e agentes administrativos desenvolvida
no interesse geral da comunidade, com vista a satisfação regular e contínua das necessidades
colectivas de segurança, cultura e bem-estar, obtendo para o efeito os recursos mais adequados e
utilizando as formas mais convenientes. Para Souza (2022) citando Moraes (2011),
Administração Pública “pode ser entendida objectivamente como actividade concreta e imediata
que o Estado desenvolve para consecução dos interesses colectivos e subjectivamente como o
conjunto de órgão públicos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função
administrativa do Estado”. Athayde (2011) entende que “a Administração Pública coloca os
actos do governo em execução, conforme a competência de cada órgão e de seus agentes, com
maior ou menor autonomia”, ou seja, a Administração Pública “trata-se de actividade neutra
vinculada à norma técnica ou a lei, com conduta hierarquizada”.

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Para Meirelles (1985) citado por Bächtold (2008), “Administração Pública é todo o
aparelhamento do Estado, preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação das
necessidades colectivas”. Em contrapartida, Bächtold (2008) define Administração Pública como
“o planejamento, organização, direção e controle dos serviços públicos, segundo as normas do
direito e da moral, visando ao bem comum”, isto é, a “Administração Pública versa sobre
necessidades colectivas assumidas como tarefa e responsabilidade própria da colectividade (...).
Administração Pública tem necessariamente de prosseguir sempre o interesse público: o interesse
público é o único fim que as entidades públicas e os serviços públicos podem legitimamente
prosseguir”, Amaral (1989).

2.3. Tecnologias de Informação

Gouveia (2001) afirma que “as Tecnologias de Informação são o resultado da revolução da micro
electrónica e compreendem, além de todos os tipos e tamanhos de computadores, tecnologia de
automação e comunicações”, e define as Tecnologias de Informação como “a congregação de
computação, telecomunicações e tecnologias de automação”. O conceito de Tecnologias de
Informação é definido por Santos et al (2004) “como o conjunto de tecnologias que permitem o
acesso, processamento, transmissão e ou troca de informação relacionada com texto, som, dados
e imagens”. Para Cambaco (2010), as Tecnologias de Informação “são o conjunto de todos os
equipamentos computacionais e tecnológicos que têm como objectivo fornecer solução para um
determinado problema”. Singo e Zavale (2013), conceituam as Tecnologias de Informação como
“um conjunto de recursos tecnológicos e computacionais utilizados para a criação e utilização da
informação”, ou seja, “são um conjunto de recursos tecnológicos que o Homem utiliza para se
comunicar”, (Idem). As Tecnologias de Informação podem ser entendidas como materiais ou
equipamentos tecnológicos usados para facilitar a interação entre homens e organizações, com a
finalidade de se alcançar um determinado objectivo. Como actividade, Gouveia (2001) afirma
que “as Tecnologias de Informação compreendem o fornecimento, desenvolvimento e uso de
actividades em que a organização tem de estar envolvida se pretender explorar estas tecnologias
para sua própria vantagem”. Lemos II (2011) citado por Cruz (2008), conceitua as Tecnologias
de Informação como: “conjunto de dispositivos individuais, como hardware, software,
telecomunicações ou qualquer outra tecnologia que faça parte ou gere tratamento da informação,
ou, ainda, que a contenha”.

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3. Administração Pública e as Tecnologias de Informação

As Tecnologias de Informação e Comunicação constituem uma ferramenta básica para a


compreensão do mundo actual. Para Costa e Souza (2018) citando Kohn e Moraes (2015), “a
sociedade transita... no que se convencionou denominar - Era Digital”. Dias et al (2019),
afirmam que “na sociedade de informação, em que hoje vivemos, recorre-se à utilização das
Tecnologias de Informação de forma generalizada, tanto a nível individual como
organizacional”, pois, “as Tecnologias de Informação têm ganho cada vez mais importância
podendo afirmar-se que uma organização, pública ou privada, que não fundamente a sua
actividade num sistema de informação, adequado aos seus objectivos funcionais, não está
preparada para os desafios do mundo actual”, Xavier e Escaleira (2015). “Numa gestão moderna
e inovadora, as Tecnologias da Informação e Comunicação devem ser parte integrante das
organizações, a fim de contribuírem para a melhoria da prestação de serviços àqueles que deles
necessitam”, Costa e Souza (2018).

Gouveia (2001), afirma que “as Tecnologias de Informação são acima de tudo uma presença
incontestável na sociedade, tanto quando nos referimos a alguma actividade de carácter
operacional (preparação e montagem de uma apresentação de dados sobre um novo produto),
como de carácter estratégico (assistência do planeamento, gestão e controlo da introdução de
novos serviços no mercado“. No sector público entende-se que o uso das Tecnologias de
Informação promove a participação do cidadão e aumenta a transparência na tomada de decisões
sobre políticas públicas, sendo este um assunto considerado de grande importância, tanto para os
governos como para os cidadãos”, (Idem). Para Dias et al (2019), “o advento e desenvolvimento
da Tecnologia da Informação criou a expectativa de que haveria uma grande revolução na
relação Estado-sociedade a partir da ampliação e aprofundamento das possibilidades de interação
e participação virtual, levando ao aumento do poder de influência da sociedade no processo
decisório governamental”. Gouveia (2004), explica que “as Tecnologias de Informação passaram
a ser implementadas no sector público, através do governo electrónico (e-Gov), resultando na
informatização de suas actividades internas e pela comunicação com o público externo: cidadãos,
fornecedores, empresas, ou outros sectores do governo e da sociedade e, também, com o público
interno”, e salienta que: “um dos elementos centrais da informatização materializa-se na
construção de portais governamentais, por intermédio dos quais os governos mostram sua

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identidade, seus propósitos, suas realizações, possibilitam a concentração e disponibilização de
serviços e informações, facilitando a realização de negócios e a identificação das exigências e
necessidades dos cidadãos”, ou seja, as Tecnologias de Informação servem de ferramenta para
que os órgãos públicos mostrem o seu portifólio para que os utentes e possíveis parceiros tenham
o conhecimento das actividades desenvolvidas pelos órgãos públicos. Xavier e Escaleira (2015),
afirmam que “a criação de uma Administração Pública electrónica, são preocupações centrais e
prioridades de acção para os governos de diversos países, sendo vistos como vectores
primordiais para a promoção e fomento do novo paradigma de sociedade conhecido por –
Sociedade da Informação” uma vez que, “as Tecnologias de Informação encontram-se presentes
nos mais variados serviços, desde a emissão dos bilhetes de identidade até ao uso de uma caixa
automática, (Idem). Para Gouveia (2004), “o recurso às Tecnologias de Informação faz-se para
aumentar ganhos de eficiência e eficácia, nos vários níveis da Administração Pública, quer ao
nível das suas relações internas quer externas, assim como o modo de facultar serviços públicos
menos burocráticos e mais centrados no cidadão”. “Na Administração Pública o uso das TIC tem
impacto nas transformações da organização e na prestação de serviços aos cidadãos e contribui
para o aumento da eficácia e da eficiência e para a diminuição dos custos de execução de
políticas públicas”, (Idem).

3.1. Vantagens e Desvantagens do uso das Tecnologias de Informação na Administração


Pública

Narciso (2010), afirma que “as vantagens para a Administração Pública e para os cidadãos pelo
facto do Governo implementar e aplicar as TIC e as várias possibilidades que elas disponibilizam
tem vindo a ser analisadas por vários autores”. Assim, para Campos e Marques (2008) citados
por Aleixo (2010), a implementação das Tecnologias de Informação na Administração Pública
constitui uma estratégia para o crescimento e desenvolvimento dos órgãos públicos, pois, “a
informação passa a ser transmitida através de rápidas redes de computadores”, (Idem). Narciso
(2010), afirma que a “Administração Pública é um sistema complexo que age de forma fechada,
desarticulada, burocratizada e hierarquizada, e através da utilização das Tecnologias de
Informação que se podem articular e integrar melhor os seus serviços, levando a uma melhoria
da qualidade dos serviços prestados e a uma diminuição dos seus custos”. “Quando as
Tecnologias de Informação são bem aplicadas no sector público contribuem para uma

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Administração Pública mais transparente e eficaz... facilitando a gestão” dos órgãos públicos,
Xavier e Escaleira (2015). Para Costa e Souza (2018), “a implementação das Tecnologias de
Informação nos serviços públicos permite melhorar a inovação, eficácia e qualidade, facilitando
a gestão dos líderes quanto ao controlo do orçamento e dos recursos”. Deste modo, as
Tecnologias de Informação tornaram-se um factor importante para a modernização dos serviços
e o melhoramento da produtividade. Araújo et al (2013) citados por Dias et al (2019),
“concordam que as Tecnologias de Informação aplicadas no sector público possibilitam uma
maior eficiência na sua gestão, na medida em que permitem o levantamento de informações em
tempo real, integração de sistemas públicos e maior participação dos cidadãos na gestão
pública”. Por outro lado, Dias et al (2019) salientam que apesar das Tecnologias de Informação
fornecerem amplas vantagens para Administração Pública, as Tecnologias de Informação
fornecem desvantagens para o sector público, a saber: “a não aceitação do formato digital por
parte de alguns intervenientes, que continuam a considerar o papel como verdadeiro original e o
formato digital uma simples cópia, (...) implicando a existência de duas realidades paralelas: o
formato analógico e o digital”. Aleixo (2010), refere a exclusão digital como uma desvantagem
porque nem todas as pessoas utilizam os meios disponíveis online para aceder a serviços,
correndo-se o risco de reforçar divisões sociais existentes ou mesmo criar novas divisões. “A
exclusão social é um processo construído nas desigualdades sociais e conduz à marginalização
das pessoas ou grupos relativamente aos objectivos sociais”, (Idem). Em síntese, alguns autores
como Dias et al (2019) apontam para a exclusão dígital como uma das grandes desvantagens da
implementação das Tecnologias de Informação na Administração Pública.

3.1. Conflitos e Desafios no Âmbito da Administração Pública na Implantação das


Tecnologias de Informação

As Tecnologias de Informação tem desempenhado uma função cada vez mais estratégica nas
instituições, por isso, “é necessário um mecanismo para sua governança, que permita sua
organização bem como seu controle, direcionamento e monitoramento”, Figueiredo et al (2018).
Narciso (2010) entende que a implementação das Tenologias de Informação na Administração
Pública “deve ser uma tarefa prioritária porque permitem a identificação de problemas e
contribuem para a implementação de medidas e soluções que possibilitam reduzir as
formalidades administrativas e legais, exigidas aos cidadãos ou empresas, nos procedimentos

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administrativos”. Por sua vez Rocha (2019), afirma que as grandes e pequenas organizações
deparam-se com as metamorfoses económicas, políticas, sociais e culturais, e passam por uma
reorganização com novos procedimentos de gestão e utilização de processos para se adaptarem
às novas tecnologias de informações, de modo a facilitar e agilizar os serviços por eles prestados,
bem como satisfação aos seus colaboradores e utilizadores finais. Por isso, o governo como
forma de acompanhar o mundo da globalização, vem criando vários programas para tornar a
Administração Pública Moçambicana mais moderna, eficiente, eficaz e mais robusta, com
objectivo de incentivar as pessoas a apostar mais no uso das tecnologias de informação bem
como a transformação do sector público num conjunto articulado de organizações munidas de
recursos humanos; qualificados e motivados para as respectivas funções e que utilizem processos
simples, modernizados e efectivos.

O uso bem-sucedido das tecnologias da informação depende da disponibilidade de recursos


humanos com competência em gestão de Tecnologia de Informação e, nesse sentido, da
consideração de questões comportamentais humanas. No entanto, o comportamento humano é

As Tecnologias da Informação tem recebido investimentos notáveis nas organizações públicas e


privadas, o que tem gerado preocupação com o desempenho dessa área. Santos et al (2004),
afirmam que a utilização das Tecnologias de Informação no sector público está sujeita a um
conjunto de condições como “ componentes organizacionais e suas interações determinarão a
capacidade de utilização e adequação das Tecnologias de Informação disponíveis para o sucesso
organizacional”, e o alto custo das Tecnologias para as organizações públicas (Idem). Em
contrapartida, “é necessário pensar as Tecnologias de Informação nas organizações como parte
de um sistema maior, o que nos remete ao conceito de sistemas”, Santos et al (2004). Por outro
lado, Gouveia (2004) afirma que “o processamento de informação e Tecnologias de Informação
tornam-se críticas para muitas operações do governo”, constitui um dos conflitos a ser
ultrapassado pela Administração Pública na implantação das Tecnologias de Informação. “O
investimento necessário das Tecnologias de Informação na Administração Pública, é
significativamente mais elevado...” e a sua inserção nos órgãos públicos se torna uma miragem,
pois “em certos sectores públicos, as Tecnologias de Informação” modificam a estrutura
organizacional, salientam Xavier e Escaleira (2015). Para Gouveia (2001), as “Tecnologias de
Informação são tanto causa das mudanças como o requisito para uma resposta a estas

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mudanças”, por isso, os gestores públicos “devem analisar quais as forças sectoriais para a
mudança e olhar para as Tecnologias de Informação como uma ferramenta estratégica para a
organização”, (Idem).

Apesar do muito que já foi feito nesta área existem, ainda, vários desafios porque, nos últimos
anos, os sistemas das Tecnologias de Informação foram desenvolvidos apenas para o uso inter-
organizacional, e não numa perspectiva de interligação e operação conjunta desses sistemas, nem
com a prestação de serviços de forma integrada por parte da Administração. Segundo Moran,
Masetto & Behrens (2001), os desafios que a tecnologia impõe são mais visíveis no docente que
necessita do uso da informática como ferramenta para poder descorar, impulsionando assim as
práticas pedagógicas. Desta forma, o computador, a rede de computadores e seus serviços devem
auxiliar as instituições do ensino na aprendizagem. De acordo com Soares (2009), “hoje em dia,
a maior parte dos responsáveis pelos Sistemas Informáticos da Administração Pública são
confrontados com o desafio de participar, conduzir e gerir de forma bem sucedida iniciativas que
envolvem a colaboração de múltiplos organismos e a interoperabilidade dos seus sistemas de
informação”. Lemos II (2011), afirma que a necessidade de integração de diversos sectores das
organizações públicas para melhorar a gestão, possibilitando o cruzamento de informações dos
órgãos envolvidos de forma mais precisa e com ferramentas adequadas está obrigando o sector
público a atualizar o seu sistema tecnológico, visando o ganho de produtividade, redução ou
eliminação de custos e riscos, qualidade na execução de tarefas, precisão nos projetos
desenvolvidos, facilidade no armazenamento de dados, agilidade no atendimento e qualidade nos
serviços prestados.

Xavier e Escaleira (2015), afirmam que “um dos principais desafios que o e-Gov enfrenta tem a
ver com a protecção de dados pessoais pelo que os diferentes países têm procurado soluções para
garantir que a transferência e o tratamento de dados é adequado e seguro. No entanto, é
necessário que “os funcionários públicos devam ter apoio tecnológico e formação adequada para
saberem como é que se deve proceder em diferentes situações que possam surgir no dia a dia”,
(Idem). Resumindo, “um dos grandes desafios actuais das organizações públicas é administrar de
maneira eficaz os recursos de Tecnologias da Informaçãos” Lemos II (2011),

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4. Conclusão

O crescimento e desenvolvimento das Tecnologias de Informação se revelam um grande


potencial para dinamizar as actividades da Administração Pública, em contrapartida, o sector
público ainda enfrenta desafios para integrar as Tecnologias de Informação nos processos
administrativos. A utilização das Tecnologias de Informação na Administração Pública é
irreversível, por isso, é urgente que os órgãos públicos adoptem estratégias para acomodar as
Tecnologias de Informação. O presente trabalho intentou mostrar a relevância das Tecnologias
de Informação na Administração Pública, olhando para os desafios e ou conflitos que perfazem a
integração de um novo paradigma na sociedade, trazendo uma perspectiva para que
Administração Pública possa ultrapassar os conflitos ou barreiras que tem enfrentado na
implantação das Tecnologias de Informação.

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5. Referências Bibliográficas

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