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DISCIPLINA FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO

Olá!
Seja muito bem-vindo(a) à disciplina de Fundamentos de Administração, vamos
estudar juntos? Meu nome é Débora Araújo Batista, sou administradora no Campus
Porto Velho Zona Norte do Instituto Federal de Rondônia e serei sua professora neste
curso. Sou especialista em Planejamento Estratégico na Gestão Pública e em Auditoria
Fiscal e Tributária. Acredito que os aprendizados que obtive até aqui são de imensa
importância para a construção dos conhecimentos neste curso de Formação Inicial em
Assistente Administrativo.
A disciplina de Fundamentos de Administração tem o objetivo de possibilitar que
você conheça as funções e abordagens de algumas teorias administrativas e sua
evolução na história, bem como entender as técnicas administrativas de aplicação e
adaptação da administração para o desenvolvimento no trabalho e na vida.
Importante destacar que este material foi produzido por mim e pelo professor
Geymeesson Brito da Silva, administrador de formação, especialista em Administração
Pública, mestre e doutorando em Administração.
Será um prazer estar com você nesta jornada com a disciplina de Fundamentos
de Administração, em que iremos estudar os seguintes conteúdos:
 Os conceitos sobre o que é administrar;
 História e evolução da administração por meio de suas teorias;
 Tipos de organizações e os recursos organizacionais;

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 As teorias administrativas;
 Como são compostas as empresas;
 Os tipos e setores da economia;
 O desenho organizacional das empresas;
 Em qual momento ocorre a departamentalização e quais são seus tipos;
 Quais as funções empresariais;
 Como ocorre o processo administrativo;
 Tipos de planejamento;
 Habilidades mais importantes para o trabalho do administrador.

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UNIDADE I

Prezado(a) estudante,
Nesta unidade temática, trataremos sobre os conceitos da administração, os
tipos de organizações e os recursos organizacionais.
Veremos também, de forma objetiva, a história das empresas através da
evolução da sociedade empresarial, mostrando os principais fatores que a motivaram e
levaram ao surgimento das teorias da administração.
O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga:
 Compreender o conceito de administração e como ela pode ser aplicada a todo
e qualquer tipo de grupo de pessoas;
 Reconhecer os tipos e os setores das organizações,
 Identificar os recursos organizacionais;
 Reconhecer as fases da Revolução Industrial, período e aspectos;
 Compreender a motivação para o surgimento das teorias;
 Distinguir as principais teorias administrativas, suas características e
contribuições.

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1 INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO

1.1 Conceitos de administração

Tenho certeza de que em sua rotina diária, por diversas vezes, você já se deparou
com termos como administrar o tempo, planejar as compras da semana, dirigir o estudo
dos filhos ou controlar os rendimentos/salários. Isso mostra que permanecemos
invariavelmente administrando múltiplas tarefas e meios, planejando, dirigindo e
controlando escopos e resultados almejados (Stadler, 2011).
Essas expressões se tornaram tão comuns em nosso cotidiano que mal
percebemos seu caráter de administração. Mas, afinal, o que é administração?
Conforme Chiavenato (2021b, p. 13), “Administração consiste no processo de planejar,
organizar, dirigir e controlar o uso de recursos e competências, a fim de alcançar os
objetivos organizacionais desejados”. Esse mesmo autor destaca que o conceito de
administração não é estático e pode ter um prisma próprio de acordo com cada
especialista.
Ao analisar a definição apresentada por Chiavenato, observa-se que a
administração elenca etapas cuja finalidade é a organização; ou seja, nas palavras de
Stadler (2011), “administrar nada mais é do que buscar objetivos comuns para a
organização”. Para Carvalho (2008), citado por Franceschi e Eckhardt (2013, p. 23),
organização é
o agrupamento de pessoas, que se reúnem de forma estruturada e
deliberada e em associação, traçando metas para alcançarem

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objetivos planejados e comuns a todos os seus membros. Outra
definição estabelece que as organizações sejam instituições sociais, e
a ação desenvolvida por membros é dirigida por objetivos. São
projetadas como sistemas de atividades e autoridade,
deliberadamente estruturados e coordenados, e atuam de maneira
interativa com o meio ambiente que as cerca.

Então, observe: se o foco da administração são as organizações, onde se


encaixam as empresas? Por esse motivo, iremos entender qual a finalidade de uma
organização – que, segundo Maximiano (2023, p. 6), é “um sistema de recursos que
procura realizar algum tipo de objetivo (ou conjunto de objetivos)” e que, basicamente,
não precisa ser uma empresa (Stadler, 2011).
O estudo da administração ramifica as organizações em duas facetas: conforme
Chiavenato (2021b, p. 1), as organizações “podem ser lucrativas (como as empresas) ou
não lucrativas (como o Exército, as igrejas, os serviços públicos, as entidades
filantrópicas etc.)”. Logo, compreende-se que as empresas estão dentro do conjunto
que forma as organizações, que é composto por outras categorias de organizações,
classificadas pela sociedade civil por setores – os quais veremos a seguir.

1.2 Tipos de organizações

Conforme o âmbito da economia em que operam, as organizações podem ser


distribuídas em três campos fundamentais: governo, empresas e organizações do
terceiro setor (Maximiano, 2015a, p. 5). Stadler (2011, p. 14) explica esse fracionamento
das organizações por setores, como se segue:

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 1º setor: promove aos cidadãos os benefícios fundamentais e subsídios para
a convivência em coletividade, como saúde, educação, transporte,
segurança, habitação, dentre outros. Conhecido como iniciativa pública, é
qualificado pelas esferas municipal, estadual e federal.
 2º setor: neste âmbito, encontram-se os empreendimentos em que se
enquadram os setores da agropecuária, da indústria, do comércio ou de
serviços. Identificadas como iniciativa privada, são as empresas que têm seus
fins na lucratividade e que, de acordo com as leis e normativas brasileiras, se
delimitam como empresas individuais, sociedades anônimas e sociedades
limitadas.
 3º setor: as organizações que fazem parte desse bloco são conhecidas por
protegerem os benefícios coletivos do povo ou de parte dele (agrupamento
social). São as organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs),
identificadas comumente como organizações não governamentais (ONGs).
Por não estarem inseridas no governo, ao mesmo tempo que sua finalidade
não é lucrativa, são apontadas com o terceiro setor da sociedade civil.

1.3 Os recursos organizacionais

Agora que você viu e compreendeu o conceito de administração e como as


organizações são classificadas, vamos abordar os recursos organizacionais.

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A fim de alcançar alta performance e as finalidades almejadas pela organização
através de capacidades acessíveis, a administração emprega múltiplos recursos
organizacionais – como os recursos humanos, materiais, financeiros, informacionais e
tecnológicos (Chiavenato, 2021a, p. 4) –, que estão presentes em todas as organizações,
independentemente de suas características. Veremos cada um deles com mais detalhes
a seguir, pela ótica de Stadler e Paixão (2012, p. 24):
 Recursos humanos: são também conhecidos como “capital intelectual”. As
pessoas são consideradas o componente fundamental das organizações e
representam o diferencial em sua escala dos recursos. É através delas que o
sistema empresarial acontece, quando “operam as máquinas, planejam a
produção, controlam os resultados e organizam todos os demais recursos da
empresa”.
 Recursos materiais: esses recursos devem ser controlados por especialistas
com competência em administração e capacidades técnicas, humanas e
gerenciais, com a finalidade de fazer a gestão das “matérias-primas,
edificações, maquinarias e demais recursos que permitem as empresas
produzir os bens e serviços”.
 Recursos financeiros: para preservar a companhia operando com as
obrigações monetárias no prazo correto, é primordial abranger operações
como “contas a pagar, empréstimos, financiamentos e demais transações
financeiras”, ou seja, o conhecimento integral da “entrada e saída de capital
da empresa, representada pelo fluxo de caixa”.

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 Recursos tecnológicos: são o mesmo que instrumentos, que levam a
empresa a alterar os elementos primários num bem pronto ou num ofício
realizado (serviço). É importante compreender que um programa de
computador ou uma caneta são soluções tecnológicas, uma vez que o
programa de computador pode registrar dados e uma caneta pode escrever
num papel. “Assim, esses dois elementos são “meios” de atingir um
resultado final”. Por esse motivo, a tecnologia não se limita ao uso de
informática ou equipamentos inovadores, mas também diz respeito aos
métodos que permitem produzir ou comercializar um artigo manufaturado
ou oferecer um serviço.

2 TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

2.1 História e evolução da administração

Apesar da explosão de inovação na administração, com tantos métodos, termos,


estudos e doutrinas da atualidade, suas técnicas foram identificadas desde os
primórdios da humanidade. Estudos apontam que na civilização suméria, por volta de
três mil anos antes de Cristo, já constavam registros da administração, como nos ensina
Maximiano (2015b, p. 16) ao apresentar os eventos desse período – quanto à
“escrituração de operações comerciais, primeiros dirigentes e funcionários
administrativos profissionais”.

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No entanto, a virada de chave para a administração ocorreu a partir da
Revolução Industrial, quando James Watt, em 1776, criou a máquina a vapor – que
culminou no motor a vapor. A fabricação de produtos para consumo, que era realizada
de forma artesanal, passou a ser automatizada, ou seja, industrializada. A influência
dessa revolução trouxe paradigmas intransponíveis, os quais não se podia deter. Sobre
esse período, Chiavenato declara:

Surgiu uma nova concepção de trabalho que modificou


completamente a estrutura social e comercial da época, provocando
profundas e rápidas mudanças de ordens econômicas, política e social,
que, no período de um século, foram maiores do que todas as
mudanças ocorridas no milênio anterior (...) que se iniciou na
Inglaterra (2014, p. 36).

Chiavenato descreve, ainda em sua obra Teoria geral da administração (2021b),


que o período da Revolução Industrial, foi marcado por dois ciclos evolutivos com
características peculiares, apresentados a seguir:

Quadro 1 – Fases da Revolução Industrial


FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
1780 a 1860 1860 a 1914
Primeira Revolução Industrial ou Segunda Revolução Industrial ou revolução
revolução do carvão e do ferro do aço e da eletricidade.
PERÍODOS ASPECTOS
 Marcado pela mecanização da  Substituição do ferro pelo aço;
indústria e da agricultura;  Substituição do vapor pela eletricidade e
por derivados do petróleo;

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 Mostra a aplicação da força  Desenvolvimento da maquinaria
motriz à indústria; automática e da especialização do
 Delimita a aplicação da força trabalhador;
motriz à indústria;  Crescente domínio da indústria pela
 Estabelece uma espetacular ciência;
aceleração dos transportes e  Transformações radicais nos transportes
das comunicações. e nas comunicações;
 Novas formas de organização
capitalista – do capitalismo industrial
para o capitalismo financeiro.
Fonte: adaptado de Chiavenato (2021b, p. 36).

Para mais detalhes, recomendamos assistir aos vídeos


https://www.youtube.com/watch?v=RusNqMwVkhw e
https://www.youtube.com/watch?v=yZA8D3cRGRc.

2.2 Teorias científicas

Com a chegada do século XX, também foram apontadas as dificuldades inerentes


à gestão das empresas – como, por exemplo, operários ociosos, lacunas entre a chefia
e os trabalhadores e carência de uniformização nos processos da fabricação. Uma vez
que, em síntese, a finalidade das empresas está em aumentar a produção e reduzir os
gastos, faltavam “ferramentas, técnicas e teorias” que conseguissem colaborar para o
desenvolvimento frequente das empresas; assim, despontaram pesquisas com a
finalidade de ajustar estas incorreções (Stadler, 2011, p. 25).

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Por todo mundo, surgiram movimentos para a ampliação da administração – que
se via diante de um vértice: num extremo, apresentavam-se as prerrogativas geradas
pela Revolução Industrial; no outro extremo, as dificuldades que surgiam no caminho
do processo evolutivo da administração. Chiavenato (2021b) explica que “o conteúdo
do estudo da Administração varia de acordo com a teoria ou escola considerada. Cada
autor em Administração tende a abordar as variáveis e assuntos típicos da orientação
teórica de sua escola ou teoria”. Nesse sentido, Maximiano (2015a, p. 42) ensina que

A grande expansão das empresas industriais e de outras organizações


demandou e inspirou o desenvolvimento de novos conceitos e
métodos de administração. Nos Estados Unidos, nasceram o
movimento da administração científica e a linha de montagem móvel.
Na França, Henri Fayol sistematizou ideias a respeito do processo de
administrar organizações. Na Alemanha, Max Weber elaborou teorias
para explicar as organizações formais.

Mas, afinal, quais seriam essas teorias?


Quais seus criadores?
E como surgiram?

Antes de partimos para a apresentação das teorias, vale destacar que o conceito
de “administração científica” se aplica ao experimento de emprego das práticas
científicas aos enigmas da administração com o objetivo de expandir a eficácia fabril
(Chiavenato, 2014, p. 55).

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2.2.1 Escola clássica

A abordagem clássica é formada por duas teorias.


A teoria científica, também conhecida como administração científica, teve como
percursor o estadunidense Frederick Taylor (1903), que depositou o foco na pesquisa
“das pequenas tarefas” dentro de uma função. Examinando os “tempos e movimentos”,
Taylor procurou elevar a produção; além disso, buscou atribuir remuneração distinta
daqueles que se destacassem na produção, fazendo com que, repetidamente, as
fábricas acrescessem sua operacionalidade (Stadler; Paixão, 2012, p. 36).
Para tanto, o sistema de Taylor – ou taylorismo, como era conhecido –, que
acontecia no nível operário do chão de fábrica, buscava ir ao encontro dos obstáculos
da administração, ao que Taylor nomeava de “estudo sistemático e científico do tempo”.
Maximiano (2015b, p. 55) descreve esse processo, que “consistia em dividir cada tarefa
em seus elementos básicos e, com a colaboração dos trabalhadores, cronometrá-las e
registrá-las. Em seguida, eram definidos tempos-padrão para os elementos básicos”.
Em outra vertente, a teoria clássica idealizada por Henri Fayol (1916), na França,
buscava desenvolver as características comuns da administração e da constituição
basilar das organizações. Chiavenato (2021a, p. 22), a respeito dessa teoria, ensina que
“a ênfase na estrutura organizacional reflete a preocupação com a formação de uma
rede interna de relações entre os órgãos que compõem a organização e de estabelecer
um conjunto de princípios universais para o seu bom funcionamento”.
Segundo Gil (2016, p. 21), os estudos de Fayol foram de tal maneira importantes
que se transformaram num dos elementos basilares da administração, até a atualidade.

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Foi Fayol quem inaugurou a perspectiva de que os pilares da organização são as suas
funções ou atividades. Ainda conforme Gil, a partir de Fayol, as funções mais
importantes da administração foram divididas em: prever, organizar, comandar,
coordenar e controlar.
As duas teorias da escola clássica tinham um ponto similar: os trabalhadores
exerciam suas funções apenas pelo desejo do pagamento – também chamados de Homo
Economicus. Nessa perspectiva, o incentivo pessoal resumia-se exclusivamente a
atender às questões de remuneração/econômicas (Stadler, 2011, p. 26).

2.2.2 Escola burocrática

Conforme Maximiano (2023, p. 97), a burocracia “é máquina profissional, que se


baseia em regras legalmente definidas, operadas por funcionários recrutados e
preparados para desempenhar tarefas descritas com exatidão”.
O termo “máquina profissional” foi estipulado pelo sociólogo alemão Max
Weber na criação da teoria burocrática; Stadler e Paixão (2012, p. 40) conceituam
burocracia como sendo:

Normas, regras, procedimentos, rotinas de trabalho, ou seja, significa


criar procedimentos claros e rígidos que devem ser seguidos para que
se alcance eficácia na realização das atividades. Desta forma a
burocracia é boa. O ruim são as disfunções, que podem ser percebidas
de forma negativa pelos clientes e usuários.

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Devido à rigidez do padrão burocrático, a ciência da administração foi conduzida
ao surgimento da teoria estruturalista, que também está incluída na escola burocrática
– cuja intenção era extinguir deturpações e obstáculos, abrangendo características
relevantes no esboço fundamental da empresa. Chiavenato conclui ainda que o cuidado
com as pesquisas desta abordagem estava relacionado à:

organização formal – aquela que é deliberada e oficialmente


estabelecida pela organização por meio de organogramas e manuais
de organização –, mas também incorporou a organização informal –
decorrência dos grupos sociais informais dentro da organização formal
(Chiavenato, 2021a, p. 30, grifo nosso).

2.2.3 Escolas comportamentais

São as doutrinas mais apreciadas e empregadas. A teoria das relações humanas


e a pirâmide de Maslow compõem o rol desta escola, cujo destaque está nos
colaboradores como peças centrais para elevar a eficácia da empresa. Destacam-se a
motivação e o fator psicológico; o termo motivação é um método que leva as pessoas
ou um conjunto de pessoas a alcançar tarefas que são importantes para empresa
(Stadler, 2011, p. 27).
Para Gil (2016, p. 53), que denomina esta escola como “teorias baseadas na
motivação”, sua concepção é atribuída à onda de valorização das relações humanas,
segundo a qual as propriedades humanas do serviço são mais relevantes do que a
estrutura empresarial; a evidência é depositada em “aspectos comportamentais, como

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motivação, liderança e dinâmica dos grupos” – indo no sentido contrário aos
ensinamentos das escolas clássica e burocrática.

2.2.4 Escolas contemporâneas

Dentre as escolas contemporâneas, as que mais se destacam, segundo


Maximiano (2015a, p. 66), são as que se baseiam no pensamento ou no enfoque
sistêmico das organizações, cujos métodos são essenciais à administração atual. A
abordagem sistêmica considera que o principal influenciador do sistema em questão é
o ambiente externo.
As teorias que compõem esta escola nasceram quando os pesquisadores
compreenderam que as organizações precisavam de componentes externos; assim,
alterou-se a perspectiva de observação para que as decisões administrativas fossem
tomadas, uma vez que era urgente também supervisionar o ambiente externo para
decidir questões internas. Passou-se, dessa forma, a estimar e admitir o poder do
ambiente externo nas deliberações internas das organizações – que, a partir de então,
se consideram “ambientes abertos”, pois influenciam e sofrem influências de agentes
externos, como fornecedores, clientes, governos, economia, tecnologias etc. (Stadler;
Paixão, 2012, p. 40).

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UNIDADE II

Caro(a) estudante,
No conteúdo desta seção, estudaremos como as empresas são compostas, em
quais setores da economia se localizam, o design organizacional e a
departamentalização. Buscaremos examinar as funções empresariais, as colunas de
uma empresa, as tarefas primordiais para atingir os objetivos organizacionais. Em
seguida, abordaremos o processo administrativo e de que forma ele acontece nas
empresas nos mais distintos graus organizacionais. Por fim, veremos as capacidades
mais relevantes do administrador, utilizadas na estrutura organizacional para atingir os
objetivos.
A finalidade é que, ao concluir este nível, você possa:
 Conhecer os setores da economia aos quais uma empresa pode pertencer;
 Distinguir os aspectos de um organograma;
 Nomear os tipos e critérios da departamentalização;
 Descrever as funções existentes na empresa;
 Entender o processo administrativo e como ele ocorre;
 Reconhecer os aspectos que compõem o processo administrativo;
 Diferenciar os tipos de habilidades do administrador;
 Identificar as qualidades de cada tipo de habilidade;
 Distinguir a aplicabilidade de cada variedade.
Vamos lá?

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3 A COMPOSIÇÃO DAS EMPRESAS

3.1 Setores da economia

Como estudado anteriormente, vocês já sabem que as empresas fazem parte do


segundo setor da sociedade civil organizada e, consequentemente, compõem o grupo
de organizações que buscam a lucratividade para sua existência. Dentro desse
setor, ocorre ainda outra ramificação, que são os domínios referentes aos setores da
economia.
Sobre esse assunto, Stadler e Paixão (2012, p. 43) destacam o termo econômico
Produto Interno Bruto (PIB), que está intimamente relacionado aos campos da
economia e é um de seus mais relevantes parâmetros, ao indicar a importância do total
de bens produzidos por uma nação.
Os autores enumeram esses setores, conforme o quadro a seguir.

Quadro 2 – Setores da economia


SETOR DESCRIÇÃO
Primário Agropecuária. Envolve a exploração do solo para o
cultivo de plantas e criação de animais – representa 27% do Produto
Interno Bruto (PIB) do Brasil.
Secundário Indústria. Transformação de matérias-primas em produtos acabados
por meio do emprego de tecnologias – representa
27,9% do PIB.
Terciário Comércio e serviços. São representados pela venda de produtos e pela
prestação de serviços como educação, saúde, transporte,

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turismo, hospedagem, logística etc. – respondem por 55% do PIB e
empregam 75% da população economicamente ativa do país.
Fonte: adaptado de Stadler e Paixão (2012, p. 43).

Para saber mais, sugerimos o link do site do Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatística (IBGE), que explica com mais profundidade sobre o que é o
PIB: https://www.ibge.gov.br/explica/pib.php.

3.2 Estrutura ou desenho organizacional

Adentrando ainda mais no escopo das organizações, é importante saber que


estabelecer uma empresa vai além dos setores da sociedade civil e econômico em que
ela está categorizada, e envolve concepções formais e abstratas imprescindíveis para
sua constituição.
O desenho organizacional é a coordenação do negócio em sua completude, por
meio do qual se institui a forma como a empresa será composta; é um conjunto de
ocupações, conexões, atribuições e diálogos que correlacionam as tarefas comuns a
cada sujeito ou ao todo (Chiavenato, 2021a, p. 148). É nessa ocasião que se molda todo
o arranjo da empresa, referente a obrigações, fracionamento de tarefas, comando,
instrumentos, transmissão de informações, entre outros. Maximiano (2015a, p. 194)
descreve o desenho organizacional:

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Todas as decisões sobre divisão do trabalho, responsabilidades e
autoridade resumem-se na estrutura organizacional. A estrutura
organizacional é uma ferramenta para realizar objetivos que retrata
todas as decisões sobre a divisão do trabalho e a atribuição de
autoridade. A estrutura organizacional mostra a autoridade e as
responsabilidades das pessoas, como indivíduos e como integrantes
de grupos. Além disso, a estrutura organizacional mostra a
comunicação entre as pessoas e grupos.

A reprodução em diagrama dos fundamentos organizacionais das empresas é


feita por meio do organograma, que atribui uma representação gráfica de determinadas
características à forma como a organização se estabelece, isto é, destina os vários meios
que possui (Oliveira, 2009, p. 51). Para compor um organograma, são necessárias
algumas características, que Chiavenato descreve a seguir:

Quadro 3 – Propriedades do organograma


ASPECTOS DESCRIÇÃO
Divisão do trabalho É a distinção dos arranjos e títulos que mostram as
diferentes responsabilidades pelo trabalho.
Relações de supervisão Fronteiras de autoridade e responsabilidade de quem se
reporta a quem.
Canais de comunicação Linhas que mostram os caminhos formais de comunicação.
Unidades Atitudes que se reportam a um administrador comum.
Níveis de gestão Graus hierárquicos da organização.
Fonte: adaptado de Chiavenato (2021a, p. 148).

3.3 Departamentalização

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Para facilitar ao máximo a coordenação e a supervisão dentro das organizações,
são gerados os departamentos – que precisam acompanhar a razoabilidade da
eficiência; isto é, precisam ser criados para conduzir à maior celeridade e aplicabilidade
para a organização (Stadler, 2011, p. 31).
Esse formato de incorporar as pessoas e de fracionar o trabalho internamente
pode ser empregado para catalogar qualquer organização. Com essa intenção, verifica-
se que a departamentalização se modifica conforme o mérito da empresa, o estilo de
desempenho e o âmbito para o qual a empresa foi implantada (Schultz, 2016, p. 132).
Seguindo esse raciocínio, Chiavenato (2021a, p. 161) elucida que, à medida que
a organização se expande e abarca operações mais complicadas e variadas, é obrigada
a repartir suas atividades fundamentais e estabelecer compromissos “departamentais
ou divisionais”. Essa configuração depende do dimensionamento da organização e do
ambiente de suas atividades, que o autor descreve como “desenho departamental –
mais conhecido como departamentalização ou divisionalização”.
Nessa seara, encontra-se uma diversidade de departamentalizações. Maximiano
(2015a, p. 196) apresenta o distintivo principal entre elas no quadro abaixo:

Quadro 4 – Departamentalizações
TIPO CRITÉRIOS EXEMPLO
Departamento de produção,
Seus encargos são desenvolvidos
Funcional comercial, financeiro, de
por funções.
logística etc.

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Também denominado regional.
Departamento Europa,
Territorial ou Cada elemento de trabalho
América Latina, América do
geográfica representa um território (ou fração
Norte, Ásia etc.
do mapa).
Quando a organização
Departamento de
produz/oferece vários produtos ou
fabricação de chocolates, de
serviços bastante diferentes entre
Produto fabricação de sucos, de
si, sua estrutura é dividida usando o
fabricação de biscoitos de
produto ou serviço como
maisena etc.
parâmetro.
É adequado quando a empresa
atende a diferentes tipos de Seção masculina, seção
clientes, com necessidades muito feminina, seção infantil,
Cliente
distintas, ou quando os clientes são seção esporte, seção moda
iguais, mas têm necessidades jovem, etc.
diferentes.
Escolas, laboratórios, institutos de Departamento de
pesquisa trabalham com vários montagem de chassis,
campos da ciência, que são suas departamento de
Áreas do linhas de produtos. Nessas montagem de motores,
conhecimento organizações, os departamentos são departamento de
criados para realizar atividades montagem de componentes
especializadas nas diferentes áreas elétricos, departamento de
do conhecimento. pintura, etc.
Fonte: adaptado de Maximiano (2015a, p. 196) e Stadler e Paixão (2012, p. 46).

4 FUNÇÕES EMPRESARIAIS E O PROCESSO ADMINISTRATIVO

4.1 Funções empresariais

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De acordo com Stadler (2011), as funções empresariais dividem-se em seis:
produção, finanças, marketing, recursos humanos, logística e tecnologia da informação.
Vamos conhecê-las brevemente.

4.1.1 Produção

A função de produção propriamente dita é a função técnica das empresas,


indústrias e/ou organizações; dependendo do setor de atuação, também pode ser
chamada de função de linha (Stadler; Pampolini, 2013). Este termo é associado à linha
de produção de uma indústria, pois esta área é fundamental, é a principal atividade de
negócios. Todas as demais funções são decorrentes desta.

Figura 1 – Setor de produção

Fonte: https://grvsoftware.com.br/blog/afinal-como-garantir-mais-eficiencia-de-producao-na-
industria/

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Por uma questão competitiva de mercado, o aumento da produção de uma
indústria, por exemplo, é um dos principais obstáculos enfrentados pelos gestores.
Nesse cenário, a redução de custos operacionais, a busca por preços reduzidos e a
otimização da produtividade são metas a serem alcançadas diariamente.
Por esse motivo, a produção é foco de iniciativas desenvolvidas com o intuito de
aprimorar processos e melhorar os resultados financeiros. Essa medida também é
equilibrada pela demanda do mercado consumidor por produtos com preços acessíveis
e de qualidade elevada.

4.1.2 Finanças

A função financeira é decorrente da função de produção, ou seja, a partir do


momento que se fabrica ou vende um produto ou serviço, há geração de renda, e assim
existe a função financeira na empresa. Ela está relacionada com a entrada e a saída de
capitais, o fluxo de caixa, contas a pagar e a receber, investimentos, empréstimos e
demais formas de geração de rendimentos.

Figura 2 – Setor de finanças

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Fonte: https://jornalempresasenegocios.com.br/destaques/cinco-dicas-essenciais-
para-organizar-as-financas-pessoais/

É por meio dos resultados financeiros que uma empresa tem seu maior indicador
de prosperidade. À medida que há margens de lucro compatíveis com o ramo onde se
atua, existe uma gestão financeira clara e transparente, e as possibilidades da empresa
de prosperar e de se manter lucrativa são maiores.

4.1.3 Marketing

Para Stadler (2011), o marketing é uma das funções mais relevantes de uma
empresa, pois é responsável por pesquisar mercados, conhecer a concorrência,
monitorar as influências externas, planejar e desenvolver novos produtos, conhecer o
comportamento do consumidor, definir preços, planejar a distribuição e executar a

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promoção, por meio de publicidade, propaganda e outras diversas ferramentas de
comunicação que estão disponíveis aos profissionais de marketing.
Segundo Chiavenato (2013), o marketing é entendido como processo de
planejamento e execução desde a concepção, a definição de preços, promoção e
distribuição de ideias, bens e serviços para criar e manter trocas que satisfaçam
indivíduos, organizações e as metas sociais num contexto sistêmico de um ambiente
global. Para compreender melhor a importância das estratégias de marketing que
podem ser desenvolvidas em uma organização, precisamos conhecer algumas
definições relacionadas.
O marketing objetiva criar trocas que satisfaçam metas individuais e
organizacionais. A troca significa uma transação voluntária entre uma organização e um
cliente, destinada a beneficiar ambos (Chiavenato, 2013). Essa troca ocorre a partir da
existência de algumas condições:
● Existem, no mínimo, duas partes envolvidas;
● Cada parte tem algo que pode ser de valor para a outra;
● Cada parte tem capacidade de comunicação e de entrega;
● Cada parte tem liberdade para aceitar ou rejeitar a oferta;
● Cada parte acredita estar em condições de lidar com a outra.

As trocas comerciais podem ocorrer com o envolvimento de dois tipos de


clientes (Chiavenato, 2007):
● Os compradores, representados por indivíduos que compram bens e
serviços para empresas, órgãos governamentais e outras instituições;

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● Os consumidores, que compram bens e serviços para seu próprio uso ou
para presentear outros indivíduos. Nessa categoria, são incluídas as pessoas
e famílias que fazem compras visando satisfazer suas próprias necessidades
e desejos, resolver seus problemas ou melhorar sua vida.

Nesse sentido, as empresas precisam avaliar não somente o número de pessoas


que desejam seus produtos ou serviços, mas também quantas estariam realmente
dispostas a comprá-los e teriam condições para isso.

4.1.4 Recursos humanos

Inicialmente, foi criado nas organizações o departamento de pessoas; porém,


com as transformações ao longo dos anos 1990, ocorreu uma mudança substancial –
perceberam-se alterações nos processos, nas estruturas e na forma como as pessoas se
comportam nas organizações.
O departamento de recursos humanos passou a ser visto como agente de
mudanças e a alterar atitudes e comportamentos dos membros da organização, através
da comunicação, da tomada de decisão e da solução de problemas. Para uma visão mais
sintética, apresentamos essas mudanças na figura 3, a seguir.

Figura 3 – Mudanças do entendimento de recursos humanos

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Fonte: adaptado de Gil (2001).

Os estudos sobre recursos humanos apresentam uma grande variedade em


relação aos conceitos que definem esse processo. Além disso, percebem-se diferenças
em sua denominação; são empregadas nomenclaturas distintas, tais como recursos
humanos, gestão de recursos humanos, gestão do capital humano, gestão do capital
intelectual, gestão de talentos e gestão de pente.
Toda organização que deseja obter sucesso precisa levar em conta que deve
utilizar as modernas ferramentas de gestão de pessoas a seu favor, pois quando uma
organização oferece condições para o desenvolvimento dos funcionários, quando há
possibilidade de crescimento por meio de um plano de carreiras bem consolidado e há
um clima de trabalho ético, com respeito e clima organizacional positivo, podemos

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entender que este é um dos pontos fundamentais para a empresa ser altamente
lucrativa.

4.1.5 Logística

O conceito envolve todas as atividades de movimentação e armazenagem que


facilitam o escoamento de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o
ponto do consumo final (Chiavenato, 2007).
A logística é o processo de planejamento, implementação e controle da
eficiência, do custo efetivo e estocagem de materiais, do inventário dos materiais em
processo de fabricação e das mercadorias acabadas (Chiavenato, 2013), desde a origem
até o ponto de consumo, com a finalidade de ajustar as necessidades do cliente.

Figura 4 – Setor de logística

Fonte: https://comprovei.com/logistica/operacao-segura-quais-sao-os-principais-documentos-
logisticos/

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Dessa forma, a função logística numa organização deve ser responsável por
garantir o fluxo de materiais e informações dentro da empresa em tempo real, com as
informações corretas que permitam aos gestores tomar as decisões no momento
oportuno. Assim, a logística será considerada um diferencial competitivo para a
empresa.

4.1.6 Tecnologia da informação

Antes de prosseguir, vamos compreender o que é tecnologia. A expressão


“revolução tecnológica” pode ser conceituada como as invenções, descobertas ou
criações do homem que afetam, de forma profunda, ampla e generalizada, os
conhecimentos, os costumes e as práticas cotidianas do seu meio. As grandes
revoluções tecnológicas manifestaram-se de acordo com as necessidades e os anseios
do homem em determinadas épocas.
Entre as tecnologias da informação, há o conjunto convergente de tecnologias
em microeletrônica, a computação (hardware – componentes físicos do computador ou
de seus periféricos – e software – programas de computador). Um computador é
composto por duas partes básicas: hardwares, que são as partes físicas e que muitas
vezes podem ser manuseadas pelos usuários, e softwares, que são as partes lógicas, isto
é, programas, aplicativos e sistemas operacionais. A seguir, vamos conhecer melhor
essas duas partes.

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Hardware é considerado toda parte física do computador; ou seja, tudo aquilo
que conseguimos pegar ou apalpar pode ser classificado como hardware. Na
informática, a área responsável pelo hardware é conhecida como arquitetura de
computadores, existindo, evidentemente, um profissional encarregado dela.
Softwares podem ser definidos como “instruções (programas de computador)
que, quando executadas, fornecem características, funções e desempenho desejados”
(Fustinoni, Leite; Fernandes, 2012, p. 32). Software é o conjunto de programas
responsáveis pela lógica do computador. Se hardware é a parte física, podemos dizer
que software é a parte “abstrata”, ou seja, aquilo que você não consegue pegar.
Todos esses componentes interagem e necessitam do componente
fundamental: o recurso humano. E se este não possuir as habilidades para a utilização
da tecnologia de informação, todos os componentes tornam-se inviáveis.

4.2 Processo administrativo

De acordo com Chiavenato (2021b), o processo significa uma sequência de


atividades, tarefas ou passos que se sucedem num fluxo no sentido de alcançar uma
meta ou um objetivo. É uma maneira planejada e sistemática de fazer as coisas. Dentro
dessa perspectiva, na administração, o processo é conduzido em vários níveis da
organização ou nas várias funções de planejar, organizar, dirigir e controlar as atividades
da organização a fim de alcançar objetivos estabelecidos.

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Assim, as funções administrativas – planejamento, organização, direção e
controle – recebem o nome de processo administrativo (Chiavenato, 2021b). Vamos
conhecer um pouco mais sobre o processo administrativo.

Figura 5 – Processo administrativo

Fonte: Chiavenato (2021b, p. 63).

4.2.1 Planejamento

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A função administrativa do planejamento define o que a organização pretende
fazer no futuro e como deve fazê-lo (Chiavenato, 2021). Por essa razão, o planejamento
é a primeira função administrativa que define os objetivos para o desempenho
organizacional futuro e decide sobre as tarefas e recursos necessários para alcançá-los
adequadamente.
Por meio do planejamento, o administrador pode se orientar pelos objetivos
visados e pelas ações necessárias para alcançá-los, baseando-se em métodos ou lógica,
e não ao acaso. O planejamento produz planos que se baseiam em objetivos e nos
melhores procedimentos para alcançá-los adequadamente. Assim, planejar envolve
solução de problemas e tomada de decisões quanto a alternativas para o futuro.
Segundo Chiavenato (2007), suas principais responsabilidades são:
 Definir os objetivos (aonde a empresa quer chegar);
 Definir as metas (partes dos objetivos);
 Definir as estratégias (como chegar/caminho até os objetivos).

O planejamento também se divide entre os níveis operacional, tático e


estratégico (Chiavenato, 2013).
 Planejamento operacional: objetiva otimizar as operações e elaborar
procedimentos, visando auxiliar na realização dos planos estratégicos e
táticos. A sua responsabilidade é correspondida pelos colaboradores em
geral (nível baixo).

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 Planejamento tático: serve para gerenciar recursos visando atingir os planos
estratégicos (projetos, ações, etc.). Sua responsabilidade é correspondida
pelos executivos da diretoria, das gerências e pelos subordinados de níveis
setoriais (nível médio).
 Planejamento estratégico: fixa a natureza da organização: objetivos, missão,
estratégias. A sua responsabilidade é correspondida pela direção geral (alta
administração).

Hierarquicamente, o nível operacional é considerado o mais baixo; o tático está


no nível mediano, e o estratégico é o mais elevado. Quanto à sua natureza, o
planejamento operacional é de curto prazo; planejamento tático, de médio prazo, e o
estratégico, de longo prazo.
Além disso, no planejamento estratégico, definem-se a missão, a visão e os
valores organizacionais.
 Missão: trata-se da razão de existência da organização e delimita a área de
atuação da organização.
 Visão: trata-se do futuro desejado pela empresa, aonde ela pretende chegar,
sendo o referencial para o futuro, para onde devem convergir todos os
esforços.
 Valores: são os princípios, as normas morais que orientam a organização no
cumprimento da missão e na busca da visão.

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4.2.2 Organização

A função administrativa da organização é a segunda no processo administrativo;


visa estabelecer os meios e recursos necessários para possibilitar a execução do
planejamento e reflete como a organização tenta executar os planos (Chiavenato,
2021b). A organização é a função administrativa relacionada com a divisão do trabalho,
o arranjo e a alocação de tarefas, o agrupamento de equipes ou departamentos e a
alocação dos recursos necessários nas equipes e nos departamentos.
Para Maximiano (2015b), a organização é o processo de engajar as pessoas num
trabalho conjunto de maneira estruturada para alcançar objetivos comuns. Portanto, é
entendida como o processo de arranjar e alocar o trabalho, e estabelecer a autoridade
e os recursos entre os membros de uma organização para que eles possam alcançar os
objetivos organizacionais.
A organização, como uma unidade ou entidade social na qual as pessoas
interagem entre si para alcançar objetivos comuns, se divide em organização formal e
organização informal, conforme se observa na figura 6, a seguir.

Figura 6 – Organização como função administrativa

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Fonte: elaboração própria (2023).

Organização formal é a organização que se baseia numa divisão racional do


trabalho, na diferenciação e na integração dos participantes e órgãos, representada por
um organograma – conforme se observa na figura 7. O organograma é um gráfico que
mostra a estrutura interna de uma organização/empresa (Chiavenato, 2007).

Figura 7 – Organograma de uma organização

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Fonte: elaboração própria (2023).

Organização informal é a organização que emerge espontânea e naturalmente


entre pessoas que ocupam posições na organização formal e a partir dos
relacionamentos interpessoais como ocupantes de cargos. A organização informal surge
a partir dos relacionamentos interpessoais (amizades) de pessoas do mesmo interesse
em comum (Chiavenato, 2021b).

4.2.3 Direção

A direção como função administrativa representa a colocação em marcha


daquilo que foi planejado e organizado. Para tanto, a direção é a função administrativa
que envolve o uso de influência para ativar e motivar as pessoas a alcançar os objetivos
organizacionais. Ela envolve influência, comunicação e motivação das pessoas para
desempenhar tarefas essenciais.

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Portanto, a direção é o processo de influenciar e orientar as atividades
relacionadas com as tarefas dos diversos membros da equipe ou da organização como
um todo. A direção refere-se ao relacionamento interpessoal do administrador com
seus subordinados, em todos os níveis hierárquicos da organização – operacional,
intermediário e institucional (Chiavenato, 2007).
A Figura 8 define bem esses níveis. Mas cuidado para não confundir a função
administrativa de direção com a função de planejamento.

Figura 8 – Níveis da função administrativa de direção.

Fonte: elaboração própria (2023), baseado em Chiavenato (2007).

4.2.4 Controle

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O controle é a quarta função administrativa e inclui acompanhamento,
monitoramento e avaliação do desempenho organizacional para verificar se as coisas
estão acontecendo de acordo com o que foi planejado, organizado e dirigido. Controle
é a função administrativa relacionada com o monitoramento das atividades a fim de
manter a organização no caminho adequado para o alcance dos objetivos, permitindo
as correções necessárias para atenuar os desvios.
A palavra controle pode assumir vários significados diferentes. Quando se fala
em controle, pensa-se em frear, regular, conferir ou verificar, exercer autoridade sobre
alguém, comparar com um padrão ou critério (Chiavenato, 2013). Portanto, controle
como função administrativa requer um sistema básico de controles para aplicar seus
recursos financeiros, desenvolver pessoas, analisar o desempenho financeiro e avaliar a
produtividade operacional, dividindo-se em: controle operacional, tático e estratégico
(Chiavenato, 2021b), conforme se observa na figura 9.

Figura 9 – Níveis da função administrativa de controle

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Fonte: elaboração própria (2023), baseado em Chiavenato (2021b).

O controle é o processo de assegurar que as atividades atuais estejam em


conformidade com as atividades planejadas. Basicamente, o administrador deve
planejar, organizar, dirigir e controlar as atividades da organização ou da sua unidade
ou ainda de sua equipe, a fim de alcançar os objetivos previamente estabelecidos.

5 HABILIDADES DOS ADMINISTRADORES

Independente da área onde o profissional atue, existem algumas habilidades que


são mais exigidas que outras; o grau de intensidade dá-se à medida que os funcionários
estão mais na base ou mais no topo do organograma da empresa (Stadler, 2011).
De acordo com Stadler (2011), as habilidades de um profissional são três:
técnicas, humanas e conceituais.

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5.1 Habilidades técnicas

As habilidades técnicas são compostas pelas atividades práticas e operacionais


que os empregados desempenham rotineiramente; há poucas atividades
administrativas envolvidas – quando existem, são de pequena complexidade,
envolvendo apenas o planejamento operacional do cotidiano das atividades básicas.
São expressas pela mão de obra dos funcionários, sendo que a partir dessas
habilidades as pessoas adquirem conhecimentos importantes para que os processos
produtivos das empresas atinjam seus objetivos.

5.2 Habilidades humanas

São as ligadas ao relacionamento interpessoal no trabalho, como a comunicação,


o trabalho em equipe, a sinergia entre as pessoas, a motivação, o relacionamento com
as chefias e os demais cargos na organização.
São importantes para os três níveis hierárquicos na mesma proporção. Por isso,
quando um funcionário do “chão de fábrica” domina essas habilidades, tem a
oportunidade de crescer na empresa, pois uma habilidade importante para os gerentes
do médio escalão é aliar o conhecimento técnico com as habilidades humanas.

5.3 Habilidades conceituais

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São as habilidades dos diretores e presidentes das empresas, ou seja, os cargos
mais elevados numa escala hierárquica, responsáveis pelo planejamento e pela gestão
da organização como um todo. Essas habilidades permitem aos cargos mais elevados
tomar decisões que são cruciais para a empresa – ou seja, estratégicas para o negócio.
Para os altos cargos de uma empresa, espera-se que seu ocupante consiga
entender o comportamento do mercado, da economia, as mudanças tecnológicas e
todas as demais influências que trazem impactos à organização – e, depois, planejar e
tomar decisões pensando nos rumos da organização como um todo.
Essas habilidades se adquirem por meio da educação formal – cursos técnicos,
tecnológicos e bacharelados – na área em que a empresa desempenha seus negócios e
por meio do somatório de experiências que o profissional adquire no trabalho
propriamente dito, que são as habilidades técnicas e humanas.

REFERÊNCIAS

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Janeiro: Campus, 2007.

CHIAVENATO, Idalberto. Fundamentos de administração: os pilares da gestão no


planejamento, organização, direção e controle das organizações para incrementar
competividade e sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2021a.

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2014.

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CHIAVENATO, Idalberto. Princípios da administração: o essencial em teoria geral da
administração. 2. ed. rev. e atual. Barueri: Manole, 2013.

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração. Barueri: Atlas, 2021b.

FRANCESCHI, Alessandro de; ECKHARDT, Moacir. Administração e organização do


trabalho. Santa Maria: Colégio Técnico Industrial de Santa Maria, 2013.

FUSTINONI, Diógenes Ferreira Reis; LEITE, Frederico Nogueira; FERNANDES, Fabiano


Cavalcanti. Informática básica para o ensino técnico profissionalizante. Brasília: Instituto
Federal de Brasília, 2012.

GIL, Antônio Carlos. Teoria Geral da Administração: dos clássicos à pós-modernidade.


São Paulo: Atlas, 2016.

MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Fundamentos da administração: introdução à


teoria geral e aos processos da administração. Rio de Janeiro: LTC, 2015a.

MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Introdução à teoria geral da administração: da


revolução urbana à revolução digital. São Paulo: Atlas, 2015b.

MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução


urbana à revolução digital. Rio de Janeiro: Atlas, 2023.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Fundamentos da administração: conceitos e


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SCHULTZ, Glauco. Introdução à gestão de organizações. Porto Alegre: Editora da


UFRGS, 2016.

STADLER, Adriano. Fundamentos da administração. Curitiba: Instituto Federal do


Paraná, 2011.

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STADLER, Adriano; PAIXÃO, Marcia Valéria. Modelos de gestão. Curitiba: Instituto
Federal do Paraná, 2012.

STADLER, Adriano; PAMPOLINI, Cláudia Patrícia Garcia. Fundamentos da


administração com ênfase em transações imobiliárias. Curitiba: Instituto Federal do
Paraná, 2013.

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